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AmAzôniA - assets.wwf.org.brassets.wwf.org.br/downloads/catalogo_produtos_sutentaveis.pdf · USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS As mulheres se organizam para coletar o material em grupo

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AmAzôniA

A Amazônia é a maior floresta tropical do planeta. Ocupa uma área de 650 milhões de hectares, distribuída pelos territórios de Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela.

A floresta abriga uma das maiores varieda-des de fauna e flora do mundo. Porém, toda essa riqueza está ameaçada por queima-das, obras de infra-estrutura, agricultura e pecuária extensivas, mineração e extração ilegal de madeira, dentre outros fatores.

Mais de 20 milhões de brasileiros vivem na Amazônia. Muitos deles dependem diretamente dos recursos da floresta para sobreviver. Para o WWF-Brasil, o manejo de recursos florestais é um dos caminhos para alcançar o desenvolvimento sustentá-vel na região.

Sabemos que é necessário reduzir drastica-mente o desmatamento por meio de projetos de desenvolvimento sustentável, que além

de contribuir para a manutenção da biodi-versidade, promovem a inclusão social de milhares de famílias. Na região, o WWF-Brasil atua nos blocos de conservação Acre-Purus, Itenez-Mamoré, Juruena-Apuí, Terra do Meio, Tumucumaque e Rio Negro.

Em 2006, o WWF-Brasil criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável (PADS). As estratégias do Programa se baseiam na utilização responsável dos re-cursos naturais, em sintonia com a criação e implementação de áreas protegidas de uso sustentável, como reservas extrativis-tas e florestas nacionais e estaduais, além de territórios indígenas. A maior parte dos projetos é viabilizada por parcerias com organizações locais.

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Um dos mais valiosos patrimônios naturais do Brasil, o Pantanal é a maior área úmida con-tinental do planeta, com quase 160 mil km2 de terras inundáveis. Este paraíso abriga 122 espécies de mamíferos, 263 de peixes, 93 de répteis, 656 de aves e 1.647 de plantas.

Inserido na bacia hidrográfica do rio Pa-raguai, ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e se estende até a Bolívia e o Paraguai. Ao todo, esta bacia abrange uma área de 624.320 km2, sendo aproximadamente 62% no Brasil, 20% na Bolívia e 18% no Paraguai. A re-gião, onde vivem aproximadamente três milhões de pessoas, possui recursos hidro-lógicos importantes para o abastecimento das cidades.

O WWF-Brasil atua na bacia desde 1999, através do Programa Pantanal para Sem-pre, com uma visão de longo prazo, pro-pondo soluções que conservem os recursos naturais, promovam o desenvolvimento sustentável e beneficiem a população.

Estimular a criação de reservas particulares em toda a bacia hidrográfica, proteger os recursos hídricos e a biodiversidade, apoiar iniciativas econômicas ecologicamente corretas e promover o uso racional dos recursos naturais renováveis e a educação ambiental são algumas das ações da orga-nização para a região.

Neste catálogo, o WWF-Brasil apresenta o resultado de iniciativas de seus parcei-ros locais, demonstrando que alternativas produtivas sustentáveis são viáveis, e for-necem opções de produtos que atendem a demanda cada vez mais crescente de con-sumidores preocupados com o meio am-biente. Através de suas atitudes de consu-mo consciente, eles podem gerar mudanças positivas em nosso planeta.

PAntAnAl

USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

As mulheres se organizam para coletar o material em grupo. A produção acontece de forma artesanal, em um galpão que também é usado para estocar

castanha durante a safra.

Com o auxílio de linhas feitas a partir de fibras de carrapicho, elas transformam as fibras do açaí e da bacaba em jogos americanos, luminárias, caminhos de mesa e descansos para panelas. As fibras da bananei-ra, após serem prensadas e secas, viram papel, capas

de agendas, porta-retratos e blocos de anotações.

ARTESANATO EM FIBRA

Árvores como o açaizeiro (Euterpe oleracea) a bacaba (Oenacarpus bacaba) e a bananeira (Musa spp.) são mais conhecidas do público pelo aproveitamento de seus frutos para a alimen-tação. Porém, no Projeto de Assentamento Agroextrativista São Luís do Remanso (Acre), um grupo de mulheres utiliza as fibras dessas espécies para fazer arte e utensílios diversos.

O Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA), entidade parceira do WWF-Brasil, co-meçou a trabalhar com o artesanato na região já nos anos 1980. O objetivo principal do apoio é capacitar as comunidades locais e gerar alternativas de renda que promovam inclusão social e conservação da biodiversidade.

Com a participação do WWF-Brasil, o Grupo de Artesanato de São Luís do Remanso, com-posto por cerca de 20 mulheres, conseguiu apoio para comprar maquinário e equipamentos para produzir o artesanato em fibras e jóias a partir de sementes.

A capacitação das mulheres busca não só repassar técnicas e conhecimentos práticos sobre a atividade produtiva, como também fortalecer a organização do grupo. O trabalho favorece a mobilização em torno de objetivos sociais e políticos e a produção do artesa-nato acontece de forma mais profissional e organizada.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A retirada das fibras das palmeiras se dá de forma sustentável, sem causar impactos ne-gativos às árvores. A produção do artesanato agrega valor à floresta, que passa a ser vista como fonte de riqueza pelas comunidades da região, aumentando substancialmente os incentivos para que ela seja mantida em pé.

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‘‘Hoje a vida já está melhor que antes. Acredito que a

situação vai melhorar mais, já temos treinamento e conse-guimos fazer os produtos‘‘

IMPACTOS SOCIAIS

Com aquisição de maquinário e capacitação técnica das associadas, a produção de artesanato em São Luís do Remanso se valorizou. Gradualmente, as mulheres conseguem incrementar a renda familiar, reduzindo a forte dependência econômica em relação aos maridos, situação comum na região.

Trabalhando na agricultura, a remuneração diária máxima por pessoa é de aproximadamente R$ 15. Considerando a capacidade produtiva de artesanato do grupo, existe o potencial de renda superior a R$ 30 por dia, mais do dobro do que ganham na roça, trabalhando por menos horas e podendo conciliar a atividade com os afazeres domésticos. Mas para esse potencial se realizar plenamente, é preciso que sejam criadas demandas regulares para a produção.

Marineide Antonio da Silva tem 30 anos. Mãe de cinco filhos com idades entre quatro e 13 anos, ela é uma das fundadoras do Grupo de Artesanato de São Luís do Remanso. Enquanto confecciona jogos americanos com fibras de açaí e bacaba, controla de longe as panelas que deixou no fogo, na casa que fica a 300 me-tros do galpão de artesanato.

Com as mãos ocupadas pelo trabalho, ela divi-de os olhares entre o artesanato e os filhos, que brincam no gramado entre as casas do vilarejo. Marineide destaca que o trabalho já vem ren-dendo algum dinheiro que ajuda a completar o orçamento, mas para o grupo se fortalecer e conseguir a adesão de mais mulheres à iniciati-va, é necessário encontrar novos compradores.

Organizações Parceiras: CTA – Centro de Trabalhadores da Amazônia e Grupo de Artesanato de São Luís do Remanso

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

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Usos e informações técnicas

Para fazer o artesanato, os indígenas utilizam os co-cos tucumã (Astrocaryum aculeatum) e inajá (Maxi-miliana maripa), além de algodão, sementes de diver-sas árvores, fibras, palhas e argila. Os produtos finais são anéis, colares, pulseiras, cocares, arcos, flechas,

cintos, redes, brincos e machados, entre outros.

artesanato inDÍGena

A confecção de adornos e utensílios para o dia-a-dia utilizando matérias-primas da floresta é uma tradição de diversos povos indígenas. Na Amazônia, não é diferente. Sementes, cocos, palhas e outros materiais são transformados em arte. Além de gerar objetos que carregam em si cultura, história e beleza, o processo produtivo ajuda a manter tradições, rituais e costumes passados de pai para filho.

No Território Indígena Sete de Setembro(RO), os cerca de 1.200 indígenas da etnia Paiter (também chamada de Suruí) produzem e comercializam uma série de objetos feitos a partir de materiais colhidos na floresta, de forma artesanal.

A Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que trabalha desde 1999 na região, coordena o Projeto de Valorização da Cultura Paiter, criado em 2003. A iniciativa, que conta com o apoio do WWF-Brasil, busca valorizar as tradições culturais e o artesanato do povo Suruí, proporcionando a transmissão de conhecimento entre as gerações. Foram realizadas diversas oficinas com a participação dos Paiter, buscando adaptar a produção às demandas do mercado, sem que fosse alterado o caráter tradicional do processo.

impactos ambientais

O artesanato Paiter colabora para a conservação das florestas existentes dentro dos cerca de 250 mil hectares do Território Indígena Sete de Setembro. A coleta do material acontece de forma sustentável, pois se dá em pequena escala e obedece a rituais que garantem o não-desperdício.

Os indígenas realizam projetos de reflorestamento de áreas degradadas dentro de seu ter-ritório, utilizando espécies florestais que fornecem matéria-prima para a confecção do artesanato. A principal preocupação é manter a floresta em pé para que as novas gerações possam aprender os rituais e o processo de produção.

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Ivaneide Bandeira Cardozo, a Neidinha, é co-ordenadora da Kanindé. Ela participa de todas as atividades da ONG dirigidas aos Paiter. Neidinha destaca que os treinamentos e capacitações para produção e venda do artesanato proporcio-naram um incremento de até 20% na renda das comunidades locais.

Segundo ela, o projeto vai além de fomen-tar a produção e a comercialização do arte-sanato indígena.

‘‘Temos despertado neles o fortalecimento da sua identidade

cultural, bem como o compromisso em manter a floresta em pé. Além disso, o artesanato é uma forma de passar aos não-índios impor-tantes aspectos da história e da cultura dos Paiter

impactos sociais

Os cerca de 1.200 habitantes do Território Indígena Sete de Setembro encontraram no artesanato uma nova fonte de renda. Após investimentos em infra-estrutura e capaci-tação, a produção ganhou valor e competitividade, encontrando aceitação inclusive no mercado externo.

Atualmente, cada clã Paiter possui uma associação de artesãos, com preços e qualidade padronizados. Além disso, parte da arrecadação é destinada a investimentos em melhorias na produção e comercialização e o lucro é dividido entre as famílias dos artesãos. Embora o aumento na renda já seja uma realidade, o artesanato Paiter precisa de demandas regu-lares para garantir a sustentabilidade econômica da atividade.

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Organizações Parceiras: Kanindé – Associação Etnoambiental, Amigos da Terra, ACT Brasil e Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

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USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

A indústria JBS comercializa carne bovina orgânica, por meio da linha de produtos denominada “Organic Beef”. São apresentadas 15 opções de cortes in natura em-balados a vácuo (contrafilé, filé-mignon, ponta de con-trafilé, lagarto, coxão duro, coxão mole, patinho, alcatra, picanha, maminha, fraldinha, capa de contrafilé, mús-culo, costela com osso e em tiras e cupim) e 1 conge-lado (hambúrguer de 56 gramas, considerado padrão, e o de 120 gramas, que pode ser preparado na grelha).

Carne Bovina orgâniCa

A carne bovina orgânica certificada é produzida a partir de um sistema produtivo ambi-entalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Esse sistema produtivo passa por auditoria e certificação, garantindo uma carne produzida com preocupação socioambiental e isenta de resíduos químicos.

Ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a certeza de que está levando para casa um alimento produzido da maneira mais natural possível. Os animais são vacinados, tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, e alimentados em pastos sem agrotóxicos. O processo de produção garante o consumo de um alimento seguro e saudável.

O WWF-Brasil apóia a estruturação da cadeia produtiva da carne bovina orgânica desde 2003, por meio de parcerias com a Associação Brasileira de Produtores de Ani-mais Orgânicos (Aspranor), no estado do Mato Grosso, e com a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), no Mato Grosso do Sul, pois acredita que a Pecuária Orgânica Certificada pode contribuir para a sustentabilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Pantanal como um todo e tornar-se um modelo de produção sustentável e responsável.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado, seguindo normas rígidas de certificação orgânica, que determinam um sistema de produção ambientalmente correto. Essas normas exigem que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas nas beiras dos rios. Além disso, a certificação exige a proteção de nascentes e de corpos d`água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens, e por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados na unidade produtiva.

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Nas fazendas de pecuária orgânica certificada no Pantanal, bois e vacas são criados livremente entre animais silvestres e dividem com eles as pastagens naturais e a água limpa de rios e lagoas. Assim é o paraíso orgânico do Pantanal.

Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO ‘‘

IMPACTOS SOCIAIS

No sistema de certificação orgânica a empresa certificadora exige e audita o cumprimento da legislação trabalhista (CLT) e a proibição de trabalho infantil e escravo. As fazen-das orgânicas certificadas que possuírem mais de 10 funcionários devem ter sua própria política de justiça social. Nas fazendas associadas à Aspranor e à ABPO, os funcionários são capacitados e valorizados, tendo acesso a condições de trabalho e de vida dignas.

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Somos uma classe de produtores diferenciados. Além da busca da eficiência administrativa e empresarial, entendemos que devemos ter eficiência social e ambiental, buscando sempre a sustentabilidade de

nossa produção e contribuindo para a preservação do planeta.

Henrique Balbino, presidente da Aspranor ‘‘‘‘

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Aspranor Rua São Paulo, 603 W. Parque das

Nações Tangará da Serra - MT

78300-000

Fone: (65) 3326 3059

ABPO Rua Carlos Hugney, 169, Jardim dos

Estados, Campo Grande - MS

79230-002

Fone: (67) 3383 3223

USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

A castanha-do-Brasil tem elevados percentuais de calo-rias e é uma importante fonte de proteínas para morado-res da floresta. É amplamente consumida em todas as regiões do Brasil, bem como em outros países. Também é utilizada como ingrediente para o preparo de bolos,

pães, biscoitos, óleos, mingau e leite de castanha.

CASTANHA-DO-BRASIL

A castanha-do-Brasil é uma das principais fontes de renda das famílias extrativistas no sudoeste da Amazônia. Também representa um importante componente na dieta alimentar de toda a região amazônica.

A castanheira (Bertholletia excelsa) é encontrada em florestas no Brasil, Peru e Bolívia, podendo atingir aproximadamente 1.000 anos de idade. As flores são polinizadas por abelhas. Um ouriço (fruto arredondado de casca dura), que contém entre 15 e 24 castanhas, leva cerca de 15 meses para se desenvolver e cair no solo, sendo recolhido por extrativistas ou por animais como a cutia, que se alimenta das castanhas ou as enterra, realizando a dispersão das sementes.

Cerca de 3.000 famílias, nos blocos de conservação Acre-Purus (AC) e Itenez-Mamoré (RO) participam do manejo da castanha. O WWF-Brasil apóia a atividade desde 2001, com ações de capacitação. Centenas de produtores foram treinados em melhores práticas de coleta, transporte, armazenagem, secagem e manuseio da castanha-do-Brasil, de modo a agregar valor à produção. As certificações orgânica e de comércio justo estão entre as metas a serem alcançadas pelas comunidades.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A coleta da castanha-do-Brasil não agride o meio ambiente. Os ouriços são apanhados e abertos depois de caírem no chão. O manejo acontece em cerca de 3 milhões de hectares ao longo das bacias dos rios Purus e Madeira, contribuindo para a manutenção da flores-ta em pé. Parte dessa área está localizada no interior de reservas extrativistas, territórios indígenas e projetos de assentamento agroextrativistas.

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Celso Custódio da Silva, presidente da Associação de Produtores Extrativistas da Comunidade de Porongaba, afirma que antes do apoio do WWF-Brasil e instituições parceiras, uma lata com 10 quilos do produto era vendida por R$ 2. Atualmen-te, o preço pago aos produtores da região é de aproximadamente R$ 10 por lata.

IMPACTOS SOCIAIS

Com a capacitação em boas práticas e a organização em associações, os produtores vêm conseguindo agregar significativo valor à castanha-do-Brasil. Anteriormente, sem o domínio de técnicas que melhoram a qualidade e garantem o máximo aproveitamento do produto e sem articulação para prospectar mercados, os extrativistas vendiam o produto para atravessadores a preços baixíssimos. Após os projetos e apoios do WWF-Brasil e outras organizações, a valorização do preço pago ao produtor foi de até 500%.

A Cooperacre, principal parceira do WWF-Brasil nas iniciativas de manejo do produto, obteve a concessão do uso de duas usinas de processamento da castanha-do-Brasil, locali-zadas nos municípios acreanos de Xapuri e Brasiléia. Por meio da cooperativa, composta por 19 associações comunitárias, o extrativista vem conseguindo participar de todas as fases da cadeia produtiva, desde a coleta até a venda da castanha descascada, processada e embalada, aumentando significativamente a renda familiar.

Organizações Parceiras: Acre: Cooperacre – Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (congrega 19 associações comunitárias no estado)Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Rondônia: Associação Jupaú, Associação Pandereehj

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

‘‘Vendíamos nossa produção por preços muito baixos.

Agora nossas castanhas têm uma melhor qualidade e ga-nhamos mais dinheiro. Recentemente consegui, pela primeira vez na vida, comprar uma geladeira

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USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Peles de peixes (pacu, piranha, piavuçu e tilápia) dão origem a agendas, cadernetas, porta-moedas, chaveiros, mantas, roupas, bolsas, sandálias, cin-tos, brincos e outros acessórios. As peles são sub-metidas a limpeza e curtimento, para transformação em couro e posterior tingimento, engraxe, pré-aca-

bamento e acabamento final da peça.

ARTESANATO EM COURO DE PEIXE

A pesca é considerada uma importante atividade no Pantanal, uma prática tradicional rea-lizada por muitas comunidades.

A partir de oficinas para aproveitamento e reciclagem, mulheres de pescadores e pesca-dores do Pantanal passaram a aproveitar a pele de peixe, antes descartada, na produção de artesanato.

A oportunidade de exercer uma atividade que está inserida no universo social e ambiental das comunidades e com potencial de geração de renda, fortalece as mulheres.

Organizadas em associações a partir de 2003, recebem o apoio de diversas instituições para cursos em diferentes áreas de produção (curtimento, corte, costura e bordado) e treinamento em técnicas para melhorar a qualidade e o design do artesanato em couro de peixe.

As associações Amor-Peixe, em Corumbá, Art-Peixe, em Miranda, e Ar-Peixe, em Co-xim, no estado do Mato Grosso do Sul, também são incentivadas a participar em feiras e exposições nacionais a fim de divulgar e vender seus produtos.

IMPACTOS AMBIENTAIS

As peles utilizadas na confecção do artesanato são compradas em pisciculturas da região de Dourados (MS), evitando-se que sejam jogadas nos lixões e que haja sobrepesca nos rios pantaneiros.

A produção das peças é artesanal e as associações buscam utilizar processos naturais na pro-dução. O curtimento das peles é feito com extratos vegetais, como óleo de coco e mocotó, ou tanino vegetal e as associações aplicam corantes naturais.

A Educação Ambiental é um dos caminhos para promover a qualidade de vida e a consci-ência comunitária. Por isso, o WWF-Brasil apóia as associações na busca de alternativas de geração de renda que harmonizem produção e conservação do meio ambiente.

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IMPACTOS SOCIAIS

O envolvimento nas associações de produção de artesanato em couro de peixe fortalece a auto-estima das mulheres, que antes ficavam em casa e cumpriam apenas os papéis de mãe e esposa. A participação nas atividades produtivas abre novas perspectivas de desen-volvimento pessoal e de conquistas profissionais e econômicas.

Os resultados se ampliam para a comunidade com a realização de atividades socioeduca-tivas que promovem a alfabetização de pescadores, refletindo a importância da inclusão social de mulheres e homens do Pantanal que encontram na pesca e na produção de arte-sanato o seu meio de vida.

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Amor-Peixe

Rua Dom Aquino, 405

79303-060 - Corumbá - MS

Fone: 67 3232 2325

E-mail: [email protected]

Ar-PeixeRua Evaristo Camposano, 10

79400-000 - Coxim - MS

Fone: 67 3291 3984

E-mail: [email protected]

Art-PeixeAvenida Costa Marque, 678

79380-000 - Miranda - MS

Fone: 67 3242 1735

E-mail: [email protected]

No começo, sentia a resistência da família em relação a esse trabalho. Aos poucos foram percebendo a importância e dando mais apoio. Estamos obtendo renda com mais regularidade. Minha expec-

tativa é que as encomendas e os ganhos aumentem

Maria Auxiliadora Echeverria Fernandes, Associação Amor-Peixe, Corumbá, MS

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USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

O couro vegetal tem sido utilizado desde 1999, com bons resultados, na confecção de bolsas, pastas, sacolas, bonés, roupas, sapatos e brindes corporativos como porta-níqueis, estojos, capas de agendas e cadernetas. O material tem resistência, leveza e impermeabilidade, substituindo de forma

ambientalmente adequada o couro animal.

Avanços científicos e tecnológicos têm pos-sibilitado novas formas de aplicação do látex retirado das seringueiras nativas, como na produção de preservativos masculinos, luvas

cirúrgicas e folha defumada líquida (FDL).

COURO VEGETAL

A borracha é considerada um produto-símbolo para a conservação da floresta amazônica. Representa não apenas a mais tradicional fonte de renda da região, mas também a resistência ao desmatamento, simbolizada pela luta de Chico Mendes, seringueiro que morreu em defesa da Amazônia e dos povos da floresta.

O couro vegetal é um tecido com consistência emborrachada, feito a partir de telas de algodão banhadas com o látex extraído da seringueira (Hevea brasiliensis). Depois de um processo artesanal de defumação, o tecido ganha textura, durabilidade, coloração e propriedades similares às do couro, além de poder ser tingido em diferentes cores.

O WWF-Brasil apóia desde 1999 a Associação dos Produtores de Artesanato e Serin-ga (Apas), sediada na cidade de Boca do Acre (Amazonas), que congrega seringueiros e artesãos da região do Médio Rio Purus, envolvidos na produção do couro vegetal.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A fabricação do couro vegetal apoiada pelo WWF-Brasil obedece a rigorosos critérios ambientais, contribuindo para a conservação de aproximadamente 200 mil hectares de florestas nativas ao longo da bacia do Rio Purus. A coleta do látex é um dos mais sus-tentáveis processos extrativistas da Amazônia, por não provocar danos à floresta. As co-munidades envolvidas com a produção do couro vegetal desenvolveram, com apoio do WWF-Brasil, planos de manejo para as áreas trabalhadas.

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Sebastião Silva da Costa, 35 anos, é filho de seringueiro e aprendeu já na infância a ativida-de do pai. Com o talento semelhante ao de um artista que pinta um quadro, ele banha de látex e defuma a tela de algodão com extremo cuida-do e habilidade. O processo é repetido por seis vezes, durante cerca de 45 minutos. Depois, ele mesmo dá o acabamento.

Bastião, como é chamado pelos amigos, não leva uma vida fácil: já foi picado duas vezes por co-bras, e já perdeu a conta de quantas vezes apa-nhou malária. Ele tem cinco filhos, e prefere fazer lâminas de couro vegetal a outras atividades.

‘‘Quando não há pedidos de couro vegetal, tenho que

trabalhar para madeireiro, derrubando a floresta. Não gosto. Faço obrigado, pois tenho que dar comida para os filhos

IMPACTOS SOCIAIS

A produção do couro vegetal promove a inclusão social, aumentando a renda em dezenas de comunidades locais. Uma importante conseqüência é a fixação das famílias na floresta, evitando o aumento das estatísticas de pobreza e desemprego nos centros urbanos. Além disso, o couro vegetal é mais rentável do que as formas tradicionais de venda da borracha.

Cerca de 200 famílias de seringueiros foram capacitadas a fazer o produto. A demanda atual, considerada baixa, é atendida por cerca de 45 trabalhadores, entre seringueiros, produtores e costureiras. A microempresa Seringueira, instalada no município de Boca do Acre e apoiada pelo WWF-Brasil, conta com capacidade técnica e operacional para atender novas demandas do mercado de brindes corporativos em couro vegetal.

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Organizações Parceiras: Apas – Associação dos Produtores de Artesanato e Seringa, Seringueira e CVA-Couro Vegetal da Amazônia

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

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USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

O óleo de copaíba tem propriedades cicatrizantes, antiinflamatórias e tonificantes. É utilizado contra asma, gripe, úlceras, verminose, inflamações na pele e na garganta, sinusite, infecções das vias respiratórias e insônia, dentre outras aplicações. Moradores da floresta também utilizam o produto em casos de picadas de cobra e para cicatrização de feridas. O óleo também é matéria-prima para a fabricação de sabonetes, xampus,

cremes e fixadores de essências para perfumes.

ÓLEO DE COPAÍBA

O WWF-Brasil considera a copaíba um importante produto para a conservação da Amazônia, uma vez que a extração do óleo, quando feita de forma planejada, seguindo técnicas de manejo, se dá de maneira sustentável e a árvore permanece saudável após o processo.

A copaibeira (Copaifera spp.) chega a ultrapassar os 25 metros de altura. O óleo se distribui em pequenas bolsas no interior da árvore. A extração é feita após a abertura de um furo de reduzido diâmetro no tronco. Após o término da coleta a árvore descansa por aproximadamente três anos.

O WWF-Brasil apóia desde 2001 o manejo, a extração, o armazenamento, o transporte e a comercialização da copaíba na região do Alto Rio Purus (Acre), nos territórios indígenas Uru-eu-wau-wau e Igarapé Lourdes (Rondônia) e no Município de Silves (Amazonas).

IMPACTOS AMBIENTAIS

O manejo da copaíba apoiado pelo WWF-Brasil obedece a critérios de sustentabilidade ambiental e social, elaborados em conjunto por técnicos e pelas comunidades. Mais de 2 milhões de hectares de florestas nativas são conservadas em decorrência da atividade, principalmente nas bacias dos rios Purus e Madeira.

A coleta do óleo é feita por meio de técnicas de manejo que buscam manter a integrida-de dos ecossistemas nas áreas manejadas. O fruto da copaibeira serve de alimento para diversos animais da floresta, fazendo com que a manutenção das árvores em condições saudáveis também beneficie a fauna local.

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IMPACTOS SOCIAIS

Mais de 300 famílias são beneficiadas pelo manejo do óleo de copaíba apoiado pelo WWF-Brasil. O produto tem um grande potencial gerador de renda, pois não é perecível e conta com alto valor agregado. É um importante fator de inclusão social na Amazônia, contribuindo para a fixação das comunidades extrativistas na floresta.

Com algumas vendas pontuais e não-regulares, muitas famílias já obtiveram melhora na renda, construindo ou reformando casas, alimentando-se de forma mais adequada ou com-prando equipamentos e utensílios domésticos. O WWF-Brasil apóia a estruturação da cadeia produtiva e a prospecção de mercados, na busca de demandas regulares para o produto.

O indígena Erowaque Uru-eu-wau-wau tem 27 anos e mora na aldeia do Alto Jamari. Ele tem três filhos e começou a se dedicar à coleta e produção do óleo de copaíba em 2005. Na comunidade dele, o WWF-Brasil apoiou a construção da casa de copaíba, para armazenar e processar o produto, e a compra de equipamentos para filtrar, decantar e embalar o óleo.

Da copaíba, Erowaque obteve renda para adquirir material de construção e fez uma nova casa, maior, mais confortável e mais limpa que a anterior, que era feita de palha.

‘‘Nossa vida está melhorando muito. Com a venda do óleo

de copaíba, consigo guardar dinheiro para comprar muita coisa que precisamos‘‘

Organizações Parceiras: Acre: Amarca – Associação dos Moradores do Projeto de Assentamento Agro-extrativista São Luís do Remanso, Amopreb – Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Brasiléia, Amorex – Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Chico Mendes em Xapuri, Ampaesq – Associação dos Moradores do Projeto de Assenta-mento Agroextrativista Santa Quitéria, Funtac – Fundação Tecnológica do Acre Amazonas: Avive – Associação Vida Verde da Amazônia Rondônia: Kanindé – Associação Etno-ambiental, Associação Jupaú, Associação Pandereehj.

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

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ÓLEOS E ESSÊNCIAS VEGETAIS

A Amazônia abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, com milhares de espécies de plantas que guardam em suas folhas, frutos, flores, caules e raízes incontáveis propriedades medicinais, cosméticas e aromáticas, muitas delas ainda desconhecidas pela humanidade.

Árvores como andirobeira (Carapa guianensis Aubl.), breieiro (Protium spp.)copaibeira (Copaifera spp.), cumaruzeiro (Dipterys odorata) e puxurizeiro (Licaria puchury major) são alguns exemplos de espécies que têm um significativo valor medicinal e cinetífico.

Desde 1999, o WWF-Brasil apóia a Associação Vida Verde da Amazônia (Avive), uma entidade sem fins lucrativos instalada no Município de Silves, composta por mulheres que decidiram transformar ativos da biodiversidade em fonte de renda e instrumento para a conservação da floresta.

Cerca de 175 famílias fazem parte do projeto, envolvendo extrativistas que coletam a maté-ria-prima para os produtos, destiladores que trabalham o material bruto, auxiliares na área administrativa e as mulheres responsáveis pela produção, que são as sócias da Avive.

USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICASIMPACTOS SOCIAIS

A partir de sementes, resinas, frutos e essências, a Avive produz óleos aromáticos e medicinais, velas, sabonetes, incensos e sachês, dentre outros itens. Os produtos são naturais e artesanais, manufaturados em um processo

marcado pela sustentabilidade ambiental e social.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A coleta da matéria-prima para os produtos da Avive acontece no entorno do Município de Silves, beneficiando dezenas de famílias extrativistas. A mão-de-obra foi capacitada para realizar o manejo das espécies, praticando a extração em apenas algumas das árvores, respeitando o tempo necessário de recuperação.

Nas áreas de coleta, localizadas em 15 comunidades, apenas adubos orgânicos são utilizados e o emprego de pesticidas não é permitido na agricultura. A destilação e a produção são artesanais, sem o uso de substâncias nocivas ao meio ambiente. A valorização das florestas da região, proporcionada pela demanda por produtos florestais não-madeireiros da Avive, desempenha um importante papel na conservação dos ecossistemas locais.

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‘‘Já temos uma casinha, máquina de costura, cômoda, ferro elétrico,

ventilador e liquidificador. Antes, as mulheres tinham que ficar pedindo dinheiro para os maridos. Hoje, são eles que pedem para nós‘‘

IMPACTOS SOCIAIS

A Avive pratica os princípios do comércio justo, remunerando extrativistas, colaboradores e produtoras com valores acima dos praticados no mercado local. Após o estabelecimento da associação, a renda das famílias envolvidas cresceu, em média, 28,5%, demonstrando importantes resultados na promoção de inclusão social.

Dezenas de mulheres, que se dedicavam exclusivamente a afazeres domésticos e dependiam inteiramente da renda dos maridos, hoje ganham o próprio dinheiro, conquistando independência e dignidade.

Anete de Souza Canto, 49 anos, é uma das sócias-fundadoras da Avive. Antes de entrar no projeto, ela passava o dia trabalhando na roça e cuidando da casa. Com cinco filhos e uma neta para criar e contando apenas com uma pequena renda obtida pelo marido, as dificuldades eram muitas.

Atualmente, com os ganhos obtidos da venda dos produtos da Avive, ela paga todas as contas da casa e ainda consegue poupar. A qualidade de vida melhorou, assim como a auto-estima.

Organizações Parceiras: Avive – Associação Vida Verde da Amazônia, Care, Copronat – Cooperativa de Produtos Naturais da Amazônia, DFID – Department for International Development, GTZ – Cooperação Técnica Alemã, KfW Entwicklungsbank, PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Banco Mundial e Precious Woods.

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

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USOS E INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Tradicionalmente capturado com um arpão, o pira-rucu tem características favoráveis ao manejo comu-nitário: o peixe, que é sedentário e desova em lagos de várzea, sobe à superfície regularmente para obter o oxigênio necessário à respiração, o que facilita a

contagem e também a captura.

A principal destinação do pirarucu é a culinária. As esca-mas, de coloração cinza com detalhes avermelhados, são utilizadas para a produção de colares, brincos e pulseiras. Atualmente, dois dos principais desafios dos projetos são prospectar mercados para que as comunidades comer-cializem a manta (carne) e o artesanato e obter a certifi-

cação do manejo para agregar valor aos produtos.

PIRARUCU MANEJADO

O pirarucu (Arapaima gigas) é uma das maiores espécies de peixe de água doce do mundo, com uma carne apreciada em várias regiões do Brasil. Tem elevado valor comercial e representa importante fonte de renda e de proteínas para as populações amazônicas.

O WWF-Brasil apóia grupos de pescadores na Amazônia na elaboração de sistemas de manejo do pirarucu, por intermédio do Projeto Várzea (Pará), desde 1994, e do Projeto Alto Purus (Acre), desde 2003. As iniciativas capacitam pescadores a contar o peixe e a avaliar se existem quantidades e condições adequadas para a sustentabilidade da espécie.

Com apoio técnico, as comunidades constroem planos que disciplinam ou temporaria-mente proíbem a captura do pirarucu, de modo a garantir a reposição dos estoques e a viabilidade da pesca no longo prazo.

IMPACTOS AMBIENTAIS

A importância comercial do pirarucu estimula o interesse pela captura, provocando a sobrepesca em diversas regiões. Os projetos de manejo apoiados pelo WWF-Brasil contribuem para a conservação dos ecossistemas aquáticos em áreas de 5.000 hectares no Pará e 20 hectares no Acre.

O pirarucu é um importante indicador de conservação da biodiversidade. Se a pesca é re-alizada de forma predatória ou a vegetação ao redor do lago está degradada, o peixe tende a abandonar o ambiente. O manejo adequado cria as condições para que a espécie fique no lago, fazendo com que os benefícios sejam usufruídos pelas famílias que habitam as áreas manejadas.

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Geraldo Bispo, 61 anos, é pescador no Lago Santo Antônio, município de Manoel Urbano (AC). Ele tem nove filhos e participa ativamente do manejo do pirarucu promovido pelo Projeto Alto Purus. Em 2004, a comunidade decidiu proibir a captura do peixe, que estava desaparecendo.

Apenas três anos depois da proibição, foram contados 187 pirarucus, comprovando o su-cesso do manejo. Com o resultado positivo, os pescadores obtiveram em 2007 autorização do IBAMA para a pesca de cerca de uma tonelada da espécie, que foi utilizada para alimentação da comunidade e venda na região, ocasionando um aumento na renda das famílias locais.

‘‘Valeu a pena ter esperado por três anos. Se continuarmos com o

manejo, meus filhos e netos vão continuar podendo comer pirarucu

IMPACTOS SOCIAIS

O sistema de manejo reforça a capacidade organizacional da comunidade, pois os resultados dependem da capacidade de trabalho coletivo dos membros da equipe. Além de se alimentarem de uma quantidade maior de peixes, as famílias participantes obtêm um excedente para comercialização.

A renda gerada pela venda do peixe é divida entre os participantes e uma parcela é des-tinada para um fundo comunitário ou para a colônia de pescadores. O sistema participa-tivo proporciona aumento de renda e distribuição justa dos lucros.

‘‘

Organizações Parceiras: IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, APPMS - Associação de Pescadores e Piscicultores do Município de Santarém, Governo do Estado do Acre (Secretaria de Extensão Agro-florestal e Produção Familiar) e Colônia de Pescadores Z-5 de Manoel Urbano.

Para obter mais informações, tirar dúvidas e encaminhar pe-didos de compras, entre em contato com o WWF-Brasil:

[email protected] Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do WWF-Brasil

(Escritório no Acre): (68) 3244-1705

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WWF- Brasil

SHIS EQ QL 6/8, conj.ELago Sul, 71620-430

Brasília, DFFone: (61) 3364-7400Fax: (61) 3364-7474

[email protected]

O WWF-Brasil é uma organização não-governamental brasileira dedicada à conservação da natureza com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.

O WWF-Brasil, criado em 1996 e sediado em Brasília, desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.

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