921
Encontro Científico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACEX ENCONTRO CIENTÍFICO E CULTURAL DO UNIFACEX - ENEX DE 09 A 12 DE NOVEMBRO DE 2017 NATAL/RN 2017

ENCONTRO CIENTÍFICO E CULTURAL DO UNIFACEX - ENEXunifacex.com.br/wp-content/uploads/2018/05/anais-enex-2017.pdf · FICHA CATALOGRÁFICA NA FONTE Richard Medeiros de; SANTOS, Daniele

Embed Size (px)

Citation preview

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    CENTRO UNIVERSITRIO UNIFACEX

    ENCONTRO CIENTFICO E

    CULTURAL DO UNIFACEX - ENEX

    DE 09 A 12 DE NOVEMBRO DE 2017

    NATAL/RN 2017

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    COPYRIGHT 2017 ANAIS ENCONTRO CIENTFICO E CULTURAL DO

    UNIFACEX - ENEX

    CENTRO PARA FORMAO DE EXECUTIVOS-CIFE - MANTENEDOR

    CHANCELER JOS MARIA BARRETO DE FIGUEREDO

    DIRETORA ADMINISTRATIVA CANDYSSE MEDEIROS DE FIGUEIREDO

    DIRETOR FINANCEIRO OSWALDO GUEDES DE FIGUEIREDO NETO

    CENTRO UNIVERSITRIO UNIFACEX MANTIDA

    REITOR RAYMUNDO GOMES VIEIRA

    PR-REITOR ACADMICO RICHARD MEDEIROS DE ARAJO

    SECRETRIO JLIO APARECIDO KENED DE BRITO

    PR-REITORA ADMINISTRATIVA - CANDYSSE MEDEIROS DE FIGUEIREDO

    Todos os resumos contidos nestes Anais foram reproduzidos de cpias fornecidas por seus autores, portanto, o

    contedo apresentado de suas exclusivas responsabilidades. Assim, a comisso organizadora do Encontro

    Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX no se responsabiliza pelas consequncias decorrentes do uso de

    quaisquer dados publicados nestes Anais.

    UNIFACEX

    BIBLIOTECA SETORIAL NSIA FLORESTA BRASILEIRA AUGUSTA

    DIVISO DE APOIO AO USURIO

    FICHA CATALOGRFICA NA FONTE

    COMISSO ORGANIZADORA

    Richard Medeiros de Arajo

    Andre Luiz de Lima

    Oswalter de Andrade Sena Segundo

    E56a Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX ENEX (14, Natal,

    RN, 2017).

    Anais do XIV Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX

    ENEX, 9 a 12 de Novembro de 2017/ Organizadores: ARAUJO,

    Richard Medeiros de; SANTOS, Daniele Bezerra dos - Natal:

    UNIFACEX, 2017.

    919p.

    1. Congresso Cientfico. 2. Pesquisa. 3. Resumo. I. Centro

    Universitrio Facex (UNIFACEX). II. ARAUJO, Richard Medeiros

    de; SANTOS, Daniele Bezerra dos (Org.). III. Ttulo.

    RN/BSNFBA 011/2018 CDU 37:058

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    COMISSO CIENTFICA

    Isabel Cristina de Amaral Rosso Nelson

    Fabio Claudiney da Costa

    Karolina de Moura Manso da Rocha

    Lorena Mara Nbrega de Azevdo

    Danyelle Leonette Arajo dos Santos

    Daniele Vieira Dantas

    Tayssa Suelen Cordeiro Paulino

    Andressa Monica Gomes Fernandes

    Francisca Marta de Lima Costa

    Claudia Cristiane Filgueira Martins

    Delanne Cristina de Souza Sena Fontinele

    Priscila Daniele Fernandes Bezerra

    Lcia Maria de Almeida

    Richard Medeiros de Arajo

    Gilsenberg Gurgel Pinheiro

    Saulo Gomes

    Alba de Oliveira Barbosa

    Maria Pscoa do Vale

    Terezinha Cabral de Albuquerque Neta

    Ieda Isabella Lira de Souza

    Celly Frank de Moura

    Daniyel Ferreira de Medeiros

    Alice Dantas de Medeiros

    Rodrigo Christo

    Andreia Souto Vieira

    Adriana Conceio Silva Costa

    Saulo Medeiros Diniz

    Alba de Oliveira Barbosa

    Leonardo Ruan Dantas de Aguiar

    Otvio Bezerra de Sena Jnior

    Oswalter de Andrade Sena Segundo

    Andr Luis de Lima

    Marconi Neves Macedo

    Joseane Maria Arajo de Medeiros

    Rejane Souza de Almeida

    Renata Rocha Leal de Miranda Pereira

    Pinheiro

    Julimar da Silva Gonalves

    Terezinha Cabral de Albuquerque Neta

    Eylisson Andr dos Santos

    Amanda Duarte Gondim

    Waleska Patrcia de Lima Santos

    Andrena Da Silva Moura

    Antonia Nathalia Duarte de Moraes

    Luciana Carla Barbosa de Oliveira

    Trindade

    Jozildo de Oliveira Delgado

    Kleber Tavares Fernandes

    Tarso Rocha Lula Pereira

    Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira

    Horcio Aciolly

    Adalberto Aguiar Albuquerque

    Alexandre da Costa Pereira

    Antnio Marques dos Santos

    Eylisson Andr dos Santos

    Genykla Silva de Oliveira

    Marina Clarissa Barros de Melo Lima

    Marina Melo

    Fernanda Barros Soares Resende

    Andreia Souto Vieira

    Adriana Borba

    Juliano Silva de Vasconcelos Leite

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    SUMRIO

    CINCIAS BIOLGICAS 11

    JOGOS DIDTICOS COMO FACILITADORES DO ENSINO DE BOTNICA 12

    CENSO DE AVES LIMCOLAS, RESIDENTES E MIGRANTES, EM REA DE SALINA NO MUNICPIO DE ICAPU-CE 18

    PORFEROS E SUA IMPORTNCIA NO ECOSSISTEMA MARINHO: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM DIDTICA 23

    ARQUITETURA E URBANISMO 27

    CONHECENDO A REALIDADE DA COLETA SELETIVA NA CIDADE DE NATAL, RIO GRANDE DO NORTE, A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO NA COOPICICLA 28

    A FORMA NA LEI: ASPECTOS MORFOLGICOS DA ARQUITETURA INSERIDOS NA LEGISLAO URBANA DOS MUNICPIOS DA REGIO METROPOLITANA DE NATAL COMO POTENCIALIZADORES DO USO DO ESPAO PBLICO DAS CIDADES 36

    RELAO ENTRE REAS EDIFICADAS E NO EDIFICADAS EM CONDOMNIOS VERTICAIS NO BAIRRO NEPOLIS, NATAL/RN 44

    ANLISE PAISAGSTICA E DE INFRAESTRUTURA DAS PRAAS DO BAIRRO DE NEPOLIS, NATAL/RN 53

    HABITAES POPULARES: CONTRAPOSIO DO DISCURSO X SUAS APLICAES NA CIDADE DE NATAL 62

    ACADEMIAS DE TERCEIRA IDADE: PERSPECTIVA HISTRICA E PROGNSTICOS FUTUROS 70

    A BELLE EPOQUE NATELENSE: PLANO GERAL DE SYSTEMATIZAO DE NATAL, DE 1929 81

    PEDAGOGIA 91

    RESPEITAR PARA REDUZIR O PRECONCEITO E AUSTERIDADE SOCIAL: DESPERTANDO A CULTURA DA PAZ 92

    O USO DAS HISTRIAS EM QUADRINHOS NO PROCESSO DE FORMAO ESCOLAR DA CRIANA 99

    CONTEXTO PS-MODERNO: CONFLITOS ORIUNDOS DA VIOLNCIA NA ESCOLA 106

    CONTRIBUIES DOS CONTOS DE FADAS NA PRTICA PEDAGGICA 109

    A IMPORTNCIA DO PIBID/PEDAGOGIA NA FORMAO DOCENTE 118

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    A IMPORTNCIA DA MUSICALIZAO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 123

    A IMPORTNCIA DO DESENHO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANA 130

    POR QUE O DESENHO INFANTIL NO TO VALORIZADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL? 138

    A IMPORTNCIA DO JOGO NA ALFABETIZAO 145

    OS JOGOS NO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 152

    SER CRIANA: CONSTRUO DE UMA EDUCAO EMANCIPATRIA 155

    ENGENHARIA CIVIL 160

    ESTUDO DA DEGRADAO DO AO CARBONO SUBMETIDOS AO DO ON SULFATOS 161

    USO DE GUAS PLUVIAIS EM EDIFICAES SUSTENTVEIS 166

    A IMPORTNCIA DE UM BOM DIMENSIONAMENTO DO PROJETO DE DESTINAO FINAL DE GUAS PLUVIAIS EM UM CONDOMNIO RESIDENCIAL 172

    TELHADOS VERDES: ANLISE DA CAPACIDADE DE RETENO DE GUA NA CIDADE DE NATAL 176

    CARACTERIZAO DE RESDUOS DE CONSTRUO E DEMOLIO (RCD) PARA A UTILIZAO NA CAMADA DE BASE 180

    ESTUDO DE CASO: CONFLITO DE MOVIMENTOS ENTRE PEDESTRES E VECULOS EM CRUZAMENTO SEMAFORIZADO, PRXIMO A PLOS GERADORES DE TRFEGO EM NATAL/RN 185

    COMPORTAMENTO MECNICOS DE CONCRETOS PRODUZIDOS COM BORRACHA DE PNEUS E FIBRA DE AO 190

    AVALIAO DAS PROPRIEDADES RELOGICAS DE CONCRETO LEVE AUTOADENSVEL PRODUZIDO COM POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS) E RESDUOS DE BORRACHA DE PNEUS (RBP) 195

    ANLISE DA INFLUENCIA DA CURA TRMICA APLICADA EM CONCRETOS 200

    EVASO E RETENO NO CICLO BSICO DOS ALUNOS DOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, ENGENHARIA DE PRODUO E ARQUITETURA E URBANISMO DA INSTITUIO DE ENSINO UNIFACEX 205

    AVALIAO DAS PROPRIEDADES NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO DE ARGAMASSAS PRODUZIDAS COM VERMICULITA EXPANDIDA E RESDUOS DE BORRACHA DE ISOLAMENTO ELTRICO 209

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    ANLISE DO COMPORTAMENTO DA FLECHA MXIMA EM ESTRUTURA METLICA E EM PROTTIPO EM EPS 214

    MTODOS DOS ELEMENTOS FINITOS APLICADOS A PROBLEMAS DE TRELIAS 217

    GASTRONOMIA 222

    DO CLSSICO AO CONTEMPORNEO: PROFITEROLE DE RAPADURA COM BRIGADEIRO DE CAIPIRINHA 223

    EDUCAO FSICA 225

    O PROFISSIONAL DE EDUCAO FSICA E A EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS 226

    O WRESTLING NA EDUCAO FSICA ESCOLAR: EXPERINCIAS DO ESTGIO SUPERVISIONADO I 231

    A PLURALIDADE CULTURAL NA EDUCAO FSCA ESCOLAR: UM RELATO DE EXPERINCIA 237

    UMA REFLEXO SOBRE CORPO E OS CONTEDOS DA EDUCAO FSICA NA OBRA "INTRODUO A DIDTICA DA EDUCAO FSICA": UMA ANLISE EPISTEMOLGICA 243

    O ENSINO DA PLURALIDADE CULTURAL NA EDUCAO FSICA ESCOLAR: UM RELATO DE EXPERINCIA 250

    UMA REFLEXO SOBRE CORPO E OS OBJETIVOS DA EDUCAO FSICA NA OBRA "INTRODUO A DIDTICA DA EDUCAO FSICA": UMA ANLISE EPISTEMOLGICA 256

    A INFLUNCIA DA RELIGIO SOBRE A PARTICIPAO NAS AULAS DE EDUCAO FSICA: UM ESTUDO DE CAMPO EM UMA ESCOLA DE JUNDI/RN 264

    CORPO E EDUCAO NA OBRA "INTRODUO A DIDTICA DA EDUCAO FSICA": UMA ANLISE EPISTEMOLGICA 270

    O ESPORTE E A TICA: VIVENCIANDO O BADMINTON NA ESCOLA 277

    LE PARKOUR COMO CONTEDO NAS AULAS DE EDUCAO FSICA: UM RELATO DE EXPERINCIAS DO ESTGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO FUNDAMENTAL 281

    DIALOGANDO FRISBEE E FUTSAL NAS AULAS DE EDUCAO FSICA: UM RELATO DE EXPERINCIA DO PIBID/EDUCAO FSICA DO UNIFACEX.......286

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    TOT HUMANO COMO ESTRATGIA PEDAGGICA PARA AULAS DE FUTSAL: UM RELATO DE EXPERINCIA DO PIBID/EDUCAO FSICA DO UNIFACEX...............................................................................................................291

    REFORMA DO ENSINO MDIO NA EDUCAO FISICA, AVANO OU RETROCESSO? 297

    NUTRIO 302

    IMPORTNCIA DA CAPACITAO DE FUNCIONRIOS SOBRE HIGIENIZAO DE EQUIPAMENTOS, UTENSLIOS E REA FSICA EM UNIDADE PRODUTORA DE REFEIO (UPR) 303

    DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO SAUDVEL PARA ADOLESCENTES 311

    INFLUNCIA DOS NVEIS SRICOS DE VITAMINA D NO DIABETE MELLITUS E HIPERTENSO ARTERIAL 315

    PSICOLOGIA 322

    O PLANTO PSICOLGICO NO CONTEXTO HOSPITALAR: MINIMIZANDO OS IMPACTOS NEGATIVOS DA INTERNAO PS-OPERATRIA NA FAMLIA ATRAVS DO ACOLHIMENTO EMERGENCIAL 323

    TRANSEXUALIDADE E PSICANLISE: UM RECORTE DE UMA REVISO INTEGRATIVA 328

    GRUPO FOCAL NA TERCEIRA IDADE: ABRAANDO O NOVO E GARANTINDO A LONGEVIDADE DA TRADIO 335 INCLUSO E EDUCAO INFANTIL: PROCESSO DE INCLUSO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS A PARTIR DAS NARRATIVAS DOS PROFESSORES 340

    A TRANSEXUALIDADE A LUZ DA FENOMENOLOGIA E SCIO HISTRICA 345

    ASPECTOS PSICOSSOMTICOS E EMOCIONAIS ASSOCIADOS AO PACIENTE CARDIOPATA: DO DIAGNSTICO AO PR E PS-OPERATRIO 351

    OS DESAFIOS ENFRENTADOS POR UM TERAPEUTA INICIANTE A PARTIR DA PERSPECTIVA FENOMENOLGICA-EXISTENCIAL 359

    A RECONSTRUO DA PRXIS DO PSICLOGO EM UM SERVIO DE ATENO DOMICILIAR 364

    O SUPORTE PSICOLGICO NOS CUIDADOS COM O PACIENTE E NA ATENO FAMLIA DENTRO E FORA DO HOSPITAL: UM RELATO DE EXPERINCIA 370

    PERDAS E LUTO NA VELHICE: UM RELATO DE EXPERINCIA VIVIDO NO JUVINO BARRETO 377

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    SERVIO-ESCOLA EM PSICOLOGIA COMO ESPAO DE APRENDIZADO, PRTICA, PESQUISA E ATENDIMENTO COMUNIDADE 383

    A VIVNCIA DO ENCONTRO TERAPUTICO EM UM SERVIO ESCOLA DE PSICOLOGIA 391

    ADMINISTRAO 395

    AS IMPLICAES DA AUSNCIA DE TREINAMENTO EM PRTICA DE ESTGIO NO-OBRIGATRIO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA INSTITUIO DE ENSINO SUPERIOR 396

    DESAFIOS DO MERCADO: PROMOVER INOVAO ORGANIZACIONAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA 402

    ADMINISTRAO E O TERCEIRO SETOR: UM DILOGO POSSVEL 409

    PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS EM QUE O NEPOTISMO FERE 417

    CINCIAS CONTBEIS E CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA (CSTS)..420 UMA ANLISE DO BALANO PATRIMONIAL DO ATACADO S/A E CIA BRASILEIRA DE DISTRIBUIO NO ANO DE 2016 421

    UMA ANLISE COMPARATIVA DO BALANO PATRIMONIAL DAS EMPRESAS DO SETOR DE CALADOS LISTADAS NA BOVESPA NO ANO DE 2016 424

    DIREITO 428

    O CASO MARBURY VS. MADISON E O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DIFUSO 429

    GUERRA AO TERROR - UM ESTUDO DAS INFLUNCIAS DOS TRATADOS INTERNACIONAIS NA LEI DE COMBATE AO TERRORISMO (N 13.260/2016) 434

    A REFORMA DA PREVIDNCIA LUZ DO PRINCPIO DA VEDAO AO RETROCESSO 446

    ABUSO DE AUTORIDADE - PODER DE POLCIA 453

    ERRO DO JUDICIRIO: PROJETO INOCNCIA E MUTIRES CARCERRIOS 458

    MORTES NO TRNSITO: EFETIVIDADE DA LEI SECA NA SUA REDUO 464

    INSUFICINCIA DA LEI 10.826 DE 2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO) 470

    A ARBITRAGEM NO BRASIL 473

    O CONTEXTO HISTRICO E A ESTRUTURA QUE FUNDAMENTA A LEI MARIA DA PENHA 480

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    O ESTATUTO DO IDOSO E A INVESTIGAO ACERCA DE SUA INEFICCIA NO BRASIL 484

    A DESISTNCIA DA ADOO E OS DANOS CAUSADOS AO ADOTADO 491

    O ENSINO SUPERIOR E JURDICO NO MERCOSUL: ASPECTOS SCIO-JURDICOS 498

    TRANSEXUALIDADE - DIREITOS E PERSPECTIVAS JURDICAS NO BRASIL 505

    RESSOCIALIZAO DO APENADO NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO 512

    ESTATUTO DO IDOSO - AUSNCIA DE EFETIVIDADE, A SOCIEDADE COMO PARTE FUNDAMENTAL E O DIREITO TRAZENDO A RESPOSTA DIFERENCIADA DIANTE DO PANORAMA ESTAGNADO 520

    O PRECONCEITO E A FALTA DE ACESSIBILIDADE PARA COM OS DEFICIENTES FSICOS 527

    GUARDA COMPARTILHADA VANTAGENS E DESVANTAGENS 532

    ESTUDO SOBRE O FATO SOCIAL DAS NOVAS FAMLIAS BRASILEIRAS 539

    ENSINO SUPERIOR JURDICO NA UNIO EUROPEIA 545

    O QUADRO GERAL DE COMO SE ORGANIZA O CRIME ORGANIZADO NO BRASIL: RELAES JURDICAS E SUA MULTIDIMENSIONALIDADE 551

    ORNITORRINCO: ANLISE SOBRE AS PERCEPES E EXPECTATIVAS SOCIAIS EM RELAO AO DIREITO PENITENCIRIO 560

    REGULARIZAO FUNDIRIA: UMA ANLISE SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELA OCUPAO DESORDENADA DO SOLO NO MUNICPIO DE NATAL/RN 567

    VIOLNCIA CONTRA A MULHER: PRODUTO DE UMA CONSTRUO HISTRICA 574

    A INEFICCIA DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO: DESARMAR A SOCIEDADE A SOLUO? 581

    OS DIREITOS DAS CRIANAS E DOS ADOLESCENTES: UMA ANLISE HISTRICO JURDICA 587

    PEDOFILIA: CRIME OU DOENA? 594

    PROJETO DE ANLISE SCIO-JURIDCA DO NEPOTISMO - DA ORIGEM AOS DIAS ATUAIS 599

    DIREITO DA PESSOA COM DEFICINCIA NO BRASIL - PROTEO E INCLUSO NO MERCADO DE TRABALHO 609

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    BREVE ANLISE DAS PRINCIPAIS MUDANAS SCIO-JURDICAS NO PARADIGMA DA FAMLIA BRASILEIRA - OS DIVERSOS TIPOS DE FAMLIAS NO BRASIL 615

    AS HIPTESES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DO NEPOTISMO: UMA ANLISE A PARTIR DA SMULA VINCULANTE N 13 621

    DEMOCRACIA PARTICIPATIVA: SUAS VIRTUDES E SEUS DILEMAS 626

    CRIMES CIBERNTICOS - A VIOLAO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA INTERNET 633

    EDUCAO: UMA FORMAO JURDICA E SOCIAL PARA CIDADOS POLITIZADOS 640

    REFORMA PREVIDENCIRIA: LIMITES E REALIDADES 646

    A ADMINISTRAO PBLICA DA EXECUO PENAL POSSIBILIDADES DE PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS (PPP) 655

    ENFERMAGEM 663

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM SCARIS LUMBRICOIDES 664

    CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A FAMLIA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO 671

    ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CANCER DE COLO DO TERO 677

    SHANTALA MEDIDA NO FARMACOLGICA COMO INTERVENO NA DOR RECN- NASCIDO (RN) NO PROCESSO TERAPUTICO DA ENFERMAGEM 684

    ASSISTNCIA DO ENFERMEIRO AO PR NATAL DA GESTANTE COM HIV 688

    AS PRINCIPAIS DOENAS CRNICAS QUE ACOMETEM A POPULAO IDOSA NO BRASIL: O CUIDADO DO ENFEMEIRO 695

    A IMPORTNCIA DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NA REALIZAO DO PR-NATAL 703

    UM RELATO DE EXPERINCIA SOBRE APLICAO DA AURICULOTERAPIA EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM 711

    GRAVIDEZ NA ADOLESCNCIA: ATUAO DO ENFERMEIRO NA ASSISTNCIA AO PR-NATAL DE BAIXO RISCO 716

    CONHECIMENTO E PRTICA DO ENFERMEIRO NA AVALIAO E TRATAMENTO DE FERIDAS 721

    PLANO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA FOTOTERAPIA NEONATAL 727

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO RECM-NASCIDO DURANTE A CONSULTA DE PUERICULTURA 733

    A SINDROME DE BURNOUT E OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA REVISO 739

    FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DA VIOLNCIA OBSTTRICA 743

    ERROS MEDICAMENTOSOS NA PERSPECTIVA DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM 749

    ESTRATGIA DIDTICA PARA EDUCAO EM SADE VOLTADA AO SISTEMA RESPIRATRIO 756

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM ONCOLGICA NOS CUIDADOS PALIATIVOS 761

    A IMPORTNCIA DA EDUCAO PERMANENTE PARA OS PROFISSIONAIS DO SAMU 767

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE DIABETES MELLITUS NA ATENO BSICA 774

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DE HIV/AIDS: UMA REVISO DE LITERATURA 780

    PRINCIPAIS AES DO ENFERMEIRO NA DETECO PRECOCE DO CNCER INFANTIL 785

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ONCOLGICO EM CUIDADOS PALIATIVOS: REVISO DE LITERATURA 792

    A ATUAO DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE TRABALHO DE PARTO FISIOLGICO 797

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM A PURPERA ADOLESCENTE COM LACTENTE 801

    A COMUNICAO E SUA INFLUNCIA NA CONSULTA DE ENFERMAGEM: DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO CUIDAR 807

    SENTIMENTO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA ASSISTNCIA AO PACIENTE ONCOLGICO 813

    POTENCIALIDADES E DESAFIOS DO PROCESSO ASSISTIR EM ENFERMAGEM A LUZ DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAO 819

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE E PREVENO DA INFECO HOSPITALAR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 824

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835

    ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM A INDIVDUOS COM ALTERAES PSICOLOGICAS DEVIDO O CRACK 829

    SERVIO SOCIAL 835

    O PROCESSO DE REESTRUTURAO PRODUTIVA CONTEMPORNEA: OS IMPACTOS DO TAYLORISMO, FORDISMO E TOYOTISMO NA CONFIGURAO DO TRABALHO 836

    CAPS CORDEL: CONTANDO NOSSA HSTORIA 841

    COMO SE SENTE O SURDO EM RELAO AO IMPLANTE COCLEAR 843

    DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SUSTENTABILIDADE NA COMUNIDADE PONTA DO TUBARO/RN: UM RELATO DE EXPERINCIA 848

    VIOLNCIA CONTRA A CRIANA E O ADOLESCENTE E SUAS CONSEQUNCIAS 853

    PARTICIPASUS: UM ESTUDO SOBRE O CONTROLE SOCIAL NA POLTICA DE SADE EM NATAL/RN 856

    CONSUMIR PARA EXISTIR: UMA ANLISE CRTICA PS-MODERNA 862

    ENVELHECIMENTO NO BRASIL E SEUS DESAFIOS: POR UMA QUALIDADE DE VIDA EM UM CENRIO CAPITALISTA 864

    A LEGISLAO BRASILEIRA NO COMBATE VIOLNCIA CONTRA MULHER: UMA REVISO DA LITERATURA 872

    A ATUAO DOS NASF'S EM NATAL/RN 879

    A VIOLNCIA CONTRA A MULHER 885

    ATUAO DO GACC EM NATAL/RN 889

    MAPEAMENTO SOCIAL DOS ALUNOS BOLSISTAS DA 1 SRIE DO ENSINO MDIO DO COLGIO NOSSA SENHORA DAS NEVES- CNSN 894

    FARMCIA 900

    CONTRIBUIES DA FARMACOGENTICA PARA SADE HUMANA 901

    NUTRACUTICOS: ALIMENTOS FUNCIONAIS DO BEM-ESTAR DA NOVA GERAO 906

    VAGINOSE BACTERIANA: DIAGNSTICO E TRATAMENTO 915

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 11

    CINCIAS BIOLGICAS

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 12

    JOGOS DIDTICOS COMO FACILITADORES DO ENSINO DE BOTNICA AUTORES: Alex Lima do Nascimento Joo Paulo Amrico Teixeira Leonardo Barbosa da Silva RESUMO: O processo de ensino da biologia com nfase na disciplina de botnica tem se caracterizado por mtodos exaustivos e desestimulantes para alunos e docentes. Portanto, se faz necessrio o uso da ludicidade como alternativa para o melhor aproveitamento dos contedos. A ludicidade proposta e baseada no uso do jogo didtico, tendo como prioridade preservar os aspectos educacionais. O tema abordado so as plantas angiospermas enfatizando os processos reprodutivos e caracterizando as estruturas e os mecanismos de cada sistema reprodutor, visando estimular e melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos da 2 e 3 srie do ensino mdio. Com base no diagnstico e coleta de dados identificamos que o nvel de satisfao dos alunos foi positivo, visto que, a aplicao da teoria com a prtica promoveu um melhor aprendizado. Palavras - chave: Ensino. Ludicidade. Botnica. INTRODUO: O ensino da botnica na contemporaneidade tem enfrentado uma srie de crticas e desafios. Segundo Cunha (2012) acreditava-se antes que a aprendizagem era garantida pela repetio e que os estudantes que no aprendiam eram os nicos responsveis pela falta de sucesso, e hoje se sabe que o professor tem a capacidade de propor um caminho diferenciado que poder ter resultados positivos ou negativos. Diante disso, o interesse por compreender e adquirir conhecimento se dar pelo aluno, e o professor assumiu o papel de gerar situaes capazes estimular a aprendizagem. Silva et al. (2015, p. 3) ressaltam:

    O ensino de Botnica nas escolas um dos temas que pode ser trabalhado multidisciplinarmente e interdisciplinarmente, uma vez que ela est intimamente ligada ao cotidiano e realidade dos estudantes, desde as formas mais ntidas, como na alimentao, quanto em formas mais ocultas, como em frmacos, vestimenta, que muitas vezes passa despercebido pelos discentes como oriundos de organismos vegetais.

    Sendo centrado na aprendizagem de nomenclaturas, definies e regras (GALLO, 1999). O problema se torna ainda mais srio quando se verifica que, apesar de todos os nomes e termos ensinados muitos alunos sequer consideram as plantas como seres vivos (NOGUEIRA, 1997). Pelo fato dos prprios professores no se sentirem vontade com o ensino da diversidade vegetal, os mesmos priorizam outros temas em sala de aula, deixando aqueles referentes botnica para as etapas finais (MARTINS e BRAGA, 1999), alm do citado anteriormente, os docentes utilizam como base o mtodo de lecionar apenas com o livro didtico, deixando de lado outros meios que possibilitariam maior aprendizado. A ludicidade surgiu como mtodo capaz de desenvolver a interao e o prazer possibilitando aes que auxiliam no processo de ensino e aprendizagem do aluno, visando tornar a aplicao prtica do contedo. Segundo Cunha (2012, p.94).

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 13

    importante ressaltar nesse conceito a presena dos aspectos ldicos e educativos, mas, sobretudo, a presena de regras claras e explcitas que devem orientar os jogos. Essa caracterstica nos parece fundamental para demarcar uma diferenciao do jogo na escola de outras atividades como jogos educativos, que se diferenciam das atividades didticas destinadas sala de aula.

    Se, por um lado, o jogo ajuda este a construir novas formas de pensamento, desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade, por outro, para o professor, o jogo o leva condio de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem (CUNHA, 2012). O jogo didtico, caracterizado como atividade ldica facilitadora da apropriao do conhecimento, tem feito com que os jogos venham se destacando no mbito acadmico. Desta forma, os jogos educativos tm sido mais requisitados pelos docentes que buscam aprimorar seus recursos didticos (CUNHA, 2012). Dessa forma, a ludicidade ser trabalhada atravs do jogo didtico que ser usado como mecanismo ensino da botnica, promovendo nova maneira de aprendizado e interao entre alunos e docentes, visto que, tal atividade surgiu como forma de aprimoramento do ensino da disciplina. Segundo (KRASILCHIK, 1996), a aprendizagem dos contedos de botnica exige atividades prticas que permitam aos alunos vivenciar os contedos tericos previamente trabalhados de forma contextualizada. As prticas de biologia, mais especificamente, visam incentivar uma avaliao que valorize a compreenso e a interpretao da natureza. Portanto, se faz necessrio despertar nos alunos o interesse pelos contedos de botnica e faz-los participar de forma mais interativa nas atividades. importante que os docentes proponham atividades que estimulem os alunos a conhecer a diversidade vegetal, analisar e catalogar espcies que fazem parte do seu cotidiano, enfatizando a importncia econmica, tecnolgica e social dos vegetais que fazem parte do seu dia-a-dia. Com base no exposto, o presente trabalho teve como objetivos elaborar, desenvolver e aplicar uma sequncia didtica sobre as angiospermas enfatizando os processos reprodutivos e caracterizando as estruturas e os mecanismos de cada sistema reprodutor, visando estimular e melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, associando a teoria com a prtica a fim de potencializar o processo de aprendizagem dos contedos. Como as plantas esto inteiramente ligadas vida cotidiana se faz necessrio o ensinamento terico e prtico, visando estimular o pensamento e aprendizado dos alunos, desenvolvendo de forma dinmica o processo de assimilao dos assuntos assistidos em sala de aula. METODOLOGIA: O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual Jos Fernandes Machado, localizada Avenida Praia de Muri, s/n, no bairro de Ponta Negra, na cidade de Natal/RN, dentro da disciplina de pratica como componente curricular, entre os meses de abril e maio de 2017. As atividades foram desenvolvidas com as turmas da 2 e 3 sries do ensino mdio. Inicialmente foi proposto trabalhar com a turma da 2 srie, mas devido a questo do nmero de alunos matriculados e a quantidade que assistia as aulas, foi necessrio trabalhar em conjunto com a turma da 3 srie. Ao todo, foram registradas a presena regular de vinte e sete alunos; sendo destes doze alunos da 2 srie, mais quinze da 3 srie. No primeiro momento foi realizada a apresentao do tema a ser trabalhado com as duas turmas, seguido de um levantamento de conhecimento prvio dos alunos. O mesmo deu-se atravs da aplicao de um teste de sondagem, consistindo em um breve questionrio contendo nove questes, sendo cinco objetivas, e quatro subjetivas, nas quais os participantes puderam demonstrar seus conhecimentos. Na segunda etapa, partindo dos conhecimentos prvios dos alunos, e dos meios disponveis para execuo das

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 14

    atividades, foram elaboradas aulas tericas e prticas para ambas as turmas, visto que a 2 srie, ainda no havia estudando o contedo de botnica programado para o ano letivo, sendo necessrio rever conceitos estudados no ensino fundamental, antes da aplicao das etapas subsequentes. Para a 3 srie, o objetivo foi de aprimorar o que j lhes havia sido apresentado no ano letivo anterior. Objetivando fugir do tradicional mtodo de estudo atravs do livro onde normalmente se faz a descrio das estruturas externa e interna da flor atravs de figuras ou esquemas/desenhos, a segunda etapa foi elaborada de modo que todos pudessem ser estimulados a interagir e participar. Fizemos a exposio de vrias flores em cortes longitudinais evidenciando as estruturas, principalmente as utilizadas na reproduo sexuada. Em seguida abordamos a diversidade dos meios de reproduo das angiospermas, reproduo sexuada atravs da polinizao e assexuada por meio de estaquia, mergulhia, alporquia e enxertia. Logo em seguida foi explorado o conhecimento de frutos, sua definio, formao, suas partes, e o que considerado fruto verdadeiro e pseudofrutos (frutos falsos), finalizando com sementes, sua formao, os cotildones, germinao e mtodos de disperso. Na terceira e ltima etapa foi aplicado um jogo didtico denominado "Conhecendo as Plantas". O mesmo foi elaborado com base em um baralho comum, sendo adaptado a temtica abordada, consistindo em formar um conjunto de trs cartas, sendo uma contendo imagem referente a determinado rgo reprodutor, funo ou meio de reproduo das plantas; mais duas contendo informaes chave referentes carta em questo. Tendo um total de quarenta e oito cartas; sendo dezesseis contendo imagens, trinta e duas com informaes chave que possibilitassem a formao do jogo. Foram confeccionados dois baralhos iguais para agilizar as rodadas. Os alunos foram sorteados em grupos de quatro componentes por cada rodada independente de qual turma pertencessem, de modo que todos pudessem participar. As regras foram estabelecidas, e cada membro recebeu seis cartas possibilitando formar dois jogos por participante, restando vinte e quatro cartas no montante para saque; seguindo sempre com um saque e um descarte, at que algum participante completasse os dois conjuntos necessrios. A partida encarrava sempre que os dois primeiros componentes do grupo completassem seus jogos. O processo foi repetido at que todos tivessem a oportunidade de jogar. Posteriormente a aplicao do jogo foi realizado um ltimo questionrio onde foram avaliados a eficcia da metodologia utilizada, e o desempenho dos participantes em relao ao teste aplicado antes das aulas. Por fim foi realizado um debate onde os discentes expuseram suas opinies no grande grupo, e discutiram sob os aspectos da metodologia de ensino. RESULTADOS: Na aplicao do questionrio 01, foi constatado que os discentes da 2 srie ainda no haviam estudado os contedos relacionados a botnica programados para o ano letivo em curso, sendo necessrio rever alguns contedos do ensino fundamental. J os da 3 srie mostraram um domnio pouco satisfatrio dos contedos bsicos necessrios ao nvel de escolaridade. Ao analisar o questionrio 02, verificamos que as respostas discursivas referentes aos conceitos assimilados durante a sequncia das aulas foram bem desenvolvidas, de tal forma que este entendimento tambm foi constatado durante o debate final realizado com o grupo. Ficou evidenciado que a aplicao do projeto de interveno foi bem-sucedida. Sendo que entre os vinte e sete participantes, vinte e quatro, da turma avaliaram as aulas como produtivas, no apenas pela exposio terica dos contedos de forma diferenciada, mas com a participao dialogada promovida durante os encontros, alm do material expositivo, e a aplicao do jogo didtico, indicando que se faz necessrio melhorar a metodologia apresentada atualmente

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 15

    em nas salas de aula, para abordagem dos contedos de botnica, proporcionando uma participao mais efetiva dos discentes com os contedos. Segundo a Sociedade Brasileira de Botnica (REINHOLD, 2006), o ensino de Botnica tem se revelado acentuadamente tecnicista e tradicional, constituindo um currculo tambm tradicional e com concepes de ensino e aprendizagem ainda voltadas para um excesso de teoria. Nesse sentido, preciso destacar o potencial dos jogos didticos que se configuram como um recurso que contribui no processo de ensino e aprendizagem, pois tem como pano de fundo a ludicidade que pode facilitar a aprendizagem, atravs de situaes divertidas, alm de estimular o esprito de cooperao entre aluno e professor. Nessa viso de Jfili (2012), que discorre sobreos resultados preliminares so importante e altamente relevantes para a construo do processo de ensino e aprendizagem. Para Moreira (2002) o conhecimento prvio fundamental para a construo de uma nova aprendizagem conceitual. Considera-se que as aulas prticas possibilitam uma maior compreenso dos contedos cientficos visto que durante essas aulas os alunos se sentem parte da experincia, participando ativamente dos procedimentos e snteses das observaes (MIRANDA et al., 2013). O desafio de trabalhar com duas turmas distintas foi bastante produtivo, fato constatado nas respostas dadas durante o questionrio 02. Entre os alunos da 2 srie quando perguntado sobre a importncia da aula para sua a vida acadmica, foi constatado como positiva a eficcia da aplicao sendo registradas as seguintes afirmaes: aluno 1. A aula foi muito produtiva, j que tive a oportunidade de revisar muita coisa estudada durante o ensino fundamental. Aluno 2. Considero que a metodologia utilizada foi bastante inovadora e produtiva, principalmente pela aplicao do jogo didtico associado aula, o que facilitou ainda mais a aprendizagem do assunto estudado. importante destacar que no houve respostas negativas a metodologia. Com relao turma da 3 srie, os resultados tambm foram muito satisfatrios, considerando que inicialmente no estava previsto o trabalho com esta turma. No questionrio 02, quando perguntados da importncia da aula para seu cotidiano, foi registrado que a aula foi bastante produtiva, com as seguintes afirmaes: Aluno 1. gostei muito da aula, pois serviu como reviso de muitas coisas, referente s plantas. Foi muito produtivo, e o grupo parecia estar realmente preparado, j que teve de trabalhar com duas turmas diferentes ao mesmo tempo. Aluno 2. Aula excelente me ajudou bastante, pois sou concluinte, e sinto que em alguns pontos o grupo abordou questes que podem ser cobradas no ENEM. Aluno 3. O grupo est de parabns, pois conseguiu desenvolver uma aula dinmica e ainda teve a ideia de aplicar um jogo didtico, que veio a facilitar ainda mais a aprendizagem. CONCLUSO: Com base no exposto pudemos concluir que a atual metodologia aplicada para os contedos de botnica caracterizada como obsoleta e defasada com os parmetros da disciplina, visto que, possui apenas o objetivo de decorar conceitos que serviram apenas para avaliao escolar, deixando de lado a ideia de associar conceitos com a pratica cotidiana, contribuindo dessa forma com a cegueira botnica. Durante a aplicao do jogo didtico, identificamos a empolgao dos participantes em trabalhar de maneira dinmica um assunto que lhes foi explicado; resultando em uma satisfao ainda maior ao conseguir colocar em pratica o conhecimento adquirido. Portanto, com base no questionrio aplicado e na participao dos discentes, ficou evidente a aceitao de uma metodologia de ensino baseada em exposio e manipulao de materiais e na ludicidade tornando assim o processo de ensino e aprendizagem produtivo, confirmando de tal forma

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 16

    com as experincias relatadas por autores que trabalharam a ludicidade no ensino da biologia, com nfase na botnica.

    REFERNCIAS

    CUNHA, Marcia Borin. Jogos no ensino de qumica: consideraes tericas para sua utilizao em sala de aula. 2012. Qumica nova na escola. v. 34, n. 2, p. 92-98, maio, 2012. GALLO, S. (1999). Transversalidade e educao: pensando em uma educao no - disciplinar. Em N. Alves e E. L. Garcia (Eds.), O Sentido da escola (p. 17-41). Rio de Janeiro: DP & A, 1999. GRANDO, R. C. O jogo na educao: aspectos didtico-metodolgicos do jogo na educao matemtica. 2001. Disponvel em: . Acesso em: 12 jun. 2017. JFILI, Z. Piaget, Vygotsky, Freire e a construo do conhecimento na escola. Ano 2, UFRPE, 2012. KINOSHITA, L. S.; TORRES, R. B.; TAMAHIRO, J. Y.; FORNI-MARTI, E. R. A botnica no ensino bsico: relatos de uma experincia transformadora. So Carlos: Rimas, 2006. KRASILCHIK, Myriam. Prtica de Ensino de Biologia. 3. ed. So Paulo: Harbra, 1996. NOGUEIRA, A.C.O. Cartilha em quadrinhos: um recurso dinmico para se ensinar botnica. Em 6 Encontro Perspectivas do ensino de biologia. So Paulo: [s.l.], 1997. MARTINS, C. M. C.; BRAGA, S. A. M. As ideias dos estudantes, o ensino de biologia vegetal e o vestibular da UFMG. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educao em Cincias, 2. Valinhos. Atas. So Paulo: ABRAPEC, 1999. MIRANDA, V. B. S.; LEDA, L.R; PEIXOTO, G. F. A importncia da atividade de prtica no ensino de biologia. Revista de Educao, Cincias e Matemtica, v.3, n.2, 2013, ISSN 2238-2380. Disponvel em: . Acesso em: 25 maio 2017.

    MOREIRA, M. A. A teoria dos campos conceituais de Vergnaud, o ensino de cincias e a pesquisa nesta rea. Investigaes em Ensino de Cincias. Instituto de Fsica, UFRGS, 2002. REINHOLD, A. R. C. Amanda Leal Castelo Branco, Ivan Becari Viana, Rafael Gustavo Rigolon. A utilizao do jogo Perfil Botnico como estratgia para o ensino de botnica. Disponvel em:

    ../../internet/Downloads/BOTANICA.docx../../internet/Downloads/BOTANICA.docx
  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 17

    . Acesso em: 10 jun. 2017. SILVA, T. S.; COSTA, L. K. de P. F.; DE LIMA R. S. Modalidades didticas no ensino de Botnica: oficinas pedaggicas como instrumento para o ensino-aprendizagem de conceitos botnicos. In: XIII Congresso Internacional de Tecnologia Na Educao. Pernambuco, 2015.

    REINHOLD, A. R. C. Amanda Leal Castelo Branco, Ivan Becari Viana, Rafael Gustavo Rigolon. A utilizao do jogo Perfil Botnico como estratgia para o ensino de botnica. Disponvel em: . Acesso em: 02 maio 2017.

    http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/%20R1295-1.pdfhttp://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viii%20enpec/resumos/R1295-1.pdfhttp://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viii%20enpec/resumos/R1295-1.pdf
  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 18

    CENSO DE AVES LIMCOLAS, RESIDENTES E MIGRANTES, EM REA DE SALINA NO MUNICPIO DE ICAPU-CE

    AUTORES: Glauber Henrique Borges de Oliveira Souto Herandy de Arajo Cabral Ngila Naiara de Carvalho Frana RESUMO: As aves limcolas so um grupo de aves que est sempre vinculada ao ambiente aqutico pouco profundo, como lagos, rios, esturio e salinas. Neste grupo, temos espcies classificadas como residentes e migrantes. O nosso estudo vem trazer novas informaes sobre a dinmica das aves limcolas com o intuito de contribuir para o futuro monitoramento dessas espcies. O censo foi realizado em rea de salina no municpio de Icapu-CE durante os meses de junho/2016, setembro/2016, outubro/2016 e maio/2017. A metodologia utilizada foi a contagem em ponto fixo. Registramos durante o censo de aves limcolas 22 espcies distribudas em 06 famlias. Dentre as espcies registradas 12 espcies migratrias e 10 espcies residentes. Destacamos a presena de espcies ameaadas de extino durante o censo. A realizao de monitoramento fundamento para entender a dinmica populacional das espcies de aves limcolas e, assim, poderemos criar programas de conservao e preservao para essas espcies. Palavras - chave: Aves limcolas. Ameaadas de extino. Zona costeira. INTRODUO: As aves limcolas so aquelas que possuem o hbito de se alimentar de pequenos invertebrados que vivem no limus lodo em latim. De acordo com Azevedo-Jnior (1998), este grupo de aves representando por espcies residentes e migrantes, distribudos entre as famlias Jacanidae, Rostratulidae, Haematopodidae, Charadriidae, Scolopacidae, Recurvirostrdae e Burhinidae. Com relao s espcies migrantes, Valente et al. (2011) e Giro e Albano (2011), destacam o municpio de Icapu, localizado no estado do Cear, como uma das reas de relevante interesse para o estudo desse grupo de aves. Dessa forma, o presente estudo vem trazer novas informaes sobre a dinmica das aves limcolas, residentes e migrantes, com o intuito de contribuir para o futuro monitoramento dessas espcies. METODOLOGIA: O municpio de Icapu est localizado no extremo litoral leste do Cear. Seus limites geogrficos so: oceano Atlntico ao Norte, ao Sul o municpio de Aracati e o Rio Grande do Norte, ao Leste o Oceano Atlntico e a oeste o municpio de Aracati. Est georreferenciado sob as coordenadas S 4 4247e W 37 2119, com uma rea de 423,446km (IPECE, 2010). O censo de aves limcolas foi realizado em 4 (quatro) campanhas de campo. As campanhas ocorreram nos meses de junho/2016, setembro/2016, outubro/2016 e maio/2017. Cada campanha apresentou durao de 3 (trs) dias de campo. A metodologia seguiu a proposta de Bibby et al. (1992), no qual o observador em um ponto fixo realiza a contagem individual de cada espcie. Para a realizao do mtodo, se faz necessrio a utilizao de luneta Sky-Life (30 x 90 x 60 mm). As espcies foram identificadas de acordo com Piacentini et al. (2015). As observaes foram realizadas em perodos intercalados de manh e tarde, a fim de cobrir todo o espectro de atividades da avifauna. REVISO DA LITERATURA: Colwell (2010), define aves limcolas como um grupo que est sempre vinculada ao ambiente aqutico pouco profundo, como lagos, rios, esturio e salinas. Neste grupo de aves

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 19

    podemos observar uma maior quantidade de indivduos migratrios (MYERS, 1983) que utilizam a zona costeira como rea para descanso, alimentao e reproduo (PREZ-HURTADO et al. 1993; SICK, 1997). Em especial, destacamos as reas de salinas que de acordo com Mrias et al. (1997) e Sadoul et al. (1998) esto como reas no naturais de grande importncia para as aves limcolas, onde as mesmas utilizam para descanso, reproduo e, principalmente, como rea de forrageio alternativo (MASERO et al. 2000). O municpio de Icapu/CE se configura como uma das principais reas de alimentao e reproduo de aves limcolas no nordeste. Segundo Giro e Albano (2011), a regio visitada por uma grande diversidade de aves limcolas migratrias que utilizam a zona costeira como rea de invernada. RESULTADOS E DISCUSSO: Registramos durante o censo de aves limcolas 22 espcies distribudas em 06 famlias (Tabela 1). Dentre as espcies registradas 12 espcies migratrias e 10 espcies residentes. Tabela 1 - Aves limcolas registradas em rea de salinas no municpio de Icapu-CE

    (* migratria). Txon Nome Comum Campanha

    Jun/2016 Set/2016 Out/2016 Mai/2017

    Pelecaniformes

    Ardeidae

    Bubulcus ibis Gara-vaqueira X X X

    Ardea alba Gara-branca X X X X

    Egretta caerulea Gara-azul X X X

    Egretta thula Gara-branca-pequena X X

    Charadriiformes

    Charadriidae

    Vanellus chilensis Quero-quero X X X X

    Pluvialis squatarola*

    Batuiruu-de-axila-preta

    X X

    Charadrius semipalmatus*

    Batura-de-bando X X

    Charadrius collaris Batura-de-coleira X X X X

    Haematopodidae

    Haematopus palliatus

    Piru-piru X X X X

    Recurvirostridae

    Himantopus mexicanus

    Pernilongo-de-costas-negras

    X X X X

    Scolopacidae

    Limnodromus griseus*

    Maarico-de-costas-brancas

    X X

    Numenius hudsonicus*

    Maarico-de-bico-torto X X

    Actitis macularius* Maarico-pintado X X

    Tringa melanoleuca*

    Maarico-grande-de-pernas-amarelas

    X X X

    Arenaria interpres* Vira-pedra X X X

    Calidris canutus* Maarico-de-papo-vermelho

    X X

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 20

    Calidris alba* Maarico-branco X X

    Calidris pusilla* Maarico-rasteirinho X X

    Calidris minutilla* Maariquinho X X X X

    Calidris fuscicolli* Maarico-de-sobre-branco

    X X

    Calidris himantopus*

    Maarico-pernilongo X

    Rynchopidae

    Rynchops niger Talha-mar X X X

    Fonte: Autoria prpria, 2016.

    As espcies mais abundantes nesse estudo foram Ardea alba, Vanellus chilensis, Charadrius collaris, Haematopus palliatus, Himantopus mexicanus e Calidris minutilla. De acordo com Sick (1997) A. alba e V. chilensis so espcies comuns em regies de alagadios e banhados. Sendo comum em reas alteradas, como o caso da salina. As espcies migrantes registradas neste estudo so oriundas do hemisfrio norte (SICK 1997) e utilizam o litoral do nordeste como rea de invernada. Dentre elas, destacamos C. minutilla. Segundo BirdLife (2016), a populao apresenta uma tendncia ao declnio, porm, esse declnio no grande o suficiente para deixar a espcie Vulnervel Extino. Dentre as espcies registradas consideradas ameaadas de extino, tivemos o registro de: Calidris canutus (Criticamente Ameaada), Calidris pusilla (Em Perigo) e Limnodromus griseus (Criticamente Ameaada). De acordo com a Lista da IUCN (2012), C. canutus foi considerada como Quase Ameaada. Porm, com a publicao mais recente feita pelo Ministrio do Meio Ambiente publicada pela Portaria n 444 de 17 de dezembro de 2014, a espcie em questo est classificada como Criticamente Ameaada. Segundo BirdLife International (2012), a populao de C. canutus presentes na Terra do Fogo no Chile, diminuiu drasticamente nos ltimos anos, o que favoreceu para a mudana no status da espcie. Calidris pusilla, de acordo com a Lista da IUCN (2012), a espcie foi considerada como Quase Ameaada. Porm, com a publicao mais recente feita pelo Ministrio do Meio Ambiente publicada pela Portaria n 444 de 17 de dezembro de 2014, a espcie em questo est classificada como Em Perigo de Extino. De acordo com BirdLife International (2012), as principais ameaas espcie so: (1) caa predatria no norte da Amrica do Sul, mais precisamente na Guiana Francesa (legal) e Suriname (ilegal), (2) coleta do caranguejo-ferradura (Limulus polyphemus) que serve de alimento para C. pussila, e (3) utilizao de pesticidas em reas de plantio de arroz e a drenagem desses pesticidas para reas costeira. Limnodromus griseus, de acordo com a Lista da IUCN (2012), a espcie foi considerada como Pouco Preocupante. Porm, com a publicao mais recente feita pelo Ministrio do Meio Ambiente publicada pela Portaria n 444 de 17 de dezembro de 2014, a espcie em questo est classificada como Em Criticamente Ameaada. Assim, acreditamos que esses fatores mencionados para classificar as espcies como ameaadas vieram a contribuir para reduo de registros das espcies durante esse censo. CONCLUSO: A realizao de censos para aves limcolas de fundamental importncia. Pois, por meio desses estudos poderemos compreender a dinmica das espcies. Assim, so necessrias as realizaes de monitoramentos constantes para poder inferir de forma mais precisa sobre as flutuaes populacionais dessas aves e assim contribuir com informaes relevantes sobre reproduo, ecologia e conservao.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 21

    REFERNCIAS

    AZEVEDO-JNIOR, S. M. As aves do canal de Santa Cruz, Pernambuco, Brasil. Caderno mega da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Srie Cincias Aquticas, Recife, 5: 35-50, 1998. BIBBY, C. J.; BURGESS, N. D.; HILL, D. A. Birds censos techniques. London, Academic Press Inc., 1992. BRASIL. Ministrio do Meio Ambiente, 2014. Portaria n 444, de 17 de dezembro de 2014. COLWELL, M. A. Shorebird ecology, conservation, and management. Berkeley: Univ. of California Press, p. 328, 2010. GIRO, W.; ALBANO, C. Ilha Grande. In: VALENTE, R.; SILVA, J. M. C.; STRAUBE, F. C.; NASCIMENTO, J. L. X. (orgs.) Conservao de aves migratrias nerticas no Brasil. Belm Conservao Internacional, 2011. MASERO, J. A. et al. Complementary use of intertidal mudflats and adjacent salinas by foraging waders. Ardea, 88, p.177-191, 2000. MRIAS, T. Effects of Habitat Loss on Wader (Aves, Charadrii) in the Mondego estuary (Portugal). Tese de Doutoramento. Universidade de Coimbra. Coimbra. 1997. MYERS, J. P. Conservation of migrating shorebirds: staging areas, geographic bottlenecks, and regional movements. American Birds, v. 37, n. 1, p. 23-25, 1983. PREZ-HURTADO, A. et al. Importancia de la Baha de Cdiz para las poblaciones de limcolas invernantes e influencia de las transformaciones humanas. Ardeola, v. 40, n. 2, p. 133-142, 1993. PIACENTINI, V. Q. et al.. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee/Lista comentada das aves do Brasil pelo Comit Brasileiro de Registros Ornitolgicos. Revista Brasileira de Ornitologia 23: 91-298, 2015. SADOUL, N.; WALMSEY, J.; CHARPENTIER, B. Salinas and Nature Conservation. Conservation of editerranean wetlands, n. 9. Tour du Valat, Arles, 1998. SICK, H. Ornitologia brasileira: uma introduo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. TELINO-JNIOR, W. S.; AZEVEDO-JNIOR, S. M.; LYRA-NEVES, R. M.. Censo de Aves Migratrias (CHRARADRIIDAE, SCOLOPACIDAE e LARIDAE) na Coroa do

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 22

    Avio, Igarassu, Pernambuco. Revista Brasileira de Zoologia. 20. p. 451-456, 2003. VALENTE, R. et al. Conservao de aves migratrias nerticas no Brasil. Belm: Conservao Internacional, 2011.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 23

    PORFEROS E SUA IMPORTNCIA NO ECOSSISTEMA MARINHO: UMA PROPOSTA DE ABORDAGEM DIDTICA

    AUTORES:

    Caio Italon de Oliveira Torres

    Julya Thompson Pereira da Silva

    Lcia Maria de Almeida

    RESUMO: O filo Porfero um dos primeiros grupos de animais a serem abordados nos nveis bsicos de ensino. No entanto, o mesmo corriqueiramente visto de forma superficial, sem muito destaque em suas relaes com o meio em que se encontram, acarretando um maior desinteresse por parte dos alunos. Visando abordar o tema de uma maneira ldica, recorrendo utilizao de metodologias que esto ao alcance dos docentes, esta interveno objetivou desenvolver uma abordagem didtica inovadora com relao ao filo porfera destacando sua importncia ambiental. As atividades foram desenvolvidas na Escola Estadual Jos Fernandes Machado no 7 ano. A utilizao de propostas didticas inovadoras, principalmente diferenciadas da utilizao somente do livro didtico e do quadro possibilitou ampliar o conhecimento sobre os porferos.

    Palavras - chave: Porfera. Esponjas-do-mar. Ensino de Cincias.

    INTRODUO: O ensino de Cincias na educao bsica tem sido marcado por inmeros desafios, sendo a abordagem tradicional e descontextualizada dos contedos um dos grandes desafios a serem enfrentados pela comunidade escolar, percebe-se que esta situao, por sua vez, acaba acarretando uma maior falta de interesse por parte dos educandos em aprender cincias, levando-os a crer que uma disciplina maante, limitada a decorar termos (KRASILCHIK, 2004, POZO, GOMEZ e CRESPO 2009, FIALHO et al., 2012). Segundo Balbinot (2005), as aulas de Cincias no ensino fundamental so marcadas pelo uso do livro didtico como instrumento central no processo de transmisso de conhecimentos. Todavia, limitar-se a essa ferramenta pode propiciar uma experincia de ensino aprendizagem somente memorstica, muitas vezes proporcionando uma viso montona e desinteressante da cincia. Dentro deste contexto, muitos conhecimentos so transmitidos sem possibilitar aos discentes fazer ou estabelecer relaes com o seu cotidiano. Dentro do reino Animalia, por exemplo, um dos filos mais negligenciados o Porfera, apesar de possurem grande importncia na manuteno de sais no meio aqutico, servirem de alimento e abrigo para outras espcies e terem carter bioindicador (HICKMAN, 2004; RUPPERT e BARNES, 1996), sua abordagem em sala de aula bastante limitada, na maioria das vezes ocorrendo apenas a descrio das caractersticas morfolgicas, sem considerar sua importncia a nvel ecolgico e taxonmico (BALBINOT, 2005). A utilizao de ferramentas e estratgias didticas que viabilizem o processo de ensino e aprendizagem em cincias e que estimulem os alunos a pensarem que os seres vivos possuem relaes estreitas entre si e com o meio, extremamente necessria no s a nvel de conhecimento, mas tambm para formar cidados comprometidos com a conservao do meio ambiente. O processo de ensino e aprendizagem (KRASILCHIK, 2005). Tendo em vista a necessidade de transmitir o contedo a

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 24

    respeito dos Porferos, de modo a destacar sua relevncia para o ecossistema marinho atravs de mtodos ldicos de ensino, esta interveno objetivou desenvolver uma abordagem didtica inovadora que desperte o interesse dos discentes com relao ao filo porfera destacando sua importncia ambiental. METODOLOGIA: A proposta de interveno foi realizada na Escola Estadual Jos Fernandes Machado, localizada no bairro de Ponta Negra Natal/RN, na turma do 7 ano. Inicialmente foi realizada uma conversa informal para levantamento de conhecimento prvio dos alunos, introduzimos o questionamento: vocs conhecem as esponjas-do-mar? . Na etapa seguinte, abordamos o tema atravs de slides com as caractersticas do filo sua estrutura corprea e formas de reproduo. Abordamos tambm como ocorre o processo de filtrao nos porferos e a importncia ecolgica deste processo, para melhor compreenso do mesmo utilizamos os vdeos Circulao da gua em esponjas (2013) e Porferos (2013). Aps esse momento, enfatizamos as relaes ecolgicas que os Porferos estabelecem com outros seres vivos. Para isso, a Tartaruga foi utilizada como exemplo de animal que fazia uso das esponjas como alimento, devido mesma ser uma espcie carismtica muito conhecida. Alm disso, outros animais que buscam porferos como fonte de abrigo e alimento foram mencionados, como peixes e crustceos. Tambm foi falado sobre o fato de esponjas serem bioindicadores de poluio, e da importncia de ter esses animais na nossa zona litornea. Para finalizar, foi proposta uma atividade contendo duas questes. Uma das questes propunha que os alunos esquematizassem atravs de um desenho, como ocorria o processo de filtrao da gua nas esponjas. A outra pedia para que citassem com base no que aprenderam a importncia ecolgica desses seres vivos. Para a realizao dessa atividade, os discentes dividiram-se em grupos entre trs a seis componentes. RESULTADOS E DISCUSSES: Esperava-se dos alunos um nvel de conhecimento prvio limitado a respeitos dos Porferos, considerando o fato desse assunto no ter sido ministrado em anos letivos anteriores. A conversa informal feita no incio do encontro constatou isso, pois quando foram indagados se conheciam as esponjas, no souberam responder de fato do que se tratava. Todavia, alguns alunos pareciam ter associado esponjas com o personagem de desenho animado Bob Esponja, o que de certa forma auxiliou no decorrer da aula, j que os alunos possuam uma referncia ainda que deturpada do que era uma esponja. Quando deparados com uma imagem de um representante do filo, os discentes demonstraram curiosidade, porque segundo eles, a foto parecia retratar muito mais uma planta, ou pedra do que um animal. O interesse aumentou quando falamos do carter filtrador desses seres vivos, principalmente quando assistiram aos vdeos. A todo o momento os alunos procuravam tirar suas dvidas a respeito dos hbitos de vida das esponjas e o mecanismo de filtrao, sendo, portanto, muito participativos. Alguns se surpreenderam com o fato do processo de filtrao ocorrer de maneira rpida atravs do corpo do animal, como mostrado no vdeo. Com relao realizao da atividade, os alunos mostraram-se dispostos a fazer esquemas bem elaborados da morfologia/corpo da esponja. Alguns destacaram at mesmo o corante utilizado no vdeo em seus desenhos, com o objetivo de retratar mais fielmente o fluxo de gua. Tambm vlido salientar que a questo que pedia para que citassem a importncia das esponjas foi respondido conforme o esperado, com os educandos mencionando ao menos uma relao ecolgica, evidenciando, por exemplo, a relao destes animais com tartarugas. A mudana no ensino de Cincias deve ocorrer para alterar o quadro de desinteresse dos alunos, e para que o processo de ensino aprendizagem seja mais prazeroso

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 25

    para o educando que, consequentemente, ir absorver o contedo com uma maior facilidade. Tal mudana pode ser acompanhada com a aplicao de metodologias ldicas de ensino, como jogos didticos, vdeos, desenhos e at apresentaes em slides com abordagens diferenciadas (KRASILCHIK, 2005). Observamos a eficcia dessas ferramentas, como o uso de figuras que os alunos j estejam habituados, que agem como conectivos com o tema exposto, como o Bob Esponja. Alm disso, estimular o campo visual dos alunos por meio de vdeos que mostrem na prtica como o contedo falado se aplica, essencial para que os mesmos sejam instigados a ir a fundo ao assunto abordado. Acreditamos que a abordagem destacando os benefcios dos Porferos para o meio ambiente tambm agiu como instrumento que favoreceu a compreenso e contextualizao do tema, pois fez com que o educando pensasse no organismo estudado no s como um ser individual, mas tambm como parte de um sistema vasto de interaes entre organismos e o meio (ROSSALI, 2011). A utilizao, portanto, de materiais que os discentes j estejam familiarizados e que os estimulem a pensar e reelaborar seus conhecimentos, estabelecendo novas relaes atravs destes conhecimentos como podemos constatar a abordagem socioambiental por meio de representaes com as quais os educandos j estejam acostumados vm se mostrando como uma ferramenta facilitadora do ensino (VIGOTSKY, 2000). CONCLUSO: Este trabalho constatou que possvel tornar uma aula sobre um assunto pouco contemplado, prazerosa atravs desses instrumentos auxiliadores de ensino. A utilizao de propostas didticas inovadoras, principalmente diferenciadas da utilizao somente do livro didtico e do quadro possibilitou ampliar o conhecimento sobre os porferos, despertando o interesse dos discentes para a importncia ecolgica do filo e sua relevncia para o meio ambiente.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 26

    REFERNCIAS

    ARAJO, R. Porferos. Youtube 2013. P&B. Disponvel em: . Acesso em: 22 jun. 2017.

    BALBINOT, M. C. Uso de modelos, numa perspectiva ldica, no ensino de Cincias. Lajeando, RS: UNIVATES, 2005.

    FIALHO, N. H.; VIVAS, I. Q.; SANTOS, C. E. M. Equidade e coeso social na perspectiva da educao e desenvolvimento cientfico e tecnolgico. Poiesis. Nmero Especial, p. 184-200, jun./dez., 2012.

    HICKMAN, Jr. CLEVELAND P.; LARSON, Allan; ROBERTS, Larry S. Princpios Integrados da Zoologia 11. ed. Rio de Janeiro: GUANABARA, 2004. p. 229 a 236.

    KRASILCHIK, Myriam. Prtica de Ensino de Biologia. 4. ed. So Paulo: EDUSP, 2004.

    NUNES, M. Circulao da gua em esponjas. Youtube, 2013. Disponvel em: . Acesso em: 22 jun. 2017.

    POZO, J. I; GOMEZ CRESPO, M. A. Aprendizagem e o ensino de cincias: do conhecimento cotidiano ao conhecimento cientfico. 5. ed. Artmed, 2009, p. 296.

    ROSSASI, Lucilei Bodaneze; POLINARSKI, Celso Aparecido. Reflexes sobre metodologias para o ensino de Biologia: uma perspectiva a partir da prtica docente. Porto Alegre, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 11 out. 2017.

    RUPPERT; BARNES. Zoologia dos Invertebrados. 6. ed. So Paulo: Roca, 1996. p. 1028.

    VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Construo do Pensamento e da Linguagem. So Paulo: Livraria Martins Fontes Editora, 2001. 496 p.

    https://www.youtube.com/watch?v=IH8cOxF-RNwhttps://www.estantevirtual.com.br/autor/Myriam%20Krasilchikhttps://www.youtube.com/watch?v=Y0o0BuTShEkhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/491-4.pdf
  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 27

    ARQUITETURA E URBANISMO

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 28

    CONHECENDO A REALIDADE DA COLETA SELETIVA NA CIDADE DE NATAL, RIO GRANDE DO NORTE, A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO NA

    COOPICICLA

    AUTORAS:

    Fernanda Beatriz Santos de Oliveira

    Juliana Viegas de Lima Valverde

    RESUMO: Esse artigo apresenta os resultados parciais, referentes primeira etapa da pesquisa em andamento, que visa propor recomendaes projetuais para um centro de coleta seletiva em Natal por meio de uma Avaliao Ps-Ocupao (APO) tcnico-funcional realizada na Cooperativa dos Catadores de Materiais Reciclveis de Natal (COOPCICLA). Tem como objetivo apresentar os resultados obtidos na aproximao com o objeto de estudo - etapa inicial da APO, visando compreender as atividades realizadas e definir os mtodos e tcnicas a serem aplicados nas etapas seguintes da pesquisa. Para a metodologia, optou-se por uma abordagem multimtodos, de carter qualitativo. A pesquisa constatou a falta de equipamentos, que aperfeioem as atividades referentes coleta seletiva. Porm, os cooperados esto satisfeitos com o ambiente fsico. Identificou-se a dificuldade dos usurios em avaliar o ambiente fsico, visto que a cooperativa oferece melhores condies de trabalho se comparada com o lixo, onde as atividades eram realizadas antes da criao da cooperativa e construo do galpo. A anlise dos resultados aponta para a necessidade de propostas com enfoque social e econmico.

    Palavras - chave: Avaliao Ps-ocupao. Cooperativa de catadores. Poltica Nacional de Resduos Slidos.

    INTRODUO: Os resduos slidos so um problema de carter social, ambiental e econmico. A crescente preocupao com a preservao dos recursos naturais e com a questo de sade pblica associada a resduos slidos indica uma demanda crescente para tratar desses temas em diversas esferas do conhecimento. A Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), instituda por meio da lei n 12.305/10, rene princpios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e aes para tratar dos resduos slidos, visando uma gesto integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado (BRASIL, 2010). A lei discorre sobre o gerenciamento correto acerca dos resduos slidos (RS), envolvendo os setores pblico e privado, bem como a extino dos lixes. De acordo com a PNRS, entende-se por RS todo material descartado produzido em decorrncia das atividades humanas que esteja no estado slido ou semisslido. Segundo o Panorama dos resduos slidos no Brasil, em 2015 foram recolhidas 198.750 toneladas de resduos slidos urbanos por dia (ABRELPE, 2015). importante distinguir resduo de rejeito, esse entendido como todo o lixo que no possui valor comercial. A grande quantidade de resduos gerados salienta a necessidade da implantao de Centrais de Tratamento de Resduos Slidos (CTRS) para coleta, triagem e destinao ambientalmente adequada desses resduos, em parceria direta com o aterro sanitrio da cidade ou regio, criando assim, uma gesto integrada dos resduos slidos. Alm disso, a CTRS pode dialogar com a comunidade a fim de criar uma conscincia coletiva ambiental que findar em uma responsabilidade compartilhada, que dar sociedade o conhecimento necessrio para que ela tambm possa ser inserida no processo de destinao correta dos resduos. A cidade de Natal, Rio Grande do Norte (RN), no

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 29

    conta com uma CTRS, mas possui duas cooperativas de reciclagem em atividade, a COOCAMAR e a COOPCICLA, ambas localizadas no bairro Planalto, no antigo lixo da cidade. Nesse cenrio, a realizao de um estudo de caso por meio de uma Avaliao Ps-Ocupao (APO) favorvel a compreenso da complexidade, que envolve uma gesto adequada de resduos slidos reciclveis, tendo em vista que a utilizao de multimtodos assegura maior confiabilidade para a anlise final (SOMMER; SOMMER, 1997). Este artigo apresenta os resultados parciais da pesquisa em andamento intitulada Recomendaes projetuais para centro de tratamento de resduos slidos reciclveis situados na cidade de Natal, Rio Grande do Norte do Programa de Iniciao Cientfica (PROIC), realizado no Centro Universitrio UniFacex. A pesquisa consiste em uma APO na cooperativa de catadores COOPCICLA realizada no segundo semestre de 2017. A partir dos resultados obtidos ao final do estudo de caso sero elaboradas recomendaes, que aperfeioem as atividades realizadas da cooperativa. METODOLOGIA: Este artigo estruturou-se a partir de pesquisa bibliogrfica sobre coleta seletiva, PNRS, CTRS, cooperativas de reciclagem e Avaliao Ps-Ocupao. A primeira etapa do estudo de caso na COOPICICLA refere-se aproximao com o objeto de estudo, e contemplou os seguintes mtodos e tcnicas: visitas exploratrias, walkthrough, levantamento e anlise do projeto arquitetnico, entrevistas abertas com pessoas chave e poema dos desejos. O Quadro 1 apresenta as etapas da pesquisa em andamento: aproximao com o objeto de estudo, diagnstico e recomendaes. A seguir, sero descritos os mtodos e tcnicas aplicados na primeira etapa da pesquisa aproximao com o objeto de estudo:

    Quadro 01 - Organizao da metodologia.

    Fonte: Autoria prpria, 2017.

    As visitas exploratrias tm como propsito realizar um reconhecimento inicial do objeto de estudo. Alm da observao direta, tambm so realizados registro fotogrfico, audiovisual, croquis, diagramas, etc. (RHEIGANTZ et al., 2009). As visitas exploratrias ocorreram entre os meses de agosto e setembro. Em todas as visitas foram feitos registros fotogrficos do local, dos equipamentos e das tarefas realizadas pelos usurios. O Walkthrough um dos procedimentos exploratrios

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 30

    iniciais numa APO; pode ser entendido como um percurso dialogado complementado por fotografias, croquis gerais e gravao de udio e de vdeo, abrangendo todos os ambientes, no qual os aspectos fsicos servem para articular as reaes dos participantes em relao ao ambiente. (RHEINGANTZ, 2009). A anlise walkthrough foi realizada no dia quatorze de agosto de 2017 com a assistente administrativa, que apresentou os espaos do galpo, onde so realizadas as atividades de triagem, prensagem e armazenamento dos resduos reciclveis e um anexo em fase de finalizao, com salas de apoio. Vestgios ambientais consistem num exerccio mental de busca da melhor explicao para os fatos observados. Embora Implique no planejamento e aplicao de outras estratgias de investigao, uma ferramenta de complementao dos resultados, e por isso, foi adotada para a compreenso das atividades que ocorrem no entorno, bem como no ambiente fsico em anlise. As observaes foram realizadas entre os meses de agosto e setembro de 2017 durantes as visitas exploratrias. O levantamento do projeto arquitetnico ocorreu no dia seis de setembro de 2017, pela tarde. Nesta visita, algumas plantas da reforma da cooperativa foram disponibilizadas pelo escritrio responsvel pelo projeto. Tambm foram realizadas duas entrevistas abertas com pessoas chave, sem roteiro definido, com duas pessoas chave da cooperativa, no intuito de compreender o contexto e a problemtica na qual a COOPCICLA est inserida, e coletar informaes tcnicas, econmicas e sociais da cooperativa. Poema dos desejos um instrumento desenvolvido por Henry Sanoff (1991), que consiste em uma dinmica onde se solicita aos usurios de um determinado local que descrevam verbalmente, atravs de manuscritos ou expressem por meio de desenhos suas necessidades, sentimentos e desejos relativos ao edifcio ou ambiente analisado. Estruturado a partir da seguinte sentena: Eu gostaria que a COOPICICLA fosse.... A aplicao deste instrumento teve como objetivo coletar informaes para compreender a dinmica do espao e as necessidades dos usurios em relao ao mesmo. ESTUDO DE CASO: A Cooperativa dos Catadores de Materiais Reciclveis de Natal (COOPCICLA) trabalha com a coleta, triagem e venda de resduos slidos reciclveis. Sua histria comeou h 18 anos, quando o lixo (Figura 01), localizado no bairro Planalto, ainda era ativo. Um grupo de catadores criou uma associao e construiu dois galpes para realizao da coleta seletiva. Caminhes fazem a coleta em algumas regies da cidade e levam os resduos para os galpes, onde acontece a triagem. Por volta de 2009 a cooperativa foi legalizada e hoje conhecida como COOPICICLA.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 31

    Figura 01 - Vista area (desatualizada) da COOPCICLA e da COCAMAR.

    Fonte: Google Maps, 2017.

    Atualmente, existem quarenta e dois cooperados trabalhando no local, organizados em funes de triagem, administrao, mobilidade e coleta urbana. O trabalho divide-se entre a coleta nas ruas e triagem, prensagem e venda, na cooperativa. O horrio de servio das 7h s 11h e 30min, e das 13h s 15h. A cooperativa oferece caf da manh aos cooperados. O valor mensal arrecadado fruto da venda dos resduos reciclveis e do rejeito pago pela Companhia de Servios Urbanos de Natal (Urbana), que paga cooperativa pelo rejeito. O lucro dividido igualmente entre os cooperados quinzenalmente, e no h piso salarial. No ms de setembro de 2017, foram arrecadados R$ 11.617,40 e gastos (com gasolina, fardamento, caf da manh, materiais da reforma, entre outros) R$ 3.847,50 (dados fornecidos pela COOPICICLA). O programa arquitetnico est sendo expandido com a construo de um segundo pavimento na parte administrativa. O anexo contempla sala de reunies, sala de descanso e um escritrio com banheiro. Esses ambientes esto localizados acima do refeitrio e dos vestirios existentes, e foi viabilizado com o dinheiro proveniente da coleta seletiva. DISCUSSO: Os resultados obtidos representam um diagnstico parcial do ambiente construdo apresentados de acordo com os mtodos e tcnicas utilizados. A primeira visita exploratria ocorreu no perodo da manh e observou-se um fluxo tranquilo de pessoas e de caminhes. J a visita do dia seis de setembro de 2017, que foi pela tarde, observou-se um fluxo bem mais intenso, visto que durante o turno vespertino os caminhes, que fazem a coleta nas ruas, voltam para a cooperativa. A priori, nota-se a necessidade de melhorias na organizao dos fluxos de sada e entrada de resduos. Ao chegar na cooperativa, os resduos so pesados para controle. Na sequncia, os resduos recolhidos so encaminhados ao galpo de triagem, onde so separados por tipo de resduo e o rejeito (Quadro 01). Do resduo triado retirado o papelo e as latas de alumnio, que so encaminhados para o galpo das prensas. Todos os tipos de plsticos, que so colocados juntos na primeira etapa de triagem, so encaminhados para a segunda gaiola e passar por outro processo de seleo para distinguir os vrios tipos de plstico. O vidro mandado para uma baia especfica e l ele quebrado para facilitar o envio. Os eletroeletrnicos so separados em uma sala de depsito. Os metais e ligas metlicas so colocados juntos em outro ambiente.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 32

    Quadro 01 - categorizao dos resduos reciclados

    Fonte: Autoria prpria, 2017.

    O rejeito (material sem valor comercial) pesado e encaminhado para o arterro sanitrio, localizado em Cear Mirim. A Urbana (responsvel pela coleta urbana) paga cooperativa pelo rejeito. Mas de acordo com o vice-presidente, a empresa no faz os repasses desde 2016. Os fluxos de trabalho e de pessoas so determinados pelos tipos de materiais recolhidos e pelo volume de cada um (Figura 02). Os resduos reciclveis mais coletados so plsticos, papelo e vidro, e por isso, possuem prioridade no armazenamento e transporte. Os resduos plsticos so os que demandam mais ateno na segunda triagem (por apresentar diversas variaes e diferentes valores comerciais) e possuem uma gaiola exclusiva para esse processo de triagem.

    Figura 02 - Zoneamento, fluxos pertinentes triagem, incidncia solar e ventos predominantes.

    Fonte: Autoria prpria, 2017.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 33

    No lixo observou-se um vestgio ambiental. Durante a tarde, um grupo de catadores clandestinos estava fazendo um churrasco entre o lixo. Os tijolos e a grelha, usados como churrasqueira, tinham sido recolhidos no lixo. Isso pontua necessidade de espaos sociais para quem trabalha nesse espao. Na cooperativa tambm no h nenhum espao de convivncia, nem local para guardar objetos pessoais. Na entrevista, foi relatado que em alguns finais de semana e datas comemorativas os cooperados se renem durante o expediente para escutar msica, beber e s vezes fazer alguns lanches. O levantamento do projeto arquitetnico no pode ser realizado na data programada por conta da movimentao dentro da cooperativa estava muito intensa, ento no foi possvel tirar as medidas do local. A planta baixa da cooperativa foi disponibilizada pela Ma Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda. (Figura 03). Mesmo desatualizada (data de 2009) auxiliou a compreenso do ambiente fsico, complementada por croquis dos ambientes, a fim de analisar o zoneamento, insolao e fluxos. Segundo os cooperados, a disposio e uso dos ambientes esto adequados s atividades realizadas no galpo (Figura 02). Durante as entrevistas abertas pontuou-se o desconforto trmico no galpo. Nas observaes diretas, constatou-se que a ventilao no galpo se d atravs de cobogs de concreto e portas (Figura 04), que ficam abertas durante o expediente de trabalho, sendo suficientes, pois proporcionam ventilao natural no interior do ambiente. A Figura 02 mostra ainda, a posio da cooperativa em relao incidncia solar, tambm indicar de onde vm os ventos predominantes. Esses fatores externos influenciam diretamente no conforto trmico do ambiente. A causa desse desconforto pode estar na disposio das gaiolas de triagem, dispostas na fachada Oeste, recebendo radiao solar direta durante poente. A estrutura foi construda com concreto e alvenaria simples e o telhado de telha de fibrocimento (Figura 04). Todos os materiais so convencionais e no h incorporao de reciclados na construo. O mobilirio e a decorao tambm no foram feitos utilizando reciclados. Seria interessante a implantao de oficinas que ensinem a confeco de mveis, que poderia findar em um novo produto de venda que iria agregar valor ao trabalho dos cooperados.

    Figura 03 - REFORMA GALPO COOPCICLA/RN.

    Fonte: Ma Engenharia e Tecnologia Ambiental Ltda, 2017.

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 34

    Figura 04 - Foto interna do galpo de prensagem, mostrando as vedaes, os suportes do telhado e as aberturas para a rea externa.

    Fonte: Autoria prpria, 2017.

    Seria interessante explorar a reforma que est acontecendo como uma janela para criar um trabalho conjunto com os cooperados de uma ambientao dos espaos, que atenda s necessidades e desejos deles, alm de integrar objetos e materiais produzidos com os resduos reciclados na prpria cooperativa. Na entrevista aberta tomou-se conhecimento da realizao de oficinas para confeco de objetos feitos a partir do beneficiamento dos resduos reciclveis coletados. Uma para ensinar aos cooperados como confeccionar bolsas, utilizando a lona vinil; e outra para produo de vassouras a partir do PET coletado, essa estava em atividade at o ms de setembro de 2017. Embora o maquinrio ainda esteja disponvel, no h quem ministre a oficina e por isso, as mquinas esto paradas. Todos os equipamentos utilizados na coleta seletiva foram fruto de doaes. Na entrevista aberta com a assistente administrativa explanou como os materiais coletados so categorizados (Quadro 2), bem como seus valores comerciais. Dentre os resduos reciclveis, o vidro o que possui maior valor comercial. A cooperativa vende em torno de 30 toneladas de vidro ao ms, e j chegou a vender o dobro dessa quantidade. Natal no possui mercado para esse produto, mas a cooperativa vende o vidro triturado para fbricas em Recife, Pernambuco (PE). O resduo armazenado em containers, que so despachados para Recife, via terrestre. O vidro tambm vendido por unidade. Cada tipo possui um valor especfico que varia de R$ 0,20 a R$ 0,35. As ligas metlicas coletadas tambm so enviadas, em containers, para Recife. A fbrica que compra a Gerdau e trabalha com a produo de ao sustentvel. Os eletrnicos so vendidos pelos prprios cooperados, em feiras. Algumas pessoas vo cooperativa comprar itens como latas metlicas, colches e garrafas de gua sanitria. Esses so vendidos por quantidade e no pelo peso. Poema dos desejos. A aplicao do poema dos desejos no se mostrou uma ferramenta eficaz. O esperado era que os cooperados verbalizassem suas expectativas em relao ao ambiente fsico. Mas nas cinco entrevistas realizadas, a nica expectativa apresentada foi a necessidade de uma esteira automtica para facilitar o trabalho. Por isso, optou-se por interromper a aplicao deste instrumento. A baixa expectativa em relao ao ambiente fsico pode ser atribuda ao fato que de a maioria dos cooperados atuaram no lixo, quando as condies de trabalho eram desfavorveis. CONSIDERAES FINAIS: Por se tratar de uma pesquisa em andamento, este trabalho no visa apresentar concluses sobre esta tipologia. A etapa da pesquisa, apresentada neste artigo, orientou a definio das ferramentas de anlise que sero utilizadas nas etapas subsequentes da pesquisa. Mas do que

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 35

    mtodos e tcnicas a serem empregados, a aproximao com o objeto de estudo constatou o alinhamento da pesquisa com a proposta do projeto, que pensar em solues de destinao dos resduos reciclveis. Ficou evidente a necessidade de investimento nos aspectos ambientais, sociais e econmicos que envolvem as atividades de coleta seletiva de resduos reciclveis. Todo o lucro da cooperativa dividido igualmente entre os cooperados. Os balanos mensais apontam uma renda mdia de 1 salrio mnimo por quinzena, por cooperado. Incentivar parcerias com atelis de artesanato locais para criar um programa de confeco de objetos a partir dos resduos seria uma maneira de aumentar a renda e valorizar o trabalho desenvolvido pelos catadores. A tcnica poema dos desejos no apesentou o resultado esperado, mas associado com as entrevistas abertas e com as observaes diretas no galpo apontaram a necessidade dos enfoques sociais e econmicos que devem ser dados pesquisa. A partir da anlise das entrevistas abertas compreendeu-se que os aspectos sociais e econmicos se sobressaem aos aspectos fsicos. A cooperativa no possui verba para investir em equipamentos e estrutura fsica, todos os equipamentos so fruto de doaes. Embora possa ser melhorada, a estrutura fsica atual funciona. Modificaes no ambiente fsico exigiriam um investimento financeiro no qual a cooperativa no possui. Por essa razo, optou-se por concentrar os esforos da pesquisa em qualificar os ambientes recm-construdos, a fim de gerar recomendaes, que possam de fato favorecer as atividades realizadas na cooperativa, incentivar a coleta seletiva na cidade e gerar renda para os envolvidos nessa atividade. Alm do enfoque social, a pesquisa ir se debruar em solues de enfoque econmico. J que o vidro e o resduo de venda constante e de maior valor agregado, a pesquisa ir investir solues que potencializem a coleta, triagem e compactao deste resduo.

    REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PBLICA E RESDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama dos resduos slidos no Brasil. So Paulo: Abrelpe, 2015. Anual. Disponvel em: . Acesso em: 12 set. 2017.

    BRASIL. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Poltica nacional de resduos slidos. 2. ed. Braslia: Cmara dos Deputados, Edies Cmara, 2012. 73 p. (Srie legislao; n. 81)

    RHEINGANTZ, Paulo A. et al. Observando a qualidade do lugar: Procedimentos para avaliao ps-ocupao. Rio de Janeiro, PROARQ-UFRJ, 2009. Disponvel em:

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 36

    A FORMA NA LEI: ASPECTOS MORFOLGICOS DA ARQUITETURA INSERIDOS NA LEGISLAO URBANA DOS MUNICPIOS DA REGIO

    METROPOLITANA DE NATAL COMO POTENCIALIZADORES DO USO DO ESPAO PBLICO DAS CIDADES

    AUTORES:

    Fabrcio Lira Barbosa

    Mayara Thais Bezerra de Almeida

    Noara Talita de Oliveira

    RESUMO: Este artigo apresenta parte dos achados da pesquisa em curso que investiga como aspectos configuracionais inseridos na legislao urbanstica de Natal atuam sobre a constituio de padres scio espaciais e de que maneira tais padres se relacionam com nveis distintos de urbanidade. A pesquisa integra o Programa de Iniciao Cientfica (PROIC) do Centro Universitrio Facex e nesta fase se atm a apresentar uma reviso de literatura bsica acerca dos trs eixos fundamentais da investigao: Legislao urbanstica, forma espacial e vitalidade urbana. No Brasil, os Planos Diretores, Cdigos de Obra e Leis de Parcelamento do Solo constituem o conjunto de Leis urbanas bsicas que estabelecem diretrizes para o uso e ocupao do solo. Pesquisas tm demonstrado existir uma relao direta entre a constituio da forma da cidade, tanto urbana quanto edilcia, e as prescries urbansticas previstas nas Leis que por sua vez afetam o modo como as pessoas utilizam o espao pblico. Amparada na Lgica Social do Espao (HILLIER e HANSON, 1984), a anlise configuracional, que se seguir leitura do referencial bibliogrfico, objetivar relacionar elementos morfolgicos constituintes do conjunto de Leis urbanas com padres de urbanidade verificados em vrias zonas das cidades estudadas.

    Palavras - chave: Leis Urbanas. Forma espacial. Urbanidade.

    INTRODUO: Os instrumentos urbansticos sempre estiveram presentes na constituio da cidade. Cdigos de postura, manuais de construo, e mais recentemente os cdigos de obras, acompanharam o desenvolvimento das cidades com objetivos distintos para cada sociedade e modelo de cidade a que se pretendia. Nas cidades romanas o ambitus definia a distncia mnima a ser respeitada na construo de edifcios privados; na Londres pr-industrial o Rebuilding Act relacionava a altura das construes s especificaes da forma das ruas; a Teoria Geral da Urbanizao de Ildefonso Cerd incorporava conceitos e modos de construo que visavam o saneamento das cidades, como reas de ventilao, sistema de esgotos e coleta de guas pluviais. A partir da constituio da cidade industrial, dentre outros fatores, a forma urbana passa a ser condicionada pelo mercado e a necessidade de se potencializar a fora do trabalho. O capital imobilirio exerceu uma nova presso sob o espao urbano que condicionava uma redefinio dos parmetros de crescimento, desenvolvimento e ocupao do solo urbano. A cidade subdivide-se em espao pblico e privado, em espao de pedestre e de veculos, vias para maior ou menor trfego (que se relaciona com a necessidade de dar maior ou menor potencialidade de movimento, e consequentemente gerar melhores condies de giro do capital). As populaes so expulsas dos centros urbanos e as periferias, especialmente nos pases menos desenvolvidos, consolidam-se como reas scio espacialmente segregadas. Em

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 37

    paralelo, os planejadores urbanos assumem-se como os profissionais mais habilitados para resolver os problemas resultantes da urbanizao e novos instrumentos jurdicos so assimilados na tentativa de ordenar a cidade. A cidade, e sociedade, ps-industrial viu surgir um novo paradigma formal na definio de instrumentos legais na estruturao do espao urbano. O movimento moderno incorpora diversos elementos das experincias urbansticas que vinham sendo testadas e amadurecidas desde a cidade industrial, como o zoneamento de usos e a segregao espacial que estava enfaticamente presente na cidade jardim de Ebenzer Howard, e torna mais clara a definio de instrumentos voltados para a construo dos edifcios e para o planejamento da cidade. Uma nova complexidade posta:

    Alm do tradicional traado em planta, os instrumentos urbansticos modernos so muito mais complexos. Eles surgem da necessidade de regular o direito propriedade, generalizado pelas revolues burguesas, e se apoiam inicialmente no s na diviso do espao em pblico e privado, mas tambm na regulamentao do direito construo nesse ltimo. Ainda criam novas regras, quais custos tm de financiar, bem como qual proporo da mais-valia gerada nesse processo deve ser restituda comunidade. (VALLEJO, 2015, p.17).

    Os aglomerados urbanos tornam-se cada vez maiores e o sculo XX v surgir um conjunto de novas leis que abrangem limites territoriais mais extensos. A lei urbanstica precisa agora absorver o conceito de territrio. Segundo VALLEJO (2015, p. 23), esse territrio se expressa sob a forma de uma cidade com mltiplos centros, cuja hierarquia intercala, em constante substituio e praticamente sem interrupes, reas deterioradas, espaos rurais e assentamentos de alto nvel. A cidade se dispersa e aspectos ambientais so incorporados s questes urbansticas. PANERAI (2013) descreve a metamorfose do espao urbano a partir da evoluo da quadra que, segundo o autor, passou por um processo de dissoluo da forma com efeitos sentidos em toda a dinmica da vida cotidiana das cidades. Ao apresentar as experincias urbansticas ocorridas em Londres no limiar do Sc. XX, destaca o papel das leis urbanas na estruturao das cidades jardins de Hampstead e Heathgate. Segundo o autor a Lei do Planejamento urbano (1909) tornou obrigatrio o controle de todos os projetos de parcelamento urbano, seja por um municpio ou pela iniciativa privada, aps terem obtido a aprovao da administrao municipal. (PANERAI, 2013, p.47). Tais Leis estabeleciam prescries de tal modo que todo o desenho urbano deveria atender s expectativas do ideal urbanstico a ser atingido pela cidade jardim. A matriz higienista de zoneamento defendia, entre tantas outras prerrogativas, que seria necessria garantia da ventilao e iluminao salubre das edificaes estabelecendo, inclusive, novas relaes entre altura do edifcio e a largura das ruas. Tratados higienistas, que remontam s teorias propostas por Hipcrates no sc. V a. C., foram concebidos e/ ou resgatados por mdicos desde o sc. XVIII, mas foi no incio do sc. XX que as prticas ganharam fora, inclusive no Brasil, para tornar salubre o ambiente urbano e as edificaes. Os tratados higienistas foram utilizados como cartilhas de construo pelos engenheiros e prediziam aspectos que iam da correta orientao dos prdios e das ruas a fim de controlar a insolao de vero a penetrao dos ventos, assim como a procura por fontes de gua pura e a eliminao de ambientes pantanosos e insalubres (FERREIRA, EDUARDO, et all, 08, p. 37). O zoning norte-americano tornou-se uma das mais fortes referncias e algumas experincias urbansticas que foram herdadas do Sc. XIX constituram-se

  • Encontro Cientfico e Cultural do UNIFACEX - ENEX ISSN: 2525-5835 38

    como base para o fortalecimento de prticas modernistas cujos resqucios morfolgicos so encontrados ainda hoje, ainda que amplamente questionadas por dcadas. As recentes bibliografias sobre o tema pouco exploram os efeitos desse conjunto de leis urbanas sobre os padres de uso das pessoas no espao pblico da cidade. No geral, quando se estuda a legislao urbana as categorias de anlise se amparam em aspectos jurdicos, ou atreladas discusso nas cincias sociais ou humanas. Inmeros autores apontam falhas na elaborao das leis onde prevalecem interesses privados de um grupo especfico em detrimento de necessidades sociais das camadas margem da sociedade, como por exemplo, a problemtica da habitao no Brasil.

    A legislao urbanstica brasileira evoluiu dentro da cultura jurdica de pensar a cidade como a restrio de atividades e usos, que vieram dos cdigos de obras o Cdigo Sabia de 1929, por exemplo, paradigmtico quanto questo social da habitao em So Paulo. Ao estabelecer o padro urbanstico dentro das normas tcnicas de habitabilidade e padres de higiene para a classe mdia, no admitia a existncia de uma parcela da populao que residia em cortios e habitaes precrias, mas permitia que este tipo de habitao ficasse margem da legislao edilcia. (QUINTO JR., 2003).

    A definio das cidades em zonas busca orientar o desenvolvimento urbano tendo como prerrogativa a densidade e a capacidade de suporte de infraestrutura de cada rea da cidade. Em cada zona pr-definida, diferentes padres de uso, ocupao e construo so estabelecidos. No texto Brasil (2001) afirmado:

    O Macrozoneamento define ainda grandes reas de interesse de uso, as zonas onde se pretende incentivar, coibir ou qualificar a ocupao. Essa definio deve ser feita partindo do princpio da compatibilidade entre a capacidade da infraestrutura instalada, as condies do meio fsico, as necessidades de preservao ambiental, caractersticas sociais ou histricas e os padres de uso e ocupao existentes. (BRASIL, 2001).

    Em contraposio s leis, verifica-se a informalidade construtiva no cenrio urbano brasileiro margem de uma legislao que pouco dialoga com a realidade social, mas que aproxima s construes das necessidades das pessoas. Existiria, portanto, uma forma arquitetnica (urbana e edilcia) resultado da legalidade e uma forma resultante da ilegalidade. p