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Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” Sandro Seabra Gonçalves Análise da atividade antimicrobiana de quatro pastas endodônticas sobre microorganismos removidos da cavidade pulpar de molares decíduos necrosados Duque de Caxias 2010

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Universidade do Grande Rio

“Prof. José de Souza Herdy”

Sandro Seabra Gonçalves

Análise da atividade antimicrobiana de quatro pasta s endodônticas sobre

microorganismos removidos da cavidade pulpar de mol ares decíduos

necrosados

Duque de Caxias

2010

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Sandro Seabra Gonçalves

Análise da atividade antimicrobiana de quatro pasta s endodônticas sobre

microorganismos removidos da cavidade pulpar de mol ares decíduos

necrosados

Dissertação apresentada à

Universidade do Grande Rio

“Prof. José de Souza Herdy”,

como parte dos requisitos

parciais para obtenção do grau

de mestre em Odontologia.

Orientador: Prof. Roberto da Gama Silveira

Duque de Caxias

2010

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AGRADECIMENTOS

À Deus, autor da minha vida, aquele que dá forças para alcançar meus

objetivos. Através Dele descobri que meus momentos positivos e negativos estavam

na maneira com que os olhava e compreendia, podendo vivê-los em sua graça.

À Nossa Senhora, que sempre me apresenta seu filho muito amado.

À minha esposa Alini, pelo amor, inspiração, compreensão e presença

constante em minha vida. Uma grande pessoa que me completa e me faz dar

testemunho de como é bom ser casado.

Aos meus queridos pais Antônio e Nilcéia, minha eterna gratidão e admiração

por tudo que me ensinaram e me proporcionaram e pelo incentivo aos estudos

desde cedo.

Às minhas irmãs, Suzy, Suzana, Simone e Sandra, pelo apoio em todos os

momentos da minha vida, principalmente para o início e conclusão do curso.

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À minha sobrinha Amanda e aos meus sobrinhos Matheus, Paulinho, Gabriel

e Miguel, pela alegria contagiante.

Aos meus tios Waldir e Sueli, pelo carinho e contribuição na realização do

curso.

Aos meus primos Dinho e Bruno, pela amizade, companheirismo e por serem

meus irmãos de coração.

Aos meus cunhados Osvaldo, Paulo, Leonardo e Marco, pelo respeito, apoio

e por fazerem parte da minha família.

Ao meu orientador Roberto da Gama Silveira, pela amizade, confiança em

mim depositada, atenção, incentivo e paciência na realização deste trabalho.

Ao professor José Massao Miasato, pela amizade constante, apoio e incentivo

em todos os momentos, principalmente em minha vida pessoal.

As minhas colegas de curso Cláudia, Marcelle e Danielle, por contribuírem

para o meu aprendizado.

Page 7: CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA - UNIGRANRIO€¦ · incubados em estufa bacteriológica à 37 oC por um período de 24h. Em seguida, foram repicadas em placas de Petri contendo

À coordenadora de odontologia do Unifeso Monique Sandin, que cedeu o

local para a realização da fase clínica da pesquisa.

À bióloga Viviane, técnica do Laboratório São Lucas, que cedeu o espaço

para a execução da fase laboratorial da pesquisa e pela contribuição técnica e

científica.

Ao cirurgião-dentista Valmir Rodrigues, por sempre ser solícito e pelo auxílio

na indicação de pacientes.

Ao biomédico Silvio Jorge Machado, professor do Laboratório de

Microbiologia da UNIGRANRIO, pela contribuição técnica e científica para a

realização desta pesquisa.

À professora Leila Chevitarese, pela contribuição ao longo do curso e por me

dizer uma frase no início que guardei com carinho “Você sairá um novo profissional

e um novo homem após a realização deste curso”.

Aos professores Omar Micati e Ana Lúcia Tancredo, que acreditaram no meu

trabalho e me ensinaram a ser cirurgião-dentista.

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À minha cunhada Karini Faria, pela contribuição e apoio na execução da

pesquisa.

Aos pacientes e responsáveis que participaram deste estudo.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar “in vitro” a atividade antimicrobiana de

quatro materiais (CTZ, Guedes-Pinto, Calen PMCC® e OZE) utilizados na obturação

dos canais radiculares de dentes decíduos sobre alguns microorganismos removidos

e identificados da cavidade pulpar de molares decíduos necrosados. Foram

selecionadas 06 crianças na faixa etária de 6 a 10 anos de idade, cada uma

apresentado um molar decíduo necrosado. Na fase clínica, os dentes envolvidos

foram acessados e um cone de papel absorvente inserido no interior dos canais

radiculares, em seguida, os cones contaminados foram colocados num tubo

contendo 3 ml de caldo TSB. Os tubos foram enviados ao laboratório e todos os

dentes envolvidos tratados e obturados com a pasta CTZ. A restauração coronária

foi realizada com cimento de ionômero de vidro e os dentes estão em

acompanhamento. Na fase laboratorial, os tubos contendo caldo TSB foram

incubados em estufa bacteriológica à 37oC por um período de 24h. Em seguida,

foram repicadas em placas de Petri contendo os meios de cultura: ágar sangue, ágar

manitol sal, ágar CLED e ágar chocolate. Os meios foram incubados em estufa

bacteriológica à 37oC por 24h, exceto o ágar chocolate que foi colocado numa jarra

de anaerobiose e incubado nas mesmas condições. Após o crescimento e

identificação das bactérias, com o auxílio de um swab esterilizado, foram semeadas

em placas de Petri contendo ágar de Mueller Hinton. As pastas (CTZ, Guedes-Pinto,

OZE e Calen PMCC®) foram colocadas no meio e incubadas em estufa a 37oC por

24h para verificar e medir os halos de inibição de crescimento bacteriano. Os

microorganismos identificados foram a K. pneumonae, S. aureus, E. coli, E. faecalis

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e bactérias que cresceram em meio anaeróbio. No teste de difusão em ágar dos

materiais obturadores, as pastas CTZ e Guedes-Pinto apresentaram os melhores

resultados “in vitro”, seguidas pelo cimento de óxido de zinco e eugenol e a pasta

Calen PMCC®. Concluiu-se que as pastas obturadoras de canais radiculares de

dentes decíduos com o antibiótico em sua composição foram mais efetivas na

eliminação de bactérias removidas de infecções endodônticas.

Palavras-chave: Dente decíduo. Endodontia. Microorganismos. Odontopediatria.

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ABSTRACT

The aim of this study was to analyze in vitro the antimicrobial activity of four

materials (CTZ, Guedes-Pinto, Calen PMCC®, OZE) used in obturation of root canals

of deciduous teeth on some microorganisms removed from the pulp cavity of necrotic

primary molars. We selected 06 children aged 6 to 10 years old, each presented with

a deciduous molar was necrotic. In the clinical phase, the involved teeth were

accessed and an absorbent paper cone inserted inside the root canal, then the

contaminated cones were placed in a tube containing 3 ml of TSB. The tubes were

sent to the laboratory and all involved teeth treated and filled with paste CTZ.

Coronal restoration was performed with cement glass ionomer and the teeth were in

attendance. In the laboratory phase, the tubes were incubated in TSB bacteriological

incubator at 37 °C for a period of 24 hours. Then, they were subcultured in Petri

plaques containing culture media: blood agar, mannitol salt agar and chocolate agar

CLED. The media were incubated in bacteriological incubator at 37 °C for 24 hours,

except the chocolate agar that was placed in an anaerobic jar and incubated in the

same conditions. After the growth and identification of bacteria, with the aid of a

sterile swab, were sown in Petri plaques containing Mueller Hinton agar. The folders

(CTZ, Guedes-Pinto, OZE, Calen PMCC®) were placed in medium and incubated in

an oven at 37 °C for 24 hours to verify and measure the inhibition of bacterial growth.

The microorganisms identified were K. pneumonae, S. aureus, E. coli, E. faecalis

and bacteria grown in anaerobic conditions. In the agar diffusion test of the filling

materials, folders CTZ and Guedes-Pinto presented the best results in vitro, followed

by cement and zinc oxide eugenol paste and Calen PMCC®. It was concluded that

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root canal filling pastes in primary teeth with the antibiotic in its composition were

more effective in eliminating bacteria removed from endodontic infections.

Keywords: Deciduous teeth. Endodontics. Microorganisms. Pediatric dentistry.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – As imagens A, B, C e D mostram o transporte do material coletado e a semeadura nos meios de cultura utilizados no estudo.................................... 49 Figura 2 – As imagens A, B, C e D mostram os métodos de identificação dos microorganismos encontrados no meio CLED. A imagem E mostra os meios de cultura utilizados no estudo.................................................................................. 50 Quadro 1 - Composição química e proporção dos materiais avaliados............... 51 Figura 3 – As imagens A e B mostram o preparo dos materiais obturadores Utilizados no estudo. As imagens C e D mostram a inserção dos mesmos no meio ágar de Mueller Hinton e a incubação em estufa bacteriológica........................................................................................................ 52 Figura 4 – As imagens A, B e C mostram o crescimento bacteriano nos meios de cultura utilizados no estudo............................................................................. 55 Quadro 2 – Microorganismos identificados nas amostras, sendo representados por grupos e o método de coloração de Gram..................................................... 56 Figura 5 (A e B) – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de K.pneumonae após a aplicação dos materiais obturadores............................. 58

Figura 6 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de S. aureus após a aplicação dos materiais obturadores......................................... 59 Figura 7 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de E. coli após a aplicação dos materiais obturadores.............................................. 59 Figura 8 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de E. faecalis após a aplicação dos materiais obturadores........................................ 60 Quadro 3 – Características dos pacientes referentes à idade, elemento dentário, história médica, presença ou ausência de dor e presença ou ausência de sinais na região do elemento dentário envolvido............................................. 61

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Quadro 4 – Características dos pacientes referentes ao exame clínico, condição da coroa e aspectos radiográficos do elemento dentário envolvido..... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Crescimento bacteriano encontrado nos meios de cultura testados................................................................................................................. 54 Tabela 2 – Microorganismos identificados com citação dos meios de cultura utilizados no estudo, removidos da amostra de pacientes........................ 56 Tabela 3 - Apresentação das medidas em mm dos halos de inibição de crescimento bacteriano pela ação das pastas testadas no sentido horizontal e das frequências de média e desvio-padrão........................................................ 57 Tabela 4 – Apresentação das medidas em mm dos halos de inibição de crescimento bacteriano pela ação das pastas testadas no sentido vertical e das frequências de média e desvio padrão......................................................... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem

oC Graus Celsius

h Hora

OZE Óxido de Zinco e Eugenol

RX Raios – X

CTZ Cloranfenicol, Tetraciclina e Óxido de Zinco e Eugenol

p Nível de Significância

PMCC Paramonoclorofenol Canforado

ml Mililitro

BHI Brain Heart Infusion

mm Milímetro

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CLED Cystine Lactose Electrolyte Deficient

TSB Tripticase Soy Broth

LB Letheen Broth

DNA Ácido desoxirribonucléico

MTA Agregado Trióxido Mineral

pH Potencial Hidrogeniônico

µl Microlitro

cm Centímetros

PR Paraná

RJ Rio de Janeiro

SP São Paulo

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LISTA DE SÍMBOLOS

® Marca registrada comercial

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 19

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 23

2.1 MICROBIOLOGIA ENDODÔNTICA............................................................ 23

2.2 MATERIAIS OBTURADORES UTILIZADOS NA TERAPIA PULPAR

DE DENTES DECÍDUOS................................................................................... 28

2.3 ESTUDOS DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS

MATERIAIS RELACIONADOS.......................................................................... 36

3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 43

3.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 43

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ 43

4 METODOLOGIA................................................................................................. 44

4.1 COMITÊ DE ÉTICA...................................................................................... 44

4.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA............................................................................ 44

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO......................................................................... 44

4.4 COLETA DO MATERIAL.............................................................................. 45

4.4.1 Fase clínica............................................................................................. 45

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4.4.2 Fase laboratorial..................................................................................... 47

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS........................................................ 53

5 RESULTADOS ................................................................................................... 54

6 DISCUSSÃO....................................................................................................... 63

7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 72

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 73

APÊNDICE............................................................................................................. 83

ANEXO................................................................................................................... 84

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1 INTRODUÇÃO

A manutenção dos dentes decíduos em condições favoráveis até o momento

de sua esfoliação fisiológica se apresenta como um desafio para o tratamento na

clínica odontológica, devido ao seu impacto sobre a saúde bucal e geral do paciente

infantil. Mesmo com a diminuição da prevalência da doença cárie são detectadas

necessidades de terapia endodôntica em alguns destes dentes (GUEDES-PINTO &

DUARTE, 1998).

O diagnóstico da condição pulpar é de fundamental importância para o

tratamento a ser proposto, pois envolve conhecimentos científicos, atenção,

raciocínio, experiência, capacidade de relacionar as informações teóricas a sinais e

sintomas clínicos e também o bom senso do profissional (COSTA FILHO, 2004).

Neste contexto, a indicação de terapia endodôntica nos casos onde há o

acometimento do tecido pulpar de maneira irreversível, com reais condições de

reabilitação do dente acometido, se faz necessária, pois previne problemas

estéticos, funcionais e ortodônticos, evitando também a execução de exodontias e,

consequentemente, a necessidade de manutenção de espaço. Além disso, a

intervenção endodôntica possibilita a permanência do próprio dente da criança e

torna-se opção mais biológica do que as substituições protéticas (KRAMER et al.,

2000).

A consequência da invasão de microorganismos na polpa pode resultar em

um quadro clínico de necrose pulpar ocasionando uma reação e disseminação para

os tecidos periapicais. Os tratamentos endodônticos são realizados para controlar a

infecção e também para a obtenção da saúde dos tecidos perirradiculares e o

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sucesso, portanto, é diretamente influenciado pela eliminação dos microorganismos

nos canais radiculares infectados. Entretanto, após a realização da terapia pulpar,

alguns destes permanecem viáveis e contribuem para o insucesso do tratamento.

(MELKER et al., 2006; GABARDO, 2009).

A relação entre microorganismos e casos de insucesso da terapia

endodôntica é muito discutida, pois as espécies envolvidas variam de acordo com

características do processo patológico. Atualmente, novas espécies bacterianas

envolvidas neste processo têm sido identificadas. No entanto, sabe-se que as

espécies individuais de microorganismos encontrados na cavidade pulpar são

usualmente de menor virulência, mas coletivamente são patogênicas devido à

combinação de fatores que facilitam a manutenção de patologias pulpares e

periapicais (ESTRELA et al., 2001).

As raízes dos dentes decíduos também apresentam algumas variações

anatômicas que podem dificultar a avaliação de radiografias e a manipulação no

interior do canal radicular, principalmente no período de sua esfoliação fisiológica,

tratando-se da presença do germe do sucessor permanente.

Após a terapia pulpar dos dentes infectados com ou sem lesão, as bactérias

podem persistir nas ramificações do canal, nos túbulos dentinários expostos, nas

lacunas do cemento celular e no forame apical, ou seja, fora da luz do canal. As

técnicas químico-mecânicas comumente utilizadas muitas vezes não são capazes

de eliminar estes microorganismos que permanecem viáveis e mantém o processo

infeccioso (WALTIMO et al., 2003). Assim, o sucesso da terapia pulpar depende da

proporção significativa da redução ou eliminação de bactérias não só dentro do

canal radicular, mas também nestes locais onde os preparos químico e mecânico

são de difícil acesso. Considerando-se as limitações da instrumentação do canal

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principal do dente, o uso de materiais com capacidade antimicrobiana representa um

dos aspectos mais importantes para se alcançar este sucesso. (MELKER et al.,

2006; AMORIM et al., 2006; PIVA et al., 2008). Com isso, Lopez & Siqueira Júnior

(2004) confirmaram que os microorganismos presentes nestes locais inacessíveis

durante a manipulação do canal ou com resistência a substâncias irrigadoras mais

utilizadas, podem ser afetados por medicamentos que apresentarem esta ação

antimicrobiana, pois potencializam a redução da microbiota endodôntica

proporcionando uma melhor reparação dos tecidos periapicais e perirradiculares,

obtendo um maior índice de sucesso. Em concordância com o que foi mencionado,

Leonardo et al. (2007) enfatizam que o material para ter boa ação antimicrobiana,

além de sua capacidade em eliminar os microorganismos, também deve neutralizar

produtos tóxicos residuais e prevenir a recorrência de infecções no canal radicular,

na tentativa de favorecer este processo de reparação tecidual.

Cabe ressaltar que mesmo com o avanço de pesquisas envolvidas no tema,

existem divergências de opiniões quanto à utilização dos materiais obturadores do

sistema de canais radiculares dos dentes decíduos. Neste contexto, Cunha et al.

(2005) e Assed et al. (2005) relataram que ainda não existe um material obturador

que preencha todos os requisitos considerados ideais para o uso. Sendo assim, os

índices de sucesso clínico obtidos são encorajadores, pois há carências de mais

estudos experimentais, laboratoriais e clínicos que sustentem cientificamente a

validade das indicações em sua prática odontológica. (OLIVEIRA & COSTA, 2006).

Com o intuito de avaliar melhor a atividade antimicrobiana dos materiais,

Delgado (2007) defende também que a importância na elaboração de um protocolo

efetivo e eficaz na desinfecção do sistema de canais radiculares está inteiramente

relacionada ao avanço da microbiologia como ciência. O emprego de uma

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metodologia precisa para a identificação, isolamento, cultivo e análise de

microorganismos contribui para uma melhor compreensão e orientação no sucesso

clínico e radiográfico.

Tendo em vista o que foi mencionado, é necessário buscar um mecanismo

microbiológico para ampliar o conhecimento das espécies bacterianas encontradas

no interior dos canais radiculares de dentes decíduos e avaliar a capacidade

antimicrobiana dos materiais endodônticos mais comumente utilizados em

odontopediatria, a fim de possibilitar ao profissional responsável pelo tratamento o

medicamento mais apropriado para sua terapêutica.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MICROBIOLOGIA ENDODÔNTICA

As infecções de origem endodôntica são produzidas por diversos

microorganismos que, por algumas razões, penetram nos tecidos pulpares e

periapicais (KAKEHASHI et al., 1965). Até a década de 70, os estudos da microbiota

contida no interior dos canais radiculares se davam principalmente pelo isolamento

de bactérias aeróbias, onde o grupo mais encontrado neste período era o

Streptococcus viridans (MORSE, 1970).

As numerosas espécies de microorganismos constituintes da microbiota de

canais radiculares infectados somente puderam ser estudadas após o

desenvolvimento de técnicas de transporte para cultura e isolamento dos diferentes

tipos de microorganismos (SUNDQVIST, 1992). Durante a década de 80, ocorreram

avanços científicos e tecnológicos envolvendo os meios de cultura e a identificação

de microorganismos dos canais radiculares de dentes humanos com necrose pulpar

e lesões periapicais e perirradiculares, confirmando assim a predominância de

bactérias anaeróbias, principalmente Gram-negativas. Esta descoberta se tornou

importante, pois as bactérias gram-negativas, além de possuírem diferentes fatores

de virulência e gerarem produtos e subprodutos tóxicos aos tecidos, também contêm

endotoxinas em sua parede celular. Através da liberação destas toxinas durante a

multiplicação ou morte bacteriana, ocorre o aumento de reações no sistema de

defesa do organismo e nos tecidos que envolvem as raízes dos dentes (HIZATAGU,

2007; ALVARES & ALVARES JUNIOR, 2009). Assim, confirmou-se que as infecções

de origem endodôntica apresentam-se com um caráter polimicrobiano,

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(BAUMGARTHER & FALKLER, 1991), com cada espécie apresentando seus

próprios fatores de virulência (BAUMGARTNER, 1997).

No curso de evolução do processo infeccioso, desenvolvem-se inter-relações

entre espécies microbianas, proporcionando mudanças consideráveis na microbiota,

que formam associações resistentes e com interdependência mútua que baseiam-se

na demanda e relações nutricionais. Existem ainda microcomunidades de bactérias

agregadas nos canais radiculares adaptando-se à condições específicas existentes

nas diferentes partes dos canais (SUNDQVIST, 1994).

Santana (2008) relatou que qualquer microorganismo presente na cavidade

bucal de um indivíduo possui capacidade de invadir o espaço no interior dos canais

radiculares e participar do processo infeccioso. Além disso, as bactérias são os

microorganismos mais comumente encontrados, apesar da existência de outros

grupos na infecção. Outro fator importante é a via de acesso utilizada pelos

microorganismos para chegar aos canais radiculares dos dentes, como a cárie

dentária, exposições dentinárias, doenças periodontais e a via anacorética. Com o

que foi mencionado, Sundqvist (1994) afirmou que apesar desta facilidade, a

invasão se dá por um grupo restrito de microorganismos, comparando-se com a

microbiota total da cavidade bucal, pois os canais permitem o crescimento de

bactérias anaeróbias capazes de fermentar aminoácidos e peptídeos e de bactérias

cuja fonte energética provém da fermentação de carboidratos quando restringidas

pela carência de nutrientes.

A tríade existente entre microorganismo, virulência e resposta orgânica

incentivou o desenvolvimento de pesquisas que proporcionaram explicações e

definições mais compreensíveis e aceitáveis para a complexa relação entre

microbiologia e patologia (ALVARES & ALVARES JUNIOR, 2009).

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Para Estrela et al. (2007), existem discussões importantes sobre a ação de

medicações introduzidas no interior dos canais radiculares. Um fator a ser

considerado é a escolha da medicação para a terapia, pois o conhecimento de seu

mecanismo de ação e dos microrganismos predominantes nas infecções de origem

endodôntica são importantes para o sucesso do tratamento.

Como foi afirmado anteriormente, compreende-se que os microorganismos

apresentam um importante papel no desenvolvimento e manutenção de infecções no

canal radicular e nos tecidos periapicais e perirradiculares. Assim, é necessário

ressaltar que sua presença durante a terapia pulpar pode não conduzir ao fracasso,

porém a ausência relaciona-se ao sucesso. Assim, a prioridade na atenção para a

eliminação microbiana está direcionada às condições determinantes ao crescimento

e multiplicação, apresentando influência na atividade enzimática das bactérias, tais

como: pH, temperatura, pressão osmótica, concentração de oxigênio, concentração

de dióxido de carbono e concentração de substrato (ALVARES & ALVARES

JUNIOR, 2009). Para Santana (2008), o ambiente endodôntico possui seletividade à

infecção microbiana, que é dada pela tensão de oxigênio, viabilidade de nutrientes e

interações microbianas. Não existindo comunicação direta entre o meio bucal e a

cavidade pulpar há a decorrência de dificuldades na reposição de oxigênio

consumido.

O sucesso do tratamento endodôntico depende de muitos fatores para a

redução ou eliminação da infecção bacteriana. Entretanto, para que isso ocorra, é

importante identificar quais são os microrganismos presentes. Existem poucas

pesquisas realizadas que identifiquem espécies bacterianas presentes em dentes

decíduos, principalmente com necrose pulpar (BROOK et al., 1981; SATO et al.,

1993).

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Os estudos da microbiologia do interior da cavidade pulpar de dentes

decíduos têm sido realizados através da coleta de materiais dos canais radiculares

com a identificação bacteriana por meios de cultura que, por apresentarem bons

resultados, são avaliados como padrão ouro (SAKAMOTO et al. 2001; SIQUEIRA

JUNIOR & RÔÇAS, 2004).

Em 1972, Edwards & Nord estudaram a presença de microorganismos e

suas enzimas na cavidade pulpar de 110 molares decíduos humanos cariados,

infectados e com ausência de lesão periapical, por meio de procedimentos de

cultura em condições aeróbias e anaeróbias. Noventa e seis cepas bacterianas

diferentes foram isoladas. Os microorganismos mais freqüentes foram S. mitis,

Micrococcus, Peptostreptococcus, S. faecalis e Lactobacilus. Cerca de 19% das

bactérias isoladas foram anaeróbias. Quanto a presença de enzimas, 30% do S.

mitis e algumas Corynebacteria produziram hialuronidaze e desoxyribonuclease. Os

S. faecalis produziram gelatinase e atividade caseinolítica. Os Micrococcus

produziram chitinase e atividade bacteriolítica. Foram encontrados microorganismos

em 70% das amostras devido às bactérias penetrarem profundamente no soalho

das cavidades em dentes decíduos comparando-os com os permanentes. A

ocorrência das anaeróbias poderia ter sido maior com o emprego de técnicas

aprimoradas e ainda as reações teciduais pulpares e periapicais dependem da

associação de microorganismos capazes de elaborar reações tóxicas e

imunológicas nos tecidos.

Pazzeli et al. (2003) verificaram, por meio de cultura bacteriológica, a

prevalência de microorganismos em 31 canais radiculares de dentes decíduos

humanos com necrose pulpar e lesões periapicais e perirradiculares. O material

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27

colhido dos canais após a realização da cirurgia de acesso foi submetido ao

processamento microbiológico para a determinação das unidades formadoras de

colônias de microorganismos. Os resultados mostram que os microorganismos

anaeróbios foram quantificados em 96,7% dos casos, os bacilos pigmentados de

negro (BPB) em 35,5%, os aeróbios em 93,5%, os estreptococos em 96,7% e os S.

mutans em 48,4%. Assim, pôde-se concluir que a infecção em canais radiculares de

dentes decíduos humanos portadores de necrose pulpar é polimicrobiana, com

grande quantidade de microorganismos e maior prevalência de estreptococos e

anaeróbios.

Silva et al. (2006) avaliaram por meio de cultura bacteriológica, a prevalência

de microrganismos em canais radiculares de dentes decíduos de humanos com

necrose pulpar e lesão nos tecidos periapicais e perirradiculares. Foram

selecionados 20 dentes decíduos humanos. Após a realização da abertura coronária

foi efetuada a remoção do conteúdo do canal radicular para exame bacteriológico

introduzindo-se sequencialmente 4 cones de papel absorvente esterilizados,

providos de aleta metálica, de número compatível com o diâmetro do canal radicular.

Após 30 segundos, os cones foram removidos e transferidos para um tubo de ensaio

contendo fluido para transporte reduzido e enviados para processamento

microbiológico. Os microrganismos anaeróbios foram quantificados em 100% dos

casos, os bacilos pigmentados de negro em 30%, os aeróbios em 60%, os

estreptococos em 85%, os bacilos gram-negativos aeróbios em 15% dos casos e os

estafilococos não foram quantificados. Os estreptococos do grupo mutans foram

quantificados em 6 canais radiculares (30%), sendo que em 5 canais estavam

presentes os S. mutans e em 1 canal o S. mutans e S. sobrinus. Os autores

concluíram que, nos canais radiculares de dentes decíduos de humanos portadores

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28

das condições clínicas e radiográficas mencionadas, há a presença de infecção

polimicrobiana com predomínio de microrganismos anaeróbios.

2.2 MATERIAIS OBTURADORES UTILIZADOS NA TERAPIA PULPAR DE DENTES

DECÍDUOS

Um dos primeiros materiais obturadores utilizados na terapia pulpar de dentes

decíduos foi o hidróxido de cálcio, pois Herman (1920 apud Estrela & Holland, 2003)

apresentou a primeira fórmula para a sua utilização mesmo com diferentes

substâncias em sua composição. Neste período, o autor já o indicava para o

tratamento da polpa dental. Entretanto, Holland et al. (1999) afirmaram que, apesar

de ser citado como uma medicação importante para a terapia pulpar, acabou sendo

pouco utilizada por um longo período e seus estudos retornaram a partir da década

de 60 com posteriores publicações.

O hidróxido de cálcio é apresentado como um sal cristalino, branco e

suavemente solúvel (WITHERSPOON et al., 2006). Sua ação está relacionada à

dissociação dos íons cálcio e hidroxila (MORETTI, 2008). Quando associado a um

veículo apropriado, origina-se uma pasta alcalina quimicamente considerada uma

base forte (FAVA & SAUNDERS, 1999). Suas propriedades biológicas e

antimicrobianas são determinadas pela ação sobre os tecidos e bactérias

(MORETTI, 2008). Na odontologia é indicado para o forramento de cavidades

profundas, capeamento pulpar direto e indireto, pulpotomia, medicação intracanal,

apicificação, neutralização de agressão de agentes clareadores (FUSS et al., 1986),

prevenção e controle de reabsorções radiculares interna e externa, reparação de

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perfurações, tratamento de traumatismos dentários, contenção de hemorragia

(FAVA et al., 2000), prevenção de contaminação coronária na terapia pulpar

(SIQUEIRA JUNIOR et al., 1998) e incorporação em cimentos para o tratamento

endodôntico (GORDON & ALEXANDER 1986). Também é utilizado como material

obturador de canais radiculares de dentes decíduos devido à presença de algumas

características importantes como a fácil aplicação, radiopacidade, ausência de

efeitos tóxicos aos sucessores permanentes e reabsorção mais rápida do que as

raízes dos dentes decíduos (MORETTI, 2008). Além disso, em uma revisão

sistemática realizada por Estrela et al. (2007), concluiu-se que o hidróxido de cálcio

tem um bom desempenho no processo de reparação clínica e radiográfica com

elevada taxa de sucesso na terapia endodôntica.

O hidróxido de cálcio, quando utilizado como pasta, necessita da inserção de

um veículo que pode ser aquoso, viscoso ou oleoso. Assim, o tipo de veículo

escolhido tem importância na determinação da velocidade de dissociação dos íons

cálcio e hidroxila (FAVA & SAUNDERS, 1999). Entretanto, sua difusão é apontada

como a responsável pela dificuldade de ação à distância, que é dependente de

alguns fatores como a camada de “smear layer”, o comprimento e diâmetro dos

túbulos dentinários, as características do soluto, propriedades tampão, a adsorção e

os radicais ativos da dentina (REHMAN et al., 1996).

Foreman & Barnes (1990) afirmaram que o alto pH deste material é

responsável em promover um ambiente indesejável para o crescimento bacteriano e

citam três mecanismos para o acontecimento: os íons hidroxila destroem

fosfolipídeos caracterizando a destruição da membrana celular, promove a

destruição das proteínas bacterianas por ser altamente alcalino e, por último, os íons

hidroxila reagem com o DNA bacteriano inibindo sua replicação.

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O potencial antimicrobiano desta substância necessita de um tempo para a

atuação, pois é imprescindível manter altas concentrações de hidroxila por um

período adequado com o intuito de afetar a atividade enzimática das bactérias ou

promover sua inativação, além disso, as enzimas afetadas estão situadas na

membrana citoplasmática bacteriana. Também apresenta um largo espectro de ação

que independe da capacidade metabólica dos microorganismos. Esta ação se deve

à sua atuação na membrana citoplasmática a qual apresenta características

similares, seja qual for a morfologia, o arranjo, a suscetibilidade aos corantes ou a

via respiratória bacteriana. Existem bactérias nas quais esta substância age de

maneira similar, dentre elas cita-se os cocos, bacilos, filamentosos ou espiralados,

diplococos, tétrades, sarcinas, estreptococos, estafilococos, diplobacilos ou

estreptobacilos; aeróbias ou anaeróbias, Gram positivas ou Gram negativas.

Quando utilizado temporariamente, pode ter uma melhor contribuição para a

reparação tecidual em comparação com a sessão única (ESTRELA & HOLLAND,

2003). Entretanto, Gomes et al. (2002) afirmaram que para existir esta ação

antimicrobiana é necessário o contato direto do medicamento com os

microorganismos, pois diante desta situação há uma concentração máxima do íon

hidroxila no ambiente evitando-se suas sobrevivências. Por apresentar baixa

solubilidade sua difusão fica prejudicada à distância.

Um dos produtos a base de hidróxido de cálcio é a pasta Calen® que é

associada à veículo hidrossolúvel e viscoso que mantém o hidróxido de cálcio por

mais tempo na área desejada, prolongando sua ação, diminuindo sua solubilização e

aumentando sua penetrabilidade na dentina radicular (LEONARDO et al., 1993;

LEONARDO, 2005). Seu pH é em torno de 12,4 e sofre dissociação dos íons cálcio

e hidroxila (SILVA, 1988; NELSON-FILHO, 1996).

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A associação do hidróxido de cálcio com o PMCC vem sendo utilizada com o

objetivo de ampliar seu espectro de ação principalmente com bactérias facultativas e

aeróbicas. Apesar do potencial citotóxico do PMCC, a combinação destas

substâncias também são eficazes na eliminação de bactérias anaeróbias e outras

espécies localizadas nos interior dos túbulos dentinários (LEONARDO et al., 1993;

FAVA & SAUNDERS, 1999). Embora seja inicialmente efetivo sobre algumas

espécies bacterianas, sua evaporação ocorre rapidamente podendo ser perdida na

câmara pulpar. Isto faz com que os microorganismos que sobreviveram à sua ação

inicial sofram posteriormente multiplicação (ORSTAVIK, 1988; ORSTAVIK &

HAAPASALO, 1990).

Outro material utilizado nesta pesquisa é o óxido de zinco e eugenol que foi

citado por Tangerino (2006) como um dos mais usados para a terapia pulpar de

dentes decíduos, principalmente nos Estados Unidos, onde é preconizado em 94%

das Universidades (PRIMOSCH et al., 1997) e também é citado como material de

escolha pela Academia Americana de Odontopediatria (AAPD, 2004). No Brasil, é o

segundo material mais usado, correspondendo a 19% das instituições de ensino

superior. O sucesso clínico com a utilização desse material varia de 68,7% a 86,1%

(KRAMER et al., 2000). Também são recomendados em odontologia para

restaurações temporárias, forradores cavitários, bases para isolamento térmico e

cimentação temporária e permanente (SACRAMENTO et al., 2008).

Este cimento consiste em grânulos de óxido de zinco numa matriz de

eugenolato de zinco com unidades ligadas por forças de Van der Waals. Em contato

com o meio aquoso (saliva) ocorre a hidrólise do eugenolato resultando na liberação

do eugenol e hidróxido de zinco. Assim, entende-se que a liberação do eugenol não

é afetada pela proporção pó/líquido do cimento. Sua difusão na dentina é

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dependente da quantidade de cálcio e na ligação entre o eugenol e a matriz

orgânica da dentina. O eugenol é fracamente ionizável e sua reação com o óxido de

zinco é de ácido-base, que resulta na formação do sal e eugenolato de zinco

(ESCOBAR, 2002).

O eugenol é reconhecidamente um importante agente antimicrobiano com

propriedades analgésicas extraído do cravo-da-índia. Trata-se de um composto

fenólico, onde a liberação de prótons de sua estrutura desnatura a parede celular

bacteriana causando a morte de microorganismos (TANGERINO, 2006). Quando

liberado da pasta, apresenta efeitos terapêuticos na dentina e na polpa e é tido

como o componente dos óleos essenciais que melhor reduz a atividade bacteriana

de espécies como Estafilococos, Micrococos, Bacilos e Enterobactérias por mais de

30 dias (BURT, 2004).

Para testar a compatibilidade biológica da pasta de óxido de zinco e eugenol,

Costa et al. (1996) observaram a proporção pó/líquido da pasta por meio de

implantes dorsais em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos por um período de 60

dias. Os autores concluíram que a capacidade de irritabilidade tecidual e

citotoxidade da mesma está relacionada à quantidade de eugenol colocado na

mistura, pois aplicado em menor quantidade pode causar menor irritação tecidual

quando comparado com as pastas em quantidades maiores.

Para comentar sobre a pasta CTZ, Walther (1965) faz um breve histórico

considerando que sua avaliação foi iniciada em 1959, quando Cappiello e Soler

começaram a estudar na Argentina um método de terapia pulpar para dentes

decíduos utilizando uma pasta composta de tetraciclina, óxido de zinco e eugenol, a

qual era colocada na câmara pulpar em sessão única sem que fosse feita qualquer

intervenção nos condutos radiculares, com a obtenção de resultados clínicos

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positivos. Também na mesma época, Shay analisou a possibilidade de usar

antibióticos para conservação da vitalidade pulpar e Perdiza estudou a associação

do óxido de zinco ao cloranfenicol observando aumento no efeito do primeiro nos

tratamentos endodônticos. No entanto, foi em 1967 que Cappiello indicou sua

utilização para o tratamento de dentes com comprometimento do tecido pulpar.

Na composição química desta pasta foram inseridos dois antibióticos: o

cloranfenicol e a tetraciclina. O primeiro trata-se de um fármaco bacteriostático muito

valioso no tratamento de doenças infecciosas específicas que não respondem ao

tratamento com antibióticos menos tóxicos. Foi o primeiro antibiótico de amplo

espectro a ser descoberto. Junta-se ao sítio de ligação do aminoacil-tRNA da

subunidade 50 S do ribossoma bacteriano impedindo a síntese de proteínas através

da inibição da peptidiltransferase. Sua atividade antimicrobiana direciona-se a

numerosas espécies gram-negativas, alguns estreptococos e estafilococos,

riquétsias, Chlamydia, treponemas e Mycoplasma. A maioria das bactérias

anaeróbias são sensíveis a esta droga. O segundo antibiótico usado é

bacteriostático de amplo espectro que foi extensamente empregado no tratamento

das infecções. Este fármaco inibe a síntese das proteínas, ao ligar-se de modo

reversível à subunidade 30 S do ribossoma bacteriano em bactérias sensíveis e ao

impedir a ligação do aminoacil-tRNA. Sua faixa de atividade antimicrobiana inclui

bactérias aeróbias e anaeróbias tanto gram-positivas (maior atividade) quanto gram-

negativas. Possui efeitos colaterais que são dependentes da dose administrada,

alguns deles são: pigmentação dentária, hipoplasia de esmalte e reações fototóxicas

na pele. As reações alérgicas raramente são encontradas (YAGIELLA, 2000).

A obturação de canais com a pasta CTZ tem sido ensinada em cursos de

especialização em odontopediatria brasileiros. Com o protocolo de simples execução

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e diminuição dos custos envolvidos na técnica clássica da endodontia

fundamentada em evidências científicas. A técnica do CTZ pode ser indicada

independente do diagnóstico pulpar e não necessita de instrumentação dos canais

(LEAL et al., 2004). Denari (1996) relatou em seu artigo que através de sua

experiência clínica com a utilização desta pasta, a elevada frequência de sucesso

dos tratamentos vem se apresentando há mais de 30 anos.

Bruno et al. (2006) realizaram um estudo para avaliar as reações

hematológicas e bioquímicas do sangue de cães submetidos à terapia pulpar com

CTZ e concluíram que o uso deste material foi destituído de efeitos tóxicos nos

animais testados e acrescentou que apesar de ser uma técnica promissora devem

ser realizados outros estudos em humanos.

Oliveira & Costa (2006) afirmaram que esta técnica pode trazer benefícios

para o paciente como manter seu dente até a época da esfoliação ou pelo menos

retardar sua perda precoce. Relataram também, a importância da utilização na rede

pública de saúde, onde não é possível o tratamento endodôntico tradicional ou a

colocação de mantenedores de espaço para evitar uma possível movimentação dos

dentes antagonistas e adjacentes. Com isso, Passos et al. (2008) concluíram que a

terapia pulpar com a pasta CTZ é facilmente aplicada e promove excelente resultado

clínico e radiográfico em dentes com prognóstico desfavorável, principalmente com

mobilidade dentária e em crianças não colaboradoras ao tratamento na consulta

odontológica.

O último material citado nesta revisão é a pasta Guedes-Pinto, que teve seu

primeiro teste clínico em 1981, quando Guedes-Pinto et al. realizaram uma pesquisa

em 45 dentes com polpa mortificada. Os passos técnicos foram feitos em única

consulta respeitando-se as etapas iniciais para obter o contato com a câmara

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coronária, que foi recomendada a irrigação com tergentol-furacin. Em seguida, ao

localizar os canais, era levado à câmara o Endo-PTC ativado pelo gotejamento

contínuo de líquido de Darkin. Após a preparação e secagem dos canais, foram

obturados com uma pasta constituída por partes iguais de iodofórmio,

paramonoclorofenol canforado e Rifocort® seguida pela colocação coronária de uma

base de guta-percha e preenchimento da cavidade de um cimento apropriado. Após

acompanhamento de um ano, apenas um dente não obteve o sucesso considerado

pelos autores e, nos casos observados radiograficamente por dois anos, não foi

constatada qualquer recidiva dos casos tratados. Através destes resultados,

afirmaram que esse material apresentava ótima propriedade antisséptica, era

reabsorvível e reduzia a reação inflamatória após o término do tratamento, assim

consagraram a pasta Guedes-Pinto. Além disso, esta pasta contém a rifamicina

como antibiótico de atuação que se dá inibindo a síntese de proteínas das bactérias,

principalmente Gram positivas (BPR, 2005). Para Andrade (2008), apesar desta

pasta ser amplamente utilizada, ainda há carências de estudos que sustentem sua

elevada taxa de sucesso.

O iodofórmio que também faz parte da composição desta pasta foi descoberto

em 1829 por Serulla, porém apenas em 1879 tornou-se possível identificar seu

poder antisséptico. Esta substância é insolúvel em água e por isso sua absorção é

lenta, com estabilidade em meio seco. Quando em contato com os tecidos, ocorre

sua decomposição de maneira lenta liberando minúsculas quantidades de iodo que

exercem um efeito levemente antisséptico (DANIEL et al., 1999). Estrela et al. (2006)

relataram que o iodofórmio é bastante utilizado no controle de infecções em

odontologia, sendo considerado como desinfetante de nível intermediário, além de

apresentar boa radiopacidade. Durante sua ação ocorre a liberação do iodo,

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favorecendo a alta reatividade por precipitação de proteínas e enzimas

essencialmente oxidantes. Entretanto, são necessários mais estudos para

esclarecerem o seu real mecanismo de ação em infecções endodônticas e dos

tecidos periapicais, como também os tempos de eficácia e de difusão em túbulos

dentinários, a capacidade de neutralizar as toxinas e o estímulo para o reparo

tecidual. No entanto, sua utilização tem sido restrita pela ocorrência de reações

alérgicas, principalmente em ferimentos na pele. O autor não encontrou casos

registrados destas reações em tecidos profundos, viabilizando assim, sua utilização

na prática odontológica (DUARTE et al., 2003).

2.3 ESTUDOS DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS MATERIAIS

RELACIONADOS

Bonow et al. (1996) avaliaram o efeito antimicrobiano de pastas e soluções

empregadas na terapia endodôntica de dentes decíduos: Guedes-Pinto (iodofórmio,

Rifocort e paramonocloranfenol canforado), óxido de zinco, hidróxido de cálcio e a

mistura das pastas (óxido de zinco, hidróxido de cálcio, iodofórmio e a pasta

Guedes-Pinto), formocresol, formocresol 1/5 e glutaraldeído a 2% sobre S. aureus,

S. epidermidis, S. mutans e sanguis, E. faecalis, E. coli, B. subtilis. Os

medicamentos foram depositados em placas de Petri com posterior colocação dos

microorganismos. As amostras foram analisadas imediatamente após a mistura, em

7, 14, 28, 60 e 90 dias. Após incubação à 37oC, os diâmetros das zonas de inibição

foram mensurados. As pastas demostraram maior efeito antimicrobiano do que os

líquidos. A pasta de óxido de zinco obteve o melhor resultado seguido pela pasta

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Guedes-Pinto, pastas misturadas, pasta de hidróxido de cálcio, glutaraldeído a 2%,

formocresol e formocresol 1/5. O efeito diminui com o tempo, sendo dependente da

droga e cepas bacterianas testadas.

Amorim et al. (2006) compararam o efeito antimicrobiano de diferentes

pastas obturadoras do canal radicular usadas na Odontopediatria por dois métodos

experimentais. Os materiais testados foram: pasta Guedes Pinto, pasta de óxido de

zinco e eugenol, pasta de hidróxido de cálcio, pasta CTZ e Vitapex® sobre cinco

microrganismos (S. aureus, E. faecalis, P. aeruginosa, B. subtilis e C. albicans)

obtidos do American Type Culture Collection. As cepas foram inoculadas no BHI e

incubadas a 37ºC por 24 h. Para o teste de contato direto, 72 pontas de papel foram

contaminadas com suspensões padrão dos microrganismos e expostas às pastas

obturadoras por 1, 24, 48 e 72 horas. As pontas foram imersas em LB, seguido de

incubação a 37ºC por 48 horas. Um inóculo de 0,1 ml obtido do LB foi transferido

para 7 ml de BHI, sobre condições idênticas de incubação e o crescimento

microbiano foi avaliado. As pastas mostraram ação entre 1 e 24 horas, dependendo

da pasta testada. Para o teste de difusão em ágar, 30 placas de Petri com 20 ml de

ágar BHI foi inoculada com 0,1 ml da suspensão microbiana, utilizando-se um swab

esterilizado, semeado de modo confluente no meio. Três cavidades foram feitas em

cada placa de ágar (total = 90) e completamente preenchidas com uma das pastas

obturadoras. As placas foram pré-incubadas por 1 hora em temperatura ambiente e

então incubadas a 37ºC por 48 horas. As zonas de inibição em torno das cavidades

foram mensuradas. O efeito antimicrobiano completo obtido pelas pastas

analisadas, por meio do teste por contato direto, foi observado após 24 horas em

todos os microrganismos. No teste por difusão em ágar, todos os materiais

induziram a formação de zonas de inibição, exceto o Vitapex® (variando de 6,0 -

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39,0 mm). No entanto, as pastas CTZ e Guedes-Pinto apresentaram os melhores

resultados.

Estrela et al. (2006) verificaram a influência do Iodofórmio no potencial

antimicrobiano do hidróxido de cálcio. Cinco espécies foram utilizadas: S. aureus, E.

faecalis, P. aeruginosa, B. subtilis, C. albicans. As substâncias testadas foram:

hidróxido de cálcio + solução salina, hidróxido de cálcio + iodofórmio + solução

salina; iodofórmio + solução salina. Para o teste de difusão em ágar, 18 placas de

Petri contendo 20 ml de ágar BHI foram inoculadas com as suspensões

microbianas. Cinqüenta e quatro cavidades foram feitas e preenchidas com as

substâncias testadas. Os halos de inibição microbiana foram então mensurados. No

teste de exposição direta, 162 pontas de papel absorvente número 50 esterilizadas

foram imersas nas suspensões experimentais por 5 minutos, e cobertas pelas

pastas testadas. Após intervalos de 24, 48 e 72 horas, as pontas de papel foram

imersas em 10 ml de LB, seguido de incubação a 37 ° C por 48 horas. O

crescimento microbiano foi avaliado pela turvação do meio de cultura. Um inóculo

de 0,1 ml obtido do LB foi transferido para 7 ml de BHI e incubado a 37 ° C por 48

horas. O crescimento bacteriano foi novamente avaliado pela turvação do meio de

cultura. As pastas contendo hidróxido de cálcio e solução salina, hidróxido de

cálcio-iodofórmio e solução salina mostraram significativa atividade antimicrobiana

nos métodos experimentais estudados. A pasta contendo iodofórmio e solução

salina foi ineficaz pelo teste de difusão em ágar e também por exposição direta,

para o B. subtilis e a mistura.

Domingues-Falqueiro et al. (2007) avaliaram a presença de microrganismos

em elementos dentários com necrose pulpar induzida experimentalmente, testando

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39

a eficácia de materiais com relação à atividade antibacteriana e a influência no

reparo tecidual. Utilizaram quatro cães, totalizando 64 raízes provenientes de pré-

molares divididas em grupos. O grupo I foi obturado com guta percha e cimento à

base de óxido de zinco e eugenol, o grupo II, com hidróxido de cálcio e o grupo III,

não foi obturado. Todos tiveram controle clínico e radiográfico quinzenal e após 120

dias foram extraídos em bloco para análises. A histopatologia evidenciou infiltrado

inflamatório, reabsorção cementária e óssea e tecido necrótico no delta apical em

diferentes proporções. A histomicrobiologia revelou presença de microorganismos

nas estruturas estudadas, variando de acordo com o tratamento utilizado. Os

resultados foram submetidos à análise estatística e foram significantes entre si

(p>0,05). A guta-percha com óxido de zinco e eugenol foi eficaz com relação à

atividade antibacteriana. O hidróxido de cálcio não se mostrou eficaz. Os resultados

obtidos através da utilização destes materiais deixaram evidente que a guta-percha

associada ao óxido de zinco e eugenol é o melhor protocolo a ser utilizado no

tratamento endodôntico em cães.

Piva et al. (2008) avaliaram “in vitro” a atividade antimicrobiana de materiais

utilizados como obturadores do canal radicular de dentes decíduos pelo teste de

exposição direta. Os materiais testados foram: Guedes-Pinto, CTZ, óxido de zinco

eugenol, Calen®, L & C® e MTA. Uma mistura microbiana foi preparada com 1 ml de

suspensão pura para cada um dos seguintes microorganismos: Staphylococcus

aureus, Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis, Candida

albicans. Para o teste de exposição direta, os cones de papéis esterilizados foram

contaminados com a mistura microbiana e colocada em contato com as respectivas

matérias-primas por 24, 48 e 72 horas. Nestes intervalos, os cones de papéis foram

retirados e imersos em 7 ml de LB, seguido de incubação a 37 ° C por 48 horas. Em

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40

seguida, 100 µl de inóculo obtida a partir de LB foi transferido para 7 ml de BHI e

incubados sob idênticas condições. O crescimento microbiano foi avaliado por

exame macroscópico do caldo BHI turbidez. Os autores concluíram que somente as

pastas MTA e CTZ apresentaram atividade antimicrobiana.

Mattos (2008) em sua pesquisa avaliou os efeitos antimicrobianos de alguns

materiais utilizados nos canais radiculares de dentes decíduos. A pesquisa foi

realizada na Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina. Para

o estudo testaram os seguintes materiais: pasta endodôntica tripla preparada com

tetraciclina, tiafenicol e óxido de zinco, pasta de óxido de zinco e eugenol, pasta de

hidróxido de cálcio, tricresol formalina e o paramonoclorofenol canforado. Foram

selecionados sete tipos de microorganismos (Bacillus cereus, Clostridium difficile,

Escherichia coli, Fusobacterium nucleatum, Staphylococcus aureus, Staphylococcus

epidermidis e Candida albicans) obtidos da Coleção Americana de Cultura. As

espécies foram inoculadas no ágar e no caldo de carne de Mueller Hinton e

incubadas a 35o C durante 24 horas. Os cotonetes de algodão carregados com caldo

das bactérias ou fungos em suspensão foram inoculados nas placas de ágar de

Mueller Hinton que continham 5 furos. Cada um foi preenchido posteriormente com

os materiais e seus componentes individuais dissolvidos em 50µl do dimetil

sulfóxido. As placas inoculadas com bactérias aeróbias foram incubadas em 35o C

por 20 horas na atmosfera normal. Aqueles inoculados às bactérias anaeróbias

foram incubados usando um sistema anaeróbico de Gás Pak em 35o C para 72

horas. Todos os materiais induziram zonas de inibição do crescimento. A pasta

composta por tetraciclina, tianfenicol e óxido de zinco e eugenol obteve o melhor

resultado. As pastas de óxido de zinco e eugenol e o hidróxido de cálcio

demonstraram pequena atividade antimicrobiana. As zonas de inibição induzidas

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para o tricresol formalina e o paramonocloranfenol canforado eram similares àquelas

mostradas pela pasta endodôntica tripla.

Andrade (2008) realizou um estudo “in vitro” e “in vivo” para avaliar uma

técnica de tratamento endodôntico de dente decíduo, minimamente invasiva,

utilizando a pasta CTZ. No estudo “in vitro” analisou a ação antimicrobiana das

pastas CTZ, OZE, L&C®, 3 Mix e Guedes-Pinto em microorganismos (E. coli, S.

aureus, S. mutans, E. faecalis e P. aeruginosa) pelos métodos de difusão em ágar e

diluição em caldo. Também foi avaliada a difusibilidade da ação antimicrobiana da

pasta CTZ através dos tubos dentinários de raízes de dentes decíduos recém

extraídos, sobre S. mutans, E. faecalis e P. aeruginosa. No estudo “in vivo”,

verificou-se o desempenho clínico da pasta CTZ no tratamento endodôntico de

dentes decíduos em comparação com o OZE. A amostra constituiu-se de seis

crianças entre 7 e 8 anos que apresentavam um dente decíduo com

comprometimento pulpar extenso. Foram divididas em dois grupos para a realização

das respectivas técnicas. No período de duas semanas, três e seis meses ocorreu o

acompanhamento clínico e radiográfico. Os resultados do experimento “in vitro”

demonstraram que a pasta CTZ possui atividade antimicrobiana comparável com a

pasta 3 Mix e superior às demais testadas, exceto para a P. aeruginosa, onde a

pasta 3 Mix foi superior. Além disso, a pasta CTZ apresentou atividade

antimicrobiana por difusibilidade sobre o S. mutans e E. faecalis. Os resultados do

experimento clínico demonstraram um resultado similar entre a pasta CTZ e OZE,

especialmente logo após o tratamento. Assim, a autora afirma que a técnica

minimamente invasiva com aplicação da pasta CTZ pode ser uma alternativa ao

tratamento endodôntico radical e também sugere que mais estudos sejam realizados

para comprovar sua efetividade.

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Lana et al. (2009) estudaram a eficácia das pastas de hidróxido de cálcio:

Calen® e Calen-PMCC® associadas ao preparo químico-mecânico, avaliada sobre

Enterococcus faecalis cultivados no interior dos canais radiculares. Setenta incisivos

foram inseridos em caldo TSB, esterilizados e contaminados com E. faecalis. O

meio de cultivo foi substituído a cada 24 horas, sendo incubados a 37°C por 72

horas. Após o preparo químico-mecânico, os canais radiculares foram preenchidos

com Calen® ou Calen-PMCC® (7 ou 14 dias). As pastas foram removidas e os

dentes inseridos em tubos contendo caldo com Enterococcus. A pasta Calen®

induziu a eliminação dos enterococcus em 70% dos dentes, enquanto a pasta

Calen-PMCC® induziu a eliminação em 100% dos dentes, somente após a

manutenção por 14 dias. Tais medicações foram significativamente mais efetivas

(p<0,001) do que o protocolo do preparo químico-mecânico e o Calen-PMCC®

mantido por 7 dias, ambos incapazes de eliminar a espécie estudada. As pastas de

hidróxido de cálcio demonstraram efeitos adjuvantes importantes na eliminação

destes microorganismos durante o preparo químico-mecânico dos sistemas de

canais radiculares. Quando associada ao PMCC, as pastas de hidróxido de cálcio

devem ser mantidas por pelo menos 14 dias.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

� Analisar “in vitro” a atividade antimicrobiana de quatro materiais (CTZ,

Guedes-Pinto, Calen PMCC® e OZE) utilizados na obturação dos canais

radiculares de dentes decíduos sobre microorganismos removidos da

cavidade pulpar de molares decíduos necrosados.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Verificar a existência de bactérias aeróbias e anaeróbias na cavidade

pulpar de molares decíduos necrosados.

� Identificar as espécies bacterianas encontradas na cavidade pulpar de

molares decíduos necrosados utilizando os meios de cultura ágar sangue,

ágar CLED e ágar manitol sal.

� Verificar a efetividade de quatro materiais obturadores utilizados na terapia

pulpar de dentes decíduos em bactérias identificadas que foram

removidas da cavidade pulpar de molares decíduos necrosados.

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4 METODOLOGIA

4.1 COMITÊ DE ÉTICA

Para a realização deste trabalho, seguindo princípios éticos e jurídicos, foi

submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de

Odontologia da Universidade do Grande Rio e obteve aprovação de acordo com a

resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, com o protocolo no

0003.0.317.000-09 (ANEXO).

4.2 SELEÇÃO DA AMOSTRA

Foram selecionadas para este estudo 06 crianças na faixa etária de 6 a 10

anos de idade atendidas no Programa de Saúde da Família (PSF) do município de

Teresópolis-RJ. Para o local de atendimento foi disponibilizada a clínica de

odontopediatria do Centro Universitário Serra dos Órgãos – UNIFESO. Cada criança

apresentou um molar decíduo com o diagnóstico clínico de necrose pulpar.

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

� Foram selecionadas crianças em que o comportamento estivesse de

acordo com a escala de classificação + (positivo) ou ++ (extremamente

positivo) de Frankl onde, no primeiro, o paciente aceita o tratamento e

coopera com o cirurgião-dentista e no segundo, além de aceitar e

cooperar, ele brinca, conversa e se interessa pelos procedimentos.

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� Foram selecionados os molares decíduos com necrose pulpar, sendo o

critério clínico utilizado através do processo inflamatório decorrente de

lesão cariosa na coroa do elemento dentário, com a presença ou

ausência de fístula.

� As crianças que fizeram parte do estudo, obrigatoriamente, estavam na

faixa etária de 6 a 10 anos de idade.

� A raiz do elemento dentário decíduo apresentava-se completa ou no

máximo com 1/3 de rizólise.

� O elemento dentário sucessor apresentava-se no máximo até o estágio

7 de Nolla, ou seja, com 1/3 da raiz formada.

� Ao exame radiográfico, os dentes selecionados apresentaram-se com

suporte ósseo e periodontal suficientes para sua manutenção.

4.4 COLETA DO MATERIAL

4.4.1 Fase clínica

As crianças se apresentaram com seus responsáveis na clínica de

Odontopediatria do UNIFESO, localizado no município de Teresópolis-RJ. Na

primeira etapa, os responsáveis foram informados sobre o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (APÊNDICE I), que foi lido, entendido e posteriormente assinado,

autorizando a participação das crianças na pesquisa. Em seguida, foram realizadas

as etapas para o condicionamento psicológico, a anamnese, os exames clínico e

radiográfico de cada criança selecionada para que se confirmasse o diagnóstico de

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necrose pulpar com os critérios recomendados. Após esta etapa, foi realizada

antissepsia da cavidade bucal por bochecho de 1 minuto com 5 ml de digluconato de

clorexidina 0,12% (Periogard®, Colgate-Palmolive Indústria Brasileira Osasco, SP,

Brasil), seguido pelos procedimentos para anestesia local do elemento dentário

correspondente com mepivacaína 3% (DFL Indústria e Comércio Ltda. Rio de

Janeiro, RJ, Brasil), com o objetivo de evitar a estimulação da sensação nervosa de

um possível terço do canal radicular do elemento dentário com vitalidade pulpar e

também para diminuir o desconforto do isolamento absoluto com dique de borracha.

A remoção do tecido cariado foi realizada com brocas esféricas e micromotor

refrigerado, para a comunicação com a câmara pulpar. Com uma seringa

descartável foi realizada a irrigação com soro fisiológico estéril. Todo o tecido

necrótico da câmara pulpar foi removido com colher de dentina para facilitar a

visualização dos canais radiculares, seguido de nova irrigação. Com uma pinça para

algodão pegou-se o cone de papel absorvente estéril no 35 ou 40, dependendo do

diâmetro do canal, e o introduziu no interior do canal mesial em toda sua extensão

até 1mm do limite apical (medido através da radiografia inicial), sendo mantido por 1

minuto para sua posterior remoção. Em seguida, foi inserido num tubo de ensaio

contendo 3 ml de caldo TSB (Laborclin Indústria Brasileira Ltda. Pinhais, PR, Brasil)

com zona de segurança num raio de 5 cm da área coletada, seguindo-se assim a

orientação dada por Siqueira Junior et al. (2004). Os tubos permaneceram em

temperatura ambiente até o envio ao setor de microbiologia do laboratório São

Lucas (Teresópolis – RJ), respeitando-se o período inferior a 2 horas para que fosse

mantido o tempo de viabilidade e contagem das células.

A terapia pulpar dos dentes envolvidos foi realizada e o material de escolha para

a obturação foi a pasta CTZ (Fórmula e Ação, São Paulo-SP), onde a técnica de

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aplicação recomendada seguiu a orientação dada por Cappiello (1967). A

restauração coronária foi realizada com a aplicação do cimento de Ionômero de

Vidro (Vitro Fill® – DFL Indústria e Comércio S.A.), com posterior remoção do dique

de borracha para a radiografia final. Todos os procedimentos clínicos e radiográficos

foram realizados pelo pesquisador com instrumentais esterilizados, e os dentes

estão em acompanhamento.

4.4.2 Fase laboratorial

No laboratório, para a realização das etapas de isolamento e identificação dos

microorganismos, os tubos contendo caldo TSB (Laborclin Indústria Brasileira Ltda.

Pinhais, PR, Brasil) foram incubados em estufa bacteriológica à 37oC por um período

de 24 horas. Com uma alça de platina os microorganismos foram repicados em

placas de Petri 90X15 contendo os respectivos meios de cultura (fig. 1): ágar sangue

(base de ágar – Liofilchem – Roseto, Itália + sangue de carneiro desfibrinado 5% –

Laborclin Indústria Brasileira Ltda. Pinhais, PR, Brasil) meio não-seletivo preparado

em baixa temperatura, responsável pela identificação de estreptococos beta-

hemolíticos; ágar manitol sal (HiMedia Laboratórios – Mumbai, Índia) meio seletivo,

responsável pelo crescimento e identificação estafilococos aureus; ágar chocolate

(base de ágar – Liofilchem – Roseto, Itália + sangue de carneiro desfibrinado 5% –

Laborclin Indústria Brasileira Ltda. Pinhais, PR, Brasil) meio-não seletivo preparado

em alta temperatura, responsável pelo crescimento de bactérias anaeróbias; ágar

CLED com azul de Bromotimol 500mg (HiMedia Laboratórios – Mumbai, Índia) meio

não-seletivo, responsável pelo crescimento de enterobactérias. Todos os meios

foram manipulados de acordo com as recomendações do fabricante. Os meios

foram incubados em estufa bacteriológica à 37oC por 24 horas, exceto o ágar

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chocolate que foi colocado numa jarra de anaerobiose (Permution E.J. KRIEGER &

CIA LTDA, Curitiba-PR) e incubado da mesma maneira. A identificação do meio ágar

CLED foi dividida em três fases (fig. 2). Na primeira pelo método de Gram, através

da análise dos aspectos morfo-tintoriais do esfregaço corado. Na segunda, através

de uma alçada de bactérias foi colocada num tubo contendo 3ml de solução

fisiológica estéril e inoculada em provas bioquímicas pré-determinadas (Bactray 1 –

Laborclin – Pinhais – PR, Brasil) e, em seguida, incubou-se em estufa à 37oC por 24

horas e procedeu-se a leitura por meio de um programa computadorizado. Na

terceira, utilizou-se um meio cromogêneo (Cromoclin US – Laborclin - Indústria

Brasileira Ltda. Pinhais, PR, Brasil) para a identificação visual. Na etapa de teste dos

materiais obturadores, os microorganismos foram removidos de seus respectivos

meios de cultura por meio de uma alça de platina esterilizada e colocados em um

tubo contendo 3 ml de solução salina estéril. Em seguida, os tubos foram

movimentados para uma diluição homogenizada. Com um swab esterilizado

inoculou-se na suspensão microbiana de turgidez comparável à escala 0,5 de

McFarland e a semeadura foi realizada em placas de Petri 120X15 contendo 50 ml

de ágar de Mueller Hinton (HiMedia Laboratórios – Mumbai, Índia). As pastas foram

preparadas como mostra no quadro 1 e colocadas no meio com o auxílio de um

swab e uma espátula 24, ambos esterilizados (fig. 3). O diâmetro ocupado pelas

pastas foi limitado pela colocação de bandas ortodônticas superiores esterilizadas

tamanho 29. Foram incubadas em estufa a 37oC por 24 horas para medir com uma

régua milimetrada os halos de inibição de crescimento bacteriano no sentido vertical

e horizontal.

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Figura 1 – As imagens A, B, C e D mostram o transporte do material coletado e a semeadura nos meios de cultura utilizados no estudo.

Material contaminado no laboratório

Contaminação da alça de platina para semeadura

Semeando em meio ágar sangue

Semeando nos meios ágar manitol sal e ágar CLED

A B

C D

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Figura 2 – As imagens A, B, C e D mostram os métodos de identificação dos microorganismos encontrados no meio CLED. A imagem E mostra os meios de cultura utilizados no estudo.

Método de coloração de Gram

Meio e método visual de identificação

Método bioquímico de identificação

Meios de cultura utilizados e sangue de carneiro

A B C

D E

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Grupo Medicamento Composição Proporção

OZE Cimento de

OZE

Óxido de zinco; e Eugenol

(Biodinâmica®, Ibiporã, PR)

Dispensam-se o pó de óxido

de zinco e o líquido do

eugenol em quantidades

suficientes para a

manipulação de uma massa

de consistência cremosa e

adesiva

Calen

PMCC®

Pasta Calen

PMCC®

Hidróxido de Cálcio;

Paramonocloranfenol

canforado; Glicerina (SS

White®, Rio de Janeiro, RJ)

Dispensam-se o conteúdo

dos dois tubetes e manipula-

se para se alcançar uma

pasta cremosa e adesiva

CTZ Pasta CTZ

Cloranfenicol 500mg;

tetraciclina 500mg e óxido

de zinco 1g (Fórmula e

Ação, São Paulo-SP);

Eugenol (Biodinâmica®,

Ibiporã, PR)

Mistura do eugenol com uma

porção de mistura antibiótica

previamente manipulada em

quantidades suficientes para

a manipulação de uma

massa de consistência

cremosa e adesiva

GP Pasta

Guedes-Pinto

Paramonocloranfenol

canforado (Biodinâmica®,

Ibiporã, PR); Iodofórmio

(Biodinâmica®, Ibiporã, PR)

e Rifocort® ( rifamicina

1,5mg, prednisolona 5mg –

Medley®, Campinas-SP)

Mistura de quantidades

iguais de

paramonocloranfenol

canforado, pó de iodofórmio

e pomada Rifocort®, com a

obtenção de uma massa

homogênea

Quadro 1 - Composição química e proporção dos materiais avaliados.

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Figura 3 – As imagens A e B mostram o preparo dos materiais obturadores utilizados no estudo. As imagens C e D mostram a inserção dos mesmos no meio ágar de Mueller Hinton e a incubação em estufa bacteriológica.

Preparo dos materiais obturadores utilizados

Materiais obturadores preparados

Inserção dos materiais obturadores no meio ágar de Mueller Hinton

Incubação em estufa bacteriológica à 37oC por 24h

A B

C D

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4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Os dados foram tabulados e apresentados de maneira descritiva, utilizando-

se frequências para análise do halo de inibição de crescimento bacteriano, através

do programa Microsoft Office Excel® 2003.

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5 RESULTADOS

Nesta pesquisa, pôde-se observar que na amostra estudada, apenas uma

não houve o crescimento bacteriano em nenhum dos meios de cultura utilizados,

como mostra na tabela 1.

Tabela 1 – Crescimento bacteriano encontrado nos meios de cultura testados.

Meios de cultura

Pacientes Ágar

sangue

Ágar manitol

sal

Ágar CLED Ágar chocolate

PA1 P P P A

PA2 P P P P

PA3 P A P A

PA4 P P P P

PA5 P A P A

PA6 A A A A

P Presença de microorganismos A Ausência de microorganismos

Para melhor demonstrar os microorganismos encontrados no estudo (fig. 4),

procurou-se no quadro 2, citar as espécies bacterianas identificadas com seus

grupos e o método de coloração de Gram, além da presença das bactérias que

cresceram em meio anaeróbio. Em sequência, na tabela 2 pode ser observada a

presença destas espécies em cada amostra estudada.

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Figura 4 – As imagens A, B e C mostram o crescimento bacteriano nos meios de cultura utilizados no estudo.

Meio ágar sangue Meios ágar manitol sal e ágar CLED

Meio ágar chocolate

A B

C

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Grupos Microorganismos Gram

KP Klebsiella pneumonae G +

SA Staphylococcus aureus G +

EC Escherichia coli G -

EF Enterococcus faecalis G +

BA Bactérias anaeróbias

Quadro 2 – Microorganismos identificados nas amostras, sendo representados por grupos e o método de coloração de Gram.

Tabela 2 – Microorganismos identificados com citação dos meios de cultura utilizados no estudo, removidos da amostra de pacientes.

Meios de cultura

Pacientes Ágar

sangue

Ágar manitol

sal

Ágar Cled Ágar chocolate

PA1 X SA EC X

PA2 X SA KP; EC BA

PA3 X X KP; X

PA4 X SA EC; EF BA

PA5 X X EF X

PA6 X X X X

X Nenhuma espécie identificada

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A análise antimicrobiana dos materiais obturadores testados pela técnica de

difusão em ágar foi avaliada através da medida do halo de inibição do crescimento

bacteriano em mm no sentido horizontal e vertical. Também foram demonstradas

suas frequências de média e desvio-padrão, como mostra nas tabelas 3 e 4.

Observou-se que as pastas com a inserção do antibiótico em sua composição

apresentaram resultados mais satisfatórios diante das espécies bacterianas

identificadas neste estudo (fig. 5, 6, 7 e 8).

Tabela 3 - Apresentação das medidas em mm dos halos de inibição de crescimento bacteriano pela ação das pastas testadas no sentido horizontal e das frequências de média e desvio padrão.

Microorganismos Frequências

Materiais

obturadores KP SA EC EF MD DP

CTZ 42 36 35 35 37 3,36

GP 23 34 38 34 32,25 6,44

Calen PMCC® 20 17 - 19 18,66 1,52

OZE 25 15 15 19 18,5 4,72

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Tabela 4 – Apresentação das medidas em mm dos halos de inibição de crescimento bacteriano pela ação das pastas testadas no sentido vertical e das frequências de média e desvio padrão.

Microorganismos Frequências

Materiais

obturadores KP SA EC EF MD DP

CTZ 43 34 35 35 36,75 4,19

GP 24 45 24 33 31,5 9,94

Calen PMCC® 20 18 - 20 19,33 1,15

OZE 33 12 16 22 20,75 9,14

Figura 5 (A e B) – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de K.pneumonae após a aplicação dos materiais obturadores.

Calen PMCC®

OZE CTZ

GP

A B

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Figura 6 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de S. aureus após a aplicação dos materiais obturadores.

Figura 7 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de E. coli após a aplicação dos materiais obturadores.

GP

CTZ

OZE

Calen® PMCC

GP

Calen® PMCC

CTZ

OZE

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Figura 8 – Formação dos halos de inibição do crescimento da espécie de E. faecalis após a aplicação dos materiais obturadores.

Os quadros 3 e 4 demonstram as características da amostra utilizada neste

estudo referentes à idade, elemento dentário, história médica, presença ou ausência

de dor e presença ou ausência de sinais na região do elemento dentário envolvido e

seus aspectos radiográficos, além disso, exame clínico e condição da coroa, sempre

respeitando-se a sequência de observação na consulta odontológica.

GP

Calen®

CTZ

OZE

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Paciente P1 P2 P3 P4 P5 P6

Idade (anos) 06 08 10 06 07 06

Dente 65 75 65 64 54 85

História

Médica

Nenhuma consideração importante

História odontológica

Relatou dor atual

ou pregressa Dor pregressa Dor atual Dor atual Dor pregressa

Ausência de

dor Dor pregressa

Relatou parúlide,

edema intra ou

extra-bucal

Parúlide

Parúlide

Parúlide e

edema intra-

bucal

Não soube

relatar

Parúlide

Parúlide e

edema intra-

bucal

Quadro 3 – Características dos pacientes referentes à idade, elemento dentário, história médica, presença ou ausência de dor e presença ou ausência de sinais na região do elemento dentário envolvido.

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Exame clínico P1 P2 P3 P4 P5 P6

Alterações

identificadas

Alteração na

gengiva

Alteração na

gengiva e

parúlide

Alteração na

gengiva,

parúlide e

edema intra-

bucal

Alteração na

gengiva

Alteração na

gengiva

Alteração na

gengiva e

mobilidade

dentária

Condição da

coroa Cariada

Aspectos

radiográficos Rarefação óssea na região de furca e periapical; Reabsorção externa patológica

Quadro 4 – Características dos pacientes referentes ao exame clínico, condição da coroa e aspectos radiográficos do elemento dentário envolvido.

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63

6 DISCUSSÃO

Com o intuito de recuperar e reabilitar os dentes decíduos afetados pela

doença cárie com comprometimento pulpar irreversível, vem-se avançando os

estudos para selecionar o material adequado para a obturação dos canais

radiculares destes dentes (BONOW et al., 1996; AMORIM et al, 2006; ESTRELA et

al., 2006; DOMINGUES-FALQUEIRO et al., 2007; PIVA et al., 2008; MATTOS, 2008;

ANDRADE, 2008; LANA et al., 2009). Entretanto, diversos são os fatores que devem

ser levados em consideração para o sucesso do tratamento, tais como a condição

do tecido pulpar, os microorganismos encontrados na cavidade pulpar e nos tecidos

perirradiculares e periapicais, o estágio de reabsorção radicular, as variações

anatômicas dos dentes e canais radiculares, os aspectos radiográficos, o

comportamento da criança durante o tratamento, e ainda, o mecanismo de ação dos

medicamentos e o grau de alergia a estes.

Neste estudo, o autor concorda com Cunha et al. (2005) e Assed et al. (2005),

que afirmaram não existir um material obturador que apresente todas as

características necessárias para o sucesso do tratamento de cada caso clínico.

Melker et al. (2006); Amorim et al. (2006); Piva et al., (2008) confirmaram a

importância de utilizar materiais obturadores associados a agentes antimicrobianos

para contribuir na eliminação de microorganismos que se mantiveram viáveis após o

preparo químico-mecânico dos canais radiculares. Também, cabe ressaltar que para

o sucesso da terapia pulpar, o profissional deve ter o conhecimento para a

elaboração de um diagnóstico correto, pois pode reduzir a presença de algumas

variáveis abordadas anteriormente, contribuindo assim, para o tratamento.

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A indicação dos meios de cultura utilizados neste estudo foi dada por ser o

ágar sangue um meio não-seletivo capaz de identificar a presença de estreptococos

beta-hemolíticos, por meio da lise das hemácias. Através dos resultados

encontrados sua identificação não foi observada. Entretanto, cabe ressaltar que o

microorganismo mais relevante desta espécie é o Streptococcus pyogenes,

pertencente ao grupo A. É considerado o agente etiológico das faringites

estreptocócicas e permanece como um problema de saúde pública mesmo com

antibióticoterapia efetiva, também está relacionado com diversas patologias tais

como a endocardite bacteriana, artrite séptica, celulite, piodermite e escarlatina

(Rosa et al., 1988). A escolha do ágar manitol sal, se deu por ser um meio seletivo

para a identificação dos Sthafylococcus aureus que é uma das espécies patogênicas

mais comuns da cavidade bucal e a mais virulenta do seu gênero, sua forma é

esférica, com cerca de 1 micrometro de diâmetro e formam grupos com aspecto de

cachos de uva. Crescem bem em ambientes salinos, com suas toxinas produzidas e

secretadas à superfície pela bactéria cuja atividade é destrutiva para as células

humanas (WIKIPÉDIA, 2002). Quanto ao meio ágar CLED, é considerado não-

seletivo e recomendado para o crescimento de enterobactérias, pois dentre os

microorganismos encontrados observou-se a presença da espécie de Escherichia

coli que é Gram negativa em forma de bacilo. Seu habitat natural é o intestino

podendo ser aeróbias ou anaeróbias facultativas. Também é uma das espécies mais

encontradas juntamente com o S. aureus. Sua remoção é dificultada por possuírem

fimbrias ou adesinas que permitem sua fixação. Cada pessoa é capaz de eliminar

quase um trilhão desta bactéria por dia pelas fezes, através do percentual da sua

presença são tomadas medidas para o controle da água municipal. O risco para um

problema de saúde se dá quando esta bactéria vem de outro indivíduo (WIKIPÉDIA,

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2002). Também foram identificadas neste meio espécies de Enterococcus faecalis e

Klebsiella pneumoniae, os primeiros são os patógenos oportunistas mais

encontrados no trato gastrointestinal. Caracterizam-se por serem cocos Gram

positivos que se apresentam sozinhos, aos pares ou na forma de pequenas cadeias.

São anaeróbios facultativos e quase todas as linhagens são homofermentativas,

produzindo ácido lático como produto final, resultante da fermentação da glicose

(WIKIPÉDIA, 2002). Já a segunda, são bactérias gram-negativa em forma de

bastonete e o mais importante membro do género Klebsiella. Este microorganismo

pode causar pneumonia, embora seja mais comum a sua implicação em infecções

hospitares (aparelho urinário e feridas), em particular em paciente imunologicamente

deprimidos. O último meio utilizado na pesquisa foi o ágar chocolate que é um meio

rico em nutrientes e não-seletivo para o crescimento de bactérias anaeróbias, além

disso, é utilizado em metodologias de outros estudos similares (WIKIPÉDIA, 2002).

Em relação ao crescimento bacteriano em meio de cultura anaeróbio, pôde-se

observar a dificuldade em verificá-lo, pois ocorreu em apenas dois nichos (PA2 e

PA4). Outros autores (CHEUNG & HO, 2001; HANCOCK III, 2001; SUNDQVIST,

1998) relataram a mesma dificuldade em estudos anteriores.

A proposta de encontrar bactérias em infecções dentárias foi alcançada,

principalmente as enterobactérias, destacando-se a presença dos Enterococcus

faecalis, que para alguns autores (KAYAOGLU, ORSTAVIK, 2004; KAYAOGLU et

al., 2005; STUART et al., 2006; PARADELLA et al., 2007) estão presentes em

infecções periapicais e perirradiculares persistentes. Além disso, este foi um dos

motivos que os resultados foram apresentados de maneira descritiva, para que cada

caso fosse demonstrado individualmente, não interferindo no objetivo principal do

estudo. A análise antimicrobiana foi realizada através dos testes de difusão em ágar,

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que depende significativamente da capacidade de difusibilidade dos materiais

testados.

Devido às diversas propriedades físicas dos materiais utilizados, optou-se em

padronizar o volume, buscando uma aproximação da sua utilização na clínica

odontológica. Quanto à manipulação, esta seguiu a recomendação dada pelo

fabricante ou autores clássicos encontrados na literatura (CAPPIELLO, 1967;

GUEDES-PINTO et al., 1981).

Nos resultados encontrados observou-se que a pasta CTZ apresentou os

maiores halos de inibição do crescimento diante das espécies bacterianas testadas.

Além disso, a pasta Guedes-Pinto também apresentou bons resultados, quando

comparado à pasta Calen PMCC® e ao cimento de OZE, exceto o halo formado pela

pasta Guedes-Pinto para a espécie de Klebsiella pneumoniae, que apresentou-se

inferior ao OZE. Estes resultados reforçam os achados de alguns autores (AMORIM

et al., 2006; PIVA et al., 2008; MATTOS, 2008; ANDRADE, 2008), que também

testaram pastas com antibióticos em sua composição e recomendaram a inserção

da medicação à materiais obturadores de canais radiculares de dentes decíduos,

uma vez que proporcionam a eliminação de microorganismos que permanecem

viáveis após terapia pulpar. A presença do cloranfenicol e da tetraciclina na pasta

CTZ e da rifamicina na pasta Guedes-Pinto contribuíram para resultados

satisfatórios.

Outro aspecto a ser considerado é que a utilização da pasta Calen PMCC®

não foi capaz de formar halo de inibição do crescimento bacteriano para a espécie

de E. coli, demonstrando que o microorganismo foi resistente ao material testado

neste estudo. Este fato pode estar relacionado com a resistência bacteriana à pasta

pela composição de sua parede celular, pois a sensibilidade a produtos químicos

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das bactérias Gram negativas são diferentes das Gram positivas (PEREIRA et al.,

1998).

O cimento de OZE apresentou resultados modestos, porém em todos os

testes inibiu o crescimento bacteriano, o que faz pensar que a presença do eugenol

como agente antimicrobiano necessita de maiores estudos. Além disso, seu halo de

inibição de crescimento superou a pasta Guedes-Pinto quando testado na espécie

de Klebsiella pneumoniae.

Com o intuito de comparar os resultados desta pesquisa com os estudos de

outros autores, é importante destacar que dentre as dificuldades encontradas, a

metodologia aplicada pode ser citada como a mais importante. Entretanto, mesmo

com a carência de estudos sobre o tema, esta comparação foi possível através dos

resultados individuais dos materiais obturadores sobre as espécies de bactérias

encontradas, pois Amorim et al. (2006); Piva et al. (2008), Mattos (2008), Andrade

(2008) também encontraram na pasta CTZ os melhores resultados. Porém, outras

pesquisas que avaliaram apenas as pastas testadas sem a presença do antibiótico,

afirmaram que o cimento de óxido de zinco e eugenol (BONOW et al., 1996;

DOMINGUES-FALQUEIRO et al., 2007) e a pasta de hidróxido de cálcio (ESTRELA

et al., 2007; LANA et al., 2009) também podem apresentar resultados satisfatórios.

Os materiais obturadores selecionados foram escolhidos por serem os mais

usados na terapia pulpar de dentes decíduos em cursos de graduação e pós-

graduação em odontologia no Brasil. Acrescentou-se a pasta CTZ, por ser utilizada

na clínica de odontopediatria da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) como

uma das alternativas de tratamento. É importante destacar que através do

acompanhamento clínico e radiográfico dos dentes tratados, observaram-se

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resultados satisfatórios. Além disso, o estudo também contribuiu para a avaliação

desta pasta que é pouco difundida no meio acadêmico. Então, procurou-se

comparar a atividade antimicrobiana das pastas que apresentassem ou não o

antibiótico em sua composição, testando-as em espécies bacterianas encontradas

na pesquisa.

A técnica utilizada para a aplicação dos materiais testados nos meios de

cultura é chamada de “técnica do poço”, onde foram colocados na superfície dos

meios logo após a manipulação, diferentemente da técnica de inserção, que é

inserida após a presa do material. Com isso, a fidelidade dos resultados é superior,

pois facilita a difusão do material, favorecendo o aumento da formação dos halos de

inibição do crescimento bacteriano (TOBIAS, 1988).

Na amostra de pacientes estudada, pôde-se verificar que em apenas um

nicho não ocorreu o crescimento bacteriano em nenhum dos meios de cultura

testados. Outra limitação da metodologia foi a perda das espécies de Klebsiella

pneumoniae, sendo posteriormente conseguida no setor de microbiologia da

FIOCRUZ sob o no de registro 3534 e testada no laboratório de microbiologia da

UNIGRANRIO, para que fosse verificada a atividade antimicrobiana das pastas

nesta espécie.

O teste de difusão em ágar avalia os halos de inibição do crescimento de

microorganismos como parâmetros de referência. Contudo, pode não oferecer

condições iguais para comparar diferentes substâncias com solubilidade e

difusibilidade e da execução correta da técnica microbiológica. Para esta afirmativa,

Estrela et al. (1999); (2000); (2001) citaram alguns fatores: a pré-incubação, secas

do meio de cultura e da manutenção por períodos que ultrapassem o tempo ideal

para a análise. Além disso, o grau de toxicidade do cimento e o contato do material

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com o meio também devem ser avaliados (CRUZ et al., 2001). Isto possibilita a

apresentação de resultados duvidosos, demonstrando a limitação para medir a

atividade dos componentes solúveis. O teste exige cuidadosa padronização de sua

densidade, viscosidade do ágar, o tamanho e o número de espécies por placa

(ESTRELA et al., 2001).

As técnicas de aplicações clínicas das duas pastas que apresentaram os

resultados mais satisfatórios são distintas, pois a pasta Guedes-Pinto apresenta um

protocolo recomendado para sua utilização, seguindo as orientações dadas por

Guedes-Pinto et al. (1981), que obrigatoriamente necessita do isolamento absoluto e

o preparo químico-mecânico dos canais radiculares para sua posterior inserção. A

pasta CTZ é minimamente invasiva e de fácil aplicação. Estas características são

consideradas de grande importância para Oliveira & Costa (2006), principalmente

para o tratamento de crianças na rede pública, pois nestes locais ainda existem

dificuldades para a realização das técnicas de terapia pulpar com a utilização de

materiais obturadores recomendados para cada caso. Além disso, deve-se respeitar

o tempo de esfoliação do elemento dentário evitando, se possível, a realização de

exodontias desnecessárias em dentes que possam ser recuperados e reabilitados.

Possivelmente, deve-se evitar problemas de desenvolvimento da arcada dentária e

na posição dos dentes se nada for utilizado para a manutenção do espaço

(KRAMER et al., 2000). Esta opção radical de tratamento em alguns casos clínicos é

selecionada como a primeira escolha por alguns profissionais, principalmente diante

de crianças que não cooperam para o tratamento por não possuírem bom

comportamento na consulta odontológica, estando de acordo com os estudos de

Passos, Melo, Moreira (2008), quando afirmaram que a facilidade de utilização desta

técnica pode evitar uma escolha indesejável de tratamento, concluindo que sua

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utilização na terapia pulpar promove excelente resultado clínico e radiográfico,

principalmente em dentes com prognóstico desfavorável.

Dentre os materiais testados, a utilização da pasta CTZ é uma das mais

contestadas, pois há em sua composição a presença de dois antibióticos, o

cloranfenicol e a tetraciclina. Este último é citado como um dos responsáveis pela

pigmentação dentária. Este efeito indesejável foi confirmado por alguns autores

como Sanchez et al. (2004) e Billing et al. (2004), que também acrescentaram em

suas publicações que para este acontecimento alguns fatores devem estar

relacionados, como a dosagem do medicamento, a duração do tratamento, o estágio

de mineralização do dente e a atividade do processo de mineralização no momento

do tratamento.

Ao final da terapia pulpar dos dentes de pacientes que participaram deste

estudo, adotou-se o critério de utilizar a pasta CTZ limitando-a ao soalho da câmara

pulpar e a entrada dos canais radiculares seguindo-se a orientação dada por

Cappiello (1967). Entretanto, como já foi citado anteriormente, houve esta

preocupação para evitar a possibilidade da alteração de cor na coroa do elemento

dentário após a colocação deste material. Porém, cabe ressaltar que na amostra

estudada, o autor realizou o acompanhamento clínico e radiográfico por um período

de dois dias, um mês e três meses após o tratamento, não ocorrendo alteração de

cor na coroa dos dentes envolvidos. Nas três consultas de avaliação os pacientes

relataram o desaparecimento dos sintomas anteriormente citados e também não

foram observadas as manifestações encontradas no tecido gengival como, por

exemplo, a parúlide que é uma massa de tecido de granulação inflamada decorrente

da abertura da fístula de um dente necrosado (NEVILLE et al., 2004).

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Diante dos resultados apresentados e do que foi mencionado, cabe ressaltar

que outros estudos devem ser realizados para comprovar a efetividade dos materiais

obturadores testados.

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7 CONCLUSÃO

� A pasta CTZ (37mm e 36,75 mm) apresentou as maiores médias de formação

dos halos de inibição de crescimento bacteriano nos microorganismos

testados, seguida pela pasta Guedes-Pinto (32,25mm e 31,5mm) e pelo

cimento de óxido de zinco e eugenol (18,66mm e 19,33mm) que teve seu

halo de inibição de crescimento maior que a pasta Guedes-Pinto na espécie

de K. Pneumonae. Por fim, a pasta Calen PMCC® (18,5mm e 20,75mm) que

não formou halo de inibição para a espécie de E. coli, através da metodologia

utilizada.

� Ocorreu o crescimento de espécies bacterianas aeróbias e anaeróbias em

alguns pacientes da amostra estudada.

� As espécies bacterianas removidas da cavidade pulpar de molares decíduos

necrosados e identificadas nos meios ágar manitol sal e ágar CLED foram os

S. aureus, K. pneumonae, E. coli e E. faecalis. No meio ágar sangue não

houve a identificação dos estreptococos beta-hemolíticos e no ágar chocolate

o crescimento ocorreu em apenas dois nichos.

� A atividade antimicrobiana das pastas obturadoras de canais radiculares de

dentes decíduos testadas neste estudo, que apresentaram o antibiótico em

sua composição, foram mais efetivas na eliminação de bactérias removidas

de infecções endodônticas contribuindo com resultados mais satisfatórios.

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APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido utilizado para a

autorização dos responsáveis na participação das crianças no estudo

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Análise antimicrobiana de quatro pastas endodônticas sobre microorganismos removidos da cavidade pulpar de molares decíduos necrosados

Prezado Responsável:

O objetivo desta pesquisa é analisar a atividade antimicrobiana de quatro pastas endodônticas (medicamentos de obturação de canal) utilizadas na odontopediatria em microorganismos removidos da cavidade pulpar de molares decíduos necrosados. Esta pesquisa será realizada pelo aluno de Pós-Graduação do Curso de Mestrado Profissional em Odontologia da UNIGRANRIO/RJ, Sandro Seabra Gonçalves, orientada pelo Professor Doutor Roberto da Gama Silveira. O procedimento se dará pela remoção de tecido infectado do interior dos canais dos dentes necrosados (“nervo morto”), para avaliação microbiológica. Para isto será utilizado um cone de papel esterilizado dentro do canal durante um minuto. Após esta etapa, o dente será obturado com pasta antibiótica de uso frequente na clínica e em seguida a obturação definitiva. Os riscos serão mínimos, uma vez que as técnicas são comumente empregadas. Caso haja necessidade poderá ser realizada documentação fotográfica. O anonimato dos participantes é garantido, e os dados serão utilizados somente pelos pesquisadores. O relatório final do estudo será publicado em revistas especializadas, podendo ser apresentado em eventos científicos como congressos e jornadas. Você poderá desistir de colaborar em qualquer momento, retirando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sem que haja qualquer prejuízo no tratamento da criança. Em caso de dúvidas, poderá entrar em contato com o pesquisador, o orientador e/ou Comitê de Ética em Pesquisa da Unigranrio pelo telefone (21) 2672-7733 (Márcia). Uma cópia deste documento ficará em seu poder e a outra arquivada pelo pesquisador.

----------------------------------------- --------------------------------------------- Roberto da Gama Silveira Sandro Seabra Gonçalves

Tel.: (21) 2672-7828 Tel.: (21) 2672-7828

Eu ________________________________________________________________ Li,compreendi, esclareci minhas dúvidas e concordo em participar desta pesquisa.

Duque de Caxias, ___,de___________________________de 2009

_________________________________________________

Assinatura do responsável – Nº.: documento de identidade

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ANEXO – Carta de aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade do Grande Rio

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