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Relatório do Setor Seguradore dos Fundos de Pensões
2018
RSSFP_2018_Capa_Print.indd 1 27-11-2019 15:00:55
Ficha Técnica
Título
Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2018
Edição
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
Av. da República, n.º 761600-205 LisboaPortugal
Telefone: (+351) 21 790 31 00Endereço eletrónico: [email protected]
www.asf.com.pt
Ano de Edição: 2019ISSN 2183-7740 (online)
RSSFP_2018_Capa_Print.indd 2 27-11-2019 15:01:06
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
Lisboa, 2019
Disponível em www.asf.com.pt
Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões
2018
ASFAutoridade de Supervisãode Seguros e Fundos de Pensões
ÍNDICE
Apresentação .................................................................................................... 19
Sumário executivo ........................................................................................... 22
Executive Summary.......................................................................................... 24
1 | Enquadramento Macroeconómico ............................................................. 28
1.1. Evolução da conjuntura internacional ................................................................. 28
1.2. A área do Euro .............................................................................................................. 29
1.3. Evolução da conjuntura em Portugal ................................................................... 31
1.4. Impacto da envolvente macroeconómica no mercado segurador e dos fundos de pensões ...................................................................................................... 34
2 | Os Seguros .................................................................................................... 38
2.1. Evolução da atividade seguradora ........................................................................ 38
2.1.1. Elementos síntese sobre a evolução do setor ao nível nacional .................... 38
2.1.2. Comparações internacionais ....................................................................................... 39
2.1.2.1. Evolução da atividade seguradora ao nível mundial ............................ 39
2.1.2.2. Posicionamento de Portugal no mercado segurador da União Europeia ................................................................................................................. 42
2.2. Estrutura do mercado segurador nacional ......................................................... 49
2.2.1. Distribuição das empresas por atividade e forma jurídica ............................... 49
2.2.2. Posicionamento no mercado ...................................................................................... 51
2.2.2.1. Conjunto da atividade ...................................................................................... 51
2.2.2.2. Ramo Vida .............................................................................................................. 53
2.2.2.3. Ramos Não Vida .................................................................................................. 54
2.2.3. Efetivos ................................................................................................................................ 57
2.2.4. Internacionalização ......................................................................................................... 59
2.3. Situação económica ................................................................................................... 60
2.3.1. Análise setorial .................................................................................................................. 60
2.3.2. Exploração técnica por negócios ............................................................................... 64
2.3.2.1. Ramo Vida .............................................................................................................. 64
2.3.2.2. Ramos Não Vida .................................................................................................. 75
2.3.3. Resseguro ........................................................................................................................... 96
2.4. Situação financeira e patrimonial .......................................................................... 98
2.5. Investimentos das empresas de seguros .......................................................... 103
2.5.1. Análise por tipo de carteira ........................................................................................ 103
2.5.2. Análise por origem setorial e geográfica dos ativos ......................................... 104
2.5.3. Análise por indicadores de risco .............................................................................. 110
2.6. Balanço económico e requisitos de capital ...................................................... 113
2.6.1. Posição global de solvência ....................................................................................... 113
2.6.2. Avaliação de ativos e passivos, exceto provisões técnicas ............................. 117
3
2.6.3. Provisões Técnicas ......................................................................................................... 121
2.6.4. Medidas do pacote das garantias de longo prazo ............................................ 125
2.6.5. Fundos próprios ............................................................................................................. 126
2.6.6. Requisito de Capital de Solvência ........................................................................... 128
2.6.7. Requisito de Capital Mínimo ..................................................................................... 135
3 | A mediação de seguros ............................................................................. 139
3.1. Caraterização geral dos mediadores de seguros ............................................ 139
3.1.1. Pessoas singulares ......................................................................................................... 142
3.1.2. Pessoas coletivas ............................................................................................................ 144
3.2. Distribuição geográfica dos mediadores de seguros ................................... 145
3.3. Análise do mercado por categoria de mediadores de seguros ................. 146
3.3.1. Agentes de seguros ...................................................................................................... 147
3.3.2. Corretores de seguros / mediadores de resseguro ........................................... 148
3.4. Ações de formação para a qualificação de mediadores de seguros ........ 151
3.4.1. Entidades promotoras de cursos de formação de mediadores de seguros .............................................................................................................................................. 151
3.4.2. Modalidades de ensino presencial e modalidades de ensino à distância 152
3.4.3. Cursos de acesso à atividade de mediação de seguros ................................... 153
4 | Os Fundos de Pensões ............................................................................... 159
4.1. Fundos de pensões ................................................................................................... 159
4.1.1. Autorizações da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões ............................................................................................................................. 159
4.1.2. Caraterização e evolução dos fundos de pensões ............................................ 159
4.1.2.1. Todos os fundos de pensões ........................................................................ 159
4.1.2.2. Fundos de pensões profissionais ................................................................ 161
4.1.2.3. Fundos de pensões individuais ................................................................... 165
4.2. Planos de pensões .................................................................................................... 166
4.2.1. Caraterização e evolução dos planos de pensões profissionais ................... 166
4.2.2. Universo dos participantes, beneficiários e benefícios pagos ...................... 167
4.2.3. Caraterização dos planos de pensões profissionais .......................................... 170
4.3. Investimentos dos fundos de pensões .............................................................. 172
4.3.1. Análise por tipo de fundo e de plano ..................................................................... 172
4.3.2. Análise por origem setorial e geográfica dos ativos ......................................... 173
4.3.3. Análise por indicadores de risco .............................................................................. 179
4.3.4. Rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões ....................................... 182
4.4. Entidades gestoras de fundos de pensões ....................................................... 185
4.4.1. Estrutura empresarial ................................................................................................... 185
4.4.2. Ranking .............................................................................................................................. 186
4.4.3. Rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras ...................... 186
4.4.4. Margem de solvência das sociedades gestoras ................................................. 187
4
5 | Os Planos Poupança-Reforma .................................................................. 191
6 | Enquadramento jurídico da atividade seguradora e dos fundos de pensões ................................................................................................ 199
6.1. Considerações iniciais .............................................................................................. 199
6.2. Atividade regulatória a nível da União Europeia ............................................ 199
6.2.1. Reforma do modelo europeu de supervisão financeira .................................. 199
6.2.2. Financiamento sustentável ........................................................................................ 200
6.2.3. Revisão da Diretiva n.º 2009/103/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009 .................................................................. 200
6.2.4. Projeto de alteração do Regulamento Delegado (UE) n.º 2015/35, da Comissão, de 10 de outubro de 2014 .................................................................... 201
6.2.5. Iniciativas da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma ................................................................................... 202
6.3. Atividade regulatória a nível nacional ............................................................... 206
6.3.1. Iniciativas legislativas ................................................................................................... 206
6.3.2. Iniciativas regulamentares ......................................................................................... 212
6.4. Listagem de atos jurídicos com relevo para o enquadramento jurídico da atividade seguradora ou dos fundos de pensões .......................................... 213
6.4.1. Atos jurídicos nacionais com incidência na atividade seguradora ou dos fundos de pensões ........................................................................................................ 213
6.4.1.1. Diplomas Legais ................................................................................................ 213
6.4.1.2. Portarias ............................................................................................................... 214
6.4.1.3. Outros atos jurídicos ........................................................................................ 215
6.4.1.4. Normas regulamentares da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões .......................................................................................... 215
6.4.1.5. Circulares da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões ................................................................................................................. 217
6.4.2. Regulação de seguros obrigatórios em especial ............................................... 217
6.4.2.1. Diplomas legais ................................................................................................. 217
6.4.2.2. Portarias ............................................................................................................... 219
6.4.3. Enquadramento da União Europeia ....................................................................... 220
7 | Estudos Específicos .................................................................................... 227
7.1. O envolvimento do setor segurador e dos fundos de pensões no financiamento sustentável e no universo ESG ................................................ 227
7.1.1. Introdução ........................................................................................................................ 227
7.1.2. Enquadramento histórico internacional, reflexos a nível Nacional, e intervenção da ASF ....................................................................................................... 229
7.1.3. O projeto da Comissão Europeia relativo à taxonomia - EU taxonomy .... 231
7.1.4. Opinião da EIOPA relativa à sustentabilidade no regime de Solvência II . 236
7.1.5. Riscos associados ao envolvimento do setor segurador no contexto da sustentabilidade............................................................................................................. 239
7.1.6. Oportunidades ............................................................................................................... 242
7.1.7. Conclusões / Considerações finais .......................................................................... 243
5
ÍNDICE DE QUADROS
1 | Enquadramento Macroeconómico ............................................................ 29
Quadro 1.1 Principais indicadores macroeconómicos ................................................. 33
2 | Os Seguros .................................................................................................... 39
Quadro 2.1 Grandes agregados – total de empresas de seguros do mercado (atividade em Portugal e no estrangeiro) .................................................. 40
Quadro 2.2 Número de empresas de seguros e de resseguros a operar em Portugal .................................................................................................................. 51
Quadro 2.3 Produção de seguro direto – conjunto da atividade ............................. 53
Quadro 2.4 Produção de seguro direto – atividade Vida ............................................ 54
Quadro 2.5 Produção de seguro direto – atividade Não Vida ................................... 56
Quadro 2.6 Atividade das sucursais de empresas de seguros portuguesas no estrangeiro ............................................................................................................ 60
Quadro 2.7 Empresas com notificação para operar em LPS ...................................... 61
Quadro 2.8 Produção do ramo Vida e dos ramos Não Vida ....................................... 62
Quadro 2.9 Estrutura da Conta não técnica ..................................................................... 64
Quadro 2.10 Estrutura da carteira do ramo Vida ............................................................... 66
Quadro 2.11 Produtos novos – ramo Vida .......................................................................... 68
Quadro 2.12 Estatísticas da carteira de mercado – seguros contabilizados como contratos de seguro ........................................................................................... 70
Quadro 2.13 Estatísticas da carteira de mercado – seguros contabilizados como contratos de investimento .............................................................................. 70
Quadro 2.14 Estrutura da Conta técnica do ramo Vida .................................................. 71
Quadro 2.15 Desagregação dos Custos com sinistros e dos Montantes pagos por tipo de produto ................................................................................................... 72
Quadro 2.16 Evolução dos vencimentos e resgates ........................................................ 72
Quadro 2.17 Estrutura da Conta técnica Não Vida – seguro direto ........................... 78
Quadro 2.18 Estrutura da Conta técnica da modalidade Acidentes de Trabalho – seguro direto ........................................................................................................ 81
Quadro 2.19 Estrutura da Conta técnica do ramo Doença – seguro direto ............ 86
Quadro 2.20 Estrutura da conta técnica do seguro Automóvel – seguro direto .. 89
Quadro 2.21 Estrutura da Conta técnica do grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas – seguro direto ................................................................. 92
Quadro 2.22 Estrutura da Conta técnica do ramo Responsabilidade Civil Geral – seguro direto ........................................................................................................ 95
Quadro 2.23 Prémios de resseguro cedido e taxa de cedência – seguro direto e resseguro aceite .................................................................................................. 97
Quadro 2.24 Evolução da estrutura patrimonial ............................................................... 99
Quadro 2.25 Estrutura patrimonial detalhada ................................................................... 99
Quadro 2.26 Provisões técnicas do ramo Vida ................................................................. 101
Quadro 2.27 Provisões técnicas dos ramos Não Vida ................................................... 102
Quadro 2.28 Evolução das principais rubricas do Capital próprio ........................... 104
Quadro 2.29 Composição por tipo de carteira de seguros ......................................... 104
6
Quadro 2.30 Investimentos em obrigações e ações por setor de atividade do emitente ............................................................................................................... 105
Quadro 2.31 Aplicações em fundos de investimento por tipologia ........................ 106
Quadro 2.32 Escalões de maturidade dos investimentos em obrigações ............. 112
Quadro 2.33 Maturidade e duração dos investimentos em obrigações ................ 113
Quadro 2.34 Caraterização da modalidade de pagamento do cupão dos investimentos em obrigações ...................................................................... 113
Quadro 2.35 Volatilidade do investimento em ações e fundos de investimento ................................................................................................................................. 114
Quadro 2.36 Total de SCR e de fundos próprios elegíveis para a sua cobertura – Mercado ............................................................................................................... 115
Quadro 2.37 Total de fundos próprios elegíveis para cobertura do MCR e total do MCR – Mercado .................................................................................................. 117
Quadro 2.38 Análise comparativa entre o balanço económico e o balanço estatutário ........................................................................................................... 118
Quadro 2.39 Análise evolutiva do balanço económico em base Solvência II ...... 120
Quadro 2.40 Comparação entre as Provisões técnicas de natureza Vida avaliadas em bases contabilística e económica ........................................................ 122
Quadro 2.41 Comparação entre as Provisões para sinistros avaliadas em bases contabilística e económica ............................................................................ 123
Quadro 2.42 Comparação entre as Provisões para prémios avaliadas em bases contabilística e económica ............................................................................ 123
Quadro 2.43 Análise evolutiva das Provisões técnicas ................................................. 124
Quadro 2.44 Utilização das medidas do pacote das garantias de longo prazo ... 125
Quadro 2.45 Impacto das medidas do pacote das garantias de longo prazo no valor das provisões técnicas ......................................................................... 126
Quadro 2.46 Impacto das medidas do pacote das garantias de longo nos rácios de cobertura do SCR e do MCR .................................................................... 126
Quadro 2.47 Fundos próprios disponíveis e elegíveis: ................................................. 127
Quadro 2.48 Evolução do SCR em valor absoluto .......................................................... 129
Quadro 2.49 Evolução do MCR em valor absoluto ......................................................... 136
3 | A mediação de seguros ............................................................................. 139
Quadro 3.1 Mediação através de Sucursais e LPS em Portugal .............................. 140
Quadro 3.2 Mediação através de Sucursais e LPS noutros Estados-Membros .. 141
Quadro 3.3 Remuneração de agentes pessoas singulares – conjunto da atividade .............................................................................................................. 147
Quadro 3.4 Remuneração de agentes pessoas coletivas – conjunto da atividade ................................................................................................................................. 148
Quadro 3.5 Remuneração dos corretores / mediadores de resseguro – conjunto da atividade. ....................................................................................................... 149
Quadro 3.6 Número de entidades autorizadas pela ASF a realizar cursos de formação .............................................................................................................. 151
Quadro 3.7 Número de formandos que realizaram exame final em 2018 .......... 152
Quadro 3.8 Número de formandos aprovados, reprovados e desistentes, por modalidade de ensino .................................................................................... 152
7
4 | Os Fundos de Pensões ............................................................................... 159
Quadro 4.1 Caraterização e evolução dos fundos de pensões ................................ 160
Quadro 4.2 Nível de financiamento dos fundos de pensões profissionais que financiam planos de pensões de benefício definido por tipo de atividade económica ....................................................................................... 162
Quadro 4.3 Valores dos 20 maiores fundos de pensões profissionais .................. 165
Quadro 4.4 Valores dos dez maiores fundos de pensões individuais ................... 165
Quadro 4.5 Número de participantes por tipo de plano e de fundo .................... 168
Quadro 4.6 Número de beneficiários por tipo de plano e de fundo ..................... 168
Quadro 4.7 Valor dos benefícios pagos por tipo de plano e de fundo................. 169
Quadro 4.8 Valor dos benefícios pagos por tipo de plano e de benefício .......... 170
Quadro 4.9 Percentagem dos planos de pensões por tipo de atividade económica dos associados e caraterísticas ............................................. 171
Quadro 4.10 Composição das carteiras de ativos dos fundos de pensões por tipo de fundo ............................................................................................................... 172
Quadro 4.11 Composição das carteiras de ativos dos fundos de pensões por tipo de plano ............................................................................................................... 173
Quadro 4.12 Investimentos em obrigações e ações por setor de atividade do emitente ............................................................................................................... 174
Quadro 4.13 Aplicações em fundos de investimento por tipologia ........................ 174
Quadro 4.14 Escalões de maturidade dos investimentos em obrigações ............. 179
Quadro 4.15 Maturidade e duração dos investimentos em obrigações ................ 180
Quadro 4.16 Caraterização da modalidade de pagamento do cupão dos investimentos em obrigações ...................................................................... 180
Quadro 4.17 Volatilidade do investimento em ações e fundos de investimento ................................................................................................................................. 181
Quadro 4.18 Rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões .......................... 183
Quadro 4.19 Número e montante de fundos de pensões geridos ........................... 185
Quadro 4.20 Ranking das entidades gestoras .................................................................. 186
Quadro 4.21 Rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras de fundos de pensões ........................................................................................... 187
5 | Os Planos Poupança-Reforma .................................................................. 191
Quadro 5.1 Quota de mercado das Provisões técnicas e Passivos financeiros de seguros PPR - ranking das empresas de seguros .................................. 193
Quadro 5.2 Quota de mercado dos montantes dos fundos de pensões PPR - ranking das entidades gestoras ....................................................... 194
7 | Estudos Específicos .................................................................................... 227
Quadro 7.1 Preocupações relevantes de cada um dos fatores inseridos no âmbito ESG, de acordo com os Princípios para o Investimento Responsável. ....................................................................................................... 228
Quadro 7.2 Exemplo simplificado da verificação de elegibilidade de uma atividade económica com possível contributo de mitigação climática de acordo com a taxonomia. ..................................................... 230
Quadro 7.3 Principais tipos de riscos associados ao contexto ESG ....................... 240
8
ÍNDICE DE GRÁFICOS
1 | Enquadramento Macroeconómico ............................................................ 29
Gráfico 1.1 Produto interno bruto e comércio mundial.............................................. 29
Gráfico 1.2 Taxa de variação do PIB real na área do Euro e em alguns Estados-Membros ................................................................................................................ 30
Gráfico 1.3 Evolução das taxas de juro de mercado na área do Euro .................... 31
Gráfico 1.4 Evolução das taxas de rendibilidade implícitas nas obrigações soberanas com maturidade de dez anos de alguns Estados-Membros ................................................................................................................ 32
Gráfico 1.5 Evolução de alguns dos principais índices acionistas ........................... 32
Gráfico 1.6 Evolução da dívida pública e do défice orçamental em percentagem do PIB ...................................................................................................................... 34
Gráfico 1.7 Poupança e desemprego ................................................................................. 34
2 | Os Seguros .................................................................................................... 39
Gráfico 2.1 Quota de mercado mundial ............................................................................ 41
Gráfico 2.2 Crescimento nominal da produção ao nível mundial ........................... 42
Gráfico 2.3 Crescimento nominal da produção na União Europeia ....................... 43
Gráfico 2.4 Quota de mercado na União Europeia ....................................................... 44
Gráfico 2.5 Índice de penetração (Total de prémios / PIB) ......................................... 45
Gráfico 2.6 Índice de densidade (Total de prémios / População residente) ........ 46
Gráfico 2.7 Índice de penetração vs. índice de densidade ......................................... 47
Gráfico 2.8 Estrutura ramo Vida / ramos Não Vida ........................................................ 48
Gráfico 2.9 PIB per capita vs. índice de densidade Vida .............................................. 49
Gráfico 2.10 PIB per capita vs. índice de densidade Não Vida ..................................... 50
Gráfico 2.11 Repartição da produção ................................................................................... 51
Gráfico 2.12 Produção de seguro direto – conjunto da atividade ............................. 53
Gráfico 2.13 Produção de seguro direto – atividade Vida ............................................ 55
Gráfico 2.14 Produção de seguro direto – atividade Não Vida ................................... 56
Gráfico 2.15 Produção de seguro direto dos principais ramos Não Vida ................ 57
Gráfico 2.16 Curva de Lorenz – concentração dos principais segmentos Não Vida ................................................................................................................................... 58
Gráfico 2.17 Evolução do número de efetivos .................................................................. 59
Gráfico 2.18 Evolução do rácio de produção de seguro direto / número de trabalhadores ....................................................................................................... 60
Gráfico 2.19 Evolução da produção – ramo Vida e ramos Não Vida ......................... 62
Gráfico 2.20 Peso na carteira – ramo Vida e ramos Não Vida ...................................... 62
Gráfico 2.21 Resultados técnicos – ramo Vida e ramos Não Vida .............................. 63
Gráfico 2.22 Resultados técnicos do ramo Vida ............................................................... 63
Gráfico 2.23 Resultados técnicos dos ramos Não Vida .................................................. 64
Gráfico 2.24 Estrutura da carteira de prémios e entregas do ramo Vida (excluindo complementares) ................................................................................................ 67
Gráfico 2.25 Produção nova – ramo Vida ............................................................................ 67
Gráfico 2.26 Provisão matemática por tipo de produto ................................................ 68
9
Gráfico 2.27 Sinistralidade nos seguros temporários ..................................................... 73
Gráfico 2.28 Distribuição das taxas técnicas utilizadas no cálculo das Provisões matemáticas, por tipo de seguros não ligados ........................................ 73
Gráfico 2.29 Participação nos resultados ............................................................................ 74
Gráfico 2.30 Resultados distribuídos .................................................................................... 74
Gráfico 2.31 Valor das provisões matemáticas das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais, por tipo de plano ......... 75
Gráfico 2.32 Número de participantes das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais, por tipo de plano .............................. 75
Gráfico 2.33 Repartição do valor das provisões matemáticas e do número de participantes das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais, por tipo de seguros ............................................... 76
Gráfico 2.34 Estrutura da carteira de prémios Não Vida ................................................ 77
Gráfico 2.35 Decomposição do Resultado técnico dos ramos Não Vida ................. 79
Gráfico 2.36 Rácio combinado – ramos Não Vida ............................................................ 80
Gráfico 2.37 Prémios brutos emitidos, salários seguros e tarifa média – modalidade Acidentes de Trabalho ............................................................. 81
Gráfico 2.38 Evolução da taxa de sinistralidade – modalidade Acidentes de Trabalho ................................................................................................................. 82
Gráfico 2.39 Montantes pagos – modalidade Acidentes de Trabalho ..................... 82
Gráfico 2.40 Evolução da Provisão para sinistros – modalidade Acidentes de Trabalho ................................................................................................................ 83
Gráfico 2.41 Provisão para sinistros – modalidade Acidentes de Trabalho ........... 83
Gráfico 2.42 Decomposição do Resultado técnico da modalidade Acidentes de Trabalho ................................................................................................................. 84
Gráfico 2.43 Resultados técnicos – modalidade Acidentes de Trabalho................. 85
Gráfico 2.44 Proporção entre subscritores de seguros individuais e seguros de grupo ....................................................................................................................... 86
Gráfico 2.45 Decomposição do Resultado técnico do ramo Doença ....................... 87
Gráfico 2.46 Resultados técnicos – ramo Doença ............................................................ 88
Gráfico 2.47 Decomposição do Resultado técnico do ramo Automóvel ................ 89
Gráfico 2.48 Resultados técnicos – seguro Automóvel ................................................. 90
Gráfico 2.49 Produção por modalidades – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas ................................................................................................. 91
Gráfico 2.50 Taxa de sinistralidade por modalidades – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas .................................................................................. 91
Gráfico 2.51 Decomposição do Resultado técnico do grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas .................................................................................. 93
Gráfico 2.52 Resultados técnicos – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas ...................................................................................................................... 93
Gráfico 2.53 Produção por modalidades – ramo Responsabilidade Civil Geral .... 94
Gráfico 2.54 Decomposição do Resultado técnico do ramo Responsabilidade Civil Geral ............................................................................................................... 96
Gráfico 2.55 Resultados técnicos – ramo Responsabilidade Civil Geral .................. 96
Gráfico 2.56 Saldo de resseguro em função dos Prémios de resseguro cedido – ramos Não Vida ................................................................................................... 98
Gráfico 2.57 Evolução das Provisões técnicas e dos Passivos financeiros ............ 101
10
Gráfico 2.58 Evolução dos índices de provisionamento e de regularização de sinistros dos ramos Não Vida ........................................................................ 103
Gráfico 2.59 Evolução da origem geográfica dos investimentos das empresas de seguros ................................................................................................................. 107
Gráfico 2.60 Origem geográfica dos investimentos das empresas de seguros .. 107
Gráfico 2.61 Distribuição geográfica dos investimentos em dívida pública detidos pelas empresas de seguros ........................................................... 108
Gráfico 2.62 Distribuição geográfica da dívida privada detida pelas empresas de seguros ................................................................................................................. 109
Gráfico 2.63 Distribuição geográfica das ações detidas pelas empresas de seguros ................................................................................................................. 110
Gráfico 2.64 Distribuição geográfica das unidades de participação detidas pelas empresas de seguros ....................................................................................... 111
Gráfico 2.65 Estrutura do investimento em instrumentos de dívida por maturidade .......................................................................................................... 112
Gráfico 2.66 Rating do investimento em obrigações ................................................... 113
Gráfico 2.67 Rácios de cobertura do SCR .......................................................................... 115
Gráfico 2.68 Análise comparativa entre os rácios de cobertura do SCR relativos ao final de 2017 e de 2018 ................................................................................... 116
Gráfico 2.69 Rácios de cobertura do MCR ......................................................................... 117
Gráfico 2.70 Distribuição dos fundos próprios disponíveis por níveis - mercado ................................................................................................................................. 128
Gráfico 2.71 Distribuição dos fundos próprios elegíveis para cobertura do SCR e do MCR por níveis - mercado ....................................................................... 128
Gráfico 2.72 Composição do SCR para o conjunto das empresas Vida ................. 130
Gráfico 2.73 Composição do SCR para o conjunto das empresas Não Vida ........ 130
Gráfico 2.74 Composição do SCR para o conjunto de empresas mistas ............... 131
Gráfico 2.75 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas Vida ................................................................................................................................. 132
Gráfico 2.76 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas Não Vida ........................................................................................................................ 133
Gráfico 2.77 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas mistas .................................................................................................................... 133
Gráfico 2.78 Composição do SCR de riscos específicos de seguros de Vida ........ 134
Gráfico 2.79 Composição do SCR de riscos específicos de seguros de Acidentes e Doença .................................................................................................................. 134
Gráfico 2.80 Composição do SCR de riscos específicos de seguros Não Vida ..... 135
Gráfico 2.81 Peso do MCR em relação ao SCR ................................................................. 136
3 | A mediação de seguros ............................................................................. 139
Gráfico 3.1 Número de mediadores de seguros .......................................................... 139
Gráfico 3.2 Número de novas inscrições de mediadores de seguros .................. 140
Gráfico 3.3 Evolução do número de mediadores de seguros ................................. 141
Gráfico 3.4 Número de mediadores de seguros por categoria e por ramo de atividade .............................................................................................................. 142
Gráfico 3.5 Estrutura etária .................................................................................................. 143
Gráfico 3.6 Mediação de seguros por atividade profissional .................................. 144
11
Gráfico 3.7 Mediadores (pessoas coletivas) por forma jurídica da empresa ..... 144
Gráfico 3.8 Número de mediadores de seguros vs. população residente por distrito / região autónoma ............................................................................ 145
Gráfico 3.9 Remuneração dos mediadores de seguros por categoria e ramo de atividade .............................................................................................................. 147
Gráfico 3.10 Relação Ativo / Passivo – corretores de seguros / mediadores de resseguros ........................................................................................................... 149
Gráfico 3.11 Return on Equity – corretores e mediadores de resseguro vs. empresas de seguros ....................................................................................... 150
Gráfico 3.12 Número de ações de formação.................................................................... 151
Gráfico 3.13 Modalidade de ensino presencial: distribuição de formandos, sujeitos a exame, por local do exame ....................................................... 153
Gráfico 3.14 Modalidade de ensino à distância: distribuição de formandos, sujeitos a exame, por local do exame ....................................................... 153
Gráfico 3.15 Número de formandos aprovados nos vários cursos .......................... 154
Gráfico 3.16 Número de formandos aprovados nos vários cursos para a qualificação de PDEAMS ................................................................................ 154
Gráfico 3.17 Número de formandos aprovados nos vários ramos .......................... 155
Gráfico 3.18 Número total de formandos aprovados nos cursos para a qualificação de mediadores de seguros vs. número total de novas inscrições de mediadores de seguros ....................................................... 155
4 | Os Fundos de Pensões ............................................................................... 159
Gráfico 4.1 Peso do setor dos fundos de pensões em percentagem do PIB nos países da OCDE .................................................................................................. 160
Gráfico 4.2 Montante dos fundos de pensões profissionais por tipo de atividade económica dos associados ............................................................................ 161
Gráfico 4.3 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – tábuas de mortalidade .................................................. 162
Gráfico 4.4 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – taxas de desconto ........................................................... 163
Gráfico 4.5 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – taxas de crescimento salarial e de pensões ........... 164
Gráfico 4.6 Número de planos de pensões profissionais por tipo de plano ...... 166
Gráfico 4.7 Montante dos planos de pensões profissionais por tipo de plano 166
Gráfico 4.8 Montante dos planos de pensões profissionais por tipo de plano e de atividade económica ................................................................................. 167
Gráfico 4.9 Valor dos benefícios pagos por tipo de fundo e de pagamento ..... 169
Gráfico 4.10 Percentagem do número de planos de pensões por tipo de benefício .............................................................................................................. 170
Gráfico 4.11 Percentagem do número de planos de pensões por forma de pagamento e por tipo de atividade económica dos associados ..... 171
Gráfico 4.12 Evolução da origem geográfica dos ativos dos fundos de pensões ................................................................................................................................. 175
Gráfico 4.13 Origem geográfica dos ativos dos fundos de pensões ....................... 175
Gráfico 4.14 Distribuição geográfica dos investimentos em dívida pública detidos pelos fundos de pensões ............................................................... 176
12
Gráfico 4.15 Distribuição geográfica da dívida privada detida pelos fundos de pensões ................................................................................................................ 177
Gráfico 4.16 Distribuição geográfica das ações detidas pelos fundos de pensões ................................................................................................................................. 178
Gráfico 4.17 Distribuição geográfica das unidades de participação detidas pelos fundos de pensões ........................................................................................... 178
Gráfico 4.18 Estrutura do investimento em instrumentos de dívida por maturidade .......................................................................................................... 180
Gráfico 4.19 Rating do investimento em obrigações ................................................... 181
Gráfico 4.20 Taxas de rendibilidade dos fundos fechados por escalões ............... 183
Gráfico 4.21 Rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões .......................... 184
Gráfico 4.22 Índice de Sharpe dos fundos de pensões ................................................ 185
Gráfico 4.23 Margem de solvência das sociedades gestoras de fundos de pensões ................................................................................................................ 188
Gráfico 4.24 Margem de solvência disponível das sociedades gestoras de fundos de pensões .......................................................................................................... 188
5 | Os Planos Poupança-Reforma .................................................................. 191
Gráfico 5.1 Evolução do número de subscrições de PPR .......................................... 191
Gráfico 5.2 Evolução dos prémios / contribuições para PPR por tipo de veículo de financiamento .............................................................................................. 192
Gráfico 5.3 Evolução dos montantes investidos em PPR por tipo de veículo de financiamento .................................................................................................... 193
Gráfico 5.4 Estrutura da carteira de investimento dos PPR ...................................... 195
Gráfico 5.5 Estrutura da carteira de investimento dos PPR por tipo de veículo de financiamento .................................................................................................... 196
13
ÍNDICE DE FIGURAS
3 | A mediação de seguros ............................................................................. 139
Figura 3.1 Distribuição de habitantes por mediadores de seguros por distrito / região autónoma .............................................................................................. 146
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Siglas e Acrónimos
Sigla / acrónimo
ASF Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
BCE Banco Central Europeu
BD Benefício Definido
BPI Banco Português de Investimento
BSCR Requisito de Capital de Solvência de Base
CAE Classificação Portuguesa das Atividades Económicas
CD Contribuição Definida
CE Comissão Europeia
CGD Caixa Geral de Depósitos
DDS Distribuição de seguros
EEE Espaço Económico Europeu
EIOPA European Insurance and Occupational Pensions Authority
ESG Environmental, Social and Governance
EUA Estados Unidos da América
FMI Fundo Monetário Internacional
GEE Gases com efeito de estufa
GNB Grupo Novo Banco
HHI Índice de Hirshman-Herfindahl
IAPMEI Agência para a Competitividade e Inovação
IFRS International Financial Reporting Standard
Índice de densidade Total de prémios / População residente
Índice de penetração Total de prémios / PIB
INE Instituto Nacional de Estatística
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change
IRPPP Instituições de realização de planos de pensões profissionais
LPS Livre Prestação de Serviços
MCR Requisito de Capital Mínimo
NIC Normas internacionais de contabilidade
NSTV De base técnica não semelhante à do seguro de vida
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
ORSA Own risk and solvency assessment
PCES Plano de Contas para as Empresas de Seguros
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PDEAMS Pessoas Diretamente Envolvidas na Atividade de Mediação de Seguros
PE Parlamento Europeu
PIB Produto Interno Bruto
PPA Plano Poupança-Ações
PPR Plano Poupança-Reforma
PRIIP Pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros
RJASR Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Atividade Seguradora
RJCS Regime jurídico do contrato de seguro
RJDS Regime jurídico da distribuição de seguros e de resseguros
RJMS Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Atividade de Mediação de Seguros
ROE Return on Equity
SCR Requisito de Capital de Solvência
SDG Sustainable Development Goals
SGF Sociedade Gestora Fundos De Pensões
STV De base técnica semelhante à do seguro de vida
TVDE Transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica
UE União Europeia
UPs Unidades de Participação
USD Dólar norte-americano
16
Apresentação
Apresentação
O Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de pensões é anualmente publicado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), dando cumprimento ao estabelecido nos seus estatutos. Este Relatório tem como objetivo primordial a apresentação de um conjunto alargado de informação estatística agregada sobre os setores por si supervisionados, assim como da análise da respetiva evolução, devidamente enquadrada na conjuntura nacional e internacional.
No que concerne ao setor segurador, o ano de 2018 foi globalmente positivo, com o aumento da produção tanto do ramo Vida, como dos ramos Não Vida, a melhoria do resultado técnico da atividade e a manutenção dos rácios de cobertura dos requisitos de capital em níveis adequados. Ao nível dos fundos de pensões, o ano de 2018 foi caracterizado pela quebra do total de ativos sob gestão, com reflexos no nível global de financiamento.
Ambos os setores continuaram a desempenhar o seu papel fundamental na proteção das famílias e das empresas face a uma multiplicidade de riscos e de eventos, transmitindo assim a confiança necessária para o desenvolvimento sustentável da atividade económica e o progresso da sociedade.
Os setores dos seguros e dos fundos de pensões confrontam-se presentemente com um conjunto de desafios complexos e exigentes. Na envolvente macroeconómica, continuam a ser identificáveis riscos como o ambiente prolongado de taxas de juro muito reduzidas – cenário lower-for-longer – e a potencial reavaliação generalizada, abrupta e expressiva dos prémios de risco dos títulos financeiros. Estes riscos coexistem com as renovadas revisões em baixa do crescimento económico, bem como com a persistência de níveis de poupança historicamente baixos no contexto nacional.
No âmbito de uma economia e sociedade cada vez mais digitalizada, os consumidores e os agentes económicos necessitam de produtos financeiros ajustados às suas necessidades contemporâneas, ao mesmo tempo que esperam que a evolução tecnológica associe a esses produtos maior comodidade e mais eficiência. A adaptação à envolvente requer assim evoluções importantes dos modelos de negócio dos setores.
Paralelamente, assiste-se ao ganho de ímpeto da transição sustentável e do desacoplamento entre o crescimento económico e a exaustão de recursos naturais, responsável pela geração de externalidades ambientais e sociais que ameaçam o futuro e a qualidade de vida das sociedades. A ASF está consciente que as transformações necessárias expõem os setores supervisionados, e a própria Autoridade, a responsabilidades adicionais, sendo importante que os operadores se revelem resilientes a esta transição.
Por último, importa dar uma palavra de agradecimento a todos os Colaboradores e Departamentos da Autoridade que contribuíram para a elaboração deste Relatório e aos membros do Conselho Consultivo, pelos seus contributos valiosos, que possibilitaram o enriquecimento deste documento.
Margarida Corrêa de Aguiar Presidente
19
Sumário executivo
Sumário executivo
O presente Relatório procura descrever e analisar, de forma fundamentada, a evolução do setor segurador e de fundos de pensões em Portugal ao longo do ano de 2018, devidamente enquadrada no contexto económico-financeiro em que se insere.
Durante 2018, o produto interno bruto (PIB) mundial expandiu 3,6%,sendo este valor ligeiramente inferior ao apurado no ano anterior. Na área do Euro, registou-se uma desaceleração do PIB para 1,9%. Para esta evolução, foi determinante a redução, embora pouco pronunciada, do comércio global, com impacto relevante nos setores exportadores. Vários outros fatores também contribuíram negativamente para a expansão económica, com destaque para as tensões sociais e políticas sentidas em alguns países, para além da instabilidade gerada pela não conclusão das negociações com vista ao Brexit.
As taxas de juro de mercado permaneceram em níveis muito baixos, contrariando as expetativas que o phasing-out do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu conduziria à descolagem gradual do ambiente de taxas de juro muito reduzidas.
As obrigações soberanas da generalidade dos Estados-Membros mantiveram as taxas de rendibilidade implícitas em níveis reduzidos, tendo inclusivamente fechado o ano em níveis ligeiramente abaixo do exercício transato.
A economia portuguesa registou, em 2018, uma expansão de 2,4%, tendo esta evolução sido suportada, essencialmente, pela procura doméstica. Em particular, o crescimento robusto do consumo privado foi alicerçado, entre outros fatores, na subida dos salários, em boa medida na sequência do descongelamento das carreiras públicas. O incremento observado fixou-se acima da média europeia pelo segundo ano consecutivo, representando, todavia, uma travagem de 1,1 pontos percentuais face ao pico atingido em 2017, em resultado da redução das exportações líquidas e do abrandamento do investimento.
A produção global das empresas de seguros sob a supervisão prudencial da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) registou, em termos globais, uma subida em relação ao ano anterior de 13,6%, valor já corrigido do efeito das alterações do mercado supervisionado pela ASF na ótica prudencial. Esta variação deveu-se sobretudo à produção do ramo Vida, que cresceu 16,5%, enquanto os prémios brutos emitidos dos ramos Não Vida registaram um aumento de 8,4%.
O resultado técnico global revelou uma evolução positiva, passando de 479 milhões de euros em 2017 para 543 milhões de euros em 2018. No que respeita aos ramos Não Vida, apurou-se um aumento de 121 milhões de euros, enquanto o resultado da conta técnica Vida diminuiu 56 milhões de euros.
Relativamente à situação financeira e patrimonial, também corrigido o efeito das alterações no mercado supervisionado pela ASF, em termos prudenciais, o total do Capital Próprio apresentou um decréscimo na ordem dos 10%, quando comparado
23
com o ano anterior. Esta evolução é a consequência combinada de uma ligeira redução do Ativo (-0,1%) e de um aumento do Passivo (1%). O volume de investimentos das empresas de seguros superou os 47,5 mil milhões de euros, menos 1,4% do que no final de 2017.
No que concerne à posição de solvência, o setor segurador registou, no final de 2018, um rácio global de cobertura do requisito de capital de solvência de 179,3%, uma melhoria face ao anterior, enquanto o rácio global de cobertura do requisito de capital mínimo fixou-se nos 513,3%, um pouco abaixo do registado no ano transato.
O setor dos fundos de pensões inverteu a tendência de crescimento iniciada em 2011, com os ativos sob gestão - que totalizaram 19,5 mil milhões de euros - a diminuir 1,5% e as contribuições a reduzir 36,2% face ao ano anterior.
O nível global de financiamento, apurado de acordo com o cenário de mínimo de solvência, registou uma deterioração de 110% para 107%, entre o final de 2017 e 2018. Quanto ao cenário de financiamento, no qual assentam as contribuições para os fundos de pensões, o rácio passou de 101%, em 2017, para 99%, tendo ficado abaixo do patamar dos 100% para os setores da banca, comércio, outros e outros serviços.
Por fim, o total de prémios e contribuições para planos poupança-reforma (PPR) ascendeu a 3,8 mil milhões de euros, representando um acréscimo de 19,8% face ao ano transato, sendo este o valor mais alto dos últimos oito anos.
O Relatório que se apresenta encontra-se organizado em sete capítulos. Partindo do enquadramento macroeconómico em que o setor dos seguros e fundos de pensões se insere, é, em seguida, analisado em detalhe o setor segurador português, nomeadamente, o seu posicionamento no contexto europeu e mundial, a sua estrutura, a exploração técnica, a situação financeira e patrimonial, os investimentos e a posição de solvência. O terceiro capítulo debruça-se sobre a atividade de mediação, seguindo-se a caracterização e evolução dos fundos de pensões, bem como das sociedades gestoras de fundos de pensões. No capítulo quinto é efetuada a análise da evolução dos produtos PPR, ao qual se segue a apresentação do enquadramento jurídico da atividade seguradora e dos fundos de pensões durante o ano de 2018.
Finalmente, é apresentado um estudo sobre o envolvimento do setor segurador e dos fundos de pensões no financiamento sustentável e no universo environmental, social and governance (ESG). Este estudo explora as dimensões desta interação, identifica os desenvolvimentos regulatórios de maior relevância nesta área – o Projeto da Comissão Europeia relativo à taxonomia e a Opinião da EIOPA quanto à integração da sustentabilidade no regime de Solvência II – debatendo ainda os riscos e oportunidades identificáveis, atendendo ao ritmo dos desenvolvimentos no setor face à acelerada consciencialização de necessidade de transformações significativas à generalidade das atividades económicas que o tema tem gerado, em virtude do posicionamento privilegiado na agenda política e estratégica.
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Executive Summary
This report seeks to describe and analyse, in a substantiated manner, the developments in the Portuguese insurance and pension funds sector throughout 2018, under the existing economic and financial context.
In the course of 2018, the world’s gross domestic product (GDP) increased 3,6%, a slightly lower value than the one ascertained in the precedent year. In the Euro area, a slowdown of the GDP was recorded, to 1.9%. To this evolution, the reduction of global trading was decisive, as, although mild, it had a relevant impact on exporting sectors. Several other factors also contributed negatively to the economic expansion, with highlight to the social and political tensions in some countries, in addition to the instability stemming from the non-conclusion of the Brexit negotiations.
Market interest rates remained at very low levels, countering the expectations that the phasing-out of the asset acquisition programme of the European Central Bank would lead to a gradual departure from the very low interest rate environment.
The implicit yield rates of the sovereign debt of most Member States remained at reduced levels, even closing the year at slightly lower levels than in the previous.
In 2018 the Portuguese economy recorded a growth of 2,4%, an evolution which was mainly sustained by domestic demand. In particular, the strong increase of private consumption was based, among other factors, in the growth of salaries, significantly connected with the reduction of the significant constraints in career progression within the public sector. The increment observed was higher than the european average for the second consecutive year, representing, however, a deceleration of 1,1 percentage points relatively to the peak attained in 2017, due to the decline of net exports and the slowdown in investments.
The global production of insurance companies under the prudential supervision of Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) registered an overall increase of 13,6% in comparison to the previous year, adjusted for the effect of changes in the market under ASF’s supervision in prudential terms. This change was mostly driven by the Life business, which increased 16,5%, while the gross written premiums of Non-Life segments recorded an increase of 8,4%.
The overall technical result exhibited a positive evolution, from 479 million euros in 2017 to 543 million euros in 2018. In what concerns the Non-Life businesses, an increase of 121 million euros was observed, while the Life technical result decayed 56 million euros.
In terms of the financial and accounting positions, also adjusted for the effect of variations in the market under ASF’s supervision, the total equity decreased about 10% when compared to the previous year. This evolution is the combined outcome of a slight decrease on the Assets (-0,1%) and an increase of Liabilities (1%). Investment amount of insurance undertakings surpassed 47,5 billion euros, 1,4% less than at the end of 2017.
25
Concerning the solvency position, the insurance sector registered, by the end of 2018, an overall coverage ratio of the solvency capital requirement of 179,3%, an improvement over the previous year, while the overall coverage ratio for the minimum capital requirement stood at 513,3%, slightly lower than the one registered in the precedent year.
The pensions fund sector experienced a reversion of the growth tendency initiated in 2011, with the assets under management – quoted at a total of 19,5 billion euros - decreasing 1,5% and the contributions reducing 36,2% relatively to the previous year.
The overall funding level, assessed according to the minimum solvency scenario, exhibited a deterioration, from 110% to 107%, between the end of 2017 and 2018. With respect to the funding scenario, in which the contributions for the pension funds are based on, the ratio went from 101%, in 2017, to 99%, thus below the 100% threshold in the banking, commercial, others and other services sectors.
Finally, the total volume of premiums and contributions to Personal Retirement Savings Plans (PPR) ascended to 3,8 billion euros, which represents an increase of 19,8% relatively to the previous year, resulting in the highest value of the last eight years.
The current report is organized in seven chapters. Starting with the description of the macroeconomic environment under which the insurance and pension funds sector develops its activities, it is subsequently developed a detailed analysis of the Portuguese insurance sector, namely, its position within the European and world-wide context, its structure, technical performance, financial and patrimonial position, investment and solvency position. The third chapter addresses the activity of insurance intermediaries, followed by the description and evolution of pension funds, as well as pension fund management companies. In the fifth chapter an analysis is conducted on the evolution of PPR products, and in the sixth a description of the legal framework of the insurance and pension funds activity throughout the year 2018 is provided.
Lastly, a study is presented on the engagement of the insurance and pension fund sectors in sustainable finance and in the environmental, social and governance (ESG) universe. This study explores the dimensions of this interaction, identifies the most relevant regulatory developments in this area – the European Commission’s project on taxonomy, and EIOPA’s opinion regarding the inclusion of sustainability in the Solvency II regime – also further discussing the identifiable risks and opportunities, considering the pace of developments in the sector relatively to the rapidly increasing awareness of the need to implement significant changes within most economic activities that this topic has generated, due to its privileged placement within political and strategic agendas.
26
1capítuloEnquadramento
Macroeconómico
1. Enquadramento Macroeconómico
1.1. Evolução da conjuntura internacional
Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial expandiu 3,6%, marcando o sétimo ano consecutivo de crescimento estabilizado em torno da média de longo prazo. As economias emergentes e em desenvolvimento asiáticas continuaram a apresentar taxas mais robustas, em contraste com os principais países desenvolvidos, a maioria dos quais não ultrapassou os 2%.
O valor registado ficou, contudo, ligeiramente abaixo do observado no ano anterior, tendo a escalada de tensões comerciais, e a contração das condições financeiras no rescaldo da normalização das políticas monetárias, contribuído para o abrandamento, o qual foi transversal às economias avançadas e em desenvolvimento.
Também o comércio internacional de bens e serviços abrandou em 2018, depois do pico observado em 2017, concretizando os receios que a adoção de medidas protecionistas por parte de alguns países, e as tensões comerciais entre os EUA e a China influenciassem negativamente a evolução desta variável.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) antevê que estas condições persistam durante o ano de 2019, prevendo que se registe uma nova desaceleração do crescimento mundial, desta feita, para 3,0%. Espera-se que o decréscimo seja mais pronunciado nos países desenvolvidos, nomeadamente nos EUA e na área do Euro (menos 0,5 e 0,7 pontos percentuais, respetivamente), que no conjunto das economias em desenvolvimento, permanecendo no horizonte riscos relevantes, como as incertezas em torno dos acordos comerciais e a indeterminação quanto ao desenlace do processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
As esperanças na inversão desta tendência depositam-se nas intervenções dos governos – na prossecução de medidas fiscais expansionistas – e dos bancos centrais, tendo alguns dos principais sinalizado já um eventual retorno a políticas mais acomodatícias.
Gráfico 1.1 Produto interno bruto e comércio mundial
Fonte: FMI
‐4%
‐2%
0%
2%
4%
6%
‐10%
‐5%
0%
5%
10%
15%
1982
1983
1984
1985
1986
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1988
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1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Taxa
de variação % do PIB real mundial
Taxa
de variação % do com
ércio mundial (bens e
serviços)
Taxa de variação do comércio mundial (bens e serviços) Taxa de variação do PIB real
(3,6%) média de longo prazo1
(5,4%) média de longo prazo1
1 Taxa composta de crescimentoanual média
Comércio internacional
impactado por tensões comerciais
Ligeira desaceleração do crescimento
económico mundial
1 | Enquadramento Macroeconómico
29
1.2. A área do Euro
No ano em apreço, registou-se uma desaceleração do PIB da área do Euro para 1,9%, comportamento transversal à esmagadora maioria dos estados que compõem a união monetária europeia. Para a diminuição global do crescimento – cifrado 0,6 pontos percentuais – muito contribuíram os abrandamentos verificados nas maiores economias da moeda única, tendo países como Espanha, França, Alemanha e Itália registado abrandamentos entre 0,5 e um ponto percentual.
Para esta evolução foi determinante a já anteriormente mencionada redução do comércio global, com impacto relevante nos setores exportadores. Vários outros fatores também contribuíram negativamente para a expansão económica, com destaque para as tensões sociais e políticas sentidas em alguns países, para além da instabilidade gerada pela não conclusão das negociações com vista ao Brexit.
De acordo com as previsões da Comissão Europeia, 2019 será marcado por nova moderação do crescimento, desta feita quedando-se em 1,1%, em grande medida devido à continuação da tendência de desaceleração das exportações. Por seu turno, a procura doméstica permanecerá mais resiliente, com as expetativas de continuação do crescimento do emprego a alicerçar o consumo privado. O panorama encontra-se, porém, envolto num conjunto relevante de riscos, cuja materialização pode levar a uma quebra adicional do crescimento económico. Entre estes, destacam-se uma escalada adicional das tensões comerciais ou o aumento da incerteza política, com impactos no prolongamento da retração do comércio global e do setor transformador.
Gráfico 1.2 Taxa de variação do PIB real na área do Euro e em alguns Estados-Membros
Fonte: Eurostat
Em 2018, as taxas de juro de mercado permaneceram em níveis muito baixos, contrariando as expetativas que o phasing-out do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE) conduzisse à descolagem gradual do ambiente de
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
3,5%
4,0%
2014 2015 2016 2017 2018
Área do Euro França Alemanha
Itália Espanha Portugal
Crescimento económico na área do
Euro afetado pela redução do comércio global, num contexto
de incerteza política
Ambiente de baixas taxas de juro e novas
medidas de política monetária
acomodatícia
30
taxas de juro muito reduzidas. Na realidade, em 2019 as taxas voltaram a baixar, atingindo inclusivamente novos mínimos históricos nos prazos a dois e dez anos.
À semelhança de instituições centrais de outras geografias, também o BCE sinalizou disponibilidade para reforçar a sua política monetária acomodatícia, a qual se veio a materializar em 2019 com o lançamento de novas operações de refinanciamento de longo prazo, a redução da taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito em dez pontos base, passando para -0,50%, e a retoma do programa de compra de ativos.
Gráfico 1.3 Evolução das taxas de juro de mercado na área do Euro
Fonte: Bloomberg
Neste contexto, as taxas de rendibilidade implícitas das obrigações soberanas da generalidade dos Estados-Membros permaneceram em níveis reduzidos, tendo inclusivamente fechado o ano em níveis ligeiramente abaixo do exercício transato. A exceção verificou-se em Itália, onde a instabilidade política aí verificada levou as yields governamentais a disparar a partir do final do primeiro semestre, efeito ligeiramente mitigado no final do exercício.
No decorrer do ano, a qualidade creditícia da dívida portuguesa foi revista em alta pela DBRS e pela Moody’s, esta última completando o lote das principais agências a subir a notação doméstica para investment grade. Também os títulos soberanos espanhóis foram alvo de uma revisão generalidade do rating, não obstante a incerteza política verificada no país vizinho. Em sentido inverso, a deterioração das yields soberanas em Itália redundaram no downgrade da dívida pública transalpina.
Já em 2019, a taxa de rentabilidade implícita da dívida pública da globalidade dos países da área do Euro encetou uma trajetória descendente pronunciada, tendo alguns países – incluindo Portugal - registado novos mínimos históricos na maturidade a dez anos, e a yield do Bund alemão regressado a terreno negativo no mesmo prazo.
‐0,50%
‐0,25%
0,00%
0,25%
0,50%
0,75%
1,00%
1,25%
1,50%
1,75%
2,00%
2,25%
dez‐13
mar‐14
jun‐14
set‐14
dez‐14
mar‐15
jun‐15
set‐15
dez‐15
mar‐16
jun‐16
set‐16
dez‐16
mar‐17
jun‐17
set‐17
dez‐17
mar‐18
jun‐18
set‐18
dez‐18
Euribor 3meses Taxa Swap em euros a 2 anos
Taxa Swap em euros a 10 anos ECB Main Refinancing Rate
Evolução das yields de dívida pública
31
Gráfico 1.4 Evolução das taxas de rendibilidade implícitas nas obrigações soberanas com maturidade de dez anos de alguns Estados-Membros
Fonte: Bloomberg
Nos mercados acionistas europeus, o 2018 foi marcado pela turbulência. Aos picos de volatilidade registados nos primeiros meses do ano, seguiu-se uma tendência generalizada de queda no segundo semestre, tendo os principais índices fechando o exercício com perdas anuais acumuladas.
Gráfico 1.5 Evolução de alguns dos principais índices acionistas
Fonte: Bloomberg
1.3. Evolução da conjuntura em Portugal
A economia portuguesa registou uma expansão de 2,4% em 2018, suportada na procura doméstica. Em particular, o crescimento robusto do consumo privado foi alicerçado, entre outros fatores, no crescimento dos salários, em boa medida na sequência do descongelamento das carreiras públicas. O crescimento observado
‐0,5%
0,0%
0,5%
1,0%
1,5%
2,0%
2,5%
3,0%
3,5%
4,0%
4,5%
dez‐15
fev‐16
abr‐16
jun‐16
ago‐16
out‐16
dez‐16
fev‐17
abr‐17
jun‐17
ago‐17
out‐17
dez‐17
fev‐18
abr‐18
jun‐18
ago‐18
out‐18
dez‐18
Portugal Espanha Itália França Alemanha
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
dez‐13
mar‐14
jun‐14
set‐14
dez‐14
mar‐15
jun‐15
set‐15
dez‐15
mar‐16
jun‐16
set‐16
dez‐16
mar‐17
jun‐17
set‐17
dez‐17
mar‐18
jun‐18
set‐18
dez‐18
CAC Euro Stoxx FTSE DAX IBEX PSI Geral
Índices (31/12/2013 = 1)
Abrandamento do crescimento
económico em Portugal
Evolução desfavorável dos mercados
acionistas
32
fixou-se acima da média europeia pelo segundo ano consecutivo, representado, todavia, uma travagem de 1,1 pontos percentuais face ao pico atingido em 2017, em resultado da redução das exportações líquidas e do abrandamento do investimento.
Para 2019, perspetiva-se um novo abrandamento – para 2% – decorrente de um ligeiro arrefecimento da procura doméstica que, todavia, se deverá manter como o principal motor da economia nacional. Por seu turno, o investimento deverá conhecer um acréscimo beneficiando da absorção de fundos europeus. À semelhança das projeções para a área do Euro, a materialização deste cenário encontra-se determinantemente condicionado pelos desenvolvimentos da envolvente externa.
Quadro 1.1 Principais indicadores macroeconómicos
Fonte: Eurostat, Banco de Portugal, Bloomberg
O défice global das Administrações Públicas beneficiou do acréscimo das receitas cíclicas, da redução dos encargos de financiamento e da baixa despesa pública, fixando-se em 0,4% do PIB. No entanto, a ativação do mecanismo de capital contingente do Novo Banco, em conjunto com outros fatores extraordinários, impactaram negativamente a execução orçamental, sem os quais se teria atingido um excedente marginal. De acordo com as projeções da Comissão Europeia, o défice deverá reduzir ligeiramente em 2019, favorecido pelos baixos juros da dívida pública, embora algo dependente de eventuais necessidades de financiamento adicionais do Novo Banco.
A dívida pública bruta em percentagem do PIB manteve a trajetória descendente – recuando 3,8 pontos percentuais face a 2017 – continuando a beneficiar do crescimento económico e dos já mencionados reduzidos custos de financiamento. Espera-se um prolongamento da tendência no horizonte de projeção, permanecendo todavia signficativamente acima da média europeia.
2014 2015 2016 2017 2018
Produto interno bruto, PIB tvr em % 0,8 1,8 2,0 3,5 2,4
Consumo privado tvr em % 2,3 2,3 2,6 2,1 3,1
Consumo públ ico tvr em % ‐0,5 1,3 0,8 0,2 0,9
Formação bruta de capita l fi xo tvr em % 2,3 5,8 2,5 11,5 5,8
Exportações de bens e serviços tvr em % 4,3 6,1 4,4 8,4 3,8
Importações de bens e serviços tvr em % 7,8 8,5 5,0 8,1 5,8
Inflação (IHPC) tv em % ‐0,2 0,5 0,6 1,6 1,2
Taxa de desemprego em % 14,1 12,6 11,2 9,0 7,0
Taxas de juro
Taxa de juro Euribor a 3 meses em %, Dez. 0,1 ‐0,1 ‐0,3 ‐0,3 ‐0,3
Taxa de rendibi l idade das OT a taxa fixa a 10 anos em %, Dez. 2,7 2,5 3,8 1,9 1,7
Empréstimos a Particulares para Habi tação em %, Dez. 3,0 2,2 1,8 1,6 1,4
Empréstimos a sociedades não financeiras em %, Dez. 4,1 3,0 2,8 2,2 2,5
Depós i tos de particulares até 1 ano em %, Dez. 1,3 0,5 0,3 0,2 0,1
Índice de cotações de ações (PSI‐Gera l ) tva em %, Dez. ‐19,9 16,2 ‐0,2 17,8 ‐8,2
Sa ldo global das administrações públ icas em % do PIB ‐7,4 ‐4,4 ‐1,9 ‐3,0 ‐0,4
Sa ldo estrutura l em % do PIB ‐1,7 ‐2,2 ‐1,7 ‐1,4 ‐0,6
Dívida públ ica bruta consol idada Dez, em % doPIB 132,9 131,2 131,5 126,0 122,2N o tas:
tv - Taxa de variação
tvr - Taxa de variação real
tva - Taxa de variação anual
Manutenção da dívida pública em níveis
muito elevados
Melhoria do défice da execução orçamental
33
Gráfico 1.6 Evolução da dívida pública e do défice orçamental em percentagem do PIB
Fonte: Eurostat
A taxa de desemprego manteve a trajetória descendente dos últimos anos, aproximando-se dos valores mínimos observados no início do milénio, facto que importa conjugar com o já referido crescimento dos salários. A tendência de redução do desemprego deverá manter-se em 2019 e 2020, embora a um ritmo inferior.
Igualmente em queda permaneceu a taxa de poupança dos particulares medida em percentagem do rendimento disponível, atingindo um novo valor mínimo. Esta evolução continua a ser influenciada, de sobremaneira, pelo ambiente de muito baixas taxas de juro, levando o aumento do rendimento disponível per capita verificado nos últimos anos a ser canalizando para o consumo.
Gráfico 1.7 Poupança e desemprego
Fonte: Eurostat
132,9% 131,2% 131,5% 126,0%122,2%
‐7,4%‐4,4% ‐1,9% ‐3,0% ‐0,4%
87% 85% 84% 82% 80%
2014 2015 2016 2017 2018
Dívida pública nacional Défice orçamental Dívida pública (média UE28)
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Taxa de desemprego Taxa de poupança dos particulares (% Rend. Disponível)
Desemprego em quebra acentuada,
poupança em mínimos históricos
34
1.4. Impacto da envolvente macroeconómica no mercado segurador e dos fundos de pensões
Conforme será analisado em maior detalhe no capítulo seguinte, a produção de seguro direto dos ramos Não Vida, relativa à atividade das empresas sob supervisão prudencial da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões manteve, em 2018, a tendência de acréscimo dos últimos anos. Para tal, terá contribuído o crescimento económico global verificado em Portugal, alicerçado na procura doméstica – incluindo consumo de bens suscetíveis de cobertura seguradora – bem como o aumento do emprego e dos salários.
As perspetivas de um novo abrandamento da atividade económica, nomeadamente do consumo privado, deverão condicionar o potencial de expansão da massa segurável, o qual se encontra ameaçado pelos riscos da envolvente externa. Não obstante, as projeções de variação marginal, mas positiva, do investimento poderão influir positivamente na produção, em particular dos ramos patrimoniais.
Também a produção do ramo Vida manteve a trajetória ascendente iniciada em 2017, rechaçando os desafios que se continuam a colocar aos operadores deste ramo e que condicionam a sua capacidade de oferta, com o ambiente de muito baixas taxas de juro e os reduzidos níveis de poupança à cabeça.
É expectável que estes desafios permaneçam relevantes no médio prazo, podendo mesmo agravar-se no horizonte mais imediato, colocando pressão adicional às empresas para inovar na sua oferta.
No caso dos fundos de pensões, os montantes sob gestão sofreram uma contração de 1,5%, quebrando a série expansionista iniciada em 2011. Esta redução deveu-se à evolução negativa do valor dos fundos de pensões, ou respetiva quota-parte, que financiavam planos profissionais, em resultado de uma descida das contribuições e do desempenho financeiro desfavorável dos ativos sob gestão.
No que concerne às carteiras de investimento das empresas de seguros e dos fundos de pensões, as evoluções da envolvente macroeconómica observadas em 2018 causaram impactos com sentidos distintos.
Por um lado, a ligeira diminuição das yields soberanas – intensificada em 2019 – refletiu-se na apreciação dos títulos respetivos, com impacto direito ao nível dos fundos próprios das seguradoras e dos ativos sob gestão dos fundos de pensões. No caso particular das obrigações do tesouro ibéricas, a melhoria do rating traduziu-se igualmente numa melhoria da qualidade creditícia média das carteiras, atendendo ao seu relevo no portefólio do setor.
Por seu turno, a subsistência do ambiente de baixas taxas de juro, agravado em 2019, continuou a pressionar negativamente a rentabilidade global das carteiras de investimento.
Também a evolução desfavorável dos mercados acionistas repercutiu-se negativamente nas carteiras dos operadores, com reflexo nos seus fundos próprios, embora a exposição seja bastante díspar entre as diversas instituições.
Produção dos ramos Não Vida
beneficiando da melhoria da atividade
económica
Evolução dos mercados financeiros
com impactos distintos nas carteiras
de investimento
Crescimento da produção Vida,
rebatendo as condicionantes
envolventes
35
Finalmente, a manutenção de elevados níveis de endividamento público e privado nacional, amplifica a vulnerabilidade a choques externos que levem a um alargamento dos spreads dos emitentes domésticos, preponderantes nos portefólios do mercado segurador e de fundos de pensões.
Riscos significativos emergem da
envolvente externa
36
2capítuloOs Seguros
2. Os Seguros
O âmbito do mercado segurador considerado neste capítulo define-se da seguinte forma:
nos subcapítulos 2.1. (Evolução da atividade seguradora) e 2.2. (Estrutura do mercado segurador nacional), corresponde ao total das empresas de seguros que operam em Portugal em regime de estabelecimento1.
nos restantes subcapítulos, traduz-se nas empresas de seguros sob a supervisão prudencial da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), excluindo por conseguinte as sucursais de empresas de seguros com sede na União Europeia (UE) a operar em Portugal, as quais fazem parte do domínio de supervisão prudencial das autoridades de supervisão dos respetivos Estados-Membros de origem.
Durante o ano de 2018, a Liberty Seguros foi incorporada noutra empresa do grupo, passando a operar em Portugal como sucursal de uma empresa de seguros com sede na UE, deixando assim de ser supervisionada, ao nível prudencial, pela ASF.
Esta redução do mercado supervisionado pela ASF, comparativamente ao ano anterior, tem, naturalmente, impacto nos indicadores apresentados. Assim, sempre que se considere relevante, serão referidas as variações ocorridas expurgando o impacto da saída da Liberty.
2.1. Evolução da atividade seguradora
Este subcapítulo apresenta a análise evolutiva da atividade seguradora nacional durante o ano de 2018 quer no quadro nacional, quer internacional, com destaque para a UE.
2.1.1. Elementos síntese sobre a evolução do setor ao nível nacional
Durante o ano de 2018, quatro empresas de seguros começaram a operar em Portugal em regime de estabelecimento, elevando o total para 77. Este aumento ocorreu tanto nas empresas Não Vida como nas empresas mistas. Em sentido contrário, o conjunto de empresas Vida, diminuiu a sua dimensão durante este exercício.
1 Cinco sucursais, estabelecidas em Portugal, de empresas com sede na UE não reportaram atempadamente os dados inerente à respetiva produção à ASF, pelo que esta amostra engloba apenas 25 entidades em vez de 30.
Crescimento e volume da produção – total
do mercado nacional
2 | Os Seguros
39
Crescimeda prod
Quadro 2
nto e volume ução ao nível
mundial
À semelhanseguro direos ramos N
2.1 Grandes aestrangeir
Focando soverificou-seseguro direrepresentatVida (86,4%
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2.1.2.1.
Em 2018, a termos nomamericanos
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mundial
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e Ásia continpetivamente –
2018
77
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ão de mbora 5%.
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to de
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% em norte-
do se % em
nuam com
40
a da Europa a subir 0,4 pontos percentuais e as restantes duas a manterem-se praticamente constantes face a 2017.
Gráfico 2.1 Quota de mercado mundial
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2018 (dados de 2016 e 2017) e Sigma n.º 3/2019 (dados de 2018)
Verificou-se um aumento da produção nos continentes mais representativos, em termos de atividade seguradora, enquanto a América do Sul e a Oceânia sofreram decréscimos de 3,3% e 1,5%, respetivamente.
Além de apresentar o maior crescimento em termos de quota de mercado, o continente europeu obteve o maior incremento de produção em termos relativos face aos restantes continentes (6,1%), seguindo-se o continente africano (5,8%), a América do Norte (5,1%) e, finalmente, a Ásia (4,4%).
A redução do nível de produção referida anteriormente na América do Sul e na Oceânia ocorreu devido ao comportamento do segmento Vida, cujas taxas de crescimento foram mais baixas comparativamente às observadas nos ramos Não Vida, em todos os continentes, sendo África a exceção.
Embora continuando a tratar-se do segmento mais relevante em termos mundiais, o ramo Vida perdeu alguma representatividade (0,6 pontos percentuais) em 2018, tendência a que se tem vindo a observar nos últimos anos.
30,8% 30,8% 31,2%
31,1% 30,8% 30,8%
31,6% 32,0% 31,9%
3,2% 3,4% 3,1%2,0% 1,8% 1,7%
1,3% 1,2% 1,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2016 2017 2018
Europa América do Norte Ásia América do Sul Oceânia África
41
Índice de densidade
Índice de penetração
Gráfico 2.2 Crescimento nominal da produção ao nível mundial
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
Em 2018, o índice de penetração de seguros à escala mundial, definido pelo quociente entre os prémios e o PIB, fixou-se em 6,1%, tal como em 2017 e ligeiramente abaixo do determinado em 2016 (6,3%). As economias industrializadas asiáticas continuam a apresentar o valor mais elevado neste índice (9,7%), seguindo-se a Europa Ocidental (7,6%) e a América do Norte (7,2%).
Ao detalhar por país, no top 3 mundial constam Taiwan (20,9%), mantendo a liderança conquistada no ano transato, Hong Kong (18,2%), que passou do terceiro para o segundo lugar deste ranking e as Ilhas Caimão (17,5%), trocando de lugar com o anterior.
À escala europeia, a Finlândia, que ocupava em 2017 a primeira posição, passou para o terceiro lugar, com o Reino Unido e a Dinamarca, a assumirem as posições de liderança com 10,6% e 10,4%, respetivamente, enquanto no ranking mundial se encontram na sexta e sétima posições. Portugal subiu três posições ascendendo ao 20.º lugar desta lista, com um índice de 6,4% e ocupando o 10.º lugar no conjunto restrito dos países europeus.
Ao analisar o índice de densidade, que corresponde ao rácio entre os prémios e a população residente, constatou-se um aumento em termos globais face aos dois anos anteriores – 682 USD em 2018 que compara com 650 USD em 2017 e com 638 USD em 2016.
Fazendo uma análise por regiões, as posições relativas mantiveram-se constantes face aos anos anteriores, com a América do Norte (4 377 USD) na primeira posição, os países industrializados asiáticos (3 603 USD) na segunda e a Europa Ocidental (3 276 USD) em terceiro lugar.
Também na análise por países não se verificaram alterações ao nível do top 3, com as Ilhas Caimão (11 642 USD) na liderança, seguindo-se Hong Kong (8 863 USD) e a Suíça (6 934 USD).
Portugal subiu duas posições nesta lista, ocupando o 28.º lugar em 2018, acompanhado do aumento do respetivo índice, face a 2017, de 1 271 USD para 1 490 USD.
‐15%
‐10%
‐5%
0%
5%
10%
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Europa
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América
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Mundo
Vida Não Vida
42
Gráfico 2
2.1.2.2.
O gráfico secom os resincluem osrespetiva fo
Tal como recresceu a ugrupo de ptendo o tot
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2.3 Crescimen
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2 O relatório SLituânia, pelo q
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Portugal
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43
Quotas de mercado ao nível da UE
Da análise do ranking dos países da UE baseado nas respetivas quotas de mercado, é possível concluir que este se manteve quase inalterado entre 2017 e 2018, inclusive em termos dos níveis das quotas.
As únicas alterações a registar consubstanciam-se nas subidas de uma posição da Bélgica, que passou a figurar no 8.º lugar por troca com a Suécia, e de duas da Roménia que passou a ocupar o 20.º lugar, relegando a Eslovénia e a Eslováquia para o 21.º e 22.º lugar, respetivamente.
À semelhança dos anos anteriores, o top 3 dos países com maior quota de mercado, i.e. Reino Unido, França e Alemanha, agregou mais de metade do total da produção da UE (56%). Portugal, tal como no ano anterior, ficou no 15.º lugar, com a sua quota de mercado a manter-se em 1%.
Repetindo esta análise, mas de forma isolada para os segmentos Vida e Não Vida, o top 3 também não sofreu qualquer alteração na sua composição. Deste modo, no ramo Vida, o Reino Unido assume a posição de liderança com 26,4%, com a sua quota a aumentar em 2,8 pontos percentuais face ao ano transato, seguido pela França, com uma quota de 18,5% que decresceu 0,5 pontos percentuais em relação a 2017 e, finalmente, pela Itália que manteve aproximadamente a sua proporção nestes dois anos em cerca de 14,1%.
No âmbito dos ramos Não Vida, a Alemanha reforçou o seu lugar de topo com o aumento da sua quota em 1,1 pontos percentuais, totalizando assim 24% em 2018. Por seu turno, tanto o Reino Unido como a França, que ocupam respetivamente a segunda e terceira posições, assistiram a ligeiros decréscimos nos seus pesos no conjunto destes ramos (0,3 e 0,6 pontos percentuais, pela mesma ordem) cabendo-lhes de 16,7% e 15,4% no ano em apreço.
Portugal manteve a 13.ª posição nestes dois rankings em 2018.
Gráfico 2.4 Quota de mercado na União Europeia
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
Reino Unido22,5%
França17,3%
Alemanha16,2%
Itália11,4%
Holanda5,6% Espanha
5,0%
Irlanda (4,9%)
Bélgica (2,5%)
Suécia (2,5%)
Dinamarca (2,4%)
Luxemburgo (2,2%)
Finlândia (1,8%)
Áustria (1,4%)
Polónia (1,1%)
Portugal (1%)
República Checa (0,5%)
Malta (0,4%)
Grécia (0,3%)
Hungria (0,3%)
Eslovénia (0,2%)
Eslováquia (0,2%)
Roménia (0,2%)
Croácia (0,1%)
Bulgária (0,1%)
Chipre (0,1%)
44
Índice d
Índice d
Gráfico 2
de penetração
de densidade
Contrariandanos, o índEstados-Memanteve a em 2017.
No seio doranking base do Reinoprimeiro lucontrário, dmantendo-que apreseseguindo-se
2.5 Índice de
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2018
Tanto a nívaumento nprimeiros aacréscimo f
Analisando Dinamarca
3 O relatório SLituânia, pelo q
4 O relatório SLituânia, pelo q
do ligeiramendice de penetembros da UE
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o Unido (6,4%ugar e o medesceu duas se a Dinamarcnta o índice de a Grécia (2,2
penetração (Tota
Sigma n.º 4/2015 (d8 (dados de 2017) e S
el da UE4 e dano índice degregados a sufoi ainda mais
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A Finlândia, derar este ranno, em 2018, or a Roménia (
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n.º 3/2017 (dados de
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e 2016),
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nia e à
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45
Índice de penetração vs. Índice de densidade
Luxemburgo (5 001 USD), e a Finlândia (4 926 USD) face à sua posição de 2017. As restantes alterações no presente ranking não foram substanciais.
Tal como no ano anterior, a Roménia apresenta o menor índice de densidade (129 USD), seguindo-se a Bulgária (213 USD), a Croácia (383 USD) e a Hungria (388 USD).
Portugal manteve-se no 14.º lugar em 2018 com um índice de 1 490 USD.
Gráfico 2.6 Índice de densidade (Total de prémios / População residente)
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 4/2015 (dados de 2014), Sigma n.º 3/2016 (dados de 2015), Sigma n.º 3/2017 (dados de 2016), Sigma n.º 3/2018 (dados de 2017) e Sigma n.º 3/2019 (dados de 2018)
O gráfico seguinte ilustra a relação entre os dois índices estudados (de penetração e de densidade) para os países da UE. De um modo geral, constata-se que quanto maior o índice de penetração de seguros, maior será o índice de densidade.
Face aos anos anteriores, não houve nenhuma alteração de relevo em 2018 no que respeita ao posicionamento relativo dos Estados-Membros, continuando a ser possível identificar três grupos de países: aqueles que se concentram na parte inferior esquerda do gráfico, com índices de penetração e de densidade claramente baixos no contexto global; os que acompanham a reta de regressão de forma mais ou menos próxima (onde a Alemanha e a Bélgica se destacam como os que mais se aproximam do modelo, podendo incluir-se, entre outros, Portugal) e os outliers (como é o caso da Dinamarca, do Luxemburgo e da Irlanda).
1 821
1 362
1 161
1 271 1 490
2 964
2 523
2 528
2 614 2 798
2 791
2 412
2 383
2 429 2 655
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
2014 2015 2016 2017 2018
Valo
res e
m U
SD
Portugal Área do Euro União Europeia
46
Proporção entre o ramo Vidae os ramos Não Vida
Gráfico 2.7 Índice de penetração vs. índice de densidade
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
O gráfico seguinte apresenta os pesos dos ramos Vida e Não Vida no âmbito dos diferentes Estados-Membros da UE incluindo-se a informação relativa aos Estados Unidos da América, à China e ao Japão, para referência.
Atendendo à ligeira perda de representatividade do ramo Vida no Luxemburgo (85,5% em 2018 face a 87,7% em 2017), a Irlanda passa a figurar como o país da UE com maior percentagem de negócio correspondente ao ramo Vida (86,7% em 2018, crescimento de 0,1 pontos percentuais face ao ano anterior), ultrapassando o Luxemburgo. Em termos gerais, os restantes países mantiveram as mesmas posições relativas que haviam sido observadas no ano anterior. Entre as exceções, destaca-se a Suécia que desceu duas posições, para o sexto lugar, fazendo com que Itália e Dinamarca subissem um lugar cada. Portugal manteve-se em nono lugar nesta vertente, com uma subida do peso do ramo Vida de 1,5% entre estes dois anos.
Alemanha
Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
Croácia
Dinamarca
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Malta
Polónia
Portugal
Reino Unido
República Checa
Roménia
Suécia
R² = 0,7324
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
5 000
5 500
6 000
6 500
0,0% 2,5% 5,0% 7,5% 10,0% 12,5%
Índice de densidade (em USD
)
Índice de penetração
47
PIB per capita vs. índice de densidade
Gráfico 2.8 Estrutura ramo Vida / ramos Não Vida
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
Seguidamente faz-se uma análise comparativa entre os índices de densidade associados aos segmentos Vida e Não Vida e o PIB per capita de cada Estado-Membro da UE.
Pela análise do gráfico seguinte, é possível constatar que os países com menor PIB per capita tendem a registar um menor índice de densidade. Contudo, à medida que o PIB per capita aumenta e atinge um determinado nível, embora o sentido desta tendência continue a existir, torna-se mais difícil obter um ajustamento satisfatório. Por outras palavras, a função ajustada tende a explicar em maior medida o comportamento dos países menos ricos, embora a correlação positiva entre a riqueza de um país e a procura de produtos de seguros no ramo Vida continue a predominar nos países com maior PIB per capita.
86,7%
85,5%
81,6%
73,6%
73,0%
72,8%
70,0%
64,0%
62,7%
50,2%
46,3%
46,1%
46,1%
42,8%
39,9%
37,7%
36,6%
32,9%
32,4%
31,8%
30,6%
26,4%
20,0%
18,7%
13,8%
72,8%
58,7%
39,7%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Irlanda
Luxemburgo
Finlândia
Itália
Dinamarca
Suécia
Reino Unido
França
Portugal
Bélgica
Hungria
Grécia
Espanha
Chipre
Alemanha
Eslováquia
República Checa
Malta
Áustria
Croácia
Eslovénia
Polónia
Roménia
Holanda
Bulgária
Japão
China
Estados Unidos
Vida Não Vida
48
Portugal apresenta um índice de densidade relativamente elevado face a outros países com níveis de riqueza semelhantes.
Gráfico 2.9 PIB per capita vs. índice de densidade Vida
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
Nesta análise, Portugal tende a aproximar-se da função ajustada e, de uma forma geral, os comportamentos dos países da UE podem ser aproximados pelo modelo representado no gráfico seguinte. As exceções a esta regra são a Holanda e a Irlanda. Na Holanda a comercialização de seguros Não Vida é muito superior àquela que seria expectável, de acordo com o modelo, para o nível de riqueza em causa. O outro outlier, a Irlanda, apresenta a situação contrária.
Alemanha
Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
Croácia Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Itália
Luxemburgo
Malta
Polónia
Portugal
Reino Unido
República Checa
Roménia
Suécia
R² = 0,8463
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
4 500
10 000 20 000 30 000 40 000 50 000 60 000 70 000
Índice de densidade Vida (em USD)
PIB per capita (em USD)
49
Gráfico 2.10 PIB per capita vs. índice de densidade Não Vida
Fonte: Swiss Re, Sigma n.º 3/2019
Deste modo, pode-se concluir que quanto maior o PIB per capita de um país, maior a procura de produtos de seguros. Por cada unidade de incremento da riqueza da população, tenderá a haver um impacto de maior magnitude na procura de produtos Vida, dada a maior elasticidade produzida pela curva ajustada neste segmento (Gráfico 2.9), face à obtida nos ramos Não-Vida (Gráfico 2.10).
2.2. Estrutura do mercado segurador nacional
Na análise efetuada ao longo deste capítulo, é considerada a atividade realizada em território nacional, assim como a desenvolvida pelas empresas de seguros de direito português no estrangeiro em regime de livre prestação de serviços (LPS).
Durante o ano de 2018, a Liberty Seguros foi incorporada noutra empresa do grupo, passando a operar em Portugal como sucursal de uma empresa de seguros com sede na UE, deixando assim de ser supervisionada, ao nível prudencial, pela ASF.
2.2.1. Distribuição das empresas por atividade e forma jurídica
No final do ano 2018 operavam em Portugal, em regime de estabelecimento, 76 empresas de seguros, mais três que em 2017. Com respeito às empresas de direito português, registou-se a fusão por incorporação da Eurovida na Santander Totta Seguros e da Liberty Seguros numa empresa do grupo, passando assim a operar em Portugal como sucursal de uma empresa de seguros com sede na UE. Iniciaram igualmente a sua atividade em Portugal sete sucursais de empresas de seguros com sede na União europeia - AIG Europe S.A., Loyd’s Insurance, Hiscox e Axa
Alemanha
Áustria
Bélgica
Bulgária
Chipre
Croácia
Dinamarca
Eslováquia
Eslovénia
EspanhaFinlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
IrlandaItália
Luxemburgo
MaltaPolónia
Portugal
Reino Unido
República Checa
Roménia
Suécia
R² = 0,7662
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
‐5 000 5 000 15 000 25 000 35 000 45 000 55 000 65 000 75 000
Índice de densidade Não
Vida (em USD
)
PIB per capita (em USD)
50
France IARD (sucursais Não Vida); Axa France Vie e Liberty (sucursais mistas) e Asisa Vida Seguros S.A.U. (sucursal Vida). No mesmo conjunto, assistiu-se à saída da AIG Europe Limited, empresa Não Vida, e da Axeria Prevoyance, empresa mista.
Quadro 2.2 Número de empresas de seguros e de resseguros a operar em Portugal
Tomando como universo o conjunto de empresas de seguros, sediadas e sucursais, que exercem a sua atividade em Portugal, conclui-se que o volume de produção, em 2018, registou um acréscimo na ordem dos 12,2%, o qual resulta de uma evolução de 10% nas empresas supervisionadas pela ASF e do acréscimo de 39,1% da produção das sucursais de empresas com sede na UE. O primeiro grupo representa aproximadamente 90,7% do total do mercado, uma quebra face aos 92,5% em 2017, em virtude de um decréscimo de 6,1 pontos percentuais nos segmentos Não Vida, parcialmente mitigado por um aumento de 0,7 pontos percentuais no ramo Vida. No que concerne a produção das sucursais, observa-se uma evolução, em termos relativos, simétrica, destacando-se, em termos absolutos, o aumento de 345 milhões de euros face a 2017. No entanto, note-se que estas evoluções se encontram fortemente influenciadas pela passagem da Liberty do conjunto das empresas de direito português para as sucursais em 2018. Sem este efeito, o aumento da produção das sucursais seria de apenas 24,5 milhões de euros (2,8%).
Gráfico 2.11 Repartição da produção
Vida Não Vida Mistas Total Vida Não Vida Mistas Total Vida Não Vida Mistas Total
Conjunto 73 73 76
Empresas de direito português 43 43 41
Anónimas 14 23 5 42 14 23 5 42 13 23 4 40
Mútuas 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1
Sucursais de empresas estrangeiras 30 30 35
Com sede na UE 4 19 7 30 4 19 7 30 5 22 8 35
Com sede fora da UE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Empresas de seguros em LPS 570 540 568
2017 20182016
94,2%84,7%
5,8%15,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vida Não Vida
Sediadas Sucursais com sede na UE
51
2.2.2. Po
2.2.2.1.
Face ao verranking daconjunto dee 62,5% emmaior dimenas cinco pcerta medida passagemOcidental S
Para uma concentraçefeito. Assimpor exempnecessárias interpretadmantenha muito próx
O índice dede Hirshma2017 este ín
5 Medida de “dde igualdade ecom apenas u
6 Medida do gempresas do monopólio).
osicionamen
Conjunto
rificado em 20s cinco maioe empresas ob
m 2017), tendoensão a contribposições imedda, influenciad
m da GNB Vidaeguros e Bank
análise maisão do mercad
m, para análiselo), dever-se-ápara o efeito
o per si, permdimensão e imos.
e Gini registouan-Herfindahl andice era de 0
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017, o conjuntores quotas bservou-se um
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ntre a
el de esse
nsão, dades ve ser o que íodos
7) e o 7 (em
tuação ercado
ero de ção de
52
Quadro 2.3 Produção de seguro direto – conjunto da atividade
Em 2018, a quota de mercado dos cinco maiores grupos financeiros que exercem a sua atividade em Portugal em regime de estabelecimento, somou mais 1,4 pontos percentuais, fixando-se assim em 71,7%. Para esta esta evolução contribuiram o aumento de peso do grupo Fosun de 4,2 pontos percentuais, e do Grupo Santander Totta com mais 0,4 pontos percentuais, face a 2017. Destaque igualmente para o alargamento da diferença entre as duas primeiras posições, ocupadas pelo Grupo Fosun e Ageas, agora separados por 19,4 pontos percentuais.
Gráfico 2.12 Produção de seguro direto – conjunto da atividade
2017 2018 Denominação Natureza 2017 2018
1º 1º Fidel idade Mis ta 31,0% 35,2%
2º 2º Ocidenta l Vida Vida 12,2% 10,5%
3º 3º Santander Totta Vida Vida 6,7% 7,6%
4º 4º Seguradoras Unidas Mis ta 6,3% 6,1%
5º 5º Al l ianz Mis ta 6,3% 5,3%
Cinco primeiras empresas 62,5% 64,6%
6º 6º BPI Vida e Pensões Vida 5,5% 3,9%
14º 7º GNB Vida Vida 1,3% 2,8%
9º 8º Ocidenta l Seguros Não Vida 2,6% 2,5%
8º 9º Bankinter Seguros de Vida Mis ta 2,9% 2,4%
n.a. 10º Liberty ‐ sucursa l em Portugal Mis ta n.a. 2,4%
Dez primeiras empresas 76,5% 78,8%
Cinco maiores grupos financeiros 70,3% 71,7%
Empresa de segurosPos icionamento Quota de mercado
35,3%
20,2%
4,8% 7,0%
6,8%
31,5%
18,3%
8,0%
6,3%
6,3%
35,7%
16,3%
8,4%
6,1%
5,3%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Grupo Fosun Grupo Ageas Grupo SantanderTotta
Grupo Apollo Grupo Allianz
Quota de
mercado
2016 2017 2018
Posicionamento dos grupos financeiros
53
Posiciongrupos fi
Quadro 2
namento dos nanceiros no
ramo Vida
2.2.2.2.
A quota de1,1 e 1,5 po92,6%, respé de notar pontos perseguir regpercentuaisacréscimo mercado (farelação aoentidades vgarantiu um
O índice dligeirament(0,7464), e Ocidental Vordem. Porteórico de encarar estarelativamenASF e entra
2.4 Produção
Em relaçãoprimeiros cpor contrapVerificaram-
2017
1º
2º
3º
4º
8º
5º
6º
9º
7º
10º
Pos iciona
Ramo Vid
e mercado doontos percentetivamente. Ea consolidaç
centuais face istou uma
s. Adicionalmede produção ace a 2,1% ems restantes lviu o seu pe
m acréscimo d
de Gini apresete abaixo do v
para o qual Vida e BPI Vida
sua vez, o H0,0357. Apesaas evoluções
nte distorcidasda de novos o
de seguro direto
o à quota deinco registou partida do gr-se ainda situ
2018
1º Fid
2º Oci
3º Sa
4º BP
5º GN
Cin
6º Ba
7º Al l
8º Lus
9º Zu
10º Age
De
Cin
amento
da
o conjunto datuais entre 20Em comparaçãção da posiçã
a 2017. Em sperda de reente, e à sem da GNB Vid
m 2017), evoluçugares do to
eso reduzir-sede 0,4 pontos p
enta, para o verificado em
contribuírama e Pensões eHI evidencia ar do crescimcom alguma s pela saída doperadores co
o – atividade Vida
e mercado da entrada do
rupo Allianz, uações distinta
Denomin
del idade
idental Vida
ntander Totta V
I Vida e Pensõe
NB Vida
nco primeiras emp
nkinter Seguros
ianz
s i tania Vida
rich Vida
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z primeiras empr
nco maiores grupo
Empre
s primeiras ci017 e 2018, coão com a estruão de liderançsentido inversepresentativid
melhança do a que passoução que garanop 10, conclu ligeiramentepercentuais.
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mento face aoprudência, naa Liberty com
om quotas de
os principais o grupo GNB c
cuja quota reas em termos
nação
Vida
es
presas
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resas
os financeiros
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nco e dez emorrespondendoutura verificadça da Fidelidao, o operador
dade superioranking geral,
u a assumir 4ntiu a subida dui-se que a
e, exceto a Lu
em 2018, ummesmo segm
mos de reprpontos percen0,2124, face a
ano anterior,a medida em q
mo entidade sumercado inex
grupos, a hcom a subida eduziu 1,3 pos de evolução
Natureza
Mista
Vida
Vida
Vida
Vida
Mista
Mista
Vida
Vida
Vida
mpresas aumeo agora a 79,
da no ano antade com mair imediatame
or a três po, destaque pa
4,5% de quotde três lugaregeneralidade
usitania Vida,
m valor de 0,6mento de negresentatividadntuais, pela me
um valor mír, 0,1801, deveque se enconupervisionadaxpressivas.
hierarquizaçãode duas posi
ontos perceno de cada um
2017 20
33,7% 4
20,0% 1
11,0% 1
9,0%
2,1%
78,4% 7
4,8%
4,6%
2,0%
2,5%
1,5%
91,1% 9
81,6% 8
Quota de merca
entou 5% e
terior, is 6,3 nte a ontos ara o ta de s. Em
e das que
6990, gócio e da esma nimo emos ntram pela
o dos ções, tuais.
m dos
18
40,0%
16,6%
12,1%
6,3%
4,5%
79,5%
3,9%
3,3%
2,4%
2,1%
1,4%
92,6%
81,7%
ado
54
Concagrega
Gráfico 2
centração no ado Não Vida
grupos finamercado, omanteve a s
2.13 Produção
2.2.2.3.
a) To
De modo seVida apreseligeira tendoperadoras0,3 pontosempresas aexpressivas
O aumentoligeiro aum(0,7850 emconsiderar ade universo
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
G
Quota de mercado
anceiros: enquo Grupo Fosunsua quota de
de seguro direto
Ramos Nã
otal do me
emelhante aoenta uma dispência de conc - Fidelidade percentuais a operar nos, com variaçõe
o da representmento dos índ
2017) e o dea existência d
o entre os ano
36,3%
33,7%
40,0%
Grupo Fosun
uanto os Grupn e GNB regismercado inalt
o – atividade Vida
ão Vida
rcado
o verificado nopersão maior centração. Eme Seguradoraface a 2017
s ramos Não es inferiores a
tatividade doices de conce
e HHI em 0,12e um possíves considerado
22,6%
21,5%
18,1%
Grupo Ageas G
2016
pos Ageas e Bstaram aumenterada.
os anos anterioque no ramo particular, ref
as Unidas,- cu7. No restant
Vida, as evoum ponto pe
s dois maioreentração, fixan246 (0,1233 eml desvio de va
os.
7,2%
12,9%
12,9%
Grupo SantanderTotta
2017 2018
BPI reduziram ntos. Por sua v
ores, a produçVida, apesar
fira-se os casosjas quotas aue conjunto d
oluções foramrcentual.
es operadores ndo o índice dm 2017). Impolores, provoca
7,2%
9,0%
6,3%
Grupo BPI
as suas quotavez, o Grupo T
ção dos ramosde ser visível s das duas ma
umentaram amdas dez prim
m também p
contribuiu pde Gini em 0,orta mais umaado pela mud
2,3%
2,1% 4,5%
Grupo GNB
as de Totta
s Não uma
aiores mbas
meiras ouco
ara o ,7865 a vez
dança
55
Quadro 2.5 Produção de seguro direto – atividade Não Vida
Relativamente à quota de mercado dos principais grupos, o Grupo Fosun continuou a liderar a tabela, com um peso de 28,4%, seguido do Grupo Apollo com 15,2%. Em 2018, verificou-se alguma estabilidade ao nível da produção da atividade Não Vida dos grupos aqui representados.
Gráfico 2.14 Produção de seguro direto – atividade Não Vida
2017 2018 Denominação Natureza 2017 2018
1º 1º Fidel idade Mista 26,9% 27,2%
2º 2º Seguradoras Unidas Mista 14,9% 15,2%
3º 3º Al l ianz Mista 9,0% 8,7%
5º 4º Ocidental Seguros Não Vida 6,7% 6,7%
6º 5º Ageas Seguros Não Vida 6,2% 6,2%
Cinco primeiras empresas 64,4% 64,0%
n.a. 6º Liberty ‐ sucursa l em Portuga l Mista n.a. 6,0%
7º 7º Zurich Insurance Não Vida 5,2% 5,4%
8º 8º Lus i tania Seguros Não Vida 4,1% 4,1%
9º 9º General i Não Vida 3,1% 3,1%
10º 10º Crédi to Agrícola Seguros Não Vida 2,4% 2,4%
Dez primeiras empresas 85,4% 85,1%
Cinco maiores grupos financeiros 70,4% 70,9%
Pos icionamento Empresa de seguros Quota de mercado
28,0%
15,2%
13,2%
8,8%
5,3%
28,0%
14,9%
13,3%
9,0%
5,2%
28,4%
15,2%
13,3%
8,7%
5,4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
Grupo Fosun Grupo Apollo Grupo Ageas Grupo Allianz Grupo Zurich
Quota de
mercado
2016 2017 2018
Posicionamento dos grupos financeiros nos
ramos Não Vida
56
b) Análise da concentração por ramos Não Vida
Tendo presentes as características específicas de cada um dos ramos / modalidades que compõem o segmento Não Vida, procede-se de seguida à análise da concentração ao nível das empresas de seguros que constituem o top 5, em termos de produção de cada um dos segmentos mais relevantes. As empresas não incluídas nesse top 5 foram agregadas no subconjunto Restantes.
Gráfico 2.15 Produção de seguro direto dos principais ramos Não Vida
No ano de 2018, esta modalidade distinguiu-se com o maior aumento da concentração face ao ano anterior. Com efeito, durante este período as cinco maiores empresas passaram a representar 76,4% da produção da modalidade face a 70,3% em 2017. Em termos de estrutura do ranking, verifica-se a entrada da Zurich, consubstanciada na sequência da saída da Liberty, e ainda o reforço das posições ocupadas pela Fidelidade (de 24,4% para 27,8%) e Seguradoras Unidas (de 20,1% para 21,6%), contribuindo para manter uma forte concentração nos dois primeiros lugares.
O conjunto de empresas que constitui o grupo das cinco maiores manteve-se inalterado, sendo apenas de destacar o reforço da posição ocupada pela Fidelidade, que passou de uma quota de mercado de 35,7% para 37,1%. Adicionalmente, note-se que o ramo Doença permanece como o que apresenta a maior concentração, dos ramos Não Vida. Com efeito, as duas primeiras empresas de seguros detêm 60,8% da carteira de mercado.
O grupo de ramos Automóvel experienciou a segunda maior variação no que toca à quota agregada dos cinco maiores operadores, tendo somado mais 5,8 pontos percentuais e atingido os 76,9%. As alterações ao nível da composição do ranking são similares à modalidade Acidentes de Trabalho: substituição do lugar anteriormente alocado à Liberty pela Zurich, e o aumento da representatividade da Seguradoras Unidas e Fidelidade em 2,7 e 2,4 pontos percentuais, respetivamente.
A concentração no grupo de ramos Incêndio e Outros Danos é mais moderada, representando as cinco primeiras empresas 68% do mercado. Este valor é, ainda
27,8%37,1%
26,9% 29,5% 28,0%
8,8%23,7%
7,6%
4,0%
12,8%
8,1%
8,2%
13,7%
9,7%
7,5%
21,0%
8,2%
21,6%
10,9%
13,3%
6,7% 9,1%
6,4%
23,6%18,9% 23,1%
32,0% 27,9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Acidentes deTrabalho
Doença Automóvel Incêndio ResponsabilidadeCivil Geral
Fidelidade Seguradoras Unidas Ocidental Seguros Victoria SegurosAllianz Lusitania Seguros Ageas Seguros LibertyAIG Europe Zurich Insurance Restantes
11,0%12,9%
Acidentes de Trabalho
Doença
Automóvel
Incêndio e Outros Danos
57
assim, ligeiramente superior ao registado em 2017 (66,7%). O aumento de produção e respetiva representatividade foi transversal a todas as empresas que constituem o top 5, e com magnitudes bastantes similares.
Em 2018, registou-se um aumento da diferença entre a posição ocupada pelas duas maiores empresas do mercado, e um crescimento do quarto lugar. Mais concretamente, esta evolução deve-se ao acréscimo de 1,3 e 0,8 pontos percentuais no peso da Fidelidade e Allianz. Em termos de estrutura do ranking das cinco maiores empresas do mercado, esta manteve-se inalterada.
O gráfico seguinte representa a Curva de Lorenz para os segmentos de negócio analisados anteriormente, permitindo confirmar que, em 2018, o ramo Doença foi o que apresentou maior grau de concentração, enquanto os restantes apresentam graus de concentração relativamente similares.
Gráfico 2.16 Curva de Lorenz – concentração dos principais segmentos Não Vida
2.2.3. Efetivos
O número de trabalhadores ao serviço das empresas de seguros e resseguro de direito português, no ano 2018, foi de 8 781 (86,5% do total), dispondo as sucursais de empresas de seguros com sede na União Europeia de 1 367 trabalhadores (13,5%). No que concerne o primeiro grupo de empresas, o número de efetivos reduziu em 6,3%, enquanto no conjunto das sucursais de empresas de seguros estrangeiras sediadas na União Europeia registou-se um aumento de quase 65,8%7.
7 O facto de a Liberty Seguros ter passado a operar em Portugal como sucursal de uma empresa sediada na UE, foi a principal razão para as variações apresentadas. Ao retirar esse efeito, o número de efetivos
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
Quota de mercado acum
ulada
Proporção do n.º de empresas de seguros
Acidentes de Trabalho
Doença
Automóvel
Incêndio
Responsabilidade Civil Geral
Responsabilidade Civil Geral
Concentração nos principais segmentos
Não Vida
58
Gráfico 2.17 Evolução do número de efetivos
De seguida ilustra-se a evolução do nível de produtividade no setor segurador nacional medido pelo rácio entre a produção de seguro direto e o número médio de trabalhadores, por tipo de empresa. Em termos do ramo Vida, a produtividade das empresas de seguros aumentou cerca de 9,6%, fixando-se em 5,163 milhões de euros por trabalhador. Esta variação decorre do efeito combinado do acréscimo de 5,3% do nível da produção e da redução de 3,9% do número de efetivos. No conjunto das empresas Não Vida, a produção de seguro direto e o número médio de trabalhadores registaram acréscimos de 9,0% e 1,3%, respetivamente, dando origem a um rácio de 0,4986 milhões de euros por trabalhador (mais 7,5% do que em 2017). No caso das empresas mistas, o aumento de 17,5% da produção, aliado à redução de 1,3% do número de trabalhadores, resultou, igualmente, numa variação positiva da produtividade destas empresas. Deste modo o rácio global atinge o valor de 1,2952 milhões de euros por trabalhador, o que corresponde a um acréscimo de 12,6%, face ao ano anterior.
das empresas de seguros e resseguro de direito português cresce 6,6%, e o das sucursais de empresas de seguros estrangeiras sediadas na União Europeia diminui 28,6%.
1 000
2 000
3 000
4 000
5 000
6 000
7 000
8 000
9 000
10 000
11 000
2014 2015 2016 2017 2018
Núm
ero de
trab
alha
dores
Sucursais com sede na UE
Sucursais com sede fora da UE
Sociedades anónimas e mútuas de seguros com sede em Portugal
59
Gráfico 2.18 Evolução do rácio de produção de seguro direto / número de trabalhadores
2.2.4. Internacionalização
No que respeita às sucursais de empresas de seguros portuguesas que exercem a sua atividade no estrangeiro, a situação manteve-se inalterada face ao ano anterior, existindo apenas uma entidade a operar fora de Portugal. No ano em apreço, a produção no estrangeiro deste operador apresentou um crescimento de 32,5% face a 2017, cifrando-se em 126,9 milhões de euros. Ao analisar a produção por país, constata-se que Macau e Moçambique contribuíram substancialmente para este aumento. Mais concretamente, a produção nestes países somou mais 30 e 3,7 milhões de euros, face ao ano transato. Dentro da União Europeia, somente França registou um ligeiro acréscimo da produção (aproximadamente um milhão de euros).
Quadro 2.6 Atividade das sucursais de empresas de seguros portuguesas no estrangeiro
No quadro seguinte apresenta-se a distribuição do número de notificações para operar em regime de LPS no estrangeiro. Não se verificando qualquer alteração neste âmbito, relativamente ao ano anterior.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Vida Não Vida Mistas Total
Espanha
França
Luxemburgo
Macau
Moçambique
Total
Mistas Fidelidade 16,0 66,6 0,1 37,7 6,6 126,94
Total 16,0 66,6 0,1 37,7 6,6 126,94
União Europeia Fora da UE
milhões de euros
60
Quadro 2.7 Empresas com notificação para operar em LPS
2.3. Situação económica
2.3.1. Análise setorial
A presente secção é dedicada às empresas de seguros sob a supervisão prudencial da ASF, ou seja, empresas de direito português e sucursais de empresas não comunitárias.
No final de 2018, este universo abrangia 41 entidades, sendo composto por 12 empresas Vida, 24 empresas Não Vida e cinco empresas mistas. Face ao final de 2017, o número de operadores reduziu-se em duas unidades, devido à fusão por incorporação da Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A. na Santander Totta Seguros - Companhia de Seguros de Vida, S.A e à passagem da Liberty Seguros, S.A., para sucursal de uma empresa de seguros com sede na União Europeia, deixando de estar sob a supervisão prudencial da ASF.
Em termos globais, a produção de seguro direto do universo em análise apresentou, pelo segundo ano consecutivo, uma evolução positiva. O valor total da produção ascendeu aos 11 925 milhões de euros, o que reflete uma subida de 10% em relação ao ano anterior. Esta variação deveu-se sobretudo à produção do ramo Vida, que cresceu 15,9%, enquanto os prémios brutos emitidos dos ramos Não Vida registaram um aumento de 0,2%. No entanto, é de assinalar que sem considerar a produção da Liberty Seguros, S.A. de 2017, e desta forma comparando universos equivalentes, as percentagens seriam de 16,5% e 8,4%, respetivamente.
Alemanha
Áustria
Bélgica
Dinam
arca
Espanha
França
Grécia
Hungria
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Noruega
Países Baixos (Holanda)
Polónia
Reino Unido
Roménia
Suécia
Total
Vida BPI Vida e Pensões 1 ‐ 1 ‐ 1 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1 6
Generali Vida 1 1 1 1 1 1 ‐ ‐ 1 1 1 ‐ 1 ‐ 1 ‐ ‐ 11
GNB Seguros Vida ‐ ‐ ‐ ‐ 1 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 2
Ocidental Vida ‐ ‐ 1 ‐ 1 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ 5
Victoria Vida ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1
Não Vida Abarca ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 2
Cosec 1 ‐ ‐ 1 1 1 ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ 1 1 1 ‐ ‐ 8
Generali, S.A. 1 1 1 ‐ 1 1 ‐ 1 1 1 1 ‐ ‐ 1 1 1 ‐ 12
Lusitania Seguros 1 ‐ 1 ‐ 1 1 ‐ ‐ ‐ 1 1 1 1 1 1 ‐ ‐ 10
Mapfre Gerais ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1
Mútua Pescadores ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1
Victoria Seguros ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1
Mistas Fidelidade 1 ‐ 1 ‐ ‐ 1 1 ‐ ‐ 1 2 ‐ 1 ‐ 1 ‐ ‐ 9
Real Vida ‐ ‐ 1 1 ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ 1 ‐ ‐ ‐ ‐ 5
Seguradoras Unidas ‐ ‐ ‐ ‐ 1 1 ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 1 ‐ ‐ 3
Total 6 2 7 3 12 11 1 1 2 6 8 1 5 3 7 1 1 77
País de destino
Produção
61
Gráfico 2.19 Evolução da produção – ramo Vida e ramos Não Vida
Quadro 2.8 Produção do ramo Vida e dos ramos Não Vida
Na sequência das evoluções descritas, o peso do ramo Vida no total da produção incrementou 3,3 pontos percentuais, para 65,2%.
Gráfico 2.20 Peso na carteira – ramo Vida e ramos Não Vida
Após uma recuperação, em 2017, para ambos os segmentos de negócio, o resultado da conta técnica continuou a exibir uma melhoria relativamente aos ramos Não Vida, de 121 milhões de euros, enquanto o resultado da conta técnica
‐30%
‐20%
‐10%
0%
10%
20%
30%
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Ramo Vida Ramos Não Vida Taxa de crescimento global
mi lhões de euros 2017 2018
Total 10 845 11 925
Ramo Vida 6 710 7 779
Prémios brutos emitidos de contratos de seguro 2 457 2 939
Entregas de contratos de investimento 4 252 4 840
Ramos Não Vida 4 135 4 145
Prémios brutos emitidos de contratos de seguro 4 135 4 145
Entregas de contratos de prestação de serviços 0 0
Ramo Vida
65,2%
Ramos Não Vida
34,8%
Resultados técnicos
62
Vida diminuiu 56 milhões de euros. Consequentemente, o resultado da conta técnica global passou de 479 para 543 milhões de euros em 2018.
Gráfico 2.21 Resultados técnicos – ramo Vida e ramos Não Vida
Do conjunto de 17 empresas que exploravam o ramo Vida apenas três obtiveram resultados técnicos negativos, acumulando um prejuízo de 46 milhões de euros, face a um valor total de resultados técnicos positivos das restantes entidades de 405 milhões de euros.
Gráfico 2.22 Resultados técnicos do ramo Vida
Quanto às empresas com negócio Não Vida, sete em 28 apresentaram resultados técnicos negativos, num total de 40 milhões de euros. A soma dos resultados técnicos positivos fixou-se nos 225 milhões de euros.
‐100
0
100
200
300
400
500
600
700
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Resultado da conta técnica Vida Resultado da conta técnica Não Vida Resultado da conta técnica
14 3
(100)
0
100
200
300
400
500
Positivos Negativos
Milhões de euros
N.º de empresas Resultados técnicos
63
Gráfico 2.23 Resultados técnicos dos ramos Não Vida
O resultado da conta não técnica regressou, em 2018, a terreno positivo, com um aumento de 168 milhões de euros face ao ano anterior, impulsionado pela rubrica Rendimentos de investimentos, a qual teve uma variação de 102 milhões de euros.
Quadro 2.9 Estrutura da Conta não técnica
Em termos agregados, atendendo a que tanto o resultado da conta técnica como o resultado da conta não técnica apresentaram uma evolução positiva em 2018, o resultado líquido do exercício também exibiu uma melhoria, com um aumento de 142 milhões de euros, para 466 milhões de euros. Contudo, numa perspetiva individual, para nove das 41 empresas de seguros foi apurado um resultado líquido do exercício negativo, no seu total de cerca de 100 milhões de euros.
21 7
(100)
(50)
0
50
100
150
200
250
Positivos Negativos
Milhões de euros
N.º de empresas Resultados técnicos
mi lhões de euros 2017 2018
Resul tado da conta técnica Vida 415 359
Resul tado da conta técnica Não Vida 64 184
Resultado da conta técnica 479 543
Rendimentos l íquidos de gastos e ganhos l íquidos de perdas de investimentos 27 129
Perdas de imparidade l íquidas de reversão 34 (29)
Outras provisões (variação) 5 (3)
Outros rendimentos/gastos (3) (7)
Goodwill negativo reconhecido imediatamente em ganhos e perdas (0) 0
Resultado da conta não técnica (15) 153
Imposto sobre o rendimento do exercício 140 230
Resultado líquido do exercício 324 466
64
Produçãoo do ramo Vida
2.3.2. Ex
2.3.2.1.
A produçãoem termos conforme s
Os prémiosessa variaçligados (de34,5%). As epositiva, deprodução d14,6%).
Em suma, aPPR não ligtendo no se
Em sentidoa sua produ
Por último,temporáriovida inteira sendo de estrutura da
8 16,5% se retiprudenciais pe
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Ramo Vid
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os na
termos
65
Quadro 2.10 Estrutura da carteira do ramo Vida
As principais alterações na estrutura da produção do ramo Vida entre 2017 e 2018 consubstanciaram-se no aumento em 11 pontos percentuais do peso dos PPR não ligados, tendo em sentido inverso a fatia relativa a capitais diferidos ligados encolhido em 9,8 pontos percentuais.
milhões de euros 2017 2018
Prémios brutos emitidos de seguro direto de contratos de seguro 2 457 2 939
Não ligados a fundos de investimento 2 427 2 926
Rendas 183 142
Tradiciona is , excepto rendas 744 751
Vida intei ra e mistos 20 17
Temporários 724 734
Financeiros com participação nos resul tados 522 682
Capi ta is diferidos 481 647
Universal life 41 34
Financeiros sem participação nos resultados 0 0
Capi ta is diferidos 0 0
Universal life 0 0
PPR 857 1 238
Complementares 120 112
Ligados a fundos de investimento 31 14
Capi ta is Diferidos 31 13
PPR 0 0
Outros seguros 0 0
Operações de Capitalização 0 0
Não l igadas a fundos de investimento 0 0
Entregas de contratos de investimento 4 252 4 840
Não ligados a fundos de investimento 2 205 3 149
Capi ta is diferidos 1 226 1 405
PPR 979 1 744
Ligados a fundos de investimento 2 046 1 690
Capi ta is Diferidos 1 676 1 225
PPR 370 465
Outros seguros 0 0
Operações de Capitalização 1 1
Não l igadas a fundos de investimento 1 1
Ligadas a fundos de investimento 0 0
Total 6 710 7 779
66
Gráfico 2.24 Estrutura da carteira de prémios e entregas do ramo Vida (excluindo complementares)
A análise da repartição da produção entre as apólices celebradas em 2018 e apólices em carteira permite concluir que, em ambos os casos, houve uma variação positiva, no primeiro conjunto de 19,9% e no segundo de 5,7%. A produção das novas apólices representou quase 75% do valor total, um crescimento de 2,5 pontos percentuais comparativamente ao ano transato.
Gráfico 2.25 Produção nova – ramo Vida
Em 2018 foram lançados 104 novos produtos, menos 57 que em 2017.
Os capitais diferidos ligados foram o tipo de produto com maior redução da oferta, com uma quebra de 37 unidades. Ainda assim, foram colocados em comercialização 50 novos produtos desta natureza, quase metade do número total.
É de destacar ainda que do universo dos 104 novos produtos, apenas 63 se mantinham em comercialização no final do ano.
Rendas1,9%
Vida inteira e mistos0,2%
Temporários9,6%
Universal life0,4%
PPR não ligados38,9%
PPR ligados6,1%
Operações de capitalização
0,01%
Capitais diferidos não
ligados26,8%
Capitais diferidos ligados16,1%
7 4565 913
4 690 4 8445 806
2 793
2 565
1 814 1 866
1 973
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Produção nova Produção relativa a apólices em carteira
Produção nova
Caraterização dos produtos novos
67
Quadro 2.11 Produtos novos – ramo Vida
No que concerne aos contratos de seguro não ligados, o valor total da provisão matemática aumentou 0,7% face a 2017, ascendendo a cerca de 14,7 mil milhões de euros no final do ano.
A variação positiva deveu-se quase exclusivamente ao comportamento da provisão matemática dos PPR, que progrediu 6,7%, tendo nos restantes tipos de produto sido verificada uma redução ou manutenção do nível. Consequentemente, a proporção dos PPR incrementou três pontos percentuais, passando a representar mais de metade do total da provisão matemática.
Gráfico 2.26 Provisão matemática por tipo de produto
N.º de produtos N.º de empresas
Contratos de seguro
Não ligados a fundos de investimento
Rendas 6 3
Vida inteira ‐ ‐
Temporários 21 5
Capi ta is diferidos 8 5
PPR 2 2
Mistos 1 1
Universal Life 1 1
Ligados a fundos de investimento
Capi ta is diferidos 6 1
PPR ‐ ‐
Contratos de investimento
Não ligados a fundos de investimento
Capi ta is diferidos 5 2
PPR 1 1
Operações de capita l i zação ‐ ‐
Ligados a fundos de investimento
Capi ta is diferidos 44 7
PPR 9 2
Operações de capita l i zação ‐ ‐
0
2 500
5 000
7 500
10 000
12 500
15 000
17 500
2017 2018
Milhões de euros
Rendas Capitais diferidos Temporários
PPR Operações de capitalização Vida inteira
Mistos Universal life Outros
Provisão matemática
68
A análise seguinte visa caraterizar o negócio Vida, tendo por base algumas estatísticas que procuram evidenciar a respetiva dimensão. Não são incluídos, no entanto, as operações de capitalização e os seguros complementares.
Em 2018, os seguros individuais acumularam 81% do total da produção do ramo Vida, aglomerando, no final do ano, 55% do total de pessoas seguras e participantes9.
Face ao ano anterior, a produção cresceu 21,1%, ultrapassando os 6,2 mil milhões de euros, enquanto o número de pessoas seguras e participantes registou um decréscimo próximo dos 50 mil, fixando-se em torno dos 4 359 mil indivíduos. Essa população encontra-se maioritariamente distribuída entre os PPR (41%), seguros temporários (36,4%) e capitais diferidos (20,4%).
Relativamente a esses produtos é de destacar o aumento do valor médio dos prémios / entregas para os PPR, que ascendeu de 1 265 para 1 930 euros, e para os capitais diferidos, que passou de 2 523 para 2 659 euros. Para os seguros temporários, o valor médio manteve-se próximo do de 2017.
Quanto aos capitais seguros / passivos financeiros, apenas foram observados aumentos ao nível dos PPR (de 11,6%) e dos temporários (de 3,7%). O valor médio por indivíduo para esses casos situou-se, respetivamente, nos 10 351 euros e 26 327 euros, que compara com os valores de 9 437 e 25 836 em 2017.
No âmbito dos seguros de grupo, a produção cifrou-se, tal como no ano anterior, em cerca de 1 460 milhões de euros. Por outro lado, o número de pessoas seguras e participantes apresentou uma diminuição próxima dos 155 mil, para cerca de 3 573 mil indivíduos, ainda que o número de contratos tenha aumentado ligeiramente.
Os temporários são a categoria mais significativa em termos do número de pessoas seguras, concentrando 88,4% do total de indivíduos (87,7% em 2017). Considerando que respetiva produção incrementou 0,4% e a população abrangida retraiu 3,3%, o prémio médio por pessoa segura aumentou de 156 para 162 euros.
Também ao nível dos capitais seguros, os temporários ocupam uma posição de destaque, acumulando 92,7% do total, não obstante a quebra de 2,7% face ao valor de 2017.
O valor médio do capital por pessoa segura em relação aos temporários situou-se nos 29 186 euros, que compara com 29 013 em 2017.
9 Note-se que este número se encontra sobrestimado, na medida em que foram contabilizados todos os contratos, não tendo sido corrigidos os casos em que o mesmo indivíduo detém mais do que um contrato.
Seguros de grupo
Seguros individuais
69
Quadro 2.12 Estatísticas da carteira de mercado – seguros contabilizados como contratos de seguro
Quadro 2.13 Estatísticas da carteira de mercado – seguros contabilizados como contratos de investimento
O resultado da conta técnica do ramo Vida apresentou uma descida de 56 milhões de euros face a 2017, cifrando-se em 359 milhões de euros. De entre as rubricas que apresentam uma maior variação em termos absolutos, contribuíram para esta diminuição do resultado a rubrica variação da provisão matemática, com um incremento de 680 milhões de euros, tendo, no entanto, este efeito sido mitigado pelo comportamento dos prémios brutos emitidos, com um aumento de 482 milhões de euros, e dos montantes pagos, com uma diminuição de 177 milhões de euros. Contribuíram ainda para o decréscimo do resultado técnico o abrandamento da quebra da atribuição de participação nos resultados e o aumento dos custos e gastos de exploração.
milhares de euros
Prémios brutos
emitidos
Provisões de
balanço
Número de
contratos
Número de
pessoas
seguras
Capita l ou
renda anual
segura
Individuais 1 886 998 11 469 146 2 660 819 2 906 998 55 819 342
Seguros de rendas 126 440 446 368 11 962 12 494 37 557
Seguros de capitais 1 760 559 11 022 778 2 648 857 2 894 504 55 781 785
Vida intei ra 1 442 10 635 3 674 3 870 32 647
Capi ta is diferidos 255 530 2 462 283 186 255 186 019 2 544 877
Mistos 10 446 125 922 29 537 32 546 231 360
Temporários 220 931 91 578 1 345 848 1 588 765 41 827 569
Seguros do tipo Universal life 34 179 301 355 40 158 45 008 987 112
PPR 1 238 031 8 031 005 1 043 385 1 038 296 10 158 220
Grupo 940 282 4 050 823 550 289 3 437 462 95 887 940
Seguros de rendas 15 881 386 385 2 283 13 565 48 093
Seguros de capitais 924 401 3 664 438 548 006 3 423 897 95 839 847
Vida intei ra 321 2 638 14 2 305 4 800
Capi ta is diferidos 405 650 3 483 793 7 415 256 031 3 532 077
Mistos 4 950 22 073 930 4 409 59 317
Temporários 513 249 152 605 538 921 3 160 398 92 240 198
Seguros do tipo Universal life 231 3 328 726 754 3 455
milhares de euros
EntregasPass ivos
financeiros
Número de
contratos
Número de
participantes
Individuais 4 320 358 20 314 176 1 495 394 1 452 432
Capita is di feridos 2 111 232 11 979 597 738 101 704 189
Seguros do tipo Universal life 0 88 10 10
PPR 2 209 126 8 334 490 757 283 748 233
Grupo 518 848 3 596 104 561 135 730
Capita is di feridos 518 848 3 596 104 561 135 730
Evolução da conta técnica do ramo Vida
70
Quadro 2.14 Estrutura da Conta técnica do ramo Vida
De seguida, procede-se à análise da sinistralidade do ramo Vida. Importa notar que nos quadros seguintes exibe-se, a título de referência, os dados relativos aos contratos de investimento, embora os respetivos custos com sinistros, tal como as entregas correspondentes efetuadas pelos tomadores, não concorram para o resultado técnico.
No cômputo geral, os custos com sinistros de seguro direto de contratos de seguro decresceram 8,3% e os montantes pagos aumentaram 9,6%.
milhões de euros 2017 2018
Prémios l íquidos de resseguro 2 225 2 703
Prémios brutos emitidos 2 458 2 940
Prémios de resseguro cedido 233 237
Comissões de contratos de investimento 101 90
Variação da provisão matemática ( 393) 287
Variação de outras provisões técnicas 40 53
Montantes pagos 2 408 2 231
Variação da provisão para s inis tros 59 25
Participação nos resul tados atribuída 97 88
Participação nos resul tados a atribuir ( 38) ( 1)
Sa ldo de resseguro cedido ( 80) ( 82)
Custos e gastos de exploração 471 486
Rendimentos e ganhos l íquidos de investimentos 671 776
Perdas de imparidade l íquidas de reversão 101 206
Outros rendimentos/ganhos l íquidos de gastos/perdas 10 9
Resultado da conta técnica 415 359
Custos com sinistros
71
Quadro 2.15 Desagregação dos Custos com sinistros e dos Montantes pagos por tipo de produto
O motivo mais frequente de término dos contratos foi o vencimento, acumulando 45,3% do total dos custos com sinistros de contratos de seguro e dos montantes pagos de contratos de investimentos (36,7% em 2017), seguindo-se de perto os resgates com uma proporção de 44,3% (51% em 2017).
Em termos globais, os vencimentos aumentaram 26,9%, conduzindo a um incremento de 1,5 pontos percentuais na taxa anual de vencimentos, que se fixou nos 7,8%. Por outro lado, houve uma redução de 10,8% dos resgates, tendo a taxa anual de resgates decrescido 1,1 pontos percentuais, para 7,7%.
Quadro 2.16 Evolução dos vencimentos e resgates
Relativamente aos seguros temporários, os prémios brutos emitidos aumentaram 1,6%, enquanto os custos com sinistros reduziram 3,9%. Consequentemente, a taxa de sinistralidade reduziu 1,2 pontos percentuais, para 21,2%.
milhões de euros Vencimento MorteResgate /
ReembolsoOutras
(2) Total
Custos com sinistros de seguro direto de contratos de seguro (1) 900 254 879 204 2 238
Não ligados a fundos de investimento 888 250 868 204 2 211
Rendas 0 0 105 57 163
Tradicionais , excepto rendas 25 143 5 13 186
Vida intei ra e mistos 25 1 5 0 30
Temporários 0 142 0 13 156
Financeiros com participação nos resul tados 482 52 443 6 983
Capita is di feridos 464 51 427 6 947
Universal life 18 1 17 0 35
Financeiros sem participação nos resul tados 4 0 1 0 5
Capita is di feridos 4 0 1 0 5
Universal life 0 0 0 0 0
PPR 378 50 314 35 777
Complementares 0 5 0 93 98
Ligados a fundos de investimento 11 4 11 0 26
Capita is di feridos 11 4 11 0 26
PPR 0 0 0 0 0
Outros seguros 0 0 0 0 0
Operações de capitalização 1 0 0 0 1
Não l igadas a fundos de investimento 1 0 0 0 1
Montantes pagos de contratos de investimento 2 106 177 2 060 53 4 396
Não ligados a fundos de investimento 1 144 108 1 335 47 2 633
Capita is di feridos 860 58 1 017 2 1 938
PPR 283 50 318 44 696
Ligados a fundos de investimento 962 69 725 6 1 762
Capita is di feridos 941 63 660 0 1 664
PPR 20 6 65 6 98
Universal life 0 0 0 0 0
Operações de capitalização 1 0 0 0 1
Não l igadas a fundos de investimento 1 0 0 0 1
Ligadas a fundos de investimento 0 0 0 0 0
Total 3 006 431 2 939 257 6 634(1) Não inclui custos de gestão de sinist ros imputados
(2) Inclui o valor pago referente a rendas anuais
milhões de euros
C. Seguro C. Invest. C. Seguro C. Invest.
Provisão matemática e outras (1)/ Pass ivos financeiros
(2) 14 983 22 604 14 705 23 637
Vencimentos (3)
734 1 634 900 2 106
Resgates (3)
1 176 2 117 879 2 060
Taxa anual vencimentos 4,9% 7,2% 6,1% 8,9%
Taxa anual resgates 7,9% 9,4% 6,0% 8,7%(1)Provisão para seguros e operações em que o ri sco de investimento é suportado pelo tomador de seguro
(2)No final do exercício anterior
(3) Não inclui custos de gestão de s inis tros imputados
20182017
Taxa de sinistralidade
72
Participr
Gráfico 2
Gráfico 2
pação nos resultados
2.27 Sinistralid
À semelhande baixas tcálculo dascontratos d
Esta tendêdiferentes mmaiores dec
De igual fo0,2 pontos 0,1 pontos
2.28 Distribuiçãnão ligado
O valor dresultados matemáticadecresceu 1de produto2018.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Milhões de euros
C
ade nos seguros t
nça do que temtaxas de juro, s provisões me seguro, apre
ncia foi transmagnitudes. Ocréscimos, de
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2014
Custos com sinistros
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0,4 e 0,3 pont
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2015
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2016
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2017 20
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20%
21%
22%
23%
24%
25%
26%
27%
28%
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Taxa
de sinistralidade
e sinistralidade total
iente as no a de
1,3%.
com aram
duziu esceu
eguros
nos visão
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73
Gráfico 2.29 Participação nos resultados
Os resultados distribuídos, que têm vindo a apresentar uma trajetória descendente desde 2014, totalizaram no ano em análise cerca de 82 milhões de euros, o que reflete uma redução de 12,2% face a 2017.
A distribuição por aumento da provisão matemática continuou a ser a forma mais representativa, embora o seu peso se tenha reduzido em 3,5 pontos percentuais comparativamente com o ano anterior. Em sentido inverso, a percentagem relativa ao pagamento aos beneficiários incrementou 4,8 pontos percentuais, passando a corresponder a mais de um quarto dos resultados distribuídos.
Gráfico 2.30 Resultados distribuídos
No final de 2018, o valor da provisão matemática das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais correspondia a aproximadamente 284 milhões de euros, encontrando-se abrangidos cerca de 20 mil participantes.
0,0%
0,2%
0,4%
0,6%
0,8%
1,0%
0
50
100
150
200
250
2014 2015 2016 2017 2018
Rendibilidade financeira
(participação
nos resultados)
Milhões de euros
Provisão para participação nos resultados atribuída no fim do exercícioParticipação nos resultados do exercício (atribuída) SDResultados distribuídos no exercícioPart. Result. Atrib. / [(Prov. Matem. (n‐1) + Prov. Mat. (n))/2]
64,7%6,3%
3,2%
25,8%
Por aumento da provisão matemática Por aumento das importâncias seguras
Por diminuição dos prémios Por pagamento
Planos de pensões profissionais
financiados por apólices de seguro
74
Tal como se pode constatar pelo gráfico seguinte, o valor da provisão matemática manteve-se, em termos globais, relativamente estável no período em análise. No entanto, é de destacar que o peso dos planos de contribuição definida tem vindo a crescer gradualmente, passando de 59,6%, em 2014, para 64,7%, em 2018.
Gráfico 2.31 Valor das provisões matemáticas das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais, por tipo de plano
O número de participantes tem vindo a apresentar uma trajetória descendente, com uma redução de 4,1% entre 2017 e 2018. Esta tendência tem sido mais acentuada nos planos de contribuição definida, o que contrasta com a observação relativa à evolução do valor das provisões matemáticas. Com efeito, em termos da população abrangida, o peso dos planos de contribuição definida desceu de 86,9%, em 2014, para 85,2%, em 2018.
Gráfico 2.32 Número de participantes das apólices de seguro que financiam planos de pensões profissionais, por tipo de plano
A distribuição por tipo de seguros não sofreu alterações significativas face a 2017, continuando os capitais diferidos a ser o principal produto utilizado no financiamento de planos de pensões profissionais.
0
50
100
150
200
250
300
350
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Benefício definido Contribuição definida
3 350 3 536 3 110 2 985 2 962
22 135 21 819
18 015 17 91217 077
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Benefício definido Contribuição definida
75
Produção
Gráfico 2
o dos ramos Não Vida
2.33 Repartiçãoseguro qu
Por último, direito de matemática
2.3.2.2.
Em 2018, omanteve a 10,3 milhõerefletindo oo universo 2018, i.e. retdireto em 2a evolução durante o a
Fazendo umdurante essegmentos peso (1,2 e Automóvel percentuais
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Vida o os os de amos ontos
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fe
76
Gráfico 2.34 Estrutura da carteira de prémios Não Vida
O Resultado da conta técnica Não Vida totalizou 184,3 milhões de euros em 2018, evidenciando um crescimento muito significativo face a 2017 (na ordem de 189,2%). Como será detalhado mais à frente, observaram-se melhorias importantes no desempenho operacional de alguns ramos, explicando, em grande medida este aumento tão expressivo.
Tal é visível ainda na relação entre o Resultado da conta técnica e os Prémios emitidos, já que o rácio em causa passou de 1,3% em 2017 para 3,8% em 2018. Esta variação ficou a dever-se ao acréscimo do Resultado técnico substancialmente superior ao crescimento da produção.
Tendo em conta que a saída da Liberty Seguros tem um impacto decisivo em alguns dos ramos analisados, optou-se por apresentar o quadro com a estrutura da Conta técnica Não Vida de seguro direto com a inclusão de um novo vetor, onde os dados de 2017 excluem a informação da referida entidade, permitindo, assim, fazer uma análise comparativa com o ano de 2018 mais eficiente.
Ao efetuar este exercício, é possível perceber que as diferenças ocorrem essencialmente ao nível da produção de seguro direto. Enquanto a simples comparação do total de Prémios brutos emitidos entre 2017 e 2018 poderia indicar descidas em todos os ramos com exceção de Acidentes e Doença, na realidade estes decréscimos foram apenas motivados pela saída da entidade em causa, já que expurgando este efeito, observam-se, pelo contrário, subidas dos prémios em todos os ramos, com exceção dos Transportes, que inclui Mercadorias Transportadas, Marítimo e Transportes e Aéreo, onde a produção se manteve estável.
Automóvel34%
Doença19%
Acidentes20%
Diversos5%
R. Civil Geral3%
Incêndio e Outros Danos18%
Transportes1%
Evolução da conta técnica dos ramos Não
Vida
77
Quadro 2.17 Estrutura da Conta técnica Não Vida – seguro direto
A desagregação do Resultado da conta técnica Não Vida permite compreender melhor a sua evolução. A função operacional cresceu em 331,5 milhões de euros, passando assim para campo claramente positivo (em 2017 era de -49,3 milhões de euros). Esta evolução deveu-se essencialmente à modalidade Acidentes de Trabalho e ao grupo de ramos Incêndio e Outros Danos o qual, em 2017, foi severamente prejudicado pelos incêndios florestais de grandes proporções que assolaram o país.
Já o saldo de resseguro cedido e a função financeira sofreram alguma deterioração, em 153,2 milhões e 55,6 milhões de euros, respetivamente, estando o comportamento do primeiro também relacionado com os referidos eventos catastróficos de 2017.
milhões de euros 2017 2017(*) 2018
Prémios emitidos de seguro direto 4 135 3 823 4 145
Acidentes e Doença 1 527 1 468 1 623
Incêndio e Outros Danos 756 689 740
Automóvel 1 480 1 329 1 426
Transportes 48 46 46
Responsabi l idade Civi l Geral 101 98 101
Diversos 224 194 211
Prémios adquiridos de seguro direto 4 083 3 773 4 078
Montantes pagos / Prémios adquiridos 66,3% 66,9% 68,1%
Taxa de s inis tra l idade (Cus tos com s inis tros / Prémios adquiridos) 74,9% 75,7% 69,6%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (**) ‐2,4% ‐2,0% ‐5,6%
Custos de exploração / Prémios emitidos 25,8% 25,4% 24,7%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 5,3% 5,5% 4,8%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 0,5% 0,5% 1,1%
Resultado da conta técnica / Prémios emitidos (**) 1,3% 1,4% 3,8%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos) (**) 22,6% 22,8% 22,9%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro cedido (**) 73,4% 76,1% 60,6%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos) (**) 12,9% 13,8% 13,8%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro acei te 82,6% 82,6% 74,1%(*) Excluindo a Liberty Seguros
(**) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
78
Gráfico 2.35 Decomposição do Resultado técnico dos ramos Não Vida
A evolução positiva no campo operacional é naturalmente refletida na variação do rácio combinado de seguro direto líquido de resseguro, o qual caiu 4,2 pontos percentuais face a 2017, mantendo-se, ainda assim, acima do patamar de 100% (100,5%).
Apesar de continuar a apresentar o valor do rácio combinado mais elevado, a modalidade de Acidentes de Trabalho obteve a evolução mais favorável, conseguindo uma redução de 16,8 pontos percentuais no seu rácio, que se fixou em 106,9%. Por seu turno, o ramo de Responsabilidade Civil Geral e o grupo de ramos Incêndio e Outros Danos também verificaram descidas neste indicador (em 5,9 e 5,7 pontos percentuais, respetivamente) fazendo com que este último se colocasse abaixo do patamar de 100% (97,7%). Desta forma, a par com Acidentes de Trabalho, apenas o grupo de ramos Automóvel se manteve acima de 100% em 2018 (103,3%), apesar de ter registado um ligeiro decréscimo de 2,1 pontos percentuais.
‐500
‐400
‐300
‐200
‐100
0
100
200
300
400
500
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Outros técnicos Função financeira
Saldo resseguro cedido Função operacional ‐ Resseguro aceite
Função operacional ‐ Seguro direto Resultado técnico
Rácio combinado
79
R
Evolução doe dos salário
Gráfico 2
Resseguro
s prémios os seguros
2.36 Rácio com
O rácio endesfavorávepontos perc
As taxas de percentuais
Devido à modalidadesubsecções
a) Acid
Em 2018, exclusivametermos prucrescimentoembora emevidencia u
Os Prémiosmagnitude sob a super
Em resultadPrémios bruum aument
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o número ente pela saí
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m menor escma subida de
s brutos emitido aumento
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do das evoluçutos emitidosto de 0,1 pont
Não Vida
de resseguro va das empres -5,6%.
de cedência deente, para 13,8
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Trabalho
de apólices ída da Liberta ASF, uma v
vel em 3,4%. Tacala (0,4%) e,e 5,7%.
dos registaramo tenha sido sem 2018 (14,1
ções referidass e os saláriostos percentua
cedido e ossas de seguros
e resseguro au8% e 22,9%.
segurador naa análise foca
sofreu umay Seguros dovez que excluambém o valo
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re os nde a
80
Gráfico 2.37 Prémios brutos emitidos, salários seguros e tarifa média – modalidade Acidentes de Trabalho
Quadro 2.18 Estrutura da Conta técnica da modalidade Acidentes de Trabalho – seguro direto
A taxa de sinistralidade de seguro direto de Acidentes de Trabalho desceu 14,9 pontos percentuais, fixando-se em 84,4% – a primeira vez abaixo dos 100%, no horizonte em análise. O efeito combinado do aumento dos Prémios adquiridos com o decréscimo dos Custos com sinistros permitiu esta melhoria em termos globais.
453 517 583 661 702
37 53742 340
44 96147 962 47 769
0,0%
0,2%
0,4%
0,5%
0,7%
0,9%
1,1%
1,3%
1,5%
1,6%
1,8%
2,0%
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
45 000
50 000
55 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Prémios brutos emitidos Salários seguros Tarifa média
mi lhões de euros 2017 2018
Prémios emitidos de seguro direto 661 702
Prémios adquiridos de seguro direto 656 698
Montantes pagos / Prémios adquiridos 77,7% 70,4%
Taxa de s ini s tra l idade (Custos com s inis tros / Prémios adquiridos) 99,4% 84,4%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (*) ‐1,4% ‐1,2%
Custos de exploração / Prémios emitidos 22,9% 21,3%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 15,3% 9,7%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 0,6% 2,4%
Resul tado da conta técnica / Prémios emitidos (*) ‐5,5% 2,2%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos ) (*) 3,5% 4,1%
Taxa de s ini s tra l idade do resseguro cedido (*) 50,0% 61,2%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos ) (*) 0,1% 0,1%
Taxa de s ini s tra l idade do resseguro aceite 118,9% 71,8%
(*) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
Sinistralidade
81
Gráfico 2.38 Evolução da taxa de sinistralidade – modalidade Acidentes de Trabalho
Analisando a repartição dos Montantes pagos da modalidade de Acidentes de Trabalho, constatou-se uma redução do peso de outras prestações e custos de dois pontos percentuais. Em contrapartida, as pensões viram a sua importância subir em 1,8 pontos percentuais, embora a componente de pensões remidas se tenha mantido praticamente inalterada em termos relativos.
Gráfico 2.39 Montantes pagos – modalidade Acidentes de Trabalho
Retirando o efeito da saída da Liberty, o valor da Provisão para sinistros, apresentou um crescimento de 4,6%, mantendo a tendência dos últimos anos. O mesmo se pode afirmar relativamente à Provisão matemática, que teve um aumento de 5,6%, passando a corresponder a 75% do total da Provisão para sinistros, i.e. mais 0,6 pontos percentuais do que em 2017.
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
110,0%
120,0%
130,0%
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Prémios adquiridos (SD) Custos sinistros (SD) Taxa sinistralidade
Outras Prestações e Custos60,5%
Assistência Vitalícia3,1%
Pagas17,7%
Remidas18,7%
Pensões36,4%
82
Gráfico 2.40 Evolução da Provisão para sinistros – modalidade Acidentes de Trabalho *
(*) Excluindo a Liberty
Ao analisar a estrutura da Provisão para sinistros, em 2018, verifica-se que as pensões presumíveis viram a sua representatividade aumentar em cerca de 1,8 pontos percentuais. Em sentido inverso, a parcela mais representativa, ou seja, as pensões homologadas / conciliadas perderam peso em 0,8 pontos percentuais, seguindo-se assistência vitalícia também com uma variação negativa de 0,7 pontos percentuais.
Gráfico 2.41 Provisão para sinistros – modalidade Acidentes de Trabalho
Como observado nos anos anteriores, a taxa de aceitação do resseguro manteve-se bastante reduzida (0,1% em 2018 tal como no ano transato) enquanto a taxa de cedência teve um aumento de 0,6 pontos percentuais, ascendendo a 4,1% em 2018.
O rácio entre o saldo de resseguro cedido e os Prémios emitidos manteve-se em terreno negativo, tendo passado de -1,4% em 2017 para -1,2% em 2018.
Na vertente financeira, registou-se uma deterioração considerável dos resultados, descendo de 98,3 milhões de euros para 52,2 milhões de euros, muito influenciado pelo decréscimo verificado numa entidade em particular. Para tal, concorreram os Rendimentos e ganhos líquidos com investimentos que decresceram 32,8% entre 2017 e 2018, bem como as Perdas de imparidade líquidas que aumentaram em 12,6 milhões de euros. Note-se que o desempenho financeiro é especialmente
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
2014 (*) 2015 (*) 2016 (*) 2017 (*) 2018
Milhões de euros
Provisão para sinistros das quais Provisão Matemática (Pensões)
Outras Prestações e Custos11,4%
Assistência Vitalícia14,8%
Pensões Homologadas / Conciliadas
52,4%
Pensões Definidas7,3%
Pensões Presumíveis14,0%
Resseguro
Desempenho financeiro
83
relevante para a modalidade em análise, dada a natureza de longo prazo das suas responsabilidades.
Os resultados operacionais de seguro direto contrariaram o comportamento da função financeira já que, embora mantendo-se negativos, tiveram um crescimento favorável de 96,5 milhões de euros sendo esta tendência positiva partilhada pela maioria dos operadores da modalidade.
Em termos globais, o Resultado técnico apresentou um valor positivo (15,4 milhões de euros), quebrando a série negativa patenteada no gráfico seguinte.
Gráfico 2.42 Decomposição do Resultado técnico da modalidade Acidentes de Trabalho
O cenário apresentado denota melhorias importantes conseguidas pelas empresas com vista ao alcance de um equilíbrio do ponto de vista técnico, havendo mais empresas a registar valores positivos a este nível que nos anos anteriores.
Mais concretamente, em 2018, das 18 empresas de seguros que operavam nesta modalidade, onze obtiveram resultados positivos (mais quatro que em 2017), para além de um valor acumulado de perdas bastante mais baixo registado no conjunto das restantes sete entidades (decréscimo de 49 %).
‐250
‐200
‐150
‐100
‐50
0
50
100
150
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Função operacional ‐ Seguro direto Função operacional ‐ Resseguro aceite
Saldo resseguro cedido Função financeira
Outros técnicos Resultado técnico
Resultados operacionais
Resultado da conta técnica
84
Gráfico 2.43 Resultados técnicos – modalidade Acidentes de Trabalho
b) Doença
Em 2018, os Prémios brutos emitidos de seguro direto do ramo Doença apresentaram uma subida de 7,2% face ao ano transato, mantendo-se o cenário de crescimento da produção que se tem assistido nos últimos anos. Caso a Liberty Seguros seja retirada da amostra do ano de 2017, o crescimento desta variável ascende a 8,5%.
Apesar deste aumento, o número de pessoas seguras reduziu-se ligeiramente (-2,4%), totalizando quase 2,7 milhões. Esta redução deve-se aos seguros de grupo que sofreram uma diminuição de 5,7%, enquanto os individuais aumentaram em 1,9%. Perante isto, e atendendo a que a produção aumentou tanto no âmbito dos seguros de grupo, como dos individuais, os prémios médios aumentaram em ambos os casos, passando de 241 euros para 276 euros e de 307 euros para 320 euros, mantendo a mesma ordem.
O peso dos subscritores de seguros individuais face ao dos subscritores de seguros de grupo aumentou 1,9 pontos percentuais, ascendendo a 44,6%.
7
11
‐36,7
52,1
‐50 ‐40 ‐30 ‐20 ‐10 0 10 20 30 40 50 60
Negativos
Positivos
Resultado Técnico (milhões de euros) N.º de empresas
Evolução dos prémios e do número de pessoas seguras
85
Gráfico 2.44 Proporção entre subscritores de seguros individuais e seguros de grupo
A taxa de sinistralidade de seguro direto do ramo Doença manteve-se praticamente inalterada entre 2017 e 2018 (em torno de 72,5%), uma vez que, tanto os Custos com sinistros, como os Prémios adquiridos aumentaram em proporções aproximadas (6,8% e 6,7%, respetivamente).
Relativamente ao resseguro, a taxa de cedência diminuiu 0,4 pontos percentuais entre 2017 e 2018, fixando-se em 42,8%. Por seu turno, a taxa de aceitação subiu ligeiramente, de 39% para 39,5%, entre estes dois anos. Estas taxas são claramente mais elevadas que as observadas nos restantes ramos Não Vida, sendo comum a utilização de plataformas de gestão baseadas em acordos de resseguro por alguns grupos e operadores do ramo.
Por último, em termos de sinistralidade tanto de resseguro cedido como de resseguro aceite não se observaram variações assinaláveis em relação a 2017.
Quadro 2.19 Estrutura da Conta técnica do ramo Doença – seguro direto
Em 2018, ocorreu um recuo da função financeira para 6,8 milhões de euros, face aos 10,8 milhões de euros atingidos em 2017, os quais, na altura, representaram uma melhoria muito significativa comparativamente ao ano precedente. Tal resultou da diminuição dos Rendimentos e ganhos líquidos com investimentos em cerca de
Seguros de Grupo55,4%
Seguros Individuais
44,6%
milhões de euros 2017 2018
Prémios emitidos de seguro direto 737 790
Prémios adquiridos de seguro direto 733 782
Montantes pagos / Prémios adquiridos 71,4% 71,0%
Taxa de s inis tra l idade (Custos com s inis tros / Prémios adquiridos) 72,4% 72,5%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (*) ‐6,5% ‐6,3%
Custos de exploração / Prémios emitidos 16,9% 17,1%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 1,2% 0,8%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 0,0% 0,3%
Resul tado da conta técnica / Prémios emitidos (*) 3,9% 2,8%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos) (*) 43,2% 42,8%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro cedido (*) 69,6% 70,0%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos) (*) 39,0% 39,5%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro acei te 75,1% 75,1%
(*) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
Resseguro
Desempenho financeiro
Sinistralidade
86
dois milhões de euros e do aumento, num montante semelhante, das Perdas de imparidade líquidas. Note-se, no entanto, que, tal como na modalidade de Acidentes de Trabalho, estes resultados se encontram influenciados por uma entidade de forma isolada, não refletindo o comportamento das restantes empresas, as quais, no seu todo, observaram um aumento dos Rendimentos e ganhos líquidos com investimentos e uma descida das Perdas de imparidade líquidas.
Os resultados operacionais para o negócio de seguro direto sofreram uma contração de 3,8%, devendo-se esta evolução, quase exclusivamente, à saída da Liberty Seguros do mercado supervisionado em termos prudenciais pela ASF, uma vez que, anulando este efeito, a diminuição é de apenas 0,2%. A este facto acresce o aumento em 2,7% dos resultados operacionais relativos ao resseguro aceite.
O Resultado da conta técnica do ramo Doença foi bastante afetado tanto pela performance financeira menos favorável de uma entidade como, no campo operacional, pela saída da Liberty Seguros, caindo desta forma para 36,5 milhões de euros face a 46,9 milhões em 2017.
Gráfico 2.45 Decomposição do Resultado técnico do ramo Doença
Em 2018, o número de empresas de seguros a operar no ramo Doença passou de 22 para apenas 20 entidades. Destas 20, apenas quatro não obtiveram Resultados técnicos positivos.
Enquanto os ganhos acumulados estão em linha com o ano anterior, as perdas aumentaram 9,4 milhões de euros, mais uma vez, devido quase exclusivamente a uma entidade.
‐100,0
‐50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Função operacional ‐ Seguro direto Função operacional ‐ Resseguro aceite
Saldo resseguro cedido Função financeira
Outros técnicos Resultado técnico
Resultado da conta técnica
Resultados operacionais
87
Gráfico 2.46 Resultados técnicos – ramo Doença
c) Automóvel
À semelhança da modalidade de Acidentes de Trabalho, os Prémios brutos emitidos de seguro direto do ramo Automóvel apresentaram uma contração face ao ano anterior (-3,6%), motivado exclusivamente pela Liberty Seguros ter passado a operar em Portugal como sucursal de uma empresa sedeada na UE durante o ano de 2018. Retirando esse efeito, a variação seria positiva em 7,3%. O número de apólices também diminuiu, de cerca de 6,7 milhões em 2017, para quase 5,9 milhões em 2018, evidenciando uma redução de 10,7%, embora retirando o efeito da Liberty Seguros, o número de apólices tenha aumentado 0,3%.
Em 2018, a taxa de sinistralidade do ramo Automóvel situou-se próxima da taxa observada no ano transato (75,6% e 76,1%, respetivamente). A ligeira redução ocorreu pelo facto de os Custos com sinistros terem-se reduzido em maior proporção que os Prémios adquiridos (4,4% e 3,7%, pela mesma ordem).
A taxa de cedência de resseguro aumentou ligeiramente de 3,3% para 3,7%, tendo, por seu turno, a taxa de sinistralidade registado uma variação significativa, com uma subida de 12,6 pontos percentuais, totalizando 53,4%. Este aumento resulta da tendência geral de agravamento da sinistralidade no resseguro cedido, apesar de os comportamentos em termos individuais serem bastante díspares neste âmbito. Ao nível do resseguro aceite, a taxa de aceitação manteve-se inalterada, continuando imaterial (0,2%), enquanto a taxa de sinistralidade associada teve apenas um pequeno acréscimo de 66,6% para 67,1% entre 2017 e 2018.
4
16
‐13,4
49,9
‐20 ‐10 0 10 20 30 40 50 60
Negativos
Positivos
Resultado Técnico (milhões de euros) N.º de empresas
Evolução dos prémios
Resseguro
Sinistralidade
88
Quadro 2.20 Estrutura da conta técnica do seguro Automóvel – seguro direto
O resultado da função financeira, em 2018, apresentou uma evolução favorável de 3,5% face a 2017, ultrapassando os 65 milhões de euros. Se, por um lado, os Rendimentos e ganhos líquidos com investimentos cresceram 8,7 milhões de euros, as Perdas de imparidade líquidas também aumentaram em 6,5 milhões de euros, sendo que esta última variação ocorreu essencialmente ao nível de uma entidade.
A função operacional apresentou uma melhoria apesar de continuar com saldo negativo de 22,6 milhões de euros quando em 2017 este resultado era de -60,1 milhões de euros.
Este aumento do resultado operacional conjugado com o melhor desempenho financeiro permitiu que, em 2018, o mercado conseguisse obter um Resultado técnico positivo (14,7 milhões de euros) pela primeira vez desde 2014.
Gráfico 2.47 Decomposição do Resultado técnico do ramo Automóvel
milhões de euros 2017 2018
Prémios emitidos de seguro direto 1 480 1 426
Prémios adquiridos de seguro direto 1 451 1 397
Montantes pagos / Prémios adquiridos 76,1% 74,3%
Taxa de s inis tra l idade (Custos com s inis tros / Prémios adquiridos) 76,1% 75,6%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (*) ‐1,9% ‐1,7%
Custos de exploração / Prémios emitidos 27,3% 26,0%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 4,7% 5,5%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 0,6% 1,0%
Resul tado da conta técnica / Prémios emitidos (*) ‐1,9% 1,0%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos) (*) 3,3% 3,7%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro cedido (*) 40,8% 53,4%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos) (*) 0,2% 0,2%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro acei te 66,6% 67,1%
(*) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
‐120
‐100
‐80
‐60
‐40
‐20
0
20
40
60
80
100
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Função operacional ‐ Seguro direto Função operacional ‐ Resseguro aceite
Saldo resseguro cedido Função financeira
Outros técnicos Resultado técnico
Resultado da conta técnica
Resultados operacionais
Desempenho financeiro
89
Fazendo a análise dos resultados técnicos a nível micro, constata-se a heterogeneidade do mercado neste ramo. De facto, no ano de 2018 existem mais entidades a apresentar resultados negativos (nove) que positivos (oito).
Ainda assim, o prejuízo acumulado pelas referidas nove entidades, foi inferior aos ganhos obtidos pelos restantes operadores, permitindo assim a formação de um saldo positivo para a totalidade do mercado.
Gráfico 2.48 Resultados técnicos – seguro Automóvel
d) Incêndio e Outros Danos em Coisas
O grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas registou uma redução da produção de seguro direto de 2,1% entre 2017 e 2018, passando a totalizar 739,7 milhões de euros. No entanto, tal como já identificado noutros casos, para isto contribuiu decisivamente a Liberty Seguros ter passado a operar em Portugal como sucursal de uma empresa sediada noutro Estado-Membro, uma vez que expurgando este efeito observa-se uma subida de 7,3% nos Prémios brutos emitidos de seguro direto.
Tendo esse efeito em conta, importa destacar a evolução das modalidades mais relevantes, Riscos Múltiplos – Habitação e Riscos Múltiplos – Comerciantes, que cresceram 8,4% e 1,9%, respetivamente. Note-se, igualmente, que as modalidades Riscos Múltiplos – Outros e Agrícola – Colheitas registaram aumentos na ordem de 54,1% e 26,7%.
A modalidade Riscos Múltiplos – Habitação continua a ser dominante neste grupo de ramos com um peso de 58,8%, em 2018. O aumento da produção em Riscos Múltiplos - Outros levou a que a sua representatividade aumentasse, embora mantendo-se pouco material no global (2,7%). As restantes modalidades mantiveram os respetivos pesos praticamente inalterados (menos de um ponto percentual de variação).
9
8
‐69,8
84,5
‐80 ‐60 ‐40 ‐20 0 20 40 60 80 100
Negativos
Positivos
Resultado Técnico (milhões de euros) N.º de empresas
Evolução dos prémios
90
Gráfico 2.49 Produção por modalidades – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas
Devido à contração significativa dos Custos com sinistros (-23,3%) a taxa de sinistralidade de seguro direto dos ramos em análise experienciou uma melhoria considerável de 17,1 pontos percentuais, passando a 64% no final de 2018.
Focando a análise da sinistralidade por modalidade, é possível concluir que Riscos Múltiplos - Industrial foi a que mais contribuiu para a redução da taxa de sinistralidade deste conjunto de ramos. Os incêndios ocorridos no ano de 2017 fizeram com que os Custos com sinistros aumentassem para mais do dobro, tendo resultado numa taxa de sinistralidade de 230,1%. O ano de 2018 registou níveis de níveis de sinistralidade bastante menos extremados, garantindo a redução taxa de sinistralidade para 90,8%. A modalidade Riscos Múltiplos - Habitação manteve o seu nível de sinistralidade praticamente inalterado (54,2%) e Avaria de Máquinas experienciou o maior aumento em termos relativos da sinistralidade em 17,1 pontos percentuais. Por último, importa referir a modalidade Agrícola – Colheitas por tratar-se da única modalidade a registar um rácio superior a 100% em 2018 (143,9%) tendo subido 13,6 pontos percentuais em relação a 2017.
Gráfico 2.50 Taxa de sinistralidade por modalidades – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas
Outros4,1%
Avaria de Máquinas2,4%
Roubo0,6%
Agrícola e Pecuário3,6%
Incêndio e Elementos da Natureza1,7%
Habitação58,8%
Industrial11,2%Outros
2,7%
Comerciantes15,1%
Riscos Múltiplos87,7%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Agrícola –Colheitas
Agrícola –Incêndio
Avaria de
Máquinas
Cristais
Det. Bens Refrigerados
Inc. Elem. Natureza
Outros Danos
Pecuário
R. M
últ. Comerciantes
R. M
últ. Habitação
R. M
últ. Industrial
R. M
últ. O
utros
Roubo
2016 2017 2018
200,7% 230,1%
2
143,9%
Sinistralidade
91
Quanto ao resseguro cedido, a taxa de sinistralidade caiu de 121,6% para 68,2% em 2018 face ao ano anterior. Esta variação tão material é o reflexo do ocorrido no negócio de seguro direto, atendendo que parte das perdas ocorridas com os eventos catastróficos anteriormente referidos transitaram para os resseguradores ao abrigo dos tratados em vigor. Este comportamento foi ainda mais visível no resseguro aceite, com uma descida da sinistralidade de 186,9% para apenas 15% entre 2017 e 2018.
As taxas de cedência e aceitação decresceram em 2018, tendo a primeira diminuído 3,2 pontos percentuais e a segunda 1,8 pontos percentuais, mantendo-se o resseguro cedido bastante mais relevante que o aceite (32,7% e 3,2%, respetivamente).
Quadro 2.21 Estrutura da Conta técnica do grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas – seguro direto
Os resultados financeiros decresceram 14,2%, totalizando 22,2 milhões de euros em 2018. À semelhança dos ramos anteriormente analisados, tal foi derivado do desempenho menos favorável por parte de uma empresa de seguros, já que, pelo contrário, a esmagadora maioria dos operadores obtiveram variações bastante positivas nesta rubrica.
A deterioração expressiva da função operacional neste agregado no ano 2017, pelos fatores mencionados anteriormente, justifica o aumento tão elevado (137,1%) para o montante de 60,5 milhões de euros.
Apesar da melhoria da função operacional, o saldo de resseguro cedido voltou, em 2018, para terreno negativo, decrescendo em 163,8 milhões de euros face ao ano transato, e mitigando por conseguinte o aumento do Resultado da conta técnica. Desta forma, o resultado técnico foi de 43,4 milhões de euros, superando o cenário de prejuízo de 12,5 milhões de euros observado em 2017.
milhões de euros 2017 2018
Prémios emitidos de seguro direto 756 740
Prémios adquiridos de seguro direto 751 730
Montantes pagos / Prémios adquiridos 56,3% 74,2%
Taxa de s inis tra l idade (Custos com s inis tros / Prémios adquiridos) 81,1% 64,0%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (*) 15,2% ‐5,6%
Custos de exploração / Prémios emitidos 30,6% 28,7%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 3,1% 3,5%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 0,8% 0,8%
Resul tado da conta técnica / Prémios emitidos (*) ‐1,6% 5,7%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos) (*) 35,9% 32,7%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro cedido (*) 121,6% 68,2%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos) (*) 5,0% 3,2%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro acei te 186,9% 15,0%
(*) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
Resseguro
Resultado da conta técnica
Desempenho financeiro
Resultados operacionais
92
Gráfico 2.51 Decomposição do Resultado técnico do grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas
O número de empresas com resultados técnicos positivos aumentou em 2018 relativamente ao ano anterior, passando de sete para 11 entidades. Relativamente às empresas que apresentaram resultados negativos, note-se que, em média, este prejuízo foi de 1,8 milhões de euros quando em 2017 havia sido de 4,2 milhões de euros, o que já seria expetável pelo exposto anteriormente.
Gráfico 2.52 Resultados técnicos – grupo de ramos Incêndio e Outros Danos em Coisas
‐200,0
‐150,0
‐100,0
‐50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Função operacional ‐ Seguro direto Função operacional ‐ Resseguro aceite
Saldo resseguro cedido Função financeira
Outros técnicos Resultado técnico
7
11
‐12,8
56,1
‐20 ‐10 0 10 20 30 40 50 60
Negativos
Positivos
Resultado Técnico (milhões de euros) N.º de empresas
93
e) Responsabilidade Civil Geral
O ramo Responsabilidade Civil Geral sofreu uma ligeira queda da produção face a 2017, tendo passado de 101,4 para 100,5 mil milhões de euros. Contudo o sentido da variação resultou exclusivamente do facto da Liberty Seguros ter passado a operar em Portugal como sucursal de uma entidade sedeada num Estado-Membro, uma vez que o restante mercado teve um aumento de 2,8% de Prémios emitidos.
A modalidade Responsabilidade Civil Geral - Exploração, a mais relevante do ramo, teve o maior aumento de representatividade face às restantes modalidades (3,2 pontos percentuais) fruto do acréscimo de 5,4% da respetiva produção. No sentido inverso, a modalidade Responsabilidade Civil Geral - Outros, devido à redução da sua produção em 5,5%, perdeu alguma representatividade (1,4 pontos percentuais).
Gráfico 2.53 Produção por modalidades – ramo Responsabilidade Civil Geral
A taxa de sinistralidade do negócio de seguro direto do ramo Responsabilidade Civil Geral manteve-se baixa, como se tem vindo a observar nos últimos anos, tendo descido em 2018 face a 2017 em 6,8 pontos percentuais. Para esta evolução contribuiu a descida de 16,9% dos Custos com sinistros.
Todas as modalidades viram as suas taxas de sinistralidade de seguro direto cair, com exceção da modalidade Responsabilidade Civil Geral - Exploração cujo rácio de sinistralidade se agravou em 10,6 pontos percentuais.
As taxas de cedência e de aceitação de resseguro mantiveram-se praticamente inalteradas em relação a 2017, assumindo os valores de 22% e 0,9%, em 2018.
Tanto a taxa de sinistralidade de resseguro cedido como a de resseguro aceite subiram em relação ao ano anterior. Enquanto a primeira cresceu 5,6 pontos percentuais nestes dois anos, a última fixou-se em 43,7%, depois de uma situação pontual de uma reversão expressiva de provisão para sinistros ter resultado num valor bastante negativo em 2017.
R.C.G. Caçadores3,5%
R.C.G. Exploração53,8%
R.C.G. Outros28,7%
R.C.G. Produtos2,9%
R.C.G. Profissional11,2%
Evolução dos prémios
Sinistralidade
Resseguro
94
Quadro 2.22 Estrutura da Conta técnica do ramo Responsabilidade Civil Geral – seguro direto
Os resultados financeiros do ramo em análise tiveram um comportamento semelhante aos dos outros segmentos Não Vida analisados, tendo a sua variação sido determinada pela evolução do saldo da função financeira menos favorável por parte de uma entidade, decrescendo 27% em termos globais para um montante de 7,9 milhões de euros.
A função operacional de seguro direto permitiu contrabalançar aquela descida, tendo o respetivo resultado aumentado 27,4%, cifrando-se em 29,9 milhões de euros, apesar do decréscimo no resseguro aceite em 5,9 milhões de euros. Essa variação negativa deveu-se ao facto de em 2017 se ter apurado um valor muito elevado ao nível deste resultado por parte de uma única entidade, que havia registado um total de Custos com sinistros de resseguro aceite bastante negativo, fruto da libertação de um grande volume ao nível da provisão para sinistros.
Conjugando todos estes efeitos, o Resultado técnico acabou por decrescer ligeiramente, em 2,7%, totalizando 23,3 milhões de euros no final de 2018.
milhões de euros 2017 2018
Prémios emitidos de seguro direto 101 101
Prémios adquiridos de seguro direto 100 99
Montantes pagos / Prémios adquiridos 33,6% 33,9%
Taxa de s inis tra l idade (Custos com s inis tros / Prémios adquiridos) 43,7% 36,9%
Saldo de resseguro cedido / Prémios emitidos (*) ‐16,2% ‐14,7%
Custos de exploração / Prémios emitidos 32,2% 32,1%
Rendimentos e ganhos l íquidos com investimentos / Prémios emitidos 9,7% 9,8%
Perdas de imparidade l íquidas / Prémios emitidos 1,2% 2,5%
Resul tado da conta técnica / Prémios emitidos (*) 23,4% 23,0%
Taxa de cedência (Prémios de resseguro cedido / Prémios emitidos) (*) 22,5% 22,0%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro cedido (*) 16,6% 22,2%
Taxa de acei tação (Prémios de resseguro acei te / Prémios emitidos) (*) 0,9% 0,9%
Taxa de s inis tra l idade do resseguro acei te ‐702,7% 43,7%
(*) Rácios calculados considerando valores de seguro direto e resseguro aceite
Desempenho financeiro
Resultado da conta técnica
Resultados operacionais
95
Gráfico 2.54 Decomposição do Resultado técnico do ramo Responsabilidade Civil Geral
No panorama global e à semelhança do ano anterior, em 2018 apenas duas empresas a operar no ramo Responsabilidade Civil Geral registaram resultados técnicos negativos.
Enquanto os prejuízos acumulados em 2018 foram ligeiramente superiores aos apurados no ano anterior, os ganhos foram mais baixos em 0,4 milhões de euros, o que justificou o decréscimo do Resultado técnico para o mercado como um todo.
Gráfico 2.55 Resultados técnicos – ramo Responsabilidade Civil Geral
‐30
‐20
‐10
0
10
20
30
40
50
2014 2015 2016 2017 2018Milhões de euros
Função operacional ‐ Seguro direto Função operacional ‐ Resseguro aceite
Saldo resseguro cedido Função financeira
Outros técnicos Resultado técnico
2
14
‐1,2
24,5
‐5 0 5 10 15 20 25 30
Negativos
Positivos
Resultado Técnico (milhões de euros) N.º de empresas
96
2.3.3. Resseguro
Ao longo de 2018, verificou-se uma melhoria da resiliência da envolvente macroeconómica portuguesa à eventual materialização de alguns riscos para a estabilidade do mercado segurador, permanecendo outros em níveis elevados. Este contexto, aliado à ocorrência de alguns episódios naturais extremos – como a passagem do furacão Leslie em Portugal – comprovam a importância de mecanismos de dispersão e cobertura do risco na gestão do negócio das empresas de seguros. Neste âmbito, o setor segurador português continua a recorrer ao resseguro tradicional como instrumento de mitigação dos riscos, já que este também possibilita a redução da volatilidade dos resultados técnicos e permite melhor adequação dos riscos incorridos face aos capitais próprios disponíveis.
No mercado português, o comportamento da taxa de cedência (indicador correspondente ao peso dos prémios de resseguro cedido no conjunto dos prémios brutos emitidos de seguro direto e de resseguro aceite) continua a evidenciar níveis estruturalmente distintos não apenas entre os segmentos Vida e Não Vida, mas também entre os principais agregados deste último.
Quadro 2.23 Prémios de resseguro cedido e taxa de cedência – seguro direto e resseguro aceite
Da análise do quadro anterior, é notório que o recurso ao resseguro continua a assumir um papel relativamente residual no total do ramo Vida, com uma taxa de cedência de apenas 3,1%. Todavia, importa referir que, se considerarmos apenas os produtos onde existe risco específico de seguro dentro deste ramo (p.ex. mortalidade e longevidade), temos que a taxa de cedência em 2018 é de 31,6%.
Por outro lado, em Não Vida registou-se um ligeiro acréscimo da transferência de risco via resseguro, tendo a taxa de cedência global ascendido a 22,9%. Sublinhe-se que este comportamento resultou do crescimento do montante transferido em 2,3% em 2018, ultrapassando o aumento verificado no volume total de prémios de seguro direto e resseguro aceite de aproximadamente 1,4%.
milhares de eurosMontante
Taxa de
cedênciaMontante
Taxa de
cedênciaMontante
Taxa de
cedência
Ramo Vida (*) 230 458 3,6% 232 705 3,5% 237 473 3,1%
dos quais Temporários, Vidas inteiras e Mistos 230 458 30,9% 232 705 31,3% 237 473 31,6%
Ramos Não Vida 983 707 24,0% 1 074 597 22,6% 1 100 061 22,9%
Acidentes e Doença 508 192 30,1% 578 875 29,0% 624 911 29,2%
dos quais Acidentes Pessoais 28 691 27,4% 33 178 25,9% 36 174 27,9%
dos quais Acidentes de Trabalho 19 436 3,7% 22 876 3,5% 28 626 4,1%
dos quais Doença 459 823 43,3% 522 453 43,2% 560 019 42,8%
Incêndio e Outros Danos em Coisas 268 824 36,9% 285 109 35,9% 249 509 32,7%
Automóvel 43 462 3,5% 49 146 3,3% 52 675 3,7%
Aéreo e Marítimo e Transportes 17 187 70,6% 19 470 73,0% 19 283 75,3%
Responsabi l idade Civi l Geral 22 691 24,7% 23 034 22,5% 22 276 22,0%
Outros Ramos 123 352 38,5% 118 964 35,0% 131 407 37,7%
dos quais Assistência 72 279 37,5% 73 148 34,2% 79 951 35,8%
Total 1 214 166 ‐ 1 307 302 ‐ 1 337 534 ‐
2016 2017 2018
(*) No cá lculo da taxa de cedência foram cons iderados os prémios brutos emitidos e as entregas efetuadas para contratos
de seguro e operações cons ideradas para efei tos contabi l ís ticos como contratos de investimento
97
O acréscimo verificado na taxa de cedência foi comum a quase todos os ramos/modalidades Não Vida, exceção feita a Incêndios e Outros Danos em Coisas, Responsabilidade Civil Geral e Doença (decréscimos de 3,2, 0,6 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente). Adicionalmente, e em linha com a média dos últimos anos, refira-se o segmento Doença continua a apresentar a taxa de cedência mais elevada, com 42,8% em 2018, significativamente influenciada pelas plataformas de gestão especializadas no ramo em causa.
As maiores variações positivas, ao nível das taxas de cedência, registaram-se no conjunto Outros Ramos, em particular no segmento Assistência, na modalidade Acidentes Pessoais e no agregado Aéreo e Marítimo e Transportes, com acréscimos entre os dois e três pontos percentuais face a 2017.
Em 2018, e à semelhança dos anos anteriores, o saldo de resseguro, permaneceu favorável para os resseguradores, destacando-se, no entanto, uma tendência decrescente, no decorrer dos últimos cinco anos, transversal à maioria dos segmentos, com exceção dos segmentos Acidentes e Doença e Outros Ramos. Em particular, o grupo de ramos Acidentes e Doença que apresentou o saldo de resseguro mais negativo, fixando-se abaixo dos -100 milhões de euros.
A mesma análise revela ainda que as alterações mais significativas no rácio entre o saldo e os prémios de resseguro cedido, ocorreram nos segmentos Aéreo e Marítimo e Transportes, e Automóvel, com acréscimos de 23 e 12,3 pontos percentuais, respetivamente, e justificados pela maior variação do numerador. Destaque para o agregado Incêndio e Outros Danos que registou uma queda de 59,6 pontos percentuais, tendo-se no entanto aproximado dos valores registados antes do pico de sinistralidade verificado em 2017.
Gráfico 2.56 Saldo de resseguro em função dos Prémios de resseguro cedido – ramos Não Vida
‐100%
‐80%
‐60%
‐40%
‐20%
0%
20%
40%
60%
Acidentes e Doença
Incêndio e Outros Danosem Coisas Automóvel
Aéreo e Marítimo eTransportes
Responsabilidade CivilGeral Outros Ramos
2016 2017 2018
Saldo de resseguro
98
2.4. Situação financeira e patrimonial
A estrutura patrimonial das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF, em comparação com o ano anterior e excluindo o efeito da saída da Liberty Seguros do mercado supervisionado, apresentou, em 2018, uma redução do Ativo e do Capital Próprio e um aumento do Passivo.
Os capitais próprios sofreram uma redução significativa (-10%) contrariando a tendência de crescimento que se registava desde 2014.
O valor total de ativos apresentou uma ligeira redução (-0,1%), passando a representar quase 11 vezes mais que os capitais próprios (9,9 vezes no ano anterior).
O aumento verificado no total dos passivos (1%), conjugado com a evolução já mencionada no total de ativos e, consequentemente, na situação liquida, resultou num rácio entre o Passivo e o Capital Próprio a rondar as dez unidades (8,9 em 2017).
Importa referir que 94,8% dos passivos respeitam a responsabilidades para com os tomadores de seguros e beneficiários de contratos de seguros e de investimento, as quais estão devidamente cobertas por ativos elegíveis nos termos da regulamentação em vigor.
Quadro 2.24 Evolução da estrutura patrimonial
Procede-se, de seguida, à análise mais granular das diferentes rubricas patrimoniais.
Quadro 2.25 Estrutura patrimonial detalhada
milhões de euros 2014 2015 2016 2017(*) 2018
Ativo 55 051 53 965 51 468 53 019 52 954
Capi ta l Próprio 4 568 4 842 4 850 5 353 4 819
Pass ivo 50 483 49 123 46 618 47 667 48 135
(*) Excluindo a Liberty
milhões de euros 2014 2015 2016 2017(*) 2018
Caixa e depós i tos à ordem 1 461 3 065 1 615 1 809 2 248
Investimentos 51 283 48 577 46 896 48 231 47 568
Provisões técnicas de resseguro cedido 639 641 784 992 927
Ativos por impostos 290 541 781 513 524
Devedores 855 716 873 782 945
Outros ativos 523 424 519 692 742
Total do Ativo líquido 55 051 53 965 51 468 53 019 52 954
Provisões técnicas 23 083 22 762 21 452 21 383 21 696
Vida 17 961 17 508 15 963 15 762 15 988
Não Vida 5 122 5 254 5 489 5 621 5 708
Pass ivos financeiros 24 959 23 973 22 604 23 627 23 935
Pass ivos por impostos 439 368 406 429 264
Credores 557 607 727 688 745
Outros pass ivos 1 445 1 412 1 429 1 540 1 494
Total do Passivo 50 483 49 123 46 618 47 667 48 135
Capital próprio 4 568 4 842 4 850 5 353 4 819
(*) Excluindo a Liberty
Estrutura patrimonial
Análise patrimonial detalhada
99
No que concerne à evolução dos ativos, como consequência do modelo de negócio do setor e dos requisitos prudenciais aplicáveis, os investimentos representam a componente mais significativa na estrutura global (89,8% do valor total dos ativos).
Ainda assim, quando comparado com o ano transato, verifica-se que esta rubrica diminuiu de valor em cerca de 663 milhões de euros (-1,4%), embora esta evolução tenha sido parcialmente compensada pelo crescimento de 439 milhões de euros na rubrica Caixa e depósitos à ordem (24,3%).
No que respeita à classificação dos investimentos para efeitos contabilísticos, são os ativos financeiros cuja valorização é efetuada ao justo valor e as respetivas variações afetam o Capital Próprio que constituem a parcela mais relevante (59,8%), seguindo-se os ativos financeiros cuja valorização é efetuada ao justo valor e as variações afetam os resultados (25,9%) e os empréstimos e contas a receber, que representam 5,9% da carteira de investimentos.
No âmbito das restantes rubricas do Ativo, salienta-se o crescimento da rubrica Devedores (20,9%) e a redução das provisões técnicas de resseguro cedido (-6,6%), depois de um crescimento significativo ocorrido no ano anterior.
No ano de 2018, a estrutura do Passivo das empresas de seguros não sofreu alterações significativas, tendo registado um crescimento global de 1%.
Para isso contribuíram decisivamente as Provisões técnicas, com um crescimento de 1,5%, fruto do aumento da produção e da redução dos custos com sinistros face ao ano transato. Também os Passivos financeiros registaram um aumento, neste caso de 1,3%.
Em sentido contrário, tem-se os Passivos por impostos diferidos que reduziram 38,4%, e, em menor escala, os Outros passivos, com uma diminuição de 2,9% face ao ano de 2017.
Ativo
Passivo
100
Gráfico 2.57 Evolução das Provisões técnicas e dos Passivos financeiros
(*) Excluindo a Liberty
As Provisões técnicas do ramo Vida são constituídas maioritariamente pelas Provisões matemáticas (91,8% do total), componente que apresentou, no ano de 2018, um crescimento de 0,6%, depois de no ano anterior ter registado uma redução na ordem dos 2%.
Quadro 2.26 Provisões técnicas do ramo Vida
No que concerne às restantes provisões, destaque para a Provisão para participação nos resultados, cujo comportamento, pela sua natureza, está diretamente relacionado às rendibilidades obtidas pelos instrumentos financeiros das carteiras de investimentos associadas. Esta provisão diminuiu 26,1% em 2018, depois de no ano anterior ter registado um aumento de 61,3%. Por sua vez, embora continue a não ter muita expressão, a Provisão para compromissos de taxa, apresentou uma subida de 64,2%.
No que respeita às Provisões técnicas dos ramos Não Vida, assistiu-se a um acréscimo global de 1,6%, reflentindo essencialmente o crescimento da Provisão para prémios não adquiridos (6,6%) fruto do aumento significativo da produção, e do aumento de 38 milhões de euros da Provisão para Sinistros (0,6%). Dada a
5 122 5 254 5 489 5 621 5 708
17 961 17 50815 963 15 762 15 988
24 95923 973
22 60423 627 23 935
0
10 000
20 000
30 000
2014 2015 2016 2017(*) 2018
Milhões de euros
Provisões técnicas Não Vida Provisões técnicas Vida Passivos financeiros
mi lhões de euros 2014 2015 2016 2017(*) 2018
Provisão matemática do ramo Vida 16 666 16 312 14 879 14 334 14 679
Provisão para participação nos resultados 660 542 450 704 536
Provisão para s inis tros 409 446 425 479 490
Provisão para prémios não adquiridos 19 17 18 22 23
Provisão para compromissos de taxa 55 46 65 81 133
Provisão para estabi l i zação de cartei ra 44 47 22 25 32
Outras provisões técnicas 0 0 0 0 0
Subtotal 17 854 17 410 15 859 15 646 15 893
Provisões técnicas (unit linked ) 107 98 104 117 95
Total 17 961 17 508 15 963 15 762 15 988
(*) Excluindo a Liberty
Provisões técnicas dos ramos Não Vida
Provisões técnicas do ramo Vida
101
natureza e composição dos vários ramos, esta última corresponde à provisão mais significativa no âmbito Não Vida.
Quadro 2.27 Provisões técnicas dos ramos Não Vida
A Provisão para sinistros registou aumentos nos diferentes ramos e modalidades apresentados, exceto em Incêndio e Outros Danos, onde se registou uma diminuição significativa (-21%). Esta variação em sentido contrário ocorre depois do considerável aumento registado em 2017, justificado pelos graves incêndios que afetaram o território nacional nesse ano, durante os meses de junho e outubro.
Refira-se ainda o ramo Doença, com um crescimento da provisão para sinistros de 12,3%, dando continuidade ao crescimento ocorrido no ano anterior (13,5%).
Em relação às restantes Provisões técnicas dos ramos Não Vida, salienta-se a redução da Provisão para riscos em curso (-19,6%), bem como o crescimento da Provisão para desvios de sinistralidade (9%).
No segmento Não Vida, um dos indicadores de provisionamento mais utilizados corresponde ao rácio “Provisão para sinistros / Prémios emitidos”. No ano de 2018, este índice reduziu-se em 7,2 pontos percentuais, fixando-se em 94,3%. Esta variação deriva do crescimento dos Prémios emitidos (8,4%) ter sido superior ao aumento da Provisão para sinistros (0,8%) .
Por sua vez, o rácio “Montantes Pagos / Custos com Sinistros”, que permite mensurar a cadência de regularização de sinistros, fixou-se em 97,8%, mais 9,5 pontos percentuais que o registado em 2017, invertendo a tendência de quebra verificada nos anos anteriores.
milhões de euros 2014 2015 2016 2017(*) 2018
Provisão para prémios não adquiridos 852 892 938 877 935
Provisão para participação nos resultados 4 3 4 7 7
Provisão para s inistros 4 022 4 102 4 299 4 499 4 537
Acidentes de Traba lho 1 892 1 996 2 162 2 196 2 293
Provisão matemática 1 375 1 460 1 644 1 670 1 756
Doença 176 194 195 221 248
Incêndio e Outros Danos 289 268 317 551 436
Automóvel 1 286 1 266 1 258 1 161 1 183
Responsabi l idade Civi l Geral 204 212 208 211 214
Outros Ramos 175 167 158 159 163
Provisão para ri scos em curso 141 141 119 104 84
Provisão para envelhecimento 5 5 2 2 2
Provisão para desvios de s inistra l idade 98 112 127 131 143
Total 5 122 5 254 5 489 5 621 5 708
(*) Excluindo a Liberty
Índices de Provisionamento e de
Regularização
102
Gráfico 2.58 Evolução dos índices de provisionamento e de regularização de sinistros dos ramos Não Vida
(*) Excluindo a Liberty
Os restantes elementos que constituem o Passivo das empresas de seguros representam apenas 5,2% do seu total, sendo 3,1% relativos a Outros passivos.
Esta última rubrica incorpora as responsabilidades pós-emprego e outros benefícios de longo prazo para com os trabalhadores, os acréscimos e diferimentos e outros passivos financeiros não resultantes de contratos de seguros e de operações consideradas para efeitos contabilísticos como contratos de investimento, nomeadamente empréstimos subordinados e derivados, assim como as provisões não técnicas.
Tal como referido na apresentação inicial da Estrutura patrimonial, o ano de 2018 foi caraterizado por um decréscimo dos capitais próprios, na ordem dos 10%. Importa referir que esta tendência não ocorreu de forma transversal entre os operadores, sendo sobretudo quatro entidades a contribuir para esta redução da situação liquida do total de mercado.
Este decréscimo ocorreu essencialmente devido à evolução verificada nas Reservas de reavaliação, onde se registou um decréscimo de quase mil milhões de euros. O comportamento desta rubrica está muito dependente dos ativos financeiros valorizados ao justo valor e cujas variações afetam o Capital Próprio. Durante o ano de 2018, verificou-se uma redução assinalável no volume de ganhos não realizados associados a estes instrumentos financeiros. A quebra registada na referida rubrica foi parcialmente mitigada pela Reserva por impostos diferidos, que apresentou uma evolução positiva de quase 275 milhões de euros.
Refira-se ainda as Outras reservas e o Capital Social, rubricas que obtiveram incrementos no seu valor, atenuando assim a quebra registada no total do Capital Próprio.
Salienta-se, por fim, o crescimento no Resultado líquido do exercício, gerado essencialmente pelo aumento ocorrido no resultado técnico dos ramos Não Vida, embora o ramo Vida, cujo resultado diminuiu em 2018, continue a dar o contributo mais elevado para o resultado total do ano.
80%
85%
90%
95%
100%
105%
110%
2014 2015 2016 2017 (*) 2018
Provisão para sinistros / Prémios emitidos Montantes pagos / Custos com sinistros
Restantes rubricas do Passivo
Capital Próprio
103
Quadro 2.28 Evolução das principais rubricas do Capital próprio
2.5. Investimentos das empresas de seguros
2.5.1. Análise por tipo de carteira
Em comparação com o ano 2017, o montante total de ativos nas carteiras de investimentos das empresas de seguros registou um acréscimo de 2,7%, para 50 443 milhões de euros. Esta evolução deveu-se ao aumento verificado nas carteiras Vida de 6,9%, uma vez que, as carteiras Unit linked e Não Vida assistiram a decréscimos na ordem dos 6,5% e 2%, respetivamente.
Quadro 2.29 Composição por tipo de carteira de seguros
Os títulos de dívida prevaleceram como os instrumentos financeiros mais representados nas carteiras de investimento, correspondendo, agregadamente, a 71,8% do seu total. O valor investido em obrigações e papel comercial apresentou um aumento de 419 milhões de euros, enquanto os títulos de dívida pública registaram um incremento de 265 milhões de euros, ambos justificados pelo acréscimo da exposição à dívida estrangeira. Os depósitos a prazo e as disponibilidades à vista concentrados, na sua quase totalidade, nas instituições de crédito do próprio grupo económico, registaram igualmente aumentos de, respetivamente, 1 210 e 365 milhões de euros, crescendo, em termos relativos, 2,3 e 0,6 pontos percentuais, pela mesma ordem. No que se refere às ações e títulos de
milhões de euros 2014 2015 2016 2017(*) 2018
Capital próprio
Capi ta l socia l (deduzidas ações próprias ) 1 486 1 382 1 244 1 281 1 320
Reserva reava l iação 1 346 632 547 1 345 412
Reserva impostos di feridos ‐ 357 ‐ 182 ‐ 129 ‐ 356 ‐ 83
Out. reserv. (inc. pre. emissão) e Out. inst. Capi ta l 1 016 1 829 2 007 2 350 2 477
G&P venda de instr. Cap. Próp. val . justo valor reservas 0
Ajust. abordagem da sobrepos ição (overlay approach ) 0
Resul tados trans i tados 1 001 856 1 021 412 226
Resul tado l íquido do exercício 77 324 159 321 466
Var. Capi ta l socia l (com dedução ações próprias) 1,7% ‐7,0% ‐9,9% 5,2% 1,0%
Var. Res. reaval iação 201,2% ‐53,0% ‐13,4% 173,8% ‐69,4%
Var. Reserva impostos di feridos ‐218,3% 49,1% 29,2% ‐215,0% 76,7%
Var. Out. reserv. (inc. pre. emissão) e Out. inst. Capi ta l ‐15,5% 80,1% 9,7% 19,2% 5,4%
Var. G&P venda de instr. Cap. Próp. val . justo valor reservas ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
Var. Ajust. abordagem da sobrepos ição (overlay approach ) ‐ ‐ ‐ ‐ ‐
Var. Resul t. trans i tados 2,8% ‐14,5% 19,3% ‐57,6% ‐45,1%
Var. Resul t. l íquido do exercício ‐88,5% 321,5% ‐51,0% 108,2% 45,3%
(*) Excluindo a Liberty
milhões de euros Montante % Montante % Montante % Montante %
Títulos de dívida públ ica e equiparados 16 344 48,7% 3 308 31,5% 2 124 33,3% 21 776 43,2%
Obrigações e papel comercia l 10 557 31,5% 2 082 19,8% 1 431 22,5% 14 069 27,9%
Obrigações estruturadas 224 0,7% 112 1,1% 11 0,2% 348 0,7%
Ações e títulos de participação 1 993 5,9% 37 0,4% 737 11,6% 2 767 5,5%
U.P. em fundos de investimento mobi l iário 816 2,4% 3 468 33,0% 667 10,5% 4 951 9,8%
U.P. em fundos de investimento imobi l iário 706 2,1% 26 0,2% 149 2,3% 880 1,7%
Terrenos e edifícios 140 0,4% 336 5,3% 476 0,9%
Depós i tos a prazo e certi fi cados de depós ito 1 716 5,1% 825 7,8% 464 7,3% 3 005 6,0%
Disponibi l idades à vis ta 924 2,8% 756 7,2% 131 2,1% 1 811 3,6%
Outros ativos 145 0,4% ‐ 106 ‐1,0% 321 5,0% 359 0,7%
Total 33 564 100,0% 10 508 100,0% 6 371 100,0% 50 443 100,0%
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida Tota l
104
participação, salienta-se a diminuição em cerca de 742 milhões de euros, refletindo alguns episódios de volatilidade nos mercados acionistas registados ao longo do ano.
O estudo por tipo de carteira de seguros permite concluir que as alterações referidas no parágrafo anterior ocorreram sobretudo nas carteiras do ramo Vida, já que as carteiras afetas aos ramos Não Vida e aos seguros Unit linked, apresentaram algumas evoluções em sentido contrário e de menores magnitudes.
2.5.2. Análise por origem setorial e geográfica dos ativos
A área financeira continua a ser o setor económico onde a concentração é mais elevada nos investimentos das empresas de seguros, com cerca de 41,2% dos ativos, um acréscimo de 2,6 pontos percentuais relativamente a 2017. Paralelamente assistiu-se ao aumento de 1,8 pontos percentuais da representatividade dos títulos nos setores de produtos consumíveis, face ao ano anterior. Em sentido inverso, o setor das comunicações e o da produção e distribuição de combustíveis viram o seu peso diminuir em 1,6 e 1,5 pontos percentuais, respetivamente.
Quadro 2.30 Investimentos em obrigações e ações por setor de atividade do emitente
Relativamente aos fundos mobiliários detidos pelas empresas de seguros, observa-se uma diminuição, em termos globais, de 295 milhões de euros, justificada principalmente pela redução da componente obrigacionista em quase 374 milhões de euros, mas também pela contração da tipologia de Asset Allocation em 76 milhões de euros e das Ações em 73 milhões de euros. Em sentido contrário, destaca-se o aumento de 237 milhões de euros em fundos do mercado monetário, o que contrasta com a redução de 257 milhões de euros registada entre o final dos anos 2016 e 2017. Refira-se ainda que os fundos de obrigações deixaram de ser os mais representativos, tendo-se distinguido como a categoria que registou a maior queda face a 2017.
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Atividades financei ras 37,4% 39,8% 45,8% 50,5% 36,2% 38,2% 38,6% 41,2%
Asset backed securities 0,4% 0,4% 0,2% 0,1% 0,0% 0,0% 0,3% 0,3%
Comunicações 11,5% 10,1% 14,6% 12,2% 12,2% 10,6% 12,1% 10,4%
Indústria 5,8% 6,1% 3,9% 2,7% 6,6% 6,6% 5,6% 5,7%
Materia i s bás icos 4,4% 3,7% 4,1% 4,1% 1,8% 1,6% 4,0% 3,5%
Mortgage securities 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,1%
Produção e dist. eletricidade, gás e água 13,6% 12,6% 15,6% 14,7% 10,3% 9,4% 13,5% 12,6%
Produção e distribuição de combustíveis 9,0% 6,9% 4,5% 3,3% 7,9% 9,0% 8,2% 6,6%
Produtos consumíveis 16,8% 19,2% 9,4% 10,0% 23,3% 22,4% 16,5% 18,3%
Outras atividades 1,0% 1,0% 2,0% 2,3% 1,7% 2,0% 1,2% 1,3%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Setor económico
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida Tota l
Análise setorial
Tipologia dos fundos de investimento
mobiliário
105
Quadro 2.31 Aplicações em fundos de investimento por tipologia10
Nos dois gráficos seguintes, a análise incide sobre a dispersão geográfica das obrigações de dívida pública e privada, das ações e das unidades de participação. São excluídas as restantes rubricas, como por exemplo os terrenos e edifícios e os depósitos, dado que estes se situam na sua quase totalidade em Portugal.
A dispersão geográfica das carteiras das empresas de seguros manteve-se, em 2018, idêntica à observada no ano anterior, com a tendência de aumento do investimento em ativos estrangeiros em detrimento das aplicações em Portugal. As aplicações com origem estrangeira representam 62,3% do total. Estas concentram-se em países da União Europeia (47% do total das carteiras, face a 45,5% em 2017). Assinale-se ainda que as colocações da categoria Outros registaram um ligeiro crescimento, em grande medida justificado pelo aumento dos investimentos na região da Ásia e Pacífico. Mais concretamente, os montantes investidos na Austrália, China e Hong Kong revelaram evoluções de 28,5%, 20,3% e 3,0%, pela mesma ordem. Por último, refira-se o aumento de representatividade da categoria Off-Shores em 0,8 pontos percentuais para 3,3%.
10 A presente análise exclui 14,6% dos títulos desta categoria, por insuficiência de informação.
Orientação setoria l
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Ações 46,5% 35,4% 37,9% 41,0% 29,2% 35,4% 39,0% 40,0%
Obrigações 36,3% 40,9% 44,7% 36,7% 48,4% 45,0% 43,5% 37,7%
Asset Allocation 8,3% 8,2% 3,9% 2,5% 14,8% 11,0% 5,2% 3,7%
Hedge fund 0,2% 0,3% 9,8% 9,8% 0,0% 0,0% 7,7% 8,0%
Mercado monetário 4,3% 9,5% 1,5% 7,7% 7,6% 8,6% 2,3% 8,0%
Private Equity 4,2% 5,7% 0,3% 0,3% 0,0% 0,0% 1,0% 1,1%
Outros 0,1% 0,0% 1,9% 1,9% 0,0% 0,0% 1,5% 1,6%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida Tota l
Análise geográfica
106
Gráfico 2.59 Evolução da origem geográfica dos investimentos das empresas de seguros
O detalhe da dispersão geográfica dos investimentos por classes demonstra um cenário relativamente similar ao observado no ano anterior. Ainda assim, o investimento em dívida pública e privada contribuiu para o crescimento dos montantes investidos no estrangeiro em 3,4 pontos percentuais. Verificou-se ainda uma redução nas aplicações em ações e unidades de participação em fundos de investimento sediados fora de Portugal. O gráfico seguinte pretende ilustrar a distribuição por classes de ativos das aplicações nacionais e com origem estrangeira.
Gráfico 2.60 Origem geográfica dos investimentos das empresas de seguros
As aplicações em dívida pública estrangeira aumentaram ligeiramente face a 2017, verificando-se acréscimos de maior expressão nas carteiras de seguros Não Vida e Vida, excluindo Unit linked (5,6 e 3,4 pontos percentuais, respetivamente). Como tem sido regra nos anos anteriores, as aplicações em dívida pública fora de Portugal
38,5%
46,2%
40,2%37,7%
48,8%
42,6%
45,5%
47,0%
4,0% 3,8%
6,9% 6,9%4,9% 5,0%
4,9% 5,1%3,8% 2,5% 2,4% 3,3%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2015 2016 2017 2018
Investimento português UE América do Norte Outros Off‐shores
79,9%
34,0%
10,9%
45,4%
0,3%
1,1%
2,1%
4,0%
6,7%
15,5%
0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%
Nacional
Estrangeiro
Dívida pública Obrigações Estruturados Ações Fundos de investimento
Investimento em dívida pública
107
referem-se predominantemente aos restantes países da União Europeia. Destes, os que apresentam maior peso, em 2018, são as obrigações dos Estados espanhol (14,7%) e italiano (13,6%), salientando-se, em particular, o aumento de 2,9 pontos percentuais na dívida espanhola face ao ano transato. Relativamente ao desinvestimento em Portugal (-3,2 pontos percentuais), refira-se o possível contributo da trajetória descendente das yields do soberano nacional observado ao longo de 2018.
Gráfico 2.61 Distribuição geográfica dos investimentos em dívida pública detidos pelas empresas de seguros
Em 2018, assistiu-se a uma redução das aplicações em dívida privada portuguesa e dos restantes países da União Europeia (de 65,3% para 61,9% do total), compensada pelo acréscimo de 2,1 pontos percentuais em investimentos em off-shores e de 1,2 pontos percentuais em Outros. No entanto, esta tendência não foi transversal a todas as carteiras, sendo que a carteira afeta aos ramos Não Vida aumentou o peso da dívida nacional em três pontos percentuais. Em termos globais, entre os restantes países da União Europeia, aqueles com maior representatividade são a Holanda (15,9%), a França (9,4%), a Espanha (6,4%) e o Reino Unido (5,7%). Em 2017 verificava-se uma estrutura muito semelhante.
A carteira de seguros Unit linked continua a ser a que apresenta a maior percentagem de investimentos em Portugal. As obrigações privadas nacionais são essencialmente emissões do setor financeiro, para colocação no mercado segurador, com maturidades e cupões selecionados com o objetivo de comercialização sob a forma de seguros de vida Unit linked.
54,8%
92,5%
36,3%
58,7%
16,9%
1,9%
17,7%
14,7%
15,9%
4,0%
11,3%
13,6%
2,6%
9,4%
2,9%1,4%
4,5%1,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vida (exc. unit linked) Unit linked Não Vida Total
Portugal Espanha Itália Outros UE Resto do mundo
1,1%
Investimento em dívida privada
108
Gráfico 2.62 Distribuição geográfica da dívida privada detida pelas empresas de seguros
O investimento em ações de empresas nacionais e dos restantes países da UE decresceu, em 2018, 5,4 e 1,5 pontos percentuais, pela mesma ordem, tendo a distribuição geográfica das aplicações sido reforçada nas regiões da Ásia e Pacífico e América do Norte em 5,1 e 2,4 pontos percentuais, respetivamente. Dos países da União Europeia, excluindo Portugal, a Bélgica passou a ser o principal destino das aplicações em ações, com 6,2%, seguida da França (3,6%) e do Reino Unido (3,4%), que deixou assim de representar a maior fatia dentro da UE em 2018.
Durante o ano em análise, os principais índices acionistas representativos das zonas geográficas alvo de investimento das empresas de seguros nacionais sofreram perdas elevadas. Comparativamente ao ano transato, o índice europeu Dow Jones Euro Stoxx 50 reduziu 14,3% (em particular, os índices DAX e CAC40 diminuíram 18,3% e 11,9%, respetivamente), o norte-americano S&P 500 decresceu 6,2% e o índice Hang Seng apresentou uma desvalorização de 14,7%, enquanto o índice PSI-20 diminuiu 13,8%. No entanto, note-se que as quebras nas valorações registaram-se apenas no final do ano, derivando das preocupações dos investidores face ao abrandamento económico global, e ao acumular de tensões geopolíticas em conjunto com a evolução das políticas monetárias.
49,7% 50,2%43,9%
49,2%
9,0%
39,2%
5,5%
12,7%
10,6%
0,0%
16,2%
9,7%
18,6%
8,1%
27,9% 18,1%
12,1%
2,5%6,5% 10,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vida (exc. unit linked) Unit linked Não Vida Total
UE Portugal Off‐shores América do Norte Outros
Unit linkedunit linked
Investimento em ações
109
Gráfico 2.63 Distribuição geográfica das ações detidas pelas empresas de seguros
Em 2018, a distribuição geográfica das aplicações em fundos de investimento mobiliário alterou-se ligeiramente face a 2017, com as aplicações em fundos sediados em território europeu a aumentar a sua importância (1,6 e 1,5 pontos percentuais na UE e Portugal, pela mesma ordem), face às efetuadas na América do Norte (menos 2,1 pontos percentuais do que no ano anterior) e nos restantes países (diminuição de 1 ponto percentual). Dentro da lista dos países pertencentes à UE, observou-se comportamentos contrários nos dois países com mais representatividade. O peso do Luxemburgo contraiu ligeiramente de 48,9% para 47,4%, enquanto a Irlanda passou a representar 14,1% que compara com os 10,6% em 2017.
Na carteira do ramo Vida, exceto Unit linked, o peso dos fundos de investimentos nacionais aumentou cinco pontos percentuais, enquanto para os segmentos Não Vida foi reforçado o peso das aplicações em fundos da UE, excluindo Portugal, em 2,6 pontos percentuais.
26,5%
44,1%
19,0%24,4%
21,4%
12,2%
31,3% 24,6%
20,7%
42,6%
23,2% 22,1%
30,6%26,4% 28,4%
0,8% 1,1% 0,1% 0,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vida (exc. unit linked) Unit linked Não Vida Total
UE Portugal América do Norte Ásia e Pacífico Outros
Investimento em unidades de participação
110
Gráfico 2.64 Distribuição geográfica das unidades de participação detidas pelas empresas de seguros11
2.5.3. Análise por indicadores de risco
Seguidamente, são examinados alguns indicadores de riscos financeiros relevantes para a carteira de investimentos do setor segurador.
Para o risco de taxa de juro embutido na carteira de títulos de dívida, será analisada a estrutura de maturidades, a duração e o perfil de pagamento de cupões.
A maturidade dos investimentos em obrigações permite aferir o horizonte temporal das aplicações, identificando os períodos em que ocorrem os vencimentos de capital dos empréstimos obrigacionistas e, indiretamente, o volume e timing dos recebimentos de cupões. A duração, por seu turno, é uma medida de sensibilidade da rendibilidade das obrigações a alterações nas taxas de juro de mercado. Assim, durações mais elevadas indiciam maior exposição ao risco de taxa de juro, ou seja, variações positivas das taxas de juro do mercado originam um impacto mais negativo no valor das obrigações com maior duração, penalizadas pelo custo de oportunidade de detenção desses títulos.
Em 2018, constata-se que a distribuição dos montantes investidos em função da maturidade da dívida pública e privada registou algumas variações, nomeadamente o acréscimo das maturidades inferiores a cinco anos.
No caso da carteira Vida (excluindo Unit linked), foi reforçada a representatividade do investimento em títulos de dívida com maturidades inferiores a cinco anos em
11 O universo considerado neste gráfico não contempla a totalidade de unidades de participação que constam do quadro 2.36, excluindo 11,5% dos títulos desta categoria por insuficiência de informação disponível.
56,7%
4,4%
39,9%
20,7%
2,4%
18,0%
23,3%
14,1%
20,5%
61,2%
13,9%
47,4%
10,2%6,9%
14,1%8,2%0,2% 0,6% 0,4%1,6% 0,5% 1,1% 0,9%
8,4% 8,3% 7,8% 8,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Vida (exc. unit linked) Unit linked Não Vida Total
Portugal Irlanda Luxemburgo Outros UE
América do Norte Resto do Mundo França
Risco de taxa de juro
111
11,2 pontos percentuais, continuando estes instrumentos a prevalecer (62,4%). Na carteira Não Vida, verificaram-se acréscimos na proporção de obrigações com maturidade inferior a dois anos, de 2,2 pontos percentuais, em detrimento da classe de maturidades mais longas – especialmente a superior a cinco anos –, com uma redução de 1,9 pontos percentuais. Em sentido inverso, a carteira de Unit linked verificou um decréscimo de 8,9 pontos percentuais nas classes inferiores a 5 anos, por contrapartida das classes superiores a cinco anos, que cresceram 3,1 pontos percentuais, embora seja de assinalar que, em 2018, 5% dos títulos não dispõem de informação a este nível.
Quadro 2.32 Escalões de maturidade dos investimentos em obrigações
O gráfico seguinte permite visualizar a evolução da estrutura dos investimentos em instrumentos de dívida por maturidade durante o ano de 2018.
Gráfico 2.65 Estrutura do investimento em instrumentos de dívida por maturidade
Em termos globais, denota-se uma redução da maturidade média ponderada e da duração média ponderada nas carteiras de ativos, face a 2017.
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018
Inferior a 2 anos 24,1% 17,6% 20,8% 33,3% 25,2% 23,8% 23,2% 13,1% 15,3%
Entre 2 e 5 anos 30,7% 33,6% 41,6% 48,2% 44,0% 36,5% 32,1% 33,3% 33,0%
Superior a 5 anos 44,1% 47,6% 36,4% 18,1% 30,3% 34,4% 44,1% 53,1% 51,2%
Perpétuas 1,0% 1,1% 1,0% 0,4% 0,5% 0,3% 0,6% 0,5% 0,4%
Sem informação 0,1% 0,0% 0,2% 0,0% 0,0% 5,0% 0,1% 0,0% 0,0%
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida
‐ 500
500
1 500
2 500
3 500
4 500
5 500
0,25 0,75 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Milhões de euros
Maturidade (anos)
dez‐17 dez‐18
112
Quadro 2.33 Maturidade e duração dos investimentos em obrigações
Os instrumentos de dívida de cupão fixo continuam a ser predominantes em todas as carteiras, seguindo-se a opção de cupão variável. Essa predominância tem vindo a reforçada ao longo dos últimos três anos.
Quadro 2.34 Caraterização da modalidade de pagamento do cupão dos investimentos em obrigações
O gráfico seguinte é demonstrativo dos níveis de rating das aplicações em títulos de dívida.
Em 2018, regista-se um movimento de aumento da classificação de crédito de nível A, mais especificamente transversal às três carteiras de seguros, mas mais pronunciado nos segmentos Vida e Não Vida (10,2 pontos percentuais em cada carteira), assistindo-se, em paralelo, a uma redução do peso dos títulos com classificação BBB. O referido aumento na classificação A justifica-se, em grande medida, pela aquisição de dívida pública espanhola, cuja notação foi revista em alta pelas principais agências de notação financeira em 2018.
Gráfico 2.66 Rating do investimento em obrigações
Como já foi referido, no final de 2018 os preços nos mercados acionistas registaram quedas, o que levou a oscilações de preços com maiores amplitudes nesses meses. Em consequência, e como se pode constatar no quadro seguinte, a volatilidade anualizada do preço das ações em carteira subiu ligeiramente no grupo Vida, com
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Títulos de dívida públ ica e equiparados 6,12 5,44 5,12 4,53 4,93 4,65 4,31 4,14 9,66 9,79 7,43 7,26
Obrigações privadas 5,19 4,66 3,36 3,29 3,76 2,81 2,06 2,03 5,28 5,13 3,88 3,54
Obrigações estruturadas 4,50 6,44 1,17 0,57 3,41 4,66 0,14 0,06 5,22 4,56 2,99 3,65
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida
Maturidade Duration Maturidade Duration Maturidade Duration
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018
Cupão fixo 80,2% 86,0% 87,2% 67,3% 73,6% 77,8% 86,6% 92,2% 92,1%
Cupão zero 5,4% 3,2% 2,9% 1,6% 1,8% 1,6% 6,5% 0,8% 1,7%
Cupão variável 13,0% 10,0% 9,7% 12,7% 14,6% 15,2% 5,9% 5,8% 6,1%
Sem informação 1,4% 0,7% 0,2% 18,5% 10,0% 5,0% 1,0% 1,3% 0,0%
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida
AAA1,7%
AA5,0%
A21,6%
BBB42,4%
< BBB3,0%
NR18,3%
S/I8,0%
VidaAA0,5%
A4,9%
BBB65,7%
< BBB3,5%
NR7,2%
S/I18,0%
Unit linkedAAA1,3%
AA8,5%
A24,4%
BBB32,6%
< BBB5,3%
NR22,1%
S/I5,8%
Não Vida
Risco de crédito
Risco de preço
113
Rácios de cobertura do SCR
acréscimos mais pronunciados nos seguros Unit linked (mais 9,7, em comparação com 2017), denotando, portanto, o acréscimo de risco. Em 2018, a volatilidade do preço dos fundos de investimento apresentou subidas de 1,7 e 1,5 nas carteiras Unit linked e Não Vida, respetivamente, e uma descida de 0,3 na carteira Vida.
Quadro 2.35 Volatilidade do investimento em ações e fundos de investimento
2.6. Balanço económico e requisitos de capital
Na presente secção, analisa-se detalhadamente a posição de solvência das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF no final de 2018. Será também efetuada uma comparação entre a avaliação dos ativos e passivos para efeitos do balanço económico e a que decorre do regime contabilístico aplicável às empresas de seguros.
Importa, no entanto, ter em consideração que os valores apresentados para algumas rubricas do balanço económico em vários operadores encontram-se influenciados pela aplicação das medidas do pacote das garantias de longo prazo, que, no caso português, se traduz no ajustamento de volatilidade e na dedução transitória às provisões técnicas, influenciando, nomeadamente, as rubricas de provisões técnicas e de fundos próprios.
Por regra, os valores apresentados na presente secção incluem o efeito das referidas medidas, exceto quando explicitamente indicado o contrário (nomeadamente, em parte das análises desenvolvidas na subsecção 2.6.3. sobre as provisões técnicas). Por seu turno, a subsecção 2.6.4. é dedicada à avaliação do impacto das referidas medidas ao nível do mercado global.
2.6.1. Posição global de solvência
No gráfico seguinte, é representada a distribuição dos rácios de cobertura do SCR no final de 2018, para o total do mercado, assim como para os subgrupos das empresas que operam exclusivamente no ramo Vida e nos ramos Não Vida e mistas.
Conforme se pode observar, todas as entidades encontravam-se em situação de cumprimento do respetivo SCR à data de 31 de dezembro de 2018. A distribuição é, no entanto, relativamente díspar para os diferentes conjuntos, com menor dispersão no seio das empresas mistas, devido à dimensão bastante mais reduzida deste subconjunto (composto somente por quatro entidades). Em termos globais,
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018
Ações e títulos de participação 38,63 33,49 34,39 31,34 23,62 33,36 36,01 32,90 32,21
Unidades de participação em fundos de investimento 8,60 5,92 5,67 10,22 6,57 8,30 7,08 4,95 6,43
Vida
(exceto unit linked )Unit linked Não Vida
114
Gráfico 2
Quadro 2
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No que concerne às empresas que exploram em exclusivo os ramos Não Vida, metade viram o rácio aumentar em 2018, o que resultou numa melhoria global da cobertura do SCR em 18,4 pontos percentuais.
Por sua vez, as empresas que exploram em exclusivo o ramo Vida são o único grupo que, em termos globais, registou um decréscimo do rácio de cobertura do SCR, de 20 pontos percentuais.
Gráfico 2.68 Análise comparativa entre os rácios de cobertura do SCR relativos ao final de 2017 e de 2018
Passando à análise da cobertura do MCR, verificou-se que, no final de 2018, todas as empresas cumpriam este requisito com rácios compreendidos entre 140,2% e 1 103%. Em termos globais, apurou-se um rácio de cobertura de 513,3% para o total do mercado, verificando-se níveis médios mais elevados para as empresas Vida (550%), comparativamente com as empresas Não Vida e as empresas mistas, que evidenciaram rácios médios de 451,5% e 513,5%, respetivamente.
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116
Gráfico 2
Quadro 2
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117
2.6.2. Avaliação de ativos e passivos, exceto provisões técnicas
As empresas de seguros elaboram o balanço económico tendo por base as contas estatutárias, sujeitas a ajustamentos, designadamente nas rubricas que, ao nível estatutário, não são valorizadas pelo seu justo valor.
Em Portugal, o Plano de Contas para as Empresas de Seguros (PCES) é seguido pelas entidades que operam no mercado segurador. Esse Plano adota as Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), com exceção da IFRS 4 – Contratos de Seguros, da qual apenas foram acolhidos os princípios de classificação de contratos e de divulgação, até que entre em vigor12 a IFRS 17 – Contratos de Seguros, passando então a convergência entre as NIC e o PCES a ser absoluta.
De acordo com o disposto no artigo 90.º do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR), as empresas de seguros, ao elaborarem o balanço económico, devem avaliar todos os elementos que o constituem pelo seu valor de mercado.
Em seguida, procede-se a uma análise comparativa entre os valores estatutários (PCES) e os valores do balanço económico (Solvência II). Por forma a efetuar esta análise de forma comparável, procedeu-se à agregação de algumas rubricas, tendo, por essa razão, sido necessário realizar algumas reclassificações
Quadro 2.38 Análise comparativa entre o balanço económico e o balanço estatutário
12 Previsivelmente a 1 de janeiro de 2022.
u.m.: Milhares de Euros
Estatutário Solvência II Valor %
Goodwill 71 035 0 ‐ 71 035 ‐
Outros ativos intangíveis 87 279 0 ‐ 87 278 ‐
Terrenos e edíficios de uso próprio 172 387 242 866 70 479 29,0%
Terrenos e edifícios de rendimento 309 264 366 528 57 264 15,6%
Participações em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 1 903 182 2 417 874 514 692 21,3%
Investimentos 47 709 198 46 948 818 ‐ 760 379 ‐1,6%
Contas a receber por operações de seguro directo 390 824 346 509 ‐ 44 315 ‐12,8%
Contas a receber por operações de resseguro 163 534 149 892 ‐ 13 642 ‐9,1%
Depósitos junto de empresas cedentes 85 301 85 301 0 0,0%
Provisões técnicas de resseguro cedido ‐ Ramos Não‐Vida 711 379 529 883 ‐ 181 496 ‐34,3%
Provisões técnicas de resseguro cedido ‐ Ramo Vida 215 631 29 643 ‐ 185 988 ‐627,4%
Ativos por impostos diferidos 454 050 604 292 150 242 24,9%
Ativos por benefícios pós‐emprego e outros benefícios de longo prazo 15 582 14 822 ‐ 759 ‐5,1%
Outros ativos 665 759 692 505 26 746 3,9%
Total Ativo 52 954 406 52 428 934 ‐ 525 471 ‐1,0%
Provisões técnicas ‐ Ramos Não Vida 5 707 715 2 975 903 ‐ 2 731 812 ‐91,8%
Provisões técnicas ‐ Ramo Vida e Passivos Financeiros 39 923 191 40 650 230 727 039 1,8%
Outras provisões 147 450 79 567 ‐ 67 883 ‐85,3%
Passivos subordinados 345 006 338 978 ‐ 6 029 ‐1,8%
Depósitos recebidos de resseguradores 303 673 304 802 1 129 0,4%
Contas a pagar por operações de seguro directo 301 739 302 658 919 0,3%
Contas a pagar por operações de resseguro 165 727 157 729 ‐ 7 998 ‐5,1%
Passivos por impostos diferidos 129 993 770 872 640 879 83,1%
Passivos por benefícios pós‐emprego e outros benefícios de longo prazo 15 433 14 771 ‐ 662 ‐4,5%
Outros passivos 1 095 150 732 791 ‐ 362 358 ‐49,4%
Total Passivo 48 135 078 46 328 302 ‐ 1 806 776 ‐3,9%
Excesso do Ativo sobre o Passivo 4 819 328 6 100 633 1 281 305 21,0%
31‐12‐2018 Diferença
118
Ativo
Passivo
Tal como no ano anterior, em 2018 o Ativo registou uma diferença negativa pouco expressiva em termos relativos. O total do Ativo do balanço económico foi 1% inferior ao apurado para efeitos das contas estatutárias. Todavia, ao efetuar uma análise mais pormenorizada, verifica-se que existem rubricas onde a diferenças encontradas são significativas.
A rubrica Investimentos, por representar a parcela mais significativa do Ativo com cerca de 90% do seu total, é onde se regista a maior diferença em termos absolutos, embora pouco expressiva em termos relativos (-1,6%). Tal decorre do facto de a grande maioria dos ativos que compõem esta rubrica serem valorizados, para efeitos das contas estatutárias, ao justo valor, não existindo, neste caso, diferenças em relação à valorização exigida para efeitos de Solvência II.
Por outro lado, na rubrica Participações em filiais, associadas e empreendimentos, a diferença entre as duas abordagens é significativa (21,3%), o que se justifica pela diferença nos critérios de mensuração entre o balanço económico e as contas estatutárias para este tipo de ativo. Enquanto no regime Solvência II exige-se que todos os elementos do Ativo e do Passivo da empresa participada sejam avaliados de acordo com princípios de justo valor, determinando-se, deste modo, o seu valor de mercado, em termos estatutários é permitida a avaliação pelo custo, pelo justo valor, ou pelo método de equivalência patrimonial.
Destaque igualmente para as rubricas de Terrenos e edifícios, designadamente os de uso próprio, com uma diferença de cerca de 70 milhões de euros (29%). Para efeitos das contas estatutárias, as empresas de seguros devem aplicar a NIC 16 – Ativos Fixos Tangíveis, para a mensuração deste tipo de ativos, optando a maioria das entidades por valorizar os Terrenos e edifícios de uso próprio pelo seu custo de aquisição.
Por sua vez, os Terrenos e edifícios de rendimento apresentaram uma diferença menos acentuada, cifrando-se em 57 milhões de euros (15,6%) comparativamente à valorização em base Solvência II. Tal decorre do modelo de justo valor apresentado na NIC 40 – Propriedades de investimento, aceite para efeitos de balanço económico, ser o mais utilizado em detrimento do modelo de custo.
Ao nível do Passivo, tal como no ano anterior, verificou-se uma diferença entre o seu total (-3,9%) calculado segundo os princípios de avaliação do regime Solvência II, e o apurado a partir da informação estatutária. Tal como expectável, considerando o facto de representar mais de 94% do total do passivo, são as Provisões técnicas – que neste caso incluem também os passivos financeiros classificados, para efeitos contabilísticos, como contratos de investimentos - a apresentar diferenças mais significativas, em termos absolutos, ao nível dos capitais alheios. Este tema merece uma análise mais detalhada no ponto 2.6.4.13
13 Deve, no entanto, notar-se que, no Quadro 2.44, as responsabilidades de natureza Vida emergentes da modalidade de Acidentes de Trabalho, onde se destacam as pensões, encontram-se incluídas na rubrica “Provisões técnicas – Ramos Não Vida” para a demonstração da posição financeira e na rubrica “Provisões técnicas – Ramo Vida e Passivos Financeiros” para o balanço económico.
119
Impostos diferidos No final do ano de 2018, aquando da passagem das contas estatutárias para a valorização no âmbito do balanço económico, à imagem do sucedido nos anos anteriores, as rubricas referentes a impostos diferidos apresentaram incrementos significativos, tanto ao nível do Ativo (24,9%), como, e de modo mais pronunciado, do Passivo (83,1%). Em grande medida, as variações descritas são justificadas pelas diferenças entre os métodos de valorização das Provisões técnicas utilizados para as contas estatutárias e para o balanco económico.
No que concerne à rubrica Outros passivos, tal como tem acontecido nos anos anteriores, registou-se uma redução assinalável na passagem para a valorização em base Solvência II. Trata-se de uma rubrica com elevada heterogeneidade, agregando áreas de natureza diversa, dificultando deste modo a identificação das razões para as diferenças verificadas.
Importa ainda avaliar a evolução registada nas rubricas do balanço económico, entre 2017 e 2018.
Quadro 2.39 Análise evolutiva do balanço económico em base Solvência II
No que respeita ao Ativo, a rubrica de Investimentos, embora sendo a mais representativa, apresentou uma variação pouco expressiva de 71 milhões de euros. As Participações em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos, apresentaram uma variação mais significativa com um crescimento de 148 milhões de euros (6,1%). Este incremento reflete, de forma geral, aumentos no valor de participações já detidas ao invés de novas aquisições.
u.m.: Milhares de Euros
Valor %
Goodwill 0 0 0 ‐
Outros ativos intangíveis 0 0 0 ‐
Terrenos e edíficios de uso próprio 261 714 242 866 ‐ 18 848 ‐7,8%
Terrenos e edifícios de rendimento 564 695 366 528 ‐ 198 167 ‐54,1%
Participações em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 2 270 032 2 417 874 147 842 6,1%
Investimentos 46 878 066 46 948 818 70 752 0,2%
Contas a receber por operações de seguro directo 397 510 346 509 ‐ 51 001 ‐14,7%
Contas a receber por operações de resseguro 193 893 149 892 ‐ 44 001 ‐29,4%
Depósitos junto de empresas cedentes 81 616 85 301 3 685 4,3%
Provisões técnicas de resseguro cedido ‐ Ramos Não‐Vida 607 367 529 883 ‐ 77 483 ‐14,6%
Provisões técnicas de resseguro cedido ‐ Ramo Vida ‐ 18 186 29 643 47 829 161,4%
Ativos por impostos diferidos 584 986 604 292 19 305 3,2%
Ativos por benefícios pós‐emprego e outros benefícios de longo prazo 19 159 14 822 ‐ 4 337 ‐29,3%
Outros ativos 425 546 692 505 266 959 38,5%
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Total Ativo 52 266 399 52 428 934 162 535 0,3%
Provisões técnicas ‐ Ramos Não Vida 3 024 345 2 975 903 ‐ 48 442 ‐1,6%
Provisões técnicas ‐ Ramo Vida e Passivos Financeiros 39 952 751 40 650 230 697 479 1,7%
Outras provisões 153 634 79 567 ‐ 74 067 ‐93,1%
Passivos subordinados 399 267 338 978 ‐ 60 290 ‐17,8%
Depósitos recebidos de resseguradores 294 374 304 802 10 428 3,4%
Contas a pagar por operações de seguro directo 299 114 302 658 3 544 1,2%
Contas a pagar por operações de resseguro 189 743 157 729 ‐ 32 014 ‐20,3%
Passivos por impostos diferidos 907 370 770 872 ‐ 136 498 ‐17,7%
Passivos por benefícios pós‐emprego e outros benefícios de longo prazo 13 916 14 771 855 5,8%
Outros passivos 648 316 732 791 84 475 11,5%
Total Passivo 45 882 830 46 328 302 445 472 1,0%
Excesso do Ativo sobre o Passivo 6 383 570 6 100 633 ‐ 282 937 ‐4,6%
(*) Excluindo a Liberty
VariaçãoBalanço económico 31‐12‐2017
(*) 31‐12‐2018
120
Em sentido contrário a rubrica Terrenos e edifícios de rendimento viu o seu valor reduzir face ao ano transato (-54,1%), sendo esta evolução justificada pelo comportamento de uma entidade, que diminuiu de forma significativa a sua exposição relativamente ao mercado imobiliário.
Ao nível do Passivo, verificou-se uma diminuição acentuada, em termos relativos, nas Outras provisões (-93,1%), justificada pelo comportamento de duas entidades específicas que, em conjunto, representam 74,7% do total desta rubrica.
Por fim, no que respeita às rubricas de impostos diferidos, enquanto os ativos apresentam uma ligeira subida (3,2%), os passivos reduziram 17,7%. Esta evolução resulta da contração da rubrica de Investimentos, bem como do ligeiro crescimento das provisões técnicas.
2.6.3. Provisões Técnicas
A presente subsecção é dedicada à análise das provisões técnicas avaliadas de acordo com o regime Solvência II, sendo apresentada também a comparação com as provisões técnicas determinadas em base contabilística. Salvo referência contrária, esta subsecção apresenta os valores das provisões técnicas sem considerar os efeitos das medidas relativas ao pacote das garantias de longo prazo.
No que se refere à informação em base Solvência II, optou-se por considerar somente a componente da melhor estimativa das provisões técnicas, sendo, portanto, a margem de risco excluída deste âmbito, exceto quando seja especificado o contrário.
Para a realização da presente análise, foram ainda assumidos alguns pressupostos, com vista à obtenção de uma segmentação das responsabilidades unívoca entre as bases de avaliação contabilística e económica14.
Da análise das provisões técnicas nas bases referidas para as quatro classes correspondentes ao negócio do ramo Vida, é possível concluir que são as “Anuidades resultantes de contratos de seguros Não Vida” que apresentam a maior diferença em termos relativos, de 26,9%. O valor superior na avaliação em bases económicas é explicado pelo efeito do desconto dos fluxos de caixa das responsabilidades com base em taxas de juro sem risco, quando as taxas de desconto utilizadas na determinação das provisões contabilísticas são tendencialmente superiores, dependendo do retorno dos investimentos detidos pelas empresas de seguros.
14 Duas das hipóteses assumidas foram a alocação da totalidade das responsabilidades de Acidentes Pessoais a Proteção de Rendimento, e a alocação da totalidade das responsabilidades do ramo Doença a Despesas Médicas.
Responsabilidades Vida
Comparação entre as bases contabilística e
económica
121
Quadro 2.40 Comparação entre as Provisões técnicas de natureza Vida avaliadas em bases contabilística e económica
Os dados das provisões contabilísticas apresentados neste quadro não podem ser diretamente comparados com o quadro 2.44 pelo facto de constarem deste quadro as responsabilidades de natureza Vida emergentes da modalidade de Acidentes de Trabalho. Adicionalmente, apuraram-se algumas diferenças cuja origem não foi possível determinar.
Como expetável, a classe “Seguros e operações ligados a fundos de investimento” apresenta uma diferença reduzida (inferior a 1%), refletindo a ligação próxima, nas duas bases de avaliação, com o valor de mercado da carteira de ativos afeta.
Como observado em anos anteriores, o valor das provisões técnicas em bases económicas para a classe de “Seguros com participação nos resultados” é superior ao apurado para efeitos contabilísticos, ocorrendo o inverso para a classe de “Outras responsabilidades de natureza Vida”, com diferenças de, respetivamente,A maior heterogeneidade dos produtos abrangidos em ambas as classes pode ser um dos fatores que dificulta esta análise e de certa pode explicar a magnitude das diferenças. Outro aspeto que pode justificar as discrepâncias poderá ser o facto de esta classe englobar os seguros temporários anuais renováveis, onde as alterações de foro contratual levadas a cabo por algumas entidades justificam um alargamento das fronteiras contratuais. Assim, em 2018, no primeiro caso o desvio apurado foi de 8,3% enquanto no último foi de -8,2%.
Para o agregado das responsabilidades de Vida, em 2018, as provisões técnicas avaliadas com base em princípios económicos foram mais elevadas em 1,4% do que as contabilísticas.
No âmbito da análise das responsabilidades dos ramos Não Vida, torna-se relevante separar entre a provisão para sinistros e a provisão para prémios.
A Provisão para sinistros, apresenta, como expetável, valores inferiores no apuramento com base no regime Solvência II para a generalidade das classes de negócio, comparativamente com os valores calculados em bases contabilísticas. Tal é sobretudo justificado pelo reconhecimento do desconto dos fluxos de caixa das responsabilidades na valorização para efeitos do balanço económico. No entanto, o facto de as taxas de desconto aplicáveis a 31 de dezembro de 2018 apresentarem níveis negativos para as maturidades mais baixas mitigou parcialmente essas diferenças.
As classes de negócio com diferenças mais significativas, em termos relativos (superiores a 25%), são as de “Diversos”, “Crédito e Caução”, “Acidentes e Doença NSTV15” e “Automóvel – Outras Coberturas”. No lado oposto, encontra-se a classe
15 Com bases técnicas não similares às do seguro de Vida.
u. m.: Milhares de Euros
Contabilísticas Económicas Valor %
Seguros com participação nos resultados 14 569 786 15 779 242 ‐1 209 456 8,3%
Seguros e operações ligados a fundos
de investimento (unit‐linked ) 11 930 966 11 822 094 ‐ 108 872 ‐0,9%
Outras responsabilidades Vida 12 946 443 11 879 292 ‐1 067 151 ‐8,2%
Anuidades resultantes dos contratos
de seguros "Não Vida" 1 975 728 2 507 215 531 487 26,9%
Total Vida 41 422 924 41 987 843 ‐1 853 992 1,4%
Provisões técnicas
31‐12‐2018 Diferença
Responsabilidades Não Vida
Provisão para sinistros
122
de “Assistência”, a única onde se apurou uma diferença em sentido contrário (de 2,2%). No total dos ramos Não Vida, a diferença ascende a 17,2%.
Quadro 2.41 Comparação entre as Provisões para sinistros avaliadas em bases contabilística e económica
Os dados das provisões contabilísticas apresentados neste quadro não podem ser diretamente comparados com o quadro 2.44 pelo facto de não constarem deste quadro as responsabilidades de natureza Vida emergentes da modalidade de Acidentes de Trabalho. Adicionalmente, apuraram-se algumas diferenças cuja origem não foi possível determinar.
Para a análise da Provisão para prémios em ambiente Solvência II, consideraram-se como rubricas contabilísticas mais próximas para efeitos comparativos a soma da Provisão para prémios não adquiridos e da Provisão para riscos em curso. Contudo, devem ressalvar-se as diferenças conceptuais e decorrentes das metodologias de cálculo substancialmente distintas.
Para o agregado dos ramos Não Vida, apurou-se uma diferença global negativa de 30,2% com o valor da provisão em bases económicas superior ao correspondente valor contabilístico. Essa conclusão é extensível a todas as classes de negócio .
Nota-se ainda que, nas classes de “Crédito e Caução”, “Despesas Legais” e ainda “Marítimo, Aéreo e Transportes”, os valores das provisões técnicas de Solvência II são negativos, o que pode ser justificado pelo maior peso dos prémios futuros a receber embutidos nas projeções dos fluxos de caixa futuros.
Quadro 2.42 Comparação entre as Provisões para prémios avaliadas em bases contabilística e económica
u. m.: Milhares de Euros
Contabilísticas Económicas Valor %
Acidentes & Doença NSTV 623 094 464 117 ‐ 158 977 ‐25,5%
Automóvel ‐ Responsabilidade Civil 1 052 479 881 259 ‐ 171 220 ‐16,3%
Automóvel ‐ Outras Coberturas 130 823 97 771 ‐ 33 053 ‐25,3%
Marítimo, Aéreo e Transportes 31 230 25 357 ‐ 5 873 ‐18,8%
Incêndio e Outros Danos 435 776 413 648 ‐ 22 127 ‐5,1%
Responsabilidade Civil Geral 214 225 181 576 ‐ 32 649 ‐15,2%
Crédito e Caução 25 834 18 603 ‐ 7 231 ‐28,0%
Despesas Legais 4 286 3 364 ‐ 922 ‐21,5%
Assistência 18 171 18 561 391 2,2%
Diversos 25 315 16 760 ‐ 8 555 ‐33,8%
Total Não Vida 2 561 234 2 121 018 ‐ 440 216 ‐17,2%
Provisão para sinistros
31‐12‐2018 Diferença
u. m.: Milhares de Euros
Contabilísticas Económicas Valor %
Acidentes & Doença NSTV 221 352 108 603 ‐ 112 749 ‐50,9%
Automóvel ‐ Responsabilidade Civil 308 616 271 541 ‐ 37 076 ‐12,0%
Automóvel ‐ Outras Coberturas 161 388 153 644 ‐ 7 744 ‐4,8%
Marítimo, Aéreo e Transportes 7 421 ‐ 108 ‐ 7 528 ‐101,5%
Incêndio e Outros Danos 211 464 133 087 ‐ 78 377 ‐37,1%
Responsabilidade Civil Geral 24 940 9 006 ‐ 15 934 ‐63,9%
Crédito e Caução 8 982 ‐ 3 041 ‐ 12 023 ‐133,9%
Despesas Legais 2 881 ‐ 1 299 ‐ 4 180 ‐145,1%
Assistência 55 892 29 609 ‐ 26 283 ‐47,0%
Diversos 15 839 10 524 ‐ 5 315 ‐33,6%
Total Não Vida 1 018 776 711 566 ‐ 307 210 ‐30,2%
Provisão para prémios
31‐12‐2018 Diferença
Provisão para prémios
123
Para a análise evolutiva do valor das provisões técnicas em bases económicas, entre o final de 2017 e de 2018, considera-se o valor total incluindo a margem de risco, assim como o efeito das medidas do pacote das garantias de longo prazo (ajustamento de volatilidade e dedução transitória às provisões técnicas).
Para o total do mercado (excluindo a Liberty, pelos motivos anteriormente referidos neste relatório), o valor das provisões técnicas teve um aumento entre 2017 e 2018, de 1,5%. Fazendo uma análise mais pormenorizada, por grandes classes de negócio, é possível verificar uma diferença clara de comportamentos entre diferentes classes. Mais especificamente, verificaram-se acréscimos em “Acidentes e Doença STV16” e em “Outras Responsabilidades de natureza Vida” , de 6,3% e 3,4%, respetivamente, enquanto em todas as restantes classes se registaram descidas destacando-se o agregado “Seguros e operações ligados a fundos de investimento (unit-linked)”, com a maior redução em termos relativos (2,5%).
Quadro 2.43 Análise evolutiva das Provisões técnicas
A margem de risco, presente apenas no balanço económico, é determinada com recurso à metodologia de custo de capital, baseada na projeção e desconto dos requisitos de capital de solvência (SCR) futuros. Nota-se que estes requisitos de capital refletem os riscos que não podem ser mitigados no cenário hipotético de transferência das responsabilidades para uma empresa de referência.
Em resultado desta metodologia de cálculo, essa parcela assume maior relevância no âmbito das responsabilidades de natureza Não Vida, pelo facto de as cargas de capital dos riscos específicos de seguros terem tendencialmente maior preponderância no SCR.
Em 2018, o peso relativo da margem de risco no montante da melhor estimativa das provisões técnicas foi de 5,3% e 1,3%, respetivamente para as responsabilidades Não Vida e Vida (4,7% e 1,7% em 2017, pela mesma ordem). No cômputo global, a margem de risco representa 1,5% da melhor estimativa das responsabilidades totais (2% em 2017).
16 Com bases técnicas similares às do seguro de Vida.
u. m.: Milhares de Euros
Valor %
Seguros e operações ligados a fundos
de investimento (unit‐linked ) 12 123 435 11 822 094 ‐ 301 340 ‐2,5%
Outras responsabilidades Vida 25 801 604 26 671 736 870 132 3,4%
Total Não Vida 2 398 893 2 354 131 ‐ 44 761 ‐1,9%
Acidentes e Doença STV 2 027 713 2 156 400 128 687 6,3%
Acidentes e Doença NSTV 625 452 621 772 ‐ 3 681 ‐0,6%
Total 42 977 096 43 626 134 649 038 1,5%
(*) Exluindo Liberty
Provisões técnicas 31‐12‐2017(*) 31‐12‐2018
Variação
Margem de risco
Análise evolutiva das provisões técnicas
calculadas segundo princípios económicos
124
2.6.4. Medidas do pacote das garantias de longo prazo
As medidas do pacote de garantias de longo prazo relevantes no contexto nacional incluem o ajustamento de volatilidade e à dedução transitória às provisões técnicas.
Durante o ano de 2018, a ASF não emitiu novas autorizações para a utilização destas medidas. No final de 2018, 23 entidades encontravam-se assim a aplicar pelo menos uma das medidas referidas, menos uma do que no final de 2017, em resultado da saída da Liberty Seguros do âmbito de supervisão prudencial da ASF.
O ajustamento de volatilidade mantém-se como a medida utilizada por mais empresas de seguros, embora a dedução transitória abranja uma maior fatia das provisões técnicas em termos globais. No entanto, nos grupos das empresas que exploram exclusivamente o ramo Vida ou os ramos Não Vida, é o ajustamento de volatilidade que tem o maior peso no total de provisões técnicas abrangidas.
Quadro 2.44 Utilização das medidas do pacote das garantias de longo prazo
A aplicação destas duas medidas reflete-se diretamente no valor das provisões técnicas reconhecidas no balanço económico. Em seguida, apresenta-se o impacto, em termos absolutos e em termos relativos, no total das provisões técnicas da consideração de cada medida de forma isolada. Para o efeito, o quadro seguinte abrange apenas o universo das entidades que utilizavam pelo menos uma das medidas a 31 de dezembro de 2018.
Como observado nos anos anteriores, o efeito de redução das provisões técnicas proporcionado pela dedução transitória às provisões técnicas foi substancialmente superior ao introduzido pelo ajustamento de volatilidade. Comparativamente a 31 de dezembro de 2017, o impacto agregado de ambas as medidas diminuiu, combinando a redução de 5,2% para 4,3% para a dedução transitória e o aumento de 0,1% para 0,4% para o ajustamento de volatilidade.
No caso da dedução transitória às provisões técnicas, o caráter temporário da medida, que incorpora uma ponderação decrescente ao valor das provisões técnicas apurada com base no regime de solvência precedente, gera uma diminuição progressiva do impacto no valor das provisões técnicas reconhecido no balanço económico. No mercado nacional, esta medida é principalmente utilizada na avaliação das anuidades resultantes dos contratos de seguros "Não Vida" e das responsabilidades de natureza Vida com garantias financeiras.
No caso do ajustamento de volatilidade, no final de 2017, o valor do spread adicionado à estrutura temporal de taxas de juro sem risco para o Euro, que consubstancia o ajustamento de volatilidade, foi muito baixo (quatro basis points) comparativamente com o apurado pela EIOPA para o final de 2018 (24 basis points).
Número
% Provisões técnicas
(no total de mercado) Número
% Provisões técnicas
(no total de mercado) Número
% Provisões técnicas
(no total de mercado)
Vida 7 77,6% 7 61,5% 10 81,8%
Não Vida 8 77,1% 5 57,1% 9 78,0%
Mistas 2 17,1% 3 93,3% 4 100,0%
Total 17 56,0% 15 72,7% 23 88,1%
Dedução transitória ‐ Provisões técnicasAjustamento de volatilidade Ambas as medidas
Impacto nas Provisões técnicas
125
Este facto explica o aumento ligeiro do impacto desta medida na avaliação das provisões técnicas.
Quadro 2.45 Impacto das medidas do pacote das garantias de longo prazo no valor das provisões técnicas
O quadro seguinte apresenta o impacto destas medidas na posição de solvência do mercado, i.e. nos rácios de cobertura do SCR e do MCR. A informação apresentada abrange todas as entidades, incluindo o subconjunto de empresas que não utilizava quaisquer medidas à data de referência, como forma de se extrair o impacto no mercado como um todo.
Quadro 2.46 Impacto das medidas do pacote das garantias de longo nos rácios de cobertura do SCR e do MCR
A aplicação da dedução transitória às provisões técnicas proporcionou o aumento de maior magnitude no valor dos fundos próprios elegíveis, bem como o decréscimo mais expressivo dos requisitos de capital. Estes efeitos conjugados resultaram em subidas de 48,7 e 192,9 pontos percentuais dos rácios de cobertura do SCR e do MCR, respetivamente, ao nível do mercado. Restringindo esta análise ao universo das entidades que aplicam esta medida, constatou-se que a mesma gerou um acréscimo de 61 e 266,4 pontos percentuais no nível destes rácios, mantendo a mesma ordem.
Quanto ao ajustamento de volatilidade, o aumento dos rácios de cobertura do SCR e do MCR foi inferior, incrementando esses rácios em 6,8 e 13,6 pontos percentuais, respetivamente. Focando somente o conjunto das entidades que aplicam o ajustamento de volatilidade, o incremento obtido ao nível daqueles rácios é respetivamente de 16,9 e 34,2 pontos percentuais.
2.6.5. Fundos próprios
Nesta secção, será efetuada a análise aos fundos próprios reportados pelas empresas de seguros ao longo do exercício de 2018, considerando os fundos próprios disponíveis e os elegíveis para cobertura do SCR e do MCR.
u. m.: Milhares de Euros
Provisões técnicas Valor sem medidas
Valor com
medida Impacto %
Valor com
medida Impacto %
Vida 22 262 040 22 152 854 ‐ 109 186 ‐0,5% 21 501 060 ‐ 760 980 ‐3,4%
Não Vida 1 595 380 1 572 349 ‐ 23 031 ‐1,4% 1 485 630 ‐ 109 750 ‐6,9%
Mistas 16 492 438 16 455 435 ‐ 37 003 ‐0,2% 15 626 880 ‐ 865 559 ‐5,2%
Total 40 349 859 40 180 638 ‐ 169 221 ‐0,4% 38 613 570 ‐1 736 289 ‐4,3%
Ajustamento de volatilidade Dedução transitória ‐ Provisões técnicas
u. m.: Milhares de Euros
Valor sem medidas
Valor com
medida Impacto %
Valor com
medida Impacto %
Fundos próprios elegíveis SCR 4 660 911 4 871 175 210 264 4,5% 6 115 324 1 454 413 31,2%
Fundos próprios elegíveis MCR 4 174 547 4 350 114 175 567 4,2% 5 940 115 1 765 568 42,3%
SCR 3 783 160 3 748 001 ‐ 35 159 ‐0,9% 3 557 527 ‐ 225 633 ‐6,0%
MCR 1 375 258 1 371 469 ‐ 3 789 ‐0,3% 1 196 615 ‐ 178 643 ‐13,0%
Rácio SCR 123,2% 130,0% 6,8 p.p. 171,9% 48,7 p.p.
Rácio MCR 303,5% 317,2% 13,6 p.p. 496,4% 192,9 p.p.
Dedução transitória ‐ Provisões técnicasAjustamento de volatilidade
Impacto nos rácios de cobertura do SCR e do
MCR
126
Relembra-se que a classificação dos fundos próprios disponíveis é efetuada em três níveis (tiers), em função da sua qualidade. Em pólos opostos de classificação encontram-se os fundos de tier 1 e de tier 3, que correspondem aos de maior e menor qualidade, respetivamente. Os primeiros subdividem-se ainda nas componentes restrita e não restrita (esta última correspondente ao subconjunto de maior qualidade), enquanto os fundos enquadrados no último nível não são elegíveis para cobertura do MCR.
No final de 2018, o total de fundos próprios disponíveis posicionava-se em cerca de 6,4 mil milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 6,2% face ao termo do ano anterior. Importa realçar, no entanto, que a magnitude desta variação está relacionada com a alteração do universo de entidades sujeitas à supervisão prudencial da ASF. Excluindo esse efeito na amostra relativa a 2017, o decréscimo do total dos fundos próprios é de 4%.
Por sua vez, o peso dos fundos próprios elegíveis para cobertura do SCR e MCR, face ao total dos fundos disponíveis, revelou estabilidade comparativamente ao ano anterior, com as respetivas quotas a posicionarem-se em a 99,6% e 96,3%.
Quadro 2.47 Fundos próprios disponíveis e elegíveis:
A análise dos fundos próprios disponíveis por nível de qualidade revela uma elevada preponderância em fundos tier 1, com 96% do total. Destes, a esmagadora maioria corresponde à sua componente não restrita, que reforçou a sua representatividade em 0,5 pontos percentuais face a 2017.
Ao nível individual, constata-se que a maioria dos operadores apresenta uma distribuição - por níveis - dos fundos próprios disponíveis, semelhante à estrutura global do mercado. Não obstante, são identificáveis três casos para os quais a importância dos fundos tier 1 é inferior a 80%, ascendendo este número a seis quando a análise incide sobre a sua componente não restrita.
Focando a análise nos fundos dos restantes níveis, contata-se que, dos seis operadores que apresentavam itens classificados como de tier 2, quatro detêm um peso superior a 15%, com dois deles a posicionarem-se inclusivamente acima dos 20%. No âmbito dos fundos tier 3, verifica-se a existência de duas entidades onde o respetivo peso atinge proporções superiores a 10%, uma das quais na vizinhança dos 20%.
31.12.2018 Tier 1 (não restrito) Tier 1 (restrito) Tier 2 Tier 3 Total
FP disponíveis 5 868 934 230 303 206 754 44 884 6 350 875
FP elegíveis para cobertura do SCR 5 868 934 193 290 242 313 21 052 6 325 588
FP elegíveis para cobertura do MCR 5 868 934 193 290 53 459 - 6 115 682
u.m.: Milhares de Euros
Fundos próprios disponíveis
127
Gráfico 2.70 Distribuição dos fundos próprios disponíveis por níveis - mercado
Relativamente à estrutura dos fundos próprios elegíveis para a cobertura do SCR, esta assemelha-se à observada nos fundos próprios disponíveis, em virtude da predominância de fundos oriundos dos níveis de maior qualidade. Ainda assim, assiste-se a um ligeiro reforço dos fundos tier 1 no que se refere à sua componente não restrita. Naturalmente, a sua prevalência é ainda mais substancial no que se refere aos fundos próprios elegíveis para cobertura do MCR, onde ascende a 96% do total (mais 0,7 pontos percentuais do que que no ano precedente).
Para efeitos de cobertura do SCR e do MCR, são aplicados limites quantitativos de elegibilidade aos fundos próprios disponíveis, com o intuito de assegurar uma qualidade global elevada. No caso específico do MCR, os limites são mais restritivos, assistindo-se, por isso, a uma quase total erosão dos fundos não enquadrados como tier 1, com uma representatividade de apenas 0,9% do tier 2, aliada à inelegibilidade dos fundos de tier 3.
Gráfico 2.71 Distribuição dos fundos próprios elegíveis para cobertura do SCR e do MCR por níveis - mercado
2.6.6. Requisito de Capital de Solvência
Na presente secção, procede-se à análise dos vários módulos de risco que compõem o SCR, tendo por base a fórmula padrão utilizada pela totalidade das empresas de seguros nacional no cálculo do seu requisito de capital de solvência. Esta investigação revelará granularidade por segmento de negócio explorado pelos operadores.
92,4%
3,6%3,3% 0,7%
Tier 1 (não restrito)
Tier 1 (restrito)
Tier 2
Tier 3
92,8%
3,1%3,8% 0,3%
FP elegíveis para cobertura do SCR
Tier 1 (não restrito)
Tier 1 (restrito)
Tier 2
Tier 3
96,0%
3,2% 0,9%
FP elegíveis para cobertura do MCR
Fundos próprios elegíveis para
cobertura do SCR e do MCR
128
O quadro seguinte apresenta o valor absoluto das várias componentes do SCR em 2018, com o respetivo comparativo face ao ano anterior. O montante total agregado de 3,5 mil milhões de euros denota uma contração de 6,1% face a 2017. Esta deriva das variações negativas reveladas pelas empresas mistas e do ramo Vida, de 9,4% e 6,8%, respetivamente, que se sobrepõem ao aumento de 8% no caso das empresas a operar exclusivamente nos ramos Não Vida.
As variações apresentadas já refletem, para efeitos comparativos, a exclusão da informação de 2017 da Liberty Seguros, que em 2018 deixou de pertencer ao conjunto de entidades supervisionado em termos prudenciais pela ASF.
Quadro 2.48 Evolução do SCR em valor absoluto
Relativamente à composição do SCR para o conjunto de empresas a operar exclusivamente no ramo Vida, continua a assistir-se à predominância da componente de risco de mercado, com 84,2% do SCR. Não obstante, a sua importância diminuiu face a 2017, pois, nesse caso, ascendia a 90,2%. Em sentido contrário, menciona-se os riscos de contraparte, que exibiram um aumento de 2,7 pontos percentuais, para 15,2%.
Os riscos operacionais verificaram um aumento de 3,4 pontos percentuais do seu peso. Contudo o seu efeito é mais do que compensado pela capacidade de absorção de perdas das provisões técnicas e dos impostos diferidos.
2017 2018 2017 2018 2017 (*) 2018 2017 (*) 2018
Risco de mercado 1 006 783 875 852 161 882 162 768 1 685 126 1 467 289 2 853 790 2 505 909
Risco de contraparte 139 234 158 051 87 843 113 692 208 904 242 711 435 981 514 454
Riscos específicos de seguros de Vida 372 749 349 975 0 0 375 429 373 964 748 179 723 938
Riscos específicos de seguros de Acidentes e Doença 2 025 1 936 214 485 226 631 274 657 305 693 491 167 534 260
Riscos específicos de seguros de Não Vida 245 380 301 456 318 394 410 811 416 789 712 512 735 563
Diversificação ‐ 281 908 ‐ 275 572 ‐ 203 891 ‐ 214 336 ‐ 787 190 ‐ 800 521 ‐ 1 272 990 ‐ 1 290 429
Risco de ativos intangíveis 0 0 0 0 0 0 0 0
BSCR 1 239 127 1 110 623 561 775 607 150 2 167 737 2 005 924 3 968 640 3 723 697
Risco Operacional 94 556 123 988 66 381 69 295 182 679 239 268 343 616 432 551
Ajustamento ‐ Provisões técnicas ‐ 137 990 ‐ 110 916 0 0 ‐ 13 466 ‐ 7 466 ‐ 151 456 ‐ 118 381
Ajustamento ‐ Impostos diferidos ‐ 79 755 ‐ 83 217 ‐ 94 563 ‐ 100 360 ‐ 233 577 ‐ 331 922 ‐ 407 896 ‐ 515 499
SCR 1 115 938 1 040 478 533 594 576 085 2 103 373 1 905 805 3 752 904 3 522 368
(*) Excluindo a Liberty
u.m.: Milhares de Euros
Vida Não Vida Mistas Total
Composição do SCR – Empresas
Vida
129
Gráfico 2.72 Composição do SCR para o conjunto das empresas Vida
Replicando a análise para o conjunto das empresas a operar exclusivamente nos ramos Não Vida, constata-se uma distribuição do SCR bastante diferente da identificada para os operadores do ramo Vida, fruto das diferenças nos perfis de negócio. Assim, verifica-se um peso muito mais moderado dos riscos de mercado (28,3%, o que corresponde a uma compressão de dois pontos percentuais face a 2017), aliado a parcelas mais representativas dos riscos específicos de acidentes e doença (36,3%) e de Não Vida (55,3%). O risco de contraparte apresenta a variação mais expressiva, revelando um reforço 3,3 pontos percentuais face a 2017, para 19,7%.
Gráfico 2.73 Composição do SCR para o conjunto das empresas Não Vida
No que se refere à composição do SCR das empresas mistas, observa-se uma combinação de características de ambos os segmentos analisados. Não obstante, aproximando-se do observado para os operadores do ramo Vida, o risco de mercado detém a parcela mais relevante (77%), sendo seguido dos riscos específicos Não Vida, Vida e Acidentes e Doença, com ordens de grandeza na proximidade dos 20%. É neste conjunto de operadores que se observa o efeito da diversificação mais acentuado - passando de 37,4% em 2017 para 42% em 2018 -, uma evolução relacionada com a redução do peso do risco de mercado em 3,1 pontos percentuais, paralelamente a acréscimos nos restantes módulos do Basic SCR (BSCR). Destacam-se ainda reforços de peso do risco operacional e do
84,2%
15,2%
33,6%
0,2% 0,0%
26,5%
0,0%
106,7%
11,9% 10,7%
8,0%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Risco demercado
Risco decontraparte
Riscosespecíficos de
seguros de Vida
Riscosespecíficos de
seguros deAcidentes e
Doença
Riscosespecíficos de
seguros de NãoVida
Diversificação Risco de ativosintangíveis
BSCR RiscoOperacional
Ajustamento ‐Provisões
técnicas
Ajustamento ‐Impostos
diferidos
SCR
28,3%
19,7%
39,3%
55,3%
37,2%
0,0%
105,4%
12,0% 17,4%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
Risco de mercado Risco decontraparte
Riscos específicosde seguros de
Acidentes e Doença
Riscos específicosde seguros de Não
Vida
Diversificação Risco de ativosintangíveis
BSCR Risco Operacional Ajustamento ‐Impostos diferidos
SCR
130
ajustamento por impostos diferidos, de 3,9 e 6,3 pontos percentuais, respetivamente.
Gráfico 2.74 Composição do SCR para o conjunto de empresas mistas
Nas análises que se seguem é providenciada informação mais granular sobre os riscos que compõem o BSCR, incindindo, portanto, sobre os módulos de risco de mercado e de riscos específicos de seguros de Vida, Acidentes e Doença e Não Vida. Para os riscos de mercado, os resultados são desagregados por tipologia de empresa.
77,0%
12,7%
19,6%
16,0%
21,9%
42,0%
0,0%
105,3%
12,6%
0,4%
17,4%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
Risco demercado
Risco decontraparte
Riscosespecíficos de
seguros de Vida
Riscosespecíficos de
seguros deAcidentes e
Doença
Riscosespecíficos de
seguros de NãoVida
Diversificação Risco de ativosintangíveis
BSCR RiscoOperacional
Ajustamento ‐Provisões
técnicas
Ajustamento ‐Impostos
diferidos
SCR
Composição do BSCR
131
No conjunto das empresas Vida, o risco de spread continua a deter a parcela mais relevante, representando 48,9% do total. O peso do risco de taxa de juro registou um aumento de 8,1 pontos pecentuais, para 25,4%, tornando-se o segundo submódulo mais representado. Com uma variação da mesma magnitude, mas no sentido oposto, o risco accionista reduziu a sua expressividade para 19,6%, um facto que tenderá a estar relacionado com os desenvolvimentos nos mercados financeiros nos últimos meses de 2018, que penalizaram as cotações deste tipo de títulos no fecho do ano, afetando assim a dimensão das exposições.
Gráfico 2.75 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas Vida
No universo das empresas a operar apenas nos ramos Não vida, verifica-se uma maior dispersão do SCR de mercado pelos vários submódulos. Os riscos acionista e de spread conservam-se como os mais expressivos, passando a denotar pesos muito mais próximos entre si, em virtude da compressão de 5,1 pontos percentuais do primeiro, e da expansão de 4,3 pontos percentuais do segundo. O risco de concentração revelou um decréscimo de 4,8 pontos percentuais face ao ano transato, tendencialmente reflexo do de-risking prosseguido pelas empresas neste campo. A componente de diversificação reduziu de 37,6%, em 2017, para 33% no ano em apreço.
25,4%
19,6%
19,5%
48,9%
22,6%
0,5%
36,4%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
Risco de Taxa deJuro
Risco acionista Risco imobil iário Risco de spread Risco deconcentração
Risco cambial Diversificação Carga de capital
Riscos de mercado - Empresas Vida
Riscos de mercado – Empresas Não Vida
132
Gráfico 2.76 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas Não Vida
No que respeita às empresas que operam simultaneamente nos ramos Vida e Não Vida, verifica-se a predominância acentuada dos riscos acionista e de spread, com um peso conjunto de cerca 93% do SCR de mercado. Face a 2017, este grupo aumentou a sua proporção em 4,7 pontos percentuais, combinando o crescimento no nível do risco de spread (seis pontos percentuais) e a contração no risco acionista (1,3 pontos percentuais). Quanto aos restantes submódulos, destaca-se o risco de concentração, com um peso de 21,6%, inferior em 5,3 pontos percentuais ao exibido no final do ano precedente.
Gráfico 2.77 Composição do SCR de mercado para o conjunto de empresas mistas
O gráfico seguinte apresenta a distribuição do SCR de riscos específicos de seguro de Vida pelos seus vários submódulos, que conserva uma estrutura similar à registada em anos anteriores. O risco de descontinuidade mantém-se, de forma destacada, como o mais expressivo, ainda que com menos 1,1 pontos percentuais face a 2017, fixando-se em 71,7% do SCR. Em termos de importância relativa, é seguido pelo risco de despesas e pelo de catástrofes. Referem-se ainda os aumentos dos pesos do risco de invalidez-morbilidade e da componente de diversificação, em 2,3 e 3,2 pontos percentuais, para 10,9%, e 43,4%, respetivamente.
22,3%
34,3%
23,4%
30,1%
19,3%
3,5%
33,0%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Risco de Taxa deJuro
Risco acionista Risco imobil iário Risco de spread Risco deconcentração
Risco cambial Diversificação Carga de capital
2,8%
49,4%
9,4%
43,8%
21,6%
9,4%
36,3%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
Risco de Taxa deJuro
Risco acionista Risco imobil iário Risco de spread Risco deconcentração
Risco cambial Diversificação Carga de capital
Riscos de mercado – Empresas mistas
Riscos específicos de seguros Vida
133
Gráfico 2.78 Composição do SCR de riscos específicos de seguros de Vida
Em 2018, verificou-se, no contexto da composição do SCR de riscos específicos de Acidentes e Doença, um aumento do peso do risco catastrófico em 2,9 pontos percentuais, para 24,7%, por contrapartida de uma descida análoga no risco de Acidentes e Doença com bases técnicas similares às do seguro de Vida (STV). Não obstante, o primeiro submódulo permanece como o menos expressivo neste âmbito, persistindo o risco de Acidentes e Doença com bases técnicas não similares às do seguro de vida (NSTV) como o de maior relevância (65,6%).
A elevada expressividade do submódulo NSTV decorre quase exclusivamente do risco de prémios e provisões, correspondente a 99,6% do requisito desse submódulo. No âmbito do submódulo STV, os riscos mais representados são os de longevidade e de revisão, com 75,5% e 42,1%, respetivamente. Por sua vez, 96,1% da carga de capital correspondente aos riscos catastróficos é motivada pelos eventos de concentração de acidentes.
Gráfico 2.79 Composição do SCR de riscos específicos de seguros de Acidentes e Doença
14,9%
8,9%
10,9%
71,7%
19,9%
17,1%
43,4%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
Risco de mortalidade Risco de longevidade Risco de invalidez‐morbilidade
Risco dedescontinuidade
Risco de despesas Risco de catástrofes Diversificação Carga de Capital
65,6%
30,8%
24,7% 21,0%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Riscos de acidentes doençaNSTV
Riscos de acidentes doença STV Risco Catastrófico Diversificação Carga de Capital
Riscos específicos de seguros de
Acidentes e Doença
134
Quanto ao SCR de riscos específicos de seguros Não Vida, constata-se uma distribuição muito semelhante à verificada nos anos transatos. O risco de prémios e provisões apresenta a parcela amplamente mais relevante (84,3%), seguindo-se o risco catastrófico (32,9%) e, por fim, com um peso muito inferior, o risco de descontinuidade (4,2%).
Gráfico 2.80 Composição do SCR de riscos específicos de seguros Não Vida
2.6.7. Requisito de Capital Mínimo
Nesta secção final, aborda-se a cobertura do MCR, nomeadamente a sua evolução em valor absoluto e o seu peso relativamente ao SCR.
O montante do MCR é apurado por aplicação de uma fórmula linear sobre um conjunto de medidas de volume do negócio, estando constrangido por um corredor posicionado entre 25% e 45% do último SCR. Este requisito está ainda sujeito a valores mínimos absolutos, cifrados em 3,7, 2,5 e 6,2 milhões de euros, respetivamente para as empresas Vida, Não Vida e mistas.
À data de 31 de dezembro de 2018, o montante total do MCR cifrava-se em 1,2 mil milhões de euros, o que traduz um acréscimo de 0,8% face ao ano anterior. Esta evolução exclui a informação da Liberty Seguros, que em 2018 deixou de pertencer ao conjunto de entidades supervisionado em termos prudenciais pela ASF17.
17 Nesta análise não foi retirado o efeito da Eurovida no ano de 2017, na medida em que através de uma fusão por incorporação os requisitos de capital da entidade adquirida acrescem aos da adquirente.
84,3%
4,2%
32,9%21,4%
100,0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
Risco de prémios e de provisões Risco de descont inuidade Risco catastrófico Diversificação Carga de Capital
Riscos específicos de seguros Não Vida
135
Quadro 2
Gráfico 2
2.49 Evolução
A média poreflete umaaumentos d2,7 pontos média das epontos perc
Numa análseguros aprregistam-semínimos aentidade ap
2.81 Peso do M
do MCR em valor
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372 961
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o que e aos
2,6 e ário, a de 0,8
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uma
136
3capítuloA Mediação de Seguros
3. A mediação de seguros
3.1. Caraterização geral dos mediadores de seguros18
O ano de 2018 veio acentuar a tendência decrescente observada nos últimos anos em termos do número de mediadores de seguros, com uma redução de 6,6%, para cerca de 19 mil mediadores. Esta contração resultou de um número de cancelamentos superior ao de novas inscrições, reforçada pela diferença negativa entre as reativações e as suspensões.
O rácio de cancelamentos por cada nova inscrição foi de 1,7 em 2018, que compara com 2,8 em 2017. Tal reflete a diminuição considerável do número de cancelamentos (-43,9%) ao mesmo tempo que as novas inscrições registaram uma quebra menos pronunciada (-8,1%).
Gráfico 3.1 Número de mediadores de seguros
Em 2018, as novas inscrições de mediadores de seguros junto da ASF diminuíram 7,5%, com a categoria de agente de seguros a registar a quebra mais significativa, de 12,4%.
18 A 16 de janeiro de 2019 foi publicado o regime jurídico da distribuição de seguros e de resseguros, como anexo à Lei n.º 7/2019, tendo o mesmo entrado em vigor, com efeitos retroativos, à data de 1 de outubro de 2018. Apesar da entrada em vigor deste regime ter exigido a reclassificação de algumas categorias de mediadores de seguros, este capitulo apresenta ainda as anteriores categorias.
18
19
20
21
22
23
Total 2017 NovasInscrições
Efeito desuspensões e
reativações
Cancelamentos Total 2018
Milhares de mediadores
3 | A mediação de seguros
139
Gráfico 3.2 Número de novas inscrições de mediadores de seguros
No que concerne ao universo de mediadores de seguros registados noutros Estados-Membros com notificação para atuar em Portugal, verificou-se um acréscimo de 3,4% face ao ano anterior, reforçando a tendência de crescimento dos últimos anos.
Todos os países representados continuam a manter a mesma posição relativa do ano anterior. Destaque para a Áustria que se mantém como o país mais representado, tendo, inclusive, reforçado a sua posição com um aumento de 117 operadores (6,2%). Importa ainda destacar a Bélgica, com um aumento de 12% do número de mediadores, e a Itália que registou uma variação equivalente, mas no sentido oposto.
De acordo com o observado nos últimos anos, a esmagadora maioria dos operadores internacionais a operar em Portugal atuam em regime de Livre Prestação de Serviços (LPS). Destes, cerca 96,6% detêm licença para exercer atividade conjuntamente nos ramos Não Vida e no ramo Vida.
Quadro 3.1 Mediação através de Sucursais e LPS em Portugal
602
511
2
1 115
607
483
1
1 091
532
477
0
1 009
0
200
400
600
800
1 000
1 200
Agente de seguros Mediador de segurosligado
Corretor de seguros /Mediador de resseguros
Total de novas inscrições
2016
2017
2018
País LPS Sucursal Total
Áustria 1 991 1 991
Reino Unido 1 604 15 1 619
França 560 17 577
República Checa 535 535
Bélgica 539 1 540
Alemanha 294 5 299
Espanha 231 17 248
Itália 205 205
Outros 540 6 546
Total 6 499 61 6 560
Mediadores não nacionais a operar em Portugal
140
Por sua vez, o número de mediadores portugueses a operar fora de Portugal cresceu 24,4% (42 mediadores) face ao ano transato, somando, no final de 2018, 172 operadores. Este crescimento deve-se, em exclusivo, ao aumento do número de mediadores a atuar sob o regime de LPS, uma vez que, relativamente a sucursais, não ocorreu qualquer alteração durante o exercício de 2018. No que respeita aos destinos de internacionalização, a preferência contínua a ser dada a Espanha, seguindo-se a França e o Reino Unido.
Ao nível do tipo de autorização dos mediadores portugueses a operar fora do país, regista-se um crescimento significativo do número de entidades autorizadas a explorar em exclusivo os ramos Não Vida (40,5%). Apesar desta evolução, os mediadores com licença para operar conjuntamente nos ramos Não Vida e no ramo Vida continuam a assumir a maior expressão, representando 64,5% do total deste conjunto.
Quadro 3.2 Mediação através de Sucursais e LPS noutros Estados-Membros
O anteriormente referido decréscimo de 6,6% do número de mediadores, entre o final de 2017 e de 2018, é justificado pela diminuição ocorrida ao nível das pessoas singulares (-8,1%), amenizada pelo aumento de 2,9% registado nos mediadores de seguros coletivos.
Gráfico 3.3 Evolução do número de mediadores de seguros
País LPS Sucursal Total
Espanha 51 1 52
França 15 2 17 G
Reino Unido 13 2 15
Alemanha 9 9
Bélgica 9 9
Holanda 7 7
Itália 5 5
Roménia 5 5
Outros 52 1 53
Total 166 6 172
Mediadores portugueses a operar fora de Portugal
20 494 19 591 18 156 16 866 15 507
2 971 3 1473 270
3 3923 492
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
2014 2015 2016 2017 2018
número de pessoas
Singular Coletivo
141
Estrutura etária
Distribuição por categoria e por
ramo de atividade
A distribuição das categorias de mediadores revelou alguma estabilidade em 2018, sendo, no entanto, de destacar o crescimento de 1,5 pontos percentuais dos agentes pessoas coletivas, em detrimento dos agentes pessoas singulares e dos mediadores ligados, que registaram reduções de 0,8 e 0,7 pontos percentuais, respetivamente. Não obstante as diminuições referidas, essas categorias continuam a representar a grande maioria do número total de mediadores de seguros, com um peso conjunto de 83% no final do ano de 2018.
No que respeita à distribuição do número de mediadores de seguros por ramo de atividade, também não se verificaram variações significativas face ao ano transato, permanecendo o grupo de mediadores a operar conjuntamente nos ramos Não Vida e no ramo Vida a ser, de forma destacada, o mais representativo (90%).
Gráfico 3.4 Número de mediadores de seguros por categoria e por ramo de atividade
3.1.1. Pessoas singulares
Nesta secção é efetuada a caracterização do universo dos mediadores pessoas singulares, incluindo a descrição global da estrutura etária, do nível de habilitações literárias e da atividade profissional dos seus elementos.
Em 2018, a estrutura etária apresentou uma distribuição idêntica à do ano anterior. Confirma-se a maior representatividade de mediadores do género masculino, que constituem 67,2% do total de elementos, traduzindo, no entanto, uma diminuição de 0,3 pontos percentuais face a 2017. Importa ainda destacar que a idade média da população masculina é de 55 anos, enquanto que a da população feminina se situa nos 48 anos.
No que concerne às novas inscrições, verifica-se a expetável predominância dos mediadores mais jovens, com 69,3% do total de novos inscritos a situarem-se entre os 25 e os 45 anos. Por sua vez, a proporção de cancelamentos no mesmo intervalo de idades foi de 36%, revelador de uma dispersão mais acentuada pelos grupos etários. Face ao ano de 2017, verificou-se uma redução do número de cancelamentos por cada nova inscrição (dois versus 2,7) que, aliado ao
16,6%
45,6%
37,3%
0,4%
Agente (p. col.) Agente (p. sing.)
Mediador ligado Restantes
7,4%2,6%
90,0%
Não Vida Vida Vida / Não Vida
142
Habilitações Literárias
Atividade profissional
envelhecimento da população, resultou na manutenção da idade média nos 53 anos.
Gráfico 3.5 Estrutura etária
No âmbito das habilitações literárias dos mediadores de seguros singulares, verifica-se a predominância do ensino secundário, onde se regista uma quota idêntica à do ano transato (56%). Segue-se o ensino superior e o ensino básico com, respetivamente, 26% e 11,6% do total de mediadores.
Analisando as habilitações literárias por género, conclui-se que a população feminina detém habilitações literárias mais elevadas do que a masculina. Assim, 34,9% da população feminina tem um curso superior, enquanto apenas 21,7% dos mediadores masculinos possuem este grau académico. Em relação ao ensino secundário, a população masculina tem a quota mais elevada, com 58,6% (50,6% para a população feminina), tal como para o ensino básico (12,7% no caso masculino e 9,2% no caso feminino).
No que respeita à distribuição dos mediadores por atividade profissional, à imagem dos anos anteriores, verifica-se uma predominância de elementos a exercer mediação de seguros em regime de exclusividade. Esta classe representa 53% da amostra de agentes singulares, seguindo-se atividades profissionais na área dos serviços (12,7%) e de cariz contabilístico e financeiro (11,7%). No caso dos mediadores ligados, é igualmente a atividade de mediação de seguros (40,6%) a mais significativa, seguida pela contabilidade / serviços financeiros e pelos serviços, que representam 12,7% e 11,7%, respetivamente.
0
50
100
150
200
250
300
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90
Homens Mulheres
143
Forma jurídica
Gráfico 3.6 Mediação de seguros por atividade profissional
3.1.2. Pessoas coletivas
Na presente secção, é efetuada a análise aos mediadores de seguros pessoas coletivas, com enfâse na sua forma jurídica.
Cerca de 92% do total de mediadores pessoas coletivas são sociedades por quotas. O peso desta forma jurídica é ainda mais significativo dentro do grupo de agentes coletivos, onde a sua quota ascende a 96,1%.
Apenas se encontram sociedades anónimas entre os corretores e mediadores de resseguros. Estes últimos são o único conjunto onde esta forma jurídica é maioritária (71,4%).
Gráfico 3.7 Mediadores (pessoas coletivas) por forma jurídica da empresa
0 2 000 4 000 6 000 8 000
Mediação de seguros
Contabilidade e serviços financeiros,excepto mediação de seguros
Serviços
Comércio
Reformados
Restantes
Agente Mediador Ligado
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Agente Corretor Ligado Mediador deresseguro
Sociedade por quotas Sociedade anónima Outra Cooperativa
144
Distribuição geográfica
3.2. Distribuição geográfica dos mediadores de seguros
Ao analisar a concentração de mediadores de seguros singulares e coletivos pelos vários distritos e regiões autónomas, verifica-se que existe uma elevada correlação entre o número de mediadores de seguros e o número de habitantes das respetivas regiões. Assim, sem surpresa, existe um maior número de mediadores no litoral quando comparado com o interior do país.
A redução de mediadores de seguros que se fez sentir em 2018 repercutiu-se, de forma proporcional, nas várias regiões, não havendo, por isso, alterações significativas face à distribuição geográfica verificada no ano anterior. Também a representatividade dos cinco distritos com maior número de mediadores (Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Setúbal) não sofreu alterações relevantes, detendo no final do ano 58,4% do total de mediadores em Portugal (58,8% em 2017).
Gráfico 3.8 Número de mediadores de seguros vs. população residente por distrito / região autónoma
Nota: A informação relativa aos habitantes por distrito e região autónoma foi recolhida pelo Instituto Nacional de Estatística no âmbito do XV Recenseamento Geral da População, efetuado em 2011.
O número médio habitantes por mediador de seguros fixou-se no ano de 2018 em 556, mais 35 habitantes por mediador que no ano anterior. Da análise deste indicador por zona geográfica, verifica-se que são as regiões autónomas da Madeira e dos Açores com, respetivamente, 1 164 e 894 habitantes por mediador, que apresentam os rácios mais elevados. Em contrapartida, com valores inferiores a 400 habitantes por mediador, vários distritos do interior (Bragança, Évora, Portalegre e Guarda) apresentam os rácios mais reduzidos.
0
300
600
900
1 200
1 500
1 800
2 100
2 400
2 700
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
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Singulares Coletivos Milhares de habitantes
145
Reda
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seguros
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3.3. Anáseg
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146
Gráfico 3.9 Remuneração dos mediadores de seguros por categoria e ramo de atividade
3.3.1. Agentes de seguros
No âmbito da análise das remunerações dos agentes pessoas singulares, o quadro seguinte apresenta as quotas de mercado combinadas dos primeiros cinco, dez, quinze e vinte agentes, de acordo com as remunerações auferidas em 2018 e incluindo o respetivo comparativo com o ano anterior.
O elevado número de agentes singulares registados contribui para uma dispersão acentuada das suas remunerações, patente no facto de os vinte agentes com maiores remunerações não chegarem a representar 5% do total de remunerações auferidas pelos agentes singulares.
Não obstante, em 2018, verificou-se o aumento das remunerações auferidas pelos vários conjuntos, destacando-se o dos cinco primeiros agentes, com um acréscimo face ao ano anterior de 9,3%. Esta evolução positiva levou a acréscimos das quotas de mercado de todos os subconjuntos, que, mesmo residuais, contribuíram para o ligeiro aumento do nível de concentração deste segmento.
Quadro 3.3 Remuneração de agentes pessoas singulares – conjunto da atividade
5,1 45,0
266,4
3,2 0,675,9
291,2
138,4
115,76,1
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Agentesingular
Agentecoletivo
Mediadorligado
Corretor Mediador deresseguro
Milh
ões
de e
uros
Não Vida Vida
2017 2018 2017 2018
Cinco primeiros agentes 1 225 223 1 339 737 1,5% 1,7%
Dez primeiros agentes 2 085 556 2 212 250 2,6% 2,7%
Quinze primeiros agentes 2 801 567 2 967 170 3,5% 3,7%
Vinte primeiros agentes 3 405 379 3 636 003 4,3% 4,5%
Quota de mercadoRemunerações (euros)Agentes pessoas singulares
147
Efetuando a mesma análise relativamente aos agentes pessoas coletivas, verifica-se um nível de concentração bastante mais elevado, fruto do menor número de agentes registados.
No ano de 2018, verificou-se um aumento das remunerações combinadas de todos os subconjuntos, com os vinte primeiros agentes a registarem um acréscimo de 12,5% face ao ano transato. Apesar do aumento generalizado das remunerações auferidas, todos os subgrupos registaram ligeiros decréscimos das quotas de mercado, sendo a queda dos vinte primeiros agentes de 0,4 pontos percentuais. Esta evolução pode ser explicada, em parte, pela entrada de cem novos agentes coletivos no mercado, contribuindo assim para uma maior dispersão deste segmento.
Quadro 3.4 Remuneração de agentes pessoas coletivas – conjunto da atividade
3.3.2. Corretores de seguros / mediadores de resseguro
Em 2018, o número de corretores de seguros e de mediadores de resseguro não sofreu alterações, permanecendo o primeiro grupo com 69 elementos e o segundo com 14. As cinco primeiras empresas detêm 47,4% do total de remunerações, ascendendo este peso a 85,4% no caso das vinte primeiras empresas. A elevada concentração existente neste mercado é reflexo do reduzido número de empresas a operarem nestas categorias.
Seguindo a mesma tendência dos agentes pessoas singulares e coletivas, em 2018 verificou-se um aumento generalizado das remunerações para todos os subconjuntos analisados. Por sua vez, as quotas de mercado registaram uma evolução oposta, com os subgrupos das cinco, dez e quinze primeiras empresas a registarem decréscimos de 1,5, 0,7 e 0,5 pontos percentuais, respetivamente. A quota de mercado das vinte maiores empresas não sofreu qualquer variação face ao ano anterior, mantendo-se em 85,4%.
2017 2018 2017 2018
Cinco primeiros agentes 28 504 790 31 166 049 9,7% 9,3%
Dez primeiros agentes 39 329 344 44 030 473 13,4% 13,1%
Quinze primeiros agentes 48 264 657 53 867 392 16,5% 16,0%
Vinte primeiros agentes 55 081 069 61 989 067 18,8% 18,4%
Agentes pessoas coletivasRemunerações (euros) Quota de mercado
Nível de concentração do mercado de
agentes pessoas coletivas
148
Análise de indicadores contabilísticos
Relação entre o Ativo e o Passivo
Quadro 3.5 Remuneração dos corretores / mediadores de resseguro – conjunto da atividade19.
A análise seguinte sobre a evolução de indicadores contabilísticos é efetuada com base na informação relativa à atividade de 70 dos 76 corretores / mediadores de resseguro registados no final de 201820.
A distribuição dos corretores / mediadores de resseguro em função da relação entre o seu Ativo e Passivo, para os anos de 2016 a 2018, é apresentada no gráfico seguinte.
Da sua análise, é possível extrair que, em 2018, os intervalos [1,25;1,5[ e “superior a cinco” mantêm-se como os mais representados, sendo que a população conjunta dos dois intervalos corresponde a 37,1% do total (mais 2,9 pontos percentuais que no ano anterior). Em sentido contrário, assiste-se a uma redução da população no intervalo [1,5;1,75[. O comportamento descrito deste indicador culminou na subida da média ponderada do mercado para 3,01, um aumento de 0,2 quando comparado com 2017.
Gráfico 3.10 Relação Ativo / Passivo – corretores de seguros / mediadores de resseguros
19 À imagem do que sucede nos quadros 3.3 e 3,4, aqui apresenta-se a informação agregada reportada pelas empresas de seguros. Este procedimento, relativamente aos corretores / mediadores de resseguro, constituí uma alteração face aos relatórios dos anos anteriores, onde era utilizada a informação remetida pelos corretores / mediadores de resseguros.
20 A análise efetuada não contemplou seis operadores por limitação da informação disponível.
2017 2018 2017 2018
Cinco primeiras empresas 55 184 220 59 504 347 48,9% 47,4%
Dez primeiras empresas 78 495 578 86 386 277 69,5% 68,8%
Quinze primeiras empresas 90 106 419 99 486 697 79,8% 79,3%
Vinte primeiras empresas 96 421 781 107 191 134 85,4% 85,4%
Corretores/
Mediadores de resseguros
Remunerações (euros) Quota de mercado
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Número de em
presas
Ativo / Passivo2016 2017 2018
149
De seguida, procede-se à análise da evolução, no ultimo triénio, do Return on Equity (ROE) das empresas de seguros e dos corretores / mediadores de resseguro. Este indicador baseia-se na relação entre os resultados líquidos e os capitais próprios das entidades, permitindo avaliar a remuneração destes últimos.
Deve notar-se que, face às diferenças entre as empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF e os corretores / mediadores de resseguros em termos do seu modelo de negócio, perfil de risco e até dos capitais regulamentares exigidos, as comparações efetuadas devem ser interpretadas como meramente indicativas.
Em 2018, os corretores / mediadores de resseguros apresentaram níveis de rendibilidades dos capitais próprios superiores (20,4%) aos registados pelas empresas de seguros (9,7%). No entanto, a comparação com o ano transato revela uma melhoria deste indicador para as empresas de seguros em 3,8 pontos percentuais, enquanto que os corretores e mediadores de resseguro registaram um decréscimo de 1,3 pontos percentuais.
Efetuando uma análise mais pormenorizada, verifica-se uma melhoria face a 2017 da rendibilidade dos capitais próprios das empresas de seguros mistas e Não Vida, com crescimentos de sete e 3,8 pontos percentuais, receptivamente. Por sua vez, as empresas que exploram em exclusivo o ramo Vida, revelam uma evolução negativa, com uma queda 2,3 pontos percentuais do seu ROE.
Gráfico 3.11 Return on Equity – corretores e mediadores de resseguro vs. empresas de seguros
20,4%
5,0%
8,1%
12,5%
21,7%
7,3%
4,3%
5,4%
14,3%
1,1%
-2,3%
6,2%
-10% 0% 10% 20% 30% 40%
Corretores e Mediadoresde resseguro
Empresas Vida
Empresas Não Vida
Empresas mistas
ROE
2016 2017 2018
150
3.4. Ações de formação para a qualificação de mediadores de seguros
3.4.1. Entidades promotoras de cursos de formação de mediadores de seguros
No final do ano de 2018, existiam 31 entidades formadoras autorizadas pela ASF a lecionar cursos de formação para o acesso à atividade de mediação de seguros ou de resseguros, o que representa uma redução face aos últimos anos, a par, também, com a redução do número de entidades formadoras que efetivamente realizaram cursos durante o referido ano.
Quadro 3.6 Número de entidades autorizadas pela ASF a realizar cursos de formação
Ao longo de 2018, foram realizadas 333 ações de formação, cinco delas da modalidade de ensino presencial e as restantes 328 da modalidade e-learning.
Apesar de um pequeno aumento das ações de formação e-learning, observou-se uma ligeira diminuição do número de total de ações de formação ministradas durante o ano, fruto da diminuição de 50% das ações de formação presenciais face ao ano de 2017.
Gráfico 3.12 Número de ações de formação
N.º de entidades N.º de entidades que ministraram cursos
Ações concluídas em 2016 32 12
Ações concluídas em 2017 34 15
Ações concluídas em 2018 31 11
318
7
311336
10
326333
5
328
0
50
100
150
200
250
300
350
400
N.º total de ações N.º ações de ensinopresencial
N.º ações de ensino àdistância
Nº de ações
2016
2017
2018
151
3.4.2. Modalidades de ensino presencial e modalidades de ensino à distância
No ano em análise, foram realizados 3 740 exames de avaliação final presencial (mais 863 que em 2017), dos quais 59 foram referentes aos cursos presenciais e 3 681 referentes aos cursos à distância.
Quadro 3.7 Número de formandos que realizaram exame final em 2018
Ao contrário dos anos anteriores, em 2018, verifica-se uma maior percentagem de formandos aprovados através de ações da modalidade de ensino à distância, quando comparada com o ensino presencial, embora para este último não exista registo de reprovações, apenas de desistências (11,9%).
Quadro 3.8 Número de formandos aprovados, reprovados e desistentes, por modalidade de ensino
Na modalidade de ensino presencial, a maioria dos exames realizou-se em Braga, seguida de Coimbra
Modalidades de ensino N.º de formandos
Presencial 59
À distância 3 681
Total 3 740
Modalidades de ensino % de aprovados % de reprovados % de desistentes
2016
Presencial 95,3% 0,0% 4,7%
À distância 82,0% 8,6% 8,7%
Total 83,1% 8,3% 8,6%
2017
Presencial 91,7% 3,3% 5,0%
À distância 86,9% 5,8% 7,3%
Total 87,0% 5,7% 7,3%
2018
Presencial 88,1% 0,0% 11,9%
À distância 89,5% 5,4% 5,1%
Total 89,5% 5,3% 5,2%
152
Gráfico 3.13 Modalidade de ensino presencial: distribuição de formandos, sujeitos a exame, por local do exame
No que respeita aos exames das ações da modalidade de ensino à distância, os mesmos, foram efetuados maioritariamente em Lisboa e no Porto, conforme ilustra o gráfico seguinte.
Gráfico 3.14 Modalidade de ensino à distância: distribuição de formandos, sujeitos a exame, por local do exame
3.4.3. Cursos de acesso à atividade de mediação de seguros
No decurso de 2018, foram aprovados 3 532 formandos nos vários cursos de acesso à atividade de mediação de seguros ou de resseguros, dos quais 2 425 obtiveram certificação num curso para a qualificação de mediadores de seguros ou de resseguros e 1 107 num curso para a qualificação de pessoas diretamente envolvidas na atividade de mediação (PDEAMS).
Comparativamente ao ano anterior, observou-se a um aumento do número de formandos aprovados nos diferentes cursos disponíveis. Neste âmbito, destaque para a qualificação de PDEAMS, que tem vindo a apresentar aumentos significativos nos últimos dois anos.
14
22
23
0 5 10 15 20 25
Penafiel
Coimbra
Braga
1
3
4
4
5
6
8
8
14
20
27
30
35
60
65
173
226
1207
1785
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Viana do Castelo
Albergaria‐a‐Velha
Leiria
Braga
Castelo Branco
Angra do Heroismo
Sintra
Ilha Terceira
Salvaterra de Magos
Coimbra
Faro
Ponta Delgada
Funchal
Almada
Seia
Vila Franca de Xira
Vila Nova de Gaia
Porto
Lisboa
153
Gráfico 3
Gráfico 3
3.15 Número d
Com efeitoaprovados corretor de(atividade p
3.16 Número d
No que coreforçada acertificado comparativformação e
de formandos apr
o, no último nos cursos p seguros ou m
principal).
de formandos apr
oncerne ao â tendência de
de formaçvamente com specíficos par
rovados nos vário
ano ocorreupara a qualifimediador de
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os cursos para a qu
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ero de formagente de segde seguros li
EAMS
tem vindo s que obtiveraa em conjente nos cursoa.
ndos guros, gado
a ser am o unto, os de
154
Gráfico 3
Gráfico 3
3.17 Número d
Acentuandode mediadoformandos de seguros.
Este indicadmais genéadequada patividade dresponsáve
3.18 Número tnúmero to
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
N.ºnos
de formandos apr
o a tendênciaores de seguroque obtiveram.
dor demonstréricos e abrapara exerceremde mediação,is pela ativida
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2 459
2 03
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mediadores d
rovados nos vário
a dos últimos aos junto da ASm aprovação
ra que a maiangentes, mm a atividade , ou enquande de mediaç
os aprovados noscrições de mediad
36
3 532
ndos aprovadoqualificação de
de seguros
os ramos
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ção de seguros
s cursos para a qudores de seguros
1 115
se
N.º total dmedia
8, o número dcialmente infera a qualificaç
mandos opta ppretendam ossoas diretame
de órgãos s ou de resseg
ualificação de med
5 1 091 1 00
de novas inscriçadores de segur
de novas inscrerior ao númeção de mediad
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guros.
diadores de segu
09
ões deros
20
20
20
ições ro de dores
ursos cação as na ração
uros vs.
016
017
018
155
4capítuloOs Fundos de Pensões
montante
Evoluçãodas co
Evolução do e dos fundos
o do volume ontribuições
4
4. Os
4.1. Fun
4.1.1. AuFu
Em 2018, aautorizou o
coindca
exPo
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4.1.2. Ca
4.1.2.1.
Na perspetexpansão qregistou-se
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As contribuaumentadoalguns dos das respondecresceram
Quanto aosacréscimo aumento ddevido à econtribuiçõ2017, houvcomportam
| Os Funds Fundos
ndos de pe
utorizações undos de Pe
a Autoridade s seguintes pe
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Todos os
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s fundos de p
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nsões individuem relação a dos PPA de 2018, apen
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pensões indivtacando-se a se embora umstada num fundos PPR dimnto expressivodos fundos P
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ão de Seguronstituição e ex
abertos quePlano Poupanidade;
um fechado, u
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o dos fundos
pensões
sob gestão, xibir desde fin
de pensões epresentar 92
uais apresentaeste conjuntoao longo
nas um fundo
pensões proficontribuiçõesa repor ou reprofissionais
viduais, o volucategoria da
ma parcela siundo em parinuíram 14,2%
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Supervisão
os e Fundos tinção de fund
admitem adnça-Reforma (
um aberto, um
l de 2017, o ra 229 fundos
s de pensõe
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m PPR e um P
número totas.
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os e
(ASF) es:
vas e ltimo
Plano
al de
a de nálise
antes % em va, de
peso em
aviam os de
mento (BD),
e um m um o seja to, as e, em
pelo ições
159
em 2018 (de 108 milhões de euros) ainda bastante acima do valor registado em 2016 (de 58 milhões de euros).
Quadro 4.1 Caraterização e evolução dos fundos de pensões
No final de 2018, o mercado português dos fundos de pensões tinha um peso correspondente a 9,7% do produto interno bruto (PIB) nacional (10,2% em 2017), abrangendo 6,5% da população ativa portuguesa (6,4% em 2017).
No Gráfico 4.1 apresenta-se o ranking dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de acordo com a dimensão do respetivo setor de fundos de pensões em percentagem do PIB, no qual Portugal, tal como no ano anterior, ocupava a 20.ª posição no final de 2018.
Importa realçar que esta análise se restringe aos fundos de pensões, não abrangendo outros veículos de financiamento das pensões privadas, como por exemplo as apólices de seguro.
Gráfico 4.1 Peso do setor dos fundos de pensões em percentagem do PIB nos países da OCDE
Fonte: OECD Pension Funds in Figures (dados preliminares)
milhões de euros Número Montante Contribuições(2) Número Montante Contribuições
(2)
Fundos de pensões profissionais 190 18 427 1 147 189 18 069 633
Fechados 140 17 703 1 042 139 17 361 557
Abertos (Ad. Coletivas )(1) 50 724 106 50 708 75
Fundos de pensões individuais 79 1 329 227 85 1 401 244
PPR 27 540 126 32 581 108
PPA 2 2 0 1 1 0
Abertos (Ad. Individua is )(1) 50 788 101 52 819 136
Total dos fundos de pensões(1) 224 19 757 1 374 229 19 470 877
(2) As contribuições incluem as transferências de fundos de pensões, seguros e fundos de investimento PPR
2017 2018
(1) Existiam, tanto em 2017 como 2018, 45 fundos abertos que admitiam simultaneamente adesões coletivas e adesões individuais
Comparações internacionais
0% 25% 50% 75% 100% 125% 150% 175%
FrançaGréciaLetóniaTurquia
LuxemburgoHungriaSuéciaÁustria
EslovéniaAlemanhaLituâniaBélgicaPolónia
ItáliaEspanha
República ChecaPortugalNoruega
EslováquiaCoreiaMéxicoEstónia
Nova ZelândiaJapão
IrlandaDinamarcaFinlândia
OCDEIsraelChileEUA
CanadáReino Unido
SuíçaAustráliaIslândia
Países Baixos
Em % do PIB
53,3%
9,7%
160
financ
Tipo d
Gráfico 4
Nível de ciamento
de atividade económica
4.1.2.2.
Relativamendos associada atividadeabertos, da ano anterio
Feita esta representatem 2018 er8,3% e 6,1%
4.2 Montante
No Quadrofundos de patividade ec
21 Para efeitoPortuguesa daInstituto Naciode um associaadesão.
22 O nível de fparte no patrimbeneficiários) eagregados com
75,7%
Fundos d
nte à repartiçãdos21, importae económica aqual resultara
or.
ressalva, otividade globaram os outros
%, respetivame
e dos fundos de p
4.2 apresentapensões, ou reconómica.
os de classificaçãas Atividades Ecoonal de Estatísticaado, considerou-s
financiamento é mónio do fundo e das responsabilm base numa mé
6,0%
3,9%
2
Fechados
de pensões p
ão dos montaa referir que aatribuída aos fam algumas d
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pensões profission
a-se, para o fespetiva quot
ão dos associadonómicas (CAE) –a. Para os fundos se o setor de ativ
calculado por asde pensões e a slidades com servi
édia ponderada.
%
2,7%
1,9% 0,2%
0,9%
8,0%
0,8%
13,0%
16,3%
profissionai
ntes geridos p ASF procedefundos fechaddiferenças fac
cário mantevA seguir à ban
atividade seg
nais por tipo de at
final de 2018, a-parte, que f
os por setor de– Revisão 3, aprovfechados e adesõvidade do associa
ssociado, através oma do valor atuços passados (pa
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8,9%5,5%
Abertos (Adesões Col
s
por tipo de ativu a uma revis
dos e adesões e à distribuiçã
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o nível de fininanciam plan
e atividade, utilivada pela Delibe
ões coletivas a funado com maior q
do quociente enual das pensões e
ra os participante
25,8%
4,3%
15,7%
1,7%
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nante, com s com maior
m percentagen
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Atividade bancária
Atividade seguradora
Comércio
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Indústria
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Outros
Outros serviços
Produção e distribuição deletricidade, gás e água
ómica cação ndos
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uma peso
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os
2 dos po de
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m mais undo /
quota-para os ultados
tes
eiras
de
161
Quadro 4.2 Nível de financiamento dos fundos de pensões profissionais que financiam planos de pensões de benefício definido por tipo de atividade económica
Em comparação com o ano anterior, relativamente ao cenário do mínimo de solvência23, o nível global de financiamento registou uma deterioração de 110%, em 2017, para 107%. Apesar de o rácio de financiamento relativo à atividade bancária ter descido dois pontos percentuais, para 99%, tal não significa necessariamente que estes fundos apresentem, em média, uma situação de défice, pois as regras estabelecidas pelo Banco de Portugal exigem o financiamento de, pelo menos, 100% das responsabilidades com pensões em pagamento e de 95% das responsabilidades com serviços passados.
Quanto ao cenário de financiamento, no qual assentam as contribuições para os fundos de pensões, o rácio passou de 101%, em 2017, para 99%, tendo ficado abaixo do patamar dos 100% para os setores da banca, comércio, outros e outros serviços.
Em seguida é apresentada a análise dos principais pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos BD no cenário de financiamento.
Gráfico 4.3 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – tábuas de mortalidade
23 No caso dos planos sujeitos a exigências mínimas previstas em regulamentação específica e que conduzam a responsabilidades superiores às resultantes da aplicação das regras do nível mínimo de solvência estabelecidas na Norma Regulamentar n.º 21/1996, de 5 de dezembro, foram consideradas essas exigências para efeitos de cálculo do nível de financiamento.
Cenário de
financiamento
Cenário do mínimo
de solvência
Atividade bancária 99% 99%
Atividade seguradora 108% 108%
Comércio 98% 126%
Comunicações e transportes 104% 160%
Indústria 120% 170%
Outras atividades financei ras 106% 169%
Outros 90% 131%
Outros serviços 87% 138%
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 105% 155%
Valor agregado 99% 107%
9,9%
3,7%
7,4%
63,0%
4,3%
11,7%
Mortalidade dos participantes
11,9%
4,1%
6,7%
60,8%
3,1%
13,4%
Mortalidade dos beneficiários
TV 73/77
TV 73/77 (modificada) / TV 88/90 (modificada)
TV 88/90 / TV 88/90 (modificada)
TV 88/90
TV 88/90 (modificada)
Outras
162
A TV 88/90 ou uma modificação desta tábua continua a ser a mais utilizada na avaliação das responsabilidades, sendo a respetiva proporção correspondente a 74,7% e 70,6%, respetivamente para a mortalidade dos participantes e para a mortalidade dos beneficiários. Em alguns casos, esta tábua é aplicada em combinação com a TV 73/77, sendo o recurso exclusivo a esta última tábua cada vez menos expressivo. Com efeito, em 2017, a percentagem relativa à mortalidade dos participantes e à mortalidade dos beneficiários era, respetivamente, de 11,1% e 12,9%, que compara com os valores de 9,9% e 11,9% expostos no Gráfico 4.3.
Refira-se ainda que a TV 73/77 tem associada uma esperança média de vida aos 65 anos de 17,3 anos e a TV 88/90 de 19,8 anos.
De entre as tábuas incluídas na categoria Outras, destaca-se, por ordem de importância, a GKF 95, a TV 99/01, a INE 2009/2011 e a PA(90).
Gráfico 4.4 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – taxas de desconto
Quanto à distribuição das taxas de desconto empregues no cenário de financiamento, é de sublinhar, em comparação com o ano 2017, o aumento da concentração em torno do intervalo ]2%; 2,5%], de 9,3 pontos percentuais para 29,6%, no período ativo, e de 8,3 pontos percentuais para 28,5%, no período de reforma. Em contrapartida, as categorias adjacentes, isto é, ]1,5%; 2%] e ]2,5%; 3%] viram o seu peso diminuir, embora a primeira ainda se mantenha a mais representativa, conforme se pode observar no Gráfico 4.4.
Tanto para o período ativo como para o de reforma, a média simples fixou-se nos 2,3%, valor idêntico ao apurado em 2017.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Até 1,5% Entre 1,5% e2%
Entre 2% e2,5%
Entre 2,5% e3%
Entre 3% e3,5%
Entre 3,5% e4%
Entre 4% e4,5%
Mais de 4,5%
Percentagem do total
Taxa de desconto período ativo Taxa de desconto período reforma
163
Gráfico 4.5 Pressupostos utilizados na determinação das responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido no cenário de financiamento – taxas de crescimento salarial e de pensões
No que concerne à taxa de crescimento salarial, há a destacar, face ao ano anterior, a diminuição do peso da categoria ]1,5%; 2%], em 3,3 pontos percentuais para 16,5% e, em sentido inverso, o aumento de representatividade dos intervalos Até 0,5% e ]2%; 2,5%], respetivamente de 2,1 e 1,2 pontos percentuais, para 35,1% e 9,9%. Para este pressuposto foi apurada uma média simples de 1,1%, que compara com 1,2% em 2017.
Relativamente à taxa de crescimento das pensões, também houve uma redução do peso da categoria ]1,5%; 2%] em 2,5 pontos percentuais, em detrimento do ganho de importância dos intervalos Até 0,5% e ]1%; 1,5%], em ambos os casos de 1,2 pontos percentuais para 51,9% e 13,3%. A média simples passou de 0,71% para 0,69%.
A estrutura do top 20 dos fundos de pensões profissionais manteve-se praticamente inalterada, sendo a única diferença face a 2017 a troca de posições entre os fundos que ocupavam o 9.º e o 10.º lugar do ranking.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Até 0,5% Entre 0,5% e 1%Entre 1% e 1,5%Entre 1,5% e 2%Entre 2% e 2,5%Entre 2,5% e 3% Mais de 3%
Percentagem do total
Taxa de crescimento salarial Taxa de crescimento das pensões
Os 20 maiores fundos de pensões
profissionais
164
Os dfundos d
i
Quadro 4
Quadro 4
ez maiores de pensões individuais
4.3 Valores do
Em termos do segmende metade
4.1.2.3.
No que se ralgumas altrocas de lposição do
4.4 Valores do
Os dez maenquanto oapontando pensões ind
2017
1.º
2.º
3.º
4.º
5.º
6.º
7.º
8.º
10.º
9.º
11.º
12.º
13.º
14.º
15.º
16.º
17.º
18.º
19.º
20.ºF ‐ Fundo de pe
A ‐ Fundo de pe
Ra
2017 2
1.º
2.º
4.º
3.º
7.º
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12.º
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e euros)
9
7
5
165
4.2. Planos de pensões
4.2.1. Caraterização e evolução dos planos de pensões profissionais
O número de planos de pensões profissionais continuou a apresentar uma evolução positiva, explicada pelo incremento do número de planos CD, especialmente os financiados por adesões coletivas a fundos abertos, que aumentaram em sete unidades, para 372 planos, no final de 2018.
Gráfico 4.6 Número de planos de pensões profissionais por tipo de plano
A análise por tipo de plano permite constatar que, face a 2017, os montantes geridos relativamente aos planos BD tiveram uma diminuição de 1,9%, enquanto os afetos aos planos de contribuição definida (CD) decresceram 2,9%. O peso dos primeiros no total dos fundos de pensões profissionais manteve-se em torno dos 92%.
Gráfico 4.7 Montante dos planos de pensões profissionais por tipo de plano
268 268277
275 273
352
378
421
448456
200
250
300
350
400
450
500
2014 2015 2016 2017 2018
BD CD
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
18 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
BD CD
Evolução dos montantes geridos
por tipo de plano
Evolução do número de planos de pensões
profissionais
166
Em seguida, apresenta-se a distribuição dos montantes geridos por tipo de plano e de atividade económica dos associados24. Tal como referido em relação ao Gráfico 4.2, para o final de 2018 a ASF introduziu algumas alterações na classificação de alguns fundos fechados e adesões coletivas a fundos abertos, na sequência de uma revisão dos critérios utilizados para efeitos dessa classificação.
Gráfico 4.8 Montante dos planos de pensões profissionais por tipo de plano e de atividade económica
4.2.2. Universo dos participantes, beneficiários e benefícios pagos
Numa perspetiva global, o número de participantes dos fundos de pensões25 incrementou em mais de oito mil indivíduos, o que, em termos relativos, representa um crescimento de 2,4% face ao ano anterior.
Em relação à categoria dos fundos de pensões profissionais, nos planos BD manteve-se a trajetória descendente observada nos últimos anos, tendo o número de pessoas cobertas diminuído 4,1% em 2018. Já nos planos CD, registou-se um aumento de 2,4%, garantido pela variação ao nível das adesões coletivas a fundos abertos, de 5,9%, pois nos fundos fechados houve uma queda de 1,7%.
O número de participantes nos fundos de pensões individuais registou uma evolução positiva, de 5,3%, fortemente influenciada pelo aumento do número de adesões individuais a fundos abertos, de 7,2%.
No final do ano, os fundos de pensões individuais abrangiam 51,5% do universo dos participantes dos fundos de pensões (50,1% em 2017).
24 Para efeitos de classificação dos associados por setor de atividade, utilizou-se a Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE) – Revisão 3, aprovada pela Deliberação n.º 786/2007, do Instituto Nacional de Estatística. Para os fundos fechados e adesões coletivas a fundos abertos com mais de um associado considerou-se o setor de atividade do associado com maior quota-parte no fundo / adesão.
25 Saliente-se que o número de participantes encontra-se sobrestimado, pois foram contabilizados todos os participantes cobertos pelos diversos veículos de financiamento.
77,9%
6,0%
2,9%
2,5%1,2% 0,4%
0,8%
7,6%
0,7%
BD
24,2%
7,2%
20,2%
12,4%
13,7% 0,5%3,7%
15,9%
2,0%
CD
Atividade bancária
Atividade seguradora
Comércio
Comunicações e transportes
Indústria
Outras atividades financeiras
Outros
Outros serviços
Produção e distribuição deeletricidade, gás e água
Repartição dos montantes geridos
por tipo de plano e de atividade económica
Evolução do número de participantes
167
Quadro 4.5 Número de participantes por tipo de plano e de fundo
O número total de beneficiários apresentou uma diminuição de 0,3%, tendo sido observados comportamentos distintos em relação aos fundos profissionais e individuais. No primeiro caso verificou-se um acréscimo de 0,6%, enquanto nos fundos individuais ocorreu uma quebra de 11,8%, tendo esta sido mais acentuada nos fundos PPR, de 19,2%.
Quadro 4.6 Número de beneficiários por tipo de plano e de fundo
Em comparação com o ano anterior, os benefícios pagos por fundos de pensões profissionais decresceram 3,5%, essencialmente explicado pela queda em mais de 80 milhões de euros do valor pago por planos BD financiados por adesões coletivas a fundos abertos. Nos fundos fechados, acompanhado a evolução positiva da população de beneficiários, os benefícios pagos aumentaram 8,2%.
Também em linha com a tendência de variação do número de beneficiários, os benefícios pagos por fundos de pensões individuais diminuíram 5,3%.
BD CD Total (1) BD CD Total (1)
Fundos de pensões profissionais 84 175 94 764 166 522 80 765 97 036 165 774
Fechados 76 489 44 069 109 018 73 095 43 330 105 280
Abertos (Ad. Coletivas) 7 686 50 695 57 504 7 670 53 706 60 494
Fundos de pensões individuais n/a 167 188 167 188 n/a 175 995 175 995
PPR n/a 71 333 71 333 n/a 73 281 73 281
PPA n/a 285 285 n/a 240 240
Abertos (Ad. Individuais) n/a 95 570 95 570 n/a 102 474 102 474
Total 84 175 261 952 333 710 80 765 273 031 341 769(1) Existem, em 2017 e 2018, respetivamente, 12 417 e 12 027 participantes que pertencem simultaneamente a mais do que um plano (seja de
benefício definido e / ou de contribuição definida) f inanciados pelo mesmo fundo de pensões fechado ou adesão coletiva
2017 2018
BD(1) CD(1) Total(1) BD(1) CD(1) Total(1)
Fundos de pensões profissionais 127 988 3 844 131 832 128 709 3 960 132 669
Fechados 125 673 1 369 127 042 126 374 2 216 128 590
Abertos (Ad. Coletivas) 2 315 2 475 4 790 2 335 1 744 4 079
Fundos de pensões individuais n/a 10 910 10 910 n/a 9 623 9 623
PPR n/a 6 408 6 408 n/a 5 178 5 178
PPA n/a 28 28 n/a 34 34
Abertos (Ad. Individuais) n/a 4 474 4 474 n/a 4 411 4 411
Total 127 988 14 754 142 742 128 709 13 583 142 292(1) Os valores apresentados englobam os beneficiários que receberam uma pensão mensal ou um capital, incluindo o recebimento de um prémio
único para aquisição de uma renda
Nos dois tipos de plano são contabilizados como beneficiários os ex-participantes com direitos adquiridos que, no ano em análise, transferiram
os seus valores para outros fundos de pensões ou adesões (coletivas ou individuais)
2017 2018
Evolução dos benefícios pagos
Evolução do número de beneficiários
168
Quadro 4.7 Valor dos benefícios pagos por tipo de plano e de fundo
Quanto aos fundos profissionais, a proporção relativa ao pagamento sob a forma de pensão incrementou 8,1 pontos percentuais face a 2017, em detrimento do pagamento sob a forma de capital, cuja percentagem reduziu 9,3 pontos percentuais.
Nos fundos individuais, a distribuição manteve-se próxima da apurada no ano anterior.
Gráfico 4.9 Valor dos benefícios pagos por tipo de fundo e de pagamento26
Relativamente à distribuição dos benefícios apresentada no Quadro 4.8, nos planos BD verificou-se uma diminuição de 12,7 pontos percentuais do peso de Outros, em detrimento do aumento das proporções relativas a outros tipos de benefício.
26 Importa referir que a categoria “Sob a forma de capital” inclui igualmente o valor de todas as saídas de um fundo sem ser por pagamento de benefícios de velhice, invalidez, reforma antecipada / pré-reforma, viuvez, orfandade, desemprego de longa duração ou doença grave, abrangendo, nomeadamente, as transferências para outros fundos, que não correspondem ao pagamento efetivo de benefícios.
milhões de euros BD CD Total BD CD Total
Fundos de pensões profissionais 707 83 790 663 99 762
Fechados 611 59 669 649 76 724
Abertos (Ad. Coletivas) 96 24 121 14 23 37
Fundos de pensões individuais n/a 123 123 n/a 117 117
PPR n/a 49 49 n/a 37 37
PPA n/a 0 0 n/a 0 0
Abertos (Ad. Individuais) n/a 74 74 n/a 79 79
Total 707 206 913 663 216 879
2017 2018
Distribuição dos benefícios pagos por
tipo de pagamento
Distribuição dos benefícios pagos por
tipo de benefício
84,1%
4,4%
4,5%
11,5%
95,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Fundos profissionais Fundos individuais
Sob a forma de capital Sob a forma de renda adquirida a prémio único Sob a forma de pensão
169
Importa sublinhar que esta categoria tende a exibir um comportamento mais volátil por incluir as transferências para outros fundos de pensões.
No que se refere aos planos CD, comparativamente com 2017, as maiores diferenças consistiram na redução do peso dos pagamentos por invalidez, em 4,1 pontos percentuais e, em sentido contrário, no aumento do peso dos pagamentos por velhice, de 3,7 pontos percentuais.
Quadro 4.8 Valor dos benefícios pagos por tipo de plano e de benefício
4.2.3. Caraterização dos planos de pensões profissionais
A distribuição dos benefícios consagrados nos planos de pensões profissionais manteve-se relativamente próxima da ocorrida no ano de 2017, sendo esta caraterização apresentada no Gráfico 4.10.
Gráfico 4.10 Percentagem do número de planos de pensões por tipo de benefício
Em comparação com o ano anterior, o peso global dos planos com direitos adquiridos27 reduziu-se em 4,1 pontos percentuais, fixando-se nos 87,3%.
27 Considera-se que um plano de pensões confere direitos adquiridos sempre que preveja a possibilidade de os participantes manterem o direito aos benefícios em caso de cessação do vínculo com o associado.
milhões de euros Montante % Montante % Montante %
Velhice 268 40,4% 95 44,2% 363 41,3%
Inval idez 98 14,7% 6 2,7% 104 11,8%
Reforma antecipada / Pré‐reforma 190 28,7% 0 0,0% 190 21,7%
Viuvez 93 14,1% 12 5,7% 106 12,0%
Orfandade 4 0,6% 0 0,2% 4 0,5%
Desemprego de longa duração
ou doença grave 0 0,0% 2 1,1% 2 0,3%
Outros 10 1,5% 99 46,1% 110 12,5%
Total 663 100,0% 216 100,0% 879 100,0%
BD CD Total
98,7% 95,4%
67,2%
87,3%
18,0%
1,3%
4,6%
32,8%
12,7%
82,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Velhice Invalidez Reforma antecipada/ pré‐reforma
Sobrevivência departicipantes
Sobrevivência debeneficiários
Sim Não
Tipos de benefícios consagrados nos
planos de pensões
Direitos adquiridos, atualização de
pensões e planos contributivos
170
A percentagem total de planos que prevêem a atualização de pensões, incluindo a atualização por decisão dos associados, manteve-se sensivelmente ao nível da apurada em 2017, de 22,8%.
Já em relação à contagem dos planos contributivos, é de salientar que se continuou a observar um reforço do peso destes face aos que não permitem contribuições adicionais por parte dos participantes, tendo no ano em apreço sido verificado um aumento em 0,5 pontos percentuais, para 69,1%. Esta tendência poderá ser explicada pelo crescente número de planos CD, para os quais esta é uma caraterística bastante mais frequente que nos planos BD.
Quadro 4.9 Percentagem dos planos de pensões por tipo de atividade económica dos associados e caraterísticas
Por último, no que se refere à forma de pagamento dos benefícios, não há, na perspetiva da distribuição total, discrepâncias significativas a destacar face a 2017, permanecendo o pagamento através de um contrato de seguro a forma mais comum no âmbito dos planos de pensões profissionais.
Gráfico 4.11 Percentagem do número de planos de pensões por forma de pagamento e por tipo de atividade económica dos associados
Sim (%) Não (%) Sim (%) Não (%) Sim (%) Não (%)
Atividade bancária 87,4% 12,6% 49,5% 50,5% 52,3% 47,7%
Atividade seguradora 82,9% 17,1% 45,2% 54,8% 32,9% 67,1%
Comércio 94,0% 6,0% 13,6% 86,4% 79,0% 21,0%
Comunicações e transportes 78,1% 21,9% 24,6% 75,4% 67,7% 32,3%
Indústria 87,9% 12,1% 26,1% 73,9% 58,5% 41,5%
Outras atividades financeiras 83,7% 16,3% 40,5% 59,5% 68,9% 31,1%
Outros 82,1% 17,9% 8,1% 91,9% 69,8% 30,2%
Outros serviços 92,8% 7,2% 8,7% 91,3% 86,7% 13,3%
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 50,0% 50,0% 4,8% 95,2% 81,0% 19,0%
Total 87,3% 12,7% 22,7% 77,3% 69,1% 30,9%
Direitos adquiridos Atualização de pensões Planos contributivos
50,5%38,4%
13,2%
30,8% 31,7%25,7%
16,3% 9,7%19,0% 23,5%
4,5%
6,8%
2,5%
1,5% 0,7%5,4%
1,2%
0,5%
0,0%2,4%
45,0% 54,8%
84,4%
67,7% 67,6% 68,9%
82,6%89,7%
81,0%74,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
AB AS C CT I OAF O OS PDEGA Total
Contrato de seguro Ambas Fundo
AB ‐ Atividade bancária
AS ‐ Atividade seguradora
C ‐ Comércio
CT ‐ Comunicações e transportes
I ‐ Indústria
OAF ‐Outras atividades financeiras
O ‐ Outros
OS ‐ Outros serviços
PDEGA ‐Produção e distribuição de eletricidade, gás e
água
Forma de pagamento dos benefícios
171
4.3. Investimentos dos fundos de pensões
4.3.1. Análise por tipo de fundo e de plano
No final de 2018, os ativos geridos pelos fundos de pensões totalizavam cerca de 19,5 mil milhões de euros, revelando, desta forma, uma redução de 1,5% face ao termo do ano precedente, cifrada em 287 milhões de euros.
Os títulos de dívida reforçaram-se como os instrumentos financeiros mais representados nos portefólios, ascendendo a 50,5% do total (totalizavam 47,3% um ano antes), em virtude do aumento de proporção da dívida de natureza pública e equiparada. Em sentido contrário, a maior redução teve lugar nas ações e títulos de participação, cuja proporção denotou uma compressão de 2,6 pontos percentuais, embora esta variação esteja também relacionada, pelo menos em parte, com o episódio de volatilidade dos mercados acionistas, com quebra nas valorações, registado próximo do final do ano, derivando das preocupações dos investidores face ao abrandamento económico global, e ao acumular de tensões geopolíticas em conjunto com a evolução das políticas monetárias.
A distribuição de representatividade, por tipo de investimento, para o setor dos fundos de pensões, bem como as principais variações apresentadas, é fortemente influenciada pela parcela dos fundos fechados, fruto de estes representarem quase 90% do total de investimentos do setor.
Por sua vez, nos fundos que financiam PPR constatou-se o aumento da proporção de obrigações e papel comercial, em 3,2 pontos percentuais, por contrapartida de reduções na maioria das restantes categorias. Neste âmbito, a maior compressão verificou-se ao nível dos títulos de dívida pública e equiparados (-2,8 pontos percentuais). Já no caso dos outros fundos abertos, o peso dos depósitos expandiu 4,8 pontos percentuais, com a maior descida a ocorrer na dívida privada (3,1 pontos percentuais).
Quadro 4.10 Composição das carteiras de ativos dos fundos de pensões por tipo de fundo
A efetuar uma análise por tipo de plano financiado, constata-se a preponderância da carteira dos fundos de pensões que financiam planos de benefício definido no perfil global, em virtude do peso superior a 80% do universo em análise, à semelhança do ano anterior.
mi lhões de euros Montante % Montante % Montante % Montante % Montante %
Títulos de dívida públ ica e equiparados 5 916 34,1% 217 37,3% 0 0,0% 384 25,2% 6 517 33,5%
Obrigações e papel comercia l 2 634 15,2% 140 24,2% 0 0,0% 418 27,4% 3 192 16,4%
Obrigações estruturadas 94 0,5% 7 1,2% 0 0,0% 15 1,0% 117 0,6%
Ações e títulos de participação 987 5,7% 11 1,8% 1 96,6% 25 1,6% 1 024 5,3%
U.P. em fundos de investimento mobi l iário 4 344 25,0% 145 25,0% 0 0,0% 515 33,7% 5 004 25,7%
U.P. em fundos de investimento imobi l iário 704 4,1% 16 2,8% 0 0,0% 23 1,5% 744 3,8%
Terrenos e edi fícios 1 557 9,0% 8 1,4% 0 0,0% 9 0,6% 1 574 8,1%
Depós itos e certi ficados de depós ito 1 146 6,6% 39 6,7% 0 5,0% 150 9,8% 1 334 6,9%
Outros i nvestimentos ‐ 22 ‐0,1% ‐ 3 ‐0,4% 0 ‐1,6% ‐ 11 ‐0,7% ‐ 36 ‐0,2%
Total 17 361 100,0% 581 100,0% 1 100,0% 1 527 100,0% 19 470 100,0%
Fechados PPR PPA Outros abertos Tota l
172
Os fundos de pensões que financiam planos de contribuição definida continuam a revelar maior exposição a títulos de dívida do que os de benefício definido, embora a diferença tenha encurtado materialmente – de nove pontos percentuais, no final de 2017, para cinco pontos percentuais um ano depois. O estreitamento desta diferença decorre do aumento do peso específico destes títulos no contexto de benefício definido, em cerca de quatro pontos percentuais, por contrapartida, essencialmente, da proporção de ações e títulos de participação.
Para os fundos que financiam plano de contribuição definida, destaca-se o aumento da relevância dos depósitos (2,6 pontos percentuais), em contrapartida de reduções, algumas diminutas, na generalidade das restantes categorias, com a maior descida a ter lugar ao nível das unidades de participação em fundos de investimento mobiliário (em 1,6 pontos percentuais), que assim deixam de ser a classe mais representada, embora por escassa diferença (-0,2 pontos percentuais do que os títulos de dívida soberanos).
No caso dos fundos mistos, financiadores de ambos os tipos de plano, continua a observar-se a predominância da exposição a fundos de investimento mobiliário (45,4% do total). Neste âmbito, a evolução mais expressiva é o aumento de 3,6 pontos percentuais nos depósitos, paralelamente a reduções, ou pequenos aumentos, nas demais categorias.
Quadro 4.11 Composição das carteiras de ativos dos fundos de pensões por tipo de plano
4.3.2. Análise por origem setorial e geográfica dos ativos
A carteira dos fundos de pensões permanece de forma maioritária investida no setor financeiro, com o ano de 2018 a verificar uma inversão da tendência de atenuação desta concentração, reforçando-se para 42,3% do total. Em sentido contrário, refira-se a descida na exposição ao setor de materiais básicos (-2,8 pontos percentuais).
Em particular no âmbito das obrigações privadas e papel comercial, a exposição ao setor financeiro ascende a quase 50%, com a maior diversificação setorial a observar-se na exposição por via de ações e títulos de participação, onde a proporção do setor financeiro se situa nos 19%, os produtos consumíveis atingem quase 20%, e a produção e distribuição de eletricidade, gás e água ascende a uma
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Títulos de dívida públ ica e equiparados 30,4% 35,5% 31,4% 31,6% 19,9% 18,9% 29,4% 33,5%
Obrigações e papel comercia l 16,0% 15,1% 23,7% 23,6% 23,0% 22,1% 17,2% 16,4%
Obrigações estruturadas 0,7% 0,6% 1,0% 0,8% 1,0% 0,7% 0,7% 0,6%
Ações e títulos de parti cipação 9,0% 6,0% 2,2% 1,7% 1,7% 1,8% 7,8% 5,3%
U.P. em fundos de investimento mobi l iário 23,3% 22,6% 33,0% 31,4% 46,4% 45,4% 26,5% 25,7%
U.P. em fundos de investimento imobi l iário 4,1% 4,2% 2,2% 2,0% 2,4% 2,4% 3,8% 3,8%
Terrenos e edi fícios 9,9% 9,5% 0,9% 0,9% 1,6% 1,3% 8,4% 8,1%
Depós itos e certi ficados de depós i to 6,2% 6,6% 6,3% 8,9% 4,1% 7,8% 6,0% 6,9%
Outros investimentos 0,3% ‐0,1% ‐0,7% ‐1,0% ‐0,1% ‐0,3% 0,2% ‐0,2%
Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Montante investido (Milhões de euros) 16 371 16 091 856 913 2 375 2 307 19 757 19 470
Benefício definido Contribuição definida Misto Tota l
Análise setorial
173
representatividade de 38,6%. Por via de obrigações estruturadas, predomina a exposição a asset backed securities (68,3%), seguida do setor financeiro (29,8%).
Quadro 4.12 Investimentos em obrigações e ações por setor de atividade do emitente
Relativamente à distribuição por tipologia de ativo resultante das aplicações em fundos de investimento, o ano de 2018 foi pautado por elevada estabilidade das proporções face a 2017. As oscilações registadas quedaram-se abaixo de 0,5 pontos percentuais, perdurando a prevalência de títulos acionistas e obrigacionistas.
Quadro 4.13 Aplicações em fundos de investimento por tipologia
No campo da distribuição geográfica das carteiras dos fundos de pensões, a tendência de desinvestimento em ativos nacionais acentuou-se, com o seu peso a recuar para 31,4%, consumando, deste modo, uma descida superior a dez pontos percentuais no conjunto dos últimos três anos. Em contrapartida, a presença de ativos internacionais oriundos da UE foi reforçada em 4,5 pontos percentuais, enquanto a proporção de ativos Norte-Americanos diminuiu 0,5 pontos percentuais, e os de outras proveniências recuaram para 3,9% do total (com preponderância das exposições a Suíça, Austrália, Japão e Noruega).
Setor económico 2016 2017 2018
Atividades financeiras 40,8% 38,8% 42,3%
Asset backed securities 2,1% 2,0% 1,9%
Comunicações 6,3% 6,8% 6,1%
Indústria 3,5% 4,5% 4,2%
Materia is bás icos 4,8% 4,9% 2,1%
Mortgage securities 0,3% 0,0% 0,1%
Produção e dis t. eletricidade, gás e água 16,6% 16,6% 15,4%
Produção e dis tribuição de energia 4,5% 4,0% 4,7%
Produtos consumíveis 17,8% 20,1% 21,2%
Outras atividades 3,3% 2,2% 2,0%
100,0% 100,0% 100,0%
Ações 39,5% 43,6% 43,3%
Obrigações 32,8% 32,6% 32,7%
Imobi l iário 14,9% 12,6% 12,9%
Hedge funds 5,0% 4,9% 4,7%
Outros 7,7% 6,4% 6,4%
100,0% 100,0% 100,0%
2017 20182016
Tipologia dos fundos de investimento
Análise geográfica
174
Gráfico 4.12 Evolução da origem geográfica dos ativos dos fundos de pensões
Excluindo da análise os depósitos e os imóveis, oriundos quase exclusivamente do âmbito nacional, é observável a preponderância de títulos de dívida e de fundos de investimento estrangeiros, com os primeiros a expandir o seu peso em 6,6 pontos percentuais, fruto, essencialmente, do reforçar de posição no soberano Espanhol. No que se refere às posições nacionais, a tendência foi de compressão, ou variação imaterial, nas diversas categorias, destacando-se as quebras de 2,4 e 1,6 pontos percentuais nas categorias de ações e de dívida pública, respetivamente.
Gráfico 4.13 Origem geográfica dos ativos dos fundos de pensões
O investimento em dívida pública apresentou um aumento do peso total dos títulos oriundos da UE (sete pontos percentuais), que já constituía a categoria mais representada. Este incremento foi realizado por contrapartida da descida do peso específico do soberano doméstico, com a exposição a títulos do resto do mundo a reter uma proporção sensivelmente inalterada. No seio dos emitentes integrantes da UE, as dívidas públicas de Espanha, Alemanha, Itália e França constituem as
41,8%36,8%
34,9%31,4%
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3,5%
4,6%
4,4% 3,9%0%
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20%
30%
40%
50%
60%
70%
2015 2016 2017 2018
Investimento português UE América do Norte Outros
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33,1%
2,8%
16,9%
0,4%
0,3%
3,0%
2,4%
6,4%
27,6%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Nacional
Estrangeiro
Dívida pública Obrigações Estruturados Ações Fundos de investimento
Investimento em dívida pública
175
exposições mais significativas, destacando-se a escalada da dívida pública Espanhola à posição cimeira de representatividade no decurso de 2018 (quarto lugar em 2017).
Apenas no caso dos fundos PPR se verificava um perfil distinto desta distribuição, com o soberano nacional a apresentar mais do dobro da relevância (39,8%), embora, também neste caso, com um recuo próximo de cinco pontos percentuais em 2018. É também neste contexto que se denota uma proporção mais elevada de títulos soberanos com proveniência externa à UE (6,2%).
Gráfico 4.14 Distribuição geográfica dos investimentos em dívida pública detidos pelos fundos de pensões
No âmbito do investimento em dívida privada, observam-se diferenças significativas face à distribuição para a dívida pública, desde logo com as exposições relativas à América do Norte a revelarem um peso importante, embora as posições relativas à UE mantenham a posição cimeira, essencialmente via França, Holanda, Reino Unido e Espanha.
O padrão de distribuições não foi estruturalmente alterado pelas variações anuais, com as principais oscilações a ocorrerem ao nível dos PPR e dos outros fundos abertos.
No primeiro caso, a exposição à América do Norte diminuiu 3,5 pontos percentuais, contribuindo para viabilizar aumentos nas posições nacionais e relativas à UE, de aproximadamente 1,9 pontos percentuais em ambos os casos.
Já no que respeita aos outros fundos abertos, a exposição a posições oriundas da UE comprimiu 4,5 pontos percentuais, em prol de incrementos na proporção de exposições nacionais (2,8 pontos percentuais) e a outras geografias (dois pontos percentuais).
20,8%
12,1%1,2%
19,7%
16,3%
9,6%
6,1%
15,6%
24,9%
25,5%
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24,3%
14,9%
24,0%
31,6%
16,0%
3,9%
8,7%
7,9%
4,3%
17,0%
39,8%
18,1%17,9%
2,2%6,2% 1,9% 2,3%
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100%
Fechados PPR Outros abertos Total
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Investimento em dívida privada
176
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Gráfico 4
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177
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Gráfico 4
Gráfico 4
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178
4.3.3. Análise por indicadores de risco
De seguida procede-se à análise de alguns indicadores de riscos financeiros relevantes para a carteira de investimentos do setor dos fundos de pensões.
No âmbito do risco de taxa de juro inerente à carteira de títulos de dívida, explora-se a estrutura de maturidades, a duração e o perfil associado ao pagamento de cupões.
Para os fundos fechados, que, conforme já explicitado, apresentam o maior peso específico no total do setor, observou-se o aumento da representatividade do investimento em títulos de dívida com maturidade inferior a 2 anos (3,9 pontos percentuais), por contrapartida de reduções na categoria de maturidades superiores a 5 anos, e nas perpétuas (de três e um pontos percentuais, respetivamente). Não obstante, os instrumentos com maturidade superior a 5 anos continuam a prevalecer no seio destes fundos (49,8%), seguidos pelos de maturidade entre 2 e 5 anos, com 30%. No caso dos outros fundos abertos, as variações face a 2017 foram de natureza idêntica – com incremento de cinco pontos percentuais, e decréscimo de 7,3 pontos percentuais, nas mesmas categorias - mas a distribuição por intervalos de maturidade retém um perfil mais homogéneo.
Os fundos que financiam PPR exibem, à luz desta análise, variações de maior magnitude, denotando um aumento de 20,1 pontos percentuais nas maturidades entre 2 e 5 anos, por contrapartida de um decréscimo idêntico na categoria seguinte (maturidades superiores a 5 anos). Fruto deste reforço, a primeira classe de maturidades referida consuma-se, para 2018, como a mais representada.
Quadro 4.14 Escalões de maturidade dos investimentos em obrigações
Através da análise com granularidade anual para as maturidades, efetuada ao nível da carteira global, continua a denotar-se a maior predileção por instrumentos com maturidades na vizinhança dos 5 anos. Com efeito, as observações registadas na análise por intervalos deriva, em larga medida, da redução do peso específico das maturidades de 6 e 7 anos (em 6,7 e três pontos percentuais, pela mesma ordem), portanto próximas do limiar de 5 anos. Salienta-se a expansão de 2,7, 2,2 e 2,5 pontos percentuais na proporção de instrumentos com maturidade de, respetivamente, 11, 14 e 15 anos.
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018
Inferior a 2 anos 17,1% 15,4% 19,3% 15,7% 12,8% 13,1% 32,9% 29,2% 34,2%
Entre 2 e 5 anos 23,6% 29,9% 30,0% 37,2% 29,5% 49,7% 38,5% 38,2% 39,4%
Superior a 5 anos 57,7% 52,8% 49,8% 46,9% 56,7% 36,9% 28,1% 30,6% 23,3%
Perpétuas 1,6% 1,8% 0,8% 0,2% 0,7% 0,2% 0,5% 1,9% 2,2%
Sem informação 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,3% 0,1% 0,0% 0,1% 0,8%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fechados PPR Outros abertos
Risco de taxa de juro
179
Gráfico 4.18 Estrutura do investimento em instrumentos de dívida por maturidade
Analisando maturidades e durações por tipo de título de dívida, observa-se uma tendência maioritária de redução de ambas as variáveis. Em sentido contrário, destaque-se o aumento da duração das obrigações privadas dos fundos que financiam PPR.
Os títulos de dívida pública e equiparados mantêm-se como os que apresentam maior duração, qualquer que seja o tipo de fundo, com as obrigações estruturais no lado oposto do espectro.
Quadro 4.15 Maturidade e duração dos investimentos em obrigações
Nota: Os valores apresentados neste quadro não incluem as obrigações perpétuas nem as que incorreram em default.
No que se refere à modalidade de pagamento do cupão, o perfil das carteiras conservou-se relativamente estável. As obrigações de cupão fixo continuam a predominar, em particular no domínio dos fundos fechados, refletindo a relevância de previsibilidade dos retornos obtidos. Não obstante, no caso dos outros fundos abertos, a proporção desta categoria caiu mais 2,1 pontos percentuais, totalizando um quebra de peso ligeiramente acima de dez pontos percentuais nos últimos dois anos.
Quadro 4.16 Caraterização da modalidade de pagamento do cupão dos investimentos em obrigações
0
200
400
600
800
1 000
1 200
1 400
0,25 0,75 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Milhões de euros
Maturidade (anos)
2017 2018
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Títulos de dívida públ i ca e equiparados 9,9 10,0 6,2 6,1 7,7 6,8 6,3 5,6 5,7 5,2 4,4 4,2
Obrigações privadas 4,3 3,7 2,5 2,1 3,7 4,0 1,2 1,9 3,1 3,4 1,4 1,5
Obrigações estruturadas 8,1 8,0 1,0 0,7 2,4 1,6 0,3 0,1 4,0 4,0 1,0 0,6
Maturidade Duration Maturidade Duration Maturidade
Fechados PPR
Duration
Outros abertos
2016 2017 2018 2016 2017 2018 2016 2017 2018
Cupão fixo 79,1% 76,4% 79,4% 62,8% 70,3% 71,6% 67,6% 59,6% 57,5%
Cupão zero 1,6% 2,4% 1,7% 0,7% 0,1% 0,6% 6,1% 7,0% 8,0%
Cupão variável 19,0% 21,1% 18,8% 36,2% 29,1% 27,7% 24,4% 32,8% 32,7%
Sem informação 0,3% 0,1% 0,1% 0,3% 0,5% 0,1% 1,9% 0,6% 1,7%
100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Fechados PPR Outros abertos
180
No decurso de 2018, as carteiras obrigacionistas do setor de fundos de pensões denotaram diminuição da representatividade de títulos conotados como de investment grade (notação de crédito igual ou superior a BBB). No caso dos fundos fechados esta compressão foi de 1,1 pontos percentuais, registando-se reduções mais expressivas no caso dos fundos que financiam PPR e no outros fundos abertos (2,8 e 2,4 pontos percentuais, respetivamente).
Por outro lado, no seio destes títulos observa-se maior povoamento de classes creditícias mais elevadas, o que está relacionado com o aumento de expressividade da exposição ao soberano Espanhol, aliado ao upgrade recebido pelo mesmo ao longo de 2018, transversal às principais agências de rating.
Subsistem exposições consideráveis a títulos sem rating atribuído pelas principais agências, em especial no caso dos fundos fechados (45,1%), onde esta proporção aumentou 1,8 pontos percentuais. No caso dos fundos que financiam PPR, a expansão desta categoria foi de 2,3 pontos percentuais, para um peso de 27,6%, ao passo que nos outros abertos registou uma redução de 0,8 pontos percentuais.
Gráfico 4.19 Rating do investimento em obrigações
Quanto à dispersão dos retornos, observam-se algumas diferenças no sentido das evoluções para os diversos tipos de fundos, e também consoante a análise incida sobre ações ou sobre unidades de participação em fundos de investimento. No segundo caso, predomina o aumento da volatilidade, enquanto, no investimento em ações, os fundos fechados e os PPA registaram diminuição de volatilidade, enquanto os PPR e os outros fundos abertos experienciaram o incremento da mesma. Estas diferenças de sentido de variação poderão estar ligadas ao episódio de volatilidade registado próximo do final do ano, induzindo diferenças entre os diversos fundos, fruto do perfil de exposições, dimensão e nível de diversificação.
Quadro 4.17 Volatilidade do investimento em ações e fundos de investimento
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BBB23,3%
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NR29,5%
S/I15,5%
Outros abertos
2017 2018 2017 2018 2017 2018 2017 2018
Ações e títulos de participação 23,54 21,94 20,18 21,36 26,06 23,65 22,05 23,76
Unidades de parti cipação em fundos de investimento 7,11 8,58 5,96 7,36 12,52 0,00 6,88 7,50
Fechados PPR PPA Outros abertos
Volatilidade das ações e dos fundos de
investimento
Risco de crédito
181
4.3.4. Rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões
Para efeitos de cálculo e análise da rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões do mercado nacional, foi adotada a seguinte abordagem:
Para os fundos fechados foi considerada a taxa interna de rendibilidade trimestral, calculada com base nos dados reportados à ASF (com a mesma periodicidade), assumindo que as entradas (contribuições) e saídas (pagamentos de pensões) ocorrem no ponto médio do respetivo período, e com a taxa anual de crescimento dos fundos a ser apurada de forma geométrica;
Para os fundos abertos, a rendibilidade anual foi calculada recorrendo às rendibilidades mensais publicadas no Boletim de cotações da NYSE Euronext Lisboa, considerando-se a taxa anual de crescimento dos fundos de forma geométrica e pressupondo que os rendimentos gerados em cada período são integralmente reinvestidos no início do período seguinte;
Os encargos correntes de gestão não foram considerados, presumindo-se, assim, o seu efeito como negligenciável.
O gráfico seguinte permite observar, no âmbito dos fundos fechados, a distribuição pelas diferentes classes de rendibilidade. As taxas de retorno (mínima, média e máxima) de cada escalão são quantificadas de acordo com a escala à direita, enquanto a proporção de fundos correspondente a cada intervalo de rendibilidade, aferida por intermédio dos montantes sob gestão, é descrita pela dimensão das barras, associadas à escala do lado esquerdo.
Para o ano de 2018 fica patente uma significativa evolução negativa no panorama de rendibilidade dos fundos de pensões fechados. A proporção de fundos com rendibilidade negativa, muito diminuta em 2017, ascende a 77,7%, e, no seio destes, a média desce para -3,5% (face a -1,3% no ano precedente, sendo que aí agregava apenas um subconjunto muito reduzido de fundos).
Fruto desta migração de uma vasta percentagem do universo de fundos fechados para terreno negativo, as demais classes de rendibilidade apresentam-se, para 2018, mais despovoadas, com a classe de rendibilidades mais elevadas totalmente vazia. Relativamente aos fundos fechados em terreno positivo, prevalece o posicionamento na faixa de rendibilidades mais modestas, com uma proporção de 13,3% do total, face a 8,9% para o intervalo entre 5% e 10%, neste último caso proveniente de um único fundo.
Ainda para a classe de rendibilidade positiva mais representada, refere-se que a sua rendibilidade média revelou um decréscimo de 1,1 pontos percentuais face ao registado em 2017, para 1,9%.
Rendibilidade dos fundos de pensões
fechados
182
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Gráfico 4
Quadro 4
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Rendib. Volat
‐0,7% 4,
‐3,3% 3,
‐3,2% 3,
‐13,4% 16,
‐3,4% 3,
2018
ração muito rreno
para dade a.
ente, nsões o dos
os, de ersos entre
os de cia de
ti l id.
,4%
,2%
,0%
,7%
,3%
183
correlação negativa entre o retorno obtido e o risco incorrido para os diversos tipos de fundos – especialmente nos casos dos outros fundos abertos e dos que financiam PPR, com valores de -73% e -70%, respetivamente. No caso dos fundos fechados, o valor da correlação posiciona-se próximo dos -40%, revelando-se mais comedido fruto da retenção da relação mais tradicional entre as duas variáveis no subconjunto de fundos fechados com rendibilidade positiva.
Gráfico 4.21 Rendibilidade e volatilidade dos fundos de pensões
Para concluir, examina-se a performance dos fundos de pensões mensurada por intermédio do índice de Sharpe. Este índice revela o spread da rendibilidade face à taxa de juro sem risco, à escala do desvio-padrão da rendibilidade. Como referencial para a taxa de juro sem risco de incumprimento, tomou-se a média geométrica das taxas de depósito overnight do Banco Central Europeu.
O índice apresentou valores entre -4,46 e 41,42 (com o máximo largamente acima de todos os demais), e com o valor médio a cotar-se em -0,5. Face ao cenário exposto anteriormente, de derrapagem das rendibilidades, e ainda que a volatilidade tenha crescido, este valor médio posiciona-se consideravelmente aquém do verificado para os anos anteriores (3,71 em 2017, e 1,04 em 2016).
De um modo geral, foram principalmente os fundos fechados a lograr a obtenção de um índice de Sharpe em terreno positivo.
Salvaguarda-se que deste escrutínio não deverão ser extrapoladas conclusões absolutas relativamente à gestão dos fundos de pensões, carecendo tais considerações de uma adequado enquadramento face ao perfil e montante de responsabilidades, bem como dos restantes fatores endógenos.
‐20%
‐15%
‐10%
‐5%
0%
5%
10%
15%
0,00% 2,00% 4,00% 6,00% 8,00% 10,00% 12,00% 14,00% 16,00% 18,00% 20,00%
Rendibilidade
Volatilidade
Fechados Outros abertos PPR PPA
Análise de desempenho
184
Gráfico 4.22 Índice de Sharpe dos fundos de pensões
4.4. Entidades gestoras de fundos de pensões
4.4.1. Estrutura empresarial
Durante o ano 2018, a estrutura empresarial sofreu as seguintes alterações:
fusão por incorporação da Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A., na Santander Totta Seguros – Companhia de Seguros de Vida, S.A., tendo esta última sido autorizada a gerir fundos de pensões e ficado responsável pela gestão dos fundos que anteriormente eram geridos pela Eurovida;
passagem da Liberty Seguros, S.A., para sucursal de uma empresa de seguros com sede na União Europeia, tendo o fundo de pensões sob a sua gestão sido transferido para uma sociedade gestora.
Na sequência destas alterações, no final do ano encontravam-se a gerir fundos de pensões dez sociedades gestoras e oito empresas de seguros, num total de 18 entidades gestoras.
Quadro 4.19 Número e montante de fundos de pensões geridos
‐4
‐2
0
2
4
6
8
10
‐15% ‐10% ‐5% 0% 5% 10%
Índice de Sharpe
Rendibilidade
Fechados Outros abertos PPR PPA
mi lhões de euros N.º (1)
Montante (2)
N.º (1)
Montante (2)
N.º (1)
Montante (2)
Empresas de seguros 66 2 840 77 3 405 75 3 444
Sociedades gestoras 153 15 628 147 16 352 154 16 026
Entidades gestoras 219 18 468 224 19 757 229 19 470
(1) Inclusão dos fundos cogeridos na entidade gestora líder
(2) Para os fundos cogeridos, os seus montantes estão repartidos pelas respetivas cogestoras envolvidas
2016 2017 2018
185
Em comparação com o ano anterior, o número de fundos geridos por sociedades gestoras incrementou sete unidades. Contudo, o volume de ativos relativo a este segmento de mercado registou uma diminuição de 2%, ao contrário do que sucedeu com o conjunto das empresas de seguros, que viu os montantes geridos aumentarem 1,2%, apesar de terem menos dois fundos sob gestão. Em termos de ativos, a quota-parte das sociedades gestoras passou assim de 82,8%, em 2017, para 82,3%.
4.4.2. Ranking
Em termos de alterações ao ranking das entidades gestoras em função dos montantes geridos, para além da entrada da Santander Totta Seguros - Companhia de Seguros de Vida, S.A., para a décima posição, em substituição da Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A., ocorreram algumas trocas de lugares na segunda metade da tabela.
Quadro 4.20 Ranking das entidades gestoras
À semelhança dos anos anteriores, verifica-se um elevado grau de concentração do mercado português de fundos de pensões. Em 2018, as três primeiras entidades gestoras acumulavam cerca de 60% do valor dos ativos sob gestão e as dez maiores 98,1% desse valor.
4.4.3. Rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras
Antes de passar à análise da rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras, importa salientar que algumas dessas entidades são meramente
Montante (2) Quota de
(mi lhões de euros) mercado
1.º 1.º Ocidenta l SGFP 35 5 212 26,8%
2.º 2.º CGD Pensões 22 3 641 18,7%
3.º 3.º BPI Vida e Pensões 37 2 820 14,5%
4.º 4.º GNB SGFP 20 2 129 10,9%
5.º 5.º SGFP do Banco de Portugal 2 1 942 10,0%
6.º 6.º Futuro SGFP 36 1 566 8,0%
7.º 7.º Santander Pensões 2 981 5,0%
8.º 8.º BBVA Fundos 9 388 2,0%
9.º 9.º Rea l Vida 14 240 1,2%
‐.º 10.º Santander Totta Seguros 5 173 0,9%
11.º 11.º CA Vida 5 152 0,8%
12.º 12.º Previsão SGFP 3 78 0,4%
13.º 13.º SGF SGFP 20 70 0,4%
15.º 14.º Lus i tania ‐Vida 6 27 0,1%
16.º 15.º Al l ianz SGFP 5 20 0,1%
14.º 16.º Victoria Vida 5 16 0,1%
18.º 17.º Genera l i Vida 1 10 0,0%
19.º 18.º Zurich Vida 2 7 0,0%
Total 229 19 470 100,0%
(1) Inclusão dos fundos cogeridos na entidade gestora líder
(2) Para os fundos cogeridos, os seus montantes estão repartidos pelas respetivas cogestoras envolvidas
Ranking 2018
20182017 Número (1)
Entidade gestora
186
instrumentais, não tendo como principal objetivo a maximização da respetiva rendibilidade.
Face ao final de 2017, o valor total dos capitais próprios das sociedades gestoras decresceu 17,7%, influenciado, em grande medida, pela descida do nível de capitais próprios de duas entidades em particular, em ambos os casos justificado pela diminuição dos resultados transitados.
Em termos globais, o resultado líquido do exercício fixou-se nos 10,8 milhões de euros, o que representa uma redução de 3,7% face ao ano anterior. Numa perspetiva individual, tal como no ano transato, apenas uma sociedade gestora registou resultado negativo, tendo em relação às restantes entidades sido verificada uma diminuição do lucro em quatro casos.
À luz das variações descritas, a rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras desceu 0,1 pontos percentuais, estabelecendo-se em 15,6% no ano de 2018.
Quadro 4.21 Rendibilidade dos capitais próprios das sociedades gestoras de fundos de pensões
4.4.4. Margem de solvência das sociedades gestoras
No ano em análise, a margem de solvência exigida apresentou uma subida de 8,9%, explicada essencialmente pelo aumento registado ao nível de uma sociedade gestora, por sua vez resultante do acréscimo dos montantes geridos com risco de investimento, que estão sujeitos a um requisito de margem superior aos dos sem risco de investimento.
Já a margem de solvência disponível diminuiu 8,3%, conduzindo a uma descida da taxa de cobertura de 270%, em 2017, para 227,4%.
Para uma das sociedades gestoras, a taxa de cobertura desceu abaixo do patamar dos 100%, pelo efeito de redução da margem de solvência disponível. Nos restantes casos, quatro viram a taxa de cobertura decrescer mas mantendo-se acima dos 100%.
Capita is próprios
em 31/12/2018(mi lhares de euros)
Al l ianz SGFP 2,5% 5,4% 0,5% 1 091
BBVA Fundos 9,5% 8,5% 11,6% 9 651
CGD Pensões 20,2% 24,5% 15,8% 11 466
Futuro SGFP 8,3% 16,6% 11,4% 7 519
GNB SGFP 39,9% 31,9% 30,0% 8 880
Ocidental SGFP 28,9% 23,8% 24,2% 13 941
Previsão SGFP 3,3% 1,0% 1,9% 1 578
Santander Pensões 0,0% 0,1% 0,7% 4 178
SGF SGFP ‐28,1% ‐32,7% ‐16,7% 933
SGFP do Banco de Portugal 2,0% 1,4% 1,7% 3 421
Total 15,1% 15,7% 15,6% 62 659
2017Sociedades gestoras de
fundos de pensões2016 2018
Margem de solvência das sociedades
gestoras
187
Gráfico 4.23 Margem de solvência das sociedades gestoras de fundos de pensões
Ainda no contexto da margem de solvência disponível, mais concretamente da respetiva composição, destaque para o aumento em 7,9% da rubrica Reservas, que se deveu sobretudo ao acréscimo das outras reservas de uma sociedade gestora em particular, tendo o respetivo peso no total da margem de solvência disponível incrementado 6,6 pontos percentuais, para 44,1% em 2018.
Em sentido inverso, o peso da componente Resultados reduziu-se em 6,6 pontos percentuais, para 30,5% em 2018, refletindo uma diminuição de 24,6% no seu valor total, decorrente, não somente do apuramento de um resultado líquido do exercício inferior ao do ano anterior, mas também do decréscimo dos resultados transitados, parcialmente compensados pela distribuição de uma parcela menor de resultados.
Gráfico 4.24 Margem de solvência disponível das sociedades gestoras de fundos de pensões
0%
43%
86%
129%
171%
214%
257%
300%
0
10
20
30
40
50
60
70
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Margem de solvência exigida
Margem de solvência disponível
Taxa de cobertura
31,9% 31,2%25,7% 25,3% 25,5%
36,2% 37,8%
31,9% 37,5%44,1%
31,0% 30,4%41,2%
37,1%30,5%
0,9% 0,5% 1,3% 0,1%
‐0,1%‐10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
110%
2014 2015 2016 2017 2018
Capital social realizado Reservas Resultados * Outros elementos constitutivos
* Soma dos resultados transitados dos exercícios anteriores com o resultado líquido do exercício, deduzido das distribuições efetivas
188
5capítuloOs Planos Poupança-Reforma
Ns
Prémios / co
Gráfico 5
Número de ubscrições
ontribuições para PPR
5
5. Os
O mercadoengloba oprestações
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Em 2018 ascontrarianddeveu-se soseguros dePPR sob a (1 785).
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5.1 Evolução
(*)Fonte: CMVM
Em 2018, ode euros, crescimentoseguros decontribuiçõ
| Os Planos Planos
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191
assistiu-se a um aumento significativo do peso dos seguros de vida para 90,3% do volume total dos prémios / contribuições para PPR, o que constituiu um aumento face a ano anterior de 21,1 pontos percentuais.
No que respeita às contribuições dos fundos de investimento, de 281 milhões de euros, verificou-se um decréscimo expressivo (-67,5%), o que resulta em boa medida do nível historicamente elevado registado no ano 2017. Por sua vez, as contribuições para os fundos de pensões diminuíram 24,6% face a 2017, fixando-se nos 88 milhões de euros. Os comportamentos descritos levaram ao decréscimo em 19,7 e 1,4 pontos percentuais, respetivamente para os PPR sob a forma de fundo de investimento e de fundo de pensões, do peso relativo no total dos prémios / contribuições para PPR, para 7,4% e 2,3%, pela mesma ordem.
Gráfico 5.2 Evolução dos prémios / contribuições para PPR por tipo de veículo de financiamento
(*) Fonte: APFIPP
(**) Não inclui transferências
A evolução positiva observada em anos anteriores, do montante total investido em PPR, manteve-se em 2018. O total investido apresentou um crescimento de 10,2%, um nível muito semelhante ao registado no ano transato.
Em 2018, os montantes investidos em PPR seguros de vida e fundos de pensões aumentaram 12,8% e 7,6%, respetivamente, enquanto os fundos de investimento diminuíram 5,7%.
A representatividade dos seguros de vida no total dos montantes investidos em PPR aumentou dois pontos percentuais, alcançando a primeira variação positiva em quatro anos, para 85,7%. Em contrapartida, as quotas dos fundos de investimento e fundos de pensões registaram variações negativas, ainda que pouco expressivas, fixando-se, respetivamente, nos 11,3% e 3% do total dos montantes investidos.
1 544
2 389
1 872
1 696
2 206
3 447
94 85
510
327
863
28121 58 57 50 117 88
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
3 000
3 500
4 000
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Seguros de vida Fundos de investimento (*) Fundos de pensões (**)
Montantes investidos em PPR
192
Gráfico 5.3 Evolução dos montantes investidos em PPR por tipo de veículo de financiamento
(*) Fonte: APFIPP
No ano de 2018, a quota conjunta das dez empresas de seguros com maior representatividade no mercado português, calculada com base no total de provisões técnicas e passivos financeiros relativos aos contratos de investimento PPR, aumentou 1,9 pontos percentuais, atingindo os 96,8%.
O nível de concentração deste mercado é reforçado principalmente pelo aumento da quota de mercado da Fidelidade em 2,8 pontos percentuais, sendo este o aumento mais acentuado entre as dez maiores empresas. É ainda de realçar a subida da quota individual da Santander Totta Vida em 2,7 pontos percentuais, o que permite a subida da empresa em duas posições, passando a ocupar o quarto lugar deste ranking.
Quadro 5.1 Quota de mercado das Provisões técnicas e Passivos financeiros de seguros PPR - ranking das empresas de seguros
13 27013 644 13 720
14 513
16 365
9841 381 1 537 2 279 2 149
421 440 446 540 581
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
14 000
16 000
18 000
2014 2015 2016 2017 2018
Milhões de euros
Seguros de vida Fundos de investimento (*) Fundos de pensões
2017 2018 2017 2018
1 º 1 º Fidel idade 42,7% 45,5%
2 º 2 º Ocidental Vida 22,1% 22,4%
3 º 3 º GNB Seguros Vida 11,8% 10,5%
6 º 4 º Santander Totta Vida 3,6% 6,3%
4 º 5 º BPI Vida e Pensões 4,5% 4,0%
5 º 6 º CA Vida 3,6% 2,6%
7 º 7 º Seguradoras Unidas 2,8% 2,2%
9 º 8 º Zurich Vida 1,2% 1,3%
8 º 9 º Al l ianz 1,4% 1,2%
10 º 10 º Mapfre Seguros de Vida 1,1% 0,8%
Dez primeiras empresas 94,9% 96,8%
Pos icionamentoEmpresa de seguros
Provisões técnicas (*)
(*) Inclui igualmente os Passivos financeiros de produtos classificados contabilisticamente
como contratos de investimento
Concentração do mercado de PPR
193
No quadro seguinte é apresentada a concentração do mercado de PPR sob a forma de fundos de pensões, considerando a quota das oito entidades que gerem este tipo de fundos no mercado português. Refira-se que a quota de mercado é calculada através do total dos montantes investidos.
A Futuro apresenta a maior subida entre as oito entidades gestoras (1,2 pontos percentuais), mantendo assim a liderança destacada deste ranking. A Ocidental SGFP e a SGF apresentaram também aumentos, de um e 0,5 pontos percentuais, da sua quota de mercado, respetivamente. Os restantes operadores viram as suas quotas diminuir, com destaque para a CGD Pensões cuja representatividade desceu 1,3 pontos percentuais, depois de ter entrado neste mercado em 2017, conquistando, nesse ano, 12,4% de quota de mercado.
Quadro 5.2 Quota de mercado dos montantes dos fundos de pensões PPR - ranking das entidades gestoras
Tal como se pode verificar no gráfico seguinte, no ano de 2018 as alterações da estrutura da carteira de investimentos dos PPR foram ligeiras, salientando-se a variação do peso dos outros ativos, com um aumento de 3,5 pontos percentuais. Em sentido contrário, os títulos de dívida pública e as ações e títulos de participação viram os seus pesos diminuir em 1,7 e 1,5 pontos percentuais, respetivamente. Por fim, verificou-se uma ligeira diminuição das UPs em fundos de investimento, e uma variação, também pouco expressiva, mas no sentido oposto, da representatividade da dívida privada.
2017 2018 2017 2018
1 º 1.º Futuro 59,7% 60,9%
2 º 2.º BBVA Fundos 13,3% 12,3%
3 º 3.º CGD Pensões 12,4% 11,1%
4 º 4.º Ocidenta l SGFP 5,5% 6,5%
6 º 5.º SGF 4,2% 4,7%
5 º 6.º GNB SGFP 4,3% 3,9%
7 º 7.º BPI Vida e Pensões 0,5% 0,4%
8 º 8.º Victoria Vida 0,2% 0,2%
100,0% 100,0%
Pos icionamento Montantes geridosEntidade gestora
Estrutura da carteira de investimento dos
PPR
194
Gráfico 5.4 Estrutura da carteira de investimento dos PPR
Fonte: APFIPP (dados de fundos de investimento)
Uma análise similar desagregando a carteira por tipologia de PPR permite a identificação de estratégias distintas de investimento, refletindo as diferenças entre os vários tipos de veículos ao nível da existência de garantias financeiras, de perfil de rendibilidades e de volatilidade.
Em resultado da elevada representatividade dos seguros de vida no mercado de PPR, a carteira de investimentos deste veículo aproxima-se da estrutura global anteriormente apresentada. A dívida pública continua a assumir a maior fatia dos investimentos, mesmo que, face ao ano anterior, o seu peso tenha diminuído em 2,4 pontos percentuais. Relativamente aos restantes instrumentos, o peso manteve-se relativamente estável, destacando-se apenas a redução do peso das ações e títulos de participação em 1,7 pontos percetuais.
Tal como no passado, os fundos de investimento PPR são o tipo de veículo com menor representatividade de dívida pública, e maior investimento em dívida privada. Em 2018, verificou-se um reforço desta tendência com um acréscimo do peso da dívida privada em 5,3 pontos percentuais.
Por sua vez, a análise da carteira de investimentos dos fundos de pensões PPR permite verificar um desinvestimento em dívida pública (que passa de 40,1% em para 37,3%) por contrapartida de um aumento de 2,9 pontos percentuais do peso da dívida privada. Este tipo de veículo continua a ser o que apresenta maior representatividade de UPs em fundos de investimento e menor peso em ações e títulos de participação.
42,6% 43,7%51,9% 50,2% 48,5%
34,6% 31,1%
28,4% 30,2% 30,7%
6,3% 9,0%6,9% 6,0% 4,5%
6,9% 6,7%6,9% 7,6%
6,8%
9,6% 9,4% 5,9% 6,0% 9,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2014 2015 2016 2017 2018
Títulos de dívida pública e equiparados Obrigações e papel comercial
Ações e títulos de participação UPs em fundos de investimento
Outros ativos
Análise por veículo de financiamento dos
PPR
195
Gráfico 5.5 Estrutura da carteira de investimento dos PPR por tipo de veículo de financiamento
(*) Fonte: APFIPP
52,6%
19,2%
37,3%
28,8%
47,7%
25,3%
4,7%
3,2%1,8%
4,0%
23,0%27,9%
9,9% 6,9% 7,6%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Seguros de Vida Fundos de investimento (*) Fundos de pensões
Títulos de dívida pública e equiparados Obrigações e papel comercial
Ações e títulos de participação UPs em fundos de investimento
Outros ativos
196
6capítulo
Enquadramento jurídico da atividade seguradora e dos
fundos de pensões
6. Enquadramento jurídico da atividade seguradora e dos fundos de pensões
6.1. Considerações iniciais
O presente capítulo visa identificar e descrever as atividades regulatórias, nacionais e internacionais, com relevo para o setor segurador e de gestão de fundos de pensões, no decurso do ano de 2018.
Nos pontos 6.2 e 6.3 desenvolvem-se algumas das principais iniciativas, respetivamente, no plano da União Europeia e a nível nacional, enquanto no ponto 6.4 se elencam os diplomas publicados com impacto no setor.
6.2. Atividade regulatória a nível da União Europeia
6.2.1. Reforma do modelo europeu de supervisão financeira
Em 2018, prosseguiu o processo legislativo da Comissão Europeia, com início em 2017, relativo às seguintes propostas:
i) Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º 1093/2010 que cria uma Autoridade Europeia de Supervisão (Autoridade Bancária Europeia); o Regulamento (UE) n.º 1094/2010 que cria uma Autoridade Europeia de Supervisão (Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma); o Regulamento (UE) n.º 1095/2010 que cria uma Autoridade Europeia de Supervisão (Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados), o Regulamento (UE) n.º 345/2013 relativo aos fundos europeus de capital de risco; o Regulamento (UE) n.º 346/2013 relativo aos fundos europeus de empreendedorismo social; o Regulamento (UE) n.º 600/2014 relativo aos mercados de instrumentos financeiros; o Regulamento (UE) 2015/760 relativo aos fundos europeus de investimento a longo prazo; o Regulamento (UE) 2016/1011 relativo aos índices utilizados como índices de referência no quadro de instrumentos e contratos financeiros ou para aferir o desempenho de fundos de investimento; e o Regulamento (UE) 2017/1129 relativo ao prospeto a publicar em caso de oferta de valores mobiliários ao público ou da sua admissão à negociação num mercado regulamentado;
ii) Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que altera o Regulamento (UE) n.º 1092/2010 relativo à supervisão macroprudencial do sistema financeiro na União Europeia e que cria o Comité Europeu do Risco Sistémico; e
iii) Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Diretiva n.º 2014/65/UE relativa aos mercados de instrumentos financeiros e a Diretiva n.º 2009/138/CE relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício (Solvência II).
6 | Enquadramento jurídico da atividade seguradora e dos fundos de pensões
199
6.2.2. Financiamento sustentável
No seguimento das recomendações adotadas pelo Grupo de Peritos de Alto Nível sobre Financiamento Sustentável28, a Comissão Europeia assumiu como missão o reforço do papel do financiamento na promoção de uma economia sustentável, que integre preocupações de ordem ambiental, social e de governação. Neste âmbito, foram aprovadas, em maio de 2018, três propostas legislativas relativas à promoção e desenvolvimento do investimento sustentável no mercado da União Europeia, as quais visam:
i) A introdução de alterações ao Regulamento (UE) n.º 2016/1011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2016, relativo aos índices utilizados como índices de referência no quadro de instrumentos e contratos financeiros ou para aferir o desempenho de fundos de investimento, no âmbito do qual se propõe a introdução de dois novos índices de referência29.
ii) A aprovação de um Regulamento relativo à divulgação de informações para o mercado relativas a investimentos sustentáveis e riscos em matéria de sustentabilidade, por forma a reforçar a transparência em matéria de divulgação de informação pelos operadores do setor financeiro30;
iii) A aprovação de um regime que estabelece um enquadramento para facilitar / promover o investimento sustentável através do desenvolvimento gradual de um sistema de classificação único (“taxonomia”), nos termos do qual as atividades económicas podem ser qualificadas como sustentáveis31.
6.2.3. Revisão da Diretiva n.º 2009/103/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009
A 24 de maio de 2018, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de alteração da Diretiva n.º 2009/103/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009, relativa ao seguro de responsabilidade civil que resulta da circulação de veículos automóveis e à fiscalização do cumprimento da obrigação de segurar esta responsabilidade.
28 Documento disponível em https://ec.europa.eu/info/publications/180131-sustainable-finance-report_en
29 Documento disponível em https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/initiative/1185/publication/237143/attachment/090166e5bbca2080
30 Documento disponível em https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/initiative/1185/publication/238004/attachment/090166e5bbce57c0
31 Documento disponível em https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/initiative/1185/publication/238025/attachment/090166e5bbcda9f5
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Entre as alterações propostas, destaca-se o facto de se prever a obrigação de as vítimas de acidentes de viação serem indemnizadas pelos danos sofridos mesmo quando a empresa de seguros da pessoa responsável tenha sido declarada insolvente. Para o efeito, os Estados-Membros devem criar ou designar um organismo que preste a indemnização inicial aos lesados com residência habitual no seu território, e que tenham o direito de exigir essa indemnização junto do organismo criado ou designado para o efeito no Estado-Membro de estabelecimento da empresa de seguros que emitiu a apólice do veículo da pessoa responsável.
Adicionalmente, prevêem-se ainda relevantes clarificações relativamente ao âmbito da cobertura garantida pelo seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, tornadas necessárias tanto em decorrência de jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia recente, como pela evolução tecnológica aplicada à mobilidade [em função do tipo do uso do veículo, tendo em vista os veículos de uso dual – como meio de transporte e como máquina de trabalho agrícola ou industrial; em função do tipo de veículo (caso dos veículos elétricos motorizados ligeiros – trotinetes, bicicletas, segways e outros); exclusão ou não dos desportos motorizados].
Prevê-se, ainda, a harmonização dos certificados de tarifação (certificados bonus/malus), bem como o princípio da não discriminação dos segurados em função da nacionalidade e/ou local de residência quando os seguradores levarem em conta o conteúdo dos certificados na fixação do prémio e demais condições contratuais.
6.2.4. Projeto de alteração do Regulamento Delegado (UE) n.º 2015/35, da Comissão, de 10 de outubro de 2014
No âmbito do dossier de revisão do Regulamento Delegado (UE) n.º 2015/35, da Comissão, de 10 de outubro, designadamente dos métodos, pressupostos e parâmetros de cálculo da fórmula-padrão do Requisito de Capital de Solvência, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (“EIOPA”) submeteu o seu aconselhamento à Comissão Europeia em duas partes, a primeira a 30 de outubro de 201732 e a segunda a 28 de fevereiro de 201833.
No seguimento da apresentação deste aconselhamento, a Comissão Europeia preparou o seu projeto de alteração do referido Regulamento Delegado, o qual, após consulta do Grupo de Peritos sobre Banca, Seguros e Sistemas de Pagamentos, esteve em consulta pública no período entre 9 de novembro e 7 de
32 Documento disponível em
https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA-BoS-17-280_First_set_of_Advice_on_SII_DR_Review.pdf.
33 Documento disponível em
https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA-18-075-EIOPA_Second_set_of_Advice_on_SII_DR_Review.pdf.
201
dezembro de 201834. As principais alterações propostas incidem sobre as seguintes áreas:
i) Tratamento mais favorável para títulos de dívida sem notação de crédito e para títulos de capital não cotados;
ii) Inclusão de novas simplificações;
iii) Alinhamento de regras com as aplicáveis ao setor bancário, nomeadamente na classificação de certos tipos de fundos próprios, exposições a contrapartes centrais e a administrações regionais e autoridades locais;
iv) Orientações adicionais sobre a capacidade de absorção de perdas dos impostos diferidos;
v) Procedimentos de determinação da estrutura temporal de taxas de juro sem risco;
vi) Atualização de vários parâmetros, nomeadamente para os riscos específicos de seguros não vida e de acidentes e doença NSLT; e
vii) Refinamentos nos requisitos para o reconhecimento de técnicas de mitigação dos riscos, no cálculo da solvência dos grupos de seguros e na medida de volume para o cálculo do risco de prémios de não vida.
Este processo culminou na adoção e publicação no Jornal Oficial da União Europeia35, do Regulamento Delegado (UE) n.º 2019/981 da Comissão, de 8 de março de 2019, que altera o Regulamento Delegado (UE) n.º 2015/35 que completa a Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício (Solvência II).
6.2.5. Iniciativas da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma
1. A 25 de abril de 2018, a EIOPA publicou a decisão do seu Conselho de Supervisores sobre os requisitos de reporte regular de informação relativa aos regimes profissionais de pensões36, com vista a estabelecer o âmbito, conteúdo, formato e prazos de reporte de informação pelas autoridades nacionais competentes à EIOPA relativamente às instituições de realização de planos de pensões profissionais (IRPPP).
34 Documento disponível em https://ec.europa.eu/info/law/better-regulation/initiatives/ares-2018-5720906_en,
35 JO, L, 161, de 18.6.2019, p.161.
36 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Protocols/Decision%20on%20Consultation%20Paper_EIOPA-CP-17-005.pdf
202
Esta decisão visa consolidar e densificar os atuais requisitos de reporte aplicáveis às IRPPPs, conferindo à EIOPA a capacidade de monitorizar e avaliar os desenvolvimentos no mercado das pensões profissionais de forma mais sistematizada, bem como de realizar análises aprofundadas sobre o setor.
O primeiro reporte trimestral à EIOPA terá por referência o terceiro trimestre de 2019 e o primeiro reporte anual o final de 2019.
2. Nos termos do previsto no n.º 7 do artigo 10.º da Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro, sobre a distribuição de seguros (DDS), a EIOPA deve rever periodicamente os montantes referentes ao capital mínimo do seguro de responsabilidade civil profissional e o valor mínimo para efeito da capacidade financeira face à evolução do índice europeu de preços no consumidor, publicado pelo Eurostat, o qual registou um aumento de 4,03% desde 1 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2017.
Para o efeito, e no seguimento do procedimento de consulta pública que decorreu entre 1 de fevereiro e 27 de abril de 201837, a EIOPA apresentou à Comissão Europeia, a 27 de junho, o projeto de norma técnica de regulamentação que ajusta o capital mínimo do seguro de responsabilidade civil profissional e o valor mínimo para efeito da capacidade financeira face à evolução do índice europeu de preços no consumidor38.
O texto final da referida norma técnica de regulamentação foi adotado pela Comissão Europeia a 13 de maio de 201939, aguardando-se a respetiva publicação no Jornal Oficial da União Europeia.
3. A 27 de abril de 2018, a Comissão Europeia endereçou um pedido de informação à EIOPA40 com o objetivo de recolher informação relevante para a preparação do projeto de revisão da Diretiva Solvência II no final do ano 2020, focando, designadamente, a mensuração da iliquidez das responsabilidades de seguros e a gestão dos ativos associados a essas responsabilidades. Este tema insere-se no âmbito das preocupações que têm vindo a ser levantadas sobre o tratamento das responsabilidades de longo prazo pelo regime Solvência II, com impacto na viabilidade da sua exploração.
A 29 de outubro de 2018, a EIOPA lançou um pedido de informação ao mercado com o objetivo de recolher informação dos stakeholders acerca de um conjunto de metodologias propostas para a avaliação do grau de iliquidez das
37 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA-BoS-18-286%20Final%20report%20on%20the%20Public%20Consultation%20on%20PII%20RTS.pdf
38 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA-BoS-18-286%20Final%20report%20on%20the%20Public%20Consultation%20on%20PII%20RTS.pdf
39 Documento disponível em https://ec.europa.eu/transparency/regdoc/rep/3/2019/EN/C-2019-3448-F1-EN-MAIN-PART-1.PDF
40 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Requests%20for%20advice/Request%20for%20information%202018-04-25.pdf
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responsabilidades de seguros, dos períodos efetivos de detenção dos ativos e dos riscos associados aos ativos detidos por longos períodos de tempo41.
4. A 28 de junho de 2018, a EIOPA emitiu Parecer sobre a divulgação aos clientes de informação sobre o impacto da saída do Reino Unido da União Europeia (“Brexit”)42. De facto, um dos efeitos do Brexit no âmbito do setor segurador é a impossibilidade de as empresas de seguros com sede no Reino Unido exercerem a sua atividade noutros países da União Europeia ao abrigo da liberdade de estabelecimento ou da liberdade de prestação de serviços. Da mesma forma, as empresas de seguros com sede na União Europeia perdem o direito de exercer a respetiva atividade ao abrigo daquelas liberdades no território do Reino Unido.
Neste sentido, e no seguimento do Parecer da EIOPA sobre a continuidade do serviço na atividade seguradora à luz da saída do Reino Unido da União Europeia43, através do qual se sublinhava a necessidade de as empresas de seguros adotarem as medidas adequadas para assegurar a continuidade do serviço prestado aos respetivos clientes, este segundo parecer da EIOPA referente ao Brexit realça a importância de os clientes específicos do setor segurador serem devidamente informados (i) das implicações do Brexit em relação aos contratos de seguro vigentes e a eventuais novos contratos de seguro celebrados antes da data da saída do Reino Unido da União Europeia, (ii) das medidas de contingência adotadas ou a adotar pelas empresas de seguros nesta matéria e do respetivo impacto nos contratos de seguros ou, nos casos em que não se preveja a aplicação de medidas de contingência, a justificação para esta decisão.
5. A EIOPA publicou, a 13 de novembro de 2018, o seu relatório referente à implementação do modelo de declaração sobre os benefícios de pensão (“pension benefits statement”) a elaborar pelas instituições de realização de planos de pensões profissionais (“IRPPP”) de acordo com o previsto na Diretiva (UE) n.º 2016/2341, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de dezembro de 2016, relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais (IRPPP), no qual são elencados princípios orientadores nesta matéria, baseados em boas práticas reportadas pelos Estados membros.
O modelo de declaração sobre os benefícios de pensão deve ser redigido de uma forma clara e concisa e ser disponibilizado, pelo menos anualmente, aos participantes e beneficiários de IRPPP.
6. Tendo em consideração os regimes previstos na DDS e na Diretiva relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais (“IRPPP”), foram desenvolvidos trabalhos com vista à revisão dos
41 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA-PSC-18_093_Request_for_Feedback_Illiquid%20Liabilities.pdf
42 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Opinions/EIOPA-BoS-18-119-Opinion%20on%20Disclosure.pdf
43 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Opinions/2017-12-21%20EIOPA-BoS-17-389_Opinion_on_service_continuity.pdf
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protocolos existentes, entre as autoridades nacionais competentes e a EIOPA, em matéria de cooperação nas áreas respeitantes a cada um destes regimes.
O processo de revisão conduziu à aprovação de duas decisões estabelecendo os termos da cooperação em matéria de aplicação da DDS44, publicada a 10 de outubro, e da Diretiva relativa às atividades e à supervisão das IRPPP45, publicada a 27 de novembro de 2018.
7. A 13 de dezembro de 2018, a EIOPA publicou a respetiva avaliação da estrutura dos mercados de mediação de seguros, de acordo com o disposto no n.º 5 do artigo 41.º da DDS.
Este Relatório46 que terá caráter regular apresenta uma visão geral dos mercados de mediação de seguros, tendo como referência o período compreendido entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2017. A avaliação confirma que o mercado de mediação no espaço europeu é caracterizado pela diversidade local dos canais de distribuição e por definições diversas adotadas a nível nacional.
8. A Comissão Europeia dirigiu à EIOPA, ESMA e EBA um pedido formal para a recolha e análise regular de informação sobre os custos e o desempenho passado de produtos de investimento a retalho distribuídos no mercado europeu (no caso do setor segurador e dos fundos de pensões, consideraram-se incluídos neste conceito os produtos de investimento com base em seguros e os produtos de pensões individuais).
Neste âmbito, a EIOPA publicou, a 1 de janeiro de 2019, o primeiro relatório nesta matéria47. A nível nacional, a informação utilizada para este efeito foi recolhida pela ASF através do envio de dois questionários elaborados pela EIOPA48 para uma amostra selecionada pelas autoridades de supervisão, com base nos critérios determinados por aquela, mediante a emissão da Carta-Circular n.º 3/2018, de 12 de julho, e da Carta-Circular n.º 6/2018, de 26 de julho.
44 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Protocols/Decision%20on%20the%20Cooperation%20of%20Competent%20Authorities.pdf
45 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Protocols/EIOPA-BoS-18-320_Decision_IORPII_cross-border_collaboration.pdf
46 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Reports/IDD%20Evaluation%20of%20intermediary%20markets.pdf
47 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Reports/Costs%20and%20past%20performance_2018.pdf
48 Um referente a produtos de investimento com base em seguros e outro a produtos de pensões.
205
6.3. Atividade regulatória a nível nacional
6.3.1. Iniciativas legislativas
- Regime jurídico da distribuição de seguros e de resseguros
Durante o ano de 2018, a ASF prestou as funções de apoio técnico necessárias ao Governo, tendo sido também ouvida pela Assembleia da República no âmbito da discussão e análise da proposta de lei49 que procedeu à transposição para a ordem jurídica interna da Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro, sobre a distribuição de seguros (“Diretiva sobre a distribuição de seguros”)50.
Com referência ao regime jurídico da distribuição de seguros e de resseguros (“RJDS”), aprovado em anexo à Lei n.º 7/2019, de 16 de janeiro51, importa referir que o âmbito da atividade abrangida não se altera de forma relevante face ao regime constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho52 – doravante referido como “RJMS”, regime jurídico da mediação de seguros, mas para além das atividades exercidas pelos mediadores de seguros ou de resseguros, o regime regula, agora, tais atividades quando exercidas diretamente pelas empresas de seguros ou de resseguros. Por outro lado, ainda que por via interpretativa já se pudesse defender que alguns sítios na Internet comparativos de seguros estavam sujeitos ao RJMS, sempre que revestissem as características da atividade regulada nesse enquadramento, prevê-se agora em que circunstâncias um sítio na Internet que compare condições contratuais ou prémios de seguro é considerado distribuição de seguros.
No que se refere às atividades que, não obstante se qualificarem como de distribuição de seguros se encontram excluídas do âmbito de aplicação do regime, de acordo com critérios de proporcionalidade, e conforme resulta da Diretiva53, a isenção fica um pouco mais ampla por comparação com o anterior regime, na medida em que:
i) Se alarga a complementaridade a produtos de seguros associados à prestação de serviços que não apenas de viagem, designadamente de não uso de um serviço;
ii) Estende-se a possibilidade de cobertura de vida e responsabilidade civil também para lá dos seguros de viagem (uma vez que a limitação passa
49 Documentos disponíveis em http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=42801
50 JO, L, 26, de 2.2.2016, p. 19.
51 Disponível em https://dre.pt/application/conteudo/117821873
52 Disponível em https://dre.pt/application/conteudo/539398
53 Ainda que, por opção nacional, a distribuição de seguros isentos se restrinja a seguros não obrigatórios.
206
agora a constar do próprio conceito de mediador de seguros a título acessório);
iii) Verifica-se um aumento do valor do prémio, mais relevante no caso de o seguro ser complementar de um serviço, e a duração desse serviço for igual ou inferior a três meses, caso em que deixa de ser calculado numa base anual pro rata;
iv) Deixa de se limitar a duração do contrato a cinco anos.
No entanto, por confronto com o regime anterior verifica-se que ainda que a atividade fique isenta, passam a existir exigências mínimas impostas à empresa de seguros ou ao mediador de seguros que exerça atividade de distribuição de seguros através de um mediador de seguros acessório isento, designadamente:
a) De informação sobre a sua identidade e endereço;
b) De informação sobre modalidades e procedimentos de reclamação;
c) De estabelecer mecanismos apropriados e proporcionados para assegurar o cumprimento de princípios gerais em matéria de conduta de mercado e de vendas associadas e para ter em conta as exigências e as necessidades do cliente antes de o contrato lhe ser proposto;
d) De fornecimento do documento de informação sobre o produto de seguros.
Por outro lado, a ASF passa a estar dotada de poderes específicos face a estes operadores, podendo obter informações pormenorizadas sobre a atividade de distribuição de seguros ou de resseguros através, nomeadamente, da recolha de dados ou da exigência de documentos relativos ao exercício da atividade de distribuição e ainda proceder a inspeções nas instalações das pessoas abrangidas pela exclusão.
A lei procede a uma alteração das categorias de mediadores de seguros que é, no entanto, efetuada sem prejuízo dos direitos adquiridos dos mediadores de seguros ligados já registados. De facto, opera-se a conversão automática do registo na categoria de mediador de seguros ligado ao abrigo da subalínea i) da alínea a) do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, na categoria de agente de seguros e do registo na categoria de mediador de seguros ligado ao abrigo da subalínea ii) da mesma disposição na categoria de mediador de seguros a título acessório.
Dado que as instituições de crédito e empresas de investimento não podem, por força do disposto na Diretiva sobre distribuição de seguros, integrar a categoria de mediador de seguros a título acessório, quando registadas como mediador de seguros ligado, independentemente da modalidade, figurarão no registo como agentes de seguros. Este processo de conversão automática, que pretende reduzir os ónus administrativos a todos os intervenientes no processo, não impede que os mediadores de seguros visados optem pelo registo noutra categoria, caso entendam mais adequado ao seu modelo de negócio.
207
Os distribuidores de seguros serão, assim, qualificados em três categorias: mediador de seguros — subdividida em agente de seguros e corretor de seguros —, mediador de seguros a título acessório e empresa de seguros.
Em relação aos requisitos de informação e de conduta da atividade, registam-se alterações relevantes face ao regime anterior, não obstante este apresentar já bastante densidade. Para além do incremento dos deveres de informação, relevando, em particular pelo seu caráter inovatório, a exigência de elaboração e entrega de um documento de informação sobre o produto de seguros nos ramos Não Vida, o objetivo principal neste domínio respeita à prevenção de conflitos de interesses do distribuidor de seguros.
Ao abrigo do regime resultante da transposição da Diretiva sobre a distribuição de seguros pretende-se garantir que os distribuidores de seguros não são remunerados, nem remuneram ou avaliam o desempenho dos seus empregados, de um modo que colida com o seu dever de agir de acordo com os melhores interesses dos seus clientes. Não podem, designadamente, recorrer a mecanismos de remuneração, de objetivos de vendas ou de outro tipo, suscetíveis de constituir um incentivo, para si ou para os seus empregados, à recomendação de um determinado produto de seguros a um cliente, quando o distribuidor de seguros poderia propor um produto de seguros diferente que correspondesse melhor às necessidades desse cliente. O regime passou também a prever um dever de informação do distribuidor de seguros ao cliente sobre a remuneração, independentemente de solicitação deste.
Por outro lado, reforça-se o princípio de que o distribuidor de seguros tem um especial dever de aferir a adequação do produto ao segurado. O grau de exigência comum à distribuição de todo o tipo de produtos de seguros impõe o dever de o distribuidor de seguros, tendo em conta as informações obtidas do cliente, as respetivas exigências e as necessidades informar, de modo correto e pormenorizado e de acordo com o exigível pela respetiva categoria, com a complexidade do tipo de produto proposto e com o tipo de cliente, sobre o contrato ou os contratos de seguro mais convenientes à transferência de risco ou ao investimento de modo a permitir que o cliente tome uma decisão informada. Nos produtos de investimento com base em seguros, o teste de adequação e apreciação do caráter apropriado do produto reveste-se de maior densidade, atendendo à natureza dos produtos.
Ainda neste ponto, salientam-se também os requisitos de supervisão e governação dos produtos de seguros, embora parte do regime já tenha sido antecipado no artigo 153.º do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro54 (RJASR), que estabelece princípios gerais de conduta de mercado a respeitar pelas empresas de seguros na sua atuação. Para garantir a adequada transposição do disposto nesta matéria na Diretiva sobre a distribuição de seguros altera-se a referida disposição do RJASR e, para assegurar a consistência do regime, o RJDS remete para aquela.
54 Disponível em https://dre.pt/application/conteudo/70237675
208
É também de destacar a fixação de requisitos adicionais para a atividade de distribuição de produtos de investimento com base em seguros. Por impulso da Diretiva n.º 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 201455, a Diretiva sobre a distribuição de seguros veio prever um capítulo específico sobre a distribuição destes produtos, fazendo acrescer aos deveres comuns à comercialização de um produto de seguros, deveres especiais no domínio da prevenção e gestão de conflitos de interesses, de informação, da remuneração e da avaliação da adequação e do caráter apropriado do produto.
Cabe ainda referir que embora não se verifiquem alterações estruturais em matéria de procedimento de registo para efeitos de acesso à atividade de mediação de seguros, verifica-se uma significativa densificação do regime aplicável ao exercício de atividade transfronteiras, bem como a consagração de mais poderes de intervenção da autoridade competente do Estado membro de acolhimento.
Num último ponto, cabe mencionar o artigo 50.º do RJDS cuja ratio é clarificar o previsto no regime jurídico do contrato de seguro (“RJCS”), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril56, em matéria de poderes de representação, no que se refere a “comunicações através de mediador de seguros”.
Este processo legislativo culminou com a publicação da Lei n.º 7/2019, de 16 de janeiro.
- Código das Associações Mutualistas
No seguimento da revisão do Código das Associações Mutualistas, foi aprovado, em anexo ao Decreto-Lei n.º 59/2018, de 2 de agosto, o novo Código das Associações Mutualistas (“Código das Associações Mutualistas”). Uma das principais novidades da intervenção legislativa em apreço traduz-se na criação de um regime especial de supervisão aplicável a certas associações mutualistas em função da sua dimensão económica, que acarreta a aplicação de regras próprias do setor segurador a estas entidades nos termos referidos no citado diploma.
São sujeitas ao regime especial de supervisão financeira as associações mutualistas, bem como as respetivas uniões, federações e confederações de associações, cujo volume bruto anual de quotas das modalidades de benefícios de segurança social - (i) prestações pecuniárias por invalidez, velhice e de sobrevivência, (ii) prestações pecuniárias por doença, paternidade, maternidade, desemprego, acidentes de trabalho ou doenças profissionais e/ou (iii) capitais pagáveis por morte ou no termo de prazos determinados -, geridas em regime de capitalização, exceda 5 milhões de euros e o valor total bruto dos fundos associados ao respetivo financiamento exceda 25 milhões de euros.
55 Diretiva n.º 2014/65/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa aos
mercados de instrumentos financeiros e que altera a Diretiva 2002/92/CE e a Diretiva 2011/61/EU (disponível em https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32014L0065&from=PT)
56 Disponível em https://dre.pt/application/conteudo/249804
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O artigo 139.º do Código define que a ASF é a autoridade competente para o exercício da supervisão financeira das associações mutualistas identificadas, assim como das atividades que estas desenvolvam. Para este efeito, dispõe “das competências e poderes que lhe são reconhecidos estatutariamente e no RJASR, sem prejuízo dos poderes de tutela dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da segurança social e da saúde”.
Para as associações mutualistas existentes à data de entrada em vigor do novo Código, é estabelecido um período transitório de 12 anos, durante o qual as associações mutualistas abrangidas pelo regime específico de supervisão deverão adotar as diligências necessárias “tendo em vista garantir uma gradual adaptação dessas instituições ao novo quadro regulatório”. Findo aquele período, e desde que reunidos os requisitos legalmente exigidos para esse efeito, as associações mutualistas em causa passarão a estar plenamente sujeitas ao regime de supervisão financeira do setor segurador.
Reconheceu, pois, o legislador, atendendo à natureza das associações mutualistas e ao carácter inovador do regime, que aquele seria o prazo adequado para que as entidades visadas diligenciassem oportunamente no sentido da convergência para o cumprimento das disposições legais, regulamentares e administrativas de cariz segurador, que, até à entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 59/2018, de 2 de agosto, e da revisão do Código das Associações Mutualistas, lhes era alheio.
O regime transitório para adaptação ao regime de supervisão financeira aplica-se às associações mutualistas que, reunindo os critérios estabelecidos no Código das Associações Mutualistas e identificadas em despacho dos membros do Governo competentes em razão da matéria57, a partir da data desse mesmo despacho e por um prazo de 12 anos. Neste âmbito, a ASF disporá dos poderes previstos no n.º 5 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 59/2018, de 2 de agosto.
Cabe à ASF definir, por norma regulamentar, o âmbito, a natureza e o formato da informação inerente aos poderes que lhe foram atribuídos.
- Regime jurídico dos pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros
Através do Regime jurídico dos pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros, aprovado como anexo II à Lei n.º 35/2018, de 20 de julho, procede-se à adaptação da ordem jurídica interna ao Regulamento (UE) n.º 1286/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de novembro de 2014, sobre os documentos de informação fundamental para
57 Através do Despacho n.º 11392-A/2018, dos Gabinetes dos Ministros das Finanças e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, de 27 de novembro de 2018 (publicado no Diário da República n.º 230/2018, 1.º Suplemento, Série II, de 29 de novembro de 2018), foram identificadas, para efeitos de aplicação do regime transitório de convergência, as seguintes associações mutualistas: (i) Montepio Geral Associação Mutualista e (ii) MONAF – Montepio Nacional da Farmácia Associação de Socorros Mútuos.
210
pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros (PRIIPs)58 – doravante referido como “Regulamento PRIIPs”.
Por forma a assegurar a execução, na ordem jurídica interna, do Regulamento PRIIPs, o presente regime procede à designação das autoridades competentes para a fiscalização do respetivo cumprimento e das correspondentes normas regulamentares e do disposto no Regulamento PRIIPs, consoante o tipo de produto em causa. Neste sentido, a ASF é designada como a autoridade competente para assegurar a referida supervisão em relação à (i) produção, comercialização e prestação de serviços de consultoria referentes a operações e contratos de seguros ligados a fundos de investimento (unit-linked), (ii) produção, comercialização e prestação de serviços de consultoria referente às operações e aos produtos de seguro de vida com participação nos resultados financeiros, excluindo a participação nos resultados estritamente relativos à gestão dos riscos biométricos ou à gestão não financeira da empresa de seguros, bem como outros produtos de seguro de vida, com exceção daqueles em que as prestações previstas no contrato são exclusivamente pagas por morte ou incapacidade causada por acidente, doença ou invalidez; e iii) produtos semelhantes aos mencionados e que não se encontrem excluídos do âmbito de aplicação do Regulamento PRIIPs.
Adicionalmente, através do presente regime são também definidos os procedimentos a adotar para a comunicação de infrações ao disposto no Regulamento PRIIPs, no presente regime e nas respetivas normas regulamentares, a implementar pelas autoridades competentes e pelas entidades habilitadas a produzir, comercializar e prestar serviços de consultoria relativamente a PRIIPs, bem como as regras aplicáveis às mensagens publicitárias relativas a PRIIPs e à notificação do documento de informação fundamental à autoridade competente.
O presente regime regula ainda a comercialização combinada de depósitos com instrumentos financeiros, contratos de seguro ou outros produtos financeiros de poupança ou de investimento.
- Trabalhos de transposição da Diretiva relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais
Durante o ano de 2018 prosseguiram os trabalhos da ASF inerentes à preparação do anteprojeto de diploma de transposição da Diretiva (UE) n.º 2016/2341, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de dezembro de 2016, relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais (IRPPP), e procede à reformulação da Diretiva n.º 2003/41/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de junho de 2003, relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais.
58 JO, L, 352, de 9.12.2014, p. 1.
211
6.3.2. Iniciativas regulamentares
- Prestação de informação pelas entidades supervisionadas à ASF para efeitos do exercício das competências de supervisão
A Norma Regulamentar n.º 1/2018-R, de 11 de janeiro, altera a Norma Regulamentar n.º 8/2016-R, de 16 de agosto, que disciplina a prestação de informação pelas entidades supervisionadas à ASF para efeitos do exercício das competências de supervisão que lhe estão legalmente cometidas, organizando, complementando e operacionalizando a prestação de informação baseada no regime Solvência II, bem como a prestação de informação de índole contabilística, estatística e comportamental em conformidade com o regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
Considerando que o Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/2189, da Comissão, de 24 de novembro de 2017, veio alterar e retificar o Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/2450, e que por outro lado, a EIOPA publicou a 18 de junho de 2017 um conjunto de alterações às orientações relativas à prestação de informação para efeitos de estabilidade financeira, tornou-se necessário, ajustar em conformidade a Norma Regulamentar n.º 8/2016-R, de 16 de agosto.
Por efeito das alterações introduzidas pela Norma Regulamentar n.º 1/2018-R, de 11 de janeiro, prevê-se, igualmente, a obrigatoriedade de as empresas de seguros que explorem a modalidade “Acidentes de trabalho” identificarem os investimentos alocados às responsabilidades desta modalidade e a parcela das responsabilidades apuradas com base técnica semelhante às dos seguros de vida, utilizando para o efeito um código de fundo autónomo específico. Adicionalmente, prevê-se a obrigatoriedade de utilização do código de produto na informação a comunicar nos termos previstos na alínea d) do artigo 11.º do Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/2450, bem como o aditamento de um anexo à Norma Regulamentar n.º 8/2016 -R, de 16 de agosto, que inclui uma tabela para a construção deste mesmo código.
- Alteração do plano de contas para as empresas de seguros
A Norma Regulamentar n.º 3/2018-R, de 29 de março, altera o regime contabilístico aplicável às empresas de seguros e de resseguros sujeitas à supervisão da ASF, constante do Plano de Contas das Empresas de Seguros (PCES) aprovado em anexo à Norma Regulamentar n.º 10/2016-R, de 15 de setembro.
As alterações à IFRS 4 Contratos de seguro introduzidas pelo Regulamento (UE) n.º 2017/1988, da Comissão, de 3 de novembro de 2017, que altera o Regulamento (CE) n.º 1126/2008 no que diz respeito à IFRS 4, permitem que as entidades que se dedicam predominantemente a atividades de seguro e que preencham determinadas condições optem por diferir a data de eficácia da IFRS 9 até 1 de janeiro de 2021. Como efeito desse diferimento, as entidades em causa podem, até essa data, continuar a relatar ao abrigo da norma atualmente em vigor, a Norma Internacional de Contabilidade (NIC) 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
212
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Norma Regulamentar n.º 2/2018-R, de 9 de março (Diário da República n.º 63, Série II , Parte E, de 29 de março)
Estabelece os índices trimestrais de atualização de capitais para as apólices do ramo «Incêndio e elementos da natureza» com início ou vencimento no segundo trimestre de 2018.
Norma Regulamentar n.º 3/2018-R, de 29 de março (Diário da República n.º 98, Série II , Parte E, de 22 de maio)
Altera o regime contabilístico aplicável às empresas de seguros e de resseguros sujeitas à supervisão da ASF, constante do Plano de Contas para as Empresas de Seguros (PCES) aprovado em anexo à Norma Regulamentar n.º 10/2016-R, de 15 de setembro.
Norma Regulamentar n.º 4/2018-R, de 19 de abril (Diário da República n.º 91, Série II , Parte E, de 11 de maio)
Aprova as condições gerais e especiais uniformes do seguro de colheitas horizontal e as condições gerais uniformes de vários seguros especiais.
Norma Regulamentar n.º 5/2018-R, de 17 de maio (Diário da República n.º 106, Série II , Parte E, de 4 de junho)
Estabelece os índices trimestrais de atualização de capitais para as apólices do ramo «Incêndio e elementos da natureza» com início ou vencimento no terceiro trimestre de 2018.
Norma Regulamentar n.º 6/2018-R, de 14 de setembro (Diário da República n.º 189, Série II , Parte E, de 1 de outubro)
Estabelece os índices trimestrais de atualização de capitais para as apólices do ramo «Incêndio e elementos da natureza» com início ou vencimento no quarto trimestre de 2018.
Norma regulamentar n.º 7/2018-R, de 21 de novembro (Diário da República n.º 241, Série II, Parte E, de 14 de dezembro)
Estabelece os índices trimestrais de atualização de capitais para as apólices do ramo «Incêndio e elementos da natureza» com início ou vencimento no primeiro trimestre de 2019.
Norma regulamentar n.º 8/2018-R, de 28 de dezembro (Diário da República n.º 12, Série II, Parte E, de 14 de janeiro)
Regulamenta o pagamento direto de pensões pelo fundo de pensões.
216
6.4.1.5.
Circular n.º
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Circular n.º
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6.4.2.1.
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A organização de viagens por associações, misericórdias, instituições privadas de solidariedade social, cooperativas e outras entidades sem fins lucrativos depende da contratação de um seguro de responsabilidade civil que cubra os riscos decorrentes das viagens a realizar (cfr. n.º 3 do artigo 11.º).
O referido seguro de responsabilidade civil deve ainda cobrir, como risco acessório, o repatriamento dos clientes e a sua assistência e a assistência médica e medicamentos necessários em caso de acidente ou doença ocorridos durante a viagem, incluindo aqueles que se revelem necessários após a conclusão da viagem (cfr. n.º 2 do artigo 41.º).
Decreto-Lei n.º 58/2018, de 23 de julho
Estabelece um sistema de registo e seguro de responsabilidade civil obrigatório aplicável aos sistemas de aeronaves civis não tripuladas («drones»), nos termos do qual os operadores de sistemas de aeronaves não tripuladas devem contratar um seguro obrigatório de responsabilidade civil para os danos patrimoniais causados pelos sistemas cuja respetiva aeronave tenha uma massa máxima operacional superior a 900 gramas. A submissão da informação e do comprovativo de contratualização do seguro de responsabilidade civil é feita na plataforma eletrónica de registo antes do início da utilização dos referidos sistemas por parte do operador (cfr. artigo 10.º).
Lei n.º 45/2018, de 10 de agosto
Aprova o regime jurídico da atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica, ao abrigo do qual se estabelece que, sem prejuízo dos demais seguros exigidos por lei, os veículos que efetuem transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica (TVDE) devem possuir seguro de responsabilidade civil e acidentes pessoais, que inclua os passageiros transportados e respetivos prejuízos, em valor não inferior ao mínimo legalmente exigido para a atividade de transporte de aluguer em veículos automóveis ligeiros de passageiros (cfr. n.º 6 do artigo 12.º).
Lei n.º 62/2018, de 22 de agosto
Altera o regime de autorização de exploração dos estabelecimentos de alojamento local, procedendo à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, e adita o artigo 13.º-A, ao abrigo do qual o titular da exploração de alojamento local deve celebrar e manter válido um seguro multirrisco de responsabilidade civil que o proteja dos seus ativos e reclamações no âmbito da sua atividade turística, determinando a responsabilidade do titular da exploração do estabelecimento, e que cubra riscos de incêndio e danos patrimoniais e não patrimoniais causados a hóspedes e a terceiros, decorrentes da atividade de prestação de serviços de alojamento.
218
Decreto-Le
Aprova o notranspondoapresentempagamentode responsseus serviçoresponsabildo artigo 1prestar servpara o seu território emassegurar apagamentode um acepagamenton.º 3 do arti
Decreto-Le
Aprova o nestabelece de recreio cpor danos cobrigatória acidentes pformação p
Decreto-Le
Aprova o 2013/59/Euem física me o titular dresponsabilda sua ativid
6.4.2.2.
Portaria n.º
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Portaria n.º
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cem os seus sas suas respononta ou ao ut
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Náutica de Rários de detere seguro que mesmas (cfr. aade formadonos sofridos e civil (cfr. n.º 4
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plicáveis ao s
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gos 114.º, 132em um pedidem subscrevee civil profiss
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219
estruturas móveis inseridas na área ou no volume afetos ao título. A caução pode ser prestada por seguro-caução (cfr. artigo 5.º).
Portaria n.º 180/2018, de 22 de junho
Estabelece o capital mínimo e as condições mínimas a que obedece o seguro obrigatório de responsabilidade civil a celebrar pelas entidades responsáveis pela realização de montarias, batidas e largadas, nos termos do n.º 2 do artigo 76.º do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de agosto, na sua redação atual.
Portaria n.º 181/2018, de 22 de junho
Estabelece os capitais mínimos e as condições mínimas a que deve obedecer o seguro obrigatório de responsabilidade civil relativo à atividade desenvolvida pelos guardas dos recursos florestais contratados por entidades privadas gestoras ou concessionárias de zonas de caça ou de pesca, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 9/2009, de 9 de janeiro, na sua redação atual.
Portaria n.º 239/2018, de 29 de agosto
Estabelece as condições mínimas a que deve obedecer o seguro obrigatório de responsabilidade civil extracontratual dos titulares de títulos de utilização privativa do espaço marítimo nacional previsto no artigo 67.º do Decreto-Lei n.º 38/2015, de 12 de março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 139/2015, de 30 de julho.
Portaria n.º 315/2018, de 10 de dezembro
Fixa o montante do capital mínimo coberto pelo seguro de responsabilidade civil obrigatória para os mediadores de recuperação de empresas.
6.4.3. Enquadramento da União Europeia
Regulamento de Execução (UE) 2018/165 da Comissão, de 31 de janeiro de 2018 (JO L 31 de 3.2.2018, p. 3-81)
Estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos de relato com uma data de referência compreendida entre 31 de dezembro de 2017 e 30 de março de 2018, em conformidade com a Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício.
Regulamento (UE) 2018/231 do Banco Central Europeu, de 26 de janeiro de 2018 (JO L 45 de 17.2.2018, p. 3-30)
Estabelece os requisitos de reporte estatístico aplicáveis aos fundos de pensões.
Diretiva (UE) n.º 2018/411 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de março de 2018 (JO L 76 de 19.3.2018, p. 28-29)
220
Altera a Diretiva (UE) n.º 2016/97, sobre a distribuição de seguros, no que respeita à data de aplicação das medidas de transposição dos Estados-Membros.
Decisão (UE) n.º 2018/539 do Conselho, de 20 de março de 2018 (JO L 90 de 6.4.2018, p. 36-37)
Celebração do Acordo Bilateral entre a União Europeia e os Estados Unidos da América sobre medidas prudenciais relativas aos seguros e resseguros.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/730 da Comissão, de 4 de maio de 2018 (JO L 123 de 18.5.2018, p. 6-81)
Estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos de relato com data de referência compreendida entre 31 de março de 2018 e 29 de junho de 2018 em conformidade com a Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício.
Diretiva (UE) n.º 2018/843 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de 2018 (JO L 156 de 19.6.2018, p. 43-74)
Altera a Diretiva (UE) n.º 2015/849 relativa à prevenção da utilização do sistema financeiro para efeitos de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo e altera as Diretivas n.º 2009/138/CE e n.º 2013/36/EU.
Decisão (UE) n.º 2018/889 do Conselho, de 4 de junho de 2018 (JO L 159 de 22.6.2018, p. 1-2)
Aprova a celebração, em nome da União Europeia, da Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção do Terrorismo.
Decisão (UE) n.º 2018/890 do Conselho, de 4 de junho de 2018 (JO L 159 de 22.6.2018, p. 15-16)
Aprova a celebração, em nome da União Europeia, do Protocolo Adicional à Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção do Terrorismo.
Decisão (UE) 2018/893 do Conselho, de 18 de junho de 2018 (JO L 159 de 22.6.2018, p. 31-36)
Aprovação da posição a adotar, em nome da União Europeia, no âmbito do Comité Misto do EEE sobre a alteração do anexo XI (Comunicações eletrónicas, serviços audiovisuais e sociedade da informação) e do Protocolo n.º 37 (que contém a lista prevista no artigo 101.º) do Acordo EEE (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados).
Regulamento Delegado (UE) 2018/959 da Comissão, de 14 de março de 2018 (JO L 169 de 6.7.2018, p. 1-26)
Complementa o Regulamento (UE) n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito à especificação da metodologia de avaliação ao abrigo da qual as autoridades competentes autorizam as instituições a utilizar Métodos de Medição Avançada para o risco operacional.
Regulamento Delegado (UE) 2018/990 da Comissão, de 10 de abril de 2018 (JO L 177 de 13.7.2018, p. 1-8)
Altera e complementa o Regulamento (UE) 2017/1131 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às titularizações e ao papel comercial garantido por ativos (ABCP) simples, transparentes e padronizados (STS), aos requisitos aplicáveis
221
aos ativos recebidos no âmbito de acordos de revenda e às metodologias de avaliação da qualidade de crédito (Texto relevante para efeitos do EEE.)
Regulamento de Execução (UE) 2018/1078 da Comissão, de 30 de julho de 2018 (JO L 194 de 31.7.2018, p. 47-130)
Estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos do relato com uma data de referência compreendida entre 30 de junho de 2018 e 29 de setembro de 2018, em conformidade com a Diretiva n.º 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1105 da Comissão, de 8 de augusto de 2018 (JO L 202 de 9.8.2018, p. 1-8)
Estabelece normas técnicas de execução no que diz respeito aos procedimentos e aos formulários para o intercâmbio de informações em conformidade com o Regulamento (UE) n.º 2016/1011 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1106 da Comissão, de 8 de agosto de 2018 (JO L 202 de 9.8.2018, p. 9-12)
Estabelece normas técnicas de execução no que diz respeito aos modelos para a declaração de conformidade a publicar e conservar pelos administradores de índices de referência significativos e não significativos, nos termos do Regulamento (UE) n.º 2016/1011 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1212 da Comissão, de 3 de setembro de 2018 (JO L 223 de 4.9.2018, p. 1-18)
Estabelece requisitos mínimos para a aplicação das disposições da Diretiva n.º 2007/36/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito à identificação dos acionistas, à transmissão de informações e à facilitação do exercício de direitos dos acionistas.
Regulamento Delegado (UE) n.º 2018/1221 da Comissão, de 1 de junho de 2018 (JO L 227 de 10.9.2018, p. 1-6)
Altera o Regulamento Delegado (UE) n.º 2015/35 no que diz respeito ao cálculo dos requisitos regulamentares de capital para as titularizações e as titularizações simples, transparentes e padronizadas detidas por empresas de seguros e resseguros.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1557, da Comissão, de 17 de outubro de 2018 (JO L 261 de 18.10.2018, p. 10-12)
Altera o Regulamento de Execução (UE) 2016/1368 da Comissão que estabelece uma lista dos índices de referência críticos utilizados nos mercados financeiros, em conformidade com o Regulamento (UE) 2016/1011 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento Delegado (UE) n.º 2018/1644 da Comissão, de 13 de julho de 2018 (JO L 274 de 5.11.2018, p. 33-35)
Complementa o Regulamento (UE) n.º 2016/1011 do Parlamento Europeu e do Conselho no que respeita às normas técnicas de regulamentação que determinam o conteúdo mínimo dos acordos de cooperação com as autoridades competentes dos países terceiros cujo enquadramento legal e práticas de supervisão tenham sido considerados equivalentes.
Regulamento de Execução (UE) 2018/1627 da Comissão, de 9 de outubro de 2018 (JO L 281 de 9.11.2018, p. 1-525)
222
Altera o Regulamento de Execução (UE) n.º 680/2014 no respeitante à avaliação prudente no quadro do relato para fins de supervisão.
Diretiva (UE) n.º 2018/1673 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2018 (JO L 284 de 12.11.2018, p. 22-30)
Relativa ao combate ao branqueamento de capitais através do direito penal.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1699 da Comissão, de 9 de novembro de 2018 (JO L 285 de 13.11.2018, p. 1-77)
Estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos de relato com uma data de referência compreendida entre 30 de setembro de 2018 e 30 de dezembro de 2018, em conformidade com a Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício.
Regulamento (UE) n.º 2018/1725 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2018 (JO L 295 de 21.11.2018, p. 39-98)
Relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais pelas instituições e pelos órgãos e organismos da União e à livre circulação desses dados, e que revoga o Regulamento (CE) n.º 45/2001 e a Decisão n.º 1247/2002/CE.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1843 da Comissão, de 23 de novembro de 2018 (JO L 299 de 26.11.2018, p. 2-4)
Altera o Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/2452 no que respeita ao âmbito de aplicação do modelo para a divulgação dos prémios, sinistros e despesas por país.
Regulamento de Execução (UE) n.º 2018/1844 da Comissão, de 23 de novembro de 2018 (JO L 299 de 26.11.2018, p. 5-54)
Altera e retifica o Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/2450 que estabelece normas técnicas de execução no respeitante aos modelos para a apresentação de informações às autoridades de supervisão em conformidade com a Diretiva n.º 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho.
Regulamento (UE) n.º 2018/1807 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de novembro de 2018 (JO L 303 de 28.11.2018, p. 59-68)
Relativo a um regime para o livre fluxo de dados não pessoais na União Europeia.
223
7capítuloEstudos Específicos
7. Estudos Específicos
7.1. O envolvimento do setor segurador e dos fundos de pensões no financiamento sustentável e no universo ESG59
7.1.1. Introdução
As consequências ambientais e sociais da prossecução de uma parte significativa das atividades económicas, nos seus moldes atuais, atingiram níveis incompatíveis com o crescimento económico sustentável, bem como com a preservação da habitabilidade do planeta, a qualidade de vida das sociedades, criando ainda repercussões ao nível da estabilidade financeira.
Importa, assim, operar transformações estruturais que permitam desacoplar o crescimento económico da exaustão do consumo de recursos naturais, bem como da continuação de geração de impactos ambientais extremamente nocivos.
O setor financeiro é visto como detentor de um papel indispensável para esta transição, uma vez que as transformações a operar à maioria das atividades económicas originam necessidades de investimento60 que suplantam as suportáveis apenas pelo setor público.
As instituições financeiras podem intervir enquanto investidoras, e na disponibilização de novos produtos financeiros, denotando índole ESG. Na área do investimento, os grandes investidores institucionais – como é o caso das empresas de seguros e dos fundos de pensões – podem ser responsáveis pela canalização de verbas consideráveis para assegurar a referida transformação, por intermédio da consideração de aspetos ESG na construção das suas carteiras, e ainda proceder ao envolvimento com os atores económicos relevantes, contribuindo assim para a melhoria de performance ESG dos destinatários de investimento.
As preocupações inerentes a cada um dos fatores incluídos na esfera ESG encontram-se densificadas pelos Princípios para o Investimento Responsável61, contando com o suporte da Organização das Nações Unidas. De seguida é apresentado um resumo, não exaustivo, das mesmas.
59 Ambiental, Social, e de Governação, Environmental, Social and Governance, para o acrónimo original, em idioma Inglês.
60 Para o caso europeu, a Comissão Europeia estima, no mínimo, EUR 175 bn como necessários, anualmente, só para responder aos desafios relacionados com a mitigação ambiental. Previsão publicada no documento Using the Taxonomy - Suplementary Report 2019
61 https://www.unpri.org/pri/what-is-responsible-investment
Os fatores ESG
A sustentabilidade e o setor financeiro
7 | Estudos Específicos
227
Quadro 7.1 Preocupações relevantes de cada um dos fatores inseridos no âmbito ESG, de acordo com os Princípios para o Investimento Responsável.
Ambiental
Alterações climáticas Emissão de gases com efeito de estufa Consumo de recursos (incluindo de água)
Desperdício e poluição Desflorestação.
Social
Condições de trabalho (incluindo escravatura e trabalho infantil)
Impactos em comunidades locais (incluindo indígenas) Conflitos e crises humanitárias Saúde e segurança
Condições laborais e diversidade.
Governação
Remuneração de executivos
Subornos e corrupção Estrutura e diversidade das administrações Justiça das estratégias fiscais
Cibersegurança
Especificamente para o setor supervisionado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a ligação com o contexto ESG em geral, e com as alterações climáticas em particular, revela dimensões distintas, enquadráveis em três áreas principais: (i) a comercialização de coberturas de risco num contexto de agudização acelerada das mesmas, (ii) a alocação de investimentos num processo de transformação económica, e, por fim, (iii) a maturação dos sistemas de governação e sua capacidade de resposta a novas solicitações.
Em virtude da importância das empresas de seguros na disponibilização de proteção contra riscos de naturezas distintas, importa salientar que diversas coberturas tradicionalmente disponibilizadas endereçam os desafios de sustentabilidade e das alterações climáticas, por exemplo as coberturas relativas a episódios naturais e climáticos - como incêndios, períodos de seca, inundações ou tempestades - ou as coberturas relativas a riscos demográficos e os seguros de saúde. Estas tendem a revelar maior sinistralidade em virtude da degradação ambiental e respetivos impactos na ocorrência de episódios climáticos, e na habitabilidade do planeta.
Adicionalmente, tendo em conta o seu papel de grande investidor institucional – um estatuto extensível ao domínio dos fundos de pensões, e, nesse caso, especialmente orientados para o longo-prazo – no futuro é expectável o aumento gradual da exposição a investimentos conotados como ESG. Paralelamente, deverão ocorrer incertezas adicionais na evolução das valorizações de alguns investimentos em setores mais tradicionais, particularmente aqueles que redundem em efeitos contraproducentes para com os objetivos de sustentabilidade – habitualmente denominados como Brown assets, por oposição a Green assets.
Por fim, refira-se que esta mudança de paradigma fomenta um reforço do foco dedicado aos sistemas de governação, que deverá revelar aptidões adicionais, de modo a viabilizar o cumprimento dos aspetos mencionados acima (missão e
Ligações entre setor supervisionado pela ASF
e o universo ESG
228
valores, apetite de risco, exposição e vulnerabilidade das carteiras de investimento e de apólices). Assim, a adaptação à transformação em curso é uma excelente oportunidade para o reforço de qualidade nesta área, em complementaridade – no caso segurador - à maior ênfase que o regime de Solvência II já vinha posicionando sobre este âmbito.
Atendendo à importância do tema, aliada à interação clara com o setor financeiro, procedeu-se à elaboração do presente estudo.
De seguida será efetuado o enquadramento internacional do tema do financiamento sustentável, onde serão compilados desenvolvimentos de especial relevância no posicionamento político, estratégico e funcional do financiamento sustentável, e da sua articulação com o setor financeiro. Salientam-se, também, as principais repercussões a nível nacional, bem como a intervenção da ASF de acordo com a relevância da temática para o setor supervisionado.
Posteriormente são explorados dois aspetos marcantes, e que registaram avanços expressivos recentemente – a taxonomia em desenvolvimento pela Comissão Europeia (CE), que irá desempenhar um papel fundamental na estandardização de termos e conceitos associados à sustentabilidade, e a opinião da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) relativa à integração da mesma no regime prudencial do setor segurador a nível europeu.
A análise irá evoluir depois para a discussão dos principais riscos inerentes à transição para o contexto ESG – ou à inação face às adaptações necessárias. Serão ainda afloradas as oportunidades que poderão emergir no seio desta evolução.
7.1.2. Enquadramento histórico internacional, reflexos a nível Nacional, e intervenção da ASF
A necessidade de intervenção relativamente aos efeitos das alterações climáticas tem sido gradualmente incorporada pelas instituições com responsabilidade estratégica e de definição de políticas a nível mundial.
Nesse contexto, destacam-se as seguintes iniciativas (que não correspondem a um inventário exaustivo de desenvolvimentos nesta matéria):
O estabelecimento, em 1988, do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) pelo Programa Ambiental das Nações Unidas, com o propósito de dotar as instâncias governamentais, ou políticas, de informação científica adequada nesta temática;
O Protocolo de Quioto, adotado em dezembro de 1997, com entrada em vigor em fevereiro de 2005, vinculando os seus signatários a metas de redução de emissões poluentes;
O Acordo de Paris, de dezembro de 2015 que viria a ser subscrito por 197 países, assinalando um importante marco na concertação mundial quanto ao combate às alterações climáticas, e à aceleração e intensificação de
Evolução e sinais da envolvente
internacional
Importância e estrutura do estudo
229
ações e investimentos necessários para um futuro sustentável e de baixo carbono.
O Plano de Ação da CE para o crescimento do financiamento sustentável, datando de março de 2018, que elenca três objetivos principais, marcadamente articulados com o sistema financeiro: (i) reorientar os fluxos de capital para o investimento sustentável, de modo a atingir um crescimento sustentável e inclusivo; (ii) gerir os riscos financeiros decorrentes de alterações climáticas, degradação ambiental e problemas sociais; (iii) promover a transparência e a visão de longo prazo na atividade financeira e económica.
A resolução do Parlamento Europeu (PE) para o financiamento sustentável, de 29 de maio de 2018 (Procedimento 2018/2007 (INI)62), salientado a necessidade de uma moldura de políticas tendentes à mobilização de capital para a transição sustentável, incluindo o papel específico do setor financeiro – incluindo as respetivas entidades europeias de supervisão – e visando já indicadores de sustentabilidade capazes de mensurar e incentivar o financiamento sustentável.
A constituição, pela CE, em julho de 2018, de um Technical Expert Group on Sustainable Finance, para prestação de assistência especializada nesta matéria, com particular relevo no desenvolvimento de um sistema unificado de classificação de atividades económicas sustentáveis (taxonomia), um standard de obrigações verdes na UE, metodologias para a constituição de índices de baixo carbono, e métricas para a divulgação de informação articulável com as alterações climáticas.
O pedido à EIOPA, por parte da CE, em agosto de 2018, de uma Opinião sobre a sustentabilidade em Solvência II, em particular sobre a mitigação das alterações climáticas. Este pedido redundou na publicação da Opinion on Sustainability within Solvency II63, em setembro de 2019, assinalando um marco importante da interação do setor segurador com a temática da sustentabilidade.
Em virtude dos compromissos assumidos com a assinatura do Acordo de Paris, viria a ser preparado o Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica64, que densifica as linhas de atuação para a redução da emissão de gases com efeito de estufa (GEE) em Portugal, de modo a que o balanço entre emissões para atmosfera e as remoções a partir da mesma, possa ser nulo em 2050.
Fruto da potencial relevância do setor, de que é responsável pela supervisão, para esta evolução, a ASF viria a tornar-se membro do Grupo de Reflexão para o Financiamento Sustentável em Portugal, coordenado pelo Ministério do Ambiente
62 http://www.europarl.europa.eu/doceo/document/A-8-2018-0164_EN.html
63https://eiopa.europa.eu/Publications/Opinions/2019-09-30%20OpinionSustainabilityWithinSolvencyII.pdf
64 Aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/2019
O enquadramento nacional e a
participação da ASF
230
e da Ação Climática65, em parceria também com os Ministérios das Finanças e da Economia, e que agrega os principais atores do setor financeiro nacional, com o intuito de produzir um conjunto de recomendações capazes de propulsionar o financiamento sustentável.
Nesse seguimento, a 8 de julho de 2019, esta autoridade tornou-se signatária da Carta de Compromisso para o Financiamento Sustentável em Portugal66, sinalizando o seu interesse continuado na promoção e desenvolvimento do financiamento sustentável no país67, dando sequência ao trabalho desenvolvido pelo Grupo de Reflexão.
Relativamente à magnitude do investimento estimado como necessário para o caso português, o valor global agregado para atingir a neutralidade carbónica até 205068 é posicionado em 1 017 mil milhões de euros para a totalidade do período (2016-2050). Deste montante, cerca de 930 mil milhões de euros – o que corresponde a um valor anual de 27 a 29 mil milhões de euros – serão realizados em resultado da dinâmica normal de modernização, catalisada pelas políticas em curso para assegurar o funcionamento do sistema energético. A referida dinâmica redundaria numa redução de emissões de cerca de 65% em 2050. O valor remanescente, cifrado em cerca de 86 mil milhões, representa o investimento adicional necessário para a redução de emissões em mais de 85%, até 2050, imprescindível para a ambição nacional de neutralidade carbónica. Este esforço adicional, que se traduz em cerca de 2,1 a 2,5 mil milhões de euros por ano, correspondente a cerca de 1,2% do PIB português. Estes valores estão alinhados com as estimativas da CE para a União Europeia (eu), que coloca o investimento análogo no intervalo entre 1,1% e 1,8% do PIB da UE em 2018.
7.1.3. O projeto da Comissão Europeia relativo à taxonomia - EU taxonomy
A taxonomia (EU taxonomy) – a ser densificada gradualmente pelo Technical Expert Group estabelecido pela CE69 – corresponderá a uma ferramenta de classificação concebida para auxiliar os investidores e as empresas a tomarem decisões informadas de investimento em atividades económicas ambientalmente sustentáveis.
Espera-se que esta taxonomia possa preencher uma lacuna importante estabelecendo uma linguagem comum entre investidores, emitentes, reguladores e entidades com responsabilidades no estabelecimento de políticas, consumando numa tradução – para investidores – do Acordo de Paris e das metas de desenvolvimento sustentável (SDG – Sustainable Development Goals).
65 Ministério do Ambiente e da Transição Energética, à data da constituição do Grupo de Reflexão
66 https://www.sg.mate.gov.pt/images/ImagensNoticias/Carta_Compromissos.pdf
67https://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/3C3F5DC4-40F5-4F36-B217-61E2AB7548DF/0/NotaInformativaConfer%C3%AAnciaFinanciamentoSustent%C3%A1vel.pdf
68 De acordo com o Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica.
69 https://ec.europa.eu/info/publications/sustainable-finance-technical-expert-group_en
A taxonomia
Estimativas das necessidades de
investimento a nível nacional
231
Na proposta em discussão pela CE, PE e Conselho Europeu durante o último trimestre de 2019, é definido que investidores institucionais e gestores de ativos que comercializem produtos de investimento como ambientalmente sustentáveis necessitam de divulgar se, e como, utilizaram os critérios da taxonomia70. Os investidores podem estabelecer que visam alocar fundos a atividades elegíveis para a taxonomia, ou divulgar as suas próprias abordagens para determinar se o seu investimento é ambientalmente sustentável.
As divulgações devem revelar a proporção dos fundos/produtos subjacentes que são consistentes com a taxonomia.
Outros financiadores, empresas e autoridades locais, dentro ou fora da UE, podem usar a taxonomia numa base voluntária.
Nos utilizadores e usos mencionados, fica patente ser visado o alinhamento com a proposta de Regulamento relativo à divulgação de informações relacionadas com investimentos sustentáveis e riscos em matéria de sustentabilidade71, de acordo com a qual os participantes dos mercados financeiros que disponibilizem um produto financeiro que vise a sustentabilidade, devem divulgar os objetivos inerentes, as metodologias de avaliação, mensuração e monitorização dos mesmos, e ainda uma apreciação global do impacto de sustentabilidade do produto financeiro. De acordo com o mesmo diploma, os investidores têm a opção de usar a taxonomia para explicar como pretendem atingir um, ou vários, objetivos ambientais.
Perante este panorama, é interessante perspetivar a expressividade dos impactos destas medidas comparativamente ao passado recente. Segundo um estudo do Serviço de Pesquisa do PE72, os avanços descritos visam maior coerência nas obrigações relacionadas com a divulgação de aspetos ESG, dado que, ainda que não existam barreiras legais para a integração de fatores ESG nos processos de investimento, a maioria das instituições não considera estes fatores de uma forma consistente. Adicionalmente, a proporção de entidades que os considera revela acréscimo a um ritmo modesto.
Deste modo, visa-se que a consciencialização para a temática ESG – considerada em expansão acelerada - também redunde em níveis mais profundos de integração explícita da mesma na tomada de decisões por parte das instituições. Um outro aspeto fundamental é o de que a maior harmonização de práticas, que se pretende, deve permitir atenuar as dificuldades dos investidores finais em comparar efetivamente diferentes produtos e serviços financeiros, inclusivamente em diferentes Estados-Membros.
70 Para o universo segurador são explicitamente listados os Insurance-based investment products (IBIP), comercializados sob a esfera da sustentabilidade. Fonte: p-9, Using the Taxonomy – Supplementary Report 2019; Technical Expert Group on Sustainable Finance.
71 https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/HTML/?uri=CELEX:52018PC0354&from=EN
72 European Parliamentary Research Service; Stefano Spinaci; PE 635.572 – March 2019; http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/BRIE/2019/635572/EPRS_BRI(2019)635572_EN.pdf
Usos, utilizadores e diferenças face à
situação existente
232
Pode concluir-se que, da referida inexistência de uma harmonização de práticas, os ajustes a implementar revelarão magnitudes distintas para os diferentes países, em virtude de diferentes pontos comparativos de partida. De acordo com o mesmo estudo, Portugal insere-se num conjunto de países (juntamente com Áustria, Luxemburgo e Suécia) para os quais não são colocadas, previamente a estes desenvolvimentos, obrigações legais de divulgações ESG para os investidores institucionais ou gestores de ativos73.
Evoluindo para os conteúdos da taxonomia, em maior detalhe e mais articulados com a sua aplicação, refira-se que esta corresponderá a uma lista de atividades económicas que podem contribuir substancialmente para objetivos ambientais, nos setores: (i) agricultura e floresta, (ii) produção/fabricação, (iii) energia, (iv) transportes, (v) água e resíduos, (vi) tecnologias de informação e comunicação, e (vii) edifícios.
As atividades são associadas a critérios de desempenho reveladores da sua contribuição para seis objetivos ambientais74:
I) Mitigação das alterações climáticas;
II) Adaptação às alterações climáticas;
III) Uso sustentável e proteção da água e dos recursos marinhos;
IV) Transição para uma economia circular, com prevenção do desperdício e reciclagem;
V) Controlo e prevenção da poluição;
VI) Proteção de ecossistemas sãos.
De modo a ser incluída na EU taxonomy, uma atividade económica deve contribuir substancialmente75 para, pelo menos, um dos seis objetivos, e, simultaneamente, não causar dano significativo76 a qualquer dos objetivos remanescentes, para além de algumas salvaguardas de índole social.
73 Ainda que se deva notar que a Diretiva IORP II, em processo de transposição para o ordenamento jurídico interno, requer aos Estados-Membros que assegurem que as entidades abrangidas divulguem a relevância e materialidade dos fatores ESG.
74 Os seis objetivos da taxonomia são, na sua redação original:
“I. climate change mitigation;
II. climate change adaptation;
III. sustainable use and protection of water and marine resources;
IV. transition to a circular economy, waste prevention and recycling;
V. pollution prevention and control;
VI. protection of healthy ecosystems”
75 Na redação original corresponde a “Substantial Contribution”.
76 Na redação original corresponde a “Do No Significant Harm (DNSH)”
Conteúdos e objetivos
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Quadro 7.2 Exemplo simplificado da verificação de elegibilidade de uma atividade económica com possível contributo de mitigação climática de acordo com a taxonomia.
Mitigação climática Adaptação climática
Água Economia
circular Poluição Ecossistemas
A aferição desta contribuição é feita segundo critérios (screening criteria) quantitativos e qualitativos, cujo cumprimento os investidores devem esperar que as empresas revelem no desenvolvimento da atividade económica respetiva.
É importante salientar que a taxonomia não corresponde a uma lista de investimentos a realizar, não classifica empresas, nem estabelece juízos em relação à performance financeira de um investimento – pronunciando-se unicamente sobre o seu desempenho ambiental.
Forçosamente, a taxonomia terá de revelar um caráter dinâmico e adaptativo, de modo a manter-se contemporânea dos desenvolvimentos tecnológicos e científicos numa área em mutação acelerada, bem como no que respeita a novas atividades relevantes e novos dados.
A taxonomia procede, ainda, à classificação dos perigos de natureza climática de acordo com a sua relação física (articulado com a temperatura, com vento, com as águas ou com massas sólidas), e o seu caráter crónico ou agudo, visando também neste campo a compreensão técnica mais aprofundada entre causas e efeitos.
Na reação aos desafios impostos pelas alterações climáticas, a taxonomia diferencia dois contextos distintos:
A) Mitigação das alterações climáticas
A transição para uma economia europeia neutra em emissões implica o crescimento do setor de baixo carbono, o estímulo da capacidade de sequestro de emissões a partir da atmosfera, a descarbonização da indústria existente e a prevenção do fomento de atividades que colidam com os objetivos de mitigação climática.
Os objetivos de mitigação climática são reflexo das metas com as quais a UE e os seus Estados-Membros se comprometeram para diversos horizontes (p.e. 2020 e 2030). Para um prazo mais longo, em 2050 a UE visa ter cortado as suas emissões de GEE em 80-95%, em comparação com 1990. A estratégia de descarbonização de longo-prazo da CE visa a neutralidade carbónica em 2050.
Mitigação e Adaptação às
alterações climáticas
Não causa dano significativo Contribui significativamente
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Com esse intuito, a taxonomia diferencia três tipologias de atividades que providenciam um contributo substancial para a mitigação das alterações climáticas:
1) Atividades que já se apresentam como de baixo carbono, e assim alinhadas com os objetivos para 2050, pelo que se preconizam como estáveis e de longo-prazo. Estas podem ser exemplificadas através dos transportes sem emissões, florestação, ou sistemas de produção de eletricidade com emissões de carbono próximas de zero.
2) Atividades que contribuem para a transição para emissões neutras em 2050, mas que não estão, no presente, a operar a esse nível, e que portanto estarão sujeitas a revisão futura, de modo a poderem tender para a neutralidade de emissões. Este âmbito pode ser ilustrado pela renovação de edifícios para padrões superiores de eficiência energética, ou pelos veículos e produção de eletricidade com emissões relativamente baixas.
3) Atividades que viabilizam as anteriores, como a produção de turbinas eólicas ou a instalação de caldeiras eficientes em edifícios.
Refira-se que a taxonomia não diferencia níveis de eficiência na prossecução de atividades que, em última análise, prejudicam os objetivos de mitigação climática, como, por exemplo, no contexto de níveis diferentes de eficiência em centrais de produção elétrica a carvão. O motivo apontado é que, ainda que um acréscimo de eficiência neste âmbito pudesse redundar em benefícios de curto-prazo, persiste, ainda assim, uma inconsistência com os objetivos da taxonomia.
B) Adaptação às alterações climáticas
Quanto à adaptação às alterações climáticas, o objetivo é contribuir para uma Europa climaticamente mais resiliente. Assim, visa-se a redução dos riscos climáticos físicos em todos os setores da atividade económica, o estímulo das tecnologias e práticas de adaptação, e a evitação da promoção de atividades que são incompatíveis com os objetivos de adaptação às alterações climáticas.
A taxonomia diferencia duas tipologias de atividades que providenciam um contributo substancial neste contexto:
4) Atividades que são tornadas mais resilientes por melhoria de desempenho
sob circunstâncias de alteração climática, como por exemplo a melhoria da
capacidade de retenção de água nos solos, de modo a adaptar a uma severidade
crescente das secas.
5) Atividades que permitem adaptação em outras atividades económicas, como
a produção de sistemas de satélite que melhorem a capacidade de análise
climática.
De modo a aferir se uma atividade contribui substancialmente para a adaptação às alterações climáticas, os investidores podem avaliar a implementação de três princípios. O primeiro estabelece que a atividade reduz todos os riscos físicos climáticos numa base de best effort; o segundo, que a atividade não impacta adversamente outros esforços de adaptação a empreender por terceiros; e, por fim,
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o de que a atividade apresenta resultados de adaptação que podem ser definidos e mensurados adequadamente.
7.1.4. Opinião da EIOPA relativa à sustentabilidade no regime de Solvência II
Conforme introduzido anteriormente, a CE solicitou à EIOPA uma Opinião relativamente à sustentabilidade no contexto de Solvência II, com particular foco nos aspetos relacionados com a mitigação das alterações climáticas. Esta Opinião foi entregue – e publicada –a de 30 de setembro de 2019, e será tomada em consideração pela CE na preparação do seu relatório relativo à revisão da Diretiva de Solvência II77, programado para o final de 2020.
Este pedido de Opinião incidiu particularmente sobre aspetos relacionados com a valorização de ativos e responsabilidades, práticas de investimento e de subscrição, a calibração dos requisitos de capital para os riscos de mercado e de catástrofes naturais, e a articulação com o uso de modelos internos.
A recentemente publicada Opinião consubstancia uma importante referência relativamente à interação da temática da sustentabilidade com a moldura prudencial aplicável ao setor segurador a nível Europeu, bem como providencia um incontornável referencial do entendimento regulatório nesta matéria, para o momento presente.
De seguida, exploram-se as conclusões presentes nesse documento para um conjunto de aspetos interpretados como prioritários nesta fase.
a) Valorização de ativos
Relativamente a esta vertente, concluiu-se que os princípios gerais de valorização embutidos em Solvência II são neutros a diversos tipos de risco – incluindo os de sustentabilidade, assumindo-se que os preços de mercado – principal referencial de mensuração do regime – refletem todos os riscos relevantes.
Complementarmente, é recomendada prudência em relação à utilização de notações ESG externas, bem como análises de cenários relevantes para aferir incertezas relativas ao impacto das alterações climáticas na evolução do valor dos ativos, sendo também feita uma referência à importância das divulgações no contexto dos ativos mensurados através de métodos de valorização alternativos.
b) Valoração de responsabilidades
A EIOPA considera que não existem barreiras regulatórias à integração da sustentabilidade na valoração das responsabilidades decorrentes de contratos de seguro. Não obstante, reconhece que a incorporação destes aspetos não é simples, ou direta.
77 Diretiva 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Novembro de 2009, relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício
O Pedido de Opinião à EIOPA por parte da Comissão Europeia
A Opinião da EIOPA
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Assim, recomenda às empresas de seguros que, quando apropriado, apliquem boas práticas como a utilização de informação histórica atualizada, a consideração de eventos não capturados pelas bases de dados históricas, a modelação prospetiva de catástrofes, e a aplicação de testes de stress e análise de cenários.
c) Práticas de investimento
Neste âmbito, a EIOPA entende ser prudencialmente relevante requerer que o setor segurador tome em consideração os potenciais impactos de longo-prazo da sua estratégia de investimentos, e das suas decisões relativamente a fatores de sustentabilidade.
Em particular, no caso de estratégias de emparelhamento duradouro entre ativos e responsabilidades, é recomendada a consideração do efeito das alterações climáticas na capacidade de detenção efetiva dos títulos em causa ao longo do período previsto.
d) Práticas de subscrição
No que toca a esta questão, a EIOPA considera ser prudencialmente relevante requerer aos operadores que tomem em consideração os impactos da sua atividade de subscrição nos fatores de sustentabilidade.
Considera ainda que o desenvolvimento de produtos e serviços que reduzam os riscos de sustentabilidade e tenham um impacto ESG favorável estimula uma melhor gestão de risco, e promove comportamentos de mitigação estrutural do mesmo. Em termos mais técnicos, é referida a importância de ajustar a conceção e a tarifação dos produtos utilizando assunções prospetivas relativamente aos riscos a segurar.
A EIOPA reconhece ainda que os efeitos das alterações climáticas nos riscos relevantes - e consequentemente nas tarifas a praticar - podem redundar em limitações de contratação de cobertura seguradora (“insurability”) a custos economicamente viáveis (“affordability”) no médio-longo prazo.
Neste contexto é ainda frisada a importância de colmatar o protection gap, bem como salientada a importância de estabelecer cooperação entre o setor público e o privado. A última poderia trazer, por exemplo, melhorias ao nível da resiliência às catástrofes, ou da recolha de dados e de avaliação do risco.
e) Requisitos de capital – risco de mercado
A Opinião menciona que os submódulos de risco imobiliário, acionista e de spread são os mais prováveis de ser afetados por aspetos conexos com a sustentabilidade, em particular relacionados com as alterações climáticas.
Contudo, enquanto para o risco imobiliário não se considerou existirem dados suficientes para aferição de possíveis perfis de risco distintos do choque constante da fórmula padrão, no caso do risco acionista (para títulos cotados) conclui que não existem diferenças substanciais entre ações de empresas consideradas sustentáveis
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e as restantes. Frisa-se, contudo, a limitação de não se dispor de dados respeitantes a mais do que um ciclo económico para as primeiras.
Quanto ao risco de spread, é referido que é necessária informação mais granular para aferir diferenças relevantes de perfis de risco entre diferentes classes de obrigações.
Não foram recebidas evidências adicionais, oriundas dos stakeholders, relativamente a ações não cotadas ou títulos de dívida sem rating, pelo que também neste contexto não foram detetadas diferenças relevantes a repercutir no regime.
f) Requisitos de capital – risco de catástrofes naturais
No que toca aos requisitos de capital associados à exposição a riscos de catástrofe natural, a EIOPA entende que uma recalibração regular (com intervalos de três a cinco anos) deverá capturar os desenvolvimentos futuros, bem como os potenciais efeitos das alterações climáticas.
Não obstante, frisa-se que a calibração dos mesmos tem por base dados históricos, o que salienta a importância de uma abordagem prospetiva a estes riscos em sede do exercício ORSA78, fruto da preocupação de que a informação passada possa não constituir um previsor confiável do risco futuro.
Quando recorrendo a modelos externos, as empresas devem assegurar que estes são suficientemente transparentes para aferir a forma como as assunções relevantes são tomadas em consideração.
A EIOPA sinaliza ainda a necessidade de trabalho adicional para investigar se riscos como as secas ou os incêndios florestais poderiam ser melhor capturados sob este módulo de risco.
g) Utilização de modelos internos
Quanto à articulação entre a utilização de modelos internos e a incorporação da sustentabilidade e alterações climáticas, assiste-se, de certa forma, à replicação do referido anteriormente. A EIOPA entende que o definido para este contexto não prejudica que os modelos internos reflitam fatores de sustentabilidade ou traduzam o efeito das alterações climáticas nas suas exposições.
Contudo, volta a referir a importância de, no caso de recurso a provedores externos, as empresas debaterem com os mesmos como, e se, as alterações climáticas estão retratadas nos modelos, de modo a melhorar a compreensão relativa ao modelo, bem como das suas limitações. Menciona ainda a necessidade de prosseguir uma abordagem prospetiva dos riscos, evitando basear-se exclusivamente em dados históricos.
78 Autoavaliação do risco e da solvência, Own risk and solvency assessment no original em língua inglesa.
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h) Dificuldades de integração de considerações de financiamento sustentável em sede de requisitos de Pilar I, e solução proposta
Fruto dos requisitos de capital do regime de Solvência II estarem desenhados para refletir os riscos a que as empresas estão expostas no horizonte a um ano, a EIOPA reconhece que estes não podem capturar por completo os impactos de médio, ou longo prazo, das alterações climáticas. Não obstante, considera que o horizonte temporal referido não deve ser alterado, e que ferramentas complementares como a análise de cenários e testes de stress são mais apropriadas para capturar os impactos em apreço. Estes aspetos deverão ter reflexo em sede de adequados sistemas de governação e de gestão de risco em geral, e do exercício de ORSA em particular.
A avaliação destes riscos por parte das empresas deve reter uma lógica de materialidade das exposições, bem como seguir o princípio da proporcionalidade já embutido no regime. Estas análises de cenários podem inicialmente revelar um caráter mais qualitativo, que deve evoluir para um cariz mais quantitativo, particularmente quando as exposições forem mais materiais.
Adicionalmente, a Autoridade Europeia refere que os cenários devem revelar alguma personalização ao perfil específico de risco da empresa. Assim, salvaguarda-se a necessidade de trabalho adicional para um conjunto de parâmetros quantitativos que possam ser usados pelas empresas nos seus ORSA, gestão de risco e práticas de governação, que deverão ser complementados por outros que reflitam a realidade individual da empresa.
Para concluir, no que se prende com aspetos de Pilar III, a EIOPA considera que no futuro próximo deverá ser dedicada maior atenção aos requisitos obrigatórios de divulgação pública dos riscos de sustentabilidade, tanto os inerentes aos passivos, como aos ativos. Neste campo, é referido que a experiência acumulada na aplicação das Orientações da CE no reporte de informação relacionada com o clima - emitida sob a Diretiva de divulgação de informação não-financeira79 - deve ser capitalizada.
7.1.5. Riscos associados ao envolvimento do setor segurador no contexto da sustentabilidade
A entrada do setor segurador na esfera ESG permite antever a emergência de riscos importantes. Saliente-se que a análise seguinte é, eminentemente, conceptual, devendo ser complementada por análises futuras, inclusivamente de índole mais quantitativa.
Os riscos relevantes são enquadráveis sob duas tipologias principais.
79https://ec.europa.eu/finance/docs/policy/190618-climate-related-information-reporting-guidelines_en.pdf
Principais tipologias de risco associadas
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Quadro 7.3 Principais tipos de riscos associados ao contexto ESG
Riscos físicos
Decorrentes da exposição a frequência e/ou intensidade incrementadas, fruto das alterações climáticas, ou, de uma forma mais genérica, em consequência de catástrofes naturais, causando disrupção económica e impactando a valorização de ativos.
Riscos de transição
Derivando, por um lado, da internalização das externalidades da atividade económica com impacto ESG negativo na valoração dos ativos subjacentes (presentemente não refletidas, ou apenas de forma parcial); e, por outro, fruto da iniciação do setor financeiro por um novo espaço de investimentos, de elevada complexidade, no processo de transição - tecnológica e política - para uma economia sustentável e de baixo carbono.
No caso nacional destaca-se ainda o protection gap80, que amplifica a vulnerabilidade social e da atividade económica para riscos de catástrofe natural. A colmatação do mesmo será essencial para propulsionar a resiliência a fenómenos desta natureza.
Do ponto de vista dos riscos físicos pode existir a perceção de que a dinâmica que lhes é incutida pelas alterações climática é capturada pelas abordagens habituais para a estimativa da frequência e severidade dos eventos. Contudo é importante salientar a elevada incerteza inerente à referida dinâmica, e a possível exposição a fenómenos não retratados pelas bases de dados históricas, que deverá variar entre diferentes riscos. Refira-se também a possível emergência de correlações entre perdas decorrentes de eventos até ao momento entendidos como não relacionados.
A melhoria de qualidade e granularidade da informação recolhida tenderá a ser benéfica, recordando-se que as alterações climáticas e a degradação ambiental tendem a revelar efeitos adversos sobre diversas coberturas e linhas de negócio, em particular no âmbito de Não Vida – ainda que não devam ser ignorados os impactos nos riscos demográficos.
Adicionalmente, tendo em conta a importância do resseguro neste contexto, a evolução futura deste mercado constituirá um aspeto crítico. Destaca-se, em particular, a evolução dos custos de transferência de risco para os grandes operadores a nível global, bem como a sua visão relativamente a se determinados riscos, ou zonas, poderão passar a ser interpretadas como não seguráveis, em virtude da sua eventual reincidência em perdas de grande escala.
No âmbito dos riscos de transição, importa começar por referir as dificuldades ainda existentes de uma linguagem comum entre todas as partes relevantes – investidores, instituições financeiras e especialistas nas temáticas ESG – do ponto de vista técnico ou tecnológico. Saliente-se que o desenvolvimento e maturação da taxonomia deverão ter um impacto positivo neste campo.
80 O protection gap corresponde ao diferencial entre as perdas económicas concebíveis em caso de ocorrência de um determinado fenómeno catastrófico, e as que estão protegidas por intermédio de cobertura seguradora.
Os riscos físicos
Os riscos de transição
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Adicionalmente, existe ainda uma lacuna de conhecimento e experiência específicos nesta temática, por parte das instituições financeiras, sendo particularmente importante prevenir o overreliance em desenvolvimentos e expertise externas para o preenchimento da mesma, por exemplo, assumindo que a taxonomia vai preencher a totalidade destas necessidades, ou que informação estandardizada – como ratings ambientais ou de sustentabilidade - externa irá solucionar a questão.
É fundamental que o direcionamento interno de esforços no setor segurador e dos fundos de pensões permita avanços relativamente a problemática descrita acima. Em especial, não assumindo que o posicionamento privilegiado que o tema ocupa na agenda política e estratégica será um sinónimo de que se trata de um investimento estável, ou de retornos interessantes. Estes aspetos revelam também importância para dotar as instituições financeiras de alguma resiliência face a potenciais práticas de Green Washing81, ainda que este seja um domínio também explicitamente focado pela taxonomia.
Subsistem diversas incertezas para algumas atividades económicas, não existindo consenso sobre exatamente que tecnologias, ou serviços, irão consubstanciar as transformações que urge operar com uma proposta de valor que possibilite a sua adoção generalizada. Deste modo, é fundamental que as entidades fomentem o seu espírito crítico interno, e que definam o seu apetite de risco.
Na mesma linha de raciocínio, é importante prevenir um contexto de concentração excessiva neste âmbito, como, por exemplo, uma carteira de ativos ESG a estar fortemente exposta à transformação de uma atividade económica em concreto, por intermédio de uma determinada tecnologia ou serviço. Importa recordar que, na moldura prudencial atual para o setor segurador, apenas a concentração a uma contraparte específica se reflete explicitamente num requisito de capital de solvência, importando avaliar e mensurar outras formas de concentração no quadro do sistema de gestão de riscos.
Quanto aos riscos de transição na sua dimensão política, desta poderão continuar a emergir sinais importantes e suscetíveis de impactar positivamente a confiança dos investidores e a sua tolerância ao risco num contexto de incertezas. Refira-se, como exemplo, a observação de medidas de autorização e licenciamento, de medidas fiscais, ou, de uma forma mais genérica, medidas de estímulo dotadas de um racional especificamente direcionado à sustentabilidade.
Relativamente à evolução dos valores de mercado dos ativos, será importante monitorizar os desenvolvimentos nos Brown assets (ativos associados a impactos ambientais negativos), averiguando a existência de fenómenos como possíveis quebras correlacionadas dos valores de mercado de diversos títulos, ou a liquidação generalizada dos mesmos, o que poderá redundar em instabilidade nos mercados de capitais, afetando todo o sistema financeiro e mesmo, a economia real. Desejavelmente, a transformação dos portefólios ocorrerá de uma forma ordenada,
81 Práticas por intermédio das quais determinados investimentos são indevidamente comercializados e/ou publicitados como vantajosos do ponto de vista ESG.
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permitindo uma transição suave tanto na ótica dos investidores, como na dos agentes económicos e das famílias.
Por outro lado, a nível global, também persiste alguma incerteza relativamente a se ativos entendidos como ‘verdes’ no passado recente podem experienciar fuga de capitais caso não venham a revelar um mesmo enquadramento na ótica da taxonomia. Prevê-se, no entanto, caso este fenómeno venha a ocorrer, que seja de forma contida, uma vez que o desenvolvimento da taxonomia tomou em linha de conta as metodologias já existentes.
7.1.6. Oportunidades
Sem prejuízo dos riscos que estão associados a este processo de mudança de paradigma – para já com especial foco na componente ambiental – existem também várias potenciais oportunidades relevantes para os intervenientes no setor supervisionado pela ASF. Estas compreendem, de forma não estanque nem exaustiva, as áreas de estratégia e governação, subscrição e distribuição, e investimentos.
Por um lado, a transformação necessária para um contexto com maior foco na vertente ESG reforça os benefícios dos esforços a investir no sistema de governação, propícios a uma melhor clarificação de objetivos, missão e estratégia de negócio, nutrindo assim condições para a geração de valor acrescentado para os stakeholders e clientes.
Adicionalmente, e atendendo à crescente consciencialização e recetividade social desta transformação ESG, a definição clara por parte dos operadores da sua missão e valores – para além da explicitação do seu alinhamento com pressupostos ESG – pode funcionar como fator diferenciador no posicionamento das entidades.
Por outro, a magnitude e transversalidade das transformações em curso potencia a geração de novas oportunidades de negócio, nomeadamente, a procura por coberturas distintas, relevantes para as tecnologias e serviços que viabilizarão a transformação económica inerente à transição para um contexto de sustentabilidade, baixo carbono e circularidade.
Finalmente, as carteiras de investimento deparam-se com margem para diversificação adicional, através da incursão – ou reforço da presença – num espaço de investimentos que pode, inclusivamente, criar sinergias com a mitigação da sinistralidade experienciada nas coberturas comercializadas.
No caso dos fundos de pensões, e de certos segmentos do negócio segurador, merece especial destaque o matching que investimentos de longo prazo têm com o perfil de maturidades das responsabilidades por estes assumidas.
Importa referir que a incorporação orgânica destas potenciais fontes de melhorias, bem como a capitalização de possíveis novas oportunidades de negócio se revestem de uma elevada exigência técnica, que requer que o mercado segurador estejam tecnicamente apto a operar de forma sã e consciente neste âmbito.
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7.1.7. Conclusões / Considerações finais
Perante a necessária mutação dos valores e prioridades associados à atividade económica, o envolvimento do setor financeiro decorre de forma natural e expectável, em virtude das necessidades de capital das mudanças a operar. Contudo, importa reconhecer que se a transformação de valores está amplamente em curso, do ponto de vista científico e tecnológico – indispensáveis a operar a mudança de paradigma - subsistem incertezas e necessidades de inovação, ou de democratização de determinadas tecnologias e serviços, que permitam a sua adoção em escala, a custos economicamente vantajosos. Estes aspetos são fulcrais, mesmo assumindo um contexto político altamente estável e continuadamente disponível para contribuir para a evolução para a sustentabilidade.
Se relativamente à incorporação de novos valores, missão e princípios as instituições financeiras podem, com alguma margem, selecionar o seu timeline preferencial, os impactos nos seus balanços poderão surgir de forma mais repentina e menos controlada. Neste universo, destaque-se o posicionamento do setor segurador, para o qual ambos os lados do balanço revelam articulação expressiva e material com as alterações climáticas e a sustentabilidade, e circunstâncias de double-hit82 não podem ser descartadas.
No caso dos fundos de pensões, vislumbra-se uma articulação promissora entre as especificidades do universo ESG e as características intrínsecas ao negócio. Assim, o grande desafio passa por promover a transição do setor para a envolvente ESG salvaguardando, simultaneamente, o seu importante papel social e de fiável suporte a necessidades financeiras futuras dos participantes.
A transição do setor financeiro para uma envolvente onde a dimensão ESG revela uma relevância sem precedentes acarreta também mudanças à sua supervisão – nas óticas micro e macroprudencial, bem como em aspetos comportamentais. Assim, tal como os operadores de mercado, os supervisores e reguladores devem revelar aptidão para fazer face a solicitações que implicam know-how diferenciado.
Do ponto de vista prudencial, importa a prossecução de análises quantitativas, com mapeamento de exposições para os seus efeitos ESG, e aferição de possíveis efeitos a experienciar nas posições financeiras e de solvência das entidades supervisionadas. Numa primeira fase, estes afiguram-se mais passíveis de investigação sistematizada no que toca às carteiras de investimentos.
82 Cenário cujos eventos subjacentes afetam adversa e simultaneamente tanto o ativo (redução do valor) como o passivo (aumento das responsabilidades) das entidades, com efeitos significativamente negativos ao nível dos fundos próprios.
Abordagens futuras ao tema na ótica dos
supervisores e reguladores
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Av. da República, n.º 76, 1600-205 LisboaTel.: (+351) 21 790 31 [email protected]
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