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_____________________________________________________________________________________ Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Júlio Julinho Marcondes de Moura” CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL BRUNO LOPES MARCIANO JOSE ANTÔNIO DOS SANTOS QUICK SHIFTER PARA MOTOCICLETA GARÇA 2018

CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL · 3 RESUMO - Este trabalho tem sua origem nos conteúdos estudados no curso de tecnologia em Mecatrônica Industrial. Aliados a esse

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  • _____________________________________________________________________________________

    Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Júlio Julinho Marcondes de Moura”

    CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

    BRUNO LOPES MARCIANO

    JOSE ANTÔNIO DOS SANTOS

    QUICK SHIFTER PARA MOTOCICLETA

    GARÇA

    2018

  • 2

    _____________________________________________________________________________________

    Faculdade de Tecnologia de Garça “Deputado Júlio Julinho Marcondes de Moura”

    CURSO DE TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA INDUSTRIAL

    QUICK SHIFTER PARA MOTOCICLETA

    Bruno Lopes Marciano1

    [email protected]

    José Antonio dos Santos¹

    [email protected]

    Edson Mancuzo2

    [email protected]

    Trabalho de conclusão de curso apresentado à

    Faculdade de Tecnologia de Garça – FATEC,

    como requisito para a conclusão de Curso de

    Tecnologia em Mecatrônica Industrial examinado

    pela seguinte comissão de professores.

    Data de Aprovação: ___/___/___

    GARÇA

    2018

    1Alunos do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial – FATEC-Garça 2Docente da FATEC-Garça

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • 3

    RESUMO - Este trabalho tem sua origem nos conteúdos estudados no curso de

    tecnologia em Mecatrônica Industrial. Aliados a esse conteúdo está a questão de

    que os fabricantes de motocicletas perceberam que as trocas de marchas poderiam

    se tornar um fator decisivo nas pistas de corrida, surgiu então o sistema QUICK

    SHIFTER, assistente eletrônico que por ser simples e de fácil adaptação a um

    câmbio tradicional também passou a ser utilizado em motocicletas de uso urbano. O

    assistente eletrônico deixa a troca de marcha mais rápida do que qualquer piloto é

    capaz de realizar, por eliminar o uso da embreagem e da necessidade de aliviar o

    acelerador para a mudança. Através desse sistema eletrônico, ao se pressionar o

    pedal de câmbio é cortada a ignição da moto por uma fração de segundos e a

    marcha superior é alcançada. Espera-se que o projeto venha atender as

    motocicletas de baixa e média cilindrada com excelente desempenho.

    Palavras-chave: Automação. Mecatrônica. Motocicleta. Quick Shifter.

    Abstract: This work has its origin in the contents studied in the technology course in

    Industrial Mechatronics. Related to there issues there is the question that the

    motorcycle years motorcycle manufacturers realized that the shifting could become a

    decisive factor in the race tracks, then the quick shifter system appeared, which,

    being simple and easy to adapt to a traditional exchange, was also used on

    motorcycles of urban use. The electronic assistant leaves the gear change faster

    than any rider is able to accomplish, by eliminating the use of the clutch and the need

    to relieve the accelerator for the change. Through an electronic system, pressing the

    foot switch will cut the ignition of the motorcycle for a fraction of seconds and the top

    gear is reached. It is expected that the project will meet low and medium capacity

    motorcycles with excellent performance.

    Keywords: Automation. Mechatronics. Quick Shifter. Motorcycle.

  • 4

    1. INTRODUÇÃO

    1.1. APRESENTAÇÃO.

    Utiliza-se o termo Mecatrônica no desenvolvimento de sistemas que envolvem

    a mecânica, a informática e a eletrônica de forma conjunta. A junção destas três

    áreas tem como objetivo o desenvolvimento de sistemas que venham otimizar

    produtos e processos, possibilitando soluções de problemas que tenham a

    necessidade de movimentos repetitivos e precisos, velocidade e força. O trabalho de

    pesquisa, QUICK SHIFTER, foi desenvolvido em formato de artigo científico e

    protótipo, para ser apresentado como trabalho de conclusão de curso de Tecnologia

    em Mecatrônica Industrial, da Fatec Garça. A motivação para seu desenvolvimento é

    contribuir para o setor automotivo, em específico, motocicletas de baixa cilindrada,

    com um dispositivo de mesma eficiência e qualidade se comparado aos já existentes

    no mercado para motos de alta cilindrada.

    1.2. PROBLEMA DE PESQUISA.

    Com o avanço da tecnologia, preparadores de motocicletas observaram que

    pequenos ajustes geravam vantagens sobre a moto que está ao lado, e garantiam

    sua chagada a frente. Esta é a realidade no desenvolvimento de motocicletas

    esportivas existentes na Moto-GP que é a categoria principal do campeonato

    mundial de motovelocidade e em outras categorias de competição que disputam

    frações de segundo a cada inovação.

    Nos últimos anos as fabricantes perceberam que as trocas de marcha

    também precisavam de mais atenção e poderiam se tornar um fator decisivo nas

    pistas.

    Com o lançamento das BMW, inicialmente na K 1300 e depois nas S 1000

    RR o sistema de troca rápida de marchas ganhou muita notoriedade. Esse

    sistema foi criado inicialmente por preparadores norte americanos para

    otimizar a aceleração das motos dragsters. (MOTONLINE, 2014, p.1).

    Surgiu o sistema QUICK SHIFTER, que logo foram instalados em

    motocicletas de uso urbano por serem simples e de fácil adaptação a um câmbio

    tradicional. Esse dispositivo já é fabricado no Brasil por equipes de competição do

    motociclismo, porém, tem seu foco apenas para motocicletas de média e alta

    cilindrada e quando importado, também implica em altos custos e tempo de entrega.

    Pensando na evolução e em atender um público que ainda não pode contar com o

  • 5

    dispositivo, foi elaborado o tema para o projeto de um QUICK SHIFTER, capaz de

    oferecer os mesmos benefícios dos já existentes, comparado a conforto e eficiência,

    com um custo reduzido. Os produtos disponíveis “podem ser adquirido a faixa de R$

    1700,00 a R$ 3900,00”. (REVISTA DUAS RODAS, 2016, p.1).

    Para Bayer, ECKHARDT, MACHADO, (2011, p.11), a palavra Automação, no

    latim Automatus, que significa “mover–se por si’’ significa, portanto, dotar um

    equipamento de meios que lhe permitam realizar seu controle automaticamente,

    sem a intervenção humana”.

    Segundo THOMAZINI, DANIEL, (2005, p.222), sensor é o termo empregado

    para designar dispositivos sensíveis a alguma forma de energia do ambiente que

    pode ser luminosa, térmica, cinética, relacionando informações sobre uma grandeza

    que precisa ser medida, como temperatura, pressão, velocidade, corrente,

    aceleração, posição, etc.

    O tema escolhido para este projeto de pesquisa, QUICK SHIFTER, é atual

    está no contexto do curso de Tecnologia em Mecatrônica Industrial, para tanto,

    utilizou-se da programação de sistemas micro controlados, eletrônica digital e

    sistemas mecânicos, o que justifica a relevância acadêmica por contemplar as

    pesquisas relacionadas, e sociais, pois poderá envolver microempresas no auxílio

    do desenvolvimento do sistema eletroeletrônico do projeto e por atender os usuários

    de motocicletas de baixa e média cilindrada.

    1.3. OBJETIVOS GERAIS.

    Desenvolver um dispositivo eletroeletrônico que irá auxiliar a mudança de

    marcha da motocicleta, com eficiência e baixo custo, gerando conforto e otimizando

    o desempenho em motocicletas de competição. Os objetivos gerais incluem otimizar

    a troca de marcha de motocicletas utilizando micro controladores, sensor para

    detectar a pressão exercida sobre o pedal do câmbio e enviar o sinal necessário ao

    micro controlador para realização do processo.

  • 6

    1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.

    Os objetivos específicos incluem:

    Verificar a operacionalidade do sistema;

    Desenvolver um equipamento equiparável aos já existentes no

    mercado, com custos reduzidos;

    Analisar o comportamento e eficácia com uso intenso.

    2. DESENVOLVIMENTO.

    2.1. REFERENCIAL TEÓRICO.

    2.1.1. Motor a combustão.

    A partir do século XVII, o homem começa a desenvolver conceitos para

    construir mecanismos para a geração de força, de forma automática,

    diferente da tração animal ou força humana.

    Em 1860 surge a ideia de construir uma máquina que utilizasse benzeno

    como combustível, e em 1866 a ideia foi concretizada pelo alemão

    NIKOLAUS AUGUST OTTO.

    OTTO, teve a base para desenvolvimento em conceitos de motores a vapor

    que já eram bem difundidos naquela época. O objetivo de Otto era montar um

    sistema que operasse através da mistura ar combustível, onde através da

    explosão são gerados força e movimento. (AUTOCARUP, 2017, p.1).

    Motores a combustão podem ser a etanol, gasolina, gás (GNV), metanol ou

    diesel, são usados pelo homem para diversas finalidades, auxiliando na geração de

    energia elétrica, em automóveis como meio de deslocamento, transporte de cargas,

    no plantio e colheita das lavouras. Como todo mecanismo, seu funcionamento gera

    desgastes e com o passar do tempo sua eficiência diminui. (MONOGRAFIAS

    BRASILESCOLA, p.1, 2017).

  • 7

    2.2. SISTEMAS DE TRANSMISSÃO.

    Automóveis e motocicletas a combustão interna utilizam o sistema de câmbio

    para transmitir torque e potência gerados pelo motor. Essa energia é entregue aos

    eixos primários e secundários dentro da caixa de câmbio e posteriormente, a

    transmissão final é dada por corrente na maior parte das motocicletas. A caixa de

    transmissão ainda conta com sistema de embreagem que é responsável por auxiliar

    o condutor nas trocas de marchas e principalmente por tirar o veículo da imobilidade.

    Veículos de mesma marca e modelo, com mesmo tempo de uso e quilometragens

    próximas podem apresentar desgastes e funcionamentos diferentes, devido aos

    cuidados e manutenções periódicas de cada veículo. Sendo assim, o sistema

    eletrônico deste trabalho conta com meios para ser utilizado em qualquer

    motocicleta, mesmo que sua manutenção não tenha seguido as recomendações do

    fabricante, (MASADA, 2016, p.1).

    2.3. SISTEMA ELETRÔNICO.

    De modo geral, motores à combustão utilizam Etanol, gasolina, GNV, Metanol

    entre outros como combustível para seu funcionamento. Após o combustível passar

    pelo carburador e ser admitido para o interior da câmara de combustão, a bobina do

    veículo gera uma centelha que é conduzida por um cabo até chegar à vela, que é

    responsável pela explosão interna, gerando energia para o funcionamento do motor

    e deslocamento do veículo.

    No fim dos anos 80 é fabricado o primeiro carro com injeção eletrônica no

    Brasil. A princípio a Unidade de Controle Eletrônico, ECU, era responsável apenas

    pelo controle do sistema de injeção de combustível e ignição. Hoje além do sistema

    de injeção pode-se observar que a ECU efetua o gerenciamento de vários

    dispositivos do veículo como freios, suspensão, direção, e muitos outros. Todo esse

    avanço tecnológico também está embarcado em algumas motocicletas que possuem

    freios ABS, sistema eletrônico de suspensão, controle de largada e outros

    dispositivos para facilitar ou auxiliar o condutor, tudo gerenciado pela ECU.

    (CONTESINI, 2017).

    O avanço da informática, elétrica e eletrônica proporcionou uma rápida

    evolução no desenvolvimento de equipamentos de entretenimento, automóveis,

    motocicletas e outros. Os atuais meios de transportes, sejam eles coletivos ou

    individuais, são equipados com dispositivos que facilitam seu uso e agilizam seu

  • 8

    deslocamento nas vias e também podem ser monitorados á distancia, com foco em

    comodidade e conforto de seus usuários. Um ponto importante para essa evolução

    são as equipes de pesquisa e desenvolvimento, que estão sempre em sintonia com

    as necessidades do mercado consumidor, e desenvolvem equipamentos, produtos e

    serviços que oferecem melhores resultados.

    3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.

    A metodologia escolhida é a do protótipo Mecatrônico. A Elétrica é composta

    com a parte de fiação elétrica, o dimensionamento das proteções adequadas,

    capacitores, resistores e reles para o projeto, a mecânica conta com um dispositivo

    no pedal de troca de marchas e eixo do câmbio, que terá um interruptor push botton

    que enviará sinais a unidade de controle do sistema e por fim a eletrônica é

    composta por um micro controlador que é responsável por definir o tempo de corte

    da ignição da motocicleta para a realização da mudança de marchas.

    A pesquisa do atual trabalho utilizou como base a construção de um protótipo

    inicial que terá seu diagrama elétrico apresentado na figura 1, foi composto por uma

    placa elétrica confeccionada em Fenolite onde foram feitas as ligações elétricas.

    Esse primeiro protótipo foi utilizado como referência para coleta de dados e

    posteriormente subsidiar a construção do protótipo final. Na imagem 1 também

    pode-se observar o capacitor utilizado no sistema e seu valor foi obtido através de:

    𝑇𝑂 = 𝑅 ∗ 𝐶 ∗ 𝐿𝑛 (𝑉𝑓−𝑉𝑖

    𝑉𝑓−𝑉𝑜𝑢) (1)

    Onde,

    TO= tempo transcorrido para a tensão do capacitor sair de Vi até chegar na tensão

    Vou;

    R= valor do resistor de carga/descarga em ohms;

    C= valor do capacitor em Farads;

    Ln= função logaritmo natural;

    Vf= tensão final sobre o capacitor num tempo infinito;

    Vi= Tensão inicial sobre o capacitor;

    Vou= Tensão objetivo sobre o capacitor no cálculo do tempo To; Considerando,

  • 9

    R= 200 Ω

    C= 200 µF

    Ln= função logaritmo natural;

    VF= 12 v

    VI= 0 v

    Vou= 3,2 v

    Então, TO= 0,025 s

    Figura 1: (protótipo inicial)

    Fonte: ( Os autores, 2018)

    O início dos testes se deu com um capacitor de 200 µf foi encontrado o tempo

    de 0,025 segundos para início dos testes. Após a realização de testes de

    funcionamento deste circuito e confirmação de seu funcionamento, o mesmo foi

    instalado em uma motocicleta de marca HONDA e modelo TITAN 150cc, onde se

    deu, início aos testes práticos para possíveis ajustes no tempo de corte de ignição

    da motocicleta. Com a realização dos testes foi possível aferir que esse protótipo

    teve um pleno funcionamento, (CLUBE DO HARDWARE, p.1, 2013).

    Com os dados obtidos deu-se início ao desenvolvimento do protótipo final,

    apresentado nas figuras 2 e 3, que permite programar o tempo de corte da ignição,

    possibilitando personalizar o projeto para aplicação em diferentes motos. Sua

  • 10

    interface visual é apresentada nas figuras 2 e 3 e o diagrama elétrico está

    representado na figura 4.

    Botões táteis tem um funcionamento simples, porém, no momento do

    acionamento pode haver oscilação no sinal, ruídos e vibrações podendo gerar

    acionamentos indevidos. Para garantir o real acionamento dos botões foi empregada

    uma técnica para eliminar o efeito DEBOUNCE. O sistema tem a função PULL UP

    habilitado para garantir a posição dos botões e também conta com a técnica para

    eliminar o efeito debounce por software e hardware nas teclas de programação e

    debounce por software no sensor do pedal, (Almeida, p.2, 2014).

    A linguagem de programação utilizada é C++ e foi compilada através do

    software CODE WARRIOR 6.3, e desenvolvimento do layout do circuito foi realizado

    com software PCAD 2006.

    Figura 2: (placa do circuito quick shifter).

    Fonte: (Os Autores, 2018).

  • 11

    Figura 3: (Interface de programação do quick shifter).

    Fonte: (Os Autores, 2018).

  • 12

    Figura 3: (diagrama elétrico).

    Fonte: (Os Autores, 2018).

  • 13

    A programação do sistema, representado no fluxograma da figura 4, consiste nos

    seguintes passos:

    Pressione simultaneamente os botões(+ e -) por 3 segundos para entrar em

    modo de programação.

    Led vermelho pisca intermitente pois não há tempo programado

    LEDs verdes indicam circuito ok

    Pressionando o botão + é incrementado 0,025 segundos ao corte da ignição

    Pressionando o botão + é decrementado 0,025 segundos ao corte da ignição

    Após ajustar o tempo de corte da ignição, pressiona-se simultaneamente os

    botões (+ e -) por 3 segundos para gravar e sair do modo de programação.

    Led vermelho apaga-se quando a programação foi salva

    Led vermelho permanece aceso quando a programação não foi salva.

    Figura 4: (Fluxograma de programação).

    Fonte: (Os Autores, 2018)

  • 14

    O funcionamento, representado através do fluxograma da figura 5, ocorre da

    seguinte maneira:

    Após o condutor ter colocado a motocicleta em movimento, em um

    determinado instante ele fará mudança de marcha, então neste momento mantém-

    se a aceleração da motocicleta, e sem utilizar a embreagem, aciona-se o pedal de

    troca de marchas, e um interruptor que está acoplado ao mesmo envia um sinal ao

    sistema. Ao receber o sinal o sistema efetua um corte na ignição por um tempo que

    foi pré-estabelecido durante a programação e calculado em (1). No momento do

    corte e com pedal pressionado, a próxima marcha é engatada e o sistema de ignição

    volta a funcionar normalmente.

    Figura 5: (Fluxograma de funcionamento).

    Fonte: (Os Autores, 2018).

  • 15

    4. RESULTADOS.

    Para início dos testes com o protótipo final foi utilizada uma motocicleta de

    marca Honda, modelo Titan 150 com pouco mais de 40 mil quilômetros rodados.

    O sistema quick shifter foi programado com tempo de corte da ignição em 0,075

    segundos . Pode-se observar que foi possível realizar a mudança de marchas de

    forma esperada. O sistema foi instalado em uma segunda motocicleta de marca

    Honda e modelo Titan com mais de 45 mil quilômetros rodados, utilizando a

    mesma configuração do sistema e, desta vez, foi possível constatar que no

    momento das mudanças ocorriam alguns solavancos e em outros momentos

    houve a necessidade de uma leve diminuição na aceleração para possibilitar a

    mudança de marcha. Com o objetivo de avaliar o funcionamento do sistema e

    coletar uma quantidade suficiente de informações para possíveis ajustes, os

    testes se estenderam até uma terceira motocicleta de marca Yamaha, modelo

    YBR com mais de 65 mil quilômetros rodados. Utilizando a mesma configuração

    empregada nos testes anteriores foi possível aferir que as mudanças de marchas

    foram realizadas de forma normal, sem solavancos ou qualquer outro tipo de

    anormalidade que viesse atrapalhar ou prejudicar a condução da motocicleta.

    Ainda para validação do sistema foi efetuada uma nova programação com tempo

    de corte da ignição de 0,125 segundos. Utilizando-se dessa nova configuração

    todas as motocicletas, acima mencionadas foram submetidas a novos testes que

    comprovaram a eficiência e a intercambiabilidade do protótipo. Mesmo com a

    utilização de um tempo de corte de ignição igual a 0,050 segundos no segundo

    teste, foi observado uma queda mínima de rotação do motor que não gerou

    interferência no desempenho da motocicleta ou desconforto na condução da

    mesma.

    Comparado a outro dispositivo disponível em mercado, temos os

    resultados a seguir:

    QUICK SHIFTER: FABRICANTE GORILLA RACE PARTS

    (GORILLA RACE PARTS, 2016, p.1)

    Três tempos de corte de ignição;

    Funcionamento independente de marca, modelo ou ano da

    motocicleta;

    Corte da ignição realizada na(s) bobina(s);

    Otimização do deslocamento a plena potência;

  • 16

    Custo: R$ 1349,00 (preço de revenda).

    QUICK SHIFTER: fabricado pelos autores deste projeto

    Oito tempos de corte de ignição;

    Funcionamento independente de marca, modelo ou ano da

    motocicleta;

    Corte da ignição realizada na(s) bobina(s);

    Otimização do deslocamento a plena potência;

    Custo aproximado: R$ 400,00 (preço de revenda).

    5. CONCLUSÃO

    Existe uma crescente e constante utilização de novas tecnologias em

    diversos segmentos indústriais como farmacêutico, automotivo, alimentício, têxtil

    entre outros. O desenvolvimento e fabricação de motocicletas seguem a mesma

    linha de desenvolvimento tecnológico dos automóveis, e se pode observar que a

    cada ano. A cada novo lançamento, as motos tem mais tecnologias embarcadas.

    O avanço tecnológico proporcionou o surgimento do sistema quick shifter que

    facilita e otimiza a mudança de marchas da motocicleta sem que o condutor

    precise utilizar a embreagem ou reduzir a aceleração. Após a realização de

    inúmeros de testes utilizando motocicletas de diferentes marcas e modelos e com

    quilometragens e distintas, foi possível aferir o pleno funcionamento do

    dispositivo, deixando as trocas de marchas mais rápidas e confortáveis para o

    condutor. As trocas de marchas foram realizadas da forma esperada, sem a

    utilização da embreagem e sem a diminuição da aceleração. Mesmo quando

    instalado o dispositivo em uma motocicleta com sua configuração inicial, não foi

    possível atingir os objetivos de funcionamento propostos. Percebeu-se a

    simplicidade e objetividade na nova configuração para realização de ajuste e

    posteriormente o objetivo foi alcançado de forma satisfatória e sem interferir ou

    atrapalhar o condutor. Com os dados obtidos pode-se concluir que o dispositivo

    tem pleno funcionamento e é de fácil operação. É intercambiável, podendo ser

    instalado em motocicletas de diferentes marcas e modelos através de mão de

    obra qualificada. O dispositivo teve sua eficácia comprovada através dos testes

  • 17

    realizados e pode atender um público específico que carece do produto no

    mercado, tendo um baixo custo de aquisição.

    6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

    O desenvolvimento do presente estudo foi possível pela busca do

    conhecimento sobre automóveis e motocicletas movidos por motores à

    combustão. Buscou-se também, referenciais teóricos sobre gerenciamento

    eletrônico, sistemas de transmissão além dos conhecimentos obtidos durante o

    curso de Mecatrônica Industrial. A motivação inicial dessa pesquisa se deu pelo

    fato dos autores fazerem uso diário de motocicletas para sua locomoção. Com

    isso, surgiu a idéia e o desafio de se desenvolver como trabalho de graduação

    algo inovador, para atender a exigência institucional. É de grande importância

    destacar que o protótipo quick shifter para motocicleta não está limitado ao que

    foi a apresentado, pois em futuro próximo, trabalhos similares podem agregar

    novas tecnologias, como configuração via bluetooth e mudança de marchas UP e

    DOWN.

    7. REFERÊNCIAS.

    AUTOCARUP. Motores a combustão. São Paulo, 2017. Disponível em:

    . Acesso em: Out. 2018.

    BAYER, Fernando Mariano & ECKHARDT, Moacir & MACHADO, Renato.

    Automação de Sistemas. Disponível em:

    Acesso em: ago. 2018

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    2016. Disponível em: . Acesso em: jul. 2018.

    http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_automacao/oitava_etapa/automacao_sistemas_2012.pdfhttp://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_automacao/oitava_etapa/automacao_sistemas_2012.pdfhttp://blog.masada.com.br/como-funciona-o-sistema-de-transmissao-da-motocicleta/http://blog.masada.com.br/como-funciona-o-sistema-de-transmissao-da-motocicleta/http://blog.masada.com.br/como-funciona-o-sistema-de-transmissao-da-motocicleta/http://blog.masada.com.br/como-funciona-o-sistema-de-transmissao-da-motocicleta/

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    CONTESINI, Leonardo. Afinal o que é ECU? Como elas funcionam?. São Paulo,

    2017. Disponível em: .

    Acesso em: set, 2018.

    DIAS, Anderson.Funcionamento e tipos de caixas de marchas para sistemas de

    transmissão automotivos. Ceará, 2015. Disponível em:

    . Acesso em: Out. 2018.

    DUAS RODAS. Aceleração máxima: as vantagens do sistema quickshifter. Rio de

    Janeiro, 2016. Disponível em:

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    EMBARCADOS. Debounce. 2014. Disponível em:

    . Acesso em: Out.

    2018.

    GORILLA RACE PARTS, Quick shifter evolution gorilla, Belo Horizonte, 2016.

    Disponível em: . Acesso

    em: set. 2018.

    MORENO, Thiago.Os carros pioneiros no brasil. São Paulo, 2014. Disponível em:

    .

    Acesso em: ago. 2018.

    MOTONLINE.Câmbio das motos, como funciona. São Paulo, 2014.Disponível em:

    . Acesso em:

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    Mercadolivre. Quickshifterevolutiongorilla, Belo Horizonte, 2018. Disponível em:

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    2005.

    THOMAZINI, Daniel; ALBUQUERQUE, Pedro Urbano Braga. Sensores industriais

    – fundamentos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Érica, 2005.

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