Concepções alternativas e Ensino de Ciências · PDF fileNão há uma noção única de construtivismo! Existem diversas concepções e ideias

  • Upload
    buikhue

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • Concepes alternativas

    e Ensino de Cincias

    Prof Tathiane Milar

  • O que construtivismo?

  • No h uma noo nica de construtivismo! Existem diversas concepes e ideias

  • Construtivismo campo epistemolgico (filosfico)

    Superao do Empirismo

    Reflexo sobre o processo de construo da Cincia

    O conhecimento construdo, progressivamente, pelas interaes que estabelecemos

    As teorias precedem as observaes, influenciando-as

    Cincia: no linear; processo dinmico; sujeito a mudanas

  • Construtivismo Educacional

    Estudos de Piaget

    Marco: Movimento das Concepes Alternativas (MCA) dcadas de 70 e 80

  • Cincia Prtica Docente

    Como ensinar Cincias

    Uso da experimentao

    Avaliao

    Ensino-aprendizagem

  • ...de uma tradio centrada na transmisso de conhecimentos cientficos prontos e

    verdadeiros para alunos considerados tbulas rasas, o processo de ensino-aprendizagem de

    cincias e qumica, no caso, passa a ser concebido, a partir dos anos 80, sob

    orientaes construtivistas, cuja tnica passa a residir na construo e reconstruo ativa do conhecimento por parte do sujeito humano.

    SCHNETZLER, R. P.; ARAGO, R.M.R. Importncia, sentido e contribuies de pesquisas para o Ensino de Qumica. Qumica Nova na Escola. n.1, maio, p.27-31, 1995.

  • Alguns consensos construtivistas

    O aluno deve participar ativamente das atividades de ensino para sua aprendizagem.

    importante que o professor conhea as ideias de seus alunos.

    O dilogo possui um papel importante nos processos de ensino e aprendizagem.

  • MCA: alguns consensos

    Os alunos constroem por si mesmos uma variedade de teorias (concepes) acerca das coisas da natureza.

    As concepes frequentemente so diferentes das cientficas.

    As idias dos alunos so resistentes a mudanas, funcionam como obstculo aprendizagem escolar.

    O ensino escolar tem sido ineficaz em fazer com que os alunos construam conceitos cientificamente aceitos.

  • [...] Peguei um bquer transparente cheio de gua. Mergulhei a batata ainda presa na extremidade da mola nessa gua. O

    indicador da mola estava sem carga. A eu perguntei para a

    turma: por que isso ocorreu? Esperava aquela resposta

    clssica: o empuxo da gua devia fazer com que a batata

    flutuasse, como ocorre quando a gente est numa piscina

    ou numa banheira. Pois bem, antes desse tipo de resposta

    acontecer, um menininho de nove anos afirmou: isso

    ocorreu porque a gravidade no atravessa a gua. Fiquei

    espantado [...] com o modelo que aquele menino havia

    construdo sobre a gravidade[...]

    ZANETIC, J. Cincia, seu desenvolvimento histrico e social implicaes para o ensino. In: SO PAULO. Secretaria da Educao. CENP. Cincias na escola de 1 grau: textos de apoio Proposta Curricular. So Paulo:SEE, 1990, p.7-19.

  • Estados Fsicos da Matria

    Confuso com transformao qumica

    Gases no possuem massa

    Ideia de que as molculas mudam de estado, tm cor, etc.

  • Astronomia

    O Planeta no esfrico e no est no espao

    O Planeta plano e o cu paralelo

    A Terra no a fonte da fora gravitacional

    A Terra esfrica, oca e as pessoas vivem dentro dela

    A gravidade est relacionada presena de atmosfera.

  • Astronomia Nos resultados do estudo realizado com uma amostra de dezessete

    professores de Cincias entre 5 e 8 sries da rede pblica de ensino de So Paulo, Leite (2002) mostra que a maioria deles

    concebe a Terra como um objeto plano, bem como o Sol, a Lua e as estrelas. Outros entendem uma Terra esfrica, porm com um

    achatamento exagerado nos plos. Quanto aos fenmenos astronmicos, tais como dia e noite, estaes do ano, eclipses e

    fases da Lua, observou-se excessiva dificuldade na articulao das respostas. Por exemplo, desde uma Lua que no gira at uma Lua com movimento de rotao tal que mostraria todas as suas faces.

    (p.4)

    LANGHI, R.. Idias de senso comum em Astronomia. In: Laerte Sadre Jr.; JaneGregorio -Hetem; Raquel Shida. (Org.). Observatrios Virtuais. So Paulo: Institutode Astronomia, Geofsica e Cincias - USP, 2005, v. CDROM, p. 1-9.

  • O entrevistador fornecia um lpis e papel em branco e solicitava para que o sujeito, alm de descrever como

    achava ser o planeta, elaborasse um desenho do mesmo. A partir do desenho outras questes eram

    formuladas, como por exemplo:

    - Onde ns estamos neste desenho?

    - E o astronauta?

    - - E as nuvens?

    - Se o astronauta soltar uma pedra de suas mos, o que acontece?

    NARDI, R.; CARVALHO, A.M.P. Um estudo sobre a evoluo das noes de estudantes sobre espao, forma e fora gravitacional do planeta Terra. Investigaes em Ensino de Cincias, v.1, n.2, p.132-144, 1996

  • NARDI, R.; CARVALHO, A.M.P. Um estudo sobre a evoluo das noes de estudantes sobre espao, forma e fora gravitacional do planeta Terra. Investigaes em Ensino de Cincias, v.1, n.2, p.132-144, 1996

  • NARDI, R.; CARVALHO, A.M.P. Um estudo sobre a evoluo das noes de estudantes sobre espao, forma e fora gravitacional do planeta Terra. Investigaes em Ensino de Cincias, v.1, n.2, p.132-144, 1996

  • Categorias de noes sobre a forma e gravidade da Terra. Fonte: Panzera e Thomaz (1995)

    LANGHI, R.. Idias de senso comum em Astronomia. In: Laerte Sadre Jr.; JaneGregorio -Hetem; Raquel Shida. (Org.). Observatrios Virtuais. So Paulo: Institutode Astronomia, Geofsica e Cincias - USP, 2005, v. CDROM, p. 1-9.

  • Energia

    Conceito complexo e abstrato

    Popularizao do termo:

    Nescau, energia que d gosto!

    Concepo antropocntrica, em que a energia aparece associada somente com objetos vivos

    Energia armazenada ou vista como sendo um agente causal armazenado em certos objetos (reservatrio)

    Energia associada fora e movimento

    Energia como combustvel

    Energia como um fluido, um ingrediente ou um produto

  • Exemplos de concepes alternativas

    Calor e temperatura

    Calor e temperatura so a mesma coisa

    Existem dois tipos de calor, frio e quente

    Temperatura pode fluir de uma substncia para outra

    A temperatura de um objeto depende de seu tamanho

    Os alunos usam o termo "contm de quente e frio

  • Exemplos de concepes alternativas em Qumica

    Qumica e Energia

    Uma vela acesa endotrmica, uma vez que o calor necessrio para iniciar a reao

    Formar uma ligao requer energia e a quebra de ligao libera energia

    Energia como um reagente

    TASTAN, ZGECAN; YALINKAYA, EYLEM; BOZ, YEZDAN. Effectiveness of Conceptual Change Text-oriented Instruction of Students Understanding of Energy in Chemical Reactions. Journal of Science Education and Technology, v.17, n.5, 2008.

  • Equilbrio Qumico

    As velocidades das reaes sempre aumentam ao longo do tempo.

    As concentraes dos reagentes e produtos no equilbrio esto relacionadas por simples

    aritmtica (exemplo: as concentraes so iguais quando o coeficiente da equao coincide).

    As mudanas nas condies de equilbrio aumentam a velocidade de reao direta e

    diminuem a inversa.

    HACKLING, MARK; GARNETT, PATRICK. Misconceptions of chemical equilibrium. International Journal of Science Education, v.7, n.2, p. 205-214, 1985.

  • Quais as possveis causas dessas concepes alternativas?

    a) a influncia das experincias fsicas cotidianas; b) a influncia da linguagem cotidiana (oral e escrita), que

    usamos no nosso dia-a-dia, nas nossas relaes interpessoais, como tambm da linguagem dos meios de comunicao

    (rdio, TV, cinema, livros etc.); c) a existncia de graves erros conceituais em alguns livros

    didticos; d) as idias alternativas dos professores;

    e) a utilizao de estratgias de ensino e metodologias de trabalho pouco adequadas.

  • Os estudantes possuem concepes alternativas resistentes mudana.

    Como concepes alternativas podem ser transformadas ou

    substitudas?

  • Modelos de Ao Didtica

    Principal: Modelo da Mudana Conceitual

    Posner (1982) Mudana Conceitual Mudana de Paradigma

    de Kuhn

    Conflito Cognitivo Anomalia

    Hewson & Thorley (1989) Concepes alternativas

    Concepes cientficas (mais plausveis)

  • Mudana Conceitual: condies necessrias

    1. Insatisfao com os conceitos existentes (Incapacidade de resolver problemas, compreender situaes).

    2. Nova concepo inteligvel (claro, perceptvel, compreendido).

    3. Uma nova concepo deve aparecer como verossmil (plausvel, coerente).

    4. O novo conceito deve sugerir a possibilidade de um programa de investigao frutfero.

  • Mudana Conceitual = Aprender Cincia

    Contexto

    Consenso acerca de seu significado?

    A exemplo do que ocorre com 'construtivismo', 'mudana conceitual' se torno um rtulo a

    cobrir um grande nmero de vises diferentes e, at, inconsistentes.

  • Esse grande sucesso do programa de pesquisa

    construtivista levou os mais entusiastas a

    falarem em uma "fase prparadigmtica das

    pesquisas em educao cientfica. Antes que

    pudesse evoluir para num paradigma, o

    construtivismo comeou a dar sinais de

    esgotamento.

    Mortimer, 1996

  • Construtivismo: sinais de esgotamento

    Esgotamento das pesquisas sobre concepes alternativas

    Nmero razovel de artigos na literatura criticando aspectos filosficos, psicolgicos e pedaggicos do construtivismo

    "um modelo construtivista de aprendizagem no tem como consequncia lgica um