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Secretaria Municipal de Educação de Anápolis DIRETRIZ CURRICULAR DE CIÊNCIAS Cristiane Adorno Melazzo Pereira Assessora Pedagógica de Ciências. Cristianemelazzo [email protected] (62) 3902-1014/99133-7838 1

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Secretaria Municipal de Educação de Anápolis

DIRETRIZ CURRICULAR DE CIÊNCIAS

Cristiane Adorno Melazzo PereiraAssessora Pedagógica de Ciências.

Cristianemelazzo [email protected] (62) 3902-1014/99133-7838

Anápolis -Go2018

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INTRODUÇÃO:

Essa diretriz foi construída com base na história e filosofia da Ciência, na história da disciplina e estabelece novos rumos para o Ensino de Ciências na Rede Municipal de Educação de Anápolis. Considerando-se que o quadro conceitual da disciplina de Ciências é composto por referências de Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, entre outras (MACEDO e LOPES, 2002), este documento pressupõe uma perspectiva pedagógica de integração conceitual.

O estabelecimento de uma nova identidade para a disciplina de Ciências requer repensar: os fundamentos teórico-metodológicos que sustentam o processo ensino-aprendizagem; a reorganização dos conteúdos científicos originados na pesquisa científica mediados para a escola (LOPES, 1999) a partir da história da ciência e da tradição escolar; os encaminhamentos metodológicos e a utilização de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos/tecnológicos; os pressupostos e indicativos para a avaliação formativa.

Essas reflexões têm como ponto de partida o fato da ciência não utilizar um único método para todas as suas especialidades, o que gera, para o ensino de Ciências, a necessidade de um pluralismo metodológico que considere a diversidade de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos/tecnológicos e a amplitude de conhecimentos científicos a serem abordados na escola.

1- Dimensão histórica da Disciplina

1.1- Sobre o objeto de estudo:

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia e vida.

As relações entre os seres humanos com os demais seres vivos e com a Natureza ocorrem pela busca de condições favoráveis de sobrevivência. Contudo, a interferência do ser humano sobre a Natureza possibilita incorporar experiências, técnicas, conhecimentos e valores produzidos na coletividade e transmitidos culturalmente. Sendo assim, a cultura, o trabalho e o processo educacional asseguram a elaboração e a circulação do conhecimento, estabelecem novas formas de pensar, de dominar a Natureza, de compreendê-la e se apropriar dos seus recursos. No entanto,

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O método científico que levou à dominação cada vez mais eficaz da natureza passou assim a fornecer tanto os conceitos puros, como os instrumentos para a dominação cada vez mais eficaz do homem pelo próprio homem através da dominação da natureza [...]. Hoje a dominação se perpetua e se estende não apenas através da tecnologia, mas enquanto tecnologia, e esta garante a formidável legitimação do poder político em expansão que absorve todas as esferas da cultura (HABERMAS, 1980, p. 305).

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Diante disso, a história e a filosofia da ciência mostram que a sistematização do conhecimento científico evoluiu pela observação de regularidades percebidas na Natureza, o que permitiu sua apropriação por meio da compreensão dos fenômenos que nela ocorrem. Tal conhecimento proporciona ao ser humano uma cultura científica com repercussões sociais, econômicas, éticas e políticas.

1.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CONCEITO DE CIÊNCIA

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída, que influencia e sofre influências de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).

Uma opção para conceituar ciência é considerá-la:

A ciência não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a partir da aplicabilidade de método(s) científico(s). De acordo com Kneller (1980) e Fourez (1995), modelos científicos são construções humanas que permitem interpretações a respeito de fenômenos resultantes das relações entre os elementos fundamentais que compõem a Natureza. Muitas vezes esses modelos são utilizados como paradigmas, leis e teorias.

Por isso, conceituar ciência exige cuidado epistemológico, pois para conhecer a real natureza da ciência faz-se necessário investigar a história da construção do conhecimento científico (KNELLER, 1980).

1.3 O ENSINO DE CIÊNCIAS NO BRASIL

Segundo Marandino (2005), o processo de socialização do conhecimento científico caracteriza-se por grandes desafios e embates, principalmente no que se refere à polêmica estabelecida a respeito dos objetivos do ensino de Ciências. As necessidades de uma cultura científica a um público cada vez mais amplo, como instrumento de cidadania, se contrapõe ao perigo de que a divulgação científica possa assumir o papel de “manter o status quo daqueles envolvidos na produção do conhecimento, ou mesmo que a complexidade da ciência impossibilitaria seu domínio pelo público(MARANDINO, 2005, p. 162).

O ensino de Ciências, no Brasil, foi influenciado pelas relações de poder que se estabeleceram entre as instituições de produção científica, pelo papel reservado à educação na socialização desse conhecimento e no conflito de interesses entre antigas e recentes profissões, “frutos das novas relações de trabalho que se originaram nas sociedades contemporâneas, centradas na informação e no consumo” (MARANDINO, 2005, p. 162).

Na Primeira República (1889-1930), as poucas instituições escolares que existiam nas cidades, frequentadas pelos filhos da elite, contratavam professores estrangeiros dedicados a ensinar conhecimento científico em caráter formativo. Aos filhos da classe trabalhadora, principalmente agricultores, era destinado um ensino em que os professores não tinham formação

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[...] um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc, visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científica) (FREIRE-MAIA, 2000, p. 24).

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especializada, trabalhavam em várias escolas e ensinavam conhecimento científico sob caráter informativo (GHIRALDELLI JR., 1991).

Então, o mesmo conhecimento produzido pela pesquisa científica era organizado, selecionado e socializado de formas diferenciadas. Porém, a organização curricular em disciplinas tem sido prática hegemônica na história do currículo (MACEDO e LOPES, 2002).

No entanto, o ensino de Ciências na escola não pode ser reduzido à integração de campos de referência como a Biologia, a Física, a Química, a Geologia, a Astronomia, entre outras. A consolidação desta disciplina vai além e aponta para “questões que ultrapassam os campos de saber científico e do saber acadêmico, cruzando fins educacionais e fins sociais” (MACEDO e LOPES, 2002, p. 84), de modo a possibilitar ao educando a compreensão dos conhecimentos científicos que resultam da investigação da Natureza, em um contexto histórico-social, tecnológico, cultural, ético e político.

Com os PCNs, os conteúdos escolares das Ciências Naturais foram reorganizados em eixos temáticos, a saber: 1. Terra e Universo; 2. Vida e Ambiente; 3. Ser humano e Saúde; e, 4. Tecnologia e Sociedade. No entanto, o ensino desses conteúdos sofreu interferência dos projetos curriculares e extracurriculares propostos por instituições, fundações, organizações não-governamentais (ONGs) e empresas que passaram a intervir na escola pública nesse período histórico de orientação política neoliberal. O conceito de conteúdo curricular passou a ser entendido, então, em três dimensões: conceitual, procedimental e atitudinal.

2 FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS:

2.1 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS

Um ponto importante a ser considerado na produção do conhecimento científico diz respeito ao caminho percorrido pelos pesquisadores para formular “descrições, interpretações, leis, teorias, modelos, etc. sobre uma parcela da realidade” (FREIRE-MAIA, 2000, p. 18). Não se pode negligenciar, então, a fragmentação que ocorre na produção do conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza, pois não existe nos dias atuais uma única ciência que possa assegurar o estudo da realidade em todas as suas dimensões.

As etapas que compõem o método científico são determinadas historicamente sob influências e exigências sociais, econômicas, éticas e políticas. Acrescenta-se que, apesar de traços comuns poderem ser identificados nas pesquisas realizadas dentre as especialidades das ciências naturais por conta dos diferentes métodos científicos, (DELIZOICOV e ANGOTTI, 1998, p. 41) também podem ser apontados como pontos importantes.

No ensino de Ciências se faz necessário ampliar os encaminhamentos metodológicos para abordar os conteúdos escolares de modo que os estudantes superem os obstáculos conceituais oriundos de sua vivência cotidiana.

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[...] mais do que a soma de certas conexões associativas formadas pela memória, é mais do que um simples hábito mental; é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de treinamento, só podendo ser realizado quando o próprio desenvolvimento mental da criança já tiver atingido o nível necessário (VYGOTSKY, 1991a, p. 71).

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A partir dessa concepção, Vygotsky desenvolve o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que consiste em ponto de desempenho muito influenciado pela mediação, pois é preciso considerar que o estudante tem capacidade de solucionar problemas, desempenhar tarefas, elaborar representações mentais e construir conceitos com a ajuda de outras pessoas.

Para Vygotsky (1991b) esse conceito (ZDP) representa a distância entre o que o estudante já sabe e consegue efetivamente fazer ou resolver por ele mesmo (nível de desenvolvimento real) e o que o estudante ainda não sabe, mas pode vir a saber, com a mediação de outras pessoas (nível de desenvolvimento potencial). Com base nessa concepção afirma-se que o nível de conhecimento real e o nível de conhecimento potencial de cada estudante são variáveis e determinados, principalmente, pela mediação didática. Cada estudante, então, encontra-se num nível de desenvolvimento cognitivo diferenciado.

Quando o professor toma o conceito de zona de desenvolvimento proximal como fundamento do processo pedagógico propicia que o estudante realize sozinho, amanhã, aquilo que hoje realiza com a ajuda do professor (mediação). A partir do conceito de zona de desenvolvimento proximal, pode-se retornar à discussão a respeito da formação de conceitos científicos pelo estudante.

Dificuldades na formação inicial ou a carência de formação continuada do professor podem tornar-se obstáculos ao processo de ensino-aprendizagem, pois a falta de fundamentação teórico-metodológica dificulta uma seleção coerente de conteúdos, bem como um trabalho crítico-analítico com o livro didático adotado. Autores como Carvalho e Gil-Pérez (2001) chamam a atenção para o fato de “[...] que algo tão aparentemente claro e homogêneo como ‘conhecer o conteúdo da disciplina’ implica conhecimentos profissionais muito diversos [...] que vão além do que habitualmente se contempla nos cursos universitários” (2001, p. 21).

Com base nesses mesmos autores, apresentam-se em seguida alguns entendimentos a respeito do que seja necessário ao professor de Ciências em contínuo processo de formação:

• Conhecer a história da ciência, associando os conhecimentos científicos com os contextos políticos, éticos, econômicos e sociais que originaram sua construção. Dessa forma, podem-se compreender os obstáculos epistemológicos a serem superados para que o processo ensino-aprendizagem seja mais bem sucedido;

• Conhecer os métodos científicos empregados na produção dos conhecimentos, para que as estratégias de ensino propiciem a construção de conhecimentos significativos pelos estudantes;

• Conhecer as relações conceituais, interdisciplinares e contextuais associadas à produção de conhecimentos, para superar a ideia reducionista da ciência como transmissão de conceitos, porque essa perspectiva desconsidera os aspectos históricos, culturais, éticos, políticos, sociais, tecnológicos, entre outros, que marcam o desenvolvimento científico14;

• Conhecer os desenvolvimentos científicos recentes, por meio dos instrumentos de divulgação científica. Desta forma, ampliar as perspectivas de compreensão da dinâmica da produção científica e o caráter de provisoriedade e falibilidade das teorias científicas.

• Saber selecionar conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, considerando o nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes e o aprofundamento conceitual necessário. Tais conteúdos, fundamentais para a compreensão do objeto de estudo da disciplina de Ciências, precisam ser potencialmente significativos, acessíveis aos estudantes e suscetíveis de interesse. Faz-se necessário, então, que o professor de Ciências conheça esses conteúdos de forma aprofundada e adquira novos conhecimentos que contemplem a proposta curricular da escola, os avanços científicos e tecnológicos, as questões sociais e ambientais, para que seja um profissional bem preparado e possa garantir o bom aprendizado dos estudantes.

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2.2-A ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Acompanhando o processo de urbanização e industrialização, nas primeiras décadas do século 20, a Educação Básica passou a incorporar componentes científicos. No Ensino Fundamental, a formação nessa área se resumia à abordagem de temas como a vida e a saúde, o que persiste até hoje, a despeito das orientações de diretrizes curriculares que têm procurado diversificar a formação na área.

Mesmo antes de iniciar a vida escolar, as crianças são motivadas – pela exposição aos meios de comunicação e outros equipamentos tecnológicos – a questionamentos sobre processos naturais ou problemas ambientais e se deparam com uma variedade de situações que envolvem conceitos científicos. Na escola, deve-se garantir a continuidade dessa vivência, a partir de uma educação científica que as prepare, por exemplo, para cuidarem da sua saúde, alimentando-se de forma saudável, prevenindo-se de viroses, evitando problemas como a obesidade; para se prevenirem de perigos, como os acidentes elétricos; para refletirem sobre questões que envolvem responsabilidade coletiva, como o desperdício energético e o descarte irresponsável do lixo. Se cada um desses propósitos for objeto de ações efetivas, haverá condições para dominar linguagens, saberes práticos e, ao mesmo tempo, tanto para lidar com tecnologias de informação em contínua evolução, quanto para se posicionar diante de questões gerais do seu ambiente natural e da vida social.

A questão que se coloca para educadores/as é de que forma e a partir de que momento se deve promover a iniciação para o emprego de conceitos e práticas científicas e como relacionar tal formação com o que se vive fora da escola, de maneira que o conhecimento desenvolvido repercuta significativamente nos contextos de vida dos/as estudantes. Acrescente-se a isso a necessidade de se desenvolverem habilidades e comportamentos necessários para a vida social e para o trabalho, em uma sociedade em que equipamentos e sistemas já presidem a informação e a comunicação, assim como assumem o trabalho braçal e repetitivo, de forma que contribuições efetivas serão dadas por aqueles que estiverem em condições de produzir novos conhecimentos e novas práticas.

De fato, desde a Educação Infantil, e especialmente nos primeiros anos do Ensino Fundamental, tal formação pode ser iniciada, sobretudo considerando-se que as crianças já convivem com técnicas de base científica, como controles remotos, fones celulares, brinquedos, jogos eletrônicos, além dos computadores. Elas têm acesso à Internet, desenvolvem habilidades e são estimuladas à busca de informações e a novas formas de interação com base em novos recursos.

Nesses anos iniciais, as Ciências da Natureza integram os processos de alfabetização e letramento. Temas como o próprio corpo, os órgãos do sentido e suas funções, os animais e as plantas de seu ambiente imediato, processos naturais, como chuvas e ventos, ou tecnológicos, como meios de transporte e de informação, devem estar presentes nas práticas de oralidade, de leitura e de produção de textos.

As crianças já tratam tais temas com seus desenhos antes de estarem alfabetizadas. Iniciado o letramento escolar, textos lúdicos sobre bichos e ambientes já podem ter teor científico e produções escritas, descrevendo hábitos pessoais de alimentação e higiene, ou brincadeiras, podem ser estimuladas criando condições para o desenvolvimento da linguagem escrita. Assim, já nesses anos iniciais, as Ciências da Natureza desenvolvem ferramentas culturais para que as crianças possam compreender desde fenômenos de seu ambiente natural, seja urbano, suburbano, rural, ribeirinho, praiano ou outros, até a operação de tecnologias que fazem parte de seu cotidiano, como equipamentos domésticos, meios de comunicação e de transporte.

Na etapa do Ensino Fundamental que já conta com o componente curricular Ciências, podem ser mais complexos os questionamentos que os/as estudantes formulam ou que lhes são formulados, e mais abrangentes as situações tratadas ou os desafios apresentados a eles. Essas podem envolver, por exemplo, a investigação de propriedades e utilizações de materiais, a

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compreensão de ciclos naturais e ecossistemas próximos ou distantes, a associação dos climas com a latitude e a posição da Terra relativamente ao Sol. À medida que se aproxima a conclusão do Ensino Fundamental, os/as estudantes já terão condições amplas para estabelecer relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, para a apreciação de como os ciclos naturais são utilizados para a obtenção e a distribuição de água potável,para a produção de recursos materiais e energéticos, assim como para a compreensão mais efetiva de como se dão os impactos ambientais desses processos.

3- OBJETIVOS GERAIS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Realizar uma leitura de mundo apoiada em conhecimentos das Ciências da Natureza. Desenvolver o interesse, o gosto e a curiosidade pelo conhecimento científico. Compreender questões relacionadas a si próprio/a e às suas relações com a sociedade e o

ambiente a partir de conhecimentos relacionados às Ciências da Natureza. Desenvolver a autonomia intelectual dos/as estudantes buscando respostas para

problemas e situações que fazem parte de suas vivências e do cotidiano, contribuindo para o processo de alfabetização e letramento.

Apropriar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza como instrumento de leitura do mundo, compreendendo as ciências como um empreendimento humano.

Identificar e compreender aplicações e implicações da ciência e da tecnologia na sociedade e no ambiente.

Buscar e fazer uso de informações, de procedimentos de investigação com vistas a propor soluções para problemas que envolvem conhecimentos científicos.

Utilizar-se de conhecimentos das Ciências da Natureza para emitir julgamentos e tomar posições a respeito de situações e problemas de interesse pessoal e social relativos às interações da ciência na sociedade.

Desenvolver senso crítico e autonomia intelectual no enfrentamento de problemas que envolvam conhecimentos das Ciências da Natureza e na busca de soluções visando a transformações sociais e à construção da cidadania.

4- Conteúdos estruturantes

Nestas diretrizes, entende-se o conceito de Conteúdos Estruturantes como conhecimentos de grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. Os conteúdos estruturantes são construídos em sua história e estão atrelados a uma concepção política de educação, por isso não são escolhas neutras.

Na disciplina de Ciências, os Conteúdos Estruturantes são construídos a partir da historicidade dos conceitos científicos e visam superar a fragmentação do currículo, além de estruturar a disciplina frente ao processo acelerado de especialização do seu objeto de estudo e ensino (LOPES, 1999).

A seleção dos conteúdos de ensino de Ciências deve considerar a relevância dos mesmos para o entendimento do mundo no atual período histórico, para a constituição da identidade da disciplina e compreensão do seu objeto de estudo, bem como facilitar a integração conceitual dos saberes científicos na escola. Sendo assim, os conteúdos de Ciências valorizam conhecimentos científicos das diferentes Ciências de referência – Biologia, Física, Química, Geologia, Astronomia, entre outras. A metodologia de ensino deve promover inter-relações entre os

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conteúdos selecionados, de modo a promover o entendimento do objeto de estudo da disciplina de Ciências. Essas inter-relações devem se fundamentar nos Conteúdos Estruturantes.

Nestas Diretrizes Curriculares são apresentados cinco conteúdos estruturantes fundamentados na história da ciência, base estrutural de integração conceitual para a disciplina de Ciências no Ensino Fundamental. São eles:

Terra e Universo Vida e AmbienteSer Humano e SaúdeTecnologia e Sociedade

A- TERRA E UNIVERSO

Um céu estrelado, por si só, é algo que proporciona inegável satisfação e sensação de beleza.O fascínio pelos fenômenos celestes levaram os seres humanos a especular e desenvolver ideias astronômicas desde a mais distante Antiguidade. Há registros históricos dessas atividades há cerca de 7000 anos na China, na Babilônia e no Egito, para aperfeiçoar medidas de tempo e por outras razões práticas e religiosas.

A importância que tiveram as ideias bem mais recentes de Galileu e Copérnico está na percepção da Terra como um astro do Universo, não o centro fixo em torno do qual este giraria. A compreensão do sistema Sol -Terra-Lua em movimento é um dos fundamentos da história das ideias e do desenvolvimento científico.

No século XX, o espaço cósmico mostra-se palco concreto da aventura humana,quando se explora todo o Sistema Solar por meio de sondas e naves espaciais e o ser humano pisa na Lua. O Universo, sua forma, seu tamanho, seus componentes, sua origem e sua evolução são temas que atraem os alunos de todos os níveis de ensino.

Para responder à questão .Como é e como funciona o Universo?., ao longo da História construíram-se modelos para explicar a Terra e o Universo, sendo de grande importância a transição para o modelo heliocêntrico, desenvolvido por Copérnico, pois levou-se séculos para desenvolver uma alternativa ao ponto de vista geocêntrico, de Ptolomeu. A ruptura só foi possível por mudanças de perspectiva no olhar. O Sistema Solar só foi concebido quando se imaginou sair da Terra e poder olhar de longe o conjunto de planetas movendo-se em torno do Sol. Isto significa um esforço gigantesco para se imaginar um centro de observação que não coincide com o lugar onde se está concretamente. Para os estudantes, é difícil a superação de concepções intuitivas acerca da forma da Terra, sua espessura, seu diâmetro, sua localização e descrição de seus movimentos. São concepções que permitem às crianças pequenas desenharem-se dentro da Terra. Por isso, é importante que o professor abra o diálogo para as distintas concepções de seus estudantes sobre o Universo antes de ensinar a perspectiva científica consagrada.

Por isso, iniciar o estudo de corpos celestes a partir de um ponto de vista heliocêntrico, explicando os movimentos de rotação e translação, é ignorar o que os alunos sempre observaram. Uma forma efetiva de desenvolver as idéias dos estudantes é proporcionar observações sistemáticas, fomentando a explicitação das ideias intuitivas, solicitando explicações a partir da observação direta do Sol, da Lua, das outras estrelas e dos planetas.

A mediação do professor será benéfica quando ajudar o próprio estudante a imaginar e explicar aquilo que observa, ao mesmo tempo em que torne acessíveis informações sobre outros modelos de Universo e trabalhe com eles, quando for o caso, os conflitos entre as diferentes representações. Neste trajeto, os estudantes devem incorporar novos enfoques, novas informações, mudar suas concepções de tempo e espaço.Os estudantes devem ser orientados para articular informações com dados de observação direta do céu, utilizando as mesmas regularidades que nossos antepassados observaram para orientação no espaço e para medida do tempo, o que foi possível muito antes da bússola, dos relógios e do calendário atual, mas que junto a eles ainda hoje organizam a vida em sociedade em diversas culturas, o que pode ser

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trabalhado em conexão com o tema transversal Pluralidade Cultural. Dessa forma, os estudantes constroem o conceito de tempo cíclico de dia, mês e ano, enquanto aprendem a se situar na Terra, no Sistema Solar e no Universo. É necessário, contudo, ampliar esse conceito de tempo cíclico, promovendo também a ideia de tempo não cíclico: o tempo histórico, que comporta as ideias de evolução, de passado, de registro, de memória e de presente, de mudanças essenciais e irreversíveis. O conhecimento sobre os corpos celestes foi sendo acumulado historicamente também pela necessidade de se aprender a registrar o tempo cíclico e de se orientar no espaço. Já na fase nômade, a espécie humana associava mudanças na vegetação, hábitos de animais, épocas de chuvas com a configuração das estrelas ou com o trajeto do Sol. Com a elaboração do mapa dos céus, começou-se a desenvolver a Geometria, situando o ser humano com maior precisão na Terra e no espaço cósmico. Mas, apesar da conexão observada entre os ritmos biológicos dos seres vivos . como hábitos alimentares e épocas de reprodução e os ritmos cósmicos, como dia, mês e estações do ano, muitas variações e transformações do ambiente terrestre não dependem exclusivamente de fatores relacionados aos corpos celestes. Entre outros fatores, muitas dessas transformações são provocadas pela ação humana, como a degradação ambiental e a promoção das alterações do relevo.

Outras transformações ocorrem em razão da própria estrutura, da orientação do eixo de rotação e dos movimentos do nosso planeta. Por ser uma esfera com eixo de rotação inclinado em relação ao plano de translação, diferentes regiões da Terra captam a luz e o calor do Sol com intensidades muito diferentes ao longo de todo o ano, constituindo variados climas e biomas, característicos das latitudes em que se encontram. São conhecimentos que tiveram um longo percurso até sua sistematização atual.

A estrutura interna da Terra é também dinâmica, originando vulcões, terremotos e distanciamento entre os continentes, o que altera constantemente o relevo e a composição das rochas e da atmosfera, seja pela deposição de gases das erupções, seja por mudanças climáticas drásticas, como glaciações e degelos. Portanto, as paisagens, tal como são percebidas, representam apenas um momento dentro do longo e contínuo processo de transformação pelo qual passa a Terra, em uma escala de tempo de muitos milhares, milhões e bilhões de anos: é a escala de tempo geológico, como é hoje conhecida.

O conhecimento de algumas dessas transformações geológicas que ocorreram em tempos distantes foi sendo constituído conforme foram sendo decifradas a composição e a formação da litosfera. Fósseis de seres vivos extintos sugerem ambientes terrestres organizados de formas muito diferentes daquelas conhecidas atualmente, mas que propiciaram o surgimento da vida, fato exclusivo em todo o Universo conhecido até o momento. A interpretação de registros concretos do passado pode facilitar a compreensão do significado do tempo geológico, não cíclico, se forem retomados em vários conteúdos trabalhados.

A água, representando atualmente ¾ da superfície terrestre, foi fundamental para a origem da vida, diferenciando nosso planeta. Os fenômenos dos quais a água participa,como intemperismo, erosão, assoreamento, circulação do ar, clima, dissolução de substâncias e manutenção da vida, são fundamentais para a organização da superfície terrestre em litosfera, biosfera, hidrosfera e atmosfera. A compreensão desses domínios, bem como as inter-relações entre eles, ajuda a construir a ideia da dinâmica da Terra. A comparação entre a composição da Terra e dos outros planetas é, nesse sentido, muito ilustrativa. Compreender o Universo, projetando-se para além do horizonte terrestre, para dimensões maiores de espaço e de tempo, pode nos dar novo significado aos limites do nosso planeta, de nossa existência no Cosmos, ao passo que, paradoxalmente, as várias transformações que aqui ocorrem e as relações entre os vários componentes do ambiente terrestre podem nos dar a dimensão da nossa enorme responsabilidade pela biosfera, nosso domínio de vida, fenômeno aparentemente único no Sistema Solar, ainda que se possa imaginar outras formas de vida fora dele.

B- VIDA E AMBIENTE

A presença dos problemas ambientais nos meios de comunicação alerta as pessoas, mas não lhes assegura informações e conceitos científicos sobre o tema. Exemplo disso é o emprego

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de ecologia como sinônimo de meio ambiente e a difusão de visões distorcidas sobre a questão ambiental. É função da escola a revisão dos conhecimentos, sua valorização e enriquecimento.

A questão ambiental, envolvendo aspectos econômicos, políticos, sociais e históricos, acarreta discussões sobre responsabilidades humanas voltadas ao bem-estar comum e ao desenvolvimento. Interessa a todas as áreas do ensino fundamental, e é tratada de forma abrangente pelo tema transversal Meio Ambiente. Em Ciências Naturais, o tema está presente não apenas no eixo temático .Vida e Ambiente., mas também nos demais. Por exemplo, os recursos tecnológicos, relacionados às causas das transformações ambientais, encontram-se destacados no eixo temático .Tecnologia e Sociedade., as relações entre as condições do ambiente e a manutenção da saúde estão desenvolvidas no eixo .Ser Humano e Saúde., e o estudo das transformações planetárias em larga escala de tempo é desenvolvido em Terra e Universo.O eixo Vida e Ambiente.busca promover a ampliação do conhecimento sobre a diversidade da vida nos ambientes naturais ou transformados pelo ser humano, estuda a dinâmica da natureza e como a vida se processa em diferentes espaços e tempos. Tendo em vista uma reconstrução crítica da relação homem/natureza, contrapõe-se à crença do ser humano como senhor da natureza, a ela externo e alheio a seu destino, aprofundando o conhecimento conjunto das relações homem/natureza. Isso demanda a reiterada construção de conceitos, procedimentos e atitudes relativos à temática ambiental, em etapas que levam em conta as possibilidades dos alunos, de modo que, ao longo da escolaridade, o tratamento dos conhecimentos ganhe profundidade.

Neste eixo, diferentes temas de trabalho possibilitam a ampliação de conceitos ao longo de todo o ensino fundamental, à medida que os alunos adquirem maiores possibilidades de análise e síntese. O tratamento das relações entre os componentes dos ambientes ocorre sempre, em diferentes temas de trabalho, mesmo quando o assunto central não é um ecossistema. Igualmente, procedimentos de obtenção, tratamento e comunicação de conhecimentos são trabalhados em Vida e Ambiente com crescente ampliação. Desde os primeiros ciclos, as observações diretas, as experimentações, os levantamentos e comparações de hipóteses e suposições, os registros variados têm lugar. A realização de trabalhos de campo pode ocorrer desde as séries iniciais, com grande interesse para os estudos deste eixo temático. Também a comunicação de resultados de estudos, em livros, folhetos e outras formas, para os colegas de classe e outros membros da comunidade, é interessante para a valorização da disseminação de informações.

São extremamente importantes à temática ambiental as informações e os conceitos da Ecologia, que estuda as relações de interdependência entre os organismos vivos e destes com os demais componentes do espaço onde habitam. Tais relações são enfocadas nos estudos das cadeias e teias alimentares, dos níveis tróficos (produção, consumo e decomposição), do ciclo dos materiais e fluxo de energia, da dinâmica das populações, do desenvolvimento e evolução dos ecossistemas. Em cada um desses capítulos lança-se mão de conhecimentos da Química, da Física, da Geologia, da Paleontologia, da Biologia e de outras ciências, o que faz da Ecologia uma área de conhecimento interdisciplinar.

A fim de observar a abrangência desses estudos, pode-se apontar como exemplo a questão do fluxo de energia nos ambientes, ou seja, os caminhos que a energia solar percorre até a dissipação de calor no planeta. Esse fenômeno pode ser melhor compreendido ao ser tratado de forma conjunta com as taxas de radiação solar diferenciadas conforme a latitude, a fotossíntese, a respiração celular, as teias alimentares e as transformações de energia provocadas pelo ser humano.

Assim, será por meio de diferentes temas de trabalho que a escola poderá propor informações e conceitos científicos, buscando crescente entendimento pelo aluno das relações entre os componentes dos ambientes, especialmente com o ser humano, essenciais para a interpretação de problemas e questões ambientais. Tanto os conhecimentos das Ciências Naturais como as informações sobre a sociedade e a cultura têm lugar na construção destes conhecimentos pelo estudante. Uma melhor compreensão dos ambientes local e regional é uma meta permanente de Ciências Naturais. É preciso, ainda, que o conhecimento escolar não seja

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alheio ao debate ambiental travado pela comunidade e que ofereça meios de o aluno participar, refletir e manifestar-se,interagindo com os membros da comunidade, no processo de convívio democrático e participação social.

C- SER HUMANO E SAÚDE

Orienta este eixo temático a concepção de corpo humano como um todo, um sistema integrado de outros sistemas, que interage com o ambiente e que reflete a história de vida do sujeito. O estudo do corpo humano, ao ser reiterado em várias ocasiões e sob vários aspectos durante o ensino fundamental, torna-se cada vez mais complexo para os estudantes, que vão desenvolvendo maior possibilidade de análise e síntese. Por isso, é importante trabalhar o eixo a cada ciclo, não restringindo-o a apenas um período letivo.

Para que o aluno compreenda a integridade do corpo, é importante estabelecer relações entre os vários processos vitais, e destes com o ambiente, a cultura ou a sociedade. São essas relações que estão expressas na arquitetura do corpo e faz dele uma totalidade. Discernir as partes do organismo humano é muitas vezes necessário para entender suas particularidades, mas sua abordagem isolada não é suficiente para a compreensão da ideia do corpo como um sistema. Portanto, ao se enfocar anatomia e fisiologia humanas é necessário selecionar conteúdos que possibilitem ao estudante compreender o corpo como um todo integrado, não como somatório de partes.

Nestes estudos, as estruturas e seus nomes não são um objeto de estudo em si mesmos, mas localizam onde os processos ocorrem. Assim, os temas em Ser Humano e Saúde no ensino fundamental estão relacionados a questões gerais do desenvolvimento e funcionamento do corpo. São questões importantes: as características das etapas de vida em seu ciclo, a obtenção, o transporte e a transformação de energia, de água e de outros materiais, os sistemas de defesa do organismo, bem como as relações entre esses processos entre si e com o meio. Uma constante na abordagem dessas questões é a manutenção da saúde. O desenvolvimento de tema de trabalho ligado à sexualidade e à reprodução é importante a cada ciclo, por ser assunto de grande interesse e relevância social, aprofundando-se diferentes conteúdos em conexão a Orientação Sexual.

O tema transversal Saúde aborda as relações entre os problemas de saúde e fatores econômicos, políticos, sociais e históricos. Tais problemas acarretam discussões sobre responsabilidades humanas voltadas ao bem-estar comum e condições e objetivos da saúde, que para serem trabalhados necessitam da cooperação da área de Ciências, mas nela não se esgotam. Em Ciências Naturais, apresentar a saúde como um estado de equilíbrio dinâmico do corpo e um bem da coletividade é uma meta que não é simples e que precisa ser reiterada em diferentes momentos, por meio de abordagens diversificadas. Os nomes de doenças, seus agentes e sintomas são conteúdos desenvolvidos em temas de trabalho significativos para os estudantes, como, por exemplo, a investigação dos meios de combate à dengue, mas é de pouca valia sua apresentação isolada de contexto.

Diferentes temas em que se estudam o ciclo e as funções vitais do corpo humano comportam a abordagem dos hábitos relacionados com alimentação, locomoção, por exemplo, que promovem a saúde e a prevenção de doenças. Também ao se tratar do ambiente, local ou mais amplo, há espaço para estudar condições de saúde e doença do ser humano. Para o estudante, é fundamental conhecer seu próprio ambiente, suas condições de saúde e compará-las a outras situações. Em todos os estudos, independentemente das relações enfocadas, é importante favorecer o desenvolvimento de atitudes de respeito pelas diferenças individuais, de apreço pelo próprio corpo e de auto-estima, por meio do autoconhecimento, em conexão com Saúde. O conhecimento sobre o corpo humano para o aluno deve estar associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, com o qual tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém mais pode ter, já que cada corpo é individual, único.

Estando relacionado a aspectos individuais, emoções e histórias de vida, o ensino da saúde é particularmente apropriado para trabalhar com cuidado a dimensão das atitudes e

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valores. O planejamento de atividades específicas para a discussão e promoção de valores é interessante em todos os ciclos. Cada pessoa, aluno ou professor apreende em seu meio de convívio, especialmente em família, um conjunto de ideias e de valores a respeito do corpo, suas afecções e doenças. É importante que o professor tenha consciência disso para que possa superar suas próprias pré-concepções e retrabalhar algumas das noções que os alunos trazem de casa ou da mídia.

O aprendizado científico, neste sentido, é um aprendizado integrado aos conhecimentos culturais. Reconhecer as noções trazidas pelo aluno, interpretá-las, valorizá-las e combater equívocos graves com argumentos objetivos é parte deste aprendizado, em conexão com Pluralidade Cultural.

Além de conexões com os temas transversais, o eixo temático Ser Humano e Saúde também pode ser abordado em conjunto aos demais eixos de Ciências Naturais. Em temas de trabalho que situam o ser humano entre as demais espécies vivas, os estudantes comparam a natureza biológica do ser humano à dos demais seres vivos, reconhecendo diferentes padrões de estrutura e funcionamento. Por exemplo, ao tratar da reprodução humana, pode-se compará-la à reprodução de outros seres vivos, em que se observam rituais de acasalamento e comportamentos de cuidado com a prole. Podem-se estabelecer diferenças e semelhanças entre tais comportamentos o que é instintivo nos animais e no ser humano, o que é modelado pela cultura e pelas convenções sociais nos humanos, as diferenças culturais nos diferentes tempos.

O aspecto rítmico das funções do corpo humano pode ser abordado em conexão com Terra e Universo, mesmo aspecto observado para os demais seres vivos, evidenciando- se a natureza biológica do ser humano. Em conexão com .Tecnologia e Sociedade. Podem ser investigadas as tecnologias ligadas à alimentação, construção, lazer e saúde.

D- TECNOLOGIA E SOCIEDADE

O desenvolvimento e a especialização das culturas humanas, ao longo dos tempos, ocorreram em conjunto com o desenvolvimento tecnológico. Mas esse desenvolvimento não é algo homogêneo. No presente, assiste-se à convivência da utilização de técnicas antigas e artesanais com aplicações tecnológicas que se desenvolveram em íntima relação com as ciências modernas e contemporâneas. Em paralelo, há o crescimento de problemas sociais graves, como a desnutrição e a mortalidade infantil, num momento em que o desenvolvimento tecnológico se faz marcante na produção e estocagem de alimentos, na indústria farmacêutica e na medicina.

Especialmente no último meio século, a produção global de bens e de serviços, a disseminação de uma cultura da informação, a universalização de hábitos de alimentação, vestuário e lazer, com a virtual invasão das culturas regionais por padrões mundiais,constituem não só novos paradigmas, mas também novos desafios da educação em geral e,particularmente, da inserção em um novo mundo do trabalho. O domínio da informática é só um dos aspectos de um novo e amplo complexo de relações da atualidade social e produtiva, na qual conhecimento e informação são pelo menos tão preciosos quanto materiais e energia.

No entanto, o estudo da tecnologia é pequeno nas escolas fundamentais. Para a elaboração deste eixo temático não há discussão acumulada expressiva, ao contrário do que ocorre com a educação ambiental e a educação para a saúde. Sua presença neste documento decorre da necessidade de formar alunos capacitados para compreender e utilizar diferentes recursos tecnológicos e discutir as implicações éticas e ambientais da produção e utilização de tecnologias.

Este eixo temático tem como conteúdos as transformações dos materiais e dos ciclos naturais em produtos necessários à vida e à organização da sociedade humana. São enfocados os conhecimentos,os instrumentos, os materiais e os processos que possibilitam essas transformações. Comporta também o enfoque das relações entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, no presente e no passado, no Brasil e no mundo, em vários contextos culturais, considerando-se as alterações que o acesso e o uso da tecnologia promovem no meio social e na realidade econômica. As questões éticas, valores e atitudes compreendidas nessas relações são conteúdos fundamentais a investigar nos temas que se desenvolvem em sala de aula. A origem e

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o destino social dos recursos tecnológicos, o uso diferenciado nas diferentes camadas da população, as conseqüências para a saúde pessoal e ambiental e as vantagens sociais do emprego de determinadas tecnologias também são conteúdos de Tecnologia e Sociedade. Estão estreitamente ligados aos demais eixos temáticos de Ciências Naturais e aos temas transversais Meio Ambiente, Saúde, Ética, Pluralidade Cultural e Trabalho e Consumo.

6º ano:

1º Bimestre : Eixos temáticos: Terra e Universo/ Vida e Ambiente

CONTEÚDO HABILIDADESUC5 _ Vida: constituição e reprodução

I. Relações alimentares nos ambientes.

A. Fatores vivos e fatores não vivos presentes nos ambientes;

B. Produtores,C. Consumidores;D. Decompositores.

UC4 _ Terra, constituição e movimento ( OBA)

Distinguir ambientes naturais e modificados, reconhecendo o papel do ser humano nas alterações ambientais.

Reconhecer os fatores abióticos e bióticos que compõem os ecossistemas.

Caracterizar um ser vivo. Compreender os conceitos de cadeia e teia

alimentar. Identificar os seres produtores e

consumidores de um ecossistema. Relacionar o processo de fotossíntese com

a produção de alimento pelos produtores. Aprender o que é biomassa e como

representá-la em pirâmides de energia

2º Bimestre : Eixos temáticos: Tecnologia e Sociedade / Vida e Ambiente

CONTEÚDO HABILIDADESUC2 _ Ambiente, recursos e responsabilidades.

II. Água e sua importância.A. A água: Bem precioso;B. Contaminação da água;C. O caminho da água na

natureza;D. Vivendo nas cidades;E. Lixo e qualidade de vida;F. Reaproveitando o lixo.

Conhecer as principais fontes de poluição da água.

Reconhecer as consequências da poluição da água.

Relacionar o custo da água e seu desperdício.

Discutir sobre hábitos e atitudes que podem reduzir o consumo de água em casa. Entender o processo histórico que tornou o lixo um problema socioambiental grave para a sociedade contemporânea.

Relacionar a produção de lixo com o padrão de consumo dos seres humanos.

Classificar o lixo a partir da sua origem, conhecendo as principais formas de deposição do lixo, suas vantagens e desvantagens.

Reconhecer a importância da coleta seletiva para o processo e

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reciclagem Compreender a importância social,

econômica e ambiental dos programas de coleta seletiva do Brasil.

3º Bimestre : Eixos temáticos: Tecnologia e Sociedade /Terra e Universo

CONTEÚDO HABILIDADESUC4 _ Terra, constituição e movimentoIII. Atmosfera e composição

A. Propriedades do ar;B. Principais gases que compõe o arC. Poluição do ar;D. Previsão do tempo

Diferenciar os conceitos de massa e peso.

Entender o que é resistência do ar. Compreender os fenômenos de

expansão e contração do ar. Entender como se forma o vento e

alguns usos para esse recurso natural. Conhecer as principais fontes polidoras

por material particulado. Caracterizar os principais poluentes

gasosos. Entender o que é efeito estufa e

relacioná-lo com o aquecimento global. Relacionar os poluentes atmosféricos

com as chuvas ácidas. Conhecer a função da camada de

ozônio. Interpretar e utilizar corretamente a

previsão do tempo que aparece nos jornais.

4º Bimestre : Eixo temático: SER HUMANO E SAÚDE

CONTEÚDO HABILIDADESUC3 _ Bem- estar e saúde

A. Solo;B. Alimentos; C. vida é a melhor opção.

Construir uma horta; acompanhar o desenvolvimento das plantas; organizar e registrar observações.

Compreender a importância da água no organismo humano.

Conhecer as causas, as consequências e as maneiras de evitas a desidratação.

Conhecer os significado de carboidratos e lipídios, a sua classificação e as principais funções no organismo.

Conhecer o significado de proteínas, como elas se formam e qual a sua principal função no organismo.

Conhecer o significado de vitaminas, sua classificação e sua importância no organismo.

Conhecer os principais sais minerais

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utilizados no metabolismo humano e suas funções.

Compreender o significado de uma alimentação equilibrada.

Conhecer o significado de pirâmide alimentar e como ela pode ser utilizada para a orientação de uma dieta saudável.

7º ANO1º Bimestre: Eixos temáticos:Vida e Ambiente/ Terra e Universo

CONTEÚDO HABILIDADESUC2 _ Ambiente, recursos e responsabilidades.

I- DIVERSIDADE DA VIDAA. BIODIVERSIDADEB. ADAPTAÇÃO DOS SERES VIVOSC. DAS CÉLULAS AOS REINOS DOS

SERES VIVOSD. A EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS

UC4 _ Terra, constituição e movimento ( OBA)

Distinguir ambientes naturais e modificados, reconhecendo o papel do ser humano nas alterações ambientais.

Reconhecer os fatores abióticos e bióticos que compõem os ecossistemas.Caracterizar um ser vivo.

Conceituar e relacionar criacionismo e fixismo.

Saber o que é transformismo e identificar Lamarck como um dos pioneiros na adoção dessa ideia para os seres vivos, além de saber as leis que este cientista enunciou.

Conhecer as principais características dos cinco reinos dos seres vivos.

Enunciar e aplicar a teoria de Darwin sobre a evolução por seleção natural.Compreender os fenômenos e mimetismo e camuflagem à luz da teoria da seleção natural, por meio de alguns exemplos.

2º Bimestre :Eixo temático:Vida e Ambiente.

CONTEÚDO HABILIDADESUC2 _ Ambiente, recursos e responsabilidades.UC5 _ Vida: constituição e reprodução

II- DIVERSIDADE DE VIDA MICROSCÓPICA

A. Vírus B. Bactérias e FungosC. Protozoários

Identificar as principais adaptações necessárias às plantas para a conquista do ambiente terrestre.

Relacionar o porte das briófitas e pteridófitos com seu processo e transporte de substâncias.

Identificar as principais adaptações das gimnospermas

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III- PLANTASA. BriófitasB. PteridófitosC. GimnospermasD. AngiospermasE. Cerrado

IV- INVERTEBRADOS/PARASITISMOA. PoríferosB. CnidáriosC. PlatelmintosD. Nematelmintos

( sementes, tubo polínico e grãos de pólen) e das angiospermas ( flores e frutos) para a conquista efetiva do ambiente terrestre.

Reconhecer os vírus como agentes causadores de várias doenças comuns e emergentes.

Conhecer as principais características dos vírus e os argumentos a favor e contra serem considerados seres vivos.Conhecer outros modos de utilização e funções dos vírus em prol dos seres humanos e do ambiente.

Conhecer as principais características das bactérias e porque são consideradas os seres vivos mais simples.

Reconhecer as bactérias como agente causadores de várias doenças comuns.

Conhecer outros modos de utilização das bactérias e algumas de suas funções em prol dos seres humanos e do ambiente.

Identificar as principais características dos protozoários relacionados à locomoção e à alimentação.

Conhecer algumas das características das principais ( de grande incidência) doenças causadas por protozoários, identificando agentes transmissores, causadores e os métodos de prevenção.

Reconhecer as principais características dos poríferos e cnidários.

Conhecer quais são as novidades evolutivas dos cnidários em relação aos poríferos.

Conhecer a diversidade de platelmintos e de nematelmintos, além de sua principais novidades evolutivas.

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3º Bimestre:Eixo temático:Vida e Ambiente.

CONTEÚDO HABILIDADESUC5 _ Vida: constituição e reprodução

I- INVERTEBRADOS/PARASITISMO

A. AnelídeosB. MoluscosC. ArtrópodesD. Equinodermos

II- VERTEBRADOSA. PeixesB. AnfíbiosC. RépteisD. Aves

Conhecer a diversidade de moluscos e suas principais novidades evolutivas.

Conhecer a diversidade de anelídeos e suas principais novidades evolutivas.Relacionar os anelídeos à agricultura, ao fato de poderem ser bioindicadores e à medicina.

Conhecer a diversidade de artrópodes e suas principais novidades evolutivas.

Reconhecer os três principais grupos de artrópodes e suas características.

Identificar aspectos relativos à importância econômica e ecológica dos artrópodes.

Conhecer a diversidade de equinodermos e suas principais novidades evolutivas.

Reconhecer os cinco grupos de equinodermos e suas características.

Conhecer a diversidade do grupo de peixes e suas novidade evolutivas.

Reconhecer adaptações de peixes ao ambiente em que vivem.

Conhecer a diversidade do grupo de anfíbios e suas novidade evolutivas.

Conhecer as principais adaptações dos primeiros anfíbios ao ambiente terrestre.

Conhecer a diversidade do grupo de répteis e suas novidade evolutivas.

Conhecer as principais adaptações dos répteis ao ambiente terrestre.

Conhecer a diversidade do grupo de aves e algumas de suas principais características.

Conhecer a diversidade do grupo de mamíferos e algumas de suas principais características.

Conhecer as principais adaptações dos mamíferos em

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relação à reprodução e aos seus hábitos alimentares.

4º Bimestre:Eixo temático: Ser humano e Saúde.

CONTEÚDO HABILIDADESUC5 _ Vida: constituição e reprodução

II-VERTEBRADOSE. Mamíferos

I- REPRODUÇÃO E RESPONSABILIDADE

A. Adolescência e PuberdadeB. Sistema genital masculino e

femininoC. FecundaçãoD. GravidezE. Parto

II- SEXO, SAÚDE E REPRODUÇÃOA. Ciclo menstrualB. Ovulação e gravidezC. Métodos anticoncepcionaisD. Doenças sexualmente transmissíveisE. AIDS

Relacionar as alterações que ocorrem no corpo dos seres humanos a partir da puberdade, com a hipófise, os ovários e os testículos.

Discutir e refletir sobre os medos, conflitos e dúvidas que ocorrem durante a adolescência.

Identificar os órgãos dos sistemas reprodutores masculino e feminino, relacionando-os com suas funções.Compreender o mecanismo da formação do zigoto e de sua implantação no útero.

Conhecer o mecanismo de formação da placenta;bolsa amniótica e suas funções

Conhecer o conceito de trabalho de parto e seus sintomas.Compreender como são formados os gêmeos idênticos e fraternos.

Conhecer os principais métodos anticoncepcionais naturais e artificiais.

Comparar os vários tipos de métodos anticoncepcionais, concluindo sobre as vantagens e desvantagens de cada um.Conhecer a legislação sobre o aborto no Brasil.

Conhecer as principais doenças sexualmente transmissíveis: principais sintomas, profilaxia e tratamento.

Relacionar as DSTs com fatores sociais, econômicos e culturais.Conhecer as formas de contágio e prevenção da AIDS.

8º ano1º bimestre:Eixos temáticos:Vida e Ambiente/ Terra e Universo.

CONTEÚDO HABILIDADESUC2 _ Ambiente, recursos e responsabilidades.

I- FLUXO DE MATÉRIA E FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS

A. EcossistemasB. Produtores: Fotossíntese e

respiração celular

Compreender os conceitos de cadeia e teia alimentar.

Identificar os seres produtores e consumidores de um ecossistema.

Relacionar o processo de fotossíntese com a produção de alimento pelos

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C. Fluxo de energia nos ecossistemas

D. Fluxo de matéria nos ecossistemas

E. Pirâmide de biomassaII- DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVELA. Ação humana e desequilíbrios

ambientaisB. Recursos renováveis e não

renováveisC. Recursos energéticosD. Recursos materiais para o

sistema produtivo;E. Os seres vivos como fonte de

recursosF. A ameaça aos recursos

renováveis.

UC4 _ Terra, constituição e movimento ( OBA)

produtores.Aprender o que é biomassa e como representá-la em pirâmides de energia.

Entender os processos de fotossíntese e de respiração celular por meio de suas equações básicas.

Diferenciar o processo de combustão da respiração celular.

Relacionar fotossíntese, respiração celular e cadeias alimentares, levando em conta a produção de alimento e o consumo de energia.

Entender os efeitos da introdução de espécies em ambientes naturais ou mesmo modificados, como as cidades.

Discutir a intervenção do ser humano no controle e manejo da produção animal e vegetal, sua extensão e relevância social.

Conhecer o significado de célula e sua relação com os seres vivos.

2º bimestre:Eixo temático:Vida e Ambiente/ Corpo humano e Saúde.

CONTEÚDO HABILIDADESUC3 _ Bem- estar e saúde

III- CORPO HUMANO: UM TODO FORMADO POR MUITAS PARTES

A. CélulasB. TecidosC. ÓrgãosD. SistemasE. DigestãoF. Respiração

Conhecer alguns dos principais componentes das células e suas respectivas funções.Conhecer alguns exemplos de células encontradas no corpo humano e sua respectiva função.

Conhecer os significado de tecido. Conhecer os principais tecidos que

constituem o corpo humano e suas características.

Conhecer o significado de digestão e sua importância para o corpo humano.

Identificar os órgãos do sistema digestório.

Conhecer as funções dos órgãos que compõem o sistema digestório.

Conhecer os processos envolvidos na digestão dos alimentos.

Compreender a importância da higiene bucal.Conhecer algumas doenças que afetam

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o sistema digestório e sua profilaxia. Compreender o papel da respiração no

corpo humano. Compreender o processo da respiração

celular. Identificar os possíveis órgãos que

compõem o sistema respiratório. Conhecer o papel dos órgãos que

compõem o sistema respiratório. Conhecer o percurso dos gases

respiratórios da atmosfera até as células e vice- versa.

Compreender os mecanismos da inspiração e expiração.

Conhecer algumas doenças que afetam o sistema respiratório e sua profilaxia.Conhecer dados relacionados ao tabagismo.

3º bimestre:Eixo temático:Corpo humano e Saúde.

CONTEÚDO HABILIDADES

UC3 _ Bem- estar e saúde

III- CORPO HUMANO: UM TODO FORMADO POR MUITAS PARTES

A. CirculaçãoB. ExcreçãoC. Sistema Locomotor

Compreender a circulação sanguínea. Identificar a morfologia ( órgãos

componentes) do sistema cardiovascular e compreender sua fisiologia.

Reconhecer a importância da extensa rede de vasos sanguíneos na manutenção da vida.

Conhecer a localização, o formato e as partes do coração.

Conhecer o papel do coração na circulação do sangue.

Compreender o ritmo cardíaco. Saber como avaliar a freqüência

cardíaca. Entender as fases do ciclo cardíaco,

com ênfase no papel das valvas cardíacas.

Compreender a influência do sistema nervoso e dos hormônios no sistema

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cardiovascular. Compreender a pequena e a grande

circulação. Compreender a influência do estresse

na hipertensão arterial.Conhecer os cuidados que devemos ter com a saúde para evitar doenças cardiovasculares.

Identificar os componentes do sangue e saber as funções de cada elemento.

Reconhecer no corpo humano os lugares que produzem os elementos celulares do sangue.

Saber as principais doenças que afetam o sangue e como evitá-las.

Compreender as propriedades dos glóbulos brancos e a fagocitose.Reconhecer a tipagem sanguíneas e a importância da doação de sangue.

Identificar a morfologia e a fisiologia do sistema urinário.

Conhecer as funções dos rins. Reconhecer o néfron como unidade

funcional do rim. Conhecer as principais doenças que

afetam os órgãos do sistema urinários e saber como evitá-las.Reconhecer a importância da hemodiálise na manutenção da vida de um paciente renal crônico.

Conhecer a morfologia e a fisiologia dos sistemas esquelético e muscular.

Conhecer os nomes e as características de alguns tipos de ossos.

Reconhecer as principais doenças que afetam o esqueleto e como evitá-las.

Entender as constituição da coluna vertebral.

Reconhecer o papel das articulações, nervos e músculos na movimentação dos ossos.Reconhecer a importância dos exercícios físicos e da postura correta na saúde dos órgãos do sistema locomotor.

4º bimestre:Eixo temático: Corpo humano e Saúde.

CONTEÚDO HABILIDADESUC3 _ Bem- estar e saúde Conhecer a morfologia e a fisiologia do

sistema nervoso.

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D. Sistema NervosoE. Sistema Endócrino

UC6 _ Sentidos: percepção e interações

I- CAPACIDADE SENSORIAL HUMANA

A. OlfatoB. TatoC. PaladarD. VisãoE. Audição

Compreender a importância da comunicação entre os neurônios.

Entender os fenômenos de natureza química e elétrica responsáveis pela comunicação entre os neurônios.

Identificar a organização e fisiologia do sistema nervoso central e periférico.

Saber as diferenças entre o sistema nervoso simpático e parassimpático.

Conhecer o conceito de droga e entender sua ação no sistema nervoso.

Compreender as funções as glândulas endócrinas.

Compreender as principais doenças que afetam os órgãos do sistema endócrino e saber como evitá-las.Reconhecer a importância do teste do pezinho na prevenção de algumas doenças que afetam o crescimento

Conhecer a relação entre estímulos sensoriais e estruturais capazes de captá-los.

Entender a importância dos órgãos dos sentidos serem protegidos pelos órgãos da cabeça e por outras estruturas.

Compreender a morfologia e a fisiologia da visão, audição e do equilíbrio.

Reconhecer como se processam a olfação e a gustação.Entender o sentido do tato e justificar o fato de estar presente no corpo todo.

9º ano1º Bimestre:Eixo temático: Tecnologia e Sociedade.

CONTEÚDO HABILIDADESUC6 _ Sentidos: percepção e interações

I- SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E SUAS PROPRIEDADES

A. Mudanças de estado físicoB. MatériaC. DensidadeD. Substâncias QuímicasE. Misturas F. Separação de MisturasG. Reações QuímicasH. Tabela PeriódicaI. Ligações Químicas ( Iônicas/

Covalente)

Apresentar matéria e diferenciar corpo de objeto.

Entender as propriedades Gerais da Matéria e relacioná-las aos fatos cotidianos.

Conhecer as mudanças de estado físico da matéria.

Compreender que a matéria é constituída de pequenas partículas: os átomos.Conhecer o conceito de densidade e suas aplicações.

Caracterizar misturas homogêneas e heterogêneas.Conhecer os principais processos de

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separação de misturas homogêneas e heterogêneas.

Conceituar e identificar uma transformação física e uma química.Relacionar as transformações químicas com as reações químicas.

Diferenciar os modelos atômicos de Dalton, Thomson e Rutherford.

Conceituar número atômico e número de massa.

Caracterizar um elemento químico. Compreender o processo de formação

de íons.Diferenciar isótopos e isóbaros.

Conhecer as diferenças entre o modelo de Rutherford e o modelo de Bohr.Conhecer como os elétrons se distribuem na eletrosfera.

Estabelecer critérios para formar agrupamentos.

Conhecer como foram organizados os elementos por Mendeleev, os quais originaram a tabela periódica.Compreender como localizar um elemento na tabela periódica.

Compreender que os átomos devem adquirir uma distribuição eletrônica semelhante ao dos gases nobres.

Entender como ocorre a ligação entre íons ( cátions e ânions).

Relacionar o número de elétrons na camada de valência com a capacidade de perder e ganhar elétrons.Compreender que, uma ligação iônica, os átomos tendem a atingir a estabilidade eletrônica, ficando com oito elétrons na camada de valência.

Entender o conceito de compartilhamento de pares eletrônicos.

Representar e relacionar as fórmulas eletrônicas, estrutural e molecular.Relacionar o número de elétrons que um átomo deve compartilhar conhecendo sua posição na tabela periódica.

2º Bimestre :Eixos temáticos: Tecnologia e Sociedade/ Terra e Universo.

CONTEÚDO HABILIDADESUC2 _ Ambiente, recursos e responsabilidades.

II- ELETRICIDADE E MAGNETISMO Conhecer aspectos históricos da

construção dos conhecimentos sobre 23

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A. Cargas elétricasB. Geração e aproveitamento de

energia elétricaC. Bússola, ímã e magnetismo

terrestre

UC4 _ Terra, constituição e movimento ( OBA)

eletricidade.Definir e caracterizar a eletrização dos corpos.

Obter noções básicas sobre corrente elétrica.

Caracterizar os metais como condutores de corrente elétrica.

Calcular a intensidade da corrente elétrica que atravessa um condutor.

Definir e caracterizar tensão elétrica. Estabelecer relações entre resistência

elétrica, tensão e intensidade de corrente.Caracterizar as propriedades dos ímãs.

Conhecer e caracterizar uma associação em série de resistores.

Calcular o resistor equivalente em uma associação em série.Conhecer o comportamento do resistor de um chuveiro elétrico ao variar o aquecimento da água nas posições inverno e verão.

3º Bimestre:Eixo temático: Tecnologia e Sociedade.

CONTEÚDO HABILIDADESUC1 _ Materiais, substâncias e processos

III- MECÂNICAA. Velocidade e aceleraçãoB. Movimento e EquilíbrioC. Gravitação

Caracterizar repouso e movimento. Diferenciar ponto material, espaço e

trajetória. Localizar a posição de um móvel em

uma dada trajetória. Calcular a velocidade média de um

móvel. Diferenciar velocidade média de

velocidade instantânea. Classificar movimentos em função do

comportamento da velocidade.Definir e caracterizar movimento uniforme.

Classificar força quanto a sua origem e natureza.

Identificar as principais forças de campo e contato.

Caracterizar peso como interação de força gravitacional sobre a massa dos corpos.

Conceituar inércia e classificá-lo em estático ou dinâmico.Relacionar a resultante de forças com a aceleração e apresentar o princípio da ação e reação.

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Diferenciar massa e peso. Determinar a relação entre massa e

peso. Entender como os movimentos na

superfície da Terra e próximos a ela são influenciados pela força gravitacional.

Relacionar campo gravitacional com aceleração da gravidade.Apresentar a Lei da Gravitação Universal qualitativamente.

4º Bimestre:Eixo temático: Corpo humano e Saúde.

CONTEÚDO HABILIDADESUC5 _ Vida: constituição e reprodução

IV- REPRODUÇÃO E VARIABILIDADE DOS DESCENDENTES

A. Características hereditáriasB. Divisão celularC. Material genéticoD. Cromossomos homólogos e

números haplóidesE. Cromossomos, reprodução

nos seres vivos e a variabilidade genética dos descendentes.

V- GENÉTICAA. MendelB. AlelosC. Cromossomos homólogosD. GenótipoE. FenótipoF. Hereditariedade humanaG. Os grupos sanguíneosH. Cromossomos sexuaisI. Doenças hereditárias

Compreender a importância do século XX para o desenvolvimento da Ciência, em especial da genética.

Compreender o conceito de cromossomos e sua relação com as células somáticas e sexuais na espécie humana.

Conhecer o significado de divisão celular e sua relação com a hereditariedade.

Conhecer o modelo da molécula de DNA proposto por Watson e Crick e sua importância para a evolução da genética.

Identificar mutações cromossômicas em cariótipos humanos.

5-ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Ao selecionar os conteúdos a serem ensinados na disciplina de Ciências, o professor deverá organizar o trabalho docente tendo como referências: o tempo disponível para o trabalho pedagógico (horas/aula semanais); o Projeto Político Pedagógico da escola; os interesses da realidade local e regional onde a escola está inserida; a análise crítica dos livros didáticos e paradidáticos da área de Ciências; e informações atualizadas sobre os avanços da produção científica.

Na organização do plano de trabalho docente espera-se que o professor de Ciências reflita a respeito das abordagens e relações a serem estabelecidas entre os conteúdos estruturantes, básicos e específicos. Reflita, também, a respeito das expectativas de aprendizagem, das estratégias e recursos a serem utilizados e dos critérios e instrumentos de avaliação.

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Para isso é necessário que os conteúdos específicos de Ciências sejam entendidos em sua complexidade de relações conceituais, não dissociados em áreas de conhecimento físico, químico e biológico, mas visando uma abordagem integradora. Tais conteúdos podem ser entendidos a partir da mediação didática estabelecida pelo professor de Ciências, que pode fazer uso de estratégias que procurem estabelecer relações interdisciplinares e contextuais, envolvendo desta forma, conceitos de outras disciplinas e questões tecnológicas, sociais, culturais, éticas e políticas.

No âmbito de relações contextuais, ao elaborar o plano de trabalho docente, o professor de Ciências deve prever a abordagem da cultura e história afro-brasileira (Lei 10.639/03), história e cultura dos povos indígenas (Lei 11.645/08) e educação ambiental (Lei 9.795/99).O professor de Ciências, responsável pela mediação entre o conhecimento científico escolar representado por conceitos e modelos e as concepções alternativas dos estudantes, deve lançar mão de encaminhamentos metodológicos que utilizem recursos diversos, planejados com antecedência, para assegurar a interatividade no processo ensino-aprendizagem e a construção de conceitos de Ciências de forma significativa.

5.1- ASPECTOS ESSENCIAIS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

No ensino de Ciências, alguns aspectos são considerados essenciais tanto para a formação do professor quanto para a atividade pedagógica. Abordam-se, nesse documento, três aspectos importantes, a saber: a história da ciência, a divulgação científica e a atividade experimental. Tais aspectos não se dissociam em campos isolados, mas sim, relacionam-se e complementam-se na prática pedagógica.

5.1.1- A divulgação científica

Um importante papel da divulgação científica é servir de alternativa para suprir a defasagem entre o conhecimento científico e o conhecimento científico escolar, permitindo a veiculação em linguagem acessível do conhecimento que é produzido pela ciência e dos métodos empregados nessa produção. Também, tem o papel de oportunizar ao professor de Ciências o contato com o conhecimento científico atualizado contribuindo desta forma para sua própria formação continuada (LINS DE BARROS, 2002).

O professor, ao optar pelo uso didático de materiais de divulgação científica como revistas, jornais, documentários, visitas a Museus e Centros de Ciências, entre outros, precisa considerar que este tipo de material não foi produzido originalmente para ser utilizado em sala de aula e, por isso, requer uma adequação didática.

Deverá, também, observar a qualidade desses materiais, selecionando tão somente os que tiverem linguagem adequada articulada a um rigor teórico conceitual que evita a banalização do conhecimento científico. O uso de material inadequado, bem como de anedotas, analogias, metáforas ou simplificações que desconsideram o rigor conceitual, compromete o ensino e prejudica a aprendizagem.

Dessa forma, a utilização de um documentário cujo tema se relacione com um conteúdo específico da disciplina pode ser uma boa estratégia de ensino, desde que o professor articule o conteúdo do filme com o conteúdo específico abordado e os processos cognitivos a serem desenvolvidos pelos estudantes, por meio de análise, reflexão, problematizações, etc. Na utilização de um texto de divulgação científica, por exemplo, o professor precisa identificar os conceitos e/ou informações mais significativas, fazer recortes e inserções, além de estabelecer relações conceituais, interdisciplinares e contextuais.

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5.1.2- As atividades experimentais

As atividades experimentais estão presentes no ensino de Ciências desde sua origem e são estratégias de ensino fundamentais. Podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa.

Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização.

5.2. A Abordagem Problematizadora

A ação de problematizar é mais do que a mera motivação para se iniciar um novo conteúdo. Essa ação possibilita a aproximação entre o conhecimento alternativo dos estudantes e o conhecimento científico escolar que se pretende ensinar. A abordagem problematizadora pode ser efetuada, evidenciando-se duas dimensões: na primeira, o professor leva em conta o conhecimento de situações significativas apresentadas pelos estudantes, problematizando-as; na segunda, o professor problematiza de forma que o estudante sinta a necessidade do conhecimento científico escolar para resolver os problemas apresentados.

5.2.1- A Relação Contextual

Contextualizar é uma forma de articular o conhecimento científico com o contexto histórico e geográfico do estudante, com outros momentos históricos, com os interesses políticos e econômicos que levaram à sua produção para que o conhecimento disciplinar seja potencialmente significativo. A relação contextual pode ser um ponto de partida, de modo a abordar o conteúdo mais próximo à realidade do estudante para uma posterior abordagem abstrata e específica. A relação contextual pode, também, ser o ponto de chegada caso o professor opte por iniciar a sua prática com conteúdos mais abstratos e reflexivos.

Nesse caso, contextualizar significa aproximar os conteúdos científicos escolares das estruturas sociais, políticas, éticas, tecnológicas, econômicas, entre outras. Esta aproximação, no âmbito pedagógico, se estabelece por meio de abordagens que fazem uso, necessariamente, de conceitos teóricos precisos e claros, voltados para as experiências sociais dos sujeitos históricos produtores do conhecimento.

5.2.2- A Relação Interdisciplinar

A relação interdisciplinar como elemento da prática pedagógica considera que muitos conteúdos, ainda que específicos, se articulam permanentemente com outros conteúdos e isso torna necessária uma aproximação entre eles, mesmo entre os tratados por diferentes disciplinas escolares. As relações interdisciplinares se estabelecem quando conceitos, modelos ou práticas de uma dada disciplina são incluídos no desenvolvimento do conteúdo de outra. Em Ciências, as relações interdisciplinares podem ocorrer quando o professor busca, nos conteúdos específicos de outras disciplinas, contribuições para o entendimento do objeto de estudo de Ciências, o conhecimento científico resultante da investigação da Natureza.

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5.2.3- A Pesquisa

A pesquisa é uma estratégia de ensino que visa a construção do conhecimento. Essa estratégia inicia-se na procura de material de pesquisa, passa pela interpretação desse material e chega à construção das atividades. A pesquisa pode ser apresentada na forma escrita e/ou oral, entretanto, para que os objetivos pedagógicos sejam atingidos, se faz necessário que seja construída com redação do próprio estudante, pois ao organizar o texto escrito ele precisará sistematizar ideias e explicitar seu entendimento sobre o conteúdo com recursos do vocabulário que domina. Na apresentação oral o estudante deve superar a simples leitura e a repetição evidenciando a compreensão crítica do conteúdo pesquisado e explicando a sua interpretação.

5.2.4- A Leitura científica

A leitura científica como recurso pedagógico permite aproximação entre os estudantes e o professor, pois propicia um maior aprofundamento de conceitos. Cabe ao professor analisar o material a ser trabalhado, levando-se em conta o grau de dificuldade da abordagem do conteúdo, o rigor conceitual e a linguagem utilizada. Dentre os diversos materiais de divulgação que podem ser utilizados como recursos pedagógicos, sugerem-se:• Revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje para as Crianças – Publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – disponível em: www.sbpcnet.org.br• Revista Eletrônica Café Orbital – Publicação do Observatório Nacional – Disponível em www.on.br (Ministério da Ciência e Tecnologia)• Revistas Scientific American e Scientific American Brasil – Publicação da Editora Duetto – Disponível em www.sciam.com.br• Portal dia-a-dia educação - Projeto Folhas – Disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br• Coleção Explorando o Ensino – Educação Básica, Ministério da Educação – Disponível em www.mec.gov.br

5.2.5- A Atividade em grupo

No trabalho em grupo, o estudante tem a oportunidade de trocar experiências, apresentar suas proposições aos outros estudantes, confrontar ideias, desenvolver espírito de equipe e atitude colaborativa. Esta atividade permite aproximar o estudo de Ciências dos problemas reais, de modo a contribuir para a construção significativa de conhecimento pelo estudante.

5.2 6- A Observação A utilização desse elemento estimula, no estudante, a capacidade de observar fenômenos em seus detalhes para estabelecer relações mais amplas sobre os mesmos. Por outro lado, permite que o professor perceba as dificuldades individuais de interpretar tais fenômenos devido à falta de atenção e a lacunas teórico-conceituais.A observação é uma alternativa viável e coerente com a própria natureza da disciplina. O estudante pode desenvolver observações e superar a simples constatação de resultados, passando para construção de hipóteses que a própria observação possibilita.

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5.2.7- A Atividade Experimental

A inserção de atividades experimentais na prática docente apresenta-se como uma importante ferramenta de ensino e aprendizagem, quando mediada pelo professor de forma a desenvolver o interesse nos estudantes e criar situações de investigação para a formação de conceitos.

Tais atividades não têm como único espaço possível o laboratório escolar, visto que podem ser realizadas em outros espaços pedagógicos, como a sala de aula, e utilizar materiais alternativos aos convencionais.

Entretanto, é importante que essas práticas proporcionem discussões, interpretações e se coadunem com os conteúdos trabalhados em sala. Não devem, portanto, ser apenas momento de comprovação de leis e teorias ou meras ilustrações das aulas teóricas.

5.2.8- Os Recursos instrucionais

Os recursos instrucionais (mapas conceituais, organogramas, mapas de relações, diagramas V, gráficos, tabelas, infográficos, entre outros) podem e devem ser usados na análise do conteúdo científico escolar, no trabalho pedagógico/tecnológico e na avaliação da aprendizagem.

Esses recursos são instrumentos potencialmente significativos em sala de aula porque se fundamentam na aprendizagem significativa e subsidiam o professor em seu trabalho com o conteúdo científico escolar, porque são compostos por elementos extraídos da observação, das atividades experimentais, das relações contextuais e interdisciplinares, entre outros.

Os recursos instrucionais não possuem modelo único e não existem regras fixas a serem utilizadas na sua construção. Por exemplo, mapas de conceitos podem ter estruturas diversas, pois ultrapassam a ideia de serem apenas sínteses conceituais.

5.2.9- O LúdicoO lúdico é uma forma de interação do estudante com o mundo, podendo utilizar-se de

instrumentos que promovam a imaginação, a exploração, a curiosidade e o interesse, tais como jogos, brinquedos, modelos, exemplificações realizadas habitualmente pelo professor, entre outros.

O lúdico permite uma maior interação entre os assuntos abordados e, quanto mais intensa for esta interação, maior será o nível de percepções e reestruturações cognitivas realizadas pelo estudante. O lúdico deve ser considerado na prática pedagógica, independentemente da série e da faixa etária do estudante, porém, adequando-se a elas quanto à linguagem, a abordagem, as estratégias e aos recursos utilizados como apoio.

6- AVALIAÇÃO

A avaliação é atividade essencial do processo ensino-aprendizagem dos conteúdos científicos escolares e, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/96, deve ser contínua e cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Uma possibilidade de valorizar aspectos qualitativos no processo avaliativo seria considerar o que Hoffmann (1991) conceitua como avaliação mediadora em oposição a um

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processo classificatório, sentencioso, com base no modelo “transmitir-verificar-registrar”. Assim, a avaliação como prática pedagógica que compõe a mediação didática realizada pelo professor é entendida como “ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as” (HOFFMANN, 1991, p. 67).

A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem, pois pode propiciar um momento de interação e construção de significados no qual o estudante aprende. Para que tal ação torne-se significativa, o professor precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e superar o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente.Será preciso respeitar o estudante como um ser humano inserido no contexto das relações que permeiam a construção do conhecimento científico escolar. Desse modo, a considerar o modelo ensino-aprendizagem proposto nestas diretrizes, a avaliação deverá valorizar os conhecimentos alternativos do estudante, construídos no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos. É fundamental que se valorize, também, o que se chama de “erro”, de modo a retomar a compreensão (equivocada) do estudante por meio de diversos instrumentos de ensino .

Nestes termos, avaliar no ensino de Ciências implica intervir no processo ensino-aprendizagem do estudante, para que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida.

7-A AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA SÓCIO-INTERACIONISTAO objetivo da avaliação da aprendizagem dentro de uma educação dialética libertadora numa abordagem Sóciointeracionista, é contribuir com a escola a cumprir sua função social transformadora, ou seja, favorecer que os educandos possam aprender e se desenvolver levando em conta o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Por sua vez o conhecimento transmitido e interagido com os alunos, só terá sentido se está embasado em algo que seja de interesse para sua vida. Precisamos ensinar aquilo que esteja contextualizado no mundo que o cerca. Os conteúdos devem ser trabalhados de forma que o educando saiba analisar, inferir, resolver problemas, continuar a aprender e que saiba acima de tudo interferir nos problemas que a sociedade apresenta.  Trabalhando os conteúdos nesta visão transformadora, justificando a existência do processo educativo, a avaliação serve para o educador ter elementos para ver qual o melhor caminho para ensinar, como os educandos aprendem  melhor, para ver se o tipo de trabalho que está sendo feito está de fato atingindo os educandos, superando desta forma a concepção tradicional de avaliar, em que se avalia o quanto o educando foi capaz de aprender do ensinado, se merece ou não ser aprovado ou reprovado. Deseja-se mudar a essência e não só a aparência da prática. Devemos ter consciência da necessidade do processo de construção do conhecimento na escola, contribuindo dessa forma para a construção da cidadania consciente. Portanto, precisamos investir numa concepção de conhecimento com uma proposta pedagógica significativa (resignificando conteúdos), e participativa (metodologia interativa em sala de aula), desta forma fazendo um trabalho diferenciado.

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