Caderno Especial Renovação Pedagógico No Século XX (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Caderno Especial Renovação Pedagógica

Citation preview

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    1/16

    N282 - 2014 Pg. 1

    RENOVAOpedaggica no

    SCULO XX

    As ideias inovadoras de pen-sadores como Freinet, Freire,Montessori, Dewey, entre ou-tros so analisadas por alunose professores do curso de Pe-dagogia da Udesc no cadernoespecial do Projeto Perl do JE.

    Os textos buscam compre-ender, de forma crtica e con-tempornea, algumas matrizesda renovao pedaggica dosculo 20, para uma educaobsica mais ecaz e justa.

    Reflexes sobre a leiturados clssicos da pedagogia

    Pginas 5 a 12

    As coreograas desenvolvidaspelos professores e alunos do1 ao 5 ano das escolas mu-

    nicipais de Araquari, duranteo Projeto Conhecendo Nosso

    Povo, foram assistidas por maisde mil pessoas.

    As apresentaes, este ano

    ano foram no ginsio da EscolaMunicipal Francisco Jablonsky.

    Cultura em forma de dana

    Pgina 13

    A formao de leitores tem es-pao garantido na EMEF Francis-co de Paula, em Jaragu do Sul.

    De diferentes maneiras e com oapoio de instituies, a leitura faz

    parte da rotina escolar. Contaode histrias, mostra de bannerscom textos e a leitura de gibis so

    algumas das estratgias adotadaspela biblioteca.

    Conquistar novos leitoresConquistar novos leitores

    Pgina 4

    Ano

    XXVIII-N282

    Setembrode2014

    www.jornaldaeducacao.inf.br

    IMPRESSO

    ISSN 2237-2164

    Exemplar exclusivo de assinante/anunciante

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 1 15/09/2014 18:26:15

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    2/16

    N282 - 2014 Pg. 2

    Os artigos e colunas assinados sode responsabilidade de seus autores

    Rua Marinho Lobo, 512 Sala 40

    89201-020 Joinville - SC

    Fone: (47) 3433 6120 e 30272160

    Jornalista Responsvel:

    Maria Goreti Gomes DRT/SC

    ISSN 2237-2164

    Reg. Especial de Ttulo n 0177593

    Impresso: AN

    Tiragem desta edio: 5000

    Endereo Eletrnico:

    www.jornaldaeducacao.inf.br

    [email protected]

    Distribuio dirigida a assinantes,anunciantes e estabelecimentos deensino dos municpios das regies edu-cacionais de Joinville e Jaragu do Sul.

    OpinioEXPEDIENTE

    Ano XXVIII - N 282Joinville(SC), Setembro de 2014

    O disparate entre o IDEB - ndice de De-nvolvimento da Educao Bsica- de um

    ara outro estado e de um municpio parautro, ou mesmo de uma para outra escolae um mesmo sistema de ensino, o retratoa falta de polticas pblicas e gerenciamen-

    da educao.Os nmeros demonstram a inexistncia deetas e regras claras em todas as esferas da

    esto educacional: a sala de aula, a escola,secretaria municipal, a secretaria de esta-o, o MEC. Os nmeros do IDEB resultamm mais um reforo armao de que o

    rasil o pas dos contrastes.

    Ilhas de altos ndices esto espalhadasor todo o pas. Do mesmo modo como ase ndices baixssimos. Ou seja, o problemao est centralizado em um nico local.contraste que os professores sentem nas

    alas de aula e, que se aviltam com a proxi-idade do nal do ano letivo, existe em todo

    pas e tambm em cada uma das escolas.A raiz do problema sentida e reetida

    rioritariamente na comunidade em que acola est inserida. As aes que envolvem

    atividade de ensino e de aprendizagem naala de aula so inuenciadas pela relao

    rofessor x aluno, mas sofrem forte inu-ncia externa. A valorizao (ou no) dacola como espao do saber pela famlia e

    ela comunidade, a carreira de professor ser

    u no) atrativa, (ao governamental) e atacolhimento das crianas, adolescentes evens nas centenas de milhares de escolas

    e todo o Brasil inuenciam.

    Por outro lado, se o problema se repete emvel nacional, claro que no est somentea escola ou na sua comunidade. O proble-a maior a inexistncia de uma poltica

    ue valorize o saber escolar e a prosso de

    rofessor. H anos, repete-se o discurso deue a escola precisa deixar de ser a repre-entante ocial - o brao amigo do governo

    rovedor (de merenda, uniforme e materialcolar, de atendimento psicolgico e social)

    ara tornar-se o templo do saber cientco. Acola foi criada pela sociedade para ensinarno para educar. Quem educa a famlia.cabe famlia fazer da escola um valor ar preservado.Desde a dcada de 1970, a escola foimando para si incumbncias do estado

    rovedo r. Ao que foi crista lizada na

    onstituio de 1988. H inclusive cidadesue aprovaram leis obrigando o municpio

    doar at mesmo o uniforme escolar. Emome da igualdade de direitos, a escola

    este, mas no ensina igualitariamente.ossa educao continua a ser diferenteorque nivelamos por baixo. Ensinar cada

    m dentro da medida de suas habilidades eapacidades que seria ensinar igualmente

    todos.Assim, atroando ou desperdiando nos-

    os talentos, o pas tem perdido milharesmilhares de cientistas, empreendedores

    grandes pensadores. E nossa sociedadeontinua a ressaltar os contrastes em detri-ento do mrito e da igualdade de direitosdeveres. O IDEB retrata esta realidade

    onstruda ano aps ano com erros de dis-

    cursos e percursos.O caminho correto resgatar o valor do

    saber escolar. Algo nos moldes do que foifeito nas dcadas de 1960 e 1970. Anal,

    todos sabem que um aluno no igual ao

    outro. praticamente impossvel ao pro-fessor, por mais qualicao que tenha,

    conseguir ensinar a todos igualitariamente.Alm desse aspecto, nem todos os alunosquerem aprender.

    Nout ro dia, durante um almoo comuma me de um casal de lhos adultos, seucelular tocou. Uma terceira pessoa sentada mesa, em tom de brincadeira, comentou

    Atende, deve ser tua lha. Ao que a mu-lher rapidamente retrucou: No, minhalha tem educao, ela no telefona para

    mim nesse horrio. E continuou: Poderia

    ser meu lho, ele se acha no direito de ligar

    a qualquer horrio. Imediatamente, o in-terlocutor perguntou: Como pode? Os dois

    no foram educados por voc e do mesmojeito? Ao que a me naturalmente respon-deu: Sim, mas ele no quis aprender.

    Este conversa fez-me perceber que aquelamulher, com apenas o ensino fundamental,compreendia muito bem o problema daaprendizagem. Que , tambm, o problemada educao brasileira: h muitos alunosque no querem aprender nas salas de aula.

    A verdade que temos nas escolas muitos

    alunos que esto l sem saber exatamente opor qu. Alguns os pais obrigam para noperder a bolsa doada pelo Estado brasilei-ro. Outros, vo para encontrar e conviver

    com os colegas. Restam poucos os que esto

    l por causa do saber.Enquanto isso, a grande maioria est

    na escola sem nenhuma razo lgica. So

    realmente poucos os familiares que enten-dem e repassam aos lhos que a escola o

    lugar de criana e de adolescente em buscade sabedoria.

    No h nada errado em ir para a escolapara encontrar e brincar com os amigos.Afinal , a escola tambm um lugar deconvivncia entre pessoas com objetivos emetas em comum. Os seres humanos vivemem grupo e precisam sentir-se participantes

    de um grupo. o sentido de pertena.A escola o terceiro grupo a que perten-

    cemos ao longo de nossas vidas. O primeiro a famlia. O segundo, geralmente, aigreja. Mas quem nos levar para a igreja

    e para a escola a famlia. Ou seja, somossocializados pela famlia, portanto, s huma sada para a escola, conseguir chegar famlia daqueles que tm o desejo de estudar

    e criar este desejo naqueles que no o tm.E somente a escola poder fazer isso.

    Os governos no conseguem criar essesentimento de pertencimento nas pessoas.Cabe aos gestores, diretores, professores edemais prossionais que atuam nas escolasaumentar a autoestima dessa mesma escola.

    A escola que sofre de baixa autoestima

    tem IDEB baixo, no alcana metas. Por-tanto, no se reconhece como o Templo doSaber.

    E no sendo o Templo do saber, no con-segue criar sentido de pertena nos alunos.

    Pois ningum quer pertencer a um time

    de derrotados. Ou seja, enquanto a escola

    estiver com baixa autoestima, a famlia noa valoriza e os estudantes no consideraroimportante fazer parte daquele time.

    Assim como todo organismo vivo, a es-cola precisa se redescobrir, resgatar seuverdadeiro papel e valor social e, mais doque tudo, cumprir sua misso prioritriaque ensinar.

    Entretanto, se a escola continuar a seposicionar e adaptar aos ditames da fa-mlia, ela continuar a ser tratada comodispensvel. Se continuar permitindo, por

    exemplo, que os estudantes do ensino mdiosaiam antes ou entrem 10 minutos depoisdo horrio porque trabalham. Permitir que

    os pais peguem os lhos para participar decerimnias religiosas. Ou dispensar alunospara fazer homenagem aos aniversariantesou um ch de beb ou de panela para umaprofessora ou professor, a prpria escolaest passando a mensagem de que a sala de

    aula menos importante.O clculo do IDEB considera, alm dos

    testes de conhecimento, dados como for-mao dos professores e evaso escolar e,por esta razo, o ensino mdio tem sempreos piores ndices. Com um mercado de tra-balho aquecido e a necessidade pessoal do

    adolescente de ter a prpria renda e sair da

    dependncia dos pais, a evaso neste nvelde ensino grande.Para agravar este quadro, a escola mini-

    miza a necessidade de cumprimento de re-gras e horrios por estes alunos. Nesta faseda vida, tudo que os adolescentes precisam

    tomar as rdeas de sua prpria existncia,responsabilizando-se e sendo responsabili-zado por todas as suas atitudes e aes.

    Disciplina e regras claras e rgidas so assuas necessidades. H muita oferta de vagapara adolescentes, mas todas as empresasquerem jovens autnomos, disciplinadose com desejo de aprender. Se ao longa da

    vida escolar, ele nunca teve ou aprenderestas atitudes, como as ter na empresa ena vida adulta?

    Para o adolescente, importante perma-necer na escola, pois quanto mais dedicadoao ensino, mais disciplinado e mais vidopor aprender, maiores as chances e melhoresas ofertas de emprego. O Brasil vive numparadoxo: h uma crise de ensino e as salasde aulas esto lotadas.

    Vale ressaltar que os centros de educa-o infantil devem sim cuidar das crianaspequenas, mas nem a escola de ensino fun-damental e muito menos a de ensino mdiodevem cuidar dos alunos. A escola deve cui-dar da estrutura fsica e pedaggica dandosegurana aos estudantes no caminhar emdireo ao saber.

    A escola no pode repetir o erro dos pais,que infantilizam seus lhos, a ponto de man-t-los em casa at 30, 40 anos de idade. Se o

    zer, os adolescentes continuaro a fugir daescola, exatamente como fogem da casa dospais, porque tudo o que ele quer (e precisa),

    cuidar de si mesmo.E exatamente esta a razo que faz com

    que muitos adolescentes deixem a escolapara trabalhar e, depois, voltam porque o

    trabalho exige mais estudo, fazendo com que

    o Estado gaste duplamente na formao domesmo cidado.

    Escola tem que ensinar autonomia na

    prtica. Responsabilizar e cobrar resultadosdos adolescentes. Sempre com regras claras.

    Seja de ensino fundamental ou ensinomdio, a escola lugar de aprender a serautnomo. lugar de ser orientado em suasatitudes em relao ao saber.

    Portanto, a crise na educao brasileiras poder ser resolvida pela prpria escola,pois ela que se perdeu no cumprimento

    de sua funo ao trazer para si a funo de

    educar. Ningum poder precisar exata-mente o momento em que isso aconteceu,mas aconteceu. E talvez ningum consigaprecisar exatamente o momento em que

    iniciaremos esta recuperao de autoestima,mas seguramente, o ponto de partida sercada uma das centenas de milhares de salasde aula das escolas deste pas.

    Aos professores cabe ensinar a aprendero saber cientco e nada alm disso. Todas

    as interferncias e reudos externos so pro-blema da gesto da escola. Caber equipe

    gestora da escola conseguir fazer com que

    as famlias valorizem a escola.Enquanto a escola no resolver seu

    problema de baixa autoestima, os ndicescomo o IDEB mostraro a triste realidade

    do ensino brasileiro. Pois a escola que valorizada pela prpria comunidade, assimcomo os lhos de cujos pais acompanham

    a vida escolar, respondem com nmerospositivos e metas alcanadas.

    O Brasil continua a ser

    o pas dos contrastes

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 2 15/09/2014 18:26:15

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    3/16

    N282 - 2014 Pg. 3

    Opinio Do Leitor

    Opinio do leitorRua Marinho Lobo, 512 Sala 40Fone: (47) 3433 6120 e 84150630

    89201-020 - JOINVILLE - SC

    E-mail: [email protected]

    EJA e a arte de educarjovens e adultos

    @psicogilmar* Gilmar de Oliveira, psiclogo clnico e professor uni-versitrio; especialista em Neuropsicologia e Aprendi-zagem; Mestre em Educao e Cultura.E-mail: [email protected]

    Retomei a rotina de palestrase visitas s escolas, aqui naParaba. E, nas entrevistas quefao para entender a dinmica daescola no preparo das palestras

    e cursos, pude notar em vriasinstituies um fenmeno em co-mum: o completo abandono quese encontra a relao da famliacom a escola! Claro, se a famliano valoriza a escola, no olho que ver a escola como umlocal importante.

    incrvel que o bvio esperadono esteja acontecendo: pais pre-sentes nas escolas, em reunio, eque acompanham a rotina diria(ler agenda, verificar tarefas,ajudar nos trabalhos), e quecomparecem quando chamados escola. Estes fatos so a cada diamais raros no universo escolar.

    O fato de termos uma socieda-de que julga como muito boa aescola dos seus lhos (a imensamaioria dos pais de alunos da redepblica pensa assim) j uma tra-gdia colossal. O fato de termosescolas em runas, professoresmal preparados e desvalorizadospelo gov erno causa um danoao pas semelhante a milharesde bombas atmicas: os efeitosda m qualidade sentem-se pormuitos anos, como a radiao.E temos uma classe mdia quecoloca o lho na escola privadacomo deixa roupas na lavanderia,

    que despreza a escola, que mandao advogado representar os paisnas falhas disciplinares. Que aescola boa enquanto o lhinhono reclama ou enquanto a escolano incomoda os afazeres ou o sa-grado passeio de m de semana... a coisicao do ensino. Comose escola fosse bem material.

    O aluno precisa sentir os paispreocupados com a aprendiza-gem, com o ritmo da aula, como dever de casa bem feito, com aleitura dos assuntos trabalhadosem sala, interessados em ler aagenda, em conferir o capricho

    com o material. Isso mostrarao lho que resultados positivosse conquistam com trabalho,esforo e dedicao. Os lhosprecisam sentir interesse dos pais

    na sua vida escolar, que a escola importante para os pais. Isto amor. Ter lhos exercer o deverde cuidar e formar vidas e mentes.

    A escola precisa de pais queveriquem se h estudo e dedi-cao em casa. E espera que ospais scalizem escola e aluno:se o contedo ministrado deforma correta, notar e incenti-var o interesse, a dedicao ou,mesmo no gostando, que ostrabalhos pedidos sejam feitos noprazo e bem feitos. Anal, a vida assim: prazo, qualidade, lutapara obter bons frutos. Ningumgosta de todas as rotinas da vida

    ou do emprego, mas precisam serfeitas, goste-se ou no! Mimar olho, criticar a escola porque deutarefas no nal de semana, darrazo ao queridinho sem antesvisitar a escola e entender as ra-zes e estratgias ou as situaesde conito s faz o aluno ver aescola como desprezvel. Piorpara o aluno.

    O que a escola no precisa pai e me dono da verdade,que comparece para reclamar detudo e de todos quando seu lhorende pouco, sem observar o seupapel no processo de formao

    do aluno e da pessoa. Curioso:a escola visitada rapidinhopor pais revol tados quandoo professor chama a atenodo aluno, quando a nota baixaaparece. E vem cheios de razo,como se o lho jamais estivesseerrado. Mas, entender COMO seconstruiu a tal nota, qual a res-ponsabilidade sobre alguma mconduta, parece no interessar.Ah, o professorzinho malvado.O professor criticou a posturapedante e ignbil da mocinhalindinha do Papi? O professorconstrangeu a lhinha, tadinha...

    O que tais famlias, hoje comdinheiro, mas sem postura ticaesto criando para as geraesfuturas? O mesmo que as classesmais pobres esto, achando que

    as escolas pblicas esto boasdemais: jovens sem base de vidapara enfrentar os desaf ios domundo moderno, mais compe-titivo, exigente e tico.

    A famlia precisa ver a escolacomo o lugar de ensino e trans-formao da informao emconhecimento. Lugar de ENSI-NO. A FORMAO MORALDEVE VIR DE CASA! A escolano depsito de aluno, pois no obrigao dos profissionaisda escola aturar jovens mal-e-ducados, grosseiros, pedantes,que juram ser donos do mundo,ensinar e educ-los. A roupa

    vem limpa da lavanderia, os -lhos no vm prontos da escola!Muitas vezes, ao chamar os pais escola, descobrem: o aluno atque est bem, frente aos paisgrosseiros, estpidos e desboca-dos que possui. Tambm cabe escola encontrar um canal paradeixar isto bem claro s famlias,sem medo de perder alunos ousofrer presso poltica.

    Todos precisam entender quefalhas no processo de apren-dizagem e eventuais trans-gresses dos alunos requeremPARTICPAO E DILOGO

    FAMLIA-ESCOLA. Muitasescolas privadas temem seremmais rgidas por medo de perderalunos, assim como muitos pais,que acham que perdero o amordos lhos, se forem rgidos. Aocontrrio: o LIMITE TAMBM AMOR. sentido como amor.Escolas que fazem valer o re-gimento so mais valorizadas!Ningum d valor escola frou-xa; Nem lhos do valor a paispermissivos e irresponsveis. Achave? Comunicao! Textosaos pais, reunies pessoais:aproximao!

    www.facebook.com/psicogilmar

    Famlia e Escola:Dilogo de Resgate!

    Acabou-se o tempo em que a educao de adultos visavapenas ensinar o aluno a ler e a escrever. Atualmente, ela estvoltada formao de agentes transformadores, crticos e

    aptos a ingressar ou se sobressair na vida profssional.

    A andragogia, do grego (an-ros adulto e gogos educar)e constitui como a cincia voltadao ensino de adultos. Ao se pensarm educao de adultos, precisamosr como princpio a ideia de quegumas particularidades precisam

    er respeitadas e, por essa razo, ourrculo deve ser pensado em funoas necessidades deste perl singulare estudante.Diferentemente dos usuais mto-

    os de ensino s crianas, os jovensadultos tendem a aprender algo

    uando esse conhecimento se associauma necessidade e funo conecta-as a sua realidade, de forma que osontedos tratados em sala de aularecisam estar relacionados a temasgnicativos da vida social e pros-onal destes alunos. imprescind-el, portanto, que as aulas estejamaseadas e pautadas em experinciasoncretas e funcionais interligadas vncia do grupo.

    lacionando, inclusive, o aprendizadoem sala de aula com situaes reaisdo dia a dia do educando, se mostrammais ecazes.

    4. Motivao para aprender: adul-tos mais motivados a aprender emdecorrncia de fatores externos, comomelhores oportunidades de trabalhoe salrios, mas tambm devido avalores intrnsecos, como autoestima,reconhecimento pessoal, autoconan-a, entre outros.

    Dessa forma, acabou-se o tempoem que a educao de adultos visavaapenas ensinar o aluno a ler e a es-crever. Atualmente, ela est voltada formao de agentes transformadores,crticos e aptos a ingressar ou se so-

    bressair na vida prossional.O adulto chega escola trazendoum sonho, tal qual o de ser reconhe-cido pelo o que j sabe, e, em contra-

    partida, tem conscincia do que aindano sabe. Essa uma importanteambiguidade do trabalho do professor

    Por Maria Angela Diafria*

    A pergunta isto serve para qu?eve estar sempre em evidncia noanejamento do professor e permeardia a dia do educando. Torna-se

    uno do educador, assim, provo-ar transformaes nestes alunos,

    partir do conhecimento (saber)ue ser transmitido, associado sabilidades (saber fazer) intrnsecaseste conhecimento e por meio deitudes (querer fazer) do educador eo prprio educando.Esse o grande desao da educa-

    o: agregar valor ao que se propeensinar, sem deixar de cumprir as

    xigncias competitivas do mercadoe trabalho.O modelo andraggico, nesses, possui os seguintes princpios

    sicos:1. Saber justicado: adultos preci-

    am saber por que precisam aprendergo e qual o ganho que obtero nesserocesso. Ainda, o aprendizado maisem aproveitado e ret ido quandos conceitos apresentados so bem

    ontextualizados, demonstrando suaplicao prtica e sua utilidade.2. Novo conceito de aprendiz: adul-s so responsveis por suas decisespor sua vida, portanto, querem serstos e tratados pelos outros como

    apazes de se autodirigir.3. Aprendizado e realidade: paraadulto, suas experincias so a

    ase de seu aprendizado. As tcnicasue aproveitam essa amplitude deferenas individuais e sociais, re-

    na EJA, cuja atuao dever se focarno resgate deste sonho, procurandotraz-lo realidade, enquanto orientao educando na busca por sua exceln-cia educacional.

    Vale mencionar a lio de Paulo

    Freire, presente no livro Pedagogiada Tolerncia, coletnea de reexesorganizada por Ana Maria ArajoFreira (2004, p. 206), no qual elearma que no possvel sonhar erealizar o sonho se no se comungaeste sonho com outras pessoas.

    Deve o professor da EJA, de talmodo, incentivar seus alunos a in-vestir em si mesmos e a buscar seussonhos, alcanando por meio destaunio o resultado prtico de suasidealizaes, formando o aluno comoser humano tanto quanto prossional.

    Por estes motivos, ressalto queenquanto a escola prepara a criana

    para o futuro, na EJA a escola preparao adulto para o presente, oportunizan-do diminuir a distncia entre o que oadulto espera aprender na escola e o

    que a escola oferece de aprendizadopara este adulto. Ao mesmo tempo, aEJA procura traduzir para a realidadesocial deste indivduo o que ele esperade seu ambiente educacional e social,em contraste com o que a sociedade eo mercado de trabalho buscam deste

    prossional.

    * Maria Angela Diafria asses-sora pedaggica da Editora FTD.

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 3 15/09/2014 18:26:16

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    4/16

    N282 - 2014 Pg. 4

    Uma aposta naformao de leitores

    Jaragu do Sul- A formao de leitoresm espao garantido na EMEF Franciscoe Paula, em. De diferentes maneiras e comapoio de instituies, a leitura faz parte

    a rotina escolar.Durante a Semana da Ptria, a turma

    o Pr2, da professora Nadja de Lima,presentou a histria de guras folclricas

    rasileiras como Curupira, Boitat, Sacierer, Negrinho do Pastoreio e o Boi deMamo.

    Em agosto, dois projetos desenvolvidosom parceiros tambm incentivou a leitu-a. O primeiro foi com o apoio do Sesc. A

    monitora Aline dos Santos fez a contao

    de histria da mostra literria Sesc Roda,Romance e Ratoeira para todos os alunosde pr ao 9 ano. Esta histria aoriana o tema dos banners do Sesc que foramexpostos na escola. Esta foi mais umaoportunidade para incentivar o gosto pelaleitura, comenta a auxiliar de bibliotecaRosa Busch.

    O segundo projeto do ms foi em parce-ria com a Gibiteca da Catlica de SC. Osgibis so lidos pelos alunos e professoresna ecola, durante as aulas de leitura se-manais. So 310 revistas em quadrinhos.Clssicos da Marvel e da Cartoon Networkfazem parte da coleo, conta Rosa.

    Gibis e banners para conquistar leitores.

    Mestrado na Furb- A Universidade Regional deBlumenau (FURB) est usando um sistema onlinepara a inscrio em cursos de mestrado. Atualmen-te, a novidade para os cursos de mestrado emeducao at 3 de outubro; mestrado em ensino decincias naturais e matemtica at 3 de novembro;

    e mestrado em sade coletiva at 8 de outubro.Para acessar a nova ferramenta, fcil. Basta ler oedital e clicar no link Inscrio online. Neste caso,abrir uma janela com o processo de inscrio ondeo aluno poder inserir todos os dados, inclusivecurrculo lattes, e digitalizao de documentos.Inscries pelo site da instituio (www.furb.br).

    Mestrado e doutorado na Udesc - Estoabertas as inscries para os curso de mestradoe doutorado do Programa de Ps-Graduao emTeatro do Centro de Artes (Ceart) da Universidadedo Estado de Santa Catarina (Udesc). As inscriespara as turmas com incio no primeiro semestre de2015 podem ser feitas at o dia 30 de setembro. Oprograma est estruturado em duas linhas de pes-quisa: Linguagens Cnicas, Corpo e Subjetividadee Teatro, Sociedade e Criao Cnica, sendo quepara o mestrado so oferecidas at 20 vagas e,para o doutorado, at 14. As inscries sero rea-lizadas por meio do preenchimento de formulrioeletrnico, disponvel no site do programa(www.ceart.udesc.br/ppgt.

    Mestrado e doutorado em literatura- A Fa-culdade de Letras da Universidade Federal de Juizde Fora (UFJF) est com inscries abertas para oprocesso seletivo de mestrado em estudos at 26de setembro. So oferecidas 25 vagas, distribudasentre as duas linhas de pesquisa do programa:Literatura, identidade e outras manifestaesculturais; e Literatura e crtica literria. A taxa deinscrio de R$ 95. As etapas do processo seletivoconsistem em prova escrita de conhecimento espe-cco, a ser realizada no dia 13 de outubro, das 8s 12 horas; prova escrita de procincia em lnguaestrangeira (ingls, francs, espanhol ou italiano),no dia 29 de outubro, das 8 s 10 horas; anlise decurrculo e pr-seleo eliminatria dos projetos dedissertao. Conra o edital em http://www.ufjf.br/ppgletras/les/2014/07/Edital-Mestrado-2015.pdf ou pelo telefone ( 32) 2102 3118.Para o doutorado, o processo seletivo de doutoradona Faculdade de Letras da Universidade Federal deJuiz de Fora (UFJF), so 15 vagas, distribudas entreduas linhas de pesquisa, com inscries at o dia 26de setembro . So 14 para Literatura, Identidade eOutras Manifestaes Culturais, e uma para Litera-tura e Crtica Literria. O processo seletivo consisteem prova escrita de conhecimento especco, a serrealizada no dia 13 de outubro, das 8 s 12 horas;provas escritas de procincia em duas lnguasestrangeiras (ingls, francs, espanhol ou italiano),realizadas no dia 29 de outubro, das 8 s 10 horas(Lngua 1) e das 10 s 12 horas (Lngua 2); anlisedo currculo; pr-seleo eliminatria dos projetosde tese e entrevista oral dos candidatos aprovadosnas etapas anteriores. A taxa de inscrio de R$120.Conra o edital para em http://www.ufjf.br/ppgletras/les/2014/07/Edital-Doutorado-2015.pdf ou pelo telefone (32) 2102 3118.

    Bolsas para estudar no exterior- O portal daUniversia Brasil (www.universia.com.br) divulganeste ms de setembro milhares de opes debolsas para quem deseja estudar fora do Brasil. Hopes de bolsas para os Estados Unidos, Inglater-ra, Espanha, Japo, entre vrios outros pases. Aonavegar pelas possibilidades divulgadas pela redede colaborao universitria, o estudante tambmvai encontrar oportunidades para estudar em di-

    versos pases da Europa, Amrica do Sul e em empases asiticos. A Universia Brasil especializadaem pesquisar e reunir, em um mesmo ambientedigital, bolsas de estudos oferecidas para brasilei-

    ros pela mais diferentes instituies de ensino. possvel encontrar, por exemplo, as 400 bolsasde estudo oferecidas pelo Ministrio da Culturabrasileiro para intercmbio no exterior. Para sabermais, acesse: http://www.universia.com.br/

    Ps-Graduao em Marketing do Insper- Asinscries do curso de Ps-graduao lato sensoem Marketing do Insper j esto abertas, comincio da turma previsto para o dia 6 de outubro.O Certicate in Marketing Management (CMM) direcionado aos prossionais com at trs anos

    de experincia em marketing ou que atuem emreas correlatas em empresas de mdio e grandeporte. Com o objetivo de capacitar os alunos aaplicar ferramentas de marketing dentro de umaviso integrada gesto de negcios, o programatem carga horria de 482 horas/aula, com duraode aproximadamente 18 meses. As aulas seros teras e quintas-feiras, das 19h15 s 22h15.Mais informaes pelo telefone (11) 4504-2400.

    Vestibular FGV- Esto abertas, at outubro, asinscries para o vestibular da FGV. As escolas doRio de Janeiro aceitaro inscries at o dia 29 desetembro e as de So Paulo at 19 de outubro. Ataxa de inscrio custa R$ 150,00. A instituiooferece, no Rio de Janeiro e em So Paulo, oscursos de Administrao, Economia e Direito,alm de Histria e Cincias Sociais. MatemticaAplicada oferecido apenas no Rio de Janeiro.As provas das escolas do Rio de Janeiro sero nodia 19 de outubro e as de So Paulo comeamem outubro e seguem at novembro de acordocom o curso. No Rio de Janeiro, a FGV dedicarparte das vagas do vestibular para candidatos

    aprovados com base no resultado do ExameNacional do Ensino Mdio (ENEM). Em So Paulo,apenas os cursos da Administrao de Empresase Administrao Pblica (Eaesp) oferecero vagaspara esses candidatos, que tero at as 18 horasdo dia 15 de outubro para pagar a inscrio, novalor de R$ 10. Mais informaes pelo 0800 7700423 ou [email protected].

    Vestibular Udesc- As inscries para o Vesti-bular de Vero 2015 da Universidade do Estadode Santa Catarina (Udesc) podem ser feitas pelosite: www.vestibular.udesc.br at 3 de outubro.A taxa para se inscrever de R$ 90 e as pro-vas sero realizadas em 16 de novembro. Estaedio tem 1.289 vagas em 49 cursos gratuitosde graduao, oferecidos pela instituio em 11unidades no Estado. Isso representa 75% do totalde vagas, pois as demais sero preenchidas peloSistema de Seleo Unicada (Sisu), com notasdo Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem). AUdesc manter o sistema de cotas, por meio doPrograma de Aes Armativas. Das vagas decada curso, 30% esto reservadas, sendo 20%

    para candidatos que tenham feito todo o ensinofundamental e o mdio na rede pblica e 10%para candidatos negros. Mais informaes noedital, disponvel no site do vestibular, ou pelostelefones (48) 3321-8098 e 8147, das 13 s 19horas, e pelo e-mail [email protected].

    Vestibular PUC-Campinas- Interessados emdisputar uma das 5.495 vagas disponveis pormeio do vestibular 2015 da PUC-Campinas podemfazer a inscrio, exclusivamente pela internet,at o dia 26 de outubro. A taxa para o curso deMedicina ser de R$ 200,00. Para os demais, R$125,00. Para esta edio, sero oferecidos doisnovos cursos: design digital e bacharelado emlosoa. Outra novidade que somente serocorrigidas as provas especcas dos candidatos aocurso de Medicina com as maiores pontuaes naprova de conhecimentos gerais at o limite de 10vezes o nmero de vagas ofertadas. Ocorrendoempate na pontuao da prova de conhecimentosgerais, no limite de 10 vezes o nmero de vagasofertadas, os candidatos nessa situao tero

    sua prova especca corrigida. As provas serorealizadas nos dias 28 e 29 de novembro. Maisinformaes e inscries pelo www.puc-campinas.edu.br

    Itapo - A Di-etora Pedaggicatima Cristina derajo Pereira eCoordenadora

    osana Brauer re-eberam no ltimoa 22 de agosto emuritiba (PR), emome da secretriae educao Te-ezinha Fvaro dailveira, o Prmiontegrao Latinomericano 2014.O prmio conce-

    ido pela Cmaranternacional deesquisas e Integrao Social CIPIS, emconhecimento relevante liderana, exem-

    los, trabalhos, projetos e programas desen-olvidos para melhoria na rea educacional.A CIPIS uma Organizao no-gover-

    amental de incentivo ao desenvolvimentoa integrao econmica cultural e poltico-ocial entre lderes, empresas, autarquiasblicas ou privadas na Amrica Latina.Para a premiao, foram analisados oito

    Prmiao internacional

    pases e esta a segunda vez que Itapo destaque internacional pela Educao Em-preendedora. A primeira foi em 2011.

    A secretria comentou que camos gratospela premiao que reconhece o trabalho

    dos prossionais e os projetos realizados nonosso municpio. Isto fruto de uma equipetrabalhadora e uma gesto que apoia a edu-cao e que tem como objetivo um ensino dequalidade para os nossos alunos.

    RPIDAS

    Mande sua sugesto para:[email protected]

    Seu trabalho resultou emaprendizagem? Compartilhecom seus colegas. Chame oJE para fazer reportagem!

    PROFESSOR

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 4 15/09/2014 18:26:19

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    5/16

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl

    Pg. 5Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    RENOVAO

    pedaggica noSCULO XXApublicao da coletnea

    intitulada Quinze Pedagogos,organizada por Jean Houssaye,que rene textos de Rousseau a

    Rogers, passando pelos princi-pais clssicos do movimento daEscola Nova, muito oportuna.A sua orelha arma que a tradi-o escolanovista tem passadopor um eclipse no Brasil devido busca das razes maisnacionais, permannciado tecnicismo da ditaduramilitar e emergncia denovssimas perspectivasepistemolgicas.

    A argumentao perti-nente, mas preciso acrescentarque, especialmente a partir daabertura poltica, a pedagogiavem sofrendo um processo detransbordamento. Nessa pers-pectiva, o processo escolar analisado preferencialmente apartir de um olhar macrosso-ciolgico, em que a sociedadeganha destaque. O importante compreender a sociedade ca-pitalista, marcada pela luta de

    classes, onde o sistema escolarse insere.

    Esse transbordamento colo-ca-se tambm em relao aos

    * Colunista do Jornal da Educao, profes-sor da UDESC e coautor de A Escola daRepblica: os grupos escolares e a moderni-zao do ensino primrio em Santa Catarina(1911-1918).E-mail:[email protected]

    ReleiturasOrganizador Norberto Dallabrida*

    marcadores sociais gnero eetnia, que s vezes a pedagogiafeminista e a questo da desi-gualdade tnico-racial ganham

    um espao curricular excessivo.No por acaso, os cursos dePedagogia tm dado relevo aossaberes sociais em detrimentoao saber/fazer especicamentepedaggico. Essa congurao

    curricular acabou por minimizaro estudo da vigorosa tradioeducacional renovadora, quefora inventada pelo movimentoda Escola Novae desdobrada ereinventada por matrizes peda-ggicas como aSummerhilloua Pedagogia Freinet.

    A orelha do livro Quinze Pe-dagogos, conclui: como resul-tado desses diferentes e com-plexos movimentos, tivemos

    uma perda de uma histria queparece-nos importante recuperaragora. Melhor: preciso releras multifacetadas experinciasrenovadoras da educao paramarcar diferenas e percebercomo o passado invade o pre-sente.Nesta direo, o presente

    caderno especial doJornal daEducaoprocura dar um passona direo de compreender, deforma crtica e contempornea,algumas matrizes da renovaopedaggica no sculo XX.

    Ele basicamente constitudopor textos elaborados por alu-nas/os, produzidos no presenteano, no mbito da disciplina

    Histria e Educao: da EscolaNova redemocratizao da so-ciedade brasileira, ministradapor mim no Curso de Pedagogiada UDESC.

    Trata-se de uma experinciafreinetiana, em queos alunos/as, organi-zadas/os em equipes,escolheram matrizespedaggicas do Nove-centos que desejavam

    investigar e aprofundar.Ademais, alguns textos soassinados por professores, comoaquele sobre a Escola da Pon-te, de Rui Trindade docenteda Universidade do Porto.

    A UDESC e o Jornal da Edu-cao esperam que a publica-o dos pequenos textos destecaderno especial do ProjetoPerfl,provoque reexes sobrea necessidade de recuperar a lei-

    tura dos clssicos da Pedagogia,contextualizados nas dimenseshistrica e sociolgica.

    necessrio, enm, repe-dagogicizar a Pedagogia como intuito de tornar a EducaoBsica mais ecaz e justa.

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 5 15/09/2014 18:26:21

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    6/16

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    Pg. 6 Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    John Dewey Plano Dalton:

    O movimento da Escola Nova originou-se no sculo XIX sobretudo na Europa e nosEstados Unidos, seu perodo de destaquecompreende os anos de 1900 a 1945. Os prin-cipais educadores do movimento foram JohnDewey, Ovide Decroly e Maria Montessori,os quais, por meio de suas experincias edu-cativas, elaboraram novos mtodos de ensinoa m de romper com o carter tradicionalistado sistema educativo. Desse modo os esco-lanovistas almejaram promover a formaode uma escola ativa, onde os alunos seriamlevados a aprender observando, pesquisan-do, perguntando, construindo, pensando eresolvendo situaes problemticas (LOU-RENO FILHO 1978, p. 151).

    Neste contexto, muitos educadores e pes-quisadores se apropriaram das ideias de de-

    terminados escolanovistas para pensar suasprticas educativas. Um desses exemplos o da professora Helena Parkhurst, a qual sefundamentou nos princpios pedaggicos deJohn Dewey para desenvolver seu mtodode ensino, buscando assim, tornar a sala deaula um espao renovado e voltado parauma educao progressiva.

    Foi em uma escola localizada na cida-de de Dalton, Massachusetts, que no anode 1919, Helena Parkhurst desenvolveusua experincia educativa, culminando naelaborao de seu plano de ensino intitula-do como Dalton Laboratory Plan maisconhecido como Plano Danton. As ideiasnorteadoras desse plano se voltavam paraliberdade, responsabilidade, trabalhoindividual e aproveitamento do tempo. Por

    isso, ele no poderia ser desenvolvido comcrianas que no soubessem ler. Exigia-seento, uma idade mnima para poder parti-cipar desse processo educativo, qual seja denove anos.

    De acordo com Parkhurst, o desenvolvi-mento da aprendizagem do indivduo acon-tece de forma diversicada pois cada umtem um nvel de conhecimento, tem sua for-ma, seu ritmo e seu tempo para aprender.Ela defendia a ideia de que as salas de aulade uma escola deveriam ser transformadasem laboratrios, onde os alunos pudessemsentir-se livres para a investigao e para aescolha de seus trabalhos. Nesse contexto,era esperado que os alunos vivenciasseme realizassem suas experincias por suaprpria iniciativa, para que assim eles pu-

    dessem ter o desenvolvimento espontneode suas capacidades. Por exemplo, o alunotrabalha livremente, vontade, segundopossa faz-lo, pesquisa nos livros, observa,e responde s questes propostas que de

    antemo se compromete a resolver (LOU-RENO FILHO, 1978, p. 173).Em relao aos professores, estes deve-

    riam aconselhar e controlar o trabalho dosalunos. Para isso havia um acordo entre oprofessor e o aluno denominado contratode trabalho. Cada um desses recebiam umacha, onde cava registrado todo trabalhorealizado. O professor elaborava um planode estudo para cada aluno, considerandoseus conhecimentos, seus interesses e suascapacidades.

    Esse plano era composto por atividadesque eram registradas em chas. Para arealizao desses afazeres, o aluno tendia individualizar-se e acabava trabalhandosozinho. Em sequncia, tais atividades/chas eram vericadas e avaliadas pelo pro-

    fessor e, desse modo, este tinha o controleda aprendizagem de seu aluno. Alm disso,para que os professores pudessem executarsuas tarefas de maneira satisfatria, essesdeveriam especializar-se a m de modicarsua prtica de ensino tradicionalista (LOU-RENO FILHO, 1978; BENITO, 1985).

    O Plano Dalton foi criticado por noter eliminado as prticas tradicionais deensino, pois previa a racionalizao domesmo, devido forma de organizao edistribuio do contedo curricular e pelotrato do professor para com os alunos (esteexercendo um papel de controlador). Outrosfatores que repercurtiram em crticas foramem decorrncia ao predomnio das ativi-dades individuais, promovendo o processode individualizao dos alunos. E tambm

    devido o plano/mtodo de ensino no ser vi-vel a todos os alunos, uma vez que segre-gava os que ainda no fossem alfabetizados(BENITO, 1985).

    De acordo com o que foi explicitadosobre o Plano Dalton, pode-se armar queeste no foi to exitoso para com o rompi-mento das prticas tradicionais de ensino,contradizendo determinados princpiosescolanovistas, sobretudo os que funda-mentaram a prtica pedaggica de Dewey.Sendo que esta enfatizava a importncia daformao de uma educao democrtica edialgica.

    Helena Parkhurst em sala de aulaeducando com seu mtodo

    Um ensinoindividualizante

    Dayane Mezuram Trevizoli(Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC

    e bolsista de Iniciao Cientca PIBIC)

    REFERNCIAS:BENITO, Agustin Escolano. Historia de la Educacion

    II: La Educacin Contempornea. Madrid: Anaya,1985.LOURENO FILHO, Manuel. B. Introduo ao estudoda Escola Nova. 12 Ed. So Paulo: Melhoramentos,1978.

    Filsofo e pedagogo, John Dewey deixouua marca no mundo da educao graass suas ideias inovadoras em relao ao

    mtodo tradicional de ensino, colocadas emrtica na Escola Laboratrio na Univer-dade de Chicago. Tendo como princpiointeresse da criana e, ao mesmo tempo,

    ubstituir o currculo escolar tradicionalelas ocupaes, Dewey criou em 1896 aua escola, onde recebia crianas de 4 a 10nos, divididas em sete grupos, de acordoom as suas idades e necessidades e, assim,

    olocava em prtica o mtodo onde noavia distino entre viver e aprender.A Escola Laboratrio dividia os grupos

    m diferentes ambientes de uma casa. Ourrculo era culinria,celagem e atividadesue traziam conhe-mento formal de

    modo diferenciadoprtica. Todas asividades partiam da

    xperincia infantilue, com base nosonhecimentos trazi-os, proporcionavamcompreenso deovas informaes,rovocando acmu-

    progressivo dexperincias. Issoermitia que a organi-ao lgica tomasseorma psicolgica es habilidades acad-

    micas eram sobrepostas pela atribuio dema signicao da vida social. Os gru-os I e II eram das crianas de 4 a 5 anosos assuntos tratavam da sociedade queompreendiam: ocupaes domsticas elao com casa e vizinhana. Era poss-

    el j terem contato com noes de fsica,umica e biologia, por exemplo, enquantobservavam e auxiliavam no preparo deimentos cavam num espao amplo que

    ompreendia a cozinha e permitia ativida-es ldicas e nos passeios aos arredores

    a escola para perceber insetos e vegetao.trabalho do pai e as atividades da meram discutidos. Trabalhavam os familiarespessoas prximas de vrias formas intura, escultura em argila, dramatizaogerando a evoluo oral e expressiva.As crianas de 6 anos formavam o GrupoI e cavam num dos melhores espaos daasa, com laboratrio de biologia, aqurio errrio montados com materiais coletadosor elas. Apenas duas horas por semanaram dedicadas aos estudos intelectuais,restante era dedicado ao ldico, aliando

    xcurses. O objeto de estudo deixou de serindividual - quem traz: leiteiro e passouser o produto (leite), incluindo objetosaturais e processos humanos. A professorancentivava a leitura escrevendo o nome de

    bjetos na lousa, o aluno que reconhecesseeveria busc-lo. O Grupo IV era compostoor alunos de 7 anos que estudavam a his-

    tria das ocupaes fundamentais, partindoda inveno e descoberta; a sala era labo-ratrio de qumica e fsica. Essa fase foipercebida como de transio e comparadaaos povos primitivos, cujos interesses eramalimentao, abrigo e conforto.

    Os alunos de 8 anos eram o grupo V,focados nas ocupaes ligadas explora-o e descoberta atividades martimas ecomerciais dos fencios, unindo medidas,equivalncia, sistema numrico e de ano-taes e ocupaes contemporneas, como

    vendedor. As matrias passaram a ser maisdelineadas: Histria, Leitura, Cincias,Culinria, Arte e Trabalhos Manuais sen-do Histria o foco. Estudavam a descoberta

    e a Escola Laboratrio:educao pela experincia

    do continente americano, aproveitando parao estudo de mapas e rotas. Ampliavam ovocabulrio atravs da leitura e escrita, quej era uma necessidade lgica e se tornavaprazerosa.

    A escrita, a leitura e os nmeros foramidenticados como interesses do GrupoVI (9 anos). Interessados pela histria doseu pas, iniciavam pela cidade. Animais,plantas, ocupaes, construes e lingua-gem foram vistos. Introduziu-se francs ealemo, e o estudo da histria local trouxe

    a discusso sobre liberdade religiosa e di-viso geogrca. O grupo VII, alunos com10 anos, centrava seus estudos na histriacolonial e na revoluo, e a tecelagem erautilizada como ferramenta. Estudavamgeologia e siologia. A experimentaoera utilizada na culinria. J mais indepen-dentes, ao nal do ano, eram capazes decontrolar melhor a imaginao e tinhammaior capacidade de abstrao, resultandoem planos de aes sequenciais.

    Pode-se concluir que a Escola Laborat-rio foi a comprovao de que possvel ha-ver aprendizagem no momento em que seestreita a relao entre teoria e prtica, queas crianas aprendem at melhor a partirdo momento em que lidam com coisas re-lacionadas a sua vida cotidiana familiar em

    uma sala de aula, alm de ter seus laos decooperao aguados. No m, as crianasse sentem mais includas na sociedade pelosimples fato de entender a funo daquelesque convivem ao seu redor.

    Mariana Hoffmann, Monike do EspritoSanto Gil e Thaisa Silva de Souza

    (Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 6 15/09/2014 18:26:22

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    7/16

    Pg. 7Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    Fonte:AcervopessoalAmandaNeves.

    Material Montessorianochamado de Barros Ver-melhos e Azuis, utilizadona disciplina de Mate-mtica

    Montessori:

    Desenvolver um trabalhoedaggico com crianas umaividade que exige dedicao,rganizao e muito conheci-

    mento. preciso que o professornove, chame ateno e desperte auriosidade do educando. Por este

    motivo, provavelmente voc jeve ter percebido como a presen-a de diferentes materiais em salae aula cada vez mais comum.les esto cada vez mais ldicos,oloridos e atrativos. Desperta nariana um interesse sem igual estimulam a sua curiosidade. Maso de hoje que estes materiaisoram introduzidos no Ensinonfantil e nos anos iniciais donsino Fundamental.Voc j deve ter ouvido falar da

    ducadora Maria Montessori, poisoi atravs dos seus estudos que o

    so dos materiais didtico-peda-gicos comeou a ser visto comomportante elemento no processoe ensino-aprendizagem. Montes-ori nasceu em 1870, em Chiaraalle. Formou-se em medicinaterminou seus estudos comoprimeira mulher mdica dalia. Seu trabalho comeou comrianas excepcionais, o que lheroporcionou importantes obser-aes sobre a Psicologia Infantil.

    Montessori viu naquelas crian-as seres capacitados de superaruas limitaes e, ao percebermaravilha do conhecimentoessas crianas e suas capacida-es, passou a se perguntar por que

    suas crianas tinham desempenhomaior do que as ditas normais.Assim surgiu a ideia de estender oseu mtodo para todas as crianas

    (DUBUC, 2012).Os resultados foram extraor-

    dinrios, tanto que seu mtodochamou a ateno no incio dosculo XX e, por isso, passou aser convidada a divulg-lo emvrios pases. A sua proposta edu-cativa tinha a criana como centrodo processo de aprendizagem,agindo ativamente na construode sua personalidade e tornandoo professor um mediador do co-nhecimento. Portanto, no trabalhomontessoriano, o papel do educa-dor essencial, pois ele que pro-cura adaptar as coisas ao redor dacriana para que ela se desenvolvade modo autnomo. Mas, para

    que isto ocorra, necessrio queo educador conhea muito bem acriana que est educando.

    O trabalho, a imaginao, apreciso, assim como a repetio,so outras tendncias humanasvalorizadas na educao mon-tessoriana. Baseada em estudosbiolgicos e psicolgicos, aeducadora italiana observou queo desenvolvimento humano seestende por quatro grandes etapas,do nascimento aos 24 anos. Destaforma, a sala de aula montesso-riana organizada para as maisdiversas atividades, de acordocom as etapas do desenvolvimen-to. As crianas tm liberdade de

    se dirigirem s atividades para as

    quais so atradas e trabalharemnas mesmas pelo tempo que dese-jarem (DUBUC, 2012).

    No mtodo montessoriano, omaterial didtico era abundante erico, voltado para a estimulaosensria-motora: cores, formas,sons, qualidades, tteis, experi-ncias trmicas, movimentaes,com a clara inteno de alcanaro maior domnio do corpo e dascoisas.

    Seu material era enigmtico echamava mais ateno do que oslindos brinquedos que cavamao redor da sala, devido o mesmoproporcionar a curiosidade e desa-ar a criana.

    O material dourado, que mui-

    to utilizado atualmente em salade aula, foi criado por Montessorie est presente at os dias atuais.O ambiente tambm deveria seradaptado s crianas, para queela pudessem se desenvolver deuma forma mais signicativa. Osobjetos presentes no ambienteforam adaptados ao tamanho dascrianas. Seu trabalho envolviasituaes da vida prtica, cultura emtodos sensoriais, que tornavama criana um ser ativo no processode aprendizagem.

    Montessori foi uma escola-novista e o seu trabalho tevedestaque, mudando os rumos daeducao tradicional, e ofere-

    valorizando a crianae suas potencialidadesLayana Muryel de Souza Silva, Amanda Neves, Isadorada Silva Xavier, Marilene Speck, Lucila de Oliveira

    Acadmicas de Pedagogia da UDESC

    ceu condies para a criana se

    desenvolver de acordo com suaspotencialidades e seus interesses.Inuenciou o trabalho de mui-tos educadores e muitas escolasseguem seus princpios at os diasde hoje. Porm, na atualidade,nem todos seguem com rigor otrabalho montessoriano, pois,algumas vezes ele vulgarizado.

    Referncia:DUBUC, Benot. 7 Maria Montessori: acriana e sua educao. In: TARDIF,Maurice; GAUTHIER, Clermont (orgs.)A pedagogi a: Teorias e prt icas daAntiguidade aos nossos dias. Petrpolis,RJ: Vozes, 2012. p. 203-225.

    Liberdade e autonomia,o foco deuma sala montessoriana

    O mtodo Montessori fundamenta-se noonhecimento da criana que se desenvolvee acordo com as leis do corpo e da mente,mpulsionada por uma fora interior que ova a adaptar-se ao ambiente e dele servir-

    e para seu progresso. Por meio de longasbservaes do comportamento da criana,

    Montessori identicou quatro estgiosssenciais do desenvolvimento, primordiaisa formao do indivduo, a que chama deerodos sensveis: de 0 a 6 anos, de 6 a 12nos, dos 12 aos 18 anos e a vida adulta.sses estgios sensitivos, no qual a crianaossui um intenso, mas temporrio interesseestinado a saciar suas necessidades, queuam tornando a criana sensvel para a

    prendizagem para a qual est voltada.Para Montessori, a formao da conscin-a e da responsabilidade s possvel por

    meio do que ela chama de Educao Cs-mica. A conscincia csmica a capacidade

    o indivduo de agir de maneira responsvelplanejada para que, desde cedo, as crian-as desenvolvam essa conscincia. Ela serganiza por meio de um currculo interdis-

    plinar, relacionando cincias biolgicasom cincias sociais, matemtica com anguagem e com a comunicao, inician-o pela viso de um todo, seguindo para ostudo das partes.

    Montessori sempre teve como preocupa-o o fato de levar a criana a viver em umambiente organizado, onde ela fosse con-vidada a agir de forma livre e espontnea,considerando seus ritmos e interesses.

    O ambiente, segundo a autora, para tornar-se atraente e estimulante, deve ser projetado

    de acordo com as necessidades das crianas,convidando-as, assim, a participar de todosos tipos de atividades. Dever estimular acriana ao trabalho, atividade criadora, liberdade, ao autocontrole, disciplinaespontnea, reexo e a uma vivencia reale profunda.

    Na classe montessoriana tudo deve estarao alcance das crianas. O material deve serdisposto em prateleiras, em local previa-mente determinado, de maneira harmoniosa,estando sempre limpos, ordenados, comple-tos e em perfeito estado de conservao. Omaterial montessoriano um elemento quecarrega uma proposta: a reexo. Para us-loe conquist-lo, a criana tem que pensare construir um raciocnio daquele mesmoobjeto no qual ela deseja.

    O educador montessoriano tem comopapel orientar, estimular e guiar o trabalhoda criana. Agindo sempre com descrioe interferindo somente quando necessrio,possuindo assim inmeras tarefas, como

    apresentar o material a criana; organiz-loe selecion-lo numa sequncia gradativa dediculdades; observar e orientar a crianano manuseio dos materiais; oportunizarmomentos de atividades coletivas e indivi-

    duais, entre outros. Montessori ainda desta-ca que o professor deve auxiliar a criana ejamais fazer por ela.

    Por ser ecaz, o Mtodo Montessori utilizado em diversas escolas, mostrando

    Beatriz Garcia Nunes, Fernanda Boaventura,Geraldine Garcia, Maria Izabel Malagoli, MariaLaura da Silva Pedro, Natalia Cristina Martins.

    (Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    at hoje resultados positivos. O foco dessemtodo a liberdade e autonomia da crian-a, que faz com que ela seja responsvel pe-los seus deveres, se desenvolvendo atravsdos conhecimentos que ela mesma descobre

    por meio do ambiente e do material que lhe apresentado.

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 7 15/09/2014 18:26:23

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    8/16

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    Pg. 8 Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    Kerschensteinere a escola do trabalho

    Por volta de 1895, preocupado com aforma com que a educao vinha sendoconduzida e impulsionado por exigncias uma reforma manifestada pelos professoresprimrios das escolas de Munique, Kers-chensteiner viu nesse contexto uma alter-nativa para potencializar o aprendizado dosalunos, inserindo nas escolas os trabalhosmanuais.

    Dedicou grande parte de sua carreira depedagogo educao, sendo precursor naideia de uma educao ativa, onde a teoria ea prtica se complementavam. Via a escolacomo uma comunidade de trabalho, onde osalunos e professores trabalhavam conjun-tamente em prol de um objetivo comum.

    Assim, o educador era visto como ummediador do ensino, devendo respeitar osinteresses dos alunos, que devem adquirirpor si s a educao, portanto devem con-cluir as prprias tarefas e nunca a escola.

    Para o pedagogo, a escola era muito maisque um espao de instruo, sendo a edu-cao vista de forma global e ampla, vendoo desenvolvimento cultural como funda-mental na formao da personalidade dosalunos. Para ele, nossa vida est divididaem quatro fases de desenvolvimento, nasquais se baseia para aplicao de sua teoria.Defende tambm sete princpios fundamen-tais que devem ser observados no processoeducativo. Em sua teoria, preza por umaeducao onde h um envolvimento doprofessor no apenas no ato de ensinar, mas

    tambm na formao da personalidade dosalunos.O professor deve, portanto, compreender

    a educao como um ato de amor, sendonecessrio apresentar alguns sentimentoscomo o afeto e o entusiasmo, alm dacapacidade de observar e compreenderas particularidades de cada aluno, quantoao seu aprendizado. Assim, cada aluno visto individualmente, com potencialidadesdiversas e o papel do professor despertarno aluno suas potencialidades. Criticava amemorizao e imposio de contedos,por no desenvolverem as capacidades dosalunos.

    Em sua concepo, se os alunos noaprendem a escola que falha, ou seja, estem desacordo com sua nalidade peda-

    ggica. Para ele, o ato de ensinar envolveum saber cultural que a objetivao doesprito, tendo um grande valor formativo.A cultura , portanto, necessria para quea educao ocorra no como uma simples

    Decrolye os centros de

    interesse para educar

    parte, na cozinha, no jardim, no museu, nocampo, na ocina, na fazenda, na loja, naexcurso, nas viagens... Por exemplo: sequero trabalhar a semente, comeo com arvore. A partir dela vou indo desde a raiz,que a xa no solo e retira dele seus nutrien-tes, para o caule, que leva os nutrientesretirados do solo aos galhos e folhas, quepermite o orescer, que resultar na frutaque contm a semente, que cair no solo epoder gerar uma nova rvore.

    De acordo com a curiosidade das crian-as e o desenvolvimento, surgiro noesde geograa, cincias, histria, higiene,

    clculo, redao e desenho. No existe tem-po denido para a durao dos centros deinteresse devido a riqueza de possibilidadesexploratrias. Quando seus mtodos soaplicados em sala de aula a resposta bempositiva. No entanto, exige que o professor

    esteja muito bem preparado e que possacontar com os familiares dos alunos e coma comunidade, facilitando a variedade deexperincias para as crianas.

    Decroly acreditava que o as aprendiza-

    gens aconteciam espontaneamente e que oprincipal era que as crianas aprendessema aprender e que gostassem de aprender, omeio em que estavam era importante paraestimular os interesses e a aprendizagem.Ele fazia uso da liberdade para oportunizara iniciativa das crianas e tambm a suaresponsabilidade.

    Embora seus estudos tenham sido deimensa importncia na Histria da Pedago-gia, Decroly se negou a escrever uma obraque retratasse as suas ideias, no conside-rava concluda a sua concepo educacio-nal e tinha medo, que publicando as suastcnicas, elas se cristalizassem, antes de sepreocupar com frmulas, procurava apre-sentar princpios.

    Apesar de no serem to conhecidas no

    campo pedaggico atual, as propostas deOvdio Decroly foram adotadas principal-mente na Blgica e na Frana, chegaramtambm em pases da Amrica Latina comoo Chile, o Uruguai, a Argentina e o Brasil.

    O movimento da Escola Nova teve incioo nal do sculo XIX e est presente ats dias atuais, tem como princpio a crianao centro do processo educativo e tambmgura do professor como mediador, ou

    eja, o estabelecimento de uma relaoorizontal entre professor e aluno na buscao conhecimento. uma revoluo educa-ional que teve seu auge aproximadamententre 1900 e 1945 e se contrape a escolaadicional.Nesta poca, tanto no espao europeu

    omo nos EUA, surgiram alguns formula-ores importantes, que criaram, testaram,plicaram e divulgaram seu mtodo densino vrias partes do mundo, dentre elesodemos destacar Ovdio Dcroly, queasceu, em 1871, na Blgica. Formou-sem Medicina e especializou-se em neuro-ogia; posteriormente estudou PsicologiaPedagogia. Atuandoa rea da neurologia,nteressou-se em estudarm pouco mais e educars crianas especiais, comso ele fundou, em 1901,instituto cole dEn-

    eignement Spcial pournfants Irreguliers (Escolae Educao Especial paras Crianas Irregulares) eode assim observ-las de

    modo regular e cientco.ercebeu que podia aplicars seus mtodos tambmas crianas normais e,m 1907, fundou a escolaErmitage que tinha comoma uma escola para aida e pela vida.Dcroly foi um estudan- indisciplinado que no

    ceitava o autoritarismoos professores e do seuai. Foi expulso de vrias escolas e Recu-ava-se a frequentar as aulas de catecismo.

    Acreditava que o ensino no deveria serutoritrio e nem religioso. Isso o inuen-iou a criar e experimentar uma escola que

    stivesse voltada ao aluno e que tambmreparasse para a vida em sociedade, e queo apenas passe conhecimentos de umaormao tradicional.

    A proposta educacional de Decroly seesenvolvia atravs de centros de interes-e, visando tornar a aprendizagem maisstimulante e viva. Os centros de interesseestinavam-se principalmente s crianasas classes primrias e eram organizadose acordo com a faixa etria do aluno. Elecreditava que a criana aprende as coisase forma global e s depois atenta aosetalhes. A ideia dos centros de interesse abalhar os contedos de forma integrada,aseando-se nas necessidades dos alunos.este modo deve-se partir sempre de um

    ontexto amplo para identicarmos por

    uais temas os alunos se interessaro e daniciar o planejamento.Para Decroly, a sala de aula est por toda

    Juliana Hardt, Leana Gioia Siqueira, PriscilaFermiano Machado e Shaiene dos Santos Goulart

    (Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    Carlise Fhr, Ediani Mistura eFernanda Bernadeth Pacheco

    (Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    transmisso de conhecimentos, mas como odesenvolvimento de valores. Defendia umaeducao adaptada cada fase de desen-volvimento tornando-se mais receptiva aoeducando.

    Desta forma, Kerschensteiner percebia odesenvolvimento humano em quatro fasesdistintas. A primeira infncia ocorre doszero aos dois anos e nesta fase a criananecessita de um outro ser para sobreviver,ou seja, a prioridade da criana a satisfa-o dos instintos e dos reexos vegetativos.J na segunda fase que segue dos trs aossete anos, a criana age conforme os seusinstintos e sensaes, associando assim aspercepes e representaes.

    J a terceira fase, que compreende o pe-rodo dos oito aos catorze anos, as crianasapresentam interesses egocntricos do tra-balho. Atravs da produo de objetos elescolocam em prtica atividades produtivase surgem interesses espirituais. Logo, a l-tima fase inicia aos quinze anos e continuaat a sua maturidade, ou seja, o adolescentedesenvolve um sistema de valores e comeaa obter sua autonomia. Ele torna-se maduropara seguir sua prpria vocao.

    O pedagogo alemo defendia aindasete princpios fundamentais no processoeducativo. Para ele a totalidade um dosprincpios de grande importncia onde emprimeiro lugar est a constituio global doaluno e sua formao integral. Quanto aooutro princpio, o da atualidade, requer uma

    ao pedaggica que satisfaa o desenvol-vimento axiolgico e teleolgico do aluno.J o princpio da autoridade desenvolvera obedincia heternoma at que o alunoatinja uma obedincia autnoma. O princ-pio da liberdade tem como objetivo permitirque o aluno faa as suas prprias escolhas.O quinto princpio que da atividade buscaenvolver mentalmente os alunos no proces-so de aprendizagem. Atravs da sociabilida-de trabalha-se a autonomia pessoal junta-mente com os interesses da comunidade. Oltimo princpio, da individualidade prezapelo respeito das diferenas.

    possvel, portanto, perceber a grandeinuncia de Kerschensteiner no proces-so educativo especialmente por sua visopedaggica voltada ao desenvolvimento

    cultural e espiritual dos educandos, enten-dendo a educao como um processo amploe no somente voltada ao repasse mecnicodos contedos, distinguindo-se dos mtodostradicionais do ensino.

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 8 15/09/2014 18:26:23

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    9/16

    Pg. 9Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    Escola Waldorfsonhos: a educao infantilAna Paula J. Fraga, Daniela Rezende Riner,Eliane Silva Barros, Mariana Silveira, Rosane

    Machado e Sandra Pfaffenzeller(Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    pela idade da criana, pelo que ela estpassando naquela fase e um estudo muito

    profundo do que essa fase e do que elaprecisa nessa idade, de forma que no sejaum currculo imposto para a idade, masa idade pedindo um currculo, enfatizaSandra. Segundo ela, uma necessidadesendo suprida, como um alimento seela suprida essa criana vai estar bem,ela no vai estar com um vazio, comouma desnutrio, porque [um currculoimposto] uma desnutrio da alma. Noentanto, como lembra Sandra, cada criana diferente e deve haver, nesse sentido, umolhar para a individualidade.

    Alm disso, ela relata: a gente acredita,como professores da escola Waldorf, que anossa responsabilidade para com a vidadesse ser e que o ideal dessa Pedagogia uma formao para a liberdade, ou seja,uma formao que ajude a criana a se

    emancipar e que, quando adulta, ela possaagir com liberdade, no dentro de dogmas[...], mas porque se forticou e consegue

    passam no grupo como em relaoao que ela vivencia em casa, como,

    por exemplo, uma nova gravidez dame.Esse respeito pelo ritmo da crian-

    a est presente tambm nas rotinasque se estabelecem na escola e quecompem o currculo da educaoinfantil Waldorf. H fatos, gestose atividades que se repetem, desdeum grande ritmo que o anual (ousolar) vivenciado com as estaesdo ano e as festas relacionadas passando pelo ritmo mensal (oulunar), at a rotina diria de cadaturma. Em todos esses momentos,numa roda rtmica, h a escolhapor msicas, cores, histrias euma teatralizao que, sutilmente, oeducador relaciona com cada pocae repete por um perodo de tempo deter-

    minado. Essa repetio desejada pelacriana que incorpora e se entrega a esseritmo normalmente [as crianas] estoinseridas e normalmente esto brincandode uma maneira muito sonhadora. Ela noest pensando, ela est entregue. Quantomais saudvel a criana, mais entregue elaest ao brincar, conta Sandra.

    Realiza-se, assim, uma atividade que especca para cada dia e que est muitorelacionada com os afazeres do homem,como a jardinagem, o fazer o po, a pintu-ra, e outras que os professores tm a liber-dade para eleger de acordo com as neces-sidades de cada grupo. Nessas atividadesesto includas aquelas que proporcionamuma ligao da criana com a natureza, e,como concepo, esto dispensados todosos recursos tecnolgicos audiovisuais

    que se considera, no fazem parte e atprejudicam o desenvolvimento da criana.

    H a necessidade de se ter o respeito

    A brincadeira, a imaginao e a imitao so os principais componentes da educao infantil na Pedagogia Waldorf

    A pedagogia dos

    Fazer com que a criana vivencie quemundo bom. Esse um dos objetivos

    o jardim da infncia da escola Waldorf,onforme relata Sandra Beck*, educadorauma das fundadoras da Escola Waldorfnab, de Florianpolis/SC. Segundo ela,essa fase a criana aprende as coisas do

    mundo brincando e imitando, o jardim,ara ns, o espao onde a criana muitorotegida e tudo deve ser bonito, agrad-el, com o mximo possvel de coisas natu-ais, e que ela se relacione afetivamente,mocionalmente com as coisas.A Pedagogia Waldorf, idealizada pelo

    ustraco Rudolf Steiner, um dos ramosa Antroposoa e concebe que a educaoeve respeitar as fases de desenvolvimentoa criana e est voltada para trs esferas:cognitiva (pensar); a emocional (sentir);a prtica / manual (querer). Para Steiner,educao da criana at os seis anos deve

    rivilegiar o desenvolvimento do corposico e para que isso ocorra de formaaudvel preciso compreender que a pri-

    meira forma de relacionamento da crianaom o mundo se d atravs da imitao eo exemplo.O verbo, portanto, em um jardim da

    nfncia Waldorf brincar. As atividadesntelectuais no esto presentes nessa fase,

    mas a imaginao, a imitao e o fato deue criana permitido alimentar umaonscincia sonhadora em relao ao

    mundo, faz com que seu desenvolvimentocontea de uma maneira saudvel, explicaandra.Dos quatro aos seis anos, as crianas da

    scola Waldorf Anab no so divididasor idade. Isso possibilita que a criana,o estando inserida dentro de expectati-

    as relacionadas a uma idade especca,ossa progredir ou regredir como naturalessa fase, tanto em razo de fatos que se

    fazer escolhas, conclui.Ao entrar na escola Anab depara-se

    com um espao amplo para as brincadeiras,arborizado, com construes em madeirae uma decorao que remete ao aconchegoda casa da vov. Pela observao, enquan-to se aguardava o incio da entrevista, foipossvel perceber o tom baixo, harmoniosoe afetuoso com que uma professora atendiaum grupo de crianas que brincava livre-mente. Esse um dos elementos funda-mentais presentes na Pedagogia ideali-zada por Steiner que o ambiente possaprovocar alegria e que nele tambm oseducadores demonstrem um afeto sinceroe que suas condutas sirvam de exemplo scrianas.

    que liberdade esta?

    Gostaria antes ver a escola produzirm varredor de ruas feliz do que um eru-

    ito neurtico(Alexander Neill)O escritor, jornalista e educador Ale-

    ander Sutherland Neill, fundou a escolaummerhill. Seguidor de ideias do lsofoean-Jacques Rousseau, acreditava naossibilidade da criao de escolas queiabilizassem a liberdade da criana, ondesta pudesse se tornar independente. Neilloi consagrado com ttulos pela importn-a de suas ideias inovadoras e suas obras

    o atualmente estudadas mundialmente.A Summerhill, desde sua inaugurao,

    m 1921, teve seu endereo alteradoiversas vezes, xou-se permanentementem Leiston, condado de Suffolk, Inglaterra.aminhando na direo contrria a peda-ogia tradicional, apresenta uma

    metodologia inovadora e at radical, ba-eada no antiautoritarismo, na democracia,na capacidade da criana de se autogo-ernar. Hoje, seu pioneirismo se difundium distintas instituies, que podem ser

    encontradas nos Estados Unidos, em Por-tugal, e em outras espalhadas pelo mundo,que atuam apenas com partes do mtodo,no utilizando-o de forma totalitria.

    Em uma instituio onde questes refe-rentes aos estudantes so discutidas pelosprprios em fruns que se repetem periodi-camente, a prtica representa uma viso deliberdade, de democracia. Summerhill seconstitui em um internato que acredita nabondade absoluta das crianas, fator fun-damental para que estas possam se tornarlivres. Com grande afeto por instrumentospara brincar, construo e conserto deobjetos, a diverso se consagra antes que oensino. Ou seja, a educao acadmica noocupa o primeiro lugar na instituio.

    Os que l estudam, recebem tarefasapenas quando desejam, igualmente apresena nas aulas, vai da vontade e inte-

    resse de cada um. J para os educadores, de fundamental importncia as particu-laridades de cada aluno, levando em contao respeito e a liberdade individual. Aps ojantar, dedicado um tempo especial para

    atividades distintas, que envolvem teatro,histrias, danas, cinema, passeios, etc.

    Apesar de toda a liberdade, e de muitosacharem que Summerhill uma escolapara as crianas fazerem apenas o quequerem, existem regras sobre a hora deacordar, hora de almoar e hora de dormirque devem ser seguidas at mesmo pelosalunos que no pretendem frequentar as au-

    las. So eleitos beddies ofcers policiaisdas camas , para que tenham um controlede quem ainda no levantou da cama pelamanh, por exemplo. O caf da manh servido das 8h s 8h45 e, at 8h30, todosdevem estar de p e vestidos, ao contrriopodem ser multados pelos policias dascamas, as multas variam de ter que pagar10% do dinheiro que voc tem economiza-do a ter que trabalhar meia hora, ajudandoa comunidade escolar.

    As aulas funcionam da seguinte manei-ra: cada incio de semestre letivo dado criana um calendrio onde ela escreverseus horrios de aula. Para as crianas de5 a 9 anos, os professores podem disponi-bilizar um calendrio semanal ou planejaras atividades de acordo com a vontade e

    necessidade das crianas. Para os um pou-co mais velhos, entre 10 e 12 anos, existeuma inscrio no incio do semestre parauma diversidade de temas e atividades.No obrigatria a frequncia nas aulas, o

    calendrio serve para que haja um controlee para que as crianas saibam quais classesainda esto disponveis e possam, assim,decidir o que fazer com seu prprio tempo.No entanto, existe tambm uma regra queimpede os alunos de dormirem durante odia, assistirem TV ou jogarem video gamedurante o horrio de aula ou irem ao centroda cidade antes do meio dia.

    Os professores tm autonomia para de-cidir como iro conduzir suas aulas, pormexistem requisitos a serem cumpridos.Os docentes que ministram as aulas paraalunos mais velhos, por exemplo, devemser capazes de ensinar sua matria at onvel do Certicado Geral da EducaoSecundria, qualicao acadmica feitapor alunos de 14 a 16 anos, na Inglaterra,Pas de Gales e Irlanda do Norte.

    Ao criar a Summerhill, AlexanderNeill tinha em mente uma instituio quepassasse a liberdade necessria para queo estudante tornasse-se autnomo, com acapacidade de auto-governo. Essa liberda-de claramente at um ponto, uma vez queexistem normas que devem ser seguidaspara que o bem estar seja mantido. Porm,

    visvel a importncia deste ambiente ino-vador, que descobriu novas possibilidadesde se viver enquanto aprende.

    Amanda Vieira, Aniger Ulima Vargas Medeiros, CamilaVieira da Rosa,Catarina Andrade Correia, Luiza

    Fernandez de Moura Ferro e Maria Carla May(Acadmicas do Curso de Pedagogia da UDESC)

    Summerhill:

    * Entrevista concedida em3/9/2014, na Escola WaldorfAnab, Florianpolis/SC.Fonte: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/conheca-a-pe-gagogia-waldorf/

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 9 15/09/2014 18:26:24

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    10/16

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    g. 10 Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    Viso panormica da Escola Summerhill

    Freinetum professor do povo

    Summerhill

    Democracia escolar ousadaDemocracia escolar ousada

    sculo XX, devido ao movimento contracultura, com oposies ao conservadorismo,a escola da liberdade teve seu auge por sercontraditria ao tradicionalismo educacio-nal. No entanto os decientes mentais noeram aceitos.

    Neill funda o seu mtodo na hiptesede que o ser humano fundamentalmentebom, que a criana tem um sentido inato dejustia, sendo que a sociedade que a perver-te pela sua ao moralizadora e castradora.Vemos aqui a inspirao psicanaltica dopedagogo: partidrio da expresso do desejoe da livre manifestao da sexualidade, Neil inuenciado por Wilhelm Reich, quando

    faz uma curta terapia e tornam-se amigos.Deste modo no visto em Summerhill acensura, punio, obrigao e moralizao.Trata-se, segundo Neill, de criar um am-biente livre, mas no anrquico, de permitirliberdade individual, com respeito liberda-de dos outros.

    Desde sua inaugurao em 1921 a escolaSummerhill no houve mudanas compara-das com as transformaes que esperamosem pleno ano 2014. Ela continua a mesmaem seu mtodo pedaggico, mas acompanhaao mesmo tempo as tecnologias. Impossvelno aceitar um aluno com tablete, celularentre outras tecnologias. Os alunos noso punidos ou reprimidos pelo uso. Alis,a afeio ainda est presente e utilizadocom as crianas, sem vergonha nenhuma, o

    emocional valorizado.Atualmente as matrias oferecidas nocurrculo da Escola so: ingls, matemtica,cincias, geograa, histria, carpintaria,artes, chins, alemo, japons, espanhol,teatro, culinria e, de vez em quando, aulasde mgica. Muitas aulas extras so pedidaspelos alunos e os professores tem liberdadede experimentar assuntos diferentes que noesto no currculo. As assembleias continu-am sendo realizadas trs vezes por semana,os prprios alunos apontam os problemasocorridos e entre eles resolvem maneiras desolucion-los. Por isso, a Summerhill foi eainda uma escola democrtica.

    Ademais a Escola Summerhill acreditaque cada criana tem seu tempo e deve-seesperar a criana estar pronta. Hoje, a escola

    recebe crianas com diculdade de aprendi-zado, como ADHD e, aos decientes fsicos,h acompanhante. Alexander Neill hojereconhecido como um dos mais inuenteseducadores do sculo XX.

    Quem nunca sonhou com uma escolam que a criana pudesse esgotar os seusesejos e os seus interesses? Uma escolam que a liberdade no questionada, peloontrrio, ela est em destaque? Todos osomportamentos dos alunos so aceitosncondicionalmente? Quanto presenaos alunos na sala de aula, no h obriga-riedade? Nesta pedagogia, o aluno nomoralizado, censurado ou punido. Peloontrrio, a vida na escola regida porgras elaboradas pelas crianas e pelos

    ocentes. Estamos falando de Summerhill,riada em 1921, por Alexsander Neill, queo responsvel pela pedagogia libertria, a

    scola dos sonhos.Alexsander Neil nasceu na Esccia,uma poca em que predominava a religioalvinista. Esta passava uma imagem dem Deus ameaador e que considerava aexualidade sendo m. Ele sofreu pressoamiliar quando tinha que deixar de brincarara estudar. Neil critica a concepo natu-alista e idealista da vida. contra a proi-io feita s crianas, para ele, as crianaseveriam seguir os seus prprios desejos.No de se admirar que o mtodo usado

    m Summerhill tenha provocado desapro-aes e at mesmo crticas das autorida-es. A satisfatria liberdade para os alunosrnou-se abundante demais para os que cri-cavam o novo modelo de escola. Algunsriticavam dizendo que era uma escola sem

    gras e que uma criana ensinada destamaneira, jamais sobreviveria s cobranaso mundo, ou seja, no poderiam reconhe-er o mundo real. Mas a grande questoque a liberdade exercida na escola delexsander Neil no signicava anarquiau falta de regras, pelo contrrio, eramalizadas assembleias em que se discutiam

    iversas regras quanto vida em comum. Ariana era livre na medida em que no afe-sse a liberdade do prximo. Uma crianao poderia tocar instrumentos numa salae leitura, por exemplo.Summerhill um pensionato misto, que

    colhe cerca de 25 meninos e 20 meninas,os 5 aos 15 anos. No incio, durante osrimeiros anos, havia somente 10 crianasm Summerhill. Recebiam crianas dif-

    eis; depois, por volta de 1937, havia bemmenos delas. Nas dcadas de 60 e 70 do

    Samara de Souza Paim Loureno, Thais-sa Aguiar e Roberta Dingee Rosa

    (Acadmicas de Pedagogia da UDESC)

    Campons de origem humilde e semgrandes ttulos universitrios, um professordo povo; este era Clestin Freinet. Nascidoem Gars na Frana em 15 de outubro de1896, estudou na Escola Normal de Niza,obtendo o ttulo de professor primriomesmo no chegando a concluir o curso emdecorrncia da Primeira Guerra Mundialonde participou como ocial de infantaria,sendo gravemente ferido no pulmo e con-viveu com as consequncias deste fato peloresto da vida. Quatro anos aps a guerra,renuncia penso que tinha direito comoferido de guerra e retorna sua carreira deprofessor. Aps dar aulas em duas escolasonde procurou desenvolver sua tcnica eaps enfrentar problemas com a falta deinteresse do municpio em mudar as normas

    rgidas de ensino, funda, juntamente comsua esposa lise, uma escola popular emVence onde ambos se dedicariam at o nalda vida.

    Um dos principais objetivos de suaproposta pedaggica a livre expresso dacriana, estando presente em todas as suaspropostas. Outro ponto de notvel impor-tncia o foco no interesse das crianas, as

    tos, como o aprendizado da botnica pormeio da observao de ores e plantas.Outra proposta relevante a do texto li-

    vre, onde as crianas escreviam sem prazosdenidos sobre os assuntos que quisessemescrever e da forma como gostassem, po-dendo ser por exemplo: desenhos, poesias,etc. No texto livre o aluno tem a oportuni-dade de expressar o que sente, o que gosta,o que pensa, podendo fazer uma anlise darealidade em que vive; estimulando queele desenvolva sua criatividade. Na sala deaula, h o momento de leitura desse textoe a discusso sobre ele. Em seguida, h acorreo ortogrca e gramatical do texto.Essas correes so feitas pelas prpriascrianas. A alterao do texto s pode serfeita mediante a aceitao de quem o escre-

    veu. Estes textos, depois so copiados pelascrianas em seus cadernos e impressos naforma do jornal escolar.

    A partir dos textos livres das crianas,surge uma das inovaes de Freinet: autilizao da tipograa na sala de aula. Estaera usada para que os textos produzidospelas crianas tivessem uma funcionalidadee que pudesse ser lido pelas famlias e pelos

    Freinet com seus alunos da Escola de Vence durante a dcada de 1950

    Fonte da imagem: http://1.bp.blogspot.com/-Rb-1JsRpzMP8/TpTBnOMqRvI/AAAAAAAAAkY/Lldq5l-thmg/s1600/freinetnfants.jpg

    Ana Luza Zimmer Ribas Dias eRafael Soares Dias

    (Acadmicas de Pedagogia da UDESC)

    lopes xados na parede com um bloco depapel ao lado, cada um dos trs envelopestem sua funo: eu proponho, eu felicito eeu critico. Nas assembleias estes papeis solidos e as crianas discutem o que achamdo que foi escrito, propondo solues e seexpressando em relao ao que foi propos-to. Esta prtica trabalha a reviso das aese da vida cotidiana da classe e a autoava-liao do que tanto a classe como o alunopodem melhorar.

    Freinet e seus ideais de educao tiveramgrande inuncia para a pedagogia tanto deseu tempo como a atual, fazendo com quemuitos professores utilizem suas tcnicasmesmo sem nunca terem contato com sua

    obra.

    atividades deveriam partir dos interessesdemonstrados pelos alunos. Para Freinet acriana deve ser considerada como algumque participa de diversos contextos quepossuem inuncia na forma como ela serelaciona com os componentes do grupo.Daremos enfoque a trs tcnicas utilizadaspor Freinet em seu mtodo.

    Freinet acreditava que o interesse dacriana no estava na sala de aula e simfora dela, onde haviam muitas coisas aserem exploradas e aprendidas e notou queseus alunos sentiam-se muito mais alegrese motivados ao conhecimento quandoestavam do lado de fora. Nestes passeios oconhecimento se tornava mais prximo do

    cotidiano real das crianas. Na volta dospasseios as crianas juntas montavam umrelato do que haviam visto e o que haviaacontecido durante o passeio. Estas aulaspermitiam o aprendizado de diversos assun-

    colegas. O ponto departida destes textoseram as entrevistas,as aulas-passeio e aspesquisas. O proces-so de tipograa erarealizado juntamentepor todas as crianas

    do grupo.A gura do pro-

    fessor neste mtodo, a de um professordemocrtico e abertoa ouvir o que ascrianas tm a dizer.A democracia umdos pontos principaisdesta pedagogia. Poreste motivo, Freinetcria as assembleiasescolares, realiza-das pelas crianascom a mediao doprofessor, onde sodiscutidos os fatosocorridos. H a utili-zao de trs enve-

    Fonte:http://www.summerhillscho

    ol.co.u

    k/

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 10 15/09/2014 18:26:26

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    11/16

    Pg. 11Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    Escola Nova em Santa CatarinaGladys Mary Ghizoni Teive

    Professora da UDESC

    As ideias acerca da Escola Nova come-aram a ser disseminadas em Santa Ca-

    rina a partir da participao do inspetorscolar Adriano Mossimann, como delega-o, na IV Conferncia Nacional de Educa-o, realizada no Rio de Janeiro, em 1931.romovida pela Associao Brasileira deducao e com patrocnio do governo Fe-eral, o evento teve como tema geral Asrandes diretrizes da educao popular:eneralizao do mtodo da Escola Novau Escola Ativa nas escolas brasileiras eongregou os principais nomes do movi-

    mento da Escola Nova brasileiro.No relatrio que apresentou ao Interven-r do Estado de Santa Catarina, generalssis Brasil, Mossimann mostrou-seerdadeiramente empolgado com as confe-ncias assistidas no evento, mas ponderou

    ue, na sua avaliao, a escola primria

    atarinense no possua, naquele momento,s condies objetivas para a aplicao doovo mtodo, cientco por natureza,qual abrira horizontes nunca sonhadoselos nossos melhores predecessores, em

    matria de educao. A primeira delas,staria relacionada ao despreparo dos pro-ssores, sendo, na sua opinio, necessrio,

    ntes de tudo, reformar as escolas normais,e onde deveriam sair os pioneiros dasovas ideias.

    Esta reforma foi concretizada em1935, tendo como inspirao as diretrizestraadas pelo VI Congresso de Educao,realizado em Fortaleza, e a reforma empre-endida por Fernando de Azevedo, em 1928,

    no Rio de Janeiro e cou conhecida comoReforma Trindade, em homenagem aoprofessor Luiz Sanchez Bezerra da Trinda-de, diretor da Instruo Pblica. Paraleloa ela, os tcnicos do Departamento deEducao lanaram mo da publicao deperidicos e da realizao das SemanasEducacionais, os quais objetivavam a dis-seminao dos postulados da Escola Novaentre o professorado primrio do Estado.

    Estas estratgias objetivavam contribuirpara sepultar os resqucios da pedagogiatradicional, a qual eram imputados todosos vcios e negaes dos ideais da EscolaNova. Assim, a cada princpio escolanovis-ta apresentado pelos tcnicos era apresen-tada uma caracterstica negativa da EscolaTradicional: atividade x passividade;compreenso x memorizao; autonomia xautoritarismo; liberdade x disciplina,etc.

    A reformulao do currculo do ensinoprimrio nos moldes da Escola Nova, saconteceria na dcada de 1940, com aimplantao do Decreto Estadual n. 298,de 13 de novembro de 1946, que referen-dou as normas da Lei Orgnica Federal doEnsino Primrio, de 02 de janeiro de 1946.Conhecida como Reforma Elpdio Barbo-sa, a Lei Orgnica catarinense reproduziu,

    com raras alteraes, os captulos, artigose pargrafos da Lei Federal, o que denotao modo como os dirigentes da instruopublica catarinense se posicionaram frentea hegemonia discursiva no que se referea Escola Nova. Para coloc-la em prtica,menos de um ms aps a sua promulgao,foram elaborados pelo Departamento deEducao o Regulamento para os

    Estabelecimentos do Ensino Primrio, oRegulamento para o servio de Inspeo

    Escolar e os Programas para os Estabele-cimentos de Ensino Primrio.

    Referncias:MOSSIMANN, A . Relatrio sobre os trabalhos da 4Conferencia Nacional de Educao, apresentado aoExmo. Sr. Gal. Ptolomeu de Assis Brasil, dignssimoInterventor Federal no Estado de Santa Catarina,pelo Professor Adriano Mossimann, delegado desteEstado junto a mesma Conferncia. Florianpolis,dezembro de 1931.SEMANA de Educao. O Progresso. Jornal inde-pendente e noticioso. Brusque, 7 de novembro de1936.

    Professores assistindo s prelees das Semanas de Educao

    Fonte:AcervoparticulardeGladysMa

    ryGhizoniTeive.

    O atual Ensino Mdio Inovador tem sidopresentado como um projeto escolar in-ito. Essa armao supe que a tradioscolanovista, que reinventou o ensinorimrio desde a dcada de 1920 noria chegado escolarizao secundria.odavia, a renovao desse nvel de ensinoeu-se, de forma pontual, j na reformao sistema de ensino no Distrito Federal,derada por Ansio Teixeira, na primeira

    metade da dcada de 1930, e recolocou-

    e, a partir dos anos JK, no IPEP anisiano,specialmente atravs classes secundriasxperimentais uma experincia escolarouco conhecida.Por meio das Instrues sobre a nature-

    a e a organizao das classes experimen-is, aprovadas pelo MEC, em 1958, asasses secundrias experimentais foram

    utorizadas a funcionar nos cursos gina-al e colegial ou seja, nos dois cicloso ensino secundrio a partir do incioo ano seguinte. O seu item 3 estabelececaractersticas das classes experimentais,eterminando que essas classes deveriamer implantadas, de forma prioritria, nourso ginasial e em colgios de idoneida-e incontestvel e de condies pedaggi-as que possibilitem a experincia. Essa

    orma estabelecia estritos mecanismos deontrole do MEC por meio da necessidadea prvia autorizao e da assistnciaspecial da Diretoria de Ensino Secun-rio e o credenciamento dos professores,

    bem como o prvio consentimentodos pais ou responsveis dos alunosmatriculados.

    A normatizao criada paranortear estas experincias revelavaa prescrio de uma cultura escolarinovadora para o ensino secundrio.Por um lado, expressava-se umapreocupao com o desenvolvi-mento das aptides individuaisdos alunos, que se efetivavam na

    limitao de at trinta alunos ena possibilidade de os discentesoptarem por disciplinas e atividadeseducativas. Por outro lado, estipula-va-se exigncia em relao ao cor-po docente, que deveria ter reuniesregulares, sendo agrupado por clas-ses, particularmente para viabilizara articulao de vrias disciplinas-saber. Para os docentes das classesiniciais do curso ginasial, indicavaa existncia de um nmero reduzidode professores com o objetivo deevitar a passagem pereptria doensino primrio unidocente para o ensinosecundrio pluridocente. Ademais, mani-festavam uma preocupao com a articula-o entre escola e famlia, de sorte a anar

    os ns educativos dessas duas instituiessociais.Nas classes experimentais secundrias

    primou-se, no Brasil, pela aplicao demtodos ativos e pela prtica de estudo

    do meio, alm da nfase dada ao dilogoentre pais e professores e aplicao deatividades dirigidas. A prtica de atividadedirigida, de ensinar o aluno a aprender eprocurar por si s o aprendizado, o uso

    de mtodos ativos, o maior enfoque noproblema da ligao entre a escola e a vida parmetros comuns nas teorias escola-novistas e, sobretudo, as diretrizes paraas classes novas, so apenas alguns dos

    exemplos que permitem aproximar estasduas realidades.

    Por isso, avaliamos que a experinciapedaggica inovadora das classes secun-drias experimentais, que foram eclipsadas

    durante o regime militar, merecem serrelidas para iluminar a reinveno do atualensino mdio.

    Alunos da 2 srie do Experimental de Socorro no bairro dos Farias de Socorro,entrevistando visitantes e colonos Atividade de Estudo do Meio

    Letcia VieiraMestranda do PPGE da UDESC

    Norberto DallabridaProfessor da UDESC

    As classes secundrias experimentais:

    um ensaio pedagogico inovador

    2014 - Educa282 - SETEMBRO.indd 11 15/09/2014 18:26:27

  • 7/18/2019 Caderno Especial Renovao Pedaggico No Sculo XX (1)

    12/16

    ISSN 2237-2164 ProjetoPerfl- Renovao Pedaggica no Sculo XX

    g. 12 Jornal da Educao-N282 Setembro2014

    Freinet e Freire:a escola que diz sim vida

    Clestin Freinet marcou indele-elmente a histria da pedagogia.sua principal luta foi a trans-

    ormao da instituio educativam um espao e um tempo deem-estar, onde a criana desejas-

    e permanecer e pudesse aprenderdescobrir a vida e sobre a vida.sta ao resulta do rompimentoom uma prtica educativa quee mesmo experimentara e ondeo cabiam as suas aspiraes porma escola livre do subjugo deda forma de doutrinamento.O seu otimismo resultava das

    uas experincias prossionais:fui e continuo a ser um dessesrofessores primrios; eis por que

    me so familiares os dados para osuais procuro h tempo uma res-osta vlida. E para junto de suasnquietaes e das suas experin-as pedaggicas vividas comorofessor primrio, traz a leiturae lsofos e educadores do Mo-imento da Escola Nova, algunsos quais j havia contactado noongresso da Liga Internacionalara a Escola Nova,