Construes Lgico Matemticas Aula 01

Construes Lgico Matemticas Aula 05IMES FaficaCurso de Pedagogia 2 AnoProf. MSc. Fabricio Eduardo Ferreirafabricio@fafica.brO Desenvolvimento do PensamentoPara compreender a forma de aprender de uma criana preciso conhecer o processo de seu desenvolvimento cognitivo.Uma criana no um adulto em miniatura.Ela passa por um amadurecimento neurolgico paulatino, que lhe permite fazer novas descobertas a cada dia.Esse desenvolvimento ser to mais rico quanto mais estmulos receber.

A interao com o outro fundamentalpara que a criana construa seu racioccio.VYGOTSKY, Lev. A formao social da mente

Os primeiros momentosA criana, ao nascer, ainda nada conhece do mundo que a cerca. Ela est totalmente a merc de algum que a alimente, aconchegue e faa o elo entre seu psiquismo e o mundo externo.Se observarmos um beb recm-nascido, veremos que nada mais faz alm de movimentar-se em bloco e chorar.Havendo uma pessoa de relao que o coloque em contato com o mundo, ir fazendo suas descobertas aos poucos.

Os primeiros mesesAt os trs meses, aproximadamente, o beb submete-se aos cuidados que recebe, com pouca interao. A partir dessa fase, surge o primeiro sorriso realmente dirigido pessoa que dele se ocupa.SPITZ (1979) denomina este sorriso de o primeiro organizador, pois mostra que a criana est fazendo contato e que est comeando a fazer descobertas em relao a seu meio.At ento, seus movimentos so globais e sem sentido determinado. Depois, o beb comea a dirigir seus movimentos a algo que chama a ateno (tenta agarrar algum objeto, tirar a meia do p, puxa o mbile, etc).

A ausncia da linguagemA criana, porm, ainda no tem linguagem sua disposio; por isso, ainda no pode se comunicar, a no ser atravs do choro, quando algo no lhe apraz. Assim, examina o mundo sua volta atravs dos sentidos.Este perodo, que vai desde o nascimento at os dois anos, aproximadamente, Jean Piaget denomina de sensrio-motor.A criana faz de uso de seus sentidos e dos movimentos para examinar o mundo ao seu redor. Ela pega tudo, sacode, pe na boca, cheira, aperta e joga.

As construes mentais comum observarmos crianas pequenas tentando colocar um objeto maior dentro de um menor, sentar numa minscula cadeira de boneca ou colocar toda uma jarra de suco dentro de um copo, apesar de j estar transbordando h tempo.Vemos que essas noes no so bvias e no existem desde sempre na mente da criana. So construes.

Entre dois e seis anosNesta idade a criana j se locomove, tem domnio da linguagem, mas ainda no tem domnio da lgica formal.No percebe, por exemplo, o raciocnio de identidade, que lhe permitiria observar que as coisas no se alteram quando mudam de posio.Assim quando transvaza lquido de um copo mais largo para um mais estreito, est convicta que h mais lquido no segundo copo.

Outros exemplosQuando brinca de massinha de modelar e parte sua massinha em vrios pedaos, imagina que passa a ter muito mais massa.Acredita que quando vai a p casa de av, a distncia muito mais longa do que quando vai de carro, pois o carro chega mais depressa.28 cm4 cm4 cm4 cm4 cm4 cm4 cm4 cm

O perodo pr-operatrioEste pensamento pr-lgico, Piaget denominou de pr-operatrio, pois as concluses da criana partem de um saber seu, chamado de egocntrico, que nada tem a ver com a realidade em si, uma vez que ela ainda no consegue perceber os fatos fsicos tais como eles so. normal que o funcionamento mental da criana seja assim nessa idade; entretanto, at os sete anos, seu raciocnio j ter sido desenvolvido a tal ponto que as questes pr-lgicas no lhe causem mais dvidas.

?O qu se espera ?A criana dever ter certeza que as quantidades no se alteram, apesar da modificao de suas formas;Precisar ter desenvolvido as noes de grandeza e de temporalidade;Esta segurana dar a ela razoveis garantias de sucesso numa aprendizagem formal, como a que lhe ser exigida na aprendizagem acadmica.

H a mesma quantidade de lpis e canetas?Qual dos dois pratos ocorreu primeiro?O qu se verificaVemos na prtica, porm, que a criana pode chegar aos sete anos ainda com o raciocnio totalmente pr-lgico.Isto se d em virtude da estimulao insuficiente que recebeu na fase dos dois aos seis anos, em relao estruturas lgicas.As escolas tradicionais tendem a dar mais importncia a um currculo de contedos a serem vencidos, em detrimento da construo do pensamento lgico.

Por qu isto ocorre?Um desconhecimento dos processos de estruturao cognitiva das crianas.Muitos responsveis por escolas no conhecem as fases de construo do pensamento de uma criana e organizam o currculo por aquilo que consideram mais importante, a partir de seu ponto de vista.Este, porm, de um adulto, e um adulto no pode, sem um embasamento terico adequado, compreender como se d o funcionamento do pensamento infantil.Muitas vezes, temos um currculo totalmente inadequado para a fase em que a criana encontra-se; este , consequentemente, estril.

Por qu isto ocorre?b)A competitividade entre escolas.No intuito de angariar mais alunos, importante mostrar aos pais que so dados muitos contedos; os pais, como leigos, desejando o melhor para seus filhos, concordam que esta a melhor maneira de ensinar.Entretanto, sem a construo da estrutura lgica, esses contedos caem num terreno rido, e a nica aprendizagem que se faz uma aprendizagem mecnica.

Por qu isto ocorre?c)Os materiais que estruturam o raciocnio so ldicos, basicamente.A escola, por falta de conhecimentos aprofundados, tem dificuldade em explicar aos pais por qu a criana vem escola brincar.Na verdade, ela no est brincando por brincar, ela est fazendo uma importante construo, que vai embasar toda a aprendizagem futura.Os pais, se soubessem da real importncia dessas atividades, certamente as aprovariam; entretanto, mais uma vez por desconhecimento da escola, este conhecimento no dado a eles.

Por qu isto ocorre?d)Os professores, em cursos de reciclagem, frequentemente, recebem estas informaes, mas no conseguem p-las em prtica.A escola cobra que o currculo proposto seja vencido, e os professores alegam que o tempo pouco para fazer a construo do raciocnio e vencer o currculo.Estes, para manterem o emprego, optam por vencer o currculo.

Concluses finaisQuestes desse gnero contribuem para a situao vigente: o fato das crianas frequentarem as sries iniciais com grandes falhas lgicas. possvel encontrar crianas num sexto ano do Ensino Fundamental que ainda no conseguem organizar elementos por ordem de tamanho, diferenciar classe de subclasse ou compreender a interseo de classes.Estas dificuldades, invisveis para quem no capaz de analisar a estrutura lgica, so a causa de grande nmero de dificuldades de aprendizagem observveis em nossas escolas.O qu fazer ?Para sanar essas dificuldades, fundamental preparar melhor nossos professores de Educao Infantil, para que tenham a noo da importncia de estimular a criana para que construa a estrutura lgica.Ela curiosa, seu crebro apresenta bastante plasticidade, e as atividades apresentadas so desafiadoras, pois levam a criana a encontrar solues diante os problemas apresentados.

Para RefletirComente, historicamente, a afirmao: A criana no um adulto em miniatura.Como um recm-nascido interage com seu meio?De acordo com Spitz, qual a importncia do sorriso organizador?Um adulto viajou para outro planeta totalmente diferente daquele que conhecemos. Supondo que as condies vitais para o adulto estejam satisfeitas, como voc supe que ele iria assimilar este novo mundo?Cite alguns equvocos observados em crianas na fase pr-lgica. Por qu estas se comportam deste modo?Mriam fez uma barrinha de massa de modelar. Depois contou-a em pedacinhos e disse sua professora que estava com mais massinha de modelar. Como a professora deve intervir para auxiliar Mriam em realizar uma construo mental adequada neste caso?Segundo Piaget, o qu caracteriza o egocentrismo?Quais construes mentais se espera de uma criana com sete anos de idade?Qual a principal causa de crianas com sete anos ainda situarem-se na fase pr-lgica?Argumente sobre alguns empecilhos observados atualmente nas escolas de Educao Infantil, que impedem o bom desenvolvimento de estruturas lgicas.