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7/23/2019 Antonia Argenia Cruz
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ESCOLA DE SADE PBLICA DO CEAR
CURSO DE ESPECIALIZAO EM ASSISTNCIA FARMACUTICA
ANTONIA ARGENIA CRUZ
O PERFIL DOS USURIOS DE DIAZEPAM ATENDIDOS EMFARMCIA COMERCIAL NA CIDADE DE BARBALHA - CE
CRATO CEARJUNHO/2007
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ANTNIA ARGNIA CRUZ
O PERFIL DOS USURIOS DE DIAZEPAM ATENDIDOS EM
FARMCIA COMERCIAL NA CIDADE DE BARBALHA - CE
Monografia submetida Escola de SadePblica do Cear, como parte dos requisitos paraa obteno do ttulo de Especialista emAssistncia Farmacutica.
Orientadora: Prof. Msc. Adriana Maria Simio da Silva
CRATO CEARJUNHO/2007
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ANTNIA ARGNIA CRUZ
O PERFIL DOS USURIOS DE DIAZEPAM ATENDIDOS EM
FARMCIA COMERCIAL NA CIDADE DE BARBALHA - CE
CURSO DE ESPECIALIZAO EM ASSISTNCIA FARMACUTICA
APROVADA EM ____/ ____/ ____
Banca Examinadora
___________________________________Msc.Adriana Maria Simio da Silva
Orientadora
__________________________________________Msc. Kelly Rose Tavares Neves
______________________________________________
Msc. Maria das Graas Nascimento
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus por toda fora concedida nosmomentos de insegurana e pelas conquistasalcanadas. minha orientadora Prof. Msc. Adriana MariaSimio da Silva, que oportunizou essa possibilidadede aprimoramento e crescimento profissional.Aos meus pais, familiares e amigos, que sempre meapoiaram a buscar os melhores caminhos.Agradeo a todos que, direta ou indiretamente,
contriburam para essa importante conquista naminha vida.
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RESUMO
O consumo de substncia psicoativas, lcitas ou ilcitas, tm sido objeto de preocupao pelasautoridades de sade em todo mundo, principalmente pela Organizao Mundial de Sade OMS,que tem alertado para os riscos sade pelo uso indiscriminados desses medicamentos. Opresente trabalho se prope a analisar o perfil de usurios de Diazepam em Farmcia comercial domunicpio de Barbalha - CE, para identificar e avaliar as principais causas que levam o indivduo autilizar esses medicamentos para o controle da ansiedade. Esta pesquisa caracteriza-se comodescritiva, exploratria e com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados na Farmciacomercial de Barbalha, que comercializa esse e outros medicamentos populao local. Apesquisa foi realizada no perodo de 10 de outubro a 15 de dezembro de 2006. A populao alvopesquisada constituiu-se de 85 (oitenta e cinco) usurios que procuram a Farmcia para a comprado Diazepam. Para que esta pesquisa tornasse possvel, utilizou-se de um questionrioestruturado com 19 perguntas, preenchido pela pesquisadora com informaes dos usurios, queforam abordados aps terem adquirido seus medicamentos na Farmcia, convidados aparticiparem da pesquisa. De acordo com os resultados, o perfil das pessoas que utilizam o serviopara a obteno do referido medicamento constitudo na sua maioria por mulheres, na idadeadulta, com baixa escolaridade e de baixa renda.
Palavras-chaves: Diazepam; Distrbios nervosos; Ansiedade.
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ABASTRACT
The consumption of substance psychoactive, licit or illicit, has been concern object for theauthorities of health in everybody, mainly for the World Organization of Health - OMS, that has beenalerting for the risks to the health for the indiscriminate of those medications use. The present workhe/she/it proposes to analyze the users' of Diazepam profile in commercial Pharmacy of themunicipal district of Barbalha - CE, to identify and to evaluate the main causes that take theindividual to use those medications for the control of the anxiety. This research is characterized asdescriptive, exploratory and with quantitative approach. The data were collected in the commercial
Pharmacy of Barbalha, that markets that and other medications to the local population. Theresearch was accomplished in the period of October 10 to December 15, 2006. The researchedpopulation objective was constituted of 85 (eighty five) users that seek the Pharmacy for thepurchase of Diazepam. So that this research turned possible, it was used of a questionnairestructured with 19 questions, filled by the researcher with the users' information, that wereapproached after they have acquired its medications in the Pharmacy, guests she participate in theresearch. In agreement with the results, the people's profile that use the service for the obtaining ofthe referred medication it is constituted in its majority by women, in the adult age, with low scholarand of low income.
Key-words: Diazepam; Nervous disturbances; Anxiety
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SUMRIO
1. INTRODUO................................................................................................ 11
2. OBJETIVOS.................................................................................................... 14
2.1. Objetivos gerais............................................................................... 14
2.2. Objetivos especficos....................................................................... 14
3. REVISO DE LITERATURA......................................................................... 153.1. Classificao das drogas psicotrpicas........................................... 19
3.2. Efeitos adversos dos benzodiazepnicos........................................ 22
4. METODOLOGIA............................................................................................ 25
4.1. Tipo de estudo................................................................................. 25
4.2. Local de estudo............................................................................... 26
4.3. Amostra........................................................................................... 27
4.4. Coleta de dados.............................................................................. 284.5. Processo e anlise dos dados........................................................ 28
5. RESULTADOS E DISCUSSES.................................................................. 29
6. CONSIDERAES FINAIS.............................................................................. 47
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.................................................................. 50
ANEXOS............................................................................................................ 52
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LISTA DE SIGLAS
BDZ Benzodiazepnicos
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
ISRSs Inibidores Seletivos da Recaptao da Serotonina
IMAO Inibidores da Monoaminoxidase
OMS Organizao Mundial de Sade
SNC Sistema Nervoso Central
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LISTA DE TABELAS
TABELA I Efeitos farmacolgicos dos benzodiazepnicos....................... 24
TABELA II Faixa etria dos entrevistados............................................... 31
TABELA III Aspectos comportamentais dos usurios............................. 39
TABELA IV Benefcios e reaes adversas ao Diazepam...................... 40
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LISTA DE GRFICOS
GRFICO 01 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a faixa etria na
Farmcia comercial de Barbalha - CE, no perodo de 10/10 a
15/12/2006............................................................................. 31
GRFICO 02 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a situao
conjugal em Barbalha - CE................................................... 32
GRFICO 03 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo o nvel de
instruo escolar em Barbalha CE.................................... 34
GRFICO 04 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a ocupao em
Barbalha - CE....................................................................... 35
GRFICO 05 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a renda familiar
em Barbalha - CE.................................................................. 36
GRFICO 06 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a o nmero de
membros na famlia em Barbalha CE................................. 37
GRFICO 07 Distribuio dos usurios de Diazepam por concentrao de
medicamentos prescritos em Barbalha CE......................... 42
GRFICO 08 Distribuio segundo a prescrio do Diazepam em Barbalha -
CE........................................................................................... 43
GRFICO 09 Distribuio segundo o n. de comprimidos por usurios em
Barbalha - CE......................................................................... 44
GRFICO 10 Distribuio dos mdicos prescritores segundo especialidade emBarbalha CE........................................................................ 45
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1. INTRODUO
O consumo de ansiolticos tornou-se um problema complexo de sade
pblica que atinge grandes dimenses e que tem sido objeto de preocupao por
parte das autoridades mundiais de sade em muitos pases. (FUCHS, 1998). A
literatura nacional e internacional unnime em afirmar a posio de destaque
que as drogas psicoativas vm aumentando em nveis preocupantes nas ltimas
dcadas, sendo que as substncias psicotrpicas esto sendo consumidas e
utilizadas de maneira indiscriminada em todo o mundo.
O consumo desses medicamentos pode acarretar alteraes no
comportamento, como tambm levar dependncia psquica e/ou fsica
resultando, muitas vezes, em complicaes pessoais e sociais graves. Tais
medicamentos ansiolticos so os chamados calmantes, tranqilizantes esedativos, que agem sobre o sistema nervoso central, exercendo uma ao
seletiva sobre a ansiedade. O uso dessas substncias, na atualidade, ocorre
geralmente de forma indiscriminada, sendo indicados e amplamente usados pela
populao.
Em outras palavras, as pessoas recorrem a calmantes, na esperana de
escapar das presses sociais, familiares ou do trabalho ou torn-las, ao menos,
tolerveis. Atualmente, o tratamento farmacolgico dos distrbios provocados por
ansiedade, se baseia, principalmente, no uso de agentes sedativo-ansiolticos
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benzodiazepnicos, que facilitam a hiperpolarizao neuronal atravs do complexo
macromolecular receptor do cido y-aminobutrico-canal de Cl- . (FUCHS, 1998).
Vrias classes de drogas so eficazes no tratamento sintomtico dos
distrbios psiquitricos, sendo utilizados de forma mais adequada na terapia de
esquizofrenia, na fase crtica das doenas manaco-depressivas, alm de doenas
psicticas idiopticas agudas. Os compostos antipsicticos eficazes incluem os
benzodiazepnicos, os quais so muito utilizados no tratamento da ansiedade. So
eles o clordiazepxido, diazepam, oxazepam, clorazepam, lorazepam, prazepam,
alprazolam e halazepam, sendo, portanto, nesta classificao, o clonazepam, mais
potente em suas propriedades anticonvulsivas e usado no tratamento do distrbio
do pnico. (FUCHS, 1998).
Devido ao grande nmero de pessoas que utilizam o medicamento
Diazepam para controle de ansiedade, insnia e distrbios emocionais de origens
diversas, so atendidas em Farmcia comercial da cidade de Barbalha - Cear,
cujo objetivo maior deste trabalho monogrfico tem o de traar um perfil dos
usurios de Diazepam.
A terapia medicamentosa e outros tratamentos biolgicos de tratamento
mentais podem ser definidos como tentativas de modificar ou de corrigircomportamentos, pensamentos humores por meios qumicos ou fsicos. Segundo
Kaplan e Sadock (2000), as relaes entre o estado fsico do crebro e suas
manifestaes funcionais (comportamentos, pensamentos e humores) so
altamente complexas e imperfeitamente compreendidas. Diante do exposto, torna-
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se importante conhecer o perfil dos usurios de Diazepam e os efeitos que essa
droga causa ao organismo, identificando os casos de pacientes que mesmo aps
ter sido tratados por um curto perodo e, ao receberem alta, continuam em
contumcia do uso de benzodiazepnicos em geral.
A referida pesquisa procura tambm levantar dados acerca dos fatores
que contriburam para que muitos desses usurios passaram a fazer uso de
ansiolticos, levando-se em conta os aspectos fsicos, problemas financeiros e
distrbios emocionais graves que surgem no dia-a-dia dessas pessoas, fazendo-
as usurias contnuas de benzodiazepnicos, que o objetivo maior deste trabalho
monogrfico.
O interesse por este trabalho, justifica-se pelo fato do municpio no
dispor de dados sobre o assunto e, constituir, no mnimo, como uma fonte que
poder contribuir para discusses e reflexes sobre esse problema mdico-social,
melhorando as aes de assistncia farmacutica mais efetivas, estimulando a
procura e a valorizao de outras alternativas para melhor convivncia com as
queixas que geram a indicao farmacolgica, realizando uma utilizao mais
adequada.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Analisar o perfil do usurio de Diazepam atendidos em Farmcia
comercial da cidade de Barbalha CE.
2.2. Objetivos especficos
Conhecer as caractersticas scio-econmicas da populao estudada;
Verificar o grau de informao dos clientes atendidos na Farmcia acerca
do uso de Diazepam;
Identificar fatores que levem populao ao consumo de Ansiolticos,
especialmente o Diazepam.
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3. REVISO DE LITERATURA
Os benzodiazepnicos ou BDZs, como so comumente denominados,
so as drogas mais utilizadas no tratamento de ansiedade generalizada, e embora
sua eficcia clnica seja comprovada, existem, efeitos colaterais associados a
eles, como tolerncia, sndrome de abstinncia, sedao fsica dentre outros, que
vem causando preocupao e restrio de amplo uso.
A partir da dcada de 50, os benzodiazepnicos comearam a ser
utilizados, uma vez que, comprovada sua eficcia em distrbios psiquitricos
graves, propiciaram o desenvolvimento da psicofarmacologia, tornando-se comum
a utilizao de medicamentos que possibilitam alteraes ou mudanas, de
alguma maneira, no comportamento, pensamento e humor de pessoas, refletindo,
porm, a alta freqncia de distrbios psiquitricos primrios, alm das reaesemocionais de pessoas com patologias clnicas. Notadamente, muito dos
frmacos utilizados para atividades diferentes, tendem a modificar as emoes e a
cognio, como parte de comportamentos normais ou por efeitos txicos por
excesso de dosagem (LIMA, 1994)
Condies clinicas relacionadas com a ansiedade incluem a ansiedade
fbica e o distrbio do pnico, sendo que, nesse primeiro estado, a ansiedade
desencadeada atravs de circunstncias especficas como espaos abertos,e
interaes sociais. J nos distrbios do pnico, os sintomas so de medo
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insuportvel associados a sintomas somticos acentuados como a sudorese,
taquicardia, dor torcica e asfixia.
Acerca desse fenmeno, Barros (1995) expe uma definio de
medicalizao que, segundo ele, no se restringe ao consumo de medicamentos,
mas tambm elevada dependncia em relao oferta de servios ou bens de
natureza mdico-assistencial e seu consumo intensivo.
Dessa maneira, junto ao consumo desses bens de sade h uma
crena de que, se existe um problema, ele deve ser abolido da forma mais rpida
e o medicamento ocupa o lugar da concretizao dessa possibilidade, passando a
estar vinculado ao bem-estar, sade ou mesmo felicidade.
Esse fenmeno da medicalizao, na concepo de Barros, de que foi
reforado em duplo sentido: primeiramente pelo raciocnio mecanicista e em
segundo lugar pela lgica do capitalismo de mercado. Como conseqncia disso,
todos os bens e servios de sade passaram a ser considerados mercadorias que
devem gerar lucro.
Dentro dessa viso, Barros (1995), afirma:
O que resultou do incremento da medicalizao foi a intensificao da
dependncia. A sua viso a esse respeito a seguinte: As pessoas
pretendem, cada vez com maior freqncia, resolver seus problemas -
sejam ou no susceptveis de serem classificados como problemas
mdicos - recorrendo aos servios oferecidos pelo sistema de sade.
Isto no somente levou a uma hipervalorizao do papel da Medicina e
de seu instrumental tecnolgico, mas provocou, igualmente, progressivo
aumento da perda da capacidade das pessoas na conquista de
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alternativas para a resoluo de problemas amide vinculados a fatores
de ordem extramdica.
Por conseguinte, deixa-se de ter uma viso ampla dos problemas e de
seus determinantes, resultando numa crena generalizada de que no parece ser
possvel enfrentar a doena sem a presena do arsenal teraputico oferecido pelo
sistema mdico-industrial. Assim, o medicamento aparece como uma mercadoria,
cujo consumo deve ser estimulado ao mximo, pois o que interessa aos setores
de produo e comercializao de medicamentos a ocorrncia de um mximo
de doenas, acompanhadas de um mximo de tratamento, em outras palavras, de
medicalizao. O medicamento aparece, pois, como uma mercadoria especial,
respaldada pelo conhecimento cientfico, o qual tomado como verdade absoluta.
(Barros, 1983)
medida que o medicamento assume essa conotao de mercadoria,
assume tambm, de acordo com Barros (1983), um duplo papel ao satisfazer, ao
mesmo tempo, os interesses do capital e do modelo de sade hegemnico da
categoria mdica.
A relao risco-benefcio a longo prazo atravs da utilizao dos BDZs
potentes, ainda so muito controvertidos. Estudos recentes demonstram que
muitas das drogas utilizadas nos distrbios psiquitricos graves, oferecem
tratamento paliativo. Os agentes de alta potncia apresentam efeitos neurolgicos
extrapiramidais mais agudos, sendo que os agentes de baixa potncia induzem a
efeitos colaterais sedativos, hipertensores e autnomos. (Barros, 1983)
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Numa viso abrangente, Barros (1993) enfatiza: [...] desde o incio da
dcada passada, vem afirmando que esses medicamentos fazem parte do
arsenal teraputico dirigido medicalizao do mal-estar e ao controle da tenso
gerada, no raras vezes, nas relaes sociais de produo e no processo de
trabalho.
A viso de Rozemberg (1994) nesse sentido de que a medicalizao
de nervos, resultante de sua reduo a um conjunto de sintomas, concorre para a
perpetuao do nervoso como doente crnico e para a manuteno do fenmeno
no nvel de um problema individual.
Ele lembra ainda que a educao dos mdicos concluda pelas
indstrias farmacuticas, que tm presena cada vez mais marcante nos cursos
de formao mdica. Alm da concepo de mercadoria, o medicamento tambm
pode ser visto como smbolo de sade.
Lefvre (1983), afirma que esta concepo se d em funo de que o
organismo humano ser visto como sede da sade. Essa noo de sade, na tica
desse autor, de um estado orgnico, e o medicamento contm em si esse
estado orgnico. A sua viso de que: os medicamentos so imitaes da vida
enquanto fato orgnico, pedaos de vida orgnica (sono, tranqilidade, potncia
sexual, etc.) comprimidos num comprimi o, ou numa gota, ou num xarope. Essas
mercadorias incorporarem si a sade, passando a represent-la, a simboliz-la.
O fenmeno da medicalizao, apesar de no ser um problema atual,
est muito presente nos dias de hoje e ocupa um lugar importante no jogo de
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interesses do poder econmico. O consumo de medicamentos tem um significativo
impacto na sociedade, haja vista constituir o principal meio de combate doena
na prtica teraputica atual e tambm por ter relevante significncia em termos
econmicos. Aliado a isso, existe o fato das consultas mdicas resultarem quase
sempre numa prescrio, decorrente de uma viso limitada da sade, para a qual
o medicamento tornou-se a principal ferramenta. A pesquisa visa o uso racional do
medicamento, seguindo orientaes das polticas pblicas de sade.
3.1. Classificao das drogas psicoteraputicas
Em virtude das diversas utilizaes das drogas psicotrpicas terem mais
de uma aplicao clnica, de acordo com Kaplan & Sadock, (2000), a seguinte:
Ansiolticos e hipnticos;
Antipisicticos;
Antidepressivos;
Antimanacos.
Cada uma dessas divises determinada pelo seu uso clnico original,
ou seja, na prtica so usadas para outros fins alm de suas indicaes primriasque so determinadas. Muitos dos compostos usados para o tratamento de
condies endcrinas, cardiovasculares e neurolgicas so usados com
freqncia atualmente, para a melhoria de regimes de tratamento j existente.
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As drogas da escolha para o tratamento da ansiedade so os
benzodiapnicos e a buspirona. Esses compostos oferecem uma ampla margem
de segurana, comparados aos ansiolticos e hipnticos mais antigos como o
hidrato de cloral (Noctec), os barbitricos e o meprobamato (Miltown). Os
barbitricos, por sua vez, so drogas perigosas que podem levar o usurio a
efeitos teraputicos indesejveis, levando dependncia, desenvolvendo
tolerncia, sndrome de abstinncia com sintomas que vo desde insnia,
irritao, delrios, agressividade, dentre outros.
Kaplan & Koogan, (2000), afirmam que:
As drogas antidepressivas, mais notadamente os tricclicos, Inibidores
da Monoaminoxidase (IMAO) e os Inibidores Seletivos da Recaptao da
Serotonina (ISRSs) tambm so eficazes como agentes antiansiedade.
Elas geralmente so usadas para o tratamento do transtorno do pnico e
ocasionalmente para o tratamento do transtorno da ansiedade
generalizada. A clomipramina (Anafranil) e os ISRSs so usados para o
tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo
Os benzodiazepnicos (BZDs) foram introduzidos no mercado no incio
da dcada de sessenta, coincidindo com o aumento das drogas psicoativas. Essas
substncias substituram, nas dcadas de 1990 e 2000, praticamente todas as
drogas utilizadas no tratamento da ansiedade como os barbitricos, o
meprobamato, o hidrato de cloral dentre outros, os quais provocavam srios
efeitos colaterais. Vieram a substituir com amplas vantagens esses agentes
predecessores, na medida em que eram menos txicos e tinham menor
potencialidade de provocar acidentes fatais e menor tendncia para produzir
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tolerncia. Essas drogas tm sido prescritas indiscriminadamente, sendo que, no
momento atual, observa-se o desenvolvimento de um novo padro cultural, ou
seja, a cultura das benzodiazepinas, no qual as pessoas encaram com
naturalidade e permissividade o uso de algum calmante para poderem continuar
a enfrentar os problemas do dia-a-dia.
Ultimamente, essas drogas esto sendo acima dos padres de
procedimentos determinados por rgos de sade pblicas, j que muitos desses
produtos so comercializados em farmcias, pblicas ou particulares, de maneira
indiscriminada, na maioria das vezes sem as exigncias determinadas pelo
Ministrio da Sade.
H uma concordncia geral de que os BDZs devem ser usados no
tratamento da ansiedade em curto prazo, no devendo exceder de dois a quatro
meses, exceto em casos muito especiais. No entanto, o que se v na prtica, a
continuidade de um uso que vai alm de uma finalidade especfica e com um
tempo indeterminado, em que o medicamento passa a ocupar um lugar
fundamental e imprescindvel na vida de muitos indivduos.
Os autores Ramos e Cords (1995) afirmam que:
Embora encerre grande margem de segurana, o emprego de
benzodiazepnicos tem o grande inconveniente da dependncia e,
tambm, da tolerncia. A possibilidade de desenvolver-se dependncia
depende da interao entre cinco fatores: dose, durao do tratamento,
regularidade do uso, droga utilizada e o perfil do paciente. Desses, os
trs primeiros parecem ter maior importncia. Em geral, o uso regular de
doses altas por tempo longo pode gerar dependncia.
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muito comum, nos dias atuais, a prescrio de ansiolticos sem
maiores critrios de seleo e avaliao, onde se renovam as receitas por mero
comodismo ou desconhecimento. Tal prtica favorece a criao de uma grande
parte da populao tornar-se toxicmanos, que iro carregar para o resto de suas
vidas a necessidade de doses cada vez maiores para obter efeitos desejados.
3.2. Efeitos adversos dos benzodiazepnicos
So inmeros os casos de abuso e dependncia correlacionados tanto
no uso teraputico quanto o irracional, j que se acredita que vrios mecanismos
distintos no uso desses medicamentos, contribuam de forma variada para os
efeitos sedativo-hipnticos de relaxamento muscular, ansioltico e
anticonvulsivante. Praticamente, todos os efeitos dos benzodiazepnicos, so
resultados de aes de seus agentes no sistema nervoso central, podendo ocorrer
no indivduo efeitos como sedao, hipnose, reduo de ansiedade, relaxamento
muscular, dentre outros.
Notadamente, podem ocorrer tambm reaes adversas para o usurio
em que o aumento ou a diminuio da dosagem venha a contribuir para alteraes
do quadro clnico, de maneira geral. Dentre essas alteraes, podem surgir
sintomas de tonteira, lassitude, alteraes da coordenao motora, vindo a
comprometer o raciocnio e as habilidades psicomotoras. O uso crnico de
ansiolticos no tratamento de doenas como a insnia, por exemplo, produz efeitos
colaterais como sonolncia, dficits cognitivos e sintomas motores.
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De acordo com Terzano, Rossi, Palomba et al(2003):
Os sintomas motores incluem alteraes de coordenao motora, afasia,
riscos de quedas, fraturas em idosos e acidentes. Em casos raros, efeitos
paradoxais como insnia, agitao. Os fatores que determinam efeitos
residuais so meia-vida longa, metablicos ativos, doses repetidas, idade
do paciente e doenas prvias. Todos os benzodiazepnicos, zolpidem,
zapelon em zoplicone-esoplicona causam potencialmente alteraes
cognitivas e psicomotoras durante o perodo de tempo de ao
farmacolgica e, portanto as pessoas que eventualmente precisam
acordar durante o efeito farmacolgico do medicamento devem usar
medicao s custas de riscos.
Esses autores enfatizam ser fundamental que, desde as primeiras
consultas, seja previsto com o usurio o tempo necessrio para o tratamento. H
um consenso na literatura especializada de que os (BDZ) deveriam ser
administrados durante um perodo que varia entre duas a doze semanas e ser
retirado gradualmente.
Conforme Rang, Dale e Ritter (1999) os efeitos indesejveis dos
benzodiazepnicos podem ser divididos em efeitos txicos, resultantes de
superdosagem aguda; efeitos indesejveis que ocorrem durante o uso teraputico
normal, tolerncia e dependncia.
Na superdosagem os benzodiazepnicos causam sono prolongado, sem
depresso grave da respirao ou da funo cardiovascular. Entretanto, na
presena de outros depressores do Sistema Nervoso Central (SNC),
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especialmente o lcool, podem causar depresso respiratria grave e at mesmo
fatal.
Outros efeitos colaterais incluem ganho de peso, fraqueza, tonturas,
nuseas, vmitos, mal-estar epigstrico e diarria, hipotenso leve e
irregularidade menstrual; dores articulares, dores torcicas e incontinncia podem
ocorrer em algumas pessoas. Alteraes no padro de sono tambm podem ser
observadas (Gilman et al, 1987; Abreu e Cordioli, 1996).
Embora muito conhecidos por seu papel no tratamento da ansiedade,
alguns benzodiazepnicos produzem efeitos farmacolgicos, de acordo com a
tabela abaixo:
TABELA I Efeitos farmocolgicos dos benzodiazepnicos
EFEITOS TERAPUTICOS APLICAES CLNICAS/CONSEQ NCIASSedativos Insnia, sedao consciente, abstinncia ao alcoolAnsiolticos Ataques do pnico, ansiedade generalizadaAnticonvulsivantes ConvulsesRelaxante muscular Tenso muscular, espasmo muscularAmnsicos Coadjuvante da quimioterapia ou anestesiaAntiestress Hipertenso leve, sndrome do clon irritvel, angina
EFEITOS ADVERSOSSedativos Sonolncia diurna, concentrao prejudicadaAmnsicos Leve esquecimento, comprometimento da memria
antergradaPsicomotores Acidentes, quedas
Comportamentais Depresso, agitaoResposta diminuda ao CO2 Piora da apnia do sono e outros transtornos
pulmonares obstrutivos
Sndrome de abstinncia
Dependncia ansiedade, insnia, fotossensibilidade,sensibilidade excessiva ao som, taquicardia, levehipertenso sistlica, tremor, cefalia, sudorese,desconforto abdominal, avidez pela substncia,convulses.
Fonte: Manual de Psiquiatria Clnica -Kaplan & Sadock/2000
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4. METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Para a elaborao do presente trabalho, foi feito um estudo quantitativo
e descritivo, incluindo usurios, nas diversas faixas etrias, de ambos os sexos
que utilizam o Diazepam, adquirido em uma Farmcia comercial na cidade de
Barbalha CE. O perodo do estudo foi de 10 de outubro a 15 de dezembro de
2006. Como critrios de incluso os usurios deveram ser residentes no municpio
acima mencionado, estar de posse de receiturio mdico, com a prescrio do
mdico, e concordaram em participar do estudo.
O estudo proposto foi de carter exploratrio, com uma abordagem
quantitativa. Para Gil (1996), as pesquisas exploratrias visam propiciar maior
familiaridade com o problema. Na presente pesquisa os dados quantitativos deu
maior subsdio para que se possa conhecer melhor o objeto de estudo, ou seja,
permite conhecer melhor dados referentes ao perfil do usurio de Diazepam.
Para tanto, optou-se por construir um instrumento de coleta de dados
que permitisse fazer uma anlise descritiva-quantitativa. Ento, foi aplicado um
questionrio semi-estruturado (Anexo I), divido em trs partes, a saber:
1. parte:Dados de identificao dos entrevistados como sexo, idade,
estado civil, escolaridade, ocupao e renda familiar.
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2. parte: Informaes sobre aquisio e utilizao do medicamento.
Aqui foram questionados sobre o tempo de uso do Diazepam, sintomas,
benefcios do medicamento, onde se consulta, onde adquire o medicamento e se
tem acompanhamento mdico regular.
3. parte: Informao da prescrio do Diazepam, como concentrao
do medicamento (05 mg e 10 mg), n. de comprimidos/dia, n. de caixas
prescritas e a especialidade do mdico que o consultou.
4.2. Local de estudo
A cidade de Barbalha, distante 543 km da capital, Fortaleza, teve suas
origens no incio do Sculo XVIII, quando por doao e em favor do patrimnio
religioso no qual deveria ser edificada a primitiva capela, o Capito Francisco
Magalhes Barreto de S e sua mulher, D. Maria Polucena de Lima, destinam o
lote de terras correspondente.
As terras, nas quais estaria encravada essa doao, consistiam na
posse, antes adquirida em operao de compra e venda a Incio de Figueiredo
Adorno. Situavam-se no lugar conhecido por Stio Barbalha, denominao esta
que lembrava uma senhora cujo sobrenome Barbalha se fixara no respectivo stio
e que nada mais seria seno uma corruptela de Barbalho. Dada a sua localizao,
cujo centro geogrfico indicava-a como sendo s margens do Riacho Salamanca,
daria inicialmente ao povoado esta denominao. Reduto de origens feudais
cresceu e se tornou povoado. Elevado categoria de Distrito consoante Lei 374,
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de 17 de agosto de 1846; levado categoria de Municpio, por fora da Lei n
1.740, de 30 de agosto de 1876;
Atualmente, a cidade conta com uma populao de 46.546 habitantes,
segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Sua economia
baseia-se, principalmente, na produo de derivados da cana-de-acar, muito
embora possua um parque industrial moderno, como de fbricas de calados,
revenda de veculos, depositos comerciais, dentre outros.
A religiosidade do povo de Barbalha se traduz nas festas dedicadas ao
santo padroeiro Santo Antnio, onde se celebra a f no Santo Casamenteiro,
como conhecido. Durante o ms de junho a cidade recebe inmeros visitantes e
turistas que vm cidade participar dos festejos e dos shows artsticos que
acontece durante todo o ms.
4.3. Amostra
A amostra composta de 85 usurios residentes no municpio de
Barbalha- CE, que usaram o medicamento Diazepam, no perodo de 10 de
outubro 15 de dezembro de 2006, que visitaram a Farmcia comercial para
comprar o medicamento, portando a notificao de receita tipo B prescrita porprofissional habilitado.
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4.4. Coleta de dados
Para coleta dos dados, utilizou-se de um questionrio (Anexo I)
aplicados aos usurios contendo perguntas abertas e fechadas sobre a
identificao do usurio, (sexo, idade, situao financeira, nvel de escolaridade,
ocupao e de situao conjugal); aspectos relacionados aquisio e utilizao
do medicamento, sendo: tempo de consumo, acompanhamento da prescrio,
posologia, dosagem, nmero de caixas prescritas, e especialmente, do mdico
prescritor.
4.5. Processo e anlise dos dados
Os dados coletados durante o trabalho de pesquisa foram dispostos em
nmeros absolutos, apresentados em grficos e tabelas, que serviram para
representao dos resultados obtidos durante a pesquisa considerando-se com as
respostas dos usurios.
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5. RESULTADOS E DISCUSSES
Dados de identificao
Das 85 pessoas entrevistadas na Farmcia Pblica de Barbalha -
CE, percebe-se que h predominncia do sexo feminino (61,0%), contra (39,0%)
do sexo masculino.
Quando se analisam as questes referentes ao uso de ansiolticos, em
sua maioria, pela populao feminina, deve estar ancorada em aspectos
sociocultural e econmico, as quais determinam as suas condies de existncia,
fatos que, na presente pesquisa, sugere que so nas relaes do dia-a-dia, seja
em casa, no trabalho ou na comunidade, que esto situadas as fontes que
estimulam o uso de ansiolticos. No se deve, portanto, desconsiderar oselementos que dizem respeito subjetividade de cada uma das mulheres
entrevistadas e das relaes que estabelece com o contexto na qual esto
inseridas.
Corroborando com esta afirmao, Bock (2001) expe uma noo de
subjetividade que se institui na relao com o mundo material e social a partir da
perspectiva da psicologia scio-histrica. de grande importncia considerar tal
noo, uma vez que ele torna compreensvel o presente trabalho monogrfico,
pois se trata de uma concepo de subjetividade produzida por sujeitos concretos
que so, ao mesmo tempo, constitudos social e historicamente:
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Falar da subjetividade humana falar da objetividade em que vivem os
homens. A compreenso do mundo interno exige a compreenso do
mundo externo, pois so dois aspectos de um mesmo movimento, de
um processo no qual o homem atua e constri/modifica o mundo e este,
por sua vez, propicia os elementos para a construo psicolgica dohomem (BOCK, 2001).
Assim, a predominncia da mulher no consumo de ansiolticos pode ser
confirmado por diversos autores: (Tancredi, 1979; North et al 1992; Cafferata &
Meyers, 1990) que acreditam ser a mulher mais perceptiva em relao
sintomatologia das doenas, por isso procura por ajuda mais precocemente e
apresenta menor resistncia ao uso de medicamentos prescritos do que os
homens, como ficou demonstrado na presente pesquisa.
De acordo com Almeida et al (1994), [...] entre as mulheres maior a
freqncia de distrbios psquicos, condies circulatrias e doenas msculo-
esqueltico, para os quais comum a prescrio de psicofrmacos, sobretudo
benzodiazepnicos.
Entre os usurios pesquisados o consumo de Diazepam aponta para os
seguintes dados: dos 31 aos 40 anos (18,00%); dos 41 aos 50 anos (26,0%); dos
51 aos 60 anos (36,0); de 61 a 70 anos (8,0%) e acima de 70 anos de idade
(5,0%) respectivamente. Sendo assim, o consumo de Diazepam mais freqente
nas pessoas entre 51 a 60 anos de idade.
As idades dos entrevistados foram agrupadas em faixas como se pode
ver na Tabela II.
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0% 7%18%
26%36%
8% 5% De 10 a 20 anos
De 21 a 30 anos
De 31 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
De 61 a 70 anos
Acima de 70 anos
TABELA II:Faixa Etria dos entrevistados.
FAIXA ETRIA N DE USURIOS (%)
De 10 a 20 anos 0 0De 21 a 30 anos 6 7,0%
De 31 a 40 anos 15 18,0%
De 41 a 50 anos 22 26,0%
De 51 a 60anos 31 36,0%
De 61 a 70 anos 7 8,0%
Acima de 70 anos de idade 4 5,0%
Grfico 01 Distribuio dos usurios de Diazepam segundo a faixa etriaem Farmcia comercial de Barbalha CE, no perodo de 10/10 a 15/12/2006.
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No que se refere ao aumento do uso do Diazepam com a idade,
Almeida et al (1994), observa que [...] medida que se avana a idade, os
problemas de sade vo surgindo, entre os quais aqueles que se utilizam de
psicofrmacos como terapia principal ou como coadjuvante, o que no explica,
entretanto, o motivo pelo qual, a partir dos 60 anos, o consumo diminui.
Com relao situao conjugal, verificou-se um maior consumo de
ansiolticos entre os casados com 54,0%, seguido dos solteiros (22,0%), de
acordo com o Grfico 02.
22%
54%
9%
15%
Solteiros
Casados
Vivos
Desquitados
Grfico 02 Distribuio dos usurios de Diazepam que foram entrevistadossegundo situao conjugal, em Barbalha 2006
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De acordo com os dados pesquisados, 54.0% de mulheres e homens
que usam o Diazepam so casados, em sua maioria, 22,0% so solteiros, 15,0%
so desquitados e 9,0% so vivos (Grfico 02)
Diante dos dados acima, importante observar que, na medida em que
a mulher for escutada em sua singularidade, uma que na pesquisa elas so
maioria, abre-se uma possibilidade para que ela, a partir da relao com o outro,
reflita sobre suas dificuldades e seus desejos, com vistas a atingir novos
caminhos, novas perspectivas para sua vida. Fica evidente que no modelo de
assistncia oferecido dada pouca importncia subjetividade, individualidade
das mulheres, desconsiderando seu sofrimento e suas angstias.
A esse respeito Minayo e Souza (1989) aponta a falta de entendimento
e de comunicao, estabelecidos na relao entre o mdico do servio pblico e o
paciente de classe trabalhadora e enfatizam:
Na verdade, no consultrio mdico, esses grupos sociais transferempara os profissionais de sade seu grito fundamental: Nossa dor a dor
de nossa vida!. E do outro lado da cadeira, num dilogo de surdos, o
clnico lhe pergunta: Onde est localizada, em que rgo do seu corpo
posso ler essa mensagem? E muitas vezes, os calmantes, psicotrpicos,
os analgsicos so as nicas respostas que ele aprendeu a dar s
conhecidas doenas inespecficas.
No que se refere escolaridade dos entrevistados, 32,0% dos
entrevistados so analfabetos; 11,0% cursaram o 1. grau incompleto; 29,0%
afirmam ter concludo o 1. grau. Quanto ao Ensino Mdio 15,0% possuem o 2.
grau incompleto e 8,0% afirmam terem concludo. Somente 5,0% dos
entrevistados, afirmaram ter concludo o ensino superior. (Grfico 03)
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32%
29%
11%
15%
8% 5%
Analfabeto
1. Grau completo
1. Grau incompleto
2. Grau incompleto
2. Grau completo
Nvel superior
Grfico 03 Distribuio dos usurios de Diazepam que foram entrevistadossegundo o nvel de instruo escolar, em Barbalha - 2006
No Grfico 04, o trabalhador domstico aparece como maioria nas
pesquisas (23,0%), seguido por motoristas (19,0%); agricultor com 18,0%;
vigilantes com 15,0%; aposentados com 13,0%, seguido por auxiliar de
enfermagem (7,0%) e outras profisses com 5,0%, sendo a maioria domstica,
cuja responsabilidade da famlia reca, na maioria das vezes, sobre seus ombros,sobrevivendo com uma renda mensal bastante reduzida e com carncia de um
trabalho melhor remunerado, de moradia e alimentao, alm de preocupaes e
ansiedades, que na maioria das vezes so tratados com ansiolticos e outros
antidepressivos.
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23%
18%
7%15%
19%
13% 5%Domstica
Agricultor
Auxiliar de Enfermagem
Vigia
Motoristas
Aposentados
Outras profisses
Grfico 04 Distribuio dos usurios de Diazepam que foram entrevistadossegundo a ocupao, em Barbalha - 2006
No tocante renda familiar, o estudo mostrou que a populao
pesquisada recebe, em sua maioria, 01 Salrio Mnimo (41,0%) mostrou que
33,0% dos entrevistados sobrevivem com uma renda mensal inferior a 01 (hum)
Salrio Mnimo; 14,0% dos entrevistados ganham at 2 (dois) Salrios Mnimos e
somente 12,0% tm renda acima de 2 Salrios Mnimos. Percebe-se que a grandemaioria dos usurios beneficiados no tem condies de suprir as suas
necessidades de medicamentos, confirmando, portanto, a necessidade da
interveno do Estado na promoo do acesso assistncia farmacutica.
(Grfico 05).
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33%
41%
14%
12%At um Salario Mnimo
01 Salrio Mnimo
02 Salarios Mnimos
Acima de 02 Mnimos
Grfico 05 Distribuio dos usurios de Diazepam que foram entrevistadossegundo a renda familiar, em Barbalha - 2006
O nmero de membros da famlia varia muito de famlia para famlia e,
obedece ao padro atual de controle de natalidade, em que as famlias procuram
no ter muitos filhos, at porque existem muitas dificuldades para cri-los, uma
vez que o municpio de Barbalha muito pobre e a falta de emprego enorme.
Mesmo assim, a pesquisa mostrou que a relao de dependentes varia muito,
sendo que 6 pessoas residem sozinhas, o que corresponde a 7,0% dos
entrevistados; 9 pessoas residem com companheiro ou companheira, ou seja,
11,0%; 16 famlias residem com 1 pessoa que corresponde a 19,0% dos
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entrevistados; 12 famlias moram com 2 membros ou 14,0%; 9 famlias possuem 3
membros, o que corresponde a 11,0%; 18 famlias possuem 4 membros,
correspondendo a 21,0%; 8 famlias residem com 05 pessoas, ou seja, 9,0%, e 7
pessoas residem com 6 pessoas o que corresponde a 8,0% dos entrevistados
respectivamente. (Grfico 06).
7%11%
19%
14%11%
21%
9% 8%
Residem sozinhas
Reside c/ companheiro(a)
Reside c/ 1 pessoa
Residem c/ 2 pesoas
Residem c/ 3 pessoas
Residem c/ 4 pessoas
Residem c/ 5 pessoas
Residem c/ 6 pessoas
Grfico 06 Distribuio dos usurios de Diazepam que foram entrevistados
segundo o nmero de membros na famlia, em Barbalha - 2006
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Informao sobre aquisio e utilizao do medicamento
A segunda parte da pesquisa buscou obter informaes sobre a
aquisio, utilizao do medicamento sintomas comportamentais produzidos pelo
Diazepam, ou seja, dos sintomas apresentados que levaram procura de um
mdico, prescrio, tempo de uso, benefcios e efeitos colaterais.
A Tabela III faz um levantamento desses dados, de acordo com a
pesquisa. Dos 85 usurios pesquisados em farmcia comercial de Barbalha CE,
cuja venda mensal de 2.000 a 4.000 comprimidos por ms. Os fatores que
levam contumcia so depresso, insnia, nervosismo, dentre outros. Observa-
se que 26,0% utilizam a medicao por um perodo que varia de 06 meses a 01
ano; 42,0%, fazem uso entre 02 e 03 anos, sendo que 17,0% j utilizam entre 04
e 05 anos; 10,0% de 06 a 07 anos e uma minoria utiliza h pelo menos 08 anos, o
que corresponde a 5,0% dos entrevistados.
importante observar que os sintomas que motivaram a prescrio e o
consumo de Diazepam entre os entrevistados foram: insnia (15,0%); depresso
(29,0%); nervosismo (8%); ansiedade (20,0%); e por ltima cefalia (11,0%);
pnico (11,0%) e paralisia total (6.0%).
Para Cimini e Lima (1997), a prescrio do Diazepam para casos de
nervosismo que no passaram por uma avaliao criteriosa e um
acompanhamento sistemtico no constitui uma boa conduta mdica, j que este
medicamento apresenta risco potencial de desenvolvimento de dependncia.
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Portanto, sua prescrio deve ser criteriosa e a utilizao em alguns casos no
deve se estender por mais de 6 meses.
importante observar que de acordo com a Tabela III, 34,0% dos
entrevistados tm acompanhamento mdico, enquanto que 66,0% no tm esse
acompanhamento e cujo acesso medicao se d atravs da compra da receita
nas Farmcias comerciais.
TABELA III Aspecto comportamentais dos usurios
TEMPO DE USO DO DIZEPAM N. (%)
De 6 meses a 01 ano 22 26%
De 02 a 03 anos 36 42%
De 04 a 05 anos 14 17%
De 06 a 07 anos 9 10%
Acima de 08 anos 4 5%
SINTOMAS P/PRESCRIO N. (%)
Insnia 13 15%
Depresso 25 29%
Nervosismo 7 8%
Cefalia 9 11%
Ansiedade 17 20%
Pnico 9 11%Paralisia total 5 6%
ACOMPANHAMENTO MDICO REGULAR N. (%)
SIM 29 34%
NO 56 66%
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Para a maioria dos entrevistados o uso do medicamento Diazepam no
tratamento dos distrbios psquicos tem trazido benefcios s suas vidas de um
modo geral. De acordo com os dados levantados na entrevista, 17 pessoas, ou
seja, 20,0% dormem bem, enquanto que 24 pessoas (28,0%) relaxa e fica mais
tranqilo; 18 usurios (21,0%), afirmam que ficam menos ansiosos e 31,0% no
tem nenhum benefcio ao tratamento.
No que se refere s reaes adversas ao medicamento, 26 usurios, ou
seja, 31,0% dos entrevistados afirmam no ter nenhum sintoma adverso, muito
embora, 16,0% ficam com a boca amarga; 20,0% com dores de estmago; 14,0%
com dores do peito; 12,0% tm cefalia e 7,0% apresentam sintomas de vmitos e
insnia.
TABELA IV Benefcios e reaes adversas ao Diazepam
BENEFICIOS DO DIAZEPAM N. (%)
Dorme bem 17 20%
Relaxa e fica mais tranqilo 24 28%
Alivia a ansiedade 18 21%
Nenhum benefcio 26 31%
REAES ADVERSAS N. (%)
Nenhuma reao 26 31%
Boca amarga 14 16%
Dor de estomago 17 20%
Dor no peito 12 14%
Cefalia 10 12%
Vmito/insnia 6 7%
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No quesito referente informao que os usurios recebem dos
mdicos sobre o medicamento, muitos dos entrevistados mostram preocupao
com a dependncia e dos perigos advindos do uso prolongado.
Abreu e Cordioli (1996) apontam para a necessidade de reviso regular
do uso contnuo de ansiolticos. Aconselham uma avaliao mais criteriosa entre a
sua utilidade e seus riscos. O principal critrio para o uso desses agentes, enfatiza
os autores, a ocorrncia de uma ansiedade tal que bloqueie a capacidade do
paciente em lidar com seus sintomas e responsabilidades sociais e pessoais. Nos
casos de ansiedade generalizada, com durao acima de 6 meses, a tomada de
deciso pode ficar mais difcil. Neste caso, a administrao da droga ser por um
perodo prolongado, o que aumenta o risco de dependncia.
Para Cimini e Lima (1997), Abreu e Cordioli (1996) a utilizao de
Diazepam por um perodo superior a 6 meses deve ser muito bem avaliada. Eles
enfatizam a necessidade de reviso regular do uso continuado de ansiolticos.
Aconselham a busca de um balano entre a sua utilidade e os seus riscos.
No que se refere interrupo medicamentosa do Diazepam, 61,0%
dos entrevistados, ou seja, 52 dos usurios afirmaram terem tentado livrar-se da
droga por mecanismos diversos, como, a substituio por outros medicamentos,mas no conseguiram parar, voltando a tomar o medicamento. 39,0% restantes
afirmaram no poder parar o tratamento.
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Informaes da prescrio do Diazepam
No que se refere prescrio mdica do Diazepam quando da compra
em Farmcia comercial na cidade de Barbalha CE, a pesquisa apontou para os
seguintes resultados: 81,0% dos entrevistados utilizam o Diazepam de 10 mg por
ter uma maior dosagem. 19,0% utilizam o Diazepam de 5 mg. (Grfico 07).
19%
81%
Diazepam 5 mg
Diazepam 10 mg
Grfico 07 Distribuio dos entrevistados por concentrao demedicamentos prescritos em Barbalha CE 2006.
O Grfico 08 aponta a distribuio do medicamento Diazepam por ms a
usurios. Verifica-se que 66,0% dos entrevistados adquirem 01 caixa de
Diazepam mensalmente, sendo que 14,0% compram (02) duas caixas e 5,0% dos
entrevistados compram 3 caixas de Diazepam mensalmente, onde cada caixa
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contm 30 comprimidos. 15,0% no quiseram ou no informaram quantas caixas
so adquiridas na Farmcia.
66%14%
5%
15%
01 Caixa p/ms
02 Caixas p/ms
03 Caixas p/ms
No informado
Grfico 08 Distribuio segundo prescrio medicamentosa do Diazepam,em Barbalha CE 2006
Ainda com referncia posologia, ou seja, o nmero de comprimidos
prescritos para os usurios, os resultados so os seguintes: 69,0% tomam apenas
01 comprimido dirio; 21,0% tomam 02 comprimidos ao dia, 6,0% dos
entrevistados tomam 3 comprimidos ao dia e 4,0% dos entrevistados no
informou. (Grfico 09).
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69%
21%
6% 4%
01 Comprimido p/dia
02 Comprimidos p/dia
03 Comprimidos p/dia
No informado
Grfico 09 Distribuio segundo do nmero de comprimidos por usurioem Barbalha CE 2006
A prescrio do medicamento Diazepam fornecida pelo mdico aos
usurios de Barbalha, de acordo com os dados da pesquisa feita por mdicos de
reas diversas. Quando perguntado sobre a especialidade mdica que os
atendera, os seguintes resultados foram: 1,0% foi prescrito por Mdico Cirurgio;
67,0% por Clnico Geral; 19,0% pelo Neurologista e Psiquiatra 13,0% no
opinaram ou no souberam.
Em relao ao agente prescritor, verificado no Grfico 10, observa-se
que o mdico de clnica geral juntamente com outros especialistas que no sejam
neurologistas ou psiquiatras, estes em sua minoria na referida pesquisa (19,0%),
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foram responsveis por 68,0% das prescries, destacando-se entre eles o Clnico
Geral.
Para Marie et al(1992) e Tancredi (1979), a questo do diagnstico dos
distrbios psquicos e do manejo dos psicofrmacos torna-se mais relevante
quando se constata que o Clinico Geral, Pediatras e Cirurgies esto
prescrevendo com maior freqncia psicofrmacos.
1%19%
67%
13%
CirurgioNerologista/Psiquiatra
Clnico geral
No informado
Grfico 10 Distribuio dos mdicos prescritores segundo a especialidadeem Barbalha CE 2006
7/23/2019 Antonia Argenia Cruz
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A prescrio racional, segundo Barros apud Oliveira (2000) aquela
que traz resultados positivos com respeito ao alvio nos sintomas e cura das
doenas. A prescrio racional sempre que o tratamento farmacolgico seja
para os sintomas e/ou enfermidade se dispe de uma melhor ao teraputica,
eficaz para o tratamento dos sintomas e enfermidades e segura quando apresenta
o mnimo de efeitos indesejveis, utilizado na dose certa e durante o tempo
necessrio para a cura total do indivduo.
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6. CONSIDERAES FINAIS
Os resultados obtidos durante este trabalho de pesquisa na Farmcia
comercial da cidade de Barbalha CE, devem ser avaliados com certa
preocupao, pois apontam para o uso contnuo do medicamento Diazepam
demonstrando que as pessoas tm procurado ajuda neste tipo de tratamento,
cujos efeitos adversos so preocupantes, uma vez que, durante todo o trabalho de
pesquisa os resultados obtidos confirmam ser o Diazepam a droga mais
consumida no grupo de medicamentos ansiolticos.
De acordo com os resultados obtidos verificou-se que o consumo de
Diazepam entre os usurios atendidos em Farmcia comercial de Barbalha CE,
no perodo de 10/10/2006 15/12/2006 foi maior entre as mulheres de faixas
etrias de 41 aos 60 anos de idade.
O nvel de escolaridade dos entrevistados muito baixo, e as taxas de
analfabetos muito grande chegando a 32,0%. A situao scio-econmica atinge
ndices muito baixos, quando 33,0% dos entrevistados sobrevivem com renda
inferior a o salrio mnimo , 41,0% ganham um salrio mensal; na sua maioria so
donas de casa, ou aposentados com renda familiar muito baixa.
importante observar que os sintomas que motivaram a prescrio e o
consumo de Diazepam entre os entrevistados foram: insnia, depresso,
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nervosismo, ansiedade, cefalia, pnico e paralisia total, ocasionados por
problemas domsticos, financeiros e de ordens diversas.
Diante dos dados apresentados na pesquisa, uma preocupao surge
quando se avalia os dados de prescrio e distribuio do Diazepam que
comercializado nas Farmcias, seja da rede pblica ou privada. A avaliao dos
distrbios neurolgicos e psicolgicos de responsabilidade de psiquiatras e de
neurologistas. Diante dos dados pesquisados, somente 19,0% dos usurios
tiveram avaliao feita por estes especialistas, o que demonstra um total descaso
dos rgos pblicos e privados de sade quando se trata de sade mental,
enquanto que 67,0% tiveram suas receitas prescritas por clinico geral e 1,0% por
mdico cirurgio. Desse total, 13,0% no soube ou no quis informar.
Conclui-se, aps estudo de avaliao dos dados obtidos, que algumas
sugestes se fazem necessria para que se possa melhorar a qualidade do
atendimento e, em especial, da sade dos usurios do medicamento que
procuram a rede pblica e privada de sade para serem avaliados em seus
respectivos males.
Sugere-se, no entanto, a contratao de mais especialistas em
distrbios psiquitricos e neurolgicos, que possam fazer um diagnstico maispreciso da doena e dos mtodos de tratamento para as pessoas acometidas de
distrbios depressivos e de ansiedades. importante deixar a cargo de um
especialista o tratamento e, em especial, a posologia, dosagem, nmero de caixas
prescritas para uso do referido medicamento.
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Realizao de encontros peridicos onde se possa reunir usurios,
profissionais de sade, comunidade em geral para a difuso de informaes
acerca da utilizao de medicamentos. Conscientizao dos prescritores acerca
da importncia do acompanhamento do usurio, reduzindo assim a prtica da
prescrio sem consulta mdica, contribuindo para melhorar a relao mdico-
paciente.
Quando de posse dos fatores que contribuem para o aumento do
consumo de Diazepam e o perfil dos usurios deste medicamento, se pode propor
medidas de reduo de consumo, como por exemplo, o uso de terapias
alternativas, holsticas ou de medicamentos de ordem natural que possam
contribuir para a reduo do consumo e reduzir os efeitos que a dependncia de
drogas psicoativas pode trazer ao organismo.
No se esgotam aqui sugestes que possam encarar de frente os
problemas advindos do uso indiscriminado dos ansiolticos e seus possveis
problemas quando usado indiscriminadamente, cujos profissionais de sade, em
todas as reas, tm o compromisso de levar sade de qualidade a todos que dela
necessitam.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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A N E X O
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ANEXO I
INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS
ESCOLA DE SADE PBLICA DO CEAR
PESQUISA: O PERFIL DO USURIO DE DIAZEPAM EM FARMCIA
COMERCIAL DE BARBALHA - CE
01. DADOS DE IDENTIFICAO
a). Idade: ___________b). Sexo: Masculino
Feminino
c). Situao conjugal
Solteiro(a)
Casado(a)
Vivo(a)
Separado/Divorciado
d). Grau de instruo
Analfabeto
1. grau incompleto 1 grau completo
2. grau incompleto 2. grau completo
Superior incompleto superior completo
e). Ocupao: _______________________________
f). Nmero de membros da famlia: ______________
g. Renda familiar: ____________________________
02. INFORMAES SOBRE AQUISIO E UTILIZAO DO MEDICAMENTO
a). H quanto tempo toma Diazepam?__________________________
b). O que sente para que o mdico prescreva esse medicamento?
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__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
c). Quais os benefcios que sente ao tomar o medicamento?
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
d). Sente alguma coisa desagradvel com esse medicamento?
Sim
No
Se a resposta for SIM, quais so esses sintomas?
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
e). Onde faz a consulta e recebe a receita?
No posto do PSF prximo a minha casa
Em consultrio particular
No fao consulta, peo uma receita mdica.
No hospital
f). Tem acompanhamento mdico regular?
Sim
No
g). Onde consegue o medicamento?
Na farmcia pblica
Na farmcia privada
Na vizinhana
h). Que informao o mdico lhe forneceu ou j lhe forneceu do
medicamento / o que voc sabe sobre ele?
__________________________________________________________________________________________________________________________________.
i). J interrompeu o tratamento deixando de tom-lo?
Sim
No
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Se voc respondeu SIM, por qu?
__________________________________________________________________
________________________________________________________________.
E por quanto tempo? ______________________________________________
j). Na sua opinio, o que precisaria para deixar de tomar Diazepam?
__________________________________________________________________
________________________________________________________________.
k). O que significa para voc esses medicamentos?
__________________________________________________________________
_________________________________________________________________.
03. INFORMAES DA PRESCRIO
a). Concentrao do medicamento 5 mg 10 mg
b). Posologia: Nmero de comprimidos/dia: _____________________________.
c). Nmero de caixas prescritas: ______________________________________.
d). Especialidades mdicas: _________________________________________.