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4 5 6 Pesquisa melhora eficiência na produção de celulose Filarmônica Bachiana emocionou a ESALQ Recepção aos ingressantes ESALQ tem novos diretor e vice ESALQComunidade Série Produtor Rural Ano XII Número 39 março 2015 ISSN 1984-6592 Divisão de Biblioteca da ESALQ (19) 3429.4371 ramal 210 [email protected] Gerhard Waller (Acom) Editada pela Divisão de Biblioteca da ESALQ, a Série Produtor Rural publica textos acessíveis aos produtores com temas diversificados e informações práticas, contribuindo para a extensão rural. Download gratuito em: www.esalq.usp.br/biblioteca Em cerimônia ocorrida na tarde de 16/1, o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, empossou Luiz Gustavo Nussio e Durval Dourado Neto como diretor e vice-diretor da ESALQ respectivamente. Au- toridades políticas e acadêmicas, familiares e amigos prestigiaram a cerimônia, que ocorreu no Salão Nobre da Escola e durou duas horas. Após a entrada solene dos membros da Egrégia Congregação da ESALQ, conduzin- do Nussio e Dourado, a mesa central foi com- posta, além dos novos gestores da instituição, também pelo reitor da USP, pelo vice-reitor da USP, Vahan Agopyan, pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, pelo vice-prefeito de Piracicaba, João Chaddad, pelo Secretário Geral da USP, Ignácio Maria Poveda Velasco e pelo diretor e vice-diretora da ESALQ, ges- tão 2011-2014, José Vicente Caixeta Filho e Marisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce. Seguido da formação da mesa, ocorreu a exe- cução do Hino Nacional Brasileiro pelo Grupo Vocal Luiz de Queiroz, leitura do termo de com- promisso de Diretor por Luiz Gustavo Nussio, leitura do termo de posse de Diretor pelo Secre- tário Geral e troca das vestes talares (capelo e borla) entre José Vicente Caixeta Filho e Luiz Gustavo Nussio. Na sequência, ocorreram os trâmites da posse do vice-diretor, com leitura do termo de compromisso por parte do professor Durval Dourado Neto; leitura do termo de posse, pelo professor Ignácio Poveda Velasco e discur- so do novo vice-diretor. Em sua fala, Dourado destacou etapas do plano de gestão. Discurso do novo diretor – Após o discurso do novo vice-diretor, Luiz Gustavo Nussio su- biu ao púlpito do Salão Nobre e dirigiu-se à plateia por 15 minutos. Saudou os presentes, tra- çou o histórico das contribuições da USP e da ESALQ nas diversas áreas do conhecimento e disse que é hora da Escola reforçar sua identidade perante à sociedade, praticando ações que confi- ram visibilidade e reconhecimento. “Somos reco- nhecidos como unidade de ensino referência em ciências agrárias, mas hoje trabalhamos interna- mente com uma infinidade de temas que podem, uma vez reconhecidos, nos aproximar ainda mais da sociedade”. Como uma das frentes de traba- lho, Nussio apontou a proposta de aumentar o número de disciplinas de graduação ofereci- das em língua inglesa. Finalmente, relembrou os desafios enfrentados pelo idealizador da ESALQ, Luiz Vicente de Souza Queiroz, no processo que culminou com a implantação da Escola e reforçou seu otimismo . “Conclamo a todos para uma aliança de positividade e que as forças do bem nos amparem”. Em sua etapa derradeira, a cerimônia teve o descerramento do quadro do professor José Vicente Caixeta Filho, com palavras da professo- ra Marisa Regitano d’Arce e discurso do reitor da USP, que saudou os presentes lembrando que a ESALQ é uma das fundadoras da USP e foi a responsável pela constituição das bases cientí- ficas da agricultura profissional no Brasil. “De- vemos muito a ESALQ e por isso continua- mos esperando muito dela. A reitoria continuará aberta ao diálogo com todos os membros da sua comunidade. Olhando adiante, sabemos que sem recursos qualificados não há univer- sidade de classe mundial”, afirmou Zago. Os momentos artísticos, como a declama- ção da Ode à ESALQ pelo professor Zilmar Ziller Marcos, do Hino da ESALQ e da can- ção Madrugada Piracicabana, ambas pelo Grupo Vocal Luiz de Queiroz, contribuíram para o caráter emotivo da cerimônia. Gerhard Waller (Acom) Gerhard Waller (Acom) Luiz Gustavo Nussio recebeu as vestes talares diante da Congregação da ESALQ À esquerda, Durval Dourado Neto assina termo de posse; à direita, a entronização do quadro de José Vicente Caixeta Filho na Galeria de Diretores

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Pesquisa melhora eficiência na produção de celulose

Filarmônica Bachiana emocionou a ESALQ

Recepção aos ingressantes

ESALQ tem novos diretor e vice

ESALQComunidade • Série Produtor Rural

Ano XII Número 39 março 2015

ISSN 1984-6592

Divisão de Biblioteca da ESALQ(19) 3429.4371 ramal [email protected]

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Editada pela Divisão de Biblioteca daESALQ, a Série Produtor Rural publicatextos acessíveis aos produtores comtemas diversificados e informaçõespráticas, contribuindo para a extensãorural. Download gratuito em:

www.esalq.usp.br/biblioteca

Em cerimônia ocorrida na tarde de 16/1, oreitor da Universidade de São Paulo (USP),Marco Antonio Zago, empossou Luiz GustavoNussio e Durval Dourado Neto como diretore vice-diretor da ESALQ respectivamente. Au-toridades políticas e acadêmicas, familiares eamigos prestigiaram a cerimônia, que ocorreuno Salão Nobre da Escola e durou duas horas.

Após a entrada solene dos membros daEgrégia Congregação da ESALQ, conduzin-do Nussio e Dourado, a mesa central foi com-posta, além dos novos gestores da instituição,também pelo reitor da USP, pelo vice-reitorda USP, Vahan Agopyan, pelo Secretário deAgricultura e Abastecimento do Estado de SãoPaulo, Arnaldo Jardim, pelo vice-prefeito dePiracicaba, João Chaddad, pelo SecretárioGeral da USP, Ignácio Maria Poveda Velascoe pelo diretor e vice-diretora da ESALQ, ges-tão 2011-2014, José Vicente Caixeta Filho eMarisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce.

Seguido da formação da mesa, ocorreu a exe-cução do Hino Nacional Brasileiro pelo GrupoVocal Luiz de Queiroz, leitura do termo de com-promisso de Diretor por Luiz Gustavo Nussio,leitura do termo de posse de Diretor pelo Secre-tário Geral e troca das vestes talares (capelo eborla) entre José Vicente Caixeta Filho e LuizGustavo Nussio. Na sequência, ocorreram ostrâmites da posse do vice-diretor, com leitura dotermo de compromisso por parte do professorDurval Dourado Neto; leitura do termo de posse,pelo professor Ignácio Poveda Velasco e discur-so do novo vice-diretor. Em sua fala, Douradodestacou etapas do plano de gestão.

Discurso do novo diretor – Após o discursodo novo vice-diretor, Luiz Gustavo Nussio su-biu ao púlpito do Salão Nobre e dirigiu-se à

plateia por 15 minutos. Saudou os presentes, tra-çou o histórico das contribuições da USP e daESALQ nas diversas áreas do conhecimento edisse que é hora da Escola reforçar sua identidadeperante à sociedade, praticando ações que confi-ram visibilidade e reconhecimento. “Somos reco-nhecidos como unidade de ensino referência emciências agrárias, mas hoje trabalhamos interna-mente com uma infinidade de temas que podem,uma vez reconhecidos, nos aproximar ainda maisda sociedade”. Como uma das frentes de traba-lho, Nussio apontou a proposta de aumentar onúmero de disciplinas de graduação ofereci-das em língua inglesa. Finalmente, relembrouos desafios enfrentados pelo idealizador daESALQ, Luiz Vicente de Souza Queiroz, noprocesso que culminou com a implantação daEscola e reforçou seu otimismo . “Conclamo atodos para uma aliança de positividade e queas forças do bem nos amparem”.

Em sua etapa derradeira, a cerimônia teve odescerramento do quadro do professor JoséVicente Caixeta Filho, com palavras da professo-ra Marisa Regitano d’Arce e discurso do reitorda USP, que saudou os presentes lembrando quea ESALQ é uma das fundadoras da USP e foi aresponsável pela constituição das bases cientí-ficas da agricultura profissional no Brasil. “De-vemos muito a ESALQ e por isso continua-mos esperando muito dela. A reitoria continuaráaberta ao diálogo com todos os membros dasua comunidade. Olhando adiante, sabemosque sem recursos qualificados não há univer-sidade de classe mundial”, afirmou Zago.

Os momentos artísticos, como a declama-ção da Ode à ESALQ pelo professor ZilmarZiller Marcos, do Hino da ESALQ e da can-ção Madrugada Piracicabana, ambas peloGrupo Vocal Luiz de Queiroz, contribuírampara o caráter emotivo da cerimônia.

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Luiz Gustavo Nussio recebeu as vestes talaresdiante da Congregação da ESALQ

À esquerda, Durval Dourado Neto assina termo de posse; à direita, aentronização do quadro de José Vicente Caixeta Filho na Galeria de Diretores

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2 Ano XII Número 39 março/2015

Expediente/Editorial

Jornalista responsável / EditoraçãoCaio Albuquerque (Mtb 30356)Pauta e redaçãoAlicia Nascimento Aguiar (Mtb 32531), AlessandraPostali (estagiária), Ana Carolina Brunelli (estagiária)RevisãoJosé Djair Vendramim; Luciana Joia de Lima; MarciaAzanha Ferraz Dias de MoraesProjeto gráfico / EditoraçãoJosé Adilson Milanêz

Produção gráficaServiço de Produções Gráficas - SVPGrafTiragem 3.000 exemplares

Assessoria de Comunicação - AcomAv. Pádua Dias, 11 • Caixa Postal 913418-900 Piracicaba, SP • Telefone: (19) 3429.4485www.esalq.usp.br/acom • [email protected]/esalqusp • www.youtube.com/user/esalqvideos

Publicação Trimestral da E. S. A. “Luiz de Queiroz”

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Diretor

Luiz Gustavo Nussio

Vice-DiretorDurval Dourado

Universidade de São Paulo

Reitor

Marco Antonio Zago

Vice-reitorVahan Agopyan

ESALQ notícias

Clique Este espaço é seu. Envie sua foto de prédios oupaisagens do Campus com boa resolução para

[email protected]

Jardim da Biblioteca CentralFotografia de Silvio Douglas Dias Bacheta, funcionário da Divisão deBiblioteca da ESALQ

Luiz Gustavo NussioDiretor da Escola Superior de Agricultura “Luiz deQueiroz” (USP/ESALQ)

É um grato prazer e uma satisfação recebê-los aqui na nossa querida ESALQ. Ingressarnessa Escola é mérito do aluno, mas é tambémmérito dos pais. Então, aos pais queria dizerque a nossa Casa está muito feliz em receberseus filhos. Queremos, durante o período queestivermos com eles, interagir e fazer com quese tornem cidadãos ainda melhores, mas so-bretudo que respeitem a ideia de que tudo co-meçou com a intenção de pais que se esforça-ram para que aqui eles chegassem.

Além das boas vindas, quero compartilharo princípio fundamental de estarmos aqui. Oprofessor Evaristo Marzabal Neves, ex-diretordessa casa, sempre diz que cada aluno que che-ga aqui tem uma grande responsabilidade soci-al, ainda que não saiba disso. Então, aosingressantes, digo que vocês venceram, mas oque está pela frente é ainda mais difícil de servencido. Primeiro porque vocês têm que se for-mar. Segundo, é que ao final disso tudo a soci-edade paulista e brasileira espera uma forma decontribuição social que retorne o benefício des-sa instrução. É preciso que cada um dos 430ingressantes de 2015 tenham isso em mente –nós não estamos aqui por acaso.

É fundamental que nossas práticas este-jam focadas no objetivo de que, ao final dacaminhada, possamos ter uma sociedade me-lhorada. Quando dizemos “transformação de

conhecimento em riqueza”, estamos falandode riqueza enquanto cidadãos.

Nossa Escola já formou mais de 14 milprofissionais, em um ambiente de tradição evalores. Evidentemente existem distorçõescomportamentais e o trote é um exemplo dissoe para que não reste nenhuma dúvida, o trotenão é uma tradição da ESALQ, o trote é umadistorção comportamental que acompanha nãosomente a ESALQ, mas outras instituições deensino e nós definitivamente não precisamosdele para sermos excelentes.

Finalmente, reitero as minhas palavrasiniciais da grata satisfação de tê-los aqui. Vocêsrepresentam, para nossa instituição, uma novafonte de luz e gostaria que essa luz viesse sejuntar ao grande feixe de luz que temos aqui,que é emanado pelos ex-alunos dessa Casa.

Os ex-alunos dessa Casa são definitiva-mente o maior patrimônio que temos. Algunspodem se enganar, imaginando que nós te-mos um parque majestoso, edifíciosbelíssimos, e eles são, mas o nosso maiorpatrimônio são as pessoas que aqui vivem e,sobretudo, os filhos de Luiz de Queiroz quepartem para cumprir missão vitoriosa!

Mensagem aos ingressantes e aos pais

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ESALQHojeCentral de Aulas

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, visitou as instalaçõesda Central de Aulas e conversou com docentes da ESALQ

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A Essencis Soluções Ambientais, asso-ciada da ESALQTec Incubadora Tecnológica,celebrou, no final de 2014, convênio com aUSP. Pelo acordo, a empresa será a respon-sável por fornecer um concentrado de prote-ínas obtidas a partir da limpeza do cromopresente nos resíduos de curtimento do cou-ro animal. O setor de piscicultura da ESALQterá a responsabilidade de definir o valornutricional do concentrado, testar suadigestibilidade nos peixes e possível inclu-são em dietas para peixes, explica o coorde-nador do setor de piscicultura, professor JoséEurico Possebon Cyrino. “O produto em es-tudo teria inserção no mercado de rações paraanimais monogástricos, em especial suínos epeixes, escolhidos como modelos biológi-cos do projeto”, aponta Cyrino.

Pesquisadores do Centro de Energia Nu-clear na Agricultura (Cena) da USP estuda-rão a toxicidade do concentrado produzidopela Essencis, realizando pesquisas em su-ínos. “O Laboratório de Nutrição Animalirá avaliar o produto e determinar o valorbiológico desse material”, ressalta oprofessor da Divisão de ProdutividadeAgroindustrial e Alimentos do Cena, AdibeLuiz Abdalla. Também será analisada adigestibilidade do material para os suínos.

UniãoProfissionais ligados às revendas e aos

fornecedores envolvidos com o agro-negócio familiar e empresarial, funcio-nários do Banco do Brasil, professorese alunos da ESALQ tiveram a oportuni-dade, em 4/2, de entender melhor os dife-rentes segmentos do setor e as políticasde crédito específicas. O evento “Bancodo Brasil e USP/ESALQ: juntos noagronegócio” apresentou, no Anfiteatrodo Pavilhão de Engenharia, por meio depalestras, temas como linhas de financia-mento, agricultura familiar e crédito ru-ral, processos de tomada de decisão dossegmentos do agronegócio, entre outros.

Em 7/1, durante a Reunião da Congrega-ção da ESALQ, o então diretor da institui-ção, José Vicente Caixeta Filho anunciou,entre as obras finalizadas durante a gestão2011-2014, o restauro em fachadas e refor-ma em cerca de 15 mil m2 de telhados, alémda intervenção na Casa do Estudante (em an-damento), novo sistema de iluminação docampus, Centro de Atividades Culturais, Cen-tro de Fisioterapia, Sistema de pára-raios. Aparte acadêmica também foi incrementada apartir da instalação de 18 geradores, 25 cape-las de exaustão, estantes deslizantes na Bibli-oteca e remodelação do mobiliário no Anfite-atro do Pavilhão de Engenharia.

Central – Uma das obras inauguradas sim-

bolicamente, durante a Reunião da Congre-gação, foi a Central de Aulas. A edificação abri-gará, já em 2015, alunos dos cursos noturnosda ESALQ e resolverá, segundo o professorCaixeta, problemas de circulação e segurança.“A Central possibilitará menos deslocamentospelo campus, uma vez que está próxima à Bi-blioteca e ao Restaurante. Isso acarreta tam-bém em maior segurança, principalmenteàqueles que circulam no período noturno”.

A instalação conta com 1.681,74m2 deárea construída e abriga 7 salas de aulas comcapacidade somada para atender 467 alunos.Além disso, o edifício tem secretaria, sala demateriais didáticos, sala de estudos, banheirosadaptados e área de circulação integrada.

PUEAEm 25/2 ocorreu na ESALQ mais um

encontro sobre o Programa Universitáriode Educação Ambiental (Puea). A ativi-dade mobilizou professores, funcionári-os e alunos sobre a importância do Pueanas atividades de ensino, pesquisa e ex-tensão e fortaleceu o objetivo de tornar ocampus “Luiz de Queiroz” referência en-tre as instituições de ensino superior comrelação à temática da gestão ambiental.

ESALQ recebeu estrangeiros

O Serviço de Atividades Internacionais(SVAInt) da ESALQ recepcionou, em 19/2,os estudantes estrangeiros que chegaram pararealizar intercâmbio na Escola. Ao todo, 38jovens foram recebidos, sendo um da Argenti-na, um da Bélgica, um do Chile, seis da Co-lômbia, um dos Estados Unidos, 20 da Fran-ça, um da Itália, um da Holanda e seis do Peru.

Além de recepcionar os novos alunos,Alexandre Joviniano dos Santos (do SVAInt),apresentou as atribuições do Serviço e colo-cou a equipe à disposição para sanar possíveisdúvidas e prestar os auxílios necessários du-rante o período em que os jovens acadêmicos

ficarão na universidade. Os estudantes tam-bém receberam instruções de como acessarinternet, biblioteca e outros serviços importan-tes da ESALQ. Homari Aoki, 21, já havia es-tudado no Brasil por um ano. “Eu fiquei noRio de Janeiro, mas queria fazer aulas maisvoltadas para a agricultura e vim para a ESALQcom esse objetivo. Espero conseguir, aqui, termais conhecimento sobre o tema”, comentouHomari. A norte-americana contou, ainda, quegosta muito da cultura brasileira e das pessoas.“Aqui também é um ótimo lugar para se apren-der mais sobre agricultura, já que nos EUA sótemos um conhecimento básico do assunto”.

Escola recepcionou, para o primeiro semestre, 38 estudantes de oito países

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InovaçãoTecnológica

Produção de celulose mais eficiente

Estudo propõe pré-tratamento na extração de lignina em eucalipto,que reduz a necessidade de reagentes e otimiza branqueamentode papel em 13%; na foto, polpa marrom e branqueada com SXS

TEXTO Caio Albuquerque

O setor celulósico brasileiro é um dosmais produtivos do mundo, ocupando o pos-to de quarto maior produtor, com destaquepara o segmento de fibra curta, obtido a par-tir de espécies de eucalipto. "O processo do-minante no Brasil e no mundo para produçãode polpa celulósica é o kraft, totalmente con-solidado e difundido", explica o engenheiroflorestal Magnos Alan Vivian, autor de umestudo que propõe um procedimento quepoderá ser agregado a tal processo como pré-tratamento de cavacos de madeira. "O focoprincipal do trabalho foi encontrar um pré-tratamento eficiente para extrair parte dalignina presente nos cavacos de madeira deeucalipto, com intuito de otimizar os proces-sos de polpação e branqueamento subsequen-tes, a partir da redução da necessidade dereagentes químicos, bem como melhorar a qua-lidade da celulose produzida", explica Magnos.

A pesquisa teve orientação de FrancidesGomes da Silva Júnior, professor do Depar-tamento de Ciências Florestais da ESALQ,com apoio da Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Asetapas foram desenvolvidas no Laboratóriode Química, Celulose e Energia (LQCE) daEscola e, além da coordenação do professorFrancides, teve parceria com o Laboratory ofFibre and Cellulose Technology, da Åbo

Akademi University, da Finlândia, a partirde colaboração do professor Pedro Fardim."Para viabilizar o pré-tratamento utilizamoso xilenosulfonato de sódio (SXS), que é umcomposto salino, que aumenta a solubilidadede moléculas orgânicas, aplicado por meioda combinação de diferentes concentrações,tempos e temperaturas, visando encontrarum ponto ótimo para remoção de lignina",detalha o pesquisador. Segundo Magnos,o SXS apresenta inúmeras vantagens, quepodem ser atrativas para o setor industrial,entre as quais, as características de não serincrustante, não ser corrosivo, não exalarodor desagradável, baixa volatilidade, baixainflamabilidade, alta seletividade, biode-gradável e fácil recuperação.

Além do aumento da eficiência do pro-cesso com a redução da necessidade dereagentes, o estudo buscou incrementar aqualidade da polpa celulósica, pois com aaplicação de menos reagentes, ou seja, con-dições mais brandas de cozimento, foi possí-vel reduzir o impacto deste sobre as fibras,possibilitando a obtenção de celulose de me-lhor qualidade. "O pré-tratamento comxilenosulfonato de sódio permitiu extrair até39,6% da lignina presente na madeira de E.grandis x E. urophylla, reduzindo em 34,8 %a carga alcalina necessária no processo de

polpação, aumentando em 13,0% abranqueabilidade da polpa celulósica, quan-do comparado com os cavacos normais. Opré-tratamento também reduziu o teor de áci-dos hexenurônicos e aumentou a viscosidadeda polpa celulósica", explica Magnos.

Subproduto - Atualmente o principal des-tino da lignina extraída durante o processo deprodução de celulose é a geração de energiapara a fábrica, por meio da queima do licornegro, devido ao seu elevado poder calorífico.De acordo com a Associação Brasileira deCelulose e Papel (Bracelpa), 66,2% da matrizenergética da indústria de celulose e papel égerada pela queima do licor negro. Segundoa pesquisa, com a possibilidade da sua extra-ção a partir de pré-tratamento é possívelmaximizar o uso dos compostos da madeira,já que poderá, dessa forma, ser recuperada eempregada na fabricação de novos produtos,tais como tintas, adesivos, e outros por meioda biorrefinaria. "O composto em questão éuma alternativa para o setor celulósico, poisalia características benéficas (biodegradável,inodoro, não incrustante, não corrosivo,baixa volatilidade, baixa inflamabilidade,fácil recuperação e alta seletividade), à re-dução do consumo de reagentes nos pro-cessos de polpação e branqueamento", fi-naliza o autor da pesquisa.

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EmDestaque

Filarmônica Bachiana encantou a ESALQ

João Lucio de Azevedo, Silvia Azevedo Vitti, José RobertoPostali Parra e Ana Lia Parra Pedrazzoli

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Olhares atentos, ouvidos aguçados, muitaexpectativa em conhecer e se aproximar doregente brasileiro mais respeitado e admira-do dos últimos tempos, o maestro e pianistaJoão Carlos Martins. Sob sua batuta, apre-sentou-se em 16/1, no gramadão em frente aoEdifício Central da ESALQ, a FilarmônicaBachiana SESI-SP. Mais de duas mil pessoasse cantaram tanto com o repertório apresentado,quanto ao trabalho social que é brilhantementedesenvolvido pelo maestro. Tudo apresentadode maneira orquestral ao público presente.

Aplaudido de pé, por várias vezes, entreexecuções de sinfonias de compositores clás-sicos como Mozart e Beethoven, passandopor peças mais recentes como de EnnioMorricone, o maestro se dirigiu e interagiucom a plateia ora comentando sobre os gran-des compositores que a Filarmônica acabarade executar obras, ora para falar das limita-ções físicas que encontrou para atuar comopianista durante sua carreira, ora para brincare se aproximar dos atentos espectadores.

João Carlos Martins ocupa um lugar dife-renciado no cenário musical brasileiro. Consi-derado um dos maiores intérpretes de Bach dosúltimos tempos, o paulistano nascido em 1940iniciou seus estudos de piano aos oito anos como professor José Kliass. Martins afirma que amúsica clássica é a raiz de tudo. “Quando perce-bemos que tivemos um Tom Jobim, que temosum Chico Buarque entendemos que a formaçãodos nossos grandes compositores derivam-sede Johann Sebastian Bach, da música clássicaque é a origem de tudo e que será o futuro detudo certamente”, explicou ele.

Sobre o trabalho que desenvolve com jo-vens musicistas oriundos de comunidades ca-rentes, cuja inciativa já resultou na introduçãoà música para dez mil crianças, Martins serefere à força de uma orquestra na sociedade eao legado que certamente deixará ao País. Omaestro pretende fechar o Brasil em forma decoração por meio da música, assim como al-mejava Villa Lobos. “Um dos dias mais emo-cionantes de minha vida foi quando jovens jáde liberdade assistida na Febem, que fazemparte do nosso projeto, deixaram em casa, noNatal, uma cartinha que dizia – Tio Maestro,feliz Natal! A música venceu o crime!”, reve-

lou o regente.Para falar sobre seu talento parasuperação de dificuldades, o maestro utili-zou-se de uma célebre frase de CharlesChaplin - “No momento em que você aban-dona seus sonhos você continua a viver, masvocê deixa de existir. E o meu sonho conti-nua”, finalizou Martins.

A realização do evento, que encerrou a gestão2011-2014, dos professores José Vicente CaixetaFilho e Marisa Aparecida Bismara Regitanod’Arce, foi do Ministério da Cultura, com apoioda ESALQ, da Prefeitura Municipal de Piracicaba/ Secretaria de Ação Cultural e da FundaçãoBachiana, com patrocínio da Raízen.

Mais de duas mil pessoas acompanharam o maestro João Carlos Martinsregendo a Filarmônica Bachiana SESI-SP

Diretores receberam a Medalha Luiz de QueirozA Sessão Solene de Colação de Grau da

Classe 2014 (ver mais na página 6), ocorridaem 15/1, no gramado em frente ao EdifícioCentral da ESALQ, foi marcada por um mo-mento significativo para os diretores da Es-cola, João Lucio de Azevedo (gestão 1991-1995) e José Roberto Postali Parra (gestão2003-2006). Após a abertura da sessão e daexecução do Hino Nacional Brasileiro, acon-teceu a outorga da Medalha “Luiz de Queiroz”,com discurso de elogios pelo professor Anto-nio Roque Dechen (diretor na gestão 2007-2010) aos docentes homenageados.

“Oportuno o momento, em uma soleni-dade de formatura, quando a ESALQ lançasuas novas sementes para a sociedade brasi-leira, de homenagear tão brilhantes profissi-onais. Que estas jovens sementes se inspi-rem nas realizações destas duas tão vigoro-sas sementes que homenageamos hoje e quepautem suas atividades profissionais nosexemplos da grandeza dos nossos homena-geados”, falou Dechen em seu discurso.

Instituída pelo Governador do Estadode São Paulo, por meio do decreto estadualnº 11.035, de 29 de dezembro de 1977, amedalha é destinada a galardoar as persona-lidades brasileiras e estrangeiras por seusméritos e relevantes serviços prestados ao

Estado de São Paulo em atividades relacio-nadas com o desenvolvimento da Agricultu-ra. É concedida pela ESALQ mediante indi-cação do Conselho da Medalha, com mani-festação favorável do Conselho Estadual deHonrarias e Mérito.

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Recepção aos ingressantes

Ensino

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Destaque

Para promover uma interação positiva,professores, funcionários e estudantes daESALQ receberam, nos dias 11/2 e 12/2, 430novos alunos, aprovados no vestibular daFuvest 2015. Enquanto os filhos efetuaram amatrícula na sala do C.T.A., familiares se diri-giram ao Salão Nobre, onde encontraram aten-dimento personalizado para obter informaçõese orientações sobre os serviços disponíveis naEscola, como alternativas de moradia, alimen-tação, assistência médica, além de atividadesacadêmicas, esportivas e culturais.

São 430 novos alunos, aprovados pelo ves-

tibular da Fuvest 2015, que começaram suasatividades acadêmicas em 23/2.

Recepção – Entre 23 e 27/2, foi a realizadaa Semana de Recepção aos Ingressantes, comatividades que envolveram entrega de donativos;mesa redonda sobre valores da Universidade,diversidade e intolerância; apresentações sobrepermanência e formação, moradia e assistênciamédica; plantio de mudas; oficinas sobre meioambiente; feira com grupos de extensão daESALQ; clínicas esportivas; passeio de ônibuspor pontos turísticos de Piracicaba; palestrassobre temas diversos e exposições.

A pesquisa “Podridão floral doscitros: histopatologia de Colletotrichumacutatum”, desenvolvida por João PauloRodrigues Marques, em seu doutoradoem Fisiologia e Bioquímica de Plan-tas, foi contemplada com o Prêmio TeseDestaque USP 2014, pela Pró-Reitoriade Pós-Graduação da USP. A orienta-ção foi da professora Beatriz Appezzatoda Glória, do Departamento de CiênciasBiológicas. A cerimônia de premiaçãoocorreu em 16/12/2014, em São Paulo,quando Marques recebeu R$ 10 mil,mais certificado.

AustráliaEm 13/01, Luiz Fernando Pereira

Bispo, estudante de Engenharia Flo-restal, foi um dos agraciados pela or-ganização Eco Generation & SansungEngineering como um dos vencedo-res do “2014 Hiden Eco Heroes”. Ainiciativa premiou Bispo pela colabo-ração em três projetos com foco na recu-peração de áreas degradadas em dife-rentes regiões da cidade de Sydney, Aus-trália, país onde o esalqueano estevedesde agosto de 2013 como bolsista doCiência sem Fronteiras (CsF).

A Sessão Solene de Colação de Grau daClasse de 2014 aconteceu, em 15/1, no gra-mado em frente ao Edifício Central daESALQ. Foram graduadas as 111ª Turmade Engenheirandos Agrônomos; a 40ª Tur-ma de Engenheirandos Florestais; a 14ª

Turma de Bacharelandos em Ciências Eco-nômicas; a 10ª Turma de Bacharelandosem Ciências dos Alimentos; a 10ª Turmade Bacharelandos em Gestão Ambiental;a 9ª Turma de Bacharelandos e Licen-ciandos em Ciências Biológicas eLicenciandos em Ciências Agrárias.

ESALQ graduou classe 2014

O professor Paulo César Sentelhas, doDepartamento de Engenharia de Biossiste-mas, foi o mestre de cerimônias e o paraninfoda classe 2014 foi Jacques Marcovitch, rei-tor da Universidade de São Paulo na gestão1997-2001. Os patronos foram Paulo Re-nato Herrmann, para o curso de EngenhariaAgronômica; Ricardo Ribeiro Tavares, paraEngenharia Florestal; Lucilio Rogerio Apa-recido Alves, para Ciências Econômicas;Cristiano Fernandes, para Ciências dosAlimentos; Luis Enrique Sánchez, paraGestão Ambiental; Dermeval Saviani, para

Ciências Biológicas. Durante a cerimôniaocorreu ainda a outorga da Medalha “Luizde Queiroz” aos docentes João Lúcio de Aze-vedo, professor emérito, e José RobertoPostali Parra, docente sênior (ver mais napágina 5).

Univesp – Uma semana depois, em 23/1,ocorreu no Salão Nobre da ESALQ a Ses-são Solene de Colação de Grau doslicenciandos em Ciências do Pólo USP/Univesp – Piracicaba. Ao todo, nove estu-dantes se formaram na primeira turma docurso. O paraninfo, patrono, professora efuncionário homenageados foram, respecti-vamente, José Vicente Caixeta Filho (pro-fessor do Departamento de Economia, Ad-ministração e Sociologia), Vanderlei Salva-dor Bagnato (professor titular da USP e co-ordenador da Agência USP de Inovação),Taitiâny Kárita Bonzanini (professora doDepartamento de Economia, Administraçãoe Sociologia) e Rodrigo Dantas Amâncio(técnico-administrativo do Pólo).

O curso é pioneiro no país e oferece 360vagas anuais distribuídas em sete pólos:Piracicaba, São Paulo, São Carlos, RibeirãoPreto, Santos, Lorena e Jaú. A criação foi daUniversidade de São Paulo (USP), em par-ceria com a Universidade Virtual do Estadode São Paulo (Univesp).

Novos alunos e seus familiares foram recebidos no Salão Nobre porprofessores, funcionários e estudantes para conhecer os serviços da ESALQ

O cortejo universitário, acompanhado pelos professores Paulo CésarSentelhas (esquerda) e Zilmar Ziller Marcos (direita)

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Grupo de Extensão em Equinocultura

Ano XII Número 39 março/2015 7

Painel

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Música na ESALQ

Grupo Regional do Choro

www.facebook.com/equonomia

Desde 2006 a ESALQ é referência em trabalhos relacionados ao que foi deno-minado Complexo do Agronegócio do Cavalo. Dezenas de artigos foram publica-dos ao longo desse período, em periódicos listados no Qualis (Capes) e em revistasde divulgação, muitos com a colaboração de alunos. Na busca de consolidar aposição da ESALQ nesta área, criou-se o Grupo de Extensão em Equinocultura –Equonomia, que apoia a difusão para o público em geral dos conhecimentos dispo-níveis sobre equinocultura na universidade; desenvolve trabalhos de consultoriapara o Complexo do Agronegócio do Cavalo; realiza projetos para iniciativas públi-cas e privadas e eventos para apresentar e debater assuntos relacionados àequinocultura. A coordenação é do professor Roberto Arruda de Souza Lima, doDepartamento de Economia, Administração e Sociologia. Saiba mais em:

Homenagem

TV Premiada

Láurea

Faleceu em 31/12/14, Ernani Porto, do-cente do Departamento de Agroindústria,Alimentos e Nutrição.  O sepultamentoocorreu em 3/1, no Cemitério Flamboyant,em Campinas (SP).

A reportagem “O caminho das flores”,produção da TV USP Piracicaba, rece-beu o prêmio de melhor reportagem na 9ª

edição do Festival Aruanda doAudiovisual Brasileiro, ocorrido em JoãoPessoa (PB) entre 11 e 17 de dezembro.Trata-se da segunda reportagem da sérieespecial Caminhos da Produção. A re-portagem é de Fabiano Pereira, com ima-gens de Moacir Gibin Junior e edição deFábio Torrezan. Assista em:

Em 11/2, o professor Jorge Alberto Mar-ques Rezende, do Departamento de Fitopa-tologia e Nematologia, recebeu o PrêmioPaulista de Fitopatologia. A láurea foi con-cedida durante o 38º Congresso Paulista deFitopatologia, realizado em Araras (SP).

O retorno do projeto Música na ESALQocorreu em 26/2, com apresentação do GrupoRegional do Choro, formado por AugustoVechini (saxofones e flauta); Marcos Moraes(violão); Vitor Casagrande (cavaquinho) e

www.youtube.com/tvusppira

O professor do Departamento de Ci-ência do Solo, Fernando Dini Andreote,foi nomeado, no final de 2014, cônsul daSociedade Internacional de EcologiaMicrobiana (ISME), no Brasil. Os em-baixadores e cônsules se unem para or-ganizar o Simpósio Internacional de Eco-logia Microbiana, que ocorre a cada doisanos. O próximo acontecerá em agostode 2016, em Montreal, Canadá.

Cônsul

Tito Bortolazzo (pandeiro). Canções dePixinguinha, Altamiro Carrilho, AdoniranBarbosa, Ernesto Nazareth, entre outros, for-maram o repertório. A atividade integrou a Se-mana de Recepção aos Ingressantes de 2015.

Trabalho indica plano de manejo para as 4.867árvores do Campus

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Estudo mapeia árvores do campus

Formatar um banco de dados a fim de auxi-liar no manejo das cerca de 5 mil árvores doCampus “Luiz de Queiroz”. Esse foi o trabalhodesenvolvido por Demóstenes Ferreira da Sil-va Filho e Jefferson Lordelo Polizel, respecti-vamente professor e técnico do Departamentode Ciências Florestais. O “Cadastro, diagnósti-co e valoração das árvores da Escola Superiorde Agricultura ‘Luiz de Queiroz’” oferece sub-sídios para a conservação das árvores e segu-rança para a população que transita no campus.

Foram reconhecidas, avaliadas e geoprocessadas4.867 árvores de 213 espécies e 56 famílias bo-tânicas. Várias espécies nativas e exóticas po-dem ser notadas com facilidade como, por exem-plo, ipês, sapucaias, sibipirunas, chapéus-de-sol,paus-brasil, canelinhas, palmeiras (jerivás, ra-bos-de-peixe, imperiais, reais, seafórtia), entreoutras. O trabalho considera também os índicesde risco de queda. “As árvores de maior riscodevem ser monitoradas por meio de tomografiacom frequência regular”, conclui Silva Filho.

ConheçaaESALQ

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DetalhesdaESALQ

ProjetoMemória

Ano XII Número 39 março/20158

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Pavilhão de Tecnologia de SementesProf. Francisco Ferraz de Toledo

Paixão pela Fruticultura

João Alexio Scarpare Filho“Naquela época existiam muitas

chácaras, os quintais eram grandes”

TEXTO Alessandra Postali e Alicia Nascimento Aguiar

O Pavilhão de Tecnologia de Sementes leva o nome doengenheiro agrônomo Francisco Ferraz de Toledo, for-mado pela ESALQ em 1954. Pioneiro no ensino e na pes-quisa em tecnologia de sementes no Brasil, Toledo lecio-nou na ESALQ entre 1955 e 85. O prédio abriga partedas instalações do Departamento de Produção Vegetalincluindo secretaria, salas de docentes, sala de reunião,sala de aula e uma unidade beneficiadora de sementes.Foi construído em 1976 e possui área de 1.124,55 m2.

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ta Na edição 38, (dez/2014), publicamos que o Edifício “Prof.Salvador Toledo Piza Jr.” foi contruído em 1987. O anocorreto da inauguração é 1977.

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Nascido em 30 de junho de 1948, emPiracicaba, João Alexio Scarpare Filho teve umavivência predominantemente urbana. “Mesmoassim, naquela época, a cidade tinha muitas chá-caras, os quintais eram grandes, tinha cultivo defruteiras e plantação de hortas domésticas, porisso a gente tinha um contato maior com a agri-cultura”. Esse convívio foi um dos motivos queo levou a escolher a agronomia como profissão.“Eu fiquei entre medicina e agronomia, mas pre-feri trabalhar com as plantas e ingressei naESALQ em 1969”. Seu pai era comerciante demadeira e os três irmãos, professores primáriosda rede estadual. “Um dava aula de EducaçãoFísica e os outros dois eram pedagogos”.Hoje, a família está maior, com dois filhos dequem tem orgulho de falar. “O Fábio é enge-nheiro agrônomo, também formado aqui naESALQ. Tentei puxá-lo para a fruticultura,mas não segue minha área. Ele trabalha noCentro de Tecnologia do Bioetanol em Cam-pinas, na parte de endologia. E minha filha,Sabrina, é jornalista da Gazeta de Piracicaba”.

Na época de estudante, competia em cam-peonatos de futebol de salão. O esporte era oque interagia os jovens, por isso conhecia mui-tas pessoas de fora da cidade. “O que me mar-cou foi uma briga que aconteceu em um campe-onato que participamos, em São Carlos. Tinhaum jogador nosso que namorava uma meninalá da Educação Física e, numa disputa de bola,ele empurrou outro atleta e o Ginásio inteirodesceu para brigar. E o jogo foi cancelado. Naoutra semana, teve briga de novo, e a partidanem começou”. Além do esporte, também selembra de alguns docentes que forammarcantes. “Uma passagem inesquecível foia piadinha do professor Francisco Mariconi.Ele mostrou duas içás, aquelas formigas rai-nhas, que estavam caídas no chão, e disse queuma formaria um sauveiro e a outra não. Per-guntamos: Mas por que, professor? E ele disse:Ah, essa daqui eu vou matar. Todo mundo acha-va que tinha algum defeito, mas não! (risos)”.

Possuía facilidade em Matemática, mas seconsiderava um aluno médio. “Enquanto o pes-soal ficava preocupado com a topografia, eu iabem. Conseguia levar na mediana”. Naqueletempo, era chamado de Nativo ou Nativinho,mas os novos alunos não eram batizados assimque entravam na universidade, como hoje. “Meconheciam mais pelo meu nome mesmo. Nãohavia tanto o costume de se criar apelidos”. Porser de Piracicaba, não morou em república, massempre as frequentava. “Ia jogar baralho e con-versar, mas não morei em nenhuma”.

Após formar-se, veio o interesse pela fruti-cultura. Ingressou na Casa de Agricultura deItaberá (SP) logo depois que concluiu o curso.“Me formei em julho de 1973 e, no mês denovembro, fui chamado. Trabalhei na extensão,na produção de feijão, e me mudei para lá”.

Em 1974, foi para o posto de sementes,em Avaré (SP). Em 1976, foi transferido paratrabalhar com produção de semestres. “Fi-quei mais dois anos nessa posição e, depois,fui chamado para ser assistente de Fitotecniada Divisão Regional Agrícola de Sorocaba”.A assistência era feita para os agrônomos dascasas de agricultura de 59 municípios. “Euera responsável por esse contato junto à dire-toria e pela parte de fitotecnia, ou seja, produ-ção de grãos e cereais e fruticultura, e na re-gião havia muita produção de frutas comouva e pêssego, então comecei a me envolvercom o tema, principalmente relacionado aoclima temperado”. Em 1980, se tornou dele-gado agrícola de Capão Bonito (SP), em umaárea em que também havia muita fruticultura.Em 1985, tornou-se chefe do campo de pro-dução de mudas frutíferas de Tietê (SP), ain-da na Secretaria de Agricultura. Lá permane-ceu até 1991, quando prestou concurso naESALQ e entrou como professor da área defruticultura, trabalhando na produção de mu-das e frutíferas.

Realizou mestrado e doutorado na Escola,com os orientadores Vlademir Rodrigues

Sampaio e Keigo Minami, respectivamente. Foichefe do Departamento de Produção Vegetal de2006 a 2008 e homenageado cinco vezes pelosalunos em formaturas. É gestor da Casa do Pro-dutor Rural (CPR) desde 2008 e, aposentadodesde 2009, atua como docente sênior. “Minhaformação foi muito eclética, por isso me consi-dero especialista em generalidades. Dou aula debanana, propagação de plantas, produção de mu-das, figo e dava aula de uva, pêssego, caqui e, àsvezes, maracujá”. A fruticultura é realmente umapaixão. “É uma área em que você trabalha maistempo com a planta, porque ela fica o ano todose desenvolvendo. E para intervir na sua produ-ção, você tem que saber o histórico dela. Então,exige um pouco mais da pessoa”.

A relação com os atuais alunos traz lem-branças da época em que estudava. “Eu não eraum aluno bonzinho (risos). Comecei a observarcomo os costumes mudam, como os alunos sãodiferentes, assim como a relação com o profes-sor e com os pais. Nós vamos mudando, con-forme a época”. Nas horas vagas, João Alexiodedica-se inteiramente à família. “Já tenho doisnetos, um de seis e outro de um ano, e minhadedicação tem sido principalmente com os dois”.