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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 3

Páginas AzuisNa entrevista do mês, Cledorvino Belini, presidente

da Anfavea, aborda a expansão do setor em 2013

Crédito PerspectivasPróximo ano terá cenário promissor e sustentável

Capa

7º SIAC

Especialistas desvendam o futuro da economia

VeículosEvento da Acrefi discute concessão de crédito

Especial CartõesUso dos plásticos gera resultados

para toda a economia

Entrevista OutsourcingEmílio Cominato, presidente da

New Space, destaca as tendências

do uso da tecnologia bancária

Mercado ImobiliárioFinanciamentos devem alavancar

crescimento do setor

Entrevista CetipRoberto Dagnoni, vice-presidente,

fala sobre nova ferramenta que vai agilizar o

crédito imobiliário

Happy HourParrilla e carnes nobres selecionadas são

especialidades do restaurante Pobre Juan

ComplianceBancos trabalham para se adequar às normas

Basileia III e Fatca

conteúdofinanceiro

artigosAlmir Lima Tecnologia

Jairo Saddi Bancos

Alberto Borges Matias Análise e Perspectivas

Nicola Tingas Última Palavra

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4 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

Publicação da Acrefi – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e InvestimentoRua Líbero Badaró, 425 – 28o andar – São Paulo – SP

Tel: (11) 3107–7177 Fax: (11) 3106–6082 – www.acrefi.org.br

Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira

Vice-PresidentesAquiles Diniz, Bartholomeu Ribeiro, Carlos Alberto Samogin, Claudio Ferro,

Décio Carbonari de Almeida, Élcio Azevedo, Elias de Souza, Felicitas Renner, Luis Félix Cardamoni Neto e Luis Otávio Matias

SecretárioSérgio Cipovicci

TesoureiroAlexandre Teixeira

Diretores Regionais Ciro Pitangueira de Avelino, José Agnelo Seger, Leonardo Dadauto,

Luiz Carlos do Nascimento, Paulo Dalla Nora, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Pedro da Costa Carvalho e Sebastião Cunha

Diretores-ExecutivosJoão Carlos de Souza Caritá, Mara Lygia Prado e Rubens Bution

MontadorasEdson Froes, Edson Ueda, Eduardo Varella, Felipe César Rodrigues Ferreira,

Gunnar Murilo, Joelcyr Carmello e Nelson Aguiar

Diretores ConselheirosJosé Carlos Alves, Leonel Andrade e Wanderlei Vettore

Conselho Consultivo

Alkindar de Toledo Ramos, Manoel de Oliveira Franco e Ricardo Malcon (membros natos);Décio Carbonari de Almeida, Flávio Antonio Meneghetti, Ilídio Gonçalves dos Santos, Júlio Avelar,

Miguel José Ribeiro de Oliveira, Ricardo Loureiro e Rogério Pinto Coelho Amato (membros)

Conselho FiscalDomingos Spina e Sérgio Darcy (efetivos)

Geraldo Lima Vandalsen e Marcus André de Oliveira (suplentes)

Diretor SuperintendenteAntônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)

ControllerCarlos Alberto Marcondes Machado

Economista-ChefeNicola Tingas

AuditoriaPricewaterhousecoopers

Assessoria ContábilSilveira & Lavorini Contabilidade

Assessoria de imprensaTamer Comunicação Empresarial

Rua Novo Horizonte, 311 – Pacaembu – São Paulo – SPTel.: (11) 3125–2244 – CEP 01244-020 – www.gpadrao.com.br

PublisherRoberto Meir

REDAÇÃOEditora

Gisele Donato

Editora-assistente Juliana Jadon

ReportagemAlexandre Finelli, Thaís Moreira e Thiago Fernandes

ColaboraçãoFlávia Corbó e Patrícia BasilioLeandro Fabiano (estágiario)

FotografiaDouglas Luccena

ArteProjeto e designer gráfico Artma Design Gráfico

designer Érika Bernal Revisora Dora Wild

PublicidadeDiretora Comercial – Fabiana Zuanon – [email protected]

Gerente Comercial – Marco Góes – [email protected] de Negócios – Adriana Próspero – [email protected]

Impressão IBEP Gráfica Ltda.

expediente

financeiro ISSN 1809-8843

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editorial

dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 5

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Érico Sodré Quirino Ferreira Presidente da Acrefi

xiste um setor da economia brasileira que nos dá orgulho: o agro-negócio. Entra ano, sai ano, os indicadores econômicos mostram flutuações que ocorrem ao sabor de fatores internos e externos, mas o agronegócio tem se mostrado imune a essa oscilação. Ele é o Brasil que dá certo, com constante aumento da produção e da produtividade, investimentos bem-sucedidos, uso correto da tecno-logia e um contingente de empresários de sucesso que ajudam a colocar o setor em primeiro plano no cenário global, sem nada a dever a seus competidores.

A divulgação dos números do PIB do terceiro trimestre mostrou mais uma vez a força desse segmento e sua importância vital para o País. O agronegócio cresceu 2,5% de julho a setembro, na comparação trimestral, mui-to acima do PIB (0,6%) e de outros setores, como indústria (1,1%) e serviços (que ficou estável). Quando se comparam esses dados com o terceiro trimestre de 2011 a alta do “Brasil rural” é ainda mais expressiva: 3,6%.

Essa é uma história positiva que se tem repetido sempre. O setor é cada vez mais forte no mundo sob qualquer ângulo de comparação com outros países (safra, produtividade, tecnologia, empreendedorismo). O segmento convive, também, com uma estabilidade de regras que só o tem incentivado a crescer. E quando se olha além dos números “frios” dos indicadores, o cenário fica ainda mais favorável: afinal, o agronegócio produz alimentos, o que é essencial não só para o País, mas para todo o mundo. O Brasil, portanto, se fortalece como potência mundial em um setor vital para a sobrevivência da humanidade.

A safra de grãos tem crescido em ritmo acelerado nos últimos anos. Até os anos 1980, o grande sonho era chegar a uma colheita de cem milhões de toneladas. Com o dinamismo do setor, essa barreira não só foi rapidamente superada como mudou de patamar – o crescimento foi de 180% em 20 anos e a previsão para 2012/2013 é de uma safra de 181,5 milhões de toneladas. Mais ainda, a safra brasileira de soja em 2012/2013 somou 82,6 milhões de toneladas, ultrapassando os Estados Unidos e fazendo com que o Brasil tivesse a maior colheita do mundo desse importante produto.

Tão importante quanto o total colhido é o aumento da produtividade. O impressionante crescimento da safra em duas décadas foi alcançado com um aumento da área plantada de 38%. Basta comparar os números: aumento de 180% na colheita para um crescimento de 38% na área. Dados como esses fizeram com que o agronegócio ganhasse mais espaço na economia brasileira: atualmente representa sozinho quase um quarto (23%) de todo o PIB, além de gerar 37% de todos os empregos.

Apesar das incertezas que teimam em rondar a economia mundial, o saldo da balança comercial do agro-negócio supera o de todo o País e somou US$ 67 bilhões de janeiro a outubro de 2012.

Além disso, o agronegócio inclui a sustentabilidade entre suas prioridades, o que é particularmente impor-tante em um cenário mundial de crescente preocupação com o desmatamento.

O agronegócio é uma realidade e um dos caminhos para o fortalecimento do Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto social. Temos de investir nesse setor para tornar nossa nação mais rica e sustentável.

O Brasil que dá certo

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6 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

ACFI – Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A.

Agiplan Financeira S.A. CFI

Banco A.J. Renner S.A.

Banco BMG S.A.

Banco Bonsucesso S.A.

Banco Bradesco Financiamentos S.A.

Banco do Brasil S.A.

Banco Cacique S.A.

Banco Carrefour S.A.

Banco Cifra S.A.

Banco Citibank S.A.

Banco Citicard S.A.

Banco Daycoval S.A.

Banco De Lage Landen Financial Services Brasil S.A.

Banco Ficsa S.A.

Banco Fidis S.A.

Banco Gerador S.A.

Banco GMAC S.A.

Banco Honda S.A.

Banco Intermedium S.A.

Banco Itaú S.A.

Banco Itaucard S.A.

Banco Panamericano S.A.

Banco PSA Finance Brasil S.A.

Banco Rodobens S.A.

Banco Rural S.A.

Banco Safra S.A.

Banco Santander Brasil S.A.

Banco Semear S.A.

Banco Toyota do Brasil S.A.

Banco Volkswagen S.A.

nossasassociadas

Banco Yamaha Motor do Brasil S.A.

Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil) S.A.

BMW Financeira S.A. CFI

BV Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Caixa Econômica Federal

Caruana S.A. – Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento

Cetelem Brasil S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Credifibra S.A. CFI

Dacasa Financeira S.A. – Socied. de Crédito, Financiamento e Investimento

Finamax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Financeira Alfa S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos

Financeira BRB

Herval Financeira S.A. CFI

HSBC Bank Brasil S.A. Banco Múltiplo

Kredilig S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Lecca – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.

Mercantil do Brasil Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos

Midway S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Múltipla CFI S.A.

Negresco S.A. – Crédito, Financiamento e Investimentos

Omni S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Pernambucanas Financiadora S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Portocred S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Portoseg S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Santana S.A – Crédito, Financiamento e Investimento

Sax S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Socinal S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Sorocred – Crédito, Financiamento e Investimento S.A.

Sul Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

Todescredi S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento

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8 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

entrevistadomês

Confiante no crescimento do setor automotivo em 2013, Cle-dorvino Belini, presidente da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfa-vea) e do Sindicato Nacional da Indústria de Tratores, e Caminhões, Automóveis e Veículos Simila-res (Sinfavea), espera entregar o cargo ao novo presiden-te, no próximo mês de abril, com o regime automotivo Inovar-Auto totalmente regulamentado e em execução. Segundo Belini, a partir desse regime sairá uma nova indús-tria automobilística brasileira, renovada em ordem global.

Belini é formado em administração de empresas pela Universidade Mackenzie, cursou pós-graduação em finanças em curso de mestrado na USP e possui MBA pelo FDC/Insead. Também é diretor presidente da Fiat Finanças Brasil desde 2005 e presidente do Conselho de Administração do Banco Fidis desde janeiro de 2009. Além disso, é membro do Conselho Superior Estratégi-co da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do International Advisory Board, da Fundação Dom Cabral. Confira a seguir entrevista exclusiva com Belini, que traça um panorama do setor automotivo.

Em entrevista exclusiva à Financeiro, Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), destaca a importância do Inovar-Auto – regime automotivo que entrará em vigor a partir do ano que vem – e declara que as expectativas do setor indicam que, graças aos macrofundamentos da economia brasileira, produção e mercado doméstico de veículos devem continuar em expansão em 2013

Pela valorização da produção

“made in Brazil”Por Gisele Donato

Revista Financeiro O setor automotivo bra-sileiro encerrou outubro com produção e vendas nos melhores níveis já registrados para o mês. Qual a ex-pectativa com relação às vendas nesses meses que an-tecedem o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)?Cledorvino Belini Os resultados do período janeiro–outubro indicam expansão das vendas de 5,7%, quando comparado com igual período de 2011 (vendas respectivamente de 3,13 milhões de unidades diante de 2,96 milhões de veículos do período homó-logo de 2011). Nossa estimativa é de que o ano se en-cerre com crescimento de no mínimo 4%: 2012 deve registrar a marca de 3,77 milhões de veículos comer-cializados no mercado interno. Será o nono ano con-secutivo de crescimento, iniciado em 2004, ano em que o mercado era da ordem de 1,58 milhão de unidades. Tal resultado confirmou o Brasil como quarto maior mercado de veículos em nível mundial, atrás de China, Estados Unidos e Japão. Em produção estamos em re-cuperação. Basta dizer que até maio os primeiros cinco

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 9

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ação

‘‘ ‘‘No momento, não há motivo para grande preocupação, pois o nível de inadimplência no crédito na carteira de veículos se mantém em um patamar estável

meses do ano indicaram queda de 9,5%. No acumulado janeiro–outubro a queda reverteu para 3,3%. Há, portan-to, estimativa de encerrar o ano com produção em torno de 3,47 milhões, estável em relação a 2011. A aparente contradição entre expansão do mercado e queda da pro-dução nos primeiros dez meses do ano explica-se pelos veículos importados, que participaram no período com 21% do mercado total.

Financeiro Como o senhor analisa 2012 para a in-dústria de veículos no Brasil, já que foi um ano de turbu-lências na economia mundial, com reflexos na brasileira?Belini Apesar da crise internacional, 2012 deve encerrar-se com crescimento do mercado interno e da produção graças ao conjunto de medidas que resultou das iniciativas do governo e da iniciativa privada: redu-ção do IPI e do IOF, retomada do crédito e descontos promocionais dos fabricantes de veículos e de suas re-des concessionárias.

Em exportações, entretanto, 2012 deve encerrar com cerca de 525 mil veículos embarcados para o exterior, sétimo ano consecutivo de queda (já exportamos 724 mil veículos, isso em 2005). Pesam aqui certa retração de mercados no exterior e perda de competitividade geral da indústria. Essas questões de competitividade devem ser enfrentadas em termos de insumos e infraestrutura, como energia elétrica, portos, aeroportos, rodovias e fer-rovias, desonerações de produção, entre outras.

Financeiro A classe média, nos últimos anos, pro-tagonizou um boom nas vendas de automóveis e mais

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10 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

entrevistadomês

recentemente, a classe C. Mas ao mesmo tempo houve aumento da inadimplência e com isso os bancos fica-ram mais rígidos na autorização de financiamentos para veículos. Em sua opinião, como isso pode afetar as ven-das no próximo ano?Belini Os dados de inadimplência fornecidos pelo Banco Central, os mais recentes, que se referem a setem-bro, indicam nível tolerável, de 6%, enquanto a média geral de inadimplência para todos os bens financiados é da ordem de 7,9%. Portanto, no momento, não há mo-tivo para grande preocupação, pois o nível de inadim-plência no crédito na carteira de veículos se mantém em um patamar estável.

Financeiro Como o senhor analisa o novo Regime Automotivo, regulamentado pelo governo, que entra em vigor em 2013 e exigirá das montadoras mais inves-timentos no País?Belini O Inovar-Auto – regime automotivo para o período 2013–2017 – é um instrumento de política industrial que coloca a indústria automobilística bra-sileira em um novo ciclo tecnológico, de desenvolvi-mento da produção no País e de sustentabilidade. O novo regime automotivo permitirá o planejamento da indústria no longo prazo, objetivando preparar o setor para as demandas do mercado, nos próximos anos, em termos de produção, produtos e processos, inovação e tecnologia automotiva.Com um mercado interno projetado entre cinco e seis milhões de veículos anuais nos próximos anos e um

mercado internacional cada vez mais globalizado e competitivo, a indústria automobilística brasileira bus-ca o adensamento de sua cadeia produtiva com inova-ção e incorporação de tecnologias, mais competitivida-de e atração de novos investimentos no País. O novo regime automotivo é um balizamento para o futuro, ao mesmo tempo em que estabelece um amplo arco de desafios para os fabricantes de veículos no País, exigin-do investimentos e metas em nacionalização, inovação, engenharia automotiva, em valor agregado de produ-to e em eficiência energética dos veículos, visando à valorização da produção “made in Brazil”. Se somos o quarto maior mercado do mundo, é legítimo ao Brasil aspirar a ser também um dos maiores produtores auto-motivos mundiais, inclusive capacitar-se como centro global de desenvolvimento de produtos.

Financeiro Como o novo regime irá impactar a produção automotiva no Brasil?Belini O programa Inovar-Auto impactará positiva-mente nos produtos e na produção automotiva no País, inclusive com o desenvolvimento de componentes de alta tecnologia e de eletrônica embarcada, buscando também maiores possibilidades para os veículos brasilei-ros no mercado internacional. A habilitação ao programa significará o compromisso das empresas e do setor para o fortalecimento e desenvolvimento da cadeia automotiva – montadoras, autopeças e matérias-primas – por meio de mais investimentos, desenvolvimento local e incor-poração de tecnologias; aumento de compras locais de materiais, aumento da eficiência energética dos veículos e produtos de maior valor agregado.

Financeiro Mesmo com os incentivos que o novo regime automotivo dará, as empresas serão obrigadas a produzir pelo menos 60% de seus veículos com siste-mas de segurança ABS e airbags. Com o fim da isenção do IPI, a tendência é que os veículos fiquem mais caros e, consequentemente, as vendas caiam. Nesse cenário, qual a expectativa do setor para 2013?Belini Freios ABS e Airbag se tornaram obrigatórios para todos os veículos, como equipamentos de série;

entrevistadomês

‘‘ ‘‘Se somos o 4° maior mercado do mundo, é legítimo ao Brasil aspirar a ser também um dos maiores produtores automotivos mundiais, inclusive capacitar-se como centro global de desenvolvimento de produtos

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 11

estamos cumprindo o cronograma de implantação estabelecido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Certamente são custos, mas sua produção em escala, via-bilizada pela obrigatoriedade, não só deve atrair investimentos para o País como colaborar para certa diluição de custos; quanto ao mais, trata-se de assunto restrito à estra-tégia industrial e comercial de cada empresa. Os precedentes de equi-pamentos tornados obrigatórios ou exigidos mostram que o mercado reconhece o valor agregado de tais dispositivos. Nossas expectativas gerais para 2013 indicam que, gra-ças aos macrofundamentos da eco-nomia brasileira, produção e mer-cado doméstico de veículos devem continuar em expansão.

Financeiro Além da isenção do IPI, em sua opinião, quais as saídas para se manter o mercado automo-tivo aquecido?Belini O mercado de automóveis depende basicamente da macroeco-nomia (emprego, renda, expectativa de manutenção do nível de renda) e cré-dito adequado, em termos de juros e prazos de pagamento: cerca de 70% da comercialização depende do crédito. Isso é assim em todo o mundo. A dis-ponibilidade de crédito é fundamental para girar o mercado de automóveis.

Financeiro O Brasil ainda sofre com a falta de mão de obra qualifi-cada; como o setor automotivo tem enfrentado o problema?Belini As empresas do setor têm f

‘‘ ‘‘ Cerca de 70% da comercialização de automóveis depende do crédito. A disponibilidade de crédito é fundamental para girar esse mercado

historicamente complementado o treinamento do trabalhador em caráter per-manente, seja por si, seja pelo sistema Senai. Porém o Brasil somente poderá chegar ao padrão de país global se vencer o desafio da educação e da qualificação.

Financeiro Quais os maiores desafios à presidência da Anfavea?Belini A poucos meses de encerrar meu mandato na Anfavea (abril 2013), visto que os novos quadros dirigentes serão eleitos para o mandato abril/2012 a abril/2015, guardo a expectativa de entregar a Anfavea ao novo presidente com o regime automotivo Inovar-Auto totalmente regulamentado e em execução, porque dele sairá uma nova indústria automobilística brasileira, renovada em ordem global. Espero que na próxima gestão o Brasil continue entre os maiores mercados automotivos do mundo e também eleve seu status de produtor em nível global, em termos quantitativos e qualitativos.

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notasmercado

12 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

IMPOSTO

PARCERIA

Impostômetro chega à casa dos trilhões em 11 meses

Serasa Experian e Iovation fecham parceria mundial

Em novembro, o Impostômetro registrou mais de R$ 1, 3 trilhões arrecadados nas três esferas de governo a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, inclusive multas, juros e correção monetária. Só para ter uma dimensão dessa quantia, daria para construir mais de quatro milhões de postos de saúde equipados, mais de 38 mil casas populares de 40 metros quadrados, fornecer mais de nove milhões de Bolsa Família, entre outros dados, tudo segundo o site. Vale destacar que é o quinto ano consecutivo em que se ultrapassa R$ 1 trilhão em impostos e que, em 2012, essa marca foi alcançada 15 dias antes em comparação ao ano passado.

As duas empresas decidiram fechar a parceria para aumentar o combate às fraudes em transações na internet. A Iovation é especialista na tecnologia de identificação e reputação de equipamentos eletrônicos que realizam transações na internet. Com essa parceria, o software da Iovation se unirá com as soluções da Serasa Experian, instituição reconhecida no mercado por oferecer serviços de informação para empresas na hora de tomar decisões.

RENDA

O IBGE divulgou, em novembro, dados da SIS (Síntese dos Indicadores Sociais) que mostram a menor disparidade de riquezas desde 1981. Foi registrado índice de 0,508 em 2011, a menor diferença até hoje. Apesar de ser um número expressivo, o País fica bem atrás de diversos países europeus. A Suécia, por exemplo, registrou em 2011 uma disparidade de 0,244. Outros números da pesquisa chamaram atenção. Segundo o SIS, de 2001 a 2011 a porcentagem mais pobre da população, 20%, registrou aumento de renda de 2,6% para 3,5%.

Desigualdade de renda no Brasil atinge o menor índice em 31 anos

R$ 130 bilhões

35,31%

R$ 860 mil

74 anos e 29 dias

é a estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos) da quantia que será injetada na economia devido ao

pagamento do décimo terceiro

é a porcentagem correspondente no PIB referente à carga tributária em 2011,

segundo dados divulgados pela Receita Federal, em novembro

é o valor da multa que a Casa da Moeda deverá pagar por despejar resíduos no

Canal de São Francisco, segundo o IEMA (Instituto Estadual do Meio Ambiente)

é a expectativa de vida do brasileiro em 2011, segundo dados do IBGE divulgados em novembro deste ano

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 13

panoramacetip

Em evento promovido na sede da Acrefi, em novembro, o gerente sê-nior comercial da unidade de financiamentos da Cetip, Cristiano Dantas, apresentou os números do mercado de financiamento de veículos em setembro, a partir de levantamentos feitos pela empresa.

Na comparação anual, o mercado apresentou redu-ção de 27% do número de operações realizadas (grava-mes emitidos) na comparação com setembro de 2011. Foram 486 mil, entre financiamento de novos e usados, contra 666 mil um ano atrás. Em volume financeiro, a queda foi maior, de 28%, saindo de R$ 19,9 bilhões para R$ 14,4 bilhões.

Apesar da queda em setembro, a quantidade de opera-ções no terceiro trimestre de 2012 apresentou elevação de 7% ante o segundo trimestre do ano, passando de 1,67 milhões de operações para 1,79 milhões. Em volume, o aumento foi de 12%, indo de R$ 43,8 bilhões para R$ 49,2 bilhões.

Desde janeiro, foram financiados no País em média 570 mil veículos por mês, entre autos leves, pesados e

Mercado automotivo em foco

Por Thiago Fernandes

Evento promovido pela Acrefi e Cetip apresenta estimativas para o segmento

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ação

motos, tanto novos quanto usados. Em volume finan-ceiro, isso representou uma média mensal de R$ 14,3 bilhões emprestados para compra de veículos.

Com relação aos autos leves, foi observada uma que-da no volume financiado a partir de vendas de concessio-nárias na comparação mensal de 2012 com a de 2011. Em média, neste ano foram financiados R$ 6,1 bilhões por mês nesse tipo de revenda, contra R$ 6,8 bilhões no ano passado, redução de 10%. Nas revendas de semino-vos, a queda foi menor, passando de R$ 3,3 bilhões para R$ 3,1 bilhões, ou 6%.

Com relação ao ano de fabricação dos veículos, a única faixa que observou aumento neste ano foi o de seminovos (modelos de 2008 a 2013). Nessa faixa, foi observada uma elevação de 21% no volume médio mensal, que passou de R$ 3,06 bilhões em 2011 para R$ 3,7 bilhões neste ano. No caso de veículos novos, houve uma redução de 3%, passando de R$ 6,8 bilhões para R$ 6,6 bilhões.

Em setembro, o financiamento representou 55% das vendas de veículos novos, com 153 mil inclusões de gra-vame no mês, em relação as 278 mil unidades vendidas. O número representa uma queda de oito pontos por-centuais com relação a agosto, quando foram financiadas 63% das 405 mil unidades vendidas (256 mil gravames).

Entre as modalidades de financiamento, CDC vem se mantendo estável como principal opção de financiamento, com cerca de 90% das operações, contra 7% do leasing. Os números são constantes desde setembro de 2011.

Com relação ao canal, em setembro se manteve o porcentual de operações efetuadas em agências da rede bancária, que respondeu por 16% dos financia-mentos, contra 78% realizadas por financeiras espe-cializadas no setor. f

Cristiano Dantas, da Cetip “Em setembro, o financiamento representou 55% das vendas de veículos novos”

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créditoperspectivas

2013:Apesar de o crédito ter crescido de forma moderada em 2012, o próximo ano tem cenário promissor e sustentável, segundo especialistas ouvidos pela revista Financeiro

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ação

Financiar um carro ou uma casa nem sempre foi fácil no Brasil. Mas desde que as instituições bancárias – incentivadas pelo governo – facilitaram a toma-da de crédito para o consumidor, a partir de 2009, esse sonho passou a se tornar uma realidade para muitos brasileiros. O resultado desta abertu-ra foi o crescimento, a passos largos, do mercado de crédito na época. Po-rém a falta de informação e de educa-ção financeira fez com que os níveis de inadimplência atingissem níveis preocupantes, levando bancos a res-tringirem novamente a liberação de empréstimos. Entretanto essas con-sequências não afetaram drastica-mente o mercado de crédito no Brasil. Pelo contrário. Segundo os especialistas ouvidos pela revista Financeiro, estima-se que o mercado de crédito continue cres-cendo, mesmo que em proporções mais modestas.

Essa é a expectativa de Gusta-vo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Ten-dências, que é otimista em relação ao crescimento do mercado de crédito este ano, porém com uma margem não tão elevada, como já vista em 2009. “Deve-se levar em

Um ano de equilíbrioconta que é um momento em que o consumidor brasileiro está mais endividado que no ano passado, ou seja, o crescimento será menor”. A estimativa do economista para 2013 é de alta de 8,7% para pessoa física e 6,8% para pessoa jurídica.

Loyola alerta que o crescimen-to do mercado de crédito não deve ser comparado ao que o mercado já cresceu nos anos anteriores a 2011. “As famílias hoje estão mais endivi-dadas que no ano passado”. Ou seja,

para o economista, os espaços para crescer “vão diminuindo”, já que o poder de tomada de financiamento do consumidor é menor em compa-ração ao movimento que houve em 2009, por exemplo.

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Por Thais Moreira e Alexandre Finelli

créditoperspectivas

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Gustavo Loyola, ex-BC “Os bancos terão de avaliar o nível dos consumidores que utilizam empréstimo de maneira mais sofisticada, pesando o risco do crédito e a expansão das operações’’

As estimativas de Roberto Ver-tamatti, conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finan-ças, Administração e Contabilida-de (Anefac), são semelhantes ao de Loyola. Vertamatti também prevê um crescimento moderado. “Em 2012, acredito que o crescimento será de 10%. Para o ano que vem, será nessa mesma ordem”, comple-menta. “Hoje, o crédito representa 52% do PIB. Desse valor, aproxima-damente 30% se destinam ao con-sumidor (pessoa física)”, finaliza.

Alerta vermelhoSegundo Samy Dana, econo-

mista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o merca-do de crédito brasileiro ainda tem muito a crescer e está aquém de seu potencial. Porém Dana res-salta que não basta disponibilizar dinheiro, é preciso investir e ensi-nar as pessoas a utilizá-lo. O alerta tem como intuito combater um dos maiores obstáculos à oferta de crédito nos dias de hoje: o alto número de inadimplentes.

Para se ter uma ideia, o por-centual das famílias brasileiras inadimplentes em outubro che-gou a 59,2%, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divul-gada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Com o aumen-to da inadimplência do consumi-dor este ano, houve uma mudan-ça de postura no que se refere às instituições bancárias do País, que tomaram a dianteira. “Os bancos privados assumiram, a partir daí,

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créditoperspectivas

Projeções otimistasA Federação Brasileira de Bancos

(Febraban), na pesquisa “Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado” – que consultou 28 analis-tas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos em setembro –projeta que o saldo da carteira total de operações de cré-dito no País deve encerrar o ano com avanço de 16% em relação a 2011. Para 2013, o crescimento esperado da carteira total de crédito também avan-çou 0,1 ponto porcentual em relação a 2012, chegando a 15,9%. Projeta-se um aumento em praticamente todos os segmentos de crédito, mas a maior expansão continua sendo a dos em-préstimos com recursos direcionados (financiamentos rural e habitacional, por exemplo), estimada em 17,2% para 2012 e em 16,6% para 2013 (na pesquisa de julho, esses números eram 17% e 16,5%, respectivamente).

A LCA Consultores apresenta dados ainda mais otimistas. Segundo Wermeson França, economista da consultoria, o saldo total de crédito deve atingir 17% em 2013. França credita o bom desempenho à restri-ção que foi dada ao crédito por parte dos bancos e à menor capacidade de as famílias assumirem novas dívidas. “Notamos atualmente que a cada

Crescimento robusto

Fonte: Banco Central

A participação do mercado de crédito em relação ao PIB cresceu ano após ano. O gráfico abaixo mostra a evolução a partir de setembro de 2008 a setembro de 2012

Ano 2008 2009 2010 2011 2012

Total 39,1 43,6 44,3 47,4 51,5

Samy Dana, professor FGV

“O mercado de crédito

brasileiro ainda tem muito a

crescer e está aquém de seu

potencial”

uma postura mais conservado-ra e os públicos, mais agressiva”, afirma Loyola.

Mesmo assim, não dá para negar o empenho dos brasileiros em quitar suas dívidas. Tanto o comércio quan-to os bancos fizeram um esforço iné-dito para renegociar as contas, apro-veitando as taxas de juros reduzidas. A medida parece ter surtido efeito. Uma prova disso foi o número de pessoas que conseguiram limpar seu nome. De janeiro a setembro deste ano, cerca de 15 milhões de pessoas tiraram seus Cadastros de Pessoa Fí-sica (CPFs) da lista de inadimplentes, atingindo níveis recordes. O levanta-mento nacional, feito pela empresa de informações financeiras Serasa Experian, aponta que esse foi o maior número registrado em quatro anos.

Segundo Alexandre Chaia, pro-fessor de finanças do Insper, o mer-cado está se comportando de ma-neira natural. “Quando você analisa o mercado de crédito, você percebe que é um movimento cíclico, sepa-rado por etapas. E este é um ano em que as pessoas aproveitaram os juros baixos para renegociarem e quitarem suas dívidas”, explica. Em seguida, ele complementa, dizendo que 2013 deve ser de retomada de crédito para aquisição de bens.

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As camadas de baixo poder aquisitivo foram as responsáveis pelo maior crescimento das demandas dos consumidores em outubro: 16,3% entre os que ganham mensalmente até R$ 500; 17,4% para quem recebe entre R$ 500 e R$ 1.000 e 18,2% para os que têm entre R$ 1.000 e R$ 2.000 mensais. Devido ao aumento do salário mínimo, em 2012, apenas as camadas de renda mais baixas da população estão registrando crescimento na demanda por crédito.O Sudeste foi a que apresentou o maior crescimento da demanda por crédito do consumidor, com alta de 26,8%. Já o Nordeste vem logo em seguida, com uma procura de 16,2% na região. O Norte registrou índice menos expressivo, de 7,5%. Já as regiões Sul e Centro-Oeste foram responsáveis pelas demandas mais modestas (2,2% e 1,7%, respectivamente). No geral, as regiões que apresentam renda per capita mais baixa continuam representando os locais que mais demandam crédito.

Perfil de quem procura o crédito no Brasil

Fonte: Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito

“Este é um ano em que as pessoas aproveitaram os juros baixos para renegociarem e quitarem suas dívidas” Alexandre Chaia, do Insper

cem pedidos de financiamento, ape-nas 30% são aprovados.”

França ressalta que antes de olhar para 2013, é necessário fazer uma análise de “comportamento” deste mercado em 2012. “O ano começou um pouco restritivo em virtude da desaceleração de 2011, quando o go-verno anunciou medidas para conter o endividamento do consumidor. No meio do ano, essas medidas foram afrouxadas e o crédito continuou a crescer, mesmo que de forma mode-rada”, comenta.

A influência internacional

Um outro fator que tende a esti-mular a oferta de crédito no Brasil em 2013 é a realidade de um cenário inter-nacional mais calmo. Com a Zona do Euro mais estável e a reeleição do presi-dente americano Barack Obama (vista como positiva pela Europa), os bancos internacionais passam a conquistar a confiança dos empresários brasileiros novamente, se tornando mais uma possibilidade para busca de crédito. “O cenário internacional influencia o mercado de crédito brasileiro, porque muitos bancos captam dinheiro lá fora, mesmo que ainda seja em proporções pequenas”, explica Samy Dana.

Wermeson França também apos-ta na continuidade de crescimento da Europa e na recuperação dos Estados Unidos. “Esses fatores devem afetar a confiança dos consumidores, que vão impulsionar o crescimento do merca-do de crédito no País.”

Efeito dominóFrança explica que o mercado de

crédito ainda sofre com uma “ressaca”

em virtude da forte abertura de cré-dito ao consumidor em 2010, o que causou o aumento da inadimplência de tal forma que refletiu no balanço dos bancos que, naturalmente, res-tringiram o crédito ao consumidor, seja para comprar uma casa ou um carro, por exemplo. A consequência dessa restrição poderá ficar mais evi-dente a partir de 2013, especialmente no setor automotivo.

Beneficiado pela redução do Im-posto sobre Produtos Industrializados (IPI), prorrogada duas vezes pelo governo, espera-se que fabricantes e revendedores não contarão mais com a liberação do imposto a partir do ano seguinte. Consequentemente, o seg-mento deve operar com um crédito mais restrito. Já os fornecedores que desejam obter algum tipo de incentivo deverão se comprometer com uma série de metas fixadas pelo governo, lançado em outubro. Entre os objetivos está a redução de 12,08% no consumo de gasolina e etanol até 2017.

Mas a “moderação” não será apenas para o crescimento do mer-cado de crédito. Segundo Gustavo Loyola, outro fator relevante em 2013 será o posicionamento dos bancos, que querem ter também o retorno dos empréstimos. “Os bancos terão de avaliar o nível dos consumidores que tomam emprés-timo de maneira mais sofisticada, pesando o risco do crédito e a ex-pansão das operações.” f

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O presidente da Acrefi mostrou aos participantes os avanços que o País conquistou nos últimos anos, mas ressaltou que poderiam ser melhores. Confira: 4 Risco País atingiu 149 pontos4 Taxa Selic 7,25% ao ano4 Reservas internacionais – US$ 378 bilhões4 Nível de desemprego – 5,39% (IBGE – agosto)4 Hoje o País é considerado Grau de Investimentos4 Conquistas de vendas recordes de veículos4 Relação Crédito–PIB de 51,5% (dado de agosto do Banco Central do Brasil)

Resultados do Brasil

do a educação for a nossa verdadeira prioridade”, aponta Ferreira.

Para ilustrar a situação calamito-sa do ensino brasileiro, o presidente da Acrefi mostrou uma foto de uma escola no Camboja – tirada por ele mesmo – e comparou com uma imagem de outra em São Paulo (SP), onde a aparência e a estrutura eram bem piores. Ao comparar as fi-guras, é possível notar que no Cam-boja – mesmo sem água encanada em algumas casas – a estrutura física da escola é melhor do que a situada em uma das cidades mais estrutura-

Já o Brasil, apesar da evolução econômica conquis-tada nos últimos anos (ver quadro), carece de reformas políticas e fiscais, de melhorias na educação e em sua in-fraestrutura para competir com mais astúcia no cenário econômico internacional. Foi com esse pensamento que Érico Ferreira, presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimen-to) deu início ao 7º Seminário Internacional Acrefi (Siac) – “Qual o futuro do consumo e do crédito no Brasil e no mundo?”, realizado em São Paulo, pela entidade.

Ferreira aponta que, mesmo com os avanços, o Brasil ainda enfrenta problemas e precisa avançar em diversos pilares de seu acrescimento. Um deles, segundo ele, é a infraestrutura que deixa a desejar em estradas, em aero-portos e em diversos outros campos, ainda despreparada para sediar grandes eventos globais que se aproximam, como a Copa do Mundo de 2014.

Além disso, existe uma elevada arrecadação tribu-tária no País e outras situações que engessam o cres-cimento das empresas. A Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), por exemplo, é a mesma desde 1943, quando foi sancionada.

E, ainda, não é novidade para ninguém que a edu-cação pública é falha. No Brasil, são 195 mil escolas, 14 milhões de analfabetos, sendo que 27% deles são funcio-nais. “O Brasil só será um país de Primeiro Mundo quan-

das do Brasil. “É assim que o País gas-tará 10% do Produto Interno Bruto em educação?”, questiona Ferreira.

Consumidor cauteloso O financiamento de veículos

não desponta mais como a principal intenção de compra parcelada entre os consumidores brasileiros. Uma pesquisa efetuada pela Ipsos, no co-meço de outubro, com exclusivida-de para a Acrefi, aponta que no Brasil as pessoas pretendem utilizar crédito para comprar nos próximos meses bens de valor mais baixo do que os

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capa7ºSiac

Érico Ferreira, presidente

da Acrefi “O Brasil só

será um país de Primeiro

Mundo quando a educação for a nossa verdadeira

prioridade”

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automóveis, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Nos últimos 90 dias, 96% dos consumidores utilizaram esse ser-viço financeiro para comprar ali-mentos, 40% roupas e somente 4% adquiriram televisores, geladeiras e fogões. Já para o quarto trimestre e para o Natal o cenário se inverte e o sonho de consumo nos finan-ciamentos é a geladeira. Dos que pretendem financiar algo nos pró-

ximos meses, 93% dizem que será um refrigerador.

“Notamos uma tendência de o consumidor, principalmente o de baixa renda, financiar mais ele-troeletrônicos do que carros. Isso se dá, pois ele terá mais cautela nas aquisições parceladas dos próximos meses”, assegura Nicola Tingas, eco-nomista-chefe da Acrefi.

Mas nem tudo é perfeito. A pes-quisa alerta que 48% da mostra está

inadimplente ou com algum tipo de parcela atrasada. E, ainda, 48% dos participantes estão “nada seguros” e 27% “pouco seguros” em adquirir um automóvel parcelado.

O levantamento da Ipsos/Acre-fi foi realizado em 70 cidades e nove regiões metropolitanas. A margem de erro é de três pontos porcentuais.

Bastidores da crise de 2008

Bear Stearns, Washington Mu-tual, Countrywide e tantos outros são nomes de bancos que deixaram de existir após o abalo econômico da crise de 2008, causada pelos sub-primes, nos Estados Unidos.

William Rayburn, CEO e Chairman da FNC, abordou com detalhes como ocorreu a crise com a apresentação “Bolhas imobiliá-rias: a experiência dos Estados Uni-dos”. De acordo com ele, o pressu-posto que desencadeou tamanho problema para aquele país era que o preço das casas próprias sempre se manteria estável ou subiria e os gestores dos bancos acreditavam piamente nisso. “Nos lares america-nos, as pessoas confiavam que esta-va tudo bem e que havia demanda para o mercado imobiliário. No entanto, com as bolhas de crédito, a crise trouxe um cenário bem dife-rente para a população”, reforça.

Rayburn aponta que se os ban-cos naquela época tivessem adotado

Índice de propensão ao endividamento

geladeira televisão fogão

carro roupas alimentação

3

33

35

28

1 3

34

35

27

1 3

34

34

27

1

2

22

27

48

1

4525

18

1

16

55

16

1311

0

Fonte: Ipsos/Acrefi

muito seguro

seguro

pouco seguro

nada seguro

nenhum

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sistemas que coletam melhores informações do mercado, – com modelos mais rigorosos de men-suração de perdas e riscos e com mais exigências de garantias para o crédito ofertado – a crise, da maneira que ocorreu, poderia ter sido evitada. “Com ferramentas de análise é possível avaliar melhor o escore de crédito de cada cliente e precificar a garantia dada na opera-ção financeira”, assegura.

O especialista aproveitou para analisar o cenário imobiliário brasi-leiro, no qual houve um boom veri-ficado nos últimos anos, incentivado pelas políticas e facilidades criadas pelo governo para a compra da ha-bitação. O programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal, é um exemplo de incentivo.

Nesse cenário nacional, recorda ele, existe uma semelhança com o início da crise nos Estados Unidos. Por aqui, o preço dos imóveis tam-bém cresceu demasiadamente nos últimos anos – em alguns lugares a valorização chega a 300% – e as pes-soas acreditam que existe nesse setor um cenário de investimento seguro. Casas, teoricamente, não perdem valor, só ganham. Todavia essa alta acompanha a demanda dos brasilei-ros por novos lares. “O Brasil está co-locando o mercado imobiliário em um navio. Não haverá problema de naufrágio se esse setor operar com a análise de risco necessária”, encerra.

Tendências globais Aparentemente, a crise nos Esta-

dos Unidos passou, o país se recupe-rou e a sua economia está crescendo. O Produto Interno Bruto (PIB) nor-te-americano apresentou elevação

de 2% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a primeira estimativa do Escritório de Análise Econômica da região. Além disso, possui também um sistema bancá-rio mais consolidado do que antes do abalo econômico. Marc Goudart, vice-presidente sênior da Experian De-cision Analytics, colocou em pauta o que acontece ao redor do mundo com as economias que foram afetadas pela crise de 2008.

O Norte da Europa está com a economia estagnada, o que é bom comparado ao Sul, onde há um cenário de declínio econômico. Já a Europa Central também apre-senta crescimento. “Em momento de crise econômica é preciso aprender e encontrar oportunidades de cres-cimento. Temos de entender quais os clientes em que podemos apostar para crescer, mesmo nessa situação”, aconselha o especialista.

Apesar do panorama diversificado nas diversas re-giões, Goudart aponta que os quatro principais desafios dos negócios são os mesmos em todo o mundo: alcançar

Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi “Notamos uma tendência de o consumidor, principalmente o de baixa renda, financiar mais eletroeletrônicos do que carros. Isso se dá, pois ele terá mais cautela nas aquisições parceladas dos próximos meses”

Milton Santos, da Desenvolve SP “Nosso empresário trabalha com um horizonte de curto prazo nos investimentos, o que no final pode gerar problemas de administração de caixa”

De acordo com pesquisa global da Ipsos, o Brasil é um dos cinco países mais propícios para o mercado de crédito. Exemplo disso, 10% da população brasileira diz que comprará um imóvel no próximo ano e 32% apontam que assumirão algum financiamento nesse período

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capa7ºSiac

R$ 1,4 trilhão

Carteira total do sistema financeiro de crédito

Recursos livres Recursos direcionados

R$ 800 bilhões

R$ 702 bilhões

Pessoa física BNDES

R$ 443 bilhões

R$ 709 bilhões

Pessoa jurídica Outros

R$ 357 bilhões

614 dias

Prazomédio Curto prazo

R$ 74 bilhões (16,7%)

408 dias

Prazomédio

Longo prazo (BNDES)

R$ 369 bilhões (83,3%)

resultados, ter um bom controle de riscos, criar eficiência e complian-ce – com as regulamentações vi-gentes como Basileia III e a aloca-ção de capital exigida.

Esses elementos-chave aliados ao bom atendimento e a conquista do consumidor constituem o caminho para o sucesso do setor financeiro. Mas é preciso também aperfeiçoar outros processos nas corporações. Se-gundo Goudart, as novas gerações de consumidores demandam de mais in-formações, além de dados mais preci-sos. “Quem entender os clientes e suas necessidades fará parte dos grandes líderes de mercado”, conclui.

País do otimismo O sorriso na face dos brasileiros

estampa mais do que simpatia. Mais de 65% da população por aqui diz que a economia local irá melhorar dentro de seis meses, o que demons-tra um nível de otimismo sobre a nossa economia. Na maior parte do mundo, todavia, as populações

não possuem grandes expectativas e acreditam que as suas economias vão se estabelecer no mesmo pata-mar em que já se encontram. Em outros dois países latinos, México e

Marc Goudart, da Experian Decision Analytics

“Em momento de incerteza econômica é preciso aprender e encontrar oportunidades de

crescimento. Temos de entender quais os clientes em que

podemos apostar para crescer, mesmo nesse cenário”

Argentina, 41% da população aposta em uma economia mais vigorosa.

O dado é de pesquisa feita men-salmente pela Ipsos Public Affairs em 25 países, que representam 75% do PIB global e 63% da população. Foi o próprio CEO global da com-panhia, Darrel Bricker, que a apre-sentou durante o encontro da Acrefi. “Se você acha que as coisas não estão indo bem no Brasil, dê uma olhada no que ocorre em outros países”, brinca o executivo.

De acordo com o especialista, o Brasil é um cenário potencial para o mercado de crédito. O país está co-locado entre os cinco mais propícios em termos de oportunidades para esse segmento. Cerca de 10% da po-pulação brasileira diz que comprará um imóvel no próximo ano e 32% aponta que assumirá algum tipo de financiamento nesse período.

Quem lidera o ranking do otimismo, no entanto, é a Arábia Saudita, onde 84% da população classifica a economia como boa. Ao redor do globo, a minoria acredita em avanços econômi-cos. Em média, quatro em cada dez cidadãos no mundo veem a Fonte: BNDES e Banco Central (agosto de 2012)

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O Banco Central irá aumentar em mais R$ 6,5 bilhões o volume de recursos disponíveis para os bancos pequenos emprestarem. Para isso usará as reservas do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Antônio Carlos Bueno, diretor-executivo do FGC, conta que, com a iniciativa, o fundo irá funcionar como um importante funding para os bancos pequenos, inicialmente e posteriormente para as demais instituições. “O FGC será uma nova possibilidade para o mercado do crédito, com uma série de facilidades”, assegura o executivo.

Novo recurso

economia de seu país de forma positiva. “Falamos do que as pes-soas pensam. Há muitas expecta-tivas de que dias melhores virão, especialmente para o Brasil. No entanto a realidade é diferente da percepção”, considera o executivo. Nesse aspecto, o CEO da Ipsos alerta que é preciso que as grandes companhias se preparem para um novo cenário no qual as popula-ções possuem menos filhos e os mercados podem crescer com ve-locidade reduzida.

Além disso, é preciso, segundo ele, ter mais transparência em todas as ações, devido à entrada dos clien-tes das redes sociais e a exigência de rapidez em todos os sentidos das re-lações de consumo.

Fomento da população As micro e pequenas empresas

precisam de mais do que recursos para a sua criação, continuidade e expansão no Brasil. Elas carecem também do apoio de quem entende de empreendedorismo. Nesse sen-tido, Milton Luiz de Melo Santos, presidente da agência de fomento paulista Desenvolve SP, abordou “O crédito e a importância para o cresci-mento econômico”.

Segundo o executivo, as micro e pequenas empresas – que represen-tam 90% das companhias no País – possuem ausência de garantias, assimetria de informações, ausência de gestão, pouca profissionalização e uma cultura de investimento de cur-to prazo, o que gera menos ganhos do que no longo prazo. Esses fatores, que demonstram despreparo, ele-vam os riscos de atuar no mercado. “Nosso empresário trabalha com

um horizonte de curto prazo nos investimentos, o que no final pode gerar problemas de administração de caixa”, aponta Santos.

Para ajudar nesse cenário, existem as agências de fo-mento que, assim como a Desenvolve SP, operam como um banco de desenvolvimento repassando os recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Elas proporcionam para as empresas o financiamento de longo prazo por tarifas vantajosas.

A premissa é contribuir para a geração de renda e em-prego no Estado de São Paulo e diminuir a desigualdade. As agências de fomento não possuem espaços físicos, mas atuam por meio de parcerias com órgãos de classe e entidades representativas.

O funcionamento é simples. Por meio do portal da Desenvolve SP, o empresário dá entrada ao pedido de financiamento e encaminha a documentação para

avaliação. Posteriormente, recebe a visita da equipe do órgão, que analisa os benefícios que aquele empresário pode trazer para a re-gião com esse financiamento, por meio da geração de renda, emprego e desenvolvimento. Se verificado que o seu negócio fará “bem” para o desenvolvimento do entorno, o empreendedor é orientado e o cré-dito lhe é concedido.

New NormalAssim como mencionado no

início desta matéria, o mundo de hoje apresenta um crescimento e um cenário diferentes para as em-presas atuarem em que os ganhos são mais baseados em produtivida-de e investimento do que em con-sumo. Quem apresentou o tema, durante o 7º Siac, foi Octávio de Barros, economista-chefe e diretor do departamento econômico do Bradesco. “O Brasil cresceu em 2012 o quanto o mundo permitiu. O glo-bo é uma caixa”, considera.

De acordo com as expectativas desse “novo normal”, que a equipe

Octávio de Barros, do Bradesco “O Brasil cresceu em 2012 quanto o mundo permitiu. O globo é uma caixa”

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capa7ºSiac

De acordo com o economista Octavio de Barros, um conjunto de fatores atípicos afetou o acrescimento do PIB brasileiro neste ano. Confira: - Pesada seca no Sul e Nordeste (PIB agrícola cai 8,5% no primeiro trimestre)- Crise do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), travando investimentos no setor- Implantação do “Euro 5” para caminhões, jogando para baixo a produção- Crise da construção residencial devido ao excesso de oferta- Crise do endividamento do setor alcooleiro reduzindo a produção de cana- Estagnação da produção e refino da Petrobras por razões de atrasos operacionais- Problemas com bancos pequenos e médios- Crise argentina diminuindo as exportações brasileiras de manufaturados

Fonte: departamento econômico do Bradesco

Tempestade

econômica do Bradesco não compartilha, ficam para trás o forte crescimento do crédito, a pouca intervenção do Estado na economia, a baixa preocupação com o endividamento soberano, o alto crescimento da China

e as elevadas taxas de retorno, que acompanhavam o ritmo do consu-mo. “O mundo vai virar um grande Japão?”, questiona o economista em sua apresentação, no sentido de que o país está crescendo atual-mente abaixo das expectativas.

Mas Barros aponta que, apesar desse cenário, um conjunto de fato-res atípicos retirou do crescimento do PIB cerca 0,8% (ver quadro). E, ainda, segundo o departamento

Antônio Carlos Bueno, do FGC “O FGC será uma nova possibilidade para o mercado do crédito, com uma série de facilidades”

econômico do Bradesco, o crédi-to vai crescer entre 12% e 13% no próximo ano. “O crédito e a inclu-são social continuam sendo pilares do crescimento”, aponta.

Segundo Barros, a maior par-cela da população já se equipou com bens duráveis e agora quer a qualidade dos serviços prestados. Nesse cenário, as empresas e ban-cos devem estar de olho em como aperfeiçoar essa entrega.

As análises sobre o cenário econômico global da atualidade apresentadas no Seminário Inter-nacional Acrefi são muitas. Mas o que esperar de 2013? Para Barros, ainda há dúvidas sobre como a economia brasileira irá reagir aos novos patamares de juros reais bai-xos. Além disso, caso se confirme uma melhora no panorama da eco-nomia internacional – assim como esperado pela equipe do departa-mento econômico do Bradesco –, o Brasil voltará a acumular reservas e a controlar capitais para evitar a valorização do real. Já o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) deverá encerrar 2013 em 5,5% e a taxa Selic em 8,5%. Mas essas são apenas previsões.

Aos bancos e financeiras o ensinamento que fica diante do evento rico em informações para o mercado é o de que é preciso sempre operar com cautela na oferta de crédito, prezando as ferramentas apropriadas de aná-lise de risco e de crédito e uma boa carteira. Assim, certamente, o mercado estará seguro diante das incertezas e das ondas trazidas pela economia global.

Mais de 65% da população brasileira diz que a economia local irá melhorar dentro de 6 meses, o que demonstra um nível de otimismo sobre a nossa economia. O dado é da Ipsos

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“Vivemos um momento novo. Não se pode in-sistir na concessão de crédito do mesmo jeito para um mercado diferente”, afirmou Danilo Nas-cimento, diretor do segmento de bancos da Serasa Ex-perian, na abertura do encontro, promovido pela Acrefi e Serasa Experian, com patrocínio da Cetip. Ele destacou

Mudar para crescerThiago Fernandes

Mercado discutiu o cenário atual e as perspectivas futuras para o financiamento de veículos no Brasil e no mundo

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que as empresas de crédito precisam reformular suas estra-tégias de acordo com os novos parâmetros do mercado, com menores patamares de juros, mas com um alto índice de inadimplência, apesar da queda da taxa de desemprego, fenômeno que é observado pela primeira vez nos últimos 12 anos.

Nesse contexto, um dos elementos importantes para fundamentar as estratégias das instituições que atuam no mercado de financiamento de autos é o entendimento do funcionamento da indústria automotiva e sua relação com os agentes de crédito. Para apresentar um cenário do atual estágio desse segmento, o diretor do Centro de Estudos

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Automotivos e ex-presidente da Ford Brasil, Luiz Carlos Mello, proferiu a palestra “Lógica e oportunidade: novos modelos para a indústria automobilística”, em que apre-sentou o ponto de vista do planejamento das montadoras nesse novo contexto.

Ele destacou que a principal característica dessa indús-tria é a dificuldade para alterações de processos, motivada entre outros fatores pela força política e influência de toda a cadeia produtiva sobre a economia em geral. Com isso, as mudanças tendem a acontecer não de uma forma gradual e constante, mas em ciclos bem definidos.

Num retrospecto histórico, Mello destacou três ciclos ocorridos desde os primórdios dessa indústria: a introdu-ção da produção em massa, feita pela Ford, e que popula-rizou o acesso aos automóveis; a customização, introduzi-da pela GM, que passou a produzir diversos modelos de veículos para atender diferentes consumidores, e a Lean Manufactoring, conhecida como Sistema Toyota de Pro-dução (TPS, na sigla em inglês), que determinou novos parâmetros de baixa tolerância a falhas e desperdícios na cadeia produtiva.

Segundo Mello, a indústria está a caminho de um quarto ciclo de evolução em que as empresas buscam encontrar um equilíbrio entre a escala de produção e a diversidade de ofertas e opções de personalização num mundo que tem demonstrado uma alteração na forma como se relaciona com automóveis. “É nesse contexto, também pressionado por mudanças, que se encontra a indústria automotiva hoje. Todos têm de se adaptar”, afirmou.

Luiz Carlos Mello, da Ford

Brasil“A cultura

da comissão de venda faz

com que o vendedor não

selecione mais o comprador,

já que ele está focado apenas em

aumentar as vendas, sem se preocupar

se o cliente vai ou não honrar o pagamento

das prestações”

Além desse cenário de mudança, Mello destacou como grande desafio do setor o excesso de capacidade de produção, que historicamente vem sendo combati-do por mecanismos que já dão sinais claros de exaustão, como medidas de estímulo ao consumo. “As monta-doras já não buscam aumentar seu share, mas somente manter a sua participação.”

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Ele destacou nesse processo a importância de quali-ficação da concessão de crédito, que continua a ser cru-cial para o setor. Para Mello, a situação de inadimplência seria melhor administrada caso o primeiro momento de seleção de crédito voltasse a ser feito pelos vendedores de veículos nas lojas. Hoje, essa avaliação é feita já pelas financeiras. “A cultura da comissão de venda faz com que o vendedor não selecione mais o comprador, já que ele está focado apenas em aumentar as vendas, sem se pre-ocupar se o cliente vai ou não honrar o pagamento das prestações.”

PerspectivasO contexto específico do financiamento de veículos

foi analisado pelo diretor de crédito do Banco Santander, Marcelo Buratto, na palestra “Perspectivas para o crédito ao consumo”. Levando em consideração os dados atuais e as perspectivas econômicas, ele afirmou ser possível projetar um cenário positivo para o setor em 2013.

O executivo destacou o crescimento contínuo do mercado de veículos novos entre 2005 a 2011, com expan-são anual média de 13,3% no período, o que atribui à maior diversidade de modelos e fabricantes no País, resultando na produção de carros mais baratos, associada ao aumento da renda média da população e da oferta de crédito.

O mercado de usados cresceu em média 3,7% no mes-mo período, alterando a relação de venda de usados em re-lação a carros novos. Em 2004, eram vendidos no Brasil 4,8 veículos usados para cada novo. A proporção caiu para 2,4 para um em 2011. O patamar é próximo àquele observado em países desenvolvidos. Ele atribui a isso a maior parte da contínua depreciação dos usados que vem sendo observa-da no País, o que deve se manter a partir de agora.

No cenário atual, Buratto destaca duas influências que devem nortear o mercado durante o ano: a manutenção (ou não) da redução do IPI e a inadimplência. Em financiamen-tos de veículos, o atraso de mais de 90 dias cresceu de 2,5% em novembro de 2010 para 6% em setembro de 2012.

Para 2013, ele aponta, no entanto, que a tendência é de queda nessa taxa, especialmente devido à forte corre-lação observada entre o aumento do PIB e o pagamento de dívidas. “Isso tem sido observado consistentemente ao longo dos anos. Quando o PIB cresce, mais pessoas pagam as contas em dia. Não há motivo para acreditar que haverá uma mudança desse padrão.”

Buratto atribui o aumento da taxa nos últimos anos à pouca experiência de crédito por parte dos consumidores da chamada nova classe média. “A classe C foi às compras e esqueceu que tinha que pagar IPVA, licenciamento, segu-ro. Com isso, acabou deixando de lado as prestações. Não tinha cultura de gastos extras”, afirmou.

Esse comportamento foi estimulado em grande parte pela oferta de operações de financiamento em 60 vezes

Marcelo Buratto, do Santander“A classe C foi às compras e esqueceu que tinha que pagar IPVA, licenciamento, seguro. Com isso, acabou deixando de lado as prestações. Não tinha cultura de gastos extras”

Em financiamentos de veículos, o atraso de mais de 90 dias cresceu de 2,5% em novembro de 2010 para 6% em setembro de 2012

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sem entrada. Segundo o executivo, essa forma de crédito foi inicialmente pensada para atender o público que tinha dinheiro aplicado, mas não queria se descapitalizar, mas acabou mesmo sendo a opção para quem não tinha recur-sos suficientes nem mesmo para honrar as prestações.

Ele destacou o fato de que o índice de inadimplência entre quem está comprando veículo pela primeira vez é 125% maior do que o comprador habitual de veículos.

Outra tendência apontada é de manutenção ou até am-pliação do tamanho da entrada dos financiamentos, influen-ciada principalmente pela queda no valor relativo do veículo usado. Nesse cenário, é cada vez mais comum que o valor de venda do bem eventualmente leiloado pela financeira não seja suficiente para garantir o pagamento do empréstimo.

O novo cenário de juros mais baixos no País esti-mula novos patamares, mais modestos, de remune-ração. Isso resultará em mais concorrência no setor, especialmente quando se considera que é crescente o número de pessoas que recorrem a agências bancárias para financiamento de veículos. “Esse é um canal que vem ganhando força na preferência do consumidor na hora de contratar um financiamento.”

Mercado mundialA diretora de gestão automotiva para o mercado ame-

ricano da Experian, Melinda Zabritski, apresentou o cená-rio mundial do setor na palestra “A situação do mercado financeiro automotivo global”. Na exposição, ela ressaltou a diferente perspectiva entre os mercados americano e eu-ropeu, devido aos efeitos da crise nesses continentes, que vêm provocando recorrentes reduções do mercado. Em setembro, o resultado anual de todos os países do conti-nente apontou uma queda de 10,8% no registro de novos carros de passeio.

Em contraste, há uma perspectiva de crescimento no mercado americano, não só em vendas e número de opera-ções de financiamento, mas também no valor contratado. Desde 2008, o valor médio financiado para veículos novos vem subindo, passando de US$ 23,5 mil para US$ 25,7 mil no segundo trimestre de 2012.

Melinda explicou que também lá o mercado mu-dou muito nos últimos anos, motivado em especial

pela crise, e hoje existe uma grande competição no setor pelos bons clientes, apesar das taxas de inadim-plência estarem num patamar muito baixo, em torno de 0,4%. No pico da série histórica, ocorrido em 2009, logo após a crise de subprime, essa taxa chegou a 0,7%.

Ela destacou que a China se mantém como o maior produtor global de veículos, devendo fechar 2012 com a produção de 18,4 milhões de unidades. Os EUA vêm em segundo, com 8,65 milhões, segui-do de perto pelo Japão, com 8,4 milhões. O Brasil é o oitavo produtor mundial, com 2,41 milhões de veícu-los produzidos em 2012.

Melinda Zabritski, da

Experian“O mercado

americano mudou muito

nos últimos anos, motivado

em especial pela crise, e

hoje existe uma grande competição

no setor pelos bons clientes”

O novo cenário de juros mais baixos no País estimula novos patamares, mais modestos, de remuneração. Isso resultará em mais concorrência no setor

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Por Juliana Jadon

Estudos comprovam que o uso dos cartões de crédito

traz diversos benefícios para toda a cadeia envolvida

Bom para a economia

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Uma compra feita com cartão de crédito pode impactar diversas áreas. Quando esse serviço financeiro é utilizado de ma-neira consciente, seu simples uso gera reflexos positivos para a economia do País. O efeito ocorre em cascata. A afirmativa é embasada por um estudo, encomendado pela Visa do Brasil a Tendências Consultoria, que mostra que os plásticos contribuem significativamente para o aque-cimento econômico e para a formalização da atividade comercial, gerando maior arrecadação de impostos. “Os cartões têm papel importante nas economias porque faci-litam as operações, aumentam o acesso ao crédito e, assim, geram mais empregos”, avalia Rubén Osta, diretor-geral da Visa do Brasil.

Estima-se que a migração completa para meios eletrô-nicos de pagamento tem o potencial de gerar economia de cerca de 1% do PIB. No Brasil, essa migração contribui com US$ 65 bilhões para a economia entre 2003 e 2008.

E, ainda, se 35% das vendas do comércio fossem pagas com os meios eletrônicos de pagamento, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e PIS/Cofins aumentaria quase 14%, o que re-presenta um incremento de R$ 5,2 bilhões na economia.

As principais bandeiras (Visa, Mastercard e American Express) também tendem a ganhar mercado. O setor no Brasil passa por um período de franca expansão. A Associa-ção Brasileira das Empresas de Crédito e Serviços (Abecs) prevê concluir 2012 com crescimento de 21% em seu faturamento, chegando a R$ 812,8 bilhões. “Devemos atingir 9,7 bilhões em volume de transações, um aumen-to de 17%. E o número de cartões deve chegar a 746 mi-lhões, alta de 9%”, aponta Claudio Yamaguti, presidente da Abecs, sobre os dados que contemplam cartões de crédito, débito e de redes de lojas.

Com o resultado, o setor mantém o ritmo de cresci-mento dos últimos anos, sustentado pela entrada de novos consumidores no sistema financeiro e pela expansão da aceitação de cartões em nichos não tradicionais. Esses fa-tores permitem que os cartões sejam mais usados no dia a dia, em substituição aos demais meios de pagamento.

Atração para vendas O varejo e o consumidor também são beneficiados

com o uso dos plásticos no dia a dia. De acordo com Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial

Se 35% das vendas do comércio fossem pagas com cartões, a arrecadação de ICMS e PIS/Cofins aumentaria quase 14%, um incremento de R$ 5,2 bilhões na economia, diz estudo da Tendências Consultoria

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de São Paulo (ACSP), o lojista elimi-na o prejuízo com inadimplência, já que não existe “cartão sem fundo”, e passa a ter mais segurança, pois evi-ta ter muito dinheiro em caixa. Já o consumidor, além da segurança de não andar com grande quantidade de dinheiro na carteira, tem acesso a milhares de estabelecimentos que aceitam diversas bandeiras. Além disso, o uso do cartão tende a ser mais rápido e pode ajudar no controle das finanças pessoais.

Algumas bandeiras, como no caso da Mastercard, possuem ainda

programas de pontuação, pelos quais o cliente troca seu acúmulo por pro-dutos e serviços. “O consumidor es-colhe a bandeira que, de fato, traz mais benefícios para ele”, diz Cristina Paslar, diretora de marketing da empresa.

O estudo Visa mostra que os car-tões exercem uma influência positiva no faturamento da atividade comer-cial, ou seja, o resultado das vendas do comércio é maior à medida que aumenta também o uso do dinheiro de plástico. Em 2004, os cartões repre-sentavam em torno de 16,5% do valor total de bens e serviços comercializa-dos no Brasil. Até 2010, houve uma expansão de 64% e esses plásticos pas-saram a representar 27% desse valor. “Esse serviço financeiro ajuda o varejo

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a alavancar as vendas e a antecipá-las. Além disso, é um instru-mento da compra realizada por impulso”, pondera Solimeo.

“Além de ser um instrumento de pagamento moderno e eficiente, o cartão funciona como gerador de ganhos so-cioeconômicos, que, de forma direta e indireta, acabam be-neficiando toda a sociedade”, aponta o presidente da Abecs.

Mercado promissorSegundo projeções da Abecs, o mercado deve

dobrar o faturamento até 2016, chegando a cerca de R$ 1,6 trilhão. O crescimento da base de clientes do mercado, com a forte inclusão de pessoas no sistema

financeiro, e a mudança de hábi-to, que faz as pessoas substituí-rem o dinheiro e o cheque pelos meios eletrônicos de pagamen-to, vão contribuir bastante para esse crescimento. “A indústria apresentou incremento na casa dos 20% ao longo dos últimos anos, mas ainda há muito espaço para crescer antes de se tornar um mer-cado maduro”, considera o presidente da Abecs.

Vale lembrar que o cartão de crédito é o primei-ro instrumento financeiro dos novos consumidores. Além disso, a expansão da aceitação de cartões em nichos não tradicionais, como médicos, advogados, taxistas, ajudará na substituição contínua dos meios de pagamento. “É uma ferramenta de crédito a mais para o consumidor e para o lojista. O crédito é funda-mental para o varejo”, diz Solimeo.

Dinheiro de plásticoCada vez mais o brasileiro tem usado os cartões em

seu dia a dia, muitas vezes em substituição a outros meios

Para 2013, de acordo com a Abecs, o setor deverá faturar mais de R$ 970 bilhões, o que representa um crescimento em torno de 20% sobre 2012. Todavia a associação aguarda os dados consolidados do segundo semestre para definir melhor as estimativas. “Os indicadores mostram que os meios eletrônicos de pagamento se fazem mais e mais presentes no dia a dia dos brasileiros”, diz o presidente da associação.

Perspectivas

Marcel Solimeo, da

ACSP“O cartão de crédito

ajuda o varejo a alavancar as vendas e a antecipá-

las. Além disso, é um instrumento da compra

realizada por impulso”

Cláudio Yamaguti, da

Abecs“A indústria apresentou incremento na casa dos

20% ao longo dos últimos

anos, mas ainda há muito

espaço para crescer antes de se tornar um mercado

maduro”

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de pagamento, como o dinheiro e o cheque. O cartão de débito, em especial, tem maior influência na substituição do papel-moeda. Segundo pesquisa da Abecs, a partici-pação do cartão de débito nos gastos do mês do brasileiro pulou de 19%, em 2011, para 23%, em 2012.

No mesmo período, a participação do dinheiro em espécie caiu de 43% para 38%. Mesmo assim, a penetra-ção dos cartões no consumo das famílias gira em torno de 27%, o que indica que o dinheiro ainda é responsável pela grande maioria dos pagamentos no Brasil.

Nesse cenário, aponta Yamaguti, alguns consu-midores experimentam pela primeira vez o dinheiro de plástico. São as mesmas pessoas que mudaram o patamar de consumo no Brasil. Elas compram mais, viajam mais e querem desfrutar de suas conquistas. “É nosso objetivo que esses novos consumidores usem o crédito de forma consciente, equilibrada, para con-quistar seus projetos de vida e também para que man-tenham um relacionamento duradouro com o sistema financeiro”, considera o presidente da Abecs.

Para isso, a associação possui uma campanha so-bre o uso consciente do cartão, veiculada na televisão e que pode ser acessada também por meio do portal da entidade. A ideia é mostrar que não há segredo no manuseio do plástico. Pagando a fatura em dia, lem-brando que o valor mínimo vai gerar juros acrescidos a conta do mês seguinte é uma das dicas básicas.

A Visa trabalha na criação de diversos projetos de inclusão financeira no Brasil e no mundo. Por aqui, entre outras iniciativas, fechou recentemente parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a promoção da inclusão financeira de mo-radores do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. “O meio eletrônico de pagamento é, muitas vezes, o primeiro passo para a inclusão financeira”, declara o diretor-geral da Visa do Brasil, Rubén Osta.

Segundo ele, o maior entrave para o mercado é o alto índice de pessoas desbancarizadas e, do lado do consumi-dor, a falta de informação de como gerir bem as finanças.

“Acreditamos que a educação financeira é funda-mental para a construção de uma economia saudável, que promova hábitos bancários responsáveis, contri-buindo efetivamente para o crescimento da economia de um País”, conclui Osta.

Ele aponta que a moeda digital promove a trans-parência e a responsabilidade, reduz os custos opera-cionais e diminui o tamanho da economia paralela ou informal.

Rubén Osta, da Visa do Brasil“Os cartões têm papel importante nas economias porque facilitam as operações, aumentam o acesso ao crédito e, assim, geram mais empregos”

A participação do cartão de débito nos gastos mensais do brasileiro pulou de 19%, em 2011, para 23%, em 2012. No mesmo período, a fatia detida pelo dinheiro em espécie caiu de 43% para 38%. Mesmo assim, a penetração dos cartões no consumo das famílias gira em torno de 27%, o que indica que o dinheiro ainda é responsável pela grande maioria dos pagamentos no Brasil. Os dados são da associação representativa do setor.

Maior adesão

No primeiro semestre deste ano, os cartões

movimentaram algo em torno de

R$ 370 bilhões, revelando um crescimento de 21% em relação ao mesmo

período do ano passado

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Agilidade na concessão

Por Juliana Jadon

Emilio Cominato, presidente da empresa de tecnologia e terceirização de serviços New Space, fala sobre a

atuação da companhia

Em 2012, os grandes bancos brasileiros reduzi-ram os juros das operações de crédito. Assim, no próximo ano, o momento para o segmento financei-ro será o de buscar eficiência opera-cional – geração de segurança, agili-dade e redução de custos, suportada pela tecnologia – e consumir cada vez mais tecnologia. De acordo com o Gartner, os gastos com tecnologia da informação no Brasil poderão somar US$ 133,9 bilhões em 2013, valor 6% superior à previsão feita para 2012. So-mente os bancos deverão investir nes-sa área cerca de R$ 18 bilhões no pró-ximo ano, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Em entrevista à Financeiro, Emi-lio Cominato, presidente da empre-sa de tecnologia e terceirização de serviços New Space, analisa esse cenário e fala sobre o trabalho e as soluções. A trajetória de Cominato junto ao sistema financeiro é longa. O executivo trabalhou em diversos

bancos, além de ter sido durante dois mandatos o diretor de tecnologia da Febraban. Foi também diretor de tecnologia da Federação Latino-Ameri-cana de Bancos (Felaban) e presidente do Centro Latino-Americano de Automação Bancária (CLAB).

A empresa de Cominato, na qual ele é o único sócio-proprietário, possui cer-ca de mais de 25 anos de experiência, fornecendo soluções de automação para o mercado financeiro. A New Space dispõe de 75 mil metros quadrados distribuí-dos em oito sites e 2,8 mil colaboradores. Para suportar as operações, possui dois data centers. O portfólio de clientes contempla mais de 60 empresas, entre elas, grandes bancos como Bradesco, Santander e HSBC. “Somos uma companhia que respira e trabalha para o mercado financeiro” diz o executivo.

Como o mercado de Tecnologia da Informação (TI) está cada vez mais aquecido, Cominato se preocupa em levar aos funcionários motivação. Ele acredita que é importante manter a equipe e reconhecer os colaboradores que compõem a empresa. Confira:

Revista Financeiro Quais as principais ferramentas e serviços ofereci-dos pela New Space? Emilio Cominato O grupo NS é composto pela New Space BPO Services, e pela New Space Tecnologia. A primeira vertente atua no segmento gestão de processos, gestão de conteúdo, guarda de caixas e, ainda, possui soluções próprias desenvolvidas (como, por exemplo, workflow e mobile) para processamento dos principais serviços financeiros com ênfase para as operações de crédito. Já a New Space é voltada para o desenvolvimento de soluções e fábrica de software na alta e baixa plataforma, no desenvolvimento e na aplicação de planos de continuidade de negócios, salas de contingência, hosting de alta disponibilidade etc. Somos uma empresa que respira e trabalha para o mercado financeiro. Temos um código de ética muito forte e atrelado à sustentabilidade. Não temos discursos nesse sentido, temos a prática e isso é algo que os bancos brasileiros buscam.

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Financeiro Como esses serviços podem ajudar o segmento de crédito a atuar de maneira mais segura e qualificada? Cominato É exatamente no segmento de crédito que a New Space se especializou nos últimos anos com a criação de soluções voltadas para as empresas que nele atuam, por meio de imagens, soluções mó-veis e plataforma de gerenciamento e acompanhamento das etapas do processo via internet, que fornece a interpretação ilustrada do desem-penho, além de tecnologia por radiofrequência para rastrear e assegurar a localização de documentos.

Financeiro Que novidades a companhia apresentou durante o Ciab Febraban 2012 – o principal evento de tecnologia da América Latina?

Cominato Apresentamos três novidades durante esse encontro. A primeira é uma mesa de operações que integra diversas tecnologias para atendimento das empresas de crédito e também de clientes, quando se trata de abertura de contrato creditício, de cadastro, entre outras situações. O uso extingue a necessidade de emitir papéis e cria maior segurança. Também lan-çamos uma solução de mobilidade, focada no iPad, integrada ao portal de serviços NS (solução de work-flow e gestão documentos/processos) para acom-panhamento e intervenções no processamento das operações de crédito. Na prática, de qualquer lugar que o operador de crédito estiver com o dispositivo, ele pode acessar dados dos clientes, fazer a análise de risco e ainda fechar o contrato de financiamento.

Financeiro Em sua opinião, atualmente é funda-mental para o setor financeiro ter um bom Business Process Outsousing (BPO)? Explique.Cominato Sim, entendendo-se que um bom BPO deve ter soluções inovadoras em tecnologia para se-gurança e eficiência dos processos, além de infraes-trutura para suportar as operações a qualquer hora

ou momento com contingência (em que a empresa consegue viabilizar e suportar rapidamente os sistemas de bancos). Boas equipes de desenvol-vimento e manutenção do hardware e software também são importantes.

Financeiro A quais fatores você atribui o aumento do uso da tecnolo-gia no setor financeiro? Cominato A tecnologia proporciona diferencial no atendimento e na oferta de produtos. É a forma mais eficiente para agilizar os proces-

sos e viabilizar a redução de cus-tos, com melhoria na qualidade dos serviços. Parte desses inves-timentos é direcionada para a obtenção de maior segurança nas operações bancárias.

Financeiro Quais os princi-pais resultados da New Space? (número de clientes, ferramentas, resultados financeiros ou algo que possa ser divulgado).Cominato A New Space atua no segmento financeiro há 28 anos, conta com 2.800 colabora-dores, possui 75 mil metros qua-drados em áreas para serviços. A companhia atua por meio de oito sites que contam com infraestru-tura e contingência elétrica e ló-gica, sendo três deles interligados por meio de fibra ótica. Possuímos também dois data centers que se suportam mutuamente, sendo o primário em Miami e o segundo em São Paulo. Em 2011 e 2012, o faturamento da empresa cresceu na ordem de 20% ao ano.

Financeiro Quais as expectati-vas da New Space para o próximo ano? Cominato Com certeza 2013 será de adaptações para o segmen-to financeiro, em função das mu-danças nos spreads e taxas de juros praticadas no decorrer do ano. A empresa acompanhará e atenderá a esse novo cenário, procurando proporcionar soluções inovadoras ao mercado bancário e que permi-tam o aumento da eficiência, com redução de custos.

entrevista

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A tecnologia proporciona diferencial no atendimento e na oferta de produtos. É a forma mais eficiente para agilizar os processos e viabilizar a redução de custos e melhoria nos serviços

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mercadoimobiliário

O sonho da casa própria faz parte da vida de todo o brasileiro. No intuito de realizá-lo com a aquisição desse bem de valor elevado, a maioria das pessoas opta por linhas de financiamentos. Somente no acumulado de 2011 a venda de residências aumentou 42%, segundo a Asso-ciação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Já 2012 não foi um ano tão grandioso para o se-tor. O aumento dos financiamentos para pessoa físi-ca foi cerca de 20%. No entanto o de pessoa jurídica, que representa os novos lançamentos, foi negativo na

Tijolos e mais tijolos

Por Juliana Jadon

Com déficit de milhões de unidades habitacionais no País, setor imobiliário só tende a crescer nos

próximos anos

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ação

mesma proporção, 20%. “Esse é um mercado madu-ro, que passou a crescer de maneira mais sustentável. Apresentar um crescimento por volta de 40% todos os anos não seria saudável para o setor”, considera Octa-vio de Lazari Junior, presidente da Abecip.

Em 2007, Juliana Moreira e seu noivo, Fernando Zamarioli Costa, passaram a compor o ranking dos usuários do crédito imobiliário. Eles optaram por um financiamento, ainda quando almejavam construir uma vida juntos. Um apartamento, ainda em fase de construção, chamou a atenção. Ficava próximo ao

mercadoimobiliário

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 39

centro de São Bernardo do Cam-po – onde consideravam um bom lugar para morar – e possuía di-versos comércios nas redondezas, como padaria, açougue, farmácia, etc. O tamanho também era ideal para os dois, com cem metros qua-drados bem distribuídos e duas vagas na garagem.

Além disso, a proposta da ven-da feita pela construtora na época foi atraente, com valores e con-dições de pagamento acessíveis. Não tiveram dúvidas em bater o martelo da compra. Dois anos de-pois, com o apartamento pronto, foram em busca de um financia-mento. Contrataram o Itaú Uni-banco. “Sem o crédito imobiliário, eu simplesmente não teria conse-guido comprar o apartamento”, aponta Juliana.

Incentivo A casa própria deixou de ser

sonho e virou realidade até mesmo para a baixa renda brasileira. Somen-te o programa de financiamento imobiliário Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Fede-ral, possui uma carteira de R$ 195 bilhões, representados por 3,7 mi-lhões de contratos ativos. A inicia-tiva prioriza quem possui menores ganhos. A expectativa do maior ala-vancador do mercado imobiliário no País é encerrar 2012 com quatro milhões de contratos.

Os dados ilustram um forte crescimento para a instituição e para

mercado de financiamentos imo-biliários. Foi há dez anos, em 2002, que a Caixa deu início a esse incen-tivo. Naquela época cedeu R$ 4,8 bilhões em empréstimos para essa área. Os números, contudo, cresce-ram de maneira exorbitante. “Multi-plicamos por 20 vezes nossa atuação e crescemos com qualidade”, assegu-ra Teotônio Costa Rezende, diretor--executivo de habitação.

Ele aponta que o principal papel da Caixa é o de possibilitar que a população consiga adquirir o primeiro imóvel, assim como Juliana fez, com serviços de outra instituição. A inadimplência dessa oferta na Caixa está em 1,4%. O montante é relativamente baixo, segundo o diretor da instituição.

Isso porque em meados de 1997 o Departamento de Risco

de Crédito (Geric) da Caixa de-senvolveu um sistema de credit score, que avalia o risco represen-tado por cada cliente. Sua confia-bilidade e o seu rigor de análise são referências no mercado. O sistema é tão confiante que uma empresa que já foi “gericada”, termo utilizado no setor de fi-nanciamento imobiliário para as companhias que foram aprovadas pelo Geric, consegue ter crédito aprovado com mais facilidade em

O programa de financiamento imobiliário Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica, possui uma carteira de R$ 195 bilhões

Teotônio Rezende, da Caixa Econômica Federal “Multiplicamos por 20 nossa atuação em 10 anos e crescemos com qualidade”

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mercadoimobiliário

outras instituições. Além disso, os funcionários orientam os usuários do financiamento a manter a boa prática do pagamento em dia.

O principal público-alvo do programa é a população com ga-nhos familiares de, no máximo, R$ 1,6 mil por mês. Essa fatia de mercado é classificada como Faixa 1 e representa 38% da carteira de empréstimos da instituição volta-da ao mercado imobiliário. Nessa faixa o subsídio pode chegar a 95%. “Independentemente do valor do imóvel, o cliente só poderá gastar até 120 parcelas que caibam no seu bolso”, conta Rezende.

Os produtos da Caixa con-templam, no entanto, qualquer segmento de renda e atendem a qualquer demanda. Quem ultra-passa a primeira faixa e possui ren-dimentos de até R$ 25 mil já faz parte da Faixa 2. A procura é gran-de e o programa cada vez mais conhecido em todo o País. As fa-mílias do interior dos Estados são assistidas por meio de correspon-dentes bancários. O ticket médio do programa Minha Casa, Minha Vida cresce ao longo dos anos. Isso se deve, segundo executivo da Caixa, à estabilidade econômi-ca e ao crescimento de renda e do emprego do brasileiro.

PossibilidadesMuito se fala que com o au-

mento demasiado do preço dos imóveis no Brasil pode existir uma bolha econômica no mer-cado. Todavia a maior parcela de

Juliana Moreira, engenheira de telecomunicações “Sem o financiamento concedido pelo banco, eu simplesmente não teria comprado o apartamento”

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economistas descarta essa possibili-dade. Exemplo do que defendem es-ses especialistas, a representatividade do mercado imobiliário na relação crédito–PIB do País está em torno de 6% – uma porcentagem muito abaixo da verificada em mercados onde houve bolha (ver quadro). Essa comparação mitiga o risco de uma possível crise no País. Em uma economia muito parecida com a nossa, que é a mexicana, essa relação é de 16%.

Nos Estados Unidos, em que houve a crise ocasionada pelos sub-primes, por exemplo, essa relação ultrapassa 80%. De acordo com o diretor da Caixa, por lá o mercado financeiro não teve critérios na aná-lise de risco adotada e trabalhava olhando somente para os volumes ofertados. Atuavam como se o valor dos imóveis fosse crescer continu-amente. “O originador não tinha nenhuma preocupação com a qua-lidade do crédito ofertado”, aponta.

Já no Brasil, a realidade é diferente. Rezende lembra que, além do maior controle de risco e da qualidade da oferta realizada pelas instituições fi-nanceiras, existe um déficit habitacio-nal de quase sete milhões de unida-des. “Com isso, houve uma expansão

Comparativo do crédito imobiliário/PIB no mundo

106% 77% 66% 64% 46% 40% 19% 10% 3%

Relação entre crédito imobiliário/

PIB – Brasil*

Ano %

2002 1,83

2003 1,61

2004 1,45

2005 1,32

2006 1,38

2007 1,53

2008 1,72

2009 2,12

2010 2,87

2011 3,74

jul/12 5,62

muito grande da demanda. É natural que, consequentemente, ocorra o au-mento do preço”, considera.

Expectativas amenas O mercado imobiliário no Brasil

cresceu a altas taxas nos últimos anos. Em 2012, foi o período de arrumar a casa e no próximo ano o crescimento deverá ser moderado e acompanhar a evolução do mercado de crédito, entre 15% e 20%. “O crescimento do financiamento imobiliário não acon-

tece da noite para o dia. Temos de olhar para a evolução renda per capta da população. Esse aumento deve ser conquistado de maneira equilibrada e madura, podendo se sustentar ao longo do tempo”, considera o presi-dente da Abecip.

Juliana é uma ótima cliente para o Itaú Unibanco. Em uma oportuni-dade, amortizou a dívida, quitando de uma vez 16 parcelas. Agora, fal-tam pouco mais de 30 meses para concluir a aquisição. A expectativa do setor financeiro é que usuários de financiamentos como ela aque-çam esse mercado. Mas, para isso, será preciso ter uma boa gestão de risco e operar com cautela. No mercado imobiliário, cada tijolo possue sua importância.

“O crescimento do financiamento imobiliário não acontece da noite para o dia. Temos de olhar para a evolução renda per capta da população”Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip

*Fonte: CETIP

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entrevistacetip

O setor de crédito imobiliário deverá ganhar agilidade no próximo ano. No segundo semestre, o mercado terá de cumprir a Resolução 4088 do Conse-lho Monetário Nacional (CMN), de estabelece a realização do registro das garantias das operações imobiliárias. Essa ação deverá ser realizada em uma entidade autorizada a operar pelo Ban-co Central (BC), como a Cetip.

Atualmente, algumas etapas do crédito imobiliário brasileiro ainda levam dias para serem concluídas e fazem com que o processo seja lon-go e dure, em média, entre sete e 18 semanas. A Cetip, por meio de uma parceria com a companhia america-na FNC, promete agilizar os tramites

e levar segurança para esse mercado, assim que a resolução entrar em vigor.

A FNC processa 600 mil opera-ções de crédito imobiliário por mês nos Estados Unidos, o que faz com que a companhia tenha a expertise necessária para operar no Brasil. Por aqui, a expectativa é de um milhão de operações por ano. Assim, todo o sistema de � nanciamentos imo-biliários no Brasil deverá operar de maneira padronizada. “A parceria, fechada em 31 de agosto, foi muito

Por Juliana Jadon

Novapadronização

Roberto Dagnoni,

vice-presidente

da Cetip, fala sobre

a iniciativa da

companhia que

promete impactar

positivamente

o mercado de

fi nanciamentos

imobiliários

em 2013

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estudada. Passamos nove meses desenhando e estudan-do a adaptação do produto para o País”, ressalta Roberto Dagnoni, vice-presidente da Cetip.

A Cetip possui uma longa história junto ao mercado finan-ceiro. Nasceu em 1986, em uma década que marcou o Brasil com grandes transformações políticas e econômicas. A empre-sa, instituída pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), sur-giu como o porto seguro das instituições financeiras e ajudou o Brasil a superar diversos desajustes econômicos.

Em 2010, a Cetip adquiriu a GRV Solutions e pratica-mente dobrou de tamanho. Na época, Dagnoni, que era o CFO da empresa comprada, tornou-se o vice-presidente da companhia, responsável pela área de � nanciamentos.

entrevistacetip

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“Algumas etapas do crédito imobiliário brasileiro ainda levam dias para

serem concluídas. Vamos agilizar esse processo”

Roberto Dagnoni

No terceiro trimestre deste ano, a corporação atingiu uma receita líquida de R$ 201 milhões. Acompanhe entre-vista exclusiva à Financeiro com Dagnoni sobre a aposta no mercado de crédito imobiliário.

Revista Financeiro Fale sobre a nova iniciativa da Cetip voltada ao mercado de crédito imobiliário.Roberto Dagnoni Estamos ampliando a atua-ção da Cetip nesse setor. A Resolução 4088 do CMN, que foi emitida em 27 de maio e que estabelece que os bancos terão de fazer o registro das garantias das operações imobiliárias, trará grandes mudanças. Esse registro deverá ser feito em uma entidade autorizada a operar pelo Banco Central (BC), como a Cetip. Para essa resolução entrar em vigor está faltando uma cir-cular do BC, que determinará quais dados dessas ga-rantias devem ser registrados, além do prazo da opera-ção. Estamos nos preparando para criar um sistema de registros de garantias imobiliárias.

Financeiro O que a parceria com a FNC agrega a esse projeto? Dagnoni A FNC é uma fornecedora de infraes-trutura para os bancos nos Estados Unidos que possui dez anos de atuação e é líder de mercado. Ela processa 600 mil operações de crédito imobiliário por mês no seu sistema. No Brasil, a estimativa é de um milhão de operações por ano. Pelos nú-meros vemos o quão robusto é o sistema deles, comparado com a demanda que temos hoje. O nosso trabalho será o de tropicalizar a plataforma e não desenvolvê-la do zero. Algumas etapas do crédito imobiliário brasileiro ainda levam dias para serem concluí-das e fazem com que o pro-cesso seja longo e dure, em média, entre sete e 18 se-manas. Hoje, o pagamen-to da operação é a última etapa e só ocorre após o registro em cartório. Vamos trazer agilidade para esse cenário.

Financeiro Quais os benefícios que essa plataforma irá agregar para bancos e � nanceiras? Dagnoni Como a Cetip trabalha para o mercado � -nanceiro, a nossa intenção é criar uma padronização nos processos de � nanciamentos imobiliários. Quando um banco funciona de forma padronizada, todos os envolvi-dos saem ganhando. Podemos gerar, assim, redução de custos operacionais para as instituições, além de capturar informações das operações de crédito imobiliário e am-pliar o banco de dados sobre esse mercado no Brasil. Em resumo, o setor terá maior e� ciência operacional.

Quando cada player atua de maneira diversi� cada não é possível obter os benefícios da padronização.

Financeiro Futuramente funcionará como um birô de informações sobre o mercado imobiliário?Dagnoni O birô é uma consequência muito futura des-sa iniciativa. Na parte de veículos, por exemplo, levamos mais de dez anos para ter informações consistentes e úteis ao mercado. Por isso, inicialmente estaremos focados no work� ow. O dado é algo que vamos acumular ao longo

do tempo. Posteriormente, poderemos gerar índices e relatórios de mercado, porém o objetivo inicial

não é esse, mas o de melhorar o processo.

Financeiro No que a Cetip está traba-lhando até o lançamento dessa plataforma?

Dagnoni Nosso esforço é o de identi� car exatamente o que o mercado imobiliário

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entrevistacetip

processa um milhão de operações imobiliárias por ano. Esse projeto está sendo gerenciado e administrado pela unidade de financiamentos, pela similaridade do mer-cado de veículos. O envio padronizado e on-line ao De-tran é feito por nós.

Financeiro Em sua opinião, quais os principais desa-fios do mercado de crédito imobiliário? Dagnoni O problema hoje é que os processos dos ban-cos não são padronizados. Isso faz com que cada um tenha uma infraestrutura para resolver suas peculiaridades. Essa solução traz padronização e uma série de benefícios – se-gurança, transparência e inteligência. O que cria um ciclo virtuoso nesse processo. A Cetip já registra trilhões de reais dos bancos, o que demonstra a segurança que as institui-ções depositaram em nós.

brasileiro precisa e fazer as adaptações na solução ameri-cana. A análise inicial indica que isso é totalmente factível até pelo prazo que temos. No segundo semestre de 2011, contratamos a consultoria Oliver Wyman para fazer uma análise do mercado imobiliário como um todo. Tínhamos esse projeto de conectar os bancos aos cartórios, além des-se mercado secundário que a Cetip já atuava. A consultoria olhou a cadeia imobiliária e identificou quais seriam os pontos de entrada ideal para a companhia. Assim, realiza-mos uma procura internacional nos Estados Unidos e na Europa e fizemos a escolha e a negociação com a FNC devido a sua expertise.

Financeiro Quando a Cetip começou a olhar para esse mercado como um cenário oportuno?Dagnoni Iniciamos na GRV um projeto com o objetivo de conectar os bancos aos cartórios, em 2009. A unidade de fi-nanciamentos, que é o que se tornou a GRV na Cetip, já olhava para esse mercado desde aquela época. É um setor que cresce a altas taxas. Hoje, o crédito imobiliário representa só 6% do PIB brasileiro e tudo indica que continuará a crescer.

Financeiro Quais as principais facilidades que o mer-cado financeiro irá ter com essa iniciativa? Dagnoni O processo de financiamento imobiliário é muito manual ain da, em papel, assim como era no passado com o mercado de veículos, quando demorava dias para uma proposta ser aprovada. Hoje, essa liberação ocorre no mesmo dia e até na mesma hora da compra de um auto-móvel. Essa é a jornada que o mercado imobiliário tem a percorrer. A meta é sair da demora de meses para uma am-pla redução de tempo. Quando lançarmos o produto, po-deremos falar exatamente quanto tempo durará cada etapa.

Financeiro Quais as expectativas da Cetip com essa nova atuação?Dagnoni Esse será o primeiro produto da unidade de financiamentos para o mercado imobiliário. Espe-cialistas dizem que esse é um cenário propício no Brasil. Todavia, com a infraestrutura atual, é impossível viabili-zar esse crescimento. A automatização dos processos de crédito imobiliário dará a sustentação necessária. A nos-sa expectativa é boa olhando para os volumes. O Brasil

A área de financiamentos da Cetip, comandada por Roberto Dagnoni, processa sete milhões de operações anuais de financiamentos de veículos e responde por cerca de 40% da receita da companhia. São, em média, 30 mil financiamentos processados pela Cetip por dia. O envio padronizado e on-line dos dados de veículos ao Detran é feito pela Cetip. A ideia, segundo o executivo, é que o mercado de crédito imobiliário funcione de maneira semelhante.

Agilidade

Roberto Dagnoni e equipeTrabalho conjunto da unidade de financiamentos para o lançamento da solução, que impactará o mercado de crédito imobiliário em 2013

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artigotecnologia

Entrar em 2013 com maior arrecadamento, menos gastos e ações de recuperação de crédito assertivas é uma realidade possível para quem não tem medo de inovar. O segredo está em co-nhecer profundamente as melhores estratégias de cobrança para combiná-las num planejamen-to ousado, bem estruturado e alinhado ao perfil de inadimplente que se pretende atingir.

O primeiro passo consiste em medir a efetivi-dade das atuais práticas da empresa. Nessa hora, ferramentas de Tecnologia da Informação (TI) tendem a ser extremamente úteis porque geram análises estatísticas que permitem ao gestor co-nhecer a resposta do cliente para cada ação de co-brança. Isso porque nem sempre o que considera-mos mais adequado é o que realmente dá retorno.

Num segundo momento, o marketing de relacionamento deve ser o protagonista da ação, com um benchmarking das práticas de recupera-ção de crédito mais bem-sucedidas do mercado.

Conhecedor das estratégias campeãs e da si-tuação socioeconômica do País, o gestor já tem plenas condições de partir para a terceira etapa. É chegada a hora de confrontar suas atuais estra-tégias com todo o potencial de cobrança que o mercado oferece.

Surge, então, a inevitável encruzilhada: vou con-tinuar reproduzindo o que, até hoje, considerei satis-fatório ou estou pronto para alçar novos patamares de rentabilidade ao combinar estratégias desafiado-ras e técnicas de Business Intelligence (BI)?

Se a resposta para a segunda pergunta for sim, entra em cena a próxima questão: qual é a combinação ideal? Tantas são as opções que o gestor pode se ver perdido entre cartas com teor forte ou cores vibrantes; negativar com atraso

diferenciado para determinados perfis, SMS pre-ventivo ou após X dias de vencido; e-mails; en-vio para escritório de cobrança ou call center etc.

Já existem consultorias especializadas em de-finir estratégias de cobrança segmentadas por pú-blico, com a devida conjunção de ações e frequên-cia de execução das mesmas para cada um deles.

Trata-se, portanto, de romper as barreiras do conservadorismo e ir além de ações isoladas. A união de esforços entre elas pode ser a melhor solu-ção para impactar perfis ainda não explorados, redu-zir custos ou realocá-los para áreas de maior receita.

Uma medida que vem sendo cada vez mais empregada são as campanhas de desconto em épocas do ano de maior probabilidade para quitação de dívidas, como nos meses de recebi-mento do 13º salário, restituição do imposto de renda e término de safra, esse último no caso de regiões agrícolas. O contato é feito com o cliente inadimplente por meio de boleto bancário com múltiplas opções de forma de pagamento e data de vencimento.

Obviamente, nada é feito sem um amplo es-tudo prévio ou medições contínuas para atestar ou refutar a efetividade da combinação de es-tratégias. Afinal, o hábito de revisitá-las é o que garante ao gestor a liberdade para tomar decisões com a agilidade e a segurança que o cenário da inadimplência exige.

Essa mesma disponibilidade para ousar é também o que lhe possibilita ajustar seus mode-los, sempre que necessário, em prol da rentabili-dade e da longevidade do negócio.

por Almir Lima

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Almir Lima é administrador e diretor comercial da Vcom Tecnologia

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46 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

happyhour

Ainda durante a adolescência, os amigos Cristia-no Melles, Luiz Marsaioli e Rafael Valdivia encontraram na organização de festas e encontros o hobby preferido. Após passarem os primeiros anos da vida profissional atuando em outras áreas, de-cidiram transformar o passatempo em negócio. Em 2004, abriram um restau-rante de culinária japonesa com outros sócios. Mas a parceria atingiu o auge com a decisão de investir em um espaço para saborear boas carnes assadas na grelha, em um ambiente agradável e sofisticado.

Da ideia, os sócios fundaram o Pobre Juan, restaurante especializado em parrilla (grelha argentina) premium e cortes de carnes nobres especialmente selecionados.

“Durante nossas pesquisas sobre as melhores carnes e o modo de assá-las, encontramos na Argentina os melhores produtores de gado e a parrilla, que, combinados, produzem os cortes mais saborosos e suculentos, além dos típicos acompanhamentos produzidos na cozinha, como batatas e vegetais, perfeitos para a companhia da boa carne”, descreve Rafael Valdivia, sócio- proprietário do Pobre Juan.

As casas foram projetadas pelo arquiteto Walter Gola, que fez uso de materiais de demolição, vidro e vigas de ferro aparentes, além de peças de decoração personalizadas, para conferir um es-tilo rústico, sofisticado e contemporâneo ao Pobre Juan. Mas o ponto alto da decoração é a parrilla, instalada à vista de todos os clientes. Um ofurô de cervejas e espumantes, uma adega exposta no salão e um piano de cauda para programações ao vivo comple-tam a decoração charmosa.

Profissionais do entretenimento

Por Flávia Corbó

Amigos decidiram levar um hobby a sério e hoje gerenciam diversas unidades de restaurante argentino

Sofisticação Ofurô de cervejas e espumantes completa a decoração charmosa

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 47

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“O foco sempre foi um ambiente agradável, hospitaleiro e com excelência gastronômica para curtir com os amigos, a família e colegas de trabalho”, revela Valdivia. Hoje, ele e os só-cios estão 100% voltados ao Pobre Juan e a dedicação mostra estar dando resultados. Atualmente, existem seis unidades do restaurante argentino e há planos de expansão. Além da recente casa em Campinas, localizada na nova área do Galle-ria Shopping, o Pobre Juan chega até o fim do ano em Recife (Shopping RioMar) e em dois endereços no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca e em São Conrado.

Sabores argentinos Entre os 30 mil comensais que frequentam as unida-

des do restaurante todo o mês, boa parte deles se rende ao bife Pobre Juan, corte exclusivo da parte nobre do ancho dianteiro. Outras sugestões que têm boa saída são o tapa de cuadril (tradicional picanha com 300 g ou 450 g) e a paleta de cordeiro patagônico. A maioria dos cortes servidos vem principalmente da Argentina, mas há também carnes de origem uruguaia e australiana.

Entre os acompanhamentos mais tradicionais está o arroz biro-biro (arroz branco com linguiça, cebola, salsinha,

Especialidade da casa As carnes nobres especialmente

selecionadas e preparadas na parrilla (grelha argentina) compõem pratos

suculentos. Os acompanhamentos, como batatas e vegetais dão o toque final

Hospitalidade O foco dos sócios sempre foi oferecer um ambiente agradável e com excelência gastronômica para curtir com os amigos e a família

O nome é uma homenagem ao parrillero (assador), que enfrenta o calor e o trabalho duro da parrilla, enquanto os comensais se deliciam com os pratos e bebidas servidos. “Pobre” em castelhano é uma expressão que significa “coitado”.

Por que “Pobre Juan”?

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happyhour

ovos picados e batata palha), as farofas Pobre Juan (farofa puxada com cebolas fininhas e empanadas fritas na man-teiga) e huevos (farofa de mandioca tostada com ovos e cebolinha verde) e o palmito pupunha assado.

Para sobremesas, o restaurante oferece o mil ho-jas de dulce de leche (folhas de massa leve intercaladas com doce de leite coberto com chocolate e sorvete de creme), os churros de dulce de leche (tradicional chur-ros espanhol acompanhado de doce de leite Havanna) e a panqueque de dulce de leche (tradicional panqueca recheada com doce de leite acompanhada de sorvete de creme). Quem não abre mão do chocolate pode se deli-ciar com a tarta de chocolate (torta de chocolate acompa-nhada de sorvete de creme).

Renovação Recentemente, novas apostas passaram a fazer parte

do cardápio das casas. Foram introduzidos novos peixes, como a pescada amarela (filé alto de pescada amarela acompanhado de arroz negro e tiras de palmito pupunha com molho de alcaparras), e a costilla de cordero desmon-tada na mesa, acompanhada de molho especial da casa e vegetais no forno e o risoto de aspargos com jamón ibérico.

Serviço Pobre Juan Vila Olímpia Rua Com. Miguel Calfat, 525. Tel.: (11) 3845–4965.Higienópolis Rua Tupi, 979. Tel.: (11) 3825–0917.Shopping Cidade Jardim Avenida Magalhães de Castro, 12.000, 3º piso. Tel.: (11) 3552–3150.Shopping Iguatemi Alphaville Alameda Rio Negro, 111. Tel.: (11) 4209–1700.Galleria Shopping Rodovia Dom Pedro I, Km 131,5, Campinas. Tel.: (19) 3766–5156.Shopping Iguatemi Brasília CA4 Lago Norte, 1º piso. Tel.: (61) 3577–5800.

Boa parte das novas ideias surge de viagens que a equi-pe do Pobre Juan realiza para pesquisar ingredientes, pratos e técnicas. Combinadas entre os sócios, a chef-executiva Priscila Oliveira, diretores e gerentes chegam a mais de 20 viagens por ano. “Nossa chef, este ano, foi convidada para um estágio de três meses no Arzak (restaurante três estrelas no “Guia Michelin” e eleito um dos dez melhores restau-rantes pela lista “The World’s 50 Best”)”, conta Valdivia.

Para harmonizar tanto com os sabores como com o conceito da casa, o restaurante oferece uma carta de vinhos de respeito, vencedora na categoria Excelência em Carta de Vinhos Prazeres da Mesa em 2009 e 2012. Com cerca de 200 rótulos vindos da Argentina, do Chile e de Portugal, a seleção de vinhos foca na qualidade aliada ao bom preço. É o caso do Catena Cabernet Sauvignon, da adega argen-tina Catena Zapata; e o Terranoble Reserva Carménére, da chilena Terranoble, rótulos expoentes da produção latino-americana e que apresentam bom custo–benefício.

De segunda a sexta-feira, é servido o almoço parrilleiro, composto por courvert, salada, porção de carne (diretamente da parrilla), acompanhamento e sobremesa. A proposta é especialmente recomendada para executivos que desejam realizar um encontro de negócios

Menu executivo

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artigononono

50 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

Não é esporte olímpico, mas, certamente, é um hobby mundial. Todos adoram bater em bancos. Governos, parlamentos, juízes, empresários, comer-ciantes e até mesmo banqueiros centrais têm agora um secreto prazer sádico em torturar a indústria financeiro-bancária. Além de tudo, é uma prática que vem se tornando cada vez mais popular. Assim como em qualquer arena de linchamento, há uma certa “canalização e canonização” do ódio, segundo o psicanalista e historiador Peter Gay, autor de um extraordinário ensaio sobre a violência e os instintos agressivos humanos (“O Cultivo do Ódio”, Compa-nhia das Letras, 1995, tradução de Sergio Flaksman).

A atividade de falar mal de bancos é quase tão poli-ticamente correta quanto a discussão de cotas raciais nas universidades públicas. E, finalmente, banqueiros são de fato um alvo fácil, em especial no Brasil, em ra-zão dos juros altos.

Mas o bank bashing (literalmente, “surrar os ban-cos”) é um esporte absolutamente equivocado e peri-goso. Os juros no Brasil, por incrível que pareça, não dependem dos bancos, mas da política monetária. Mesmo o spread bancário, tão comentado em prosa e verso, é algo difícil de quantificar, já que depende de produto, cliente, mercado, enfim, de uma gama de variáveis que apenas refletem o custo do dinheiro no

por Jairo Saddi

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Jairo Saddi Pós-doutor pela Universidade de Oxford e doutor em direito econômico

(USP); é conselheiro do Instituto dos Advogados de

São Paulo (IASP)

Brasil. Se alguém vai a um restauran-te no eixo Rio–São Paulo, acha caro, critica a comida, o local e o serviço, geralmente, não sai por aí afirmando que todo restaurante é espoliador, usurpador, e outras coisas desse jaez, e que todos devem ser sumariamente abolidos. Os preços, numa economia moderna, refletem uma estrutura de custos (cara) e uma demanda (ele-vada) numa atividade repleta de in-certezas (inadimplência). Vejamos o caso dos bancos brasileiros em 2012.

A redução aos atuais níveis de ta-xas de juros, entre 7% e 8% para a taxa básica, ocorreu numa rapidez que ninguém – nem mesmo o Banco Central – poderia supor em janeiro deste ano. Uma redução de quase seis pontos porcentuais de juros fez com que a economia enfrentasse a crise econômica numa situação melhor – mas com um efeito indesejável do aumento da inadimplência. Inadim-plência, com taxa de juros mais alta, é precificada e relativamente bem tolerada, mas, num regime a que os bancos ainda não haviam se adap-tado e numa estrutura jurídica que ainda privilegia o devedor, custa boa parte da rentabilidade dos bancos – e os preços das suas ações na Bolsa ape-nas ilustram esse fato.

No Brasil, os juros baixaram; entretanto, a inadimplência subiu de maneira drástica com a redução da atividade econômica. Além disso, as chamadas medidas macropruden-ciais, que podem até funcionar num curto prazo, já que reduzem a capa-cidade de os agentes econômicos se endividarem (por exemplo, com a restrição ao prazo de financiamento

de veículos, limitações ao crédito con-signado etc.) sem mexer na taxa de ju-ros, resultam, porém, no crescimento da incerteza regulatória. Finalmente, os requisitos de capital (Basileia III) tornam os bancos inviáveis. Se um grande banco de varejo tiver que cumprir todos os requisitos planeja-dos, e imediatamente, a necessidade de capital será de duas a três vezes o que existe hoje.

Não há dúvida de que o go-verno quer ver a taxa de juros ao consumidor final mais baixa. Nada mais doce do que ir a um banco na esquina e contratar qualquer pro-duto de financiamento bancário a 6% ao ano, como em economias de-senvolvidas. Instituições financeiras públicas estão participando do pro-cesso de aumentar a concorrência e o aumento no volume de crédito se deve majoritariamente ao BB e a CEF. Mas o risco de inadimplência num regime de juros baixos ou se normaliza (e cai) ou o que teremos é mais do mesmo: empoçamento de liquidez com baixa oferta de crédito, pois banqueiro nenhum vai querer tirar suas barbas do molho. A figura simplista do bank bashing coloca em risco o objetivo de taxas de juros baixas, uma vez que, com certeza, a oferta de crédito se tornará rala.

Há um consenso popular de que banqueiros ganham muito dinheiro. Sem considerar o fato de que são empresas abertas (ao menos, a maior parte deles), cujo objetivo é lucrar, a indústria bancária é a sexta na lista das indústrias mais lucrativas do País, atrás de muitas outras. Nem por isso há uma “Vale-bashing”, “Petrobras-

-bashing”, ou algo do gênero. Ao contrário, se deve combater mono-pólios e oligopólios que têm o único objetivo de manipular preços artifi-cialmente visando lucros abusivos. Não é o caso dos bancos, pois, apesar de haver uma baixa mobilidade (e eventualmente problemas de presta-ção de serviço), ainda há uma certa concorrência estrutural (é possível manter relacionamento comercial em cerca de 120 bancos no Brasil). É claro que a atividade bancária não é

entre nós uma indústria low-cost: há muito a ser melhorado em termos de eficiência e não é a toa que nossos cus-tos operacionais superam em duas ou três vezes a média internacional.

É certo que uma coisa é o discurso para a plateia e outra, a realidade. O Bra-sil precisa de juros baixos, mas também de bancos eficientes e rentáveis aos seus acionistas. Deve-se coibir o abuso ao poder econômico, mas demonizar uma atividade que traz desenvolvi-mento por meio do crédito não parece uma grande ideia.

Há um consenso popular de que banqueiros ganham muito dinheiro. Sem considerar o fato de que são empresas abertas, cujo objetivo é lucrar, a indústria bancária é a sexta na lista das mais lucrativas do País, atrás de muitas outras

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52 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

compliance

Basileia I -> Basileia II4 Inclusão de risco operacional4 Alterações nas parcelas de risco de mercado (Brasil) e risco de crédito (global)4 Introdução do ICAAP (Internal Capital Adequacy Assessment Process)4 Requerimentos de divulgação externa

Basileia II -> Basileia III4 Melhorias na qualidade do capital4 Medidas anticíclicas/capital buffers4 Índice de alavancagem4 Risco de liquidez

Atualizações dos acordos

As instituições financeiras brasileiras e estrangeiras estão tra-balhando pesado para cumprir os novos padrões de exigências financeiras que irão vigorar com a Basileia III e com o Fatca (Foreign Account Tax Compliance Act). As regras têm como objetivo controlar o risco financeiro dos bancos após a crise do subprime e evitar a sonegação fiscal de norte- americanos que possuem contas em outros pa-íses, respectivamente. Rígidos, os acordos têm adesão prevista para 2013 pelo Banco Central (Basileia III) e pelos bancos (Fatca).

Os temas, que ganham importância à medida que os prazos para execução se aproximam, foram destaque do seminário “Basileia III e Fatca – impactos da economia”, realizado pela Acrefi

Rigidez nos padrões financeiros

Por Patrícia Basilio

Regras impostas pela Basileia III e pelo Fatca obrigam bancos brasileiros e estrangeiros a se reestruturar

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 53

(Associação Nacional das Instituições de Crédito Finan-ciamento e Investimento), em novembro.

Para embasar a discussão, Nicola Tingas, eco-nomista-chefe da Acrefi, debateu a situação atual da economia brasileira. “Conseguir crescer é como fazer alpinismo. É preciso fazer muito esforço”, compara. Ele

afirmou ainda que o mundo estaria vivenciando uma grande recessão se os bancos centrais não interfe-

rissem na economia da maneira que interferem atualmente. Em 2011, por exemplo, a econo-

mia cresceu 3,7%. Já em 2012, a expectativa é de 2,9%, segundo a DB Research.

Segundo o economista, em 2013 a economia brasileira deverá crescer ancora-da pelo consumo das famílias. “O grande dilema é que o país não pode crescer só pelo consumo das famílias. É preciso ha-ver investimentos”, contesta Tinga.

Basileia IIIDiante da crise de 2008, o deba-

te sobre a gestão do capital ganhou espaço junto com a necessidade de se controlar o risco financeiro, destaca Marcello De Francesco, sócio da Consultoria em Gestão de Riscos Empresariais da Deloitte. O resultado dessa discussão foi a cria-ção da Basileia III.

Segundo Francesco, as princi-pais diferenças entre a Basileia III e

as versões anteriores do acordo são: critérios mais rigorosos para que ele-

mentos patrimoniais sejam considera-dos como capital próprio da instituição,

introdução de adicionais de capital, im-plementação de índices mínimos de liqui-

dez de curto, médio e longo prazo, criação de índice de alavancagem e mudanças de regras

para calcular a exposição de risco de crédito. Apesar da aprovação

das medidas estar

prevista para 2013 pelo Banco Cen-tral, os bancos têm até 2019 para co-locar as normas em prática.

“A Basileia III é um complemen-to à Basileia II, acrescentando re-quisitos mais rigorosos. Com essas mudanças, o acordo aperfeiçoa as regras que visam a dar estabilidade ao sistema financeiro global, reforçando a solvência (ca-pacidade de cumprir com seus compromissos) e a resili-ência das instituições financeiras”, afirma o executivo.

O índice de Basileia, que mede o montante de capi-tal que uma instituição deve ter disponível em função do risco que ela sofre, está atualmente em 11%. Até 2019, a taxa deve baixar para 0,08%, prevê Francesco.

FatcaTão rígido quanto as regras da Basileia III, o Fatca

tem como objetivo identificar e monitorar contribuintes norte-americanos que detêm ativos financeiros fora dos

Nicola Tingas, da Acrefi“Conseguir crescer é como fazer alpinismo. É preciso fazer muito esforço”

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54 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

compliance

EUA ou contas no exterior. O ponto central é deter e desencorajar a evasão fiscal obri-gando os bancos e outras entidades a divul-gar informações financeiras dos contribuin-tes às autoridades norte-americanas.

Segundo Antenor Castro Minto, geren-te sênior da Consultoria Tributária Global Financial Services Industry da Deloitte, o

desafio da regulamentação está no conflito gerado com a legislação de cada país. No Brasil, por exemplo, divulgar informações sigilosas de corr entistas é ilegal. ”O clien-te investigado pode entrar com processo contra o banco que divulgou suas infor-mações. Esse é um risco de as instituições financeiras têm que lidar ao assinar o Fatca”, complementa Minto.

O brasileiro que tem Green Card tam-bém pode negar sua dupla nacionalidade para não ter seus dados compartilhados. Nesse caso, destaca Minto, os bancos só des-cobrem a mentira se o correntista fizer re-messas constantes de dinheiro para os EUA.

“A princípio, não há vantagem alguma (do Fatca) para o Brasil. É uma regulamentação que foi criada apenas para atender a demandas nor-te-americanas”, avalia o gerente sênior. No caso de os bancos não aderirem às regras, há retenção na fonte de 30% dos rendimentos obtidos em transações realizadas nos EUA.

Marcello De Francesco, da Deloitte“A Basiléia III aperfeiçoa as regras que visam a dar estabilidade ao sistema financeiro global”

Antenor Castro Minto, da Deloitte“O Fatca é uma regulamentação que foi criada apenas para atender a demandas norte-americanas”

Quem deve aderir 4 Instituições financeiras 4 Entidades estrangeiras não financeiras4 Agentes de retenção norte-americanos

Desafios para implantação no Brasil4 Sigilo bancário4 Encerramento de contas de clientes recalcitrantes4 Como a instituição brasileira vai reter pagamentos para pagar à outra nação4 Elevada carga administrativa4 Risco de contencioso administrativo e judicial4 Revisão de contratos

Regras do Fatca

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56 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

análiseeperspectivas

Oportunidades à vista

Os últimos dados divulgados pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), destacam a relevância das Micro e Pequenas Em-presas (MPEs) para o Brasil. Segundo os dados, elas detêm cerca de 20% de participação no PIB,

mais de 90% no total geral de empresas e 60% dos empregos formais.

Assim, as MPEs são alvo de atenções não só dos especialistas financei-ros, mas, também, do governo devido ao poten-cial de geração de empregos, renda e “fonte” de empreendedores. Essas empresas são fundamen-tais ao crescimento econômico, são geradoras de oportunidade e melhoram a qualidade de vida dos cidadãos, pois absorvem um grande e diversificado montante de mão de obra.

O acesso ao créditoPara alavancar seus negócios ou mesmo para

manter suas atividades produtivas, grande parte das empresas recorre ao crédito. A maioria dos pequenos empreendedores não tem o capital suficiente para suas operações diárias ou mesmo para aprimorá-las. Assim, para amparar o micro empresário, alguns ban-cos concedem crédito com alguns atrativos.

À vista disso, é necessário analisar as condições oferecidas pelo mercado, avaliando as taxas de ju-ros, os prazos e as garantias exigidas em cada inter-mediador financeiro. Nesse sentido, os programas de crédito direcionado são uma das formas mais viáveis para a captação de recursos no sistema de crédito nacional com a finalidade de financiamen-tos de investimentos de médio e longo prazo.

O BNDES é um exemplo de instituição que visa a apoiar os investimentos das empresas por meio do crédito direcionado via operações diretas (desembolsos feitos diretamente com o sistema BNDES) e indiretas (repasses por meio de ban-cos que atuam como intermediadores). Suas linhas de crédito apresentam taxas de juros relativamente mais baixas e prazos maiores do que os praticados via recursos livres do mercado financeiro.

Para ter acesso aos programas especiais de crédito, os bancos que participam como agentes financeiros (diretos ou indiretos) têm algumas exigências além da análise dos dados cadastrais e dos riscos de crédito, como a apresentação de um projeto econômico-financeiro viável e demonstra-ção da capacidade de pagamento do empréstimo.

Tais exigências – consideradas muitas vezes ex-cessivas – acabam por burocratizar a solicitações de crédito para investimentos. Algumas dessas bar-reiras vêm sendo contornadas por meio de fundos garantidores de crédito, como o Fundo de Garantia

Por prof. dr. Alberto Borges Matiascom colaboração de Renata Karoline Polo

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Desembolso anual do BNDES com micro, pequenas e médias empresas (em milhões de R$)*

PME

Micro e Pequena

Média

21.969,6

11.371,56

10.598,01

2008

22.197,9

13.671,47

8.526,44

41.997,2

26.729,79

15.267,43

41.445,3

27.450,20

13.995,10

2009 2010 2011

*corrigido IPCAFonte: BNDES & Inepad

de Promoção da Competitividade (FGPC) – adminis-trado pelo BNDES –, o Fundo de Aval para Geração de Emprego e Renda (Funproger) – administrada pelo Ban-co do Brasil – e o Fundo de Aval do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Volume direcionado pelo BNDES às MPEs

A partir dos dados do BNDES sobre as operações de crédito contratas pelas PMEs – Micro, Pequenas e Médias Empresas – (tabela 1), nota-se que a captação de empréstimos feitos pelas PMEs tem aumentado nos últimos quatro anos consideravelmente – 22,2% em média real ao ano. No caso das micro e pequenas em-presas, a participação média no desembolso do BNDES, entre 2008 e 2011, teve um aumento real de 39,5% a.a., enquanto que, as empresas de médio porte tiveram um aumento real da participação de 17%. Esses dados mos-tram que o dinamismo das MPEs está crescendo e cada vez mais recursos estão sendo captados.

Aproveitar o momentoApesar dos obstáculos interpostos à sobrevivência

das MPEs brasileiras, estão surgindo oportunidades para microempresário. A primeira delas foi a decisão do gover-no pela redução das taxas de juros gerais cobradas pelo sistema bancário nacional. E agora, no dia 13 de novem-bro, o projeto de criação de uma secretaria destinada ape-nas às MPEs foi aprovado pela Câmara de Deputados.

A Secretaria da Micro e Pequena Empresa vai empre-gar políticas direcionadas aos pequenos negócios, às em-presas de artesanato e às cooperativas, sendo responsável pela implementação de políticas públicas – formalização dos empreendedores, apoio � nanceiro, aumento da par-ticipação das MPEs nas exportações nacionais – que fo-mentem a criação e manutenção das delas.

A expectativa é que com a criação do órgão seja viabilizado o surgimento de novas MPEs e a sustenta-bilidade das já existentes, fazendo com que os obstácu-los atenuem-se. O microempresário deve � car atento, buscar mais informações para aproveitar as vantagens direcionadas a ele, como linhas de crédito e incentivos que serão disponibilizados pelo governo federal por meio da secretaria.

ELABO� ÇÃO:Alberto Borges Matias –Diretor-Presidente do Inepad. Professor titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no campus de Ribeirão Preto. Livre docente em finanças, atuando nos programas de graduação, pós-graduação e MBAs da UniversidadeAPOIO:Renata Karoline Polo – Pesquisadora do Centro de Pesquisas do Inepad – Núcleo CEPEFIN. Graduação em ciências econômicas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo no Campus de Ribeirão Preto

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bancodedadosinepad

Fonte: BC/Inepad

Taxas médias: pessoa física

Taxas médias: pessoa jurídica

Taxas médias: geral

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Variação out/out

39,53

38,47

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38,10

37,30

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29,90

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-3,3

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28,89

28,15

26,87

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28,40

28,00

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23,12

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Data Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.

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Variação out/out

Fonte: BC/Inepad

47,10

44,73

43,75

45,10

45,40

44,40

42,10

38,84

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35,80

35,40

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10,07

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8,27

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7,90

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Data Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.

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mar/12

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Variação out/out

Fonte: BC/Inepad

29,76

29,79

28,23

28,70

28,60

27,70

26,30

24,95

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23,10

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7,60

7,10

-3,7

-0,3

-0,2

-0,3

-0,1

-0,4

-0,5

-0,5

-0,6

-0,3

-0,3

-0,2

0,2

-0,5

-0,2

18,96

19,22

17,95

18,50

18,80

18,40

17,50

16,77

15,89

16,00

15,70

15,00

15,00

-4,0

0,1

0,3

-1,3

0,5

0,3

-0,4

-0,9

-0,7

-0,9

0,1

-0,3

-0,7

0,0

-0,1

Data Aplicações Var. p.p. Captações Var. p.p. Spread Var. p.p.

Finan78 INEPAD tabelas.indd 58 12/11/12 2:18 PM

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 59

Spread fi nanceiro

Fonte: BC/Inepad

out/

11

out/

11

nov/

11

nov/

11

dez/

11

dez/

11

jan/

12

jan/

12

abr/

12

abr/

12

fev/

12

fev/

12

mai

/12

mai

/12

jul/

12

jul/

12

set/

12

set/

12

mar

/12

mar

/12

jun/

12

jun/

12

ago/

12

ago/

12

out /1

2

out /1

2

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0

190.000

185.000

180.000

175.000

170.000

165.000

160.000

155.000

150.000

145.000

140.000

29,0%

28,0%

27,0%

26,0%

25,0%

24,0%

23,0%

22,0%

21,0%

Aplicações Captações Consignado Taxa de juros % a.a.

R$ milhõesCrédito consignado

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Mês/Ano

VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICA PREFIXADOS – RECURSOS LIVRES (R$ MILHÕES)

Fonte: BC/Inepad

21.504,53

20.972,07

18.882,41

21.176,51

22.012,75

21.830,06

22.766,31

21.891,63

21.193,06

21.311,37

21.054,08

20.690,82

21.207,48

3,5%

-2,5%

-10,0%

12,1%

3,9%

-0,8%

4,3%

-3,8%

-3,2%

0,6%

-1,2%

-1,7%

2,5%

238.200,69

241.596,96

241.653,11

244.757,84

248.146,64

250.979,63

255.260,22

260.152,16

265.355,75

267.862,89

272.027,40

271.602,24

275.049,10

1,1%

1,4%

0,0%

1,3%

1,4%

1,1%

1,7%

1,9%

2,0%

0,9%

1,6%

-0,2%

1,3%

41,7

43,1

44,8

45,0

46,8

45,4

47,1

46,3

46,0

45,6

44,9

44,2

43,67

3,5%

3,4%

3,8%

0,4%

4,1%

-3,1%

3,8%

-1,7%

-0,7%

-0,9%

-1,6%

-1,4%

-1,3%

ChequeEspecial

Variaçãoem %

Crédito Pessoal

Variaçãoem %

Financiamento Imobiliário

Variaçãoem %

Cartão deCrédito

Variaçãoem %

36.279,27

36.433,21

35.637,97

36.756,87

37.654,62

37.374,42

37.653,60

37.024,24

37.149,52

37.425,18

37.421,80

37.310,91

37.136,16

2,6%

0,4%

-2,2%

3,1%

2,4%

-0,7%

0,7%

-1,7%

0,3%

0,7%

0,0%

-0,3%

-0,5%

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Mês/Ano

VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO: PESSOA FÍSICAPREFIXADOS/CONTINUAÇÃO – RECURSOS LIVRES (R$ MILHÕES)

Fonte: BC/Inepad

168.657,89

170.554,47

173.301,89

174.680,92

176.191,48

177.546,16

178.076,90

178.494,29

182.153,66

183.913,74

186.132,77

186.393,41

186.441,61

0,8%

1,1%

1,6%

0,8%

0,9%

0,8%

0,3%

0,2%

2,1%

1,0%

1,2%

0,1%

0,0%

9.012,95

9.179,58

9.348,56

9.291,31

9.442,44

9.339,87

9.206,31

9.326,84

9.244,58

9.142,04

9.344,74

9.416,36

9.624,97

-2,1%

1,8%

1,8%

-0,6%

1,6%

-1,1%

-1,4%

1,3%

-0,9%

-1,1%

2,2%

0,8%

2,2%

177.670,84

179.734,04

182.650,45

183.972,22

185.633,92

186.886,02

187.283,21

187.821,14

191.398,24

193.055,77

195.477,51

195.809,77

196.066,58

0,7%

1,2%

1,6%

0,7%

0,9%

0,7%

0,2%

0,3%

1,9%

0,9%

1,3%

0,2%

0,1%

Veículos Variaçãoem %

Outros Variaçãoem %

Total Variaçãoem %

Outros Variaçãoem %

7.303,74

7.386,58

7.769,86

7.800,39

7.540,76

7.648,83

7.823,74

8.139,16

8.250,35

8.355,71

8.469,08

8.602,53

8.810,03

2,7%

1,1%

5,2%

0,4%

-3,3%

1,4%

2,3%

4,0%

1,4%

1,3%

1,4%

1,6%

2,4%

AQUISIÇÃO

Total Variaçãoem %

481.001

486.166

486.639

494.509

501.036

504.764

510.834

515.075

523.393

528.057

534.495

534.061

538.313

1,2%

1,1%

0,1%

1,6%

1,3%

0,7%

1,2%

0,8%

1,6%

0,9%

1,2%

-0,1%

0,8%

Finan78 INEPAD tabelas.indd 59 12/11/12 2:18 PM

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60 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

bancodedadosinepad

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Mês/Ano

VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO – CRÉDITO CONSIGNADO (R$ MILHÕES)

Fonte: BC/Inepad* Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito ** Pesquisa com 13 das maiores instituições que operam com crédito pessoal *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal

267.306

271.256

271.810

275.388

279.185

283.058

287.790

292.964

298.228

301.035

306.169

307.013

311.036

16,36%

134.635

135.984

135.836

137.849

139.863

141.625

143.796

146.913

149.160

150.985

153.523

153.132

155.079

15,18%

22.366

22.595

22.792

23.134

23.920

24.451

24.909

25.287

26.078

26.658

27.385

28.365

29.223

30,66%

157.002

158.579

158.628

160.983

163.783

166.076

168.705

172.200

175.238

177.643

180.908

181.497

184.302

17,39%

114.143

115.559

115.333

116.174

118.299

119.449

121.342

124.005

125.270

127.048

129.302

130.354

132.557

16,13%

58,7%

58,5%

58,4%

58,5%

58,7%

58,7%

58,6%

58,8%

58,8%

59,0%

59,1%

59,1%

59,3%

0,88%

Crédito Pessoal* Públicos Privados Total Amostra**

% CONSIGNADO***Estimativa Inepad Consignado

72,7%

72,9%

72,7%

72,2%

72,2%

71,9%

71,9%

72,0%

71,5%

71,5%

71,5%

71,8%

71,9%

-1,07%

27,8%

27,2%

27,0%

27,5%

27,6%

27,1%

25,9%

25,3%

24,6%

24,6%

23,6%

23,8%

23,5%

-15,50%

CONSIGNADO

Pessoal Diferença

52,2%

48,6%

48,2%

50,3%

50,6%

48,8%

44,7%

41,4%

39,6%

39,9%

39,4%

39,7%

39,1%

-25,10%

24,4%

21,4%

21,2%

22,8%

23,0%

21,7%

18,8%

16,1%

15,0%

15,3%

15,8%

15,9%

15,6%

-36,04%Variação out/out

CONCENTRAÇÃO DO CONSIGNADO

TAXA DE JUROS % A,A,

Fonte: BC/Inepad

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

INADIMPLÊNCIA – OPERAÇÕES PREFIXADAS – CRÉDITO PESSOAL (R$ MIL)

Fonte: BC/Inepad

214.404.363

217.550.528

218.121.588

219.312.227

221.943.486

225.408.614

228.253.823

232.353.188

237.782.075

239.123.083

243.157.599

242.237.413

245.004.081

5.425.153

5.050.272

4.742.796

5.670.345

5.848.687

5.913.960

6.434.358

6.375.340

5.805.571

6.003.783

5.822.853

6.160.128

6.034.364

2,28%

2,09%

1,96%

2,32%

2,36%

2,36%

2,52%

2,45%

2,19%

2,24%

2,14%

2,27%

2,19%

6.085.228

5.940.290

5.621.166

6.000.380

6.412.577

6.393.418

6.657.244

6.621.515

6.621.516

6.994.273

6.752.405

6.938.320

7.122.769

2,55%

2,46%

2,33%

2,45%

2,58%

2,55%

2,61%

2,55%

2,50%

2,61%

2,48%

2,55%

2,59%

12.285.944

13.055.873

13.167.555

13.774.887

13.941.885

13.263.639

13.914.798

14.802.116

14.802.117

15.741.752

16.294.543

16.266.383

16.887.887

5,16%

5,40%

5,45%

5,63%

5,62%

5,28%

5,45%

5,69%

5,58%

5,88%

5,99%

5,99%

6,14%

238.200.688

241.596.963

241.653.105

244.757.839

248.146.635

250.979.631

255.260.224

260.152.159

265.355.751

267.862.891

272.027.399

271.602.244

275.049.101

Mês/Ano Saldo sem atraso

Com atraso de 30 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso maior 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Saldo total carteira-Brasil

Variação em %

1,13%

1,43%

0,02%

1,28%

1,38%

1,14%

1,71%

1,92%

2,00%

0,94%

1,55%

-0,16%

1,27%

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

INADIMPLÊNCIA – OPERAÇÕES PREFIXADAS – AQUISIÇÃO DE BENS – VEÍCULOS (R$ MIL)

146.189.732

147.989.270

151.409.644

151.295.533

151.730.673

152.189.861

152.441.130

152.399.857

156.624.704

158.302.956

160.792.538

160.695.372

161.355.422

6.185.698

5.841.417

5.470.180

5.944.994

5.875.155

6.349.573

5.880.893

6.040.597

5.740.064

5.925.590

6.131.662

5.859.420

5.765.483

3,67%

3,42%

3,16%

3,40%

3,33%

3,58%

3,30%

3,38%

3,15%

3,22%

3,29%

3,14%

3,09%

8.370.147

8.388.009

7.747.212

8.258.457

8.867.484

8.890.296

9.321.380

9.168.149

8.852.142

8.673.636

8.275.364

8.640.875

8.377.474

4,96%

4,92%

4,47%

4,73%

5,03%

5,01%

5,23%

5,14%

4,86%

4,72%

4,45%

4,64%

4,49%

7.912.314

8.335.769

8.674.858

9.181.932

9.718.168

10.116.427

10.433.499

10.885.690

10.936.746

11.011.554

10.933.209

11.197.737

10.943.229

4,69%

4,89%

5,01%

5,26%

5,52%

5,70%

5,86%

6,10%

6,00%

5,99%

5,87%

6,01%

5,87%

168.657.891

170.554.465

173.301.894

174.680.916

176.191.480

177.546.157

178.076.901

178.494.293

182.153.656

183.913.736

186.132.773

186.393.405

186.441.608

Mês/Ano Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a30 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso maior 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Saldo total carteira-Brasil

Variação em %

0,81%

1,12%

1,61%

0,80%

0,86%

0,77%

0,30%

0,23%

2,05%

0,97%

1,21%

0,14%

0,03%

Finan78 INEPAD tabelas.indd 60 12/11/12 2:18 PM

Page 61: 01 7 12/11/12 1:02 PM - SINDICATO DAS FINANCEIRAS ... Comercial – Marco Góes – mgoes@gpadrao.com.br Gerente de Negócios – Adriana Próspero – aprospero@gpadrao.com.br Impressão

INADIMPLÊNCIA – CRÉDITO PESSOAL

INADIMPLÊNCIA – AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS

INADIMPLÊNCIA – AQUISIÇÃO DE BENS

INADIMPLÊNCIA – OUTRAS

23%

53%

24%

Com atraso de mais de 90 dias16.887.887

Atraso de até 30 dias6.034.364

Atraso de 31 a 90 dias7.122.769

Com atraso maior que 90 dias10.943.229

Com atraso de 15 a 30 dias5.765.483

Com atraso de 31 a 90 dias8.377.474

Com atraso maior que 90 dias1.245.222

Com atraso de 15 a 30 dias299.447

Com atraso de 31 a 90 dias457.355

Com atraso maior que 90 dias1.841.858

Com atraso de 15 a 30 dias463.614

Com atraso de 31 a 90 dias656.935

16%

62%22%

23%

42%

35%

13%

65%22%

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

INADIMPLÊNCIA – OPERAÇÕES PREFIXADAS – AQUISIÇÃO DE BENS – OUTROS (R$ MIL)

Fonte: BC/Inepad

7.003.090

7.166.439

7.398.461

7.281.585

7.395.159

7.280.027

7.132.293

7.235.833

7.176.905

7.111.907

7.366.086

7.463.659

7.622.949

359.296

322.619

293.299

354.078

347.599

357.302

348.564

329.259

310.846

307.859

292.641

294.394

299.447

3,99%

3,51%

3,14%

3,81%

3,68%

3,83%

3,79%

3,53%

3,36%

3,37%

3,13%

3,13%

3,11%

389.502

422.377

353.421

347.253

411.438

492.722

486.542

464.977

453.064

421.582

401.493

403.609

457.355

4,32%

4,60%

3,78%

3,74%

4,36%

5,28%

5,28%

4,99%

4,90%

4,61%

4,30%

4,29%

4,75%

1.261.059

1.268.141

1.303.375

1.308.392

1.288.245

1.209.814

1.238.906

1.296.776

1.303.769

1.300.690

1.284.521

1.254.701

1.245.222

13,99%

13,81%

13,94%

14,08%

13,64%

12,95%

13,46%

13,90%

14,10%

14,23%

13,75%

13,32%

12,94%

9.012.947

9.179.576

9.348.556

9.291.308

9.442.441

9.339.865

9.206.306

9.326.844

9.244.584

9.142.038

9.344.741

9.416.363

9.624.974

Mês/Ano Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a 30 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso maior 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Saldo total carteira-Brasil

Variação em %

-2,08%

1,85%

1,84%

-0,61%

1,63%

-1,09%

-1,43%

1,31%

-0,88%

-1,11%

2,22%

0,77%

2,22%

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

INADIMPLÊNCIA – OPERAÇÕES PREFIXADAS – OUTRAS AQUISIÇÕES (R$ MIL)

Fonte: BC/Inepad

4.782.825

4.917.007

5.135.116

5.045.000

4.783.320

4.790.733

4.871.860

5.062.140

5.348.052

5.418.793

5.558.268

5.612.939

5.847.625

374.755

309.703

326.361

416.576

408.896

398.775

410.234

386.074

390.441

438.061

416.627

441.155

463.614

5,13%

4,19%

4,20%

5,34%

5,42%

5,21%

5,24%

4,74%

4,73%

5,24%

4,92%

5,13%

5,26%

623.613

691.743

915.590

659.418

674.097

723.609

735.997

662.663

719.354

681.941

652.736

739.122

656.935

8,54%

9,36%

11,78%

8,45%

8,94%

9,46%

9,41%

8,14%

8,72%

8,16%

7,71%

8,59%

7,46%

1.522.548

1.468.126

1.392.790

1.679.400

1.674.445

1.735.716

1.805.651

2.028.284

1.792.499

1.816.910

1.841.446

1.809.318

1.841.858

20,85%

19,88%

17,93%

21,53%

22,21%

22,69%

23,08%

24,92%

21,73%

21,74%

21,74%

21,03%

20,91%

7.303.741

7.386.579

7.769.857

7.800.394

7.540.758

7.648.833

7.823.743

8.139.161

8.250.346

8.355.705

8.469.076

8.602.534

8.810.032

Mês/Ano Saldo sem atraso

Com atraso de 15 a 30 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso de 31 a 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Com atraso maior 90 dias

% Sobre saldo da carteira

Saldo total carteira-Brasil

Variação em %

2,71%

1,13%

5,19%

0,39%

-3,33%

1,43%

2,29%

4,03%

1,37%

1,28%

1,36%

1,58%

2,41%

Finan78 INEPAD tabelas.indd 61 12/11/12 2:18 PM

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62 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

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10%

9%

8%

7%

6%

5%

4%

3%

2%

1%

0

4,50%

4,00%

3,50%

3,00%

2,50%

2,00%

1,50%

1,00%

0,50%

0,00%

1,0%

0,8%

0,6%

0,4%

0,2%

0,0%

-0,2%

-0,4%

-0,6%

-0,8%

Brasil São Paulo Var.p.p

SP Brasil

jan/09

fev/09

mar/09

abr/09

mai/09

jun/09

jul/09

ago/09

set/09

out/09

nov/09

dez/09

jan/10

fev/10

mar/10

abr/10

mai/10

jun/10

jul/10

ago/10

set/10

out/10

nov/10

dez/10

jan/11

fev/11

mar/11

abr/11

mai/11

jun/11

jul/11

ago/11

set/11

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data Data Data

CRÉDITO PESSOAL

Fonte: IBGE/Inepad

132.282,85

134.308,50

137.284,08

141.064,96

145.457,84

147.804,50

150.852,21

154.003,98

156.472,41

159.967,04

161.497,41

162.263,33

164.926,16

167.772,83

172.371,66

176.505,45

180.849,11

183.608,92

186.715,25

191.025,56

194.474,73

197.645,23

201.482,21

202.377,26

206.767,09

209.078,62

212.600,86

216.453,86

220.807,56

225.067,57

229.084,55

232.571,36

235.550,20

238.200,69

241.596,96

241.653,11

244.757,84

248.146,64

250.979,63

255.260,22

260152,159

265355,751

267862,891

272027,399

271602,244

275.049,10

3,80

3,69

3,48

3,37

3,24

3,18

3,13

3,10

3,13

3,19

3,06

3,11

3,13

3,07

3,01

3,02

3,03

2,97

2,98

2,97

2,94

3,06

2,97

3,09

3,34

3,32

3,28

3,43

3,42

3,38

3,36

3,41

3,42

3,56

3,36

3,33

3,45

3,47

3,37

3,13

2,93

2,82

2,84

2,81

2,82

2,79

Volume Volume VolumeTaxa de juros

Taxa de juros

Taxa de juros

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data

TAXA DE DESEMPREGO

RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)

Fonte: IBGE/Inepad

5,8%

5,2%

4,7%

5,5%

5,7%

6,2%

6,0%

5,8%

5,9%

5,4%

5,3%

5,4%

5,3%

-0,2%

-0,6%

-0,5%

0,8%

0,2%

0,5%

-0,2%

-0,2%

0,1%

-0,5%

-0,1%

0,1%

-0,1%

5,6%

5,0%

4,7%

5,5%

6,1%

6,5%

6,5%

6,2%

6,50%

5,70%

5,80%

6,50%

5,90%

-0,01

-0,01

0,00

0,01

0,01

0,00

0,00

0,80

0,00

-0,01

0,00

0,01

-0,01

Brasil Var, % - Brasil SP Var, %

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data

Fonte: IBGE/Inepad

2,00%

1,90%

1,90%

1,90%

2,00%

2,10%

2,00%

2,00%

2,00%

1,90%

2,00%

2,00%

2,10%

0,00

-0,05

0,00

0,00

0,05

0,05

-0,05

0,00

0,00

-0,05

0,05

0,00

0,05

3,13%

3,14%

3,15%

3,16%

3,17%

3,18%

3,19%

3,20%

3,70%

3,60%

3,90%

3,80%

4,00%

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,16

-0,03

0,08

-0,03

0,05

Brasil Var. % – Brasil SP Var, %

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

abr/

12

fev/

12

mai

/12

jul/

12

set/

12

mar

/12

jun/

12

ago/

12

out /1

2

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

abr/

12

fev/

12

mai

/12

jul/

12

set/

12

mar

/12

jun/

12

ago/

12

out /1

2

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 63

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75

133

129

125

121

117

113

109

105

Taxa da utilização da capacidade instalada Índice de produção física média móvel trimestral

Capacidade (%) Produção (índice)

Fonte: Inepad/CNI/IBGE

PRODUÇÃO X CAPACIDADE

nov/

11

set/

11

dez/

11

fev/

12

abr/

12

jun/

12

ago/

12

out/

11

jan/

12

mar

/12

mai

/12

jul/

12

set/

12

Fonte: BC-Focus/Inepad

Previsão 29/10/2012

2 semanas antes 7/11

1 semana antes 16/11

Previsão 23/11

Ano de 2012

PREVISÕES ECONÔMICAS

1,55

1,56

1,54

1,52

-0,04

-0,15

-0,08

-0,19

PIB Total % a.a. PIB Agropecuário % a.a.

0,02

0,02

0,04

0,02

PIB Indústria % a.a.

2,34

2,34

2,33

2,32

-2,05

-2,39

-2,43

-2,40

PIB Serviço % a.a. Produção Industrial % a.a.

Previsão 29/10/2012

2 semanas antes 07/11

1 semana antes 16/11

Previsão 23/11

Ano de 2012

7,28

7,25

7,25

7,25

8,74

7,86

7,69

7,69

Selic Taxa anual IGP–DI % a.a.

5,56

5,48

5,47

5,45

IPCA % a.a.

2,02

2,03

2,03

2,04

248,85

249,15

247,96

247,32

Taxa de Câmbio R$/US$ Saldo Comercial US$ bilhões

set/11

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

Data

ATIVIDADE ECONÔMICA

Fonte: CNI/Inepad

82,80

83,30

82,70

79,40

79,60

80,20

81,10

80,60

81,40

80,70

81,60

80,90

80,90

-2,29%

-0,70

0,50

-0,60

-3,30

0,20

0,60

0,90

-0,50

0,80

-0,70

0,90

-0,70

0,00

Taxa da Utilização da Capacidade Instalada

Var, p,p,

Variação set/set

set/11

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

Data

Fonte: IBGE/Inepad

128,65

127,60

126,65

126,88

126,08

126,06

125,51

125,64

124,80

124,40

124,27

125,20

125,64

-2,34%

-0,53%

-0,82%

-0,74%

0,18%

-0,63%

-0,02%

-0,44%

0,10%

-0,67%

-0,32%

-0,10%

0,75%

0,35%

Índice de Produção FísicaMédia Móvel Trimestral

Var, %

Variação set/set

Finan78 INEPAD tabelas.indd 63 12/11/12 2:18 PM

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64 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

bancodedadosinepad

Fonte: Inepad/IBGE Fonte: Inepad/MDIC

350.000

300.000

250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

0

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0

0,009

0,008

0,007

0,006

0,005

0,004

0,003

0,002

0,001

0

60.000

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

0

Unidades

Unidades

PRODUÇÃO – AUTOMÓVEIS LEVES E PESADOS

Exportações Média Trimestral

Exportações Importações IPCA M.M 12 meses

BALANÇA COMERCIAL (US$ MILHÕES)IPCA MENSAL

abr/

11

abr/

11

jun/

11

jun/

11

ago/

11

ago/

11

dez/

11

dez/

11

out/

11

out/

11

fev/

12

fev/

12

abr/

12

abr/

12

ago/

12

ago/

12

out/

12

out/

12

jun/

12

jun/

12

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

abr/

12

fev/

12

mai

/12

jul/

12

set/

12

mar

/12

jun/

12

ago/

12

out /1

2

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

abr/

12

fev/

12

mai

/12

jul/

12

set/

12

mar

/12

jun/

12

ago/

12

out /1

2

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data

PRODUÇÃO – AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS. MISTOS. VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS (EM UNIDADES)

Fonte: Anfavea/Inepad

265.600

274.500

262.000

211.764

217.848

308.500

260.800

280.800

273.600

297.800

329.300

282.540

318.701

284.033

267.100

267.367

249.421

230.537

246.037

262.383

283.367

271.733

284.067

300.233

303.213

310.180

4.400

8.900

-12.500

-50.236

6.084

90.652

-47.700

20.000

-7.200

24.200

31.500

-46.760

36.161

1,68%

3,35%

-4,55%

-19,17%

2,87%

41,61%

-15,46%

7,67%

-2,56%

8,8%

10,6%

-14,2%

12,8%

19,99%

Produção Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)

Variação out/out

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data

EXPORTAÇÃO DE AUTOVEÍCULOS MONTADOS (EM UNIDADES)

Fonte: Anfavea/Inepad

52.249

54.950

48.403

33.075

36.461

42.225

48.700

26.700

36.000

29.700

42.900

27.194

41.797

47.258

50.615

51.867

45.476

39.313

37.254

42.462

39.208

37.133

30.800

36.200

33.265

37.297

7.603

2.701

-6.547

-15.328

3.386

5.764

6.475

-22.000

9.300

-6.300

13.200

-15.706

14.603

17,03%

5,17%

-11,91%

-31,67%

10,24%

15,81%

15,33%

-45,17%

34,83%

-17,50%

44,44%

-36,61%

53,70%

-20,00%

Exportações Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)

Variação out/out

Finan78 INEPAD tabelas.indd 64 12/11/12 2:18 PM

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dezembro/janeiro 2013 FINANCEIRO 65

250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

0

Unidades

1000cc + 1000cc a 2000cc + 2000cc

LICENCIAMENTO POR CATEGORIA – AUTOMÓVEIS

Fonte: Anfavea/INEPAD

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

Data

LICENCIAMENTO DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (EM UNIDADES)

Fonte: Anfavea/Inepad

203.351

233.557

251.606

196.654

185.483

220.172

189.232

210.216

275.929

281.420

326.914

214.351

250.598

89.590

101.597

110.860

86.608

78.953

88.445

73.014

85.432

120.194

117.366

133.660

90.205

105.244

48,8%

38,4%

40,4%

56,4%

46,7%

35,9%

46,7%

34,7%

31,0%

42,7%

35,9%

62,4%

36,0%

110.731

129.034

137.344

107.608

104.784

129.404

114.158

122.532

153.905

162.179

191.167

122.402

143.910

54,5%

55,2%

54,6%

54,7%

56,5%

58,8%

60,3%

58,3%

55,8%

57,6%

58,5%

57,1%

57,4%

3.030

2.926

3.402

2.438

1.746

2.323

2.060

2.233

1.830

1.875

2.087

1.744

1.444

Total 1000cc % no Total +1000cc a 2000cc % no total +2000cc % no total

1,5%

1,3%

1,4%

1,2%

0,9%

1,1%

1,1%

1,1%

0,7%

0,7%

0,6%

0,8%

0,6%

out/

11

nov/

11

dez/

11

jan/

12

abr/

12

fev/

12

mai

/12

jul/

12

set/

12

mar

/12

jun/

12

ago/

12

out /1

2

out/11

nov/11

dez/11

jan/12

fev/12

mar/12

abr/12

mai/12

jun/12

jul/12

ago/12

set/12

out/12

TAXA DE JUROS PREFIXADOS – PESSOA FÍSICA (R$ MILHÕES)

Fonte: BC/Inepad

238.201

241.597

241.653

244.758

248.147

250.980

255.260

260.152

265.356

267.863

272.027

271.602

275.049

3,56

3,36

3,33

3,45

3,47

3,37

3,13

2,93

2,82

2,84

2,81

2,82

2,79

0,14

-0,21

-0,02

0,12

0,02

-0,10

-0,24

-0,20

-0,11

0,02

-0,03

0,01

-0,03

52,20

48,60

48,20

50,30

50,60

48,80

44,70

41,41

39,58

39,94

39,43

39,65

39,09

2,50

-3,60

-0,40

2,10

0,30

-1,80

-4,10

-3,29

-1,83

0,36

-0,51

0,22

-0,56

168.658

170.554

173.302

174.681

176.191

177.546

178.077

178.494

182.154

183.914

186.133

186.393

186.442

2,11

2,03

1,96

2,00

2,01

1,98

1,94

1,77

1,58

1,60

1,57

1,59

1,58

-0,01

-0,08

-0,07

0,04

0,01

-0,03

-0,03

-0,17

-0,19

0,02

-0,03

0,03

-0,02

28,40

27,20

26,20

26,80

27,00

26,50

26,00

23,43

20,66

20,95

20,52

20,90

20,68

-0,10

-1,20

-1,00

0,60

0,20

-0,50

-0,50

-2,57

-2,77

0,29

-0,43

0,38

-0,22

9.013

9.180

9.349

9.291

9.442

9.340

9.206

9.327

9.245

9.142

9.345

9.416

9.625

3,87

3,75

4,31

4,11

3,90

4,10

4,17

3,98

4,02

3,92

3,94

3,85

3,78

0,40

-0,13

0,56

-0,20

-0,21

0,19

0,07

-0,19

0,04

-0,11

0,03

-0,09

-0,08

57,80

55,50

65,90

62,10

58,30

61,90

63,30

59,75

60,50

58,56

59,06

57,44

56,03

7,20

-2,30

10,40

-3,80

-3,80

3,60

1,40

-3,55

0,75

-1,94

0,50

-1,62

-1,41

Mês/ano

% a.m.

Variaçãop.p.

% a.a.

Variaçãop.p.

Saldo total

TAXA DE JUROS

CRÉDITO PESSOAL

R$ milhões%

a.m.Variação

p.p.

%

a.a.

Variaçãop.p.

TAXA DE JUROS

AQUISIÇÃO DE BENS – VEÍCULOS

Saldo totalR$ milhões

% a.m.

Variaçãop.p.

%

a.a.Variação

p.p.

TAXA DE JUROS

AQUISIÇÃO DE BENS – OUTROS

Saldo totalR$ milhões

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palavrafinal

66 FINANCEIRO dezembro/janeiro 2013

Por Nicola Tingas

Cenários: 2013 moderado e 2014 virtuoso

Nicola Tingas é economista-chefe da Acrefi

f

O crescimento econômico já está em recuperação em 2013, mas com intensidade e efetividade menor que a desejada. Tudo indica, por hora, que 2013 será um ano de desempenho moderado e servirá como ponte para o ano de 2014, que deverá, finalmente, atingir crescimento do PIB em ritmo de 5% ao ano ou mais. Ao longo de 2013, a probabilidade maior é que os riscos superem as surpresas positivas.

Assim, o melhor a fazer é ter uma estratégia de negócios que vislumbre o biênio agregado de 2013–2014 ao invés de uma atuação somente focada em 2013. Evitar a volatilidade do cenário é uma boa forma de mitigar riscos e focar em um desempenho superior no período agregado 2013–2014.

A incerteza da recuperação mais forte e rápida do investimento na economia, a menor capacidade de incremento adicional do consumo por partes das famílias, as restrições orçamentárias do governo, a di-fícil superação da crise nos países centrais, tudo isso, conjuntamente considerado, limita as expectativas e projeções de um ritmo mais intenso de recuperação do crescimento econômico brasileiro em 2013. Mas, mesmo assim, a ação anticíclica do governo ainda po-derá resultar em desempenho mais expressivo, princi-palmente no segundo semestre de 2013.

O cenário PIB baixo prevê que consumo das fa-mílias e gastos do governo ainda são utilizados ao má-ximo para alavancar o crescimento econômico; pois o investimento tem retomada mais lenta do que o dese-jado e a economia perde produtividade e dinamismo, resultando em um PIB da ordem de 2,8% ou pouco mais em 2013, e 3,5% ou um pouco mais em 2014.

Esse é um cenário que pode ser considerado pes-simista para muitos, mas é considerado possível por competentes analistas. Em outras palavras, o cenário PIB baixo alerta que o crescimento econômico, mes-mo vindo a ser maior, poderá ter lento e incerto ritmo de recuperação, sacrificando estratégias de negócios imediatistas e de curto prazo.

O cenário PIB alto conta com uma aceleração mais significativa do ritmo de investimento, inovação e produtividade na economia. Essa melhora na oferta agregada poderá impulsionar ainda mais o ritmo de crescimento do PIB que poderá atingir 3,7% ou mais em 2013 e 5,5% ou até mais em 2014.

Certamente, esse cenário ainda parece otimista neste momento, mas pode ser almejado em função de estarmos em um ciclo de recuperação econômica, partindo de uma base baixa de giro de negócios, o que permite uma recuperação melhor em 2013. Contudo a virtuosidade do crescimento de 2014, certamente, será consequência de uma bem-sucedida maturação da agenda de investimentos e ganhos de produtividade no País. Esse é a premissa central que melhor define as projeções para o biênio 2013–2014.

De qualquer forma, ter uma estratégia ponderada para o biênio 2013–2014, ao invés de focar somente em 2013, ainda parece ser a melhor forma de alcançar resultados sustentáveis e promissores para o médio e longo prazo nos negócios.

Há dois cenários básicos de expansão do PIB em 2013 e 2014

2010

8,0

7,0

6,0

5,0

4,0

3,0

2,0

1,0

0,0

2011 2012 2013 2014

cenário PIB altocenário PIB baixo

Foto

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