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CONSÓRCIO ENER-REDE COUTO MAGALHÃES REDE COUTO MAGALHÃES ENERGIA S.A. ENERCOUTO S.A. V. III-441 4.3.3) ZOOPLÂNCTON O zooplâncton é a comunidade de animais que vive suspensa na coluna de água, sendo seus organismos caracterizados pelo pequeno tamanho (de 40 m até cerca de 5 mm) e por seu limitado ou inexistente poder de locomoção. Esta última condição incapacita-os para vencer a força da correnteza, sendo, portanto, arrastados por esta (Infante, 1988). Os animais verdadeiramente planctônicos estão distribuídos por três grupos principais: o phylum Rotifera e dois grupos de Crustacea, os Cladocera e os Copepoda. Os copépodes, por sua vez, estão subdivididos em dois grupos: Calanoida e Cyclopoida. Outros organismos, como protozoários, Harpacticoida (copépodes bentônicos), oligoquetos, nemátodes, gastrotríqueos, ácaros e larvas de insetos, também podem ser encontrados no plâncton, porém em menor número de indivíduos e de espécies (Wetzel, 1993). Os organismos zooplanctônicos constituem um elo fundamental na cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, desempenhando um importante papel na conversão da produção primária de algas e bactérias em energia acessível aos consumidores secundários, como por exemplo, os peixes e as larvas de insetos (Hutchinson, 1967). Além disso, estes organismos podem atuar nos processos de bioacumulação e biomagnificação de substâncias tóxicas e de metais pesados ao longo da cadeia alimentar. Esta comunidade também é considerada uma valiosa indicadora das condições tróficas das águas, uma vez que sua composição e distribuição são afetadas por fatores físicos e químicos, tais como condutividade elétrica, concentração de oxigênio dissolvido e de nutrientes (compostos fosfatados e nitrogenados), os quais estão diretamente relacionados com o grau de trofia das águas (Gannon & Stemberger, 1978). Deste modo, o uso da biota no monitoramento dos ecossistemas aquáticos pode ser um bom método para a estimativa do impacto das atividades antrópicas sobre o ambiente (Thorne & Williams, 1997). Neste contexto, os estudos sobre a composição específica, a proporção entre as populações e a diversidade do zooplâncton em resposta as características da bacia de drenagem são de suma importância para gerar informações sobre os processos ecológicos dos sistemas, buscando relações e bioindicadores que permitam inferir sobre as condições de qualidade da água. Ao buscar informações sobre a comunidade zooplanctônica da bacia do Rio Araguaia observa- se uma escassez de estudos para a região. Os poucos trabalhos desenvolvidos neste sistema, em geral, abordam as comunidades de peixes, quelônios, moluscos e esponjas de água doce (Lima & Moreira, 2003; Teles et al., 1991; Batista et al., 2007; entre outros). A comunidade fitoplanctônica, por sua vez, foi contemplada em apenas dois estudos realizados por Nabout et al. (2006 e 2007) na região entre Cocalino (MT) e São Miguel do Araguaia (GO). Os únicos dados disponíveis sobre a comunidade zooplanctônica do Alto Rio Araguaia são referentes a estudos de viabilidade ambiental do empreendimento AHE Couto Magalhães, realizados em 2002 e 2007 (ANEXO 11). A comunidade zooplanctônica da região caracterizou- se pela ocorrência de poucas espécies, com destaque para o grupo dos protozoários (tecamebas). Também se registrou nestes estudos a ocorrência de organismos bentônicos na coluna d’água, como por exemplo larvas de insetos, oligoquetos e nemátodes. No Quadro 4.3.3- 1 é apresentada a lista de táxons registrados em campanhas anteriores, assim como sua classificação taxonômica.

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V. III-441

4.3.3) ZOOPLÂNCTON O zooplâncton é a comunidade de animais que vive suspensa na coluna de água, sendo seus organismos caracterizados pelo pequeno tamanho (de 40 m até cerca de 5 mm) e por seu limitado ou inexistente poder de locomoção. Esta última condição incapacita-os para vencer a força da correnteza, sendo, portanto, arrastados por esta (Infante, 1988). Os animais verdadeiramente planctônicos estão distribuídos por três grupos principais: o phylum Rotifera e dois grupos de Crustacea, os Cladocera e os Copepoda. Os copépodes, por sua vez, estão subdivididos em dois grupos: Calanoida e Cyclopoida. Outros organismos, como protozoários, Harpacticoida (copépodes bentônicos), oligoquetos, nemátodes, gastrotríqueos, ácaros e larvas de insetos, também podem ser encontrados no plâncton, porém em menor número de indivíduos e de espécies (Wetzel, 1993). Os organismos zooplanctônicos constituem um elo fundamental na cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, desempenhando um importante papel na conversão da produção primária de algas e bactérias em energia acessível aos consumidores secundários, como por exemplo, os peixes e as larvas de insetos (Hutchinson, 1967). Além disso, estes organismos podem atuar nos processos de bioacumulação e biomagnificação de substâncias tóxicas e de metais pesados ao longo da cadeia alimentar. Esta comunidade também é considerada uma valiosa indicadora das condições tróficas das águas, uma vez que sua composição e distribuição são afetadas por fatores físicos e químicos, tais como condutividade elétrica, concentração de oxigênio dissolvido e de nutrientes (compostos fosfatados e nitrogenados), os quais estão diretamente relacionados com o grau de trofia das águas (Gannon & Stemberger, 1978). Deste modo, o uso da biota no monitoramento dos ecossistemas aquáticos pode ser um bom método para a estimativa do impacto das atividades antrópicas sobre o ambiente (Thorne & Williams, 1997). Neste contexto, os estudos sobre a composição específica, a proporção entre as populações e a diversidade do zooplâncton em resposta as características da bacia de drenagem são de suma importância para gerar informações sobre os processos ecológicos dos sistemas, buscando relações e bioindicadores que permitam inferir sobre as condições de qualidade da água. Ao buscar informações sobre a comunidade zooplanctônica da bacia do Rio Araguaia observa-se uma escassez de estudos para a região. Os poucos trabalhos desenvolvidos neste sistema, em geral, abordam as comunidades de peixes, quelônios, moluscos e esponjas de água doce (Lima & Moreira, 2003; Teles et al., 1991; Batista et al., 2007; entre outros). A comunidade fitoplanctônica, por sua vez, foi contemplada em apenas dois estudos realizados por Nabout et al. (2006 e 2007) na região entre Cocalino (MT) e São Miguel do Araguaia (GO). Os únicos dados disponíveis sobre a comunidade zooplanctônica do Alto Rio Araguaia são referentes a estudos de viabilidade ambiental do empreendimento AHE Couto Magalhães, realizados em 2002 e 2007 (ANEXO 11). A comunidade zooplanctônica da região caracterizou-se pela ocorrência de poucas espécies, com destaque para o grupo dos protozoários (tecamebas). Também se registrou nestes estudos a ocorrência de organismos bentônicos na coluna d’água, como por exemplo larvas de insetos, oligoquetos e nemátodes. No Quadro 4.3.3-1 é apresentada a lista de táxons registrados em campanhas anteriores, assim como sua classificação taxonômica.

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V. III-442

Quadro 4.3.3-1 Lista de táxons zooplanctônicos registrados na área do AHE Couto Magalhães em

campanhas realizadas nos anos de 2002 e 2007.

Taxa Taxa Phylum Protozoa Phylum Arthropoda Classe Rhizopoda Superclasse Crustacea Família Arcellidae Superordem Cladocera Arcella dentata Família Chydoridae Arcella sp Alona sp Arcella vulgaris Alona guttata Família Centropyxidae Chydorus sp Centropyxis sp Classe Copepoda Família Testaceae Superordem Cyclopoida Tecameba Superordem Harpacticoida Família Difflugidae Classe Insecta Euglypha sp Ordem Diptera Difflugia oblonga Família Chironomidae Difflugia urceolata Ordem Ephemeroptera Difflugia sp Ordem Plecoptera Difflugia sp2 Classe Arachnida Phylum Rotifera Hidracarina Subclasse Monogononta Phylum Annelida Família Lecanidae Classe Oligochaeta Lecane lunaris Phylum Nematoda Família Proalidae Phylum Platyhelminthes Proales sp Classe Turbellaria Família Synchaetidae Mesostoma sp Ploesoma sp

4.3.3.1) Metodologia Foi analisada a comunidade zooplanctônica de 18 pontos de amostragens, os quais correspondem às mesmas localidades amostradas para o fitoplâncton e descritas no item 4.3.1 Fitoplâncton e Epilíton. As amostras destinadas a esse estudo foram obtidas em quatro campanhas distintas, sendo a primeira campanha realizada em abril de 2009, a segunda em junho de 2009, a terceira em julho de 2009 e a quarta campanha em novembro de 2009. Os pontos de amostragem citados acima estão descritos no item 4.3.1.1, ilustrados no item 4.3.1.6 e espacializados no Mapa dos Locais de Amostragem de Ecossistemas Aquáticos (MB-CTM-13 a MB-CTM-20), anexado ao final do item 4.3.1. Em cada ponto de coleta foram obtidas amostras para análise qualitativa e quantitativa da comunidade zooplanctônica, utilizando-se rede de plâncton com abertura de malha de 68 µm (Foto 1). As amostras qualitativas foram obtidas por meio da realização de arrastos horizontais e verticais da rede de plâncton na coluna de água (Foto 2). Já as amostras quantitativas foram obtidas com auxílio de um balde com capacidade de 12 litros, sendo filtrados 200 litros de água através da rede de plâncton (Foto 3).

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Ainda em campo, as amostras foram acondicionadas em frascos de 250 mL e fixadas com solução de formol com concentração final de 4%. Em amostras com alto teor de matéria orgânica foram acrescentadas gotas do corante Rosa Bengala 1% para facilitar, posteriormente, a visualização e separação dos espécimes. Em laboratório, as amostras qualitativas foram triadas sob microscópio estereoscópico LEICA MZ6 e, posteriormente, os organismos foram observados e identificados em microscópio LEICA DMLB, acoplado com câmara clara e fotomicroscopia. Para a identificação dos organismos zooplanctônicos foram utilizadas chaves de identificação e descrições disponíveis em literatura especializada: Pennak (1953); Edmondson (1959); Smirnov (1974); Rocha & Matsumura-Tundisi (1976); Koste (1978a, 1978b); Smirnov & Tinns (1983); Reid (1985); Einsle (1993); Paggi (1995); Nogrady et al. (1995); Segers (1995); Elmoor-Loureiro (1997), Nogrady & Segers (2002); entre outras. Para a determinação da densidade numérica dos organismos (expressa em indivíduos por metro cúbico - ind.m-3) foram realizadas contagens de subamostras em placas acrílicas quadriculadas sob estereomicroscopia. As subamostras foram obtidas com uma pipeta de Hensel-Sttempel de 2 mL de capacidade, sendo contados até 30 mL da amostra quantitativa. Foi calculado o Índice de Similaridade de Sorensen (Ss) (Sorensen, 1948) para se estabelecer o grau de semelhança entre as composições taxonômicas dos pontos amostrados em um mesmo período. Também foi avaliada a semelhança da comunidade ao longo do tempo, ou seja, entre as amostragens de abril, junho, julho e novembro de 2009. O índice utilizado baseia-se nos dados de presença e ausência das espécies, sendo expresso por:

cba

aSs

2

2

onde: a = número de espécies comuns a ambas amostras; b = número de espécies presentes somente na amostra b; c = número de espécies presentes somente na amostra c. O método de agrupamento utilizado na construção do dendrograma de similaridade foi o Método pela Associação Média (“Arithmetic average clustering” ou UPGMA), que trabalha com as médias aritméticas das similaridades. Assim, o objeto é atribuído ao grupo com o qual tem a maior similaridade média com todos os objetos. Segundo Valentin (1995), nos estudos ecológicos onde amostras de características intermediárias são geralmente numerosas, os métodos de agrupamento baseados em similaridades ou distâncias médias, ponderadas ou não, são os mais recomendados. O programa estatístico utilizado foi o NTSYSpc. A diversidade de espécies de cada ponto amostrado foi calculada utilizando-se o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (1949 apud Odum, 1988), através da fórmula:

' .logni ni

HN N

onde: H’ = diversidade de espécies observadas na amostra; S = riqueza ou número de espécies da amostra, ni = número de indivíduos de cada espécie na amostra, N = número total de indivíduos na amostra.

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A equitabilidade, ou uniformidade de divisão dos indivíduos entre as espécies, foi avaliada através da equação de Pielou (1966 apud Odum, 1988):

'.100

máx

HJ

H

onde: J = equitabilidade ou uniformidade da amostra, H’ = diversidade de espécies observadas na amostra, Hmáx = diversidade máxima de espécies, calculada através de log S, S = riqueza ou número de espécies da amostra. O programa estatístico utilizado para calcular o Índice de Diversidade de Shannon-Winner (H’) e a Equitabilidade (J) foi o DiVes (Rodrigues, 2005). Para o cálculo da similaridade, índice de diversidade e equitabilidade foram considerados apenas os resultados obtidos para os grupos Protozoa (tecameba), Rotifera, Cladocera e Copepoda, os quais são característicos da comunidade planctônica. Outros grupos, como larvas de insetos, não foram considerados, pois sua ocorrência no plâncton é acidental, uma vez que se trata de organismos bentônicos. 4.3.3.2) Área de Influência Indireta – AII Na Tabela 4.3.3.2-1 são apresentados os táxons zooplanctônicos registrados em cada ponto amostrado na área de influência indireta (AII) durante as campanhas de abril, junho, julho e novembro de 2009. A riqueza de espécies zooplanctônicas observada nos quatro períodos, em geral, foi baixa (valores inferiores a 13 espécies), com poucos representantes de Rotifera, Cladocera, Copepoda e de tecamebas (Protozoa). Registrou-se também a ocorrência de diversos organismos bentônicos, como larvas de insetos, oligoquetos e nemátodes, os quais devem ter sido ressuspendidos do leito do rio ou carreados das margens pela correnteza. A comunidade bentônica será abordada posteriormente, no item 4.3.3, sendo apenas citada a ocorrência de seus representantes na coluna d’água entre os organismos planctônicos. O grupo mais constante na AII – isto é, com ocorrência em praticamente todos os pontos e períodos amostrados – foi o das tecamebas, com quatro gêneros representados: Arcella, Centropyxis, Difflugia e Lesquereusia. Já as espécies de Rotifera, Cladocera e Copepoda podem ser consideradas ocasionais, uma vez que estes organismos, em geral, foram registrados em poucas localidades e períodos. Entre os rotíferos, a família Lecanidae apresentou o maior número de espécies, com cinco representantes, sendo a maior ocorrência registrada no mês de abril (quatro espécies). Para Cladocera, a família Chydoridae, característica de ambientes litorâneos e com presença de macrófitas, foi a mais representativa, com seis espécies registradas. Entre os copépodes, foram registrados apenas copepoditos e náuplios de Cyclopoida e Harpacticoida nas campanhas de abril, julho e novembro. No item 4.3.3.6 Inventário Fotográfico estão ilustradas as principais espécies zooplanctônicas registradas neste período.

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Tabela 4.3.3.2-1 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 3 pontos de coleta localizados na Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães em 2009 (abril/cheia, junho/vazante,

julho/seca e novembro/enchente).

Abril Junho Julho Novembro Taxa

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x x x x x x x x x

Riqueza Protozoa 4 4 4 4 3 4 4 4 4 3 4 4 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x Subclasse Monogononta Família Brachionidae Keratella americana x Família Euchlanidae Euchlanis dilatata x Família Lecanidae Lecane amazonica x Lecane bulla x x Lecane leontina x Lecane lunaris x x Lecane ungulata x

Riqueza Rotifera 3 2 0 0 0 2 0 1 1 1 3 1 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Acroperus harpae x x x x Alona cf. quadrangularis x Alona guttata x x x x x x Alona poppei x Alonella dadayi x x x x Camptocercus dadayi x x Família Macrothricidae Macrothrix sp x

Riqueza Cladocera 4 3 0 3 0 0 4 3 0 0 1 1 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito x x Náuplio x x Superordem Harpacticoida x x

Riqueza Copepoda 2 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x x x x Família Simulidae x x x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x

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Abril Junho Julho Novembro Taxa

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Ordem Hemiptera x x x x x Ordem Lepidoptera x Ordem Plecoptera x x x Ordem Trichoptera x x x Classe Ostracoda x x Classe Arachnida Hidracarina x x x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x x x x x x Phylum Nematoda x x x x Phylum Tardigrada x x x

Riqueza Outros Grupos 9 4 6 2 8 6 6 4 3 3 5 3

Na Figura 4.3.3.2-1 é mostrada a variação temporal da riqueza de táxons por grupo zooplanctônico na área de influência indireta (AII). Em geral, os maiores valores de riqueza foram registrados em abril de 2009 (valor médio de 9 espécies), enquanto em junho estes valores foram menores (valor médio de 5 espécies). Os grupos dos protozoários (tecamebas) e dos cladóceros foram os mais representativos na maioria dos pontos considerados. Os copépodes, por sua vez, foram os menos representativos, sendo registrados em poucos pontos e períodos durante o presente estudo (apenas nas amostragens de abril, julho e novembro de 2009).

Riqueza zooplanctônica - AII

0

2

4

6

8

10

12

14

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

mer

o d

e tá

xon

s

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.2-1 – Riqueza de táxons zooplanctônicos nos pontos de coleta localizados na Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas

realizadas no ano de 2009. Na Figura 4.3.3.2-2 é apresentada a curva do coletor para a área de influência indireta (AII). Esta curva foi obtida somando-se o número de espécies novas de cada ponto amostrado, ou seja, que ainda não haviam sido registradas anteriormente. A tendência da curva em alcançar um platô representaria o esgotamento de novas ocorrências, sugerindo então uma aproximação do total de espécies da área. Como visualizado no gráfico abaixo, este platô não foi alcançado

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para AII, embora a tendência da curva pareça ser sua formação. Novas amostragens seriam necessárias para a confirmação desta tendência, assim como a valorização de áreas de remanso e de vegetação, ambientes mais propícios ao desenvolvimento zooplâncton nos sistemas lóticos.

Curva do coletor - AII

0

5

10

15

20

25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Unidades amostrais

Esp

écie

s ac

um

ula

das

Figura 4.3.3.2-2 – Curva do coletor para a Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto

Magalhães. Os resultados referentes às densidades dos organismos zooplanctônicos para as campanhas de abril, junho, julho e novembro de 2009 são apresentados na Tabela 4.3.3.2-2. Alguns organismos foram observados apenas nas amostras qualitativas, sendo denominados raros (r) na tabela abaixo. Também são apresentadas as densidades dos organismos bentônicos registrados, as quais foram baixas, uma vez que se trata de organismos com ocorrência acidental na coluna d’água. Como ressaltado anteriormente, a comunidade bentônica será abordada no item 4.3.3. As densidades observadas para os grupos zooplanctônicos (Protozoa, Rotifera, Cladocera e Copepoda) nos quatro períodos, em geral, foram baixas, sendo os valores totais inferiores a 1.200 ind.m-3, exceto para P5 em abril. Neste ponto foi registrado o maior valor de densidade total, com 2.144 ind.m-3, sendo as tecamebas os organismos mais abundantes (1.643 ind.m-3). Em junho, a maior densidade zooplanctônica também foi registrada em P5, porém com apenas 1.001 ind.m-3 e predomínio novamente de tecamebas. Já na campanha de julho, a maior densidade foi registrada em P6, com 1.200 ind.m-3 e predominância de tecamebas. Grande parte dos rotíferos e cladóceros foi encontrada apenas nas amostras qualitativas. Para os copépodes, foram registradas somente fases larvais e jovens de Cyclopoida e Harpacticoida. Em novembro, a maior densidade foi novamente observada em P6, com 967 ind.m-3 e predominância de tecamebas (900 ind.m-3). Os rotíferos contribuíram para densidade total de deste ponto com apenas 67 ind.m-3, enquanto os cladóceros foram observados apenas nas amostras qualitativas.

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Tabela 4.3.3.2-2 Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 3 pontos de coleta localizados na Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães em 2009 (abril/cheia, junho/vazante,

julho/seca e novembro/enchente).

Abril Junho Julho Novembro Taxa

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp 250 208 267 367 333 200 300 600 200 188 233 413 Família Centropyxidae Centropyxis sp 643 83 267 467 200 167 375 338 233 263 333 225 Família Difflugidae Difflugia sp 286 42 100 100 100 133 38 225 67 67 150 Família Lesquereusiidae

Lesquereusia sp 464 42 33 67 33 75 38 67 75 267 38 Total Protozoa 1.643 375 667 1.001 633 533 788 1.200 567 525 900 825

Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea 36 33 r r 38 Subclasse Monogononta

Família Brachionidae

Keratella americana

r

Família Euchlanidae Euchlanis dilatata r Família Lecanidae Lecane amazonica r Lecane bulla 42 67 Lecane leontina r Lecane lunaris 36 38 Lecane ungulata r

Total Rotifera 72 42 33 r r 38 67 38 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea

Superordem Cladocera

Família Chydoridae Acroperus harpae 107 42 r r Alona cf. quadrangularis

36

Alona guttata 71 42 38 r r r Alona poppei r Alonella dadayi 36 r r r Camptocercus dadayi

42 r

Família Macrothricidae

Macrothrix sp 38 Total Cladocera 250 126 r 75 r r r

Classe Copepoda Superordem Cyclopoida

Copepodito 36 r Náuplio 33 r

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Abril Junho Julho Novembro Taxa

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Superordem Harpacticoida

143 r

Total Copepoda 179 33 r r Classe Insecta Ordem Coleoptera r r 33 Ordem Diptera Família Chironomidae

679 292 33 67 100 67 75 150 67 38 133 75

Família Simulidae 100 r r 38 r Ordem Ephemeroptera

71 r r 67 67 r 33

Ordem Hemiptera r r 33 38 100 Ordem Lepidoptera 36 Ordem Plecoptera 42 r 33 Ordem Trichoptera 33 r r Classe Ostracoda r r Classe Arachnida Hidracarina 71 83 33 Phylum Annelida Classe Oligochaeta 214 33 33 r r 75 33 r Phylum Nematoda 36 33 33 r Phylum Tardigrada 107 33 38

Total Outros Grupos 1.214 417 66 100 432 200 113 263 100 75 300 75

Densidade total 3.357 958 767 1.100 1.067 767 975 1.463 667 638 1.267 938 Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

A variação temporal da densidade total e por grupo zooplanctônico nos pontos amostrados na área de influência indireta (AII) é apresentada na Figura 4.3.3.2-3. Conforme ressaltado anteriormente, pode-se visualizar neste gráfico a maior densidade zooplanctônica total e por grupos taxonômicos para P5 no mês de abril. Os demais pontos apresentaram densidades significativamente menores (inferiores a 1.200 ind.m-3), sendo o grupo dos protozoários (tecamebas) o mais abundante. Rotifera, Cladocera e Copepoda, por sua vez, tiveram uma pequena participação nos valores de densidade total.

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V. III-450

Densidade zooplanctônica - AII

0

400

800

1.200

1.600

2.000

2.400

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

ind

.m-3

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.2-3 – Densidade zooplanctônica (ind.m-3) nos pontos de coleta localizados na Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas

realizadas no ano de 2009. Os resultados do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de equitabilidade de Pielou (J) para os períodos de abril, junho, julho e novembro de 2009 na área de influência indireta (AII) são apresentados na Figura 4.3.3.2-4. Em geral, os valores de diversidade H’ foram baixos, variando entre 0,43 e 0,61, com valor médio igual a 0,58. Apenas nos pontos P5 e P6 em abril, estes valores foram mais elevados (iguais a 0,87 e 0,80, respectivamente). Ao comparar os valores de riqueza com os do índice de diversidade H’, nota-se que baixos valores de diversidade estiveram relacionados a menores valores de riqueza, como por exemplo, em P6 no mês de junho, o qual apresentou riqueza igual a 3 táxons e diversidade H’ igual a 0,43. Já os valores mais elevados do índice de diversidade estiveram relacionados a maiores riquezas, caso dos pontos P5 e P6, em abril. A equitabilidade, por sua vez, apresentou valores semelhantes, superiores a 75%, exceto nos pontos P6 e P17 em novembro (valores iguais a 58 e 66%, respectivamente). Nestes pontos e período, registrou-se o predomínio expressivo de tecamebas, com destaque para Arcella sp e Centropyxis sp.

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V. III-451

Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) - AII

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17 P5 P6 P17

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

H'

0

20

40

60

80

100

J (%

)

H’ J

Figura 4.3.3.2-4 – Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) da comunidade zooplanctônica dos pontos de coleta localizados na Área de Influência

Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas realizadas no ano de 2009. Na Figura 4.3.3.2-5 é apresentado o dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica amostrada durante o ano de 2009 para a área de influência indireta (AII) do AHE Couto Magalhães. Em geral, os valores de similaridade foram baixos, com coeficientes inferiores a 0,75, resultado este que reflete a ocorrência de espécies ocasionais, principalmente pertencentes aos grupos Rotifera e Cladocera. As maiores similaridades, por sua vez, estiveram associadas com a ocorrência quase exclusiva de protozoários (tecamebas), como observado no ponto P17 em vários períodos. Também se pode observar que não houve uma composição zooplanctônica característica para cada período amostrado: abril (cheia), junho (vazante), julho (seca) e novembro (enchente). Os conjuntos de pontos amostrados em cada mês não formaram grupos isolados, o que caracterizaria a existência de composições específicas para cada período. Ao contrário deste padrão, observou-se o agrupamento de diferentes pontos amostrados em diferentes períodos.

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V. III-452

Coeficiente de Similaridade de Sorensen0.50 0.75 1.00

P17-abr-09

P5-nov-09

P17-jun-09

P17-jul-09

P17-nov-09

P6-nov-09

P6-jun-09

P5-abr-09

P6-abr-09

P6-jul-09

P5-jun-09

P5-jul-09

Figura 4.3.3.2-5 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica amostrada

na Área de Influência Indireta (AII) do AHE Couto Magalhães durante o ano de 2009. 4.3.3.3) Área de Influência Direta – AID A riqueza de táxons zooplanctônicos registrados nos pontos pertencentes à área de influência direta (AID) nas campanhas de abril, junho, julho e novembro de 2009 é apresentada na Tabela 4.3.3.3-1. Nas campanhas de julho e novembro de 2009 foram acrescentados dois pontos de coleta na área de influência direta, P19 e P20. Assim como para a área de influência indireta (AII), foi registrada a ocorrência de poucos representantes de Rotifera, Cladocera, Copepoda e Protozoa (tecamebas), além da ocorrência de diversos organismos bentônicos. As tecamebas foram novamente os organismos mais constantes durante o período estudado, sendo seus principais representantes os gêneros Arcella, Centropyxis e Difflugia. O gênero Lesquereusia, por sua vez, foi registrado apenas nas amostragens de julho e novembro em P4, P18 e P19. Os demais espécimes, pertencentes aos grupos Rotifera, Cladocera e Copepoda, foram registrados em poucas localidades e períodos. Entre os rotíferos foram registrados representantes de cinco famílias (Euchlanidae, Lecanidae, Lepadellidae, Mytilinidae e Notommatidae), além de representantes da subclasse Bdelloidea, totalizando oito táxons amostrados na área. A maior ocorrência de rotíferos foi observada no mês de novembro, com quatro táxons registrados, sendo dois inéditos na área – isto é, não haviam sido registrados nas campanhas anteriores: Beauchampiella eudactylota e Lepadella ovalis. Estas espécies são cosmopolitas e comuns em regiões litorâneas ou com presença de macrófitas.

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V. III-453

Para Cladocera, foram registradas apenas duas espécies pertencentes à família Chydoridae (Alona cf. quadrangularis e Alonella dadayi), as quais ocorreram em P4, P7, P19 e P20 nas amostragens de junho, julho e novembro. Também foi registrada uma baixa ocorrência de copépodes, os quais foram representados apenas por formas juvenis (náuplios e copepoditos) de Cyclopoida e Harpacticoida.

Tabela 4.3.3.3-1 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 5 pontos de coleta localizados na Área de Influência Direta (AID) do AHE Couto Magalhães em 2009 (abril/cheia, junho/vazante,

julho/seca e novembro/enchente).

Abril Junho Julho Novembro Taxa

P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x x

Riqueza Protozoa 2 2 3 3 2 3 4 3 3 4 3 4 3 4 3 3 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x x Subclasse Monogononta Família Euchlanidae Beauchampiella eudactylota

x

Família Lecanidae Lecane bulla x x x x x Lecane lunaris x Família Lepadellidae Lepadella ovalis x Família Mytilinidae Mytilina macrocera x Família Notommatidae Cephalodella sp x Notommata sp x

Riqueza Rotifera 1 1 0 1 1 1 1 0 2 1 1 1 2 1 1 2 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona cf. quadrangularis x x x Alonella dadayi x x x

Riqueza Cladocera 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito x x x x Náuplio x x x Superordem Harpacticoida Copepodito x x Náuplio x x

Riqueza Copepoda 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 2 1 1 1 0 0

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V. III-454

Abril Junho Julho Novembro Taxa

P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x x x x x x x x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x x x x x x x x Família Simulidae x x x x x x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x x x x x x Ordem Hemiptera x x x x Ordem Odonata x x x x Ordem Plecoptera x x x x x Ordem Trichoptera x x x x x x Classe Ostracoda x Classe Arachnida Hidracarina x x x x x x x x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x x x x x x Phylum Nematoda x x x x x x x x Phylum Tardigrada x

Riqueza Outros Grupos 5 4 6 2 5 6 5 8 8 6 5 4 6 8 7 8

Na Figura 4.3.3.3-1 é mostrada a variação temporal da riqueza de táxons por grupo zooplanctônico na área de influência direta (AID). Os valores de riqueza registrados nos quatro períodos amostrados foram semelhantes e baixos (inferiores a sete espécies). O grupo dos protozoários (tecamebas) foi o mais representativo nos pontos considerados, seguido por Rotifera que estive presente em quase todas as amostragens. Cladóceros e copépodes, por sua vez, tiveram poucas ocorrências nesta área durante o presente estudo.

Riqueza zooplanctônica - AID

0

2

4

6

8

10

12

14

P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

mer

o d

e tá

xon

s

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.3-1 – Riqueza de táxons zooplanctônicos nos pontos de coleta localizados na Área de Influência Direta (AID) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas realizadas

no ano de 2009.

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V. III-455

Na Figura 4.3.3.3-2 é apresentada a curva do coletor para a área de influência direta (AID). Assim como para a AII, não houve a formação do platô que representaria o esgotamento de novas ocorrências na área, embora a tendência da curva pareça ser sua formação. Provavelmente, a lista de espécies registradas para AID seria incrementada com a realização de novas amostragens, em especial, se estas fossem realizadas em áreas de remanso e junto à vegetação das margens, ambientes que favorecem o desenvolvimento da comunidade zooplanctônica nos sistemas lóticos.

Curva do coletor - AID

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Unidades amostrais

Esp

écie

s ac

um

ula

das

Figura 4.3.3.3-2 – Curva do coletor para a Área de Influência Direta (AID) do AHE Couto

Magalhães. Na Tabela 4.3.3.3-2 são apresentadas as densidades registradas nos períodos de abril, junho, julho e novembro de 2009. Os organismos observados apenas nas amostras qualitativas foram denominados raros (r) nas tabelas abaixo. Também são apresentadas as densidades dos organismos bentônicos registrados, as quais foram baixas, uma vez que se trata de organismos com ocorrência acidental na coluna d’água. As densidades observadas para os grupos zooplanctônicos (Protozoa, Rotifera, Cladocera e Copepoda) nos quatro períodos foram baixas, com valores totais inferiores a 1.100 ind.m-3, exceto em P18 no mês de novembro. Neste ponto e período foi observado o maior valor de densidade registrado durante todo o estudo, com 2.399 ind.m-3, dos quais 2.333 ind.m-3

correspondiam a tecamebas, com destaque para Centropyxis sp. O grupo predominante em termos numéricos em todos os pontos localizados na AID foram os protozoários (tecamebas), que representaram a quase totalidade dos organismos amostrados nos quatro períodos. Rotifera, Cladocera e Copepoda, por sua vez, apresentaram densidades pouco expressivas, com muitos organismos encontrados apenas nas amostras qualitativas.

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V. III-456

Tabela 4.3.3.3-2 Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 5 pontos de coleta localizados na Área

de Influência Direta (AID) do AHE Couto Magalhães em 2009 (abril/cheia, junho/vazante, julho/seca e novembro/enchente).

Abril Junho Julho Novembro

Taxa P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Phylum Protozoa

Classe Rhizopoda

Família Arcellidae

Arcella sp 267 250 233 400 167 167 233 338 413 533 300 533 200 533 225 133

Família Centropyxidae

Centropyxis sp 233 250 167 33 67 167 200 113 338 200 225 333 200 1.200 188 100

Família Difflugidae

Difflugia sp r 67 67 33 113 113 100 38 67 r 533 38 100

Família Lesquereusiidae

Lesquereusia sp r 67 67 67

Total Protozoa 500 500 400 500 234 401 467 563 863 900 563 1.000 400 2.333 450 333

Phylum Rotifera

Subclasse Bdelloidea r 33 38 r 33 33

Subclasse Monogononta

Família Euchlanidae Beauchampiella eudactylota

33

Família Lecanidae

Lecane bulla 38 r 33 38 33

Lecane lunaris r

Família Lepadellidae

Lepadella ovalis 33

Família Mytilinidae

Mytilina macrocera 25

Família Notommatidae

Cephalodella sp 33

Notommata sp 33

Total Rotifera 33 25 r r 33 33 75 r r 33 67 33 38 67

Phylum Arthropoda

Superclasse Crustacea

Superordem Cladocera

Família Chydoridae Alona cf. quadrangularis

r 33 38

Alonella dadayi r 38 r

Total Cladocera r 38 r r 33 38

Classe Copepoda Superordem Cyclopoida

Copepodito 33 r 33 33

Náuplio 133 r r Superordem Harpacticoida

Copepodito 67 33

Náuplio 38 r

Total Copepoda 166 r 67 33 38 33 r 33

Classe Insecta

Ordem Coleoptera 33 67 r r 67 75 38 r 33 67 r 67

Ordem Diptera

Família Chironomidae 67 100 133 67 467 100 133 75 413 100 r 67 33 67 113 133

Família Simulidae 33 133 100 300 38 33 67 33

Ordem Ephemeroptera 33 75 67 133 r 38 r 38 100 33 38 33

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V. III-457

Abril Junho Julho Novembro

Taxa P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Ordem Hemiptera r r 75 33

Ordem Odonata r 38 r 33

Ordem Plecoptera 33 r 38 r 33

Ordem Trichoptera 33 r r r 38 67

Classe Ostracoda r

Classe Arachnida

Hidracarina 25 67 33 67 38 33 33 38

Phylum Annelida

Classe Oligochaeta 67 33 38 188 38 167 38 r

Phylum Nematoda 33 50 33 r r 38 33 r 67

Phylum Tardigrada 38

Total Outros Grupos 199 250 434 100 766 266 567 263 750 133 150 200 233 367 338 433

Densidade total 900 775 833 600 1.067 700 1.067 863 1.688 1.067 750 1.267 700 2.733 863 833

Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

Na Figura 4.3.3.3-3 é mostrada a variação temporal da densidade total e por grupo zooplanctônico nos pontos pertencentes à área de influência direta (AID) nos períodos considerados. Conforme ressaltado anteriormente, nota-se a predominância dos protozoários (tecamebas) em todos os pontos e períodos, sendo este resultado semelhante ao observado na área de influência indireta (AII). Também se pode visualizar neste gráfico a pequena participação numérica de organismos pertencentes aos grupos Rotifera, Cladocera e Copepoda.

Densidade zooplanctônica - AID

0

400

800

1.200

1.600

2.000

2.400

P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

ind

.m-3

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.3-3 – Densidade zooplanctônica (ind.m-3) nos pontos de coleta localizados na Área de Influência Direta (AID) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas realizadas

no ano de 2009. Os resultados do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de equitabilidade de Pielou (J) para os períodos amostrados em 2009 são apresentados na Figura 4.3.3.3-4. Em geral, os

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V. III-458

valores de diversidade H’ foram baixos, variando entre 0,27 e 0,64, com valor médio igual a 0,49. Assim como registrado na AII, baixos valores do índice de diversidade estiveram relacionados a menores valores de riqueza, enquanto os valores mais elevados do índice estiveram relacionados a maiores riquezas. Os valores de equitabilidade, por sua vez, variaram entre 70 e 98%, com valor médio de 80%, resultado este semelhante ao observado na AII. Apenas em P4 no mês de junho foi registrado valor abaixo desta faixa de variação (equitabilidade igual a 57%). Destaca-se neste ponto e período, a dominância expressiva do protozoário Arcella sp.

Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) - AID

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

P4 P7 P18 P4 P7 P18 P4 P7 P18 P19 P20 P4 P7 P18 P19 P20

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

H'

0

20

40

60

80

100

J (%

)

H’ J

Figura 4.3.3.3-4 – Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) da comunidade zooplanctônica dos pontos de coleta localizados na Área de Influência Direta

(AID) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas realizadas no ano de 2009. Na Figura 4.3.3.3-5 é apresentado o dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica ao longo do tempo para a área de influência direta (AID) do AHE Couto Magalhães. Os valores de similaridade em geral foram baixos, com coeficientes inferiores a 0,75. A presença de espécies ocasionais, principalmente pertencentes aos grupos Rotifera e Cladocera, certamente contribuiu para este resultado. Assim como observado na AII, não houve uma composição zooplanctônica característica para cada período amostrado: abril (cheia), junho (vazante), julho (seca) e novembro (enchente). Os conjuntos de pontos amostrados em cada mês não formaram grupos isolados, o que caracterizaria a existência de composições específicas para cada período. Ao contrário deste padrão, observou-se o agrupamento de diferentes pontos amostrados em diferentes períodos.

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V. III-459

Coeficiente de Similaridade de Sorensen0.50 0.75 1.00

P7-abr-09

P18-abr-09

P7-jul-09

P18-jun-09

P18-jul-09

P20-nov-09

P7-nov-09

P7-jun-09

P20-jul-09

P4-jul-09

P18-nov-09

P19-jul-09

P4-nov-09

P19-nov-09

P4-abr-09

P4-jun-09

Figura 4.3.3.2-5 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica amostrada

na Área de Influência Direta (AID) do AHE Couto Magalhães durante o ano de 2009. 4.3.3.4) Área Diretamente Afetada – ADA Nas Tabelas 4.3.3.4-1, 4.3.3.4-2, 4.3.3.4-3 e 4.3.3.4-4 são apresentados os táxons zooplanctônicos registrados em cada ponto amostrado na área diretamente afetada (ADA) durante as campanhas de abril, junho, julho e novembro de 2009, respectivamente. Considerando o conjunto total de espécies amostradas nos pontos localizados nesta área, observou-se uma maior riqueza de táxons zooplanctônicos em relação às outras áreas de influência, AII e AID. Este resultado certamente é decorrente do maior número de pontos amostrados na ADA, onde foram estabelecidos 10 pontos, ao passo que na AII e na AID foram amostrados apenas 3 e 5 pontos, respectivamente. A riqueza total de Rotifera para a ADA, considerando os quatro períodos amostrados, foi de treze espécies, sendo o maior valor observado em abril (nove espécies). A família Lecanidae apresentou o maior número de representantes, com seis espécies registradas. Outras famílias de rotíferos registradas nesta área foram: Brachionidae, Dicranophoridae, Euchlanidae, Lepadellidae, Notommatidae e Trichotriidae. Para Cladocera, a riqueza total registrada foi de sete espécies, todas pertencentes à família Chydoridae. Assim como para Rotifera, a maior riqueza de cladóceros foi observada em abril, enquanto nas campanhas de junho e julho este valor foi igual a dois e na de novembro igual a um. Entre os copépodes, em geral, foram registrados apenas copepoditos e náuplios de Cyclopoida e Harpacticoida. Em P16 na campanha de abril, no entanto, foi localizado um adulto de Cyclopoida pertencente à espécie Thermocyclops decipiens.

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Assim como para as áreas de influência indireta e direta (AII e AID), o grupo mais constante na ADA, com ocorrência em praticamente todos os pontos e períodos amostrados, foi o das tecamebas, representadas pelos gêneros Arcella, Centropyxis, Difflugia e Lesquereusia. Outro grupo amostrado com frequência nesta área foi o dos rotíferos bdeloideos, sendo os demais organismos registrados ocasionais, ou seja, com poucas ocorrências nas localidades e períodos considerados.

Tabela 4.3.3.4-1 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área

Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Abril de 2009 (cheia).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x

Riqueza Protozoa 3 3 4 3 2 3 3 4 3 4 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x x Subclasse Monogononta Família Dicranophoridae Aspelta angusta x Família Euchlanidae Euchlanis incisa x Família Lecanidae Lecane bulla x Lecane cf. curvicornis x Lecane leontina x Lecane ludwigii f. ohioensis x Lecane signifera x Família Lepadellidae Lepadella rhomboides x

Riqueza Rotifera 3 0 4 1 3 0 0 1 2 0 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Acroperus harpae x Alona guttata x Alonella dadayi x x Biapertura karua x Chydorus sp x Ephemeroporus barroisi x

Riqueza Cladocera 0 0 0 1 2 0 2 1 1 0 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Thermocyclops decipiens x Copepodito x x Náuplio x x x x x Superordem Harpacticoida x x x

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Riqueza Copepoda 0 0 2 2 0 0 1 1 2 1 Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x Ordem Hemiptera x x Ordem Odonata x x x Ordem Plecoptera x x x x x x Ordem Trichoptera x x x x x x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x x x x Phylum Nematoda x x x x

Riqueza Outros Grupos 7 2 6 5 5 4 2 6 6 5

Tabela 4.3.3.4-2 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Junho de 2009 (vazante).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x x x x

Riqueza Protozoa 4 2 4 4 3 3 3 4 4 2 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x x x Subclasse Monogononta Família Brachionidae Kellicotia bostoniensis x Família Lecanidae Lecane bulla x x x Lecane lunaris x Família Notommatidae Notommata sp x

Riqueza Rotifera 1 2 2 1 1 2 0 2 1 1 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata x Alonella dadayi x

Riqueza Cladocera 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito x Náuplio x Superordem Harpacticoida x x Náuplio x

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Riqueza Copepoda 0 0 1 0 0 1 1 1 1 0 Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x x x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x x Família Simulidae x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x x x Ordem Hemiptera x x Ordem Odonata x x x Ordem Plecoptera x x x x x x x x x Ordem Trichoptera x x x Classe Arachnida Hidracarina x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x Phylum Nematoda x x x x x x x x Phylum Tardigrada x

Riqueza Outros Grupos 5 5 5 5 6 8 5 8 6 6

Tabela 4.3.3.4-3 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área

Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Julho de 2009 (seca).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x x x x

Riqueza Protozoa 2 4 3 4 4 3 4 4 3 4 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x x x x x Subclasse Monogononta Família Lecanidae Lecane bulla x x Família Notommatidae Notommata sp x

Riqueza Rotifera 1 1 1 1 1 2 1 2 1 1 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata x x Alona cf. quadrangularis x x

Riqueza Cladocera 0 1 0 1 1 0 0 1 0 0 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito x Superordem Harpacticoida x x Náuplio x

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Riqueza Copepoda 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x x x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x x Família Simulidae x x x x x x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x Ordem Hemiptera x x Ordem Odonata x x x x x x Ordem Plecoptera x x x x x x x x Ordem Trichoptera x x Classe Arachnida Hidracarina x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x x x Phylum Nematoda x x x Phylum Tardigrada x x

Riqueza Outros Grupos 5 8 7 6 5 8 7 6 2 7

Tabela 4.3.3.4-4 Ocorrência de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área

Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Novembro de 2009 (enchente).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp x x x x x x x x x x Família Centropyxidae Centropyxis sp x x x x x x x x x x Família Difflugidae Difflugia sp x x x x x x x x Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp x x x x

Riqueza Protozoa 4 4 3 2 2 4 4 3 3 3 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea x x x x x x x x x x Subclasse Monogononta Família Lecanidae Lecane ludwigii f. ohioensis x Lecane lunaris x Lecane signifera x Família Notommatidae Notommata sp x Família Trichotriidae Trichotria tetractis x

Riqueza Rotifera 3 1 3 1 1 2 1 1 1 1 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata x x x

Riqueza Cladocera 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Náuplio x x x Superordem Harpacticoida Náuplio x x

Riqueza Copepoda 0 0 1 0 0 1 1 0 0 2 Classe Insecta Ordem Coleoptera x x x x x Ordem Diptera Família Chironomidae x x x x x x x x x Família Simulidae x x x Ordem Ephemeroptera x x x x x x x x x Ordem Hemiptera x x x x Ordem Plecoptera x x x x x x x Ordem Trichoptera x x x x x x Phylum Annelida Classe Oligochaeta x x x x x x x x x Phylum Nematoda x x x

Riqueza Outros Grupos 2 6 6 9 6 6 6 5 4 5

A variação espacial e temporal da riqueza total e por grupo zooplanctônico é mostrada na Figura 4.3.3.4-1. Assim como para as áreas de influência indireta e direta (AII e AID), os valores de riqueza registrados para cada ponto de coleta da ADA nos quatro períodos amostrados foram baixos (inferiores a dez espécies). O maior valor foi registrado em P8 na campanha de abril, com dez espécies registradas. Assim como na AII e na AID, os protozoários (tecamebas) também tiveram uma boa representatividade na ADA, porém a contribuição de outros grupos para a riqueza total foi maior. Os rotíferos, por exemplo, foram mais representativos em termos de riqueza de espécies e ocorreram em praticamente todos os pontos e períodos. O mesmo pode ser observado para Copepoda, cujas formas jovens (náuplios e copepoditos) ocorreram com maior frequência nos pontos amostrados quando comparado aos resultados obtidos para a AII e a AID.

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Riqueza zooplanctônica - ADA

0

2

4

6

8

10

12

14P

1P

2P

8P

9P

10P

11P

13P

14P

15P

16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

mer

o d

e tá

xon

s

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.4-1 – Riqueza de táxons zooplanctônicos nos pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas

realizadas no ano de 2009. Na Figura 4.3.3.4-2 é apresentada a curva do coletor para área diretamente afetada (ADA), a qual parece formar o platô que representaria o esgotamento de novas ocorrências. O maior número de pontos amostrados nesta área em relação à AII e AID provavelmente contribuiu para este resultado. No entanto, novas ocorrências certamente seriam registradas para esta área ao realizarem-se novas amostragens que valorizassem os ambientes de remanso e de vegetação, os quais favorecem o desenvolvimento do zooplâncton nos sistemas lóticos.

Curva coletor - ADA

0

5

10

15

20

25

30

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40Unidades amostrais

Esp

écie

s ac

um

ula

das

Figura 4.3.3.4-2 – Curva do coletor para a Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto

Magalhães.

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As densidades zooplanctônicas registradas nas campanhas de abril, junho, julho e novembro são apresentadas nas Tabelas 4.3.3.4-5, 4.3.3.4-6, 4.3.3.4-7 e 4.3.3.4-8, respectivamente. Assim como para a AII e AID, os organismos observados apenas nas amostras qualitativas foram denominados raros (r) nas tabelas. Os valores de densidades dos organismos bentônicos registrados também são apresentados, sendo estes baixos devido a ocorrência acidental destes organismos na coluna d’água. As densidades observadas para os grupos zooplanctônicos (Protozoa, Rotifera, Cladocera e Copepoda) nos quatro períodos foram baixas, com valores totais inferiores a 1.400 ind.m-3, exceto em P2 no mês de novembro, onde foi observada densidade total igual a 2.289 ind.m-3. Em abril, as maiores densidades foram registradas nos pontos P16 e P8, com 699 e 666 ind.m-3, respectivamente. No mês de junho, a maior densidade foi novamente observada em P8 (900 ind.m-3), sendo as tecamebas o grupo mais representativo. Já em julho, os pontos P2 e P9 apresentaram as maiores densidades, com valores iguais a 1.314 e 1.239 ind.m-3, respectivamente, e predomínio de tecamebas.

Tabela 4.3.3.4-5 Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Abril de 2009 (cheia).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp 200 100 300 200 200 33 200 167 100 433 Família Centropyxidae Centropyxis sp 125 75 100 100 r 33 200 133 75 133 Família Difflugidae Difflugia sp r 25 67 33 33 25 r 25 100 Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp 33 r 33

Total Protozoa 325 200 500 333 200 99 425 300 200 699Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea r 100 33 r r 75 Subclasse Monogononta Família Dicranophoridae Aspelta angusta r Família Euchlanidae Euchlanis incisa r Família Lecanidae Lecane bulla 33 Lecane cf. curvicornis r Lecane leontina 33 Lecane ludwigii f. ohioensis r Lecane signifera r Família Lepadellidae Lepadella rhomboides 25

Total Rotifera r 133 33 33 r 100 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Acroperus harpae 25 Alona guttata r

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Alonella dadayi r r Biapertura karua r Chydorus sp r Ephemeroporus barroisi r

Total Cladocera r r 25 r r Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Thermocyclops decipiens r Copepodito 50 r Náuplio r r 25 67 25 Superordem Harpacticoida 33 r 25

Total Copepoda 33 r 75 67 50 r Classe Insecta Ordem Coleoptera 25 33 r 33 Ordem Diptera Família Chironomidae 50 100 67 33 100 r 100 133 25 33 Ordem Ephemeroptera r 75 33 33 67 25 r Ordem Hemiptera 67 r Ordem Odonata r r r Ordem Plecoptera r 33 r r 25 r Ordem Trichoptera 25 33 33 33 25 33 Phylum Annelida Classe Oligochaeta 50 33 67 r 25 r Phylum Nematoda 67 33 25 67

Total Outros Grupos 150 175 233 166 266 66 125 233 125 100

Densidade total 475 375 900 533 500 167 650 600 475 800Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

Tabela 4.3.3.4-6

Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Junho de 2009 (vazante).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp 100 133 400 233 200 100 200 200 300 433 Família Centropyxidae Centropyxis sp 133 100 333 133 133 167 133 167 167 167 Família Difflugidae Difflugia sp r 67 33 r 67 r 33 Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp r r 67 33 r r

Total Protozoa 233 233 800 466 333 300 400 367 500 600 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea 33 100 100 200 33 r 67 Subclasse Monogononta Família Brachionidae Kellicotia bostoniensis 33 Família Lecanidae Lecane bulla r 33 33 Lecane lunaris 33 Família Notommatidae Notommata sp r

Total Rotifera r 66 100 100 200 66 66 r 67

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata 33 Alonella dadayi r

Total Cladocera r 33 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito r Náuplio 33 Superordem Harpacticoida 33 33 Náuplio 33

Total Copepoda r 33 33 33 33 Classe Insecta Ordem Coleoptera 33 33 r 100 r r r Ordem Diptera Família Chironomidae 100 133 33 33 167 233 33 100 33 100 Família Simulidae 33 33 33 Ordem Ephemeroptera 133 33 r 67 r 33 r r 33 Ordem Hemiptera r 33 Ordem Odonata r r 33 Ordem Plecoptera 133 33 r 300 67 r 67 33 r Ordem Trichoptera 33 33 33 Classe Arachnida Hidracarina r Phylum Annelida Classe Oligochaeta 33 33 33 Phylum Nematoda 33 r 33 33 33 33 67 r Phylum Tardigrada r

Total Outros Grupos 399 265 99 166 533 532 66 233 232 133

Densidade total 633 567 1.000 733 1.067 967 500 700 767 800 Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

Tabela 4.3.3.4-7

Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Julho de 2009 (seca).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp 188 413 400 375 225 233 367 133 225 233 Família Centropyxidae Centropyxis sp 263 563 500 525 225 167 467 233 150 367 Família Difflugidae Difflugia sp 188 100 188 113 33 67 267 38 200 Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp 75 113 113 r 67 33

Total Protozoa 450 1.238 1.000 1.200 675 433 900 700 413 833 Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea 75 75 67 r 38 33 33 75 r Subclasse Monogononta Família Lecanidae Lecane bulla r 33 Família Notommatidae

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Notommata sp r Total Rotifera 75 75 67 r 38 33 33 33 75 r

Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata r 38 Alona cf. quadrangularis r r

Total Cladocera r r 38 r Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Copepodito r Superordem Harpacticoida r r Náuplio 38

Total Copepoda r 38 r r Classe Insecta Ordem Coleoptera 38 38 r 38 33 r r Ordem Diptera Família Chironomidae 113 188 500 113 113 167 100 267 r 33 Família Simulidae r 300 133 75 r r r r Ordem Ephemeroptera 75 38 33 33 100 75 r Ordem Hemiptera r r Ordem Odonata r 33 38 r r r Ordem Plecoptera 338 113 67 r 67 100 100 33 Ordem Trichoptera r 38 Classe Arachnida Hidracarina 33 Phylum Annelida Classe Oligochaeta 75 133 r r r Phylum Nematoda r r r Phylum Tardigrada r r

Total Outros Grupos 563 750 900 225 188 300 200 500 75 67

Densidade Total 1.088 2.063 1.967 1.463 938 767 1.133 1.233 563 900 Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

Tabela 4.3.3.4-8

Densidade (ind.m-3) de táxons zooplanctônicos em 10 pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em Novembro de 2009

(enchente).

Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Phylum Protozoa Classe Rhizopoda Família Arcellidae Arcella sp 233 825 200 167 467 375 300 188 413 533 Família Centropyxidae Centropyxis sp 167 1.088 267 200 200 525 300 263 525 367 Família Difflugidae Difflugia sp 133 263 367 225 113 75 225 100 Família Lesquereusiidae Lesquereusia sp 33 38 38 r

Total Protozoa 567 2.213 833 367 667 1.163 713 525 1.163 1.000Phylum Rotifera Subclasse Bdelloidea 67 38 33 33 r 38 38 75 38 r Subclasse Monogononta Família Lecanidae

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Taxa P1 P2 P8 P9 P10 P11 P13 P14 P15 P16

Lecane ludwigii f. ohioensis

33

Lecane lunaris r Lecane signifera 33 Família Notommatidae Notommata sp 38 Família Trichotriidae Trichotria tetractis 33

Total Rotifera 133 38 67 33 75 38 75 38 Phylum Arthropoda Superclasse Crustacea Superordem Cladocera Família Chydoridae Alona guttata 38 67 33

Total Cladocera 38 67 33 Classe Copepoda Superordem Cyclopoida Náuplio 33 75 33 Superordem Harpacticoida Náuplio r 33

Total Copepoda 33 r 75 67 Classe Insecta Ordem Coleoptera 33 r r 38 38 Ordem Diptera Família Chironomidae 113 100 r 67 38 38 r 38 67 Família Simulidae 75 r r Ordem Ephemeroptera 67 75 67 33 r 38 113 75 r Ordem Hemiptera 33 33 38 33 Ordem Plecoptera 38 r 33 r 38 r 33 Ordem Trichoptera 33 38 33 67 38 r Phylum Annelida Classe Oligochaeta 38 r 100 r 38 38 38 r 33 Phylum Nematoda 33 r 38

Total Outros Grupos 100 375 233 233 167 188 263 150 75 167

Densidade Total 800 2.663 1.233 667 833 1.425 1.088 750 1.275 1.233Legenda: r = raros (espécimes presentes somente nas amostras qualitativas).

A variação temporal da densidade total e por grupo zooplanctônico nos pontos amostrados na área diretamente afetada (ADA) é apresentada na Figura 4.3.3.4-3. Conforme observado neste gráfico, as maiores densidades totais, em geral, foram observadas nos meses de julho e novembro. Em abril e junho, estes valores, em geral, foram menores que 800 ind.m-3. Assim como para a AII e AID, o grupo predominante em termos de densidade nos pontos localizados na ADA foram os protozoários (tecamebas), enquanto rotíferos, cladóceros e copépodes apresentaram uma pequena contribuição para os valores de densidade total.

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V. III-471

Densidade zooplanctônica - ADA

0

400

800

1.200

1.600

2.000

2.400P

1P

2P

8P

9P

10P

11P

13P

14P

15P

16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16

Abril Junho Julho Novembro

Pontos/Campanhas

ind

.m-3

Protozoa Rotifera Cladocera Copepoda

Figura 4.3.3.4-3 – Densidade zooplanctônica (ind.m-3) nos pontos de coleta localizados na Área Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas

realizadas no ano de 2009. Os resultados do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H’) e de equitabilidade de Pielou (J) para os períodos amostrados em 2009 são apresentados na Figura 4.3.3.4-4. Em geral, os valores de diversidade H’ foram baixos, variando entre 0,18 e 0,77, com valor médio igual a 0,52. Assim como para a AII e a AID, ao comparar os valores de riqueza com os do índice de diversidade H’ obtidos para a ADA, nota-se que baixos valores de diversidade estiveram relacionados a menores valores de riqueza, enquanto os valores mais elevados deste índice estiveram relacionados a maiores riquezas. Já a equitabilidade apresentou valores entre 59 e 100%, com média igual a 84%.

Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) - ADA

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

P15

P16 P1

P2

P8

P9

P10

P11

P13

P14

Abril Junho Julho Novembro

Pontos /Campanhas

H'

0

20

40

60

80

100

J (%

)

H’ J

Figura 4.3.3.4-4 – Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Equitabilidade (J) da comunidade zooplanctônica dos pontos de coleta localizados na Área Diretamente

Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães em quatro campanhas realizadas no ano de 2009.

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V. III-472

Na Figura 4.3.3.4-5 é apresentado o dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica ao longo do tempo para a área diretamente afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães. Assim como observado para a AII e AID, baixos valores de similaridade estiveram associados à ocorrência de espécies ocasionais, principalmente pertencentes aos grupos Rotifera e Cladocera, enquanto maiores similaridades estiveram associadas com a ocorrência de espécies constantes (tecamebas e bdeloideos) Também se pode observar que não houve uma composição zooplanctônica característica para cada período amostrado (cheia, vazante, seca e enchente). Novamente os conjuntos de pontos amostrados em cada mês não formaram grupos isolados, o que caracterizaria a existência de composições específicas para cada período, sendo observado o agrupamento de diferentes pontos amostrados em diferentes períodos.

Coeficiente de Similaridade de Sorensen0.50 0.75 1.00

P11-abr-09 P2-abr-09 P10-jun-09 P15-jul-09 P15-nov-09 P14-nov-09 P13-jun-09 P8-jul-09 P2-jun-09 P11-jul-09 P16-jun-09 P1-jul-09 P10-nov-09 P9-nov-09 P15-abr-09 P9-abr-09 P16-nov-09 P8-abr-09 P14-abr-09 P9-jun-09 P8-jun-09 P14-jul-09 P14-jun-09 P13-nov-09 P15-jun-09 P10-jul-09 P9-jul-09 P11-nov-09 P2-jul-09 P16-jul-09 P2-nov-09 P1-abr-09 P1-nov-09 P16-abr-09 P1-jun-09 P13-jul-09 P8-nov-09 P13-abr-09 P10-abr-09 P11-jun-09

Figura 4.3.3.4-5 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica amostrada na Área de Diretamente Afetada (ADA) do AHE Couto Magalhães durante o ano de 2009.

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V. III-473

4.3.3.5) Síntese dos Aspectos Relevantes As riquezas e densidades zooplanctônicas nas três áreas de influência do AHE Couto Magalhães (AII, AID e ADA) durante os períodos amostrados (cheia, vazante, seca e enchente) foram baixas, com predominância de tecamebas e ocorrência de espécies de rotíferos e cladóceros comumente encontradas em rios, como as pertencentes às famílias Lecanidae e Chydoridae, respectivamente. Os copépodes foram registrados em poucas amostras, sendo observadas principalmente formas jovens de Cyclopoida e Harpacticoida (náuplios e copepoditos). A dominância das formas jovens em relação aos adultos de Copepoda tem sido registrada como um padrão para ambientes aquáticos continentais (Matsumura-Tundisi & Tundisi, 1976; Sendacz, 1984; Nogueira, 1996). Em estudos anteriores de viabilidade ambiental do empreendimento AHE Couto Magalhães, realizados em 2002 e 2007, também foi observada uma baixa riqueza de espécies zooplanctônicas por ponto amostrado, sendo que no total foram registrados 18 táxons (Tabela 4.3.3-1). A ocorrência de organismos bentônicos na coluna d’água, como larvas de insetos, oligoquetos e nemátodes, também foi registrada nestes períodos. No presente estudo, embora as riquezas por pontos amostrados tenham sido semelhantes às observadas em 2002 e 2007 (inferiores a 14 táxons), observou-se um incremento da lista geral de espécies para a área, com ocorrência de 37 táxons. O maior esforço amostral, com maior número de localidades e períodos amostrados, certamente contribuiu para este resultado. O padrão de dominância observado nas campanhas atuais (2009) e anteriores (2002 e 2007) foi o mesmo, com predomínio de protozoários (tecamebas). Dentre as espécies registradas no presente estudo, não foram observadas espécies endêmicas para a região. Houve apenas a ocorrência de uma espécie amazônica, o rotífero Lecane amazonica em P6 (AII) no período de julho de 2009, o qual apresentou baixa densidade, sendo registrado somente na amostragem qualitativa. As demais espécies zooplanctônicas registradas são cosmopolitas, perifíticas e comuns em ambientes lóticos. O grupo mais diverso, com maior número de espécies registradas durante todo o estudo, foi Rotifera. A maior riqueza de rotíferos é comum tanto em rios quanto em reservatórios, enquanto para Cladocera e Copepoda normalmente são registradas poucas espécies (Matsumura-Tundisi et al., 1990). Em termos de biomassa, no entanto, os padrões de abundância destes grupos podem estar relacionados com o grau de trofia do sistema, sendo esperado menores biomassas de rotíferos e maiores de cladóceros e grandes calanoidas em ambientes oligotróficos. Esta comunidade, portanto, pode ser utilizada com uma importante ferramenta auxiliar no monitoramento ambiental dos sistemas aquáticos. Com relação à densidade zooplanctônica, os valores obtidos em 2002 e 2007 foram, em geral, inferiores a 2.000 ind.m-3 (Anexo 11). Resultado semelhante foi observado nas campanhas de 2009, período no qual as densidades foram, em sua maioria, inferiores 1.400 ind.m-3. Valores mais elevados foram obtidos apenas em abril no ponto P5 (AII), com 2.144 ind.m-3, e em novembro nos pontos P18 (AID) e P2 (ADA), com 2.399 e 2.289 ind.m-3, respectivamente. Estas densidades mais elevadas podem estar relacionadas com o aporte de matéria orgânica no sistema, o qual é maior na estação chuvosa (de novembro a março). A matéria orgânica em suspensão pode servir de alimento ao zooplâncton, em especial para organismos decompositores como as tecamebas (Protozoa), favorecendo seu crescimento populacional (Wetzel, 1993). Os valores de densidade total e de riqueza observados correspondem ao esperado para um sistema lótico. Neste tipo de ambiente a força motriz é a correnteza, sendo necessárias adaptações para evitar o carreamento à jusante. Assim, os organismos aquáticos devem

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V. III-474

apresentar mecanismos eficientes de adesão a substratos (vegetação ou rochas, por exemplo) ou serem bons nadadores que ocasionalmente podem descansar em regiões de remanso (Lampert & Sommer, 2007). Os organismos zooplanctônicos, que vivem em suspensão na coluna de água, caracterizam-se pelo limitado ou inexistente poder de locomoção, condição que os incapacita para vencer a força da correnteza, sendo, portanto, arrastados por esta (Infante, 1988). Por esta razão, nos ambientes lóticos a comunidade zooplanctônica é pouco desenvolvida, sendo caracterizada por um pequeno número de espécies não planctônicas (organismos perifíticos e litorâneos) e baixas densidades. Em ambientes lênticos, os quais são mais propícios ao desenvolvimento do plâncton, as densidades de Rotifera normalmente registradas variam de 1,0 x 105 a 1,0 x 106 ind.m-3, enquanto as densidades de microcrustáceos variam de 5,0 x 104 a 5,0 x 105 ind.m-3 (Margalef, 1983). Em termos de variação temporal da riqueza e densidade da comunidade zooplanctônica, não foi possível identificar um padrão de sazonalidade. Este resultado corrobora com a hipótese de que as espécies zooplanctônicas registradas provavelmente devem ter sido carreadas de áreas de remanso e/ou de regiões litorâneas com presença de vegetação, ambientes mais propícios para o desenvolvimento do plâncton nos sistemas lóticos. Soma-se a isso o curto intervalo de tempo entre as três primeiras campanhas realizadas (cerca de um mês). Novas amostragens, no entanto, são fundamentais para a determinação de um possível padrão, ou não, de sazonalidade da comunidade zooplanctônica. Os valores de diversidade H’, em geral, foram baixos em todas as áreas e períodos amostrados. Como destacado anteriormente, ao comparar os valores de riqueza com o índice de diversidade H’, nota-se que baixos valores de diversidade estiveram relacionados a menores valores de riqueza, enquanto os valores mais elevados deste índice estiveram relacionados a maiores riquezas. A equitabilidade, por sua vez, apresentou valores semelhantes tanto entre os pontos amostrados quanto entre os períodos. A maioria de seus valores foram superiores a 75%, o que mostra uma uniformidade na divisão do número de indivíduos entre as espécies. Os baixos valores de riqueza e densidade zooplanctônica observados, com predomínio de quatro gêneros de tecamebas durante todo o estudo, certamente contribuíram para o padrão observado nos valores de equitabilidade. Em relação à similaridade da comunidade zooplanctônica observada ao longo do tempo em cada área de influência do AHE Couto Magalhães (AII, AID e ADA), observou-se que a ocorrência de espécies ocasionais, principalmente pertencentes aos grupos Rotifera e Cladocera, foi responsável pelos baixos valores de similaridade, enquanto os valores mais elevados estiveram relacionados com a ocorrência de espécies constantes, como por exemplo, os protozoários (tecamebas). Também foi observada a ausência de composições específicas para cada período (cheia, vazante, seca e enchente), sendo observado o agrupamento de diferentes pontos amostrados em diferentes períodos. Nas Figuras 4.3.3.5-1, 4.3.3.5-2, 4.3.3.5-3 e 4.3.3.5-4 são apresentados os dendrogramas de similaridade da comunidade zooplanctônica amostrada na área de influência da AHE Couto Magalhães nos meses de abril, junho, julho e novembro de 2009, respectivamente. Os pontos pertencentes à área de influência indireta (AII) estão representados em azul, os da área de influência direta (AID) em vermelho e os da área diretamente afetada (ADA) em preto.

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Dendrograma de Similaridade pelo Método UPGMAAbril de 2009

CoeficentedeSimilaridadedeSorensen0.00 0.25 0.50 0.75 1.00

P7-abr-09

P11-abr-09

P18-abr-09

P2-abr-09

P16-abr-09

P17-abr-09

P13-abr-09

P4-abr-09

P1-abr-09

P15-abr-09

P9-abr-09

P14-abr-09

P8-abr-09

P5-abr-09

P10-abr-09

P6-abr-09

Figura 4.3.3.5-1 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica em 16 pontos de coleta localizados na área do AHE Couto Magalhães em Abril de 2009 (cheia). Preto: pontos localizados na ADA; Vermelho: pontos localizados na AID; Azul: pontos

localizados na AII.

Dendrograma de Similaridade pelo Método UPGMAJunho de 2009

CoeficientedeSimilaridadedeSorensen0.00 0.25 0.50 0.75 1.00

P7-jun-09

P2-jun-09

P16-jun-09

P18-jun-09

P10-jun-09

P6-jun-09

P13-jun-09

P15-jun-09

P17-jun-09

P9-jun-09

P8-jun-09

P14-jun-09

P1-jun-09

P4-jun-09

P5-jun-09

P11-jun-09

Figura 4.3.3.5-2 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica em 16

pontos de coleta localizados na área do AHE Couto Magalhães em Junho de 2009 (vazante). Preto: pontos localizados na ADA; Vermelho: pontos localizados na AID; Azul:

pontos localizados na AII.

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V. III-476

Dendrograma de Similaridade pelo Método UPGMAJulho de 2009

CoeficientedeSimilaridadedeSorensen0.00 0.25 0.50 0.75 1.00

P7-jul-09

P20-jul-09

P11-jul-09

P18-jul-09

P15-jul-09

P2-jul-09

P16-jul-09

P17-jul-09

P10-jul-09

P9-jul-09

P8-jul-09

P1-jul-09

P4-jul-09

P14-jul-09

P13-jul-09

P19-jul-09

P5-jul-09

P6-jul-09

Figura 4.3.3.5-3 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica em 18

pontos de coleta localizados na área do AHE Couto Magalhães em Julho de 2009 (seca). Preto: pontos localizados na ADA; Vermelho: pontos localizados na AID; Azul: pontos

localizados na AII.

Dendrograma de Similaridade pelo Método UPGMANovembro de 2009

CoeficientedeSimilaridade0.00 0.25 0.50 0.75 1.00

P5

P6

P17

P2

P1

P7

P20

P14

P15

P13

P16

P9

P10

P18

P11

P8

P4

P19

Figura 4.3.3.5-4 - Dendrograma de similaridade da comunidade zooplanctônica em 18 pontos de coleta localizados na área do AHE Couto Magalhães em Novembro de 2009

(enchente). Preto: pontos localizados na ADA; Vermelho: pontos localizados na AID; Azul: pontos localizados na AII.

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V. III-477

Comparando os resultados obtidos para análise de similaridade nos quatro períodos amostrados, observa-se que os valores do coeficiente de similaridade foram baixos, sendo os menores valores registrados em abril. Neste mês, observou-se uma maior riqueza de espécies de Rotifera e de Cladocera, com destaque para a AII. Já nos outros períodos (junho, julho e novembro), a composição da comunidade zooplanctônica foi representada principalmente por protozoários (tecamebas), enquanto os registros de Rotifera, Cladocera e Copepoda foram menos frequentes, padrão este que contribuiu para os maiores valores de similaridade observados. A maior ocorrência de espécies de Rotifera e Cladocera em abril pode estar relacionada com o fim da estação chuvosa, período no qual o volume de água nos rios é maior e, provavelmente, um maior número de organismos planctônicos é arrastado das áreas de remanso pela correnteza. Este resultado, assim como os resultados obtidos na análise de similaridade de cada área de influência apresentados anteriormente (Figuras 4.3.3.2-5, 4.3.3.3-5 e 4.3.3.4-5), corroboram a teoria de que as espécies zooplanctônicas registradas são ocasionais nos rios estudados. Estas espécies, em geral caracterizadas por organismos não planctônicos, certamente foram carreadas de áreas de remanso e/ou de regiões litorâneas com presença de vegetação. Os organismos zooplanctônicos, como destacado anteriormente, vivem suspensos na coluna de água e possuem uma pequena capacidade de locomoção que os impedem de vencer a força da correnteza. Assim, o zooplâncton presente nos rios normalmente ocorre em áreas de água calma, como remansos formados por braços do rio ou pela presença de vegetação na margem, ou próximo a lagos e reservatórios (Lampert & Sommer, 2007). Desta forma, a ocorrência esporádica de espécies de Rotifera, Cladocera e Copepoda nos pontos amostrados contribuiu para a redução da similaridade de suas composições faunísticas, enquanto a ocorrência de poucas espécies constantes, em geral restritas ao grupo dos protozoários (tecamebas), foi responsável por valores mais elevados de similaridade. Também se pode observar que não houve uma composição zooplanctônica característica para as diferentes áreas de influência da AHE Couto Magalhães (AII, AID e ADA). Estas áreas não formaram grupos isolados, o que caracterizaria a existência de composições específicas para cada uma. Ao contrário deste padrão, observou-se o agrupamento de pontos pertencentes a diferentes áreas, como por exemplo, o agrupamento dos pontos 16 (ADA) e 17 (AII) no mês de abril (Figura 4.3.3.5-1); dos pontos 11 (ADA) e 18 (AID) em julho (Figura 4.3.3.5-3) e dos pontos P2 (ADA) e P17 (AII) em novembro (Figura 4.3.3.5-4). A proximidade espacial dos pontos de coleta também parece não ter sido um fator determinante para a formação dos agrupamentos observados. Embora se tenha registrado o agrupamento de pontos com localização geográfica próxima, como por exemplo, o agrupamento dos pontos P2 e P16 no mês de junho (Figura 4.3.3.5-2), este padrão não foi seguido na formação da maioria dos agrupamentos. Sendo assim, grupos constituídos por pontos geograficamente distantes foram uma constante na análise de similaridade da comunidade zooplanctônica nos quatro períodos estudados, sugerindo uma ampla distribuição espacial da maioria das espécies registradas na área de influência do AHE Couto Magalhães. Para verificar a existência de correlação entre a abundância do zooplâncton e as variáveis de qualidade da água, foi aplicada a análise de PCA, a qual não detectou correlação significativa entre estes parâmetros. A tabela e o gráfico com os resultados não serão apresentados neste relatório por terem ficado muito extensos e por não explicarem correlação entre os dados aplicados no teste. A falta de correlação entre essas variáveis corrobora, novamente, com a teoria de que as espécies zooplanctônicas registradas são ocasionais nos rios estudados e, por não

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V. III-478

permanecerem na mesma região por muito tempo, não podem refletir muito bem a qualidade da água nem as características ambientais localizadas, exceto para as áreas de remanso. Os testes de correlação de Pearson e correspondência, aplicados entre as abundâncias do zooplâncton e do fitoplâncton, também não detectaram correlação significativa entre estas comunidades. Como destacado anteriormente, os ambientes lóticos não são favoráveis ao estabelecimento das comunidades planctônicas, as quais possuem um limitado ou inexistente poder de locomoção, sendo arrastados pela força da correnteza. As espécies registradas provavelmente são oriundas de regiões de remanso, ocasionais na calha dos rios estudados, sendo que a falta de correspondência entre o zooplâncton e o fitoplâncton refletem este padrão.

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V. III-479

4.3.3.6) Inventário Fotográfico Métodos

Foto 1: Rede de plâncton.

Foto 2: Coleta de zooplâncton, amostragem

qualitativa – rede de 68 m

Foto 3: Coleta de zooplâncton, amostragem quantitativa

Organismos

Foto 4: Arcella sp (Phylum Protozoa,

Família Arcellidae).

Foto 5: Centropyxis sp (Phylum Protozoa,

Família Centropyxidae).

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V. III-480

Foto 6: Difflugia sp (Phylum Protozoa,

Família Difflugidae).

Foto 7: Lesquereusia sp (Phylum Protozoa,

Família Lesquereusiidae).

Foto 8 – Lecane bulla (Phylum Rotifera,

Família Lecanidae).

Foto 9: Lecane lunaris (Phylum Rotifera,

Família Lecanidae).

Foto 10: Acroperus harpae (Phylum Arthropoda, Superordem Cladocera,

Família Chydoridae).

Foto 11: Alona guttata (Phylum Arthropoda,

Superordem Cladocera, Família Chydoridae).

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V. III-481

Foto 12: Alonella dadayi (Phylum

Arthropoda, Superordem Cladocera, Família Chydoridae).

Foto 13: Ephemeroporus barroisi (Phylum

Arthropoda, Superordem Cladocera, Família Chydoridae).

Foto 14: Thermocyclops decipiens (Phylum Arthropoda, Classe Copepoda, Superordem

Cyclopoida).

Foto 15: Náuplio (Phylum Arthropoda,

Classe Copepoda, Superordem Cyclopoida)