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Faculdade de Letras
Mestrado em Alimentação: Fontes Cultura e Sociedade
Seminário:
Os Territórios da Alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores
Docente: Professor Doutor Norberto Santos
Tema:
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades
Cistercienses
Discente: João Carlos Bernardino Ramalho
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
2 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Índice:
Introdução……………………………………………………………………..……………….3
Território…………………………………………………………………….………..…….….4
Património Natural…………………………………………………………………….……5
Património Histórico………………………………………….…………………….….….7
Diversidade de oferta…………………………………………………….……………..11
Misturadas………………………………………………………………….…………….….14
A Rota………………………………………………………………………………..…....….17
Desenvolvimento regional………………………………………………...…………18
Conclusão…………………………………………………………………………………....20
Bibliografia…………………………………………………………………….………….…21
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
3 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Introdução:
No âmbito do seminário - Os Territórios da alimentação: Rota dos Saberes e dos Sabores,
foi-nos proposto a criação de uma rota, rota essa ligada a uma produto gastronómico que de certa
forma fosse identificado com um território especifico.
Desta forma, e, sendo eu residente no concelho de Alcobaça, que do ponto de vista da
tradição e do território é de uma riqueza enorme, achei por bem trabalhar um dos produtos da
região: as Misturadas.
Nesta zona sempre que alguém por qualquer motivo e, indiferentemente do contexto, se
refere a “misturadas”, há sempre outro que responde invariavelmente que: misturadas são couves
com feijão. Ora como veremos no desenrolar do trabalho, as misturadas vão um pouco além da
simplicidade das couves com feijão, mas este tipo de reação demonstra o quão enraizadas estão as
misturadas nos hábitos e costumes das gentes do concelho.
O território abrangido no trabalho, é de tal forma rico, quer em produtos, quer em tradições
que o mais difícil seria escolher apenas um produto ou especialidade, até porque estamos na zona
da maçã de Alcobaça IGP, na região da pera rocha do oeste DOP, na zona de onde sai para todo o
pais o pão de ló de Alfeizerão, ou também onde os visitantes podem provar o frango na púcara, tão
peculiar como apreciado. No entanto a minha escolha foi para o mais improvável dos produtos,
para que de certa forma se possa dar o reconhecimento devido àquele que provavelmente mais
recua no tempo dentro de todas as especialidades gastronómicas da região.
Reconheço no entanto que a escolha, embora me parecesse acertada, seja provavelmente
das mais difíceis de trabalhar, porque sendo uma especialidade das classes trabalhadoras e
consequentemente menos instruídas academicamente, são poucas ou quase nulas as referencias
documentadas das misturadas, como é normal em todos os produtos que nunca deixaram de ser
preparados pelas classes menos abonadas.
Assim este trabalho pretenderá dar a conhecer o produto a partir do seu território, tendo
perfeita noção de que é o território que funciona como ponto de atração principal e que esta
especialidade que até agora tem sido deixada um pouco de parte por todos os roteiros, fazendo
parte da oferta complementar, tem só por si pontos de interesse que justifiquem a paragem e/ou a
permanência na região.
As tradições devem ser preservadas de forma a que não se perca a identidade de um povo,
e assim sendo devemos também preservar aquelas que por serem mais localizadas e humildes,
ficam normalmente fora das rotas literárias que perpetuam as mesmas no tempo.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
4 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Território:
Fig.1 Mapa da região
O território abrangido neste trabalho é vasto,
baseado nos antigos coutos do Mosteiro de Santa
Maria, hoje em dia ele abraça vários municípios,
nomeadamente: Batalha, Caldas da Rainha,
Nazaré, Marinha Grande e, sensivelmente no
centro de toda esta vasta área o concelho de
Alcobaça.
Alcobaça, faz parte do Distrito de Leiria,
região Centro e sub-região do Oeste e é sede de
um concelho com 408,14 Km2 de área, dezoito
freguesias e cerca de 56.000 habitantes.
O concelho tem fronteira a norte com o
município da Marinha Grande, a leste com Leiria,
Porto de Mós a sul com Rio Maior, a sudeste com
Caldas da Rainha e a oeste envolve por completo a
Nazaré, tendo também limites no Oceano
Atlântico. A nascente o concelho tem grande parte
da sua área inscrita no Parque Natural das Serras
de Aire e Candeeiros.
Alcobaça é atravessada por dois rios que lhe dão nome: o rio Alcoa nasce em Chiqueda
juntando-se ao rio Baça, que nasce perto do Vimeiro, e ambos cruzam a cidade de Alcobaça
seguindo o seu percurso até ao mar, desaguando junto à Nazaré. (fonte:
www.mosteiroalcobaca.pt)
A sede do município fica sensivelmente a cerca de 110km de Lisboa e a sensivelmente
105km de Coimbra, dois grandes centros populacionais do pais.
Em relação aos acessos rodoviários a região é atravessada por duas autoestradas das mais
movimentadas do pais, a A1 e a A8, sendo o concelho também percorrido em grande extensão pelo
IC2, antiga EN1, o que faz com que todo o transito que liga Lisboa – Coimbra - Porto passe de uma
forma ou de outra pelo concelho. Desde 2012 com a inauguração do IC9 que liga a cidade de Tomar
à Nazaré, passando também pela cidade de Alcobaça, resolveu-se uma lacuna em termos de
acessos que se prendia com a grande volta que a população do interior tinha de dar para contornar
a Serra de Aire.
O acesso ferroviário pode ser feito pela linha do Oeste com Estações na freguesia de S.
Martinho do Porto, ou ainda na freguesia de Valado dos Frades, que pertencendo ao município da
Nazaré se encontra a poucos quilómetros de Alcobaça.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
5 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Património Natural
O património natural da região é um grande ponto de atração para a mesma. Assim do
ponto de vista turístico, esta zona consegue numa área relativamente pequena ter à disposição dos
visitantes aquele que é o principal motivo de escolha de um lugar que é o sol e mar com principal
destaque para a praia da Nazaré e a praia de S. Martinho do Porto, mas também para aqueles que
privilegiam o contacto com a natureza uma zona de serra integrada num dos parques naturais do
nosso pais, o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros:
Praia de S. Martinho do Porto
Fig. 2 Baia de S. Martinho do Porto
A vila de S. Martinho do Porto, é a mais
famosa e importante estância balnear do
concelho. A sua lindíssima baía, de
características únicas no país e na Europa
em forma de concha perfeita, conferem-
lhe propriedades únicas para utilização
balnear e prática de desportos náuticos.
Com cerca de 3 quilómetros de
areal, esta bacia marítima de águas calmas
possui também uma barra com 250 metros de abertura. Devido à forma da baía vila de
desenvolve-se em anfiteatro desde o Cais até às dunas de Salir.
Pelas suas características, a baía de São Martinho do Porto foi um dos principais portos do
País até finais do século XIX, vindo a perder gradualmente a sua importância com o
aparecimento dos navios a vapor. Nos dias de hoje trata-se de um importante porto de recreio
e centro de recolha de algas submarinas. (fonte: www.alcobaca.com/smporto)
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
6 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Praia da Nazaré
Fig. 3 Praia da Nazaré
Vila relativamente
recente, com fixação da
população apenas a partir do
século XVII a Nazaré começou
a ser conhecida e procurada,
como praia de banhos, em
meados do século XIX. No
entanto ao longo de quase
todo o século XX, a pesca, a
transformação do pescado e a
sua venda, foram as principais atividades da população.
Na década de 60, o Turismo descobriu o encanto desta vila e a Nazaré começou a ser
conhecida internacionalmente. Visitada anualmente por milhares de turistas nacionais e
estrangeiros, a Nazaré é hoje uma vila moderna e sempre animada. Pelas suas ruas estreitas e
perpendiculares ao mar, podemos descobrir um modo de vida peculiar e autêntico, parecendo
que estamos a regressar a um Portugal que já não existe.
Todo este tipicismo, assim como as tradições que as gentes da terra teimam em manter
fazem da Nazaré uma das praias portuguesas mais famosas aquém e além fronteiras. (fonte:
www.cm-nazare.pt)
Serra dos Candeeiros
Fig. 4 Serra dos Candeeiros
A serra dos Candeeiros,
abrange os concelhos de Alcobaça,
Rio Maior e Porto de Mós. Esta
serra é parte integrante do Maciço
Calcário Estremenho e constitui
um exemplar único e puro de
Biodiversidade, tanto ao nível da
fauna como da flora autóctone.
Estas condições únicas
tornam esta área indicada para o
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
7 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
turismo de natureza permitindo diferentes atividades, tais como: trekking, btt, bird watching,
visitas a grutas, passeios TT entre outras. (fonte: www.mosteiroalcobaca.pt)
Património Histórico
Mosteiro de Alcobaça
Fig.5 Mosteiro de Alcobaça
Em 1153, por doação de D. Afonso
Henriques a São Bernardo de Claraval. É
fundada a Abadia , no entanto as obras
de construção do atual edifício só se
iniciaram por volta de 1178,
arrastando-se por várias décadas,
atendendo à enorme dimensão do
projeto.
O local foi escolhido, pelo
elevado potencial agrícola, que
correspondia à política cisterciense de
desenvolvimento agrário. Para a
captação de água potável dentro do Mosteiro construiu-se uma levada (desvio da água
proveniente do Rio Alcoa) através de um sistema hidráulico que impressiona pelas soluções
técnicas adotadas. A igreja, com 100 metros de comprimento, é a maior nave existente no país.
E a sua excecional altura (mais de vinte metros) vai ao encontro da grandiosidade que se quis
dar ao espaço desde a primeira hora.
As dependências medievais constituídas pela Sala do Capítulo, o Refeitório, a Sala dos
Monges e o Dormitório foram edificados nos séculos XIII e XIV. D. Dinis mandou construir o
Claustro do Silêncio, o maior claustro medieval português.
Com D. Manuel, o Mosteiro é alvo de um novo ímpeto: o monarca manda construir a
Sacristia Nova, o primeiro piso do Claustro de D. Dinis (Sobreclaustro), um novo cadeiral para a
Igreja e uma Livraria cuja localização não se conhece. A cozinha, totalmente revestida de
azulejos, data de 1752. Destacamos a sua imponente chaminé que assenta em oito colunas de
ferro forjado bem como o tanque com água corrente proveniente da "Levada".
Os Túmulos de D. Pedro e D. Inês estão repousados na igreja, e, são a par com os claustros
um dos maiores pontos de atração turística do monumento.
Toda esta grandiosidade obteve o reconhecimento, por parte da Unesco, classificando-o em
1989 de Património da Humanidade. (fonte: www.mosteiroalcobaca.pt)
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
8 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Mosteiro da Batalha
Fig. 6 Mosteiro da Batalha
O Convento de Santa Maria da
Vitória, hoje conhecido por Mosteiro
da Batalha surgiu da promessa feita no
campo de batalha pelo rei D. João I à
Virgem Maria, perante a dimensão de
tudo o que estava em jogo,
prometendo-lhe a edificação de um
mosteiro caso saísse vencedor daquela
batalha tendencialmente votada ao
insucesso.
Embora não haja certezas sobre a data exata de início das obras do Mosteiro de Santa Maria
da Vitória, tudo leva a crer que estas ter-se-ão iniciado um ano ou dois após a Batalha de
Aljubarrota travada em Agosto de 1385.
O primeiro arquiteto foi Afonso Domingues, ativo desde o início da construção até 1402. A
ele se deve a conceção e a traça geral do complexo monástico, constituído pela igreja, com a
sacristia, e pelo claustro, com a casa do capítulo, o dormitório, a cozinha e o refeitório. Cerca
de catorze anos passados na direção das obras permitiram-lhe erguer grande parte da igreja, a
sacristia e duas alas do claustro, tendo ainda iniciado a casa do capítulo.
Em 1402, sucedeu-lhe Huguet, provavelmente catalão, que já se encontrava a trabalhar na
construção do mosteiro. Durante os longos trinta e seis anos em que esteve à frente das obras,
coube-lhe finalizar o trabalho iniciado pelo seu antecessor, no entanto deixou o seu cunho
pessoal introduzindo algumas alterações arquitetónicas e decorativas inovadoras, sendo a
arrojada abóbada que cobre, num só voo, a casa do capítulo, a demonstração mais evidente
desta profunda mudança.
Finda a parte planificada por Afonso Domingues, Huguet planifica ainda de raiz duas
capelas, ambas de planta centralizada, que não estavam previstas no plano inicial do mosteiro:
a Capela do Fundador, para panteão de D. João I e as Capelas Imperfeitas, estas encomendadas
por D. Duarte, com idêntica finalidade de panteão familiar.
São vários os mestres que nos anos que se seguem ficam responsáveis pelas obras deixando
cada um deles o seu cunho pessoal fruto também das diferentes correntes arquitetónicas de
que provinham.
O mosteiro da Batalha que conhecemos hoje, fica paralelo ao IC2 e é um ponto de paragem
obrigatório para quem passa naquela tão movimentada via de circulação rodoviária. (fonte:
www.mosteirobatalha.pt)
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
9 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Castelo de Alcobaça
Fig. 7 Castelo de Alcobaça
Este misterioso castelo, cuja
construção as lendas locais atribuem à
presença visigótica na região, sendo
no entanto atribuída por outros
autores aos árabes, que o terão
edificado no ponto mais alto da (então)
pequena vila.Conquistado o castelo,
por D. Afonso Henriques, este
permaneceu, contudo, abandonado
durante muitos anos ficando
praticamente em ruinas, e foi reconstruído no reinado de D. Sancho I (1154-1212) ficando a ser
parte integrante de uma linha de castelos que serviam de defesa a Lisboa, da qual faziam parte
também, os castelos de Leiria, Pombal e Óbidos. Parcialmente destruído pelo terramoto que
assolou a região em 1422, a sua importância estratégica foi de novo reconhecida, dessa feita
por D. João I (1357-1433), que mandou reparar a torre e as muralhas afetadas, até ser utilizado
apenas como prisão no período filipino, desmoronando-se desde então, remanescendo, na
atualidade, pouco mais do que algumas ruínas. A apenas alguns metros do Mosteiro, não deve
deixar de se visitar esta construção anterior à nacionalidade. (fonte: www.igespar.pt)
Mosteiro de Cós
Fig. 8 Mosteiro de Cós
Este Mosteiro foi fundado no
século XIII durante o Abaciato de Frei
Fernando, que patrocinou a
edificação daquele que viria a ser um
dos mais importantes mosteiros
femininos da Ordem de Cister.
Foi no reinado de D. Manuel I
que ocorreram as obras de maior
envergadura. No entanto, a estrutura
atual provém dos trabalhos
realizados durante a última metade
do século XVII. Na fachada evidencia-
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
10 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
se o portal datado de 1671 e as esculturas das grandes figuras da Ordem de Cister (São Bento e São
Bernardo). fonte: www.mosteiroalcobaca.pt)
Em elevado estado de degradação e a carecer de urgentes obras de restauro, o mosteiro, ou
convento como é normalmente apelidado na região, está encerrado ao publico não sendo
possíveis as visitas.
É deste mosteiro que se julga ter sido criada a receita do famoso pão de ló de Alfeizerão
Vila romana de Parreitas
Fig. 9 Vila Romana de Parreitas
A vila romana de Parreitas é
um testemunho da ocupação romana
no concelho, mais concretamente na
freguesia do Bárrio, que teve lugar
entre os séculos I e IV, com uma
arquitetura mediterrânica adaptada
ao clima da região e disposta em volta
de um pátio central.
Foi com base no que ali se
encontrou, que se criou a exposição permanente `Os Romanos em Alcobaça` do Museu
Monográfico do Bárrio que tem por objetivo divulgar as origens das suas das suas gentes,
apresentando um conjunto de materiais que reflete o quotidiano da população na altura, ao
nível da agricultura e da pecuária, das atividades domésticas, da pesca, da cerâmica, da
tecelagem e mesmo da metalurgia, espólio que nos revela que a economia local era também
bastante ativa a nível comercial. (fonte: www.igogo.pt)
Bem sinalizada a partir das principais vias de comunicação do concelho, este pequeno
povoado romano merece um desvio para uma visita que não se dará por perdida certamente.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
11 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Diversidade de oferta:
Museus
Fig. 10 Museu Nacional do Vinho
A oferta museológica de Alcobaça é
diversa é variada, no entanto é neste
momento uma das áreas que mais carece
de trabalho de manutenção e divulgação,
assim dentro do concelho temos:
Casa-Museu Vieira Natividade: Esta casa
museu que esteve em elevado estado de
degradação foi recentemente restaurada e
acolhe diversas exposições temporárias de
artistas o produtos locais e nacionais.
Museu do Vinho: O Museu do Vinho de Alcobaça é hoje considerado uma das joias do
património vitivinícola nacional. Instalado na antiga adega que, em 1874, José Eduardo Raposo de
Magalhães mandou edificar para aí implementar e desenvolver a sua produção de vinhos JEM, o
imóvel representa, em si mesmo, um património museológico da maior importância no contexto da
industria do vinho em Portugal.
Museu Agrícola, da EPADRC: Situado na Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento
Rural de Cister, este museu retrata o quotidiano agrícola da região desde finais do século XIX a
meados do século XX, permite, inserido na visita ao museu que se faça um périplo pela quinta onde
a escola esta situada presenciando assim as melhores práticas agrícolas dos dias de hoje.
Museu da fábrica de cristal Atlantis: Situado no Casal da Areia, lugar onde está implantada a
fábrica da Atlantis, este museu mostra peças e técnicas antigas de trabalhar o cristal.
Museu da fábrica de faiança Raul da Bernarda: Atualmente encerrado, mostrava a tradição da
faiança em Alcobaça
Museu Monográfico do Bárrio: responsável pela preservação da Vila Roma de Parreitas
Museu da Fábrica de Cutelarias da ICEL: Uma das mais antigas e importantes fábricas de
cutelarias do país tem nas suas instalações na Benedita um museu que retrata a história desta
industria desde os tempos artesanais atá aos dias de hoje.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
12 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Artesanato
Fig. 11 Chita de Alcobaça
Existe no concelho de Alcobaça
uma grande tradição em artesanato,
havendo ainda nos dias de hoje
fabrico de olaria, cerâmica, vergas,
juncos, lenços, toalhas, tapeçarias e
cutelaria. A peças feitas com a chita
de Alcobaça são hoje uma referência
do artesanato nacional havendo
inclusive novos criadores a utilizar o
produto nas suas criações
nomeadamente em vestuário e
acessórios de moda.
Este artesanato encontra-se disponível ao turista em diversas lojas da especialidade que se
encontram por todo o centro histórico da cidade
Agricultura
Fig. 12 Campos Hortícolas de Alcobaça
A Agricultura e a exploração pecuária,
são parte integrante das gentes de
Alcobaça desde a chegada dos monges ao
mosteiro. Estes com os grandes
conhecimentos que tinham, preparam e
desenvolveram uma atividade que ainda
hoje é a mais relevante em todo o
concelho, assim, em Alcobaça
encontramos explorações agrícolas de
produtos hortícolas, que são o principal
abastecedor de Lisboa neste tipo de produtos e que ao nível das boas práticas integram-se no
melhor que se faz no mundo, e não podemos esquecer que estamos no coração da zona de
produção de dois produtos certificados que hoje em dia dispensam apresentações; a Maçã de
Alcobaça e a Pera Rocha do Oeste.
Estas atividades são só por si motivo de visita, mas numa lógica de complementaridade e de
desenvolvimento regional, faz todo o sentido integra-las numa rota que levará o turista a conhecer
o produto de uma forma mais consistente.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
13 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Gastronomia
Fig.13 Frango na Púcara
A herança gastronómica da região
remonta à fundação do reino, e à
sabedoria ancestral dos monges dos
conventos e mosteiros da região, de
onde se destacou a presença tutelar
de Alcobaça, cuja tradição da
doçaria conventual é ainda hoje
uma referência.
A gastronomia da região é variada:
dos ricos pratos da “matança do
porco”, ao cabrito no forno e ao
coelho guisado com arroz, passando pelas célebres caldeiradas e os suculentos e fresquíssimos
pargos e robalos de Peniche e da Nazaré, cozidos ou no forno, as enguias e amêijoas da Lagoa de
Óbidos e os mariscos dos viveiros de Porto de Barcas, onde, de entre outras iguarias, a lagosta da
Costa Atlântica, “suada”, é um manjar único.
Particularmente em Alcobaça temos como especialidades : Frango na Púcara, Cherne à Frei
João, Febras de porco à Abade de Cister, Sopa de Lagosta, Delícias de Frei João, Pudim de ovos dos
Frades, Gradinhas de Alcobaça, Queijadas do Bárrio.
Influência da cultura conventual, as trouxas, as lampreias de ovos e as cavacas das Caldas
da Rainha, os pastéis de feijão de Torres Vedras ou os pães de Ló do Landal, Painho e Alfeizerão
complementam os sabores da doçaria conventual de Alcobaça, que é a “joia da coroa” deste
paraíso gastronómico, herdeira milenar do centro cultural que foi, e é, o Mosteiro.
Dentro tão vasta a oferta, as misturadas são normalmente excluídas dos escritos e roteiros,
razão que leva precisamente a esta escolha, até porque este tipo tradições não deve cair no
esquecimento das populações.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
14 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Misturadas: Fig.14 Misturadas
As misturadas são uma sopa
tradicional de Alcobaça, preparadas
desde tempos ancestrais pelas famílias
menos abastadas da região, estas,
utilizando os ingredientes disponíveis,
colocavam faziam, sempre em grande
quantidade, porque era a base da sua
alimentação, uma panela de
Misturadas, esta panela tinha sempre a
sua composição, feijão e couves,
regadas com um fio de azeite e, e
dependendo da época do ano podia ter
ou não carne de porco.
A receita que chegou aos dias de hoje, composta por feijão branco e repolho que depois de
cozidos apenas com um pouco de sal e um dente de alho, não será certamente a receita original
(provavelmente já preparada nos inícios na nacionalidade), que seria composta por feijão
frade(chamado de chícharo mais a norte) que era à época o único disponível na Europa, uma vez
que o feijão hoje utilizado provem dos “faseolus” americanos, chegados a este lado do mundo já
em pleno século XVI.
Estas misturadas da região de Cister, entroncam nas típicas sopas de feijão com couves que
depois são engrossadas de pão, broa ou farinhas. Estas sopas surgem num território que irá de
Coimbra para o interior até Viseu, Descendo depois por Mação até Tomar e Santarém, voltando ao
litoral até à zona de Alcobaça subindo pelo litoral até Coimbra passando por Leiria.
Ora dependendo da zona onde estas sopas sejam preparadas, encontramos também diferentes
designações e especificidades, por exemplo na região de Viseu e Leiria, surgem com o nome de
migas, e ainda nos dias de hoje aparecem regularmente com o ancestral feijão frade, e, sendo
guarnecidas de broa, esta é principalmente na região de Leiria, feita com milho branco, Mais para
baixo, na zona do Ribatejo chamam-lhe magustos, sendo neste caso engrossadas com pão de trigo
e milho em quantidades semelhantes.
As misturadas propriamente ditas e provenientes da região de Alcobaça, são tradicionalmente
consumidas no dia da sua confeção com broa esfarelada e no dia seguinte, com a sobra do caldo
feito propositadamente em grande quantidade preparam-se as “papas”, que não são mais que o
engrossar das misturadas com farinha de milho branco (no entanto à falta deste há algumas casas
que as preparam com milho amarelo) e que depois são bem regadas de azeite e consumidas
grossas normalmente acompanhadas de peixe grelhado, este peixe é também o mais tradicional da
região, dando as gentes do concelho prioridade à sardinha da Nazaré ou, na falta desta aos
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
15 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
carapaus secos que tanto acompanham as papas assados como crus. (fonte: José Marques da Cruz:
historiador e chefe de cozinha com quem tenho o prazer de me relacionar a nível profissional e que
foi uma preciosa ajuda uma vez que a literatura sobre o tema é bastante escassa)
Onde comer:
Fig.15 Restaurante a Casa
Sendo esta uma tradição e
especialidade regional, são alguns os
sítios onde se podem degustar as
misturadas.
Alcobaça tem, fruto de um
grande fluxo de visitantes do Mosteiro,
principalmente, uma grande e variada
oferta a nível de restauração,
restauração esta que aposta
principalmente nos produtos e especialidades locais, e assim, conseguimos facilmente encontrar as
tradicionais misturadas, assim como as papas, no entanto dependendo do dia da semana
poderemos ter de optar por diferentes locais visto estes normalmente não as disponibilizarem toda
a semana. Assim e como principais referências de respeito pela tradição destes pratos temos:
Com vista para o mosteiro o perto deste:
Pensão restaurante Corações Unidos
Restaurante António Padeiro
Restaurante Frei-Bernardo
Restaurante A Casa
Restaurante Portas de Fora
Nas imediações de Alcobaça:
Restaurante Maria José em Chiqueda
Restaurante O Cabeço em Cabeço de Deus
Restaurante A tasca do Chefe em Évora de Alcobaça
Restaurante O Ferreiro nos Carris de Évora
Restaurante Zé da Genia na Junqueira
Restaurante Viamar em Alfeizerão
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
16 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Restaurante Passagem pro mar Em Fervença
Restaurante o Telheiro em Alcobaça
Dentro do concelho e à beira do IC2:
Restaurante Costa Brava em Benedita
Restaurante Serrazinas em Benedita
Restaurante Doces Sabores em Ataija de Cima
Restaurante O Vieira
Como podemos verificar pela quantidade existem vários locais onde podemos entre outras
especialidades experimentar também as misturadas, mas para além da oferta ao nível da
restauração, desenrolam-se ao longo do ano, alguns festivais gastronómicos, nomeadamente
festivais de sopas regionais onde as misturadas são as rainhas do festival, havendo em cada um
deles diferentes misturadas a concurso, a saber:
No segundo fim de semana de Maio: Festival de Sopas da Ataija
No primeiro fim de semana de Novembro: Festival de sopas de Frei-Domingos, Benedita
Do segundo fim de semana de Novembro: Festival de Sopas de Mendalvo, Alcobaça
Para alem destes festivais, está neste momento a criar-se, numa parceria entre a
Cooperativa Agrícola de Alcobaça, A Camara Municipal, O Parque dos Monges, a EPADRC e os
diferentes produtores de frutas, e hortícolas locais, um espaço de divulgação e promoção do
produto, onde entre outras coisas se poderá através de workshops de cozinha, não só degustar as
misturadas mas também aprender como estas se fazem assim como as papas que aproveitam as
sobras desta especialidade.
Este projeto está em fase de finalização e as obras que se encontram em curso estarão
prontas antes do verão deste ano podendo receber pretendendo começar com as atividades ainda
este ano. O projeto chamar-se-á Granja de Cister e será o principal local de dinamização e
preservação da cultura agrícola e gastronómica de todo o concelho.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
17 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
A Rota:
Estando nós a falar de um território com tanta tradição e pontos de interesse, e, na lógica de
conseguir atrair o turista e conseguir que este permaneça por mais tempo na região, há que criar
pontos de interesse que complementem a oferta inicial e a principal opção de escolha do local que
é o imponente Mosteiro de Santa Maria; património Mundial da Humanidade e que pode ser vir de
catalisador para uma experiência mais alargada em torno do património matéria e imaterial do
território.
Desta forma, uma rota das misturadas, que levasse o visitante a conhecer a região para além
do mosteiro faz todo o sentido, e pode “servir-se” para tal dos dois principais tipos de turistas que
chegam à região: os turistas de sol e praia que procuram principalmente a Nazaré e S. Martinho do
Porto, e os turistas de que procuram os monumentos Históricos da região. Assim, com um percurso
enogastronómico, os turistas podem para alem dos pontos de interesse que os atraiu à região em
primeiro lugar, adquirir conhecimentos naquela que numa forma de complementaridade e a oferta
que os mesmos mais referem.
Atendendo à diversidade do território e também à especificidade dos diferentes tipos de
turistas que o visitam, o percurso, que não necessitaria de ser um itinerário rígido, recomendaria,
numa lógica de “Viagem do prado ao Prato”, a passagem pelos campos agrícolas do Valado dos
Frades, onde se pode ver as culturas dos ingredientes principais das misturadas. Esta visita podia
ser complementada com outras feitas também a alguns pomares de Maçã de Alcobaça, vizinhos.
Aqui pode ser feito um pequeno desvio e passar pelo convento de Cós, que se encontra encerrado
ao publico e por isso apenas permite a visualização do seu exterior, e ainda porque fica a caminho
para a próxima estação, o museu de fábrica da Atlantis.
De seguida, e como o caminho pelos campos, vai abrir o apetite de quem o percorre,
recomenda-se uma paragem no Centro Histórico de Alcobaça onde é maior a oferta ao nível da
restauração e as opções de escolha do produto são maiores. No entanto, assim que o centro de
divulgação regional Granja de Cister esteja em funcionamento, será este o local de eleição a ser
escolhido pelos visitantes, pois aqui têm a garantia do respeito pelos produtos locais e pela tradição
do saber fazer, estando este local apenas a algumas dezenas de metros do mosteiro todo este
percurso pode ser feito a pé o que permite também usufruir do normalmente bom tempo que o
clima da região tem.
Outro ponto de paragem recomendada, senão obrigatória, é o museu nacional do vinho, que
ao ficar junto da adega cooperativa de Alcobaça permite, não só, ficar a saber mais sobre a
produção de vinho na região mas também a degustação e aquisição dos melhores néctares aqui
elaborados.
Este pequeno percurso do ponto de vista geográfico é de tal forma rico em conteúdo que
provavelmente necessitará de todo um dia para o fazer e assim no final do mesmo o que se
aconselha é que usufrua do excelente ambiente que as esplanadas junto ao mosteiro oferecem,
onde pode fazer não só uma paragem de fim de tarde mas também desfrutar de uma refeição com
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
18 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
os olhos postos na magnífica fachada do monumento. Fazendo planos para o itinerário do dia
seguinte depois do descanso merecido numa das, agora mais variadas e melhores, unidades
hoteleiras do concelho, podendo também adquirir diferentes produtos provenientes do artesanato
local que se encontram à venda em inúmeras lojas da especialidade. É também neste centro
histórico que fica a casa museu Vieira Natividade que se aconselha aqueles que conseguiram aqui
chegar com mais tempo do que a passagem anterior normalmente permitia.
No dia seguinte, o melhor é começar por onde acabou no dia anterior, provar as especialidades
locais da doçaria conventual nas pastelarias do Rossio, e visitar o Mosteiro, os seus claustros e a sua
imponente cozinha.
De seguida recomenda-se uma viragem a nascente e ás maravilhosas paisagens da serra dos
candeeiros, daqui uma de duas sugestões podem der dadas, se o objetivo for seguir para norte,
recomenda-se uma paragem no mosteiro da Batalha e, se for esse o caso seguir para o Fátima. Se o
principal interesse for a praia, ai recomenda-se uma viragem a sul, passagem pela restauração do
Itinerário Complementar 2, uma visita ao museu de cutelaria da ICEL e então seguir com destino à
idílica baía de S. Martinho do Porto, sem antes deixar de parar em Alfeizerão para degustar um pão
de ló, ou então à típica praia da Nazaré onde pode verificar in loco com se procede à secagem do
peixe que mais tarde vai acompanhar as “papas”.
Estes percursos permitirão conhecer diferentes produtos que normalmente ficam fora das
rotas convencionais mas que são verdadeiramente importantes da diversificação e originalidade
que se procura no turismo de hoje em dia.
Desenvolvimento regional
Fig.16 Esplanadas à Noite
Esta rota e os percursos a
ela associados, vai permitir que, ao
sugerir ao visitante um aumento
do tempo de estadia, toda uma
economia local se desenvolva
nomeadamente:
Restauração
local – que com a
permanência dos turistas verá aumentada a sua receita, até porque hoje em dia estes
param em Alcobaça de passagem para outros pontos e normalmente fora das horas de
refeição.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
19 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Explorações agrícolas da região – com o aumento do consumo dos produtos
regionais também estas terão um incremento nos negócios, até porque nesta proposta
fazem elas próprias parte da rota, podendo inclusive vender os seus produtos no local
da exploração aos visitantes.
Pequeno comércio de caris turístico – O artesanato e as lojas de venda do
mesmo necessitam urgentemente de um aumento do fluxo de turistas para poderem
manter os seus negócios.
Alojamento – Alcobaça viu surgir nos últimos dois anos, duas unidades de 4*
e prevê a curto prazo a instalação no mosteiro de uma unidade de 5*, isto para alem do
um hotel rural que existe nas proximidades e de Hotel de Charme que também dispõe.
Não havendo falta de oferta, urge dinamizar a região para que esta se mantenha
rentável
Espaços de diversão noturna – são alguns espaços de diversão que poderão
beneficiar com a estadia dos turistas que hoje apenas passam, aumentando assim
também o emprego na região que começa a, à semelhança com o resto do pais, a
escassear.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
20 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Conclusão:
Conquanto este trabalho seja puramente académico, não será de todo descabido que tem
alguma possibilidade ser colocado em prática, provavelmente inserido numa outra rota, maior que
englobará mais e diferentes produtos de forma a atrair um maior numero de interessados.
Assim este pequeno e rudimentar trabalho serviu para tomar consciência de algumas das
necessidades do concelho a nível turístico e de algumas boas práticas a ter em conta aquando
execução do plano geral de dinamização e divulgação do concelho que será posto em prática pela
cooperativa agrícola de alcobaça.
As misturadas são de facto uma especialidade a ter em conta e a preservar, até porque
servirão do tal fator de diferenciação turística que o turista informado hoje procura, uma vez que
estamos a falar de uma tradição popular, muito diferente das inúmeras tradições gastronômicas
provenientes da aristocracia e das diferentes ordens religiosas que fruto do seu privilegiado modo
de vida conseguira através de escritos fazer chegar as suas especialidades até aos dias de hoje. Aqui
temos um tradição transmitida oralmente através dos tempos, que se por um lado se pode ter
perdido a forma com era preparada ancestralmente, por outro não perdeu a identidade e chegou
aos nossos dias como um grande contributo para uma história que não deve apenas fazer-se das
casas ricas.
Os Territórios do pão: Rota das Misturadas e Especialidades Cistercienses
21 Os territórios da alimentação: Rotas dos Saberes e Sabores João Ramalho
Bibliografia:
MARQUES da CRUZ – Pão Nosso, uma história do pão na sociedade do ocidente europeu, Colares
editora, Sintra 1996
MODESTO, Maria de Lourdes – Cozinha Tradicional Portuguesa, XXI edição, Editorial Verbo, Lisboa,
2005
MODESTO, Maria de Lourdes – Festas e Comeres do Povo Português Vol.I 1ª edição, Editorial
Verbo, Lisboa, 1999
Webgrafia:
www.mosteiroalcobaca.pt (consultado em 24.01.2014)
www.mosteirobatalha.pt (consultado em 24.01.2014)
www.igespar.pt (consultado em 24.01.2014)
www.igogo.pt (consultado em 24.01.2014)
www.cm-nazare.pt (consultado em 24.01.2014)
www.alcobaca.com/smporto (consultado em 24.01.2014)