04 - OCLUSÃO E EQUILÍBRIO DOS DENTES

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    OClUSAO E,

    EQUlllBRIO DOSDENTES

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    A oclusao dental inegavelmente e 0 mais

    vasto e importante capitulo da Odontologia,

    constituindo-se no alicerce sobre 0 qual se edi-

    fica a Onodontia. Dai anecessidade de a estu-

    darmos em todos os seus detalhes, variac;:6ese

    desenvolvimento.

    Para diagnosticarmos as mas oclusoes, antes

    de tudo, precisamos ter uma visao, amais com-

    pleta possivel, da oclusao normal, quer na den-

    tadura decidua, quer na permanente. Contu-

    do, enecessario entendermos que em biologia,

    e principalmente no estudo da oclusao, 0 con-

    ceito de normalidade admite variac;:oes. Este

    fato nos leva a considerar que, embora 0con-ceito de normal sejareferido "aomaisfrequen-

    te", verificamos que urn desvio, mais ou menos

    amplo em torno da media, caracteriza amaior

    parte das oclusoes estudadas. E necessario,pois, que tracemos regras definidas para 0 esta-

    belecimento de uma norma individual, quando

    tratamos as mas posic;:oesdos dentes.

    Etimologicamente 0vocabulo oclusao signi-

    fica fechar para cima ("oc" = para cima, "clude-

    re" = fechar). 0 conceito original refere-se a

    uma ac;:aoexecutada, literalmente a uma apro-

    ximac;:aoanatomica, a uma descric;:aode como

    seencontram os d entes quando em contato.

    Antony usou a palavra articular;iio para re-

    presentar as multiplas correlac;:6es funcionais

    entre as superficies oclusais dos dentes, reser-vando a palavra oclusiio ao se referir a estas su-

    perficies em contato, poreill estatico.

    Gregory empregou a palavra oclusao em

    sentido lato, indicando nao s6 as relac;:oesde

    contato entre os d entes antagonistas, como

    tambem as relac;:oesentre estes dentes durante

    o ato de fechamento da boca.

    Modernamente 0conceito de oclusao den-

    tal evoluiu de uma concepc;:ao puramente esta-

    tica de contato entre os dentes a uma concei-

    tuac;:aodinamica, incluindo dentes e estruturas

    vizinhas, com especial enfase a din arnica do

    aparelho mastigador.

    As diferentes relac;:6esde antagonismo que

    os dentes apresentam, quer quando em conta-

    to ou nao, dependem das variadas posic;:oesque

    a mandfbula pode assumir com relac;:aoao ma-

    xilar (Fig. 4.1). Para a consecuc;:ao destas rela-

    Fig.4. , - Aspecto dos den tes permanentes vistos pela face vestibular,

    quando em Oc/USDO central.

    dos musculos, articulac;:oes, pIanos inclinadoscuspideos, etc. Dai 0 entendimento sobre 0

    conceito de oclusao lato sensu, em Odontologia,

    que evolui de uma concepc;:ao estatica propria-

    mente dita, de contato dental, para uma con-

    cepc;:aodinamica, incluindo dentes eestruturas

    vizinhas, curva oclusal, em func;:aoda articula-

    c;:aotemporomandibular.

    Dependendo da posic;:aode contato ou afas-

    tamento dos dentes, da contrac;:ao ou relaxa-

    mento dos musculos mastigadores e da movi-

    mentac;:ao ou imobilizac;:aoda mandfbula, che-

    ga-seasdiferentes fasesda oclusao, recebendo,

    cada uma delas, denominac;:ao pr6pria.

    I-INOCLUSAO FISIOLOGICA

    ESTATICA

    Tambem denominada posic;:aofisiol6gica de

    repouso, ou inoclusao fisiol6gica estatica de

    Izard, corresponde a uma posic;:aofisiol6gica da

    mandfbula na qual ela esta separada do maxi-

    lar por uma distancia minima, dependente da

    contrac;:aomuscular (tono muscular) necessaria

    para resistir a ac;:aoda gravidade.

    Seaver opina que a inoclusao fisiol6gica esta

    regulada por uma contrac;:ao continua do tipo

    tonico, como reac;:aoas forc;:asda gravidade. Cor-

    responde a posic;:aopostural em que se iniciam e

    terminam tod os os movimentos mastigat6rios.

    Seucarater de cons tanciaadvem dasimetria dos

    meios de uniao da mandfbula ao maxilar.

    Na inoclusao fisiol6gica estatica, a sinfise do

    mento coincide com a linha mediana, perma-

    necendo a mandibula sem movimentac;:ao e

    afastada de dois a tres milfmetros do maxilar.

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    pela erupc;:aodental, persistindo, com urn alto

    grau de estabilidade, ap6s aperda dos dentes.

    As investigac;:oes de Brodie demonstraram

    que a posic;:aoda mandfbula com referencia ao

    complexo craniofacial seestabelece no terceiro

    mes de vida e que esta relac;:ao nao se alterapelo crescimento.

    Corresponde as varias posic;:oesda mandibu-

    la em movimento, sem contudo tomar contato

    dental. Sao numerosas e variadas estas posi-

    c;:oes,nao apresentando 0carater de constancia

    da inoclusao fisiol6gica estatica.

    A posic;:aooclusal, ou oclusao propriamente

    dita, se estabe!ece quando, a partir da inoclu-

    sao, a mandibula semove para colocar em con-

    tato os dentes de ambos os maxilares, havendo,

    pois, contrac;:aomuscular.

    Para que a oclusao se estabelec;:a e necessa-

    rio haver contato dental, em urn ou varios pon-

    tos, com imobilidade mandibular. Acontrac;:aomuscular refere-se apenas ao movimento sufi-

    ciente para veneer aac;:aoda gravidade. Deduz-

    se que ha inumeras posic;:oesde oclusao.

    A oclusao difere da articula r; iio porque nesta,

    embora haja tambem contato dental, ela edinimi-

    ca enao estatica. A articulac;:aose inicia com 0esta-

    belecimento do contato dental emovimento man-

    dibular, termihando quando este se detem ou os

    arcossesepararn. A articulac;:aoe, pois, asucessao

    ininterrupta dedoisou mais estadosdeoclusao.

    Partindo-se de uma inoclusao fisiol6gica esta-

    tica, para uma posic;:aode contato dental, sem

    desvios laterais da linha mediana da mandfbula

    com respeito ao plano sagital, obtem-se uma

    fase da oclusao dita oclu sao centra l. Nela aparece

    o maior numero possivel de contatos dentais,

    conferindo aeste tipo de oclusao urn carater de

    constancia, face asinumeras referencias forneci-

    das pelas cuspides, sulcos ef6ssulas dos dentes.

    Aoclusao central pode ser definida como a

    posic;:aodeterminada pela maxima e melhor

    intercuspidac;:ao dental, estando a mandibula

    em atitude estatica.

    Apartir da chamada relar;ao central, definida

    como a posic;:ao mais retruida da mandibula

    desde a qual se pode efetuar confortavelmente

    todos osmovimentos de lateralidade eabertura

    da boca, obtem-se a oclusao central.

    Quando a mandfbula passa da fase de rela-

    c;:aocentral, encontrando-se oscondilos em po-

    sic;:aode equilibrio na cavidade glen6ide, para a

    fase de oclusao central, deve ser mantida asituac;:ao de equilibrio dos condilos. Contudo,

    existindo contatos prematuros entre dentes,

    pianos inclinados anormais, etc., a mandibula

    entrara em uma relac;:aoexcentrica com respei-

    to ao maxilar, quando dos contatos dentais.

    2- OCLUSAO CENTRAL

    NA DENTADURA PERMANENTE

    A maioria dosestudos concernentes a oclusao,de urn modo geral, referem-se a oclusao central.

    Elase constitui no prot6tipo de todo e qualquer

    tratamento odontol6gico. Serve, pois, de base as

    considerac;:oesfeitas sobre 0assunto,razao por que

    devera seranalisada com pormenores.

    Uma oclusao central perfeita epraticamen-

    teimpossive! de severificar, pois demandaria a

    integridade anatomofuncional de todos os ele-

    mentos dentais (cuspides, pianos inclinados, li-

    gamentos) e paradentais.Napcitica, inumeros fatoresconcorrem para a

    alterac;:aodascondic;:oesde oclusaocentral normal

    requeridas a uma dentadura. Entre estes fatores

    pode-se enumerar ausencia de dentes, modifica-

    c;:oesmorfol6gicas, anomalias de implantac;:ao,etc.

    Os dentes em oclusao central devem ser es-

    tudados e observados por suas faces vestibular,

    proximal e oclusal.

    A. Aspecto vestibular - Em posic;:aode oclu-

    sac central, todos os dentes de urn arco ocluemcomdoisdo arco oposto, comexcec;:aodos incisi-

    vos centrais inferiores e dos terceiros molares su-

    peri ores, que ocluem apenas com seus hom6lo-

    gos antagonistas. A distincia mesiodistal dosden-

    tes superiores e maior que as corresponqentes

    dosinferiores, ate ao niveldo segundo premolar.

    Apartir do primeiro molar, estarelac;:aoseinver-

    te, ou seja, a distincia mesiodistal dos molares

    inferiores ultrapassa aquelas dos antagonistas su-

    periores. Desta maneira, a face distal dos tercei-

    ros molares termina no mesmo plano (Fig. 4.1).

    Nesta posic;:aode oclusao central, osmolares

    e premolares recobrem de uma cuspide 0 lado

    vestibular dos seus hom6logos inferiores, 0

    mesmo acontecendo com os caninos e incisivos

    que recobrem os terc;:osincisais dos correspon-

    dentes inferiores.

    o fato de osdentessuperiores sobrepassarem osinferioresdo ladovestibular, caracteriza 0tiponor-

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    mal de oclusaocentral denominada psaJido do ntia . Etambem normal wna variayio da oclusao centralem

    que, fuce a grandeabrasao dental, abordaincisaldos

    dentes anteriores esuperiores toca,topo a tapa, as

    correspondentes inferiores, denominando-se la h io -

    do ntia. A oclusao lingual dos incisivossuperiores earn

    relayio aos inferiores caracteriza a opistodo ntia .

    B. Aspecto proximal - Quando se observa

    os dentes par uma de suas faces proximais, fica

    evidente, nos casas de oclusao central em psali-

    dodontia, a trespasse horizontal da borda incisal

    dos dentes superiores sabre os inferiores e das

    cuspides vestibulares dos posteriores com rela-

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    Fi g. 4.4 - Tre spasse hor izonta l (overje t) e trespasse verti cal (overbite

    ou so brem ordida) emm od elos de gesso A,B,C eD.E m En ota -se grande

    trespasse ho rizontal, em paciente.

    Fig. 4.5 - Aspeeta proxim al da Oc/USDO ce ntral dos m olares

    pe rm an entes. Notar qu e, em vista da inc/ina

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    As rela

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    vestibular do incisivo lateral inferior oclui com

    a pon;:ao mesial do ten;:o incisal da face palati-

    na do incisivolateral superior;

    - a pon;:ao mesial do ten;:o incisal da face

    vestibular do canino inferior oclui com apor-

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    - af6ssula oclusal mesial do terceiro molar

    inferior oclui com 0 apice da cuspide distopala-

    tina do segundo molar superior;

    - 0 apice da cuspide mesiovestibular do

    terceiro molar inferior oclui com a f6ssula

    oclusal distal do segundo molar superior;

    - os pIanos inclinados oclusais das cuspi-

    des mesiovestibular e mesiolingual do terceiro

    molar inferior ocluem com a ameia palatina

    entre 0 segundo e terceiro molar superior;

    - 0 suko vestibular do terceiro molar inferior

    oclui com os pIanos inclinados oclusaisda cuspi-

    de mesiovestibular do terceiro molar superior;

    - a f6ssula central do terceiro molar inferior

    oclui com 0apice da cuspide mesiopalatina do

    terceiro molar superior;- 0 apice da cuspide distovestibular do ter-

    ceiro molar inferior oclui com af6ssula central

    do terceiro molar superior;

    - os pIanos inclinados oclusais da cuspide

    distovestibular do terceiro molar inferior ocluem

    com a f6ssula distocentral do terceiro molar

    superior;

    - os pIanos inclinados oclusais da cuspide

    distolingual do terceiro molar inferior ocluemcom 0suko oclusopalatino do terceiro molar

    superior;

    - as faces distaisdos terceiros molares supe-

    riores einferiores terminam no mesmo plano.

    Emvirtude do molar dos seis anos ser 0pri-

    meiro dente permanente a se formal' e irrom-

    per, e porque "se constitui num ponto de refe-

    rencia notavelmente estavel no que dizrespeito

    a anatomia craniofacial", ele foi considerado

    pOI'Angle como a "chave da oclusao".

    Numa oclusao central normal, a cuspide

    mesiovestibular do primeiro molar superior

    deve ocluir com 0 suko vestibular do primeiro

    molar inferior.

    Deveser assinalado que ospIanos cuspideos

    oclusais situam-se na face oclusal propriamente

    dita, enquanto os vestibulares ou linguais per-

    ten cernas faces oclusais funcionais.

    Angle, baseado nesta "chave de oclusao",classificou as anomalias de oclusoes dentais

    (ma oclusao) em tres classes:

    - ma oclusao de classe I (neutroclusoes);

    - ma oclusao de classe II (distoclusoes) e

    - ma oclusao de cJasseIII(mesioclusoes).

    - Nas mas oclusoes de classe I, as rela

    rela

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    vez que saDguiados pelo plano das facesdistais

    dos segundos molares deciduos (Fig. 4.8).

    o contato correto entre os primeiros mola-res superiores (chave de oclusao) so sedara em

    razao do deslizamento dos pIanos cuspfdeos,

    apos a queda dos segundos molares deciduos.Como a dimensao mesiodistal dos molares de

    leite e maior que as correspondentes dos pre-molares substitutos, apos a queda daqueles per-

    manece urn espac;:olivre (Nance) que permitira

    acomodac;:aodosmolares permanentes na chave

    de oclusao. Esta acomodac;:ao se faz devido it

    migrac;:aomesial do primeiro molar inferior per-

    manente ser maior que a migrac;:ao mesial do

    primeiro molar superior permanente. No pri-

    meiro caso a distancia e de 1,7 milfmetro, nosegundo casoe de 0,9 milfmetro (Fig.4.9).Do mesmo modo que na dentadura perma-

    nente, ha uma chave de oclusao para a denta-

    dura decidua, a qual se estabelece entre os se-

    gundos molares. E preciso lembrar que estesdentes sao, morfologicamente, muito seme-

    lhantes aos primeiros molares permanentes.

    Portanto, na oclusao central dos dentes decidu-

    os, encontra-se a cuspide mesiovestibular do

    segundo molar superior ocluindo com 0 suleovestibular do segundo molar deciduo inferior,

    ea cusp ide mesiolingual do segundo molar su-

    perior deciduo ocluindo na fossula do seu ho-

    mologo inferior. Os demais dentes deciduos

    ocluem, quando observados pela face vestibu-

    lar, da maneira que se segue (Fig.4.8):

    - 0 incisivo central inferior oclui com os

    dois terc;:osmesiaisdo incisivo central superior;

    - 0 terc;:omesial do incisivolateral inferior

    oelui com0

    terc;:odistal doincisivocentralsuperior;- os dois terc;:osdistais do incisivo lateral

    inferior ocluem com a metade mesial do incisi-

    volateral superior;

    Fig. 4.8- Aspecto dos dentes decidu os, vistos pela f ace vestibular,

    quando em oclusi io c entral.

    - a metade mesial do canino inferior oclui

    com ametade distal do incisivo lateral superior;

    - a metade distal do canino inferior oclui

    com ametade mesial do canino superior;

    - 0terc;:omesial do primeiro molar inferior

    oelui com a metade distal do canino superior;- os dois terc;:osdistais do primeiro molar

    inferior ocluem com os dois terc;:osmesiais do

    primeiro molar superior;

    - 0quarto mesial do segundo molar inferior

    oelui com0terc;:odistal doprimeiromolar superior;

    - os tres quartos distais do segundo molar

    inferior ocluem com 0segundo molar superior.

    A analise das relac;:oesoelusais levada a efei-

    to para cada dente, emseparado, permite dizer

    que, de urn modo geral, osdentes temporariostern uma inclinac;:aoaxial muito pequena, apro-

    ximando-se davertical, tanto no sentido mesio-

    distal quanto no sentido vestibulolingual.

    Durante a fase de transic;:ao da dentadura

    decfdua para a permanente, inumeras modifi-

    cac;:oesvaG se processando nos maxilares que,

    portadores de vinte dentes da primeira denti-

    c;:ao,deverao dar lugar a trinta e dois da

    dentic;:aodefinitiva. 0aumento do arco, para

    abrigar todos os dentes permanentes, se faz,principalmente, grac;:asao crescimento osseo

    da regiao distal aossegundos molares deciduos

    (vide Capftulo de Crescimento e Desenvolvi-

    mento Craniofacial).

    Fig . 4.9 - Esquema destinado a mostror que a som a das distilncias

    M-D dos dentes decidu os (caninos e mo lares) e nove decim os demilimetros maior que aso m a d as distilncias M-D dosdentes perm anentes

    (canin os e premolares superiores). No arco inferior esta diferen

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    Embora grande nllinero de autores admita 0

    aparecimento dediastemasou espa

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    As dez chaves, ou principios de oclusao nor-

    mal, a seguir relatadas, se constituem nos fun-

    damentos basicos de uma oclusao satisfatoria

    do ponto de vista estatico e dinamico.

    Constitui-se em urn norte ou guia para ob-

    termos a oclusao ideal.

    As chaves de oclusao propostas por Angle epor Andrews, acrescentamos outras quatro

    (configura

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    Fig. 4./3 -lIustrQl;ao evidenciando a finha que passa pela coroa eraiz

    do dente A , 0plano oc/usal B e a corda C qu e expre ssa a ang ula ,ao

    mesiodistal dos dentes (segundo Strang).

    Recorde-se que a mandfbula descreve cfrcu-

    los em seus movimentos de abertura e fecha-

    mento da boca; que asformas dentais exibem

    superficies curvas; que os ossos suportes, bem

    como os pIanos oclusais, saG conformados em

    curva e que, portanto, as fon;:asque incidem

    sobre os dentes nao 0 fazem em angulo reto

    com 0plano horizontal. A Tabela 4.1 mostra os

    valores aproximados da angula

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    nhada em urn retangulo. 0 espa

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    TABELA 4.2

    Inclina

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    CHAVE 4 - AREASDE CONTATOINTERPROXIMAL RIGIDAS

    Em virtude da disposic,:aoem arco dos den-

    tes, eles se contatam atraves dasfacesproximais.

    Deste modo se estabelece uma relac,:aoentre a

    face distal de urn dente com amesial do que se

    lhe segue, fazendo excec,:aoosincisivoscentrais,

    que se tocam pelas faces mesiais, e os ultimos

    molares, que ternsuasfaces distaislivres. Devido

    aos movimentos fisiol6gicos dos dentes, surgemareas de contato, como resultado do desgaste ao

    nivel das faces proximais que se tocam.

    A area de contato deve ser considerada

    como verdadeira entidade anatomo-fisiopatol6-

    gica que garante a integridade do periodonto.

    Se, por motivos varios (caries, ma posic,:ao

    dental), estasareasforem destruidas ou anormal-

    mente dispostas, havera ruptura do equilibrio

    entre osdente~ contiguos, acarretando traumatis-

    mos para 0 lado dasestruturas desuporte dental.

    ',- A localizac,:ao da area de contato e variavel

    de acordo com 0 dente considerado. Assim,

    para os incisivos, esta mais pr6xima a bordaincisal, em virtude de ai se localizar a maior

    discincia mesiodistal. Nos caninos, premolares

    e molares, embora a area de contato permane-

    c,:ano terc,:o oclusal destes dentes, ela acha-se

    deslocada em sentindo oclusocervical.

    Observando-se osdentes atravesde suas facesoclusais, nota-se que, emvirtude de divergencia

    das faces proximais no sentido vestibulopalatino

    (ou lingual), aarea de contato sempre selocali-

    zamais pr6xjma ao terc,:ovestibular.

    Ao redor da area de contato podem-se con-

    siderar quatro espac,:os,a saber: ameia vestibu-

    lar, ameia palatina ou lingual, espac,:ointerden-

    tal e suko interdental.

    Quando observamos os dentes atraves de

    Fi g. 4.2/ - Valares medios da inclina ~ao ves tibulolin gu al da coraa dos

    de nte s inferio re s (se gu n do A n dr ews).

    espac,:osprismatico-angulares situados para 0

    lado vestibular ou para 0 lado palatino (lin-

    gual) da area de contato (Fig. 4.22).

    ~

    ~

    Fig. 4.22 - Esque ma r eprese ntand o as ameias vestibular (A V)epal atin a

    (AP), 0e spa~ o in terden tal (EI) e 0 sulco interden ta l (51 ) . N o tar que, em

    vir tud e d a d ivergencia das fa ces proxim ai s no sentido v estibu lopalatino, a

    am e ia l ingual (palatina ) e mai o r q u e a ves tibular.

    Emvirtude da posic,:aoda area de contato, a

    ameia vestibular e sempre menor que a palati-na ou lingual.

    Quando observamos osdentes atravesde suas

    facesproximais,os espac,:ossituados acimae abaixo

    da area de contato correspondem, respectivamen-

    te, ao suko interdental e ao espac,:ointerdental.

    Esteultimo e preenchido pela papila gengiva).

    CHAVE 5 - CONFORMA(:AO

    DOS ARCOS DENTAIS

    Os dentes, dispostos sobre os processos al-

    veolares, se relacionam reciprocamente atraves

    de suas faces proximais e formam arcos, urn su-

    perior eoutro inferior, de concavidade posterior.

    A configurac,:ao do arco dental deciduo e

    semicircular, modificando-se ap6s a erupc,:ao

    do primeiro molar permanente.

    o estudo da forma dos arcos permanentestern sido motivo de controversia entre os vari-

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    consideram-no como eliptico; Sappey, Testut,

    Angle, Wheeler falam em arco parab6lico,

    enquanto Menezes, Izard, Marseillier, Sicher

    e Tandler, Aprile e Figun admitem para 0

    arco dental varias formas (em V, circular, em

    lira, em U, ete.).

    Picosse, baseando-se em dados fornecidos

    pela geometria anaHtica, demonstrou que a

    curva descrita pela sucessao dos dentes per-

    manentes configura urn segmento de elipse

    Fig. 4.23.

    AA ' = gran de eixo

    da el ipse

    BB' = pequeno eixoda elip se

    Fe F'= facas

    o = cent ro da elips e

    AI

    Fig. 4.23 - E/ipse ob ti da apos de duC;ao ana /i ti ca . Obse rva- se

    pe rfeita c on cordon ci a en tre a e/ipse con struida e a cu r v o d o orco

    co nseguida pela uni ao dos pon to s d e r eparo, se gundo Picoss e.

    Quando observamos oarco permanente e

    o decidua, verificamos que a distancia trans-versal maxima, medida a altura do primeiro

    ou segundo molar, e sempre maior que a an-

    tero-posterior. De outra parte existe uma cor-

    rela

  • 8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES

    17/23

    A

    B

    Fi g . 4.24- E s qu e m a d em o nstrando 0c o nt or n o n o rm a l d o s a r c os dentais superiores A e in(eriores B , co m os desvios correspondentes a morf%giada s (ac es v estibulares do s dentes, q u an do d a co n( eo;Q o d os a r co s o r t od8n ti co s. E /e s c or re sp o nd e m a o s v a /o r es m e d io s d o pr oe m inen ci a d as c or oos

    nos a r c os superior e in ferior (seg u nd o A nd r ew s).

    CHAVE 6 - AUSENCIADE ROT A

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    18/23

    F ig . 4.26 - Figura elucidando 0fa to do rotac;:eo do molar ocupar no

    arco um espa c; :o m ai or do qu e Ihee d evid o, causando, co nse qiientemente,fa lta de en grena men to cor reto entre dentes supe ri ores e infe riores.

    A observa

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    19/23

    estao representadas pela proje

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    CHAVE 8 - GUlAS DE

    OCLUSAO DINAMICA

    o conceito dinamico da oclusao nos conduzaseu objetivo maior, que e a obtenl;ao do equi-

    librio oclusal e consequentemente a estabilida-

    de mandibular.

    S6 teremos uma oclusao normal individual

    quando dentes, maxilares, articulal;oes e mus-

    culos permanecerem em urn estado funcional

    6timo estabe!ecido, segundo Saito, pe!os se-

    guintes requisitos:

    1) as resultantes das forl;as oclusais devem

    seguir uma direl;ao axial biologicamente favo-

    ravelas estruturas de suporte;

    2) enecessario haver estabilidade mandibu-lar, ou seja, parada estavel com contatos bilate-

    rais simultaneos entre os dentes, em centrica

    (posil;aode maxima intercuspidal;ao);

    3) nao deve existir interferencia em qual-

    quer dente posterior no lado de trabalho du-

    rante osmovimentos de lateralidade;

    Para tal, precisamos obter:

    - desoclusao do lado debalanceio nosmovi-

    mentos de lateralidade;

    - desoclusao de todos osdentes posterioresemmovimento protrusivo;

    - guia incisal em harmonia com os movi-

    mentos bordejantes;

    - espal;ofuncionallivre correto, permitindo

    uma funl;ao harmoniosa da oclusao com 0

    complexo neuromuscular e ATM.

    o lado para 0 qual a mandibula se movi-menta e denominado l

  • 8/14/2019 04 - OCLUSO E EQUILBRIO DOS DENTES

    21/23

    sores, retropulsores, elevadores, abaixadores e

    diductores), bem como os demais grupos mus-

    culares citados.

    b) For~as Resistentes e Resistencia Passiva

    - reveladas pelos pr6prios dentes, quer anta-

    gonistas, quer vizinhos, que se opoem aodeslo-camento vertical e mesiodistal; pelo alveolo

    que se opoe ao aprofundamento dos dentes;

    pela musculatura labioglossogeniana;

    c) Elementos que Distribuem asFon;:asMo-

    toras - a for

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    22/23

    Fi g . 4.32 - Equilibrio dental mesiodistal (regiGo dos premo/ares) no

    es tado d ini imico e na oc luSGO engrenante ( imi tado de I zard) .

    Quando ha quebra do equilfbrio articular, pela

    perda de urn ou mais elementos do arco, como

    por exemplo pela ausencia do primeiro molar

    inferior, observa-se a mesializac;:aodo segundo e

    terceiro molares inferiores. Concomitantemen-

    te, formam-se diastemas entre ossegundo e pri-

    meiro premolares inferiores, bem como a extru-saG do primeiro molar superior, ern virtude da

    ausencia do dente antagonista.

    3. Equilibrio Vertical - Dois fatores contri-

    buem para assegurar 0equilfbrio vertical: a for-

    c;:amastigadora e 0 ligamento alveolodental.

    a) Forc;:aMastigadora - Esta forc;:aimpede

    a egressao ou saida do dente do alveolo; po-

    rem, ela nao se exerce continuadamente, mas

    sim por intervalos, uma vez que a cada degluti-

    c;:aoproduz-se uma oclusao corn consequente

    pressao sobre os dentes.

    b) Ligamento Alveolodental - Este liga-

    mento opoe-se a ingressao do dente no alveolo.Decompondo-se as forc;:as que se manifestam

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    sobre os dentes e transmitindo-as sob forma de

    tensao a parede alveolar, os diferentes feixes deligamento evitam 0aprofundamento do dente

    no alveolo.

    S6 podemos considerar como completo 0

    estudo da oclusao normal quando introduzi-

    mos urn componente estetico a sua definic;:ao(Fig. 4.33).

    A harmonia das linhas faciais e urn perfeito

    equilibrio entre suas partes, incluindo obvia-

    mente os dentes, saG imprescindiveis para a

    compreensao e 0verdadeiro objetivo da oclu-

    saG normal (vide linhas faciais no capitulo de

    Cefalometria Clfnica).

    Como asseverou Angle, ao ortodontista

    compete moldar a forma facial mediante a

    oclusao. Na realidade 0profissional e mais que

    urn artista, e urn escultor.

    tic mechanism. Dental Cosmos 70(1928):1143-

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