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Depois disto

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Depois disto...O segredo do chamado missionário

Jeff Fromholz

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 Antes de todo “DEPOIS DISTO”, existe

uma grande verdade a ser descoberta.

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Introdução

Para quem me conhece, não é segredo que sou um grande fã deidiomas. É algo que me atrai; algo que eu acho muitointeressante. Às vezes as palavras menores têm mais força doque as maiores, ou são colocadas mesmo para chamar nossaatenção, por exemplo: “se”.

  “Se” é uma palavra que nos alerta para algo condicional. Sevocê comer tudo que está no seu prato, você pode ter umbiscoito (ou uma dor no estômago, dependendo da quantidade).

Você somente pode ter um biscoito “SE” você comer tudo. Ouseja, seu biscoito está dependente de algo, tê-lo está sob acondição de você fazer sua parte.

Em 2cr 7.14 encontramos: “SE o meu povo, que se chama pelomeu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dosseus maus caminhos, ENTÃO, eu ouvirei dos céus, perdoarei osseus pecados e sararei a sua terra”. Deus promete perdoar ospecados e sarar a terra, mas somente depois do “se”. O “se” 

vem antes do “então” fazendo a promessa condicional. Algotem que ser feito primeiramente para depois ver o resultado.

 “Depois” é também uma dessas palavras. Ela não é tão pequenacomo o “se”, mas a força dela é igual. Se alguém fala “Depoisnós fomos para casa”, isso vai gerar uma curiosidade em todospara saber o que aconteceu antes. Seria um pensamentoincompleto. Se você falar “depois”, você tem que primeirocontar o antes, senão, não vai fazer sentido. E aí é onde nosachamos neste livro; lidando com um tempo em que todomundo está pregando o “depois” e tentando viver o depois semsaber do antes.

Um dos textos mais fortes na Bíblia em relação a uma pessoa “ser chamada” e “responder ao seu chamado” se acha em Isaías6, principalmente em versículo 8: “ A quem enviarei, e quem háde ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim”. Quemnunca ouviu esse versículo? É um dos mais citados

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principalmente quando falamos de missões. Quem já foi numaconferência de missões ou de jovens já ouviu e, provavelmente,

foi à frente chorando e se oferecendo. Só que algo estáfaltando, algo crítico. Pois ser um missionário vai além de umsimples desejo expresso em um “sim” momentâneo.

Infelizmente, muitos de nós que estamos no púlpito temos omau hábito de citar somente uma parte de um versículo, aquelaparte que fala tudo o que nós precisamos e queremos, e o restoé somente tempo perdido. Mas, às vezes, o que é deixado fora éde alta importância. Imagine se eu falasse: “Então, Deus vai te

fazer rico” ou “Depois, Deus vai te dar tudo o que você pede aele”. Será que você não vai querer saber sobre o “se” antes do “então”, nem sobre o “antes” do “depois”? Claro que sim, poisprimeiro esse negócio de dinheiro infelizmente desperta a nossaatenção. E segundo, por que imagina Deus fazer tudo o quepedimos? Nem fala. Mas aqui nós queremos abordar algo bemmais importante do que dinheiro; estamos falando de ser usadopor Deus, enviado.

No versículo 8, antes das famosas perguntas “A quem enviarei?” e “Quem há de ir por nós?” vem a frase “Ouvi a voz do Senhor,que dizia...” E antes dessa frase nós achamos duas palavrasescondidas no meio de uma experiência muito louca: “depoisdisto”. Algo aconteceu antes de Deus chamar Isaías e isso nóstemos que descobrir se quisermos entender por completo ahistória de Isaías e como ela pode afetar as nossas vidas.

O que foi que aconteceu antes do “depois disto”?

Antes de todo “depois disto” existe uma grande verdade.

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Índice

1. Isaías 6.1-8......................................................04 

2. Isaías viu o Senhor............................................10  

3. Isaías viu Isaías.................................................13 

4. Isaías viu Seu Povo..........................................16 

5. A solução de Deus..............................................18 

6. Estou Pronto......................................................23 

7. Santidade..........................................................25 

8. O processo do Chamado......................................31

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01 

Isaías 6.1-8

“1 No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobreum alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam otemplo. 2 Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seisasas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés ecom duas voava. 3 E clamavam uns para os outros, dizendo:Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está

cheia da sua glória. 4 As bases do limiar se moveram à voz doque clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 Então, disse eu:ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros,habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhosviram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! 6 Então, um dos serafinsvoou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara doaltar com uma tenaz; 7 com a brasa tocou a minha boca edisse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. 8 Depois disto, ouvi a voz do

Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.” 

Quando lemos esse texto, não tem como não ficar meio loucocom a situação. Se você simplesmente se colocar no lugar deIsaías e tentar imaginar a cena... É demais! Isaías era comoum de nós: gente. Ele era mais um cara fazendo seu melhorpara agradar a Deus e, de repente, ele experimentou o quemuitos de nós temos somente cantado: Quero te ver.

 “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor...” 

Que doido! Sem ser avisado, ele se achou no meio dos anjose diante do Deus santo. Ele ouviu os anjos adorando Deus esentiu o chão vibrar. E quando a fumaça começou a encher olugar, quem aguentaria?

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Eu já participei de alguns cultos doidos em que realmenteexperimentei a presença de Deus. Eu me lembro de um

acampamento em Porto Velho, Roraima, onde estávamosministrando e quando terminei com um cântico, perguntei ameu amigo o que ele achava que devíamos fazer e ele falou:  “Nada. Não façamos nada”. Pensei: “Ah, sim! Vamos pararbem no meio de um ‘mover’ para fazer ‘nada’?” “Faz muitosentido”. É como se durante um jogo da copa do mundo, aseleção do Brasil faz um gol e a pessoa ao seu lado fala: “Nãofaça nada. Fique quieto”. Ah, sim! Tudo bem...

Tá maluco?! Deus está movendo, o clima está louco e eutenho que ficar quieto?!

Na época eu estava meio enganado e pensava que tudo tinhaque acontecer através da música. Pode ser maldição demúsico, não sei; mas ficar quieto nunca passou por minhacabeça. Ainda assim, sendo o moleque da turma, fiqueiquieto e de repente algo começou pesar sobre o lugar. Eraalgo nítido, algo real, algo que quase me levou a mijar nas

calças. Eu nunca tinha sentido nada assim, e a primeira coisaque pensei foi: “CORRER!” Eu não sabia o que fazer; mas,para mim, correr era uma boa opção.

Foi muito louco, mas não foi nada comparado com o queIsaías experimentou. Mas o que eu achei mais incrível não foio que ele falou, ou a meia conversa que ele teve com Deus,mas o fato dele ter conseguido falar. Ele achou palavras euma maneira de soltá-las. Que loucura! Ele viu Deus,conversou com Ele e não morreu. Que experiência!

Os primeiros quatro versículos de Isaías 6 são bemconhecidos, e durante uma leitura coletiva dessa passagempodemos olhar ao nosso lado que veremos todo mundomexendo suas bocas falando junto com quem está lendo oupregando. Esses versículos são familiares porque decoramoseles e porque são fonte inspiradora para centenas de

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cânticos. Nós também conhecemos o versículo oito, pois ele éfonte para milhares de pregações e para tantas músicas.

Daí eu pergunto: quantas pessoas responderam ao apelo damensagem: “A quem enviarei? Quem há de ir por nós?”, edepois ficaram decepcionadas porque acharam queresponderam ao chamado de Deus, um chamado para serusado por Ele, mas nada aconteceu? É triste, mas é real. Euacho que isso era uma das minhas maiores frustrações da

vida. Eu fiz JOCUM, participei de dezenas de conferências de  jovens e missões como jovem, e sempre falava para Deus: “Eu quero ir. Eis me aqui.” E nada... E mais tarde eu me acheicom 26 anos de idade, com um bom emprego, uma família jácomeçada e um sonho não realizado no meu coração; algoque eu pedi para Deus e esperei que acontecesse mesmo,naquela hora. Mas a realidade se mostrou diferente, paraminha frustração.

Eu chorei, implorei, gritei e, bem provável, pequei com aminha atitude em relação a Deus pelo fato dele não terrealizado o “meu chamado”. Pensei que não tinha como errar.Como Deus não responderia a um jovem querendo perder suavida pela causa do evangelho? Assim eu me achei, vagando,indo para lugar nenhum.

Sendo o menino que fui, abandonado pelo meu pai quandotinha somente dois anos de idade, tive lidar com ossentimentos de rejeição. Depois, quando jovem, estive na

JOCUM por um ano e meio, e no fim fui “convidado” a sair.Estava com a autoestima arrastando na terra. Mas, comcerteza, esse negócio de missões tinha que dar certo. Vi quequase ninguém quis ir, então pensei que Deus estava quaseobrigado a levar quem estava afim. E isso só aumentou aminha decepção e tristeza, pois Deus não fez nada; não abriunenhuma porta, não mandou nenhum anjo. E eu chorei.Chorei de raiva, de frustração, de decepção e por me sentir

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rejeitado por Deus. Nem Deus me quis. E agora?! E todas aspromessas vendidas para mim nas conferências?!

Simplesmente respondi “sim” para ele e vivi uma aventura!Que brincadeira cruel eles fizeram com meu coração!

Não sei se você está entendendo o que estou falando, porquetalvez você esteja simplesmente cuspindo no vento echamando isso de chuva. Não sei. Mas creio que existemoutros que sonham com missões, que choram, pedindo aDeus para enviá-los, porém não recebem nenhuma resposta,então se sentem confusos, como se algo tivesse se perdido na

tradução.Não quero ser aqui mais um que focaliza os mesmosversículos. Eu quero te mostrar algo que é meio óbvio, comoo nariz do seu rosto. O nariz às vezes é a coisa mais óbvia,mas a gente muitas vezes nem percebe. Claro, alguns de nóstemos narizes mais óbvios do que os outros, mas quase todossão meio óbvios. E nessa passagem da Bíblia, no meiodesses versículos tão conhecidos, existe uma pérola muito

grande, que é a chave para sermos usados e enviados porDeus, o segredo do chamado missionário. É algo óbvio, masescondido. O nariz do seu rosto, o antes do depois disto.

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Isaías viu o Senhor

Isaías viu o Senhor. Repita isso comigo: “Isaías viu o Senhor”.Fale de novo: “Isaías viu o Senhor”. Agora pare um pouco para

pensar no peso dessa frase. Ele viu o Rei dos reis e o Senhordos senhores. Ele não somente o sentiu e se arrepiou. Ele viu oCriador do Universo. Ele viu Aquele que existia antes do que eraapenas um antes. Ele viu aquele que criou o tempo. Ele viuDeus. Isaías viu o Senhor.

Dá para ficar com inveja dele, não dá? Quem não gostaria verDeus, de estar na sua presença? Mas Deus escolheu Isaías parase revelar. Eu já sonhei em ver Deus. Eu já até falei para Ele

que eu queria vê-lo. Eu já fiquei berrando para Ele suprir aminha necessidade de vê-lo e disse que se Ele não aparecesseeu não sairia dali. Que legal! Ameaçando Deus. Tipo: “Se vocênão vem, eu não vou mais ser seu amigo.” 

Achei já incrível, tanto que eu gritei e implorei, Ele nunca medeixou vê-lo. Será que eu sou o único a ter passado por isso?Eu acho que a maioria de nós tem falado isso para Ele, meio daboca para fora ou, no mínimo, não entendendo totalmente o que

está pedindo. Pois existe algo meio romântico e, até místico,quando se pensar em estar na presença de Deus, em sentir ocalor da sua pessoa, em ouvir a sua voz, em ver o seu rosto.Mas, ao mesmo tempo, existe algo bem assustador. Ele é OCARA, O SANTO, SANTO, SANTO; e Ele sabe de tudo da nossavida.

Quando eu era mais jovem, minha mãe trabalhava fora de casavisto que não tínhamos pai em casa e existia a necessidade de

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alimentar três jovens que estavam crescendo e comendo tudoque não foi feito de madeira. E eu me lembro de uma das vezes

que ela saiu para trabalhar e eu e os meus irmãos resolvemos  jogar futebol na sala de estar (mesmo sabendo que eraproibido), eu chutei a bola para meu irmão, e por uma razãoque eu não entendo até hoje, ele se abaixou e deixou a bolapassar.

E como a bola passou... Passou bem pelo meio de uma janelabem grande, grande na faixa de $150. Como eu fiquei irritadocom meu irmão. Acho que raiva era a palavra certa. As

palavras nem deram para falar tudo o que eu senti, não pelofato de saber que eu teria de comprar uma janela que eu nãoqueria e com o dinheiro que eu não tinha, mas, porque eu sabiaque mais cedo ou mais tarde minha mãe voltaria para casa. Eeu não tinha nenhuma esperança de talvez ela se perder nocaminho por mais ou menos 10 anos. Eu amo minha mãedemais, sempre amei, mas existiam momentos na minha vida,os quais eu não queria vê-la, e esse era um daquelesmomentos.

Têm vezes que realmente quero ver Deus, e têm outras vezesque eu prefiro que Ele espere uma semana (ou 10 anos). Temtudo a ver com uma janela quebrada; uma janela que eugostaria de consertar antes de Ele vir. Entendeu? Se Eleaparece, estou ferrado.

Meus pecados e hipocrisias iam ser meu fim. E para ser bemhonesto, tem horas na adoração que eu me calo, eu mesmofaço questão de não cantar. Não que eu não queira vê-lo, euquero... Eu acho. Mas, eu não quero morrer. Ainda existe algoem mim que quer viver; que quer envelhecer com minhaesposa; que quer ver os meus filhos crescerem; algo que querver os meus sonhos realizados, mas, sabe, muitas vezes existealgo errado em mim. O problema não está em Deus, mas emmim. Igual à situação da janela quebrada e minha mãe. A culpanão foi dela. Ela nem joga bola, mas eu precisaria prestarcontas a ela da nova “área de ventilação” da nossa casa. De

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qualquer maneira, eu acho a experiência de Isaías muito louca.E, pelo menos, hoje, enquanto eu escrevo isso, eu quero ver

Deus também.Isaías se achou na presença de Deus e ouviu os anjosclamando: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; todaa terra está cheia da sua glória”. E as clamas se moveram, asbases e o templo.

Vamos seguir a história. A primeira coisa que confrontou a vidade Isaías foi quem Deus era. Ele viu o Senhor e ouviu os

testemunhos sobre Ele: “Santo, Santo, Santo”. Se quisermossaber quem Deus é, não precisamos ir além dessa experiênciade Isaías e dos testemunhos dos anjos. Ele é Santo. Três vezessanto.

Quando alguém na Bíblia queria enfatizar algo, bastava repetir apalavra. Jesus falou “Em verdade, em verdade” 25 vezes nolivro de João, dando ênfase ao que ele estava falando. Mas aquinós achamos os anjos falando a palavra “santo” três vezes. Seráque não tem algo aqui para se entender?

Interessante que os anjos não ficam ao redor dele falando  “Amoroso, amoroso, amoroso”, de tanto que as pessoas falamque “Deus é um Deus de amor”. Ou “Rico, rico, rico”, de tantoque outras pessoas enfatizam o “desejo” de Deus tornar cadaum de nós próspero e rico.

Mas, não, o adjetivo é: “santo”. O adjetivo escolhido a fim dedescrever Deus para eternidade é: “santo”. Esse é o coro que

revela sua essência. Essa é a característica central de todas.Deus é um Deus de amor, mas o seu amor é santo. Ele é umDeus justo, mas a sua justiça é santa. Deus é um Deus que ficairado, mas a sua ira é santa. Todas as características de Deussão definidas pela sua santidade, sua perfeição moral, suaimparidade, sua separação de tudo o que não é Dele.

Ele é santo, os anjos sabem disso, e todos os que residem nocéu declaram isso.

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Isaías viu o Senhor e Ele é “santo, santo, santo”.

3Isaías viu Isaías

Eu acho interessante que frequentemente ouvimos pessoasfalando ter gastado muito tempo na presença de Deus. Mas,para ser sincero, a maioria não passa de blá-blá-blá para mim.Eu não quero discutir com ninguém, nem te acordar do seu sonoprofundo, mas, será? Será que essas pessoas estão realmente

na presença de Deus? Cada vez que a Bíblia fala que umapessoa teve um encontro com Deus, mostra também que houveuma mudança na vida dessa pessoa: o rosto de Moisés brilhou,Jacó mancou, Paulo ficou cego, Isaías pirou.

“Ai de mim!”

Ele ficou com medo, mais muito medo mesmo, “Vou morrer!” Aprimeira coisa que ele pensou e que saiu da sua boca foi sobre a

morte. Mas, o que é isso? Isaías não era um cara razoavelmentesanto, o profeta escolhido pelo Senhor? Será que ele não tinhaum pecado secreto na vida dele igual muitos de nós? É bemprovável que não, pois a Bíblia não cita nada em relação apecado na vida dele.

E se você nunca percebeu a Bíblia não tem nenhum problemaem queimar o filme das pessoas citando seus erros e seuspecados. A Bíblia não protege a reputação de ninguém que não

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seja o próprio Deus. Então nós podemos concluir que Isaías erabasicamente um homem justo. E ainda assim, o mais chocante

nessa cena é que ele não dançou com Deus num campo deflores nem correu para abraçá-lo como muitos acham que vairolar. Tudo isso é fantasia criada por pessoas que tem umaimagem elevada demais a respeito de si e baixa demais arespeito de Deus. Isaías era um homem justo, mas ele viu Deuse quem Ele é, e rapidamente fez uma boa e certa avaliação de simesmo.

“Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios

impuros.”

Isaías viu Deus e a coisa mais óbvia para ele, além da santidadede Deus, era o pecado em sua própria vida. Ele reconheceu quenão tinha como alcançar a santidade de Deus. Não tinha comotrocar ideias ou experiências com Aquele que não conhece esselado “fraco” do homem. E nesse nível de autoconhecimentodiante da face de Deus, ele confessou: “sou homem de lábiosimpuros”. 

Eu acho muito interessante que a primeira coisa que veio àmente dele foi relacionar seus lábios com o pecado. Eu acho issointeressante pela seguinte razão: ele já era o profeta do Senhor.Essa experiência aconteceu no capítulo seis. Os cinco capítulosanteriores nos revelam que ele já era o porta-voz do Senhor; e,se existia uma área na vida dele que achamos que deveria estarnuma boa com Deus, era a boca, os seus lábios. Mas, não; bemno lugar onde achamos que deveria ser um lugar de destaque,descobrimos que não era nada diante de um Deus santo. Comcerteza, nossas boas obras são como absorventes sujos, comoIsaías mesmo falou mais tarde no capítulo 64, versículo 6.

“Todas as nossas boas ações são como trapos sujos.”  

Trapos sujos. Se quiser, eu posso explicar isso. É umabsorvente sujo. Você sabe da menstruação de uma mulher?O trapo era um pano que a mulher usava nos tempos passado

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para sentar em cima durante o tempo do seu ciclo mensal.Entendeu? Suas obras = absorvente sujo. Parabéns!

E se as nossas obras são como absorventes sujos diante deum Deus santo, imagine os nossos pecados. A verdade é quemuitos de nós não temos a menor noção do nosso pecado.Nós achamos que tudo está limpo ou no mínimo aceitáveldiante de Deus. E isso se deve ao fato da maioria de nósnunca, verdadeiramente, ter passado tempo na presença deDeus, independente do que testemunhamos diante dosirmãos. Nós nunca fomos confrontados por um Deus santo eforçados a encarar a nossa sujeira, e por isso nós nosachamos bem. (Bem decepcionados. Bem mal.) 

Só uma pergunta para você meditar: Quando foi a última vezque você teve um confronto com a sua realidade na presença deDeus? Muitas pessoas vão se achar numa situação bemconstrangedora um dia, quando chegarem todos alegres diantede Deus, esperando aquele abraço celestial, mas só ouviremumas palavras bem doidas e inesperadas: “Apartai-vos de mim.Nunca te conheci”. 

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Isaías viu o Seu Povo

Isaías viu o Senhor e bem naquela hora ele percebeu suaprópria podridão. Depois disto, ele reconheceu a podridão doseu povo, os pecados deles.

“...habito no meio de um povo de lábios impuros.” 

Eu não sei sobre você, mas a minha tendência é ver o que estáerrado com todo mundo ao meu redor, menos em mim. Não sei,mas parece que eu tenho um dom de ser crítico, se isso podeser classificado assim. A minha casa pode estar em chamas,mas ainda consigo ver a fumaça de uma vela acesa saindo da janela da casa do meu vizinho. E o pior é que enquanto minhacasa está sendo consumida, eu fico olhando para a casa delelamentando o fato de que a fumaça pode sujar o vidro dele.Como é fácil ver os erros na vida dos outros e como é difícilenxergar e admitir erros em nossas vidas.

Sabe, cada vez que eu peco ou “erro”, usando um termo mais “lite” para agradar meu ego, sempre tenho uma boa desculpa.

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Raras são as vezes que não tenho uma boa razão ou umadesculpa para o pecado na minha vida. E se eu não tenho uma

na hora, o diabo sempre me ajuda a achar uma mais tarde.Sempre existe alguém culpado por meus pecados que não sechama Jeff.

“Os meus pecados são reações e não ações.”

Então me convenço, e isso faz toda diferença para alguém quenão quer encarar a sua culpa e papel num pecado. Só queassim, você nunca se acha perdoado por Deus e nunca vai para

frente.Se você quer ser usado por Deus, o jogo começa e termina emvocê. Indo ou não indo, sendo usado ou não sendo usado, éalgo particular e tem tudo a ver com você e mais ninguém. Deusnão vai te perguntar por que você pecou ou de quem você achaque é a culpa. Pecou, se sujou, acabou.

1 Jo 1.9;  Mas, se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. 

Deus não se interessa pelas desculpas do nosso pecado, masem nos curar do nosso pecado. Ele se importa com o nossoestado diante Dele. E Ele mesmo providencia a solução.

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A solução de Deus

Isaías viu o problema dele e a Bíblia fala que ele achava que eraseu fim: “Estou perdido!” Acabou o jogo sem entrar no segundo

tempo, sem perguntar: “Quem há de ir por nós?”. Mas vemosaqui que quando existe um problema, Deus sempre tem umasolução. Bem como aquele cego e Jesus.

Problema: Homem cego.

Solução: Cuspir no chão, fazer uma lama com saliva e terra,colocar nos olhos do cego, e pronto! Homem curado.

O louco é que Deus sempre tem uma cura e, na maioria dasvezes, o homem acha no mínimo estranho, no máximo ridículo eem alguns casos até errado. Imagine o cego ouvindo Jesuscuspir e pouco tempo depois sente lama sendo colocada nosseus olhos e, lembrando que estavam num deserto, sepergunta: “onde ele achou lama?” Agora volte para o começo,ele ouviu Jesus cuspir. “Ô, nojento! Eu falei que queria ver e nãoque queria que me lambesse.” E imagine o que ele pensouquando Jesus falou para ele: “Agora vai se lavar”. A Bíblia não

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fala que ele reclamou, mas duvido que a maioria desses  “crentes” frouxinhos de hoje não estaria falando mal de Jesus

pelo que ele fez. Mas o cego foi, se lavou e ficou curado, no jeitode Deus. A maneira de Deus sempre é certa e sempre funcionaindependente do que os homens acham ou comentam.

Agora, continuando com a história de Isaías: ele está napresença do Deus vivo, encarando a realidade e a feiura dequem ele é, com medo, achando que tudo acabou. Mas Deusencontra uma solução para o problema do seu profeta. “Anjo,Vai lá e pega uma brasa viva do altar.” 

Agora imagine Isaías, com mais medo ainda: “Brasa?! Brasa?!Para o quê? Tenho pecado, não quero fazer churrasco”. 

Deus diz: “Vai lá! Pegue uma brasa viva!” 

Agora vem o anjo voltando e dá para ver de longe que a brasa équente, pois está brilhando com as cores vermelho, laranja ebranco. “O que será que Deus quer com isso? Será que vai fazeruma fogueira e um holocausto para os pecados de Isaías?” E

bem nessa hora o anjo para bem na frente dele, e Deus fala:“Abra sua boca”.

“O quê?” 

“Abre a sua boca!” 

“Por quê? Vai fazer o quê?” (Parece que está no dentista.)

“Abre a sua boca!” Você já queimou uma parte do seu corpo? Faz tempo? Vocêainda lembra-se da dor? Não há nada que dói mais como umaboa queimadura. E não há nenhum lugar pior do que a bocapara se queimar.

Eu me lembro da primeira vez que eu fui a Curitiba. Foi aprimeira vez que senti frio no Brasil e a primeira vez que

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experimentei Chimarrão (a última também). Nessa altura fuiconvidado para uma reunião de pastores e eu ainda era meio

  jovem, então estava mais “ligado” em causar uma boaimpressão naqueles mais experientes ao meu redor do que hoje.A reunião estava indo normal até que de repente um cara puxouum copo meio estranho. Parecia algo que talvez viesse dosVikings, sei lá. Mas eles também tinham uma garrafa térmica, eencheram o copo dos Vikings com um líquido e o homem maisperto bebeu. Depois de terminar, ele encheu o copo novamentee passou tudo para aquele que estava ao seu lado, e assim foi acena; bebendo, enchendo, passando.

O que lembro bem é que enquanto esse copo passava homem ahomem, NINGUÉM limpava o canudo. Eca! Passar o canudobabado de boca em boca é quase igual a ter beijado cada um.Tudo bem para aquele que foi o primeiro, mas para a gente queestava no meio da roda... e coitado daqueles no fim. Pode falar  “gripe”? Mas de qualquer jeito chegou a minha vez e eutentando fazer parte daquela cena não higiênica, tomei o copo eo homem ao meu lado o encheu, e, com todo mundo olhando,

chupei com muita força no canudo. Eu queria mostrar como eurealmente era um deles, um homem “gaúcho do norte”.

Mas o que aconteceu foi totalmente diferente do que euimaginei e planejei, pois eu nunca senti tanta dor na minhavida. Eu comecei a lacrimejar para não gritar e a única coisa quesaiu da minha boca foi “Hot. Hot”. Numa hora dessas vocêsempre volta à sua língua materna. “Quente. Quente.” Alguémse esqueceu de me avisar que era água fervendo que eles

estavam colocando no copo dos Vikings, misturado com um tipode grama. Que coisa horrorosa! E quem era o idiota que achavauma boa ideia usar um canudo de metal para beber algofervendo? Sem dúvidas, causei uma impressão em todos ospresentes.

Nunca me esqueci da experiência e especialmente da dor, aoponto de nem querer saber mais do chá de grama. Estou fora.

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Fiquei literalmente queimado, logo na minha primeiraexperiência então, já era.

Mas, voltando para você. Você se lembra de ter se queimado?Você ainda tem uma marca no seu corpo com uma lembrança?

Então, imagine Isaías. O anjo tocou na boca dele com umabrasa viva.

“AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!!” 

Imagine a dor. Pode chorar com ele se quiser. Pode crer que

doeu. Eu fico imaginando a cena. Talvez ele nem fizesse umsom inicialmente. Igual aos meus filhos quando tomaram aprimeira vacina. A enfermeira colocou a agulha na perna do queera uma criança muito feliz até aquele momento e “BAM!”, omundo parou. A criança olha para a mãe, os olhos começam aencher de lágrimas, a boca abre, mas o som não vem poralguns segundos. Mas quando vem, vem com tudo.

“AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!!!!!” 

Eu fico imaginando Isaías abrindo a boca com lágrimas nos seusolhos, mas o som não vindo imediatamente. Mas pode crer,veio. E aqui nós temos que entender algo. Deus não opera damaneira que nós achamos conveniente ou confortável. Ele operada maneira que ele sabe que vai ser eficaz. Interessante é queas lições da vida que mais lembramos são aquelas que sãoacompanhadas de mais dor. É a dor que nos faz lembrar a lição.É exatamente por isso que Deus fala para os pais usarem a

vara.A verdade é que muitas vezes o que nós temos que fazer paraseguir Deus e viver em santidade dói. Só que hoje estamoscercados por uma geração frouxa, mimada, que quando Deusoferece a cura ou a solução, a única coisa que quer saber é: “Vai doer?” Pois se doer, ela não quer. “Deus, me usa, masfaça que seja fácil e divertido. Envia-me para um país quetenha McDonald’s.” 

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Quando os primeiros missionários começaram a sair, aexpectativa de vida era de 2 a 8 anos, e assim eles não

fizeram malas para viajar, mas caixões. Eles sabiam que nãoiam voltar, mas foram de qualquer jeito. É difícil imaginaruma geração de missionários com tanta disposição. Creio queexistam alguns, mas são como diamantes, bem raros. Poisvemos nesta geração uma frouxura tão grande, que ela setorna admirável por todas as razões erradas. Ela quer ser  “usada”, mas somente em seus termos. “Se vai doer, podedeixar, vou procurar fazer outra coisa com a minha vida.” 

Por que você acha que tão poucas pessoas jejuam hoje? Porqueé difícil. É desconfortável. E a maioria tem comprado a mentirade que Deus não quer que a gente sofra ou seja infeliz. Fale issopara os crentes morrendo de fome lá na África a próxima vezque esta frase for citanda: “Sou filho do Rei e como da mesadele”.

Quando Deus chama, Ele prepara. O problema hoje não é queninguém é chamado, mas que poucos querem passar pelo

processo de preparação. Mas como Isaías, antes de ser o porta-voz do Senhor, nós temos que ser purificados. Assim, e sóassim, podemos verdadeiramente representar um Deus puro,santo e vivo.

Então, Deus colocou uma brasa viva na boca de Isaías e falou: “Agora que esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas estãotiradas, e os seus pecados estão perdoados”.

Assim Deus purificou e perdoou ele, e pode crer, de uma

maneira que ele jamais esqueceria. Como Warren Wiersbefalou: “Como seria trágico ter o trono sem o altar! Haveria aconvicção do pecado, sem a limpeza. Note-se que era maisimportante para o serafim equipar Isaías para ser um ganhador de almas do que para louvar a Deus. A verdadeira adoraçãodeveria levar a testemunhar e servir. Muitos cristãos queremagarrar-se a uma ‘experiência espiritual’ com o Senhor, ao invés

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de ser preparados para sair e compartilhar o Senhor com osoutros.”  

6

Estou Pronto

“A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” 

Quando Isaías respondeu: “Eis me aqui”, ele não estavasimplesmente falando: “Eu estou disposto”, mas: “Eu estou

 pronto”.  E esse é o problema de ir para frente numaconferência em resposta ao apelo. A resposta está errada. Deus

não está perguntando quem está disposto, ou quem quer, poisquase todos vão dizer “sim”. Mas poucos estão prontos. Poucosestão prontos e muito menos dispostos a pagar o preço deseguir Cristo. O negócio é o mesmo de sempre: “Se alguémquer ser meu seguidor, deixe de lado seus próprios interesses,tome sua cruz, e siga-me”.

Negar-se, ou seja, “deixar todas as suas vontades de lado”.Em outras palavras, abrir mão dos seus sonhos, seus alvos,

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seus desejos por coisas. “Abandonar qualquer coisa que teimpedirá de fazer a vontade de Deus”. 

•  Gal 2.20: “ Assim não sou mais eu que vivo, mas Cristoque vive em mim.”  

Tome sua cruz. Muitos pensam que isso quer dizer suportarproblemas na vida, os tempos difíceis que acontecem, contaspara pagar, perda de emprego, pessoas difíceis na sua vida.Mas não é. Isso não é sua cruz! Você não a tomou sobrevocê. A cruz é algo que você, por sua vontade, escolhe tomare carregar. A cruz não era somente um peso a suportar, eraum instrumento de morte. 

•   “Tome sua cruz” é um convite a morrer; dar toda suavida a ele, como Jesus deu a dele para nós.

•   “Tome sua cruz” é um convite a viver; viver como eleviveu; uma dedicação total da sua vida.

•   “Tome sua cruz” é sacrificar sua vontade à dele todo dia. “O que você quer da minha vida Jesus?” 

Siga-me. Para onde? 

“Quando Cristo chama um homem, ele o chama para vir emorrer.”  Dietrich Bonhoeffer 

Você está pronto?

No dia 20 de Abril de 1999, em Columbine, Colorado, EUA, dois  jovens entraram armados na escola onde estudavam ecomeçaram a atirar nos outros alunos. Eles então entraram nabiblioteca e acharam uma moça de 17 anos, Cassie Bernall,lendo a Bíblia e um dos jovens se aproximou dela e perguntou: “Você crer em Deus?” Ela respondeu: “Sim, eu creio em Deus”.E o jovem perguntou: “Por quê?” Mas antes dela responder, eleatirou na cabeça dela, matando-a.

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Falar “sim” para uma coisa quer dizer falar “não” paraoutra coisa. Se você decidir responder ao chamado de Deus na

sua vida, dizer “sim” a Ele, isso significa você virar as costaspara tudo que esse mundo oferece, seus sonhos, seus desejos,seus próprios interesses. “Eis me aqui” não é você andando comuma mão dada ao mundo e seus prazeres e a outra mão dada aDeus. Não tem como andar segurando nas mãos dos dois, poiseles estão caminhando em direções opostas. É o engano demuitos nos púlpitos hoje, os quais vendem um evangelho emque Deus quer te dar tudo aqui na terra e o céu no fim. Ointeresse de Deus não é tudo que está aqui, pois Ele sabe que

Ele mesmo vai acabar com tudo um dia. O interesse Dele estánaqueles perecendo e por isso Ele nos chama. Quem vai? Você?

7

Santidade

2 Co 5.20: “Então nós somos embaixadores de Cristo, como seDeus estivesse fazendo seu apelo por meio de nós. Nós falamos

 por Cristo quando imploramos: "Sejam reconciliados com Deus!” 

Um embaixador é um representante diplomático. Alguém querepresenta um líder de um país quando visita outro. Nós comocrentes somos chamados de embaixadores de Cristo. E isso nãoé algo que devemos tratar levemente. Representar Deus é viverde uma maneira que mostre quem Ele é, sem envergonhar onome Dele. Mas, infelizmente, nos últimos anos temos vistomuitos que se chamam de embaixadores de Cristo arrastando onome Dele pela lama. Não deve ser assim.

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Qual é o testemunho atual da igreja? Será que o mundo confia

mais em nós por saber que somos crentes? Negativo. A igrejatem banalizado o nome de Cristo diante do mundo. Somos osmenos confiáveis e os que mais sofrem zombaria.

Ro 2.21-23:  Bom, então se você ensina aos outros, por quevocê não ensina a você mesmo? Você fala para os outros nãoroubar, mas rouba? 22 Você diz que é errado cometer adultério,mas comete adultério? Você detesta ídolos, mas rouba ostemplos?  23 Você está tão orgulhoso por ter a lei, mas você

desonra a Deus por desobedecê-la. 24 Pois bem, como asEscrituras dizem: "Os que não são judeus blasfemam o nome deDeus por causa de vocês". 

Como vivemos diante desse mundo é de alta importância. Poisse fazemos o que condenamos, certamente o mundo blasfemarácontra o nome de Deus por causa de nós, como já estáacontecendo. E tudo isso aponta para um lugar: santidade.

Então eu quero falar com você. Você está vivendo emsantidade? Você vive de uma maneira na qual não tem medodos outros descobrirem algo? Você teria medo de alguém entrarna sua casa na hora de lazer, quando está assistindo atelevisão, ou um filme, ou está na internet? Você teria medo dealguém pegar o seu celular e ver os torpedos que você manda erecebe? Você teria medo de alguém ouvir o que você fala dosoutros crentes, os quais na frente você se diz amigo? Você teriamedo se alguém pudesse ler seus pensamentos ou ver fantasias

que passam por lá como se fosse um cinema pornô? E eu nemvou entrar na questão de namoro. Ninguém quer saber o querola lá, pois todos já sabem que não é santo. De novo, você estávivendo em santidade? Meu medo é que poucos hojeresponderiam positivamente a essa última pergunta.

Dizem para mim que santidade é uma palavra do passado, algopara os “superespirituais”, algo RADICAL.

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Mas vamos deixar uma coisa bem clara aqui. Não existesantidade radical. Esse é o termo criado por alguém que se

diz crente, mas vive em pecado e não tem nenhuma intençãode abrir mão dos prazeres da carne. E a maneira que ele se  justifica é ver algo com santidade “radical”; fora do alcancedos “crentes normais” como ele. Mas santidade é algo normal,ou deve ser, na vida de um crente. É a nossa marca. A Bíbliadar uma lista de pecados em 1 Co 6 e no fim da lista, noversículo 11, fala: “Alguns de vocês eram assim. Mas vocêsforam lavados, foram santificados, foram justificados no nomedo Senhor Jesus Cristo pelo Espírito do nosso Deus”. Paulo

não fala nada de alguém sendo radical, somente mudado.

Hoje a igreja vive num buraco fundo de pecado e quando elaolha para a terra, acha que a terra é alta. Mas não é alta, poisela é o chão. O problema é que ela está num buraco.Santidade deve ser a marca de todo cristão. As nossas vidasdevem falar de transformação, salvação dos nossos pecados elibertação do poder deles sobre nós. Não existe santidaderadical como não existe santidade frouxa ou de meio termo.

É ou não é.

Nós vivemos no meio de um povo incrédulo e cheio de pecados.A igreja não aborda mais as coisas que Deus chama de pecadopor medo de perder seus membros ou de lhe acharem radical.Nós queremos ser “santos” e ao mesmo tempo não abrir mãodos nossos pecados. É impossível. Você não pode ser limpo esujo ao mesmo tempo. Especialmente quando falamos em estardiante do Deus santo, que criou o universo.

Santidade é uma decisão a cada hora, entre “sim” e “não”.  “Sim” ao Espírito e “não” à carne ou “sim” a carne e “não” aoEspírito. Santidade é uma decisão de não contaminar-se. 

Daniel 1.8; Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se.

Daniel resolveu. Foi uma decisão. Não foi algo quesimplesmente aconteceu, mas ele decidiu. Deus nos purifica e

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nos perdoa, mas nós temos que decidir continuar naquelapureza e perdão. Você tem que resolver manter sua santidade.

É uma questão de sim ou não. E eu sei que você sabe do queestou falando. Cada um de nós é confrontado comoportunidades de pecar a cada dia. Mas a decisão de secontaminar ou não é sua.

Se você se lembra da história de Daniel e seus três amigos,Sadraque, Mesaque e Abed-nego, você lembra deles tercomeçado meio diferentes na Babilônia. Eles foram levadospara ser treinados para servirem ao rei. Chegando lá eles foram

bem treinados a comeram da comida da mesa do rei. Mas eles,por não saberem se a comida ou o vinho tinha sido oferecidoaos ídolos, se recusaram a comer aquilo. Isso depois que elesdecidiram não contaminar-se. Era algo meio simples, nada a vercom o ponto de vista de alguns; pois, pensando bem, ainda quefosse oferecido aos ídolos, e daí? Eles sabiam que os ídolos sãodeuses falsos, logo podiam muito bem ter orado a Deus parapurificar e até abençoar a comida.

Eu nunca comi na mesa de um rei, mas eu posso imaginar o queé servido, e negar essa “benção” seria difícil mesmo. Mas elesse mantiveram firmes e pediram verduras. Para todos lá deveter parecido uma loucura, mas sempre dedicação a Deus pareceloucura para aqueles que não são dedicados, até na própriaigreja.

Mas naquele momento, aquela decisão definiu quem eles eram ecomo eles iam agir na Babilônia. Eles eram compromissados edecididos. E ainda bem, pois mais tarde eles seriam provadoscom algo bem mais difícil do que rejeitar uma comida, eles iamencarar a própria morte.

Dan 3.1-6: “O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro devinte e sete metros de altura e dois metros e setentacentímetros de largura e a ergueu na planície de Dura, na

  província da Babilônia. 2 Depois convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os

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  juízes, os magistrados e todas as autoridades provinciais, paraassistirem à dedicação da imagem que mandara erguer. 3 Assim

todos eles, sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros,tesoureiros, juízes, magistrados e todas as autoridades

 provinciais se reuniram para a dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor mandara erguer, e ficaram em pé diante dela. 4Então o arauto proclamou em alta voz: "Esta é a ordem que lhesé dada, ó homens de todas as nações, povos e línguas: 5 Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, daharpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música,

  prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei 

Nabucodonosor ergueu. 6 Quem não se prostrar em terra e nãoadorá-la será imediatamente atirado numa fornalha emchamas."  

Uma coisa é dizer o que você faria numa situação hipotética,outra coisa é o que fazer quando a situação já está teencarando. Falar é fácil. Então temos os três, Sadraque,Mesaque e Abed-nego, diante de uma decisão, o que vão fazer?

Chegou o momento, e a música tocou. O que vão fazer? Vão seprostrar com o resto ou se manter em pé? Enquanto todos seajoelharam, Sadraque, Mesaque e Abed-nego permaneceramem pé. Imagine a cena, não tem como se esconder. Não temcomo fingir que você pensava que seria outra música que iamtocar. E com todos olhando, eles não se mexeram.

 “Eu não acredito. Você está louco? Você não entendeu o que orei falou? Ele vai te matar. Se abaixa logo!” 

E aqueles ao redor deles começam a puxar nas suas roupastentando obrigá-los a se abaixar. E isso é o que o mundo, osnossos amigos e as nossas famílias fazem. Quando nósdecidimos viver para Deus, tomar uma postura de santidade,eles tentam nos puxar para baixo, porque a verdade é que eles já estão prostrados. E o problema é que enquanto você está empé, os outros têm que reconhecer que estão prostrados.

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Se todos nós estamos prostrados, ninguém é mais alto do queo outro e assim é confortável. No mínimo achamos conforto na

companhia dos outros, mas na hora que alguém acorda e veruma geração inteira prostrada diante de falsos deuses, dosprazeres carnais deste mundo, e decide ficar de pé, a festaacaba. Nos sentimos incomodados. “Quem ele pensa que é? Elese acha melhor que nós?” E assim fazemos tudo para convencê--lo a se juntar mais uma vez conosco no chão, pois se todosestão prostrados, como vão dizer que somos errados?

Ameaçados de morte, eles não se ajoelharam; mas,

permanecerem de pé. Como já falei, não era uma decisão dahora, era algo que eles determinaram anos antes quandodecidiram não comer a carne ou beber o vinho da mesa do rei. Eisso nós temos que entender, decisões importantes que nostornam heróis não são espontâneas, mas são continuação depequenas decisões que tomamos bem antes. Sadraque,Mesaque e Abed-nego não decidiram de repente viver por Deus.Eles decidiram há anos e nas pequenas coisas.

São as pequenas decisões que determinam as nossasgrandes decisões. Elas são o nosso campo detreinamento.

Eles estavam dispostos a morrer pela verdade. Que louco! O queganharão com isso? Mas eles estavam decididos, determinadosa viver e morrer por Deus. Eles preferiam morrer comintegridade a viver em iniquidade.

Nós falamos que queremos ser santos e declaramos quemorreremos por Ele. Mas como achamos que morreremospor Ele enquanto nem vivemos por Ele? A verdade é: nãomorreremos por Ele. Na hora da prova negaríamos o nossoSenhor. Pois é isso que fazemos a cada dia, nas pequenascoisas, nas mínimas tentações que não achamos força suficientepara resistir. Nós não achamos força porque não buscamos,porque gostamos do nosso pecado, mas no fim esperamos porum milagre, que Deus tenha misericórdia de nós, que nos use

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aqui na terra e no fim nos deixe entrar no céu. Enquanto issovivemos cada dia negando Ele diante de um mundo que está

nos observando. Cada vez que optamos por dizer “sim” aopecado, dizemos “não” a Deus e à santidade, e negamos Ele.Cada vez que optamos por pecar em vez de negar a nossa carnefalamos para este mundo que nosso Deus é um “banana”. QueEle não se importa com o que fazemos. Que podemos fazer oque quisermos, pois Ele é um frouxo e aceita tudo o que vempara ele sem reclamar. Mostramos um Deus de brincadeira enão o santo, santo, santo, que Isaías viu. Santidade éimportante para aquele que representa um Deus santo, pois ele

entende que a sua vida é Dele.

Santidade não é morrer pela a verdade, mas viver naverdade.

8

O processo do Chamado 

Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei,e quem há de ir por nós? 

Agora chegamos ao tão esperado momento, o chamado. Masvamos recordar o que aconteceu antes do chamado: “A quemenviarei, e quem há de ir por nós?” ; antes da resposta.

•  Isaías viu Deus, viu QUEM ELE É: “Santo, santo, santo éo Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da suaglória”. 

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•  Isaías viu Isaías. “Ai de mim! Estou perdido! Porque souhomem de lábios impuros”. (Isaías viu Deus primeiro e

por consequência seus pecados se tornaram óbvios.)•  Isaías viu seu povo como eles realmente eram: “...habito

no meio de um povo de lábios impuros”. 

•  Deus mandou colocar uma brasa viva na boca dele operdoando e o purificando.

Antes do chamado veio a preparação. Deus nãosimplesmente chamou Isaías. E Ele não simplesmente nos

chama. Antes de ser o porta-voz do Senhor, temos queentender QUEM é o Senhor e como Ele é; a fim de vermos adiferença infinita entre Ele e nós. Temos que saber quem nóssomos e como somos totalmente dependentes Dele paratudo. Temos que ser purificados para poder verdadeiramenterepresentar um Deus puro, santo e vivo.

Isto é o antes do “DEPOIS DISTO...” 

Só depois que Isaías passou por esse processo com Deus veioo chamado:

“A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” 

Quando Isaías respondeu: “Eis me aqui” , ele não estavasimplesmente falando: “Eu estou disposto” , mas: “Eu estou

 pronto.”  

Você está pronto?

Mais uma coisa, antes de você começar gritar em direção aocéu, saiba que: Deus prepara e Deus chama, masraramente Deus revela o custo a ser pago para servi-lo. 

Quando Jesus está sobre as águas e Ele te chama, Ele não tefala como será, ou como vai funcionar. Quando ele te chamapara outro país, Ele nem sempre te fala como você vai comer oudormir. Quando Deus te chama para o ministério, Ele não te fala

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como será; sobre o “preço”, as decepções que você terá, astraições. Ele simplesmente chama, e você tem que decidir

confiar, ir ou ficar. A maioria fica, e, por isso, a maioria não éusada por Deus.

Vale a pena pagar o preço. Ainda que difícil, vale a pena olharpara trás e ver que Deus te usou. Não existe preço alto demaispor isso. Seja o preço que for, vale a pena pagá-lo.

“A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” 

Se Deus chamar, você vai poder responder? Você está pronto?

“Eis-me aqui, envia-me a mim.”