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JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 1 MARKETING VERDE O APELO SUSTENTÁVEL QUE GERA DIVIDENDOS QUEDA DE BRAÇO ACADEMIAS LUTAM PARA OBTEREM BENEFÍCIOS FISCAIS ASSÉDIO MORAL O VILÃO SILENCIOSO QUE CONTAMINA AMBIENTES

Fitness Business 45

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Título que existe há oito anos e já se consolidou como a principal fonte de informação para gestores de academias, educadores físicos e empresas provedoras de soluções para o segmento. Tem periodicidade bimestral, circulação nacional e tiragem de 20 mil exemplares.

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JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 1

marketing verdeO ApElO SUSTENTáVEl

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queda de braçoAcAdEmIAS lUTAm pArA

OBTErEm BENEFícIOS FIScAIS

assédio moralO VIlãO SIlENcIOSO qUE

cONTAmINA AmBIENTES

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 20102

e mais:08 Entrevista

Malcolm Gladwell

15 Caso de Sucesso

D&D Pilates

18 Especial

Convenção IHRSA

22 Termômetro

26 Políticas Públicas

31 Mercado & Tendências

Licenciamentos

42 Gestão

Os impostos no fitness

50 Mercado & Tendências

Internacionalização

52 Eventos

54 Inovação

58 Artigo

Untitled-1 1 2/2/2010 15:24:50

aPelo sustentÁvelComo o marketing verde podecontribuir com o seu negócio?

assédio moralUm problema e tanto paraa área de gestão de pessoas

mercadoEsgrima atrai praticantes de todas as idades

equiPamentos & ciaBikes indoor para turbinar

sua academia

12

3856

46

sumário

caPa Escolha do Rio como sede das Olimpíadas de

2016 pode gerar até R$ 102 bilhões de impacto na economia brasileira. Mercado abrirá novos

nichos para profissionais do bem-estar

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c onstantemente, em minhas excursões pelo Brasil afora e também em viagens ao exterior, empresários e profissionais da área sempre me questionam sobre qual a chave para o sucesso no cenário competitivo e

de que forma é possível mensurá-lo.Sempre costumava repetir que ele nada mais é do que fruto da paixão por

aquilo que se faz, aliada ao esforço pessoal e à capacidade de empreender. No entanto, foi preciso reavaliar o discurso de uns tempos para cá. Quando to-mei contato com a obra de Malcolm Gladwell, autor de quatro verdadeiros best-sellers, dentre eles o imprescindível Fora de série – outliers (2008), passei a desenvolver outras visões.

Gladwell, que será palestrante na 29ª edição da Convenção Anual da IHRSA, afirma que o potencial para o sucesso não está nas mãos do indiví-duo, mas, ao contrário, reside nas mãos da sociedade. Em outras palavras, é o restante, não o indivíduo, que cria as condições para que uma dada pessoa ou empresa seja bem-sucedida.

As comunidades fornecem oportunidades, que é um dos papéis de uma sociedade moderna, e precisamos levar isso extremamente a sério. Traba-lho duro e talento não significam sucesso. Eles precisam de uma saída, um estímulo, um palco. E é justamente isso que retratamos nesta edição, tra-zendo casos vitoriosos de empreendimentos dos mais variados setores do bem-estar, os quais recentemente vêm experimentando índices satisfatórios de lucratividade em função da identificação de novos nichos em que se dis-ponibilizaram a atuar e também por instigarem sua base de colaboradores de maneira mais apropriada.

Outro assunto inquietante está na excelente reportagem de Fernando Stella que mergulhou fundo na “queda de braço”, travada há anos pelos pro-prietários de academias, apoiados por parlamentares brasileiros, cujo objeti-vo é enquadrar as empresas do fitness como pertencentes à área da saúde, o que reverteria em abatimento de impostos e consequentes benefícios à po-pulação. O repórter traça um paralelo com a realidade norte-americana e foi até o Ministério da Saúde ouvir o que pensa exatamente o governo federal sobre a questão.

Por fim, temos o Rio 2016. Os jogos da esperança e que prometem simboli-zar um divisor de águas para todo o País. Quais os setores que já se movimen-tam por conta da escolha da Cidade Maravilhosa como sede das Olimpíadas e o mercado de trabalho que promete se abrir para os educadores físicos habili-tados a trabalhar com o esporte como ferramenta de inclusão. Enfim, fomos desvendar a lição de casa trazida à tona pelo Rei Pelé na entrevista publicada em nossa última edição.

Boa leitura!

Waldyr SoaresPresidente do Instituto Fitness Brasil

Passaporte para o sucesso

editorialconselho editorialpresidente Fitness Brasil: Waldyr SoarescEO e presidente da IHrSA: Joe moore

Fitness brasil contato:gustavo de [email protected]

ihrsa contato:Jacqueline [email protected]

Projeto editorial e redação

Rua Sud Menucci, 154 – Vila MarianaCEP: 04017-080 – São Paulo – SP – BrasilTel./Fax: (11)5080-9100

diretora de redação:Leila Gasparindo – MTB [email protected]:Helen Garcia – MTB [email protected] assistente:Adriano Zanni – MTB [email protected]:Cassiano Branquinho, Fernando Stella, Larissa Leiros Baroni, Simone Bernardes e Vides JúniorProjeto gráfico e diagramação:Arthur Siqueirarevisão:Gisele C. Batista Rego

editora

Editoração, Comercialização e Distribuição de Publicações em GeralRua Brigadeiro Galvão, 34, sala 3 - Barra FundaSão Paulo / SP - CEP.: 01151-000 diretor comercial Romeu Gomes Paião Jú[email protected] e administrativoVivian Ingrid Igná[email protected] administrativoEvandro [email protected] editorial João Paulo [email protected] e relacionamento renata [email protected] Para assinar e/ou anunciar:Fone: (11) [email protected]

impressão: Intergraf

A Fitness Business Latin America é uma publicação bi-mestral da Fitness Brasil e IHRSA. É editada pela Trama Comunicação que não se responsabiliza por informa-ções, conceitos ou opiniões emitidos em artigos assina-dos, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. A tiragem desta edição, de 10 mil exemplares, é compro-vada pela BDO Trevisan.

Parceiros oFiciais

LATIN AMERICAFitnessBusinessFitnessBusiness

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Malcolm Gladwellentrevista

Por Jon FeldPara a Club business international - iHrsa

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uma mensagem menos esperançosa. Quando começamos a pensar nas coisas em termos de responsabilidade coletiva, torna-se mais fácil compreendermos como podemos criar maiores oportunidades.

Em Fora de série, você faz referência a algumas pes-quisas musicais que sugerem que uma das principais coisas que distinguem um músico de outro não é seu talento intrínseco, mas, ao contrário, o quanto ele tra-balha duro. Qual é a correlação entre esforço e sucesso?

Muito do que descrevemos como talento é, na verdade, o desejo e a disposição para trabalhar muito, muito duro. O famoso jogador de basquete Michael Jordan usou a prática de maneira implacável e o modo como ele fez isso foi mais deliberado e intenso que o modo de outros jogadores treinarem. Quando falamos de talento, temos essa ideia, que se refere a alguma habilidade intrínseca para pôr a mão na massa. Começo a pensar que grande parte do que nos referimos como talento é simplesmente uma atitude: o desejo puro e simples de pôr a mão na massa.

Você acrescenta aquela ideia que, resumidamente, você chamou de “a regra das 10 mil horas”. Do que se trata?

Esta é apenas minha constatação de que uma quantidade mínima de esforço parece necessária a fim de atingir uma perícia verdadeira. Entende-se que uma realização significativa requer trabalho sério, mas o que é novidade para mim é apenas quanto é necessário. O fato de que 10 mil horas – não 5 mil ou dez anos – coloquem as coisas em uma perspectiva diferente. Não existe nada de prodígio; nenhum sucesso que chega completamente formado. Provavelmente, em todos os casos, a habilidade excepcional é o resultado de um grande período de aprendizado. E, voltando ao que

Malcolm Gladwellentrevista

trabalHo duro e

talento não signiFicam

sucesso

e le nasceu na Inglaterra e cresceu em Elmira, na província de Ontário, Canadá. No Ensino Médio, foi um corredor de meia distância notável e ganhou o título

dos 1.500 metros nos campeonatos estudantis. Formou-se em História na Faculdade Trinity, em 1984. Nos três anos seguintes, escreveu para a The American Spectator, uma revista política conservadora. De 1987 a 1996, trabalhou no The Washington Post, nas áreas de negócios e ciência e, final-mente, tornou-se editor-chefe do jornal New York City. Atu-almente, é redator do The New Yorker, uma das publicações mais renomadas dos Estados Unidos.

Todo esse ecletismo profissional parece reproduzir fiel-mente o perfil de Malcolm Gladwell, 46 anos, autor de qua-tro best-sellers: O Ponto da virada (2000), Blink - a decisão num piscar de olhos (2005), Fora de série - outliers (2008) e o mais recente What the Dog Saw - And Other Adventures (2009). Obras que, definitivamente, não saem da cabeceira de inú-meros empresários de sucesso.

Gladwell é um dos keynotes convidados da 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show e conversou conosco sobre detalhes de fatos tidos como incom-preensíveis, que podem produzir um sucesso extraordinário.

Seus primeiros dois livros serviram como um pre-fácio para o último intitulado Fora de série: outliers. O que é exatamente um outlier?

Em termos técnicos, é alguém que, de certo modo, sai de sua experiência normal, tornando-se excepcional. Eu não gosto de definir o termo muito especificamente, porque a premissa da obra é que pessoas que fazem coisas notáveis podem nos ensinar vários aspectos sobre o sucesso e o que significa viver além dos limites.

Você conclui que os outliers em um campo particular, que alcançam um status elevado, conseguem isso pela combinação de habilidade, oportunidade e uma vanta-gem completamente arbitrária, ou seja, sorte. Isso sig-nifica que as oportunidades para os que não se configu-ram como outliers são, de algum modo, limitadas?

De certo modo, sim, mas eu gosto de colocar de uma maneira diferente. O potencial para o sucesso não está nas mãos do indivíduo, mas, ao contrário, reside nas mãos da so-ciedade. Em outras palavras, é o restante, não o indivíduo, que cria as condições necessárias para que uma dada pessoa ou empresa seja bem-sucedida. Uma das mensagens de Fora de série tem a ver com deslocar a responsabilidade de um empreendimento a partir do indivíduo para a organização, a comunidade, a cultura, o país. Eu não acho que essa seja

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eu disse um momento atrás, aprendizados são, por sua própria natureza, atos coletivos, certo? Se alguém precisa de dez anos para fazer alguma coisa bem, ele vai precisar de muita ajuda ao longo do caminho.

Uma das ideias provocativas que você fornece é que o QI não é o essencial – na verdade, nem mesmo impor-tante – para o sucesso. Como você pode defender este ponto de vista?

É o que mostram as estatísticas. Obviamente, inteligên-cia é importante até certo ponto. Há um determinado nível mínimo de QI necessário para fazer coisas complexas, mas a

partir de um certo ponto, não parece mais ser crucial. Os ga-nhadores do Prêmio Nobel têm todos QI acima de 120, mas se você tem um QI de 180, você não está mais propenso a ganhar um Prêmio Nobel do que alguém com um QI de 125.

Você diz que as pessoas tendem a focar em habilida-de, QI e outros fatores, mas geralmente se descuidam ou ignoram as possibilidades apresentadas pela oportuni-dade. Qual o papel-chave desempenhado pela sorte?

É a peça final do quebra-cabeças. Há um casamento, uma confluência, entre a paixão de alguém e o talento e no que uma determinada sociedade está interessada e apta a facili-tar. As comunidades fornecem oportunidades, que é um dos papéis de uma sociedade moderna, e precisamos levar isso extremamente a sério. Trabalho duro e talento não signifi-cam sucesso. Eles precisam de uma saída, um estímulo, um palco, que são coisas que somente a sociedade fornece.

Você também escreveu o valor de concentrar-se e fo-car intensamente em suas falhas, descrevendo um pro-cesso que você chama de “prática intencional”. Como o fato de concentrar-se naquilo que você não faz bem serve para o objetivo de atingir grandes resultados?

Uma das coisas que parece definir realmente os maiores conquistadores é um tipo de honestidade cruel quando chega o momento de aprenderem e praticarem seu ofício. É mais fácil para nós encobrirmos nossas fraquezas e irmos apenas desviando, fazendo as coisas que nos são mais fáceis. É um caminho para ser bom; não é um caminho para ser notável. As pessoas notáveis não se comportam desse jeito; elas não têm aquela fraqueza fatal. Por quê? Porque elas são mais que dispostas; na verdade, elas são ávidas, para confrontar o que elas fazem mal e então tentar melhorar.

Hora de resultados: em uma profissão ou negócios, como por exemplo, na indústria do bem-estar, o que, em sua maneira de pensar, constitui o verdadeiro sucesso?

No final de Fora de série, chego à conclusão de que o sucesso realmente é um trabalho significativo. A oportunidade de engajar-se em um trabalho complexo, autônomo em que há uma nítida relação entre esforço e prêmio. Se você puder dar às pessoas com quem trabalha ou para quem trabalha algo que seja interessante o bastante para chamar sua atenção, difícil o suficiente para que elas dominem alguma coisa e então que elas consigam fazer por si mesmas, recompensando-as de acordo, você está fundamentando as bases para o sucesso. Na análise final, o sucesso não é uma questão de dinheiro; é uma

questão de satisfação emocional e psicológica.

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gestão/rh Assédio moral

Estatísticas apontam quE 35% dos trabalhadorEs brasilEiros já sofrEram algum tipo dE violência psicológica no ambiEntE dE trabalho. o assédio moral ainda é um grandE tabu para muitos gEstorEs E EmprEsários. quais as mElhorEs formas dE Encarar o problEma?

Às vezes, o pecado mora ao lado

Por larissa leiros baroni

ais um ano se inicia. Hora de estabelecer novas metas de captação de alunos com

números ainda mais audaciosos. No entanto, muito mais difícil do que defi-nir as estratégias que serão adotadas ao longo dos próximos meses, é ter sabe-doria para cobrar resultados, sem fazer mau uso da superioridade, tampouco constranger os colaboradores. Afinal, o limite entre a pressão por um trabalho mais eficiente e o assédio moral é quase imperceptível. E, quando ultrapassado, pode trazer danos aos funcionários, ao empregador e, principalmente, à ima-gem do negócio.

Mas, mesmo diante de tantos pre-juízos, a barreira é transposta com bas-tante frequência. Segundo Margarida Barreto, doutora em Psicologia Social e médica do trabalho, a incidência do assédio moral atinge 16% da população economicamente ativa. “Isso conside-rando apenas casos de profissionais que são expostos constantemente a situa-ções humilhantes em suas jornadas de trabalho”, relata. O número, de acordo com ela, é ainda maior quando se tra-ta de atos isolados de violência. “Fato vivenciado por 35% dos trabalhadores brasileiros”, aponta. As estatísticas, po-rém, não incluem aqueles profissionais que sofrem o assédio em silêncio e nem mesmo os que não sabem que são víti-

mas do crime.

O assédio moral só é reconhecido quando a perseguição é constante. “É fru-to de uma conduta abusiva. Ocorre, ma-joritariamente, em um ambiente hostil e de alta pressão, em que o profissional re-corre ao constrangimento e a maledicên-cia para se livrar de um funcionário que lhe causa incômodo”, explica Margarida.

Incômodo originado pela popular inveja, pelo medo, pela insegurança ou, até mesmo, pelo preconceito. O limite do comportamento profissional, se-gundo a médica, é o respeito ao outro. Ainda que o fato esteja presente em to-das as áreas, Margarida afirma que sua incidência é ainda maior nos setores ligados à saúde.

“Isso inclui ainda os serviços rela-cionados ao bem-estar, inclusive as aca-demias de ginástica”, diz a médica, que justifica o fato à pressão pelos resul-tados, bem como pelo excesso de tra-balho. “Cobranças que nem sempre se

restringem à capacidade. Em alguns casos, incluem também a exigência por uma aparência mais saudável, sarada e bonita”, completa.

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via de mão duPlaDiferentemente do que muitos

acreditam, o ato caracterizado como crime contra a moral de um trabalha-dor não é cometido exclusivamente entre superior e subordinado. “Embora o mais comum seja praticado de for-ma vertical descendente, ou seja, de cima (chefia) para baixo (empregado), há incidências de assédio ascendente, em que é o funcionário que aterroriza o seu gestor”, descreve o autor do pri-meiro livro brasileiro publicado sobre o assunto, Assédio Moral - dando a volta por cima, João Renato Alves Pereira. Ele também cita a existência do assédio pa-ritário, cometido entre profissionais de um mesmo nível hierárquico.

Portanto, a função de um bom ges-tor não se limita a suas ações. Ele tem também o dever de garantir que seus colaboradores não cometam o crime dentro da empresa. “Até porque a orga-nização é corresponsável por tudo que acontece em suas dependências”, expli-ca Pereira.

Na opinião dele, no entanto, a cul-pa não será o único problema que a empresa terá de enfrentar caso venha a presenciar a ocorrência do assédio. “A agressão, geralmente, causa um desgaste psicoemocional no assediado. Além de afetar diretamente sua pro-dutividade, também colaborará para a poluição do ambiente de trabalho e

poderá ser transpassado inclusive aos clientes, manchando, assim, a imagem do negócio”, relata. “Sem contar com o aumento do índice de afastamento de funcionários por licença médica, já que a incidência também desencadeia problemas psíquicos – depressão, sín-drome do pânico, alcoolismo – e até fí-sicos, tais como gastrite e enxaqueca”, acrescenta o especialista.

Apesar de não existir uma fórmu-la para a extinção desses incidentes, Pereira recomenda o diálogo, o trei-namento e a troca de informações como ação preventiva. “Incluiria nas políticas internas os aspectos sociais, como a criação de normas de compor-tamento e de ética”, sugere o autor.

na base do diÁlogoNa Academia Apollo Evolution,

com sede no Paraná, não foi necessária a adoção de uma medida exclusiva ao combate do assédio moral. Segundo a proprietária Roberta de Aquino Muller, os valores da empresa já incluem ques-tões referentes ao respeito ao próximo. “Aspecto que deve ser praticado rigoro-samente por todos que fazem parte da equipe”, diz ela, que também enfatiza a importância do diálogo com todos os colaboradores.

“São mantidas conversas periódicas com os funcionários, estimulando a paz e o bom relacionamento entre todos os níveis.” Com 29 empregados e três em-preendimentos, Roberta garante que a academia nunca presenciou agressões caracterizadas como assédio moral.

Mas se mesmo diante de todas as precauções o fato persistir em aconte-cer, a medida é agir. Segundo Marga-rida, silenciar não ajuda a combater a opressão do chefe tirano. “O silêncio é um aliado da violência”, enfatiza. O primeiro passo, de acordo com ela, é chamar o agressor para uma conversa

Embora não haja nenhuma lei específica para o assédio moral no Brasil, o crime está amparado por diversos artigos da legislação brasileira, inclusive da Constituição Federal. “O respeito e a dignidade humana fazem parte da lista de direitos fundamentais previstos no País. No código penal, por exemplo, a injúria, o constrangimento e o racismo também são caracterizados como crime. Todos são elementos do assédio moral”, explica Margarida Barreto, doutora em Psicologia Social e médica do trabalho.

o que diz a legislação?

franca. “Muitas vezes, o conflito que desencadeia o assédio moral pode sur-gir de um mal-entendido”, lembra a médica. Caso a conversa não amenize a perseguição, é hora de recorrer ao au-xílio de terceiros. “Procure a ouvidoria da empresa, os superiores ou ainda as associações de classe e as delegacias do trabalho”, recomenda.

O diretor da Forma Atlética, com sede no Ceará, Luiz Carlos Loiola e San-tiago, mantém um canal de comunicação aberto com todos os seus funcionários e clientes também como forma de preven-ção. “O treinamento constante de nossos colaboradores e as conversas periódicas sobre o assunto são complementados a partir desse espaço de interação e denún-cias. Assim, pequenos desajustes podem ser facilmente reestruturados para que problemas maiores – como o assédio mo-ral e até mesmo sexual – não sejam de-senvolvidos”, afirma ele, que assegura o sucesso da medida com a inexistência de casos de perseguições hostis.

16%da PoPulação

brasileira economicamente ativa Já soFreram

algum tiPo de assédio moral no ambiente de

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caso desucesso Eduardo Fraga

Cidadãodo mundo

Por adriano zanni

formado Em fisiotErapia no rio dE janEiro, ElE já trabalhou Em clubEs dE futEbol no qatar E rEsidiu na frança ondE tEvE sEu primEiro contato com o pilatEs. “Era o mEu rEinício”, diz Eduardo fraga, sócio-proprietário da d&d pilates, que fechou 2009 com faturamento bruto de r$ 12 milhões

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múltiPlos caminhosJá no início da Faculdade de Fisioterapia, comecei a trabalhar

com o futebol. Acabei me dedicando a essa área durante 8 anos. Trabalhei no Botafogo. Depois, fui para o Oriente Médio onde atuei no All Rayyan e na Seleção do Qatar até as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Sempre fui apaixonado pela fisioterapia desportiva e me especializei nisso. Ao retornar para o Brasil, após o nascimento da minha filha Beatriz, decidi dar outro rumo à vida. Havia tido uma experiência passageira com o método Pilates e passei a me dedicar a esse mercado.

a Primeira vezMeu contato inicial com o Pilates ocorreu em uma

cidadezinha muito aconchegante chamada Évry, a 40 minutos de Paris. Eu era fisioterapeuta da Seleção de Futebol do Qatar e fazia uma pré-temporada para as eliminatórias da Copa. Todos os dias, quando seguia em direção ao hotel onde estávamos concentrados, passava em frente a um pequeno estúdio de uma tal

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atividade que tinha aparelhos muito es-tranhos, feitos de madeira e aço. Depois de certo receio, resolvi entrar e conhecer um pouco do método com o instrutor da-queles exercícios “malucos”, um francês chamado Gerard. Ele era um amante do futebol (tive de aguentar algumas piadas sobre aquela fatídica final da Copa de 98), mas não era fisioterapeuta, e sim um bai-larino que havia conhecido o Pilates há 15 anos. Meu interesse aumentava a cada dia, a cada nova ideia que relacionava com a fisioterapia. Trabalhei com o futebol por mais um ano e resolvi voltar para o Brasil. O Pilates foi meu reinício.

saber emPreenderNunca tinha me aventurado como

homem de negócios. Sempre conservei o espírito empreendedor, mas aguarda-va a chegada do momento certo. Essa insegurança talvez venha da própria época da graduação, pois acredito que o universitário não é estimulado a em-preender. O difícil no começo da D&D Pilates foi achar as pessoas certas nas horas oportunas. Faltava experiência. Eu ministrava os cursos, desenvolvia os equipamentos e minha sócia, também minha esposa, os vendia.

os três mosqueteiros No final de 2006, tivemos mais uma aju-

da do destino. Com todo nosso crescimento e a necessidade de reestruturar a parte fa-bril, tivemos de buscar uma nova parceria. Conhecemos, então, Luiz Fernando Paiva, hoje também sócio da D&D que, além da larga experiência industrial no mercado mo-veleiro, foi uma peça importantíssima para compor esse time tão bem afinado.

raio X do sucessoHoje, nossa empresa possui 70 funcio-

nários atuando na fábrica, além de 18 co-laboradores no departamento comercial. A unidade fabril tem uma área de 3 mil metros quadrados. Investimos, neste ano, mais de R$ 700 mil na aquisição de novas máquinas. Em 2009, tivemos um fatura-mento bruto de R$ 12 milhões. Em 2010, com a abertura de novas frentes e também do mercado norte-americano, projetamos crescimento em torno de 30%.

o FuturoAcredito muito no crescimento do mer-

cado por mais alguns anos. É inacreditável o potencial do wellness no Brasil. No que tange ao Pilates, muitos profissionais dos grandes centros ainda não o conhecem. No entanto, em nosso país, as políticas de incentivo, infelizmente, ainda são muito incipientes. Com todo o potencial que de-senvolvemos nos esportes, nos serviços de apoio, com nossa indústria cada vez mais preparada e competitiva, poderíamos es-tar alçando voos muito maiores. Espero, daqui a dez anos, estar com nossa empre-sa estabilizada, com um número maior de pessoas beneficiadas com nossos produtos e propostas. aparelhos auxiliam atletas no treinamento para modalidades como o golfe

de pai para filha: ao lado de beatriz, 8 anos, ressalta a importância de fazer bem as lições de casa

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caso desucesso Eduardo Fraga

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com o slogan “o futuro é você”, 29ª edição da annual ihrsa intErnational convention & trade show promEtE sEr a porta dE Entrada para a implementação de uma cultura dE mudança por partE do EmprEsariado do sEtor. EvEnto dEvE rEunir mais de 350 expositores e 12 mil participantEs

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Por adriano zanni

ara os empresários e demais pro-fissionais ligados à indústria do bem-estar, março promete ser

mais um mês para carimbar o passa-porte. A excursão tem destino certo: San Diego, na Califórnia (EUA). A 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show é parada obrigatória, sobretudo, para quem, du-rante 2009, vivenciou inúmeros desa-fios para levar adiante os negócios em função da crise que abalou as principais economias do planeta.

Com o tema central “O futuro é você”, o evento deve reunir cerca de 12

esPecial 29th Annual IHRSA International Convention & Trade Show

Check-in para a mudançamil participantes de 90 países nas pa-lestras, workshops, trade show e demais atividades. Serão mais de 350 exposito-res reunidos de 10 a 13 de março, na costa oeste dos Estados Unidos.

“A situação econômica global tem exigido uma forma diferente de fazer negócios. Cada um teve de reorgani-zar sua maneira de pensar e executar as ações no dia a dia. No centro de tudo, está o profissional dedicado. Ele é quem tem a chave para a mudança”, destaca Joe Moore, presidente e CEO da International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA).

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Um dos destaques da programação será a palestra intitulada “Switch: como mudar as coisas quando a mudança é difícil”, ministrada pelo consultor Chip Heath, professor de Comportamento Organizacional na Graduate School of Business, da Universidade de Stanford.

O coautor do livro Made to Stick: why some ideas survive and others die, consi-derado um verdadeiro best-seller pela crítica especializada de veículos como The New York Times, Wall Street Journal e Business Week, falará sobre como a mu-dança torna-se difícil nas empresas, nas carreiras e na própria vida dos colabo-radores e sobre como é possível driblar resistências em diversos setores e fazer novos processos vingarem.

Heath irá ilustrar e explicar as situ-ações em que uma mudança radical foi adotada por determinada organização, inclusive citando como um empresário conseguiu transformar a mentalidade dos empregados céticos, tornando-os fanáti-cos por seu negócio, o que ajudou a me-lhorar o atendimento ao cliente e salvou a empresa do processo de falência.

decodiFicar Para reconstituirPara Malcolm Gladwell, outro pa-

lestrante do evento, existe uma cultura empresarial arraigada no setor que pri-

ma pela atenção às pessoas bem-suce-didas, sem notar de fato as origens des-ses indivíduos: sua cultura, educação familiar e a geração a qual pertencem.

Segundo o autor do livro Resulta-dos: a história de sucesso, publicado em 2008 e recordista em vendas, os segredos de uma vitoriosa trajetória profissional ligada ao empreende-dorismo podem ser decodificados, copiados e, até mesmo, reconstitu-ídos. Gladwell revelará as reais e, na maior parte, negligenciadas pe-ças-chave para o sucesso extraordi-nário nas corporações. Ele cria um modelo inovador para consolidação do sucesso e sugere maneiras de dar aos profissionais as melhores opor-tunidades sem desperdiçar o poten-cial humano.

“A convenção serve também a um propósito crítico: juntar-nos para co-memorar nossas realizações e, o mais importante, nos prepararmos para o futuro por meio da educação, inspi-ração, inovação e relação com nossos parceiros. Assim, pretendemos forta-lecer os canais de networking e apon-tar tendências que ditarão os rumos do cenário fitness na próxima década”, contribui Moore.

Para inscrever-se na 29ª edição da Annual IHRSA International Convention & Trade Show, basta acessar o site: www.ihrsa.org/convention. Informações com Jacqueline Antunes, pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (+1) 617-316-6742. Há descontos promocionais válidos por tempo limitado. Ao se inscrever, utilizando o código “latinoamerica10”, os participantes terão direito a um desconto de US$ 100 sobre o preço de tabela. Grupos de profissionais terão acesso a preços especiais.

ProgrAme-se

KEynotEs de reconhecimento internacional e Palestras esPeciais

mais de 100 Palestras educativase worksHoPs

Programação esPecialcom tradução simultânea

Para o esPanhol

Fórum LAtino-AmericAno

discussão de tendências Futuras

eXcePcionais oPortunidadesde networking

eventos sociAis – recePção de abertura e Planeta ihrsa

grande trade sHow :eXPectativa entre 350 e 400

eXPositores

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FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201022

Qual o custo e material para a montagem de academia? Pedro AlvArengA de CArvAlho

rio de Janeiro - rJ

antes de tudo, você precisa definir o público-alvo de sua academia. dessa forma, você irá direcionar seus investimentos para a infraestrutura necessária para atender com excelência seu cliente. utilizando equipamentos de qualidade, a média de investimento está entre r$ 15 mil e r$ 3 milhões. fatores como localização, aquisição do local ou ponto, reformas e adaptações necessárias interferem diretamente nesse valor. ter um bom capital de giro é que lhe possibilitará manter seu negócio estável, de maneira que irá cobrir as despesas da academia até que ela comece a dar lucro e se autossustentar. como fisioterapeuta, posso trabalhar com ginástica laboral sem a presença do profissional de educação física? ClAriCe Mendes

Curitiba - Pr

sim, desde que o profissional fisioterapeuta atue no tratamento de lesões relacionadas a causas do trabalho. a partir do momento que este trabalho de tratamento se encerra, inicia-se o treinamento ou manutenção da forma física, área de atuação do profissional de educação física. este é um assunto polêmico e que permeia quase todas as profissões que atuam em áreas próximas. cabe aos profissionais de ambas as áreas respeitarem suas abrangências de atuação e posicionarem-se com ética.

*Colaboração: Cleiton de Castro, pós-graduado em Fisiologia do

Treinamento Personalizado pela Unifesp/ePM e atua como consultor

e professor na área de educação física, vendas e atendimento fitness.

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sObe e desce

ranking da Qualidade de vidaem pesquisa publicada pela revista americana international living, o brasil aparece na 38ª posição entre 200 países do mundo em qualidade de vida, que leva em consideração custo de vida, cultura e lazer, economia, ambiente, liberdade, saúde, infraestrutura, segurança e risco, e clima. os quesitos liberdade, risco e segurança, e clima foram os mais bem avaliados em terras brasileiras.

além das fronteirasas filiais brasileiras da rede internacional de academias contours, dedicada exclusivamente às mulheres, está exportando o modelo de serviços implementado no brasil para as unidades do Japão, estados unidos e austrália. entre os serviços mais procurados estão o de estética e massagem.

pontos a melhoraro brasil recebeu as piores avaliações nos quesitos lazer e cultura, e infraestrutura na pesquisa que mede qualidade de vida, pela revista americana international living. À frente do brasil no ranking, entre os latino-americanos, aparecem ainda chile (31º lugar), costa rica (33º) e panamá (34º). no topo do ranking estão a frança, austrália e suíça, respectivamente.

ficou no passadoestudo divulgado pela les Mills international, empresa americana especializada no desenvolvimento de programas de treinamento para academias no mundo todo, afirma que promover soluções fitness para combater problemas de saúde como diabetes e obesidade não serão suficientes para fazer a indústria crescer. os empresários do setor devem levar em consideração os impactos da inovação na ciência, medicina e no mundo digital no cotidiano da população para promover soluções e serviços para o seu público.

ponto de encontro

frequentadores de academia de ginástica e demais interessados pelo universo fitness agora têm um novo espaço para interagir na internet. no portal wo2, gestores de academias, professores e alunos podem se relacionar, trocar ideias e experiências por meio de uma rede de relacionamento onde o assunto principal é a importância do exercício físico aliado à qualidade de vida. vale um clique: www.wo2.com.br

propaganda de outro mundouma das maiores academias de ginástica do reino unido divulgou um anúncio polêmico. o clube cadbury house lançou uma campanha na qual alerta que “os gordos serão os primeiros a ser devorados quando os alienígenas chegarem”, segundo o jornal inglês daily Telegraph. a publicidade foi publicada em jornais e no site do clube localizado em bristol. o anúncio causou polêmica entre os moradores da região e também entre internautas do mundo todo.

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a qualidade de vidaAlém do frevo,

Políticas Públicas Recife - Academia da cidade

Por simone bernardes

programa pionEiro da prefeitura de recife (pe) lEva aulas dE ginástica E dicas nutricionais para Espaços públicos da cidadE. mais de 60 mil moradores já adEriram à iniciativa quE conquistou até mEsmo adeptos no exterior

á seis anos, os exercícios da cami-nhada diária de Antônio Tavares Pedrosa pela orla da praia de Boa

Viagem, em Recife (PE), ganharam novo reforço. Desde 2004, todas as manhãs, o médico aposentado de 79 anos deixa seu apartamento, no mesmo bairro, para unir-se ao grupo de moradores nas aulas de ginástica oferecidas pela Secretaria de Saúde da capital pernambucana.

“As atividades ocupam o meu tem-

po e me garantem uma vida saudável. Nem me lembro quando foi a última vez que senti as dores em decorrência da artrose que aflige minhas articula-ções”, comenta.

h A iniciativa também inspira jovens como Jade Cleide Gomes. A técnica de enfermagem de 28 anos encontrou no programa o estímulo que precisava para perder peso e ganhar qualidade de vida. Desde que começou a participar das au-las de ginástica, ela emagreceu 17 quilos. “Encontrei o bem-estar, a saúde e a auto-estima que procurava”, comemora.

Assim como Antônio e Jade, outros 60 mil habitantes aderiram ao programa “Aca-demia da Cidade” criado em 2002 pela Se-cretaria Municipal de Saúde de Recife com o objetivo de promover a prática de atividades físicas e incentivar a adoção de hábitos sau-dáveis entre a população.

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dos que, entre outras coisas, investiga em todo o mundo intervenções públicas que promovem a prática de atividade física e promoção da saúde, considerou o progra-ma como o mais bem organizado do Brasil.

Ao tomar contato com o resultado analítico divulgado pelo CDC, a Univer-sidade Estadual de San Diego, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, con-vidou a equipe responsável pelo projeto, em Recife, para levar a iniciativa para as comunidades latinas que vivem em terras norte-americanas. O programa deve ser implementado por lá em até três anos.

Tantos reconhecimentos serviram como exemplo para outras cidades bra-sileiras que se mostraram interessadas em adotar a mesma política. Os gover-nos municipais de Aracaju (SE) e Belo Horizonte (MG) já organizaram projetos dessa natureza. Algumas universidades de Alagoas e São Paulo também estudam a viabilidade de implementação do pro-grama para desenvolver ações em suas respectivas regiões de atuação.

“Ao longo dos anos, conseguimos atingir esse objetivo primordial e, de quebra, o programa ainda requalifica os espaços públicos da cidade, auxiliando na conservação do patrimônio”, ressalta Ebrevaldo Gonçalves Cavalcanti Júnior, gerente do programa.

Para atender a demanda, 85 profissio-nais de educação física, 8 nutricionistas e 28 estudantes das duas áreas atuam na realização de aulas de ginástica, palestras, orientações nutricionais, caminhadas e avaliações físicas nos 21 polos espalha-dos pela cidade. Os atendimentos somam aproximadamente 60 mil procedimentos ao mês. Pessoas de qualquer idade podem frequentar as atividades que acontecem entre 5h30 e 8h30 e das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira.

De acordo com o secretário de saú-de, Gustavo Couto, a prefeitura já in-vestiu mais de R$ 12 milhões desde a implementação do primeiro polo do programa. O dinheiro foi aplicado na construção e requalificação de espaços

de lazer, em recursos humanos e na aquisição de equipamentos.

“O programa é uma estratégia da po-lítica de promoção da saúde tendo em vista que a atividade física, a alimentação saudável e o lazer são direitos básicos de todo cidadão”, salienta. Até 2012, outros dez polos devem ser inaugurados.

além das FronteirasOs diversos prêmios que o “Acade-

mia na Cidade” recebeu tornaram Recife uma referência no Brasil e no exterior no que diz respeito à adoção de políticas públicas que promovem a qualidade de vida dos cidadãos.

Em 2004, o Ministério da Saúde reco-nheceu a iniciativa como uma ação exitosa. No ano seguinte, o “Academia da Cidade” foi eleito o melhor programa de ativida-de física das Américas pela Fundación Ciudad Humana, da Colômbia. Em 2007, uma pesquisa científica do Centro de Con-trole e Prevenção de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde dos Estados Uni-

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inda existe um vasto mercado para ser ocupado. A taxa de pra-ticantes de atividades físicas na

população brasileira ainda é muito bai-xa, da ordem de 2%, se comparada a dos mercados americano ou europeu. Sem dúvida, as classes C e D estão em franca ascensão, mas poucos empresários têm investido com eficiência neste público. No entanto, este não é o foco do nosso trabalho. Não é por esta fatia do bolo que pretendemos lutar.”

A declaração faz parte da cartilha de um dos empresários mais influentes do fitness no País. Há 27 anos, Mário Sér-gio Luz Moreira criava a Runner, que se transformaria em uma das mais lucra-tivas redes de academia de ginástica e também em sinônimo de padronização de processos e atendimento de excelên-cia aos usuários.

“De três anos para cá, passamos a re-fletir sobre a possibilidade de um mode-lo de gestão mais rigoroso e padronizado em nossas unidades próprias e observa-mos que nas academias onde o gestor/proprietário estava mais próximo, os re-sultados eram bem melhores em relação às outras. Esse foi o insight para a criação da divisão de licenciamentos. A primeira operação foi extremamente satisfatória, em 2007. Depois, passamos a intensifi-car as ações”, diz Mário Sérgio.

O executivo refere-se à academia localizada na Granja Viana, região

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mercado & tendências Licenciamentos

rede de academias runner encerrou 2009 com ampliação de 100% no volume de contratos negociados

Aposta nos licenciados

metropolitana de São Paulo, que, dois anos após se tornar uma licenciada da marca, viu o número de usuários saltar de pouco mais de 300 para cerca de 1,4 mil ao final de 2009. Hoje, a Runner conta com 10 unidades licenciadas em todo Brasil. A meta é chegar a 22 até dezembro de 2010. O grupo fechou o ano passado com crescimento de 100% quanto ao volume de contratos de li-cenciamentos estabelecidos.

“Pretendemos investir em parce-rias com academias independentes que possuam perfis semelhantes àque-las que gerenciamos. O investimento inicial para se tornar um licenciado é muito relativo e depende do patamar em que a academia que nos contata se encontra. Algumas já atuam sob um sistema de gerenciamento muito próxi-mo do padrão que costumamos adotar e apenas com uma campanha forte de marketing conseguimos promover a ‘virada’ da bandeira. Outras não”, de-talha Peter Thomas, diretor da Runner Licenciamentos.

Para Thomas, o segredo do sucesso está também no modelo não “engessa-do” de gestão que o licenciamento pre-coniza, diferentemente do franchising. Ele ainda cita as quatro áreas de supor-te ao licenciado: marketing, comercial, treinamentos técnicos e tecnologia da informação. “A ideia é que passemos a ser cada vez mais reconhecidos como uma empresa provedora de know-how

na área de gestão de academias, de vendas e de suporte técnico”, detalha.

AcAdemiAs-conceitoO presidente da Runner afirma que

manterá quatro unidades próprias da marca, todas elas já em amplo processo de reforma, com o intuito de torná-las mo-delos de referência em diversos segmen-tos de negócios. “A academia localizada em um shopping paulistano, na Avenida Paulista, está praticamente sendo recons-truída para atender a essa necessidade.”

Outra academia-conceito será a de Moema, bairro nobre da capital, que se tornará modelo de “unidade de rua” fo-cada no público jovem, com 4 mil m² de área. Ainda serão mantidas a unidade da Avenida Angélica, no bairro Higienópolis, com 2 mil m², além de uma outra acade-mia focada na frequência familiar, pró-xima à região do Butantã, zona oeste de São Paulo, com 12 mil m². “Somadas, elas apresentam 22 mil m² de investimentos.

“A atividade física estará cada vez mais presente no dia a dia das pes- soas. Nossa intenção, além de manter as unidades próprias, é ser uma opção para quem tem paixão por sua acade-mia no interior de São Paulo ou em ci-dades mais distantes e que deseja estar plugado nessa onda da qualidade de vida e do bem-estar, preparado tecno-logicamente e munido de informações importantes que agregam diferencial”, projeta Mário Sérgio.

Por adriano zanni

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caPa Olimpíadas 2016

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a Escolha do rio como sEdE das olimpíadas e paraolimpíadas de 2016 promete alavancar novos nEgócios Em todo o país. sEgundo Estudos, o impacto na economia pode chegar a r$ 102 bilhões com desdobramentos até 2027

Os jogos das oportunidades

Por adriano zanni

e no cenário internacional a escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpi-

cos de 2016 contribuiu para inserir defi-nitivamente o Brasil entre os países para os quais as atenções do mundo todo se encontram voltadas, no cenário interno, o feito adquiriu contornos ainda mais signi-ficativos e promete simbolizar um “divisor de águas”. Não apenas no tocante à modi-ficação do status quo da capital fluminense, mas também quanto à oportunidade de

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salto em alturaApontada como uma das áreas que

mais devem se desenvolver, a hotelaria pro-jeta construção de 12 mil novos leitos na ci-dade para atender às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), concentra-dos principalmente nas zonas sul, central e também portuária, onde a maioria das competições será disputada.

“Também devem ser construídos re-sorts no Recreio e na Barra da Tijuca. O incentivo dado pelo governo na concessão de linhas de crédito para a construção de empreendimentos dessa natureza pro-mete impulsionar o setor”, afirma Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ).

A expectativa é de geração de 10 mil postos de trabalho nos novos hotéis até 2016. “O Rio de Janeiro se tornará a ca-pital mundial da qualidade de vida e do incentivo à prática de atividades físicas. Haverá uma série de eventos paralelos que atrairão muitos turistas estrangeiros e isso exigirá uma infraestrutura de ponta, antes mesmo da realização das Olimpía-das”, avalia Lopes.

O presidente da ABIH-RJ ainda cita a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, como agente catalisador do processo de mudança da estrutura hoteleira, pois todo o Comitê Organizador da Fifa e a imprensa mundial

geração de novos negócios e incremento da qualidade de vida da própria população.

Relatório divulgado pela Fundação Ins-tituto de Administração (FIA), de São Pau-lo, encomendado pelo Ministério dos Es-portes, revela o possível impacto dos Jogos na economia brasileira, que pode chegar a R$ 102,2 bilhões, com reflexos até 2027.

Construção civil (10,5%), serviços imobiliários/aluguéis (6,3%), serviços em geral (5,7%), petróleo/gás (5,1%), in-formática/comunicação (5%) e transpor-tes (4,8%) encabeçam a lista dos setores que mais receberão recursos nos próxi-mos seis anos.

Para Carlos Arthur Nuzman, presi-dente do Comitê Organizador dos Jogos e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), os ganhos vão além das divisas do município. De acordo com o levantamento da FIA, mais da metade da massa salarial (50,9%) e dos empregos (53,1%) gerados pelas Olim-píadas beneficiará pessoas que moram em outras regiões do País.

“Em cidades como Barcelona, Sidney e Pequim, a realização dos Jogos repre-sentou uma grande força transformadora. Entre outros fatores, permitiu o incre-mento do trabalho, a modernização do sistema de transportes e a aceleração de programas voltados para o meio ambien-te. Mas os benefícios não se restringem apenas à cidade-sede. Empresas de todas as regiões poderão aproveitar as oportu-nidades geradas pelas demandas de for-necimento de produtos e serviços para as Olimpíadas”, avalia.

Outro dado que chama atenção diz

respeito ao número de postos de trabalho impulsionados pelas Olimpíadas. A ex-pectativa é que sejam criadas 120 mil no-vas vagas anualmente, entre 2010 e 2016. Na década seguinte, entre 2017 e 2027, o montante seria ainda maior: 130 mil no-vos empregos ao ano.

caPa Olimpíadas 2016

10,5%construção civil

6,3%serviços imobiliários/

aluguéis

5,7%serviços em geral

5%inFormática/comunicação

4,8%transPortes

distribuição dos investimentos Por setor nos PrÓXimos 6 anos

nuzman: “empresas de todas as regiões poderão aproveitar as oportunidades geradas”

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ficarão instalados no Rio. “É preciso inves-tir na mão de obra que fará o receptivo aos profissionais e turistas. Para isso, estão sendo estudados programas de formação e reciclagem profissional com vistas à exce-lência dos serviços prestados”, diz.

No verão de 2009, a cidade sofreu uma significativa redução quanto à pro-cura por pacotes no mercado turístico in-ternacional, diminuindo sua participação de 50% para algo em torno de 20% com relação à preferência dos turistas estran-geiros. “Nesta temporada, já elevamos

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cApA Olimpíadas 2016

esse índice para cerca de 40%. Isso em função do final da crise e da exposição positiva do Rio de Janeiro como cidade-candidata”, acredita Lopes.

A Accor Hospitality é um dos grupos hoteleiros com boas expectativas de ne-gócios para os próximos anos. Atualmen-te, cerca de 60 novos projetos estão em fase de implementação no Brasil, sendo que o segmento econômico, leia-se ban-deira Íbis, concentra boa parte dos inves-timentos da organização.

“Até a Copa do Mundo, serão cons-truídos mais 16 novos empreendimen-tos, além de outros prováveis 18 proje-tos que estão em negociação avançada. Investimentos que já servem também para as Olimpíadas do Rio. Pretende-mos ter, pelo menos, 110 hotéis ope-rando nas cidades da Copa para rece-ber os viajantes”, afirma Roland de

Bonadona, CEO da Accor Hospitality América Latina.

esPírito de equiPeEm janeiro, o governo federal lançou

um pacote de ações para reforçar o esque-ma de segurança para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Uma das principais medidas prevê complemento salarial de R$ 1.200, uma espécie de bolsa-auxílio, para cerca de 50 mil policiais que trabalharão nos dois eventos. Além disso, os fornecedores de serviços, máquinas, veículos, materiais de imagem e outros ne-cessários para a realização das competições terão isenção de impostos federais.

Para Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a concessão de benefícios é uma ação de extrema importância para incen-tivar o investimento privado. “Além dis-

so, isso acaba impactando positivamente outros empreendimentos que estão por surgir, como esperamos que aconteça no entorno da área portuária do Rio, que está em processo de revitalização”, afirma.

O Decisão Rio 2010-2012, estudo rea- lizado pela Firjan, lançado em agosto de 2009, portanto antes da decisão olímpica, aponta que já existem investimentos em andamento na indústria do turismo da ordem de R$ 300 milhões para o período. “Porém, com a realização das Olimpíadas, esse investimento certamente crescerá. Fora isso, por intermédio do Senai, estamos atuando fortemente na capacitação dos trabalhadores, o que, em última análise, aumenta a competitividade da indústria e seu potencial como fornecedor de insumos e força de trabalho qualificada”, diz Vieira.

Nuzman acredita que a implementação da mão de obra atuante nos Jogos será um

sem Perder o bonde

Além da preocupação com a acomodação dos visitantes, talvez outro “calcanhar de aquiles” no tocante à realização dos Jogos esteja na rede pú-blica de transportes que, durante décadas, permaneceu relegada a investi-mentos considerados tímidos por parte dos governos que se sucederam, a exemplo de outras capitais brasileiras.

Há aproximadamente 40 anos, por exemplo, discute-se a implementação do chamado Trem de Alta Velocidade

(TAV), interligando as regiões metropolitanas das duas metrópoles do País: São Paulo e Rio de

Janeiro. Com a eleição desta última como sede das Olimpíadas, o projeto pa-

rece que irá finalmente sair do papel. A intenção era ter o TAV

implementado até a Copa, porém, atrasos nos editais de concorrência impossi-bilitaram o cumprimento da promessa.

Fato é que diversos grupos empresariais es-

trangeiros, detentores da tecnologia do modelo de transporte, tiveram a atenção despertada por

conta das possibilidades de negócios que circu-

lam além dos t r i -

lhos. A concorrência, cujo resultado final deve ser divulgado no mês de maio, reúne empresas da França, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, entre outros países.

Com escritório na capital paulista, a Trends Engenharia e Infraestrutu-ra é um dos exemplos mais claros dos ares cosmopolitas que já começam a tomar conta dessa atmosfera olímpica no cenário econômico. A empre-sa integra um consórcio formado por companhias brasileiras que repre-sentam os interesses de um conglomerado coreano e que participaram ativamente da elaboração dos estudos de viabilidade acerca da imple-mentação do TAV, cujo projeto foi estimado em US$ 35 bilhões.

O grupo está na concorrência para a construção dos 510 quilômetros de trilhos que ligarão Campinas, em São Paulo, a Barão de Mauá, na região metropolitana do Rio, passando pelos principais aeroportos. A empresa vencedora viabilizará toda a estrutura para execução do projeto em troca da exploração exclusiva das operações ao longo de 40 anos.

“É um projeto estratégico. Sem ele, o Brasil não se tornará uma po-tência, uma vez que não pode ficar na dependência dos aeroportos e es-tradas para promover o escoamento de cargas e o transporte acessível de pessoas. Foi assim com o trem de alta velocidade que liga Paris a Lyon, Osaka e Tóquio, dentre outros exemplos. A Copa de 2014 e as Olimpíadas do Rio, sem dúvida, contribuíram para inserir o TAV na agenda pública de compromissos”, afirma Paulo Benites, presidente da Trends.

Segundo estudos da Agência Nacional de Transportes Ter- restres (ANTT), se o TAV já circulasse hoje, poderia absorver metade dos passageiros que fazem o trajeto Rio - São Paulo. Vale lembrar que cerca de 7,3 milhões de pessoas fizeram essa viagem em 2008.

quanto isso vai custar?

Seguindo as orientações do Comitê Olím-pico Internacional (COI), foram elaborados dois orçamentos para os Jogos: o primeiro referente ao Comitê Organizador (orça-mento Cojo) e o segundo dos três níveis de governo (orçamento Não Cojo).

O orçamento Cojo é relativo aos custos de planejamento e operação do Comitê para montagem de instalações tem-porárias e de estruturas de apoio em todos os locais de competições. O valor será de R$ 5,6 bilhões, sendo que 31% virão de aporte do COI, 45% de capital privado (marketing, venda de ingressos

e licenciamento) e 24% dos governos municipal, estadual e federal.

O orçamento Não Cojo refere-se ao inves-timento de capital público e privado para a construção de novas instalações esportivas e obras de infraestrutura tais como reforma de aeroportos, sistemas de transporte e outras de atribuição dos três níveis de governo. Este orçamento é responsável pelos principais legados de longo prazo das Olímpiadas. O valor será de R$ 23,2 bilhões, sendo que 34% do valor é destinado a obras já em andamento, 35% para obras já plane-jadas e 31% para obras adicionais.

dos fatores-chave para o sucesso do even-to e que mais irá gerar oportunidades de trabalho e negócios. “As Olimpíadas esta-rão integradas com a sociedade por meio de programas de criação de empregos, de ações de alcance social, voluntariado e de reeducação profissional”, reitera o presi-dente do COB.

A valorização da prática esportiva nas escolas é outro foco do Comitê Organiza-dor que promete gerar dividendos à socie-dade, a começar pela própria valorização do profissional de educação física. Segundo Nuzman, é preciso que a disciplina e seus facilitadores estejam bem integrados ao programa curricular e que as escolas dis-ponham de instalações adequadas para as mais variadas atividades.

“Estamos certos de que a escola deve ser o grande celeiro de talentos. Nesse sen-tido, será notório o crescimento do Pro-grama Segundo Tempo (PST), do governo federal. De 2009 até 2016, a estimativa é que o PST atenda 3 milhões de crianças in-teressadas em permanecer nas instituições para o aprendizado de alguma modalidade esportiva. Os Jogos serão fundamentais para divulgar esportes menos conhecidos, ampliando as opções para os jovens que queiram aprender e também para quem tem bagagem para ensinar”, esclarece.

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Por Cassiano branquinHo com colaboração de adriano zanni

Esgrima

golpe de mestre

apEsar dE milEnar, a Esgrima ainda busca Espaço dEntro das acadEmias E clubEs dEsportivos como uma modalidadE lucrativa E capaz dE agrEgar difErEnciais ao nEgócio. jogos olímpicos no rio promEtEm alavancar o númEro dE adEptos

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s egundo estudiosos, ela teria surgi-do há 3 mil anos. Gravuras em um templo egípcio, erguido em 1170

a.C., mostravam guerreiros quase despi-dos empunhando armas pontiagudas com bicos de proteção. Nessa época, a esgrima não havia atingido o status de esporte. Es-tava atrelada ao combate e à própria sobre-vivência humana.

Apenas com o advento da pólvora, hou-ve uma diminuição acentuada no uso da esgrima para a luta, dando-lhe dimensões de uma verdadeira arte e migrando, séculos depois, para modalidade esportiva.

No Brasil, a luta de espadas chegou juntamente com a corte portuguesa, no início do século XIX. Em um período em que havia poucos esportes – e a esgrima não era considerada um deles – a modali-dade faria muito sucesso entre os nobres. Com o surgimento de novas práticas es-portivas, perdeu popularidade.

Atualmente, há cerca de 500 atletas em atividade no País filiados à Confede-ração Brasileira de Esgrima. Mas, ao con-trário do que possa parecer, o movimento atrelado a esporte em solos tupiniquins parece retomar o fôlego e prepara novo golpe de mestre impulsionado pela rea-lização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. É o que afirma Luiz Ribei-ro, da Associação Esgrima Brasil.

“Existe hoje uma boa demanda. Por ser uma modalidade olímpica, a tendên-cia é que esta procura aumente daqui por diante. O que atrai as pessoas, so-bretudo os praticantes mais jovens, é o fato de associarem o esporte com lutas, jogos e filmes de espada. Já as pessoas com idade mais avançada enxergam a esgrima como um esporte diferenciado, até certo ponto, nobre.”

Segundo estimativas da Associação, o investimento inicial para uma academia

ou um clube desportivo passar a oferecer aulas de esgrima gira em torno de R$ 50 mil. Cerca de R$ 20 mil a R$ 25 mil são para a aquisição de equipamentos. De R$ 12 mil a R$ 18 mil para a construção das pistas. O restante para aquisição de alvos e aparelhos de ginástica que ajudam no condicionamento físico dos atletas, como colchões, abdominais e tensores.

Para Alkhas Lakerbai, instrutor da modalidade e um dos sócios da Acade-mia Paulista de Esgrima, é possível es-truturar espaços com investimentos ain-da menores. “Se você encontrar um local com 16 metros quadrados, já pode mon-tar uma pista completa para a prática de esgrima. Com relação aos aparelhos, sabres e máscaras, deve-se gastar algo em torno de R$ 5 mil, lembrando que es-ses equipamentos são bem resistentes e apresentam boa durabilidade. Então, no fim das contas, o investimento é peque-no”, complementa.

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201040

retorno garantidoLuiz Ribeiro, também gerente da acade-

mia “Sala d’Armas São Jorge”, localizada na capital paulista, afirma que a esgrima é uma modalidade lucrativa cujo pay back pode ser atingido em um curto período de tempo. “Quando se começa do zero, o retorno vem em dois ou três anos, no máximo. O pri-meiro ano serve para a implantação da es-trutura e os investimentos em propaganda. O segundo, para estabilizar o negócio e dar início à amortização de todo o investimen-to feito. E o terceiro, para atingir níveis de rentabilidade satisfatórios.”

No entanto, para quem pretende in-gressar como empresário no universo dos sabres e floretes, toda cautela é necessária, principalmente para os proprietários de academias de ginástica que pensam em ofe-recer a modalidade como diferencial para seus alunos, a exemplo do que já acontece com o squash e o boxe.

Lakerbai, por exemplo, defende a tese de que uma academia tradicional não deve jamais dividir a pista destinada à esgrima com aulas de ginástica ou boxe. “É algo incompatível e que pode descaracterizar o esporte, além de não agradar aos pratican-tes, que anseiam por um atendimento mais personalizado”, diz.

“Uma academia deve investir em esgri-ma pelas possibilidades que ela oferece e pelo retorno quase certo que traz um espor-te olímpico. A esgrima não possui barreiras e é destinada a um público diferente de ou-tras modalidades de lutas. Além disso, os próprios professores da academia podem se transformar em monitores de esgrima atra-vés de cursos oferecidos pela Confederação Brasileira”, acrescenta Luiz Ribeiro.

Seguida essa cartilha, a tendência é que uma academia de ginástica mantenha, em média, entre 100 e 150 alunos praticando a modalidade em suas dependências por um período de, no mínimo, dois anos. É o que garantem os consultores.

aPoio de PesoA esgrima é um dos poucos esportes

que está presente desde os primeiros Jogos Olímpicos, realizados em Atenas, na Grécia, em 1896. E é justamente por esse aspecto e pela realização das Olim-píadas no Rio, daqui pouco mais de seis anos, que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e os incentivadores da modali-dade apostam em sua popularização na próxima década.

Para 2010, o COB deve investir pe-

sado no desenvolvimento da esgrima

mercado &tendências Esgrima

de alto rendimento, com um aporte de aproximadamente R$ 900 mil. Além dis-so, o Comitê também trabalha para apri-morar o nível das competições nacionais e promover o intercâmbio com equipes e técnicos advindos de países europeus, com vasta tradição no assunto.

O Ministério dos Esportes também disponibiliza verbas para a formação de novos atletas e o desenvolvimento da es-grima no âmbito social, o que é feito em parceria com a Confederação Brasileira que destina incentivos para a abertura de novos centros, além de apoio técnico para que o investidor alcance êxito em sua nova empreitada.

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luiz ribeiro, da academia sala d´armas são Jorge: “a esgrima tem um público diferente das outras modalidades de lutas”

esporte olímpico atrai praticantes de todas as idades

o caminho das Pedras

Apesar de todas essas iniciativas, a esgrima ainda é pouco praticada no Brasil. O estado que conta com o maior número de adeptos é São Paulo, com grande concentração na capital. “Quando olhamos para o interior paulista, por exemplo, percebemos que ainda há uma grande carência. Recebo, pelo menos, um contato por dia pedindo infor-mações sobre como acessar a modalidade”, conta Luiz Ribeiro.

O consultor também aponta o Nordeste como uma região com grande apelo para a implementação de negócios voltados ao esporte em questão, uma vez que a esgrima praticamente inexiste por lá. “O volume de interessados que nos consultam nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão é muito grande. Além disso, percebemos uma procura grande em Santa Catarina. Muitas pessoas querem a esgrima para melhorar sua qualidade de vida, a questão postural e a concentração, características marcantes em quem sabe dominar um florete”, analisa.

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201042

redução tributáriano setor?

gestão Os impostos no fitness

Por Fernando stella

EmprEsários E EntidadEs lutam para Enquadrar as acadEmias como EmprEsas do sEtor dE saúdE E conquistar bEnEfícios fiscais. poucos avanços até o momEnto

JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 43

Por enquanto, apenas o desejo

os últimos tempos, uma lição extraída pelo escritor norte-americano Stephen Covey da

história do “bambu chinês”, aquele ar-busto do qual não se vê absolutamente nada nos primeiros cinco anos após ser plantado e, depois disso, pode chegar a 25 metros de altura, tornou-se inspira-ção para Richard Bilton, presidente da Cia. Athletica, diante de um tema tão complexo no setor fitness.

Para Covey, “Você trabalha, investe tempo, esforço e, às vezes, não vê nada por semanas ou anos. Mas, se tiver pa-ciência e continuar persistindo, virão mudanças que você jamais esperava”. Baseado nisso – paciência e muita per-sistência –, Bilton, ao lado de outros empresários e representantes de enti-dades, vem tentando, ainda com pouco sucesso, mudar a situação tributária do segmento no Brasil, considerada dema-siadamente elevada.

O setor almeja o enquadramento das academias como empresas prestadoras de serviço na área da saúde. Por quê? As instituições seriam beneficiadas com impostos reduzidos. Como consequên-cia, os incentivos fiscais poderiam signi-ficar, por exemplo, um valor inferior nas mensalidades e atrairiam mais alunos, ampliando o número de adeptos à ati-vidade física. Na prática, algo essencial

n para o bem-estar da população, mas que, por enquanto, pouco chamou atenção dos políticos brasileiros.

“Não se trata de uma choradeira. Apenas queremos um tratamento mini-mamente razoável. Temos a taxação má-xima, a pior alíquota possível em quase todos os impostos. Queremos entender por que isso ocorre em nosso setor, que não tem contraindicação para a socieda-de. Traz benefícios para a saúde ao esti-mular o desenvolvimento da atividade física. Além disso, é um dos setores que mais emprega”, desabafa Richard Bilton.

13,3%é a Porcentagem a ser reColHida

em imPostos Por qualquer academia no

brasil com Faturamento

acima der$ 120 mil anuais e que oPtou Pelo lucro Presumido

SHUTTErSTOck

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O argumento principal para a mu-dança está na elevada taxação. Hoje, se tiver um faturamento acima de R$ 120 mil anual e optar pelo lucro presumido, a academia terá de recolher mensalmen-te 13,3% de impostos. Para se ter ideia, somente o Imposto de Renda Pessoa Jurídica chega a 4,8%. Por outro lado, caso fosse enquadrada como empresa do setor de saúde, o valor do Imposto de Renda, por exemplo, despencaria para apenas 1,2%.

“Não há dúvidas de que as academias poderiam ser enquadradas no segmento de saúde. Cabe ressaltar que isso facilita-ria a promoção da qualidade de vida da população. Resta saber se o governo será coerente e incentivará o segmento em-presarial a promover mais saúde”, alerta Joana Doin, sócia do escritório JD Con-sultoria Jurídica e especialista nos seg-mentos fitness e wellness.

A batalha, aliás, não é nova e começou a ser travada por volta de 2003. Desde en-tão, inúmeras reuniões já foram realiza-das com representantes de todas as esfe-ras governistas e do Congresso Nacional para buscar soluções sobre o tema. Até mesmo o Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatísticas (IBGE) já foi ouvido.

O que se percebe é que o avanço é lento. A Cia Athletica, por exemplo, “sensibilizou” alguns municípios. Em São José dos Campos, interior de São Paulo, o Imposto Sobre Serviços (ISS) foi reduzido de 5% para 3%. Já em Bra-sília, o imposto está na faixa de 2%. Apenas no final de 2008, algo ocorreu no Congresso. O deputado federal flu-minense Otávio Leite (PSDB) enviou o Projeto de Lei nº 4.213 que “determina que as empresas de condicionamento físico, como academias de ginástica, de musculação, de natação e similares se-jam consideradas unidades produtivas da área de saúde”.

O Ministério de Saúde, porém, é contrário. Em comunicado enviado à Fitness Business, o órgão diz “conside-rar que os estabelecimentos de condi-

gestão Os impostos no fitness

Considerado o maior mercado mundial do setor fitness, os Estados Unidos também retratam um pouco o que acontece no Brasil. Lá, a International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) luta pela redução dos impostos para academias e centros desportivos e vivencia uma constante queda de braço com os políticos.

Para tentar sensibilizá-los, tem como base muitos estudos que comprovam a importância do exercício regular.

quase o mesmo cenÁrio

Segundo especialistas, os Estados Unidos poderiam economizar US$ 77 bilhões anuais em despesas médicas caso a população sedentária realizasse atividades físicas. E as academias podem, sem dúvida, ser um aliado nesse objetivo.

“Infelizmente, eles ainda não olham para esses espaços como papel importante na disseminação da atividade física. Ao contrário, avaliam como locais para ricos e de diversão”, lamenta Helen Durkin, vice-presidente de Políticas Públicas da IHRSA.

Assim como no Brasil, o retorno é lento. Os congressistas repetem os mesmos discursos e exaltam a importância da atividade. No entanto, falta deixar a retórica de lado e aprovar leis. “O exercício não é como o fumo, que é taxado em muitos países para deixá-lo mais caro. O exercício é algo que deve ser incentivado. E nada melhor do que não impor altos impostos às academias ou até mesmo isentá-las da cobrança de algumas taxas”, salienta a executiva.

“A questão é de enquadramento na Classificação Brasileira de Atividades. Fizemos várias questões junto ao IBGE. A explicação é a de que o Brasil é signatá-rio de acordos internacionais e a classifi-cação mundial entende o setor de saúde como aquele que trata de doenças e não os que promovem saúde”, lamenta Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Fe-deral de Educação Física (Confef).

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cionamento físico, como as academias, desempenham um papel importante, mas que não contemplam necessaria-mente os objetivos do Sistema Único de Saúde”. Para o Ministério, “a prática da atividade física configura-se como uma ação simples, que pode ser realizada no deslocamento para o trabalho, no tem-po livre, nas ruas ou em casa, quando da execução das tarefas domésticas”.

Poucas alternativas

Diante do impasse, as academias precisavam avaliar, e muito bem, qual o melhor regime tributário. De acordo com Reinaldo da Silva, gerente opera-cional da Romanini Serviços Contábeis, pouco se pode fazer para evitar taxas altas. No Simples Nacional ou Super-simples, o setor está incluso no Anexo 5 da resolução da Receita Federal. Ou

seja, quanto maior a folha de pagamen-to, menor será o imposto recolhido.

“Para identificar a alíquota a ser aplicada, divida o valor da folha de pagamento pelo faturamento. Se o resultado desta divisão ficar abaixo

de 10% do faturamento, a alíquota ficará em 17,50%. Se o resultado for igual ou acima de 40%, a alíquota cai-rá para 8%”, diz o profissional.

No Lucro Presumido, poucas aca-demias arrecadam menos que R$ 120 mil por ano. Com isso, não tem es-capatória. A somatória de impostos como PIS, Cofins e ISS chegará a 13,33% de impostos. “Isso (situação tributária do setor fitness) no Brasil só irá mudar se vier algo da Receita Federal. Apesar da lentidão, conti- nuaremos buscando uma união cada vez maior da classe para alcançar

esse objetivo. Uma coisa é certa. Não vamos desistir”, assegu-

ra o paciente e persistente Richard Bilton.

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FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201046

estratégia adotada por grandes corporações, o apelo sustEntávEl comEça a dar as caras no cEnário fitnEss, ainda que timidamente. iniciativas bem-implementadas podem aJudar na construção da marca e ainda atrair novas tribos para sEu nEgócio

Por simone bernardes

marketing Apelo sustentável

O marketing verde

Untitled-1 1 2/2/2010 15:24:50

JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 47

o que você diria se o fornecedor de equi-pamentos de ginástica de sua academia lhe propusesse plantar uma muda de

árvore em áreas de reflorestamento para cada novo aparelho que você adquirisse?

Em princípio, malhação e plantio de árvores podem parecer atividades que trilham caminhos não muitos próximos, embora exijam certo esfor-ço físico. Mas acredite: o desenvolvimento de um projeto que alie as duas iniciativas mostra que, além de contribuir com o meio ambiente, ambas podem resultar em considerável ganho de ima-gem, auxiliando na construção da marca. Todos saem ganhando.

A Total Health, fabricante brasileira de equi-pamentos para academias e primeira empresa na-cional a produzi-los com matéria-prima ecologica-mente correta, sacou a estratégia e deu os primeiros passos ao criar a campanha “Eco Compromise”.

O projeto envolve parcerias entre a prefeitu-ra municipal de Jaboticabal, cidade do interior de São Paulo onde se encontra a sede da empre-sa, e as academias de ginástica do município. Depois de adquirir os aparelhos, os proprietá-rios dos estabelecimentos reúnem seus funcio-nários e alunos para fazer o plantio das mudas na área de reflorestamento determinada pela administração pública.

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201048

Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado da Bahia.

Para dar maior visibilidade à campanha, a fabricante paulista de equipamentos para ginástica investe atualmente em propagandas, prin-cipalmente, em revistas do setor fit-ness. Os primeiros frutos já começam a aparecer. A empresa foi contatada por academias de Uberaba (MG) e São Carlos (SP) para levar a iniciativa às respectivas regiões.

eFeito inversoEspecialistas afirmam que o su-

cesso de campanhas que utilizam a sustentabilidade como força motriz está intimamente ligado às atividades diárias de empresa, de forma que o discurso seja condizente com a prática. “A dissociação pode criar um cenário negativo. An-tes de elaborar a campanha, a organização deve olhar para si mesma e analisar até que ponto aquilo que faz parte de sua estratégia de co-municação é levado efetivamente a sério em seu ambiente inter-no”, afirma Ismael Rocha, diretor de extensão e operações da Escola Superior de Propaganda e Marke-ting (ESPM), em São Paulo (SP).

Ainda segundo o consultor, de-pois que a empresa pratica essa au-

A ideia surgiu em 2009, a partir de uma reflexão de Robson Nakamura De Bonis, diretor-presidente da empresa, a respeito de novos investimentos em seu modelo de negócio. “Uma vez que o setor wellness prega a qualidade de vida do homem, não podemos deixar de lado também a saúde do planeta. Não faz sentido investir milhões em máquinas, se não conseguimos respi-rar um ar limpo”, acredita.

O primeiro mutirão contou com a participação de todos os funcioná-rios da academia que leva o nome da própria Total Health, pertencente à fabricante de equipamentos de ginás-tica. O grupo fez o plantio de 1,3 mil mudas em uma área de 13 mil metros quadrados. O Horto Florestal de Ja-boticabal é quem doa as plantas para o “Eco Compromise”. São cerca de 400 pés de jacarandá por semana. Os idealizadores da iniciativa adiantam que o viveiro da prefeitura também passará a contribuir com doações, disponibilizando até 12 mil mudas por mês apenas para o projeto.

caminho sem voltaA estratégia da Total Health é

exemplo de uma grande tendência no mundo dos negócios nas mais diversas áreas, onde empresários influenciam o governo para o de-senvolvimento de políticas públicas ligadas à sustentabilidade. E esse parece ser um caminho sem retorno, afirmam especialistas.

“O grande desafio das empresas é

se perguntarem como utilizar a sus-tentabilidade em seu core business e gerarem algum resultado com isso. Iniciativas que contribuem com o meio ambiente são uma excelente fer-ramenta para a geração de novos ne-gócios”, diz Isaac Edington, presiden-te do Instituto EcoDesenvolvimento e também membro do Conselho de

marketing Apelo sustentável

toanálise, ela pode passar a fazer uso do chamado “marketing de causa” para divulgar suas ações, o que sig-nifica levar seus projetos ao conheci-mento do público e, assim, propagar uma ideia e, consequentemente, sua marca. “Dessa forma, a instituição gera desenvolvimento para as áreas social e ambiental e também obtém retorno do ponto de vista econômi-co”, pontua.

Os níveis de faturamento da Total Health mostram como esse mar- keting verde pode funcionar bem. Na 10ª edição da IHRSA Fitness Bra-sil, realizada em outubro de 2009, a empresa chegou a faturar mais de R$ 2,4 milhões em novos contratos, valor 30% maior do que os negocia-dos nas edições anteriores da feira. “A visibilidade da campanha é muito boa. Criamos um ciclo de desenvol-vimento do mercado como um todo”, completa De Bonis, que projeta para 2010 crescimento em torno de 50% para sua empresa em função da es-tratégia adotada.

não Faz sentido investir milHões em

máquinas, se não resPiramos um ar

limPorobson de bonis,

total HealtH

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201050

ão se surpreenda se algum especialista do setor chegar até você e disser, em alto e bom som, que a indústria de fitness/wellness faturou, em 2009,

US$ 1,1 bilhão em todo o planeta. As cifras já eram espera-das pelo mercado, mesmo em um ano pós-crise econômica, garantem consultores.

Números divulgados em novembro de 2009 pela Interna-tional Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA) ainda revelam que, de 2007 para cá, a quantidade de acade-mias espalhadas de norte a sul do Brasil praticamente dobrou, pulando de 7.350 para mais de 14 mil estabelecimentos.

O cenário otimista impulsionou novos negócios e tam-bém fez surgir investimentos maciços por parte de gru-

n

mercado & tendências Internacionalização

life fitness investe r$ 2 milhões em sEis novas lojas dE EquipamEntos para academia. empresa norte-amEricana quEr abrir outras quatro unidades até o final de 2010

estrangeiras ampliampresença no mercado nacional

Por adriano zanni

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(PR), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ) foram as primeiras a receber as no-vas instalações da empresa que, há dez anos, atua no Brasil. “A escolha foi ba-seada no potencial de mercado de cada região, uma vez que elas representam os principais centros econômicos do País”, afirma Christophe Rouille, diretor geral da Life Fitness Brasil & América Latina.

Os novos empreendimentos têm em comum vitrine, escritório e área logística e de exposição dos produtos. Rouille ain-da afirma que outras duas lojas devem

pos estrangeiros na expansão de suas lojas e escritórios de representação comercial em solo tupiniquim. A Life Fitness, empresa norte-americana es-pecializada na fabricação de equipa-mentos para academias, presente em mais de 120 países, investiu aproxi-madamente R$ 2 milhões para a aber-tura de seis novas unidades.

As cidades de São Paulo (SP), Brasí-lia (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba

ser inauguradas no mês de fevereiro, em Campinas (SP) e Florianópolis (SC). “Até o final de 2010, abriremos outras quatro. Queremos manter a média de uma nova unidade inaugurada a cada dois meses. O retorno dos investimentos deve vir no prazo de um ano”, calcula.

Mesmo diante da turbulência de muitos mercados, os produtores de equipamentos de ginástica registra-ram índices de crescimento em 2009 graças, em parte, ao constante cresci-mento da demanda.

A divisão brasileira da Life Fitness, por exemplo, registrou um aumento de 10% nas vendas de seus produtos em relação ao ano anterior. “O nível de en-tusiasmo e compras finalmente se res-tabeleceu. Eu diria até mesmo que, no final de 2009, atingimos um patamar superior em relação ao período pré-crise”, comemora Rouille.

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201052

conexão direta com o bem-estar

eventos calendário 2010

s e há um ano pairavam incer-tezas sobre como a indústria do fitness sobreviveria aos

desdobramentos da crise econômi-ca, passada a turbulência, o discurso hoje é de otimismo. Líderes empre-sariais, consultores e profissionais do setor passaram 2009 discutindo tendências e fazendo projeções so-bre mercados emergentes.

O pensamento que tomou conta da cartilha deles e circulou por pales-tras, cursos, workshops e corredores de feiras comerciais foi apenas um: o de inovar ou morrer. “O objetivo era trazer para o empresário uma visão atual dos cenários brasileiro e mun-dial, o perigo que traz a constante “commoditização” de produtos e ser-viços, como isso tudo afeta os ne-gócios e o que fazer para sobreviver em um mundo que requer constante capacidade de empreender”, afirma Tennyson Pinheiro, diretor de Pes-quisa e Inovação do Instituto Fitness Brasil e um dos responsáveis pela ela-boração da grade de palestrantes dos eventos promovidos pela entidade.

calEndário dE EvEntos do sEtor fitnEss/wEllnEss promEtE movimEntar, pElo mEnos, quatro capitais brasilEiras ao longo do ano

Por adriano zanni

Para 2010, o Instituto antecipou-se e acaba de lançar o calendário de fei-ras que acontecerão em, pelo menos, quatro capitais brasileiras, além da tradicional Fitness Brasil Internacio-nal, em Santos (SP), que comemorará duas décadas de existência. A vigésima edição já tem data: entre 29 de abril e 2 de maio. Ao todo, os eventos devem reunir mais de 160 mil pessoas, entre profissionais inscritos e visitantes.

“Cada empresário deverá, nos pró-ximos anos, ajustar o seu negócio para que seja atrativo a segmentos comportamentais e não apenas de renda. É sobre este novo paradigma que estamos trabalhando”, diz Wal-dyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil.

Para o executivo, o empreendedor deve compreender as flutuações que o Brasil vem sofrendo na esfera ma-croeconômica, mas não pode perder de vista que quem experimenta seu serviço é a Fernanda, executiva, mãe solteira e que tem dois filhos, um já na escola e outro em casa, sendo que esse

último toma muito de seu tempo e não gosta de ficar no child care. “É para a Fernanda e não para as classes A, B, C ou D que o empresário tem de projetar as experiências de serviço que deseja prover. É dessa compreensão que sur-girão modelos inovadores”, aposta.

mais interatividadeOutra novidade na formatação dos

eventos do Instituto para este ano está na maior participação da plateia – empresários e educadores físicos – na construção conjunta de estratégias diferenciadas que possam alavancar negócios. “Tivemos experiências in-críveis ao facilitarmos a troca de co-nhecimento entre esses integrantes durante um workshop que realizamos na IHRSA 2009 e pudemos constatar definitivamente que a soma do co-nhecimento das pessoas do auditório ultrapassa o de qualquer palestrante, não importa quem ele seja. Os gran-des gurus, nesse sentido, se tornaram os líderes do setor que estiveram pre-sentes e colaboraram para a verdadei-ra transformação do segmento”, com-plementa Tennyson.

JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 53

de olho na agenda!

2 a 4 de setembrosão Paulo, sPTransamérica Expo Center

15 a 17 de julhorio de janeiro, rjCentro de Convenções SulAmérica

20 a

29 de abril a 2 de maiosantos, sP• Mendes Convention Center• SESC Santos• UNIMES - Universidade Metropolitana

de Santos

10 a

15 a 17 de setembrosalvador, baCentro de Convenções da Bahia

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FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201054

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novo sistEma pErmitE quE atlEtas baixem aulas completas de corrida e alongamento para ouvi-las no mp3, idEal para quEm gosta dE trEinar Em locais públicos e não abre mão do aparelho na hora de se exercitar

FielcompanheiroPor vides Júnior

inovação Aulas no MP3

ocê se lembra daqueles DVDs da personal trainer Solange Frazão, lançados na década

de 1990, que muitos professores de ginástica colecionavam com tanto

carinho e que ocupavam um espaço enorme na estante?

Há algum tempo eles se tornaram relíquias guardadas no fundo do baú. A nova onda tecnológica, que caiu definitivamente no gosto de muitos atletas, são as aulas para serem ouvi-das no MP3 ou iPod. O aparelho não ocupa muito espaço, pode ser carre-gado junto ao corpo e, o melhor, não mantém o usuário preso diante da televisão. Muitos consideram a novi-

dade como a evolução do sistema de treinamentos by myself.

O serviço, que já é muito difundido entre os praticantes de exercícios nos Es-tados Unidos e na Europa, chega ao Bra-sil com uma roupagem incrementada, que inclui até mesmo DJ especializado na composição das trilhas sonoras para quem gosta de malhar.

Batizada como “Yes, you can”, a no-vidade vai além do simples negócio de venda de aulas no sistema multimídia, garante Fernando Fonseca, cuja asses-soria desportiva é a responsável pela for-matação do serviço. O personal trainer

criou um método de aulas que abrange aquecimento, alongamento, diversos módulos de corrida e até exercícios de recomposição muscular para o

período de descanso, o que corresponde a todos os processos de uma aula com acompanhamento profissional.

Os treinos de corrida, por exemplo, são comercializados em pacotes. “A aca-demia disponibiliza as aulas em seu pró-prio site por meio de senhas de acesso para que seus frequentadores baixem todo o conteúdo. Os pacotes adquiridos podem ser bimestrais, semestrais ou anuais, perfazendo 6, 12 ou 24 aulas, res-pectivamente”, explica.

Dessa forma, os usuários podem se exercitar sozinhos na esteira, correr em clubes e parques da cidade, ou na praia, como se tivessem um personal trainer junto de si e com a segurança de estarem seguindo todos os passos de uma aula bem-orientada.

Segundo o empresário, houve preocupação em desenvolver um concei-to inovador para o produto de modo a garantir ao praticante de atividade físi-ca não só a satisfação com a qualidade do áudio, mas também com o conteú-do apresentado. “Dessa forma, o aluno é incentivado em todas as etapas, com o fundo musical adequado para cada exercício. Temos de entender que ações desse tipo atingem públicos específicos e servem como estratégias de fidelização para a academia. É um diferencial que, se bem explorado, contribui para a satis-fação dos clientes”, acrescenta Fonseca que promete lançar, em breve, o mesmo recurso para as aulas de bike.

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FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201056

equipamentos & cia_ Bikes indoor

Por simone bernardes

cada vez mais turbinadasnovas linhas de bikes indoor aliaM tecnoloGia de

últiMa Geração À prática de atividades físicas. desiGn

erGonôMico taMbéM Garante conforto aos usuários

há algum tempo, as bikes indoor, que estão entre os aparelhos mais procurados nas academias de ginástica, deixaram de ser apenas equipamentos estacionários. a produção e função das bicicletas acompanham a evolução e a introdução das novas tecnologias no cotidiano.

o consultor na área de fitness paulo henrique silva afirma que além de integrar dispositivos que promovem maior entretenimento, como ipods e demais players, outros quatro elementos também são fundamentais na composição das novas bikes. “elas precisão ter dimensões ajustáveis ao espaço da academia, ergonomia, conforto e sistemas inteligentes que disponibilizam o maior número de informações sobre o treino”, ressalta.

sendo assim, nada melhor do que bebermos diretamente da fonte. para isso, a equipe da fitness business foi ao encontro de renomados fabricantes para ver de perto os mais recentes lançamentos do mercado. pelo visto, conforto, praticidade e design andam mesmo em alta. confira!

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JAN/FEV 2010 | FITNESS BUSINESS 57

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FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201058 FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201058

Renato Grinberg

Artigo

q uando pensamos em um ambien-te de trabalho, logo nos vem a imagem de um lugar organiza-

do, com funcionários vestidos de forma semelhante, trabalhando por um mesmo objetivo. O que muitos não entendem é como as diferenças entre os membros da equipe possibilitam uma importante mistura de visões de mundo e também maior contemplação no atendimento ao cliente. A seriedade profissional aliada ao jeito mais espontâneo e pessoal possibi-lita, sem dúvida, maior proximidade com os usuários de academia ou de centros de lazer e clubes.

Mas, para isso, é importante vencer um grande e já enraizado inimigo: o pre-conceito. Formar grupos de trabalho com pessoas que pensam e agem de forma diferente é essencial para que possamos ampliar nosso campo de visão. A máxima de que “duas cabeças pensam melhor que uma” só é válida se elas tiverem ideias di-ferentes. Do contrário, como também se diz, uma delas é dispensável.

Acredito que empresários de centros de entretenimento, saúde e de academias de ginástica tendem a lidar melhor com essa questão, entendendo a importância da diversidade dentro do quadro funcio-nal. Isso pode gerar novos negócios e con-tribuir para a customização na prestação

de serviços ao cliente. No mundo corpo-rativo, que parece já ter evoluído bastante nesse sentido, esse processo está em an-damento e faz parte do método de seleção da área de RH.

Nas multinacionais, que possuem ope-

rações de negócios em regiões diferentes do mundo, é frequente a realização de eventos que promovem o intercâmbio cultural entre seus colaboradores. Desde hábitos de consumo até o gosto por lite-ratura, o importante é fazer que os fun-cionários consigam entender que o fato de seu colega de trabalho vivenciar outros contextos pode agregar conhecimento.

Nos últimos anos, observamos tam-bém um grande crescimento do número de mulheres que ocupam cargos de gran-de responsabilidade e de liderança e que trouxeram pensamentos capazes de de-finir o sucesso de algumas empresas. No Brasil, temos grandes exemplos, especial-mente no mercado de varejo e serviços.

Caso seu empreendimento ainda não conte com equipes diversificadas, forma-das por profissionais de diferentes ida-des, crenças e etnias, é hora de rever seus conceitos. Devemos aproveitar a oportu-nidade de aprender com o outro e somar as habilidades de cada um para atingir ob-jetivos comuns.

diversidade:uma vantagem competitiva

renato grinberg é diretor geral do

portal de empregos trabalhando.com.br

e especialista em carreiras e mercado

de trabalho.

Renato Grinberg

FITNESS BUSINESS | JAN/FEV 201060