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1 A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe Média The Little Big Decade: Crisis, Scenarios and the New Middle Class Centro de Políticas Sociais Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV) Coordenador: Marcelo Cortes Neri Apoio:

A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

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A Pequena Grande Década:

Crise, Cenários e a Nova Classe Média

The Little Big Decade: Crisis, Scenarios

and the New Middle Class

Centro de Políticas Sociais Fundação Getulio Vargas

(CPS/FGV)

Coordenador: Marcelo Cortes Neri

Apoio:

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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles

emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Fundação Getulio Vargas.

A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe Média / Marcelo Côrtes

Neri (Coord.). - Rio de Janeiro: FGV, CPS, 2010.

[131] p.

1. . Desigualdade 2. Classes Econômicas 3. Nova Classe Média 4. Mobilidade Social 5. Crise internacional I. Neri, M.C

© Marcelo Neri 2010

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Centro de Políticas Sociais

Fundação Getulio Vargas

Coordenação:

Marcelo Cortes Neri

[email protected]

Equipe do CPS:

Luisa Carvalhaes Coutinho de Melo

Samanta dos Reis Sacramento Monte

André Luiz Neri

Lucas Moreira

Ana Lucia Salomão Calçada

Celine Blotta

Marlus Pires

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ÍNDICE

I. VERSÃO EM PORTUGUÊS

1. PÓS ESCRITO – ARTIGO “DEPOIS DA CRISE (D.C.)” PUBLICADO NA REVISTA CONJUNTURA ECONÔMICA

2. SUMÁRIO EXECUTIVO

1. Motivação

Parte I: Crônica da Crise e Composição de Classes

2. 2009: Crise e a Revolução 360o

3. Crise e Riscos Individuais

Parte II – Cenários de Crescimento de Classes

4. A Pequena Grande Década

5. Cenários de Consistência

6. O retrovisor e o para-brisas

Parte III– Outros Indicadores Diversos

7. PME em Bases Semanais

8. Geração de Empregos Formais

9. Indicadores Subjetivos

3. TEXTO PRINCIPAL

1. Introdução

2. Deslocamentos de Classes Econômicas

3. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas

4. Outros Indicadores

PME em Bases Semanais

Geração de Empregos Formais

Indicadores Subjetivos

5. Conclusões

6. Bibliografia

ANEXO I: BANCO DE DADOS

ANEXO II: EVOLUÇÃO DAS CLASSES DE RENDA CAPITAIS X PERIFERIAS

ANEXO III: MOBILIDADE SOCIAL

7. Slides

II. MATERIAL IN ENGLISH

1. POST SCRIPTUM – ARTICLE – AFTER THE CRISIS (A.C.)

2. EXECUTIVE SUMMARY

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Pós-escrito

Depois da Crise (D.C.)

Marcelo Cortes Neri

“A crise não foi nem marolinha, nem tsunami mas ressaca tão forte quanto

passageira.”

“2009, ano da crise foi uma parada súbita mas todos indicadores já voltaram a

crescer ao ritmo pré-crise 2003 a 2008.”

“Completamos um ano depois dos efeitos da instabilidade partirem do bolso do

brasileiro: o Ano I depois da crise (D.C.).”

“Estamos para experimentar a desigualdade mais baixa de nossas séries históricas

que se iniciam no Censo de 1960.”

A nossa pesquisa um retrospecto das principais mudanças dos movimentos no

bolso dos brasileiros durante o período da crise em termos macro (a floresta, ou seja a

sociedade brasileira como um todo), meso (os bosques, isto é setores específicos como

indústria X financeiro, capitais x periferias etc.) e indivíduos (as árvores – leia-se a

mobilidade de cada pessoa). Olhando para os grandes da floresta tupiniquim na crise.

Começamos janeiro de 2009 com forte deterioração de todos os indicadores baseados

em renda per capita seguida de paulatina recuperação de tal sorte que terminamos o ano

num nível similar ao do ano anterior. Este empate com muitos gols acontece para uma

vasta gama de indicadores: média (-0,3%) e desigualdade de renda (0%), participação

das classes AB (2%), C (-0,4%), D (1,4%) e E (-1,5%), este último equivalente a

proporção de pobres. Apesar da restrição da cobertura geográfica e de fontes de renda

dos dados ao trabalho nas seis principais metrópoles brasileiras, a PME (Pesquisa

Mensal do Emprego) é um bom previsor da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostras ao

Domicílio). Esta aderência não se deve apenas por cobrir 80% das rendas PNAD mas

pelo fato da renda de programas sociais e aposentadoria ter acompanhado de perto nos

últimos anos o boom trabalhista. A PME permite a partir de amostras de mais de 100

mil entrevistados a cada mês antecipar em 18 meses a divulgação das estatísticas

pnadianas.

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Inflexão - Volto à análise da conjuntura social, não por falta de assunto mas pela

inflexão observada mas estatísticas já em 2010: ao compararmos fevereiro de 2010 com

fevereiro de 2009 encontramos resultados bastante distintos da comparação entre

dezembro de 2009 e dezembro de 2008, apesar de haver sobreposição de 10 meses nas

séries comparadas. Conforme o gráfico demonstra voltamos ao ritmo de melhora das

séries expressas em termos de crescimento anualizado, similar ao do período pré-crise

compreendido entre dezembro de 2002 e dezembro de 2008. Senão vejamos: a classe E

cai num ritmo um pouco maior agora (-8,7% agora contra -8,2%) assim como a classe D

que cai mais agora (-4,9% contra -2,39%). Olhando mais ao topo da distribuição, a

Classe C sobe a uma velocidade menor agora (2,4% contra 3,8%) mas a classe AB mais

rápido (7,2% contra 4,2%). Ou seja, saímos do marasmo da crise para o ritmo da

pequena grande década ocorrida entre 2003 e 2008. Se colocarmos a comparação entre

janeiro de 2009 e 2010 com 11 meses de sobreposição com as outras duas dezembro de

2008 e 2009 e fevereiro de 2009 e 2010, ela se parece mais com a última. Toda

diferença provém de trocar a passagem entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009

quando a crise chegou com a força de uma ressaca as nossas séries pela de dezembro de

2009 para janeiro de 2010. Neste sentido estamos completando um ano depois dos

efeitos da instabilidade partirem do bolso do brasileiro. Recém-completamos o Ano I

depois da crise (D.C.).

Classes Econômicas, Média e Desigualdade de Renda – Variação Anualizada

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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A crise não foi nem marolinha, nem tsunami mas ressaca tão forte quanto

passageira. Do estouro da crise lá fora em 15 de setembro de 2008 até a chegada nas

séries da PME demorou três meses e meio, defasagem similar ao da chegada da crise

asiática de setembro de 1997 às mesmas séries. A diferença é que o efeito da última

persistiu por cinco anos em nossas séries e o da crise recente começou a ser revertido

um mês depois.

Mas o que explica a melhora recente? A similaridade dos movimentos agregados

da média e da desigualdade dos últimos 12 meses com o anterior são ainda mais

próximas. A renda per capita que sobe 3,9% nos últimos 12 meses contra 3,8% do

período pré-crise. A desconcentração de renda medida pelo índice de Gini varia os

mesmos -1,5% nos dois períodos. O índice de Gini piorou em janeiro de 2009 (+2,5%) e

depois cumpriu à risca o script de empate com variação nula de dezembro 2008 a

dezembro 2009, sofre variação de -1,5% na comparação dos últimos 12 meses em ritmo

idêntico a de -1,5% ao ano do boom anterior, conhecido aqui e alhures como da queda

da desigualdade brasileira.

Como cada medida de desigualdade encerra julgamento de valor específico associado à

função bem estar social da qual ela é derivada, convém checar a robustez dos resultados.

O índice de Theil-T, mais sensível a mudanças ocorridas na cauda inferior da

distribuição de renda, cai 3,2% ao ano entre dezembro de 2002 a dezembro de 2008

enquanto de fevereiro de 2009 e 2010 o mesmo cai 6,2%, indicando aceleração da

queda de desigualdade brasileira. Este ponto merece destaque pois talvez a maior

inovação brasileira na década passada foi a desconcentração da renda. Os dados do

período pós-crise sugerem continuidade desta tendência equalizadora de resultados de

renda.

Educação - A fim de detalhar o papel da evolução da educação neste processo usamos

uma metodologia do tipo Lego que divide (e integra) em pedaços os diversos elementos

clássicos trabalhistas na evolução da média da renda do trabalho da média da população

e dos 20% mais pobres afim de captar os efeitos distributivos. Usamos como referência

o período 2003 a 2008 que é o período de redução da desigualdade brasileira com volta

do crescimento que denominamos em artigo recente publicado neste espaço de pequena

grande década. Usamos a população em idade ativa medida pela Pesquisa Nacional de

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Amostras a Domicílio (PNAD). O primeiro passo é medir quanto mudou a renda média

dos indivíduos: 5,52% ao ano da média contra 9,22% do quintil mais pobre. O segundo

é decompor em pedaços o papel desempenhado por cada ingrediente trabalhista. Nos

dois casos educação desempenha papel central explicando 42,7% do crescimento da

média de renda contra 58,8% nos mais pobres. O restante é explicado por mudanças na

taxa de desemprego (1,02%;1,4%), na taxa de participação no mercado de trabalho

(0,82%; -0,21%), na jornada de trabalho (-0,5%; -0,79%), no retorno da educação

(1,48%; 1,73%) e pela renda de aposentadorias e programas sociais (0,12%; 1,49%). Só

pelo efeito direto emanado pelo aumento da escolaridade a renda média deveria subir

2,23% ao ano e na dos mais pobres a renda do grupo deveria crescer 5,22% ao ano, isto

só pelo efeito educacional.

Complementarmente, a análise da importância da variável anos completos de

estudo sobre a variância de renda não deixa dúvidas. Em 2008, o poder explicativo

líquido só da variável educação é 14,7% maior do que a soma de outros atributos como

gênero, idade, raça, migração e geografia. Em 2001, esta mesma estatística era ainda

maior 48,7% e esta queda indica o papel do aumento da escolaridade sobre a queda de

desigualdade de renda observada no período. Desculpem-me, os céticos mas educação é

fundamental.

Futuro - Agora se educação é fundamental, o que esperar dela no futuro? As séries de

nível e desigualdade de anos de escolaridade plantadas no passado que constituem os

melhores previsores da distribuição de renda disponíveis. Estes dados sugerem colheitas

de resultados trabalhistas mais equânimes no futuro, conforme os gráficos 2 e 3

ilustram:

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Gráfico 2 - Média de Anos Completos de Estudo - População com 25 Anos ou mais

de Idade

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE

Gráfico 3 – Desigualdade (Gini) de Anos Completos de Estudo - População com 25

Anos ou mais de Idade

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PNAD/IBGE

Ainda aos céticos pelo baixo nível da quantidade e da qualidade educacional

brasileira e pela alta desigualdade ainda vigente: o que importa ao crescimento são as

melhoras obtidas. A única vantagem de um país distante das fronteiras de equidade e de

eficiência é a capacidade de progredir, sem dilemas. Estamos para experimentar o nível

mais baixo de desigualdade de nossas séries históricas que se iniciam com o Censo de

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1960. À luz das evidencias internacionais, temos ainda marcada insuficiência

educacional e um excesso de desigualdade, sem dúvida, mas aí justamente reside o

nosso diferencial de capacidade de fazer a vida dos brasileiros melhorar.

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A Pequena Grande Década:

Crise, Cenários e a Nova Classe Média

Sumário Executivo 1. Motivação

Tsunami ou marolinha? Eis a questão que muitos se perguntaram nos últimos 16

meses acerca dos efeitos no Brasil da crise internacional de setembro de 2008. Afinal,

qual foi o impacto da crise no bolso dos brasileiros? Qual é o balanço completo até

dezembro de 2009, dos indicadores sociais baseados em renda? A pobreza e a

desigualdade já se recuperaram da ressaca de janeiro do ano que passou? E a nova

classe média brasileira continuou crescendo, estagnou ou submergiu? E o risco

individual de cair da classe alta já voltou aos padrões pré-crise? Quem perdeu mais com

a crise? Os da indústria, os mais educados ou os da periferia? Finda a tempestade

externa o que o que se pode esperar em 2010? E no horizonte mais longo até 2014,

repetiremos as conquistas sociais do período 2003 a 2008? Estamos diante de uma nova

pequena grande década1?

O presente trabalho é o epílogo de uma série de pesquisas intitulada "crônica de

uma crise anunciada" que monitora os efeitos da turbulência externa através dos

microdados da PME/IBGE para as seis principais regiões metropolitanas brasileiras. O

capítulo inicial que deu origem à série evidenciou que até dezembro de 2008 não havia

sinal de retrocesso em nossas séries sociais. A segunda crônica ilustrou o período crítico

da crise: a ressaca de janeiro de 2009 quando a crise chegou com força, erodindo parte

dos ganhos sociais passados. Estudos posteriores mostraram mais do mesmo até agosto:

tendência a recuperação da maioria dos indicadores sociais. Mas agora findo o

calendário gregoriano de 2009, o ano da crise, onde de fato estamos? E para onde

vamos? Na segunda parte da pesquisa deixamos o retrovisor da história estatística de

lado para nos aventurarmos na bruma do futuro à frente do Brasil e dos brasileiros.

Realizamos cenários de consistência nacionais até 2014 traçados a partir da

PNAD/IBGE. Vamos além das nossas tradicionais projeções de pobreza vinculadas a

primeira meta do milênio, abarcando a composição de classes (E, D, C e AB) e seus

determinantes próximos como o crescimento da média e da desigualdade de renda. 1 Referimos aqui às melhorias de renda do período 2003 a 2008, depois das chamadas décadas perdidas, inspirado pela "A Era da Incerteza" onde o Eric Hobsbawm denomina o período entre a primeira e o final da segunda grande guerra mundial de pequeno século XX.

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Parte I: Crônica da Crise e Composição de Classes

2. 2009: Crise e a Revolução 360o

Findo 2009, a pobreza, a nova classe média e seus determinantes desigualdade e

média de renda se recuperaram da ressaca de janeiro, voltando ao pico pré-crise

Classes Econômicas

A classe ABC estava em dezembro de 2009 no recorde histórico 69,21%, apesar de

seus componentes não estarem individualmente no ápice.

A diferença da classe ABC é ínfima 0,1% frente ao segundo melhor ponto da série,

69,14% de dezembro de 2008.

Dezesseis meses após a chegada da crise, já há uma visão mais clara dos seus

efeitos no bolso dos brasileiros nas seis maiores metrópoles do país. Começamos pela

composição da sociedade brasileira em termos de classes econômicas baseadas em

renda domiciliar per capita do trabalho para aqueles entre 15 e 60 anos de idade. Mesmo

aqueles da classe AB em famílias ganham rendas domiciliares, expressas em termos

totais mais de 4800 reais por mês que tinha perdido mais com a crise (-2,7% só em

janeiro, tendo iniciado sua perda já em setembro de 2008 após atingir o seu ápice

histórico de 15,72% em agosto de 2008), está hoje 2% acima dos níveis de um ano

atrás. Hoje, 15,63% da população estão na classe AB, contra 15,33% em dezembro de

2008. A Classe C imediatamente abaixo da anterior (renda domiciliar total entre R$

1115 e R$ 4808) por sua vez não tinha sido atingida até a ressaca de janeiro de 2009.

Embora a classe C esteja no segundo ponto mais alto das séries mensais com 53,58% da

população em dezembro de 2009 está com saldo negativo de -0,4% em relação a

dezembro de 2008, o seu pico histórico de 53,72%. Curiosamente, a soma das classes

ABC se encontra no maior nível histórico em dezembro de 2009 com 69,21%, apesar de

seus componentes não estarem individualmente no seu ápice. Entretanto, a diferença é

ínfima 0,1% frente ao segundo melhor ponto da série, os 69,14% de dezembro de 2008,

o nosso outro ponto de referência.

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Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54

dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50

dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22

ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84

nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87

fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70

abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32

jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84

set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23

dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

O gráfico a seguir traça a trajetória mês a mês da Classe ABC até chegar ao seu

pico histórico em dezembro de 2009, mas não muito maior que dezembro de 2008.

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Apresentamos no corpo do texto tabelas com médias anuais dos diversos anos.

Preferimos centrar a análise nas tabelas de dezembro por serem indicativos mais

recentes do estado das classes econômicas, assim como para evitar a operação de

“efeitos carry-over” implícitos em médias anuais que tornam obscuras o tempo das

mudanças. O texto principal apresenta também médias dos meses dos diversos anos

cujos padrões são próximos aos apresentados.

Se esta manutenção do status quo da distribuição de renda em dezembro pode

ser considerado um bom resultado em época de crise. Por outro lado, ele esconde uma

parada súbita da melhora prévia dos indicadores: de dezembro de 2003 a dezembro de

2008, a Classe AB cresceu 43,8%, a classe C subiu 25,2%, a conjunção delas - ou seja,

a classe ABC - subiu 28,9%. O gráfico abaixo sintetiza as mudanças observadas de

todas as classes econômicas na comparação entre dezembro de 2009 em relação a

dezembro de 2008 e deste em relação ao início do ciclo expansivo em dezembro de

2003.

Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise

28,9%43,8%

25,2%

‐19,7%

‐41,0%

0,1% 2,0%

‐0,4%

1,4%

‐1,5%

‐55,0%

‐45,0%

‐35,0%

‐25,0%

‐15,0%

‐5,0%

5,0%

15,0%

25,0%

35,0%

45,0%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez03 a dez08 dez08 a dez09

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Pobreza (Classe E)

A pobreza caiu 41% entre dezembro de 2003 e 2008, cai mais 1,5% entre dezembro de

2008 e 2009 quando atinge 17,42% da população.

Olhamos agora para o outro extremo das classes econômicas, a classe E que em

nossa metodologia equivale aos pobres. Função disso, a análise de classe E com renda

domiciliar total até 804 reais equivale à tradicional análise de pobreza. A proporção de

pobres caiu 41% entre dezembro de 2003 e 2008, cai 1,5% na comparação do mesmo

mês do ano anterior com o último ponto em dezembro de 2009, quando a mesma atinge

17,42%. Mais uma vez, o aumento da taxa de pobreza de 6,7% observado na passagem

de 2008 para 2009 foi revertido ao longo de 2009, resultando numa queda de -1,5% que

talvez constitua o melhor resultado positivo neste cenário de pontos quase sempre

equivalentes em dezembro dos dois últimos anos.

Desigualdade

O índice de Gini sai do mínimo histórico em dezembro de 2008 (0,5778), recupera-se

da piora de janeiro de 2009 (sobe 2,5%), voltando em dezembro de 2009 a 0,5779.

As mudanças da estrutura de classes econômicas ocorridas nestes períodos

devem-se às mudanças nos seus determinantes próximos, leia-se média e desigualdade

de renda per capita. Começando pela última, a desigualdade medida pelo índice de Gini

que se encontrava no seu valor mínimo em dezembro de 2008 (0,5778), recupera-se da

deterioração observada em janeiro de 2009 (quando sobe 2,5%), com quedas na direção

contrária atingindo em dezembro de 2009 praticamente o mesmo valor um ano antes

(0,5779). O índice de desigualdade de Theil que é mais sensível às mudanças na cauda

da distribuição mostra movimento um pouco diferente sendo o de dezembro último o

menor nível da série histórica. Todos os indicadores de desigualdade indicam forte

deterioração em janeiro seguida por movimento em direção contrária nos meses

seguintes.

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Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis do Indice de Gini

Per Capita Individual

dez/02 0,6317 0,7457

dez/03 0,6180 0,7322

dez/04 0,6049 0,7161

dez/05 0,5920 0,7059

dez/06 0,5904 0,6998

dez/07 0,5836 0,6897

ago/08 0,5843 0,6867

set/08 0,5848 0,6853

out/08 0,5808 0,6804

nov/08 0,5824 0,6837

dez/08 0,5778 0,6823

jan/09 0,5922 0,6979

fev/09 0,5878 0,6927

mar/09 0,5870 0,6916

abr/09 0,5907 0,6922mai/09 0,5843 0,6879

jun/09 0,5830 0,6845

jul/09 0,5815 0,6838

ago/09 0,5834 0,6847

set/09 0,5863 0,6880

out/09 0,5859 0,6878

nov/09 0,5838 0,6852

dez/09 0,5779 0,6796

Variações do Indice de GiniPer Capita Individual

dez03 a dez08 -6,50% -6,81%

dez08 a dez09 0,01% -0,39%

Pós Criseset08 a dez08 -1,2% -0,4%

dez08 a jan09 2,5% 2,3%

jan09 a set09 -1,0% -1,4%

out09 a dez09 -1,4% -1,2% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Renda Média

Entre 2008 e 2009 queda de -0,4% na renda média, mais uma vez próxima da

constância, uma parada súbita dos avanços anteriores, mas não retrocessos.

O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como

aquela advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de

maneira excepcional. O conceito de renda efetiva, também pesquisado pela PME,

apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos

ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos2. Optamos

ao longo deste trabalho por trabalhar com o conceito habitual de renda, pois elimina

flutuações erráticas que viesam para cima as medidas de mobilidade a serem discutidas

mais a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado pela PNAD

permitindo comparabilidade direta dos resultados com a principal base de dados do

sistema de pesquisas domiciliares brasileiras.

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

2 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adéqua as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.

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Em termos de variação, a taxa de crescimento acumulada no período de

Dezembro de 2003 a Dezembro de 2009 de renda per capita, portanto já descontando o

crescimento populacional, é de 36,3%, ou seja, 5,3% ao ano. Se isolarmos em dois

momentos distintos, sendo o primeiro até dezembro de 2008, observamos que a taxa

acumulada de crescimento da renda é pouco superior (36,8%). Ou seja, entre dezembro

de 2008 e dezembro de 2009, observamos uma ligeira redução de -0,4%, mais uma vez

próxima da constância no último ano, configurando uma parada súbita dos avanços

anteriores, mas não retrocessos.

Variação da Renda Domiciliar Per Capita Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Resumo da Ópera

Observamos em todas séries sociais mais do mesmo: um empate com muitos gols ao

longo de 2009, com fortes perdas em janeiro e recuperação já desde fevereiro.

Observamos em todas as séries mais do mesmo: um empate com muitos gols ao longo

de 2009, com fortes perdas em janeiro e recuperação já desde fevereiro. O resultado e

que dezembro de 2009 e dezembro de 2008 independentemente da operação de efeitos

sazonais são o picos das séries, como cristas de ondas.

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Evolução Meso: Capitais versus Periferias

Há convergência espacial, o crescimento da classe ABC foi 33,9% nas periferias

contra 25,8% das capitais durante os últimos seis anos.

A manutenção do tamanho agregado da classe ABC na crise esconde progressão de

1,08% na periferia e regressão de 0,55% nas capitais.

As diversas series acima discutidas monitoram os movimentos macro das series

sociais passamos agora a análise dos movimentos meso das series, acompanhando as

flutuações de sub-grupos específicos. Na seção seguinte vamos para os movimentos

micro que acompanha as trajetórias dos mesmos indivíduos ao longo do tempo.

Discutimos, a seguir, a evolução das capitais e periferias metropolitanas. Apesar dos

maiores níveis de renda apresentados pelas primeiras (791 reais contra 495 reais nas

periferias), quando consideramos os últimos seis anos há marcada redução das

diferenças das classes ABC entre os dois tipos de áreas. O crescimento da classe ABC

foi 33,9% nas periferias contra 25,8% ao das capitais. Restringindo a análise ao último

ano que capta os impactos da crise, notamos uma taxa de crescimento de 1,08% nas

periferias e uma queda de -0,55% nas capitais. Ou seja, a manutenção do tamanho

agregado da classe ABC esconde progressão na periferia e regressão nas capitais. Esta

convergência de status entre capital e periferia no pós-crise foi até menor que aquele

observado antes da crise.

Apresentamos no anexo do texto principal a série de estatísticas para as capitais

e periferias, incluindo as demais classes econômicas, pobreza, média e desigualdade de

renda e no link http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CLASSEMEDIA/index-br.htm

Apresentamos que ampliamos o espectro de variáveis de corte meso tais como gênero,

escolaridade, idade entre outras. O leitor está convidado a analisar tais informações de

acordo com seus interesses particulares.

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3. Crise e Riscos Individuais

A pobreza e a riqueza são estados e não atributos fixos. A analise da trajetória

individual nos permite ver que a pessoa não é pobre, mas que está na pobreza.

O aspecto longitudinal dos microdados de renda domiciliar per capita do

trabalho da PME/IBGE também nos fornecerá a evidência empírica básica sobre o

padrão de mobilidade entre classes, observados na prática. Para identificar a trajetória

individual, precisamos concatenar os dados das mesmas pessoas e de suas famílias ao

de diferentes instantes de tempo que apesar de pouco utilizada a PME permite. A

principal lição desta análise é que uma pessoa não é pobre (ou de elite), mas sim ela

está na pobreza (ou na elite econômica). Inicialmente quantificamos a magnitude das

quedas das classes econômicas mais altas em diversos sub-períodos. Medimos a

evolução do risco de queda das classes mais altas dos indivíduos, depois de maneira

controlada pelos atributos de cada um. Num terceiro estágio desta análise de transição

identificamos as características pessoais mais associadas com vulnerabilidade dos

grupos de elite em relação à crise tais como setor de atividade, educação entre outras.

Senão vejamos:

Risco de Elite

Nos 12 meses ate dezembro de 2009, 14,4% dos que estavam na classe mais alta

caíram, menos que os 25% do inicio de 2009, o ponto crítico da crise.

A análise de transição de estados complementa as de séries de tempo que

mostram qual a parcela de cada classe de renda na população, determinando a

magnitude dos riscos envolvidos, ou seja, a pergunta do quanto à crise recente afetou

risco de queda de classe. Por exemplo, como vimos a parcela na classe AB mudou

pouco entre os dois últimos meses de dezembro (passou de 15,33% para 15,63%,

aumento de 2%). Entretanto, uma calmaria dos grandes números pode esconder

pequenas grandes tormentas na vida de alguns indivíduos como a perda de emprego. É

preciso diferenciar situações onde os números macro e micro pouco mudam daquelas

onde há quantidades similares de pessoas se movendo em direções opostas suavizando

os movimentos das séries agregadas. O ponto explorado aqui é avaliar os riscos de

quem chegou às classes mais altas de regredir. Por exemplo, dos mesmos indivíduos

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observados em dezembro de 2008 e em dezembro de 2009, 14,38% caíram da classe

mais alta. Agora isto é pouco ou muito? Se compararmos com dezembro dos demais

anos o risco de regressão econômica só é maior que os de 2007 e de 2006 com 8,87% e

13,32%, respectivamente. Por outro lado, os 14,38% de queda da classe ABC

observados até dezembro de 2009 é inferior aos dos mesmos 12 meses terminados em

2003 (34,22%), 2008 (19,41%, já terminando em plena crise recente) e 2004 (17,13%).

A guisa ainda da comparabilidade com os demais meses da crise recente os 14,38% de

risco de queda da classe ABC dos dados de dezembro de 2009 são inferiores aos dados

de 11 dos últimos 12 meses do ano, sendo o outro período de menor risco o

imediatamente adjacente terminado em novembro de 2009 com a taxa de 12,78%. O

pior período da crise é aquele terminado em plena ressaca de janeiro de 2009 quando

atinge 24,97%. Incidentalmente este é o mês mais distante do ultimo ano quando a crise

chegou as nossas series. Ambos os resultados parecem indicar que como vimos na

seção, não só a classe AB se recuperou no seu tamanho agregado dos choques externa

da qual foi a primeira vítima preferencial logo ao início da crise, como em termos dos

indivíduos, o risco de queda também se normalizou, indicando a superação do período

mais crítico da crise.

Crise? Que Crise?

Após setembro de 2009, a probabilidade de quem estava na classe ABC baixar o

status caiu não só em relação à crise, mas em relação ao pré-crise.

No estágio seguinte elaboramos um modelo estatístico que possibilita a análise

de transição de pessoas com os mesmos atributos para for das Classes ABC tomadas

conjuntamente. O modelo mostra que a chance de cada uma cair da classe ABC no

período de 12 meses depois de setembro de 2008 (crise) foi 5% maior que a apresentada

no período imediatamente antes da crise iniciado em janeiro de 2007.

Dando um passo adiante decompomos o período que chamamos inicialmente de

crise compreendido entre setembro de 2008 e dezembro de 2009 em dois períodos. As

chances de queda da classe ABC durante o período findo em setembro de 2009 foram

3,6% maiores do que no período que vai do inicio de 2007 a setembro de 2009, mas no

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período terminado entre outubro e dezembro de 2009 foram 5,48% menores do que no

período pré-crise. Ou seja, após a crise completar um ano de ocorrência em setembro de

2009, a probabilidade de quem estava inicialmente na classe ABC cair de status caiu

não só em relação à crise operante nos 12 meses anteriores, mas em relação ao pré-crise.

O dispositivo disponível em http://www3.fgv.br/ibrecps/C2010/sim_pme/index.htm

permite a cada um simular os impactos da crise sobre pessoas com os seus atributos

próprios ou de interesse.

Quem sofreu mais com a crise?

Quem perdeu mais status com a crise foram os mais educados (24% a mais), os da

indústria (11% a mais) mas não os do setor financeiro

Os servidores públicos gozam de mais estabilidade sócio-economica, a crise afetou a

todas as posições na ocupação de forma a manter a posição de risco relativa pré-crise.

Esta parte identifica e isola os efeitos dos atributos de quem caiu da classe ABC

durante a crise. Notamos que: i) os ocupados na indústria sofreram quedas relativas em

relação ao padrão dos demais setores (11% maiores). Já os indivíduos inicialmente

ocupados no setor financeiro não sofreram deslocamentos vis a vis a sua posição

relativa inicial. ii) os mais educados sofreram relativamente mais que os sem instrução o

que contradiz a maior parte das recessões usuais onde os não qualificados são os

primeiros em geral a ficar desempregados. A chance de queda daqueles com pelo menos

o segundo grau completo vis a vis aos sem instrução sobe 23,7% mais. iii) os

funcionários públicos e empregadores possuem em geral maior estabilidade na classe

ABC, mas a crise afeta a todas as pessoas em posições na ocupação e na desocupação

de forma balanceada. iv) Finalmente, a crise afeta mais as capitais do que as periferias

metropolitanas assim como em termos de países a crise afetou mais o centro do que a

periferia do capitalismo.

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Parte II – Cenários de Crescimento de Classes

4. A Pequena Grande Década

Usamos originalmente o período de 2003-08, aqui denominado pequena grande década, como base para o cenário pós-crise de 2010 a 2104 da próxima seção.

Início de ano, hora de se olhar para trás e para frente, fazer balanços e projeções.

No caso de 2010, esse exercício ganha ares de início de década e de epílogo do governo

Lula além de ser o ano I depois da crise (D.C.). Doze meses após 15 de setembro de

2008, praticamente todas as séries indicadores trabalhistas e de classes econômicas

brasileiras disponíveis voltaram ao mesmo ponto pré-crise, isto é: se não regredimos,

também não avançamos. Se a comparação for, em relação aos demais países, a

estagnação brasileira de 2009 é de causar inveja aos olhares estrangeiros, à exceção de

China, Índia e Coréia. Mas não sentiremos um pingo orgulho, na comparação com o

nosso período de 2003 a 2008, aqui denominada pequena grande década3. Traçamos

nesta seção projeções para os próximos cinco anos extrapolando o que ocorreu nesses

cinco anos de 2003 a 2008 quando grandes mudanças nas medidas de bem estar social

baseadas em renda ocorreram, fruto de uma rara combinação em terras tupiniquins de

crescimento sustentado com redução de desigualdade.

Décadas

A década passada foi a da redução da desigualdade, assim como a anterior foi da

estabilização. Será a nova década a da qualidade da educação?

3 A exemplo do pequeno século XX situado entre a primeira e o final da segunda grande guerra mundial do historiador Eric Hobsbawm em “A Era da Incerteza”, Roberto Campos em seu bibliográfico “Lanterna na Popa” escreveu: “Já vivi três quartos de século e vivi mais que um século. Pois este século XX começou tarde e terminou antes do tempo. Começou a rigor em 1917, ano em que nasci, quando tonitruavam os canhões na Champagne e em Flandres e desabava mundialmente a velha ordem, com a eclosão da revolução comunista. Terminou em 1989, com a queda do muro de Berlim e o colapso do marxismo-leninismo. Está por surgir uma nova ordem, cujos contornos não são ainda discerníveis na bruma da história.” Nosso Luís Fernando Veríssimo aplica a imagem reversa disso no que chama de "eterno século XVIII" brasileiro pela manutenção de características de uma sociedade arcaica, patrimonialista e desigual.

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Antes de voltarmos ao futuro, destrinchamos o passado à luz da análise das

sucessivas décadas. As décadas de 1960 e 1970 foram as do Milagre Econômico, do

crescimento, mas também da ditadura. Nos anos 70, houve brutal redução da pobreza,

caiu de 67% para 39%, mas trouxe, no seu bojo, a demanda por democracia, o que

caracteriza a década seguinte. A década de 80 foi a da redemocratização, a principal

conquista da época, mesmo para nós economistas. A década termina em 1989,

paradigmaticamente os nossos recordes históricos de inflação e de desigualdade, que de

alguma forma pontuam as duas décadas seguintes. A década de 80 foi também a da

instabilidade: institucional, inflacionária e da renda nos ensinando que o reaprender a

ser democracia gera década perdida na economia.

A década de 1990 foi a da estabilização. Em 1994, Fernando Henrique auxiliado

pelos seus fiéis escudeiros fincou a lança no coração do dragão da inflação. A partir daí

começamos - na primeira pessoa do plural - a planejar nosso futuro. Longe das

incertezas e das ilusões monetárias passamos a ter uma agenda real. A revolução do

presidente com nome de príncipe não está na realeza, mas no sentido de realidade

propiciado pela moeda estável. A partir desse choque de realidade, começamos a

engendrar numa agenda educacional, de colocar mais intensamente as crianças na

escola, começamos a medir o desempenho das crianças, o SAEB data de 1995 e, de

alguma forma, essas duas revoluções, na inflação e na escola entregaram parte das

inovações da década de 2000. À medida que essas pessoas que passaram na escola

começaram a entrar no mercado de trabalho, e que se começou a redistribuir uma moeda

estável através de programas de transferência de renda, a desigualdade começou a cair.

Após a recessão de 2003, o emprego com carteira voltou a florescer.

Será a nova década a da qualidade da educação? Desde 2007, as bússolas tanto

do Ministério da Educação como sociedade civil através do Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica (IDEB) e do movimento Todos pela Educação apontam para o

norte da qualidade da educação. São metas prospectivas vigentes até o começo da

próxima década em 2021, para que os dois séculos da independência o Brasil possa ser

comemorado de fato. São metas objetivas traçadas a partir de exames de proficiência

escolar que captam a qualidade da educação apreendida pelas crianças, sem voz ou

voto, para além do curto prazismo dos mandatos dos políticos. Qual é a meta? O Brasil

tem uma nota inicial de 3.8, de 0 a 10, a meta é se tornar 6 até 2021. 6 é a média da

OCDE, hoje. A gente quer virar, em 2021, o que a OCDE é hoje. A nota 6 também é a

média das escolas privadas brasileiras, ou seja, é verdadeira Belíndia brasileira, na

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escola privada, onde quem tem dinheiro coloca seu filho, a média é 6, nas escolas

públicas a média é 3.6. As metas estão no centro da agenda da geração de economistas

que faço parte, revolucionar a educação de qualidade na próxima década4.

Medidas

A diferença acumulada em 5 anos entre renda Pnad e PIB foi de 8,8 pontos de

porcentagem. Isso representa mais dois anos em cinco anos.

O elemento fundamental para traçarmos o futuro de todas as classes de A a E é o

comportamento da desigualdade, a verdadeira jabuticaba brasileira.

Antes de entrarmos nas incertezas futuras, vamos encarar as incertezas das

medições passadas. A magnitude da retomada do crescimento do período 2003-08

depende sobremaneira da base de dados utilizada, nas óticas das contas nacionais e do

seu produto mais popular, o PIB. Mesmo após as sucessivas revisões para cima,

enxergamos 3,78% em termos per capita ao ano, velocidade de expansão mais modesta

que a da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) que é de 5,26% por ano

também descontando o crescimento populacional e a inflação. A diferença acumulada

em 5 anos entre renda Pnad e PIB foi de 8,8 pontos de porcentagem. Isso representa

mais dois anos em cinco anos. Se usarmos essas taxas como parte de um exercício de

futurologia mais elástico de 25 anos, a diferença acumulada de crescimento por

brasileiro subiria para 108 pontos de porcentagem. No curso desses 25 anos a renda per

capita teria cresceria nesse ritmo153% pelo cenário PIB e 261% pelo cenário pnadiano.

É verdade que a discrepância entre estas taxas tende a desaparecer ao longo do tempo.

Por exemplo, no período 1995 a 2008 a diferença acumulada é de 2,13 pontos de

porcentagem favorável ao PIB. Agora a questão é: havendo ajuste nos próximos anos, o

que puxa o que: o PIB puxa a Pnad para baixo, ou a Pnad puxa o PIB para cima.

O relatório da comissão comandada por Amartya Sen e Joseph Stiglitz divulgado

em setembro de 2009 constata fortes discrepâncias entre as pesquisas domiciliares e os

PIBs mundo afora, sendo as taxas de crescimento do PIB em geral superiores. O

relatório argumenta pelo uso das pesquisas domiciliares como medida de performance

4 Vide palestra proferida no aniversário de 40 anos do caderno de economia de O Globo (http://www3.fgv.br/ibrecps/videos/globo_40/globo_40.2.wmv ).

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de uma dada sociedade. Outra vantagem da Pnad é permitir olhar a distribuição dos

frutos do crescimento. O elemento fundamental para traçarmos o futuro é o

comportamento da desigualdade, a verdadeira jabuticaba brasileira. A primeira década

do século XX nos trouxe, ano após ano, quedas de desigualdade de renda, usaremos a

Pnad como parâmetro.

5. Cenários de Consistência

De 2010 e 2014 a pobreza cairia 50% e a classe AB aumentaria 50%; 14,5 milhões de pessoas sairiam da pobreza e 36,1 milhões se juntariam às classes ABC.

Dado o desfecho da crise e o período de boom social dos anos pregressos a ela, o

que será que será nos próximos anos? Vamos inicialmente focar no período 2003-08,

usando-o como base para o cenário de crescimento pós-crise de 2010 a 2104. Agora

quão razoável seria esta prospecção do futuro baseada no passado? A análise por fonte

de renda mostra um crescimento da renda do trabalho no período 2003-08 tão forte

quanto as demais fontes de renda, o que sugere alguma sustentabilidade do processo

pregresso de crescimento com redistribuição, interrompido, mas não revertido com a

crise. A tendência das séries de anos de estudo, fundamental tanto para a literatura de

crescimento como de desigualdade dão suporte tanto em nível como dispersão a

continuidade da trajetória de melhora. Nesse aspecto há que se lembrar dos problemas

de qualidade de educação - que aqui representam oportunidades de avançar que é o que

importa quando se fala em taxas de crescimento. Hoje há aferição de proficiência por

escola pública. A possibilidade de saltos em direção à fronteira de uma sociedade mais

razoável exemplificado pela queda da desigualdade de renda desde 2001, e quiçá

futuramente da qualidade da educação, é a base do otimismo condicionado deste artigo.

Vou centrar inicialmente num cenário de prazo mais longo encerrado em 2014.

Projetaremos para frente o crescimento e a redução de desigualdade do período 2003-

08. Esse cenário é possível de ser quantificado usando como aproximação a

desigualdade observada no Espírito do Santo em 2008. Nesse quadro é possível obter

uma redução de pobreza à metade, 50,32% dos níveis de hoje, isto é caindo de 16,02%

da população em 2008 para 7,96% em 2015. Ora, 2014 é a véspera da data final das

metas do milênio. Nós já cumprimos a primeira meta do milênio de fazer a pobreza cair

à metade em metade do tempo. Isso significa cumpri-la de novo em cinco anos ao invés

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de 25 anos. A consequência desse movimento em termos das demais classes é o

seguinte: queda da classe D de 18,28% (de 24,35% para 19,9%), aumento da classe C

de 14,75% (de 49,2% para 56,48%) e aumento proporcional da classe AB de 50,3% (de

10,48% para 15,66% da população). Ou seja, o cenário auspicioso mostra que se a

pobreza cai à metade, a classe AB aumenta em 50%. Em termos absolutos 14,5 milhões

de pessoas sairiam da pobreza contando o acréscimo de 10 milhões na população

previsto desde 2008 até 2014 quando a população chega a 199,5 milhões de pessoas. Já

a união das classes ABC seriam incrementadas, e cerca de 36,1 milhões de brasileiros

incorporados aos mercados consumidores.

Vamos ilustrar o impacto da desigualdade em cenários assumindo um

crescimento similar, mas balanceado - uma situação onde a desigualdade nem aumenta

nem cai. A proporção de pobres cairia 33,3% em cinco anos nesse cenário de

crescimento neutro contra 50,3% ajudado pela redução da desigualdade. Ou seja, a

pobreza cai pouco mais de 50% a mais se a redistribuição dos últimos anos retornar.

E 2010?

Há fatores expansionistas no radar, basta 2010 seguir a tradição dos anos eleitorais

da nova democracia brasileira, com expansão da renda dos programas sociais

O efeito "carry-over", a redução de estoques e do emprego fruto de um excesso de

pessimismo empresarial, que jogaram contra em 2009, jogarão a favor em 2010.

Se ancorarmos o próximo ano no cenário traçado para 2014 de crescimento com

redução da desigualdade dos últimos cinco anos as séries grosso modo percorrem em

um ano cerca de um quinto do trajeto previsto. A pobreza cairia cerca de 10% em 2010.

Se olharmos todos os possíveis limitadores da nossa expansão de curto prazo, inflação,

déficits público e externo, não há restrições à vista. O desaquecimento da economia

mundial tem sido compensado pelo crescimento do mercado interno impulsionado pela

redução do hiato mais brasileiro de todos, a desigualdade. Se não há fatores restritivos

para além da restrição dos mercados externos, no curtíssimo prazo há fatores

expansionistas no radar. O efeito estatístico denominado "carry-over" que jogou contra

em 2009, ano de desaceleração, irá jogar a favor no ano seguinte. A redução

generalizada de estoques ocorrida em 2009 sugere que os empresários previram uma

recessão pior que a ocorrida e essa queda de estoques atuará como fator expansionista

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no futuro. O mesmo efeito ocorreu com o emprego formal que já revela a partir de

outubro de 2009 sua face expansionista. Finalmente, se 2010 seguir a tradição de todos

os anos eleitorais da nova democracia brasileira (na verdade desde 1981), há que se

esperar ganho em todas as fontes de renda e nas transferências públicas em particular. A

virada do ano será o momento crucial de 2010.

A Grande Década

Se o período 2010 a 2014 constituir de fato uma nova pequena grande década, como

a de 2003 a 2008, então os 11 anos de 2003 a 2014 serão uma grande década.

Voltando a metáfora das décadas, talvez devesse deixar de lado o calendário

gregoriano, já que os pontos de inflexão substantivos das inovações centrais de cada

uma das décadas não foram no início de cada uma delas, mas coincidentemente em anos

terminados em quatro: 1964 (início do governo militar), 1974 (início da distensão

política depois do choque do petróleo), 1984 (Diretas-Já), 1994 (Plano Real) e 2004

(início da retomada do crescimento com aceleração no emprego quando ocorreu a maior

queda da desigualdade da década). Seguindo nesta tradição o que 2014 nos reservaria,

para além da Copa do Mundo e das eleições? Coroaria dois períodos de cinco anos de

crescimento inclusivo, iniciados depois do fim da recessão de 2003 e da crise global de

2009? Se o período 2010 a 2014 constituir de fato uma nova pequena grande década,

então. Os 11 anos de 2003 a 2014 serão uma grande década.

6. O retrovisor e o pára-brisas

A pobreza cairia a 1/7 em 7 anos, apenas se a redução de desigualdade fosse 39,7%

além do recorde histórico e a renda crescesse 15% a cada ano.

Dada desigualdade, o crescimento necessário para zerar a pobreza extrema seria

infinito. Há núcleo duro de pobreza onde nem o mercado, nem o Estado chegam.

Motivado pela mudança de ano e de década, no dia 29 de dezembro escrevi na

minha coluna no Jornal Valor Econômico artigo intitulado “Cenários de crescimento,

desigualdade e pobreza” que traçava projeções para 2014 desta trinca de indicadores

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sociais baseados em renda, estendida na seção anterior. A estrutura básica do nosso

olhar prospectivo foi projetar no futuro o que aconteceu no período 2003 a 2008 em

termos de evolução do crescimento e da redistribuição de renda. Como vimos, a união

harmoniosa desses vetores teria como resultante prospectiva a queda da pobreza à

metade nos próximos cinco anos. Este cenário tão simples quanto determinista,

denominamos “otimista condicionado”, pois projeta para frente o desempenho

excepcional do período pré-crise de 2003 a 2008, ainda visível no espelho retrovisor

tupiniquim. No dia 12 de janeiro o IPEA, instituição com longa tradição no cálculo de

indicadores sociais, divulgou um “comunicado da presidência” assumindo exatamente a

mesma estrutura de projeção por nós proposta, replicando a nossa réplica do que houve

no período 2003 a 2008 para também traçar cenários futuros de pobreza. O estudo

projeta até 2016, quedas espetaculares de pobreza em sete anos para menos de 1/7 do

valor inicial. Já a pobreza extrema cairia à zero, ainda segundo eles. Obviamente, a

diferença de opiniões é bem vinda, como parte intrínseca do ato de imaginar, debater e

planejar o futuro. A dúvida, neste caso, é como ao replicar para frente à mesma

trajetória passada chegamos a projeções tão díspares em relação ao futuro. Hipóteses

equivalentes aplicadas ás mesmas bases já coletadas deveriam, a princípio, levar a

resultados similares. A análise de consistência dos cenários futuros de pobreza é o

objeto da presente seção.

Cabe lembrar que a primeira meta do milênio proposta pela ONU é reduzir a

pobreza à metade em 25 anos e que poucos países já a atingiram nos 20 anos

transcorridos. No nosso cenário, o Brasil atingiria isto em cinco anos, fato

internacionalmente memorável. Há que se notar a diferença de horizontes de projeção

entre os dois exercícios de previsão: os cinco anos até 2014, ano da copa, no nosso caso

e sete anos para 2016, ano olímpico, no caso deles. Ao estendermos para sete anos o

ritmo do nosso cenário, a pobreza cairia a 61,77% dos valores iniciais. Ou seja,

assumimos mais dois anos de invencibilidade do crescimento sustentado forte com

redução de desigualdade até 2016. Este é o número a ser cotejado para compararmos

laranjas com laranjas. De qualquer forma, a queda de pobreza de 61,77%, reflexo de

políticas sociais emergentes e de vento internacional a favor do período, é bem menor

aos 86,11% e 100% previstos pelo IPEA para as respectivas quedas de pobreza e de

pobreza extrema. Segundo, as linhas de pobreza internacionais de um e dois dólares dia,

a pobreza caiu respectivamente 43,05% e 47,38% no período 2003 a 2008. Ou seja, a

pobreza caiu no cenário de referência mais com a linha mais alta, e não menos. Em

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todos os casos, a pobreza não cai mais da metade em nenhuma das medidas

consideradas na prática no período 2003 a 20085.

Se o passado não foi a base para o futuro, qual seria a combinação de

crescimento e de redução de desigualdade implícita no cenário futuro de redução de

pobreza traçado? Eis a segunda questão. Há na literatura de pobreza um teorema: “se

soubermos a média e a distribuição de renda captada pela curva de Lorenz, sabemos

necessariamente a medida de pobreza para dados seus demais parâmetros como a linha

de pobreza”. O IPEA explicitou redução total de desigualdade medida pelo Gini de

3,1% superior a dos últimos anos. A diferença é mais do que a maior queda anual já

observada do Gini. A queda do índice de Gini deles, na verdade, equivaleria a dez e não

a sete anos do ritmo inédito de redistribuição de renda assumido entre 2003 a 2008. A

fim de aproximar esta redução turbinada do Gini do estudo deles por uma curva de

Lorenz consistente escolhemos a transformação da desigualdade do Brasil na do seu

estado mais igualitário: o de Santa Catarina (média de 2001 e 2003). A queda da

proporção de pobres consistente com esta equalização de renda e com o crescimento

observado entre 2003 e 2008 seria em torno de 65,3%, não diminuindo muito a

discrepância dos cenários de redução de pobreza.

Mas qual seria o cenário de crescimento necessário para se chegar à queda de

pobreza de 86,1%. Para se chegar lá o bolo de renda brasileiro teria de crescer

acumulado 145% em sete anos, cerca de 15% ao ano em termos totais ou 13,6% ao ano

em termos per capita. Esta cifra é 158% maior que o crescimento da PNAD entre 2003 e

2008 e 260% a mais que o crescimento do PIB per capita, observados no mesmo

período de bonança pregressa. Em suma, no cenário do comunicado da presidência do

IPEA todos os componentes de redução de pobreza estão necessariamente bem acima

daqueles observados no excepcional período de 2003 a 2008. Isto não significa que a

pobreza não possa cair 86,1% em sete anos, mas que para isso seja consistente, a

redução de desigualdade teria de ser 39,7% maior que a maior queda observada na

nossa história estatisticamente documentada, além disso, o crescimento da renda

brasileira teria de ser 15% ao ano por sete anos. Por outro lado, dado cenário de redução

de desigualdade proposto, a taxa de crescimento necessária para zerar a pobreza

5 Para quem quiser botar a mão na graxa da mecânica das medições explicitando linhas, deflatores regionais e etc, desenvolvemos anexo técnico a esta seção (wwww.fgv.br/cps/cenários), com dicas simples do tipo: se os vidros dianteiros e traseiros estão molhados e embaçados, utilize o Pára-Brisas!

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extrema seria literalmente infinita. Na prática, há sempre um núcleo duro de pobreza

onde nem o mercado, nem o Estado através de suas políticas sociais conseguem chegar.

Parte III– Outros Indicadores

7. PME em Bases Semanais

Na última semana do ano, 17,74% da população estava na classe E e 67,7% na ABC

com viés de piora em relação à totalidade do ultimo mês.

A entrada do ano novo será crucial para o desempenho social em 2010, como foi no

ano que passou .

Nesta seção, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a

cronologia da crise indo até a última semana de dezembro de 2009. Centramos nossa

análise na última semana das séries, encarando os últimos meses como indicador

antecedente não viesado da tendência de curto prazo futura. Fechada a última semana do

ano, temos 17,74% da população total na classe E e 67,7% na ABC. Assinalamos nos

gráficos os indicadores referentes à última semana do ano o que indicaria viés de piora

de curto prazo em relação à totalidade do mês de dezembro de 2009.

Como vimos na parte anterior ha uma serie de fatores expansionistas de retomada de

crescimento em operação. A entrada do ano novo será crucial para o desempenho social

em 2010, como foi no ano que passou .

8. Geração de Empregos Formais

Apesar da queda de dezembro, os 995 mil novos postos de trabalho de 2009 se

destacam frente a maioria dos países que destruíram postos de trabalho

A despeito da retomada de tendência ascendente o balanço e tremores nas séries

sociais ainda não são águas passadas

O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país. Esta

informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é uma

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das aspirações mais da nova classe média. Em geral, observamos sazonalidade na série,

que apresenta as maiores destruições de postos de trabalho em dezembro de cada ano. A

fim de corrigir isso e suavizar a série, optamos por apresentar também as médias móveis

de 12 meses. Nesse sentido os dados são mais animadores apontando certa recuperação

no final do segundo semestre do ano.

Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

O saldo líquido no final do ano 2009 é de 995 mil novos postos de trabalho.

Talvez esse não seja um resultado ruim no contexto da crise internacional quando a

maioria dois países destruiu postos de trabalho.

9. Indicadores Subjetivos

De 0 a 10: onde você espera estar daqui a 5 anos?”, nenhum país ganha do Brasil

com média de 8.78, seguido por Dinamarca, Irlanda e Jamaica de Usain Bolt

A capa da The Economist do Cristo Redentor decolando como um foguete sugere o

que os brasileiros já esperavam desde 2006. Agora quão sustentável é este vôo?

As pesquisas domiciliares como PME e PNAD permitem captar a evolução de

diversos aspectos da sociedade brasileira ao longo do tempo bem como analisar a sua

distribuição entre diferentes grupos definidos por renda. Agora elas não nos permitem

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diretamente contrastar diferenças tupiniquins frente à de outros países.

Complementarmente, elas antes e acima de tudo fornecem medidas de variáveis

objetivas tal como informadas pelas pessoas. Se quisermos realmente conhecer as

particularidades brasileiras vis a vis as de outras nações, temos de olhar para dados

internacionais. Medidas subjetivas de condições de vida, tais como as exploradas na

literatura emergente de felicidade ainda não fazem parte da tradição IBGEana. A partir

do processamento de microdados internacionais de 132 países, contrastamos as

particularidades do brasileiro em relação ao presente e as futuro, seu e do país. O

brasileiro acredita que será o ser mais feliz do mundo daqui a 5 anos. A pergunta para

132 países do mundo: “Dá uma nota de 0 a 10: onde você espera estar daqui a 5 anos?”,

nenhum país ganha do Brasil - nossa média é 8.78 acompanhado da Dinamarca, Irlanda

e Jamaica de Usain Bolt. O lanterninha é Zimbábue com 2,79 de felicidade futura.

Dissonância

Somos 9o em 128 países em dissonância entre expectativa individual e coletiva. Como

um país ser tão bom pra cada um, e não ser um país tão bom pra todos?

A mesma pesquisa do Gallup, quando pede para os brasileiros darem uma nota

para o país daqui a cinco anos, a nota média é 6.84, bem abaixo da Irlanda com 8,14,

mas acima de Zimbábue com 2,79. Somos número 43 em 128 países do ranking

mundial de avaliação coletiva. O resultado é que somos o nono em 128 países em

dissonância entre expectativa individual e coletiva. Como é que pode um país ser tão

bom pra cada um, e não ser um país bom pra todos?

Esta dissonância também pode ser explicada nos termos da Fábula de La

Fontaine: Somos mais cigarras do que formigas, esperando um futuro melhor. Mas, ao

contrário das formigas, não somos os melhores seres para viver em coletividade. As

altas taxas de inflação, desigualdade e criminalidade históricas tupiniquins refletem esta

característica, a boa notícia é que estamos melhorando. Mas tal como na fábula, função

do otimismo e individualismo talvez não nos preparemos para o futuro enquanto nação.

Por outro lado, as companhias que desfrutamos no ranking de dissonância são de países

relativamente desenvolvidos tais como França, Holanda, Reino Unido, EUA, Itália,

Costa Rica, Alemanha e Suécia.

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Dissonância entre Expectativas Futuras em 5 anos (Individuais e País)

pais ind

individuo 

‐ pais

País País País37 new zealand 6,98 1 zzzbrazil 8,78 1 puerto rico 3,4538 canada 6,97 2 venezuela 8,52 2 trinidad & tobag 2,8239 kuwait 6,96 3 denmark 8,51 3 jamaica 2,5840 benin 6,9 4 ireland 8,32 4 honduras 2,4641 colombia 6,86 5 jamaica 8,25 5 france 2,3642 burundi 6,86 6 united states 8,14 6 netherlands 2,1343 zzzbrazil 6,84 7 canada 8,14 7 united kingdom 2,0644 thailand 6,84 8 new zealand 8,14 8 united states 2,0145 bolivia 6,83 9 australia 8,06 9 zzzbrazil 1,9446 kosovo 6,74 10 panama 8,05 10 italy 1,7947 switzerland 6,72 11 israel 8,03 11 costa rica 1,7748 uruguay 6,71 12 belgium 7,98 12 germany 1,7549 zambia 6,62 13 sweden 7,97 13 sweden 1,6950 nepal 6,62 14 colombia 7,97 14 belgium 1,5851 estonia 6,61 15 norway 7,94 15 australia 1,5752 tanzania 6,56 16 united arab emirates 7,94 16 israel 1,5653 niger 6,54 17 nigeria 7,89 17 poland 1,4954 sri lanka 6,52 18 finland 7,86 18 el salvador 1,4955 afghanistan 6,51 19 costa rica 7,82 19 guatemala 1,4456 togo 6,5 20 switzerland 7,82 20 ethiopia 1,33 :

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados GALLUP 2006

Mesmo que a crise iniciada em 15 de setembro de 2008 não estivesse no radar

dos respondentes da pesquisa realizada em 2006, o resultado dos brasileiros acaba

revelando alguma sabedoria antes dos fatos hoje conhecidos. O Cristo Redentor, um

ícone do Brasil no mundo especialmente após a escolha das novas sete novas

maravilhas do mundo e da escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016 não nos

deixa esquecer da máxima de que “Deus é Brasileiro”, ou do “Brasileiro, Profissão

Esperança”. A recente capa da revista The Economist com o Cristo Redentor decolando

como um foguete sugere o que os brasileiros já esperavam desde 2006. A questão é

quão parece sustentável é este vôo.

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10. Conclusões

Impactos da Crise

Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com a maioria dos indicadores

agregados em empate técnico em relação ao ano que passou.

O empate macro esconde mudanças meso e micro: as periferias perderam menos na

crise e os da indústria e os qualificados foram as maiores vítimas individuais.

Qual foi o impacto da crise no bolso dos brasileiros? As respostas a esta questão varia

de acordo com o nível de analise. Por exemplo, a pobreza e a desigualdade brasileiras já

se recuperaram da ressaca de janeiro do ano que passou? E a nova classe média

brasileira continuou crescendo ou submergiu? As respostas macro se referem evolução

de séries sociais como a pobreza, a nova classe média, a média e a desigualdade de

renda que sintetizam o comportamento dos grandes agregados, já o nível meso sintetiza

estas para as mesmas estatísticas em grupos específicos da sociedade como setores de

atividade, atributos pessoais ou geográficas tentando no contexto do nosso estudo

responder a questões do tipo: Quem perdeu mais com a crise? Por exemplo, os da

indústria, os mais educados ou os da periferia? Finalmente, o nível micro olha para a

trajetória de cada individuo, avaliando o risco de cada um progredir ou de regredir. Por

exemplo, o risco individual de cair da classe alta já voltou aos padrões pré-crise? Mal

comparando, o nível macro descreve a floresta, o meso detalha os bosques enquanto o

nível micro compara o desenvolvimento de cada arvore ao longo do tempo.

Seguindo a tradicional analogia futebolística, um empate social com muitos gols

descreveria os indicadores macro do ano de 2009. Começamos o ano passado recebendo

uma goleada da crise, mas ao longo do ano fomos, paulatinamente, nos recuperando das

perdas iniciais, equilibrando o placar. Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com

a maioria dos indicadores em empate técnico em relação ao ano que passou. Se este

resultado pode ser considerado satisfatório na comparação com os demais países - com

a exceção do seleto grupo formado por China, Índia e Coréia – ele representa uma

parada súbita face ao período de ouro que vai do fim da recessão de 2003 até setembro

de 2008. Além de reprisar os avanços da época de boom, traçamos a cronologia dos

lances mais relevantes do período de crise até dezembro de 2009.

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Ilustrando com o tamanho da classe ABC, simbólico do poder do nosso mercado

doméstico contra a crise, observamos um empate técnico, queda de -0,1% na

comparação dezembro de 2008 a dezembro de 2009. No nível meso identificamos que o

empate agregado guarda grupos perdedores e outros vencedores: uma taxa de

crescimento de 1,08% nas periferias e uma queda de -0,55% nas capitais. Ou seja, a

manutenção do tamanho da classe ABC esconde variações em sinais opostos por área

das metrópoles. Agora mesmo áreas ou grupos que mantiveram o tamanho de suas

classes ao longo da crise, escondem indivíduos que cresceram e outros que

submergiram. É preciso diferenciar situações onde os números micro pouco mudam

daquelas onde há quantidades similares de pessoas se movendo em direções opostas

suavizando os movimentos das séries macro ou meso. Neste caso isolamos os atributos

pessoais e econômicos de quem caiu da classe ABC durante a crise. Notamos que entre

os mais afetados foram em termos setoriais os ocupados da indústria com chances 11%

maiores. Já os indivíduos inicialmente ocupados no setor financeiro não sofreram

deslocamentos vis a vis a sua posição relativa inicial. Os mais educados também

sofreram relativamente mais que os sem instrução com chances de perda de status

23,7% maiores o que contradiz a maior parte das recessões usuais.

As séries de medidas diversas de nível de atividade também apontavam para a

ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de

trabalho estavam até próximo ao fim do terceiro trimestre de 2008 todos nos seus níveis

recordes históricos. O nosso mercado interno, simbolizado pela nova classe média, foi

fundamental na fase recessiva que a bússola de 99 entre 100 economistas apontava.

Podemos dizer que a demanda doméstica foi o nosso verdadeiro Pelé contra crise,

embora este Pelé tenha se contundido em janeiro de 2009, ele se recuperou depois.

O Caminho do Meio

O Brasil vem trilhando o caminho do meio, nem tanto ao Estado, nem tanto ao

mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras do mercado

O Brasil não possui a agilidade dos tigres asiáticos na expansão, somos um país-

baleia mais lentos e com mais gordura para suportar o inverno econômico.

O Brasil vem trilhando o que se pode chamar: o caminho do meio, nem tanto ao

Estado, nem tanto ao mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras

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do mercado, com um governo grande, guloso e generoso, mas sem ímpeto reformista.

Como conseqüência, o país não apresentava a agilidade e a velocidade do crescimento

dos tigres asiáticos, mas mais as características de um país-baleia com movimentos mais

lentos. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante as duas décadas perdidas, e por

ter desencalhado apenas após 2004 goza de uma certa relutância das autoridades

brasileiras para que não se perdesse o momento de expansão de 2008.

Fora a pujança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais, e

do teimoso otimismo oficial, há outros fatores amortecedores dos impactos da crise

externa no Brasil além do impacto da nova classe média emergente dos anos anteriores.

Apesar da abertura externa crescente e do crescimento do crédito prévios o Brasil ainda

se encontrava pouco vulnerável a estes canais de transmissão, pois ainda somos uma

economia relativamente fechada e regulada financeiramente. Ou seja, o que era inépcia

na fase de ouro mundial, se torna virtude em tempos magros.

Nossas ineficiências e iniqüidades atuais se transformam em virtudes

prospectivas se forem combatidas. A nossa carga tributária que vinha crescendo como a

cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit fiscal primário. A carga

fiscal e o tamanho do estado no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano

seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 - que não se cuidam – de ganhar um quilo

ou um ponto percentual a mais por ano. Como conseqüência nosso deslocamento de

produto era aquém da de outros países emergentes, mas agora gozamos de capacidade

de não submergirmos durante a tempestade financeira ora em curso. Compramos sem

saber seguro para uma crise não anunciada. Nosso prévio excesso de regulação

financeira se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias de crise. A nossa

inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria

inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central passou depois pela ação da

propagação da crise em curso. Em época de inverno econômico rigoroso as reservas

acumuladas durante o verão econômico de outrora garantiram a sobrevivência nos

tempos de urso. O Brasil que estava fora do padrão de excelência internacional pelas

ineficiências e gorduras localizadas apresentadas se encaixou melhor no modelito

imposto pela crise externa.

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Sítio da Pesquisa

O sítio da pesquisa www.fgv.br/cps/2010 oferece um amplo banco de dados

com dispositivos interativos e amigáveis de consulta aos dados. Através dele, você pode

avaliar a evolução das classes econômicas no conjunto das principais regiões do país,

permitindo uma visão detalhada da mobilidade entre os diferentes estratos de renda,

através de dados longitudinais que acompanham a mesma pessoa ao longo do tempo.

Com informações disponíveis até dezembro de 2010 é possível captar quais foram os

impactos da crise, assim como a evolução dos indicadores já no período pós-crise. As

análises vão desde a evolução das classes econômicas no Brasil, passando por uma

visão detalhada da mobilidade de renda e da desigualdade brasileira.

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A Pequena Grande Década:

Crise, Cenários e a Nova Classe Média

Texto Completo

1. Introdução

Tsunami ou marolinha?, Eis a questão que muitos se perguntaram nos últimos 16

meses acerca dos impactos da crise deflagrada pelo debacle financeiro internacional de

setembro de 2008. E o que vem depois de finda a turbulência externa? Fazemos aqui um

balanço completo da evolução dos indicadores sociais para o ano de 2009, para depois

traçarmos perspectivas para os próximos cinco anos. O presente trabalho encerra uma

série de estudos conjunturais iniciados um ano atrás sobre os impactos da crise no bolso

dos brasileiros e algumas reflexões realizadas sobre os próximos cinco anos. Cobrimos

neste trajeto não só a evolução de pobreza, mas a composição de classes econômicas e

seus determinantes próximos como o crescimento da média e da desigualdade de renda.

O capítulo inicial que deu origem a série de pesquisas “crônica de uma crise

anunciada” evidenciou que passados três meses pelo menos até dezembro de 2008 não

havia sinal de crise em nossas séries de distribuição de renda, pobreza, da composição

de classes sociais e da mobilidade entre. Havia apenas uma pequena reversão na série de

crescimento das classes AB que era a que mais crescia até então. A segunda crônica

ilustrou o período crítico da crise: janeiro de 2008 quando a crise chegou com força em

todas as principais séries sociais, erodindo como uma ressaca parte dos ganhos

passados. Os demais estudos conjunturais posteriores em geral vinculados a outro tema

ligado a nova classe média brasileira mostram mais do mesmo no nosso núcleo de

indicadores sociais baseados em renda: uma recomposição gradual dos efeitos da

ressaca de janeiro de 2008. Neste trajeto observamos gradual recuperação ao longo do

ano até que em dezembro de 2009 nos encontramos num nível muito próximo daqueles

observados em dezembro de 2008. Esta revolução de 360 graus que volta ao ponto

inicial é o que os dados inéditos até o final do ano sugerem como melhor interpretação

ao ocorrido em 2009.

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O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV) revelou

em sucessivos estudos a emergência de uma nova classe média no Brasil: no período de

2003 a 2008, quando 31,9 milhões de pessoas ascenderam às classes ABC

(www.fgv.br/cps/classemedia e www.fgv.br/cps/desigualdade). Após a chegada da crise

externa ao país a partir de setembro de 2008, nossos estudos voltaram-se à crônica da

manutenção, ou não, dos padrões de vida recém-conquistados neste período crítico

(www.fgv.br/cps/crise e www.fgv.br/cps/crise2009). A nova classe média brasileira se

tornou um ativo macroeconômico crucial para compensar a queda de exportação de

nossos produtos fruto da retração global e dos efeitos financeiros da crise sobre a

demanda agregada. Os demais estudos conjunturais posteriores em geral foram

combinados com outros temas mais estruturais ligados à nova classe média brasileira

(microcrédito, microseguro, educação, acesso a bens de consumo e etc.). Damos

seqüência aqui com dados até dezembro de 2009 ao monitoramento da evolução da

composição da população em seus diversos estratos econômicos (isto é, as classes E, D,

C e AB) bem como de seus determinantes próximos como a média e a desigualdade de

renda. O passo seguinte que fizemos foi dando seqüência à tradição de nossas pesquisas

de projetar a pobreza, traçamos cenários para 2014 e para 2010 como parte do trajeto.

Neste aspecto, inovamos na nossa análise pregressa incorporando cenários acerca da

composição de classes, ou seja, estendemos para o futuro a análise da evolução da nova

classe média brasileira e demais classes econômicas. Traçamos nesta pesquisa projeções

para os próximos cinco anos extrapolando o que ocorreu nesses cinco anos entre 2003 e 2008

quando grandes mudanças nas medidas de bem estar social baseadas em renda ocorreram, fruto

de uma rara combinação em terras tupiniquins de crescimento sustentado com redução de

desigualdade.

Plano: Este trabalho apresenta novos dados da evolução da desigualdade, da pobreza,

das classes econômicas no Brasil e da mobilidade de renda Brasileira até Dezembro de

2009. Apresentamos também uma colagem dos trabalhos produzidos durante o ano

sobre os impactos da crise no bolso do brasileiro, suas causas e o debate de proposição

de políticas públicas.

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2. Deslocamentos de Classes Econômicas

A principal característica da abordagem aqui utilizada é o seu nível de

desagregação em quatro grupos de renda. Olhamos a evolução da participação da

população em cada estrato. Transformando uma longa estória (descrita abaixo) em

números objetivos, temos a seguir os limites das classes econômicas medidas em renda

domiciliar total de todas as fontes, por mês6:

Estendemos, aqui, o período de análise das pesquisas anteriores até dezembro de

2009, destacando o mesmo mês em todos os anos para lidar com as flutuações sazonais

no interior dos anos. Apresentamos também os valores abertos do período após o

agravamento da crise externa, a partir de setembro de 2008, com destaque aos meses

posteriores, indo até dezembro de 2009, o período novo desta pesquisa.

A classe C é a mais numerosa, com mais da metade da população (53,6%),

embora, do ponto de vista de renda, a classe dominante seja a classe AB, onde 15,63%

da população, nesta classe, se apropriam de quase 55% da renda. Apresentamos, na

tabela abaixo, a distribuição entre as diferentes faixas, desde 2002:

6 Os valores são calculados a partir do conceito de renda domiciliar per capita. Quando aplicados a PME

compatibilizadas com o fato da renda ser só do trabalho para a população de 15 a 60 anos.

Definição das Classes Econômicas

Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*

Inferior Superior

Classe E 0 804Classe D 804 1115Classe C 1115 4807Classe AB 4807 -

* atualizado a preços de Dezembro de2008

limites

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Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54

dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27

dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09

dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74

set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84

nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68

jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82

mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92

mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32

jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84

set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62

nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23

dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Abrimos os dados da tabela acima em variações calculadas sob duas vertentes,

que abordam os períodos pré e pós-crise, conforme os gráficos abaixo. As comparações

temporais apontam crescimento da classe conjunta ABC, que se encontra no seu recorde

agora em dezembro de 2009, quando comparando ao mesmo mês em cada ano desde

2002 (ou 1992 pela PNAD). As classes D e E se encontram também em seu menor nível

em dezembro da série da PME. A classe E é um pouco menor (-1,5%) em 2009 em

relação ao mesmo mês do ano anterior.

Page 43: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

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Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise

28,9%43,8%

25,2%

‐19,7%

‐41,0%

0,1% 2,0%

‐0,4%

1,4%

‐1,5%

‐55,0%

‐45,0%

‐35,0%

‐25,0%

‐15,0%

‐5,0%

5,0%

15,0%

25,0%

35,0%

45,0%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez03 a dez08 dez08 a dez09

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Em seguida, abrimos o período pós-crise em variações. No imediato pós-

turbulência, leia-se de setembro a dezembro de 2008 não observamos mudança

qualitativa deste quadro a não ser pela pequena redução acumulada de -0,6% da classe

AB (que representou uma parada súbita, pois, como vimos anteriormente, a classe vinha

crescendo acima das demais). Houve manutenção na dinâmica das demais classes: a

classe C seguiu crescendo, agora a 1,2% no período, e as classes D e E mantendo a

tendência de queda, -2,5% e -1,2%, respectivamente.

Variação das Classes Econômicas no Pós-Crise

0,8%

‐0,6%

1,2%

‐2,5%

‐1,2%

‐2,3%‐2,7%

‐2,2%

3,0%

6,7%

1,0%

5,3%

‐0,2%

0,6%

‐4,1%

0,8% 0,7% 0,8%

‐2,5%

‐1,1%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

set08 a dez08 dez08 a jan09 jan09 a set09 out09 a dez09

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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No mês seguinte (em janeiro), observamos forte reversão da tendência anterior,

com retração dos estratos mais altos: a classe AB cai -2,74% e a classe C - que vinha,

não só se mantendo incólume da queda, como crescendo, cai -2,2%. Apenas em janeiro,

cerca de 760 mil pessoas das classes AB e C de volta às classes D e E. Em

contrapartida, as classes D e E sobem 3,03% e 6,73% em um mês. Ou seja, todas as

tendências observadas se inverteram como se ricocheteassem num objeto sólido. Janeiro

aparece como o ponto crítico do ponto de vista de transição na composição das classes

econômicas. A crise começa nas bolsas lá fora, e aqui no país chega no primeiro mês do

ano ao bolso do cidadão comum.

Em seguida, de janeiro a setembro de 2009, observamos uma reversão desses

resultados anteriores, seguido pelos meses de outubro a dezembro de 2008, onde temos

um perfil semelhante ao primeiro período analisado (à exceção do ligeiro aumento da

classe AB, que confronta com a queda branda no início).

O resultado liquido é: apesar do acontecido na virada do ano, a tendência

acumulada do pós-crise com deslocamento das pessoas dos estratos mais baixos para os

mais altos, resulta num panorama de constância, que remete a índices com patamares

semelhantes aos do pré-crise.

Descrição da Base: PME

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) implantou a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em 1980. A PME é uma pesquisa de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do trabalho, e inclui as seis principais áreas metropolitanas do Brasil: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A PME é uma pesquisa em painel, e replica o esquema de amostragem da US Current Population Survey (CPS), visando coletar informações do mesmo domicílio por oito vezes durante um período de 16 meses. É realizada em bases rotativas, através de entrevistas mensais às famílias durante quatro meses consecutivos, retirando-as da amostra durante oito meses e em seguida as entrevistando novamente por mais quatro últimos meses. Entre 4.500 a 7.500 famílias são entrevistadas por mês em cada uma das seis áreas metropolitanas, somando, ao todo, aproximadamente 35.000 famílias. Em agosto de 1988, o tamanho da amostra foi reduzido para aproximadamente 30.000 famílias por mês. O aspecto longitudinal da PME – isto é, acompanha as mesmas pessoas ao longo do tempo - permitiria analisar o risco individual ocupacional e de renda. Desde a implantação da PME, ocorreram modificações na pesquisa, com o objetivo de melhor captar as características da população em idade ativa e sua inserção no sistema produtivo. Os temas tornaram-se mais amplos, englobando os efeitos conjunturais e as transformações do mercado de trabalho. Contudo, as questões gerais de demografia e de trabalho são as mesmas desde fevereiro de 1982.

A disponibilidade de informações mensais construídas a partir da Pesquisa Mensal do Emprego (PME) nos permitiria trabalhar com médias anuais, o que evita

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problemas de sazonalidade, além de permitir uma análise detalhada da dinâmica do processo. A principal restrição da PME, que está na abrangência do conceito de renda utilizado, uma vez que trabalha apenas com a renda proveniente do trabalho.

A PME, assim como a PNAD, permite analisar a evolução da renda e da composição dos grupos populacionais, com a vantagem de realização mensal, tornando-se importante instrumento de monitoramento.

A Revolução de 360o

O gráfico comprova que, no período pós-crise, as tendências dos últimos anos

foram subvertidas: as classes que ganhavam mais participação passaram a perder mais,

e vice-versa. Senão, vejamos: no período pré-crise, há crescimento dos estratos de maior

renda e perda de espaço dos mais pobres: o aumento acumulado de dezembro de 2003 a

dezembro de 2008 das classes AB e C foi de 43,8% e 25,2%, respectivamente, com

correspondente redução da participação das classes D e E, de -19,7% e -41%. Em

seguida, quando tomamos o período até 2009, incluindo o pós-crise (setembro de 2008 a

dezembro de 2009), observamos crescimento de 2,0% acumulado da classe AB, seguido

de uma ligeira queda na classe C (-0,4%). O resultado agregado se traduz em empate

técnico da classe ABC (0,1%). Avaliando agora o que aconteceu com as duas outras

classes de renda, observamos aumento da classe D (1,4% no período) e diminuição da

classe E praticamente na mesma proporção (-1,5%). Podemos chamar o resultado

líquido destes movimentos das classes econômicas de uma revolução de 360º.

Em termos agregados, se calcularmos as variações de renda dos últimos anos

(toda a série até dezembro de 2009), verificamos que houve uma melhora no poder de

compra dos brasileiros nas grandes metrópoles: o aumento acumulado desde dezembro

de 2003 das classes AB e C foi de 46,6% e 24,6%, respectivamente, com

correspondente redução da participação das classes D e E de -18,5% e -41,8%. Esse

movimento, que desloca massa de pessoas da base para o topo da distribuição de renda,

foi, proporcionalmente, mais forte nos extremos da distribuição, com destaque para o

crescimento relativo das classes AB maior do que a da badalada classe C – a nova classe

média emergente e pela redução da classe E, a mais pobre.

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46

PME e a Evolução Recente das Condições de Vida A tradição entre as instituições de pesquisa como o IBGE é usar os dados da

Pesquisa Mensal do Emprego (PME) em níveis individuais, e não em níveis domiciliares. Tipicamente, processando indicadores como taxa de desemprego, formalidade e a renda média do trabalho dos ocupados. Entretanto, a PME é uma pesquisa domiciliar comparável à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e pode ser usada como tal. Esse ponto merece destaque, pois a avaliação das condições socioeconômicas deve levar em conta o processo de repartição de recursos no bojo dos domicílios. Por exemplo, o fato de a renda do trabalhador adulto poder beneficiar outros membros de sua família, como as crianças. Ou ser beneficiado pela renda do cônjuge o que oferece um seguro social de natureza familiar. Nesse sentido, o conceito mais adequado para auferir o nível de pobreza seria a renda domiciliar per capita dos indivíduos, que corresponde à soma da renda de todas as pessoas dos domicílios dividida pelo número total de moradores. Similarmente, quando queremos quantificar a extensão da chamada classe média para, por exemplo, avaliar o poder de compra de bens familiares, tais como a casa própria, o conceito adequado é a renda total auferida por todos os membros do domicílio. Ambos os conceitos resumem uma série de fatores operantes sobre os membros da família, tais como os níveis de ocupação e de rendimento, auferidos de maneira formal ou informal, mas cujos efeitos sejam rateados ou agregados pelo número total de moradores.

A questão central aqui ensejada é como melhorar o monitoramento das condições de vida da nossa população. Como avaliar o desempenho social e econômico dispondo apenas dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), cujo conhecimento fica, em média, 18 meses defasados em relação dos instantes mensurados? Por exemplo, hoje estamos há 22 meses desde a última fotografia nacional tirada a partir da Pnad. A Pnad foi a campo na primeira semana de outubro de 2008 e irá se tornar conhecida apenas em setembro de 2009 quando os efeitos da crise estarão no seu auge e a colheita de dados será de tempos de bonança O aumento de velocidade é um requisito necessário para poder traçar um sistema de acompanhamento e avaliação de metas sociais operativo. Isto inclui tanto sistemas gerenciais feitos no âmbito das administrações públicas, como o acompanhamento das flutuações da renda apropriada por diferentes segmentos da sociedade. Do ponto de vista das empresas privadas que querem se adequar às flutuações do ciclo de negócios para ajustar a sua produção e para nichar a sua demanda, a urgência requerida não é menor. Função destas necessidades propomos lançar mão do processamento dos microdados da PME, que, graças a sua agilidade, nos permite diminuir a defasagem de um ano e meio da PNAD para pouco mais de um mês e meio aqui (NERI; CONSIDERA,1996).

Apresentamos abaixo gráficos com as séries mensais completas desde março de

2002 para cada classe econômica. Cada gráfico contém os níveis, acompanhados por

outro com as respectivas médias móveis.

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29

,95

17,6

8

17,2

3

17

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27

29

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/02

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Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

18

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22

24

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30

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03

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03

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03

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03

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04

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04

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09

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09

Evolução da Classe E - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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,18

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Evolução da Classe DPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

13

14

15

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19

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03

abr/

03

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03

ago/

03

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03

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04

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09

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09

Evolução da Classe D - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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9

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1

53,5

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Evolução da Classe CPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

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03

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Evolução da Classe C - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Evolução da Classe ABPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

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Evolução da Classe AB - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Evolução da Classe ABCPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

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08

fev/

09

abr/

09

jun/

09

ago/

09

out/

09

dez/

09

Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Desigualdade

Apresentamos a seguir séries mensais dos índices de Gini e do Theil-T adotando

os conceitos individual e per capita.

Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis

THEIL GINI THEIL GINI

dez/02 0,8178 0,6317 1,1930 0,7457dez/03 0,7680 0,6180 1,1309 0,7322dez/04 0,7437 0,6049 1,0765 0,7161

dez/05 0,6928 0,5920 1,0366 0,7059dez/06 0,7079 0,5904 1,0359 0,6998dez/07 0,6844 0,5836 0,9955 0,6897

ago/08 0,6860 0,5843 0,9852 0,6867set/08 0,6891 0,5848 0,9854 0,6853out/08 0,6719 0,5808 0,9614 0,6804nov/08 0,6871 0,5824 1,0010 0,6837

dez/08 0,6724 0,5778 0,9854 0,6823jan/09 0,7251 0,5922 1,0594 0,6979fev/09 0,7115 0,5878 1,0323 0,6927mar/09 0,6963 0,5870 1,0030 0,6916

abr/09 0,7201 0,5907 1,0100 0,6922mai/09 0,6906 0,5843 0,9876 0,6879jun/09 0,6848 0,5830 0,9744 0,6845jul/09 0,6807 0,5815 0,9722 0,6838

ago/09 0,6801 0,5834 0,9739 0,6847set/09 0,6870 0,5863 0,9860 0,6880out/09 0,6914 0,5859 0,9909 0,6878nov/09 0,6820 0,5838 0,9782 0,6852

dez/09 0,6603 0,5779 0,9546 0,6796

Renda per Capita Renda Individual

A desigualdade de renda que passou por forte deterioração com o aumento

observado em janeiro quando comeu parte das melhoras dos últimos anos, voltou em

dezembro último aos níveis próximos ao de dezembro de 2008: o Índice de Gini da

renda domiciliar per capita do trabalho passa a 0,5779 no último mês, apenas 0,1%

acima do índice visto um ano antes (0,5778), e, portanto antes da crise aqui aportar. O

índice de desigualdade de Theil que é mais sensível às mudanças na cauda da

distribuição mostra movimento um pouco diferente sendo o de dezembro último o

menor nível da série histórica.

A seguir, os dados de variação para os diversos conceitos da tabela anterior. Os

conceitos mais amplos que incluem rendas nulas tendem apresentar um resultado

próximo da variação nula na comparação de dezembro dos dois anos.

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Variações rdpc - 15 a 60 (todo

mundo) renda individual - 15 a 60

(total)

THEIL GINI THEIL GINI

dez03 a dez08 -12.4% -6.5% -12.9% -6.8%

dez04 a dez08 -9.6% -4.5% -8.5% -4.7%

dez08 a dez09 -1.8% 0.0% -3.1% -0.4%

ago08 a set08 0.5% 0.1% 0.0% -0.2%

set08 a dez08 -2.4% -1.2% 0.0% -0.4%

dez08 a jan09 7.8% 2.5% 7.5% 2.3%

jan09 a set09 -5.3% -1.0% -6.9% -1.4%

out09 a dez09 -4.5% -1.4% -3.7% -1.2% Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Os gráficos abaixo ilustram as variações do período de Dezembro de 2003 a

Dezembro de 2008 e deste mês até Dezembro de 2009 para o conceito de renda

domiciliar per capita incluindo valores nulos.

Variação da Desigualdade Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

O gráfico a seguir abre o último ano em sub-períodos. Identificando a forte

deterioração em janeiro seguida por movimento em direção contrária nos meses

seguintes:

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Variação da Desigualdade Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Quando analisamos os gráficos das médias móveis observamos claramente a

influencia do resultado do início do ano, que mostra a inversão da queda observada

desde o início da série. Resultado que foi revertido nos últimos meses conforme as

séries abaixo ilustram.

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Renda Média

O conceito habitual ou normal suaviza flutuações transitórias da renda tal como

aquela advinda do décimo terceiro salário, do bônus de férias e de horas extras feitas de

maneira excepcional. O conceito de renda efetiva, também pesquisado pela PME,

apresenta marcadas flutuações sazonais na passagem de cada ano como os gráficos

ilustram, mas fora estes picos as séries de dados são relativamente próximos7. Optamos

ao longo deste trabalho por trabalhar aqui com o conceito habitual de renda, pois além

de eliminar flutuações erráticas o que pode viesar para cima as medidas de mobilidade a

serem discutidas mais a frente. Uma vantagem deste conceito é a de ser também usado

pela PNAD permitindo comparabilidade direta dos resultados com a principal base de

dados do sistema de pesquisas domiciliares brasileiras.

7 Neri (1996) detalha as diferenças entre os dois conceitos a partir da comparação entre a PME coletada entre 1980 e idos de 1982 antes da primeira reformulação. Um outro ponto é que o conceito habitual tende a estar vinculado ao mês em curso da pesquisa enquanto o efetivo ao mês anterior. Neste sentido o conceito efetivo seria mais adequado como indicador líder da PNAD. Por outro lado, o conceito efetivo de renda é o que se adéqua as séries da PME entre 1982 e 2002, antes da segunda reforma.

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Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Os gráficos em média móveis permitem isolar melhor as tendências. A média de

renda dá continuidade à trajetória de expansão já observada do fim da recessão de 2003,

como já os dados mensais acima já sugeriam.

Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

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Na tabela a seguir é possível observar os níveis de renda média nos meses de

dezembro desde o ano 2002. Apresentamos todos os meses desde agosto de 2008 para

melhor entender os efeitos da crise no nível de renda do brasileiro.

Renda Per Capita - 6 Principais Metrópoles Brasil Renda Efetiva Renda Habitual

dez/02 545,61 529,52 dez/03 506,24 484,14 dez/04 560,20 528,78 dez/05 621,15 564,70 dez/06 646,97 603,93 dez/07 668,69 627,22 ago/08 651,61 652,00 set/08 665,04 666,61 out/08 666,31 666,41 nov/08 665,39 665,82 dez/08 708,55 662,47 jan/09 828,58 659,59 fev/09 640,22 644,30 mar/09 639,65 645,75 abr/09 639,66 643,12 mai/09 638,55 640,67 jun/09 646,19 648,29 jul/09 647,20 648,32

ago/09 659,01 662,15 set/09 665,10 665,72 out/09 666,50 667,50 nov/09 669,63 671,27 dez/09 706,48 659,75

Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Em termos de variação, a taxa de crescimento acumulada no período de

Dezembro de 2003 a Dezembro de 2009 da renda per capita, portanto já descontando o

crescimento populacional, é de 36,3%, ou seja, 5,3% ao ano. Se isolarmos em dois

momentos distintos, sendo o primeiro até dezembro de 2008, observamos que a taxa

acumulada de crescimento da renda é pouco superior (36,8%). Ou seja, entre dezembro

de 2008 e dezembro de 2009, os resultados não mudam muito (o que notamos é uma

ligeira redução de -0,4%).

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Variação da Renda Domiciliar Per Capita Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/ FGV, com base nos microdados da PME/IBGE.

Evolução da Renda: Capitais versus Periferias

Apresentamos, a seguir, a evolução da renda nas capitais e periferias

metropolitanas. Apesar dos maiores níveis apresentados pelas primeiras (791 reais

contra 495 reais nas periferias), quando consideramos os últimos seis anos há

diminuição das diferenças entre as duas. O crescimento de 43,39% renda das periferias

é 16 pontos de porcentagem maior que o das capitais.

De maneira geral, o ano de 2006 foi o que apresentou maior crescimento de

renda per capita (6,28% no total). Neste período, as capitais também apresentaram seu

recorde de aumento relativo (6,10%), enquanto que o ano de 2008 pode ser considerado

o ano das periferias (7,80% de aumento). Restringindo a análise ao último ano (período

pós-crise), notamos o menor crescimento total da renda com apenas 1,55%, sendo

2,43% nas periferias e 1,05% nas capitais.

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Apresentamos no anexo, uma série de estatísticas para as capitais e periferias,

incluindo mudanças de classes econômicas e renda. Essas informações também estão

disponíveis para os meses de dezembro de cada ano e no site ampliamos o espectro de

variáveis para gênero, escolaridade, idade etc. O leitor está convidado a analisar tais

informações de acordo com seus interesses particulares.

3. Movimentos Individuais entre Classes Econômicas

O aspecto longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos

fornecerá a evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade entre classes,

observado na prática. A principal lição desta análise é que uma pessoa não é pobre (ou

de elite), mas sim ela está na pobreza (ou na elite econômica). Esta análise de transição

de estados complementa as de séries de tempo que mostram qual a parcela de cada

classe de renda na população determinando a magnitude dos riscos envolvidos, ou seja,

a pergunta do quanto a crise recente afetou risco de queda de classe, na seção seguinte

respondemos a pergunta de quem de quem sofre mais este risco.

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Risco de Queda da Classe AB

Comecemos pela primeira questão. Por exemplo, como vimos, a parcela na

classe AB passou de 15,33% para 15,63% entre os dois últimos meses de dezembro. O

ponto aqui é avaliar os riscos de quem chegou a uma determinada classe de progredir,

permanecer onde esta ou de regredir. Por exemplo, peguemos o último dos grupos

analisados cujos indivíduos começaram a ser observados em dezembro de 2008 que

foram observados novamente em dezembro de 2009, o último mês da pesquisa. A

probabilidade de manutenção de status de classe de uma mesma pessoa entre estes dois

meses foi de 85,65%, Neste caso como não há a possibilidade de progressão, pois estão

batendo com a cabeça no nosso teto de classes, o restante 14,38% caíram

necessariamente entre dois meses, um ano a parte. Agora para saber se isto é pouco ou

muito precisamos de uma base de comparação. Se compararmos com dezembro dos

demais anos, vemos que este risco de regressão econômica só é maior que os

observados nas janelas de 12 meses terminadas em dezembro de 2007 e em dezembro

de 2006, quando os riscos atingiram as taxas de 8,87% e 13,32%, respectivamente. Por

outro lado, os 14,38% de queda da classe ABC observados até dezembro de 2009 é

inferior aos dos mesmos 12 meses terminados em 2003 (34,22%), 2008 (19,41% já

terminando em plena crise recente) e 2004 (17,13%).

A guisa ainda da comparabilidade com os demais meses da crise recente os

14,38% de risco de queda da classe ABC dos dados de dezembro de 2009 são inferiores

aos dados de 11 dos últimos 12 meses do ano, sendo o outro período de menor risco o

imediatamente adjacente terminado em novembro de 2009 com a taxa de 12,78%. O

pior período da crise é aquele terminado em plena ressaca de janeiro de 2009 quando

atinge 24,97%. Incidentalmente este é o mês mais distante do ano analisado. Ambos os

resultados parecem indicar que como vimos na seção, não só a classe AB se recuperou

no seu tamanho agregado dos choques externa da qual foi a primeira e principal vítima

no início da crise, como em termos o risco de queda também se normalizou, indicando a

superação do período mais crítico da crise para o grupo da elite de renda.

Saindo da análise do último mês da série, mas generalizando para todos as

janelas de 12 meses finalizadas em 2009, o ano de chegada da crise recente, vis a vis a

média dos demais anos. 2009 é o terceiro pior ano da série iniciada em 2003: 22,73 em

cada cem que estavam inicialmente na classe AB terminou este período fora dela. O

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pior ano da série é o da recessão de 2003 quando 35,12% decaíram da classe AB e o

menos arriscado o de 2007 quando 18,66% percorreram a trajetória descendente.

A PME usa a metodologia de painel rotativo que busca colher informações nas

mesmas residências nos meses t, t+1, t+2, t+3, t+12, t+13, t+14, t+15, perfazendo um

total de oito entrevistas distribuídas ao longo de um período de 16 meses. A abordagem

inicial usada aqui consiste em calcular as probabilidades de transição para dentro e para

fora dos quatro grupos da sociedade, bem como de não transição entre estes grupos,

entre pares de observação das mesmas pessoas doze meses a parte, iniciados em março

de 2002. O último dos grupos analisados termina em dezembro de 2009. O aspecto

longitudinal dos dados de renda familiar per capita do trabalho nos fornecerá a

evidência empírica básica sobre o padrão de mobilidade social observado na prática.

Nas matrizes a seguir, abrimos os destinos das transições de cada estrato

econômico por ano. Na última linha da tabela, apresentamos as informações mais

recentes (transição entre 2008 e 2009), que já estão disponíveis até o mês de dezembro.

Primeiramente, apresentamos essas estatísticas de forma agregada anualmente, para

depois abrir mensalmente, o que pode nos fornecer os possíveis impactos da crise na

transição entre as classes.

Os dados anuais mostram que os anos 2004 e 2008 se destacam nas estatísticas,

com apenas 59,5% e 59,91% da classe E que continuam classe E, um ano após a

primeira observação (coletada em 2003 e 2007, respectivamente). No último ano

disponível para análise (2009), observamos o terceiro melhor resultado. Observamos

aumento de 0,5 ponto de porcentagem no contingente dos que continuam classe E

(60,38%), frente ao mesmo período um ano antes.

Matriz de Transição da Classe E

6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual

Período Final (1 ano depois)

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 61.47 16.80 18.18 3.55

2003 59.50 18.64 18.34 3.52

2004 61.16 19.07 17.12 2.65

2005 64.10 18.00 16.07 1.83

2006   63.31 18.48 16.12 2.09

2007   59.91 17.60 19.00 3.49

Per

íodo

Ini

cial

2008   60.38 18.42 18.39 2.82

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63

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE  Tecnicamente empatada (-0.5 pontos de percentagem), quando comparado ao

mesmo período de 2008, a permanência na classe C continua acima dos 81%. Em 2009,

81,27% da população inicialmente C se mantém nessa classe (era 81,67% no ano 2008).

Na classe D a taxa de permanência, cresce 0,8 p.p. no último ano.

Matriz de Transição da Classe C

6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual

Período Final (1 ano depois)

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 12.310 12.180 70.260 5.250

2003 7.99 9.61 76.02 6.38

2004 6.46 10.20 77.01 6.33

2005 5.52 7.83 80.14 6.51

2006   5.18 7.15 81.51 6.15

2007   4.86 7.07 81.67 6.40

Per

íodo

Ini

cial

2008   5.52 7.17 81.27 6.04

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE  

Matriz de Transição da Classe D

6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual

Período Final (1 ano depois)

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 32.31 36.49 30.45 0.75

2003 23.31 39.93 36.15 0.62

2004 21.54 43.33 34.56 0.57

2005 18.92 41.49 38.91 0.68

2006   16.54 45.20 37.70 0.55

2007   16.17 43.18 40.03 0.63

Per

íodo

Ini

cial

2008   17.66 44.04 37.74 0.57

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE  

Quando analisamos o extremo superior da distribuição, a taxa de permanência na

classe AB, apresenta de forma agregada o seu melhor resultado entre 2006 (observação

inicial) e 2007 (final). Com quedas nos anos seguintes, chega em 2009 com taxa de

permanência de 77,27%, ou seja, a proporção de pessoas que se mantêm AB, entre 2008

e 2009 (medidos até dezembro).

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Matriz de Transição da Classe AB

6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual

Período Final (1 ano depois)

Classe E Classe D Classe C Classe AB

2002 8.500 1.15 25.47 64.88

2003 5.38 0.75 20.21 73.66

2004 2.77 0.47 17.06 79.70

2005 3.16 0.47 16.26 80.11

2006   2.96 0.39 14.32 82.34

2007   3.20 0.43 16.93 79.44

2008   3.86 0.40 18.47 77.27

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE  

O passo seguinte é abrir as transições dessa classe de renda para os níveis

mensais desde o início da crise para entender quando as mudanças foram mais

expressivas. Em relação à proporção de indivíduos que continuam na classe AB,

observamos níveis mais altos no final do ano 2009. Entre novembro e dezembro deste

ano, cerca de 90,12% das pessoas que são inicialmente AB continuam na mesma

situação um mês depois.

Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 mês depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

nov/09 3251932 1.50 0.22 8.16 90.12 out/09 3270295 1.74 0.10 9.11 89.05 set/09 3303552 2.30 0.12 10.36 87.21 ago/09 3487189 1.65 0.06 8.62 89.66 jul/09 3235738 1.63 0.17 10.49 87.72 jun/09 3175435 1.37 0.32 9.77 88.55 mai/09 3105576 1.69 0.22 10.02 88.06 abr/09 3158298 1.81 0.16 11.70 86.34 mar/09 3123727 1.84 0.19 10.26 87.70 fev/09 3147326 2.19 0.54 10.38 86.88 jan/09 3097937 2.36 0.23 10.66 86.75 dez/08 3446103 1.74 0.35 11.83 86.09 nov/08 3295400 1.78 0.36 9.63 88.23 out/08 3403720 1.91 0.53 12.15 85.40 set/08 3223068 1.68 0.11 10.64 87.57

Per

íodo

Ini

cial

ago/08 3526534 1.37 0.25 12.84 85.54 Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Analisamos aqui a transição para dentro e para fora dos quatro grupos de renda.

O leitor está convidado a analisar as mudanças de classes sociais em períodos pré- e

pós-crise através das matrizes anteriores ou por diferentes grupos sócio demográficos,

no Panorama de Mobilidade Social disponível no site da pesquisa.

Panorama de Mobilidade

Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que permite

obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica, por

diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela permitem

obter as probabilidades de transições. Para isso, escolha o período (anual ou crise) e a

classe inicial de análise. Para comparar mais de um período, utilize a tecla Ctrl.

Análise de Transição Multivariada

A análise multivariada visa proporcionar um experimento mais bem controlado

que a análise bivariada. Seu objetivo é captar o padrão de correlações parciais entre as

variáveis de interesse e as variáveis explicativas. Isto é, isolar a variável que estamos

analisando das demais variáveis explicativas. Nos exercícios abaixo, captamos as

correlações entre diferentes características populacionais, uma a uma, e a permanência

na classe ABC que é o conjunto de pessoas situadas nas classes mais abastadas (ou

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66

menos pobres). O simulador abaixo visa tornar mais amigável o uso dos modelos

estatísticos multivariados aqui analisados.

Simulador de Mobilidade Social

Ferramenta que permite simular as probabilidades de permanecer em

determinado grupo de renda, através da combinação de suas características. Com este

dispositivo disponível em http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/sim_pme/index.htm e no

site da pesquisa, é possível obter as probabilidades de continuar na classe ABC. Basta

selecionar as informações de acordo com seus atributos ou aqueles que deseja analisar.

Depois de preencher o formulário, clique em Simular.

O gráfico gerado com a probabilidade apresenta duas barras. Uma das barras

representa o Cenário Atual, com o resultado segundo as características selecionadas; a

outra, o Cenário Anterior apresenta a simulação anterior.

Apresentamos, no apêndice, o detalhamento dos exercícios sobre os

determinantes das probabilidades de transição entre classes sociais extremas, onde a

interpretação é mais simples e direta controlada por atributos, tais como educação, sexo,

raça, idade, tamanho de família e região. A pergunta-chave aqui é se houve uma piora

relativa durante o período de crise de pessoas com características iguais em alguns

setores críticos ou níveis de educação vis-à-vis os demais. Os modelos estimados estão

detalhados no apêndice e foram acoplados no simulador que permite a cada uma testar o

impacto de características sobre algumas transições, em particular, a transição entre as

classes mais altas (Classe ABC) em direção às classes mais baixas, que apareceu como

um dos principais efeitos colaterais da crise.

Page 67: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

67

No primeiro modelo logístico binomial apresentamos informações entre janeiro

de 2007 até dezembro de 2009, captadas com intervalos de 12 meses entre elas, ou seja,

comparamos as mesmas pessoas no período inicial e depois observamos esse mesmo

indivíduo 1 ano após. A fim de medir os impactos da crise na permanência das pessoas

na classe ABC, incluímos no modelo uma dummy de tempo identificados como o

momento da segunda observações do indivíduo: pré-crise (janeiro de 2007 a setembro

de 2008), crise (outubro de 2008 a dezembro de 2009). Os resultados mostram que a

chance de um indivíduo permanecer na classe ABC no período de crise foi 5% menor

que a apresentada antes da crise. A última coluna de razão de chances é mais fácil de

interpretar se os valores são menores que um, no caso da crise a chance de permanecer

na classe média é 4,059% menor (100% - 95,041%).

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

crise Crise -0.0509 0.0135 14.21 ** 0.95041

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Em seguida, realizamos um segundo exercício, decompondo o período após

setembro de 2008 até dezembro de 2009 em dois períodos. Os resultados são robustos e

mostram novamente menores chances de permanência na classe ABC durante a crise

(3,6% menores), que foi depois não só recuperada no pós-crise, quando as chances de

permanência no extremo mais alto da distribuição se tornam 5,48% maiores que no

período inicial, antes da crise. Ou seja, após a crise completar um ano de ocorrência, a

probabilidade de quem era classe ABC manter o status aumentou.

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral

Parâmetro Categoria Estimativa Erro Padrão Qui-Quadrado sig Razão condicional

crise2 Crise -0.0367 0.0146 6.30 ** 0.96401

crise2 Pós-Crise 0.0534 0.0222 5.80 ** 1.05483

crise2 Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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68

Agora, replicamos os mesmos exercícios anteriores incorporando algumas

variáveis interativas para tentar captar quais os grupos que perderam ou ganharam

durante o período de crise. A primeira delas é a educação. Decidimos novamente

apresentar um modelo binomial para entender se isso afetou a permanência das pessoas

na classe ABC.

Escolaridade: Iniciando nossa análise por características educacionais, avaliamos os

sinais da crise para pessoas de diferentes níveis de instrução. Notamos que, de forma

geral, a educação está positivamente correlacionada com níveis mais altos de

permanência nas classes de renda mais altas (no caso classe ABC). Conforme podemos

ver abaixo, as chances normais de uma pessoa com mais de onze anos de estudos que

está no momento inicial na classe ABC e continuar nesta faixa um ano depois em geral

é 3 vezes maior que outro sem instrução (ou com ate 1 ano). Agora nos voltando as

variáveis interativas, as chances dos mais educados diminuem em termos relativos. Ou

seja, pessoas de níveis mais altos de instrução perderam parte de sua vantagem relativa.

Notamos isso através dos sinais negativos da parte interativa do modelo abaixo. A

chance de uma pessoa continuar ABC, durante a crise, é relativamente menor para

aqueles que são mais educados (24,6% menores para os que tem 11 anos ou mais de

estudos em relação aos sem instrução).

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)

Parâmetro Categoria EstimativaErro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1852 0.0809 5.24 ** 1.20352

anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3894 0.0698 31.10 ** 1.47609

anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6535 0.0701 87.00 ** 1.92231

anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1039 0.0689 256.81 ** 3.01598

anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.2007 0.0974 4.24 ** 1.22227

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1544 0.1170 1.74 0.85696

anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2613 0.1014 6.64 ** 0.77001

Page 69: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

69

Parâmetro Categoria EstimativaErro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2408 0.1012 5.66 ** 0.78602

anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise

11 ou mais anos de estudo -0.2695 0.0994 7.35 ** 0.76377

anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Setor: Seguimos nossa análise de impactos da crise com um corte setorial separando

setores que estão a princípio mais expostos aos canais de transmissão da crise como a

instabilidade no sistema financeiro e a retração de demanda nos países desenvolvidos

contraindo as nossas importações industriais. Sinteticamente, os resultados mostram

que: i) as pessoas as quais trabalham no setor financeiro com as demais características

observáveis equivalentes têm 11,81% mais chances de se manterem na classe ABC,

quando comparadas a pessoas iguais nos demais setores. Na indústria o resultado não é

estatisticamente diferente ao dos demais setores. iii) Por outro lado, as chances dos

ocupados inicialmente na indústria de manter a classe econômica durante a fase de crise

recente foi 10% menor. Já os inicialmente ocupados no sistema financeiro não foram

mais afetados (isto é, não rejeitamos estatisticamente esta hipótese).

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (setor * crise)

Page 70: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

70

Categoria EstimativaErro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

Financeira 0.1114 0.0344 10.46 ** 1.11781

Industria 0.0465 0.0302 2.37 1.04765

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

Crise -0.0356 0.0154 5.37 ** 0.96504

zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

Financeira -0.0116 0.0466 0.06 0.98849

Financeira 0.0000 0.0000 . 1.00000

Industria -0.1054 0.0398 6.99 ** 0.89998

Industria 0.0000 0.0000 . 1.00000

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Posição na Ocupação (ou na Desocupação)

Analisamos a seguir os impactos da crise por posição na ocupação (conta

própria, empregador, empregados com carteira, empregados sem carteira, funcionários

públicos) e na desocupação (desempregados e inativos). Conforme esperado

empregadores e funcionários públicos apresentam maior estabilidade nos segmentos de

renda familiar mais altos, mesmo quando controlamos pela maior escolaridade entre

outros atributos desta classe. Agora não captamos nenhum efeito estatisticamente

diferente de zero nos impactos relativos da crise.

Page 71: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

71

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (Posição na ocupação * crise)

Parâmetro Categoria EstimativaErro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

CPOSOCUP1 Conta própria -0.0695 0.1380 0.25 0.93290

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.2086 0.1425 2.14 0.81169

CPOSOCUP1 Empregador 0.5554 0.1498 13.74 ** 1.74263

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira 0.0276 0.1368 0.04 1.02798

CPOSOCUP1 Funcionários Públicos – militar etc 0.6029 0.1443 17.45 ** 1.82747

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.1597 0.1385 1.33 0.85243

CPOSOCUP1 Inativo -0.2335 0.1366 2.92 0.79172

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.2550 0.2046 1.55 1.29045

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Conta própria -0.3204 0.2077 2.38 0.72584

CPOSOCUP1*crise Conta própria 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3796 0.2141 3.14 0.68413

CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregador -0.1938 0.2235 0.75 0.82384

CPOSOCUP1*crise Empregador 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira -0.3214 0.2060 2.44 0.72510

CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc -0.4048 0.2151 3.54 0.66712

CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira -0.2625 0.2085 1.58 0.76912

CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Inativo -0.2851 0.2062 1.91 0.75194

CPOSOCUP1*crise Inativo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Page 72: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

72

4. Outros Indicadores

a. PME em Bases Semanais

Nesta seção, abrimos a pesquisa mensal em bases semanais para melhor traçar a

cronologia semanal da crise e pós-crise, indo, portanto até a última semana de dezembro

de 2009. Inicialmente, apresentamos a média móvel de quatro semanas da participação

das classes extremas do nosso espectro analisado, quais sejam as classes E a ABC ao

longo dos últimos 24 meses. Centramos nossa análise nas últimas semanas das séries,

encarando os últimos meses como indicador antecedente não viesado da tendência de

curto prazo futura. Os resultados mostram que na primeira semana de dezembro de 2009

alcançamos o menor nível dos últimos dois anos na proporção de pessoas na classe E.

Seguindo na mesma linha positiva a classe ABC que perdeu um pouco no início do ano,

apresenta melhoras, e chega também no mês de dezembro (terceira semana) no seu

recorde. Fechada a última semana do ano, temos 17,74% da população total na classe E

e 67,7% na ABC. Assinalamos nos gráficos os indicadores referentes à última semana

do ano o que indicaria viés de baixa em relação à totalidade do mês de dezembro de

2009, sendo esta a informação a última disponível até o momento.

17,74

17.0

17.5

18.0

18.5

19.0

19.5

20.0

Jane

iro (2

008)

-se

m 1

Jane

iro (2

008)

-se

m 3

Fev

erei

ro (2

008)

-se

m 1

Fev

erei

ro (2

008)

-se

m 3

Mar

ço (2

008)

-se

m 1

Mar

ço (2

008)

-se

m 3

Abr

il (2

008)

-se

m 1

Abr

il (2

008)

-se

m 3

Mai

o (2

008)

-se

m 1

Mai

o (2

008)

-se

m 3

Junh

o (2

008)

-se

m 1

Junh

o (2

008)

-se

m 3

Julh

o (2

008)

-se

m 1

Julh

o (2

008)

-se

m 3

Ago

sto

(200

8) -

sem

1A

gost

o (2

008)

-se

m 3

Set

embr

o (2

008)

-se

m 1

Set

embr

o (2

008)

-se

m 3

Out

ubro

(200

8) -

sem

1O

utub

ro (2

008)

-se

m 3

Nov

embr

o (2

008)

-se

m 1

Nov

embr

o (2

008)

-se

m 3

Dez

embr

o (2

008)

-se

m 1

Dez

embr

o (2

008)

-se

m 3

Jane

iro (2

009)

-se

m 1

Jane

iro (2

009)

-se

m 3

Fev

erei

ro (2

009)

-se

m 1

Fev

erei

ro (2

009)

-se

m 3

Mar

ço (2

009)

-se

m 1

Mar

ço (2

009)

-se

m 3

Abr

il (2

009)

-se

m 1

Abr

il (2

009)

-se

m 3

Mai

o (2

009)

-se

m 1

Mai

o (2

009)

-se

m 3

Junh

o (2

009)

-se

m 1

Junh

o (2

009)

-se

m 3

Julh

o (2

009)

-se

m 1

Julh

o (2

009)

-se

m 3

Ago

sto

(200

9) -

sem

1A

gost

o (2

009)

-se

m 3

Set

embr

o (2

009)

-se

m 1

Set

embr

o (2

009)

-se

m 3

Out

ubro

(200

9) -

sem

1O

utub

ro (2

009)

-se

m 3

Nov

embr

o (2

009)

-se

m 1

Nov

embr

o (2

009)

-se

m 3

Dez

embr

o (2

009)

-se

m 1

Dez

embr

o (2

009)

-se

m 3

Evolução da Classe E - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Page 73: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

73

67,7

63.564.064.565.065.566.066.567.067.568.068.569.069.570.0

Jane

iro (2

008)

-se

m 1

Jane

iro (2

008)

-se

m 3

Fev

erei

ro (2

008)

-se

m 1

Fev

erei

ro (2

008)

-se

m 3

Mar

ço (2

008)

-se

m 1

Mar

ço (2

008)

-se

m 3

Abr

il (2

008)

-se

m 1

Abr

il (2

008)

-se

m 3

Mai

o (2

008)

-se

m 1

Mai

o (2

008)

-se

m 3

Junh

o (2

008)

-se

m 1

Junh

o (2

008)

-se

m 3

Julh

o (2

008)

-se

m 1

Julh

o (2

008)

-se

m 3

Ago

sto

(200

8) -

sem

1A

gost

o (2

008)

-se

m 3

Set

embr

o (2

008)

-se

m 1

Set

embr

o (2

008)

-se

m 3

Out

ubro

(200

8) -

sem

1O

utub

ro (2

008)

-se

m 3

Nov

embr

o (2

008)

-se

m 1

Nov

embr

o (2

008)

-se

m 3

Dez

embr

o (2

008)

-se

m 1

Dez

embr

o (2

008)

-se

m 3

Jane

iro (2

009)

-se

m 1

Jane

iro (2

009)

-se

m 3

Fev

erei

ro (2

009)

-se

m 1

Fev

erei

ro (2

009)

-se

m 3

Mar

ço (2

009)

-se

m 1

Mar

ço (2

009)

-se

m 3

Abr

il (2

009)

-se

m 1

Abr

il (2

009)

-se

m 3

Mai

o (2

009)

-se

m 1

Mai

o (2

009)

-se

m 3

Junh

o (2

009)

-se

m 1

Junh

o (2

009)

-se

m 3

Julh

o (2

009)

-se

m 1

Julh

o (2

009)

-se

m 3

Ago

sto

(200

9) -

sem

1A

gost

o (2

009)

-se

m 3

Set

embr

o (2

009)

-se

m 1

Set

embr

o (2

009)

-se

m 3

Out

ubro

(200

9) -

sem

1O

utub

ro (2

009)

-se

m 3

Nov

embr

o (2

009)

-se

m 1

Nov

embr

o (2

009)

-se

m 3

Dez

embr

o (2

009)

-se

m 1

Dez

embr

o (2

009)

-se

m 3

Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 4 SemanasPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

b. Geração de Empregos Formais

O passo final foi analisar a evolução do emprego formal no país. Esta

informação é particularmente importante, já que o emprego com carteira assinada é uma

das fortes características da classe média. Nesse contexto, as informações mais recentes

não são tão animadoras. Apesar de a situação estar melhor do que a apresentada em

dezembro de 2008, foram destruídos agora em dezembro de 2009, -415 mil empregos.

Em geral, observamos sazonalidade na série, que apresenta as maiores destruições de

postos de trabalho em dezembro de cada ano. A fim de corrigir isso e suavizar a série,

optamos por apresentar também as médias móveis de 12 meses. Nesse sentido os dados

são mais animadores apontando certa recuperação no segundo semestre do ano.

Page 74: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

74

Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

O saldo líquido no final do ano 2009 é de 995 mil novos postos de trabalho.

Talvez esse não seja um resultado tão ruim, se olharmos num contexto de crise

internacional e, principalmente, pelas tendências apresentadas no segundo semestre do

ano que apresentou o maior número de postos de trabalho criados comparado ao mesmo

período em anos anteriores.

Geração Liquida de Emprego Formal – Acumulado no Ano (2000 a 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

Page 75: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

75

Geração Liquida de Emprego Formal – Semestral (2000 a 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

c. Indicadores Subjetivos

O Sonho Brasileiro Antes mesmo da discussão de quem é a nova classe média no Brasil surgir, o estudo da FGV dizia que ia lançar uma medida subjetiva de classe média. Classe média seria um estado de espírito de que a vida vai melhorar no futuro. Mostramos na pesquisa “Jovens, Educação, Trabalho e o Índice de Felicidade Futura” que entre 132 países, o brasileiro é aquele que apresenta maior expectativa de felicidade daqui a 5 anos. Numa escala de 0 a 10 reportada diretamente pelos entrevistados a nota media para a satisfação com a vida em 2011 era 8,78 no Brasil superando inclusive aos Estados Unidos (9º do ranking) e Dinamarca, líder mundial de felicidade presente, mas 3º do ranking de felicidade futura. O lanterninha é Zimbábue na África.

Futuro

brazil 8,78venezuela 8,52denmark 8,51ireland 8,32jamaica 8,25canada 8,14

Felicidade Futura (em cinco anos)População Total

Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV

Mais

zimbabwe 4,04

cambodia 4,86paraguay 5,04haiti 5,10

bulgaria 5,13ethiopia 5,22uganda 5,31

Futuro

Felicidade Futura (em cinco anos)População Total

Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV

Menos

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76

Nota Média de Felicidade Futura dos jovens ︵de 0 a 10, daqui a 5 anos ︶

4.5 - 6, 56.5 - 7.57.5 - 8.58.5 - 99 - 10No Data

FELICIDADE FUTURAJOVENS 15 A 29 ANOS

Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV

Dissonância

O uso de medidas de qualidade de vida extraídas da nova linha de surveys como

o Gallup World Poll, o similar da IPSOS, cuja uma das vantagens é a alta

comparabilidade internacional por aplicar o mesmo questionário a um número grande

de países. Esta vantagem também é compartilhada por surveys feitos em bases

regionais, o Latino Barômetro na América Latina e o Euro Barômetro no velho

continente. Em particular, propomos o uso de medidas diretas, tais como a expectativa

de felicidade daqui a cinco anos em comparação com o nível de felicidade presente. Isto

é feito através de perguntas onde a pessoa atribui diretamente nota subjetiva de 0 a 10

sobre a sua respectiva satisfação com a vida.

Além do Índice de Felicidade Futura (IFF) desenvolvido por nós em projeto para

o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) a partir de uma amostra de mais

de 132 países cobertas pelos microdados do Gallup World Poll de 2006. O que podemos

antecipar é que os dados indicam que a classe média no Brasil medida pelo Índice

Futuro de Felicidade é alta vis-à-vis outros países, embora a avaliação subjetiva da

situação agregada futura de cada país seja dois pontos abaixo:

Page 77: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

77

Percepção Futura (País) x Felicidade Futura

População Total

FelicidadeFutura

Percepção País

Brasil 8,78 6,84

Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV

Índice de Satisfação Futura (Individual x União)

y = 0.6101x + 2.1748

R2 = 0.304

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

8.00

9.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00

Brasil

Índice de Satisfação Futura - Dissonância (Individual - União)

Fonte: CPS/FGV Processando os Microdados do Gallup World Poll 2006 – Projeto BID pela FGV

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

1 pu

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78

5. Conclusões

Agenda de Pesquisa

Nossa estratégia foi a cada atualização das nossas séries tradicionais, incorporar

inovações, e uma nova dimensão à análise da nova classe média: Acesso a Bens de

Consumo, Empreendedorismo e Microcrédito, Educação de Qualidade entre outros,

explorando a cada pesquisa uma nova ótica. Posteriormente, impactados pelos riscos

emanados do estouro de bolhas financeiras, exploramos a demanda de mecanismos de

seguro pela população de baixa renda e pelos segmentos recém-promovidos a novos

estratos econômicos. Microsseguros é uma agenda que emerge só agora no mundo, tal

como o microcrédito floresceu nas últimas duas décadas. São sequências naturais de um

mesmo processo, se microcrédito possibilita as pessoas subirem na vida, o microsseguro

impede estas mesmas pessoas sucumbam a choques adversos relacionados a

desemprego, doenças, acidentes, roubo, morte, entre outras. Isto é, microsseguro impede

que uma situação crítica se torne crônica. Durante a melhora da distribuição de renda

dos últimos anos demos os pobres aos mercados consumidores, já a agenda de

empreendedorismo, crédito produtivo e da demanda de microsseguro abordados em

pesquisas anteriores, de educação de qualidade de próximas pesquisas, visa dar o

mercado aos pobres produtores. Tratar os pobres como protagonistas de suas vidas,

integrar o aspecto econômico ao social, explorar as interações público/privada

compõem a nova geração de políticas públicas para a próxima década.

Impactos da Crise

Seguindo a tradicional analogia futebolística, um empate social com muitos gols

descreveria o ano de 2009. Começamos o ano passado recebendo uma goleada da crise,

mas ao longo do ano fomos paulatinamente nos recuperando das perdas iniciais,

equilibrando o placar. Se 2009 fosse um jogo de futebol, terminaria com a maioria dos

indicadores em empate técnico em relação ao ano que passou. Se este resultado pode ser

considerado satisfatório na comparação com os demais países - com a exceção do seleto

grupo formado por China, Índia e Coréia – ele representa uma parada súbita face ao

período de ouro que vai do fim da recessão de 2003 até setembro de 2008. Além de

reprisar os avanços da época de boom, traçamos a cronologia dos lances mais relevantes

do período de crise até dezembro de 2009.

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79

Prescrições de Políticas

As séries de outras medidas de nível de atividade também apontavam para a

ocorrência de um boom na classe C: casa, carro, computador, crédito e carteira de

trabalho estavam até próximo ao fim do terceiro trimestre de 2008 todos nos seus níveis

recordes históricos. O nosso mercado interno, simbolizado pela nova classe média, foi

fundamental na fase recessiva que a bússola de 99 entre 100 economistas apontava antes

da crise. O livro de Keynes de 1936 foi inspirado não no caso geral, mas numa

economia em depressão, onde o lado curto era a demanda. Agora entre o abrir e o tapar

buracos que fazem a macroeconomia mover, citados por Keynes, pode-se enterrar canos

provedores de saneamento básico. Como favorecer hoje o investimento, a acumulação

de capital e a produção dos segmentos mais pobres? Olhando para a demanda agregada

há algumas partes mais e outras menos interessantes do ponto de vista de eficiência e de

equidade, na perspectiva tanto de curto como de longo prazo.

Como dizia Keynes entre a taça e os lábios há vários percalços. Dependendo do

cenário creditício, o copo de demanda tragado nos mercados reais, estará meio cheio, ou

meio vazio. Há que se reverter a contração de crédito não só rápida mas sabiamente a

fim de se evitar a ressaca futura do cenário recessivo presente. O costume de se falar

mais de falhas de política do que de mercado, deverá dar lugar a escolhas públicas que

levem o crédito mais para áreas de financiamento de investimentos produtivos mais

estranguladas, mas que deixem impactos sociais de prazo mais longo. O Brasil dispõe

de seu Grameen Bank, representado pelo programa CrediAmigo que atua hoje ainda só

no nordeste mas detém fatia de mais de dois terços do mercado nacional de

microcrédito. Da mesma forma que nos últimos anos observamos a ascensão do

microcrédito no mundo em desenvolvimento, culminando no Premio Nobel concedido a

Muhamad Yunus e a seu Grameen Bank de Bangladesh, estaremos de agora em diante

mais voltados ao microseguro. Mal comparando, o microcrédito é uma espécie de

trampolim que idealmente faz as pessoas superarem a linha de pobreza em época de

crescimento, enquanto o microseguro são as redes de proteção que impedem que as

pessoas caiam abaixo desta linha em época de decadência de renda.

O Bolsa Família representa um seguro social particularmente capilar e valioso

em épocas de turbulência como as que temos pela frente. Qual o país do mundo que

dispõe de uma rede de proteção social na escala e no desenho similar ao Bolsa Família?

Mais do que injetar poder de compra e moeda nas mãos dos segmentos mais pobres do

Page 80: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

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Brasil. Por exemplo, na ocasião da elevação ocorrida a alguns meses do preço dos

alimentos pudemos reajustar a renda de quem tem menos, numa decisão administrativa

de execução simples e imediata.

O Brasil vem trilhando o que se pode chamar: o caminho do meio, nem tanto ao

Estado, nem tanto ao mercado, combinamos programas sociais com respeito às regras

do mercado, com um governo grande, guloso e generoso, mas sem ímpeto reformista.

Como conseqüência, o país não apresentava a agilidade e a velocidade do crescimento

dos tigres asiáticos, mas mais as características de um país-baleia com movimentos mais

lentos. Uma baleia que por ter ficado encalhada durante as duas décadas perdidas, e por

ter desencalhado apenas após 2004 goza de uma certa relutância das autoridades

brasileiras para que não se perca o momento de expansão. Mesmo após o agravamento

da crise internacional todas as declarações das autoridades no Brasil têm sido no sentido

de não perder a inércia que passou incólume aos mais de um ano de crise internacional

que se avizinhava. As reservas externas brasileiras funcionam como uma gordura a mais

que pode ser queimada.

Fora a pujança do mercado consumidor interno e das reservas internacionais, e

do teimoso otimismo oficial, há outros fatores amortecedores dos impactos da crise

externa no Brasil além do impacto da classe média. Apesar da abertura externa

crescente e do crescimento do crédito recentes o Brasil ainda se encontra pouco

vulnerável a estes canais de transmissão, pois ainda somos uma economia relativamente

fechada e regulada financeiramente. Ou seja, o que era inépcia na fase de ouro mundial,

passa se tornar virtude em tempos magros.

Nossas ineficiências e iniqüidades atuais se transformam em virtudes

prospectivas se forem combatidas. A nossa carga tributária que vinha crescendo como a

cintura de um cidadão de meia-idade garantia um superávit fiscal primário. A carga

fiscal e o tamanho do estado no Brasil subia quase um ponto de porcentagem por ano

seguindo quase a risca a sina daqueles pós 40 - que não se cuidam – de ganhar um quilo,

ou no caso um ponto de percentagem, a mais por ano. Como conseqüência nosso

deslocamento de produto era aquém da de outros países emergentes, mas gozamos de

capacidade de não submergirmos durante a tempestade financeira. Compramos sem

saber seguro para uma crise não anunciada. Nosso prévio excesso de regulação

financeira se torna uma vantagem comparativa nas circunstancias atuais. A nossa

inflação também apresentava algum sinal de excesso de demanda o que seria

inevitavelmente desaquecido por ação do Banco Central o foi pela ação da propagação

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81

da crise em curso. Em época de inverno econômico rigoroso as reservas acumuladas

durante o verão econômico de outrora garantem a sobrevivência nos tempos de urso. O

Brasil que estava fora do padrão de excelência internacional pelas ineficiências e

gorduras localizadas apresentadas se encaixou melhor no modelito imposto pela crise.

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ANEXO I: BANCO DE DADOS

A pesquisa dispõe de sistemas interativos e amigáveis de informação voltados

aos cidadãos comuns, com produtos em linguagem acessível, tais como: panoramas

geradores de tabulações ao gosto do usuário, e simuladores de probabilidades

desenvolvidos a partir de modelos estatísticos estimados. O sítio da pesquisa permite

aos cidadãos traçar o panorama da extensão e evolução dos diferentes indicadores

sociais baseados em renda. Senão, vejamos:

Panorama da Evolução das Classes Econômicas

Disponibilizamos, no site da pesquisa, um panorama completo das classes

econômicas. É possível obter também a proporção do grupo na população total, assim

como detalhar a média de renda per capita e o total domiciliar.

As informações estão disponíveis para os quatro grupos.

Link: http://www.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CLASSEMEDIA/index-br.htm

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Conteúdo do Panorama:

Período de analise:

Anuais: você pode escolher analisar a evolução através das médias anuais

(lembrando que em 2002 os dados estão disponíveis a partir de março e em 2008 até

abril);

Crise: dividimos os anos 2007, 2008 e 2009 em períodos pré e pós-crise.

Períodos específicos: é possível escolher qual mês ou conjunto de meses

atualiza (ex: Dezembro, Janeiro a Setembro, Outubro a Dezembro, ...)

Grupo populacional:

Escolha entre as classes aquele grupo que você quer analisar.

Análise:

Além da População (número de pessoas), você também pode escolher:

Taxa: proporção de indivíduos do respectivo grupo na população total.

Vertical: permite obter um perfil desse grupo escolhido por diferentes

características sócio-econômicas.

Média: permite avaliar a evolução da renda dos diferentes grupos. Ao selecionar

essa opção, um novo menu irá aparecer, para que você indique o tipo de conceito de

renda (domiciliar, individual ou per capita).

Panorama de Mobilidade

Disponibilizamos no site da pesquisa um Panorama de Mobilidade Social que

permite obter a proporção de indivíduos que entram e saem de cada classe econômica,

por diferentes características sócio-econômicas. As informações geradas na tabela

permitem obter as probabilidades de transições para diferentes classes econômicas. Para

isso, escolha o período (anual ou crise) e a classe inicial de análise. Para comparar mais

de um período, utilize a tecla Ctrl.

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Link: http://www.fgv.br/ibrecps/c2010/PME_CRITICO/index_empilhado-br.htm

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ANEXO II: EVOLUÇÃO DAS CLASSES DE RENDA CAPITAIS X PERIFERIAS

1. Estatísticas para os meses de Dezembro Renda Média

Total ‐ Dezembro ‐ Média ‐ Renda Per Capita ‐ Total 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  484,14  528,78  564,7  603,93  627,22  662,47  659,75 

Capital  592,84  652,38  694,28  748,57  759,82  796,50  808,76 

Periferia  351,25  378,90  407,89  430,62  469,26  502,95  486,49 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Renda Per Capita ‐ Total 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 

Total  36,27%  9,22%  6,79%  6,95%  3,86%  5,62%  ‐0,41%  Capital  36,42%  10,04%  6,42%  7,82%  1,50%  4,83%  1,54%  Periferia  38,50%  7,87%  7,65%  5,57%  8,97%  7,18%  ‐3,27%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe ABC

Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe ABC 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  53,65  59,23  59,9  64,05  66,64  69,14  69,21 

Capital  57,32  63,00  64,27  68,41  70,26  72,51  72,11 

Periferia  49,15  54,66  54,61  58,82  62,34  65,13  65,83 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe ABC 

Capitais x Periferias  Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08  Total  29,00%  10,40%  1,13%  6,93%  4,04%  3,75%  0,10%  Capital  25,80%  9,90%  2,01%  6,45%  2,70%  3,21%  ‐0,55%  Periferia  33,92%  11,21%  ‐0,09%  7,72%  5,98%  4,47%  1,08%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe E

Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe E 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  32,50  28,64  27,40  24,75  21,10  20,06  19,35 

Capital  28,59  23,37  21,01  18,75  18,02  16,11  16,45 

Periferia  31,60  27,56  26,52  23,90  20,66  19,55  18,55 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe E 

Capitais x Periferias  Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08  Total  ‐40,45%  ‐11,90%  ‐4,31%  ‐9,67%  ‐14,75%  ‐4,95%  ‐3,50%  Capital  ‐42,47%  ‐18,27%  ‐10,10%  ‐10,78%  ‐3,89%  ‐10,58%  2,11%  Periferia  ‐41,31%  ‐12,77%  ‐3,79%  ‐9,87%  ‐13,58%  ‐5,37%  ‐5,11%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

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Classe D Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe D 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  16,41  15,50  16,60  14,86  14,14  13,18  13,37 

Capital  14,09  13,63  14,72  12,84  11,73  11,38  11,44 

Periferia  19,24  17,77  18,87  17,27  17,00  15,33  15,62 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe D 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 

Total  ‐18,53%  ‐5,55%  7,10%  ‐10,48%  ‐4,85%  ‐6,79%  1,44%  Capital  ‐18,81%  ‐3,24%  8,01%  ‐12,77%  ‐8,67%  ‐2,99%  0,51%  Periferia  ‐18,80%  ‐7,64%  6,17%  ‐8,46%  ‐1,56%  ‐9,83%  1,90%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe C

Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe C 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  42,99  47,57  46,72  49,98  51,88  53,81  53,58 

Capital  42,42  46,51  45,91  49,27  50,62  52,28  51,04 

Periferia  43,69  48,85  47,70  50,83  53,38  55,62  56,53 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe C 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 

Total  24,63%  10,65%  ‐1,79%  6,98%  3,80%  3,72%  ‐0,43%  Capital  20,31%  9,64%  ‐1,29%  7,31%  2,76%  3,27%  ‐2,38%  Periferia  29,40%  11,81%  ‐2,36%  6,58%  5,01%  4,20%  1,64%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe AB

Total ‐ Dezembro ‐ Taxa % ‐ Classe AB 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez/03  dez/04  dez/05  dez/06  dez/07  dez/08  dez/09 

Total  10,66  11,66  13,18  14,07  14,76  15,33  15,63 

Capital  14,90  16,49  18,35  19,14  19,63  20,23  21,08 

Periferia  5,46  5,81  6,91  7,99  8,96  9,50  9,29 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Total ‐ Dezembro ‐ Variação ‐ Classe AB 

Capitais x Periferias 

Categoria  dez09/dez03  dez04/dez03  dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08 

Total  46,62%  9,38%  13,04%  6,75%  4,90%  3,86%  1,96%  Capital  41,42%  10,64%  11,31%  4,29%  2,56%  3,06%  4,18%  Periferia  70,07%  6,37%  18,95%  15,59%  12,15%  6,05%  ‐2,22%  Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

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2. Estatísticas Médias Anuais Renda Média

Média ‐ Renda Per Capita ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  496,65  514,85  545,59  579,83  607,53  644,71  654,72 

Capital  620,06  636,78  675,13  716,32  742,65  782,95  791,16 

Periferia  345,17  367,16  390,85  418,24  448,23  483,18  494,93 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

               

Variação ‐ Renda Per Capita – Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008 

Total  31,83%  3,66%  5,97%  6,28%  4,78%  6,12%  1,55% 

Capital  27,59%  2,70%  6,02%  6,10%  3,68%  5,43%  1,05% 

Periferia  43,39%  6,37%  6,45%  7,01%  7,17%  7,80%  2,43% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe ABC

Taxa % ‐ Classe ABC – Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  53,59  58,99  59,69  63,92  66,13  68,9  68,93 

Capital  57,56  62,86  63,96  68,01  69,65  72,35  71,93 

Periferia  48,72  54,31  54,56  59,08  62,00  64,84  65,43 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

               

Variação ‐ Classe ABC ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008 

Total  28,62%  10,08%  1,19%  7,09%  3,46%  4,19%  0,04% 

Capital  24,97%  9,21%  1,75%  6,33%  2,40%  3,89%  ‐0,58% 

Periferia  34,28%  11,48%  0,46%  8,27%  4,95%  4,59%  0,90% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe E

Taxa % ‐ Classe E ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  30,17  27,6  24,49  22,78  20,7  18,46  18,23 

Capital  28,06  25,75  22,25  20,74  19,02  16,85  17,06 

Periferia  32,76  29,84  27,16  25,20  22,68  20,34  19,61 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Variação ‐ Classe E ‐ Anual 

Capitais x Periferias  Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008  Total  ‐39,58%  ‐8,52%  ‐11,27%  ‐6,98%  ‐9,13%  ‐10,82%  ‐1,25%  Capital  ‐39,21%  ‐8,24%  ‐13,59%  ‐6,78%  ‐8,28%  ‐11,40%  1,20%  Periferia  ‐40,14%  ‐8,89%  ‐8,98%  ‐7,21%  ‐10,00%  ‐10,32%  ‐3,61% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Page 94: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

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Classe D Taxa % ‐ Classe D ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  16,35  16,41  17,03  15,68  14,9  14,02  13,66 

Capital  14,07  14,01  14,86  13,46  12,90  12,08  11,71 

Periferia  19,15  19,32  19,64  18,31  17,26  16,30  15,94 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Variação ‐ Classe D ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008 

Total  ‐16,45%  0,37%  3,78%  ‐7,93%  ‐4,97%  ‐5,91%  ‐2,57%  Capital  ‐16,73%  ‐0,42%  6,07%  ‐9,40%  ‐4,14%  ‐6,42%  ‐3,01%  Periferia  ‐16,79%  0,89%  1,64%  ‐6,75%  ‐5,77%  ‐5,56%  ‐2,21% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe C Taxa % ‐ Classe C ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  42,36  44,4  46,08  48,23  50,25  52,32  53,03 

Capital  42,04  43,97  45,60  47,40  48,95  50,82  51,19 

Periferia  42,74  44,93  46,65  49,22  51,77  54,06  55,18 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

                Variação ‐ Classe C ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008 

Total  25,19%  4,82%  3,78%  4,67%  4,19%  4,12%  1,36%  Capital  21,76%  4,58%  3,72%  3,94%  3,27%  3,82%  0,73%  Periferia  29,11%  5,11%  3,85%  5,49%  5,19%  4,42%  2,08% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

Classe AB

Taxa % ‐ Classe AB ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2003  2004  2005  2006  2007  2008  2009 

Total  11,12  11,59  12,4  13,3  14,15  15,2  15,08 

Capital  15,83  16,27  17,29  18,40  19,12  20,25  20,04 

Periferia  5,35  5,91  6,54  7,27  8,29  9,30  9,28 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

               

Variação ‐ Classe AB ‐ Anual 

Capitais x Periferias 

Categoria  2009/2003  2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007  2009/2008 

Total  35,61%  4,23%  6,99%  7,26%  6,39%  7,42%  ‐0,79% 

Capital  26,61%  2,81%  6,26%  6,38%  3,96%  5,86%  ‐1,01% 

Periferia  73,54%  10,61%  10,67%  11,06%  13,99%  12,28%  ‐0,27% 

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE         

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95

ANEXO III: MOBILIDADE SOCIAL

MATRIZES DE TRANSIÇÃO

CLASSE E inicialmente

Matriz de Transição da Classe E

6 Principais Regiões Metropolitanas Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez/02 211094 56.74 17.33 20.55 5.38 dez/03 369904 57.44 14.44 22.98 5.14 dez/04 307418 70.46 14.89 11.42 3.23 dez/05 307580 62.93 17.43 13.90 5.74 dez/06 275294 78.35 9.17 10.65 1.84 dez/07 263438 67.50 11.11 14.85 6.54 P

erío

do I

nici

al -

(D

ezem

bro)

dez/08 235811 61.21 22.29 11.65 4.86 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Matriz de Transição da Classe E 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez 235811 61.21 22.29 11.65 4.86 nov 227226 68.44 16.73 10.22 4.61 out 199322 65.09 17.58 13.71 3.62 set 229052 62.67 14.94 17.79 4.60 ago 250508 64.83 15.62 16.40 3.15 jul 236504 67.92 13.42 15.24 3.42 jun 247933 69.84 15.63 12.65 1.88 mai 268333 70.77 16.55 10.51 2.16 abr 260800 69.99 13.65 11.41 4.95 mar 296453 67.07 14.07 13.92 4.95 fev 262909 64.67 14.37 15.41 5.55

Per

íodo

Ini

cial

- e

m 2

008

jan 253109 59.63 11.84 24.07 4.46 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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96

CLASSE D inicialmente

Matriz de Transição da Classe D 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez/02 87303 28.81 19.88 50.20 1.10 dez/03 141598 14.44 50.00 35.56 0.00 dez/04 146303 15.50 62.66 21.44 0.41 dez/05 185252 13.22 46.97 39.81 0.00 dez/06 173943 14.41 52.72 32.43 0.45 dez/07 146971 12.15 54.19 33.66 0.00 P

erío

do I

nici

al -

(D

ezem

bro)

dez/08 126769 12.15 56.65 31.19 0.00 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Matriz de Transição da Classe D 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez 126769 12.15 56.65 31.19 0.00 nov 150443 13.17 59.00 26.78 1.04 out 134536 15.19 53.49 28.45 2.87 set 132873 16.62 52.80 29.58 1.00 ago 152363 18.17 50.04 31.26 0.54 jul 159800 22.18 45.12 31.68 1.02 jun 180500 17.99 47.77 34.24 0.00 mai 182376 13.20 60.08 26.73 0.00 abr 184046 10.17 60.98 28.41 0.44 mar 134706 13.16 52.84 34.00 0.00 fev 141828 19.24 48.27 32.49 0.00

Per

íodo

Ini

cial

- e

m 2

008

jan 139631 17.54 50.34 32.12 0.00 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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97

CLASSE C inicialmente

Matriz de Transição da Classe C

6 Principais Regiões Metropolitanas Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez/02 260050 15.57 14.60 60.39 9.43 dez/03 501521 7.86 7.29 78.47 6.39 dez/04 628007 4.39 10.06 80.77 4.77 dez/05 582092 4.47 6.24 84.10 5.19 dez/06 696116 3.74 6.61 83.07 6.58 dez/07 640060 2.50 3.59 88.41 5.50 P

erío

do I

nici

al -

(D

ezem

bro)

dez/08 624763 3.51 4.67 84.63 7.19 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Matriz de Transição da Classe C 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez 624763 3.51 4.67 84.63 7.19 nov 637115 4.37 5.59 84.66 5.38 out 582274 5.83 4.22 84.80 5.15 set 588857 4.88 6.42 82.26 6.44 ago 594475 3.87 4.03 87.37 4.73 jul 563985 3.94 5.44 84.06 6.57 jun 601456 3.19 6.53 85.00 5.28 mai 565393 2.77 6.26 86.61 4.36 abr 602016 3.15 5.79 87.64 3.41 mar 690661 4.43 7.12 84.18 4.26 fev 661245 4.30 4.51 85.96 5.23

Per

íodo

Ini

cial

- e

m 2

008

jan 681056 4.35 4.37 84.69 6.59 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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98

CLASSE AB inicialmente

Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Anual Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez/02 66426 16.42 1.84 15.96 65.78 dez/03 153602 4.62 3.76 13.92 77.70 dez/04 180957 1.97 0.00 15.16 82.87 dez/05 238816 2.97 0.00 10.36 86.68 dez/06 273054 2.48 0.20 6.19 91.13 dez/07 235226 4.69 0.45 14.27 80.59 P

erío

do I

nici

al -

(D

ezem

bro)

dez/08 255433 4.39 0.37 9.62 85.62 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Matriz de Transição da Classe AB 6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA) Mobilidade Mensal Part (%) Período Final (1 ano depois)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez 255433 4.39 0.37 9.62 85.62 nov 258063 2.54 0.00 10.24 87.22 out 316015 3.81 0.00 14.95 81.24 set 317118 3.22 0.20 15.02 81.56 ago 301898 3.11 0.00 11.46 85.43 jul 248319 3.76 0.00 16.86 79.38 jun 218067 1.47 0.33 15.93 82.28 mai 198205 5.91 0.00 16.65 77.44 abr 234030 3.77 0.30 15.52 80.41 mar 214964 4.16 0.61 14.06 81.17 fev 250641 4.10 0.00 11.06 84.84

Per

íodo

Ini

cial

- e

m 2

008

jan 231781 4.32 0.00 20.65 75.03 Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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MODELOS MULTIVARIADOS

1. ANÁLISE TEMPORAL: Crise x Não Crise

Regressão Logística

Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua

Modelo Geral

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 0.5390 0.1225 19.36 ** .

SEXO Homem 0.2077 0.0155 178.90 ** 1.23087

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.0898 0.0969 0.86 1.09398

COR Branca 0.3916 0.0243 258.92 ** 1.47934

COR Indígena 0.0969 0.1827 0.28 1.10171

COR Parda 0.1063 0.0241 19.42 ** 1.11217

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.3126 0.0360 75.49 ** 1.36698

fxage 20 a 24 0.1620 0.0338 22.95 ** 1.17581

fxage 25 a 29 0.1493 0.0318 22.07 ** 1.16106

fxage 30 a 35 0.1276 0.0301 17.98 ** 1.13609

fxage 36 a 39 0.1828 0.0326 31.43 ** 1.20060

fxage 40 a 44 0.2468 0.0303 66.24 ** 1.27990

fxage 45 a 49 0.3449 0.0306 127.26 ** 1.41185

fxage 50 a 54 0.2707 0.0302 80.44 ** 1.31093

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest 11 ou mais anos de estudo 1.0029 0.0504 395.65 ** 2.72612

anoest Anos de estudo não determinados 0.3354 0.1640 4.18 ** 1.39850

anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1097 0.0585 3.52 1.11596

anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.2643 0.0507 27.13 ** 1.30248

anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.5507 0.0511 116.14 ** 1.73444

anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.5266 0.2100 6.29 ** 1.69322

CONFAM Cônjuge 0.2717 0.0195 193.44 ** 1.31216

CONFAM Filho 0.0510 0.0237 4.61 ** 1.05230

CONFAM Outro Parente -0.0100 0.0407 0.06 0.99004

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5598 0.0391 205.36 ** 1.75035

NPES 2 Moradores 0.4547 0.0363 156.89 ** 1.57563

NPES 3 Moradores 0.2498 0.0380 43.20 ** 1.28380

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1363 0.0208 43.01 ** 0.87258

REG Porto Alegre -0.1919 0.0220 76.31 ** 0.82538

REG Recife -0.9025 0.0259 1214.43 ** 0.40555

REG Rio de Janeiro 0.3833 0.0219 305.96 ** 1.46707

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100

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

REG Salvador -0.2377 0.0260 83.63 ** 0.78848

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ Sim 0.1304 0.0241 29.18 ** 1.13934

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.2036 0.1034 3.88 ** 0.81577

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3758 0.1065 12.45 ** 0.68675

CPOSOCUP1 Empregador 0.4850 0.1116 18.88 ** 1.62413

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1153 0.1027 1.26 0.89106

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4256 0.1073 15.72 ** 1.53045

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2688 0.1037 6.72 ** 0.76429

CPOSOCUP1 Inativo -0.3506 0.1023 11.74 ** 0.70430

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0500 0.0135 13.74 ** 0.95125

crise z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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101

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)

Parâmetro Categoria EstimativaErro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 0.4237 0.1308 10.50 ** .

SEXO Homem 0.2086 0.0155 180.15 ** 1.23195

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.0888 0.0969 0.84 1.09282

COR Branca 0.3920 0.0243 259.35 ** 1.47999

COR Indígena 0.1007 0.1830 0.30 1.10598

COR Parda 0.1066 0.0241 19.52 ** 1.11250

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.3130 0.0360 75.65 ** 1.36749

fxage 20 a 24 0.1628 0.0338 23.19 ** 1.17685

fxage 25 a 29 0.1501 0.0318 22.29 ** 1.16196

fxage 30 a 35 0.1281 0.0301 18.12 ** 1.13665

fxage 36 a 39 0.1835 0.0326 31.66 ** 1.20141

fxage 40 a 44 0.2480 0.0303 66.88 ** 1.28147

fxage 45 a 49 0.3463 0.0306 128.23 ** 1.41383

fxage 50 a 54 0.2719 0.0302 81.11 ** 1.31247

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1323 0.0688 270.68 ** 3.10289

anoest Anos de estudo não determinados 0.7559 0.2569 8.66 ** 2.12946

anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1811 0.0809 5.01 ** 1.19848

anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3913 0.0698 31.42 ** 1.47889

anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6667 0.0700 90.64 ** 1.94784

anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.5274 0.2101 6.30 ** 1.69453

CONFAM Cônjuge 0.2717 0.0195 193.38 ** 1.31215

CONFAM Filho 0.0508 0.0238 4.57 ** 1.05206

CONFAM Outro Parente -0.0111 0.0407 0.07 0.98899

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5606 0.0391 205.89 ** 1.75167

NPES 2 Moradores 0.4560 0.0363 157.80 ** 1.57774

NPES 3 Moradores 0.2507 0.0380 43.51 ** 1.28498

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1370 0.0208 43.42 ** 0.87198

REG Porto Alegre -0.1922 0.0220 76.54 ** 0.82511

REG Recife -0.9048 0.0259 1217.03 ** 0.40461

REG Rio de Janeiro 0.3811 0.0219 301.60 ** 1.46397

REG Salvador -0.2401 0.0260 85.06 ** 0.78657

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

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102

Parâmetro Categoria EstimativaErro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

setores Financeira 0.1225 0.0248 24.39 ** 1.13036

setores Industria -0.0310 0.0216 2.07 0.96945

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.2053 0.1034 3.94 ** 0.81443

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3828 0.1066 12.90 ** 0.68194

CPOSOCUP1 Empregador 0.4845 0.1116 18.84 ** 1.62335

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1129 0.1027 1.21 0.89324

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4197 0.1074 15.27 ** 1.52152

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2702 0.1037 6.79 ** 0.76320

CPOSOCUP1 Inativo -0.3575 0.1024 12.19 ** 0.69945

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.1983 0.0974 4.14 ** 1.21929

crise z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise 11 ou mais anos de estudo -0.2653 0.0994 7.13 ** 0.76698

anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Anos de estudo não determinados -0.7792 0.3349 5.41 ** 0.45879

anoest*crise Anos de estudo não determinados 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1500 0.1170 1.64 0.86071

anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2595 0.1014 6.55 ** 0.77144

anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2378 0.1012 5.52 ** 0.78834

anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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103

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (tipo de cidade * crise)

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig

Razão condiciona

l

Intercept 0.4637 0.1229 14.23 ** .

SEXO Homem 0.2118 0.0156 185.11 ** 1.23588

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.0838 0.0969 0.75 1.08743

COR Branca 0.3892 0.0244 255.18 ** 1.47574

COR Indígena 0.0881 0.1829 0.23 1.09210

COR Parda 0.1189 0.0242 24.22 ** 1.12623

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.3324 0.0360 85.08 ** 1.39433

fxage 20 a 24 0.1835 0.0339 29.33 ** 1.20139

fxage 25 a 29 0.1670 0.0319 27.50 ** 1.18179

fxage 30 a 35 0.1421 0.0301 22.23 ** 1.15268

fxage 36 a 39 0.1988 0.0327 37.06 ** 1.21996

fxage 40 a 44 0.2569 0.0304 71.59 ** 1.29288

fxage 45 a 49 0.3524 0.0306 132.55 ** 1.42244

fxage 50 a 54 0.2737 0.0302 82.07 ** 1.31481

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest 11 ou mais anos de estudo 0.9725 0.0505 370.94 ** 2.64458

anoest Anos de estudo não determinados 0.3272 0.1641 3.98 ** 1.38714

anoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1114 0.0585 3.63 1.11789

anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.2620 0.0508 26.65 ** 1.29958

anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.5366 0.0511 110.07 ** 1.71012

anoest Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.4890 0.2102 5.41 ** 1.63072

CONFAM Cônjuge 0.2780 0.0196 201.73 ** 1.32043

CONFAM Filho 0.0405 0.0238 2.90 1.04128

CONFAM Outro Parente -0.0314 0.0407 0.59 0.96910

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5471 0.0391 195.89 ** 1.72817

NPES 2 Moradores 0.4507 0.0363 154.05 ** 1.56937

NPES 3 Moradores 0.2470 0.0380 42.20 ** 1.28016

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1173 0.0209 31.63 ** 0.88931

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104

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig

Razão condiciona

l

REG Porto Alegre -0.1333 0.0224 35.51 ** 0.87518

REG Recife -0.8695 0.0261 1113.27 ** 0.41916

REG Rio de Janeiro 0.4031 0.0220 335.16 ** 1.49644

REG Salvador -0.2810 0.0262 114.81 ** 0.75505

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores Financeira 0.1055 0.0249 18.01 ** 1.11126

setores Industria -0.0081 0.0217 0.14 0.99197

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.2160 0.1034 4.36 ** 0.80574

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3846 0.1065 13.03 ** 0.68075

CPOSOCUP1 Empregador 0.4733 0.1116 17.99 ** 1.60524

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.1182 0.1027 1.33 0.88851

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.4106 0.1074 14.62 ** 1.50770

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2764 0.1037 7.11 ** 0.75847

CPOSOCUP1 Inativo -0.3634 0.1024 12.60 ** 0.69530

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise -0.0989 0.0192 26.55 ** 0.90580

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

capital Sim 0.1492 0.0198 56.89 ** 1.16092

capital zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise*capital Crise 0.0949 0.0270 12.39 ** 1.09952

crise*capital Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% .

** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% . Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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105

1. ANÁLISE TEMPORAL: Crise x Pré-Crise x Pós-Crise

Regressão Logística

Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte 15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua

Modelo Geral

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 0.5656 0.1155 23.97 ** .

SEXO Homem 0.1768 0.0154 131.05 ** 1.19336

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.1676 0.0966 3.01 1.18250

COR Branca 0.4343 0.0242 320.80 ** 1.54383

COR Indígena 0.0883 0.1827 0.23 1.09230

COR Parda 0.1116 0.0241 21.44 ** 1.11805

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.1526 0.0353 18.75 ** 1.16490

fxage 20 a 24 0.1774 0.0338 27.56 ** 1.19411

fxage 25 a 29 0.1767 0.0317 30.99 ** 1.19332

fxage 30 a 35 0.1417 0.0300 22.23 ** 1.15218

fxage 36 a 39 0.1821 0.0326 31.26 ** 1.19968

fxage 40 a 44 0.2445 0.0303 65.20 ** 1.27701

fxage 45 a 49 0.3378 0.0305 122.40 ** 1.40191

fxage 50 a 54 0.2682 0.0302 79.12 ** 1.30763

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.1923 0.0306 39.51 ** 1.21201

anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.7616 0.0293 675.76 ** 2.14162

anoest2 Ignorado 0.2646 0.1591 2.76 1.30286

anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.5291 0.2100 6.35 ** 1.69745

CONFAM Cônjuge 0.2688 0.0195 189.68 ** 1.30833

CONFAM Filho 0.0954 0.0237 16.25 ** 1.10011

CONFAM Outro Parente 0.0029 0.0407 0.01 1.00291

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5869 0.0390 225.95 ** 1.79844

NPES 2 Moradores 0.4726 0.0363 169.63 ** 1.60410

NPES 3 Moradores 0.2632 0.0380 47.98 ** 1.30105

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1409 0.0208 46.07 ** 0.86854

REG Porto Alegre -0.2157 0.0219 96.89 ** 0.80594

REG Recife -0.8781 0.0258 1154.42 ** 0.41558

REG Rio de Janeiro 0.3782 0.0219 298.54 ** 1.45971

REG Salvador -0.2129 0.0259 67.49 ** 0.80821

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106

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

financ Sim 0.1666 0.0240 48.04 ** 1.18129

financ zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.1946 0.1033 3.55 0.82319

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3347 0.1064 9.90 ** 0.71553

CPOSOCUP1 Empregador 0.5367 0.1115 23.17 ** 1.71037

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0736 0.1026 0.51 0.92908

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5394 0.1072 25.34 ** 1.71496

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2405 0.1036 5.38 ** 0.78624

CPOSOCUP1 Inativo -0.3555 0.1022 12.09 ** 0.70083

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2 Crise -0.0352 0.0146 5.82 ** 0.96541

crise2 Pós-Crise 0.0552 0.0221 6.21 ** 1.05674

crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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107

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (educação * crise)

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 0.4715 0.1202 15.37 ** .

SEXO Homem 0.1780 0.0155 132.64 ** 1.19485

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.1669 0.0966 2.98 1.18162

COR Branca 0.4352 0.0243 321.93 ** 1.54521

COR Indígena 0.0930 0.1829 0.26 1.09742

COR Parda 0.1123 0.0241 21.71 ** 1.11885

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.1533 0.0353 18.91 ** 1.16572

fxage 20 a 24 0.1783 0.0338 27.82 ** 1.19517

fxage 25 a 29 0.1773 0.0318 31.17 ** 1.19399

fxage 30 a 35 0.1417 0.0301 22.23 ** 1.15225

fxage 36 a 39 0.1823 0.0326 31.33 ** 1.19995

fxage 40 a 44 0.2455 0.0303 65.70 ** 1.27824

fxage 45 a 49 0.3392 0.0305 123.36 ** 1.40389

fxage 50 a 54 0.2695 0.0302 79.83 ** 1.30927

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.3093 0.0490 39.84 ** 1.36254

anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.8659 0.0457 358.90 ** 2.37712

anoest2 Ignorado 0.5372 0.2763 3.78 1.71114

anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.5289 0.2100 6.34 ** 1.69699

CONFAM Cônjuge 0.2686 0.0195 189.41 ** 1.30814

CONFAM Filho 0.0949 0.0237 16.06 ** 1.09951

CONFAM Outro Parente 0.0013 0.0407 0.00 1.00132

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5880 0.0390 226.77 ** 1.80043

NPES 2 Moradores 0.4743 0.0363 170.86 ** 1.60691

NPES 3 Moradores 0.2643 0.0380 48.41 ** 1.30258

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1417 0.0208 46.57 ** 0.86785

REG Porto Alegre -0.2160 0.0219 97.05 ** 0.80577

REG Recife -0.8811 0.0259 1158.68 ** 0.41432

REG Rio de Janeiro 0.3755 0.0219 293.29 ** 1.45573

REG Salvador -0.2160 0.0260 69.22 ** 0.80570

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores Financeira 0.1558 0.0247 39.77 ** 1.16861

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108

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

setores Industria -0.0418 0.0215 3.75 0.95910

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.1956 0.1034 3.58 0.82234

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3429 0.1065 10.37 ** 0.70971

CPOSOCUP1 Empregador 0.5369 0.1115 23.18 ** 1.71073

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0694 0.1026 0.46 0.93299

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5322 0.1072 24.64 ** 1.70275

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2412 0.1037 5.41 ** 0.78570

CPOSOCUP1 Inativo -0.3638 0.1023 12.64 ** 0.69502

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2 Crise 0.1388 0.0578 5.76 ** 1.14886

crise2 Pós-Crise 0.1700 0.0891 3.64 1.18535

crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo -0.1956 0.0654 8.94 ** 0.82235

anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo -0.1535 0.1001 2.35 0.85773

anoest2*crise2 De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo -0.1814 0.0603 9.04 ** 0.83411

anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo -0.1133 0.0929 1.49 0.89284

anoest2*crise2 De 8 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 Ignorado -0.5766 0.3450 2.79 0.56183

anoest2*crise2 Ignorado 0.5335 0.6794 0.62 1.70488

anoest2*crise2 Ignorado 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2*crise2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Page 109: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

109

Regressão Logística Período Janeiro2007 a Dezembro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e Continua Modelo Geral + interação (tipo de cidade * crise)

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

Intercept 0.4764 0.1161 16.85 ** .

SEXO Homem 0.1827 0.0155 139.12 ** 1.20041

SEXO Mulher 0.0000 0.0000 . 1.00000

COR Amarela 0.1566 0.0967 2.62 1.16954

COR Branca 0.4298 0.0243 313.38 ** 1.53694

COR Indígena 0.0760 0.1829 0.17 1.07894

COR Parda 0.1253 0.0241 26.99 ** 1.13354

COR Preta 0.0000 0.0000 . 1.00000

fxage 15 a 19 0.1810 0.0353 26.21 ** 1.19840

fxage 20 a 24 0.2009 0.0339 35.20 ** 1.22255

fxage 25 a 29 0.1955 0.0318 37.77 ** 1.21592

fxage 30 a 35 0.1573 0.0301 27.32 ** 1.17038

fxage 36 a 39 0.1993 0.0326 37.35 ** 1.22060

fxage 40 a 44 0.2553 0.0303 70.89 ** 1.29086

fxage 45 a 49 0.3464 0.0306 128.41 ** 1.41400

fxage 50 a 54 0.2711 0.0302 80.70 ** 1.31147

fxage 55 a 59 0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest2 De 4 a 7 anos de estudo 0.1883 0.0306 37.84 ** 1.20724

anoest2 De 8 ou mais anos de estudo 0.7327 0.0294 621.53 ** 2.08075

anoest2 Ignorado 0.2564 0.1592 2.59 1.29231

anoest2 Sem instrução e menos de 3 ano de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CONFAM Agregado 0.4856 0.2102 5.34 ** 1.62512

CONFAM Cônjuge 0.2762 0.0196 199.46 ** 1.31809

CONFAM Filho 0.0820 0.0237 11.98 ** 1.08549

CONFAM Outro Parente -0.0211 0.0407 0.27 0.97911

CONFAM Principal Responsável 0.0000 0.0000 . 1.00000

NPES 1 Morador 0.5707 0.0391 213.28 ** 1.76943

NPES 2 Moradores 0.4667 0.0363 165.29 ** 1.59475

NPES 3 Moradores 0.2590 0.0380 46.42 ** 1.29559

NPES 4 Moradores 0.0000 0.0000 . 1.00000

REG Belo Horizonte -0.1213 0.0208 33.90 ** 0.88574

REG Porto Alegre -0.1522 0.0223 46.50 ** 0.85882

REG Recife -0.8429 0.0260 1050.35 ** 0.43047

REG Rio de Janeiro 0.3989 0.0220 328.74 ** 1.49012

REG Salvador -0.2620 0.0262 100.26 ** 0.76947

REG zSão Paulo 0.0000 0.0000 . 1.00000

setores Financeira 0.1361 0.0248 30.19 ** 1.14575

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110

Parâmetro Categoria Estimativ

a Erro

PadrãoQui-

Quadrado sig Razão

condicional

setores Industria -0.0157 0.0216 0.52 0.98444

setores Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1 Conta própria -0.2100 0.1033 4.13 ** 0.81062

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3484 0.1065 10.71 ** 0.70584

CPOSOCUP1 Empregador 0.5202 0.1115 21.77 ** 1.68237

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira -0.0790 0.1026 0.59 0.92401

CPOSOCUP1 Empregados - militar 0.5154 0.1072 23.11 ** 1.67429

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.2515 0.1036 5.89 ** 0.77761

CPOSOCUP1 Inativo -0.3726 0.1023 13.27 ** 0.68892

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2 Crise -0.0726 0.0207 12.30 ** 0.92999

crise2 Pós-Crise 0.1022 0.0322 10.10 ** 1.10766

crise2 z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

capital Sim 0.1921 0.0227 71.88 ** 1.21177

capital zNão 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2*capital Crise 0.0712 0.0291 5.97 ** 1.07382

crise2*capital Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2*capital Pós-Crise -0.0920 0.0443 4.31 ** 0.91207

crise2*capital Pós-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

crise2*capital z Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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A Pequena Grande Década:Crise, Cenários e a Nova Classe Média

Centro de Políticas SociaisFundação Getulio Vargas

(CPS/FGV)

Coordenador: Marcelo Cortes Neri

I-Crônica da Crise e Composição de Classes Econômicas

•Tsunami ou marolinha? Afinal qual foi o impacto

da crise no bolso dos brasileiros?

•Qual é o balanço completo até dezembro de

2009, dos indicadores sociais baseados em renda?

•A pobreza e a desigualdade já recuperaram da

ressaca de janeiro de 2009? E a nova classe média

continuou crescendo, estagnou ou submergiu?

•Finda a tempestade externa o que vem depois?

II - Cenários de Crescimento de Classes

•Finda a tempestade externa o que vem

depois?

•O que se pode esperar em 2010? E no

horizonte mais longo até 2014,

repetiremos as conquistas sociais do

período 2003 a 2008?

•Estamos na eminência de uma nova

pequena grande década? (?Hobsbawm)

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Definição das Classes Econômicas

Renda Domiciliar Total de Todas as Fontes*

Inferior Superior

Classe E 0 804

Classe D 804 1115

Classe C 1115 4807

Classe AB 4807 -

* atualizado a preços de Dezembro de 2008

limites

Classes Econômicas - 6 Principais Metrópoles Brasil Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez/02 55,22 12,00 43,22 15,24 29,54dez/03 53,65 10,66 42,99 16,41 29,95dez/04 59,23 11,66 47,57 15,50 25,27dez/05 59,90 13,18 46,72 16,60 23,50dez/06 64,05 14,07 49,98 14,86 21,09dez/07 66,64 14,76 51,88 14,14 19,22ago/08 67,69 15,72 51,97 13,57 18,74set/08 68,58 15,43 53,15 13,52 17,90out/08 68,85 15,64 53,21 13,31 17,84nov/08 68,72 15,35 53,37 13,47 17,82dez/08 69,14 15,33 53,81 13,18 17,68jan/09 67,55 14,91 52,64 13,58 18,87fev/09 67,51 14,84 52,67 13,67 18,82

mar/09 67,55 15,03 52,52 13,75 18,70abr/09 67,10 14,38 52,72 13,97 18,92mai/09 67,74 14,40 53,34 13,67 18,60jun/09 67,98 14,79 53,19 13,70 18,32jul/09 68,17 14,97 53,20 13,51 18,32

ago/09 68,71 15,34 53,37 13,45 17,84set/09 68,23 15,70 52,53 13,66 18,10out/09 68,67 15,52 53,15 13,71 17,62nov/09 68,91 15,48 53,43 13,86 17,23dez/09 69,21 15,63 53,58 13,37 17,42

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

53,6

5

59,2

3

69,1

4

69,2

1

52535455565758596061626364656667686970

mar

/02

jun/

02

set

/02

dez/

02

mar

/03

jun/

03

set

/03

dez/

03

mar

/04

jun/

04

set

/04

dez/

04

mar

/05

jun/

05

set

/05

dez/

05

mar

/06

jun/

06

set

/06

dez/

06

mar

/07

jun/

07

set

/07

dez/

07

mar

/08

jun/

08

set

/08

dez/

08

mar

/09

jun/

09

set

/09

dez/

09Evolução da Classe ABC

População entre 15 e 60 anosRenda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

52535455565758596061626364656667686970

fev

/03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/

03

dez/

03

fev

/04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/

04

dez/

04

fev

/05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/

05

dez/

05

fev

/06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/

06

dez/

06

fev

/07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/

07

dez/

07

fev

/08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/

08

dez/

08

fev

/09

abr/

09

jun/

09

ago/

09

out/

09

dez/

09

Evolução da Classe ABC - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Page 113: A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe … · PME em Bases Semanais 8. Geração de Empregos Formais 9. Indicadores Subjetivos ... clássicos trabalhistas na evolução

28,9%43,8%

25,2%

-19,7%

-41,0%

0,1% 2,0%

-0,4%

1,4%

-1,5%

-55,0%

-45,0%

-35,0%

-25,0%

-15,0%

-5,0%

5,0%

15,0%

25,0%

35,0%

45,0%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

dez03 a dez08 dez08 a dez09

Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

0,8%

-0,6%

1,2%

-2,5%

-1,2%

-2,3%-2,7%

-2,2%

3,0%

6,7%

1,0%

5,3%

-0,2%

0,6%

-4,1%

0,8% 0,7% 0,8%

-2,5%

-1,1%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E

set08 a dez08 dez08 a jan09 jan09 a set09 out09 a dez09

Variação das Classes Econômicas no Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

29,9

5

17,6

8

17,2

3

17

19

21

23

25

27

29

31

mar

/02

jun

/02

set/

02

dez/

02

mar

/03

jun

/03

set/

03

dez/

03

mar

/04

jun

/04

set/

04

dez/

04

mar

/05

jun

/05

set/

05

dez/

05

mar

/06

jun

/06

set/

06

dez/

06

mar

/07

jun

/07

set/

07

dez/

07

mar

/08

jun

/08

set/

08

dez/

08

mar

/09

jun

/09

set/

09

dez/

09

Evolução da Classe EPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

18

20

22

24

26

28

30

32

fev

/03

abr/

03

jun/

03

ago/

03

out/

03

dez/

03

fev

/04

abr/

04

jun/

04

ago/

04

out/

04

dez/

04

fev

/05

abr/

05

jun/

05

ago/

05

out/

05

dez/

05

fev

/06

abr/

06

jun/

06

ago/

06

out/

06

dez/

06

fev

/07

abr/

07

jun/

07

ago/

07

out/

07

dez/

07

fev

/08

abr/

08

jun/

08

ago/

08

out/

08

dez/

08

fev

/09

abr/

09

jun/

09

ago/

09

out/

09

dez/

09

Evolução da Classe E - Média Móvel de 12 MesesPopulação entre 15 e 60 anos

Renda Domiciliar Per Capita do Trabalho - Habitual

Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Metrópoles Brasil Níveis

THEIL GINI THEIL GINI

dez/02 0,8178 0,6317 1,1930 0,7457dez/03 0,7680 0,6180 1,1309 0,7322dez/04 0,7437 0,6049 1,0765 0,7161dez/05 0,6928 0,5920 1,0366 0,7059dez/06 0,7079 0,5904 1,0359 0,6998dez/07 0,6844 0,5836 0,9955 0,6897ago/08 0,6860 0,5843 0,9852 0,6867set/08 0,6891 0,5848 0,9854 0,6853out/08 0,6719 0,5808 0,9614 0,6804nov/08 0,6871 0,5824 1,0010 0,6837dez/08 0,6724 0,5778 0,9854 0,6823jan/09 0,7251 0,5922 1,0594 0,6979fev/09 0,7115 0,5878 1,0323 0,6927

mar/09 0,6963 0,5870 1,0030 0,6916abr/09 0,7201 0,5907 1,0100 0,6922mai/09 0,6906 0,5843 0,9876 0,6879jun/09 0,6848 0,5830 0,9744 0,6845jul/09 0,6807 0,5815 0,9722 0,6838

ago/09 0,6801 0,5834 0,9739 0,6847set/09 0,6870 0,5863 0,9860 0,6880out/09 0,6914 0,5859 0,9909 0,6878nov/09 0,6820 0,5838 0,9782 0,6852dez/09 0,6603 0,5779 0,9546 0,6796

Renda per Capita Renda Individual

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Variação da Desigualdade Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Variação da Desigualdade Pós-Crise

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Desigualdade de Renda do Trabalho - 6 Principais Met rópoles Brasil

NíveisRDPC - 15 a 60

(pop. total)RDPC - 15 a 60 (renda positiva)

renda individual - 15 a 60 (pop. total)

renda individual - 15 a 60 (renda positiva)

THEIL GINI THEIL GINI THEIL GINI THEIL GINI

dez/02 0,8178 0,6317 0,6809 0,5776 1,1930 0,7457 0,5977 0,5389dez/03 0,7680 0,6180 0,6294 0,5612 1,1309 0,7322 0,5445 0,5185dez/04 0,7437 0,6049 0,6458 0,5642 1,0765 0,7161 0,5632 0,5256dez/05 0,6928 0,5920 0,5955 0,5503 1,0366 0,7059 0,5317 0,5127dez/06 0,7079 0,5904 0,6117 0,5491 1,0359 0,6998 0,5455 0,5097dez/07 0,6844 0,5836 0,5877 0,5413 0,9955 0,6897 0,5178 0,4997ago/08 0,6860 0,5843 0,5951 0,5447 0,9852 0,6867 0,5168 0,4996set/08 0,6891 0,5848 0,6006 0,5464 0,9854 0,6853 0,5286 0,5032out/08 0,6719 0,5808 0,5829 0,5418 0,9614 0,6804 0,5104 0,4983nov/08 0,6871 0,5824 0,5958 0,5425 1,0010 0,6837 0,5462 0,5016dez/08 0,6724 0,5778 0,5796 0,5368 0,9854 0,6823 0,5281 0,4981jan/09 0,7251 0,5922 0,6240 0,5488 1,0594 0,6979 0,5752 0,5097fev/09 0,7115 0,5878 0,6068 0,5423 1,0323 0,6927 0,5412 0,4979mar/09 0,6963 0,5870 0,5895 0,5404 1,0030 0,6916 0,5081 0,4940abr/09 0,7201 0,5907 0,6116 0,5437 1,0100 0,6922 0,5132 0,4941mai/09 0,6906 0,5843 0,5859 0,5384 0,9876 0,6879 0,4979 0,4907jun/09 0,6848 0,5830 0,5835 0,5385 0,9744 0,6845 0,4900 0,4879jul/09 0,6807 0,5815 0,5787 0,5366 0,9722 0,6838 0,4921 0,4890

ago/09 0,6801 0,5834 0,5802 0,5397 0,9739 0,6847 0,4968 0,4919set/09 0,6870 0,5863 0,5873 0,5429 0,9860 0,6880 0,5071 0,4963out/09 0,6914 0,5859 0,5909 0,5421 0,9909 0,6878 0,5152 0,4976nov/09 0,6820 0,5838 0,5842 0,5410 0,9782 0,6852 0,5082 0,4964dez/09 0,6603 0,5779 0,5598 0,5333 0,9546 0,6796 0,4875 0,4889

Renda Per Capita - 6 Principais Metrópoles Brasil

Renda Efetiva Renda Habitual

dez/02 545,61 529,52dez/03 506,24 484,14dez/04 560,20 528,78dez/05 621,15 564,70dez/06 646,97 603,93dez/07 668,69 627,22ago/08 651,61 652,00set/08 665,04 666,61out/08 666,31 666,41nov/08 665,39 665,82dez/08 708,55 662,47jan/09 828,58 659,59fev/09 640,22 644,30mar/09 639,65 645,75abr/09 639,66 643,12mai/09 638,55 640,67jun/09 646,19 648,29jul/09 647,20 648,32

ago/09 659,01 662,15set/09 665,10 665,72out/09 666,50 667,50nov/09 669,63 671,27dez/09 706,48 659,75

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Variação das Classes Econômicas Pré versus Pós-Crise

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

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Média - Renda Per Capita - Anual

Capitais x Periferias

Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Total 496,65 514,85 545,59 579,83 607,53 644,71 654,72

Capital 620,06 636,78 675,13 716,32 742,65 782,95 791,16

Periferia 345,17 367,16 390,85 418,24 448,23 483,18 494,93

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Variação - Renda Per Capita - Anual

Capitais x Periferias

Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008

Total 31,83% 3,66% 5,97% 6,28% 4,78% 6,12% 1,55%

Capital 27,59% 2,70% 6,02% 6,10% 3,68% 5,43% 1,05%

Periferia 43,39% 6,37% 6,45% 7,01% 7,17% 7,80% 2,43%

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Renda Média

Total - Dezembro - Taxa % - Classe ABC

Capitais x Periferias

Categoria dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09

Total 53,65 59,23 59,9 64,05 66,64 69,14 69,21

Capital 57,32 63,00 64,27 68,41 70,26 72,51 72,11

Periferia 49,15 54,66 54,61 58,82 62,34 65,13 65,83

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Total - Dezembro - Variação - Classe ABC

Capitais x Periferias

Categoria dez09/dez03 dez04/dez03 dez05/dez04 dez06/dez05 dez07/dez06 dez08/dez07 dez09/dez08

Capital 29,00% 10,40% 1,13% 6,93% 4,04% 3,75% 0,10%

Capital 25,80% 9,90% 2,01% 6,45% 2,70% 3,21% -0,55%

Periferia 33,92% 11,21% -0,09% 7,72% 5,98% 4,47% 1,08%

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Classe ABC

Taxa % - Classe ABC - Anual

Capitais x Periferias

Categoria 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Total 53,59 58,99 59,69 63,92 66,13 68,9 68,93

Capital 57,56 62,86 63,96 68,01 69,65 72,35 71,93

Periferia 48,72 54,31 54,56 59,08 62,00 64,84 65,43

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Variação - Classe ABC - Anual

Capitais x Periferias

Categoria 2009/2003 2004/2003 2005/2004 2006/2005 2007/2006 2008/2007 2009/2008

Total 28,62% 10,08% 1,19% 7,09% 3,46% 4,19% 0,04%

Capital 24,97% 9,21% 1,75% 6,33% 2,40% 3,89% -0,58%

Periferia 34,28% 11,48% 0,46% 8,27% 4,95% 4,59% 0,90%

Fonte: CPS/FGV a partir dos microdados da PME/IBGE

Classe ABC

A Pequena Grande Década

• “Usamos originalmente o período de 2003-08, aqui

denominado pequena grande década, como base

para o cenário pós-crise de 2010 a 2014.”

• Mesmo após as sucessivas revisões para cima, enxergamos 3,78% a.a. no Pib per capita, mais modesta que a da Pnad 5,26% por ano

• No curso desses 25 anos a renda per capita teria cresceria nesse ritmo153% pelo cenário PIB e 261% pelo cenário pnadiano. (8,8% em 5 anos)

• relatório da comissão Sen & Stiglitz

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Metáfora das Décadas,

1960s e 70s – Crescimento e Ditadura

1980s – Redemocratização e Instabilidade

1990s – Estabilização e Acesso Escolar

2000s - Queda Desigualdade e Emprego Formal

2010s? – Qualidade da Educação e Acesso a

Mercado dos Pobres (e não apenas o contrário)

Metáfora das Décadas,

Os pontos de inflexão substantivos em anos terminados em quatro:

• 1964 (início do governo militar),

• 1974 (início da distensão política depois do choque do petróleo),

• 1984 (Diretas-Já),

• 1994 (Plano Real)

• 2004 (início da retomada do crescimento com aceleração no emprego quando ocorreu a maior queda da desigualdade da década).

Cenários de Consistência

• “O elemento fundamental para traçarmos o futuro de todas as classes de A a E é o

comportamento da desigualdade, a

verdadeira jabuticaba brasileira.”

• “De 2010 e 2014 a pobreza cairia à metade e a classe AB dobraria; 14,5 milhões de pessoas

sairiam da pobreza e 36,1 milhões se

juntariam às classes ABC.”

cenário 2014 - crescimento e a redução

de desigualdade do período 2003-08.

= Nova Pequena Grande Década

• desigualdade observada no Espírito do Santo em

2008.

• redução de pobreza (classe E) à metade, 50,32% dos

níveis de hoje, de 16,02% para 7,96% em 2014.

• queda da classe D de 18,28% (24,35% para 19,9%),

• aumento da classe C de 14,75% (49,2% para 56,48%)

• aumento da classe AB de 50,3% (10,48% para 15,66%

da população).

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Risco de Elite – a pessoa não é pobre

mas está pobre.

• Diferenciar situações quando há fluxo de pessoas se movendo em direções opostas suavizando as séries agregadas.

• Quais os riscos dos mesmos indivíduos regredir da classe AB entre dezembro de 2008 e de 2009? 14,38% caíram de classe.

• Maior 2007 (8,87%). O Pior foi 2003 (34,22%). • Os 14,38% são inferiores aos dados de 11 dos últimos

12 meses de 2009, ano de crise . O pior período da crise é a ressaca de janeiro de 2009 : 24,97%.

• Ambos resultados indicam que a classe AB se recuperou.

Crise? Que Crise? (experimento

controlado)

• A chance de cair da classe ABC no período de 12 meses depois de setembro de 2008 crise foi 5% maior que a apresentada no período imediatamente antes da crise iniciado em janeiro de 2007.

• As chances de queda da classe ABC até setembro de 2009 foram 3,6% maiores mas no período terminado entre outubro e dezembro de 2009 foram 5,48% menores do que no período e 2007 a setembro de 2009.

Quem perdeu mais com a crise?

• Ocupados a indústria sofreram quedas relativas em relação ao padrão dos demais setores 11% maiores. Setor financeiro

• os mais educados sofreram relativamente mais. A chance de queda daqueles com pelo menos o segundo grau completo vis a vis aos sem instrução sobe 23,7% mais.

• A crise afeta a todas as pessoas em posições na ocupação e na desocupação de forma balanceada.

• Finalmente, a crise afeta mais as capitais do que as periferias metropolitanas assim como em termos de países a crise afetou mais o centro do que a periferia do capitalismo.

Mobilidade AnualPart (%)

Pop Total Classe E Classe D Classe C Classe AB

dez/02 66426 16,42 1,84 15,96 65,78dez/03 153602 4,62 3,76 13,92 77,70dez/04 180957 1,97 0,00 15,16 82,87dez/05 238816 2,97 0,00 10,36 86,68dez/06 273054 2,48 0,20 6,19 91,13dez/07 235226 4,69 0,45 14,27 80,59dez/08 255433 4,39 0,37 9,62 85,62

Fonte:CPS/FGV a partir dos microdados da PM E/IBGE

Pe

río

do

Inic

ial -

(D

eze

mb

ro)

Matriz de Transição da Classe AB6 Principais Regiões Metropolitanas

Renda Per Capita Trabalho Habitual - 15 a 60 Anos (PIA)

Período Final (1 ano depois)

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http://www3.fgv.br/ibrecps/c2010/sim_pme/index.htm

Simulador de Mobilidade Social

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Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral

Parâmetro Categoria EstimativaErro

PadrãoQui-

Quadrado sigRazão

condicionalcrise2 Crise -0.0367 0.0146 6.30 ** 0.96401

crise2 Pós-Crise 0.0534 0.0222 5.80 ** 1.05483

crise2 Pré-Crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (educação * crise)

Parâmetro Categoria EstimativaErro

Padrão Qui-Quadrado sigRazão

condicionalanoest De 1 a 3 anos de estudo 0.1852 0.0809 5.24 ** 1.20352anoest De 4 a 7 anos de estudo 0.3894 0.0698 31.10 ** 1.47609anoest De 8 a 10 anos de estudo 0.6535 0.0701 87.00 ** 1.92231anoest 11 ou mais anos de estudo 1.1039 0.0689 256.81 ** 3.01598anoest Sem instrução e menos de 1 ano de

estudo0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.2007 0.0974 4.24 ** 1.22227crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo -0.1544 0.1170 1.74 0.85696anoest*crise De 1 a 3 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo -0.2613 0.1014 6.64 ** 0.77001anoest*crise De 4 a 7 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo -0.2408 0.1012 5.66 ** 0.78602anoest*crise De 8 a 10 anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise 11 ou mais anos de estudo -0.2695 0.0994 7.35 ** 0.76377

anoest*crise 11 ou mais anos de estudo 0.0000 0.0000 . 1.00000anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de

estudo0.0000 0.0000 . 1.00000

anoest*crise Sem instrução e menos de 1 ano de estudo

0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (setor * crise)

Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

Financeira 0.1114 0.0344 10.46 ** 1.11781

Industria 0.0465 0.0302 2.37 1.04765

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

Crise -0.0356 0.0154 5.37 ** 0.96504

zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

Financeira -0.0116 0.0466 0.06 0.98849

Financeira 0.0000 0.0000 . 1.00000

Industria -0.1054 0.0398 6.99 ** 0.89998

Industria 0.0000 0.0000 . 1.00000

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

Outro 0.0000 0.0000 . 1.00000

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

Parâmetro Categoria Estimativa Erro

Padrão Qui-Quadrado sig Razão

condicional

CPOSOCUP1 Conta própria -0.0695 0.1380 0.25 0.93290

CPOSOCUP1 Desocupado com idade acima de 9 anos -0.2086 0.1425 2.14 0.81169

CPOSOCUP1 Empregador 0.5554 0.1498 13.74 ** 1.74263

CPOSOCUP1 Empregados - com carteira 0.0276 0.1368 0.04 1.02798

CPOSOCUP1 Funcionários Públicos – militar etc 0.6029 0.1443 17.45 ** 1.82747

CPOSOCUP1 Empregados - sem carteira -0.1597 0.1385 1.33 0.85243

CPOSOCUP1 Inativo -0.2335 0.1366 2.92 0.79172

CPOSOCUP1 Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

crise Crise 0.2550 0.2046 1.55 1.29045

crise zNao crise 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Conta própria -0.3204 0.2077 2.38 0.72584

CPOSOCUP1*crise Conta própria 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos -0.3796 0.2141 3.14 0.68413

CPOSOCUP1*crise Desocupado com idade acima de 9 anos 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregador -0.1938 0.2235 0.75 0.82384

CPOSOCUP1*crise Empregador 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira -0.3214 0.2060 2.44 0.72510

CPOSOCUP1*crise Empregados - com carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc -0.4048 0.2151 3.54 0.66712

CPOSOCUP1*crise Funcionários Públicos – militar etc 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira -0.2625 0.2085 1.58 0.76912

CPOSOCUP1*crise Empregados - sem carteira 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Inativo -0.2851 0.2062 1.91 0.75194

CPOSOCUP1*crise Inativo 0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

CPOSOCUP1*crise Trabalhadores não remunerados de membro da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador

0.0000 0.0000 . 1.00000

Regressão LogísticaPeríodo Janeiro2007 a Fevereiro de 2009 – Observações Individuais 12 meses a parte

15 a 60 - Era classe ABC no primeiro período e ContinuaModelo Geral + interação (Posição na ocupação * crise)

* Estatisticamente significante ao nível de confiança de 90% . ** Estatisticamente significante ao nível de confiança de 95% .

Fonte: CPS/FGV através do processamento dos microdados da PME/IBGE

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Geração Liquida de Emprego Formal - Mensal (jan 2000 a Dez 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

Geração Liquida de Emprego Formal - Acumulado no Ano (2000 a 2009)

Fonte: CPS/FGV a partir dos dados do CAGED / M T E.

N o t a M é d i a d e F e l i c i d a d e F u t u r a d o s j o v e n s

(

d e 0 a 1 0 , d a q u i a 5 a n o s

)4 . 5 - 6 , 56 . 5 - 7 . 57 . 5 - 8 . 58 . 5 - 99 - 1 0N o D a t a

FELICIDADE FUTURAJOVENS 15 A 29 ANOS

Percepção Futura (País) x Felicidade Futura

População Total

FelicidadeFutura

Percepção País

Brasil 8,78 6,84

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111

Post-Scriptum

After the Crisis (A.C.) “The crisis was not a ripple, nor a tsunami but an undertow as strong as

temporary”

“2009, the year of the crisis was a sudden stop but all indexes have returned to the

pre crisis 2003 to 2008 growth rhythm”

“Completing one year after the effects of instability left Brazilian pockets: Year I

after the Crisis (A.C.).”

“We are about to experience the lowest inequality of our historical records that

begun with the 1960’s census”

The research made a retrospect of the main changes of movements in Brazilian budgets

in macro terms (the forest, the Brazilian society as a whole), meso terms (the woods,

specific sectors, such as industry X finance, capitals X suburbs, etc) and individuals (the

trees – this is, tracking each person’s movements across time). Looking at the big trends

of the Brazilian forest, we started in January 2009 with strong deterioration of all

indexes based on per capita income followed by gradual recovery which by chance

resulted in finishing the year at a similar level as the previous year. This “tie with many

goals” happens to a wide range of indexes: average (-0.3%) and income inequality

(0%), shares of social classes AB (2%), C (-0.4%), D (1.4%) and E (-1.5%), the last one

equivalent to the proportion of the poor. Despite the geographic coverage and source of

income data restrictions to its work in the six main capitals of Brazil, PME (Monthly

Employment Survey) is a good predictor to PNAD (National Survey of Household

Samples). This adherence is not just for covering 80% of PNAD income, but for the fact

that income from social initiatives and retirement has followed closely the boom

observed in the labour market. Through samples of over 100 thousand people

interviewed each month, PME allows an average 18 month anticipation before the

release of PNAD data.

Inflexion – Returning to the analysis of social conjuncture, not due to the lack of other

interesting subjects but because of the inflexion already observed in the begin of 2010:

if we compare February 2010 with February 2009, we find very distinct results from the

comparison of December 2009 with December 2008, despite having overlap of 10

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months in the compared series. As the graph below demonstrates, in annual growth

terms, we are back at the rhythm of improvement of the expressed series, similar to the

pre-crisis period, between December 2002 and December 2008. Otherwise: class E is

reducing in a slightly faster rhythm now (-8.7% against -8.2%) like class D, which is

showing a bigger reduction (-4.9% against -2.39%). Looking at the top of distribution,

Class C is rising at a slower speed now (2.4% against 3.8%) but class AB faster (7.2%

against 4.2%). This means we are out of the inertia of the crisis to the rhythm of the

great little decade that occurred between 2003 and 2008. If we portrait the comparison

between January 2009 and 2010, with 11 months of superposition against the other two,

December 2008 and 2009, and February 2009 and 2010, it looks more like the latter.

The difference is granted by exchanging the passage between December 2008 and

January 2009, when the crisis hit with the strength of an undertow, to the December

2009 to January 2010 series. This way we are completing a year after the instability

effects have left the Brazilians’ pockets. We just completed Year One after the crisis

(A.C.).

Economic Classes (%), Mean Income and Income Inequality – Annual Variation

3,8% 4,2% 3,7%

‐2,4%

‐8,2%

3,8%

‐1,5%

‐3,2%

0,1%

2,0%

‐0,4%

1,4%

‐1,5%‐0,4%

0,0%

‐1,8%

3,4%

7,2%

2,4%

‐4,9%

‐8,7%

3,9%

‐1,5%

‐6,2%

Classe ABC Classe AB Classe C Classe D Classe E (poor)

Average

income Gini THEIL

dec02 a dec08 dec08 a dec09 feb09 a feb10

Source: CPS/FGV using micro data from PME/IBGE

The crisis was not a ripple, nor a tsunami, but an undertow as strong as temporary. From

the international start of the crisis on September 15th 2008 until its arrival on the PME

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series took three and a half months, a similar gap to the arrival of the Asian crisis of

September 1997 to the same series. The difference is that the effect of the latter lasted

for five years in our series and the one from the recent crisis started to revert after one

month. But what explains the recent improvement? The similarity of the aggregates

movements of the average and inequality of the last 12 months with the previous are

even closer. The per capita income rises 3.9% on the last 12 months against 3.8% of the

pre-crisis period. The decentralization of income measured by the Gini index varies the

same -1.5% on both periods. The Gini index is worse in January 2009 (+2.5%) and later

followed the script of the tie, with no variation from December 2008 to December 2009,

a -1.5% variation on the comparison of the last 12 months in identical rhythm to the -

1.5% observed between 2003 to 2008, known here and elsewhere as the period of

falling Brazilian inequality.

As each measure of inequality incorporates specific judgment values associated to the

social welfare state function from which it was derived, it is suitable to check the

robustness of the results. The Theil-T index, a measure more sensitive to changes

occurred in the bottom tail of the income distribution, drops 3.2% yearly between

December 2002 to December 2008 meanwhile from February 2009 to 2010 the same

drops 6.2%, indicating acceleration of the fall of Brazilian inequality. This point

deserves to be highlighted because perhaps the biggest Brazilian innovation on the past

decade was income equalization. The data of the post-crisis period suggests this

equalizing trend of income results continues.

Education – In order to specify the part of the evolution of education in this process we

use a Lego type method that divides in pieces (and integrates) the various classical

labour ingredients into the evolution of the average of labour income of the whole

population and the poorest 20% in order to capture the distributional effects. We use as

a reference the period between 2003 and 2008 which is the period of inequality

reduction in Brazil with the return of growth, we named this period of time the great

little decade in a the research. We use the population in active age by the National

Survey of Household Samples (PNAD). The first step is to measure how much the

income of individuals has changed: 5.52% in the year of the average against 9.22% of

the poorest quintile. The second step is to divide in pieces the roles taken by each labour

ingredient. In both cases education plays a main role explaining 42.7% of the average

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income growth against 58.8% on the poorest quintile. The rest is explained by changes

in the unemployment rate (1.02%; 1.4%, respectively), the participation rate in the job

market (0.82%; -0.21%), working time (-0.5%; -0.79%), the return to education (1.48%;

1.73%) and the income from retirement and social initiatives (0.12%; 1.49%). Just by

the direct effect caused by the rise in schooling the average income should rise 2.23%

yearly and for the poorest quintile, income should rise 5.22% yearly, this just due to the

educational effect.

Complementarily, the analysis of the importance of the variable complete years of study

on the variance of income does not leave room for doubt. In 2008, just for the variable

education, the net explanatory power is 14.7% bigger than the sum of all other attributes

such as gender, age, ethnic group, migration and geography. In 2001, the same statistic

was even bigger 48.7% and this drop indicates the part of the improvement of schooling

on the inequality drop observed in this period. Forgive me the sceptics, but education is

essential.

Future – Now, if education is essential, what to expect from it in the future? The series

of level and inequality of years of schooling planted in the past that constitutes the best

available predictors of income distribution. This data suggests gain of more equal labour

outcomes to be harvested in the future, as graphs 2 and 3 illustrates:

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Graph 2 - Average of Complete Years of Study - Population with 25 years of age or

more

Source: CPS/FGV using micro data from PNAD/IBGE

Graph 3 – Inequality (Gini) de of Complete Years of Study - Population with 25

years of age or more

Source: CPS/FGV using micro data from PNAD/IBGE

Still, to the sceptics due to Brazilian education’s low levels of quantity and quality and

the high inequality still present: what matters to growth trends is the relative

improvement obtained. The only advantage for being a country away from equity and

efficiency borders is the potential to progress fast forward, without dilemmas. We are

about to experience the lowest level of inequality of our historical records that begun

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with the 1960’s Census. In light of international evidence, we still have highlighted,

without doubt, educational insufficiency and an excess of inequality, but that is exactly

where the distinguished capacity for making improvements in Brazilians lifes resides.

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The little big decade

Crisis, Scenario and the New Middle Class

Executive Summary

Tsumany or ripple? That is the question that many have asked themselves in the last 16

month regarding the effects in Brazil of the international crisis of September 2008. After

all, what was the impact of the crisis on the purse of Brazilians? What is the complete

balance up to December 2009 of the social indicators based on income? Has poverty

and the inequality have recovered from the undertow of January 2009? And the new

Brazilian middle class continued to grow, stagnated or went under? And the individual

risk of falling from the higher class has returned to the pre-crisis standards? Who

suffered a greater loss with the crisis? Was it those of the manufacturing sector, the ones

with a higher education or those that live in the outskirts of the big cities? After the

external storm what can be expected of 2010?. And in the longer horizon period up to

2014 will we repeat the social conquests of the 2003 up to 2008 period? Are we facing

the prospects of a new little big decade?

The present work is an epilog of a series of researches titled “chronicle of an

announced crisis” that monitored the impacts of the external shocks through the

microdata of the PME/IBGE for the six major metropolitan Brazilian regions. The

initial chapter that was at the origin of the series, showed that up to December 2008

there were no signs of impacts in our series. The second chronicle illustrated the critical

period of the crisis: the undertow of January 2009 when the crisis arrived strongly,

eroding part of the previous social gains. Later studies showed more of the same, up to

August: a trend of recovery of the majority of the social indicators. But now at the end

of the Gregorian calendar of 2009, the year of the crisis, where are we in fact? And

where are we going to? In the second part of the research we leave the rear-view mirror

of statistical history to venture into the mist of the future facing Brazil and the

Brazilians. We worked with national consistency scenarios up to 2014, traced from the

PNAD/IBGE. We go beyond our traditional poverty projections bound to the first

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Millennium Development Goal (MDG), encompassing the classes ( E, D, C and AB)

composition and its close determinations, like mean growth and income inequality.

Part 1: Chronicle of the Classes and Class Composition

2. 2009: Crisis and the 360 Degrees Revolution

Ended 2009, poverty, the new middle class and its determining factors, inequality and

income average recovered from the undertow of January, returning to the pre-crisis

peak.

Economic Classes

The ABC classes in December 2009 were at the historical record of 69,27% despite the

fact that its components individually were not at the apex.

The difference of the ABC class is negligible, 0,1% compared to the second best of the

series, 69,34% of December 2008.

Sixteen month after the arrival of the crisis there is already a clearer vision of its effects

in the purse of the Brazilian in the six largest metropolis of his country. We start by the

composition of the Brazilian society in terms of economic classes, based on per capita

household income between the ages of 15 to 40 years. Even of those of the AB classes

families earn household incomes of more than R$480 per month in total terms, that had

suffered bigger losses during the crisis (-2,7% in January, having started their losses

already in September 2008 after reaching its historical apex of 15,72% in August 2008)

is 2% above the one year ago index. Today 15,63% of the population is in the AB

classes, compared to 15,33% in December 2008. The C class, immediately under the

upper class (total household income from R$1115 and R$4808)had not been hit until the

January 2009 hangover. Despite the fact that the C class is in the second highest point of

the monthly series with 53,58% of the population, in December 2009 has a negative

balance of -0,4% compared to December 2008 its historical apex of 53,72%. Curiously

the sum of classes ABC is at its highest level in December 2009 with 69,21%, despite

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its components not being individually at its peak. However, the difference is a trifling

0,1% compared to the series second best point, the 69,14% of December 2008 our other

reference point.

Economic Classes – 6 main Brazilian metropolis

Class ABC Class AB Class C Class D Class E

dec/02 55.22 12.00 43.22 15.24 29.54 dec/03 53.65 10.66 42.99 16.41 29.95 dec/04 59.23 11.66 47.57 15.50 25.27 dec/05 59.90 13.18 46.72 16.60 23.50 dec/06 64.05 14.07 49.98 14.86 21.09 dec/07 66.64 14.76 51.88 14.14 19.22 aug/08 67.69 15.72 51.97 13.57 18.74 sep/08 68.58 15.43 53.15 13.52 17.90 oct/08 68.85 15.64 53.21 13.31 17.84 nov/08 68.72 15.35 53.37 13.47 17.82 dec/08 69.14 15.33 53.81 13.18 17.68 jan/09 67.55 14.91 52.64 13.58 18.87 feb/09 67.51 14.84 52.67 13.67 18.82 mar/09 67.55 15.03 52.52 13.75 18.70 apr/09 67.10 14.38 52.72 13.97 18.92 may/09 67.74 14.40 53.34 13.67 18.60 jun/09 67.98 14.79 53.19 13.70 18.32 jul/09 68.17 14.97 53.20 13.51 18.32

aug/09 68.71 15.34 53.37 13.45 17.84 sep/09 68.23 15.70 52.53 13.66 18.10 oct/09 68.67 15.52 53.15 13.71 17.62 nov/09 68.91 15.48 53.43 13.86 17.23 dec/09 69.21 15.63 53.58 13.37 17.42

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

The following tables shows the month by month trajectory of ABC classes until it

reaches its historical peak in December 2009, but not much higher than December 2008

Variation of the Economic Class (ABC) (%)

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

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In the text charts are shown covering annual averages of the several years. Preferably

the analysis is centered on December tables, being the most recent indicative of the

estates of the economic classes as well as to avoid the “carry-over effects” implicit in

averages that make the time of changes obscure. The main text also presents the

standard average of the months for several years that are complementary to the ones

presented in the text,

If the maintenance of the “status quo” of income distribution in December can be

considered a good result in a period of crisis. On the other hand, it hides a sudden stop

of the previous improvement of the indicators: from December 2003 up to December

2008, the AB classes grew 43,8%, the C class grew 25,2%, the conjunction of them –

ABC classes – grew 28,9%. The graph below synthesizes the observed changes of all

economic classes in the comparison of December 2009 with December 2008 and its

relation to the start of the expansionary cycle in December 2003.

Variation of the Economic Classes % Pre versus Post-Crisis

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

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Poverty (Class E)

Poverty declined 41% from December 2003 to 2008 and declines a further 1,5% from

December 2008 to 2009, when it reaches 17,42% of the population.

Looking at the other extreme of the economic classes, the E class in our methodology is

the equivalent to the set of poor individuals. In our methodology the E class analysis

with a total household income of up to R$804 is the same as the traditional analysis of

the poor. The proportion declined 41% from December 2003 up to 2008, declines a

further 1,5% from the previous year with the last point in December 2009, when it

reaches 17,42%. Once again, the 6,7% increase in the poverty rate observed from 2008

up to 2009 was reverted as 2009 went by, resulting in a 1,5% decline, that perhaps is the

best positive result in this nearly always equivalent points in December of the last two

years.

Inequality

The Gini index starts from historical low in December 2008 (0,5778), recovers from

the worsening of January 2009 (when it increases 2,5%), coming back to 0,5779 in

December 2009.

Gini Index – Per Capita Household Income Population between 15 and 60 years

Labor Income Inequality – 6 Major Brazilian Metropolis – Gini´s Index Levels

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

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122

Gini Index – Household Income Per Capita Population between 15 and 60 years

Per Capita Individual

dec/02 0.6317 0.7457 dec/03 0.6180 0.7322 dec/04 0.6049 0.7161 dec/05 0.5920 0.7059 dec/06 0.5904 0.6998 dec/07 0.5836 0.6897 aug/08 0.5843 0.6867 sep/08 0.5848 0.6853 oct/08 0.5808 0.6804 nov/08 0.5824 0.6837 dec/08 0.5778 0.6823 jan/09 0.5922 0.6979 feb/09 0.5878 0.6927 mar/09 0.5870 0.6916 apr/09 0.5907 0.6922 may/09 0.5843 0.6879 jun/09 0.5830 0.6845 jul/09 0.5815 0.6838

aug/09 0.5834 0.6847 sep/09 0.5863 0.6880 oct/09 0.5859 0.6878 nov/09 0.5838 0.6852 dec/09 0.5779 0.6796

Variation

dec03 - dec08 -6.50% -6.81%

dec08 - dec09 0.01% -0.39%

sep08 - dec08 -1.2% -0.4%

dec08 - jan09 2.5% 2.3%

jan09 a sep09 -1.0% -1.4%

oct09 - dec09 -1.4% -1.2%

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

In terms of variation, the accumulated growth of per capita income rate from the

December 2003 and December 2009 period, hence already discounting the population

growth, is of 36,3%, that is 5,3% per annum. If we isolate two distinct moments, the

first being up to December 2008, we can observe the accumulated income is growth is

trifle superior (36,8%). Therefore, between December 2008 and December 2009, a

slight -0,4% reduction is shown, once again near the last year constant, configuring a

stoppage in the previous advancements, but not a regression.

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Gini´s Index Variations

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

The changes in the structure of economic classes occurred in this period is due to

changes in the near determinants , i.e. average and inequality of per capita income.

Starting from the latter the inequality measured by the Gini index, that was at the

minimum value in December 2008 (0,5778) in January 2009 recovers from the observed

deterioration (when increases 2,5%) with declines in the opposite direction reaching in

December 2009 in practice the same value of the previous year (0,5779). The Theil

inequality index that is more sensitive to changes in the lower end of the distribution

shows a slightly different movement being of the last December the lesser level of the

historical series. All the indicators of inequality show a strong deterioration in January

followed by an opposite movement in the opposite direction in the following months.

Mean Income

Drop of 0,4% of mean income between 2008 and 2009, again near the constant, a

sudden stoppage of previous advancements, but not a retrocession.

The habitual or normal concept smoothes transitory income fluctuations, like the one

that occurs from the thirteen salary, vacation bonus and extra working hours. The

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concept of effective income also researched by the PME, shows remarkable seasonal

fluctuation in the elapsing of each year as is shown by the graphs, but apart from these

peaks, the data series show that they are relatively close8. In this task we opted to work

with the habitual income concept, as it eliminates the erratic fluctuations that distort

upwards the mobility measures that will be discussed further along. An advantage of

this concept is that is also used by the PNAD, allowing direct comparison with the

results with the main data basis of the Brazilian household surveys system.

Per Capita Household Labor Income Population between 15 and 60 years

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

On the other hand, the effective income concept is the adequate for the PME series

between 1982 and 2002, before the second reformulation.

8 Neri 1996 details the differences between the two concepts from the comparison between the PME

collected 1980 and the far gone 1982, before the first reformulation. Another point is that the habitual

concept tends to be linked to the course of the researched month, whilst the effective to the previous. In

this case the effective concept would be the proper as leader indicator of PNAD.

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Per Capita Household Income Variation Pre versus Post Crisis

Source: CPS/FGV from the PME/IBGE micro-data

The Summing Up

More of the same is observed in all social series: a draw with many goals along 2009,

with strong losses in January and recovery from February onwards. The result is that in

December 2009 and December 2008, independent of operations of seasonal effects are

the peaks of the series, like waves crests.

Meso Evolution: Capitals versus Outskirts

There is a spatial convergence, the growth of ABC classes in the outskirts was of 33,9%

versus 25,8% in the capitals, in the last six years.

The aggregated size of ABC classes during the crisis hides a progression of 1,08% in

the outskirts and a regression of 0,55% in the capitals.

The several series above discussed, monitors the macro movements of the social series.

Now we go to an analysis of the meso movements of the series, accompanying the

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126

fluctuations of specific sub-groups. In the following sector we go to the micro

movements that follows the trajectory of individuals along times. Following, we discuss

the capitals and metropolitan outskirts. Despite the fact that the afore have a bigger

income (R$791 versus R$495) when we consider the last six years, there is a marked

reduction in the difference of the ABC classes, between the two types of areas. The

growth of the ABC classes in the outskirts was of 33,9% versus 25,8% in the capitals.

Restricting the analysis to the last year that captures the impact of the crisis, a growth of

1,08% in the outskirts and a drop of 0,55% in the capitals. Therefore the maintenance of

the aggregated size of the ABC classes hides the progression of the outskirts and

regression in the capitals. This status convergence between capital and outskirts in the

post-crisis was even smaller that the one observed before the crisis.

In the annex of the principal text a series of statistics for the capital and outskirts is

presented, including the other economic classes, poverty and income inequality and in

the following link: http:www3.fgv.br/ibrecps/2010pme_CLASSEMEDIA/index-br.htm

We enlarged the spectrum of variables of meso cut like genre, level of education, age,

amongst others. The reader is invited to make an analysis of such information according

to its own private interests.

3. Crisis and Individual Risks

Poverty and richness are states and not fixed attributes. The analysis of the individual

trajectory allows us to see that the person is not poor, but is in poverty.

The longitudinal aspect of the per capita domicile income micro-data of the PME/IBGE

data will also give us the empirical basic evidence as regards the standards of mobility

between classes, w need to correlate the data of the same person and family to the

different instant of time, that PME allows, despite the fact that is seldom used. The

principal lesson of this analysis is that a person is not poor (or of the elite) but that he is

in poverty (or of the economic elite). Initially we quantify the magnitude of the fall of

the higher economic classes on several sub-periods. We measure the evolution of the

falling risks of the individuals of the higher classes and later in a controlled manner, the

attributes of each one. In a third stage of this transitional analysis we identify the

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personal characteristics closer associated to the vulnerability of the elite groups in

relation to the crisis, such as activity area, education amongst others. Let’s see:

The Elite Risks

The analysis of the states transition complements those of the time series that show

which is the portion of income by each class of the population, determining the

magnitude of the risks involved. For example, as we have seen the AB classes suffered

little change in the two months in December (went from 15,33% to 15,63% an increase

of 2% ). However, a lull in the big numbers can hide big little storms in the life of some

individuals such as loss of job. We must differentiate situations where micro and macro

figures change very little from those where similar quantity is moving in opposite

directions, smoothing of aggregated series. Here the explored matter is to evaluate the

risks of who has reached the higher classes to recede. Per example, the same individuals

observed in December 2008 and in December 2009 falling from an upper class. Now, is

it a few or many? If we compare to December of other years the economic regression is

only bigger than of 2007 and 2006, 8,87% and 13,32 respectively. On the other hand,

the 14,38 regression of classes ABC observed up to December 2009 is lower than the

same 12 months ended in 2003 (34,22%), 2008 (19,41% ending during the recent crisis)

and 2004 (17,13%). The worse period of the crisis is the one that ended in plain January

2009 hangover when it reaches 24,97%. Incidentally, the furthers of last year when the

crisis reached our series. Both results seem to indicate that as we have seen in the in the

section, not only AB classes recovered in its aggregated size of the external shocks of

which it was the first preferential victim at the start of the crisis, as well as in

individuals terms, the risk of decline also normalized, indicating the overcome of the

most critical period of the crisis.

Crisis? What Crisis?

After September 2009, the probability of who was in the ABC classes lower its status

dropped not only in relation to the crisis, but in relation to pre-crisis.

In the following stage we devised a statistical model that allows the transition analysis

of individuals with the same attributes to fall from the ABC classes, taken as a whole.

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The model shows that the chance of falling after September 2008 (crisis) was 5% bigger

than the one of the immediate period before the crisis started in January 2007.

Going forward we decompose the period initially called the crisis comprising

September 2008 and December 2009 into two periods. The chances of fall from the

ABC classes between September during the period ended in September was 3,6%

bigger than the period that goes from the outset of 2007 to September 2009, but in

October to December 2009 period was 5,48% less than the pre-crisis period. That is,

that after the crisis completed one year from the occurrence in September 2009, the

probability of who was initially in the ABC classes falling from status, dropped not only

in relation to the occurring crisis in the 12 previous months but in relation to the pre-

crisis. The available device in WWW3.FGV.BR/IBRECPS/C2010/SIM-

_PME/INDEX.HTM, allows the simulation on persons with own attributes or of

interest.

Who Suffered Most With the Crisis?

Who lost more status with the crisis was the well educated (+24%), the industry (+11%)

but not the financial sector.

The civil servants that enjoy greater social stability, the crisis affected all occupying

positions in a form that maintained the relative position in relation to the pre-crisis.

This part identifies and isolates the affects of the attributes of those who fell from ABC

classes during the crisis. We note that: i) the ones working in the industry suffered a

relative fall in relation to the pattern of the other sectors (11% more). Yet individuals

employed in the financial sector did not suffer displacement vis a vis their position on

stage. ii) the most educated have suffered relatively more than the uneducated which

contradicts most of the usual recession where the unskilled are the first to be

unemployed. The chance to drop those with at least high school vis a vis the uneducated

rises 23.7% more. iii) public officials and employers generally have greater stability in

the ABC class, but the crisis affects all persons in the occupation and unemployment.

Iv) Finally, the crisis effects more capital than the metropolitan peripheries and in terms

of countries the crisis has effected more the center than the periphery of capitalism.

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Part II – Scenarios of economic class growth

4. Little big decade

We originally used the period 2003-08, here called little big decade, as the basis for the

post-crisis 2010 to 2104 the next section.

Beginning of year, time to look back and forth, making statements and projections. For

2010, this year gained an air of early decade and epilogue of the Lula government and is

the years after the crisis I (DC). Twelve months after September 15, 2008, virtually all

series indicators of labor and economic classes available in Brazil returned to the same

pre-crisis point, that is, if not regressed, did not advance. If the comparison is in relation

to other countries, the stagnation in Brazil 2009 is the envy of foreign eyes, except for

China, India and Korea. But not to feel an ounce of pride, in comparison with the period

2003 to 2008, here called little big decade. We draw these forecasts for the next five

years by extrapolating what happened in those five years from 2003 to 2008 when

major changes in measures of welfare based on income occurred, the result of a rare

combination in Brazilian lands of sustained growth with reduced inequality.

Decades

The past decade was the period of reduction of inequality, as well as the former was

stabilization. Is the new decade the one of quality of education?

Before turning into the future, let’s unravel the past in the light of the analysis of

successive decades. The 1960 and 1970 were those of the Economic Miracle, growth

but of dictatorship. In the seventies there was brutal in terms of poverty that fell from

67% to 39%, but brought in its wake, a demand for democracy, which characterizes the

next decade. The eighties, the time of democratization, the main achievement of the

time, even for us the economists. The decade ending in 1989, paradigmatically our

records for inflation and inequality, that somehow punctuate the next decade two

decades. The eighties was also the instability of the institutional inflation and income

teaching that relearn to democracy generates lost decade in the economy.

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The 1990 was stabilization. In 1994, Fernado Henrique aided by his faithful squire stuck

the spear in the heart of the dragon of inflation. From there we started – the first person

plural – to plan the future. Away form uncertainty and monetary illusions we have a real

calendar. The revolution of the president with the name of the prince is not royalty, but

the sense of reality brought about by the currency stable. From this reality shock, we

begin to device and educational agenda, to put more intensely children in school, we

began to measure the performance of children, SAEB in 1995 and, somehow, these two

revolutions , inflation and school, integrated people that went through school started

to enter the labor market and as we redistribute a stable currency trough through a

program of income transfer, inequality began to fall. After recession of 2003, formal

employment has blossomed again. Is the new decade the one of quality of education?

Since 2007, that compasses both the Ministry of Education and civil society through the

Index of Development of Basic Education (IDEB) and Education for All movement

point to the north of the quality of education. Goals are forward-looking force by early

next decade in 2021, so that two centuries of independence for Brazil be celebrated.

Objective goals are drawn from school proficiency tests that capture the quality of

education perceived by children, without voice or vote, in addition to short-termism of

the mandate of the mandates of politicians. What is the goal? Brazil has an initial note

of 3,8, -from o to 10- the goal is to become 6 by 2021. 6 is the average of the OECD

today. We want to turn in 2021, which the OECD is today. Note 6 is also the average of

private school in Brazil, that is the real “Belindia” for private school where who has

money places the son, the average is 6, whilst in public school the average is 3,6. The

goals are central to the agenda of the generation of economists to which I belong, to

revolutionize quality education in the next decade.

Measures

The cumulative difference in five years between PNAD income and GDP was 8.8

percentage points. This represents more than two years in five years.

The key element in shaping the future of all classes A to E is the behavior of inequality,

the Brazilian “jabuticaba” ( a fruit that only grows in Brazil).

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Before going further into further uncertainty, we must face the uncertainties of previous

uncertainties. The magnitude of the resumption of growth in the period 2003-2008

depends crucially on database used in the optics of the national accounts and its most

popular product, GDP. Even after the successive upward revision, we see 3,78% on a

per capita per annum rate of more modest expansion of the National Household Sample

Survey (PNAD), which is 5,26% per year also cashing growth population and inflation.

The cumulative difference in five years between PNAD income and GDP was 8,8%.

This represents more than two years in five years. If we use these rates as part of an

exercise in futurology more elastic than 25 years, the cumulative difference in growth

would be 108% per capita. During a 25 years course the per capita would have grown

153% by the GDP scenario and 261% by the PNAD scenario. It is true that the

discrepancy between these rates tend to fade over time. For example, in the period 1995

to 2008 the cumulative difference is 2,13% in favor of the GDP. Now the question is:

there being adjustments in the coming years what pulls what: the GDP pulls PNAD

down or or PNAD pulls GDP upwards?

The committee report led by Amartya Sen and Joseph Stiglitz released in September

2009 noted strong difference between household surveys and the GDP figures around

the world, with growth rates of GDP generally above. The report argues for the use of

household surveys as a measure of performance of a given society. Another advantage

of PNAD is to look at the distribution of the fruits of growth. The key element in

shaping the future is the behavior of inequality, the Brazilian real jabuticaba. The first

decade of the twentieth century has brought us, year after year, falling income

inequality, that we use as parameter

5. Scenario Consistency

The 2010 to 2014 poverty would fall 50% and class AB 50%, 14,5 million people out of

poverty and 36.1 million would join the ABC classes.

Given the outcome of the crisis and the period of boom years of social previous history

to it, what that will be in the coming years? We will initially focus on the period 2003-

08, using it as a basis for the scenario of post crisis growth from 2010 to 2014. Now,

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how this would be a reasonable prospect of the future based on the past? The analysis

by income source shows an increase in labor income in the period 2003-08 as strong as

the other sources of income, suggesting some sustainability of the prior history of

growth with redistribution, interrupted but not reversed by the crisis. The trend of the

series of years of study, fundamental for the literature for the growth and inequality

support both on dispersion and the continuing trend of improvement. In this regards

one must remember the problem of quality education – here represent opportunities to

advance, that is what matters, when it comes to growth rates. Today there are

benchmarks of proficiency in public schools. The possibility of jumping toward the

border of a more reasonable society exemplified by the fall in income inequality since

2001, and perhaps the future quality education is the basis for optimism conditioning of

this article. We will focus initially on a scenario of longer term ended in 2014.

Protruding growth and reduced inequality in the period 2003-08. This scenario can be

measured using in its approximation inequality observed in Espirito Santo (an estate) in

2008. In this frame work it is possible to obtain a reduction of poverty by half from

50,32% of today´s level , that is from 16,02% of the population in 2008 to 7,96% in

2015. However, 2014 is the day before the end of the millennium goals. We have

fulfilled the first millennium goal of making poverty dropped by half in half the time.

That means carry it again in five years instead of 25 years. The consequence of this

movement in terms of other classes is the following: drop the class D of 18,28% (from

23,35% to 19,9%) increase in class C 14,75% (from 39,2% to 56,48%) and proportional

increase 50,3% in class AB (10,48% to 15,66%) of the population. That is, the

promising scenario shows that poverty fell by half, the class AB increases by 50%. In

absolute terms, 14,5 million people got out of poverty counting the additional 10 million

in population anticipated from 2008 until 2014 when the population reaches 199.5

million people. The union of classes ABC would be incremented, and approximately

36,1 million Brazilians incorporated to the consumers market.