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1 ALTERAÇÕES NA LEI 8069/90 (ECA): PROPOSTAS DE AMPLIAÇÃO DO PRAZO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO RESUMO DOS 18 PRINCIPAIS PROJETOS DE LEI EM TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL – JUNHO/2013 Comentários : Márcio R. Oliveira Promotor de Justiça junto à Vara de Atos Infracionais e Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente de Belo HorizonteMG Inviável Questionável Plausível Projeto de Lei/Autor Proposições Comentários 1. PL 5454/2013 Dep Andreia Zito (PSDBRJ) PROPOSTA GERALDO ALCKMIN Estabelece como circunstância agravante a participação de menor na realização de crime; aplica o Estatuto do Menor e do Adolescente em casos excepcionais aos maiores até 26 anos de idade; fixa normas para a internação em Regime Especial de Atendimento em estabelecimento educacional com maior contenção com prazo máximo de oito anos. Cria a MSE de internação na modalidade de Regime Especial de Atendimento, com maior contenção e limite máximo de até 08 anos, aplicável nas seguintes hipóteses: atos infracionais análogos a crimes hediondos previstos nos incisos I a VI do art. 1 o da Lei 8072/90; a partir dos 18 anos (se menor de 18 ao iniciar a MSE e a medida decorre de ato análogo a crime hediondo, passa automaticamente ao regime especial ao completar 18; somente depois haverá avaliação por equipe multidisciplinar e avaliação judicial para manter ou não o regime especial). também poderá ser incluído no regime especial o maior de 18 anos em cumprimento de MSE de internação, ainda que decorrente de ato não A correlação com crimes hediondos pode ser exagerada. Talvez seja menos mais adequado restringir os casos de internação por prazo mais amplo aos atos infracionais consumados ou tentados que impliquem ofensa à vida e/ou lesões corporais graves (homicídio simples e qualificado, latrocínio, estupro com morte, etc...) O PL tem redação muito confusa e não apresenta de forma clara as hipóteses de inclusão no chamado regime especial de atendimento (ora fala em reiteração em atos hediondos, ora não fala; não está

Comentários Promotor&deJustiça&junto&à&Vara&deAtos ... · ! 3! émais!gravosa,!somentepoderia!ser! autorizadamediante!préviadecisão judicial,!ao!invés!de!ser!determinada!à!

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ALTERAÇÕES  NA  LEI  8069/90  (ECA):  PROPOSTAS  DE  AMPLIAÇÃO  DO  PRAZO  DA  MEDIDA  SOCIOEDUCATIVA  DE  INTERNAÇÃO  RESUMO  DOS    18  PRINCIPAIS    PROJETOS  DE  LEI  EM  TRAMITAÇÃO  NO  CONGRESSO  NACIONAL  –  JUNHO/2013  

 Comentários  :  Márcio  R.  Oliveira    -­‐  Promotor  de  Justiça  junto  à  Vara  de  Atos  Infracionais  e    

Centro  Integrado  de  Atendimento  ao  Adolescente  de  Belo  Horizonte-­‐MG  Inviável  Questionável  Plausível  

Projeto  de  Lei/Autor   Proposições   Comentários  

1.  PL  5454/2013  

Dep  Andreia  Zito  (PSDB-­‐RJ)  

PROPOSTA  GERALDO    ALCKMIN  

Estabelece  como  circunstância  agravante  a  participação  de  menor  na  realização  de  crime;  aplica  o  Estatuto  do  Menor  e  do  Adolescente  em  casos  excepcionais  aos  maiores  até  26  anos  de  idade;  fixa  normas  para  a  internação  em  Regime  Especial  de  Atendimento  em  estabelecimento  educacional  com  maior  contenção  com  prazo  máximo  de  oito  anos.  

è Cria  a  MSE  de  internação  na  modalidade  de    Regime  Especial  de  Atendimento,  com  maior  contenção  e  limite  máximo  de  até  08  anos,  aplicável  nas  seguintes  hipóteses:    

-­‐ atos  infracionais  análogos  a  crimes  hediondos  previstos  nos  incisos  I  a  VI  do  art.  1o  da  Lei  8072/90;  

-­‐ a  partir  dos  18  anos  (se  menor  de  18  ao  iniciar  a  MSE  e  a  medida  decorre  de  ato  análogo  a  crime  hediondo,    passa  automaticamente  ao  regime  especial  ao  completar  18;  somente  depois  haverá  avaliação  por  equipe  multidisciplinar  e  avaliação  judicial  para  manter  ou  não  o  regime  especial).  

-­‐ também  poderá  ser  incluído  no  regime  especial  o  maior  de  18  anos  em  cumprimento  de  MSE  de  internação,  ainda  que      decorrente  de  ato  não  

Ø A  correlação  com  crimes  hediondos  pode  

ser  exagerada.  Talvez  seja  menos  mais  

adequado  restringir  os  casos  de  

internação  por  prazo  mais  amplo  aos  atos  

infracionais  consumados  ou  tentados  que  

impliquem  ofensa  à  vida  e/ou  lesões  

corporais  graves  (homicídio  simples  e  

qualificado,  latrocínio,  estupro  com  

morte,  etc...)  

Ø O  PL  tem  redação  muito  confusa  e  não  

apresenta  de  forma  clara  as  hipóteses  de  

inclusão  no  chamado  regime  especial  de  

atendimento  (ora  fala  em  reiteração  em  

atos  hediondos,  ora  não  fala;  não  está  

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  hediondo,  quando  participar  de  motins  ou  rebeliões  com    destruição  de  patrimônio  ou  fazendo  reféns  (nesse  caso,  presume-­‐se  mantido  o  limite  de  3  anos  ou  21  anos  de  idade).  

è  Doença  mental:  modifica  a  Lei  do  SINASE  (art.  64)  para  facultar  ao  juiz  extinguir  a  MSE,  excepcionalmente,  e  determinar  tratamento  ambulatorial  ou  internação  compulsória  por  prazo  indeterminado,  com  base  na  Lei  10216/2001,  sujeita  a  reavaliações  semestrais.  

èConsidera  como  agravante  genérica  a  conduta  do  adulto  quando  pratica  crime  com  participação  de  menor  de  18  anos  de  idade.  

claro  se  este  regime  pode  ou  não  ser  o  

regime  inicial  para  o  autor  de  ato  

hediondo  menor  de  18  anos).  

Ø Também  não  está    claro    se  este  regime  

especial  seria  obrigatório  ou  não  para  

todos  os  autores  de  atos  hediondos  ou  se,  

caso  menor  de  18  na  data  do  ato,  seria    

facultativa  a  inclusão  em  tal  regime.  

Ø Considerar  a  participação  em  motins  e  

rebeliões  como  motivo  de  transferência  

para  o  regime  especial  é  temerário  e  

desproporcional  (temerário  em  face  das  

dificuldades  de  apuração  de  

responsabilidades  em  tais  eventos  e  

desproporcional  por  que  tal  regime  está  

sendo    proposto  para  autores  de  atos  

análogos  a  crimes  hediondos).  

Ø A  possibilidade  de  revisão  judicial  somente  a  posteriori  da  transferência  

para  o  regime  especial  de  quem  cumpria  a  

medida  no  regime  “comum”    não  é  

razoável:  se  tal  transferência    é  admitida  e  

  3  

é  mais  gravosa,  somente  poderia  ser  

autorizada  mediante  prévia  decisão  

judicial,  ao  invés  de  ser  determinada  à  

revelia  do  juiz  e  depois  submetida  a  mera  

homologação.  

 

2.  PL  5524/2013  

Dep  Eduardo  da  Fonte  (PP-­‐PE)  

 

Altera a redação o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar o tempo de internação e prever a reincidência em caso de ato infracional equivalente a crime hediondo e elevar a pena para o crime de corrupção de menor.

 

è Atos  infracionais    análogos  a  crimes  hediondos:  estabelece  limites  mínimos  e  máximos  diferenciados  para  a  MSE  de  INTERNAÇÃO,  conforme  a  idade  na  data  do  ato  infracional:  

-­‐ 8  a  14  anos  de  internação,  se  o  agente  tinha  mais  de  16  anos  na  data  do  ato  infracional  análogo  a  crime  hediondo;  

-­‐ 3  a  8  anos  de  internação,  se  o  agente  tinha  entre  14  e  16  anos  na  data  do  ato  análogo  a  crime  hediondo;  

-­‐ Adoção  do  critério  psicológico:  condiciona  a  aplicação  da  MSE  de  internação,  nesses  casos,  a  uma  avaliação  psicológica  para  determinar  se  o  agente  tinha  a  capacidade  de  entender  o  caráter  ilícito  do  ato  e  determinar-­‐se  com  este  entendimento.  

è Demais  atos  infracionais  (não  hediondos):  fica  mantido  o  limite  máximo  de  3  anos  para  a  medida  de  

Ø Inova  positivamente  ao  propor  limites  

legais  mínimos  e  máximos  para  a  medida  

de  internação,  o  que  pode  ser  

interessante  por  reduzir  a  margem  de  

subjetividade/discricionariedade  sobre  o  

momento  da    liberação  e  por    oferecer  

maior  segurança  sobre  a  lógica  da  medida  

não  apenas  aos  adolescentes,  mas  

também  aos  operadores  do  direito  e  aos  

profissionais  envolvidos  na  execução  das  

medidas.  

Ø A  correlação  com  crimes  hediondos  pode  

ser  exagerada.  Talvez  seja  melhor  

restringir  os  casos  de  internação  por  

prazo  mais  amplo  aos  atos  infracionais  

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internação.  

è Cria  a  reincidência  técnica    decorrente  de  MSE  por  ato  análogo  a  crime  hediondo:  a  proposta  modifica  o  art.  63  do  CPB,  para  caracterizar  a  reincidência  quando  o  agente  comete  novo  crime  depois  de  ter  sofrido  MSE  de  internação  decorrente  de  ato  infracional  análogo  a  crime  hediondo.  è Aumenta  a  pena  em  abstrato  do  crime  de  corrupção  e  menores:  passa  a  ser  de  4  a  8  anos  de  reclusão,  com  aumento  da  metade  se  o  ato  cometido  ou  induzido  constituir  crime  hediondo.  

consumados  ou  tentados  que  impliquem  

ofensa  à  vida  e/ou  lesões  corporais  

graves  (homicídio  simples  e  qualificado,  

latrocínio,  estupro  com  morte,  etc...).  

Ø Limite  de  14  anos  para  a  internação  é  

exagerado,  especialmente  se  a  proposta  

não  contempla    hipóteses  objetivas    que  

autorizem  a  progressão  ou  extinção  

antecipada  da  medida.  

Ø Adoção  do  critério  psicológico  para  a  

responsabilização  por  ato  penal:  isto  

vai  contra  a  tradição  brasileira,  que  

sempre  adotou  o  critério  cronológico  ou  

etário,  rejeitando  submeter-­‐se  às  

subjetividades  e  incertezas  de  tais  

avaliações  “psicológicas”,  inclusive  por    

conta  do  temor  que  tais  avaliações  podem  

infundir  nos  profissionais  delas  

encarregados.  

Ø A  reincidência  decorrente  de  MSE  é  

inadmissível  sob  qualquer  ponto  de  vista.  

  5  

 

3.  PL  5385/2013  

PROPOSTA  GERALDO    ALCKMIN  

Dep  Carlos  Sampaio  ((PSDB-­‐SP)  

É  EXATAMENTE  O  MESMO  TEXTO  DO  PL    5454/2013  (Dep  Andreia  Zito  –  PSDB/RJ)    

É  EXATAMENTE  O  MESMO  TEXTO  DO  PL    

5454/2013  (Dep  Andreia  Zito  –  PSDB/RJ)  

-­‐  vide  comentários  acima  -­‐  

4.  PL  0346/2011  

Dep  Hugo  Leal  (PSC-­‐RJ)  

 

è Adota  como  critério  os  crimes  punidos  com  pena  de  reclusão:  a  proposta  limita-­‐se  a  aumentar  genericamente  o  limite  máximo  da  MSE  de  internação,  para  5  ANOS,  quando  o  ato  infracional  for  análogo  a  crime  punido  com  pena  de  reclusão.  

Ø A  proposta  é  simples,  genérica    e  objetiva,  

e  ao  mesmo  tempo  incompleta,    pois  não  

explica  como  compatibilizar  os  5  anos  de  

internação  com  o  limite  etário  de  21  anos.  

Ø Por  ser  genérica,  acaba  sendo  exagerada  e  

injusta,  admitindo  a  MSE  de  internação    

até  mesmo  para  atos  infracionais  

cometidos  sem  violência  ou  grave  

ameaça.  

Ø Este  PL  é  complementado  pelas  propostas  

contidas  nos  PL  0347e  0348/2011,  do  

mesmo  autor.  

 

5.  PL  0347/2011   è Modifica  o  artigo  122  do  ECA  para  estabelecer  as  seguintes  hipóteses  de  cabimento  da  medida  de  

Ø Este  PL  é  complementado  pelas  propostas  

contidas  nos  PL  0346  e  0348/2011,  do  

  6  

Dep  Hugo  Leal  (PSC-­‐RJ)   internação:    

a) ato  infracional  cometido  mediante  violência  ou  grave  ameaça  à  pessoa;  

b) definido  como  crime  hediondo;  

c) consistente  em  tráfico  ilícito  de  substâncias  entorpecentes  e  drogas  afins;  

d) praticado  em  ações  de  quadrilha,  bando  ou  do  crime  organizado.  

è Internação-­‐sanção  por  até  6  meses:    a  proposta  amplia  o  limite  da  internação-­‐sanção  de  3  para  6  meses.  è Internação-­‐provisória  por  até  90  dias,  nos  casos  de  atos  infracionais  previstos  nas  alíneas  ä”,  “b”,  e  “c”,  e  de  45  dias  nos  demais  casos  

mesmo  autor.  

Ø É  admissível  a  discussão  sobre  a  

possibilidade  de  internação,  

independentemente  de  reiteração,  

quando  se  tratar  de  tráfico  de    drogas;  

contudo,  tal  hipótese  deve  ser  restrita  aos  

casos  em  que  as  circunstâncias  do  ato  

infracional  evidenciarem  associação  com  

porte  de  arma  de  fogo  e/ou  envolvimento  

do  adolescente  com  grupo  ou  organização  

criminosa  dedicada  ao  tráfico  de  drogas,  

excluindo-­‐se  os  casos  de  “pequenos  

traficantes”  que  atuam  individualmente  

ou  apenas  para  manter  o  próprio  vício.  

Ø Fora  da    hipótese  de  associação  com  o    

tráfico  de  drogas,  o  envolvimento  com  

quadrilha  ou  bando  não  justificaria,  por  

si  só,  uma  medida  de  internação.  

Ø O  prazo  da  internação-­‐sanção  não  deve  

ser  genericamente  ampliado  para  6  

meses;  ao  invés  de  admitir  sanção  tão  

prolongada  por  descumprimento  de  MSE  

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de  SL  ou  meio  aberto,  seria  melhor  

converter  a  medida  inicialmente  aplicada  

em  outra  mais  severa,  desde  que  

compatível  com  a  natureza  e  gravidade  do  

ato  infracional  cometido.  

Ø É  admissível  a  discussão  sobre  a  proposta  

de  ampliação  do  prazo  da  internação-­‐

provisória,  nas  hipóteses  sugeridas.  

Contudo,  talvez  fosse  melhor  

simplesmente  permitir,  na  mesmas  

hipóteses,  a  prorrogação  da  internação-­‐

provisória    por  mais  45  dias,  mediante  ato  

judicial  fundamentado.  

 

6.  PL  0348/2011  

Dep  Hugo  Leal  (PSC-­‐RJ)  

è  Ato  infracional  praticado  a  partir  dos  16  anos  passa  a  ser  considerado    como  antecedente  criminal,  para  aplicação  da  pena  base  em  crimes  cometidos  após  os  18  anos.  

è Internação  psiquiátrica  por  prazo  indeterminado:    

-­‐ para  adolescentes  com  transtorno  mental  grave,  que  coloque  em  risco  a  sociedade  ou  a  si  próprio  (subsiste  enquanto  não  verificada  a  cessação  da  

Ø Como  se  vê,  esta  proposta    cria  e  

disciplina  a  medida  de  segurança  para  o  

adolescente  em  conflito  com  a  lei  e  

portador  de  doença  mental.    

Ø Isto  é  desnecessário,  uma  vez  que  a  Lei  do  

SINASE  já  dispõe  adequadamente  sobre  

esta  questão  e  permite  a  internação  

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periculosidade,  através  de  perícia  médica  realizada  por,  no  mínimo,  dois  peritos;  

-­‐ a  desinternação  será  sempre  condicional,  com  possibilidade  de  restabelecimento  da  internação  se  o  adolescente,  no  decurso  de  um  ano,  praticar  ato  indicativo  da  persistência  da  periculosidade  e,  mediante  perícia  médica,  for  constatado  o  retorno  do  transtorno  mental  “grave  e  perigoso”.    

 

psiquiátrica,  para  tratamento  de  saúde  

mental,  sem  fazer  qualquer  menção  a  

juízos  de  “periculosidade”.  

 

7.  PL  7197/2002  

Sen  Ademir  Andrade  (PSB-­‐PA)  

 

Acrescenta §§ aos arts. 104 e 105 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, para permitir a aplicação de medidas sócio-educativas aos infratores que atingirem a maioridade penal.

 

è Permite  expressamente  a  aplicação  de  MSE  a  jovens  após  completarem  18  anos  (alcançam  maioridade  penal),  por  atos  infracionais  praticados  na  adolescência.  

è  Permite  também  a  aplicação  de  MSE  de  advertência,  reparação  do  dano,  PSC  e  LA  (não  admite  SL  e  internação)  a  adolescentes  ,por  atos  infracionais  praticados  antes  da  adolescência,  ou  seja,  quando  ainda  eram  crianças:  desde  que  as  circunstâncias,  gravidade  do  ato  infracional  e  necessidade  educacional  do  adolescente  assim  o  recomendem.  

Ø Esta  proposta,  ao  que  parece,  é  anterior  à  

redução  da  maioridade  civil  de  21  para  18  

anos;  

Ø A  Jurisprudência  e  o  ECA  sempre  

admitiram  a  imposição  o  e  execução  de  

MSE  até  os  21  anos;  

Ø Já  a  responsabilização  via  MSE  de  meio  

aberto  por  atos  praticados  antes  dos  12  

anos  de  idade  não  se  afigura  aceitável  e  

sequer  discutível,  ainda  que  se  trate  de  

simples  advertência.  

 

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8.  PL  1938/1999  

Dep  Enio  Bacci  (PDT-­‐RS)  

Dispõe  que  a  partir  da  idade  de  18  (dezoito)  anos,  o  adolescente  deverá  ser  liberado,  colocado  em  regime  de  semiliberdade  ou  de  liberdade  assistida;  ou  ainda  transferido  para  casas  de  transição.  

 

è  Atingido  o  limite  máximo  de  3  anos  de  internação    ou  a  idade  de  18  anos,  o  adolescente  deverá  ser  liberado,  colocado  em  regime  de  semiliberdade  ou  de  liberdade  assistida;  ou  ainda  transferido  para  casas  de  transição.    

Ø O  objetivo  da  proposta  é  não  permitir  que  

o  infrator  maior  de  18  anos  de  idade  

cumpra  a  medida  de  internação  na  

companhia  de  menores  de  18  anos.  

Ø Sugere  a  criação  de  casas  de  transição    

com  atendimento  especial  para  

cumprimento  de  MSE  de  internação  por  

maiores  de  18  anos.  

Ø Menciona  que  muitas  rebeliões  e  atos  de  

violência  em  unidades  socioeducativas  

são  lideradas  por  maiores  de  18  anos  (o  

que  é  verdade).  

Ø Proposta  é  pertinente,  merece  reflexão  

mais  aprofundada.  

 

 

9.  PL  2511/2000  

Dep  Alberto  Fraga    (PMDB-­‐DF)  

Dispõe  que  o  período  de  internação  do  menor  infrator  

è  Para  atos  infracionais  análogos  a  crimes  hediondos:  admite  que  o  prazo  máximo  da  internação  pode  ser  superior  a  3  anos,  mas  não  indica  qual  seria  este  limite  máximo  (deixa  em  aberto).  è  Após  completar  18  anos:  prevê  a  transferência  

Ø Para  admitir  a  exceção  ao  limite  de  3  anos  para  atos  análogos  a  crimes  hediondos,  

seria  necessário  dispor  sobre  o  limite  

específico  que  seria  aplicável  à  hipótese  

  10  

poderá  exceder  três  anos,  quando  o  ato  infracional  for  considerado  como  crime  hediondo;  e  quando  o  adolescente  infrator  completar  dezoito  anos  de  idade  será  transferido  para  a  penitenciária.  

 

compulsória  para  estabelecimento  penal  diverso  do  destinado  ao  cumprimento  da  internação.      

 

(isto  não  pode  ficar  em  aberto).  

Ø Determinar  a  transferência  compulsória  

do  estabelecimento  socioeducativo  para  

um  estabelecimento  penal,  quando  o  

jovem  completa  18  anos,  seria  tão  

desastroso  quanto  aceitar  a  redução  da  

idade  penal.    

10.  PL  3680/2012  

Dep  Hugo  Leal  (PSC-­‐RJ)  

Altera  a  redação  do  art.  122  da  Lei  nº  8.069,  de  13  de  julho  de  1990,  que  "dispõe  sobre  o  Estatuto  da  Criança  e  do  Adolescente,  e  dá  outras  providências",  a  fim  de  estabelecer  critério  para  a  aplicação  do  conceito  de  reiteração,  com  vistas  à  aplicação  da  medida  de  internação.        

è  Define  como  reiteração  grave,  para  fins  do  art.  122,  inciso  II  do  ECA:  a  prática  de  uma  infração  grave  anterior  será    suficiente  para  caracterizar  a  reiteração.    

è  Suprime  a  necessidade  de  reiteração  acentuada.  

Ø A  proposta  é  passível  de  discussão,  pois  

realmente  temos  dificuldades  na  

aplicação  desta  norma.  

Ø Melhor  seria,  contudo  ,  definir  como  

“graves”  os  atos  infracionais  análogos  a  

crimes  punidos  com  reclusão  (Amaral  e  

Silva)  e  aprofundar  a  discussão  sobre  

necessidade  ou  não  de  reiteração  

acentuada.  

Ø Outra  questão  diz  respeito  à  reformulação  

e  revisão  das  condições  de  aplicação  e  

efeitos  das  medidas  de  meio  aberto  

aplicadas  em  sede  de  remissão,  o  que  

implicaria  uma  necessária    revisão  na  

  11  

redação  dos  artigos  126  e  127  do  ECA.  

Ø Quanto  a  isso,  temos  as  seguintes  

questões:  

-­‐ Pode  o  MP  propor  MSE  c/c  remissão  pré-­‐

processual,  com  risco  de  ferir  o  direito  de  

defesa  e  o  contraditório?  

-­‐ A  MSE  de  meio  aberto  c/c  remissão  

suspensiva  deve  ser  condicionada  à  

admissão  expressa,  pelo  adolescente,  de  

ato  infracional  que  comporte  tais  

medidas,  hipótese  em  que  a  remissão  c/c  

a  MSE  deverá  ser  extintiva  do  processo,  

com  valor  de  julgamento  de  mérito  

(acabar  com  a  idéia  de  transação).  

-­‐ Desta  forma,  as  medidas  aplicadas  por  

força  de  remissão  judicial  passariam  a  ser  

consideradas  para  fins  de  reiteração,  

desde  que  resultantes  de  atos  infracionais  

análogos  a  crimes  punidos  com  reclusão.  

11.  PL  5673/2009    è  Síntese  da  proposta:    

Ø Normas  gerais  do  Código  Penal  já  são  

aplicáveis  em  matéria  de  ato  infracional,  

  12  

Dep    Glauber  Braga  (PSB-­‐RJ)  

Dá  nova  redação  ao  art.  104  da  Lei  nº  8.069,  13  de  julho  de  1990,  e  inclui  na  referida  lei  os  arts.  105-­‐A  e  122,  considerando  que  o  regime  de  semiliberdade  e  a  medida  de  internação  não  serão  aplicados  ao  adolescente  que  praticou  o  ato  infracional  em  razão  de  dependência  ou  sob  o  efeito  de  droga;  os  benefícios  da  anistia,  graça  e  indulto  alcançam  o  menor  infrator  e  a  medida  de  internação  só  poderá  ser  aplicada  após  o  trânsito  em  julgado  da  sentença  condenatória.  

 

-­‐ Embriaguez  involuntária:  Não  serão  aplicados  o  regime  de  semiliberdade  ou  a  medida  de  internação  ao  adolescente  que  praticou  o  ato  infracional  em  razão  da  dependência,  ou  sob  o  efeito,  proveniente  de  caso  fortuito  ou  força  maior,  de  droga.    

-­‐ A  responsabilização  do  menor  infrator  poderá  ser  extinta  em  razão  de  anistia,  graça  ou  indulto.    

-­‐ A  medida  de  internação  só  poderá  ser  aplicada  quando  transitar  em  julgado  a  sentença  condenatória.    

não  havendo  necessidade  de  previsão  

expressa.  

Ø Condicionar  a  execução  da  MSE  ao  

trânsito  em  julgado  da  sentença  seria  

incompatível  com  o  princípio  da  

atualidade    e  celeridade  da  intervenção  

socioeducativa,  por  mais  que  seja  ruim  

não  poder  aguardar  a  confirmação  ou  não  

da  sentença  de  1a    instância.  

12.  PL  7391/2002  

Dep  Odair  Cunha  (PT-­‐MG)  

Dispõe  sobre  a  reserva  de  vagas  para  menores  infratores  nos  contratos  de  prestação  de  serviços  de  Administração  Pública,  alterando  o  art.  105  da  Lei  nº  8.069  de  3  de  julho  de  1990  -­‐  Estatuto  da  Criança  e  do  

è  Introduz  no  ECA  o  art.  105.A  :  A  Administração  pública  federal,  estadual  e  municipal,  ao  fazer  a  contratação  de  mão  de  obra  terceirizada,  deverá  reservar  percentual  de  vagas  para  menores  infratores,  em  igualdade  de  condições  com  as  pessoas  tratadas  no  art.  29-­‐B  da  Lei  n.º7.210,  de  1  de  julho  de  1984.  

Ø Trata-­‐se  de  proposta  do  CNJ.  

  13  

Adolescente.  

 

13.  PL  345/2011  

Dep  Hugo  Leal  (PSC-­‐RJ)  

Altera  dispositivo  da  Lei  nº  8.069,  de  13  de  julho  de  1990,  que  dispõe  sobre  o  Estatuto  da  Criança  e  do  Adolescente  e  dá  outras  providências,  para  aplicação  do  Estatuto  às  pessoas  entre  18  (dezoito)  e  26  (vinte  e  seis)  anos  de  idade.  

 

è  Modifica  o    art.  2o  e  o  par.  5o  do  art.  121  do  ECA,  para  prever  que  a  liberação  (da  MSE  de  internação)  será  compulsória  aos  26  anos  de  idade.

Ø A  proposta  não  explica  em  quais  situações  

a  execução  da  medida  poderia  ir  até  os  26  

anos.  

Ø Este  PL  é  complementado  pelas  propostas  

contidas  nos  PL  0346  e  0348/2011,  do  

mesmo  autor.  

 

14.  PL  1052/2011  

Dep  Dr.  Ubiali  (PSB-­‐SP)  

Altera  a  Lei  nº  8.069,  de  13  de  julho  de  1990  -­‐  Estatuto  da  Criança  e  do  Adolescente  -­‐  para  ampliar  o  prazo  de  internação  do  adolescente  infrator,  estabelecer  a  possibilidade  de  aplicação  de  medidas  de  segurança,  e  dá  outras  providências.  

è  Prevê  que  todo  adolescente  que  praticar  ato  infracional  seja    obrigatoriamente  submetido  a  exame  psiquiátrico  e  a  testes  projetivos  de  personalidade,  a  serem  realizados  por  equipe  interprofissional  composta  por  médicos  psiquiatras  e  psicólogos.  

è  Acrescenta  o  inciso  VIII  ao  art.  112  do  ECA,  prevendo  a  MEDIDA  DE  SEGURANÇA  como  uma  das  medidas  aplicáveis  ao  adolescente  autor  de  ato  infracional.  

è  Prazo  máximo  da  medida  de  internação:  ampliado  para  4  anos  (sem  distinção  dos  atos  

Ø Exames  psiquiátricos  obrigatórios  para  

todos,  além  de  injustificados  e  

demorados,    seriam  um  grande  

constrangimento  para  a  enorme  maioria  

dos  adolescentes,  sendo  inconcebível  tal  

proposta.  

Ø Esta  proposta  também      cria  e  disciplina  a  

medida  de  segurança  para  o  adolescente  

em  conflito  com  a  lei  e  portador  de  

  14  

  infracionais)  e  aplicado  em  dobro  no  caso  de  reincidência.  è  Se  do  ato  infracional  resultar  a  morte  da  vítima  ou  lesão  corporal  de  natureza  grave:    o  prazo  máximo  de  internação  deve  ser  aumentado  de  1  a  2/3.  è  Define  REINCIDÊNCIA  nos  moldes  do  CPB:  Verifica-­‐se  a  reincidência  quando  o  adolescente  comete  novo  ato  infracional,  depois  de  transitar  em  julgado  a  sentença  que  aplicar  medida  de  internação;  Para  efeito  de  reincidência  não  prevalece  a  sentença  anterior,  que  impôs  medida  de  internação,  se  entre  a  data  do  cumprimento  da    medida  e  o  ato  infracional  posterior  tiver  transcorrido  período  de  tempo  superior  a  5  (cinco)  anos.”  (NR).  

è  Modifica  art.  114  do  ECA  para  exigir  provas  suficientes  para  imposição  de  qualquer  MSE:  a  imposição  das  medidas  previstas  nos  incisos  I,  II,  III,  IV,  V,  VI  e  VIII  do  art.  112  pressupõe  a  existência  de  provas  suficientes  da  autoria  e  da  materialidade  da  infração,  ressalvada  a  hipótese  de  remissão,  nos  termos  do  art.  127.”  (NR)  

è  Acrescenta  uma    Seção  VIII,  intitulada  “Das  Medidas  de  Segurança”,  ao  Capítulo  IV,  do  Título  III,  do  Livro  II  (Parte  Especial),  com  a  seguinte  redação:  Seção  VIII  

Das  Medidas  de  Segurança  

doença  mental.    

Ø Isto  é  desnecessário,  uma  vez  que  a  Lei  do  

SINASE  já  dispõe  adequadamente  sobre  

esta  questão  e  permite  a  internação  

psiquiátrica,  para  tratamento  de  saúde  

mental,  sem  fazer  qualquer  menção  a  

juízos  de  “periculosidade”.  

Ø Trabalhar  com  reincidência  não  parece  

adequado  para  definir  prazos  de  

internação,  salvo  na  hipótese  do  inciso  II  

do  art.  122  do  ECA  (substituir  reiteração  

por  reincidência,  porém,  implicaria  

sempre  aguardar  o  trânsito  em  julgado  da  

primeira  “condenação”,  o  que  pode  

prejudicar  o  princípio  da  atualidade  e  

celeridade  da  intervençãoo  

socioeducativa.)  

Ø Tampouco  parece  eficiente  prever  

aumento  de  1  a  2/3  do  prazo  máximo  de  

internação,  quando  em  nenhum  momento  

se  cogita  um  prazo  mínimo.  

Ø Exigir  provas  suficientes  para  aplicação  

  15  

“Art.  125-­‐A.  O  adolescente  que  ao  cometer  ato  infracional  demonstre,  mediante  perícia  psiquiátrica  realizada  por  junta  médica,  especificamente  designada  para  esse  fim,  ser  portador  de  doença  mental  grave,  poderá  ser  submetido  às  seguintes  medidas  de  segurança:  

I  –  internação  em  hospital  de  custódia  e  tratamento  psiquiátrico  ou,    à  falta,  em  outro  estabelecimento  adequado;  

II  –  sujeição  a  tratamento  ambulatorial.  

§1.º  A  internação,  ou  tratamento  ambulatorial,  será  por  tempo  indeterminado,  subsistindo  enquanto  não  for  averiguada,  mediante  perícia  médica,  a  cessação  de  periculosidade.  O  prazo  mínimo  de  duração  será  de  1  (um)  a  2  (dois)  anos.  

§2.º  A  perícia  médica  realizar-­‐se-­‐á  ao  termo  do  prazo  mínimo  fixado  e  deverá  ser  repetida  de  ano  em  ano,  ou  a  qualquer  tempo,  se  o  determinar  a  autoridade  judicial.  

§3.º  A  desinternação,  ou  liberação  do  adolescente,  será  sempre  condicional  devendo  ser  restabelecida  a  situação  anterior  se  o  agente,  antes  do  decurso  de  1  (um)  ano,  pratica  fato  indicativo  da  persistência  de  sua  periculosidade.  

§4.º  Poderá  o  juiz,  em  qualquer  fase  do  tratamento  ambulatorial,  determinar  a  internação  do  adolescente,  se  essa  providência  for  necessária  para  fins  curativos.  

§5.º  É  direito  do  adolescente,  submetido  a  medida  de  segurança  de    internação,  ser  obrigatoriamente  recolhido  a  estabelecimento  dotado  de  características  hospitalares,  onde  receberá  tratamento  adequado  ao  seu  transtorno  psíquico.  

§6.º  A  medida  de  segurança  só  poderá  ser  aplicada  quando  tratar-­‐se  de  ato  infracional  cometido  mediante  violência  ou  

de  qualquer  MSE  seria  positivo,  inclusive  

condicionando  a  aplicação  de  MSE  de  

meio  aberto,  em  sede  de  remissão,  à  

admissão  do  ato  infracional  pelo  

adolescente.  

 

  16  

grave  ameaça  a  pessoa.”(NR).  

Art.  8.º  Revoga-­‐se  o  parágrafo  5.º,  do  art.  121,  da  Lei  8.069,  de  13  de  julho  de  1990.  

15.  PL  1895/2011  

Dep  Alexandre  Leite  (DEM-­‐SP)  

Aumenta  o  período  de  internação  no  caso  de  atos  infracionais  cometidos  com  violência  ou  grave  ameaça.  

 

è  Prevê  limite  de  28  anos  para  MSE  de  internação,  nos  casos  em  que  o    adolescente  realizar  pluralidade  de  atos  infracionais  com  violência  ou  grave  ameaça:    o  período  de  internação  será  de  três  anos  para  cada  ato  infracional  cometido  (...findo  o  qual  haverá  reavaliação,  pelo  juiz  competente,  que  autorizará  a  sua  liberação,  ou  o  encaminhamento  para  o  regime  de  semiliberdade  ou  de  liberdade  assistida).    è  Fora  dos  casos  de  violência  ou  grave  ameaça,  fica  mantido  o  limite  etário  de  21  anos.  

è  Se  do  ato  infracional  resultar  morte  ou  lesões  graves:  o  período  mínimo    de  internação  passa  a  ser  de  6  anos;  se  houver  pluralidade  de  atos  com  resultado  morte  ou  lesões  graves,  mais  3  anos    para  cada  ato  infracional,  até  o  limite  de  28  anos  (  ...  findo  o  qual  haverá  reavaliação,  pelo  juiz  competente,  que  autorizará  a  sua  liberação,  ou  o  encaminhamento  para  o  regime  de  semiliberdade  ou  de  liberdade  assistida).    è  Proíbe  as    concessões  de  regime  de  semiliberdade  ou  de  liberdade  assistida  em  caso  de  ato  infracional,  praticado  com  violência  ou  grave    ameaça,  de  que  resulte  morte  ou  lesão  corporal  de  natureza  grave  enquanto  não  tiver  transcorrido  o  período  mínimo  

Ø Admite  o  prolongamento  da  MSE  de  

internação  até  os  28  anos  de  idade,  bem  

como  a  soma  de  internações  por  atos  

diversos,  o  que  é  um  grande  exagero.  

Ø Permitir,  ainda  que  eventualmente,  a  

transferência  do  estabelecimento  

socioeducativo  para  um  estabelecimento  

penal  quando  o  jovem  completa  18  anos  

seria  tão  desastroso  quanto  aceitar  a  

redução  da  idade  penal.  

Ø Inverte  toda  a  lógica  de  ECA,  ao  

estabelecer  prazos  mínimos  elevados  

para  a  MSE  de  internação,  sendo  o  único  

limite  o  alcance  da  idade  de  28  anos.  

Ø Determinar  a  obrigatoriedade  da  

internação  sempre  que    do  ato  infracional  

decorrer  morte  ou  lesão  grave  também  

não  parece  necessário.  

  17  

de  internação  de  6  anos.    

è Internação  será  sempre  obrigatória:  quando  do  ato  infracional  decorrer  morte  ou  lesão  grave.  

è Remissão:  proibida  a  concessão  pelo  MP  ou  autoridade  judicial  quando  se  tratar  de  ato  infracional  praticado  com  violência  ou  grave  ameaça  à  pessoa.  

è Internação  em  estabelecimento  prisional  é  permitida  nos  seguintes  casos:    

-­‐ Se  o  adolescente  atingir  a  idade  de  18  anos  durante  a  internação;  

-­‐ Se  o  início  da  internação  se  der  após  a  idade  de  18  anos  e  até  os  28  anos,  por  ato  infracional  praticado  quando  adolescente.  

-­‐ Os  internados,  nas  hipóteses  em  que  devam  cumprir  a  internação  em  estabelecimento  prisional,  serão  separados  dos  demais  detentos.  

 

   

   

 

  18  

16.  PL  5561/2013  

Dep  Jutahy  Junior  (PSDB-­‐BA)  

è  Altera  no  ECA  as  definições  de  criança  e  adolescente  e  introduz  o  conceito  de  “jovem”:    considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, adolescente entre doze e quatorze anos de idade e jovem entre quinze e vinte e nove anos de idade (estende aplicação do ECA até os 29 anos) è   Ato   infracional   gravíssimo:   os   análogos   aos  crimes  hediondos. Nos atos gravíssimos: -­‐ Internação inicial por prazo

determinado, passível de prorrogação: a medida inicial de internação será aplicada ao jovem infrator por prazo determinado, podendo ser prorrogada, a pedido do Ministério Público, após avaliação e decisão judicial.

-­‐ Mínimo inicial de 6 anos: o período inicial mínimo da internação será de seis anos e, acrescido de prorrogação, não excederá 29 anos de idade;

Ø A  correlação  com  crimes  hediondos  pode  

ser  exagerada.  Talvez  seja  melhor  

restringir  os  casos  de  internação  por  

prazo  mais  amplo  aos  atos  infracionais  

consumados  ou  tentados  que  impliquem  

ofensa  à  vida  e/ou  lesões  corporais  

graves  (homicídio  simples  e  qualificado,  

latrocínio,  estupro  com  morte,  etc...).  

Ø Admite  o  prolongamento  da  MSE  de  

internação  até  os  29  anos  de  idade,  bem  

como  a  soma  de  internações  por  atos  

diversos,  o  que  é  um  grande  exagero.  

Ø Caracterizar  a  adolescência  apenas  entre  

12  e  14  anos  não  é  aceitável.  

Ø Inverte  toda  a  lógica  de  ECA,  ao  

estabelecer  prazos  mínimos  para  a  MSE  

de  internação,  sendo  o  único  limite  o  

alcance  da  idade  de  29  anos  (cumpre  o  

mínimo  legal  e,  depois,  pode  ter  a  medida  

prorrogada  com  base  em  critérios  

subjetivos)  

  19  

-­‐ Prorrogação: após a avaliação

psicossocial, ouvido o Ministério Público, a medida inicial poderá ser prorrogada por até três anos, por decisão judicial;

-­‐ Em caso de reiteração, a medida será prorrogada por novo prazo determinado de três anos.

-­‐ Cumprido o período mínimo de internação estabelecido, o jovem infrator poderá ser liberado ou colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida;

-­‐ A liberação do jovem infrator será compulsória aos 29 anos de idade;

-­‐ Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público;

-­‐ Transferência para ala especial de

 

Ø Determinar  a  transferência  compulsória  

do  estabelecimento  socioeducativo  para  

um  estabelecimento  penal,  quando  o  

jovem  completa  18  anos,  ainda  que  em  ala  

especial,  seria  tão  desastroso  quanto  

aceitar  a  redução  da  idade  penal.  

 

 

  20  

presídio comum ao completar 18 anos: o jovem infrator que completar dezoito anos e estiver cumprindo medida socioeducativa pela prática ou reiteração de ato infracional equivalente aos crimes hediondos previstos nos incisos I a VI do art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 será automaticamente encaminhado a uma ala especial do presídio comum, para continuar, se for o caso, o cumprimento da medida de internação.

-­‐ Efetuada a transferência para a ala especial do presídio comum, a aplicação da medida de internação será avaliada a cada doze meses.

17.  PL  3503/2012  

Dep  Ronaldo  Benedet  (PMDB-­‐SC)  

Antes  da  sentença,  poderá  ser  determinada  a  internação  preventiva,  a  critério  da  autoridade  judiciária,  levando-­‐se  em  conta  a  periculosidade  do  

è  Prevê as seguintes alterações no ECA:  -­‐ "Art.  108.  Antes  da  sentença,  poderá  ser  

determinada  a  internação  preventiva,  a  critério  da  autoridade  judiciária,  levando-­‐se  em  conta  a  periculosidade  do  menor  infrator.    

-­‐ Parágrafo  único.  A  decisão  deverá  ser  fundamentada  em  laudo  psiquiátrico,  e  basear-­‐se  

Ø A  correlação  com  crimes  hediondos  pode  

ser  exagerada.  Talvez  seja  melhor  

restringir  os  casos  de  internação  por  

prazo  mais  amplo  aos  atos  infracionais  

consumados  ou  tentados  que  impliquem  

ofensa  à  vida  e/ou  lesões  corporais  

  21  

menor  infrator.  

 em  indícios  suficientes  de  autoria  e  materialidade,  demonstrada  a  necessidade  imperiosa  da  medida.”  

-­‐ “Art.  110.  Nenhum  adolescente  será  privado  de  sua  liberdade  sem  o  devido  processo  legal,  ressalvada  a  hipótese  do  art.  108.”  

-­‐ A  medida  (internação  preventiva)  não  comporta  prazo  certo,  devendo  a  sua  duração  ser  determinada  por  decisão  judicial,  fundamentada  em  avaliação  psiquiátrica  da  qual  o  menor  deverá  ser  submetido  a  cada  seis  meses.  

-­‐ Em  nenhuma  hipótese  o  período  máximo  de  internação  excederá  a  pena  mínima  prevista  para  o  tipo  penal  equiparado  ao  ato  infracional.  (menos  mal...)  

-­‐ Qualquer  hipótese  à  desinternação  será  autorizada  mediante  decisão  judicial,  precedida  de  avaliação  psiquiátrica,  e  ouvido  o  Ministério  Público.”  

-­‐ Art.  122,  inc.  I  –  será  admitida  a  medida  de  internação  quando  tratar-­‐se  de  ato  infracional  equiparado  a  crime  hediondo,  ou  cometido  mediante  grave  ameaça  ou  violência  a  pessoa;  

-­‐ Parágrafo  único.  A  medida  de  internação  será  preterida,  caso  seja  recomendada  outra  medida  pelo  laudo  de  avaliação  psiquiátrica.”  

graves  (homicídio  simples  e  qualificado,  

latrocínio,  estupro  com  morte,  etc...).  

Ø Internação  preventiva  por  prazo  

indeterminado  é  inaceitável  sob  qualquer  

ponto  de  vista.  

Ø Um  aspecto  positivo,  pelo  menos  para  

iniciar  uma  discussão:  adotar  a  pena  

mínimo  do  tipo  penal  como  limite  

máximo  do    tempo  de  internação.  

  22  

       

 

18.  PL  1035/2011  

Dep  Dr.  Ubiali  (PSB-­‐SP)  

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal - para estabelecer a obrigatoriedade de consideração dos antecedentes infracionais do agente, quando da fixação da pena-base, disciplinada no art. 59 do Código Penal.

 

è    Consideração  de  antecedentes  de  atos  infracionais  na  aplicação  de  pena  base  por  crime  cometido  após  a  maioridade:    No  momento  da  fixação  da  pena-­‐base,  os  antecedentes  infracionais  deverão  ser  expressamente  arrolados  e  considerados  como  fonte  de  informação  acerca  da  personalidade  do  agente  que,  após  a  maioridade  penal,  reiterar  no  cometimento  de  condutas  criminosas.”  

Ø Inviável.