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APOSTILA DE BOTÂNICA SISTEMÁTICA – FASCÍCULO I 1. SISTEMÁTICA É a ciência ou parte da Botânica que estuda a classificação, nomenclatura das plantas. Há aqueles que preferem o termo Taxonomia , palavra derivada do grego – táxis e nomes – significando “dispor segundo uma lei”ou “ Gentehújnicov (1976) define Taxionomia como “parte da Botân conhecimento de indivíduo, seu agrupamento em respectivas u destas. Tais unidades ou categorias taxionômicas são denominadas T TAXONS). Essa autora sugere que Sistemática seja o estudo filogené taxa, na base de semelhança (parentesco) e diferença entre (1979) considera Taxionomia como a ciência que elabora as leis da sistemática cuida da classificação dos seres vivos, ciência morfologia, compreendendo a identificação, a nomenclatura e a clas 1.1 – UNIDADES TAXONOMICAS A unidade básica é a espécie: “um agrupamento de gerações pr ancestral comum, que no decorrer da seleção natural, sob a influên existência, adquiriu características que o diferenciam de todos os outros seres viventes”(KOMAROV). O conjunto de espécies constitui o GÊNERO; gêneros afins se reúnem em FAMÍLIAS; famílias em ORDENS; ordens em CLASSES; classes em SUBDIVISÕES; subdivisões em DIVISÕES; divisões em REINOS. Há ainda categorias i subfamília, subclasse, tribo, série, variedade, etc. 1.2 – REGRAS DE NOMENCLATURA O Reino Vegetal compreende Divisões, taxon este que varia no de classificação. A Divisão Spermatophyta, a que interessa ao curso, se caracteriza pela predominância na geração esporofítica. A reprodução das plantas s está confiada à estrutura denominadas sementes. 1

Apostila Taxon Veget Monocot

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1 APOSTILA DE BOTNICA SISTEMTICA FASCCULO I

1. SISTEMTICA a cincia ou parte da Botnica que estuda a classificao, a identificao e a nomenclatura das plantas. H aqueles que preferem o termo Taxonomia, palavra derivada do grego txis e nomes significando dispor segundo uma leiou princpio (Joly, 1977). Gentehjnicov (1976) define Taxionomia como parte da Botnica que se ocupa com o conhecimento de indivduo, seu agrupamento em respectivas unidades e nomenclaturao destas. Tais unidades ou categorias taxionmicas so denominadas TAXON (pl. TAXA ou TAXONS). Essa autora sugere que Sistemtica seja o estudo filogentico da hierarquia dos taxa, na base de semelhana (parentesco) e diferena entre organismos vivos. BARROSO (1979) considera Taxionomia como a cincia que elabora as leis da classificao, enquanto a sistemtica cuida da classificao dos seres vivos, cincia baseada, fundamentalmente, na morfologia, compreendendo a identificao, a nomenclatura e a classificao. 1.1 UNIDADES TAXONOMICAS A unidade bsica a espcie: um agrupamento de geraes procedente de um ancestral comum, que no decorrer da seleo natural, sob a influncia do ambiente e luta pela existncia, adquiriu caractersticas que o diferenciam de todos os outros seres viventes(KOMAROV). O conjunto de espcies constitui o GNERO; gneros afins se renem em FAMLIAS; famlias em ORDENS; ordens em CLASSES; classes em SUBDIVISES; subdivises em DIVISES; divises em REINOS. H ainda categorias intermedirias como subfamlia, subclasse, tribo, srie, variedade, etc. 1.2 REGRAS DE NOMENCLATURA O Reino Vegetal compreende Divises, taxon este que varia nos diferentes sistemas de classificao. A Diviso Spermatophyta, a que interessa ao curso, se caracteriza pela predominncia na gerao esporoftica. A reproduo das plantas subordinadas a essa diviso est confiada estrutura denominadas sementes.

2 As regras de Cdigo Internacional de Nomenclatura Botnica estabelecem que uma categoria de plantas pode subdividir-se em categorias intermedirias e de hierarquia mais baixa, acrescentando-se ao seu nome o prefixo sub, para design-las. Assim, a diviso Spermatophyta tem duas subdivises: Angiosperamae (Magnoliophytina) e Gimnospermae. Os nomes aplicados a toda as categorias taxionmicas (txons) so latinos. A terminao para o nome classe eae (Dicotyledoneae) ou atae (Magnoliatae). Cada classe se divide em subclasse, com a terminao idae (Rosidae). As sub-classes constituem Ordens, com a terminao em ales (Fabales, Glumiflorales). H exceo como Tubiflorae, Labiatae, Contortae, etc. Modernamente, adota-se o nome de um dos gneros mais representativos com a terminao em ales. Uma ordem engloba uma ou mais famlias, com a terminao em aceae (Moraceae, Solanaceae). A famlia pode ser subdividida em Subfamlia, com a terminao em oideae (Penicoideae). A famlia ou a subfamlia pode se subdividir em tribos, com a terminao em eae (Melinideae, Clorideae). O nome cientfico da espcie escrito com duas palavras (Nomenclatura Binominal de Lineu): A primeira representa o gnero e a segunda a espcie. O nome genrico um substantivo latino ou latinizado e escrito com letra inicial maiscula (Zea). O nome da espcie escrito com letra inicial minscula (Zea mays). O nome especfico deve ser acompanhado do nome do gnero, isto : Zea mays. O milho do gnero Zea e da espcie mays. O certo dizer-se: O milho do genro Zea e pertence a espcie Zea mays. , portanto, permitido mencionar-se o gnero e nunca a espcie sem o gnero. O nome de uma espcie no seria completo sem a abreviao de nome do autor que identificou a espcie pela primeira vez. Muitas espcies foram identificadas por Lineu. Assim, aps o nome binrio, aparece L maisculo seguido de ponto, por exemplo: Zea mays L. = milho. Quando so dois os autores da espcie, indicam-se os nomes ou as abreviaturas dos dois, por ex: Cuphea balsamona Cham. et Schlechtd. Quando uma espcie foi identificada por um autor aps um outro, o nome do primeiro posto entre parntese e o do segundo, em seguida, por ex: Ipomea batatas (L.) Lam.Exemplo: Milho Duro Reino Diviso Subdiviso Classe Ordem Famlia Subfamlia Tribo Gnero Vegetalia Spermatophyta Angiospermae (Magnoliophyta) Monocotyledonae (Liliatae) Glumiflorales (Glimiflorae) (Poales) Graminae (Graminaceae) (Poaceae) Panicoideae Maydeae Zea

Espcie Variedade

Zea Mays L. Z.mays L. var. indurata

3 2. SISTEMAS DE CLASSIFICAO Compreende trs tipos principais: o artificial, o natural e o filogentico. O Sistema Artificial se baseava num nico carter da planta. O Sistema artificial clssico o chamado sistema sexual de Lineu, fundamentado no nmero e disposio dos estames. Neste sistema, plantas inteiramente diferentes eram ordenadas na mesma classe, s porque apresentavam o mesmo nmero de estames. Podia acontecer que espcies do mesmo gnero, com nmeros diferente de estames fossem enquadradas em classes diferentes. O Sistema Natural est baseado na afinidade natural das plantas. Essas afinidades no podem depender de uma s caracterstica, mas de toda a organizao do vegetal, de tal modo que cada planta fique situada ao lado da que com ela se parea. O primeiro sistema natural foi o de Jussieu. Ele procurou ordenar as plantas levando em considerao o nmero de cotildones, a esturutra da semente e uma soma de caracteres vegetativos e reprodutivos. O Sistema Filogentico est baseado na variabilidade das espcies; cuida de suas relaes genticas, levando em considerao tanto os vegetais atuais, como os de outras eras geolgicas. Em suma, ela se firma na teoria da evoluo. 2.1 HISTRICO DOS SISTEMAS DE CLASSIFICAO Os sistemas de classificao comportam quatro perodos, descritos resumidamente a seguir. 2.1.1 Perodo I: Classificaes baseadas no habitus das plantas Theophrastus (370 a.C) Classificou os vegetais como rvores, arbustos, subarbustos e ervas (anuais, bianuais e perenes), e nos tipos de inflorescncias (centrpetas ou indefinidas). Reconheceu diferenas na posio do ovrio das flores e nas corolas poliptalas e gamoptalas. Em sua Histria Plantarum classificou e descreveu cerca de 500 plantas e deu informao sobre suas aplicaes medicinais e supostas virtudes. Albertus Magnus (1193-1280) considerado o primeiro a reconhecer as diferenas entre dicotiledneas e monocotiledneas, com base na estrutura do caule. Otto Brunfels (1464-1534) foi um dos primeiros berbaristas a descrever e ilustrar plantas conhecidas na poca, com o intuito de reconhecer as propriedades medicinais das espcies, contribuindo assim para a difuso da fase descritiva de vegetais.

4 Andra Cesalpino (1519-1603) considerado o primeiro taxionomista vegetal, por seu importante trabalho De Plantis, publicado em 1583. Acreditava que as folhas se tivessem formado com a finalidade de proteger as gemas, flores e frutos; negou a existncia de sexo nas flores; classificou as plantas primeiro na base do hbito e nos tipos de frutos e sementes, depois reconheceu e usou as caractersticas da posio do ovrio e do nmero de lculos, da ausncia ou presena de bulbos e de sucos aquosos ou leitosos. Ainda so desse perodo Jean Baulun (1541-1631), lembrado como o primeiro botnico a distinguir categorias de gnero e espcie. A primeira nomenclatura binominal fora usada por ele, h cem anos antes de Lineu. John Ray (1628-1705) foi o primeiro a reconhecer a importncia do embrio em Sistemtica e a presena de 1 2 cotildones nas sementes. Joseph Pitton de Tournefort (1656-1708). Seu sistema de classificao, baseado na forma das corolas, artificial e inferior ao de Ray. Foi um dos primeiros a dar uma definio categoria de gnero. Muitos dos nomes genricos por ele criados so usado ainda hoje, como, por exemplo, Salix, Populos, Betua, Lathyrus, Acer, Verbena etc. 2.1.2 Perodo II Sistemas artificiais baseados em caracteres numricos Carolus Linnaeus ou Carl Linn (Lineu) (1707-1778).Considerado o pai da taxionomia vegetal e zoolgica, foi o sistema mais extraordinrio de todos os tempos. Em 1730 publicou Hortus Uplandicus que constava de acordo com o sistema de classificao de Tournefort. Em 1737 publicava seu Systema Nature, um trabalho que dava as bases para a classificao de vegetais, animais e minerais. Depois publicou Genera Plantarum e a Flora Lapponica. Mas, foi Species Plantarum seu trabalho que serviu de ponto de partida para o sistema de classificao binominal. O sistema de classificao de Lineu consta de 24 classes, distintas pelo nmero de estames e pela sua posio na flor. As classes so subdivididas em ordens, baseadas no nmero de estiletes do ovrio. Visto que o Sistema de Classificao de Lineu fundamenta-se em caractersticas do androceu e do gineceu, chamado, tambm, Sistema Sexual. 2.1.3 Perodo III Sistemas baseados na forma de relao entre plantas Na metade do sculo XVIII, grande nmero de excursionistas, procedentes de todos os Continentes, retornaram aos grandes centros botnicos da Europa, trazendo um grande nmero de plantas vivas, sementes e colees herbarizadas, sendo que grande parte delas, constitudas de espcies novas para a Cincia e que tinham de ser classificadas. Surgiram ai pelos fins do sculo XVIII mudanas revolucionrias nos sistemas de classificao de plantas. Os novos

5 sistemas foram chamados de naturais; as plantas eram organizadas em grupos afins, pela existncia de caracteres comuns. Dentre os sistemas de classificao destacam-se os seguintes: Michel Adanson (1727-1806). Publicou Histoire Naturalle du Senegal, substituindo as classificaes artificiais pelo sistema natural, e, a descrio de taxa, mais ou menos equivalentes s atuais ordens e famlias, contidas no seu trabalho Families des Plantes, publicado em 2 volumes. Jean B.A.P.M de Lamarck (1774-1829). Conhecido por sua Flora Franoise, escrita sob a forma de uma chave artificial, para ajudar a identificao de plantas na Frana. Na introduo de seu trabalho, exps os princpios de seu conceito de uma classificao natural. Lamarck conhecido por sua teoria de que modificaes ambientais provocam modificaes na estrutura de rgo, e que essas modificaes tm carter hereditrio. De Jussieu: Antoine (1686 1758), Bernard (1699-1776) e Joseph (1704-1799). Filhos de Lio (Fr), eram botnicos. O mais novo veio para a Amrica do Sul. Em 1759, Bernard de Jussueu reorganizou os jardins do Triannon, arrumando as plantas de acordo com o sistema idealizado, mais ou menos, por ele, mas que se assemelhava muito ao de Lineu. Pela primeira vez, porm, as plantas foram reunidas em um sistema que no tinha o conceito aristotlico de hbito, nem era to artificial quanto o de Lineu. Jussieu dividiu as plantas de flores em monocotiledneas e dicotiledneas e resultou as posies do ovrio, a presena e ausncia de ptalas e a concrescncia delas. Em 1764, publicou sua Exposition dum Nouvel Ordre de Plantes, na qual props a classificao das plantas em acotiledneas, monocotiledneas e dicotiledneas, subdividindo o ltimo grupo em cinco outros, na base dos caracteres da corola, chamando-os de apetalae, petalae, monopetalae, polipetalae e dicline. Foi no sistema de Jussieu que apareceram os termos hipgino, epgino e pergino, que persiste at nossos dias. Jussieu foi o fundador do Museu de Histoire Naturelle de Paris. De Candolle. Trs geraes de De Candolle contriburam para o progresso da Sistemtica Vegetal. O primeiro deles, Augustin Pyrame de Candolle (1778-1841), nasceu na Sua e recebeu seu treinamento em Paris. Publicou sua importante Thoric Elementaire, na qual acentuou que anatomia, e no fisiologia, deveria ser a base da classificao de plantas. Nos ltimos anos de sua vida publicou sua monumental obra Prodromus Systematicis Naturealis Regni Vegetabilis. No perodo de 1825-1845, cerca de 24 sistemas de classificao foram propostas, e que representavam, apenas, modificaes dos j apresentados. Entre eles ressaltam-se os que se seguem:

6 Stephan Ladislau Endlicher (1804-1849). Dividiu o Reino Vegetal em Talfitos e Cormfitos. Seu sistema foi amplamente usado na Europa, mas no adotado nem por ingleses, nem por americanos. Esse sistema faz parte de seu Genera Plantarum (1836.1840) e nele so tratados 6.835 gneros de plantas. Adolphe Theodore Brongniart (1801-1876). Botnico que dividiu o Reino Vegetal em Phanerogame e Cryptogame. John Lindley (1799-1865). Props um sistema com estruturas mais firmes que os de seus antecessores, mas no foi uma reviso importante. Publicou muitas obras, sobretudo com respeito s Orquidceas. George Bentham (1800-1884). Um ingls de independncia econmica que se dedicou Sistemtica. Antes da publicao de Genera Plantarum, tendo Hooker como colaborador, Bentham publicou vrias monografias de diversas famlias e foi autor da Flora da Austrlia, publicada em sete volumes. Sir Joseph Dalton Hooker (1817-1911). Foi mais explorador e fitogeogrfo que Bentham devotou grande parte de seu tempo administrao do Royal Botanic Gardens, em Kew. O sistema de classificao de Bentham e Hooker foi baseado, diretamente, no de A. de Candolle, sendo dotado de descries mais completas. O sistema no apresentava um esquema filogentico, pois os botnicos da poca firmavam-se no dogma da imutabilidade e da constncia da matria. Depois da publicao das teorias da evoluo e origem das espcies de Darwin, Bentham e Hooker reformularam seu sistema de classificao. Foi a publicao das teorias da Wallace e Darwin que fecharam esse perodo na histria dos sistemas de classificao. 2.1.4 Perodo IV. Sistemas baseados em Filogenia A difuso rpida e a pronta aceitao das teorias de Darwin, demonstraram a insatisfao que existia entre os pesquisadores a respeito dos diversos sistemas de classificao. A maioria dos sistemas desse quarto perodo baseia-se nas Teorias da Evoluo das Espcies, tendendo a classificar plantas partindo do simples para o complexo, reconhecendo, porm, que h condies simples que representam redues de condies ancestrais mais complexas. A maioria desses sistemas tem-se empenhado em estabelecer as relaes genticas entre as plantas. Pelo fato de que muitos sistemas tm sido propostos e que um verdadeiro sistema filogentico ainda no apareceu, fica patente que a filogenia de plantas vasculares est ainda nos seus primeiros estgios. Entre os sistemas filogenticos mais conhecidos, citam-se os seguintes:

7 August Wilhelm Eichler (1839-1887). Props, em 1875, o esboo do primeiro sistema baseado em relao gentica entre as plantas. No foi um sistema filogentico no sentido moderno, mas Eichler aceitou o conceito de evoluo. Dividiu o Reino Vegetal em Phanerogamae e Cryptogamae; tratou as algas separadamente dos fungos, dividindo-as em quatro grupos distintos (Cyanophyceae, Chlorophyceae, Pheophyceae e Rhodophyceae) separou as Bryophyta em musgos e hepticas, os Pteridphita em Equissetinae, Lycopodinae e Felicinae, e as Phanerogamae em Angiospermae e Gimnospermae. Adolph Engler (1844-1930). Publicou, em 1892, como parte de um guia do Jardim Botnico de Breslau, uma classificao baseada na de Eichler, da qual diferiu, porm, mais em detalhes de nomenclatura das categorias maiores, que na filosofia bsica ou nos conceitos fundamentais. O sistema de classificao de Engler subdivide as Angiospermas em duas classes, baseando-se no embrio di ou monocotilednar, na persistncia da raiz principal, na nervao das folhas, na presena ou ausncia de bainha foliar e no nmero de segmentos do clice e da corola. Na edio do Syllabus (ltima) as Monocotiledneas so tratadas depois das Dicotiledneas. Engler dividiu as Dicotiledneas em duas subclasses: Archychlamideae e Sympetalae. primeira subclasse subordinou todas as Dicotiledneas de perignio monoclamdio ou diclamdio, de ptalas livres entre si; tambm considerou, na subclasse, as espcies aptalas, em conseqncia de uma reduo. Na segunda subclasse Sympetalae, englobou as espcies que tm perianto heteroclamdio. Uma razo para a ampla aceitao do sistema de Engler foi que ele o aplicou s plantas, em geral, no seu trabalho Die Naturliehen der Pflanzenfamilien, publicado em dez volumes. Clarles Bessey (1845-1915). Sua classificao foi original, em muitos pontos. Dividiu as Angiospermas em duas classes: Opositiflia e Alterniflia, levando em considerao a posio dos cotildones. Considerou as Ranales a ordem mais primitva, tendo se derivado delas as Monocotiledneas e Dicotiledneas. Sua classificao baseou-se em vinte e dois princpios, apresentados a seguir. 1. A evoluo tanto pode ser uma progresso como uma regresso dos caracteres. 2. A evoluo no abrange todos os rgos ao mesmo tempo. 3. De um modo geral, rvores e arbustos so mais primitivos que ervas. 4. rvores e arbustos so mais primitivos que trepadeiras. 5. Ervas perenes so mais antigas que anuais. 6. Plantas aquticas derivaram-se de ancestrais e as epfitas, saprfitas e parasitas so mais recentes que plantas de hbito normal. 7. Dicotiledneas so mais primitivas que monocotiledneas.

8 8. Folhas simples so mais primitivas que compostas. 9. Flores unissexuadas so mais avanadas que as andrginas; plantas diicas so mais recentes que monicas. 10. Disposio espiralada mais primitiva que a cclica. 11. Flores solitrias mais antigas que as inflorescncias. 12. Tipos de pr-florao derivam-se de contorcidos a imbricadas e valvar. 13. Flores aptalas derivam-se de petalferas. 14. Polipetalia mais antiga que gamopetalia. 15. Flor actinomorfa mais primitiva que zigomorfa. 16. Hipoginia mais antiga que periginina e epiginina a mais avanada. 17. Apocarpia mais primitiva que sincarpia. 18. Gineceu de muitos carpelos precedeu o de poucos carpelos. 19. Sementes com endosperma e embrio pequenos so mais primitivos que sementes sem endosperma, com embrio bem desenvolvido. 20. Numerosos estames indicam maior primitividade que um androceu de poucos estames. 21. Anteras livres indicam mais primitividade que anteras ou filetes concrescidos. 22. Fruto cpsula procede a baga ou a deupa. John Hutchinson (1884 1972), do Royal Botanic Gardens, Kew. Seus sistemas traam uma linha de evoluo predominantemente lenhosa, a partir das Magnoliales e a outra predominantemente herbcea, a partir das Ranales. Cronquist, Tahktajan e Zimmerman (1996). Classificaram as cormfitas em oito divises, a saber: 1. Rynophita (Psilophyta); 2. Bryophyta; 3. Psylotophyla; 4. Lycopodiophyta; 5. Equisetophyla; 6. Polypodiophyta; 7. Pinophyta; 8. Magnolyophyta Armen Tahktajan (1961). Apresentou um sistema de classificao para as Magnoliophyta, dividindo-as em duas classes: Magnoliatae e Liliatae. Nesse sistema, as classes se subdividem em onze subclasses (7 Magnoliatae e 4 Liliatae) 20 superordens e 94 ordens. Arthur Cronquist (1968). Apresentou uma classificao das Magnoliophyta tomando por base a de Tahktajan, com leves modificaes. Para esse agrupamento, levou em considerao caracteres anatmicos, presena ou ausncia de endosperma, composio qumica, morfologia dos rgos reprodutores, etc. Procurou comparar e interpretar estruturas, que considerou primitivas, e, assim, dividiu as Magnoliophyta em Magnoliatae e Liliatae. Subdividiu as Magnoliatae em seis subclasses, a saber: Magnoliidae, Hammamelidae,

9 Caryophyllidae, Dilennidae, Rosidae e Asteridae, subordinando a elas 56 ordens e 295 famlias relacionadas, num total aproximado de 165.000 espcies, e as Liliatae, em quatro subclasses: Alismatiidae, Arecidae, Commelinidae e Lillidae, compreendo 18 ordens, 61 famlias e cerca de 55.000 espcies. Rolf Dahlgren (1975). Apresentou um sistema de classificao das Angiospermas, que serve para demonstrar a distribuio de caracteres. Sistema compreende 34 superordens (27 dicotiledneas e 7 monocotiledneas) e 96 ordens. representado graficamente como uma rvore filtica, em seo transversal, cujos ramos constituem as ordens de tal sistema de classificao. A posio relativa das ordens foi determinada pelo maior nmero de caractersticas afins dos seus componentes. O sistema est baseado na distribuio de um nmero considervel de caracteres qumicos, embriolgicos, anatmicos, citolgicos, palinolgicos morfolgicos, dentro das famlias. 2.1.5 Desenvolvimento da Botnica no Brasil Desde a poca do Descobrimento, o novo continente despertou grande interesse entre os europeus, infelizmente na maioria comerciantes e aventureiros e no homens de cincia. J entre anos 1501 a 1514 o pau brasil foi exportado em propores tais que passou a figurar em contratos de arrendamento. Jean Lri, que esteve no Brasil fazendo parte da Expedio de Nicolau Villegagnon, em seu livro Histria da Viagem em Terra do Brasil (1578), descreveu as exuberantes matas da Costa Atlntica. Na poca do domnio Holands, sob auspcios de Maurcio de Nassau, o naturalista Georg Maregraf e o mdico holands Willen Piso, realizaram a primeira expedio cientfica, de 1637 a 1640. O primeiro botnico brasileiro, Frei Jos Mariano da Conceico Veloso, nasceu em 1742, em Rio das Mortes MG. Sua obra monumental Flora Fluminense, concluda em 1790, consta de 11 volumes de descries botnicas, munidas de magnficas ilustraes. Em 1800 Alexander Humboldt viajou pelo Norte do Brasil. A invaso de Portugal por Napoleo, em 1807, e decreto da extino da dinastia de Bragana, abriram os portos do Brasil, vindo para c a famlia real de D. Joo IV. Veio como Cnsul General do Imprio Russo Georg Von Langsdorff, que permaneceu de 1813 a 1820, tendo publicado, alm de outras obras, Flora Brasiliae Meridionalis. D.Joo IV foi o propugnador pela criao do Jardim Botnico do Rio de Janeiro.

10 Em 1817, chegou ao Brasil jovem cientista bvaro, Carl Frieddrich Philipp Von Martius, criador e primeiro diretor da maior obra do sculo, a Flora Brasiliensis. Aps a morte de Martius (1868) ele substitudo por August Wilhelm Eichler, e, por morte deste (1887), a direo passa a Ignatius Urban, terceiro e ltimo diretor da Flora Brasiliensis. Joo Barbosa Rodrigues, naturalista mineiro, publicou Certum Plantarum Brasilianum e "Iconografia de Orqudeas". Na mesma poca da elaborao da Flora Brasiliensis, foi criada a primeira obra de Ecologia Vegetal, baseada no estudo da vegetao da localidade Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), escrita por Johann Eugen Warming. Em 1840, o cientista sueco Frederick Anders Rognell veio para o Brasil, onde subvenciou a vinda de cientistas, como Lindman, autor de destacada obra A vegetao do Rio Grande do Sul Em 1874, adido expedio de Hjalmar Mosn, veio para o Brasil Albert Lofgren, sueco de origem, que se radicou no Brasil e se naturalizou brasileiro. Trabalhou junto a Ph. Von Lutzelburg, autor da obra Flora do Nordeste. Traduziu para o portugus, obras de botnicos estrangeiros. Confeccionou Mapa Botnico do Estado de Cear e esboou a classificao da vegetao do Nordeste. Em 1898, nas proximidades do Estado de So Paulo, fundou o Horto da Cantareira, mais tarde transformado em Horto Florestal. Em 1926, inicia-se a publicao da primeira obra brasileira de Botnica Aplicada, o Dicionrio das Plantas teis do Brasil e das Exticas Cultivadas, da autoria do ilustre botnico brasileiro Manoel Pio Corra. Em 1929, foi criado, pelo Dr. F. C Hoehne, idealizador da Flora Braslica, o Jardim Botnico do Estado de So Paulo. Consta este jardim de um parque de quase 100 alqueires, um museu e um orquidrio organizado com gosto artstico. 3. FANERGAMAS OU ESPERMATFITAS 3.1 Caracteres florais das Angiospermas Fanergamas ou Antfitas so plantas dotadas de flor, aparelho de reproduo visvel, originrio de profundas modificaes das folhas. Flor completa aquela que apresenta quatro verticilos: clice, corola, androceu e gineceu. De fora para dentro da flor, o clice o verticilo mais externo, constituindo de folhas modificadas chamadas spalas; segue-se a corola, formada de ptalas, geralmente coloridas; mais para dentro e androceu, constitudo de estames e, finalmente, o gineceu, formado de carpelos.

11 O clice e a corola so considerados verticilos protetores do androceu e gineceu, servindo ainda para atrair agentes polinizadores, enquanto o androceu e o gineceu so verticilos reprodutores. Ao conjunto clice + corola d-se o nome de perianto. A corola sendo diferenciada do clice empresta flor a designao de heteroclamda; no havendo diferenciao ntida, a flor homoclamdia. Neste caso, as peas protetoras tomam o nome de ptalas e o envoltrio protetor de perignio. Ainda, a dlor pode apresentar-se sem perianto (aclamdea); ser somente provida de clice (monoclamdea), ou, finalmente, ter clice e corola, quando toma o nome de diclamdea. Tanto o clice como a corola pode apresentar seus componentes livres (sem concrescncia) ou soldados (concrescidos). Da classificar-se o clice em dialisspalo e gamosspalo, e a corola em dialiptala ou arquiclamdea e gamoptala ou metaclamdea, respectivamente. Quando a flor apresenta androceu e gineceu verticilos essenciais mesmo faltando os verticilos protetores, chamada flor perfeita (gramneas), ficando a proteo ao encardo de brcteas, que, no caso das gramneas, tomam o nome de glumas e glumelas. Havendo, pois, androceu e gineceu, a flor p tambm chamada hermafrodita ou andrgina. Toda flor completa andrgina e perfeita. A flor incompleta seria aquela que no tivesse um ou mais verticilos. Pode existir apenas o androceu ou o gineceu na flor, neste caso unissexuada ou diclina e imperfeita. Concitamos os alunos fazerem uma reviso geral dos assuntos de organografia, isto , de raiz, caule, folha, flor, fruto e semente, como elementos indispensveis ao curso de Sistemtica. Um detalhe importante em Sistemtica o que dize respeito ao nmero de estames em relao ao nmero de ptalas apresentado pela flor. Quando o nmero de estames inferior ao de ptalas, a flor, o androceu ou a planta chamada oligostmone; quando o nmero de estames igual ao de ptalas, isostmone; sendo o dobro, diplostmone, e mais que o dobro polistmone. H casos em que uma flor apresenta 4 ptalas e 6 estames e ela tambm considerada polistmone. Ainda, d-se importncia capital posio do ovrio, que pode ser spero, nfero e semi nfero. Spero ou livre quando se apresenta sem aderncia aos demais componentes da flor. nfero quando se acha aderente aos demais componentes da flor, principalmente ao clice e corola, colocando-se em planto inferior. Semi nfero so os tipos intermedirios, isto , quando a aderncia parcial. Exemplo 1: Suponhamos uma flor de uma dicotilednea, que tenha clice e corola; corola de 5 ptalas livres; ovrio spero e 5 estames.

12 Isto quer dizer que a planta dicotilednea, diclamdea, arquiclamdea, superovariada, isostmone. Exemplo 2: K5, C(5), A10, G(5) Frmula Floral Flor de clice constituindo de 5 ptalas livres corola de 5 ptalas concrescidas, androceu formado de 10 estames livres e gineceu de ovrio nfero formado de 5 carpelos concrescidos. Ou Dicotilednea, metaclamdea, diclamdea, inferovariada,diplostmone. No interior do ovrio se implantam os vulos. Da fecundao do vulo forma-se a clula ovo, que evolui para sementes. Pois bem: as plantas que possuem semente so chamas Espermatfitas, sinnimo de fanergamas. As paredes do ovrio, aps fecundao, se desenvolvem e constituem o fruto, estrutura que abriga e protege a semente. As espermatfitas se dividem em Gimnospermas (plantas que tm semente nua) e Angiospermas (plantas que tm semente contida em fruto).

13 3.2 - DIFERENAS ENTRE AS SUB-DIVISES GIMNOSPERMAS E ANGIOSPERMAS

GIMNOSPERMAS 1 2 Flores apareantadas e unissexuadas. Os megasporfilos (carpelos) no sofrem concrescncia, no formando ovrios; os vulos e as sementes so, nus. (gymnos = nu; sperma = semente). Os esporofilos encontram-se em geral agrupados em estrbilos, uns masculinos outros femininos. Os macrosporngios (vulos) possuem arquegnios e, alguns representantes do grupo, como Cicadneas e Ginkgneas, possuem microgametas mveis, o que demonstra haver relaes filogenticas com as Pteridfitas. Os estrbilos so desprovidos de nectrios; a polinizao feita pelo vento; o plen cai diretamente no interior do vulo, numa cmara polnica, onde germina e desenvolve os tubos polnicos, que levam os microgametas para os macrogametas. A fecundao simples; h apenas uma oosfera no interior do arquegnio.

ANGIOSPERMAS Flores em geral periantadas, umas unissexuadas e outras andrginas. Os megasporfilos sofrem concrescncia, formando ovrio que se transforma em fruto, onde ficam alojadas as sementes (angios; vaso, urna; sperma, semente). Os estrbilos so representados pela flor.

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Os macrosporngios no possuem arquegnios, mas apenas vestgios; as sinrgidas e antpodas do saco embrionrio, so desprovidas de microgametas mveis. As flores em geral possuem nectrios; atraem insetos e pssaros; o gro de plen cai no estigma do carpleo, onde germina e se desenvolve o tubo polnico, que leva os microgametas para o macrogameta. Verifica-se dupla fecundao; um microgameta une-se com a oosfera e o outro com o mesocisto (ncleos polares). O albumen origina-se do ncleo polar fecundado, isto , do zigoto triplide. Possuindo ovrio, do verdadeiros frutos.

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O albumen ou endosperma (parnquima de reserva) origina-se diretamente do protalo. No possuindo ovrio, no do verdadeiros frutos.

14 3.3 - DIFERENAS ENTRE AS CLASSES: MONO E DICOTILEDNEAS MONOCOTILEDNEA Plntula Um nico cotildone Numerosas so as espcies portadoras Raiz de razes fasciculadas. Os feixes apresentam-se em disposio difusa (estrutura atactostlica); em geral, no h estrutura secundria ausnia de cmbio. DICOTILEDNEA Dois cotildones Predomina as outras variedades da raiz

Os feixes apresentam-se em anel, o lber envolvendo o lenho (comumente, Caule estruturas sifonostlica e eustlica); possue estrutura secundria cmbio presente. Insero horizontal. Predomina as folhas Insero oblqua; so comuns as folhas peninrveas; Estrutura geralmente paralelinrveas. Estruturas simtricas; assimtrica, presena de parnquima Folha presena de parnquima palidico nas palidico abaixo da epiderme da face duas faces, como tambm de estmatos. ventral e presena de estmatos na face dorsal. So do tipo trmero, isto , possuem 3 As flores so do tipo tetrmero ou Flor spalas, 3 ptalas, 3 a 6 estames, 3 pentmero, isto , possuem 4 ou 5 carpelos concrescidos. elementos em cada verticilo. Comumente so desprovidas de albumen Semente Possuem albmen ou endosperma

4. GIMNOSPERMAS 4.1 SUB DIVISO CONIFEROPHYTA 4.1.1 CLASSE GINKGOATAE A classe representada, atualmente, por uma nica espcie, Ginkgo biloba, encontrada em estado selvagem nas montanhas da China Ocidental. cultivada desde a atinguidade na China e Japo, tendo sido introduzida da Europa, em 1727, onde cultivada nos parques e jardins devido elegncia e porte, alm da colorao amarelo dourado das folhas no outono. uma rvore majestosa que alcana 40 metros de altura, com abundante ramificao e folhagem caduca. 4.1.2 CLASSE PINATAE 4.1.2.1 ORDEM PINALES 4.1.2.1.1 FAMLIA ARAUCARIACEAE Apresenta rvores diicas com folhas sempre verdes. Distribudas preferentemente no hemisfrio Sul. No possuem canais resinferos. Principais Espcies:

15 Araucria angustiflia (A. brasiliensis). Pinheiro do Paran. rvore de grande porte com ramificao caracterstica umbeliforme no alto do tronco. Ainda em 1930 grandes macios de florestas de Pinheiro do Paran se estendiam desde a Serra da Bocaina at fronteiras do Paraguai. produtora de madeira branca para tbua, pasta celulsica para papel, palitos de fsforos, etc. Devido beleza da rvore, freqentemente usada como ornamental. Araucria excelsa: Pinheiro do Norfolk. rvore alta e esguia, com ramificao verticilada. Introduzida da Austrlia, cultivada freqentemente no Brasil como ornamental; as plantas jovens so parecidas com rvores de Natal. A copa cnica da base para o pice. 4.1.2.1.2 FAMLIA PINACEAE Plantas arbreas, de grande porte. Tem grande importncia econmica, pois so fornecedoras de madeira, matria prima para a fabricao de papel, tbua, resina e outros produtos. Os pinheiros vivem em associao simbitica com Micorrizas. Principais Espcies: Abies balsamea Abeto. rvore da qual se extrai o blsamo do Canad, empregado em micromanipulao e em outros fins. So plantas monicas, de folhas macias, relativamente finas, dispostas em espiral. Ocorre na Amrica do Norte e Canad. Pinus silvestris Pinheiro europeu, pinheiro de Riga. Ocupa enormes extenses no Hemifrio Norte. Produz madeira branca, pasta celulsica para papel, resina, essncia, etc. Pinus canariensis Procedente da Ilha de Tenerife. Fornecedora de madeira. Pinus elliottii rvore maior que a anterior. planta monica. Est sendo usada em reflorestamento, havendo interesse pela madeira branca que produz, sendo transformada em pasta celulsica para papel. Pinus caribae var. caribaea, de Cuba - Pinheiro Pinus caribae var. bahamensis, das Bahamas - Pinheiro Pinus caribae var. hondurensis de Honduras Pinheiro Cedrus libani Cedro verdadeiro, originrio Lbano, produtor de madeira e do leo de cedro. Picea excelsa Pinheiro da Noroega. rvore de natal dos europeus. Madeireira. 4.1.2.1.3 FAMLIA TAXODIACEAE rvores desprovidas de canais resinferos. Principais Espcies:

16 Sequoiadendron giganteus Sequia. Ocorre na Califrnia, em Sierra Nevada e em montanhas dos Estados Unidos. A rvore alcana mais de 100m de altura, supondo-se viver at 4.000 5.000 anos. Madeireira. A General Sherman, mede 83,2m de altura, 25,5m de dimetro a 1,37m do solo, pesando, calculadamente 900 toneladas. Cryptomeria japonica Cedro japons. Folhas subuladas. Ornamental. Segundo alguns, uma das poucas Ginospermas que se propaga por estaca. 4.1.2.1.4 FAMLIA CUPRESSACEAE Arbustos ou rvores, abundantemente ramificados. Folhas geralmente escamiformes, pequenas, imbricadas. A famlia est dividida em trs sub-famlias, segundo as caractersticas dos estrbilos femininos. SUB-FAMLIA CUPRESSOIDEAE Principais espcies: Cupressus lusitanica Cipreste portugus. Ornamental. Cupressus sempervirens var strita Cipreste. Ornamental. Os ciprestes so cultivados no Sul da Europa como rvores madeireiras. SUB-FAMLIA THUJOIDEAE Principais espcies: Thuia occidentalis rvore originria da Amrica do Norte. Ornamental e medicinal. Thuia orientalis arbusto muito ramificado, freqentemente cultivado no Brasil, como ornamental e para formao de cercas vivas. SUBFAMLIA JUNIPEROIDEAE Principais espcies: Juniperus comunis Zimbro. Arbusto ramificado, diico. As bagas tm propriedades medicinais para o aparelho respiratrio. 4.1.2.1.5 FAMLIA PODOCARPACEAE - rvores grandes e frondosas e arbustos, s vezes reptantes. No possuem canais resinferos. Gnero Podocarpus com algumas espcies ornamentais.

4.2 - SUB DIVISO CYCADOPHYTINA

17 4.2.1 CLASSE CYCADATAE 4.2.1.1 FAMLIA ZAMIACEAE Principais espcies: Zamia ulei. Z. boliviana. Z. Brongniarti Trs espcies expontneas no Brasil, na Bacia Amaznica at os Andes Bolivianos. Estas e outras espcies so cultivadas como ornamentais. 4.2.1.2 FAMLIA CYCADACEAE rvores de porte mdio, alcanando algumas espcies at 8 metros de altura. Principais espcies: Cycas revoluta O tronco estipeforme alcana 5 8m de altura, sustenta uma coroa de folhas. O parnquima da medula do tronco fornece matria prima para preparao de sagu. Altamente ornamental, cultivada em larga escala nos pases de clima tropical e sub-tropical. Nas razes, vivem em simbiose algas cianofceas. Cycas circinalis Originria da ndia. mais rara, sendo usada para os fins da espcie anterior. 4.2.2 CLASSE GNETATAE 4.2.2.1 ORDEM GNETALES 4.2.2.1.1 FAMLIA GNETACEAE Apresenta um nico gnero, Gnetum. Principais espcies: Gnetum amazonicum Toa. Trepadeira grande, com folhas longo elticas, acuminadas. Diicas. Inflorescncias em forma de amentilhos, com envoltrios vermelhos. Gnetum gnemon rvores pequenas procedente das Ilhas Molucas. Fornece sementes comestveis. 4.2.2.2 ORDEM EPHEDRALES 4.2.2.2.1 FAMLIA EPHEDRACEAE Apresenta um nico gnero, Ephedra. So apreciadas como ornamentais as plantas desse gnero. Das espcies abaixo mencionadas extrai-se o alcalide efedrina, usado em medicina. Ephedra tweediana, E. distachia, E. chennangiana.

5. ANGIOSPERMAS (Magnoliophyta) Monocotiledneas e Dicotiledneas

18 5.1 CLASSE MONOCOTILEDNEA (Liliatae) Em geral so ervas, muito poucos representantes so rvores. Possuem um cotildone em posio lateral em relao ao embrio. Sistema radicular fasciculado e superficial, no apresentando crescimento secundrio em espessura fasciculada e superficial, no apresentando crescimento secundrio em espessura (ausncia de cmbio e felognio). Caules dos tipos colmo, estipe, haste, rizoma e bulbo, tambm sem estrutura secundria. Os vasos so dispostos sem forma cilindro (estrutura atactastlica). Folhas geralmente inteiras, paralelinrveas ou pinatoparalelinrveas, bordos geralmente inteiros, podendo o limbo apresentar recortes reintrantes at a raquis, principalmente nas palmceas, estrutura isobilateral, recebendo praticamente a mesma quantidade de luz em ambas as faces, por ser de insero oblqua. Flores geralmente trmeras: 3 spalas, 3 petlas, 3 ou 6 estames e 3 carpelos concrescidos. Ovrio spero, trilocular. Fruto aqunio, cariopse, cpsula e baga. Semente geralmente albuminada. Este grupo relativamente pequeno em relao s Dicotiledneas. No Brasil existem cerca de 30 famlias de interesse. Barroso, 1978 publicou que as Liliatae compreendem 18 ordens, 61 famlias e cerca de 55.000 espcies. 5.1.1 SUB CLASSE LILIDAE 5.1.1.1 ORDEM LILIALES (Liliflorae) As famlias de interesse para o Brasil, na ordem Liliales, so as seguintes: Liliaceae, Agavaceae, Amarylidaceae, Iridaceae, Dioscoreaceae, Pontederiaceae e Velloziaceae. 5.1.1.1.1 FAMLIA LILIACEAE A grande maioria de plantas desta famlia so ervas, possuindo caule do tipo rizoma (Aspargo) ou bulbos (cebola, alho), perenes. As formas semi arborescentes ou arbustivas encontram-se no gnero Aloe e poucas outras. Folhas simples, lineares, ou lanceoladas, muitas vezes carnosas; apenas as espcies trepadeiras (gen. Smilax) apresentam folhas mais ou menos cordiformes. Flores freqentemente vistosas, homoclamdeas, com perignio corolino, hermafroditas. Ovrio spero, trilocular, tricarpelar; fruto cpsula, s vezes baciforme (Smilax e Aspargus). Lilium candidum - Lrio altamente ornamental. Reproduz-se por meio de bulbos. Tem flores alvas. Lilium longiflorum - h lrios brancos, como a espcie em questo, vermelhos, os hbridos muito apreciados pela beleza de suas flores. Allium cepa - cebola. Nos climas temperados normalmente a planta bienal. condimentar e nutritiva, possuindo um bulbo tunicado de reserva. conhecida e cultivada em

19 quase todo o mundo civilizado. Existem muitas variedades diferentes tanto na forma quanto na cor e paladar. As variedades mais comuns so: pra do Rio Grande, Amarela Chata das Canrias e Roxa. A polinizao entomfila, efetuada principalmente por moscas. Fruto cpsula. A ptria da cebola supe-se ser a sia Central. Allium sativum - Alho. Planta anual com bulbo escamoso, as escamas so chamadas de dentes, muito carnosas, contendo cada uma, uma gema. a parte usada como condimento e para a semeadura. Alm de condimentar, empregado em medicina caseira. Os pases que no o produzem importam de outros mercados. Allium schcenoparsum - cebolinha. Planta perene, pequena, no bulbfera. Folhas cilndricas finais, so usadas como condimento. Allium porrum - alho porro. A parte formada pelas bainhas justamente o produto comercial. Tem cheiro e sabor parecidos com o alho comum. Aspargus officinalis - Aspargo. Planta perene de rizoma munido de escamas, emitindo numerosas razes adventcias fasciculadas a caules que chegam a atingir 150 cm de altura. A parte comestvel constituda de caules tenros chamados aspargos. Estes obtm-se plantando o aspargo no fundo de valetas com terra fofa e bem adubada, cobrindo-lhes na altura de aproximadamente 50 cm. Os brotos novos colhem-se antes de emergirem na superfcie da terra, para no adquirirem a cor verde por formao de clorofila. Aspargus plumosus - milindro ou bambu chins: ornamental de caule escadente, muito apreciada pelos floriculturistas para fazerem arranjos florais, como palmas, coroas, etc. Aloe vera - loe, babosa. Todas as espcies possuem folhas mais ou menos carnosas, ricas em mucilagens, espinescentes ou no, dispostas em rosetas ou nos caules em ns abreviados. planta tida como de origem africana, que vegeta em solos pedregosos, hbito xerfito. tambm cultivada como ornamental. A mucilagem usada como de efeito sobre a caspa e queda de cabelo, bastante amarga e tem efeitos purgativos e gstricos. Phormium tenax - frmico, linho ou cnhamo da Nova Zelndia. Planta perene que fornece fibras muito resistentes para cordoalha e tecidos grosseiros. Smilas medica, S. officinalis, S. aspera salsaparrilha. So espcies de porte escandente, folhas mais ou menos cordiformes. Algumas armadas de acleos. Todas as espcies so consideradas medicinais, com virtude antirreumticas, diurticas e sudorferas. Colchicum antumnale clchico. Planta originria da Europa, fornecedora de alcalide colchicina, usada como vaso dilatador e aplicado por geneticistas para induzir poliploidia em plantas. 5.1.1.1.2 FAMLIA AGAVACEAE Geralmente vegetais herbceos de grande porte. Quando possuem tronco ou caule, este lenhoso e em forma de estipe, no se ramifica, e

20 com tendncia engrossamento em espessura. Algumas espcies produzem fibras resistentes que se prestam para tecelagem. Principais espcies Agave sisalana Perriene Sisal. Planta de origem mexicana, apresentando folhas de espinho apical. Foi introduzida na Regio Nordeste do Brasil, como excepcional opo para mudar a fisionomia da explorao agrcola da zona seca, produzindo fibra txtil resistente, de largo emprego industrial em cerdoalha, estofamento, tapetes, atividade artesanal, etc. O resduo de extrao da fibra forrageiro e o suco da folha rico em corticosterol. frica, Madagascar e Indonsia so grandes produtores de sisal, dando-lhes lugar de competidores com o sisal brasileiro, dado a melhor qualidade do produto. Agave americana; A. foureroyodes Henequens. So tambm produtoras de fibras. A primeira espcie inerme e a segunda apresenta acleos nas margens da folha. As plantas do gnero Agave so tambm apreciadas como ornamentais. A espcie Agave cantala fornece inflorescncia da qual os mexicanos fabricam uma bebida chamada pulque. Fourcroya gigantea Piteira, pita. Produz fibras menos resistentes que Agave, utilizadas em estofaria, como matria prima para indstria de papel, etc. A haste floral produz tecido cortioso. As espcies de Agave e Fourcroya desenvolvem nas inflorescncias, ao lado das flores, e, em alguns casos, em maior abundncia, os bolbilhos, que servem para a propagao vegetativa. Yuca gloriosa; Y. filamentosa; Y. aloelifolia vela da pureza. Produz uma inflorescncia muito bonita, alva, na primavera. Produzem fibra e so cultivadas como ornamentais. Sansevieria zeylanica Espada de So Jorge, Espada de Ogum. Plantas arbreas de folhas zebradas, verde e creme, caule rizomatoso. A espcies Sansevieria cylindrica chamada Lana de So Jorge, tem folhas eretas. Todas so ornamentais, podem produzir fibras e fazem parte do sicretismo religioso africano. Cordyline terminalis Coqueiro de Venos. Tronco (estipeforma) mais ou menos reto, at cerca de 3m de altura. Coroa de folhas no pice. O colorido e estrias das folhas variam conforme as variedades, que so diversas. muito ornamental e tida como medicinal. Dracena spp. So numerosas espcies de um gnero extico, amplamente cultivado no Brasil como ornamentais, algumas das quais so chamadas de Mo dgua.

21 As folhas so de colorido, tamanho e formas variadas, inserindo-se no pice do estipe, em forma de coroa. Dracena draco Sangue de drago. rvore de grande porte, com coroa de folhas nos pices dos ramos. Atingem considervel altura e idade de centenas de anos. originria das Canrias. Polianthes tuberosa Anglica. Tuberosa dos europeus. Planta herbcea de 50-80cm de altura, inflorescncia branca, em cacho terminal composto de flores homoclamdeas, aromticas. originria do Mxico. Muito ornamental e bastante preferida para diversas solenidades. H variedades de flores dobradas que alcanam elevado preo no mercado. Produz leo essencial para perfumaria. 5.1.1.1.3 FAMLIA AMARYLIDACEAE Flores andrginas, inferovariadas, trmeras, simetria no totalmente actinomorfa. Sementes aladas, porm propagadas por rgo bulbferos. Principais espcies: Amaryllis belladona Contm alcalide bellamarina que em dose de 0,2g por kg de peso vivo mortal. Crinum erubescens Aucena branca. Ornamental. Hippeastrum spp So espcies ornamentais tambm conhecidas como aucenas. A espcie H. aulicum aucena vermelha, muito comum entre ns, bastante perfumada, principalmente noite. Ornamentais. Eucharis grandiflora Estrela do Norte. Flores alvas, sua semente aromtica. Ornamental. Bomaria sp. Espcie ornamental dotada de inflorescncia com umbela simples. Haemanthus sp Basto de Imperador. Muito ornamental. 5.1.1.1.4 FAMLIA IRIDACEAE Apresenta numerosas espcies de interesse ornamental muito preferidas pelos floricultores, principalmente as do gnero Gladolus. So ervas, raramente subarbusto, com folhas alternas, ssseis, paralelinrveas, estreitas. Flores trmeras, pronunciadamente zigomorfas; com apenas um verticilo de estames. Inferovariadas, fruto cpsula. Principais espcies: ris germanica ris. Flores lindamente azuladas protegidas por uma espata. Tem trs tpalas externas recurvadas para baixo; trs internas variegadas, recurvadas para cima, formando uma espcie de cpula em cima do pistilo. Ornamental.

22 Gladiolus spp. So vrias espcies conhecidas como Palma de Santa Rita. Ornamentais, flores simples ou dobradas, alcanando bom prelo no mercado florfero. H espcies e variedades de flores brancas, amarelas, vermelhas, brique, rosa, etc, obtidas por hibridao de espcies sulafricanas. Propagam-se por meio de bulbos. Crocus sativus Aafro. Planta europia, de bulbo slido e uma rede de razes adventcias brancas. Dos estigmas extrai-se aafro, cujo princpio ativo a safarina, corante vermelho usado em microtcnica, confeitaria e laticnios. 5.1.1.1.5 - FAMLIA DIOSCOREACEAE Plantas de caules herbceos, geralmente escandentes, com sistema radicular em geral rizomtico, freqentemente provido de tubrculos. Folhas parecidas, na forma, com as de plantas dicotiledneas. Algumas espcies formam na axila da folha tuberculos, que so gemas axilares hipertrofiadas, contendo substncias de reserva. Flores trmeras. Fruto cpsula, com sementes aladas. Principais espcies: Dioscorea batatas; D. cayenensis; D. aculeata Inhames (Norte e Nordeste), Car do Par (Centro Sul e Sul do Brasil). So trepadeiras glabas, com caule areo cilndrico, provido de pequenos acleos, folhas cordiformes. Tubrculos cilndricos a ovides, ricos de fcula e vitamina B. A poca de plantio no Nordeste coincide com os meses de novembro/dezembro, plantando-se segmentos circulares do tubrculo em valetas ou em covas viradas, em solo fofo e adubado com esterco, sendo necessrio elevar as covas cerca de 50cm. importante tutorar as plantas, usando garranchos ou varas. O ciclo de cerca de 10 meses a um ano. Alcanam bom preo e produto de exportao, principalmente atravs do porto de Recife. Dioscorea alata; D. esculenta; D. adenocarpa; D. bulbifera Tambm so chamadas de inhames, Iam. As espcies D. alata e D. bulbifera so tambm conhecidas como car do ar ou inhame fgado, porque produzem tubrculos areos e devido sua forma parecida com a do fgado. 5.1.1.1.6 FAMLIA PONTEDERIACEAE Pequena famlia de plantas aquticas, de folhas pecioladas. Flores com perignio diferenciado em clice, corola, trmeras, ovrio spero, trilocular, com 2 carpelos estreis. Inflorescncia em espiga; fruto cpsula ou aqunio. Principais espcies: Eichornia crassipes Baroneza, Aguap. muito decorativa, porm tornou-se invasora de audes e aguadas, infestando tambm canais de irrigao e pequenos rios, provocando estagnao da gua e formao de brejos em locais inadequados, podendo at

23 dificultar a navegao fluvial. Os pecolos so dotados de estrutura aeroqumica, servindo de bia. de difcil controle. So removidas ou controladas com herbicidas. Eichornia azurea Aguap. Caule mais comprido que o da espcie anterior e quase rastejante. As baronezas produzem muita quantidade de sementes, da a sua elevada capacidade proliferativa, cobrindo extensas reas. Atualmente, so utilizadas como matria para produzir biogs. 5.1.1.1.7 FAMLIA VELLOZIACEAE So plantas perenes e sublenhosas ou arbustivas, de ramificao dictoma. Apresentam escoras ntidas no caule, cobertas pelas bainhas das folhas. As folhas so muito vistosas, inferovariadas. So plantas tpicas dos cerrados e de regies secas. A espcie mais importante Vellozia compacta, conhecida como canela-de-ema, usada como brocha de caiao, um pedao de caule com uma das extremidades amassadas, guisa de pincel. 5.1.1.2 ORDEM ORCHIDALES (MICROSPERMAE) 5.1.1.2.1 FAMLIA ORCHIDACEAE constituda de vegetais perenes, de clima tropical e temperado, herbceas, nunca lenhosos. So freqentemente epfitas, especialmente as espcies tropicais impropriamente chamadas parasitas havendo espcies terrestres, com as de clima temperado, possuidoras de caule bulboso (pseudo bulbos). As folhas so simples, de bordos lisos, geralmente carnosos. O caule herbceo, de pequena grossura. As formas epfitas possuem razes areas, clorofiladas, revestidas de um tecido esbranquiado, esponjoso chamado velamen como ainda certas espcies podem apresentar pseudo-bulbos. Tais estruturas so responsveis pelo acmulo de reserva de gua. As flores so trmeras, fortemente zigomorgas, apresentando perignio colorido, com trs spalas, em algumas espcies de aspecto variegado, e trs ptalas, duas iguais chamadas asas, e uma diferenciada, maior, conhecida por labelo, de colorido que contrasta com a demais. O labelo envolve uma coluna chamada ginostmio, formada pela soldadura de dois ou apenas um estame frtil, cujo filete concrescido ao estilete. O ginostmio tem um lbulo que serve de barreira, impedindo a polinizao direta. Tal lbulo o rostelo e a no observncia da autogamia chamase hercogamia. Este ltimo fenmeno ainda mais assegurado pelo fato do plen se apresentar aglutinado e compactado, formando a polnia caracterstica da famlia. Cada polnia, , pois, uma bolinha de plen localizada na extremidade de uma delicada haste bifurcada em Y, denominada caudculo, que se insere por sua extremidade inferior numa base chamada retinculo. A polinizao natural feita por insetos, especialmente formigas (mirmercofilia).

24 Interessante que a formiga de enxerto do cacaueiro (Azteca paraensis var bondari) mantm simbiose com orqudeas, semeando-se sobre seus ninhos. As espcies do gnero Catasetum tm as polnias ligadas a uma estrutura, maneira de catapultra, que, ao toque do inseto, dispara e faz com que a polnia adira a seu corpo, que a transporta at o estigma de outra flor. O ovrio nfero, trilocular, tricarpelar, retorcido, com inmeros vulos, que fecundados, asseguram um grande nmero de minsculas sementes. Do ponto de vista biolgico, as orqudeas so muito importantes, pois permitem esclarecer aos evolucionistas uma srie de elos do desenvolvimento da escala dos vegetais superiores. A sua importncia econmica se prende ao fato de serem plantas ornamentais de elevado valor comercial. H espcies raras que so comercializadas por elevados preos, mormente quando as flores e espcimes so acondicionados em embalagens e arranjos sofisticados. Do ponto de vista industrial, destaca-se o gnero Vanilla (baunilha), como produtor de essncia de elevado valor como condimento em confeitaria. Para a germinao das minsculas sementes, necessrio o emprego de tcnicas especiais, inclusive os orquidiocultores empregam meios de cultura apropriados, onde figuram fungos do gnero Rhizoctonia, que mantm associao simbitica com essas plantas e/ou substncias estimulantes. Tambm so dispensados cuidados especiais no transplante e seleo, bem como na manuteno dos "seedlings". Dada a grande percentagem de polinizao cruzada, hoje j se fazem a culturas de meristema para assegurar as caractersticas constitudos de fibras de coco, pedaos de telhas, etc, em cestos de arame, de plstico ou de alumnio. A administrao de solues nutritivas garante um bom desenvolvimento das plantas. Principais espcies: A famlia contm cerca de 20.000 espcies das quais aproximadamente 3.000 ocorrem no Brasil. fornecedora dos mais belos exemplares de nossa flora. As mais lindas orqudeas brasileiras so as do gnero Laelia e Cattleya. Laelia purpurata Palma de chicote no Rio Grande do Sul. Epfita, formando touceiras. Folhas lineares oblongas, at 40 cm de comprimento. tambm encontrada em Santa Catarina. As flores esto contidas em inflorescncias racemosas, brancas ou rseas, com labelo de cor prpura. Na Bahia so encontradas as seguintes espcies: L. grandis; L. tenebrosa e L. crispa. Cattleya labiata Folhas oblongas, muito comum em Pernambuco, Esprito Santo e Rio de Janeiro. Tem flores grandes, de 15 a 18cm de dimetro, roxo claras. Tem servido como espcie para hibridar com outras do mesmo gnero ou de gneros diferentes. H at tri-hbridos. As Laelias cruzadas cruzadas com Cattleyas so hbridas Laelia Cattleya. Na Bahia h duas

25 espcies de Cattleya muito aparecidas que so: C. ametistho glossa e C. aclandiae. Na Amaznia ocorre C. violaceae. Oncidium varicosum chuva de ouro. Geralmente epfitas, cultivadas em vasos. As flores so de tonalidade amarela, freqentemente manchadas de marrom e esto reunidas em panculas. Na zona cacaueira da Bahia ocorrem as espcies O. baratum e O. lanceanum. Hebenaria fastor Terrestre. Caules anuais, rijos, de 60 a 120cm de altura. Flores grandes, brancas, protegidas por brcteas. Vanilla planiflia Baunilha. A espcie grimpante e produtora de cpsulas de muita aceitao mundial como condimento de confeitarias. Pode ser cultivada nas regies tropicas e sub-tropicais onde no h geadas. uma cultura extremamente intensiva, com grande rendimento por unidade de superfcie. O custo da cultura aumentado pela polinizao artificial efetuada manualmente flor a flor. Supe-se originria do Mxico, apresentando flores amareloesverdeadas, que do origem a frutos que so colhidos perto da maturidade. Estes so colocados em recipientes para sofrerem uma fermentao enzimtica, para dispertar o aroma. No Brasil h algumas espcies do gnero Vanilla que no merecem as tcnicas empregadas no Mxico. A essncia de baunilha vendida cristalizada, havendo tambm a baunilha sinttica, que tem o nome de vanilina. Nos supermercados encontra-se a essncia lquida para bolos e caramelos. Catasetum fimbriatium Cola de sapateiro. Tem flores unissexuais e andrgenas. 5.1.1.3 - ORDEM BROMELIALES 5.1.1.3.1 - FAMLIA BROMELIACEAE Plantas geralmente acuales e herbceas. Inflorescncias espici-capituliformes ou paniculadas. As flores so protegidas por brcteas, s vezes lindamente coloridas. Fruto seco (cpsula) ou baciforme, s vezes sincarpo. Freqentemente epfitas. As plantas desta famlia formam um grupo de vegetais importantes do ponto de vista biolgico. Compreendem os gravats, plantas caractersticas pelo seu aspecto e estrutura morfolgica. So dotadas de folhas sulcadas em forma de calha e dispostas na planta sob forma de roseta (folhas rosuladas), que formam uma espcie de tanque mediano que se enche de gua. So plantas adaptadas a absorver nutrientes atravs de plos existentes na bainha das folhas, por isso, os fertilizantes qumicos podem ser colocados na axila destas. Principais espcies: Anans cummosus, A. sativus Abacaxi. Nativa da Amrica do Sul, tendo imigrado para outras partes do Mundo. As flores so reunidas em uma espiga atarracada em eixo grosso, carnoso, cnico oval. As ptalas desprendem-se depois da florao, mas as spalas so

26 persistentes, tornam-se carnosas, sucosas, formam sincarpo cilndrico juntamente com os ovrios e os eixos florais. O fruto individual uma baga e o conjunto uma infrutescncia ou fruto composto. Devido forma de propagao vegetativa por meio de bolbilhos, a espcie raramente se reproduz por via seminfera. No Hawai o abacaxi se constitui na segunda cultura econmica. Em vista de ser restrita a poca da safra do abacaxi, a tcnica agronmica descobriu a utilizao de estmulos fisiolgicos que induzem a frutificao durante todo o ano, permitindo assim a industrializao permanente da fruta. Trata-se da aplicao de fithormnios, do qual o mais usado o cido naftalenoactico, na seguinte concentrao: ANA 0,08% lcool 40 % e gua 60 % aplicado a partir dos 45 dias do plantio. Anans bracteatus Anans. Produz inflorescncia vermelha. Ornamental. Neoglaziovia variegata Caro. Planta tpica do Nordeste, dotada de rizoma de crescimento contnuo e de folhas carnosas de bordos acuelados. Das folhas extrae-se uma fibra resistente utilizada na fabricao de cordas, tapetes, redes, tecidos, etc. Da batedura das folhas obtm-se um farelo que pode ser armazenado ou ministrado imediatamente ao gado, dado seu elevado teor em protenas. Dickia spp. Macambiras. So Bromeliceas de folhas espinescentes que vegetam sobre lagedos (macambira de lagedo, planta rupcola). Possuem rizomas que podem ser utilizados como forragem e tais plantas so empregadas na confeco de cercas vivas nas zonas secas. Tillandsia stricta Barba de velho, samambaia de enrolar ovos. Tambm epfita das matas brasileiras, formando cordes anastomosados que ficam pendentes s grandes rvores. usada na embalagem de ovos, enchimento de mantas de sela, cangalhas, etc. Neste ltimo mister, necessrio ferver a planta, pois, mesmo acondionada, continua viva. 5.1.1.4 - ORDEM ZINGIBERALES (SCITAMINEAE) 5.1.1.4.1 - FAMLIA MUSACEAE Plantas herbceas de grande porte, e, s vezes aspecto arbreo. A maioria das espcies prefere solos frteis e frescos. Freqentemente o verdadeiro caule abreviado ou transformado em rizoma. A parte area composta de um pseudocaule formado pela superposio das bainhas das folhas, fibroso e muito rico de gua. As folhas adultas so geralmente bem desenvolvidas, pinatoparalelinrveas; as jovens tm prefoliao convoluta, isto , enroladas em cartucho. Flores reunidas em inflorescncias protegidas, muitas vezes, por brcteas espatiformes, coloridas. So andrginas ou unissexuadas por aborto, zigomorfas, trmeras. A maioria das espcies pertence s regies tropicais. Principais espcies:

27 Musa paradisaca subspp. Normalis Banana da terra, Maranho, Sete Pencas. So frutas de elevado valor comercial, produzidas por plantas altas, consumidas geralmente fritas ou cozidas. So muito apreciadas no Nordeste, onde so encontradas nas feiras livres e em centros de abastecimentos. Musa paradisaca supspp. Sapientum Bananas prata, maa, ouro, So Tom. So consumidas geralmente cruas, salientando-se a primeira como de maior abundncia no Nordeste. Musa nana (M. cavendishii) Banana nanica ou banana dgua. As plantas so de pequeno porte, mas produzem cachos com muitos frutos. Estes so consumidos crus, cozidos ou assados. Do cruzamento de M. nana com M. paradisaca subspp. Sapientum, surgiu a banana nanico, um hbrido inter-especfico. As bananeiras constituem um grande ramo da fruticultura (bananicultura) tropical, sendo o Brasil, por exemplo, um grande pas produtor na Amrica do Sul. As nossas exportaes so pelo porto de Santos, onde embarcam anualmente grandes partidas de bananas para o Exterior, principalmente das espcies nanica, nanico, figurando, no passado, a conhecida por Gros-Michel, muito susceptvel ao Mal do Panam, molstia grave causada por um fungo (Fusarium oxysporum f. e. cubenses). Uma outra molstia que ataca o bananal o mal de Sigatoka, tambm provocada por fungo (Mycospharella musicola) contra o qual foram desenvolvidas as pulverizaes base de leos minerais apropriados. O cultivo de bananeiras requer boa tcnica. Durante as operaes de colheita, embalagens, transporte e armazenamento, cuidados especiais devem ser dispensados para no ferir nem amassar o produto. As bananas no se conservam baixas temperaturas, seno ficam escuras, sem valor comercial. Alm do consumo in natura, so utilizadas como matria prima para doces, farinhas, passas, etc. Musa textilis Abac ou cnhamo de Manila. A planta semelhante a uma palmeira. Produz um pseudo-caule, que cortado antes do florescimento, extraindo-lhe da a fibra das bainhas das folhas. A fibra resistente ao da gua do mar, da as cordas obtidas com a mesma serem muito usadas em navios e em outras embarcaes. O fruto semelhante a uma banana, dotado de sementes, mas a propagao comumente efetuada por meio de mudas. Musa violaceus Bananeira de jardim. Originria da Malsia, foi introduzida como ornamental. Alcana at 4 metros de altura. Possui brcteas roxas claras, caducas. Musa ensete; Ensete ventricosum Procedente da frica e freqentemente ornamental. No forma rizomas. Folhas verdes com nervura central vermelha e margens purpreas.

28 Ravenala madagascariensis rvore dos viajantes. Estipe alto, esguido, com escaras das folhas cadas. Folhas em disposio dstica, pecioladas. A bainha e a nervura principal tm a forma de calha, onde acumula gua, que serve para saciar a sede dos viajantes das regies onde a planta vegeta. Da seu nome vulgar. As folhas podem alcanar at 4m de comprimento, formam um leque composto de 20 a 25 unidades sobre o eixo da planta. Inflorescncias protegidas por espatas naviformes, axilares. Flores trmeras, brancas. Ornamental. O fruto seco, com sementes envolvidas por arilo azul. Heliconia brasiliensis Bananeira de jardim. Forma touceiras, apresenta flores dotadas de brcteas coloridas de verde e vermelho. Ornamental. Strelitzia reginae Bananeira rainha, rvore do paraizo, bico de tucano. Planta herbcea, de folhas longopecioladas. Inflorescncias protegidas por espatas de cor vermelha, brilhante. Flores de spalas amarelo-alaranjadas e ptalas azuis. Variedades S. reginae var. flava com spalas amarelo palha; E. reginae var. humilis, de menor porte e spalas plidas, esbranquiadas. 5.1.1.4.2 - FAMLIA ZINGIBERACEAE Plantas herbeas, robustas,

freqentemente de folhas grandes, providas de lgula. Flores zigomorfas, andrginas Clice tubuloso, corola infundibuliforme, trilobada, com lobo mediano maior. O androceu fortemente metamorfoseado: dois estaminides externos, dois internos e um estame frtil. Ovrio nfero, geralmente trilocular, fruto cpsula. Sistema radicular rizomatoso, freqentemente tuberoso. Principais espcies: Zingibier officinale Gengibre. Erva de rizoma perene, ramificado, ligeiramente achatado. Caules erectos, folhas dsticas, limbo estreito e pontiagudo. Flores verde-amareladas dispostas em espiga no pice de escapo floral emitido pelo rizoma. Os rizomas so o condimento gengibre, utilizados no fabrico de balas, bebidas, em culinria, etc. originrio do sia e cultivada no Brasil. Elettaria cardamomum Cardamomo. usado como condimento e tem propriedades medicinais, como eupptico. Curcuma longa Aafro de tuncinique. Produz um rizoma que fornece um corante amarelo. Contm o agente ativo do papel de tornassol. O rizoma aps ser colhido, seco e pulverizado para dar colorao amarela ao queijo, manteiga, arroz e massas alimentcias. Na ndia constitui o curry condimento muito apreciado. Alpinia officinarum Fornecedoura da Radix Galangae, de alto valor medicinal como anti desontrico.

29 5.1.1.4.3 - FAMLIA CANNACEAE Planta herbcea com folhas de lmina grande, peninrveas, sem lgula. Flores assimtricas. Spalas 3, imbricadas; ptalas 3, mais ou menos conatas na base, uma sempre menor. Androceu de 2 verticilos: o exterior composto de 2 ou 3 estaminides, ou nulo. O interior composto de um estaminide revoluto, o labelo, e um estame ereto, frtil. Ovrio nfero, fruto cpsula contendo numerosas sementes escuras, globosas. Principais espcies: Canna indica Biri. Bananeirinha da ndia. Erva perene com folhas dsticas. Flores assimtricas. Possui muitas variedades selecionadas com flores vistosas. Muito apreciada como ornamental. Canna brasiliensis Bananinha do mato. Tem inflorescncias avermelhadas. uma erva daninha que se produz por meio de rizomas e por via seminfera, sendo de difcil extermnio. 5.1.1.4.4 FAMLIA MARANTHACEAE Plantas herbceas de porte varivel, folhas um tanto assimtricas, pecioladas, com bainha, sem lgula, de disposio dstica. Ovrio nfero, fruto cpsula ou carnoso. Sistema subterrneo rizomatoso. Principais espcies: Marantha arundinaceae Araruta. Produz rizomas fusiformes, escamosos, dos quais se extrai fcula branca comestvel, usado sob a forma de mingaus, biscoitos etc. Calathea spp So ornamentais muito apreciadas, vegetando em vasos, ao ar livre e em estufas. Possuem folhas variegadas muito bonitas. So multiplicadas vegetativamente por mudas.

5.1.1.5 - ORDEM PANDANALES 5.1.1.5.1 - FAMLIA PANDANACEAE Constituda de plantas arbustivas ou arbreas, s vezes crescendo apoiando-se em outras plantas, freqentemente com tronco lenhoso ramificado dicotomicamente e sustentado por grossas razes areas que nascem do tronco principal e ramos laterais. Folhas lineares longas, ssseis, dispostas em 4 fileiras densamente espiraladas, com bainha curta. Flores unissexuais reunidas em inflorescncias paniculadas. As flores masculinas so constitudas por aglomerado de estames, em fascculos. As femininas em inflorescncias globides simples, apresentando ou no estaminides. Ovrio spero, unicarpelar. Fruto sincrpico, formado por 3 8 carpelos.

30 Esta famlia apresenta o gnero Pandanus, encontrado nas regies tropicais da frica, sia, Austrlia e certas outras ilhas do Pacfico. Schultz se refere a Pandanus brasiliensis, como espcie de origem brasileira, tendo sido explorada para fabrico de papel, mas logo abandonada pelo crescimento moroso e pouca riqueza de fibras. 5.1.1.5.2 FAMLIA TYPHACEAE Apresenta plantas perenes crescentes em brejos e alagadios. Caule com uma poro rizomatosa rastejante e outra erecta que sustenta as folhas; estas so ssseis, lineares, longas. Flores de sexos separados, reunidos em densas inflorescncias cilndricas muito caractersticas: as masculinas acima e as femininas abaixo. Flores masculinas com 2 a 5 estames sustentados, em geral, por um filete nico (monadelfo). Flores femininas com ovrio spero estipitado, constitudo por um nico carpelo. Fruto minsculo, seco. Famlia monotpica contendo um nico gnero cosmopolita, Typha, com a espcie Thypa angustiflia var. dominguensis, conhecida como taboa ou tabua. As folhas so utilizadas em coberturas rsticas e confeco de cangalha; as flores, quando secas, servem para enchimento de suadores de selas e colches; a haste floreal utilizada na confeco de esteira e peas de artesanato. Vegetando em solos de baixadas e vales, causa prejuzo. difcil extino, o que se consegue mediante drenagem, erradicao manual e aplicao de herbicidas especficos. 5.1.1.6 - ORDEM CYPERALES 5.1.1.6.1 - FAMLIA CYPERACEAE Plantas herbcea de caule geralmente com ns no entumescidos. Engler a colocou, com as Gramneas, na Ordem Glumiflorales, estabelecendo os seguintes caracteres diferenciais: 1. Caule Colmo triangular, sem ns, ao contrrio das Gramneas que tm o caule cilndrico, nodosos ou ovalado. 2. Folha Com bainha inteira, sem lgula, bainha formando um tubo inteiro que envolve o caule, ao contrrio das Gramneas que tem folha com bainha fendida, com lgula, a bainha formando tubo fendido que envolve o caule; Folhas trsticas. 3. Androceu Anteras basefixas, ao contrrio das Gramneas que tm anteras versteis ou mediofixas. 4. Fruto Aqunio, sendo cariopse nas Gramneas. As Ciperceas tem sistema radicular fasciculado, tuberoso ou rizomatoso. Os rizomas possuem ns com escamas espiraladas.

31 Principais espcies: Cyperus papyrus Papiro. Planta originria da frica Tropical. Faixas coladas da medula servial do papel na antiguidade. Atualmente cultivada como ornamental podendo alcanar at 5m de altura. Cyperus alternifolius Freqentemente confundida com a espcie anterior. de tamanho menor, alcanando at 1m de altura. Ornamental. Cyperus rotundus Dand, tiririca. uma erva daninha de difcil extermnio, havendo herbicidas de ao eficaz contra ela, podendo estes, assegurar a permanencia da erva sob forma de latncia. considerada invasora de culturas anuais. Como as demais espcies, so indicadoras de solos cidos. Cyperus esculentus Tiririca mansa. Produz tubrculos comestveis e nutritivos. Muitas espcies vivem em pntanos. 5.1.1.7 - ORDEM COMMELINALES 5.1.1.7.1- FAMLIA COMMELINACEAE Ervas ou rasteiras, caule noduloso e articulado, com bainhas amplexicaules. Inflorescncias protegidas por espata ou no. Flores tanto actinomorfas quanto zigomorfas. Ovrio spero, tricarpelar, com poucas sementes por baga ou cpsula. Principais espcies: Commelina elegans Marianinha. Espcies de folhas rasteiras, enraizantes, inflorescncia protegida por espata, flores azuis. Infesta campos de cultura, principalmente nas pocas de chuvas, havendo necessidade, em caos de culturas anuais, ser retirado o resduo da capina. resistente ao de herbicidas. Dichorisandra thyrsiflora Trapoeraba. Tradescancia. Subarbusto de cerca de 1.5 m de altura. Folhas oblongas. Flores reunidas em inflorescncias paniculadas, de cor azul intenso. Nativa nas matas midas e cultivada como ornamental. Tradescantia virginica Tradescancia. Erva rasteira ou semierecta, folhas oblongolanceoladas. Flores de cor rosa lils. Ornamental. 5.1.1.8 - ORDEM POALES (GLUMIFLORAE) 5.1.1.8.1 - FAMLIA POACEAE (GRAMINAE) - Uma das maiores famlias entre as fanergamas, e de maior importncia econmica. Ervas, raramente lignificadas, caule tipo colmo, na maioria das espcies, oco. Articulado nos ns, que so slidos. Pouco acima de cada n; encontra-se uma pequena zona de clulas meristemticas que possibilitam o desenvolvimento de razes adventcias nos ns. A parte do colmo situada entre dois ns chama-

32 se interndio. A formao de razes e de brotos areos s possvel na zona mersitemtica. Folhas simples, lineares, lanceoladas, ensiformes ou espatuladas, inseridas em posio alterna dstica. Possuem limbo ou lmina, de nervao paralela; bainha em maior ou menor extenso envolve o colmo; lgula, s vezes ausente, est situada entre a lmina e a bainha. A inflorescncia bsica a espigueta (espcula), que por sua vez pode ser reunida em inflorescncias de segunda ordem, de forma variada. A estrutura da flor fortemente modificada. O perignio reduzido e transformado em duas escamas pequenas lodcula. A espigueta tambm chamada espiguilha. As lodculas protegem 3 estames (raramente 6 arroz, ou mais raramente 1) e gineceu originalmente tricarpelar. Este, da sua estrutura trmera, conserva apenas o estigma, que na maioria das espcies trifido. Ovrio unilocular, uniovular, spero. As vezes estigma bfido ou monfido (milho) Androceu, gineceu ou lodculas esto protegidos por duas brcteas secas, das quais: a superior, a plea, est situada imediatamente abaixo das lodculas e a inferior, a lema, est situada abaixo da plea (esta brctea, em algumas obras, tambm chamada plea inferior). O lema (plea inferior) freqentemente tem um prolongamento chamado arista. Mais abaixo, protegendo uma ou vrias flores, h mais duas brcteas que tm o nome de glumas. Uma ou vrias flores protegidas por glumas (superiores e inferiores) esto dispostas em um eixo que se chama rquila e constituem uma espigueta ou espiguilha. As espiguetas esto reunidas em inflorescncias de vrias formas e tipos: espigas, racemas, panculas, etc. O fruto das gramneas geralmente cariopse, porm h alguns gneros que possuem nculas. As gramneas acusam cerca de 7.500 espcies dentro de mais ou menos 500 gneros. O Brasil possui 3 a 4 mil espcies introduzidas ou nativas. Vegetam nas mais diversas reas, desde as regies semi-rida s regies super-midas. Importncia Econmica das Gramneas As gramneas so muito teis ao homem nos mais diferentes aspectos. 1. Alimentcia trigo, arroz, milho, aveia, cevada, centeio, sorgo. Estas espcies so chamadas plantas cerealferas. O arroz e o milho so consumidos sob a forma de gros inteiros ou transformados em farinhas. Os demais cereais so consumidos sob a forma de farinha simples ou misturas industrializadas, chamadas farinhas alimentcias, adquiridas no mercado, enlatadas ou empacotadas. Os subprodutos e resduos da moagem dos cereais constituem excelente forragem (farelos), ricas em protenas, gordura, alm de conduzirem pequena percentagem de amido, sais minerais e vitaminas, bem como bom teor de celulose.

33 Com referncia ao trigo, matria prima para o fabrico do po branco; o centeio para a obteno de po preto. Deve-se ainda considerar que o pastefcio produo de massas alimentcias (macarro etc.) Utiliza grande quantidades de farinha de trigo. 2. Industriais Os cereais, j citados, constituem matria prima para uma srie de indstrias com base no amido. Alm de fazerem parte das farinhas alimentcias, o amido pode ser sacrificado e transformado em lcool, cidos orgnicos etc; pode constituir o xarope de glicose (produto comercial conhecido como Karo), etc. O arroz produz uma aguardente oriental chamado sak; o milho, cevada, etc. germinados, constituem o malte, utilizado no fabrico da cerveja e do usque; o sorgo, cereal de zonas secas, pode ser utilizado como matria prima para obteno de lcool (sorgo sacarino). A cana de acar a fonte de sacarose dos trpicos e eleita como matria prima de primeira ordem para a produo de lcool (etanol), colaborando de maneira espetacular para resolver o problema energtico brasileiro, condicionado pela crise mundial do petrleo. O bambu tem sua posio de destaque na indstria de papel, como fornecedor de celulose. Pode-se ainda lembrar espcies de gramneas produtoras de leos essenciais, utilizados na perfumaria de modesto valor, como os capins sndalo e vetiver. 3. Forrageiras Sob o aspecto forrageiro, pode-se considerar: 3.1 Gramneas destinadas ao pastoreio Constituem as pastagens utilizadas na explorao pecuria extensiva. Infelizmente, ainda no houve entre os criadores a conscientizao das vantagens do uso de pastagens de gramneas e leguminosas, principalmente no Nordeste, onde o gado se alimenta em pastagens monotpicas de gramneas. 3.2 Gramneas destinadas ao corte So utilizadas no sistema de criao intensivo, podendo: a) Ser cortadas e depois trituradas ou picadas e ministradas aos animais em instalaes de confinamento, em estbulos, cavalarias etc. b) Ser transformadas em feno, pela operao de fenao, isto , desidratadas ao sol ou em estufas. Sob esta forma, possvel armazen-las para ministrar aos animais em perodos de dificuldade forrageira, ou mesmo em qualquer perodo, como forragem concentrada; c) Ser transformadas em silagem, por processo chamado ensilagem, isto , conservlas verdes com todo o teor de umidade em ambiente com ausncia de oxignio. Na ensilagem, o material picado em pedaos de cerca de 10cm e colocando em siles de alvenaria, metlicos ou de trincheira (feitos no solo), depois bem colocado para evitar espaos cheios de ar e finalmente o silo fechado hermiticamente. Cerca de 60 dias depois, a silagem est em condies de ser

34 consumida, apresentando-se com sabor cido e cheiro caracterstico, agradvel, devido a fermentao anaerbica. 4. Gramneas convervadoras de solos Sob este aspecto, as gramneas so empregadas para cobrir reas atingidas pela eroso, como encostas, dunas, taludes de estradas, faixas de conterno com outras culturas, canais de irrigao, etc. As gramneas utilizadas com este objetivo, devem ser dotadas de caule estolhoso e razes bem ramificado, para evitar o arrastamento do solo, proporcionando a economia de nutrientes e de gua. Neste item tambm se enquadra a utilizao de gramneas em rotao de cultura, visando equilibrar a fertilidade do solo e como medida fitossanitria. 5. Gramneas ornamentais So encontradas em parques, jardins, campos de futebol, golfe, etc. As espcies ornamentais suportam ceifas peridicas, formando um tapete verde, constante e uniforme. 6. Outras utilizaes das gramneas H espcies utilizadas na confeco de colches, travesseiros em estofaria. As palhas dos cereais so utilizadas em embalagens. Com colmos de bambu possvel fazer-se canalizao de gua nas fazendas, bem como peas de artesanato, cestos e jacs, construo rstica, vara de pescaria, tabocas para fogos de artifcio. As folhas de sap so empregadas na cobertura de abrigos rsticos e de casas na zona rural brasileira, etc. O bagao de cana de acar material celulsico, servindo para a indstria de papel e at obteno de lcool, isto sem falar que certas usinas de acar ele totalmente queimado como combustvel, para produo de calor e vapor. Lembre-se ainda que h mercado de leos comestveis de cereais milho e arroz , tendo ultimamente aparecido a margarina de milho. Essas matrias graxas so extradas do embrio dos gros. A famlia Poaceae (Gramineaceae) apresenta trs subfamlias: FESTUCOIDEAE encerrando algumas tribos de grande importncia, que so: Chlorideae, Phalarideae, Oryseae, Hordeae, Festuceae, Agrostideae e Avenae. PANICOIDEAE onde encontramos as tribos Melinideae, Andropogoneae, Maideae e Paniceae. BAMBUSOIDEAE com espcies de interesse econmico. a) Tribo Chlorideae Possui 3 ou 4 gneros, sendo o principal o gnero Chloris. Principais Espcies: Chloris gayana Capim de Rhodes. Perene, rizomatosa e estolhosa. Inflorescncia digitada, composta de 12 a 25 espigas lineares. Presta-se para formar pastagens e para ser

35 cortado fenado. Resistente s geadas e de faclima adaptao. Vegeta em solos de mediana a boa fertilidade. recomendado para formar pastagens no Sul do Pas. Chloris moles Capim panasco. Gramnea indgena que vegeta no perodo das guas e desaparece durante a estiagem. comum no Nordeste. Cynodon dactylon Capim de burro. Capim ou GamaSeda ou Bermuda. Rizomatosa e estulonfera. Folhas pequenas, de lmina linear-lanceolada. Inflorescncia digitada, composta de espigas filiformes. Forragem de bom valor nutritivo. utilizado para formar gramados e pequenos jardins, havendo muitas variedades. As variedades de maior porte servem para formar pastagens permanentes, resistentes ao fogo e de boa palatabilidade. considerada daninha, altamente infestante, nas culturas permanentes. Eleusine indica Capim p de galinha. uma gramnea muito comum no Nordeste, daninha, infestando campos de cultura. Na Austrlia cultivada. Anual. Dactylotenium aegypticum Capim-p-de-periquito. Possui inflorescncia digitada, em forma de estrela. daninha. b) Tribo Phalarideae A principal espcie Phalaris canariensis. Milho alpiste. Utilizado na alimentao de pssaros, estando por preo elevado no mercado. c) Tribo Oryzeae A espcie mais importante Oryza sativa. Arroz. Apresenta inflorescncia paniculada. Espiguetas unifloras, compressas lateralmente. As aristas, quando as h, so retas, no geniculadas. cultura anual e por excelncia tropical e sub-tropical. H variedades que so cultivadas com irrigao por inundao e variedades de sequeiro, isto , que so cultivadas nas pocas de chuvas, sem irrigao por inundao, podendo receber, conforme a economia, irrigao por asperso. O seu grande valor econmico como planta produtora de gros alimentcios de muitos povos, principalmente os orientais, sendo tambm consumidos em todas as Naes do Mundo. a gramnea mais hidrfila que se conhece. Alm dos gros, a palha utilizada para chapus, cestos, esteiras e outros fins. Nas Filipinas h um famoso Instituto de Pesquisa de Arroz, que produz hbridos que trazem o prefixo IR, como IR 22, dotado de boas caractersticas de gros. d) Tribo Hordeae Apresenta as espiguilhas dispostas em carreira dupla; gluma inferior facilmente aristada. Principais Espcies: Triticum vulgare; (T. aestivum) Trigo. Trigo mole e T. durum Trigo duro. Morfologicamente, trigo mole difere de trigo duro por ter a espiga mais frouxa e as aristas, quando as h, so curtas, enquanto que quase todas as variedades de T. durum possuem aristas mais compridas que as espigas e estas so compactas. As variedades de trigo duro so mais adequadas para climas secos e quentes. Em climas continentais e secos, o gro de trigo contm

36 mais protena e menos amido que nos climas midos. o cereal mais consumido, sendo a base fundamental de alimentao dos povos, sob a forma de pes, farinhas e massas alimentcias, sendo, portanto, a gramnea mais cultivada em todo o Mundo. Dentro de uma mesma espcie, encontram-se formas de inverno e de vero, isto , as que devem ser semeadas no incio do outono para passarem no solo pelo perodo frio e as que devem ser semeadas na primavera. Ultimamente, est em grande expanso a cultura tritcola nas reas do Centro e Meridional do Brasil. Alm de gros amilceos, o trigo fornece palha utilizada nas mesmas finalidades que a de arroz. Hordeum sativum, H. vulgare Cevada; Cultura anual. Nos pases de clima temperado deve ser semeada no incio da primavera. A estrutura da espiga caracteristicamente dstica, com aristas compridas, quase paralelas. Nos pases pobres usada em panificao, porm, tem grande valor como cevadinha e na indstria de cerveja, que fabricada com gro maltado. Tambm largamente usada como forragem para equdeos, porcos e aves. Secale cereale Centeio. utilizado para fabricao de po preto, muito apreciado na Europa. cultivado em regies que ficam acima do lime de distribuio geogrfica do trigo. Difere morfologicamente do trigo pelas glumas mais estreitas e espiguetas bi-floras. Espiga aristada. H tambm formas de inverno e de primavera. Acredita-se que as formas espontneas de centeio eram encontradas, inicialmente, como invasoras nas plantaes de trigo. e) Tribo Festuceae No possui espcies de grande importncia; geralmente vegetam em clima temperado. Dentre as espcies de clima tropical, destaca-se Pappophorum mucronulatum, que conhecido como capim branco ou capim rabo-de-raposa. uma espcie invasora de baixa aceitao pelo gado, constituindo a sua erradicao num problema, sendo indicada a aplicao de herbicida. muito prolfera, pois produz muitas sementes. f) Tribo Agrostideae Aristida pallens Capim barba-de-bode. Ervas cespitosas de colmo erecto, florescncia pancula ramificada, vermelho-violcea. Distribuda desde Minas Gerais at o Rio Grande do Sul. Nas terras pobres constitui uma praga. No se apresenta como erva daninha em terras continuamente cultivadas e sim nos prados e pastos. Aristida spp Capim Parnaso. Vegeta nas caatingas e chapadas em pocas secas, transformando-se num feno natural, aceitvel pelo gado. Entretanto, quando verde, rejeitado pelos animais. g) Tribo Avenae Apresenta uma espcie de importncia econmica, que Avena sativa Aveia, caracterstica pela forma paniculada da inflorescncia, composta de espiguetas bi e multifloras. S h variedades de vero, sendo cultivadas no Brasil Meridional. Produz gros

37 alimentcios e forrageiros. Tem ciclo menor que o milho, resistente seca e de fcil beneficiamento. O gro, de aspecto laminar, altamente nutritivo, rico em amido e minerais. SUBFAMLIA PANICOIDEAE Divide-se em quatro tribos que so: Malinideae, Andropogoneae, Maydeae e Paniceae. a) Tribo Melinideae O nmero de espcies desta tribo bastante reduzido. Figura como a mais importante Melinis minutiflora, o conhecido Capim Gordura, Capim Catingueiro, Capim Meloso ou Melado. Estolonfera e rizomatosa, chegando os colmos, em certas regies, a alcanarem a altura de 1 metro ou mais. A parte area tem cor verde acinzentada, devido aos plos secretores esbranquiados que contm. Inflorescncia em pancula composta, roxoavermelhada, sendo a planta toda viscosa. Propaga-se por mudas rizomatosas, estolhos e por sementes. originria da frica, alastrando-se por grande parte do territrio nacional, sendo bastante difundido em So Paulo e Minas Gerais, onde conhecido por capim catingueiro roxo. No tolera o fogo e sensvel s geadas. Desenvolve-se rapidamente, cobrindo todo o solo e concorrendo com as demais plantas, razo porque no deve ser cultivado com outras forrageiras. consumido em pastagens, podendo ser fenado ou ensilado. Dotado de cheiro caracterstico, o mesmo pode ser transmitido ao leite e at mesmo carne. b) Tribo Andropogoneae Importante sob o ponto de vista alimentcio, forrageiro e industrial, apresentando espcies e variedades de elevada utilidade para o homem. Principais Espcies: Saccharum officinarum Cana-de-acar. Inflorescncia grande, paniculada, composta. Colmo slido contendo grande quantidade de sacarose. O incio da cultura da canade-acar deu-se, provavelmente, em Benglia e Cochinchina, sendo introduzida no Brasil Colonial, na Capitania de So Vicente, por Martim Afonso de Souza. Presentemente, cultivada em todos os pases tropicais e subtropicais. A produtividade mdia em sacarose de 90Kg por tonelada de colmo fresco. A propagao feita vegetativametne e a colheita dos colmos para a indstria se faz geralmente antes da florao, pois na formao da inflorescncia a planta gasta parte da sacarose armazenada, diminuindo assim o rendimento industrial. Quando se deseja obter novas raas por meio de cruzamentos, os Centros de Pesquisas recorrem reproduo seminfera. planta exigente de boas terras e de um regime pluviomtrico elevado e bem distribudo, por isso, na Bahia, a lavoura se localiza, principalmente nos massaps do Recncavo. Responde magnificamente irrigao. Um srio problema da lavoura canavieira foi o mosaico, molstia de vrus, que causou prejuzos inestimveis todos os pases produtores de acar e lcool. A Estao Experimental do Oeste de Java Proofstation Oest Java a partir de cruzamentos entre S. officinarum, S. sinensis, S. spontaneum e outras espcies, conseguiu os

38 hbridos POV, como POJ 2878, um dos mais resistentes ao mal. Tambm, a Estao de Coimbatore, na ndia, produziu hbridos, como CO 290 e outros, que vieram resolver o problema do mosaico, por imunizao, no Brasil e em outros pases canavieiras do mundo. Entre ns, temos a Estao Experimental de Campos, no Estado do Rio de Janeiro, e o Instituto Agronmico de Campinas, em So Paulo, que produzem material resistente esse e outros males da cana-de-acar, identificados pelos prefixos CB (Campos Brasil) e I.A.C (Instituto Agronmico de Campinas), respectivamente, e de comprovado valor industrial. Saccharum spontaneum Cana Ub. explorada como forrageira e seve como material gentico para cruzamento. Sorghum bicolor Sorgo. uma espcie cerealfera tolerante seca, por isso recomenda a expanso de sua cultura em reas do Nordeste. Apresenta variedades granferas, forrageiras e sacarinas. As variedades granferas produzem farinha que pode ser mesclada farinha de trigo na confeco de pes e massas alimentcias. Os gros substituem o milho como rao. As variedades forrageiras so utilizads sob a forma de silagem, sobressaindo a conhecida como S. vulgare sudanensis ou capim Sudo, uma variedade perene. Esta, no granfera e apresenta uma grande desvantagem: Sob determinadas condies de meio (baixo teor de umidade) libera cido ciandrico, podendo causar a morte de animais que se alimentam da silagem. As variedades sacarinas so utilizadas na produo de acar e lcool, desde quando tm colmo cheio, como o da cana-de-acar e do milho. H ainda variedades que produzem panculas utilizadas na confeco de vassouras, conhecidas como Sorgo Vassoura. Os sorgos tm sido hibridados com o Capim Johnson (S. halopense) ou zacate Johnson dos Estados Unidos, produzindo o Sorgo Zacate. Sorghum alepense Capim Johnson. Altamente resistente seca, perene, invasor e forrageiro. Possue panculas erectas de 50cm de comprimento, piramidal. Espiguetas vermelhas. Flores unissexuadas, plantas monicas. Sistema radicular rizomtico, vigoroso. Fornece forragem fenada ou ensilada. Nas culturas, se aparece, torna-se daninha de difcil extermnio. Quando verde, reputada txica. Hiparrhenia rufa Capim Jaragu. uma gramnea perene, apresentando colmo rgido, inflorescncia paniculada, frouxa, tomentosa. Forma touceiras e multiplica-se por meio de mudas e sementes. As folhas so finas e estreitas e a quantidade de massa por unidade de rea relativamente pequena. Pode servir para corte e fenao. Apresenta resistncia ao pisoteio e ao fogo. Ocorre desde o So Francisco at o Piau. Imperata brasiliensis Sap. A sua importncia agronmica, pois indicadora de solos fracos e cidos. uma erva rizomatosa de colmos eretos, folhas superiores pouco desenvolvida, ao contrrio das inferiores que podem ter mais de 50cm de comprimento.

39 Espiguetas branco-pilosas. usada para cobertura de habitaes rsticas, abrigos, objetos artezanais, etc. A sua erradicao no deve ser feita mediante a queima, pois h rebrota imediatamente chuva. Consegue-se um bom controle com a calagem e uma arao profundidade de 20cm. Andropogon gayanus o Capim-Gamb, de grande produo de massa por unidade de rea. capim touceira, resistente seca e de boa palatabilidade. Andropogon fulcatus a Grama Azul, cultivada no Texas, onde conhecida como blue stans grass. de grande porte e bastante resistente seca. Andropogon bicornis tambm conhecida como capim-rabo-de-raposa. caracterstico de solos pobres. No tem grande importncia, a no ser como indicadora de terras cidas e esgotadas. c) Tribo Maydeae Esta tribo diferencia-se das demais pelo fato dos gneros apresentarem flores unissexuadas e plantas monicas. Principais Espcies: Zea mays L. Milho. planta de origem muito discutida, mas uma das hipteses a de que teria sido resultante de cruzametno do Teosinte (Euchlaena mexicana) com o Capim Grama (Tripsacum dactyloides), como espcie originria do Mxico. Tem sistema radicular fasciculado, verificando-se que na poca de florao emergem razes adventcias dos ltimos ns, para sustentar a planta contra o acamamento e absorver nutrientes. O caule um colmo cheio. As folhas so alternas, dsticas, ensiformes. Ostenta uma pancula terminal de flores masculinas, chamadas pendo, enquanto na axila de uma ou mais folhas origina-se a espiga, inflorescncia feminina composta de uma rquis curta e engrossada (sabugo), revestida por brcteas. O milho uma cultura muito antiga na Amrica, encontrada em explorao entre os indgenas, pelos colonizadores. espcie cerealfera tropical, com um ciclo de 120 180 dias. exigente de fertilidade e responde de maneira espetacular melhores pocas de plantio, para aproveitar a precipitao pluviomtrica. A cultura irrigada tambm garante sucesso. No Brasil, constitui grande parte da alimentao humana e uma forragem de primeira qualidade, tanto como granfera como produtora de excelente silagem. As palhas das espigas podem servir como material celulsico para papel, assim como para enchimento de colches e outras finalidades. Os gros so classificados em diversos grupos botnicos, tomando-se