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Overlay removable denture for treatment of worn teeth Filipa Moura 1 ; Rosana Costa 1 ; Tiago Sabença 1 Gandra 2015

OCLUSÃO E ATM

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Revisão da literatura, prótese parcial removível em dentes desgastados.

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Overlay removable denture for treatment of worn teeth

Filipa Moura1; Rosana Costa1; Tiago Sabena1

Gandra2015

1 Aluno do 3 ano do Curso de Mestrado Integrado de Medicina Dentria do Instituto Universitrio de Cincias da Sade-Norteii

Filipa Moura1; Rosana Costa1; Tiago Sabena1

Overlay removable denture for treatment of worn teeth

Trabalho realizado na Unidade Curricular de Ocluso e ATM, solicitado pelo professor Antnio Manuel Ferreira Angeja, no 2 Semestre do Curso de Mestrado Integrado em Medicina Dentria.

Instituto Universitrio de Cincias da Sade-Norte

Gandra2015

1 Aluno do 3 ano do Curso de Mestrado Integrado de Medicina Dentria do Instituto Universitrio de Cincias da Sade-NorteResumo iii

O desgaste generalizado das superfcies oclusais dos dentes leva a um colapso na dimenso vertical de ocluso dos pacientes o que pode acarretar prejuzos graves na esttica, funo e fontica nos mesmos. O presente trabalho descreve a confeco de uma Prtese Parcial Removvel (PPR) de modo a restabelecer a dimenso vertical de ocluso do paciente. Este tipo de prtese est indicado em casos de desgaste severo das superfcies oclusais, em casos de doena como na Amelognsese Imperfeita e tambm em casos de Disostose Acrofacial de Weyers. O objectivo deste tipo de tratamento passa por distribuir a carga oclusal de forma equitativa pelas estruturas de suporte, repor as funes mastigatria, esttica e fontica assim como preservar os componentes da articulao temporomandibular (ATM). O grande benefcio deste tipo de tratamento o facto de serem de baixo custo e tempo quando comparado com tratamentos protticos mais complexos. Aps o trmino do tratamento o paciente deve manter uma visita regular ao seu mdico dentista, para possveis ajustes que possam vir a ser necessrios na prtese.

Palavras-chave: Prtese Parcial Removvel. Dentes Desgastados. Dimenso vertical.

AbstractThe widespread wear of occlusal surfaces of the teeth leads to a collapse in the vertical dimension of occlusion of patients which can cause serious damage on aesthetics, function and phonetics in them. This paper describes the fabrication of a removable partial dentures (RPD) to restore the vertical dimension of occlusion of the patient. This type of prosthesis is indicated in cases of severe wear of the occlusal surfaces, in cases of sickness and in Amelognsese Imperfect and also in cases of Dysostosis Acrofacial of Weyer's. The purpose of this type of treatment involves distributing the occlusal load equitably by support structures, restore the masticatory function, aesthetics and phonetics as well as preserve the components of the temporomandibular joint (TMJ). The major benefit of this treatment is that they are low cost and time compared with more complex prosthetic treatments. After the treatment the patient should maintain a regular visit to their personal dentist for possible adjustments that may be required in the prosthesis.

Keywords: Partial Denture. Worn teeth. Vertical dimension.

Sumrioiv

Resumo...iii

Abstract...iii

1. Introduo1

2. Desenvolvimento2

2.1 Reviso da Literatura.....2

3. Concluso.10

Referncias Bibliogrficas.....11

Anexos..12

1. Introduo

O conceito de prtese dentria trata essencialmente a reposio dos dentes e tecidos orais por elementos artificiais que visam reproduzir a anatomia e funo, devolvendo ao paciente a esttica e a fontica, proporcionando sade, conforto e, acima de tudo, protegendo as estruturas remanescentes (dentes e fibromucosa) e restabelecendo o equilbrio do sistema estomatogntico. Para a realizao da prtese parcial removvel devemos sempre ter em ateno a sade geral do paciente, pois este pode ser alrgico a algum medicamento ou material usado para a construo da mesma. Em caso de diabetes pode provocar acumulao de lquido na submucosa modificando diariamente a forma e volume dos tecidos, originando uma maior descamao do epitlio provocado pela microangiopatia. O fluxo sanguneo mais superficial, tornando a cicatrizao mais difcil. Na presena de menopausa, existe uma alterao hormonal e emocional que pode provocar um sinal clnico de ardor na abobada palatina e no dorso da lngua. Em doenas reumatolgicas, especialmente artrites, podem gerar alteraes na articulao temporomandibular (ATM), levando a problemas oclusais. Por outro lado, o estado emocional tambm deveras importante, uma vez que em pacientes irritados h uma inibio das glndulas salivares (xerostomia), favorecendo a alta incidncia de cries dentrias e doenas periodontais, alm de criar dificuldades no uso da Prtese Parcial Removvel.

2. Desenvolvimento2.1 Reviso da Literatura

As Prteses Parciais Removveis (PPR) tm de restaurar a eficincia mastigatria, isto s ocorre nas prteses planeadas, baseadas em princpios mecnicos e biomecnicos rigorosos. Outro objetivo da confeo das PPRs a restaurao da fontica, deve-se respeitar a rea chapevel e o espao anterior para que os sons sejam articulados corretamente. A preparao de uma PPR tem de proporcionar conforto ao paciente e restabelecer a esttica a fim de que a prtese seja o mais natural possvel. Por outro lado, a prtese deve-se integrar ao sistema estomatogntico para assim prevenir possveis danos devido mesma. Entre todos os objetivos de uma prtese, o de preservar os tecidos remanescentes tem maior importncia. Estas prteses esto indicadas para pacientes com extremidades livres uni ou bilaterais (ausncia de suporte posterior); espaos protticos mltiplos; grandes espaos protticos; prtese anterior com reabsoro ssea extensa (as PPRs devolvem ao paciente suporte para o lbio que antes era dado pelo tecido sseo, eliminando assim as rugas faciais que envelhecem o paciente); portadores de Prteses temporrias e orientadores nas reabilitaes complexas (so utilizadas em carcter temporrio at que as reabilitaes definitivas estejam prontas); como auxlio nas contenes de fraturas maxilares; em pacientes com fissura palatina; em odontopediatria (usado em pacientes com agenesia ou que tiveram a perda precoce de alguns dentes); pacientes com higienizao adequada ( importante referir que a prtese do paciente tem longevidade na presena de uma boa higiene oral, caso contrrio, resulta em crie dentria, doena periodontal e, em casos mais graves, pode gerar perda das estruturas dentrias. Por outro lado, o uso de PPR est contra-indicado em pacientes que tm uma baixa resistncia crie dentria e doena periodontal. Um paciente com a escovao negligente no deve usar prtese, porque com a instalao da PPR, a incidncia de crie e acmulo de placa bacteriana nos dentes aumenta. Outra contra-indicao do uso da prtese em pacientes com xerostomia, estes pacientes tm pouca secreo da saliva o que origina altos ndices de crie dentria e de doena periodontal. A microbiota especfica alta, refere-se especialmente presena em grande nmero da Streptococcus mutans, tambm um obstculo para o uso de uma PPR. A falta de coordenao de um paciente leva igualmente a uma difcil higienizao dos dentes e prtese, bem como dificuldade na colocao e remoo da prtese. Por ltimo, o seu uso tambm est contra-indicado num paciente com saliva com pouco efeito tampo.No que diz respeito ao exame clnico dentrio que antecede o planeamento e a realizao, o controlo da placa bacteriana faz com que o dente de suporte no tenha recidiva de crie e o seu periodonto se mantenha so. Muitas PPRs fracassam por falta de controlo peridico aps a sua instalao, pois a higiene oral do paciente fundamental. Os estudos indicam que a superfcie de acumulao da placa bacteriana aumentada em duas vezes para os portadores de PPR.Quanto ao exame qualitativo da coroa e da raiz, o melhor dente de suporte o que possui uma coroa hgida e com forma globulosa porque apresenta melhor rea de reteno e maior rea para confeo dos planos guia e razes mltiplas e divergentes. As coroas cnicas no so consideradas como bons suportes porque, mesmo que possuam retenes satisfatrias, normalmente no tm reas adequadas para aplicao dos braos de oposio ou de reciprocidade. Os estudos anatmicos em caninos e pr-molares inferiores so conclusivos em afirmar que 80% destes dentes possuem uma superfcie vestibular expulsiva, portanto necessitam de modificao do seu contorno para adequao do terminal retentivo por meio de restauraes fotopolimerizveis, restauraes cncavas ou convexas em amlgama ou restauraes metlicas fundidas. As ameloplastias podem e devem ser usadas sempre que necessrio para se obter uma reteno adequada. Cuidados com a espessura do esmalte, polimento e aplicao de flor devem ser mantidos. de notar que dentes restaurados tambm podem e devem ser utilizados como suporte. No exame periodontal, as reabilitaes s podem ser realizadas sobre o periodonto sadio. No exame clnico inicial devemos avaliar o ndice de placa, ndice de sangramento e presena de bolsas. O exame radiogrfico ajuda na complementao diagnstica que define o tipo de tratamento que deve ser empregue.Para estudar o caso clnico de um paciente necessrio realizar um modelo, reproduo positiva obtida a partir da moldagem, tcnica de reproduo negativa dos tecidos bucais. Esta moldagem obtida atravs de um material em estado semifluido, em geral de consistncia pastosa, que permanece alguns minutos na boca para que ocorram reaes qumicas ou fsicas pertinentes a cada material. Antes da realizao da moldagem deve-se ter em considerao a escolha da moldeira adequada que deve ser, preferencialmente, perfurada, uma vez que o nico agente de reteno do material na moldeira mecnico. A moldeira deve ser assim selecionada considerando a necessidade de uma espessura mnima de aproximadamente 3mm de material em todos os lados. Normalmente os modelos de estudo so realizados com moldagens em alginato, que um hidrocoloide irreversvel e um dos materiais mais utilizados em PPR, tanto nas moldagens de estudo como tambm nas moldagens de trabalho de casos de prteses dentossuportadas. Os alginatos variam relativamente cor, sabor, viscosidade, uniformidade, custo e tempo de geleificao, de acordo com o fabricante. Apresenta-se sob a forma de um p que se mistura com gua, seguindo as instrues do fabricante em relao s quantidades. O seu ingrediente reativo principal o cido algnico (20%), enquanto que, o componente mais importante em percentagem o p de diatomceas (50%). Contm ainda gesso como fonte de ies de clcio (responsveis pelo entrecruzamento das cadeias de alginato) e fosfato de sdio para controlar o tempo de trabalho. Ao misturar e espatular o p com a gua, forma-se um sol de alginato sdico que reage com os ies clcicos derivados da dissoluo do gesso para formar o alginato clcico. A substituio do sdio monovalente pelo clcio divalente, origina ligaes cruzadas entre as cadeias de alginato, dando-se assim a converso da forma sol para a forma gel. Uma das principais caractersticas dos hidrocoloides irreversveis a sua sensibilidade temperatura da gua. Desta forma, torna-se imperiosa a necessidade de individualizao da moldeira, com godiva, cera utility ou silicone colocada em regies em que a espessura do alginato muito grande. Este cuidado deve ser tomado especialmente na regio do palato. A sua grande vantagem relaciona-se com o facto de ser bastante manipulvel, ter baixo custo, ser de fcil limpeza e no manchar. Contudo, a estabilidade dimensional que oferece requer cuidados imediatamente aps a remoo da moldeira da boca. Em casos clnicos mais complexos, deve-se fazer duas impresses em alginato para assim obter dois modelos de estudo, o primeiro para o desenho da armao e o segundo para ser montado no articulador. importante um modelo do arco antagonista para verificar qual a relao existente entre eles, qual o espao existente para a colocao dos dentes artificiais da PPR e as faces menos interferentes para o posicionamento dos preparos para apoios. Estes casos clnicos tambm podem exigir a montagem dos modelos em articulador para o exame funcional completo da ocluso. extramente importante que qualquer prtese seja realizada em paciente com sade oclusal, neuromuscular e articular.A principal dificuldade da moldagem em PPR est no facto da necessidade de reproduzir simultaneamente tecidos de resilincias diferentes (dentes e fibromucosa).Existem dois componentes que colaboram para o xito deste tipo de prteses, o biolgico e o mecnico. O componente biolgico consiste na estrutura em ntimo contacto com os elementos constituintes da PPR. O componente mecnico no qual a prtese propriamente dita, engloba o seu planeamento (qualidade de elaborao) e a sua correta distribuio de foras e adaptao.Os elementos constituintes da PPR consistem em retentores diretos que exercem a sua funo de reteno direta, ou seja, paralela trajetria da insero. Podem ser extracoronrios ou intracoronrios; retentores indiretos que impedem que as prteses de extremidade livre executem movimentos rotacionais durante a mastigao de alimentos pegajosos, proporcionando a manuteno da reteno direta; conetor menor com elementos rgidos cuja funo principal unir o conetor maior e os restantes entre si; armao (metlica, plstica ou metaloplstica); dentes artificiais (podem ser em resina, porcelana, resina com superfcie oclusal metlica ou amlgama).A escolha da liga com a qual ser fundida a armao ser decidida durante a fase do planeamento. Atualmente, a maioria das reparaes metlicas tm sido confecionadas com as ligas de cobalto-cromo (cerca de 90%), caracterizadas pela sua rigidez. Pode-se escolher entre trs tipos de ligas, ligas uricas, cobalto-cromo e de nquel-cromo. As ligas de cobalto-cromo so as mais utilizadas devido s suas caractersticas, tais como, baixa densidade. Este tipo de liga tem aproximadamente a metade do peso das ligas uricas. As ligas Co-Cr tm igualmente um alto mdulo de elasticidade o que permite obter a mesma rigidez que as ligas uricas utilizando-se apenas metade da espessura. Tem tambm outra caracterstica a seu favor que o baixo custo do material e a sua resistncia a descolorao.Posteriormente fase prottica deve-se fazer uma anlise funcional da ocluso em articulador examinando as relaes cntricas (RC e mxima intercuspidao) e excntricas (lado de trabalho, no trabalho e protruso). Quando necessrio devem-se fazer ajustes oclusais para garantir a estabilidade mandibular uma vez que, feitos de maneira incorreta, originam transtornos oclusais subsequentes que podem ser de grande importncia podendo causar ou agravar um grande desgaste na superfcie dentria. Os desgastes oclusais grosseiros muitas vezes so necessrios durante a fase curativa, por exemplo em dentes afetados por trauma. Porm, em dentes que permanecem muito tempo sem o seu antagonista tm tendncia a extruso, invadindo o espao edntulo. Para que um dente nestas condies possa ser utilizado, necessrio que se regularize o plano oclusal. Isto implica a realizao de uma pulpectomia e posterior cirurgia periodontal. O importante usar o bom senso para obter espao suficiente, visando a colocao dos dentes artificiais sem a presena de interferncias oclusais.Relaes intermaxilares so todas as posies que a mandbula assume em relao maxila. A sua obteno fundamental para que se consiga uma relao prottica mais harmoniosa com o sistema estomatogntico do paciente. Para restabelecer e/ou estabelecer um novo padro oclusal devem-se obter relaes intermaxilares corretas, que se harmonizem com os movimentos mandibulares para se obter uma PPR que proporcione uma mastigao eficaz, cmoda, esteticamente agradvel e que distribua corretamente as foras mastigatrias aos dentes remanescentes e ao rebordo sseo. Para obter as relaes intermaxilares em PPR devemos ter presentes alguns conceitos fundamentais.Define-se ocluso como sendo as posies de fecho da mandbula. So posies entre as superficies oclusais dos dentes inferiores e superiores, quando em contacto. Uma PPR com ocluso harmoniosa a que permite distribuio correta das foras quando os dentes estiverem em posio de ocluso. A Relao Cntrica uma relao craniomandibular na qual o conjunto cndilo-disco est numa posio mais anterior e superior em relao parede posterior da eminncia articular. a posio de referncia a partir da qual se obtm os registos para a montagem em articulador e ento realizar restauraes protticas. uma posio fisiolgica reproduzvel, independente do contacto dentrio. Por ser uma relao meramente articular a Relao Cntrica vai depender da sade dos tecidos da prpria articulao e tambm da dos msculos da mastigao, que podem modific-la. Nos casos em que haja um deslocamento total ou parcial anterior do disco, no se pode dizer que o paciente possua Relao Cntrica. Nenhum procedimento reabilitador dever ocorrer antes da resoluo dos problemas articulares uma vez que a sanidade dos tecidos da articulao so fundamentais para a futura reabilitao prottica. Outro dos determinantes fixos da ocluso a ocluso cntrica do paciente. Define-se como uma posio exclusivamente dentria, de mxima intercuspidao e independente da posio condilar. A relao entre Ocluso cntrica e a posio dentria em Relao Cntrica ser de mxima importncia nos procedimentos reabilitadores por PPR. No caso da Relao Cntrica coincidir com a Ocluso Cntrica assim como a Relao Cntrica no se apresente coincidente com a Ocluso Cntrica mas o pacinte no apresente sintomatologia, as situaes devem ser mantidas durante a reabilitao da prtese, com cuidado para que a prtese no crie interferncias. No caso da Relao Cntrica diferir da Ocluso Cntrica e o paciente apresente sintomatologia, necessrio que a sintomatologia seja tratada antes da confeo da prtese.Lado de trabalho o lado para o qual a mandbula se desloca at que as cspides vestibulares inferiores e superiores, desse mesmo lado, se alinhem num plano vertical. Ao movimento descrito pelo corpo mandibular denomina-se movimento de Bennet. ngulo de Bennett refere-se ao ngulo que resulta do deslocamento do cndilo do lado do no-trabalho (lado oposto ao de trabalho. Quando o paciente executar um movimento de lateralidade, por exemplo direita, o lado esquerdo o do no trabalho) para a linha mdia (para dentro) com o plano sagital. ngulo de Fisher o ngulo que resulta do deslocamento do cndilo do lado do no trabalho para baixo com o plano horizontal. Este ngulo menos importante no que parte clnica diz respeito, mas necessrio caso se pretenda fazer uma montagem em articulador totalmente ajustvel. Determina a altura da cspide dos dentes posteriores.Os Determinantes Variveis da Ocluso, nomeadamente a altura das cspides, profundidade das fossas, a dimenso vertical e a direo dos sulcos de escape so tambm fundamentais ao longo do processo.Guias de Desocluso1:A Guia incisal associada trajetria condlica so os fatores responsveis pela desocluso dos dentes posteriores durante os movimentos protrusivos. Nem todos pacientes com ausncia de guia anterior desenvolvem disfunes, sendo que o seu restabelecimento torna-se uma consequncia do diagnstico ou do plano de tratamento. Alguns mtodos de restabelecimento da guia incisal envolvem prteses, ortodontia, uso de placas, etc. Deve-se sempre selecionar o tratamento mais adequado para cada situao clnica, no entanto, no caso do paciente j possuir uma guia funcional, no se deve modific-la pelo tratamento prottico.

A Guia de desocluso lateral1 visa contacto ou contactos oclusais exclusivamente do lado de trabalho uma vez que os contactos no lado de no trabalho podem tornar-se prejudiciais pela instabilidade mandibular que proporcionam. O ajuste oclusal pode ser uma opo para eliminar o contacto indesejado. No caso de interferncias que permanecem no lado de no trabalho aps a reabilitao da guia de desocluso do lado de trabalho, o ajuste por desgaste seletivo pode estar indicado. Desocluses em grupo so indicadas apenas na ausncia do canino ou na presena de condio periodontal desfavorvel. Deve-se evitar a desocluso apenas sobre dentes artificiais de uma PPR. As Interferncias oclusais devem ser removidas apenas na presena de sintomatologia ou quando impossibilitarem a confeo da prtese na sua condio adequada. Relativamente ao Plano Oclusal este deve ser corrigido quando apresentar extruses ou migraes dentrias, atravs do acrscimo ou desgaste no esmalte e s vezes em dentina (utilizar flor a 8% nesse ltimo caso para diminuir a sensibilidade).

Anlise Funcional da Ocluso:Durante a anlise funcional da ocluso devemos localizar as interferncias oclusais relacionadas presena ou ausncia de sinais e/ou sintomas existentes.Casos simples que no apresentam alteraes no plano oclusal ou grandes discrepncias entre RC e OC ou contactos no lado de balanceio podem ser avaliados diretamente na boca. Os casos mais complexos devem ser montados em articuladores semi-ajustveis e deve ser realizado um enceramento de diagnstico.

Lei Diagonal de Thilemann1:Geralmente um problema periodontal ocorre entre o incisivo lateral e o canino do lado oposto ao da interferncia conforme a lei de Thilemann que preconiza o seguinte: Interferncias nos dentes posteriores podem restringir os movimentos funcionais da mandbula, provocando alteraes periodontais na regio anterior, diagonalmente oposta interferncia.

Dimenso Vertical1 o espao intermaxilar para uma determinada posio da mandbula. Pode ser entendida ainda como qualquer medida vertical de uma posio fixa da mandbula em relao face.

Dimenso Vertical de Repouso (DVR)1 corresponde mandbula em posio postural (repouso).

Dimenso Vertical de Ocluso (DVO)1 superfcies oclusais dos dentes em MIH (Mxima Intercuspidao Habitual).

Espao Funcional Livre (EFL)1-Espao que varia entre 1 e 4 mm entre dentes antagonistas quando a mandbula estiver em posio repouso. Esta relao deve ser sempre respeitada quando modificamos a DVO. Deve-se t-la em considerao quando queremos determinar a DV perdida.O equilbrio entre os msculos elevadores e abaixadores determina o ELF. Sendo assim, torna-se extremamente difcil determinar o ELF pois uma relao que se modifica de acordo com postura da cabea, hiperatividade muscular, tenso emocional e medicao. Como no existe mtodo preciso para determin-la empregamos o bom senso.

Determinao da DVO1DVO = DVR ELF (aprox. 3mm)Determinao da DVR 1Nenhum mtodo tem extrema e absoluta preciso.No caso de haver prtese total, esta deve ser mantida na boca para posicionar a lngua fisiologicamente.Mtodo do Compasso de Willis: tero mdio da face (canto do olho comissura labial) possui dimenso semelhante ao tero inferior da face (base do nariz base do mento).Mtodo do Repouso Muscular: associado ao mtodo de Willis. Pede-se para o paciente pronunciar o som da letra M bem longo e ento se mede a distncia entre dois pontos, um na maxila e outro na mandbula.Outros mtodos:- Relaxamento realizado pelo dentista nos msculos bucinadores.- Paciente humedece os lbios.- Contagem rpida dos nmeros de 60 a 69.

Aspetos da DVOSe o paciente possuir uma DVO satisfatria esta deve ser mantida. A DVO s deve ser restituda quando no houver espao para a prtese ou quando a DVO foi perdida e deve ser feito atravs de placas oclusais e/ou provisrios para se avaliar a manuteno do sistema estomatogntico uma vez que este um mtodo reversvel.

Reabilitao com PPR 11. Arco antagonista com dentes naturais ou PPF2. Arco antagonista edntulo ou com prtese total.1a- Nmero de dentes naturais suficientes capazes de determinar o padro oclusal que ser seguido. Relao oclusal corrigida apenas se necessrio.1b- Sinal ou sintoma de disfuno crnio mandibular. Diagnosticar e tratar musculatura e articulao antes da reabilitao oclusal.

Requisitos para a estabilidade maxilo-mandibular: cargas axiais direcionadas para o longo eixo do dente, contactos bilaterais simultneos e estveis em MIH, no haver interferncia no lado de trabalho, ausncia de contacto no lado de balanceio e dos dentes posteriores durante protruso, e guia incisal adequada aos movimentos da mandbula.2a- Utilizar RC para determinar a MIH em pacientes edntulos uma vez que a RC propicia centricidade condilar e equilbrio da musculatura da mastigao.Perda da DV em pacientes com disfuno crnio mandibular11.Pacientes dentados com perda da DV.2.Pacientes desdentados com perda da DV.1a- Perda da DV devido ausncia de molares com consequente vestibularizao dos dentes anteriores e extruso dos posteriores sem antagonistas. Podem apresentar dores musculares e/ou articulares, rudos articulares, desvios na abertura e fechamento da boca, mastigao unilateral. A PPR pode recuperar a DV com uma conteno na palatal dos incisivos superiores, onde estaro as guias de desocluso obtendo tambm espao na regio posterior para os dentes artificiais.1b- Perda da DV devido a desgaste dos dentes artificiais de uma PPR. Devemos acrescentar resina acrlica sobre os dentes artificiais da PPR.

Quando no houver uma PPR ou ela for insatisfatria realizamos uma placa de mordida que restabelece a DV e o suporte molar. Essa placa possui a RC igual OC, contactos bilaterais simultneos, liberdade durante os movimentos protrusivo e em lateralidade com contacto respetivamente do lado de trabalho e dos dentes anteriores para o restabelecimento da DV. 2a- Quando houver uma prtese total superior contra uma PPR inferior e apresentar perda da DV com dores musculares e/ou articulares, deve-se realizar uma placa de mordida sobre a prtese total de forma semelhante s placas totais de relaxamento realizadas para pacientes desdentados e que dessa maneira restabelea a DV perdida, ou acrescentar nos dentes da prtese.2b- Quando no houver uma PPR inferior, realiza-se uma placa de mordida inferior com suporte molar reproduzido e que estabelece a DV perdida ou uma prtese provisria.

A perda de dentes posteriores pode provocar um desequilbrio do sistema estomatogntico, sendo a prtese parcial removvel uma teraputica reversvel e no dispendiosa para os pacientes com desgastes dentrios severos. Normalmente, este tipo de situao ocorre com frequncia em pacientes que j possuem uma idade mais avanada, ou em pacientes que possuem algum tipo de problema relacionado como, eroso que provoca perda da superfcie do dente por processos qumicos; a abraso, que provoca perda de superfcie do dente por ao de atrito de uma substncia estranha (por ex:. escovagem dentria); atrito por desgaste do dente durante uma atividade funcional ou parafuncional das peas dentrias. Claro est que se a estes fatores estiver associada uma ausncia mltipla de dentes e espaos desdentados posteriores, provoca em muitos dos casos dor na articulao temporomandibular e perda da dimenso vertical de ocluso. Deste modo, o tratamento deste tipo de situaes consiste na confeo de uma prtese parcial removvel construda sobre os dentes desgastados e por outro lado repondo os dentes em falta. O sistema de reteno deste tipo de prtese feito por meio de uma armao metlica que possui uns braos retentivos de fecho circunferenciais que abraam os ltimos molares. Esta terapia pode ser utilizada como alternativa de tratamento para obteno da esttica, funo e estabilidade oclusal em pacientes com desgastes dentrios severos. de notar que quando so identificados pacientes com algum tipo de parafuno grave associados a stress, ou outros distrbios psicolgicos ou associados ao sono, deve-se pedir auxlio a outros profissionais de sade, por forma a eliminar o agente causal, caso contrrio pode ocorrer um fracasso no tratamento realizado.24Outra aplicao deste tratamento com prtese parcial removvel prende-se com a Disostose Acrofacial de Weyers, distrbio que afeta o desenvolvimento dos dentes, unhas e ossos. O exame intra-oral mostra, normalmente um extenso desgaste dos dentes que se estende at juno esmalte-cemento quer ao nvel da maxila, quer da mandbula. Quanto ao exame extra-oral inclui uma anlise da ocluso, altura mdia e baixa facial, dimenso vertical de ocluso, esttica e fontica. Deve-se sempre ter em considerao o estado de higiene do paciente para predizer o prognstico do tratamento. Assim sendo, aps a obteno dos modelos de estudo, estes so posteriormente montados em relao cntrica num articulador sema ajustvel, usando o arco facial para avaliar o espao interoclusal e selecionar a prtese adequada. Deve-se ter em especial ateno no uso de prteses parciais removveis em crianas, uma vez que pode ser necessrio realinhar ou recolocar a prtese, ou por outro lado, refaz-la devido a mudanas que ocorrem na crista alveolar com o crescimento e desenvolvimento da criana que podero comprometer todo o sistema estomatogntico. Como nestes pacientes comum encontrar grandes espaos dentrios, mal formao dentria, oligodontia e mordida de colapso posterior, que pressupe uma perda da dimenso vertical de ocluso acompanhada por alteraes ao nvel dos dentes anteriores (movimento protrusivo). Assim sendo, aconselha-se o tratamento com prtese parcial removvel por forma a recuperar a dimenso vertical de ocluso e melhorar a classe III que o paciente apresentava. Nota-se, portanto, um aumento da altura facial inferior e uma marcada melhoria esttica.5Este tipo de tratamento tambm se tem mostrado eficaz em pacientes com Amelognese Imperfeita, doena hereditria que engloba um grupo heterogneo de problemas de desenvolvimento com alteraes na estrutura do esmalte. Estes pacientes apresentam uma esttica pobre, dentes sensveis, perda da dimenso vertical, dificuldades na mastigao e desgastes dentrios, iniciando o seu tratamento desde infncia e continuam durante toda a adolescncia. Normalmente, as prteses parciais removveis so aconselhadas a crianas com este tipo de tipo de doena, uma vez que este tratamento pode ser altervel para acomodar o processo de crescimento. O exame intra-oral do paciente revela atrito grave de todos os dentes com mordida aberta anterior. Neste caso, a prtese parcial removvel vai cobrir a superfcie oclusal dos dentes desgastados para restaurar a dimenso vertical de ocluso.6

Concluso

Com base na literatura consultada lcito concluir que:

O mdico dentista deve ter a capacidade de selecionar a tcnica que permita resultados que melhor satisfaam o tratamento da situao de cada paciente, sempreque se pretende restabelecer a funo esttica ou do sistema estomatogntico. A reabilitao oral com prtese parcial removvel pode restabelecer a biologia do sistema estomatogntico, mas o diagnstico, planeamento e tratamento corretos so essenciais para o sucesso.A perda de dentes posteriores pode provocar desequilbrios do sistema estomatogntico. As Prteses Parciais Removveis atuam como terapia reversvel e no dispendiosa para os pacientes, com desgastes dentrios severos em que a esttica ou funcionalidade dentria est comprometida. A maioria dos pacientes que recorre a este tipo de tratamentos com PPR apresentam atrio severa nos dentes, superiores e/ou inferiores, dor na articulao temporomandibular e dimenso vertical de ocluso reduzida. O tratamento consiste em restabelecer a dimenso vertical de ocluso, usando as PPR com reconstruo dos dentes desgastados e sem preparos.

As Prteses Parciais Removveis continuam a ser a nica opo de reabilitar no s a esttica como a funo e estabilidade oclusal em pacientes com desgastes dentais severos. O uso da PPR um tratamento reversvel, conservador e de baixo custo que apresenta tambm um grande benefcio psicolgico ao paciente para alm de que permite preservar a proprioceo e a integridade do osso alveolar.Referncias Bibliogrficas

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Anexos