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DIRECTOR: R. Varela Afonso Telefones da Administração, Redacção e Publicidade SEGUNDA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2018 Tel. 011 496-1650/7 * Fax 011 496-1810 * Director: [email protected] / [email protected] Redacção: [email protected] / [email protected] / [email protected] * Desporto: [email protected] * Publicidade: [email protected] de Joanesburgo Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos: Soluções legais e avançadas na sua vida comercial; Controle e racionalização da massa trabalhadora; Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes de percurso, e ataques cerrados de Autoridades Reguladoras Cambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St. Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected] 19967 *Ts & Cs apply Um grupo de 100 deputados do Reino Unido assinou uma petição em que exige aos bancos mais medidas de transparência face ao caso das dívidas ocultas de Mo- çambique, anunciou o grupo promotor. O documento "expressa pre- ocupação com os supostos empréstimos secretos conce- didos pelos bancos com sede em Londres, em 2013, para empresas moçambicanas, com garantias do governo de Moçambique e sem aprova- ção do parlamento", de acor- do com um comunicado da or- ganização Jubilee Debt Cam- paign, que advoga o cancela- As pessoas que quiserem vi- sitar os Estados Unidos terão de fornecer as respectivas identidades nas redes sociais, os números telefónicos e en- dereços de correio electróni- co, segundo uma proposta do Departamento de Estado di- vulgada no sábado. Esta medida deve afectar cerca de dez milhões de pes- soas por ano que desejam obter um visto de turista ou que querem migrar para os Estados Unidos. Viajantes di- plomáticos ou funcionários governamentais não serão afectados por esta medida. O programa de isenção de vistos (em que o requerente tem de preencher a Autoriza- ção Electrónica de Viagem designada como ESTA), que abrange cerca de 40 países, dos quais 30 são na Europa (entre os quais Portugal), não é mencionado na proposta. A ESTA, preenchida anteci- padamente na Internet, per- mite aos requerentes perma- necerem 90 dias nos Estados Unidos sem terem de passar pelo procedimento para obter um visto. Após o anúncio, a proposta do Departamento de Estado norte-americano vai ter um Uma patrulha constituída por militares portugueses na mis- são da ONU na República Centro-Africana foi atacada no sábado, em Bangui, por um grupo armado, não se re- gistando baixas, informou o Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA). Em comunicado, o EMGFA adianta que os militares por- tugueses realizavam uma pa- trulha de rotina no terceiro dis- trito da capital da República Centro-Africana, quando, pelas 19:10 locais, foram al- vejados por tiros de armas li- geiras, disparados por um grupo armado que “utilizou a população civil (mulheres e crianças) como escudo huma- no” para se proteger. “Logo que esclarecida a si- tuação e com alvos bem de- finidos, constituídos por ele- mentos armados que dispara- vam, os militares portugueses abriram fogo controlado sobre os mesmos e largaram gás la- crimogéneo, tendo como re- sultado a desorganização das posições de tiro e a fuga dos elementos do grupo armado”, lê-se no comunicado. O EMGFA refere que outros elementos portugueses, cons- tituídos como força de reac- ção rápida, foram enviados para o local e que a patrulha terminou a missão à hora pre- vista, cerca das 23:00. Na nota é ainda referido que “todos os militares portugue- ses encontram-se bem, não existindo baixas a lamentar”, A missão das Nações Unidas na República Centro Africana (MINUSCA) já tinha avança- do, à agência France Presse, que uma patrulha esteve “sob fogo de artilharia” no bairro muçulmano PK5, mas sem O Papa Francisco pediu ontem, Domingo de Páscoa, o fim do “extermínio em curso” na Síria, apelou “à reconcilia- ção na Terra Santa” e incenti- vou o diálogo na península coreana, na sua mensagem durante a celebração da Pás- coa no Vaticano. Na mensagem, feita antes da tradicional bênção ‘Urbi et Orbi’, o pontífice pediu “os fru- tos da paz para todo o mundo, a começar pela bem-amada e atormentada Síria, cujo povo está esgotado por uma guerra que parece não ter fim”. A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um confli- to que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados. Desencadeado em Março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvi- mento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e vá- rias frentes de combate. Na mensagem pascal, Fran- cisco pediu a “todos os res- ponsáveis políticos e milita- res” que “ponham imediata- mente termo ao extermínio em curso, que respeitem o di- reito humanitário e que [faci- litem] o acesso à ajuda” de que o povo sírio precisa com urgência. O Papa também referiu a ne- cessidade de garantir as con- dições adequadas para o re- gresso “de todos aqueles que foram dispersos”, numa apa- rente referência ao enclave rebelde de Ghouta Oriental, nos arredores da capital síria, Damasco. A mensagem de Francisco foi feita no mesmo dia em que foi anunciado que os rebeldes sírios aceitaram sair da última bolsa de resistência que man- tinham em Ghouta Oriental, cuja reconquista total marca uma importante vitória para o Presidente sírio, Bashar al- Assad. O Papa apelou igualmente “à reconciliação na Terra Santa, ferida neste momento por conflitos abertos que não pou- pam os indefesos”. Na sexta-feira, confrontos en- tre manifestantes palestinia- nos e o Exército israelita re- gistados na fronteira de Gaza com Israel fizeram pelo me- nos 16 mortos e mais de mil feridos. Trata-se do dia mais sangren- to desde a guerra de 2014 em Gaza. O Papa Francisco encorajou igualmente o diálogo em cur- so na península coreana, que marca um período de apazi- guamento após cerca de dois anos de uma escalada devido à realização de testes nu- cleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang. “Deixem aqueles que têm responsabilidades diretas agir com sabedoria e discernimen- to para promover o bem do povo coreano e construir con- fiança na comunidade interna- cional", acrescentou. No próximo dia 27 de Abril, está previsto um encontro en- tre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente sul- coreano, Moon Jae-in. Será a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos. Para maio, é aguardada uma cimeira inédita entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. O Presidente Cyril Rama- phosa inaugurou na terça-fei- ra, em Fourways, norte de Joanesburgo, o Youth Em- ployment Service (YES), uma nova iniciativa do Executivo em parceria com o sector pri- vado que visa criar novas oportunidades de emprego para um milhão de jovens sul- africanos a três anos. A iniciativa, apresentada pelo Chefe de Estado no centro Ri- EM SUA MENSAGEM DE PÁSCOA NO DOMINGO (1º), E DOIS DIAS DEPOIS DE CONFRON- TOS QUE DEIXARAM 16 MORTOS NA FRONTEIRA ENTRE ISRAEL E A FAIXA DE GAZA, O PAPA FRANCISCO PEDIU PAZ NA TERRA SANTAAO DIZER O CONFLITO “NÃO POUPA OS INDEFESOS”.O APELO FOI FEITO NO “URBI ET ORBI” (À CIDADE E AO MUNDO), TRADI- CIONAL DISCURSO FEITO PELO PAPA DA SACADA CENTRAL DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO, EM ROMA, NO NATAL E NA PÁSCOA. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS VISITOU NA SEMANA PASSADA A FORÇA NACIONAL DESTACADA (FND) NA MISSÃO MULTIDIMENSIONAL INTEGRADA DAS NAÇÕES UNIDAS PARAA ESTABILIZAÇÃO DA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA (MINUSCA) E O CONTINGENTE NACIONAL DA MISSÃO DE FORMAÇÃO MILITAR DA UNIÃO EUROPEIA (EUTM) NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA (RCA) Papa apelou no Domingo de Páscoa à paz na Síria e na Terra Santa e encoraja diálogo das Coreias Patrulha portuguesa atacada em bairro da capital da República Centro-Africana (cont. na pag. 14) (cont. na pag. 14) EUA querem que requerentes de vistos revelem contactos e redes sociais Ramaphosa inaugura iniciativa para dar emprego a um milhão de jovens em 2019 (cont. na pag. 14) (cont. na pag. 14) (cont. na pag. 14) Deputados britânicos assinam moção contra dívidas ocultas como a de Moçambique Winnie Mandela morreu esta segunda-feira aos 81 anos no hospital de Milkpark em Joa- nesburgo. A notícia foi avan- çada pela Sky News que cita a sua assistente pessoal, Zodwa Zwane. A família diz que Winnie morreu de forma "pacífica" depois de uma pro- longada doença. Os familiares acrescentam que a antiga primeira-dama sul-africana "entrou e saiu do hospital desde o início do ano". "Lutou corajosamente contra o apartheid e sacrificou a sua vida pela liberdade do país. Manteve viva a memória do marido, Nelson Mandela, en- quanto esteve preso em Rob- ben Island e ajudou a dar à luta pela justiça na África do Sul uma das suas faces mais reconhecíveis", afirmou um porta-voz da família. Winnie Mandela foi casada com Nelson Mandela durante 38 anos. Durante grande par- te do seu casamento, Nelson Mandela esteve preso. Winnie lutou de forma exaus- tiva pela libertação do seu marido. Em 1994, com a elei- ção de Nelson Mandela como presidente da África do Sul, Winnie tornou-se a primeira- dama do país. Nascida a 26 de Setembro de 1936, no Cabo Oriental, anti- gamente conhecido por Transkei, Winnie casou-se com Mandela em 1958, com quem teve duas filhas, Zenani Mandela e Zindzi Mandela e Morreu Winnie Mandela do qual se divorciou em 1996. Nesta altura, já Winnie Man- dela estava a braços com a

DIRECTOR: R. Varela Afonso Telefones da Administração ......2018/04/02  · de Joanesburgo DIRECTOR: R. Varela Afonso Telefones da Administração, Redacção e Publicidade SEGUNDA-FEIRA,

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  • d e J o a n e s b u r g oDIRECTOR: R. Varela Afonso Telefones da Administração, Redacção e Publicidade SEGUNDA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2018

    Tel. 011 496-1650/7 * Fax 011 496-1810 * Director: [email protected] / [email protected]ção: [email protected] / [email protected] / [email protected] * Desporto: [email protected] * Publicidade: [email protected]

    d e J o a n e s b u r g o

    Depois de 35 anos de sólida experiência, oferecemos:Soluções legais e avançadas na sua vida comercial;Controle e racionalização da massa trabalhadora;

    Reacção rápida e eficiente em circunstâncias traumáticas - disputas matrimoniais, falecimento de ente queridos, acidentes

    de percurso, e ataques cerrados de Autoridades ReguladorasCambridge Office Park, Cnr. Kirby and Oxford St.

    Bedfordview * Tel: +27 11 622 0960 Cell: +27 (0) 72 153 6760 * E-mail: [email protected]

    19967*Ts & Cs apply

    Um grupo de 100 deputadosdo Reino Unido assinou umapetição em que exige aosbancos mais medidas detransparência face ao casodas dívidas ocultas de Mo-çambique, anunciou o grupo

    promotor.O documento "expressa pre-

    ocupação com os supostosempréstimos secretos conce-didos pelos bancos com sedeem Londres, em 2013, paraempresas moçambicanas,

    com garantias do governo deMoçambique e sem aprova-ção do parlamento", de acor-do com um comunicado da or-ganização Jubilee Debt Cam-paign, que advoga o cancela-

    As pessoas que quiserem vi-sitar os Estados Unidos terãode fornecer as respectivasidentidades nas redes sociais,

    os números telefónicos e en-dereços de correio electróni-co, segundo uma proposta doDepartamento de Estado di-

    vulgada no sábado.Esta medida deve afectar

    cerca de dez milhões de pes-soas por ano que desejamobter um visto de turista ouque querem migrar para osEstados Unidos. Viajantes di-plomáticos ou funcionáriosgovernamentais não serãoafectados por esta medida.O programa de isenção de

    vistos (em que o requerentetem de preencher a Autoriza-ção Electrónica de Viagemdesignada como ESTA), queabrange cerca de 40 países,dos quais 30 são na Europa(entre os quais Portugal), nãoé mencionado na proposta.A ESTA, preenchida anteci-

    padamente na Internet, per-mite aos requerentes perma-necerem 90 dias nos EstadosUnidos sem terem de passarpelo procedimento para obterum visto.Após o anúncio, a proposta

    do Departamento de Estadonorte-americano vai ter um

    Uma patrulha constituída pormilitares portugueses na mis-são da ONU na RepúblicaCentro-Africana foi atacadano sábado, em Bangui, porum grupo armado, não se re-gistando baixas, informou oEstado Maior General dasForças Armadas (EMGFA).Em comunicado, o EMGFA

    adianta que os militares por-tugueses realizavam uma pa-

    trulha de rotina no terceiro dis-trito da capital da RepúblicaCentro-Africana, quando,pelas 19:10 locais, foram al-vejados por tiros de armas li-geiras, disparados por umgrupo armado que “utilizou apopulação civil (mulheres ecrianças) como escudo huma-no” para se proteger.“Logo que esclarecida a si-

    tuação e com alvos bem de-

    finidos, constituídos por ele-mentos armados que dispara-vam, os militares portuguesesabriram fogo controlado sobreos mesmos e largaram gás la-crimogéneo, tendo como re-sultado a desorganização dasposições de tiro e a fuga doselementos do grupo armado”,lê-se no comunicado.O EMGFA refere que outros

    elementos portugueses, cons-tituídos como força de reac-ção rápida, foram enviadospara o local e que a patrulhaterminou a missão à hora pre-vista, cerca das 23:00.Na nota é ainda referido que

    “todos os militares portugue-ses encontram-se bem, não

    existindo baixas a lamentar”,A missão das Nações Unidasna República Centro Africana(MINUSCA) já tinha avança-do, à agência France Presse,que uma patrulha esteve “sobfogo de artilharia” no bairromuçulmano PK5, mas sem

    O Papa Francisco pediuontem, Domingo de Páscoa, ofim do “extermínio em curso”na Síria, apelou “à reconcilia-ção na Terra Santa” e incenti-vou o diálogo na penínsulacoreana, na sua mensagemdurante a celebração da Pás-coa no Vaticano.Na mensagem, feita antes da

    tradicional bênção ‘Urbi etOrbi’, o pontífice pediu “os fru-tos da paz para todo o mundo,a começar pela bem-amada eatormentada Síria, cujo povoestá esgotado por uma guerraque parece não ter fim”.A Síria, que entrou no oitavo

    ano de guerra, vive um dramahumanitário perante um confli-to que já fez pelo menos 511

    mil mortos, incluindo 350 milcivis, e milhões de deslocadose refugiados.Desencadeado em Março de

    2011 pela violenta repressãodo regime de Bashar al-Assadde manifestações pacíficas, oconflito na Síria ganhou aolongo dos anos uma enormecomplexidade, com o envolvi-mento de países estrangeirose de grupos ‘jihadistas’, e vá-rias frentes de combate.Na mensagem pascal, Fran-

    cisco pediu a “todos os res-ponsáveis políticos e milita-res” que “ponham imediata-mente termo ao extermínioem curso, que respeitem o di-reito humanitário e que [faci-litem] o acesso à ajuda” de

    que o povo sírio precisa comurgência.O Papa também referiu a ne-

    cessidade de garantir as con-dições adequadas para o re-gresso “de todos aqueles queforam dispersos”, numa apa-rente referência ao enclaverebelde de Ghouta Oriental,nos arredores da capital síria,Damasco.A mensagem de Francisco foifeita no mesmo dia em que foianunciado que os rebeldessírios aceitaram sair da últimabolsa de resistência que man-tinham em Ghouta Oriental,cuja reconquista total marcauma importante vitória para oPresidente sírio, Bashar al-Assad.

    O Papa apelou igualmente “àreconciliação na Terra Santa,ferida neste momento porconflitos abertos que não pou-pam os indefesos”.Na sexta-feira, confrontos en-tre manifestantes palestinia-nos e o Exército israelita re-gistados na fronteira de Gazacom Israel fizeram pelo me-nos 16 mortos e mais de milferidos.Trata-se do dia mais sangren-to desde a guerra de 2014 emGaza.

    O Papa Francisco encorajouigualmente o diálogo em cur-so na península coreana, quemarca um período de apazi-guamento após cerca de dois

    anos de uma escalada devidoà realização de testes nu-cleares e balísticos por partedo regime de Pyongyang.

    “Deixem aqueles que têmresponsabilidades diretas agircom sabedoria e discernimen-

    to para promover o bem dopovo coreano e construir con-fiança na comunidade interna-cional", acrescentou.No próximo dia 27 de Abril,

    está previsto um encontro en-tre o líder norte-coreano, Kim

    Jong-un, e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in.Será a primeira cimeira entre

    as duas Coreias em 11 anos.Para maio, é aguardada uma

    cimeira inédita entre a Coreiado Norte e os Estados Unidos.

    O Presidente Cyril Rama-phosa inaugurou na terça-fei-ra, em Fourways, norte deJoanesburgo, o Youth Em-ployment Service (YES), umanova iniciativa do Executivoem parceria com o sector pri-vado que visa criar novasoportunidades de empregopara um milhão de jovens sul-africanos a três anos.A iniciativa, apresentada peloChefe de Estado no centro Ri-

    EM SUA MENSAGEM DE PÁSCOA NO DOMINGO (1º), E DOIS DIAS DEPOIS DE CONFRON-TOS QUE DEIXARAM 16 MORTOS NA FRONTEIRA ENTRE ISRAEL E A FAIXA DE GAZA, OPAPA FRANCISCO PEDIU PAZ NA TERRA SANTA AO DIZER O CONFLITO “NÃO POUPA OSINDEFESOS”.O APELO FOI FEITO NO “URBI ET ORBI” (À CIDADE E AO MUNDO), TRADI-

    CIONAL DISCURSO FEITO PELO PAPA DA SACADA CENTRAL DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO,EM ROMA, NO NATAL E NA PÁSCOA.

    O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS VISITOU NA SEMANA PASSADAA FORÇA NACIONAL DESTACADA (FND) NA MISSÃO MULTIDIMENSIONAL INTEGRADA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A

    ESTABILIZAÇÃO DA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA (MINUSCA) E O CONTINGENTE NACIONAL DA MISSÃO DE FORMAÇÃOMILITAR DA UNIÃO EUROPEIA (EUTM) NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA (RCA)

    Papa apelou no Domingo de Páscoa à paz na Síria e na Terra Santa e encoraja diálogo das Coreias

    Patrulha portuguesa atacada em bairro da capital da República Centro-Africana

    (cont. na pag. 14)

    (cont. na pag. 14)

    EUA querem que requerentes de vistos revelem contactos e redes sociais

    Ramaphosainaugurainiciativapara daremprego aum milhãode jovensem 2019

    (cont. na pag. 14)

    (cont. na pag. 14)

    (cont. na pag. 14)

    Deputados britânicos assinam moção contra dívidas ocultas como a de Moçambique

    Winnie Mandela morreu estasegunda-feira aos 81 anos nohospital de Milkpark em Joa-nesburgo. A notícia foi avan-çada pela Sky News que citaa sua assistente pessoal,Zodwa Zwane. A família dizque Winnie morreu de forma"pacífica" depois de uma pro-longada doença.

    Os familiares acrescentamque a antiga primeira-damasul-africana "entrou e saiu dohospital desde o início doano"."Lutou corajosamente contra

    o apartheid e sacrificou a suavida pela liberdade do país.Manteve viva a memória domarido, Nelson Mandela, en-quanto esteve preso em Rob-ben Island e ajudou a dar àluta pela justiça na África doSul uma das suas faces maisreconhecíveis", afirmou umporta-voz da família.Winnie Mandela foi casada

    com Nelson Mandela durante38 anos. Durante grande par-te do seu casamento, NelsonMandela esteve preso. Winnie lutou de forma exaus-

    tiva pela libertação do seumarido. Em 1994, com a elei-ção de Nelson Mandela comopresidente da África do Sul,Winnie tornou-se a primeira-dama do país.Nascida a 26 de Setembro de1936, no Cabo Oriental, anti-gamente conhecido porTranskei, Winnie casou-secom Mandela em 1958, comquem teve duas filhas, ZenaniMandela e Zindzi Mandela e

    Morreu Winnie Mandelado qual se divorciou em 1996. Nesta altura, já Winnie Man-

    dela estava a braços com a

  • PÁGINA 2 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . 2 DE ABRIL DE 2018

    E sem notarmos, o tempo passa a voar!

    O Meu Aparo!

    por Michael Gillbee

    Como é que isto aconte-ceu? O leitor sabe perfeita-mente ao que me refiro. Ain-da ontem eu estava napraia, com aquele que é umpai para mim, o meu amigoPaulo Mariano e a restantefamília, a gozar do tórridocalor tropical do Kwazulu-Natal e a apreciar o descan-so merecido.E esta semana, estamos de

    alguma forma estranha emAbril já e a Páscoa já foi. Éque já foi! Já passou. Foi nodia 1 de Abril, o que não émentira nenhuma, mas já foi.O Natal e o Ano Novo vierame foram e como que numpasse de magia, a Páscoatambém já foi!

    Alguém me explique por-quê! Mais importante que is-so, alguém me expliquecomo! Como é que isto su-cedeu? Como é que o tempopassa a voar tão de pressaque nem sequer nos damosconta disso. O relógio marcaa marcha imparável e imper-doável do tempo, não sabe-mos muito bem como nempara onde ele se esvai?Dou-lhe um exemplo, eu le-

    vanto-me cerca das 5h30-6horas da manhã. Saio decasa e vou para o ginásio.Dali, depois do meu treino,venho para o Século. A ma-nhã passa a voar, entreemails, notícias para escre-ver e trabalho acabado, amanhã desaparece.

    Às vezes dou por mim apensar, ainda há pouco esta-va na cama. E agora estouna hora do almoço. Maisquatro horas passam e o diade trabalho acaba. Bem, nãoé bem assim não é? O expe-diente acaba, mas há sem-pre pessoas que resolvemtelefonar às oito da noiteporque eu – segundo o pen-samento de muitos – não te-nho vida e acham justo inco-modar-me fora das horas deexpediente. Mas, fora isso, fazer jantar,

    arrumar a casa o dia passa avoar. Muitas vezes dou pormim a acordar no sofá semsaber bem porque é quedeixei de ver o programaque estava a ver. Faz parteda Vida, eu sei. Estamossempre tão ocupados a pen-sar no amanhã, que muitasvezes deixamos de aprovei-tar o hoje e o momento pre-sente. Muitas vezes tenho pessoasque me dizem “ah, gosteimuito da reportagem que fezsobre...”. E eu pergunto,“qual reportagem?” É queestamos tão embrenhadosno trabalho, que esquece-mo-nos de apreciar a mon-tanha de coisas que faze-mos. Foi há três anos, vai fazer

    quatro, que fui fazer a cober-tura da pré-época do Spor-ting Clube de Portugal à Ci-dade do Cabo. Ainda nooutro dia me falaram nisso,não que eu não me lembras-se, mas estava guardadonos meus arquivos mentais,conjuntamente com umamontanha de coisas que fize vi e experienciei ao longodestes três anos. São já tês anos no Século e

    têm sido, muito para minhaalegria, três anos de apren-dizagem, crescimento e me-

    lhoria. Dia-à-dia o trabalho,as várias tarefas ocupam-me o tempo, mas de vez emquando paro e penso no quejá fiz. E novamente, a pergunta,

    como é que o tempo passoutão de pressa? Dizem que otempo voa quando nos esta-mos a divertir e isso deve termuito a ver com o aceleradopassar do tempo, mas paramim parece que ainda foiontem que comecei aqui nojornal.

    Bem, já passaram cincoanos que saí de Portugal evoltei para a África do Sul.Portanto, a marcha do tem-po é algo inescapável. Etambém sem darmos conta,estaremos muito em brevenovamente no Dia de Portu-gal, de Camões e das Co-munidades Portuguesas.

    Mais uma oportunidade,neste 10 de Junho, paramostrarmos e celebrarmosquem somos como Comuni-dade, a nossa herança,quem somos enquanto por-tugueses e também, maiscrucialmente, como sul-afri-canos. Estaremos a cele-brar-nos e à nossa marcaindelével neste país, muitoimportante também, nesteContinente. Mas, acredito que devamos,neste 10 de Junho, aprovei-tar para gozar as festas.Andamos tão ocupados aorganizar as festas, a cobriras festas, a limpar, a prepa-rar os clubes e associaçõespara os eventos seguintes,que quando as festas estãoa decorrer, não as aproveita-mos da melhor forma. Não sentimos a alegria que

    é suposta a festa trazer.Porque é que nos reunimos?Para celebrar e comemorarquem somos. Não pode servisto apenas como cumprirdo disposto no calendário edar seguimento às datas.Não, as datas devem ser vi-vidas no seu momento eaproveitadas, sem despri-mor à agenda de eventosque se seguem, mas creioque a celebração do nossodia, enquanto Comunidade,enquanto portugueses noestrangeiro, deve ser sabo-reada. O juntarmo-nos todos é im-

    portante e crucial para quenão percamos o nosso Pas-sado, a nossa história eidentidade colectiva enquan-to Comunidade.De facto, o tempo passa a

    voar. Foi ainda “ontem” queBartolomeu Dias enfrentou oAdamastor, dobrou o Cabodas Tormentas e aportou emMossel Bay em 1488.

    “Hoje” vários clubes, queteimosamente resistem àpassagem do tempo, já cele-braram mais de meio séculoe as efemérides chegamumas atrás das outras. Creiopiamente que “amanhã” de-vemos continuar a celebrarquem somos e reconhecer onosso valor, que apesar darápida e imparável marchado tempo, continua a cres-cer.

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    Should you have any queries please contact:Mrs Nina-Yvonne da Silva (Kruger) on 083 641 1398 / [email protected] Micaela Teixeira on 082 337 2394 / [email protected].

    VIDA ASSOCIATIVAUNIÃO PORTUGUESA - Ao abrigo do Artigo 20, Parágrafo 1,dos Estatutos da da Colectividade, o presidente da Assembleia-Geral, José Valentim, convocou a AG para o dia 10 de Abril2018, terça-feira, pelas 19 horas, na na Sede do clube, sita noN.º 4 Eastwood Street, Turffontein, que terá a seguinte ordem detrabalhos:1.Boas vindas; 2.Leitura da Acta da Assembleia anterior; 3.Relatório do Presidente da Direcção; 4. Relatório de Contas; 5.Parecer do Conselho Fiscal; 6. Discussão do Relatório de Con-tas; 7. Aprovação do Relatório de Contas; 8. Eleição de novosCorpos Gerentes e Órgãos Auxiliares de Gerência para os anosadministrativos de 2018/2010; 9. GeralÚNICO: De acordo com o estabelecido no Artigo 26, Secção III,se à hora marcada não estiver presente a maioria dos sóciosefectivos, a sessão terá lugar meia hora mais tarde com qual-quer número de associados presentes.Ao abrigo do Artigo 29, Alínea B, Secção III, após cumprida aagenda de trabalhos, o Presidente da Mesa poderá tratar deassuntos vários de reconhecido interesse para a Colectividade.

    CASA DA MADEIRA DE JOANESBURGO - Assembleia-Geralno próximo dia 6 de Abril, pelas 19 horas, com a seguinte agen-da de trabalhos:Abertura pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral; Leiturada acta da Assembleia-Geral anterior; Apresentação eaprovação do relatório de contas; Meia hora para discutir assun-tos de interesse para a Colectividade.

    De acordo com os estatutos da Casa, se à hora marcada parao início da Assembleia não se encontrar presente quórum sufi-ciente, a mesma funcionará meia hora depois com qualquernúmero de sócios presentes.

    Para mais informações contactar 083 626 0711, presidente daMesa da Assembleia-Geral, Vasco Martins.

    ACADEMIA DA FERRUGEM - Alomoço mensal no sábado, dia7 de Abril, pelas 13h00, como costume, no "Cantinho da Avó"na esquina da Tramway com a Leonard Street em Turffontein. AEmenta será de uma variedade de entradas. Prato principal combuffet de vários pratos tradicionais portugueses. Variadas so-bremesas.Pede-se a máxima comparência de todos os amigos

    desta Academia.Festa do 25.º Aniversário

    será realizado no sábado dia5 de Maio, na UniãoPortuguesa.

    Para mais informações con-tactar Rui Carrolo, 083 2676218ACADEMIA DO BACALHAU

    DE JOANESBURGO - Todasas quintas-feiras a partir das13 horas, convívio semanal.Contactar o presidente JoséContente, 082 892 9398.

    TERTÚLIA SANTO E PECA-DORES - Todas as terças-feiras, com início às 13 horas,no Restaurante Adega, deBedfordview, realiza-se a con-fraternização semanal sob aliderança do presidente JoséSantos.

    CONVÍVIO DOS AMIGOSUNIONISTAS ÀS QUARTAS-FEIRAS - Informa-se quetodas as quartas-feiras, a par-tir do meio dia realiza-se oAlmoço dos Amigos Unionis-tas, que começa às 13 horascom pratos típicos portugue-ses.

    Para marcações contactarInácio, 083 757 0571.ou o res-taurante, 011 434 4769.

    1998

    4

    O executivo da Sub Co-missão das comemora-ções do Dia de Portugal,de Camões e das Comu-nidades Portuguesas, in-forma que está agendadauma reunião para o dia 16de Abril de 2018, pelas19h30, na sede do Núcleode Arte e Cultura em Re-

    gents Park, para estruturaros festejos do 10 Junho2018.

    Pede-se a comparênciada Comunidade, dirigentesdas várias associações einstituições, para que o en-contro possa alcançar osobjectivos pretendidos.

    Encontro da Sub Comissãodas comemorações do Dia de Portugal nodia 16 de Abril no NAC

    20189

  • 2 DE ABRIL DE 2018 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . PÁGINA 3

    20160

    COMUNICADO

    A Academia da Ferrugem comunica aosseus estimados simpatizantes que o SenhorComendador Rudy Gallego se demitiu do

    cargo de Presidente desta Tertúlia, pormotivos pessoais.

    A Direcção da Academia aceitou a suademissão e por unanimidade elegeu o novo

    Presidente Rui Carrolo para o corrente mandato de 2018.A Direcção vai manter-se coesae disponível para todos os seus

    simpatizantes e a Comunidade em geral.A Direcção agradece o contributo doSenhor Comendador Rudy Gallego

    e de toda a Comunidade.A Academia da Ferrugem

    Os alunos da TU Delft en-frentam hoje o frio nas insta-lações perto de Rijswijk paratestar a última versão de seumecanismo de foguete espa-cial Nimbus. É na casa dasmáquinas que o foguete Stra-tos III será lançado em Julho eisso ajudará os alunos a re-tomarem o registo de altura."As instalações são grandes”,diz Filipe Barreiro, engenhei-ro-chefe português de propul-são do projecto Stratos. "Masnão há aquecimento, e osdias são longos." Um foguetemaior significa mais tempopara encher os tanques deoxidação e mais tempo paraaquecê-los de modo a poderaumentar a pressão. O actual motor do foguete,

    Nimbus, é cerca de duas ve-zes maior do que o anteces-sor, Stratos II +, que foi lança-do em 2015. Após vinte se-gundos de combustão, oStratos II + quebrou o registode altura, atingindo 21,5 quiló-metros. Este registro foi pos-teriormente quebrado porestudantes da Universidadede Estugarda.

    A equipa Delft Aerospace

    Rocket Engineering (DARE)confia em que seu actualmotor Nimbus DHX-400 dis-parará o Stratos III para umnovo recorde. As simulaçõesprevêem uma altura entre 60e 80 quilómetros.O tempo de combustão é es-

    sencial para alcançar altitudeselevadas. A partir do lança-mento, o motor acelera o fo-guete no espaço. Quantomais tempo o motor está emcombustão, mais rápido o fo-guete se desloca. Finda acombustão no motor, o fo-guete ergue-se contra a gravi-dade através da atmosferamuito fina até o ápice de suatrajectória.O recente teste bem sucedi-

    do registou trinta e oito segun-dos de tempo de combustão .Desta vez, os alunos enche-ram o tanque de oxidante commais 14 quilos de óxido nitro-so (N2O), o que deve permitirmais dois segundos de "tem-po de combustão de líquido".

    REDUZIR O PESODO FOGUETE

    Barreiro explica: "Nós quei-

    mamos uma certa parte donitro líquido e depois torna-segás. O tempo de combustãodo líquido dá um impulsomuito maior, deste modo que-remos aumentar o tempo decombustão do líquido. Aindatemos algum espaço nos tan-ques. Estou curioso em vercomo o motor se irá aguentar.Dois segundos extras de tem-po de combustão de líquidoainda é um bocado. Isso de-verá ajudar-nos muito com aaltitude. Dois segundos de al-tura na atmosfera com muitomenos arrasto e pouco pesorestante ajuda muito. Cadabocadinho ajuda. "Em princípio, a anatomia do

    foguete é simples: um tanquepressurizado de oxidante emcima de um cilindro de com-bustível oco, com cerca dedois metros de comprimento.O combustível é uma misturade sorbitol (açúcar de dieta),parafina e pó de alumínio.Abaixo dos "grãos" de com-bustível, há um disco com trêsfuros que mistura os gases,seguido do bico onde os ga-ses de escape são acelera-dos.

    A actual equipa melhorou apré-câmara entre o tanque dooxidante e os grãos de com-bustível. Agora a pré-câmarapré-aquece o oxidante efecti-vamente antes que flua atra-vés do combustível. Proble-mas com craqueamento degrãos de combustível e umbico rachado foram resolvi-dos, portanto Barreiro pensaque o motor agora funcionade forma confiável.O site de lançamento em Es-

    panha foi reservado por al-gum tempo neste verão. En-quanto isso, a equipa tentaráreduzir o peso do foguete.Uma das opções é substituir acarcaça de alumínio de 5 mmde espessura por um tubo decarbono . Outra possibilidadeé fazer um bico 3D impressoem titânio em vez da versãoactual em carbono.“Se nós pusermos ambos a

    trabalhar, estaremos a regis-tar uma redução de peso dequinze quilos. Isto ajuda mui-to", diz Barreiro , o engenhei-ro-chefe português de propul-são.

    O QUE É A DELFTAEROSPACE ROCKET ENGINEERING?

    Como uma das sociedadesde foguetes de estudantesuniversitários mais bem-suce-didas da Europa, a DelftAerospace Rocket Enginee-ring realiza pesquisas e de-senvolvimento de voos espa-ciais em todas as frentes - delíquidos, motores sólidos e hí-bridos a electrónicos e fogue-tes activamente estabilizados.O DARE quer se tornar na

    primeira sociedade de fogue-tes amadora no espaço, al-cançando a linha Karman a100 quilómetros de altitude.Anteriormente, detinha o re-corde de altitude amador naEuropa, que foi definido pelofoguete Stratos II, que atingiu21,5 quilómetros em 2015.Actualmente, o Stratos III está

    em produção, com o objectivode ser lançado na Primaverade 2018 e recuperar o recordede altitude. Simultaneamente,novas tecnologias estão sen-do desenvolvidas para futurasmissões dentro do projectoAether e do projecto Propul-são Líquida.É um grupo dirigido pela Uni-

    versidade de Tecnologia deDelft, formado inteiramentepor estudantes de bacharela-do e mestrado. A maioria dosmembros estuda na Faculda-de de Engenharia Aeroespa-cial, mas tem representantesde quase todas as faculdadesdentro da Universidade.

    A DARE está sedeada naHolanda.

    Filipe Barreiro nasceu emJoanesburgo e tem neste mo-mento 24 anos de idade. Fre-quentou as escolas de St Do-minics e St Julians, em Car-cavelhos, Portugal, e ainda aTU DILFT, na Holanda, ondeestá a estudar há 4 anos, fal-tando um ano para concluirmastersÉ filho de portugueses, tendo

    o pai Fernando Barreiro nasci-do em Lourenço Marques,Moçambique.

    Estudante português enquadrado na Equipa Rocket DARE que irá lançar o foguete Stratos III em Julho* Engenheiro Filipe Barreiro explica os pormenores mecânicos

    FILIPE BARREIRO NO CHAMADO SALÃO DOS SONHOS

    20188

  • PÁGINA 4 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . 2 DE ABRIL DE 2018

    PRETÓRIA

    Calendário de festas em 2018 nas Colectividades e Instituições cívicas e Religiosas Portuguesas de PretóriaACPP12 de Maio – Dia da Mãe.8 de Junho – Torneio de golfe “Dia de Portugal”.10 de Junho – Dia de Portugal, com jantar de gala.21 de Julho – Festa Africana.2 de Setembro – Festa do 53º aniversário da ACPP.15 de Setembro – Arraial gastronómico com exposição

    de carros exóticos.31 de Dezembro – Festa de Passagem de Ano.

    Associação de Bem-Fazer “Os Lusíadas20 de Outubro – Jantar anual de gala no salão nobre da ACPP.Qualquer outra festa que venha a ser organizada, será arealizar em data que não interfira com as referidas neste cal-endário.

    Academia do Bacalhau de Pretória28 de Julho - Festa de aniversário.Na segunda 3ª feira de cada mês, almoço de convívio men-sal aberto à comunidade.Qualquer outra festa que venha a ser organizada, será emdata que não interfira com as indicadas por outros clubes.

    Casa Social da Madeira3 de Junho – Festejos do Dia de Portugal.1 de Julho – Dia da Região Autónoma da Madeira.7 de Outubro – Festa de Aniversário da CSM.10 de Novembro – Festa de S. Martinho.31 de Dezembro – Festa de Passagem de Ano.

    Casa do Benfica, em Pretória18 de Agosto – Torneio de Sueca de aniversário a disputar nasede do clube.26 de Agosto – Festa de aniversário da Casa do Benfica.No primeiro ou último sábado de cada mês, almoço de con-vívio a anunciar, aberto a toda a nossa comunidade.

    Igreja de Santa Maria dos Portugueses13 de Maio – Festa de Nossa Senhora de Fátima e Dia da Mãe.17 de Junho – Festa de Santo António.29 de Junho – Festa do Sagrado Coração de Jesus.19 de Agosto – Festa de Nossa Senhora da Graça (a confir-mar).9 de Setembro – Festa do Santíssimo Sacramento

    (Corpo de Deus).14 de Outubro – Festa de Nossa Senhora do Rosário.27 de Outubro - Primeira Comunhão e Comunhão Solene.3 de Novembro – Confirmação (Santo Crisma).6 de Dezembro – Festa da Imaculada Conceição.

    E o interesse é tanto que paí-ses africanos não falantesportuguês, estão a tentar ofi-cializar o português, a fim dese poderem juntar e participarna CPLP, como ultimamenteaconteceu com a Guiné Equa-torial.Em África o Português é lín-

    gua oficial de trabalho da Or-ganização de Unidade Africa-na, (OUA) e de países comoCabo Verde, Guiné-Bissau, S.Tomé e Príncipe, Angola eMoçambique, na América doSul pelo populoso Brasil, e noOriente, por muita populaçãode Goa, Damão e Diu, Macaue Timor, daí e olhando à suaimportância, ser hoje classifi-cada como a quinta mais fala-da no mundo, isto a seguir àinglesa, francesa, chinesa eárabe, tornando-se com issocada vez mais vitalizada.Há várias redes de ensino de

    português nas comunidadeslusas radicadas em países,como a África do Sul, a Améri-ca do Norte, os Estados Uni-dos e o Canadá, na Venezue-la e na Europa, com examesespecíficos para cada país,concebidos pelo Ministério daEducação, juntamente com oInstituto Camões, em Lisboa,válidos a vários níveis, com oGoverno Português a fazerum grande esforço financeiro,para continuar a manter o nú-mero de professores pagospor Portugal, para todas asnossas comunidades e nãosó, poderem beneficiar.Nos últimos cinco anos foramassinados protocolos comquatro universidades sul-afri-canas, a Tuks em Pretória, aWits em Joanesburgo, a deDurban e a de Cape Town,com negociações para a deMpumalanga em Nelspruit, ecom isto a poder criar, cadavez mais licenciados em lín-gua portuguesa, para no futu-ro e com a formação dessesluso-descendentes, o portu-

    guês possa ser ensinado commuito mais facilidade, comouma língua por opção nos cur-rículos das escolas da Áfricado Sul, com os professores amanifestar interesse por isso,e os próprios sul-africanoscada vez mais interessadosem aprender a nossa língua, ecom isso a justificar este nos-so esforço.

    Enquanto o Português, hámais de quarenta anos a serensinado por assim dizer emetapas na África do Sul, ante-riormente e depois das horasnormais escolares, em asso-ciações da nossa comunida-de, e com isso uma sobrecar-ga para os alunos, passou de-pois mais facilitado, a ser mi-nistrado nas escolas primáriase secundárias sul-africanas,para além de actividadescomo desportivas, musicais eoutras, e mais tarde dado oimportante passo que faltava,fazer do Português um cursoem si mesmo, no ensino uni-versitário, o que não deixa deser prestigiante para Portugal,e pelo valor da nossa língua,todos nos podermos sentir or-gulhosos.

    A conjugação de esforçossurge cada vez mais como es-sencial, não só por uma ques-tão de princípios - nenhumpaís é dono da língua, a suadefesa é interesse de todos -,como também para fazer faceà agressiva política externade promoção da língua deoutros países ex-coloniais emÁfrica.Para a maior parte das pes-

    soas, não está em causa oensino e promoção doutraslínguas nos países lusófonos,desde que elas surjam comoum valor acrescentado, e nãoem substituição do português.O problema da defesa da lín-gua nos países africanos lu-sófonos coloca-se ainda, emmuitas zonas, a um nível pri-mário, o do próprio ensino. É

    que, apesar de ser língua ofi-cial, o Português não é, defacto, a única língua faladapor todas essas populações,uma vez que os dialectos usa-dos nas diferentes regiões,não deixam de ser tambémconsideradas línguas nacio-nais. O Português além de lín-gua de ensino e de comunica-ção, é muitas vezes tambémfactor de unidade nacional.Portugal tem responsabilida-

    des especiais nesta área, nãosó porque a cooperação a ní-vel do ensino faz parte dassuas competências dentro dapolítica de ajuda pública aodesenvolvimento, como tam-bém porque a promoção e de-fesa da língua estão consa-gradas como princípios bási-cos da política externa portu-guesa.

    No ensino do Português anível dos programas educati-vos normais estão envolvidos,na parte portuguesa, a Direc-ção-Geral de Cooperação doMinistério dos Negócios Es-trangeiros e o Ministério daEducação, bem como univer-sidades e institutos superioresde educação, assim comouniversidades e institutos su-periores de educação. A Fun-dação Gulbenkian tem tidotambém, uma acção de des-taque nesta área, nomeada-mente na formação de profes-sores e feitura de manuais es-colares, tal como também napreparação de professores oInstituto Camões, o mesmoacontecendo com alguns não-governamentais, em que seenquadram os centros cultu-rais portugueses e o InstitutoNacional da Biblioteca e do Li-vro, na dependência da Se-cretaria de Estado da Cultura,no apoio a estruturas parale-las ao ensino.Só é pena que nem todos os

    luso-descendentes tenhamaproveitado essas facilidades,daí uma grande parte não fa-lar o português, infelizmentecom tendência a aumentar, namedida em que muitos casais,não obstante alguns deles fa-larem a nossa língua, não aprocuram transmitir a seus fi-lhos, dado em suas casasapenas se dialogar em inglês.A esse respeito, honras lhe

    sejam feitas, têm sido os em-baixadores e coordenadoresde ensino de Português naÁfrica do Sul, nas homena-gens que em cada ano, porocasião do “Dia de Portugal”,prestam nos jardins da em-baixada a luso-descendentescom funções de liderança nasescolas que frequentam, as-sim como a alunos de outrasnacionalidades que escolhemo português como língua deopção, aos quais fazem entre-ga dos respectivos certifica-dos, iniciativa digna dos maio-res elogios, incansáveis nosapelos a essa juventude paraque falem português, e te-nham orgulho nas suas ori-gens.Nós que anualmente temos

    acompanhado essas homena-gens, podemos afirmar seremas palavras dos embaixado-res que têm passado pelaÁfrica do Sul, dirigidas a es-ses jovens, de incentivo àaprendizagem de Português,exortando-os a falarem comos seus amigos, sempre e emtodo o lado, a nossa língua, edada a sua importância, comtoda a vantagem em oportu-nidades profissionais, espe-cialmente aqueles, em ramode actividades ligados aospaíses vizinhos de Angola eMoçambique, onde o Portu-guês é língua oficial, a todosdesejando sempre uma vidade sucesso, e que continuema sentir como valor acrescen-tado, orgulho das suas ori-gens. Neste prisma, e como com-

    plemento a reforçar o orgulho

    de ser português, a digna ati-tude de heróis que no passa-do deram testemunho do seupatriotismo, Ricoca Freire leupara os jovens alunos home-nageados na embaixada emJunho do ano passado, alto eem bom som, o poema intitu-lado “O Mostrengo”, alusivoao alto sentido patriótico dosnossos antepassados na épo-ca dos descobrimentos, quan-do nesse tempo, isto há maisde quinhentos anos, o mar eraum mistério, extraído do livro“A Mensagem”, de FernandoPessoa, que estudou em Dur-ban, do seguinte teor:

    O Mostrengo que está nofundo do mar,

    Na noite de breu ergueu-se a voar,

    À roda da nau voou trêsvezes, três vezes voou

    a chiar, dizendo,Quem é que ousou entrar

    nas minhas cavernas que não desvendo,

    Meus tectos negros do fim do mundo?

    E o homem do leme disse,tremendo:

    “El-Rei Don João Segundo”

    De quem são as velas ondeme roço, e as quilhas

    que vejo e ouço?Disse o Mostrengo, e rodou três vezes,

    Três vezes rodou imundo e grosso,

    Quem vem poder o que sóeu posso,

    Que moro onde nuncaninguém me visse,

    E escorro o medo dos maressem fundo?

    E o homem do leme tremeu,e disse:

    “El-Rei Don João Segundo”

    Três vezes do leme as mãosergueu,

    Três vezes ao leme as pren-deu e disse no fim de tremer

    três vezes,“Aqui ao leme eu sou mais

    do que eu,Sou um povo que quer

    o mar que é teu,E mais que o mostrengo

    que me a alma treme,E roda nas trevas do fim

    do mundo,Manda a vontade que me

    ata ao leme,De “El-Rei Don João Segundo”.

    Com a finalidade de se pre-parar mais um torneio de “Bis-ca”, no New Market Restau-rant, competidores e apoian-tes deste jogo de cartas, tradi-cional na Ilha da Madeira,reuniram-se na tarde de terça-feira última, 27 de Março, nes-se restaurante de José DiasRoda, a operar no mercadode Pretória, para se ultimaremos preparativos quanto a for-mação de equipas a participare marcação de datas em quemensalmente serão disputa-das as jornadas, tudo comesse objectivo ali decorrendono maior respeito e entendi-mento.Finda a refeição usou ali em

    primeiro lugar da palavra oproprietário do restaurante,José Dias Roda, para no seubreve improviso, depois dereceber em nome do grupo,uma campainha destinada achamar a atenção dos com-petidores de quaisquer por-menores durante a disputadessas jornadas de bisca, daras boas-vindas a todos os queali se encontravam e agrade-cer o facto de continuarem adar ao seu restaurante a pre-ferência para disputa dos tor-neios de bisca que ali vêmdecorrendo anualmente.

    Prometendo por seu ladotudo fazer para que neste quese aproxima seja repetido osucesso dos anteriores, deude seguida a palavra a Antó-nio Correia de Freitas parauma análise ao que foi a festados Santos Pastorinhos, reali-zada em Fevereiro último naigreja de Santa Maria, patroci-nada por este mesmo grupode “bisca”.Começando por a todos sau-

    dar, António Correia de Frei-tas destacou no seu improvi-so, na qualidade de presiden-te da Confraria do SantíssimoSacramento, ligada aquelamesma igreja de Santa Mariados Portugueses, em PretóriaWest, o estrondoso sucessoda festa dedicada aos SantosPastorinhos, organizada poreste mesmo grupo de bisca,no passado mês de Fevereiro,a avaliar pela afluência dogrande número de pessoas, e

    lucro deixado, consideradadas mais importantes ali rea-lizadas, a todos quantos nelaparticiparam e deram a suacontribuição, o seu muito obri-gado, com destaque para ogrande impulsionador dos fes-tejos, Vicente Ferreira, aquem de igual modo o párocoFrei Lameque André Michan-gula, e o Frei Gilberto Teixeiradaquela mesma paróquia por-tuguesa, se mostravam muitoreconhecidos.

    Com o aproximar da festaanual, a realizar a 14 de Ju-

    nho nesta mesma igreja deSanta Maria, dedicada a San-to António, Correia de Freitasaproveitou para ali pedir aosmembros deste torneio de“bisca”, a sua colaboraçãonestes festejos, que como re-feriu vem organizando há 18anos, a todos deixando ali oseu apelo e respectivo núme-ro de telefone para contacto,083 390 7023, ciente daaderência que virá a ter destemesmo grupo, constituído nasua totalidade por seus con-terrâneos.

    Portugal deixou o valor da sua língua em África, na América do Sul e no Oriente * Só no Brasil o Português é falado por duzentos milhões de pessoas

    Convívio dos entusiastas do Torneio de“Bisca” no New Market Restaurant paraplaneamento de novo ano de competição

    O PROPRIETÁRIO DO RESTAURANT JOSÉ DIASRODA, CERTIFICANDO-SE DO OBJECTO CONTIDO

    NA CAIXA QUE LHE FORA OFERECIDA NO CONVÍVIO

    FOI ASSIM QUE SE CONVIVEU NO ALMOÇO PARA PLANEAMENTO DE NOVO TORNEIO ANUALDE BISCA NO NEW MARKET RESTAURANT

    Assembleia-Geral anual da Casa Social da MadeiraEstá marcada para as 10 horas do próximo dia 15 do

    corrente mês, terceiro domingo de Abril, a Assembleia-Geral anual da Casa Social da Madeira, sita em Plot 34,Boshckop Road, Pretória East, com a seguinte ordem detrabalhos:

    1. Leitura da acta da assembleia-geral anterior;2. Apresentação e aprovação de contas referentes a

    este último mandato;3. Meia hora para se discutirem assuntos de interesse

    para a Colectividade; 4. Eleição de novos corpos directivos para o próximo

    mandato.De acordo com os estatutos em vigor nesta CSM, se à

    hora marcada para o início da assembleia, não se encon-trar presente o número legal de sócios, a mesma funcio-nará meia hora depois com qualquer número de associ-ados, em pleno uso dos seus direitos legais.

    A mesa da assembleia-geral, presidida pelo comenda-dor Estêvão Rosa, agradece a presença do maior núme-rio de sócios nesta assembleia-geral afim de poderemser resolvidos em consenso geral, todos os pontos agen-dados.

    Vicente Dias

  • 2 DE ABRIL DE 2018 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . PÁGINA 5

    20190

    A Academia-Mãe do Baca-lhau foi novamente recebidano “Inácio União”, para o con-vívio semanal da tertúlia. Cer-ca de 23 compadres e coma-dres foram recebidos por pe-tinga frita e fígados de frangoguisados como entradas e be-bidas aperitivas. O almoço foiaberto pelas 13:30, pelo presi-dente em exercício, o compa-dre vice-presidente JorgeAraújo. A substituir o presi-dente José Contente, ausentenaquela tarde.O “tom” do “Gavião de Pena-

    cho” foi dado pelo compadrehonorário José Vieira-Pereira,que no dia completava 79anos de vida. “Boas tardescaros compadres e caras co-madres, cabe-me a mim ofi-cialmente hoje, pela primeiravez, presidir ao nosso almoço.Como sabem, o nosso presi-dente Contente está ausente,pediu-me a mim então parapresidir ao nosso convívio.

    O presidente do almoço,compadre Jorge Araújo deuas boas-vindas a todos emtorno da mesa e desejou atodos um bom proveito dorepasto. Para carrasco da tar-de, a escolha do presidenterecaiu no compadre Manuelde Arede. O primeiro prato, o do caldo-

    verde, foi servido. A comida,como é tradição da União,estava do melhor. O caldo flui-do e leve, a coube bem corta-da e escaldada e com duasrodelas de chouriço. Após asopa, foram dadas as boas-vindas a Carlos Ascensão,acabado de chegar da Rús-sia. O presidente Araújo recordou

    que o próximo almoço não se-rá o almoço habitual, mas simum jantar e será no salão no-bre Fernando Pessoa ali naUnião Portuguesa, na quinta-feira à noite cerca das 20:00.“São todos bem-vindos aojantar, que será, como já foipublicado no Século, com onosso secretário de Estadodas Comunidades Portugue-sas.” O prato principal foi servido.

    O bacalhau foi servido cozido,acompanhado com grão-de-bico e batata cozida. O tama-nho da posta estava no ideal,bem demolhada, cozida naperfeição e a lascar como“manda a lei”. O peixe foi mui-to apreciado por todos e foielogiada a cozinha do restau-rante. De notar, apesar de ser uma

    estreia, o presidente em exer-

    cício fez um trabalho de ex-celência. Sempre preocupadocom o bem-estar da mesa, acertificar-se que os copos ti-nham vinho tinto, que os com-padres e comadres estavamsatisfeitos e sempre atento àcozinha para coordenar a en-trada e levantamento dos pra-tos. Findo e levantado o prato de

    bacalhau, o presidente soou obadalo. “Compadres, o almo-ço estava mesmo bom. Queropropor um Gavião de Pena-cho ao compadre honorárioVieira Pereira e um “Gavião”ao “Inácio União restaurante”.Após o brinde, foram tambémcantados os “Parabéns a Vo-cê” ao compadre Vieira-Perei-ra. A comadre Analiza Lousada

    propôs um “Gavião de Pena-cho” ao compadre Jorge Araú-jo pela excelente presidênciae condução do almoço, o quefoi prontamente cantado portodos, num “tom” forte e afina-do e com uma forte salva depalmas. “Caros compadres e coma-

    dres, hoje cabe-me também ahonra de entregar alguns cer-tificados de membro da nossatertúlia. Estas pessoas têmparticipado regularmente, têmestado connosco e como tal,já têm direito a receber o seucertificado. Assim, quero en-tregar estes diplomas e asnormas da Academia doBacalhau.” Foram entreguesdiplomas a Roy Balona, a Ida-lina Alves, a Guida de Freitase a Carlos Manuel AraújoD'Ascenção.A palavra final foi entregue ao“carrasco” da tarde. Semprenum tom muito humorístico e

    mordaz, o compadre Manuelde Arede proferiu a sua “sen-tença” aos prevaricadores datarde. A sobremesa foi servidaacompanhada de cafés e dosdigestivos. O almoço foi en-cerrado com o “Gavião de Pe-nacho”.

    COMUNIDADE

    Almoço presidido pela primeira vez pelo vice-presidente Jorge Araújo* Quatro novos membros entram para a tertúlia

    Texto de Michael Gillbee

    e fotos de Carlos Silva

    ASPECTO GERAL DA MESA DO ALMOÇO DA ACADEMIA-MÃE DO BACALHAU QUE TEVE LUGAR “INÁCIOUNIÃO RESTAURANTE” NA UNIÃO EM TURFFONTEIN, JOANESBURGO

    CANTAM-SE OS “PARABÉNS A VOCÊ” AO ANIVER-SARIANTE, NO CENTRO DA FOTOGRAFIA

    GUIDA DE FREITAS, CARLOS D’ASCENÇÃO, IDALINA ALVES, ROY BALONE. OS NOVOSCOMPADRES E COMADRES LADEIAM O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO JORGE ARAÚJO

    O BRINDE “GAVIÃO DE PENACHO”O COMPADRE HONORÁRIO TONY PESTANA AO FELICITAR O COMPADRE

    HONORÁRIO JOSÉ VIEIRA-PEREIRA PELO SEU ANIVERSÁRIO

    O “CARRASCO”, DE PÉ, PROFERE A SUA “SENTENÇA”INÁCIO GONÇALVES, SENTADO RECEBE O BRINDE

    “GAVIÃO DE PENACHO” PELO OPTIMO SERVIÇO PRESTADO

  • PÁGINA 6 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . 2 DE ABRIL DE 2018

    COMUNIDADE

    O Cônsul Geral de Portugal em JoanesburgoCONVIDA

    A jovem luso-sul-africanaDaniella Nikita Mosca de 19anos, recebeu na manhã desábado 24 de Março dasmãos do comendador GilbertoMartins, diante do “MeatWorld” no Comaro Crossing,sul de Joanesburgo, um che-que no valor de R23 309como bolsa de estudos, patro-cinada por Angelino Pereira,dono da cadeia de talhos“Meat World”. O valor do cheque serve parapagar as propinas e os custosanuais em material de estudoem que a jovem portuguesaincorre ao estudar na Univer-sidade de Pretória. Não houvedinheiro entregue à família,mas sim facturas da Universi-dade de Pretória entregues aAngelino Pereira e pagas poreste ao estabelecimento deEnsino Superior. A este patrocínio acresce umcabaz mensal em carne, doa-do por Jorge Martins, dono do“Meat World” Comaro Cros-sing, à jovem estudante paraque segundo ele “tenha ener-gia e força para estudar emcondições”, afirmou com umenorme sorriso. O cabaz incluivários cortes e tipos de carne,para o mês e assegura assima devida nutrição da estudan-te residente em Hatfield, Pre-tória.

    Este patrocínio adveio deuma carta escrita por VítorMosca e Ana Paula Mosca,pais de Daniella, ao comen-dador Gilberto Martins, a re-quisitar ajuda na busca definanciamento para pagar osestudos à estudante de Infor-mation Design – Design de In-

    formação. Com cinco distinções no pri-

    meiro ano da faculdade, Da-niella recebeu uma bolsa daUniversidade no valor de seismil randes, mas que não su-prem as necessidades da por-tuguesa. Com uma despesade quatro mil e novecentosrandes por mês só com a resi-dencial, os pais de Daniellanão conseguiam fazer face atantos custos de propinas,acomodação, alimentação etransporte. Angelino Pereiraassegurou assim o Futuro deDaniella com este patrocíniopara o se-gundo ano da facul-dade. O comendador Gilberto Mar-

    tins afirmou no final da ceri-mónia de entrega do cheque,“estamos muito felizes hoje,porque asseguramos o Futurode uma jovem portuguesaatravés de uma empresa por-tuguesa. Somos luso-sul-afri-canos, a cuidar de nós mes-mos. Não conseguiria dormirnem estar bem comigo mes-mo, sabendo que há famíliasa passar graves necessidadese saber que há na Comunida-de, muita gente que pode aju-dar, sem lhes fazer diferençaalguma a ajuda que dão.” O comendador acrescentou

    “as dificuldades de dívidas edespesas são tristes, masamigos, o pior, pior é roubar-se o Futuro dos jovens porfalta de poder pagar estudos.Por isso, isto não é para mim,para eu ou o Angelino ounome do “Meat World” termoslouros, não. Isto, é para aju-dar-se a Daniella, que comeste valor pode apenas pre-ocupar-se em estudar e con-struir o seu Futuro. Seria bom,criarmos uma bolsa de estu-dos, um fundo, em que asfamílias da nossa Comunida-

    de mais necessitadas possamrecorrer para que não sedeixe de estudar ou progredirpor falta de pagamento depropinas.” O comendador Martins agra-

    deceu profundamente o gestode Angelino Pereira, de JorgeMartins e da cadeia “MeatWorld” pela preciosa ajudadada a Daniella Mosca. An-gelino Pereira, ausente emtrabalho, enviou uma mensa-gem de felicitações a Daniellacom os desejos de maioressortes e sucessos. Daniellairá estagiar nas horas que nãoestá a estudar no “MeatWorld” para poder aplicar oque aprende na faculdade,uma permuta benéfica a am-bas as partes.

    Angelino Pereira patrocinabolsa de estudos a estudante lusa

    Texto e fotos deMichael Gillbee DANIELLA NIKITA MOSCA COM COMENDADOR

    GILBERTO MARTINS

    DANIELLA NIKITA MOSCA COM OS PAIS VÍTOR MOSCA E ANA PAULA MOSCAE COMENDADOR GILBERTO MARTINS

    Sempre que uma música por-tuguesa for emitida, num dos45 países reunidos na plata-forma digital partilhada pelaGestão dos Direitos dos Artis-tas (GDA), cada um dos intér-pretes passa agora a saberdessa emissão e a receber osrespectivos direitos.A cooperativa GDA colabora

    com uma plataforma tecnológ-ica de gestão internacional,onde estão integrados os re-pertórios dos artistas, quepermite verificar se uma músi-ca ou uma canção é escutadaem público, em canais derádio ou televisão, em paísesque vão da África do Sul aosEstados Unidos, do Brasil àTurquia, e em quase toda aEuropa, facilitando o paga-mento dos direitos conexosaos seus intérpretes.A plataforma toma o nome dasua base de dados, VRDB2(“Virtual Record Database”),regista todos os intervenien-tes de cada música, e permiteidentificar se esta é escutadaou transmitida num dos 45 ter-ritórios nacionais, cujas res-pectivas entidades de gestãode direitos dos artistas sereúnem no Societies’ CouncilManagement of Performers’Rights (SCAPR), como acon-tece com a GDA.

    Esta plataforma, com umcomportamento comparável aaplicações que permitemidentificar músicas em telemó-veis, regista "o código" de ca-da música ou canção (Interna-tional Standard Recording,ISRC), "o [seu] título, a datada primeira edição, o territóriode onde provém, produtor, in-térpretes, executantes, etc.",como explicou à agência Lusao vice-presidente da coopera-tiva, Luís Sampaio.

    “Esta solução facilita o devidopagamento de direitos cone-xos aos diferentes intérpretese/ou executantes, de uma for-ma mais expedita, reduzindoo prazo de pagamento de doisanos para nove meses, já em2019”, explicou Luís Sampaio.Na prática, explicou o respon-sável, um artista portuguêspassa a saber, e a receber osrespectivos direitos, sempreque uma qualquer canção suaseja transmitida num dos 45países, cujas sociedades fa-zem parte da SCAPR.

    Esta situação aplica-se atodo o repertório nacional,

    desde que este seja 'carrega-do' pela respectiva sociedadede gestão na VRDB2, e qual-quer artista pode reclamar osseus direitos de gestão colec-tiva obrigatória junto da GDA,mesmo que não seja membroda cooperativa.A SCAPR é uma organizaçãocom sede em Bruxelas, coor-dena as sociedades de ges-tão de direitos, sobre os as-pectos técnicos dos seusobjectivos, nomeadamente adevida colecta dos direitosconexos.Esta sociedade "emana re-

    gras de negócio, de conduta,boas prácticas e plataformascomo o IPD [que atribui umnúmero internacional de regis-to a cada artista] ou a [plata-forma] VRDB2, cujo desen-volvimento é uma competên-cia sua”, disse Luís Sampaio.A VRDB2 é a base de dados

    central da SCAPR onde estãoidentificados os reportórios –fonogramas e audiovisuais –,de mais de um milhão de ar-tistas de todo o mundo, entreos quais os cerca de seis milportugueses, que estão direc-tamente representados pelaGDA.“O que, paulatinamente, vai

    começar a ser prática corren-te é as sociedades de gestãopassarem a comunicar a uti-lização das obras no seu paíspara uma mesma plataforma,a VRDB2, permitindo que adistribuição de direitos a artis-tas de outros países seja cadavez mais ágil e fiável”, disseLuís Sampaio.

    Refira-se que a GDA, em2016, foi pioneira numa tec-nologia que permite aos artis-tas saber a utilização que estáa ser dada à sua obra musicaldentro das fronteiras nacio-nais, quase em tempo real.“Cada artista ficará a conhe-

    cer qual é a utilização da mú-sica que criou, interpretou ouna qual participou como exe-cutante, o que pode ser muitoimportante para a gestão dasua carreira saber o que pas-sa mais, e o que passa me-nos, no espaço público” na-cional, como afirmou o presi-dente da GDA, Pedro Wal-lenstein, quando do lança-mento desta tecnologia.“Ao mesmo tempo, [cadaartista] passa a ter um indica-dor objectivo para os mon-tantes que, na altura própria,irá receber pela utilização pú-

    blica dessas músicas”, acres-centou.Portugal foi assim, o primeiro

    país com um sistema orienta-do para cada artista: "Mesmoque [um artista] só tenha par-ticipado numa única música,passará a ter acesso ‘online’ao número de vezes que essamúsica passou nas estaçõesde rádio e de televisão moni-torizadas, que são as princi-pais, praticamente em temporeal. O ‘delay’ pode atingiruma hora, no máximo”, subli-nhou à Lusa fonte da cooper-ativa, na ocasião.Desta feita, através da pla-

    taforma VRDB2, será possí-vel, saber o que se ouve e étransmitido em 45 países daEuropa, América, África eÁsia.Para Luís Sampaio esta pos-

    sibilidade tecnológica irá per-mitir “uma grande transparên-cia de processos na formacomo se apuram os direitosconexos que são geradospela utilização das suasobras, e torna facilmente veri-ficável aos artistas a formacomo o dinheiro cobrado iráser distribuído entre eles”.A SCAPR reuniu-se este mêsem Lisboa, num encontroqualificado por Sampaio como“muito importante para osartistas de todo o mundo,porque permitiu chegar aacordo quanto à forma comoa tecnologia vai ser utilizadapara, daqui para frente, lhespagar com mais justiça a uti-lização das suas obras emmuitos países”.“Devido a esta reunião que a

    GDA organizou, em todo omundo os artistas vão passara receber mais dinheiro, deuma forma mais rápida etransparente”, rematou LuísSampaio.

    A SCAPR reúne entidades deÁfrica do Sul, Alemanha, Áus-tria, Bélgica, Bósnia e Herze-govina, Brasil, Bulgária, Cana-dá, Chile, Coreia do Sul, Ca-zaquistão Croácia, Dinamar-ca, Eslováquia, Eslovénia, Es-panha, Estados Unidos, Estó-nia, Finlândia, França, Geór-gia, Grécia, Holanda, Hungria,Índia, Irlanda, Islândia, Itália,Japão, Letónia, Lituânia, Ma-lásia, México, Noruega, Poló-nia, Portugal, Quénia,República Checa, Reino Uni-do, Roménia, Rússia, Sérvia,Suécia, Suíça e Turquia.

    África do Sul entre os 45 países naplataforma que permite a artistas portugueses controlar direitos de música

  • 2 DE ABRIL DE 2018 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . PÁGINA 7

    ÁFRICA DO SUL

    A unidade de análise econó-mica do banco sul-africanoStandard Bank considera queum aumento significativo nataxa de crescimento da eco-nomia de Moçambique só vaiacontecer na próxima vaga degrandes investimentos nosector do petróleo e gás natu-ral.

    "Com limitado apoio financei-ro dos doadores e sem um ca-lendário para o regresso deum programa de ajuda finan-ceira do Fundo Monetário In-ternacional, uma aceleraçãosignificativa no crescimentodo PIB parece contingente àpróxima vaga de investimentodirecto estrangeiro no sector

    do Petróleo e Gás", dizem osanalistas.

    No mais recente relatóriosobre os mercados financei-ros africanos, os analistas doStandard Bank escrevem que"o cenário base do FMI colocao crescimento do PIB bemabaixo de três porcento até2022, o que sugere que o

    Fundo não espera que aDecisão Final de Investimento(DFI) do projecto liderado pelaAnadarko, aprovada provavel-mente no próximo ano, estim-ule significativamente a activi-dade económica até 2023".Para o Standard Bank, “a DFItem o potencial de melhorar oclima económico e acelerar o

    crescimento bem antes do iní-cio das exportações de gásnatural líquido se forem to-madas medidas para lidarcom as vulnerabilidades orça-mentais" de Moçambique.Em qualquer dos casos, vin-

    cam os analistas sul-africa-nos, "quaisquer impactos po-sitivos dos investimentos emmegaprojetos de gás em Mo-çambique só podem aconte-cer se houver uma estratégiaclara de tirar Moçambique doactual estado de dificulda-des".As dificuldades económicas

    de Moçambique surgiram nasequência do escândalo dasdívidas ocultas e da forte des-cida do preço das matériasprimas a partir do verão de2016, que levou a uma depre-ciação do metical e um conse-quente desequilíbrio orça-mental.

    Em 2013 e 2014, três empre-sas públicas com negócios defachada, segundo uma audito-ria internacional da Kroll, con-traíram dívidas de cerca dedois mil milhões de dólares(cerca de um oitavo do PIB dopaís à data) com base em ga-rantias do Estado assinadas àrevelia da lei, das autoridadese dos parceiros, naquele queficou conhecido como o es-cândalo das dívidas ocultas.

    Entre os investidores comque o Governo tem de nego-ciar, há detentores de 727,5milhões de dólares em títulosde dívida, que já tiveram umcorte no rendimento devido ao'default' (incumprimento) deMoçambique na respectiva re-muneração.Os detentores destes títulos

    (que resultam da troca porobrigações da Ematum) recu-sam ser equiparados a ban-

    cos e investidores que em-prestaram os restantes 1,4 bi-liões de dólares às empresaspúblicas Mozambique AssetManagement (MAM) e àProindicus.Os bancos que emprestaram

    o dinheiro foram o CreditSuisse e o russo VTB, cujaactuação está também a serinvestigada pela polícia feder-al (FBI) e Ministério da Justiçados Estados Unidos, além dosreguladores financeiros doReino Unido e da Suíça.

    "Mantemos a ideia de quecom a actividade económicaabaixo do potencial e a procu-ra de importações relativa-mente baixa, os fundamentoseconómicos não apoiam umasubida sustentada do meti-cal", que o Standard Bankprevê que fique nos 60 meti-cais para um dólar este ano.

    O Presidente Cyril Ramapho-sa apelou à unidade no seiodo partido governante, o Con-gresso Nacional Africano(ANC), advertindo os mem-bros do partido no poder que“quem roubar será punidoseveramente”.Ramaphosa, que foi tema de

    conversa na sexta-feira porviajar em classe económicanum vôo doméstico da Safair,de Joanesburgo para Durban,no litoral do país, referiu nosermão alusivo à Sexta-feiraSanta, na Igreja CovenantFellowship Church Internatio-nal, em eSikhaleni, provínciado KwaZulu-Natal, que “o par-tido governante é mais forte,quando está unido”.“O Congresso Nacional Afri-

    cano precisa de unidade erenovação, porque somosmais fortes quando o ANCestá unido, e sei que estaIgreja está, e continua a orar,pela unidade do CongressoNacional Africano”, afirmouRamaphosa.O Presidente sul-africano dis-se ainda que “no seio do par-tido no poder não há lugarpara pilhagem e corrupção eaqueles que forem apanhadosa fazê-lo serão punidos porconsequência dos seusactos”.“O ANC deve servir o povo daÁfrica do Sul. Devemos aban-donar velhas práticas. Ondeexiste corrupção, devemosdizer adeus à corrupção”, dis-se o Chefe de Estado perantea congregação presente.“Aqueles que roubaram até

    hoje recursos do nosso país,devem ser punidos severa-mente”, declarou Ramaphosacitado pela imprensa local.“A nova era significa que a

    realidade tem de mudar. Va-mos agora trabalhar de umaforma diferente no sentido demelhorar a vida da nossa po-

    pulação”, afirmou.Ramaphosa concluiu a sua

    intervenção afirmando que“esta nova era” do seu man-

    dato de governação deve rep-resentar “um novo entusias-mo” na prestação de serviçospúblicos por parte do Estado.

    O Governo sul-africano e aRepública Democrática ÁrabeSaarawi (SADR) assinaramquinta-feira, em Pretória, ummemorando de entendimento(MOU, na sigla Inglêsa) emmatéria de Assistência Técni-ca e Troca de Informação re-lativa a Assitência Humanitá-ria aos campos de refugiados

    do Saara Ocidental.O memorando, rubricado

    pela ministra das RelaçõesInternacionais e Cooperação,Lindiwe Sisulu e o ministro daCooperação da SADR, BulahiSid, formaliza a assistênciahumanitária a prestar peloGoverno sul-africano à popu-lação do Saara Ocidental, que

    há 43 anos luta pelo direito àauto-determinação e indepen-dência do seu território, ocu-pado pelo Reino de Marocosdesde 1975, noticia a AgênciaAna.O conflito no Saara Ociden-

    tal, que opõe a Frente Polisá-rio e o Reino de Marrocos, é acontinuação da insurgência

    da Polisário contra as forçascoloniais espanholas em1973-1975 e a posterior guer-ra civil que se seguiu entre a

    Polisário e Marrocos (1975-1991).

    A auto-proclamada SADRpela Frente Polisário mantêm

    hoje uma campanha civil natentativa de obter o reconhec-imento do Saara Ocidentalindependente.

    A província de Gauteng temsido afectada por uma vagade invasões ilegais de terre-nos, nomeadame na áreas deBlue Hills, em Midrand, e Olie-venhoutbosch em Centurion,norte de Joanesburgo, na se-quência da aprovação peloparlamento de uma moção daEFF (Economic FreedomFighters, esquerda radical)com o apoio do ANC, o partidono poder, com vista a amen-dar a Constituição da Repúbli-ca que permita ao Estado ex-proporiar propriedades pri-vadas sem compensação fi-nanceira. O governador da província deGauteng, David Makhura(ANC), apelou ao partido EFF,liderado pelo ex-líder da ju-ventude do ANC, Julius Male-ma, a “desencorajar as inva-sões ilegais de terrenos”, maso principal partido da oposi-ção, DA, alerta que a prácticaé já frequente ao longo daestrada municipal “GoldenHighway”, no sul de Joanes-burgo.“A EFF deveria ser respons-

    abilizada por esta onda de in-vasões ilegais de terrenosque está afectar diversasáreas de Gauteng”, disse o lí-der provincial do DA, JohnMoodey.

    Moodey acusou a EFF deestar a “incitar as invasões ile-gais” com base em informa-

    ções e notícias na imprensadando conta de que os mem-bros do conselho municipal dopartido de Julius Malema ins-truiram os residentes de Ale-xandra, em Joanesburgo, ainvadir e a ocupar terrenos nazona.Na manhã de domingo, 26 deMarço, a área de Olievenhout-bosch, em Centurion, voltou aser alvo de uma acção popu-lar que ocupou ilegalmentevários terrenos. As autoridades de segurançaremoveram cerca de 15 barra-cas de zinco e madeira e out-ras 20 que se encontravam jámeio erguidas. No dia anteriora polícia foi chamada pelosproprietários de terrenos pri-vados a intervir em váriasáreas de Midrand. Entrevistados por jornalistas

    no local do canal privado detelevisão E-TV, alguns dos in-vasores declararam terem si-do enviados por represen-tantes do partido EFF.“A terra é nossa. Precisamos

    de espaço para viver em con-dições. Este Governo nadatem feito por nós. A EFF e oJulius Malema estão do nossolado e disseram-nos que aterra nos pertence”, declarouum dos invasores em Mi-drand.As evacuações ocorrem apósvárias semanas de ocupaçõesilegais levadas a cabo em vá-

    rias zonas da província, aoponto de o governador deGauteng, David Makhura sevêr obrigado a encontrar-secom as populaçóes locais noinício deste mês.

    No entanto, John Moodeyacusa o EFF de incitar os res-identes locais a violarem a leie ordem para “atingir osobjectivos da sua limitadaagenda política”Em declarações ao diário de

    Joanesburgo, Citizen, o depu-tado provincial da Aliança De-mocrática sublinha que “ape-sar de não se saber ao certoquem são so autores da inva-são de terrenos no domingo,em Olievenhoutbosch, estesactos podem levar a um co-lapso total da lei e ordem”. “Não tenho informação pre-

    cisa sobre o envolvimento daEFF nesse incidente [Olie-venhoutbosch] mas alega-seque, em Alexandra, a EFFestá a incitar as pessoas ainvadir terrenos. Tem vindo aencorajar pessoas a violarema lei para atingir os objectivosdas sua agenda política”,disse Moodey.

    “As duas áreas metropoli-tanas da Aliança Democrática,e ainda de Midvaal, estão aimplementar as medidas ne-cessárias ao abrigo da lei. AGolden Highway, no sul deJoanesburgo, é uma estradamunicipal e o governo provin-

    cial de Makhura tem feitozero”, afirmou.O DA acredita na redistribui-

    ção e reestituição da terramas somos contra as inva-sões de terras e não apoia-mos a expropriação sem com-pensação financeira”, referiuJohn Moodey.

    A Comunidade para o Dese-volvimento da África Austral(SADC) considera que a esta-bilidade política, paz e segu-rança regional, continuam aser condições necessáriaspara o reforço da integraçãoeconómica na sub-região,anunciou o bloco regional emPretória.

    “Os nossos objectivos naSADC advém de uma agendacomum que visa melhorar apaz, estabilidade e o desen-volvimento sustentável na re-gião”, disse a ministra sul-afri-cana das Relações Interna-cionais e Cooperação, Lindi-we Sisulu, que presidiu à reu-

    nião do Conselho de Ministrosda SADC, nos dias 26 e 27 deMarço de 2018, na capital sul-africana.“Embora a situação política e

    de segurança nos estadosmembros permanece estável,persistem desafios que ne-cessitam de ser resolvidos”,afirmou. Lindiwe Sisulu considera que

    “a industrialização da região éimportante para garantir aprosperidade e o desenvolvi-mento sustentável de comu-nidades nos nossos países”.A reunião foi precedida pelostrabalhos dos altos funcioná-rios do Comité Permanente

    da SADC e do Comité de Fi-nanças, que tiveram lugar nosdias 22 e 23 de Março, tam-bém em Pretória.O Conselho de Ministros é o

    órgão que supervisiona o fun-cionamento das instituiçõesda SADC e assegura a imple-mentação das políticas edecisões tomadas pelo referi-do bloco económico da ÁfricaAustral.Além dos ministros das rela-

    ções exteriores, o Conselhode Ministros integra os titula-res das pastas da economiae/ou finanças dos 16 Estados-membros da SADC, e reúneduas vezes por ano.

    A economia sul-africana be-neficiou mais 81 000 postosde trabalho entre Setembro eDezembro dde 2017, indica oboletim trimestral (QES) daentidade estatística nacional,Stats SA, relativo aos últimostrês meses do ano passado.O relatório QES, publicado napassada terça-feira, 27 deMarço, pela Stats SA, detalhadados de emprego no sectoreconómico não-agrícola nopaís.O emprego aumentou em 81

    000 postos de trabalho, de 9716 000 em Setembro para 9 797 000 em Dezembro de2017, indica o relatório.Este aumento, precisa o rela-

    tório, correspondente a umaumento anual de 0.2% entreDezembro de 2016 e Dezem-bro de 2017.A nível sectorial, os aumentosmais significativos registou-seno comércio (56 000), servi-ços (29 000), serviços comu-nitários (21 000) e manufac-turação (4 000).Os sectores onde se registou

    uma redução de empregoforam a construção (-19 000),

    exploração mineira (-7 000) etransportes (-3 000). A exemplo de anos anteri-

    ores, o sector económico aempregar o maior número desul-africanos foi os “serviçospessoais, sociais e comu-nitários” onde trabalham 2626 000 pessoas.

    Este sector abrange minis-térios governamentais, defesae polícia, educação, saúde,organizações religiosas, artee cultura e a indústria cine-

    matográfica.O relatório acrescenta que o

    sector mineiro na África doSul emprega 453 000, con-tabilizando uma diferençanegativa de -36 000 trabal-hadores comparativamente aJunho de 2015, quando foiinstituído o QES.

    A Stats SA refere que osalário médio é de R20 004,reportando-se a dados deNovember 2017.

    Standard Bank considera que economia de Moçambique só acelera sehouver estratégia clara de tirar o país do actual estado de dificuldades

    DA acusa EFF de ser responsável pelas invasões ilegais de terras em Gauteng

    Economia sul-africana empregoumais 81 000 pessoas no último trimestre de 2017

    África do Sul e República Democrática Árabe Saarawi assinam memorando para assistência humanitária ao Saara Ocidental

    O Século de JoanesburgoEsquina da Northern Parkway e Rouillard St. - Ormonde

    Tel. 011 496 1650 * Fax. 011 496-1810 * E-mail: [email protected]

    Ramaphosa apela à unidade no ANC e reitera promessacontra a corrupção no seio do partido no poder

    SADC afirma que a Integração económicadepende da paz e segurança regional

  • PÁGINA 8 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . 2 DE ABRIL DE 2018

    A nova imagem e as funcio-nalidades do portal na Internetda Assembleia da República,o denominado Parlamento Di-gital, vão estar disponíveis emAbril, segundo o deputado so-cialista Jorge Lacão.

    "A nova versão do 'site' jáestá pronta, faltando combinarcom o presidente da Assem-bleia da República uma datapara a sua apresentação pú-blica e entrada em funciona-mento", disse Jorge Lacão,após a reunião do Grupo deTrabalho para o ParlamentoDigital (GTPD), ao qual pre-

    side.A iniciativa foi de Ferro Ro-

    drigues, no discurso da ses-são solene de 25 de Abril dehá dois anos, para "trazermais a revolução digital paradentro da democracia".O GTPD foi criado em junho

    de 2016 e tem trabalhado nasnovas ferramentas para mel-horar a comunicação com oscidadãos e a transparênciados trabalhos parlamentares,recolhendo contributos de fun-cionários da Assembleia daRepública, Governo, acade-mia, outras instituições, enti-

    dades e membros da socieda-de civil.O vice-presidente da Assem-

    bleia da República e coorde-nador do GTPD destacou ain-da a constituição, em breve,do Gabinete de Comunicaçãodo parlamento, cuja orgânicaem termos de serviços inter-nos já foi aprovada em sessãoplenária recente.Aquele novo organismo ficaráresponsável pela gestão inte-grada do novo sistema: portalvirtual do parlamento, plata-formas eletrónicas agregadas(para formular petições, inicia-

    tivas legislativas de cidadãs ereferendos populares), pre-sença institucional nas redessociais e a própria ARTV.Além do novo grafismo e dis-posição de conteúdos do sítiodigital da Assembleia da Re-pública, também as emissõesdo Canal Parlamento deverãocomeçar a ficar disponíveisatravés de dispositivos elec-trónicos móveis, incluindouma versão exclusivamentede áudio.Entretanto, o GTPD vai reu-

    nir-se com o Conselho de Di-recção do Canal Parlamentopara resolver outras questõese ultimar alguns detalhes des-ta reforma da comunicação daAR, cujo desenho e funciona-lidades dás páginas virtuaisdatam de 2008.Mais atrasada, mas "com tra-

    balhos em curso", está a "des-materialização do processolegislativo", que implica a pas-sagem de todos os procedi-mentos administrativos parasuporte digital e respectiva in-terligação com restantes ór-gãos de soberania, designa-damente propostas de lei doGoverno para o parlamento,decretos-lei do parlamento ouGoverno para promulgaçãopelo Presidente da República,a referenda (assentimento dedespachos ou outras peçaslegislativas) do primeiro-mi-nistro ou comunicação com oTribunal Constitucional, entreoutras entidades.

    Outra medida prevista noplano global é um sistema dealerta e monitorização do an-damento dos diversos proces-sos legislativos, deliberativosou de debate em curso noparlamento, "disponível atodos os cidadãos para con-trolo dos prazos", bem como adisponibilização pública detoda a documentação, em re-gime de "dados abertos", ex-cepto peças que exijam sigilo.

    Portugal afirmou que “tomaboa nota” da decisão concer-tada assumida por vários Es-tados-membros da UniãoEuropeia (UE) de expulsardiplomatas russos acredita-dos nos respectivos países,mas sem esclarecer se adop-tará qualquer medida semel-hante neste âmbito.“Portugal toma boa nota das

    decisões, anunciadas por vá-rios Estados-membros daUnião Europeia, relativas àexpulsão de diplomatas daFederação Russa neles acre-ditados”, indicou o Ministériodos Negócios Estrangeiros,numa breve nota enviada àsredacções.A Agência Lusa questionou

    directamente o ministério tute-lado por Augusto Santos Silvase Portugal iria assumir qual-quer medida visando os diplo-matas russos acreditados noterritório português, à luz doanúncio efectuado por váriospaíses ocidentais, incluindo14 países da UE, os EstadosUnidos, a Ucrânia, a Albânia eo Canadá, em resposta ao en-venenamento com gás neuro-tóxico do ex-espião SergueiSkripal no Reino Unido.O ministério remeteu quais-

    quer esclarecimentos para umcomunicado, onde se pode lerque Portugal “acredita que aconcertação no quadro daUnião Europeia é o instru-mento mais eficaz para res-ponder à gravidade da situa-ção presente”.Na mesma nota, a diplomaciaportuguesa lembrou que Por-

    tugal “condenou imediata-mente o atentado de Salis-bury", no sul de Inglaterra, e“expressou com veemência” asua solidariedade com o Rei-no Unido.O ministério também mencio-

    nou que, a par da intervençãoem instâncias internacionaiscomo a NATO e a OSCE, Por-tugal participou nos debatesocorridos no Conselho Euro-peu e no Conselho de Negó-cios Estrangeiros, de que re-sultou, designadamente, a de-cisão de a União Europeiachamar para consultas o seuembaixador (do bloco comu-nitário) em Moscovo.Mais de 100 agentes dos ser-viços secretos russos coloca-dos em embaixadas em país-es ocidentais vão ser expul-sos nos próximos dias em res-posta ao envenenamento doex-espião russo Serguei Skri-pal com um gás neurotóxico a4 de Março em Salisbury.Numa acção coordenada, os

    Estados Unidos anunciarama expulsão de 60 “espiões”russos e, na União Europeia,a Alemanha, França e Polóniaquatro cada, a RepúblicaCheca e Lituânia três, a Itália,Holanda e Dinamarca dois e aFinlândia, Suécia, Estónia,Letónia, Roménia e Croáciaum.Além dos EUA e da UE, o Ca-nadá anunciou a expulsão dequatro diplomatas russos e aUcrânia de 13.O caso Skripal provocou umagrave crise diplomática entrea Rússia, o Reino Unido e os

    países ocidentais.A 14 de Março, Londres

    anunciou a expulsão de 23 di-plomatas russos do territóriobritânico e o congelamentodas relações bilaterais, aoque Moscovo respondeu ex-pulsando 23 diplomatas britâ-nicos e suspendendo a activi-dade do British Council naRússia.

    14 PAÍSES DA UNIÃOEUROPEIA DECIDIRAMEXPULSAR DIPLOMATAS-RUSSOS

    O presidente do ConselhoEuropeu, Donald Tusk, anun-ciou que 14 países da UniãoEuropeia decidiram expulsardiplomatas russos, na se-quência do caso do envene-namento do ex-espião russoSerguei Skripal.“O Conselho Europeu conde-

    nou da forma mais veementepossível o ataque de Salis-bury. O Conselho Europeuconcordou que é altamenteprovável que a Rússia sejaresponsável e que não há ne-nhuma explicação plausívelalternativa [para o ataque]”,começou por recordar.Donald Tusk prosseguiu re-

    velando que 14 Estados-Membros decidiram expulsardiplomatas russos, sem espe-cificar, todavia, quais os paí-ses que tomaram essa opção.

    “Não se excluem medidasadicionais, incluindo mais ex-pulsões, nos próximos dias ousemanas, no quadro de açãocoordenada da União Euro-

    peia”, acrescentou, numa con-ferência de imprensa na cida-de búlgara de Varna, ondedecorreu uma cimeira entreos líderes da UE e o presi-dente da Turquia, RecepTayyip Erdogan.A medida foi além dos paísesda UE, com Alemanha, Fran-ça, Polónia e Canadá a anun-ciarem a expulsão de quatrodiplomatas russos cada um, aRepública Checa e a Lituâniatrês, a Itália, a Holanda e aDinamarca dois, a Estónia ume a Ucrânia 13, em respostaao envenenamento com gástóxico do ex-espião SergueiSkripal no Reino Unido. OsEstados Unidos anunciaramtambém a expulsão de 60 “es-piões” russos e uma ordem deencerramento do consuladoda Rússia em Seattle.

    O presidente do ConselhoEuropeu não esqueceu, noentanto, as vítimas do incên-dio que destruiu no penúltimodomingo um centro comercialna cidade russa de Kemero-vo, na Sibéria.“Permanecemos críticos em

    relação ao Governo russo,mas choramos os mortos jun-tamente com o povo russo”,concluiu Tusk.Skripal, de 66 anos, e a filha,

    de 33, continuam hospitaliza-dos em estado crítico mas es-tável, desde que inalaram, a 4de Março, em Salisbury, nosudoeste de Inglaterra, onderesidem, um gás neurotóxicochamado Novichok, de fabricorusso, segundo as autorida-des britânicas.

    O ministro da Saúde assumiuque “existe má gestão na saú-de” e mostrou-se menos opti-mista do que o seu colega dasFinanças sobre a resoluçãodefinitiva da sustentabilidadedo sistema.

    Adalberto Campos Fernan-des falava durante a apresen-tação pública da Estrutura deMissão para a Sustentabilida-de do Programa Orçamentalda Saúde, ao lado do ministrodas Finanças, e sublinhou aenorme “coesão interna” doGoverno.“Sobre a questão da expres-

    são que o ministro das Finan-ças teve no parlamento, e quefoi tão empolada, de que ha-via má gestão na saúde, é evi-dente que existe má gestãona saúde, como em outrasáreas sectoriais”, disse Adal-berto Campos Fernandes.E acrescentou: “Basta ir ao

    Portal do SNS e ver o que oMinistério da Saúde publicapara ver que existem hospi-tais com muito bom desempe-nho e outros com muito maudesempenho”.“O que temos de fazer é aju-

    dar aqueles que têm pior de-sempenho a aproximarem-sedas melhores práticas e porisso é que esta unidade demissão vai ter como objectivoabrir espaço a avaliar o queestá a ser feito a cada mo-mento, sugerindo, recomen-dando, mas também a projec-tar os próximos anos, emboraa unidade tenha o seu manda-to limitado pela legislatura”,prosseguiu.

    O ministro das Finançasaproveitou para esclarecerque, com a criação desta uni-dade de missão, “não há nen-huma duplicação de funções.Há um pensamento muitoclaro e delimitado, quer notempo quer no objecto, quedepois será delegado às insti-tuições responsáveis pelagestão do sistema”.“Estamos a fazer um esforço

    da recuperação da situaçãoface aos atrasos nos paga-mentos, mas queremos ter acerteza de que os mecanis-mos de geração desse endivi-damento não se voltam arepetir no futuro”, disse.Mário Centeno explicou que a

    visão do Governo de reformasestruturais “está associada asoluções estruturais e dura-douras”.

    “É precisamente isso queprocuramos também nessemomento: garantir que nãovoltamos a percorrer um ciclode pagamentos e de endivida-mento que não é saudávelpara a gestão, nem financeira,nem técnica, nem para a qua-lidade da prestação de cuida-dos”, afirmou.

    Nesta matéria, AdalbertoCampos Fernandes mostrou-se “um bocadinho menos opti-mista que o ministro das Fi-nanças”.“Em nenhuma parte do mun-

    do civilizado se viu a questão

    da sustentabilidade definitivae duradoura ter sido resolvida,porque há imponderáveis evariáveis e determinantes quenão controlamos, nomeada-mente a da inovação terapêu-tica e a transição demográficae do envelhecimento”, susten-tou.No final da cerimónia, o coor-

    denador da unidade de mis-são, Julian Perelman, preferiunão prestar comentários so-bre as suas funções.

    “Precisamos de analisar ascontas, de falar com uma sé-rie de pessoas para falar comconhecimento de causa e nãodizer generalidades”, limitou-te a dizer.

    A carga fiscal aumentou para37% do Produto Interno Bruto(PIB) no ano passado, face aopeso de 36,6% que tinha naeconomia em 2016, segundonúmeros divulgados hoje peloInstituto Nacional de Estatís-tica (INE).De acordo com o INE, o dé-

    fice orçamental no conjuntode 2017 totalizou 3% do PIB,incluindo a recapitalização daCaixa Geral de Depósitos(CGD). Excluindo esta opera-ção, o défice teria sido de0,9% do PIB.O INE destaca os aumentos

    da receita dos impostos sobrea produção e importação(6,1%), nomeadamente o Im-posto sobre o Valor Acrescen-tado (IVA), das contribuiçõessociais (5,1%) e dos impostossobre o rendimento e patri-mónio (3,3%).O aumento do peso dos im-

    postos na economia deve-sesobretudo ao crescimento dasreceitas com impostos sobrea produção e importação (in-directos), que totalizaram 15%do PIB (mais 0,3 pontos per-centuais do que em 2016), eda subida das receitas comcontribuições sociais, que rep-

    resentaram 11,8% do PIB(mais 0,2 pontos).Por outro lado, o peso das re-ceitas com impostos sobre orendimento e património (dire-tos) na economia diminuiuligeiramente, de 10,3% do PIBem 2016 para 10,2% em2017.

    Assim, foram cobrados71.446,4 milhões de euros emimpostos e contribuições so-ciais: 19.714,6 milhões em im-postos sobre o rendimento epatrimónio, 29.028 milhões deeuros em impostos sobre aprodução e importação e22.704,2 milhões de euros emcontribuições sociais.Segundo o Instituto Nacional

    de Estatística (INE), a cargafiscal mede-se pelo valor totaldos impostos e contribuiçõesefetivas para a SegurançaSocial face ao PIB.

    Mesmo no caso de seremconsideradas apenas as re-ceitas com impostos - excluin-do as contribuições sociais (oconceito de carga fiscal utili-zado pela Comissão Euro-peia), o peso dos impostos naeconomia teria aumentado, de25% para 25,2%.

    O ministro das Finanças,Mário Centeno, considerouque "está errada" a contabili-zação pelas autoridades es-tatísticas da recapitalizaçãoda Caixa Geral de Depósitos(CGD) no défice orçamental,que o elevou para 3% do PIBem 2017."O Eurostat preconiza um re-

    gisto da capitalização da CGDno défice que está errado. Écontrário à decisão da Co-missão Europeia, contraria ostratados europeus e não re-presenta condignamente oinvestimento feito na CGDpelo seu acionista, o Estadoportuguês", afirmou Centenoem conferência de imprensa,no Ministério das Finanças,em Lisboa.O governante destacou que aoperação de aumento de ca-pital foi feita fora do regime deajudas de Estado, pelo que éum investimento do acionistano banco público, motivo peloqual considera que o aumentode capital "não devia ser con-tabilizado nas contas públi-cas".

    O Instituto Nacional de Esta-tística (INE) divulgou que odéfice orçamental de 2017 fi-cou nos 3% do Produto In-terno Bruto (PIB) com recapi-talização da CGD, mas queteria sido de 0,9% sem estaoperação."Este resultado inclui o im-

    pacto da operação de recapi-talização da Caixa Geral deDepósitos (CGD), no montan-te de 3.944 milhões de euros,que determinou um agrava-mento da necessidade de fi-nanciamento das Administra-ções Públicas em 2% do PIB",afirmou o INE.

    PORTUGAL

    Governo português “toma boa nota” da decisão dos parceiros da União Europeia sobre as relações diplomáticas com a Rússia

    Novo ‘Parlamento Digital’ disponível em Abril

    Ministro das Finanças considera erro do Eurostat a recapitalização da CGD contar para o défice orçamental português

    Ministro da Saúde admitemá gestão no sector

    Carga fiscal em Portugal subiu para 37% do PIB em 2017

    O MINISTRO PORTUGUÊS DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS, AUGUSTO SANTOS SILVA,FALANDO AOS JORNALISTAS SOBRE AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM A RÚSSIA

  • 2 DE ABRIL DE 2018 . O SÉCULO DE JOANESBURGO . PÁGINA 9

    A GNR apreendeu 11 detec-tores de metais e levantoucontraordenações às pessoasque os operavam sem autor-ização legal em três praias doAlgarve, anunciou a Unidadede Controlo Costeiro da forçade segurança.A apreensão ocorreu no âm-

    bito de uma acção de vigilân-cia da costa realizada nosareais da praia Verde e dapraia de Altura, ambas noconcelho de Castro Marim, eda praia da Manta Rota, nomunicípio de Vila Real deSanto António, precisou amesma fonte em comunicado.A operação foi realizada como apoio do Sistema Integradode Vigilância, Comando eControlo (SIVICC), plataformatecnológica da GNR que “écomposta por um conjunto depostos de observação, fixos emóveis, dotados de sensoresde deteção e identificaçãoinstalados ao longo da linhade costa de Portugal conti-nental”, frisou a Unidade deControlo Costeiro.O Subdestacamento de Vila

    Real de Santo António daUnidade de Controlo Costeiroda GNR apreendeu os 11 de-tectores de metais nas trêspraias do sotavento algarviodurante uma ação de vigilân-cia da costa e de preservaçãode bens arqueológicos.“Os militares identificaram 11

    indivíduos de nacionalidadeespanhola a operar com de-tectores de metais sem quepossuíssem autorização doInstituto Português de Arqueo-logia. Da acção, resultou aapreensão dos detectores demetais, sendo elaborados 11autos de contraordenação”,referiu a Unidade de ControloCosteiro.Os autores da contraordena-

    ção podem pagar coimas com“valores máximos até 3.750euros, para pessoas singu-lares, e 45.000 euros, parapessoas colectivas”, quantifi-cou a GNR, estimando o valor

    dos detetores de metais apre-endidos no âmbito das infrec-ções em cerca de 12 mileuros.Já em Outubro a Polícia Ma-

    rítima tinha anunciado a apre-ensão, em Lagos, também nodistrito de Faro, de um detec-tor de metais que estava a serutilizado por um homem denacionalidade estrangeira napraia da Salema.Ao contrário do que acontecenoutros países, onde estesequipamentos para encontrarmetais debaixo de terra po-dem ser utilizados sem restri-ções, em Portugal é proibida asua utilização e transportesem autorização da tutela dacultura e da preservação dopatrimónio cultural, advertiuna ocasião a Autoridade Marí-tima num comunicado.“É proibida a utilização de de-tectores de metais na pesqui-sa de objectos e artefactosrelevantes para a história,para a arte, para a numismáti-ca ou para a arqueologia”, ar-gumentou a Autoridade Maríti-ma, precisando que “o usodesde tipo de equipamentoscarece de licenciamento nostermos da Lei n.º 121/99 de20 de Agosto”.Além disso, é proibida “a uti-

    lização e o transporte de dete-tores de metais não licencia-dos para efeito de pesquisaem monumentos e sítiosarqueológicos classificadosou em vias de classificação,nos termos da Lei n.º 13/85,de 6 de Julho”.

    A Autoridade Marítima escla-receu que cabe ao membrodo Governo com a tutela daCultura, através do organismoresponsável pela preservaçãodo património cultural, a pre-rrogativa de autorizar o licen-ciamento para utilizar detec-tores de metais, tendo emconta “os objectivos a atingir,os locais a prospetar e aidoneidade científica do inte-ressado”.

    Uma das obras mais relevan-tes da pintora portuguesa Ma-ria Helena Vieira da Silva,"L'Incendie 1", foi leiloadapelo valor recorde de 2,290milhões de euros, em Lon-dres.

    "L'Incendie" ("O Incêndio"),de 1944, foi a leilão na Chris-tie's, com uma estimativa debase entre 1,100 milhões e1,500 milhões de libras (1,230milhões e 1,676 milhões deeuros), no âmbito de um con-junto de obras de Arte Con-temporânea e do Pós Guerra.De acordo com a Christie's, a

    tela esteve presente em algu-mas das principais exposi-ções da artista na Europa eAmérica do Sul, incluindo nu-ma grande retrospectiva naFundação Calouste Gulben-

    kian, em 1970, em Lisboa, efoi adquirida pelo vendedor -uma colecção privada de arte,não identificada - aos herdei-ros de Jorge de Brito, em2008.A pintura, datada do penúlti-

    mo ano da II Guerra Mundial,alude a uma cidade que estáem chamas, representada portraços sinuosos a vermelho,azul, laranja, amarelo e bran-co, deixando pouco espaçoao céu escuro pelo fumo.Ao observar-se de perto, a

    composição aparentementeabstrata revela rostos e figu-ras entre as chamas, algunsdos quais envergando capa-cetes.

    Reflectindo referências docubismo, construtivismo e fu-turismo, a obra de Vieira daSilva remete também para ElGreco e Hieronymus Bosch, emostra a angústia perante aguerra.O quadro foi realizado duran-

    te o exílio da pintora no Rio deJaneiro, onde morou com omarido, o pintor de origemhúngara Arpad Szenes, entre1940 e 1947, antes de regres-sar a Paris.Comprado pelo colecionador

    português Jorge de Brito àgaleria parisiense Fursten-berg, o quadro "L'Incendie 1"teve o seu ponto de partida naGalerie Pierre, da capital fran-cesa, onde foi adquirido pelacolecionadora Simone Colli-net.

    Antes da retrospectiva naGulbenkian, a pintura esteveexposta em Hanno