Upload
robson-coelho
View
131
Download
13
Embed Size (px)
Citation preview
ANATOMIA INTERNA E
FISIOLOGIA DOS INSETOS
Parte 2
APARELHOS REPRODUTORES
Na maioria dos insetos, a reprodução é SEXUADA E
POR OVIPARIDADE;
Os óvulos liberados pelas fêmeas desenvolvem-se
apenas após a FUSÃO COM O ESPERMATOZÓIDE
colocado livre pelo macho.
Os sistemas reprodutores dos insetos consistem de
glândulas sexuais pareadas de origem endodérmica, os
ovários da fêmea e os testículos do macho, GONODUTOS PAREADOS também de mesma origem.
APARELHO REPRODUTOR FEMININO
Consta de par de ovários, dois ovidutos laterais que
convergem para um oviduto comum.
VAGINA - que se abre no exterior através do gonóporo
feminino ou vulva.
ESPERMATECA - armazena os espermatozóides
durante o intervalo entre a cópula e a fecundação do
óvulo, e glândulas acessórias com funções variadas.
Os OVÁRIOS são corpos mais ou menos compactos,
colocados na cavidade geral do corpo, um de cada lado
do canal alimentar.
Cada órgão é composto de um número variável de
tubos separados de óvulos em formação, os ovaríolos,
que se abrem no OVIDUTO LATERAL.
O número de OVARÍOLOS em cada ovário é muito
variável; as baratas possuem 8, os lepidópteros, 4,
muitos dípteros possuem cerca de 100 ou mais, nas
rainhas de formigas há mais de 200, e nas dos cupins o
número excede a 2.400.
A ESPERMATECA ou receptáculo seminal é uma
estrutura geralmente em forma de saco que serve para
recepção e armazenamento dos espermatozóides e que
comum ente se abre por um duto na parede da vagina.
Em alguns casos, uma glândula espermática especial
abre-se no duto da espermateca ou próximo da abertura
desta na vagina.
Um ou dois pares de glândulas acessórias ou
coletéricas estão presentes em muitos insetos e
usualmente se abrem na porção distal da vagina. Elas
são relafilamento terminal, filamento terminal, germário,
óocitos.
APARELHO REPRODUTOR MASCULINO
Em um inseto adulto as partes essenciais do aparelho
reprodutor masculino compreendem um par de testículos, os
vasos deferentes, um tubo terminal mediano e o canal
ejaculador.
Uma porção de cada vaso deferente é dilatada para servir
como reservatório de esperma, a vesícuIa seminal.
As glândulas acessórias estão comumente presentes sob a
forma de bolsas ou tubos cegos.
A abertura externa do canal ejaculador, o gonóporo
masculino, está situada sobre ou dentro do pênis ou edeago.
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é composto por células nervosas conhecidas por
neurônios.
Os NEURÔNIOS são células altamente especializadas para as funções
de sensação, condução e coordenação. Além dos neurônios, um outro
importante componente do sistema nervoso são as células especiais
conhecidas como gliais, responsáveis pela proteção, suporte e nutrição
dos neurônios.
Ao contrário do que ocorre com os vertebrados, o sistema nervoso nos
insetos (e outros artrópodes) está localizado ventralmente e consiste do
cérebro localizado na região da cabeça, que está conectado por um par
de nervos ao redor do estomodeu a uma série de gânglios da corda
nervosa ventral.
Estrutura e tipo de neurônios
Os neurônios são formados por uma região chamada
CORPO CELULAR OU PERICÁRION que contém o
núcleo e possui terminações ramificadas chamadas
dendritos onde é recebido o estímulo nervoso.
As agregações de neurônios formam os GÂNGLIOS.
A condução iniciada num dentrito é integrada no núcleo
e passada ao axônio, e deste para um dendrito de outro
neurônio, músculo ou glândula, onde pode produzir uma
resposta específica.
ESTRUTURA DE UM GLÂNGLIO
O gânglio é constituído de: lamela neural, perinêurio e córtex.
A LAMELA NEURAL é semipermeável, principalmente a íons. Os
gânglios devem ter um ambiente constante dentro e fora,
particularmente no que diz respeito às concentrações de Na", K+ e Cl.
O PERINÊURIO está relacionado com o tecido gorduroso na parte
externa do gânglio. As células do perinêurio armazenam glicogênio e
contêm mitocôndria, indicando alta atividade metabólica.
A parte central do gânglio é formada pelo CÓRTEX, que é constituído
pelos pericárions próximos à periferia e células gliais.
ARRANJO ANATÔMICO DOS GÂNGLIOS
Cada segmento do corpo possui um par de gânglios ligados por
comissuras e unidos aos gânglios dos segmentos adjacentes por
conectivos.
Em insetos primitivos como traças (Thysanura) há 3 pares no tórax e 8
no abdome.
Nos dípteros mais evoluídos os gânglios torácicos tornam-se unidos em
um, da mesma forma que os gânglios abdominais.
Na cabeça, os gânglios embrionários dos segmentos mandibular, maxilar e labial fundem-se para formar o gânglio subesofagiano
ORGANIZAÇÃO GERAL
O sistema nervoso dos insetos é constituído do SISTEMA NERVOSO
CENTRAL, SISTEMA NERVOSO VISCERAL E SISTEMA NERVOSO
PERIFÉRICO.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL - Constitui-se de uma massa nervosa
ganglionar chamada cérebro ou gânglio supra-esofagiano, outra massa
ganglionar localizada abaixo do esôfago.
SISTEMA NERVOSO VISCERAL - Ele é descrito como formado por
três partes: o sistema nervoso estomagástrico, o sistema nervoso
simpático ventral e o sistema nervoso simpático caudal.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO - Consiste exclusivamente de
nervos que deixam ou chegam ao sistema central para inervar os
músculos e órgãos do sentido, respectivamente.
TRANSMISSÃO DO IMPULSO NERVOSO
A transmissão de um impulso nervoso se dá de maneira
ELÉTRICA E QUÍMICA.
Caracteristicamente, as células nervosas apresentam um
POTENCIAL DE MEMBRANA, com carga negativa no interior da
célula com relação ao meio externo.
Essa diferença de potencial é devida ao transporte ativo de íons
ao longo da célula nervosa.
Os principais íons envolvidos na transmissão de um impulso
nervoso são Na", K+ e CI-. Entre dois neurônios ocorre a sinapse
A SINAPSE é a fenda que separa duas células nervosas. A
distância do espaço sináptico é de aproximadamente 10 a 100 nm.
ÓRGÃOS DO SENTIDO
VISÃO
É governada por dois tipos de fotorreceptores: olhos compostos e
ocelos.
OLHOS COMPOSTOS - São estruturas típicas de insetos adultos. São
áreas convexas, redondas, ovais etc.; localizam-se na cabeça, e são em
número de dois por indivíduo.
São formados por unidades chamadas OMATÍDIOS com forma
hexagonal, possuem uma estrutura sensível à luz .
Cada omatídio consiste de uma parte distal dióptrica, a cómea, com seu
cone cristalino abaixo, e uma parte receptora próxima, a retina.
A retina é, comumente, o conjunto de 7 células chamadas retínulas, que
contêm pigmentos.
OCELOS - São também chamados olhos simples, e estão
presentes especialmente nas larvas, mas também nos
adultos dos insetos. Eles podem ser de dois tipos: ocelos
laterais e dorsais.
OCELOS LATERAIS - são estruturas características
de larvas e pupas. Eles têm uma estrutura parecida com
a de um omatídio simples e 7 células retinulares .
OCELOS DORSAIS - são olhos simples de insetos
adultos que aparecem geralmente no vértice da cabeça,
próximos aos olhos compostos, mas que podem também
aparecer na fronte.
SENSO TÁTIL
O senso tátil nos insetos é percebido por receptores
chamados sensilos, neste caso receptores mecânicos,
denominados sensilos tricóideos, ou simplesmente
TRICÓGENO.
A célula tormógena, que forma a base para encaixe da
seta, e um neurônio bipolar simples, com seu processo
distal intimamente associado à base do pêlo.
Ocorre um grande número desses sensilos no corpo dos
insetos, especialmente nas larvas, distribuídos de maneira
ampla pelo corpo.
OLFATO
Os sensilos adaptados à percepção do olfato são
receptores químicos, e os mais comuns são os chamados
sensilos basicônico e placódeo.
O sentido do cheiro nos insetos está localizado
principalmente nas antenas.
As abelhas mostram grande atividade olfativa nesses
apêndices. As baratas são capazes de localizar o alimento
também por meio das antenas, movendo-as em todas as
direções.
Os machos de muitas mariposas localizam as fêmeas pelo
odor, e esse sentido é restrito às antenas. Em cupins,
apenas as antenas estão envolvidas no sentido olfativo.
AUDIÇÃO
Nos insetos, a audição é feita por um órgão auditivo chamado
TÍMPANO.
Um tímpano consiste essencialmente de uma fina membrana
cuticular, formando uma estrutura em forma de tambor, associada a
uma ou mais traquéias, e grupos de SENSILOS ESCOLOPÓFOROS.
Sensilos escolopóforos, também chamados órgãos cordotonais,
consistem em um grupo de sensilos que têm usualmente um PONTO
COMUM DE INSERÇÃO.
Em Acrididae, um par de tímpanos ocorre no primeiro segmento
abdominal. Em Tettigoniidae, um órgão muito complexo está presente
próximo à base de cada tíbia anterior.
GUSTAÇÃO
Os sensilos capazes de percepção do gosto são também
os receptores químicos dos mesmos tipos, usualmente
relacionados com os de olfato, além dos sensilos tricóideos.
Os SENSILOS para gustação podem estar localizados em
certas partes do aparelho bucal dos insetos, como nos
palpos maxilares e labiais da barata, na epi e hipofaringe das
abelhas, nos lóbulos orais da probóscida dos dípteros etc.
Em algumas espécies de formigas, abelhas e vespas, os
sensilos gustativos podem também estar localizados nas
antenas. Entretanto, o lugar mais comum do senso gustativo
nos insetos é o tarso e a parte distal da tíbia.
SISTEMA MUSCULAR
As funções de MOBILIDADE E LOCOMOÇÃO são exercidas pelos
músculos, que atuam sobre o exoesqueleto, apêndices e partes internas
do corpo.
O sistema muscular dos insetos é desenvolvido de acordo com
exigências peculiares do exoesqueleto e da segmentação do corpo.
o número de' músculos dos insetos é muito grande, sendo descritos
4.069 deles na lagarta de Cossus cossus (Lepidoptera), comparados com
529 no homem.
Os músculos dos insetos estão divididos em três grupos: os músculos
fásicos, capazes de contrações rápidas que movimentam apêndices
como asas, pernas etc.; os músculos do exoesqueleto, que movimentam
um segmento sobre outro em movimentos importantes de expansão e
retração necessários à respiração; e músculos viscerais, que formam os
órgãos internos.
ARRANJO DOS MÚSCULOS
Segundo a divisão do corpo dos insetos, seus músculos podem ser
considerados: músculos da cabeça, do tórax e do abdome.
Os músculos mais importantes da cabeça são os cervicais, os das
peças bucais e os das antenas.
Os MÚSCULOS CERVICAIS são responsáveis pelos movimentos da
cabeça, e estão agrupados em elevadores, depressores, retratores e
rotatórios, tendo sua origem no protórax ou cérvice, inserindo-se no
tentório ou no
epicrânio.
Os MÚSCULOS DAS PEÇAS BUCAIS são responsáveis pelos
movimentos destas, sendo os mais importantes os depressores e os
elevadores; o depressor aproxima as peças homólogas e o elevador
afasta-as.
Os MÚSCULOS DAS ANTENAS são responsáveis pelos movimentos
destas, sendo os mais importantes os antenais, que dão movimentação
rotatória, e os escapulares, que conferem movimentos verticais a esses
apêndices.
Os mais importantes músculos torácicos são os MÚSCULOS DAS
ASAS E OS DAS PERNAS.
Os músculos das asas são responsáveis pelos movimentos desses
apêndices, sendo os mais importantes os dorso-ventrais, que elevam
as asas por achatamento da cápsula torácica, os dorsolongitudinais,
que abaixam as asas por abaulamento da cápsula, e os pleurais
anteriores e posteriores, que conferem movimentos rotatórios parciais
às asas.
Os músculos das pernas movimentam esses apêndices, sendo os
mais importantes os EXTENSORES, OS FLEXORES E OS
ROTATÓRIOS.
SISTEMA GRANDULAR
Do metabolismo resulta a formação não só do protoplasma vivo, mas
também de outras substâncias químicas úteis e necessárias às funções
orgânicas.
Algumas dessas substâncias são chamadas SECREÇÕES, e as
células ou associações de células que as produzem são denominadas
glândulas.
Reconhecem-se dois tipos gerais de estruturas secretoras: glândulas
exócrinas e glândulas endócrinas. Glândulas exócrinas são dotadas de
um duto próprio através do qual descarregam suas secreções na parte
externa do corpo, ou no lume de um órgão.
Glândulas endócrinas são desprovidas de tais dutos especializados,
cujos produtos, os hormônios endócrinos, se difundem na hemolinfa,
que os distribui a todas as partes do corpo.
GLÂNDULAS EXÓCRINAS
A maioria dos casos, glândulas desse grupo são
DERIVADAS DO ECTODERMA, podendo assim reter uma
fina camada cuticular. São unicelulares ou consistem num
agregado de células.
A sua parte externa essas glândulas acham-se ligadas por
uma túnica própria de tecido conjuntivo, e internamente são
revestidas por uma fina CAMADA CUTICULAR, por elas
secretada.
Entre as principais glândulas exócrinas, mencionam-se as
de: veneno, adesivas, cera, laca, espuma, dérmicas,
cefálicas, repelentes, atraentes etc.
GLÂNDULAS DE VENENO - Associam-se à base do
ferrão ou ovipositor de um grande número de espécies de
himenópteros sociais, como abelhas e vespas, e secretam
um líquido cáustico, cuja saída se dá por um pequeno
poro, que atravessa a parede do aguilhão.
GLÂNDULAS ADESIVAS. Situadas na base dos pulvilos
e arólios, elas secretam um fluido adesivo e permitem a
fixação dos insetos em superfícies lisas.
GLÂNDULAS DE CERA - Cada glândula é uma área
cuticular discoidal e através dela exsuda a cera,
acumulando-se em forma de pequenas escamas, utilizadas
na construção dos alvéolos.
GLÂNDULAS DE LACA - São comuns nos representantes
de Lacciferidae (Hemiptera), especialmente em Laccifer
lacca, que produz grande quantidade de uma substância
resinosa que se distribui sobre o corpo, envolvendo-o
completamente.
Esse produto resinoso é comercialmente conhecido como
goma-laca e teve grande aceitação industrial no passado.
GLÂNDULAS DE ESPUMA - São também conhecidas como
glândulas de Bateli; ocorrem em cigarrinhas da família Cercopidae e
estão localizadas, aos pares, nas pleuras do 7º e 8º urômeros.
GLÂNDULAS DÉRMICAS - Conforme visto anteriormente, são
inclusões da epiderme envolvidas na secreção dos componentes
que formam a camada de cimento da epicutícula.
GLÂNDULAS CEFÁLICAS - Em geral estão associadas com as
peças bucais, e são comum ente divididas em glândulas
mandibulares, maxilares e labiais.
As glândulas mandibulares abrem-se próximo às mandíbulas, e
possuem funções variadas; nos himenópteros sociais elas
funcionam como glândulas atraentes, e nas lagartas secretam a
saliva.
GLÂNDULAS REPELENTES - São glândulas que se
tornaram especializadas na produção de secreções fétidas
que funcionam como repelentes para outras espécies.
Essas secreções são um tipo particular de alomônio, um
mensageiro químico que atua entre indivíduos pertencentes
a espécies diferentes, e que favorece o emissor (o inseto
que produz a secreção repelente).
GLÂNDULAS ATRAENTES - São especializadas na
produção de certas secreções que recebem o nome de
feromônio.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
As glândulas endócrinas, produtoras de hormônios
endócrinos, lançam sua SECREÇÃO NO SANGUE, e
são desprovidas de canal próprio.
As principais são as glândulas retrocerebrais
constituídas pelos corpos cardíacos e corpos alados,
as glândulas protorácicas, as glândulas ventrais, e as
células neurossecretoras dos pares intercerebrais do
protocérebro, que estão relacionadas com a produção
dos hormônios da ECDISE E METAMORFOSE.
ÓRGÃO FOTOGÊNICO
Denomina-se luminescência a produção de luz fria, ao
contrário da incandescência, que é produzida por
substâncias aquecidas ao PONTO RUBRO.
Nas células fotogênicas está contida a LUCIFERINA, o
substrato que é oxidado pela enzima luciferase e a luz
refletida na camada celular interna, atravessando a cutícula
transparente.