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Ciência e tecnologia de laticínios – UEMG – FRUTAL-MG 5° Período – Embalagens de alimentos: Unidade III
3.29. Embalagens plásticas
Os materiais de origem plástica incluem uma vasta classificação, com
base na composição química, nas propriedades físicas e mecânicas e nos
diversos processos de transformação e/ou conversão das embalagens.
Conseqüentemente, devido às suas várias características, são também
denominadas embalagens alternativas às tradicionais de origem metálicas e de
vidro, pois permitem uma melhor adequação do sistema de embalagem ao
produto, evitando desta forma o superdimensionamento, ou seja, uma melhor
relação custo/benefício.
Com relação à composição química, propriedades físicas e mecânicas,
a classificação dos materiais plásticos dependerá do polímero, da estrutura
molecular, do peso molecular, da densidade, da cristalinidade, das transições
físicas, dentre outras. Tais características irão de certo modo afetar a
permeabilidade (aos gases, vapor de água e aos compostos voláteis), as
resistências (à tração, ao impacto, à compressão, ao alongamento e ao
rasgamento), as temperaturas de selagem, a transparência, a opacidade, etc.
Com base nos processos de transformação e/ou conversão, os
materiais plásticos darão origem aos diversos tipos e formatos de embalagens,
tais como as embalagens flexíveis (sacos e sacolas, filmes encolhíveis e
esticáveis, etc.) e as embalagens rígidas (bandejas, potes, garrafas, garrafões,
bombonas, caixas, tampas e dispositivos de fechamento, etc.). Outras
denominações pertinentes incluem: embalagens convertidas (por laminação,
por extrusão e coextrusão), embalagens termoformadas, embalagens
metalizadas, sacolas auto-sustentáveis (stand up pouches), embalagens a
vácuo, embalagens encolhíveis (shrinks), embalagens bolhas (blisters),
envoltórios e acessórios (selos, grampos, rótulos e etiquetas).
Como pode ser observada, a embalagem plástica constitui uma grande
variedade de opções que possibilitam uma dosagem adequada na
especificação e dimensionamento da embalagem ao produto, tornando-as
altamente competitivas em relação aos demais materiais. Dentre esses
requisitos, destacam-se as exigências de proteção, os aspectos econômicos e
as restrições de legislação e do meio ambiente. Quanto ao fator proteção, as
embalagens plásticas permitem a obtenção de um gradiente de barreira com
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relação à permeabilidade aos gases, ao vapor de água e aos compostos
voláteis, dependendo da constituição polimérica e dos processos de fabricação
da embalagem. Outros fatores como as propriedades mecânicas e resistência
física são tanto quanto importantes para que o sistema de embalagem não
venha ser subdimensionado, ou apresentar reduzido tempo de vida útil de
comercialização.
Atualmente, do mercado nacional de materiais plásticos, 40% é para
embalagens, cujas principais resinas incluem: polietileno, polipropileno,
poliestireno, policloreto de vinila, politereftalato de etileno e policarbonato.
3.30. Polímeros e polimerização
Os materiais plásticos são polímeros orgânicos ou inorgânicos, obtidos
por processos de polimerização de unidades monoméricas, contendo
basicamente os elementos químicos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio,
cloro e flúor. A polimerização consiste na reação de síntese dos monômeros
em reatores especiais, com controle de calor, pressão e de catalisadores, para
a obtenção do polímero que geralmente é uma molécula de alto peso
molecular.
As reações de polimerização podem ser por adição (em massa, em
solução, em emulsão, por suspensão) ou por condensação. A reação por
adição é típica dos materiais poliolefínicos e vinílicos, enquanto que a por
condensação é características da polimerização de materiais poliamídicos e
poliésteres.
Quando a polimerização é a partir de um só monômero tem-se o
homopolímero, mas quando se origina de monômeros diferentes
(comonômeros) tem-se o heteropolímero. Os heteropolímeros provenientes de
dois ou três comonômeros são denominados copolímeros e terpolímeros,
respectivamente. As propriedades e características dos materiais poliméricos
dependem da polimerização, bem como da proporção entre os comonômeros e
sua distribuição ao longo da estrutura molecular. Assim sendo, os polímeros
podem apresentar estrutura molecular linear ou ramificada.
Os materiais poliméricos ainda podem ser do tipo termoplástico ou
termofixo. Os termoplásticos são aqueles que apresentam comportamento
reversível sob a ação do calor. Quando aquecidos amolecem, mas ao
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resfriarem ainda mantém as mesmas características iniciais, característica essa
que permite a termosoldagem das embalagens plásticas. Ao contrário, os
termofixos ou termorrígidos endurecem irreversivelmente sob a ação do calor,
sendo assim pouco utilizados com material de embalagem.
A matéria-prima ou a fonte dos monômeros utilizados na polimerização
pode ser de origem vegetal, animal e mineral. A fonte vegetal inclui a celulose,
o amido, a proteína, os óleos e o látex, enquanto que a principal fonte animal é
a caseína. Essas matérias-primas, apesar de serem de origem natural e
renovável, são utilizadas como alternativas às de origem mineral, entretanto
apresentam limitações técnicas e econômicas.
Com relação às fontes de origem mineral, a hulha ou carvão de pedra
já foi bem utilizado, mas foi praticamente substituída pela nafta do petróleo, a
principal fonte dos monômeros: etileno, propileno e butileno.
3.31. Peso molecular e grau de polimerização
O número médio de unidades de monômero e comonômeros em uma
estrutura polimérica expressam o grau de polimerização (n). Essa medida, bem
como o peso molecular médio da molécula (PMm), definem as propriedades e
características do material plástico obtido. Por exemplo, a resistência à tração,
ao impacto, a flexibilidade, a viscosidade e as condições de processabilidade
do polímero variam em função do peso molecular médio e da distribuição do
peso molecular.
3.32. Aditivos e funções
Para se obter as características necessárias ao bom desempenho das
embalagens plásticas, geralmente são adicionados aos polímeros outros
compostos químicos, denominados aditivos ou coadjuvantes de processos.
Tais aditivos, além de facilitar a transformação da resina, podem melhorar as
propriedades físicas e mecânicas do material final. Dentre as várias funções
dos aditivos, destacam-se aquelas que facilitam o processamento ou a
transformação da resina, os antioxidantes, os estabilizantes térmicos, os
absorvedores de ultravioleta, os lubrificantes, os plastificantes, etc.
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O grau de aditivação depende do polímero e das aplicações da
embalagem. Os polietilenos para produção de filmes geralmente recebem
poucos aditivos, às vezes adicionam-se antioxidantes fenólicos na
concentração máxima de 1%, para minimizar as reações oxidativas via
autoxidação e/ou devido à oxidação térmica durante o processo de extrusão.
Por outro lado, existem materiais que recebem vários aditivos a exemplo do
policloreto de vinila, denominados compostos ou formulações vinílicas, os quais
recebem além dos antioxidantes, outros aditivos como os estabilizantes
térmicos (bário e cálcio de zinco) e os plastificantes (fitalatos).
3.33. Principais materiais poliméricos
3.33.1. Polietileno (PE)
O polietileno é um dos materiais termoplásticos mais utilizados para
embalagem. É obtido pela polimerização do monômero insaturado, o etileno,
cuja estrutura molecular pode ser da forma linear ou ramificada (Figura 1), do
tipo homopolímero ou copolímero.
Como pode ser constatado, através do tipo de estrutura molecular,
grau de polimerização, tamanho molecular e das características dos
monômeros utilizados na polimerização, obtém-se os diversos polímeros do
grupo dos polietilenos. Quando se usa alta temperatura e alta pressão, produz-
se o polietileno de baixa densidade ramificado e, quando se usa catalisador
estereoespecífico, obtém-se o polietileno de alta densidade em condições de
pressão e temperatura relativamente menores.
Com base na densidade final do polímero, os polietilenos recebem as
seguintes denominações:
Polietileno linear de ultrabaixa densidade - PELUBD (0,890 – 0,915g/mL);
Polietileno linear de baixa densidade – PELBD (0,916 – 0,940g/mL);
Polietileno de média densidade – PEMD (0,925 – 0,940g/mL);
Polietileno de alta densidade – PEAD (0,940 – 0,965g/mL);
Polietileno de alta densidade e alto peso molecular – PEAPM (0,940 –
0,965g/mL).
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A densidade está relacionada com a disposição molecular, portanto
quanto maior a ramificação menor a densidade, tal como acontece com o
PEBD. Essa propriedade física depende também do grau de cristalinidade; por
exemplo, o PEAD que apresenta mais de 70% de sua estrutura molecular na
forma cristalina, aumentando desta forma a opacidade e as propriedades de
barreira. As características e propriedades para os polietilenos de baixa
densidade:
Adequado para produção de filmes com alta flexibilidade;
Boa transparência dos filmes com baixa espessura;
Boa barreira ao vapor de água;
Alta permeabilidade aos gases;
Grande faixa de temperatura de termoselagem.
As características e propriedades para os polietilenos de alta densidade:
Menor transparência e maior opacidade dos filmes;
Adequado para garrafas, balde e bandejas;
Melhores propriedades de barreira;
Maior resistência aos óleos, gorduras e compostos químicos.
Figura 1 - Polietileno de baixa densidade com estrutura ramificada.
Exemplos de aplicações dos polietilenos:
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Produção de filmes para uso diverso;
Filmes esticavam e/ou encolhíveis;
Embalagens convertidas por laminação ou extrusão;
Sacolas para supermercados (PEAD e PEAPM);
Embalagens rígidas (garrafas, bombonas, bandejas, caixas).
3.34. Polipropileno (PP)
O polipropileno é o polímero obtido pela polimerização do monômero
propileno. A molécula resultante apresenta-se de forma linear, com
configurações atática, isotática e sindiotática, dependendo do processo de
síntese utilizado.A forma atática apresenta uma disposição aleatória do grupo
metil, originando-se uma resina amorfa e pegajosa de pouca aplicação no
segmento de embalagem, a não ser como componente das formulações de
adesivos e revestimentos do tipo hot melt.
O uso de catalisador estereoespecífico induz a uma reação mais
ordenada, possibilitando a formação do PP isotático e sindiotático. No isotático
(Figura 2) o grupo metil fica disposto em um só lado da molécula, enquanto que
no sindiotático a disposição é alternada, sendo que ambas as formas
apresentam características e propriedades mais apropriadas para o segmento
de embalagens.
Figura 2 - Polipropileno com estrutura molecular isotática.
Por apresentar uma temperatura de fusão cristalina relativamente alta
(Tm = 170°C), as embalagens de PP podem ser utilizadas em fornos de
microondas. Entretanto, o baixo valor da temperatura de transição vítrea (Tg = -
18°C), limita as aplicações do PP homopolímero como embalagem de produtos
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que serão congelados, pois nessas temperaturas torna-se muito frágil e
quebradiço ao ser manuseado.
Características e propriedades:
Alto rendimento na produção de embalagens convertidas;
Filme biorientado (BOPP) com ótima transparência;
Boa barreia aos óleos e gorduras;
Boa barreira ao vapor de água.
Exemplos de aplicações:
Filmes para embalagens flexíveis transparentes;
Filmes biorientados transparentes, metalizados ou perolisados;
Filmes para conversão de embalagens flexíveis;
Tampas e sistemas de fechamento;
Garrafas, potes, bandejas e caixas;
Sacos de monofilamentos ou de ráfia;
Fitas para arqueação.
3.35. Poliestireno (PS)
A estrutura molecular do PS, na forma isotática, está representada na
Figura 3. Quando na forma atática, é bastante amorfo, transparente e
quebradiço, usado para a produção de peças injetadas, também denominado
de PS cristal.
Como material de embalagem, o PS cristal apresenta limitações
técnicas devidas à fragilidade, ou seja, apresenta baixa resistência ao impacto.
Através da dispersão de borracha sintética ao polímero de PS, obtém-se o
poliestireno de alto impacto (PSAI), adequado para a produção de potes e
frascos para produtos lácteos e pratos e copos descartáveis.
Através da técnica de expansão com o gás pentano, produz-se o
poliestireno expandido (PSE), material muito utilizado no segmento de
embalagem devido à baixa densidade do material e de suas boas
características como acolchoamento e isolante térmico.
Características e propriedades:
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Alta transparência, no caso do poliestireno cristal;
Filmes biorientados resistem ao congelamento;
Fragilidade e baixa resistência ao impacto;
Fácil termoformação, quando modificado para alto impacto;
Boa resistência aos ácidos e bases fortes;
Boa resistência aos álcoois e hidrocarbonetos alifáticos;
Solúvel em ésteres, compostos clorados e hidrocarbonetos aromáticos;
Baixa propriedade de barreira.
Exemplos de aplicações:
Filmes com alta transparência;
Copos e talheres descartáveis;
Chapas para termoformagem;
Caixas e bandejas expandidas;
Material de acolchoamento,
Material para isolamento térmico.
Figura 3 – Estrutura química do poliestireno isotático.
3.36. Policloreto de vinila (PVC)
Este é um termoplástico vinílico, obtido a partir da polimerização do
monômero cloreto de vinila, cuja estrutura molecular (Figura 4) é semelhante à
de uma poliolefínica, mas que possui um átomo de hidrogênio substituído por
um de cloro. O átomo de cloro se distribui na molécula de forma linear atática e
por ser relativamente mais volumoso, não se cristaliza com facilidade.
A alta polaridade da molécula faz do PVC um polímero rígido e duro à
temperatura ambiente. Para torná-lo mais aplicável no segmento de
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embalagens, geralmente é plastificado para a produção de filmes flexíveis. A
mistura dos plastificantes e de vários outros aditivos é feita mecanicamente
antes da extrusão da resina em filmes ou em outras embalagens. Dependendo
das propriedades a serem obtidas, outros aditivos como estabilizantes,
lubrificantes, pigmentos e outros são incorporados à resina, originando-se as
diferentes formulações também conhecidas como compostos de PVC. Para a
produção de PVC de grau alimentar ou atóxico, os aditivos precisam ser
aprovados pela legislação.
Geralmente, o alto grau de aditivação do PVC pode chegar a 15% para
os rígidos e até 40% para os flexíveis.
Características e propriedades:
As propriedades físicas e mecânicas dependem da formulação;
Filmes sem plastificantes tornam-se quebradiços;
Os plastificantes diminuem a barreira do PVC;
Os filmes são bem transparentes e brilhantes;
Boa resistência aos óleos e gorduras;
Boa resistência aos hidrocarbonetos não polares;
Quando superaquecido, libera ácido clorídrico e gás tóxico;
Figura 4 - Estrutura química do policloreto de vinila.
Exemplos de aplicações:
Filmes plastificados e esticáveis;
Filmes termoencolhíveis;
Filmes para uso como envoltório de bandejas;
Chapas para termoformagem em geral;
Garrafas, frascos, blisters, skin packs, etc.
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3.37. Policloreto de vinilideno (PVDC)
O policloreto de vinilideno é um homopolímero semelhante ao do PVC,
porém com mais um átomo de cloro na molécula (Figura 5). É um dos materiais
plásticos de maior densidade, apresentando-se muito rígido e inadequado para
fabricação de embalagens. Devido a essas características, é utilizado na forma
de verniz, pois apresenta ótima barreira; quando copolimerizado com PVC
torna-se adequado para fabricação de filmes para embalagens a vácuo.
A alta densidade da resina abaixa o rendimento nas aplicações do
PVDC como embalagem, onerando ainda mais o seu custo, geralmente
superior aos dos demais materiais plásticos.
Na forma de filmes, geralmente é copolimerizado com 30 a 50% de
PVC, dando origem ao bem conhecido Saran©
ou simplesmente o copolímero
de PVDC, uma marca comercial da empresa Dow Chemical. Suas
propriedades dependem do grau de copolimerização e do teor de aditivos como
os plastificantes.
Características e propriedades:
Boa barreira aos gases, vapor de água e compostos voláteis;
Boa resistência aos óleos e gorduras;
Difícil termosoldagem por máquinas convencionais;
A resina pode ser processada por extrusão e/ou coextrusão;
Baixa resistência mecânica em temperatura de congelação;
Atacado por solventes clorados, cetonas, cetonas e compostos aromáticos.
Exemplos de aplicações:
Revestimentos de barreira para filmes poliolefínicos, poliésteres e
celulósicos;
Componente de barreira em embalagens flexíveis convertidas;
Material de barreira em embalagens laminadas e coextrusadas.
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Figura 5 - Estrutura química do monômero de policloreto de vinilideno.
3.38. Politereftalato de etileno (PET)
O PET é obtido da polimerização dos ácidos (dimetiltereftalato ou
tereftálico) com o etilenoglicol, cujas estruturas moleculares estão
apresentadas na Figura 6.
Além do ajuste do peso molecular, a viscosidade intrínseca do polímero
também precisa ser ajustada, para se permitir as diferentes aplicações do PET.
Por exemplo, quando a viscosidade está baixa, não é possíveis a produção de
garrafas com boas qualidades.
O poliéster obtido pela reação de transesterificação do etilenoglicol
com o ácido dicarboxílico (naftaleno), denomina-se polinaftalato de etileno
(PEN). Apesar de suas melhores características técnicas como material para
embalagem, ainda é pouco utilizado por limitação econômica, em relação ao
PET.
Características e Propriedades:
Alta resistência mecânica (tração, ruptura e impacto);
Boas propriedades óticas (transparência e brilho);
Estabilidade térmica (uso em fornos microondas);
Boa barreira ao gás carbônico e aos aromas;
Boa resistência aos óleos e gorduras;
Boa resistência química, exceto aos ácidos e álcalis alcoólicos.
Exemplos de aplicações:
Produção de filmes biorientados;
Embalagens biorientadas (garrafas para alimentos);
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Embalagens para produtos farmacêuticos (frascos);
Chapas para termoformagem (bandejas, blisters);
Bandejas cristalizadas para forno convencional e microondas.
Figura 6 - Estrutura química dos monômeros e do polímero de politereftalato de
etileno.
3.39. Poliamidas (PA)
As poliamidas compreendem um grupo de polímeros denominadas
náilons (nylons), sintetizados pela DuPont em 1939. Atualmente existem os
tipos: náilon 6, náilon 6-6, náilon 6-10, náilon 6-12, náilon 11 e náilon 12. O
algarismo refere-se ao número de átomos de carbono existente nos
monômeros envolvidos na reação polimérica de condensação.
As propriedades de cada tipo de náilon dependem dos monômeros, os
quais podem ser ácidos, diaminas ou aminoácidos heterofuncionais, tais como:
ácido adípico, ácido sebático, hexametileno-diamino, e-caprolactona, acido w-
aminoundecanóico e acido w-aminodadecanóico.
Devido às possíveis estruturas moleculares dos náilons, diferentes
características específicas serão obtidas como: propriedades mecânicas,
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propriedades de barreira e as propriedades térmicas, densidade e absorção de
água. Tais propriedades estão relacionadas com o custo do material, conforme
o Quadro 1.
Quadro 1 - Exemplos de algumas propriedades relativas às poliamidas.
Características e propriedades:
Alta resistência à tração e ao alongamento;
Excelente resistência ao impacto e perfurações;
Boa barreira aos gases e aromas;
Boa resistência ao calor e às baixas temperaturas;
Resistentes aos reagentes inorgânicos;
Afetado por peróxido de hidrogênio e hipocloritos.
Exemplos de aplicações:
Produção de filmes mono e biorientados;
Filmes para laminação e coextrusão;
Filmes laminados (PA/PE, PA/IO, PA/EVA, etc.);
Embalagens a vácuo.
Embalagens termoformadas.
3.40. Polivinil álcool (PVOH)
Este polímero é obtido a partir da hidrólise do polivinil acetato (PVA), o
qual constitui-se um polímero amorfo. Devido ao grupo hidroxila (-OH), forma
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forte interação molecular principalmente com a água tornando-o um polímero
solúvel. Por apresentar restrita movimentação, seu processamento é mais
difícil do que os outros termoplásticos, sendo, portanto pouco utilizado como
material de embalagem. Como é uma boa barreira ao oxigênio em ambientes
secos, tem sua aplicação como verniz em outros filmes.
3.41. Copolímero de etileno e acetato de vinila (EVA)
As propriedades do polietileno de baixa densidade podem ser
modificadas pela sua copolimerização. Dentre os vários comonômeros
possíveis, um dos mais utilizados é o acetato de vinila, cujo copolímero resulta
no etileno-vinil-acetato (EVA), na proporção de 6 a 8%.
A resina de EVA é muito usada como adesivo de coextrusão (tie-layer
resins) e, como filme, apresenta propriedades semelhantes ao do PEBD,
porém mais flexível maior resistência ao estiramento, maior coeficiente de atrito
e melhor termoselagem.
3.42. Copolímero de etileno e álcool vinílico (EVOH)
Pela hidrólise do copolímero de etileno e acetato de vinila, obtém-se o
EVOH. Semelhante ao polivinil álcool, a grande disponibilidade de hidroxila ao
longo da molécula induz a uma grande interação com a água, tornando-o
também um material solúvel, porém mais estável termicamente.
A grande vantagem deste material é sua barreira ao oxigênio, aos
aromas e aos óleos e gorduras. Tal barreira depende da proporção relativa aos
comonômeros (acetato ou álcool vinílico e etileno) na composição final do
copolímero.
Em conseqüência de sua alta higroscopicidade, geralmente é usado
entre outros materiais em conjunto com adesivos especiais. Através dessas
aplicações, garante sua grande propriedade de barreira, sendo muito usado
para sistemas de embalagens a vácuo ou com atmosfera modificada. Nestas
aplicações a resina pode ser extrusada ou coextrusada por processo plano ou
tubular e quando biorientado torna-se ainda menos permeável.
3.43. Ionômeros (IO)
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Ionômeros são copolímeros do etileno com o ácido acrílico, que teve
parte dos átomos de hidrogênio do grupo carboxílico substituída por átomos de
sódio ou de zinco (Figura 7). O copolímero resultante é alta transparência,
tenaz e resistente à perfuração, menor temperatura de selagem e boa
aderência à quente (hot tack).
Apesar de ser mais caro do que o PEBD e EVA, suas distintas
propriedades favorecem a relação custo/benefício, principalmente nas
aplicações que requerem boa selagem como nas embalagens a vácuo, nos
laminados cartonados contendo folha de alumínio para produtos ácidos e para
cartões plastificados do tipo skin packs. Outras aplicações dos ionômeros são
em estruturas coextrusadas, como componente de embalagens para óleos e
gorduras e produtos químicos. Uma marca comercial de ionômero, conhecida
internacionalmente, é o Surlyn©
da DuPont.
Figura 7 - Estrutura do polímero ionômero de sódio.
3.44. Migração de monômeros e aditivos
Um monômero é a unidade básica de uma cadeia polimérica; são os
constituintes mais simples dos plásticos. Por exemplo, o monômero eteno ou
etileno (H2C = CH
2) polimeriza-se para formar o polietileno.
A polimerização é uma reação de síntese, feita em reatores especiais,
por meio da utilização de catalisadores; o produto é comercializado em forma
de resina. Na resina, resíduos de monômeros podem existir em concentrações
suficientes para afetar o produto acondicionado; esses resíduos geralmente
não afetam sensorialmente o produto, mas suspeita-se de que possam ter
efeitos toxicológicos. Alguns monômeros que merecem atenção especial nesse
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sentido são: o cloreto de vinila, o estireno e o acrilonitrilo; o cloreto de vinila é o
de maior destaque, por ser amplamente utilizado em garrafas (especialmente
para água mineral e óleos) e na forma de filme para carnes frescas.
Os aditivos são incorporados às resinas plásticas para modificar
algumas características, atendendo assim aos requisitos de cada material de
embalagem.
Os principais aditivos utilizados são:
Antioxidantes: retardam as reações oxidativas, que comprometem
principalmente as propriedades mecânicas dos plásticos.
Deslizantes: lubrificam o material, reduzindo o coeficiente de atrito.
Antibloqueio: reduzem a aderência entre superfícies de filmes, facilitando o
manuseio.
Anti-estático: reduzem o efeito eletrostático, evitando a aderência de filmes
entre si ou com partículas do ambiente carregadas eletrostaticamente.
A migração dos aditivos envolve difusão e solubilidade dos mesmos
através do polímero. A concentração do aditivo, a temperatura e o tempo
afetam diretamente a velocidade de migração.
A contaminação de alimentos por migração de monômeros ou de
aditivos é assunto que compete à legislação sanitária. Os materiais de
embalagem destinados ao acondicionamento de alimentos devem ser
obrigatoriamente registrados e aprovados, entre outras coisas, quanto à
inexistência de efeitos tóxicos.
Segue abaixo alguns quadros referentes às características de alguns
materiais plásticos, as quais permitem sua identificação.
Quadro 2 - Classificação de filmes quanto à resistência à elasticidade e ao
rasgamento.
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Quadro 3 - Identificação de materiais plásticos pela queima.
Celo=celofane; AC=acetato de celulose; NC=nitrato de celulose; NA=náilon; PET=poliéster;
PE=polietileno; PP=poliproplleno; PS=poliestireno; PVC=policloreto de vinila; PVdC=policloreto
de vinilideno e BHd=borracha hidroclorada.