21
FERNANDA FONTES SANTOS TATHIANE DIAS PINHEIRO DE FREITAS A importância da relação professor/aluno na formação profissional de saúde. Artigo apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa II e Orientação de Artigo Científico do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Docência do Ensino Superior da Universidade Salvador, turma 2012.A, como requisito parcial para aprovação da disciplina. Orientador (a): Profª. Mestre Geisa Arlete do Carmo Santos.

relacao professor aluno na area de saude

Embed Size (px)

Citation preview

1

FERNANDA FONTES SANTOS

TATHIANE DIAS PINHEIRO DE FREITAS

A importância da relação professor/aluno na formaçãoprofissional de saúde.

Artigo apresentado àdisciplina de Metodologia daPesquisa II e Orientação deArtigo Científico do Cursode Pós-Graduação lato sensu emDocência do Ensino Superiorda Universidade Salvador,turma 2012.A, como requisitoparcial para aprovação dadisciplina.Orientador (a): Profª.Mestre Geisa Arlete do CarmoSantos.

2

SALVADOR2013

Sumário

Resumo

03

Abstract

04

Introdução

05

A relação professor/aluno no processo ensino aprendizagem

06

A formação do profissional de saúde

08

Professor, aluno e paciente

11

Considerações Finais

12

Referências

14

3

Resumo

Durante a formação do profissional de saúde, percebeu-se

que a influencia das relações professo/aluno e de todo

contexto vivenciado dentro e fora das universidades pode

refletir diretamente no processo de ensino e aprendizagem. Com

base no caráter humanístico e nas relações interpessoais tidas

4

durante toda a vida acadêmica, o professor surgiu como elo

principal, na formação do individuo consciente de sua função

na sociedade. Ele torna-se intercessor, e seu aprendizado se

renova juntamente com o do aluno. O presente trabalho tratou

de uma revisão de literatura e teve como objetivo pesquisar a

importância da relação professor/aluno no processo da formação

profissional de saúde e como esse vínculo reflete, na ação do

ensino-aprendizagem e relações interpessoais. O professor

converteu-se em um elemento incentivador, orientador e

mediador da aprendizagem, mas esse novo ensinar se fez de

forma ativa, no qual o aluno, através das trocas de

experiências, vira elemento da ação e não fica passivo, ele

contribui tanto para aprender, quanto para ensinar. A partir

da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, o

docente da adaptou-se a uma nova forma de pensar e agir

durante a construção de suas praticas pedagógicas. A

humanização estabelece a associação coesa e saudável entre

docente e discente, baseada em equilíbrio e respeito, onde

passa a fazer parte de um cenário que até então inexistia.

Dessa forma, se fez reflexo na ligação com o paciente. Esse

modelo de relação aproximou professores, alunos e pacientes em

uma relação jamais vivenciada antes, mas a pesar de elucidar o

quão importante é as relações entre professores e alunos,

ainda se faz necessário mais estudos sobre essas associações

no âmbito das instituições de ensino superior nas áreas de

saúde.

5

Palavras-chave: Humanização, Saúde, Professor/aluno, Ensino,

Aprendizagem.

Abstract

During training of health professionals, it was found that

the influence of the relationships professor / college student

and every situation experienced within and outside the

universities can directly reflect the process of teaching and

learning. Based on humanistic character and interpersonal

relationships taken throughout the academic life, the

professor emerged as the main link in the formation of the

individual aware of his role in society. He becomes an

intercessor, and their learning is renewed with the college

student. This study dealt with a literature review and aimed

to research the importance of the professor / college student

relationship in the process of training health and how this

bond reflects the action of teaching- learning and

interpersonal relationships. The professor became an element

motivator, counselor and mediator of learning, but this new

teaching is done actively, in which the college student,

through the exchange of experiences, and flips the action

6

element is not passive, it contributes to both learn how to

teach. After the implementation of the Unified Health System

(SUS) in Brazil, the professor has adapted to a new way of

thinking and acting during the construction of their

pedagogical practices. Humanization establishes a cohesive and

healthy association between professor and college students,

based on balance and respect, which becomes part of a scenario

that previously did not exist. Thus, reflection is made in

every connection with the patient, since the day practice

humanistic signed up. This model came about professor ,

college students and patients in a relationship ever

experienced before, but in spite of elucidating how important

is the relationship between professor and college students ,

it is still necessary more studies on these associations in

the context of universities in health.

Keywords: Humanization, Health, Teaher/student; Teaching;

Learning.

Introdução

7

Recentemente o papel do professor deixa de ser

protagonista e passa a ser parte de um todo que chamamos

ambiente de aprendizagem. O docente desempenha a função de

mediador do conhecimento, não mais de detentor do mesmo. E

nesse contexto a forma em que a relação professor/aluno se

produz refletirá em todo seu processo de formação

profissional.

É de fundamental importância o relacionamento amistoso

entre as partes. Uma relação com menos conflitos, baseada no

dialogo e respeito, faz com que se tenha um maior

aproveitamento das aulas e a troca do conhecimento se dá de

forma mutua. O aluno aprende com o professor, e o professor

aprende com o aluno.

Segundo Rangel:“Quanto à finalidade do conhecimento, que se ensina eproduz no processo de formação educacional dosprofissionais da saúde, observa-se a sua proposta,essencialmente humanizante, tanto na perspectiva de suaaplicação social, no interesse da qualidade de vida,como na perspectiva dos valores humanizantes que irãoorientar a prática desses profissionais.” (2009, p. 61).

Na pedagogia geral os protagonistas do processo ensino

aprendizagem são professores e alunos. Já na pedagogia voltada

para área de saúde, estabelece um tripé de relações -

professor, aluno e paciente – para efetivar o aprendizado. O

papel desse professor ultrapassa o limite da formação

cientifica e firma-se também em sensibilizar o aluno para lhe

dar com seres humanos que padecem de um sofrimento físico e

emocional.

Freire diz:

8

“Que me seja perdoada a reiteração, mas é precisoenfatizar, mais uma vez: ensinar não é transferir ainteligência do objeto ao educando, mas instiga-lo nosentido de que, como sujeito cognoscente, se torne capazde inteligir e comunicar o inteligido. É neste sentidoque se impõe a mimescutar o educando em suas dúvidas, emseus receios, em sua incompetência provisória. E aoescutá-lo, aprendo a falar com ele.” (2007, p.119).

Cardoso e Figueredo apresentam o seguinte pensamento:“A universidade deve ser concebida como um lugar deinvestigação, pelo funcionamento de pesquisas, pelaformação do intelectual em parceria com a práxiseducacional da produção do conhecimento. Os docentes sãoos responsáveis diretos em estimular e criaroportunidades, a fim de que a produção do conhecimentono ensino superior seja mais autentica, inovadora erenovadora das práticas existentes de ensino.” (2013, p.61).

A busca pela melhoria da qualidade do ensino acadêmico é

um tema comum às universidades. E o relacionamento entre

professores e alunos é fator determinante para solução dessa

problemática. Essa analogia deve-se dar em um meio que exista

respeito mútuo, harmonia e solidariedade, por que nenhuma

aprendizagem se solidifica em atmosfera hostil.

Assim, este trabalho teve por objetivo geral conhecer a

importância da relação do professor com o aluno, futuro

profissional de saúde, no processo de ensino-aprendizagem,

através de uma revisão da literatura, onde buscou por textos

do período de 2007 a 2013 e estabeleceu como palavras-chave

para pesquisa: educação, saúde, relações interpessoais,

humanização, ensino e aprendizagem.

E como objetivos específicos, identificar nas pesquisas

realizadas pelos autores dos textos selecionados a possível

transformação da prática pedagógica pelo olhar mais humanizado

9

dos docentes da área de saúde; analisar como as práticas

aplicadas, sobre a ótica das relações interpessoais,

influenciam no processo ensino aprendizagem; conhecer os

fatores que contribui para a humanização na prática pedagógica

e nas relações interpessoais.

A relação professor/aluno no processo ensino-aprendizagem

“Não há docência sem discência, as duas se explicam, e

seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se

reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende

ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” (FREIRE, 2007,

p. 23).

Dessa forma o autor deixa explicito que o processo de

aprendizagem é recíproco, professor apesar de ser um possuidor

do conhecimento, estar sempre aprendendo com seus alunos.

Inserem-se num contexto único, onde a troca de informação e a

curiosidade são principais combustíveis para que a ação

aprender-ensinar se concretize.

Cavaca et.al. afirmam que:“Por outro lado, uma boa relação docente-discentedetermina um cenário propício para detecção dedeficiências pedagógicas, bem como o desenvolvimento deestratégias transformadoras criticas e contextualizadasdo processo ensino-aprendizagem, permitindo que oeducador assuma a posição de facilitador doconhecimento”. (2010, p.313).

Podemos considerar que os professores e alunos são

sujeitos de uma relação troca de aprendizagem, e a ação do

docente na sala de aula é de fundamental importância no

10

processo da formação do individuo como ser humano e no

desenvolvimento da concepção como profissional.

Cavaca, et.al. (2010) relatam que a ação do professor como

principal possuidor do conhecimento deve ceder espaço para a

atuação do educando no processo ensino-aprendizagem.

A interação é palavra-chave para que professor e aluno se

percebam como agentes de troca de conhecimentos. Na atualidade

o docente age como mediador do processo de ensino-aprendizagem

e o ambiente de sala de aula deixam de ser um local onde

somente se ouve, e passa a ser um espaço de obtenção de

valores e comportamentos, influenciando decisivamente no

processo de formação profissional do aluno.

Ventura, et.al. corroboram que:“o perfil profissional docente é cada vez mais complexo,exigindo-se que na sua práxis pedagógica reúnacompetências que evidenciem domínio tanto doconhecimento da sua disciplina como da gestão do seucurrículo e inovação na prática docente. Tal implicarefletir e investigar, integrando o conhecimentodisciplinar e pedagógico, propiciando um clima demotivação e trabalho colaborativo, potenciando umaaprendizagem de qualidade.” (2011, p.97).

“O educando deve ser considerado como um sujeito

interativo e ativo no processo de construção do conhecimento.”

(SILVA e NAVARRO, 2012, p. 96).

O professor pode ser visto como referência na vida

profissional e pessoal do aluno, isso faz com que docente

busque meios de aprimorar suas práticas pedagógicas para que

essa relação se torne cada vez mais produtiva e interessante

para ambas as partes.

Assim sendo, as relações entre docente e discente torna-se

cada vez mais fora do tecnicismo, do conhecimento engessado, e

11

se afina na interação com o meio e processos de vida de cada

personagem da sala de aula.

Ventura et. al. (2011) afirmam que atualmente os

professores se deparam com novos desafios no contexto

pedagógico, científicos e cultural. A relação com as

diversidades e distintos níveis de aprendizagens, gera uma

nova concepção de ensinar, o docente se organiza de forma que

mobilize conhecimentos e motive os estudantes para promover

aprendizagens.

Silva e Navarro (2012) consideram que o ensino é

fundamentalmente social, que o professor faz parte de um

contexto que envolve relações com outras pessoas, por tanto

ele não deve preocupar-se apenas com o conhecimento técnico, e

sim também com a formação de um individuo como cidadão. É

efetivo que o professor estimule a curiosidade no aluno,

instituía ambientes para as reflexões, emoções e confronte de

opiniões, enfim o ser humano é um misto de razão e emoção. Ser

cúmplice do educando, escutar, dialogar, transformar os

encontros em períodos de liberdade para falar, de discussão e,

entendimento com seus alunos. Para tanto, é preciso dedicação,

gostar do que se faz saber relacionar-se bem com o próximo: o

educando.

Na formação de um profissional todo legado acadêmico e de

relacionamento interpessoal que existiu entre professores e

alunos, vão fazer parte do desenvolvimento de um novo ser

social, que é um elemento de uma coletividade e por tanto

deverá refletir essas analogias na construção da cidadania.

12

“A qualidade da relação professor-aluno é um aspecto

essencial para um processo ensino-aprendizagem bem-sucedido e

permite o desenvolvimento de estratégias transformadoras e

críticas do ensino.” (CAVACA, et.al., 2010, p.316).

A sociedade espera que o professor tenha zelo pela sua

profissão, pelos seus alunos e pelas relações que são

construídas em sala de aula, e que exista um compromisso

ético, uma vez que seus ensinamentos irão fazer parte da

formação humana e profissional dos seus estudantes. (CARDOSO e

FIGUEIREDO, 2013).

Sobre as relações existentes no âmbito universitário, é

possível observar que o professor continua sendo um exemplo,

uma referência, um personagem fundamental na formação do aluno

como um ser social e atuante na sua profissão.

A formação do profissional de saúde

Os princípios e valores do processo da educação atual que

tende a um contexto humanístico, reflexivo, onde o

relacionamento em sala de aula reflete as ações e pensamentos

dos alunos, sugere que o processo de formação do profissional

de saúde deva oferecer condições efetivas, para que esta

situação se estabeleça.

De acordo com Pedroso e Cunha: “Ao longo de sua história, a universidade desempenhou asfunções de depositária da cultura, agente social demanutenção da ordem, meio de adaptação às mudançassociais e, ainda, de elaboração do conhecimento e

13

construção do modelo cultural da sociedade. As atuaispolíticas nacionais de saúde e educação apontam para anecessidade de mudanças nos processos de formaçãoprofissional e têm estimulado e apoiado iniciativas nosentido da ampliação da responsabilidade social dos seusegressos.” (2008, p.142).

Surge um modelo de profissional de saúde, com a

preocupação real pelo seu próximo e agora paciente. Assim faz-

se necessário uma reorientação pedagógica na formação desse

profissional. Essas mudanças buscam a construção de um novo

perfil acadêmico e profissional, com aptidões, dedicações e

conteúdos contemporâneos, harmônicos com as cobranças do

mercado de trabalho e as necessidades sociais.

Masetto (2006), citado por Cavaca et. al. descreve que:“Entretanto, essas mudanças trazem consigo a necessidadede reorientação da prática docente, o que, na maioriadas vezes, provoca ansiedade acrescida de insegurança edesconforto, gerando conflitos entre os atoresenvolvidos nesse processo de transformação. Entende-seque uma relação professor-aluno conflituosa restringe odesenvolvimento de proposições de mudanças. Já umtrabalho em conjunto entre eles facilita um processoensino aprendizagem em consonância com as propostas docurso e ressignifica a relação de hierarquia e poderpara um relacionamento de parceria e corresponsabilidadepelo processo de aprendizagem”. (2010, p. 312).

“O grande desafio é formar profissionais de saúde nas IES

– Instituições de Ensino Superior - dotados de habilidades e

competências para atuação no mercado de trabalho em seus

diversos setores.” (CAVACA et. al., 2010, p. 306).

O professor deixa de atuar com o estudante de saúde de

forma objetiva e racional e passa a interceder de maneira mais

subjetiva e emocional. Essa nova prática de mediação se

destaca pela magnitude de alcance, indo integrar o

profissional docente e discente com a sociedade em que ele

14

vive. A relação professor aluno da área de saúde ultrapassa os

muros das universidades e passa ser um complexo de inter-

relação biopsicosocial.

Para Cavaca et. al.“A temática sobre a formação profissional em saúde vemassumindo um papel de extrema importância desde aimplantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Onovo perfil profissional exigido incita a discussão domodelo formador atual, o qual busca se adequar àsdemandas da sociedade. Nesse contexto, as instituiçõesde ensino superior (IES) reavaliam seus modelos deformação e promovem iniciativas de mudançascurriculares.” (2010. p.306).

O artigo 196 da Constituição Federal (1988) citado por

Teixeira (2011) caracteriza o SUS a partir da seguinte

afirmação: “A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a

redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação”.

Conforme Teixeira, “O SUS pode ser entendido, em primeiro

lugar, como uma “Política de Estado”, materialização de uma

decisão adotada pelo Congresso Nacional, em 1988, na chamada

Constituição cidadã, de considerar a Saúde como um “Direito de

Cidadania e um dever do Estado”. (2011, p. 01).

No ensino superior, principalmente no campo da saúde, as

universidades tiveram que se adaptar a esse novo sistema

(SUS), uma vez que grande parte dos estudantes formados iriam

participar desse contexto. A proposta do atendimento

humanizado começou a fazer parte da realidade da saúde no

Brasil. A humanização é mais que apenas um conteúdo de ensino,

pois também envolve aspectos complicados como as políticas

15

sociais, mudanças na filosofia da formação, reformulações

curriculares, transformações nas ações profissionais no âmbito

da saúde e educação. Por tanto, incluir o ensino da

humanização como um tema a ser tratado nas universidades da

área de saúde, é uma situação desafiadora de difícil

implantação.

Para Rangel,“[...] a educação é comprometida com a saúde e que essecompromisso é humano e humanizante, porque trata decondições de qualidade de vida, é político, porque trata deconscientização sobre a saúde como direito legítimo enecessário a essa qualidade, e é didático, porque trata doato educativo de ensinar e aprender, que se estabelecena relação entre professores e alunos dos cursos deformação e entre profissionais da saúde e usuários,privilegiando-se, também, nessa relação, o sentidohumano e político do conhecimento sobre condições efatores de vida saudável, vida com bem-estar, vida com qualidade”.(2009, p.63).

No processo de formação profissional é importante perceber

os indivíduos como universos de culturas, estimasse

sentimentos e diferentes interagir com esses universos

distintos, exige educadores capazes de guiar de forma

respeitosa, democrática e acima de tudo, responsável

Professor, aluno e paciente

Os relacionamentos interpessoais acontecem em diversos

campos e indiscutivelmente tem caráter dos mais inesperados.

Sejam entre amigo, amores ou profissionais, qualquer

16

relacionamento abrange perspectivas, responsabilidades,

desilusões e conveniências. Afinal, somente pelo fato de

envolver duas ou mais pessoas já faz da situação algo

extraordinário.

Trindade e Vieira (2012) observou em seus estudos que uns

dos fatores determinantes e limitantes para uma relação

verdadeira e saudável entre aluno-paciente seriam os

relacionamentos pessoais e interpessoais.“Questões como: relações difíceis entre professor-aluno,devidas a atitudes inadequadas do docente, falta deorientação por parte do professor para lidar com aprática assistencial ao paciente, inexperiência doaluno, interferência de familiares do paciente, entreoutras, foram apontadas como fatores que mobilizaramsituações embaraçosas e constrangedoras.” (TRINDADE eVIERA, 2012, p.171).

A qualidade de um atendimento assistencial está

inteiramente integrada as particularidades das relações entre

professor, aluno e paciente. Para que o estudante da área de

saúde desempenhe a sua profissão futura com segurança e

dedicação, durante o contato com os pacientes, é de suma

importância que haja diálogo e respeito, e que o mesmo tenha a

oportunidade de uma troca aberta de opiniões, com seus colegas

e professores.

Diante dessas considerações é importante notar que essas

mudanças de comportamentos, de relacionamentos interpessoais,

refletem na forma em que o processo ensino-aprendizagem é

desenvolvido e vice-versa. O tripé – professores, alunos e

pacientes – harmonizam-se no meio em que exista o compromisso

de ambas as partes, e para que isso ocorra, todo um legado de

17

práticas pedagógicas inovadoras e humanísticas deve ser

aplicado.“As faculdades têm introduzido conteúdos humanísticos emseu currículo, para se adaptarem às recentesnecessidades, corrigir a negligência do passado emrelação ao domínio afetivo da educação e cultivar apreocupação ética, o comprometimento, a humildade esimplicidade de atitudes”. (CAVACA et. al. 2010, p.315).

Para Teixeira:“Ainda quando chega aos serviços, grande parte dapopulação não dispõe de condições educacionais eculturais que facilitem o diálogo com os profissionais etrabalhadores de saúde, o que se reflete, muitas vezes,na dificuldade de entendimento e de aprendizado acercado comportamento que deve adotar para se tornarcoadjuvante do processo de prevenção de riscos e derecuperação da sua saúde”. (2011, p.4).

Barreiras poderão existir entre o aluno e seu paciente, e

do ponto de vista sociocultural, a obstáculo da comunicação,

poderá ser um bloqueio para que haja harmonia no atendimento.

Por tanto, esse processo de humanização do ensino, na área de

saúde, irá propiciar um melhor relacionamento entre eles.

Levando em consideração que grande parte desses estudantes,

quando tornarem-se profissionais, compartilha do atendimento

pelo SUS, é importante que o mesmo tenha a consciência dessa

barreira e ponha em prática os princípios humanísticos

vivenciado durante o processo da sua formação profissional.

Como retrata o pensamento de Rangel:“Assim, formar profissionais e pesquisadores com esseentendimento mais amplo da saúde, recorrente ao conceitode bem-estar, seus fatores e circunstâncias, constituium dos aspectos relevantes do plano político, de suavisão e ação, assim como da ênfase, nesse plano, dasquestões dos direitos públicos fundamentais (entre elesa saúde), associados aos deveres do Estado em garanti-los, assegurando as condições que lhes são necessárias.E o profissional formado com a convicção das implicações

18

do plano político de sua ação estará assumindo a suaprática, tanto na perspectiva de excelência, comcompetência e qualidade, como na perspectiva dereivindicar, como profissional, o seu direito àscondições e recursos necessários a essa qualidade.”(2009, p.62).

Logo, a didática e a prática pedagógica do docente

influenciará no aprendizado do aluno, onde este aplicará esse

conhecimento em suas relações com os pacientes e vivencias

pessoais.

Considerações Finais

Através das exposições realizadas neste artigo de revisão

de literatura, notou-se que sobre o processo de ensino-

aprendizagem permeiam ações que atuam direta e indiretamente

na qualidade da compreensão dos contextos didáticos. O

professor passa a fazer parte do conjunto como um mediador e

se apresenta num cenário em que o conhecimento surge de

maneira bilateral. Ou seja, o aluno e o professor vivem uma

relação de mutualismo de aprendizagem, e essa afinidade se

mostra como a principal referência da assimilação dos

conteúdos, assim como o aperfeiçoamento das relações

interpessoais. No âmbito da área de saúde, quando existe a

harmonia desse elo, proporciona a afinidade entre o professor,

aluno e paciente. Essa tríade passa a associar-se de maneira

mais humanizada.

Diante do contexto é indiscutível que o bom relacionamento

entre professo/aluno bem como, o diálogo e a humanização nas

19

praticas pedagógicas voltada para a formação do profissional

de saúde, é determinante de modo positivo no processo de

construção do conhecimento e da idealização de um individuo

atuante dentro da sociedade. Entretanto, se faz necessário,

mais pesquisas que relatem as eficácias dessas considerações e

evidenciem as atuações educacionais dos docentes nos cursos de

saúde das instituições de ensino superiores.

20

Referências

CAVACA, A. G.; et.al. A relação professor-aluno no ensino da

odontologia na universidade federal do espírito santo. Trab. Educ.

Saúde. Rio de Janeiro, v. 8 n. 2, p. 305-318, jul. - out. 2010.

Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/tes/v8n2/a08v8n2.pdf>

Acesso em: 20 ago. 2013.

CARDOSO, G. M. P.; FIGUEREDO, W. N. Universidade e sociedade: o

papel do professor na (re) construção do conhecimento. Revista

Intersaberes. Curitiba, v. 8, n. 15, p.36 – 49, jan. – jun. 2013.

Disponível em:

<http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/revista/artic

le/view/434/274>. Acesso em: 10 set. 2013.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

PEDROSO, M. B.; Cunha, M. I. Vivendo a inovação: as experiências no

curso de nutrição. Interface - Comunic., Saúde, Educ. Botucatu-SP.

v.12, n.24, p.141-52, jan. - mar. 2008. Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/icse/v12n24/10.pdf> Acesso em: 20 ago.

2013.

RANGEL, M. Educação e saúde: uma relação humana, política e

didática. Educação, Porto Alegre, v. 32, n. 1, p. 59-64, jan. - abr.

21

2009. Disponível em: <

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view

/5136/3773> Acesso em: 12 set. 2013.

SILVA, O. G. da S.; NAVARRO, E. C. A relação professor-aluno no

processo ensino-aprendizagem. Interdisciplinar: Revista Eletrônica

da Univar. Barra do Barças – MT. v. 3, n. 8, p. 95 – 100. 2012.

Disponível em: <

http://www.univar.edu.br/revista/downloads/relacao_professor_aluno_p

rocesso.pdf> Acesso em: 10 ago. 2013.

TEIXEIRA, C. Os princípios do sistema único de saúde. Texto de apoio

elaborado para subsidiar o debate nas Conferências Municipal e

Estadual de Saúde.

Salvador. Jun. 2011. Disponível em: <

http://www.saude.ba.gov.br/pdf/OS_PRINCIPIOS_DO_SUS.pdf> Acesso em:

03 out. 2013.

TRINDADE, L. M. D. F.; VIEIRA, M. J. O Aluno de Medicina e

Estratégias de Enfrentamento no Atendimento ao Paciente. Revista

Brasileira de Educação Médica. Rio de Janeiro. v. 37, n. 2, p. 167 –

177, 2013. Disponível em: <

http://www.scielo.br/pdf/rbem/v37n2/03.pdf> Acesso em: 10 set. 2013.

VENTURA, M. C. A. A. et. AL. O “bom professor” – opinião dos

estudantes. Revista de Enfermagem Referência. Coimbra, III série, n.

05, p. 95 – 102, dez. 2011. Disponível em: <

http://www.esenfc.pt/site/index.php?

process=download&id=18354&code=40296626>. Acesso em: 10 set. 2013.