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Item 74-75 - ABID

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2 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 3

ITEM

S

Helvecio Mattana SaturninoEDITOR

E-MAIL: [email protected]

Agricultura irrigada no Semi-Áridoemi-Árido tropical, único no mundo, merca-do a sinalizar para várias oportunidades,sejam alimentos, fibras ou bioenergia,

descortina-se assim um bom debate. Um debate comsuporte em valioso e importante acervo de produ-tores, que merecem reconhecimento pelo pionei-rismo e pela contribuição ao palmilharem novos ca-minhos, novos arranjos produtivos, certamente pa-gando altos pedágios pela ousadia, pelos erros eacertos, os quais hoje se constituem em bases paranovos empreendimentos e avanços. Assim, há mui-to a comemorar e muito a ser devidamente discuti-do, analisado e apreendido com o tema do XVIIConird: Agricultura Irrigada no Semi-Árido.

Trata-se de uma rica programação, formuladasobre os trabalhos do Rio Grande do Norte, deMossoró, onde a novel Universidade Federal doSemi-Árido representa a mobilização intelectual emfavor dessa grande e desafiadora região brasileira,com suas desigualdades, pobreza e muitas oportu-nidades, levando à sociedade o desafio de reverteresse quadro. Assim, nada mais edificante que mo-bilizar esforços, convidando a todos parainterlocuções sobre o que está nesta edição da re-vista ITEM, e fazer do XVII Conird uma oportuni-dade para muitas reflexões, debates e proposições,visando melhorar os negócios em torno do racionalaproveitamento dos recursos hídricos.

A expectativa é de avanços, com a ampliaçãodos conhecimentos, com mais motivações e melho-res fluidos em favor das cadeias produtivas/comer-ciais calcadas na agricultura irrigada. E é justamenteno combate à pobreza e no aumento de oportuni-dades para o desenvolvimento socioeconômico, comsustentabilidade ambiental, que estudos do BancoMundial evidenciam o quanto a agricultura irrigadapode fazer em prol dessa região do Semi-Árido bra-sileiro, convocando a todos para a implementaçãode planos municipais, estaduais, regionais e nacio-nais. Assim, espera-se que desse embate saiam bonsdesdobramentos nesse sentido!

O equilibrado uso dos recursos hídricos, comuma visão holística do quanto se pode fazer em prol

da revitalização e conservação da água, paramelhoria e garantia do fluxo hídrico ao longo doano, é uma desafiadora agenda. Por meio dela pode-se fazer florescer mais empreendimentos calcadosna agricultura irrigada, maior geração de riquezase de empregos, inclusive conquistando gôndolas desupermercados alhures, trazendo fortes divisas paraimpulsionar negócios, como o exemplo do melão,em Mossoró. Trata-se de um dos ícones a ser devi-damente apreciado no XVII Conird, com sua lon-ga e vitoriosa história, a mostrar casos de explora-ções de águas subterrâneas e superficiais, fazendodesse agronegócio um diferencial, uma marca quemerece muita admiração.

A gestão compartilhada de bacias hidrográficas,das águas subterrâneas, das integrações de recur-sos hídricos é um desafio para o melhor e maioraproveitamento das infra-estruturas existentes, con-siderando-se sempre os custos/benefícios dos em-preendimentos. Entre estes, está o do reúso deáguas servidas, incluindo-se criteriosos projetos deutilização de esgotos urbanos, tendo a irrigaçãocomo parceira do saneamento e da revitalização doscorpos d’água.

Há grande oportunidade de melhores realiza-ções, tendo a água como vetor de novos tempos,com seu sábio uso na agricultura irrigada. Pela de-manda por mais serviços, com abertura e amplia-ção de empreendimentos, é difícil conceber outraatividade que abra postos de trabalho a custos tãoconvidativos. Que desse processo dialético surjammais subsídios para implementações de boas políti-cas em favor do setor privado. O Semi-Árido mere-ce e precisa dessa atenção!

O recurso de integração de bacias tem tratamento contínuo, com estudiosos que sededicam ao tema na International Commision on Irrigation and Dreinage (Icid), da quala ABID é o Comitê Nacional Brasileiro. A polêmica sobre custos/benefícios, analisando-se aspectos socioeconômicos e ambientais sempre afloram. A oportunidade de celebrarparcerias e ter o símbolo dos Conirds pairando em Mossoró, RN, representandoavançados negócios no Semi-Árido, com base na irrigação, faz do debate sobresegurança hídrica um rico motivo para muitos cotejamentos em torno da pauta dos próse contras a integração de bacias hidrográficas, inspiradora dessa capa. Um registro queenriquece a essência do trabalho da ABID, que precisa alimentar a todos com o bomdebate, com as controvérsias, perseguindo-se o que a programação, artigos e reporta-gens dessa edição tanto ensejam. (Imagem de satélite projetada sobre mapa mostra aregião Nordeste do Brasil a ser beneficiada com a integração da Bacia do Rio SãoFrancisco com as bacias do Nordeste Setentrional, um trabalho do Ministério daIntegração Nacional).

REVISTA TRIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM – ABID

N.º 74/75 - 2.º E 3.º TRIMESTRES DE 2007ISSN 0102-115X

ITEMITEMIRRIGAÇÃO & TECNOLOGIA MODERNA

CCCCCONSELHOONSELHOONSELHOONSELHOONSELHO D D D D DIRETORIRETORIRETORIRETORIRETOR DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDALFREDO TEIXEIRA MENDES; ALFONSO A. SLEUTJES; ANTÔNIO ALVESSOARES; MARCELO BORGES LOPES ; DEVANIR GARCIA DOS SANTOS;DURVAL DOURADO NETO; FRANCISCO NUEVO; HELVECIO MATTANA

SATURNINO; MANFREDO PIRES CARDOSO; RAMON RODRIGUES

DDDDDIRETORIAIRETORIAIRETORIAIRETORIAIRETORIA DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDHELVECIO MATTANA SATURNINO (PRESIDENTE E DIRETOR-EXECUTIVO);MANFREDO PIRES CARDOSO (VICE-PRESIDENTE); ANTÔNIO ALFREDO

TEIXEIRA MENDES; ANTÔNIO ALVES SOARES; DURVAL DOURADO NETO;RAMON RODRIGUES, COMO DIRETORES. DIRETORES ESPECIAIS:DEMETRIOS CHRISTOFIDIS E JOSIVAN BARBOSA MENEZES

SSSSSÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIOSÓCIOS P P P P PAAAAATROCINADORESTROCINADORESTROCINADORESTROCINADORESTROCINADORES C C C C CLALALALALASSESSESSESSESSE I I I I I DDDDDAAAAA ABID ABID ABID ABID ABIDAMANCO; LINDSAY AMÉRICA DO SUL; VALMONT DO BRASIL

CCCCCONSELHOONSELHOONSELHOONSELHOONSELHO E E E E EDITORIALDITORIALDITORIALDITORIALDITORIAL DDDDDAAAAA ITEM ITEM ITEM ITEM ITEMANTÔNIO ALFREDO TEIXEIRA MENDES; FERNANDO ANTÔNIO

RODRIGUEZ; HELVECIO MATTANA SATURNINO; HYPÉRIDES PEREIRA DE

MACEDO; JORGE KHOURY; JOSÉ CARLOS CARVALHO; SALASSIERBERNARDO

CCCCCOMITÊOMITÊOMITÊOMITÊOMITÊ E E E E EXECUTIVXECUTIVXECUTIVXECUTIVXECUTIVOOOOO DDDDDAAAAA ITEM ITEM ITEM ITEM ITEMANTÔNIO A. SOARES; DEVANIR GARCIA DOS SANTOS; FRANCISCO DE

SOUZA; GENOVEVA RUISDIAS; HELVECIO MATTANA SATURNINO

EEEEEDITORDITORDITORDITORDITOR::::: HELVECIO MATTANA SATURNINO

E-MAIL: [email protected]; abid@pib.com.brJJJJJORNALISTORNALISTORNALISTORNALISTORNALISTAAAAA R R R R RESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVELESPONSÁVEL: GENOVEVA RUISDIAS (MTB/MG 01630 JP).

E-MAIL: [email protected] E ruisdias@globalconn.com.brEEEEENTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTNTREVISTAAAAASSSSS EEEEE REPORREPORREPORREPORREPORTTTTTAAAAAGENSGENSGENSGENSGENS: : : : : GENOVEVA RUISDIAS.CCCCCOLABOROLABOROLABOROLABOROLABORADORESADORESADORESADORESADORES: DEMETRIOS CHRISTOFIDIS E ELMAR WAGNER

RRRRREVISÃOEVISÃOEVISÃOEVISÃOEVISÃO: MARLENE A. RIBEIRO GOMIDE, ROSELY A. R. BATTISTA

CCCCCORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃOORREÇÃO GRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICA: : : : : FABRICIANO CHAVES AMARAL

FFFFFOTOGROTOGROTOGROTOGROTOGRAFIAAFIAAFIAAFIAAFIASSSSS EEEEE ILILILILILUSTRUSTRUSTRUSTRUSTRAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES: ARQUIVOS DA AGÊNCIA NACIONAL DE

ÁGUAS; CODEVASF; EMATER/RN; GOVERNO DO RIO GRANDE DO

NORTE; MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS;MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL; SECRETARIA DA AGRICULTURA,ABASTECIMENTO E PESCA DO RIO GRANDE DO NORTE, SECRETARIA DO

MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO RIO GRANDE DONORTE; ÚNICA, FELIPE CASSIANO; FRANCISCO LOPES FILHO; GENOVEVA

RUISDIAS; GILBERTO MELO; GUY CARVALHO RIBEIRO FILHO;HELVECIO MATTANA SATURNINO; ROSEMILTON SILVA

PPPPPUBLICIDUBLICIDUBLICIDUBLICIDUBLICIDADEADEADEADEADE: ABID – [email protected] OU FAX: (61) 3274-7245.PPPPPROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO EEEEE EDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃO GRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICAGRÁFICA: GRUPO DE DESIGN GRÁFICO

TEL: (31) 3225-5065 FAX: (31) [email protected] – BELO HORIZONTE MG

TTTTTIRIRIRIRIRAAAAAGEMGEMGEMGEMGEM: : : : : 6.000 EXEMPLARES.

ENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PENDEREÇO PARARARARARA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAA CORRESPONDÊNCIAAAAAASSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃO B B B B BRRRRRAAAAASILEIRSILEIRSILEIRSILEIRSILEIRAAAAA DEDEDEDEDE I I I I IRRIGRRIGRRIGRRIGRRIGAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO EEEEE D D D D DRENARENARENARENARENAGEMGEMGEMGEMGEM – ABID – ABID – ABID – ABID – ABIDSCLRN 712, BSCLRN 712, BSCLRN 712, BSCLRN 712, BSCLRN 712, BLOCOLOCOLOCOLOCOLOCO C, 18 – C C, 18 – C C, 18 – C C, 18 – C C, 18 – CEPEPEPEPEP 70760-533 – B 70760-533 – B 70760-533 – B 70760-533 – B 70760-533 – BRRRRRAAAAASÍLIASÍLIASÍLIASÍLIASÍLIA DF DF DF DF DFFFFFFONEONEONEONEONE: (61) 3273-2154 : (61) 3273-2154 : (61) 3273-2154 : (61) 3273-2154 : (61) 3273-2154 EEEEE (61) 3272-3191 – F (61) 3272-3191 – F (61) 3272-3191 – F (61) 3272-3191 – F (61) 3272-3191 – FAAAAAXXXXX: (61)3274-7245: (61)3274-7245: (61)3274-7245: (61)3274-7245: (61)3274-7245E-E-E-E-E-MAILSMAILSMAILSMAILSMAILS: : : : : [email protected] e [email protected]@pib.com.br e [email protected]@pib.com.br e [email protected]@pib.com.br e [email protected]@pib.com.br e [email protected]

PPPPPREÇOREÇOREÇOREÇOREÇO DODODODODO NÚMERONÚMERONÚMERONÚMERONÚMERO AAAAAVULSOVULSOVULSOVULSOVULSO DDDDDAAAAA REVISTREVISTREVISTREVISTREVISTAAAAA::::: R$ 10,00 (DEZ REAIS).OOOOOBSERBSERBSERBSERBSERVVVVVAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕESAÇÕES::::: OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DE

SEUS AUTORES, NÃO TRADUZINDO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DA

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DO TEXTO.ESSE TRABALHO SÓ SE VIABILIZOU GRAÇAS À ABNEGAÇÃO DE MUITOS

PROFISSIONAIS E AO APOIO DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.

LEIA NESTA EDIÇÃO:

Cartas aos leitores – Página 6

Publicações – Página 8

PPPPPerspectivas e potencial da irrigação, daerspectivas e potencial da irrigação, daerspectivas e potencial da irrigação, daerspectivas e potencial da irrigação, daerspectivas e potencial da irrigação, daagricultura irrigada e do agronegócio no Semi-agricultura irrigada e do agronegócio no Semi-agricultura irrigada e do agronegócio no Semi-agricultura irrigada e do agronegócio no Semi-agricultura irrigada e do agronegócio no Semi-

Árido brasileiro: bases da liderança do BancoÁrido brasileiro: bases da liderança do BancoÁrido brasileiro: bases da liderança do BancoÁrido brasileiro: bases da liderança do BancoÁrido brasileiro: bases da liderança do BancoMundial no BrasilMundial no BrasilMundial no BrasilMundial no BrasilMundial no Brasil, de Elmar Wagner. Página 10

Conheça a programação do XVII Conird emConheça a programação do XVII Conird emConheça a programação do XVII Conird emConheça a programação do XVII Conird emConheça a programação do XVII Conird emMossoró, RNMossoró, RNMossoró, RNMossoró, RNMossoró, RN. Página 32

ConferênciasConferênciasConferênciasConferênciasConferências. Página 36

SemináriosSemináriosSemináriosSemináriosSeminários. Página 41

MinicursosMinicursosMinicursosMinicursosMinicursos. Página 47

Dias de campoDias de campoDias de campoDias de campoDias de campo. Página 53

O território potiguar em três por quatroO território potiguar em três por quatroO território potiguar em três por quatroO território potiguar em três por quatroO território potiguar em três por quatroInformações básicas sobre o Rio Grande do

Norte, seus recursos hídricos e economia.Página 56

Grupo IntecGrupo IntecGrupo IntecGrupo IntecGrupo Intec, informe técnico publicitário.Página 61

Agricutura irrigada sustentável no Semi-ÁridoAgricutura irrigada sustentável no Semi-ÁridoAgricutura irrigada sustentável no Semi-ÁridoAgricutura irrigada sustentável no Semi-ÁridoAgricutura irrigada sustentável no Semi-Áridoe no Rio Grande do Nortee no Rio Grande do Nortee no Rio Grande do Nortee no Rio Grande do Nortee no Rio Grande do Norte, de Demetrios

Christofidis. Página 62

TTTTTransposição: Águas do São Fransposição: Águas do São Fransposição: Águas do São Fransposição: Águas do São Fransposição: Águas do São Francisco vãorancisco vãorancisco vãorancisco vãorancisco vãotriplicar áreas para a irrigação no RN e CEtriplicar áreas para a irrigação no RN e CEtriplicar áreas para a irrigação no RN e CEtriplicar áreas para a irrigação no RN e CEtriplicar áreas para a irrigação no RN e CE.

Página 68

Gota multiplicadoraGota multiplicadoraGota multiplicadoraGota multiplicadoraGota multiplicadora, informe publicitário daNetafim. Página 72

PPPPParceiro de fé!arceiro de fé!arceiro de fé!arceiro de fé!arceiro de fé! Uma entrevista com o diretor de Gestão eDesenvolvimento do Banco do Nordeste do Brasil S. A., oeconomista Pedro Lapa. Página 74

O que fazer para tornar o Brasil um país desenvolvido?O que fazer para tornar o Brasil um país desenvolvido?O que fazer para tornar o Brasil um país desenvolvido?O que fazer para tornar o Brasil um país desenvolvido?O que fazer para tornar o Brasil um país desenvolvido?Professor Paulo Haddad mostra como fazer para levar odesenvolvimento para mais de dois mil municípiosbrasileiros subdesenvolvidos. Página 76

Como incrementar a produção da cana-de-açúcar sem aComo incrementar a produção da cana-de-açúcar sem aComo incrementar a produção da cana-de-açúcar sem aComo incrementar a produção da cana-de-açúcar sem aComo incrementar a produção da cana-de-açúcar sem aexpansão de novas áreasexpansão de novas áreasexpansão de novas áreasexpansão de novas áreasexpansão de novas áreas, informe técnico publicitário daValmont/Valley. Página 82

Sistema Irriger de Gerenciamento de IrrigaçãoSistema Irriger de Gerenciamento de IrrigaçãoSistema Irriger de Gerenciamento de IrrigaçãoSistema Irriger de Gerenciamento de IrrigaçãoSistema Irriger de Gerenciamento de Irrigação, informepublicitário da Irriger. Página 88

Agricultura irrigada sob os riscos das mudançasAgricultura irrigada sob os riscos das mudançasAgricultura irrigada sob os riscos das mudançasAgricultura irrigada sob os riscos das mudançasAgricultura irrigada sob os riscos das mudançasclimáticasclimáticasclimáticasclimáticasclimáticas. Dois especialistas, os professores PauloSentelhas, da Esalq/USP, e Luiz Carlos Costa, da UFV,consideram que o processo de aquecimento global já vemocorrendo desde a revolução industrial, bem como oaumento da emissão de gases de efeito estufa. A médiaglobal da temperatura está aumentando e causando danos atodos, em especial, à agricultura. Página 93

Mesmo com parcos recursos, Brasil continua firme naMesmo com parcos recursos, Brasil continua firme naMesmo com parcos recursos, Brasil continua firme naMesmo com parcos recursos, Brasil continua firme naMesmo com parcos recursos, Brasil continua firme naliderança mundial de tecnologia para produção deliderança mundial de tecnologia para produção deliderança mundial de tecnologia para produção deliderança mundial de tecnologia para produção deliderança mundial de tecnologia para produção deetanoletanoletanoletanoletanol. Em tempos de mudanças climáticas, Secretário doMCT, Luiz Antônio Barreto, considera que a iniciativaprivada, incluindo-se os bancos, deveria financiar atecnologia aplicada. Página 96

PPPPPolítica Nacional de Irrigação: Política Nacional de Irrigação: Política Nacional de Irrigação: Política Nacional de Irrigação: Política Nacional de Irrigação: Projeto de Lrojeto de Lrojeto de Lrojeto de Lrojeto de Lei recebeei recebeei recebeei recebeei recebecontribuições em audiências públicascontribuições em audiências públicascontribuições em audiências públicascontribuições em audiências públicascontribuições em audiências públicas. Página 98

FFFFFapesp assina convênio para o aprimoramentoapesp assina convênio para o aprimoramentoapesp assina convênio para o aprimoramentoapesp assina convênio para o aprimoramentoapesp assina convênio para o aprimoramentotecnológico da cana com a Dedinitecnológico da cana com a Dedinitecnológico da cana com a Dedinitecnológico da cana com a Dedinitecnológico da cana com a Dedini. A Fundação deAmparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e a DediniIndústria de Base assinaram um convênio com objetivo definanciar projetos de pesquisa tecnológica voltados aprocessos industriais para a fabricação de álcool de cana-de-açúcar ou etanol. Página 100

Navegando pela Internet – Página 106

Classificados – Página 106

Uma verdadeira aula de economia foi ministrada peloprofessor Paulo Haddad, durante seminário em Belo Horizontesobre “Como as regiões se desenvolvem: o papel da Ciência,Tecnologia e Inovação”.

O XVII Conird estará promovendo, em Mossoró, uma discussãotécnica sobre a transposição do Rio São Francisco e aintegração das águas do “velho Chico” com as baciashidrográficas do Nordeste Setentrional.

No dia de campo da Chapada do Apodi, RN, no dia 12/10, osparticipantes do XVII Conird terão a oportunidade deconhecer a produção empresarial de melões, um dosprincipais produtos da pauta de exportação potiguar.

Mudanças climáticas e seus efeitos para a agricultura irrigadaestão em discussão por dois especialistas, ambos ligados àSociedade Brasileira de Agrometeorologia.

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CARTASleitores

6 ITEM • Nº 73 • 1º trimestre 2007

José Irineu Cabral“No dia 31/0707, o Dr. José Irineu Cabral

nos deixou. Como presidente da Embrapa, teveum papel decisivo na escolha do modelo daempresa, em sua implantação e em todas asatividades dos seis primeiros anos de vida daempresa, os quais prepararam as bases para osucesso que tem desfrutado ao longo de suavida. Administrador competente, sempre aber-to ao diálogo, paciente, hábil no conciliar asdemandas de curto e de longo prazos, firme aoseguir a rota traçada, sem fazer concessõesque comprometessem os fundamentos daEmbrapa, sempre pronto ao diálogo com mun-do do poder e político, mas dentro doparadigma do interesse maior da sociedade.Essas habilidades foram importantes na prote-ção à Embrapa, quando ainda era uma criançaindefesa.

Pragmático, experiente e de visão de longoalcance, logo percebeu que pesquisa é recursohumano bem treinado e pago; é cuidar quecada real aplicado renda o máximo; é prestarcontas à sociedade a cada instante; é ter visibi-lidade - nos planos interno e externo; é buscare proteger o talento; e é escolher prioridadespelos critérios da boa ciência, que sempre estácasada com os problemas da sociedade. Porisso, entre as prioridades de sua administraçãoestavam o planejamento, a formação de recur-sos humanos, a difusão de tecnologia, a avali-ação dos resultados, o desenvolvimento deuma mídia especializada na pesquisa e o de-senvolvimento de estratégia de captação derecursos, no governo, na iniciativa particular eno exterior.

Soube liderar a diretoria executiva numambiente que primava pela cortesia, pelo diá-logo, pela criatividade e pelo debate franco esincero. Administrou a Embrapa de portas aber-tas, mas num nível de respeito muito elevadoe estimulante às idéias novas. Soube formarequipe, estimular a inteligência e somar com-petências para o bem da Embrapa.

Em sua longa vida, Dr. José Irineu Cabralparticipou ativamente do nascedouro e dodesenvolvimento da extensão rural, teve papelativo no Banco Interamericano de Desenvolvi-mento (BID) e no Instituto Interamericano deCooperação para a Agricultura (IICA). Perdeu oBrasil um grande líder.” (Eliseu Alves, por e-mail).

“Nascido no município de Surubim, em Pernambuco,Cabral formou-se em Direito pela Universidade do Brasil, noRio de Janeiro, em 1950. Dedicou-se exclusivamente aogerenciamento de instituições rurais, a maior parte relacio-nada com projetos agrícolas, de crédito, assistência técnicae estudos agrários. Dirigiu organismos como o InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricultura, o ComitêInteramericano de Desenvolvimento Agrícola e o Departa-mento de Projetos Agrícolas do Banco Interamericano deDesenvolvimento. Foi chefe de gabinete do Ministério daAgricultura e fundador da Associação Brasileira de Crédito eAssistência Rural. Em 2005, publicou o livro “Sol da Manhã- A Memória da Embrapa”, que revela detalhes sobre acriação da Empresa.

‘Ao longo dos seus 34 anos, a Embrapa apresenta umsaldo positivo de conquistas, e isso deve-se ao envolvimentode pessoas sérias e comprometidas com o progresso do País.Irineu Cabral foi uma dessas personagens que, com sua visãode futuro, construiu bases sólidas para consolidar um proje-to inovador para a pesquisa agropecuária no Brasil’, disseSilvio Crestana, atual presidente da Embrapa.” (AgênciaFapesp).

Marcos Jank é onovo presidenteda Única

“O engenheiro agrônomoMarcos Sawaya Jank, fundadore presidente de honra do Insti-tuto de Estudos do Comércio eNegociações Internacionais(Icone), é o novo presidente daUnião da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), sucedendo a Eduardo Pereira de Carvalho.Outros nomes estavam também cotados para o cargo: osdos ex-ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento,Indústria e Comércio), Roberto Rodrigues (Agricultura), Pratinide Moraes (Agricultura), Ademerval Garcia, atual presidenteda Abecitrus, Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs,e Antônio Britto Filho, ex-ministro da República. Marcos Janké doutor pela Faculdade de Economia, Administração eContabilidade da Faculdade de Economia e Administraçãoda USP e mestre em Políticas Agrícolas, pela Faculdade deMontpellier, da França. Foi consultor da Divisão de Integração,Comércio e Assuntos Hemisféricos do BID, entre 2001 e2002, e assessor especial do Ministério do Desenvolvimento,em 1999.” (Brasilagro).

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 7Nº 73 • 1º trimestre 2007 • ITEM 7

Modelo equilibrado deprodução de cafés especiais

“Por meio da revista ITEM, gostaria de agradecera todos pelo empenho e dedicação na visita dospesquisadores da Embrapa Cerrados, em especial aoscafeicultores Adolfo, Tadeu, Isaías e Viriato, que nosreceberam em suas lavouras. Aos pesquisadores, agra-deço em nome dos produtores, pela oportunidade demelhorar os conhecimentos de todos com essa visita.Aos demais participantes agradeço pela companhia einteração. Para tentar resumir o “Modelo equilibradode produção de cafés especiais” (enfocado em artigona ITEM no 73), em apenas duas fotos, a seguir.

Cumprimentos pela edição daITEM 73

“Quero parabenizá-los pelo excelente no 73 darevista ITEM. Maravilhosas matérias, muito bemfocadas. Acaba sendo não apenas uma revista, masum documentário de consulta excelente. Parabénspelo seu esforço e dedicação.” (Aguinaldo José deLima, superintendente executivo do Centro de Inteli-gência do Café).

“Escrevo para parabenizar os responsáveis pelaedição no 73 da revista Item. Foram abordados impor-tantes temas sobre a cafeicultura irrigada; a qualida-de das entrevistas e do material estão excepcionais.Agradecemos também a atenção dada pela ABID aosassuntos discutidos na última Fenicafé, sendo estapublicação um grande veículo de transferência edisseminação de informações, no que diz respeito àcafeicultura irrigada.” (Ramon Olini Rocha, presiden-te da Associação dos Cafeicultores de Araguari, MinasGerais).

“O professor Luiz Lima acabou de deixar umexemplar da revista ITEM 73, onde as matérias sobrecafé estão muito bem colocadas. Após todo esseperíodo de pesquisa, temos algo a mostrar para oscafeicultores. Pedimos o favor de enviar-nos o custode 10 exemplares dessa edição, que queremos enviá-las aos nossos clientes e profissionais ligados ao café.Temos que motivá-los a se afiliarem à ABID pelo sitewww.abid.org.br, incluindo, assim, a oportunidadede ver, de forma eletrônica, edições passadas da ITEMe dos Anais dos Conirds, entre outros benefícios.Continue nesta luta para divulgar a irrigação técnica,que é o que o campo necessita para obter melhoresganhos.” (José Antônio, Lavras Irrigação).

FFFFFoto 2,oto 2,oto 2,oto 2,oto 2, sem frutos: plantas já colhidas, que apesar de terem produzido 65 sacas porhectare, estão saindo muito bem para a safra de 2008.

FFFFFotootootootooto 1, com frutos, a planta equilibrada pode produzir e crescerpara o ano seguinte (observar o número de grãos na roseta).

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Obrigado a todos que acreditaram e hoje estãoconfirmando a mudança de rumo da cafeicultura.(Guy Carvalho, consultor, de Cabo Verde, MG).

8 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

PUBLICAÇÕES

8 ITEM • Nº 73 • 1º trimestre 2007

Pesquisas em cana e etanolO Brasil é o maior pro-

dutor de etanol de cana-de-açúcar do mundo e ocu-pa posição de liderança natecnologia de sua produ-ção. Os avanços tecnoló-gicos permitem que a pro-dutividade seja destacada eos custos de produção se-jam bem inferiores aos dosconcorrentes internacionais.

Essa liderança e competitividade devem-se aum trabalho de muitos anos feito por pesquisado-res em instituições de ensino e pesquisa e emempresas privadas, que resultou em valiosa baga-gem de conhecimento e de tecnologia sobre acana, seus derivados e sobre o processo de fabrica-ção do etanol de cana.

As pesquisas trataram de temas diversos, comoo melhoramento genético da planta, combate apragas, técnicas agrícolas e de colheita, impactosda cultura no meio ambiente e tecnologias defabricação do etanol, incluindo-se a hidrólise e afermentação.

Manter a liderança e a competitividade nomomento em que o mundo descobre o bioetanol,como uma alternativa energética, e muitos paísesinvestem maciçamente na tecnologia de sua pro-dução, a partir principalmente de celulose, exigemais esforço brasileiro em pesquisa.

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado deSão Paulo (Fapesp) sempre esteve atenta à impor-tância da cana e do etanol na economia paulista evem dando uma contribuição significativa no avan-ço do conhecimento científico e tecnológico dosetor. Na publicação “Brasil líder mundial em co-nhecimento e tecnologia de cana e etanol – acontribuição da Fapesp”, que acaba de ser lançada,estão reunidas informações sobre projetos de pes-quisa em cana-de-açúcar, etanol e outros produ-tos industriais apoiados pela Instituição nos últi-mos 10 anos.

São projetos de pesquisa desenvolvidos pormeio de bolsas, auxílios à pesquisa, projetostemáticos e pelos programas de InovaçãoTecnológica em Pequenas Empresas e Pesquisa emParceria para Inovação Tecnológica.

A publicação pode ser lida livremente peloendereço: www.fapesp.br/publicacoes/etanol.

Gestão Sustentável no BaixoJaguaribe, Ceará

O uso crescente dos recursoshídricos tem resultado em pro-blemas de disponibilidade e qua-lidade da água,que impõem es-forços para minimizar a degrada-ção ambiental, derivada princi-palmente de ações antrópicas, epara garantir a conservação des-tes recursos.

O livro “Gestão Sustentável no Baixo Jaguaribe, Ce-ará” reúne assuntos abordados no âmbito do Projeto deP&D Finep-Cthidro Suporte Tecnológico para Melhoriada Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos no BaixoJaguaribe, coordenado pela Embrapa Agroindústria Tro-pical em parceria com outras instituições como a Com-panhia de Gestão de Recursos Hídricos, as universidadesfederal e estadual do Ceará, o Instituto Centro de EnsinoTecnológico de Limoeiro do Norte, o comitê de baciashidrográficas do Baixo Jaguaribe, o Centro Federal deEducação Tecnológica do Ceará e a Cooperativa dosAgricultores de Russas.

A área abrangida pelo projeto está inserida numtrecho de 150 km do Rio Jaguaribe, entre o AçudeCastanhão e a estação elevatória de Itaiçaba (início doCanal do Trabalhador). Apesar de não contemplar oestuário e avançar na Bacia do Médio Jaguaribe, para finsde investigação, foi denominada “Área do BaixoJaguaribe”. O trecho em estudo, que compreendem osmunicípios de Alto Santo, São João do Jaguaribe, Tabu-leiro do Norte, Limoeiro do Norte, Russas, Quixeré,Jaguaruana e Itaiçaba, concentra fazendas que produ-zem camarão de água doce com projetos de irrigação.

Organizada pelos editores Morsylide de Freitas Rosa,Rubens Sonsol Gondim e Maria Cléa Brito de Figueiredo,a primeira edição dessa publicação traz artigos de 24pesquisadores e técnicos.

Os interessados nessa publicação poderão entrar emcontato com:

Embrapa Agroindústria TropicalRua Dra. Sara Mesquita, 2.270, PiciCEP 60511-110, Fortaleza, CearáCaixa Postal: 3761Fones: (85) 3299-1800Fax: (85) 3299-1803Site: www.cnpat.embrapa.br.E-mail: [email protected].

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A

Perspectivas epotencialidadesda irrigação, da

agricultura irrigada edo agronegócio no

Semi-Árido brasileiro:bases da liderançado Banco Mundial

no Brasil1

s perspectivas e potencialidades dessecomponente para o Semi-Árido brasileirodefrontam-se com limitantes na oferta de

água e de solos aptos, bem localizados. Segundodiversos estudos, a região dispõe de água para irri-gar entre 1,5 e 2,0 milhões de hectares, dentro deum espectro de 32,8 milhões de solos que podemvir a ser aptos. Esse potencial não se mede exata-mente pela quantidade de água e de solos que po-derá utilizar, mas sim pelo que esses projetos deadução de água podem representar como pólos dedesenvolvimento sustentável para essa parte doPaís.

Por outro lado, a experiência com agriculturairrigada é mais recente e tem sido evolutiva, ouseja, nesses últimos 20 anos vem ajustando-se a umaprendizado que não chega a se consolidar comomodelos definidos e experimentados. Também aquiexistem conhecimento e experiência de fabrican-tes e fornecedores de máquinas, implementos eequipamentos, até mesmo para a agricultura deprecisão. De modo geral, com o processo produti-vo, esse mesmo desenvolvimento não ocorre. Aadoção de tecnologias de produção agrícola temsido pontual e fortuita.

Por seu turno, o agronegócio no Semi-Árido éainda mais recente. Se nos projetos de irrigação ede drenagem a experiência brasileira tem 30 a 35

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ELMAR WAGNER2

ENGENHEIRO AGRÔNOMO (70), M.SC. EM HIDROLOGIA, CONSULTOR INDEPENDENTE.SÓCIO TITULAR DA ABID. [email protected]

O Brasil desenvolveu razoável conhecimentosobre a engenharia de obras e estruturas

hidráulicas para a irrigação e a drenagem demédio e de grande portes. Entretanto, essa

parte é restrita à captação, adução edistribuição de água, dentro de um projeto de

irrigação e drenagem, e de toda a infra-estrutura de uso comum adjacente. Essa

competência coincide, também, com aexcelência que se desenvolveu em

equipamentos e instrumentos para a irrigação.Os melhores fabricantes do mundo estão

instalados no Brasil. A drenagem e a irrigaçãousufruem desse cabedal de conhecimentos

técnicos, instrumentais e operacionais.

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anos, com a agricultura irrigada tem muito menose, com o agronegócio, menos ainda, não passandode 10 a 15 anos, para algumas commodities.

Uma região que dispõe de 3 mil horas de inso-lação, aliada a um período seco de oito meses e atemperaturas e comprimentos de dia que poucovariam, caracteriza ambiente natural extremamen-te favorável à produção de commodities agrícolasmediante o uso da irrigação. Nessas condições, ainiciativa governamental de construir perímetrospúblicos de irrigação (PPI) tem sido louvável, namedida em que esses PPIs têm servido comoindutores ao desenvolvimento da agriculturairrigada no Semi-Árido e no restante do Nordeste.

Um novo arcabouço institucional se organiza apropósito da retomada das discussões sobre o Pro-jeto de Lei da Irrigação, que tramita no CongressoNacional e em consulta à sociedade brasileira.

É nesse contexto que este trabalho se desen-volve e aborda as perspectivas e potencialidadesda irrigação e drenagem, da agricultura irrigada edos agronegócios para a região Semi-Árida e parao Nordeste. Essas questões vêm sendo amplamen-te tratadas pelo Banco Mundial e avaliadas emvárias ocasiões, sugerindo procedimentos de ges-tão técnica e administrativa, para a implantação eimplementação de PPIs que podem servir de mo-delos para a irrigação privada.

Antecedentes

Os sistemas financeiros internacional e nacio-nal financiaram durante as décadas de 70 e 80 aconstrução de projetos de irrigação em perímetrospúblicos, no Brasil. Na década de 90 esses financi-amentos foram suspensos, período em que algunsprojetos ajustaram suas orientações e metas, su-perando, em boa medida, a dicotomia que se esta-beleceu: - para alguns, os projetos de infra-estru-tura são extremamente caros; - para outros, a pa-nacéia de fazer projetos de irrigação a qualquercusto. Atualmente, outra dicotomia soma-se àque-la: - irrigação para a produção de alimentos versuso agronegócio da bioenergia.

Os Bancos nacionais, no entanto, continuaramfinanciando investimentos on farm e custeio daslavouras (agricultura irrigada), enfrentando inú-meras dificuldades, sobretudo na Região Nordes-te do País. O Banco do Nordeste (BNB), um dosmais afetados pelo processo, tomou a iniciativa deestudar o assunto, que culminou na publicação daSérie: Políticas e Estratégias para um Novo Mode-lo de Irrigação3. Isso resultou no que seconvencionou chamar de Novo Modelo Conceitualde Irrigação (NMCI). Em março de 2003, o BNBtomou nova iniciativa e realizou um Seminário doqual resultou o Protocolo de Intenções, para a

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O Ministério daIntegração Nacionalapontou a existênciade mais de 100 milhectares ociosos nosperímetros públicosde irrigação. Foramindicados 12perímetros públicosde irrigação paraconcessão eexpansão, entre eles:Platôs de Guadalupee TabuleirosLitorâneos, no Piauí;Baixo Acaraú, noCeará; e o Jaíba - 3a

etapa (MG)

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continuação do trabalho, ficando a liderança dosestudos a cargo do Banco Mundial. O Report no

28785-BR4 é produto desse trabalho e a Série ÁguaBrasil no 5 é sua versão em Português. Duas açõesbuscaram implementar o que se recomendava.Depois de 14 anos, a primeira foi a proposta doProjeto Xingó, de grande porte, em Sergipe, quechegou a ser aprovada pela Secretaria de Assun-tos Internacionais (Seain), do Ministério do Pla-nejamento; pelo Grupo Técnico Interministerial(Gtec) e pela Comissão de Financiamento Exter-no (Cofiex), do Ministério da Fazenda, do lado bra-sileiro, e pelo Banco Interamericano de Desenvol-vimento (BID), para financiamento. A segunda foia proposta do Projeto Seridó a ser inserida no Acor-do de Empréstimo do Banco Mundial, no Semi-Árido Potiguar, RN. Nenhuma dessas propostasconseguiu avançar como implementação concreta doque aqueles estudos recomendam (Temas anexos).

Ainda que do ponto de vista da tecnologia deprodução agrícola os métodos de irrigação no Bra-sil possam ser considerados modernos, se compa-rados com outros países da América Latina, a irri-gação brasileira, de modo geral, é pouco eficiente,embora diversificada. A irrigação por gravidadeocupa 48% da área de agricultura irrigada, com42% por inundação (arroz) e 6% por sulcos e ou-tros métodos gravitacionais. Dos restantes 52%,22% são por aspersão em sistemas móveis, 23%por aspersão mecanizada (pivô central), 6% porirrigação localizada, por gotejamento e/ou pormicroaspersão e 1% por tubos perfurados/janelados.

Em suma, do total estimado de 3,5 milhões dehectares de terras efetivamente irrigadas, bem maisde 1,0 milhão de hectares são de arroz irrigado naRegião Sul (RS e SC), cerca de 2 milhões de hec-tares distribuem-se nas Regiões Sul, Sudeste eCentro-Oeste, principalmente com pivôs centraise aspersão convencional, e 500 mil hectares noNordeste e Norte de Minas Gerais, utilizando sul-cos de infiltração, aspersão e métodos de irrigaçãolocalizada. Na região Semi-Árida e restante doNordeste, da área irrigada estimada, pouco maisde 160 mil hectares são de perímetros públicos ecerca de 340 mil hectares são da iniciativa privada.

O Quadro 1 inclui os 73 projetos que o MI di-agnosticou em fins de 2004 e início de 2005, os 18projetos de pequeno porte e os nove projetos quea Chesf implantou no Complexo Itaparica, o quefaz com que o total de 100 PPIs ultrapasse 1,0 mi-lhão de hectares desapropriados, com infra-estru-tura instalada em 286 mil hectares e produção em,aproximadamente, 100 mil hectares.

Definitivamente, existe uma situação de ocio-sidade de uso de infra-estrutura nos PPIs, o quereforça a decisão do governo em buscar soluçõespara esses projetos por meio de concessões de ser-viços públicos e/ou de uso de terras públicas.

A gestão competente desses 100 projetos pú-blicos de irrigação sempre constituiu um objetivoa ser alcançado pelas instituições nacionais, que,em diferentes momentos, eram incumbidas de suaimplantação e implementação. A cooperação in-ternacional, contudo, manteve-se em duas ou trêsagências intergovernamentais e internacionais.Dessas têm sido constantes o InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricultu-ra (Iica); a Organização das Nações Unidas paraAlimentos e Agricultura (FAO); o BancoInteramericano de Desenvolvimento (BID); e oBanco Internacional de Reconstrução e Desenvol-vimento (Bird), do Grupo Banco Mundial.

Dos modelos que vigoraram nos últimos 30anos, a FAO teve participação inicial no final dosanos 60 e início da década de 70, delineando osProjetos de Bebedouro/PE e Mandacaru/BA, combase em experiência de outros países, juntamentecom profissionais da Superintendência do Desen-volvimento do Nordeste (Sudene). Posteriormen-te, participou ativamente de novas propostas deprojetos por meio do Investment Center FAO/Ban-co Mundial.

O Grupo Banco Mundial, particularmente porintermédio do Bid e, muito recentemente, peloInternational Finance Corporation (IFC), teve for-te envolvimento com os Projetos de Irrigação Pú-blica, quer no enfoque e na preparação destes, quernos seus respectivos financiamentos, durante qua-se 20 anos, nas décadas de 70 e 80, mantendo-separtícipes nos estudos que ainda se desenvolvem.

Como se constata, a história da irrigação emperímetros públicos no Nordeste e no Semi-Ári-do é relativamente recente e a experiência temsido evolutiva. No final dos anos 60 e durante adécada de 70, os primeiros projetos localizadosna Região Nordeste tiveram o cunho eminente-mente social. As terras aptas eram desapropria-das, as obras e instalações de uso comumconstruídas e os lotes distribuídos a famílias lo-cais de sertanejos. A produção sob irrigação era,fundamentalmente, de produtos da cesta básica.Durante a década de 80, seguiu-se com o modelosocial, porém identificando-se a necessidade dedestinar pequena porcentagem das áreas aos cha-mados lotes empresariais e outros para técnicosde diferentes profissões. Alguns projetos passa-

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QUADRO 1 – Áreas com infra-estrutura construída e em construção,ocupadas e em produção

ENTIDADE ÁREA(ha)Desapropriada C/Infra-estrutura Ocupada Em Produção

Ministério 454.369 95.342 - -Codevasf 334.239 131.983 113.830 75.848Dnocs (1) 127.603 44.325 40.370 17.091Chesf 119.789 14.600 10.200 8.061TOTAL 1.036.000 286.250 164.400 101.000

FONTE: 1) Ministério da Integração Nacional: Avaliação e diagnóstico de PPIs.Brasília, Janeiro de 2005. 2) Relatório de Consultoria do IICA. Silva, U. Propostapara Diagnóstico Projetos Itaparica. Fevereiro 2006

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ram a produzir cultivos de maior ingresso e ren-da, como fruteiras e hortaliças.

Decorridos 20 anos, os modelos foram forte-mente questionados. O resultado foi de que, du-rante a década de 90 e até hoje em 2007, foramparalisados os investimentos públicos (financia-mentos externos com contrapartida da união e/oudos Estados). Nesse período alguns empreendi-mentos empresariais mostraram resultadossatisfatórios, sobretudo, naqueles projetos quepassaram a produzir frutas tropicais para o abas-tecimento interno e para a exportação. Duranteesse período, buscou-se desenvolver e aplicar oconceito de “emancipação” dos perímetros públi-cos de irrigação, entregando-os, sob condições, aosusuários da água.

O ano de 2001 foi marco significativo do iníciode verdadeiras mudanças. Apoiado em estudos eensaios sobre o NMCI, desenvolveu-se o estudosobre os impactos sociais e externalidades da irri-gação pública na região Semi-Árida brasileira soba liderança do Banco Mundial (Bird)5. Nesse tra-balho tiveram ação decisiva a Área de Geopro-cessamento da Codevasf e o Etene, do BNB. Nes-se mesmo ano, a FAO realizou conferência eletrô-nica mundial, para tratar do tema de Transferên-cia da Gestão da Irrigação (TGI)6.

Com o estudo liderado pelo BM, constatou-seque o investimento em irrigação é uma excelenteopção estratégica para o desenvolvimento econô-mico e social da região Semi-Árida brasileira, poiscontribui para dinamização e diversificação da eco-nomia, para aumento do PIB regional, geração deempregos estáveis, aumento da renda per capita,retenção de migrantes, melhoramento da infra-es-trutura e aperfeiçoamento dos serviços públicos deeducação, saúde e saneamento. O estudo consta-tou, além disso, que o custo do investimento poremprego gerado na agricultura irrigada é signifi-cativamente inferior à média observada nos demaissetores da economia.

O estudo vai além e sugere que no campo polí-tico-estratégico haja ajustamentos da arquiteturaorganizacional institucional e das funções de go-verno, da maximização da eficiência e efetividadede uso da infra-estrutura pública existente, da pro-moção e expansão do setor privado na agriculturairrigada na região Semi-Árida brasileira, do me-lhoramento da eficiência e efetividade doagronegócio da irrigação e da melhoria no uso ra-cional e sustentável dos recursos de base.

O estudo sugere, também, uma possível agen-da para o futuro, a ser iniciada pelo governo brasi-leiro, que consistiria basicamente em: - ações decurto-prazo, que incluiriam temas em aberto e aná-lise da capacidade institucional de agentes públi-cos em níveis federal, estadual e municipal; - açõesde médio-prazo, que buscassem o desenvolvimen-to institucional e de infra-estruturas, melhorias doagronegócio e do uso racional dos recursos natu-rais; - ações estratégicas de longo-prazo, absoluta-

mente necessárias a esse tipo de cometimento, in-clusive com revisões sistemáticas das ações de cur-to e médio prazos, segundo os princípios e mode-los clássicos do planejamento estratégico.

Projeções recentes e alarmantes, feitas por ci-entistas e pesquisadores de mais de uma centenade países, dão conta da grave situação por que pas-sa o Planeta Terra quanto a emissão de CO2 e a deoutros poluentes na atmosfera e ao efeito estufadecorrente. É previsto que a temperatura médiaao redor da Terra aumente em 3ºC, o que acarre-tará degelos e aumentos dos níveis médios dosmares e oceanos, provocando o desaparecimentode países-ilhas, de cidades litorâneas e de muitoda produção e exploração que se faz em costas eestuários e em áreas litorâneas de várzeas,grandemente utilizadas em várias partes do mun-do. Haverá, fatalmente, uma redução considerá-vel de terras e de áreas alagadas para a agricultu-ra, a par dos reajustes que se farão necessários emmateriais genéticos às novas condições econdicionantes. Como se projeta, será quase comouma nova “Revolução Verde”, similar àquela de-senvolvida na metade do século passado e que co-meçou com o cultivo do arroz em várzeas da Ásia.

Segundo projeções globais feitas pela FAO,para atender ao crescimento populacional, quedeverá atingir 8,0 bilhões de pessoas, por volta doano 2025 (9,0 bilhões no ano 2050), 80% do supri-mento incremental de alimentos deverá ser pro-duzido, utilizando-se da prática de irrigação como uso de apenas mais 20% de água em relação aoque se utilizava em 2000/2001.

No Brasil, a demanda por água doce para a ir-rigação deverá ser incrementada também para aprodução de cultivos bioenergéticos. Conseqüen-temente, para a produção de alimentos, a ofertade água tende a ser ainda mais reduzida. A priori-dade é para o abastecimento humano e para adessedentação animal.

A humanidade necessita de mais alimentos/nutrição, de abrigo/saúde, de mobilidade e de maisenergia7. O meio rural e a agricultura devem serentendidas como as que asseguram as necessida-des da humanidade, principalmente alimentos eenergia, pelo duplo aspecto que representam: - pelautilização vital da água e dos recursos hídricos; e -pela captação/produção de água doce, mantendoa vitalidade dos regimes hidrológicos em nível debacias hidrográficas.

A agricultura e o agronegócio deverão ajustar-se a esse novo paradigma, deixando para trás ve-lhos padrões e jargões que contribuíram para aevolução de processos, mas que se prenderam àvisão de futuro em limites ultrapassados. A cultu-ra agrícola das populações deverá passar por mu-danças mentais e de atitudes capazes de compre-ender e de garantir o novo enfoque estratégico parao papel da agricultura e do meio rural, ao mesmotempo fornecedor de insumos, inclusive água, e deprodutos, e receptor dos dejetos e rejeitos urba-

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nos e suburbanos produzidos nas cidades, bemcomo na própria agricultura.

Por outro lado, as águas do Brasil, em suas maisvariadas localizações e formas, sempre perfazen-do um contínuo de acordo com o Ciclo Hidrológico,deverão ter, numa cultura hidrológica e agrícolarenovada, condições para se ajustarem às ocorrên-cias interdependentes que existem entre águas con-tinentais, com 12,6% da água doce superficial domundo e 54% do total da América do Sul, e 14%do deflúvio total dos rios do planeta; águas sub-terrâneas, com 112 mil km3, em geral, boa paraqualquer uso, mais de 200 mil poços tubulares emexploração, perfuração de 10 mil poços/ano; cos-tas e estuários com 8.400 km de litoral, transiçãoentre regimes de água doce e salgada (incluí parteda plataforma continental); águas oceânicas, com3,6 milhões de km2 de Zona Econômica Exclusiva(ZEE); e águas atmosféricas, com 8.511 mil km2

de superfície territorial com massas de ar atmos-férico, acumulando até quatro vezes mais águadoce do que a hidrologia superficial.

Administrar a má distribuição hídrica, com 72%da água doce superficial localizada na Bacia Ama-zônica e 28% no restante do País, justamente ondese localizam 93% da população brasileira, é umdesafio para a gestão das águas e o gerenciamentodos recursos hídricos nacionais. Problema maior érepresentado pela administração das águas subter-râneas, as quais mais da metade encontra-se emprofundidades superiores a 750 m e bem mais de50% estão localizadas na Região Centro-Sul doPaís. Uma combinação inteligente entre os usos deáguas superficiais e subterrâneas, nessas condições,seria de todo recomendável e urgente.

A água é o elemento da natureza que mais afli-ge ou afligirá a humanidade. A água é solvente/soluto, limpeza/higiene, via/meio/transporte, for-ça/energia, é alimento, é vida. Encontra-se nos trêsestados: líquido; sólido e gasoso. Pode ser doce,salobra ou salgada. Sua ocorrência se dá nos ocea-nos/mares, no ar/atmosfera e nos continentes, nasuperfície e no interior da terra. Na natureza, ésempre parte dos processos bióticos e abióticos,que envolvem a humanidade, os vegetais, os ani-mais, o clima e a crosta terrestre.

Os fenômenos naturais relacionados com aágua manifestam-se e são mensuráveis em unida-des fisiográficas denominadas bacias hidrográficas,de vertentes ou de drenagem, exceto no caso deáguas confinadas em aqüíferos.

A produção hídrica média anual dos rios emterritório brasileiro é da ordem de 182.600 m3/s.Levando-se em consideração a vazão produzida naárea da região Amazônica, que se encontra em ter-ritório estrangeiro, estimada em 89 mil m3/s, essadisponibilidade hídrica total atinge valores da or-dem de 260 mil m3/s.

O Brasil, dono desse imenso patrimônio natu-ral, detém pouquíssimo conhecimento sobre a di-nâmica das águas em seu território – continental e

de sua plataforma marítima - de suas relações compaíses vizinhos e do que isso representa em ter-mos de desenvolvimento sustentável, em nível debacias hidrográficas. Saber a respeito de recursoshídricos e água significa dispor de conhecimentos,o que equivale à informação e à coleta de experi-ências existentes, em algum lugar do País ou nomundo, e ao desenvolvimento da ciência, que é aprodução de conhecimento local propriamentedito. Saber a respeito de irrigação e agriculturairrigada e mista, maior usuária de água doce e al-tamente dependente de melhoria de processos, sig-nifica, também, dispor de conhecimentos capazesde cumprir com o que se projeta e planeja, onde aeficiência (processos), a eficácia (produtos) e aefetividade (satisfação do cliente/usuário) deverãoser constantemente buscadas.

Uma proposta de melhoria da irrigação/agri-cultura irrigada e de gerenciamento dos recursoshídricos nas bacias e regiões hidrográficas do Paísnecessita, em conseqüência, atuar simultaneamen-te em duas frentes:

a) no campo da água na natureza, como partedo patrimônio natural, em função do ciclohidrológico/meio ambiente (captação de água doceem função de manejos da cobertura vegetal e deoutros parâmetros, onde se inclui a agricultura desequeiro);

b) no campo dos recursos hídricos, como águaproduzida - patrimônio construído – para cumprircom alguma finalidade ou atividade humana, emfunção do enquadramento, outorga e cobrançapelo uso (Lei no 9.433/97), onde se inclui aestocagem de água bruta e potável, os usos pelairrigação/agricultura mista, transportes fluviais elacustres, lazer e pela geração de energia.

O tema água, além de ambiental, tem cunhoestratégico-social e econômico, na medida em queos recursos hídricos (água com valor pecuniário)constituem elemento de integração nacional, querpor abastecimentos, quer por saneamentos, comrepercussões em países vizinhos. As questõesinstitucionais decorrentes insinuam a conveniên-cia de se reexaminar o tema, de forma ampla ecomprometida, no caso, em instância sul-america-na, exceto de bacias hidrográficas nacionais.

O tema irrigação/agricultura irrigada é um de-safio a ser enfrentado pelo Brasil, em termos debacias/regiões hidrográficas, no âmbito de algunsde seus ministérios e unidades da federação, e prin-cipalmente pela iniciativa privada organizada. AABID, que tem fomentado esse trabalho, podeconstituir foro natural e importantíssimo para talfim, como Comitê Nacional Brasileiro doInternational Commission of Irrigation andDreinage (Icid).

No entanto, serão as áreas rurais – privadas epúblicas – as que, certamente, deverão assumir oônus da escassez de água doce e do encarecimentodos recursos hídricos, devendo assumir, também,

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o compromisso de editar novos padrões agrícolas,dentro de nova agricultura, agroindustrial e doagronegócio, em nível global, buscando o uso raci-onal e a produção sustentável de água doce noscontinentes.

O porquê da irrigação públicano Brasil

Projetos de agricultura irrigada são como car-ro-chefe de pólos de desenvolvimento regionalsustentável, assim como foram os pólos dos Cerra-dos, basicamente, com agricultura de sequeiro e,hoje, com inúmeros projetos de irrigação privada.Um total de 75 projetos de irrigação ou PPIs, dis-tribuídos em nível nacional, conta com água e so-los aptos, e pode desempenhar o mesmo papel dostreze pólos do Centro-Oeste.

Os PPIs podem servir a esses pólos para quedêem origem a eixos de desenvolvimento e, final-mente, a complexos de desenvolvimento integral,que sejam retrabalhados e desenvolvidos, comoocorreu com o Polocentro, para o Centro-Oeste,que foi ampliado dando origem ao Programa deDesenvolvimento dos Cerrados (Prodecer). Seriapreciso contar com um Programa Nacional de Agri-cultura Irrigada que tivesse uma coordenaçãointerministerial e algumas linhas estratégicas defi-nidas.

No âmbito do Ministério da Integração Nacio-nal (MI), esses PPIs começam a ganhar forma deprogramas como, por exemplo, para a Transferên-cia de Gestão da Irrigação (TGI), para isso sãointerpretados e divididos em grupos, a saber:

Grupo 1Grupo 1Grupo 1Grupo 1Grupo 1 – Projetos de irrigação com infra-es-trutura iniciada e, em muitos casos, com etapasiniciais de produção agrícola em operação e emfuncionamento. Os projetos desse grupo prestam-se à proposta de PPPs, e a TGI, no caso de esta-rem em funcionamento parcial de produção. ALei prevê que nesses casos poderá ser contratadaa transferência a um ente privado de todo o pro-jeto de irrigação, situação em que serão utiliza-das conjuntamente as propostas de repasse dasterras, por meio de concessão de direito real deuso, quando for o caso, e da infra-estrutura, pormeio de concessão de serviço público, respeita-dos os requisitos estabelecidos pelo governo fe-deral (Fase Implantação);

Grupo 2Grupo 2Grupo 2Grupo 2Grupo 2 – Projetos com infra-estrutura off farme on farm concluídas, independentemente do seuestado de conservação e uso e da necessidade demodernização de seus métodos, de equipamentose processos. Esses projetos são incluídos no Planode Transferência de Gestão (TGI), do Ministérioda Integração Nacional (Fase Implementação);

Grupo 3Grupo 3Grupo 3Grupo 3Grupo 3 – Projetos de pequeno porte com áre-as irrigáveis inferiores a 500 ha, normalmente as-sociados a programas de assentamentos rurais eaos objetivos e metas do desenvolvimento agrário;

Grupo 4Grupo 4Grupo 4Grupo 4Grupo 4 – Projetos novos em estudos de viabi-lidade ou de projetos básicos/executivos, objetosde negociação com empreendedores privados (car-teira de projetos), para a sua possível contrataçãoe implantação/implementação, em terras públicase/ou privadas (Fase Desenho de Projeto).

Os projetos dos Grupos 1 e 4, após concluídasas obras e instalações da infra-estrutura de usocomum, resultam enquadrar-se no Grupo 2, ouseja, aptos à transferência de gestão.

Esquematicamente, o inter-relacionamento(embricamento) entre essas fases (desenho, im-plantação e implementação) levaria a condiçõespossíveis de parcerias público-privadas para a im-plantação de obras e de instalações (Grupo 1),como é previsto em Lei, e de implementação daatividade-fim do projeto, como forma de transfe-rência da gestão de todo o projeto (Grupo 2). Istosempre ocorreu em qualquer circunstância, suge-rindo apenas que sejam revistos os passos e as eta-pas que qualificariam cada um dos PPIs a se cons-tituírem num conjunto de ações e atividades do tipoPPP, específico e com prazos definidos e curtos,ou do tipo TGI, com prazos longos e açõesinterconectas que definem os agronegócios, demodo geral (Fig. 1).

Segundo a legislação vigente, as três formasfactíveis de transferência de gestão são as seguintes:

1. Transferência direta e sem licitação, “prefe-rencialmente” a organizações de produtores doPPI. O último modelo institucional que vem sen-do adotado é o Distrito de Irrigação (DI) e, emalguns casos, as Associações de “irrigantes” ou deusuários;

2. Via Concessão de Serviço Público, medianteedital de concorrência, que pode ser precedida ounão da execução de obra pública, incluindo a ex-ploração de obras ou de serviços de irrigação;

3. Transferência de Gestão por Concessão deDireito Real de Uso (CDRU) de terras públicasou da infra-estrutura de uso comum. O suprimen-to de água é um serviço público não importando otamanho da comunidade que ele atende. Na mai-oria dos casos de projetos de irrigação e drenagem,estes tiveram que ampliar o espectro de atendimen-to para o abastecimento de populações,dessedentação animal, defesa civil e outros, redu-zindo a área irrigável do projeto.

Desde que exista a recomendação de que osprojetos com fins de irrigação e drenagem passema usar o conceito de múltiplos propósitos de usoda água, deixa de existir a controvérsia sobre con-cessões apenas para o suprimento de água aos lo-tes de irrigação e se são poucos ou muitos a serematendidos.

A legislação vigente estabelece que, mesmo queos “irrigantes” sejam proprietários de suas glebasde terras irrigáveis e que paguem a Tarifa k1 de amor-tização dos investimentos em infra-estrutura de usocomum, as terras e as estruturas e obras nelas exe-cutadas permanecem como propriedade da União.

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A função de gerenciamento não é de apenas su-prir água aos agricultores e suas terras e cultivos,mas de manutenção e preservação do patrimônioque é público. A gestão, portanto, presta um servi-ço ao segmento público e outro ao privado.

Em projetos de grande porte, em qualquer cir-cunstância, seria sempre recomendável utilizar deuma arquitetura organizacional que contasse comfigura societária constituída entre agentes públi-cos, de um lado, e de pessoas físicas e jurídicas (in-clusive dos proprietários de terras, produtoresirrigantes) de outro. A constituição dessa socieda-de público-privada teria como incumbência geriro projeto, seja contratando concessionária para aconclusão das obras e das instalações de equipa-mentos, seja para a contratação de concessio-nária(s) (empresa âncora), para a implementaçãoe assistência dos projetos de produção agrícola eagroindustrial, assim como dos projetos de merca-dos (marketing) e de comercialização (trading).Essa sociedade holding teria que contar com com-petentes sistemas de informação e de acompanha-mento, monitoramento e de avaliação, capazes demuniciar as decisões dessa sociedade público-pri-vada formalmente constituída.

Relembrando, no Brasil existe apenas um casode concessão de projeto de irrigação. É o de ex-ploração do serviço de distribuição de água do

Arroio Canas e do Rio Vacacaí, ambos localizadosno município de São Gabriel, no estado do RioGrande do Sul, e licitados em 1997. De PPP, até omomento do XVII Conird, não foi realizadonenhum.

Por que diferenciar numplanejamento estratégicoações político-estratégicas deações estruturantes e de açõesfinalístico-integrativas?

Em primeiro lugar, é fundamental que umasociedade que queira desenvolver uma região ouum município ou mesmo um local, o faça em aten-ção aos preceitos do planejamento estratégico clás-sico. A primeira questão estratégica que surge é: aquem cabe fazer o quê? Tem sido discutido o novopapel reservado aos serviços públicos e o que seespera seja assumido pela iniciativa privada. Opapel típico do setor público, ou seja, do Estado-Nação, é de cunho Político-Estratégico. O papeldo setor privado nacional é o de gerar riquezas,bens e serviços, em forma Finalístico-Integrativa.As ações Estruturantes, necessárias ao desenvol-vimento local, regional e nacional, podem ser exe-

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FIGURA 1 – Fluxograma de decisão para o enquadramento de propostas de estudos e de projetos em PPPs e/ou em TGIs.

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cutadas tanto pelo setor público como pelo setorprivado, ou compartilhada entre ambos. Dessemodo, os conceitos e definições passam a ser:

1. Ações Político-Estratégicas – – – – – Compreendemo envolvimento e o comprometimento dos órgãospúblicos incumbidos das ações típicas de governo,norteadoras do processo de desenvolvimento re-gional sustentável, visando melhorar a qualidadede vida humana e ambiental. São de responsabili-dade do Estado-Nação em interação com a socie-dade e tem como missão atender aos interesses ecriar condições para o desempenho eficiente, efi-caz e efetivo dos agentes de desenvolvimento;

2. Ações Estruturantes – – – – – Representam ativida-de-meio, de caráter sistêmico, que visaminstrumentalizar o processo de desenvolvimentointegral e sustentável em nível local, regional oude bacias hidrográficas. São de responsabilidadegovernamental interagindo com o setor privado,podendo ser assumidas por um ou por outro e/oude forma conjunta, em parcerias. No caso doPolocentro, a pesquisa, a extensão, as estradas, aeletrificação, o armazenamento e o crédito agrí-cola eram todos de natureza estruturante;

3. Ações Finalístico-Integrativas –Típicas dosetor privado, também de caráter sistêmico, sãoidentificadas como essenciais para o desenvolvi-mento sustentável e representam a possibilidadeefetiva de interação entre os fatores político-es-tratégicos e os finalístico-integrativos, ou seja, en-tre os segmentos público e privado, utilizando asbases estruturantes on farm e off farm desenvolvi-das.

Fica evidente a distinção e as diferenças queexistem entre um organismo público (União, Uni-dades da Federação e municípios), com atribuiçõesdefinidas em Decretos, Decretos-Leis e Leis, e umainstituição privada (pessoa física e/ou pessoa jurí-dica), constituída e regida por seus Estatutos eRegimentos aprovados pelos donos/sócios/acionis-tas. O organismo público só pode fazer o que a leipermite; entidades privadas podem fazer tudo quenão for proibido. É clara, também, a possibilidadede atuação em parceria nas ações estruturantescomo obras de uso coletivo e de outros serviços aopúblico ou à sociedade/comunidade.

Aceitando o fato de que os PPIs são constituí-dos de cinco áreas interconectadas e interdepen-dentes, mas perfeitamente identificáveis, perce-bem-se especializações das instituições e pessoasenvolvidas, como em qualquer outra organizaçãode manufatura, fabrico e produção de bens e deserviços: - existe uma área básica de infra-estrutu-ra de uso comum com patrimônios e funções espe-cíficas; - existe uma área de produção irrigada, queassegura os rendimentos e ingressos dos negóciosde cada um dos produtores e do conjunto deles; -existe uma área de produção de sequeiro, nem sem-pre considerada, mas que é do perfil das famíliassertanejas, no caso; ; ; ; ; - qualquer grande empresa/

empreendimento passa a prestar atenção especialàs questões ambientais mediante a elaboração eexecução de projetos específicos de manejo; - existeuma área de divulgação e abertura de novos mer-cados que trata dos canais de comercialização eentrega dos produtos aos usuários/clientes. Cadauma dessas cinco áreas requer tratamentos admi-nistrativos e operacionais próprios contando comestruturas especializadas para o cumprimento desuas respectivas missões e gestões (Fig. 2).

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A diferenciação entre as três ações Político-Estratégicas, Estruturantes e Finalístico-Integra-tivas e as respectivas orientações às cinco áreas dosPPIs, remetem questões aos conceitos deagronegócios e de clusters e às respectivas cadeiasde produção, de logística, de custódia e de valor.

Por que diferenciar emagronegócios as cadeias deprodução, de logística, decustódia e de valor?

O conceito de agribusiness foi introduzido nosEstados Unidos por Davis e Goldberg, da Univer-sidade de Harvard, em 1957, e representou impor-tante passo para aquele país, como grande naçãoagrícola do mundo. Em 1991, a Comunidade Eco-nômica Européia expandiu os três agregados deHarvard (insumo-processo-produto), para seis (in-dustrial de matérias-primas, industrial de insumos,produtor rural, processamento, varejista e o con-sumidor). Essa proposta foi desenvolvida porShelman e associados, ainda dentro de uma visãolinear de sistema aberto.

FIGURA 2 – Esquematização dos papéis estratégicos, áreas de atuação enatureza dos projetos para cada uma delas.

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No Brasil, a Associação Brasileira do Agrone-gócio (Abag), por volta de 1995/1996, juntamentecom inúmeras outras instituições públicas e priva-das, deu início a um processo que culminou com acriação de mais de 30 Câmaras Setoriais doAgronegócio, sediadas no Ministério da Agricul-tura.

A introdução da noção sistêmica (não lineari-dade) induz à possibilidade de os recursos natu-rais e a biodiversidade serem considerados noscomplexos produtivos, mormente naqueles em quese usam em processos de produção, matérias-pri-mas minerais, animais e vegetais.

A cadeia agronegocial resulta ser, então, açõese processos articulados que, a partir da biodi-versidade e/ou da oferta de recursos naturais etecnológicos, interpenetram segmentos sociais,organizacionais e profissionais, produzindo benseconômicos e serviços necessários ou desejáveis(demandados) pelos consumidores/usuários 8.

Cadeia de PCadeia de PCadeia de PCadeia de PCadeia de ProduçãoroduçãoroduçãoroduçãoroduçãoA base da agricultura irrigada deve ter como

alicerce a utilização de boas ou melhores práticas,objetivando melhorar os processos na cadeia deprodução, integrando fatores naturais, com o

aporte de insumos e de serviços, com as caracte-rísticas fisiológicas da planta (e do animal) e comos produtos e resultados almejados. A importân-cia da adoção desse conceito reside no fato de queele é básico a toda modelagem do agronegócio edas cadeias de produção, de logística, de custódiae de valor, e fundamenta o desenho dos sistemasde informação e de acompanhamento, monitora-mento e avaliação.

De outra parte, o conceito de processo instrui,em qualquer cadeia e cluster, as relações entre for-necedor/cliente. Nesse sentido, são consideradasa eficiência, a eficácia e a efetividade, cujosomatório resulta a qualidade (total) do produtoou do serviço (Fig. 3).

A literatura sobre cadeias produtivas é muitorestrita. Os estudos sobre produtos ou commoditiesdatam de 1920, até os dias que antecederam a 2a

Guerra Mundial, tendo sido abandonados, pelomenos nos Estados Unidos, e substituídos por aná-lises limitadas a preços de commodities, abasteci-mento e demanda. Alguns estudos sobre trigo, sojae laranja, mais recentemente, contemplaram aspec-tos desde a semeadura e/ou plantio, até o consu-midor. Em tudo isso, Ciência e Tecnologia não fi-guravam como elementos da cadeia de produção.Eram, no máximo, consideradas como fatores paradentro das porteiras das fazendas e, quando mui-to, examinadas em relação à adoção ou não pelosprodutores e o quanto essas inovações tecnológicaspoderiam representar para eles9.

O modelo de cadeia de produção agrícola de-corre do modelo de processo, como integrador prá-tico dos componentes de entrada – recursos natu-rais, insumos e serviços – e de retornos, dos ele-mentos processadores – ciclos do carbono, do ni-trogênio, do fósforo, do enxofre, de Krebs,biogeoquímicos e outros - e as reciclagens decor-rentes dos processos bióticos e abióticos, os pro-dutos, subprodutos, dejetos e rejeitos que resul-tam da ação de produzir (Fig. 4).

Antecede essa relação insumo/processo/produ-to, a biodiversidade, a geração de conhecimentose de tecnologias (Ciência e Tecnologia - C&T ePesquisa e Desenvolvimento - P&D), a sua trans-missão e adoção por meio de treinamentos,capacitações e ações de transferência detecnologias, créditos pecuniários e financiamentos,e todo um gama de fabricantes e de prestadoresde serviços aos processos de produção primária,partícipes da cadeia de logística.

Quanto à propriedade ou ao estabelecimentoagrícola, a cadeia de produção primária, incluindoou não os primeiros processamentos (packinghouses e outros), trata da gestão de processos, vi-sando à obtenção de determinados padrões de pro-dutos. Portanto, refere-se a cada cultivo em suasrelações de rotação e de cultivos intercalares e aossistemas de produção (farm models), que resultamda combinação de ações, atividades e tarefas nes-se nível de Unidade de Produção Agrícola (UPA).

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FIGURA 3 – Modelo de Processo. Extraído e adaptado de Wagner E. eBrandini. A. Em: “Uso Racional da Água e seus Reflexos no Meio Ambiente”.III Programa de Suporte Técnico à Gestão de Recursos Hídricos. MMA/SRH –ABEAS - CONFEA/CREAs. 1998.

FIGURA 4 – Modelo de Cadeia de Produção em Nível de UPA. Wagner E.Elementos de Política Agrícola Ambiental. PNUD - Projeto BRA 90.005,Apoio ao MMAAL. Brasília. Abril de 1994.

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Para essas cadeias de produção de commoditiestorna-se importante a modelagem de processos ede produtos, analisada sob a forma de padrões decultivos (crop budgets).

Cadeia de LCadeia de LCadeia de LCadeia de LCadeia de Logística/Ciclo de Vogística/Ciclo de Vogística/Ciclo de Vogística/Ciclo de Vogística/Ciclo de Vida do Pida do Pida do Pida do Pida do ProdutorodutorodutorodutorodutoO estudo de cadeias de logística, em qualquer

arcabouço institucional e organizacional, assumeimportância para os Modelos de Gestão Produti-va (MGP) e para os Sistemas de Gestão Ambiental(SGA). No primeiro caso, trata das reações intrín-secas ao produto pelos processos que integra (Fig.4) e, no segundo, trata do ciclo de vida do produ-to, representação da Figura 5.

O ciclo de vida do produto, normalmenteadstrito ao Perímetro Público de Irrigação, com-preende regularmente as etapas 4 a 7, da Figura 5,que são: 4) Diferentes serviços técnicos e de apoio;5) A operação e manutenção (O&M) da infra-es-trutura de uso comum (IUC); 6) A produção deprodutos primários propriamente dita; 7) Ocasio-nalmente os primeiros processamentos, pelo me-nos, de limpeza e de empacotamento.

Como ciclo de vida do produto, as questõesambientais ganharam espaço e os estudos sobrecommodities voltaram a ser objeto de atenção, in-clusive por profissionais das Ciências Sociais. Res-saltam-se alguns aspectos que servem àestruturação/reestruturação de cadeias produtivase agronegociais, com implicações em vários seg-mentos de oferta e de demanda das Cadeias deLogística. Um primeiro elemento refere-se ao re-gime de patentes, cujo exemplo mais marcante temsido citado no caso da SWIFT, que conseguiu, emmeados do século 20, patentear vagões refrigera-dos para o transporte de carcaças de bovinos entreChicago e Nova Iorque, alterando substantivamen-te a Cadeia de Logística tanto em relação aos açou-gueiros de Nova Iorque, como à própria Compa-nhia Ferroviária. Atualmente, os regimes de pa-tente constituem regra geral para o mundotecnológico e dos negócios.

Um segundo elemento, dos mais importantes,refere-se à regulação de mercados. Neste particu-lar, as questões de certificação de origem, de con-formidade e de qualidade para o abastecimentointerno terão que merecer igual tratamento, do queos produtos para exportação, sendo dois os princi-pais reguladores oficiais: - Sistema de Proteção eSanidade Animal e Vegetal (SPS); - BarreirasTecnológicas ao Comércio (TBT), emanadas dosAcordos firmados com a Organização Mundial doComércio (OMC), dos quais o Brasil é signatário.

Um terceiro ponto, quase que naturalmentedecorrente do anterior, refere-se ao conjunto deregulamentos e leisisisisis que pode ser usado na organi-zação e reestruturação das cadeias produtivas eagronegociais, em atenção às exigências de mer-cados e preferência de consumidores, tanto emprocessos, produtos e serviços, como em acondici-onamentos, embalagens, transportes e entregas.

Um quarto e último ponto, diz respeito à Ciên-cia e Tecnologia, como elemento que pode ser uti-lizado na reestruturação de cadeias de produção ede logística. Esse quarto ponto, associado às polí-ticas governamentais, pode representarpoderosíssimo instrumento regulador de CadeiasAgronegociais, transformando-as de meras açõesdesconectas em processos perfeitamente articula-dos e de produção integrada. Pesquisas (leis natu-rais e leis científicas) e políticas públicas (leis jurí-dicas) devem ser vistas como binômio indissociávelnas negociações, onde cada uma delas permite aosagentes das cadeias ajustarem-se para mudanças.

No equilíbrio entre as variáveis de oferta(ambiental, tecnológica, do mercado de insumos ede serviços) e os fatores de demanda é que residea importância da Engenharia de Produção Agrí-cola, com representação final na Unidade de Pro-dução Agrícola (UPA). O resultado do processo éa organização da Agricultura que não pode maisser deixada à decisão individual de cada produtorrural. Essa condição não é válida somente para aAgricultura Irrigada em Perímetros Públicos deIrrigação, senão para toda a atividade de produ-ção agrícola e agronegocial do País.

Cadeia de CustódiaCadeia de CustódiaCadeia de CustódiaCadeia de CustódiaCadeia de CustódiaA cadeia de custódia passa a ser proposta como

forma distinta de tratamento em função das exi-gências burocráticas de negócios e cartoriais delaudos, atestados, licenciamentos, certificações erastreamentos, que os produtos agrícolas alimen-tares ou não passam a receber pelas nações e pe-los organismos e agentes intergovernamentais einternacionais que as controlam.

As certificações dividem-se em: - de origem,com exigências em direitos humanos, ambientaise outras; - de conformidade, com descrições deprocessos e de melhoria de processos/produtos.

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FIGURA 5 – Modelo Genérico de Ciclo de Produto ou de Cadeia de Logística,adaptado de SEMCO ERM do Brasil. Base das Unidades Estratégicas deNegócios (UEN), suportadas por Empresas Âncora.

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A cadeia de custódia registra os procedimen-tos de boa gestão humana, ambiental, tecnológica,sanitária e assim por diante.

Os elementos constitutivos das cadeias de cus-tódia são processados ao longo dos componentesdas cadeias de logística (para cada componente umconjunto de regras, normas, regulamentos e leis)e, dentro de cada um, nos processos que os defi-nem e nas cadeias de produção da commodity ouproduto/subproduto. Destaca-se a importância daanálise de riscos e respectivas mitigações ou con-troles de pontos críticos.

Cadeia de VCadeia de VCadeia de VCadeia de VCadeia de ValoraloraloraloralorOs processos competitivos de concorrência en-

tre as nações e dentro delas entre as empresas,obrigam a que sejam buscadas, constantemente,formas de melhoria de processos produtivos e deserviços, com conseqüentes reduções de custos eaumentos de benefícios aos que atuam nos ciclosde vida do produto, nos processos de produção,bem como daqueles que influenciam ou são influ-enciados pelos produtos gerados. As cadeias devalor, em muitos casos, podem valorar, também,preferências e rejeições de consumidores a produ-tos por efeitos de valores e crenças socioculturaisde diversas naturezas.

A correta valoração dos elementos de entrada(inputs), dos elementos processadores e dos desaída (outputs), bem como de resultados(outcomes) fazem parte desse procedimento deanálise e avaliação das cadeias de valor.

Por que em PPIs devem-sediferenciar as cinco áreas outemas e as respectivas gestõesespecializadas?

A manutenção e a operação de uma base infra-estrutural de utilização coletiva estão muito maispara o que faz uma prefeitura em todo o municí-pio, do que para o que fazem agricultores em suaslides diárias de operação e manutenção de sua pró-pria infra-estrutura on farm de produção agrícola.Daí decorrem outras diferenciações. Nos PPIs adistribuição dos lotes se faz em função de áreasirrigáveis, ficando as áreas de reserva ambientalagrupadas e geridas, também, de forma coletiva,diferente do que ocorre em propriedades ou esta-belecimentos individuais. Os lotes de sequeiro,quando pertinente, também são distribuídos indi-vidualmente. Os modelos de gestão produtiva sãoparticulares/privados e, se feitos somente sob irri-gação ou sobre sistema misto e se de monocultivosou intercalados, de consórcio, de rotações em ou-tros métodos são sempre individuais. Por último,saber produzir não significa necessariamente sa-ber comprar e vender. O marketing e acomercialização são funções especializadas, segun-do produtos ou commodities, ou ainda do conjun-to deles e dos clusters/arranjos produtivos, normal-mente não afeitos ao perfil dos agricultores em si.

As especializações de gerência não se dão so-mente nessas quatro ou cinco diferentes áreas, se-não, também, nas etapas ou fases de projeto, a sa-ber: - concepção e desenho de projeto/estudos téc-nicos; - implantação da infra-estrutura física/cons-truções e obras e administração; - implementaçãodas ações, atividades e tarefas de cada uma dasquatro ou cinco áreas, bem como das de informa-ção, acompanhamento, monitoramento e avalia-ção.

O esquema a seguir busca ilustrar os diferen-tes componentes de um projeto de pólo de desen-volvimento agrícola regional e de suas interfaces evinculações (Fig. 6).

A gestão de cada um dos componentes: - enge-nharia de obras e de instalações; - engenhariaambiental; - engenharia de produção agrícola sobirrigação; - engenharia de produção agrícola emsequeiro; - gestão agronegocial, necessita optar porsistemas de gerenciamento e seus mecanismos,desenvolvendo manuais de procedimentos para amanutenção e para a operação dos diversos ele-mentos que integram o sistema. Isso é válido, tam-bém, para o gerenciamento dos sistemas de infor-mação e de acompanhamento, monitoramento eavaliação dos projetos.

O Poder Concedente é a União a quem cabedecidir sobre a forma de Concessão a serestabelecida para cada PPI e que aloca ao Modelode Gestão Produtiva (MGP) a infra-estrutura de

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FIGURA 6 – Diagrama de modelo genérico de Projeto Público de Irrigaçãoobjeto de avaliação para ações em parceria e de transferência de gestão.

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sua propriedade e as terras de seu domínio e/ouservidão e decidir, também, sobre a formasocietária que daí resulta. Exemplo recente dessetipo de decisão foi o adotado pela Codevasf deCDRU, para o Projeto Marituba, Penedo/Alagoas.

A grande maioria dos PPIs foi projetada hámais de 30 anos. Os mais recentes tiveram seusestudos técnicos desenvolvidos ou revistos há maisde 15 anos. Esse período foi justamente aquelequando se observaram os maiores avançostecnológicos em métodos de irrigação e em equi-pamentos e instrumentos de aplicação e de medi-ção de água e de questões correlatas. A propostade rever e revisar os estudos técnicos de cada PPIpassa, obrigatoriamente, pela necessidade de aná-lise das condições em que os projetos foram dese-nhados.

Os 1,036 milhão de hectares de terras desapro-priadas compreendem 286 mil hectares de terrascom infra-estrutura para irrigação em lotes de par-ticulares. Dos 750 mil restantes supõem-se que, emmédia, os PPIs tenham que destinar 20% do totalcom áreas de reserva legal (RL) ou seja, cerca de210 mil hectares, e que 540 mil hectares sejam osque são ou seriam utilizados como áreas de agri-cultura de sequeiro (lotes de particulares). AUnião, como dito anteriormente, é detentora dasterras de domínio ou de servidão, onde são insta-ladas as obras e equipamentos de uso comum edeveria ter sua regularização fundiária definida.Todo o restante das terras pertence a pessoas físi-cas ou jurídicas e que devem ter as respectivas es-crituras e titulações fundiárias absolutamente re-gularizadas.

O arcabouço institucional, por seu turno, en-volve os Modelos de Gestão Produtiva (MGP), osSistemas de Gestão Ambiental (SGA), as institui-ções que tratam do interesse público/coletivo e asempresas/instituições que atuam no interesse pri-vado. Dentro dessa moldura (framework) locali-zam-se os organismos públicos nacionais (federal,estadual, municipal), as organizações intergover-namentais e internacionais e, do lado das iniciati-vas privadas, os empreendimentos que objetivamlucro e as instituições e organizações não-gover-namentais (ONGs). Todas essas instituições dire-ta ou indiretamente operam nos PPIs. A adminis-tração de Perímetros Públicos de Irrigação e daAgricultura Irrigada privada não é tarefa para umasó instituição. Será preciso criar um arcabouçoinstitucional diferente do que se dispõe atualmente.

Para os efeitos de gerenciamento dessa propos-ta as Unidades de Produção Agrícola (UPAs) sãoentendidas como estabelecimentos agrícolas oulotes irrigados, de sequeiro e outras atividades,pertencentes a proprietários, arrendatários ou con-cessionários, que se propõem à atividade agrícolaprodutiva, quer seja de agricultura irrigada, desequeiro, aqüicultura (piscicultura, hidroponiaetc.) e de agricultura protegida, quer seja de pro-dução vegetal (cultivos temporários e permanen-

tes) ou de produção animal (pequenos, médios egrandes animais).

Uma UPA pode ser especializada em um con-junto de produtos/commodities obtidos medianteirrigação em Perímetros Irrigados ou não, ou podeser de agricultura mista com lavouras e pecuária.A pequena agricultura normalmente é praticadanessa última condição ou modelo produtivo (farmmodels).

Ao obter diferentes produtos, uma UPA podefiliar-se a diferentes canais de comercialização,com destinos e mercados consumidores tambémdiversificados. Essa é uma estratégia de diminui-ção de riscos e diversificação de ingressos. Nessenível de UPA é onde são executadas a assistênciaplena e a extensão rural para a agricultura de sub-sistência e a transacional, e onde se processam aassistência técnica responsável para a agriculturatecnificada ou empresarial.

As Unidades Estratégicas de Negócios (UENs)são entendidas como a reunião de UPAs em tornode determinado produto final ou commodity, cons-tituída sob a forma de “grupos de interesse”, asso-ciados à cadeia de logística ou ciclo de vida do pro-duto. Nesse nível de UEN, também, são exercita-das as cadeias de custódia, com todos os regula-mentos, especificações e normas, certificações,garantias/seguros e rastreabilidade.

O Projeto de Acompanhamento, Monito-ramento e Avaliação (AM&A) é típico da implan-tação e da implementação das ações, atividades etarefas que compõem um determinado propósito,o qual demanda a alocação de recursos e a defini-ção de um sistema ou linha de montagem com atu-ação dinâmica.

A tarefa de desenhar um projeto de AM&Apara o objeto da agricultura irrigada é bem maiscomplexa do que simplesmente acompanhar a im-plantação de uma obra e de instalar equipamen-tos. Segundo o Project Management Institute(PMI), isso exige dois tipos de gerenciamento: -de gestão de projeto; - de gestão por projetos. Noprimeiro, as variáveis são do controle relativo doconstrutor/executor, enquanto que no segundo,essas variáveis são do controle de quantos partici-pam da ação integrada/interagida, sendo eles pró-prios mais uma variável.

Em projetos de produção agrícola, sob a formade agricultura irrigada, associada aos outros tiposcomo de sequeiro, de aqüicultura, de agriculturaprotegida e de extrativismos em áreas de manejoambiental, é necessário identificar os indicadoresde desempenho em função desse propósito. Nãobasta ter o propósito, é preciso ajustá-lo aos recur-sos disponíveis e, mais, é preciso eleger o processoou sistema/linha de montagem a ser utilizada.

O sistema de AM&A não é um ente isolado doprojeto e não ocorre somente em determinadosmomentos, embora estratégicos. A atividade é per-manente e dinâmica, devendo integrar-se com ou-tras, tais como: as do Sistema de Informação de

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Projetos (SIP); do Sistema de InformaçãoGerencial (SIG); do Sistema de Informação daBase de Dados (SIBD); dos Relatórios Trimestraisde Acompanhamento (RTA); dos Relatórios Se-mestrais de Monitoramento (RSM); das ativida-des do Sistema de Controle e Gerenciamento deDocumentos (SCGD) e outras, que alimentam oAM&A.

Para a implantação e operação de AM&A, omodelo baseia-se nos conceitos de processo, deproduto e de cadeias, e na metodologia de soluçãode problemas que consiste no fluxo de identifica-ção do problema, da observação, análise, ação,verificação, padronização e conclusão/resolução.A abordagem de analisar processos e resolver pro-blemas deverá contar com a aplicação de ferramen-tas básicas e avançadas de gestão, apoiando asrotinas para a melhoria de processos e o melhorrelacionamento entre fornecedores e clientes/usuários.

A metodologia de acompanhamento, de avali-ação e de tomada de decisões de AM&A constituiprocedimentos e instrumentos de supervisão e fis-calização. Visa garantir obrigações contratuais,qualidade e assiduidade dos serviços e produtos,assegurar o cumprimento de normas e padrões dequalidade e, também, o acompanhamento e avali-ação ocasionais procedidos por auditoriasespecializadas.

Distinguem-se os AM&A de processo, forte-mente alicerçados em questões institucionais, deAM&A de impacto, calcados em efeitos/resulta-dos, conseqüentemente compartilhados comquantos podem afetar ou ser afetados pelo proje-to (stakeholdres).

A proposta de implementação de Projetos Pú-blicos de Irrigação pode valer-se de um conjuntode indicadores agrupados em duas categorias –intermediários e finais – que, por sua vez, subdivi-dem-se em insumos e produtos, calcados em pro-cessos e melhoria de processos, e em resultados eimpactos, em função da proposta finalística eintegrativa dos PPIs, conforme o esquema apre-sentado na Figura 7.

Neste trabalho será dada ênfase aos componen-tes - engenharia de obras e instalações, - engenha-ria de produção agrícola sob irrigação; - gestão

agronegocial. O inter-relacionamento com a agri-cultura de sequeiro, desejável de exame e inser-ção, e com questões ambientais, do mesmo modo,fica para uma segunda oportunidade. O problemaa ser resolvido de imediato, seguindo o que o estu-do liderado pelo Banco Mundial recomenda paraos PPIs, é a engenharia de obras e infra-estruturade uso comum e sua gestão, a engenharia de pro-dução agrícola irrigada e sua gestão e ogerenciamento agronegocial.

Gerenciamento Agronegocial em Nível deGerenciamento Agronegocial em Nível deGerenciamento Agronegocial em Nível deGerenciamento Agronegocial em Nível deGerenciamento Agronegocial em Nível deCommodities Commodities Commodities Commodities Commodities e/ou de Arranjos Pe/ou de Arranjos Pe/ou de Arranjos Pe/ou de Arranjos Pe/ou de Arranjos Produtivosrodutivosrodutivosrodutivosrodutivos(indutores da formação de (indutores da formação de (indutores da formação de (indutores da formação de (indutores da formação de clustersclustersclustersclustersclusters).).).).).

O gerenciamento agronegocial para umacommodity ou para um arranjo produtivo deveráapoiar-se na própria Cadeia de Logística, já quesua ambiência é maior do que a do PPI que o en-volve. A gestão pode, por seu turno, agregar umconjunto de PPIs, sempre quando se tratar de aten-der a “grupos de interesse” entre produtores dediferentes PPIs.

A adoção do enfoque de agronegócio, num con-texto de região ou pólo de desenvolvimento, con-duz a que um perímetro irrigado seja examinadocomo forma de adução de água com múltiplos pro-pósitos, além do da irrigação, o que invariavelmen-te inclui a agricultura irrigada, o suprimentode água para a agricultura de sequeiro, para aaqüicultura e para a agricultura protegida(protected cultivation). Inclui também o suprimen-to de água a outras atividades não-agrícolas, rela-cionadas com o agronegócio que podem ser bene-ficiadas e beneficiar o processo de desenvolvimentoregional sustentável, tais como, o suprimento paranúcleos habitacionais urbanos e suburbanos, aDefesa Civil, a dessedentação de animais domés-ticos e em cativeiro, o serviço de bombeiros, in-dústrias, hospitais etc.

O gerenciamento agronegocial, portanto, é vis-to em dois contextos: - no intrínseco ao processofinalístico-produtivo, com tipos de agricultores, demão-de-obra, de processos tecnológicos e de or-ganizações de produtores e de produtos; - noextrínseco, em relação ao entorno no qual se situao Projeto, tanto de insumos e produtos, como decanais de comercialização. No primeiro caso, sãoimportantes as revisões de Estudos Técnicos deCadeias de Produção (inputs, processos e outputs);e no segundo, de Cadeias de Logística (ciclo devida dos produtos); de Cadeias de Custódia (licen-ças, certificações, registros e garantias) e deCadeias de Valor (diferentes custos e diferentespreços).

Para o gerenciamento agronegocial, essas açõesdar-se-iam em questões regulatórias e administra-tivas de Ordem Legal, com sugestões para regula-rizações e titulações fundiárias; os estudos técni-cos deveriam concentrar-se na análise da capaci-dade institucional, com o objetivo de aperfeiçoar-se e atrair a iniciativa privada, com sugestões de

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FIGURA 7 – Proposta de indicadores de desempenho para o acompanhamen-to, monitoramento e avaliação.

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revisões de concessões, licenciamentos e outorgas;estudos técnicos de levantamentos de mercados eda capacidade do Semi-Árido brasileiro de aten-der demandas nacionais e internacionais, pesqui-sa de mercados e canais de comercialização; e es-tudos técnicos conducentes a solucionar problemasde logística, de apoio a pequenos produtores e aoplanejamento, servindo como benchmarking.

A aplicação do Planejamento Estratégico clás-sico poderia ser feito dentro do modelo desenvol-vido pela Universidade de Oregon/EUA, com for-te atuação, envolvimento e comprometimento dascomunidades e sociedades locais.

Engenharia de PEngenharia de PEngenharia de PEngenharia de PEngenharia de Produção Agrícola Irrigada e suarodução Agrícola Irrigada e suarodução Agrícola Irrigada e suarodução Agrícola Irrigada e suarodução Agrícola Irrigada e suaGestão para a QualidadeGestão para a QualidadeGestão para a QualidadeGestão para a QualidadeGestão para a Qualidade

A humanidade clama por mais alimentos e pormaior uso de energia renovável e de fonte limpa.A agricultura é a supridora dessas necessidades,participando de forma direta, também, na produ-ção de energia renovável. Existe uma condição dealerta para as questões que envolvem a água docedo Planeta e os recursos hídricos que a humanida-de utiliza.

A FAO tem estatísticas e projeções alarmantesquanto à necessidade de alimentos e de onde ecomo produzir; a OMM e algumas ONGs, igual-mente, projetam necessidades de mudança de fon-tes de energia e diminuição de poluição; fibras eoutros materiais de origem vegetal e animal têmdemandas reprimidas. Tudo isso recai diretamen-te no meio rural, nos recursos naturais que aí ocor-rem e na forma como os agricultores, detentoresdas terras rurais, utilizam esses recursos locais eos insumos trazidos de fora.

Se a agricultura efetivamente deva encarregar-se de produzir mais matérias-primas de origemanimal e vegetal, utilizando menos água, é na En-genharia de Produção Agrícola, sobretudo irrigada,que repousa o conjunto de melhores técnicas oupráticas agrícolas, que objetiva a melhoria dos pro-cessos. Os Estudos Técnicos, nesse caso, encerramos fundamentos teóricos e práticos para a compe-tente revisão dos PPIs, não mais num enfoqueeminentemente social-assistencialista, mas antes,num enfoque orientado ao desenvolvimento sus-tentável, conforme definições e conceitos emana-dos da Conferência das Nações Unidas, para aAgenda 21, e internalizada pela Agenda 21 Brasi-leira.

O assunto é estratégico para o Brasil e paramuitos países de suas relações. Os estudos e pla-nejamentos que se propõem, para as baciashidrográficas e regiões hidrológicas brasileiras,passam a ser essenciais para o planejamento daprópria agricultura. Não se questiona mais o du-plo papel que a agricultura e os agricultores de-sempenham na utilização e na produção de águadoce no continente. O que se busca é a forma dealcançar menor desperdício de água/recursohídrico, desde a precipitação/escoamentos, a cap-

tação, a utilização eficiente, eficaz e efetiva e for-mas de reuso de rejeitos e dejetos ou de deposi-ções na natureza.

Por outro lado, os seres humanos passaram aser mais exigentes em relação aos produtos innatura ou manufaturados que adquirem e conso-mem. Padrões de qualidade e de rastreabilidadedão garantias ao mercado consumidor sobre a ori-gem e a conformidade com processos que os pro-dutos agrícolas e agroindustriais apresentam. Émais um aspecto da engenharia de produção queprecisa ser inserido no contexto das cadeiasagronegociais por commodities e nos arranjos pro-dutivos.

O estudo liderado pelo Banco Mundial (Rela-tório no 28785-BR) sugeriu, em 2004, ações de cur-to, médio e longo prazo, que contemplem os pro-blemas detectados, deficiências, questões em aber-to e opções estratégicas, como sugestões para aintervenção governamental.

Para a Engenharia de Produção Agrícola asações ocorreriam, fundamentalmente, em agrotec-nologias e em serviços de produção agrícola, com-preendendo novas e inexperientes tecnologias,questões de fitossanidade e compromisso com omeio ambiente. Percebe-se a necessidade deintegração desses PPIs com o Ministério da Agri-cultura, incumbido da geração de conhecimentose de sua disseminação, bem como de todas as ques-tões relacionadas com fito e zoossanidade, alémde responsável pela política agrícola e seu plane-jamento. É visível, também, a necessidade deintegração com o Ministério do Meio Ambiente esuas agências.

Estudos Técnicos mais específicos passam porredefinições de métodos, critérios e sistemasmodernamente utilizados, em que se incluem le-vantamentos topográficos, hidrológicos, pedoló-gicos, climáticos, agrológicos ou fitotécnicos, finan-ceiros e econômicos, em senso estrito ao projetopúblico de irrigação, e em maior dimensão (latosenso), com relação aos meios atmosférico, terres-tre e aquáticos que afetam e são afetados pelosPPIs de grande porte, nos quais aqueles levanta-mentos também são requeridos.

Levantamentos topográficos não se podem aterapenas em níveis de reconhecimento ousemidetalhados. As novas tecnologias de irrigaçãoe de agricultura irrigada demandam levantamen-tos detalhados e, por vezes, ultradetalhados, ten-do em vista a agricultura de precisão.

Os estudos hidrológicos precisam ser incluídose aprofundados, quando das revisões técnicas dePPIs nas suas relações de bacias de captação, baci-as ou vasos de acumulação/estocagem de água eos perímetros irrigados, mormente nos 25% depequenos projetos, que têm o abastecimento hu-mano e a dessedentação animal como prioridades,ficando a agricultura irrigada na dependência doregime de águas que aí se estabelece ao longo dotempo.

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Os estudos pedológicos constituem, atualmen-te, um dos mais críticos pontos de definição demodelos de produção e de sistemas de irrigação.O melhoramento genético vegetal vem desenvol-vendo arquitetura de plantas para condiçõesirrigadas, com parte aérea e sistemas radicularespróprios a apropriados. A indústria nacional deequipamentos e de componentes tem desenvolvi-do materiais e sistemas de irrigação, os melhoresdo mundo.

Os sistemas de cultivo – semeaduras, plantios,tratos culturais e colheitas – atuam, cada vez mais,com automação de processos e com agricultura deprecisão. Tudo isso faz com que o Sistema de Clas-sificação de Solos para a Irrigação passe a ser ob-jeto de reexame por parte da Sociedade Brasileirade Ciência do Solo (SBCS). É muito provável quealguns parâmetros venham a ser radicalmentemudados, como, por exemplo, a profundidade mí-nima do perfil do solo para que seja consideradocomo apto à irrigação.

Estudos técnicos relacionados com padrões dechuvas e outras características climáticas, diantedas mudanças de condições observadas e prognos-ticadas, precisam ser inseridos nas revisões dessesestudos. Existem projetos que, decorridos poucosanos, não podem funcionar por falta d’água. Ou-tros existem com diminuição de áreas irrigáveisdecorrentes de má drenagem em nível de parce-las/lotes e do projeto como um todo. Há, ainda,outros que perderam parte da adução de água paraoutras finalidades, reduzindo a capacidade de irri-gação do projeto e, conseqüentemente, as vanta-gens de sua existência.

A agrologia dos projetos ou a fitotecnia estu-dada, à época da concepção e dos desenhos dosprojetos de obras e estruturas hidráulicas e da infra-estrutura de apoio, demonstra ser desenvolvida deforma bastante superficial, até mesmo por falta depolíticas e de indefinições governamentais. A se-leção de produtos agrícolas, em muitas das vezes,recaia num conjunto de cultivos que tinha a vercom a tradição local, ou então, com arranjos quefavorecessem a relação custo/benefício. O resulta-do é que as propostas de projetos de irrigação par-tiam da potencial oferta de solos aptos e de água,por vezes associada à existência de energia no lo-cal e, raramente, tinham como origem a real de-manda de mercados nacional e internacional.

De maneira geral, quer os PPIs tenham inicia-do obras e instalações de infra-estrutura coletiva(Grupo 1) ou que as tenham concluído (Grupo 2)ou mesmo de propostas novas (Grupo 4), o funda-mental é que os estudos técnicos constituam delevantamentos planialtimétricos e pedológicos de-talhados dos lotes a serem irrigados, com indica-ções de cultivos recomendados para cada condi-ção de solo, relevo e sistema de drenagem, desdeque atentem para demandas de mercados e comcanais de comercialização definidos. Essas indica-ções devem ser acompanhadas dos estudos técni-

cos de análises financeiras e econômicas, constitu-indo, assim, Manuais de Boas Práticas Agrícolas.

Esses estudos devem vir acompanhados dosdesenhos hidráulicos de toda a instalação, on farm,dos equipamentos e do respectivo manual de ope-rações e manutenção, relativos aos sistemas de ir-rigação adotados – aspersão convencional, pivôcentral, linear e autopropelido, microaspersão egotejamento – e de detalhes de hidrantes, quandofor o caso, dos hidrômetros e das válvulas na en-trada da UPA e de derivações para um sistema detratamento de água para o consumo humano.

Do Projeto Executivo de irrigação por goteja-mento ou por microaspersão deverão constar, alémdos levantamentos pedológicos, topográficos emalhas hidráulicas detalhadas (por vezes ultra-detalhadas), os desenhos dos sistemas de filtrageme fertirrigação, dos cavaletes de válvulas e deficha-técnica do dimensionamento hidráulico e dodesenho dos demais detalhes de conexões da ma-lha hidráulica, bem como da relação detalhada domaterial a ser utilizado.

Para que os projetos de irrigação e o de agri-cultura irrigada ganhem credibilidade, bem comoeficiência, eficácia e efetividade, recomenda-se aconfecção de manuais técnicos com as informaçõessobre os cultivos programados e adotados para aexplotação agrícola das UPAs, contendo minima-mente o seguinte: - seleção das cultivares recomen-dadas pela pesquisa e pela extensão para a região;- aptidão e preparação dos solos para cada tipo decultivo; - exigência de cada cultivo em relação aágua, sementes/mudas, corretivos, fertilizantes,defensivos, ataques de pragas e de doenças, épo-cas de semeadura/plantios, tratos culturais e co-lheita, cuidados na colheita e pós-colheita, deman-das de mão-de-obra, energia e outros fatores deprodução.

O conceito da Agricultura de Precisão, parti-cularmente para o caso da Agricultura Irrigada,passa, necessariamente, pela adoção de sistemasde manejo racional da irrigação, das fertirrigaçõese, mais recentemente, da aplicação de defensivosagrícolas (agrotóxicos) via água.

O Estudo de Impactos e Externalidades, lide-rado pelo Banco Mundial, sugere reverter a ori-gem que define os PPIs, conforme é demonstradono diagrama de modelo genérico, objeto da Figu-ra 6. Precipuamente, sugere dar ênfase à pesquisae ao desenvolvimento, a barreiras fitossanitárias,a recursos hídricos e aqüíferos, a agroquímicos, asolos/plantio direto e a barramentos e açudes.

Engenharia de Obras e Instalações da Infra-es-Engenharia de Obras e Instalações da Infra-es-Engenharia de Obras e Instalações da Infra-es-Engenharia de Obras e Instalações da Infra-es-Engenharia de Obras e Instalações da Infra-es-trutura de Uso Comum e sua Gestão para o Su-trutura de Uso Comum e sua Gestão para o Su-trutura de Uso Comum e sua Gestão para o Su-trutura de Uso Comum e sua Gestão para o Su-trutura de Uso Comum e sua Gestão para o Su-primento de Água e outros Serviços ao Pprimento de Água e outros Serviços ao Pprimento de Água e outros Serviços ao Pprimento de Água e outros Serviços ao Pprimento de Água e outros Serviços ao Projeto.rojeto.rojeto.rojeto.rojeto.

Estudos Técnicos de projetos em construção oucom obras concluídas, em relação à engenharia deprodução agrícola e aos mercados e canais decomercialização, podem e devem ser concomi-tantemente elaborados. A recomendação de que

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as demandas de mercado e os canais decomercialização são os balizadores para as deci-sões de produção e de infra-estrutura de uso co-mum, nessa ordem, as ações de rever e de revisarum projeto de irrigação e de agricultura irrigada,respeitando essa ordem natural, podem ser desen-volvidas, pari passu, no sentido de ajustá-los aosnovos preceitos emanados daquele Estudo de Im-pactos e Externalidades da Agricultura Irrigada noSemi-Árido Brasileiro.

O Ministério da Integração Nacional (MI) ela-borou um diagnóstico e planos de trabalho em pe-rímetros irrigados para a transferência de gestão ea auto-sustentação dos projetos com um levanta-mento da situação dos PPIs sobre dados gerais doprojeto, ocupação da área (irrigável), administra-ção e operação e manutenção, produções agríco-las e infra-estrutura de irrigação de uso comum.

Exceto para os PPIs mais desenvolvidos e emnúmero muito reduzido, os levantamentos forammais exaustivos e razoavelmente completos na úl-tima parte, ou seja, na infra-estrutura de irrigaçãode uso comum. Isso se deveu à maior disponibili-dade de dados e de informações das obras em an-damento ou paradas há pouco tempo, com cantei-ros de obras ainda presentes e, também, pela cons-tituição de equipes com presença de engenheirosfamiliarizados com obras e estruturas hidráulicasdos PPIs.

Os projetos de irrigação inconclusos têm a ex-celente oportunidade de revisão para a reorien-tação e o redimensionamento justamente por es-tarem em construção. Os projetos de irrigação,cujas obras estão concluídas, passam a ser objetode TGI. Essa transferência de gestão do projetode irrigação off farm do Setor Público, proprietá-rio dos bens construídos para o uso de uma coleti-vidade e detentor das terras onde elas se locali-zam, e que permanece nessa condição para sem-pre, para a administração do Setor Privado é, naverdade, uma forma de concessão legal de direitoreal de uso (CDRU).

Nessa transferência de gestão do público parao privado, a outra concessão legal é de prestaçãode serviço público pelo suprimento de água a de-

terminadas finalidades e usos. Por esse serviçopúblico a Concessionária ou o Distrito de Irriga-ção poderá cobrar as tarifas k2 correspondentes aoscustos do fornecimento de água.

Para os serviços concessionados como CDRUcumpre coletar dos produtores a tarifa k1, relativaa ressarcimentos pelos investimentos realizados,mesmo que os produtores ou a concessionária ja-mais venham a ter a posse do imobilizado e dasterras, onde as obras e instalações estão localizadas.

Nesse quesito, o Estudo de Impactos eExternalidades, liderado pelo Banco Mundial, su-gere a conclusão de pequenas obras e da infra-es-trutura dos demais PPIs, objetivando a otimizaçãoda infra-estrutura existente, especificamente pormeio de levantamentos e análises de custos deinfra-estrutura básica – projetos de irrigação e deagricultura irrigada – e a otimização degerenciamento/O&M da infra-estrutura de usocomum e das ações produtivas.

Os Modelos de Gestão da IUC - Obras e Insta-lações, e de Estudos Técnicos das Fases Projeto eImplantação/Construção, obrigatoriamente com-preendem o que segue: - Sistema de Drenagem(bacia vertente/hidrologia, em UPAs, águas pluvi-ais, estruturas de drenagem); - Sistema Adutor deÁgua (etapas, desenho de projetos/consultoras,construção e implantação das obras e instalações/construtoras); - Sistema de Distribuição e Forne-cimento de Energia Elétrica (Concessionária/Dis-trito de Irrigação, DI/Consumidor, Concessioná-ria/consumo doméstico); - Sistema Viário Interno(DI, Prefeitura, Estado/União); - Análises e Ava-liações Econômicas (custos/preços sombra, bene-fícios, Taxas Econômicas de Retorno (TER), Va-lor Presente Líquido Social (VPLS); - Administra-ção de Projeto e por Projetos (Gestão dos Proje-tos Construtivos de Engenharia de Obras e de Ins-talações, Gestão dos Projetos de Adução de Águas,Gestão dos Projetos de Eletricidade, Gestão dosProjetos Viários: Estradas e Acessos, Gestão dosProjetos de Drenagem; - Sistemas de Acompanha-mento, Avaliação e Métodos de Decisão.

O suprimento de água e a prestação de outrosserviços para a Fase Implementação (agricultura

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Projeto Jaíba no nortede MG: a expansão dacultura irrigada dacana-de-açúcar abre apossibilidade para aocupação total doProjeto

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irrigada e outros usos), como serviços públicosprestados a particulares – pessoas físicas e/ou pes-soas jurídicas - mediante cobrança de tarifas, po-derão incluir, a critério dos usuários e dos clien-tes, a prestação de outros serviços de interesse dacoletividade, como a gestão ambiental, por exemplo.

Nessa linha de concessão de serviço público aprincipal questão a ser devidamente administradapelo Concessionário ou pelo Distrito de Irrigaçãoé a tarifa de água em seus componentes custo fixok2.1 e custo variável k2.2, de tal forma que não oneredesmesuradamente o custo de produção dacommodity .

Pelo que se tem divulgado, do elenco de reco-mendações constantes do Estudo de Impactos eExternalidades liderado pelo Banco Mundial, qua-tro ações governamentais atentam para o que oEstudo sugere: – diagnóstico elaborado pelo MIpor intermédio do PCT Irrigação Iica/MI, com pou-ca divulgação; – atuação da Área de Engenhariada Codevasf, para a atração de investimentos pri-vados em PPIs sob a forma de PPPs, sem grandesucesso até o momento; – assinatura de contratosde concessão (TGI) pelo MI, sem as condiçõesgerais requeridas; – a retomada de discussões emtorno do Projeto de Lei (PL) Irrigação, em níveldo Congresso Nacional e de Audiências Públicas.

Por que atuar na busca dequalidade?

Qualidade é o atendimento às reais expectati-vas dos clientes/usuários, em termos de produtose serviços e dos processos que os obtêm. Qualida-de é gestão. Qualidade Total é a filosofia que colo-ca a qualidade como ponto central dos negócios/atividades da organização, disseminando-a em to-das as atividades e para todos os empregados oufuncionários.

Gestão para a Qualidade Total (GQT) é o con-junto de ações que possibilita administrar a orga-nização com o enfoque da qualidade total. Dessaforma, a GQT deve ser entendida como osomatório da Eficiência – qualidade nos métodose processos de trabalho; da Eficácia – qualidadeno produto/serviço; da Efetividade – qualidade nasatisfação do cliente/usuário e do fator humano dainstituição/empreendimento.

Indicadores de desempenho são parâmetrosrepresentativos de um processo que permitequantificá-los. O indicador quantifica a situaçãoque o programa ou o projeto tenha por fim modi-ficar, de modo que explicite o impacto das açõessobre o respectivo público-alvo, segmento do se-tor produtivo ou sobre o ambiente.

Para o caso da aplicação do conceito de desen-volvimento sustentável, indicadores de sustenta-bilidade fazem-se necessários, a fim de que limitescríticos aceitáveis sejam monitorados e controla-dos. O uso racional da base de recursos naturais,

de mudanças institucionais e de orientaçõestecnológicas, conduz a que um índice geral desustentabilidade (IGS) seja definido como umbalanceamento entre os diversos indicadores en-volvidos.

O indicador, quando aplicado em processos,mede a eficiência destes e constitui indicador deeficiência ou voz do processo. O indicador, quan-do aplicado ao produto, mede a eficácia deste econstitui indicador de eficácia, ou voz do cliente/parceiro. O indicador, quando aplicado ao cliente/usuário, mede a satisfação deste e constitui indi-cador de efetividade, ou voz do cliente/usuário (Fig.3). O indicador é apresentado sob a forma de umarelação ou taxa entre variáveis associadas ao fenô-meno sobre o qual se pretende atuar.

Perspectivas epotencialidades

Desde o tempo do Programa de Irrigação doNordeste (Proine) e do Programa Nacional de Ir-rigação (Proni) e, bem antes disso, com estudoscomo o Plano Diretor para o Desenvolvimento doVale do São Francisco (Planvasf) e, mais recente-mente, o Plano de Ação para o DesenvolvimentoIntegrado do Vale do Parnaíba (Planap), sãoenaltecidas as características e potencialidades dairrigação em níveis regionais e de bacias hidrográ-ficas da Região Nordeste. As propostas políticasquase sempre foram de 1,0 milhão de hectares ir-rigados em pouco tempo, tanto de iniciativas pú-blicas, como privadas.

Entretanto, as perspectivas para a solução dosPPIs existentes não são muito animadoras, na me-dida em que as ações em curso concentram-se emconvênios de concessão, para projetos com obrasconcluídas e de promoções e tentativas de licita-ções para parcerias público-privadas, para aque-les que ainda necessitam de investimentos em obrasde infra-estrutura coletiva. Nada do que foi enten-dido como “bíblia” consta, necessariamente, des-ses dois enfoques de atuação. O ComplexoItaparica, por exemplo, de 9 projetos em 10 áreas/perímetros, construído há 20 anos pela Chesf nosestados de Pernambuco e Bahia, é proposto aindahoje que seja transferido para o âmbito adminis-trativo da Codevasf.

As perspectivas poderiam ser vistas como po-sitivas, se a atuação governamental tivesse comoescopo, antes de tudo, examinar as potencialidadesde uma atuação integrada e interagida entre mi-nistérios do Poder Executivo e suas respectivasagências. A partir daí, seriam previstas perspecti-vas de usufruir e tirar proveito das potencialidades,que os PPIs existentes apresentam, a exemplo depoucos como os projetos na Bahia: Tourão, Curaçá,Mandacaru; e em Pernambuco: Bebedouro e NiloCoelho, embora este último, com valor presentelíquido social (VPLS) negativo.

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Nesses projetos são relativamente claras as or-ganizações que os promoveram. O Projeto NiloCoelho contou com a promoção de marketing etrading e reuniu produtores com as mesmascommodities em torno de entidades como a Asso-ciação dos Produtores Exportadores deHortigranjeiros e Derivados do Vale do São Fran-cisco (Valexport). Esse mesmo Projeto contou como respaldo organizacional no que concerne à infra-estrutura de uso comum e ao suprimento de água,e dos avanços impressos pelas reorientações decultivos e respectivos ajustes em sistemas de irri-gação e em procedimentos metodológicos de prá-ticas agrícolas.

Outro exemplo de projeto de irrigação bem-sucedido e de projeto de agricultura irrigada comsucesso é o Projeto Tourão, concebido desde o iní-cio como parceria entre os segmentos público eprivado.

Projetos que poderiam servir a um bench-markimg existem. O que falta é a decisão de utilizá-los como estudos de caso e difundi-los como exem-plos bem-sucedidos. O propósito do Estudo doBanco Mundial era de contribuir para o estabele-cimento e a implementação de uma estratégia dedesenvolvimento para o Semi-Árido com base numenfoque agronegocial centrado na agriculturairrigada. Previa a discussão dos modelos preconi-zados e a natural mudança mental sobre os mode-los que definiam os projetos no passado.

Foram sugeridas ações de disseminação pormeio de uma série de seminários, reuniões técni-cas, preparação de página/site eletrônico e de arti-gos técnicos em Português, para a divulgação emrevistas especializadas, rádio e televisão. Ao queconsta, nada disso foi providenciado e feito.

PPPPPerspectivaserspectivaserspectivaserspectivaserspectivasPerspectivas existem, tanto para projetos pú-

blicos de irrigação, quanto para os de agriculturairrigada que deveriam ser instalados, pelo menospara os projetos privados, desde que fossem cria-das linhas de financiamentos para investimentose, principalmente, para custeios semestrais, porvezes até trimestrais, de cultivos que são de altarotatividade pelos ciclos curtos que detêm. Agri-cultura irrigada é feita o ano todo. O crédito decusteio nessas condições deveria funcionar comouma conta-corrente em aberto.

É essencial a criação de assistência técnica res-ponsável e privada, com forte apoio de instituiçõesde ensino, para reciclagem de profissionais comenfoque em Engenharia de Produção Agrícola emSistemas Irrigados e de Agricultura Mista. Esselevantamento da capacidade institucional de ensi-no e de treinamento serviria aos propósitos detransferência de conhecimentos e de necessidadesde pesquisas e de desenvolvimento de protótipos.

Toda uma ação de discussões em torno do tema,dos levantamentos e constatações e de outras con-dições em aberto seriam objeto de encaminhamen-

to aos programas de pesquisa científica e tecnoló-gica para os seus devidos equacionamentos.

Pólos de Desenvolvimento com forte partici-pação da agricultura irrigada deveriam ser objetode instalações para a pós-colheita, primeirosprocessamentos (packing houses) e de logística,pelo menos in loco, para facilitar o desenvolvimen-to agronegocial de insumos/serviços e de produ-tos/resultados.

O futuro papel de governo foi visto focandoprojetos que demandem investimentos para a suaconclusão e que apresentem baixo risco; desenvol-ver eficiência e competitividade, diversificando aprodução e expandindo o agronegócio; promovero uso pleno da infra-estrutura do PPI e da regio-nal existente. Muitos desses projetos públicos de-veriam ser considerados como custo afundado oufundo perdido.

As perspectivas poderiam ser altamente posi-tivas no caso de contar com ações conducentes àelaboração de Planos de Atividades Regionais,Estaduais e Municipais, desmembrados em PlanosAnuais de Trabalho, compartilhado entre tantosquantos têm a ver com projetos de irrigação públi-cos e privados e com projetos de agriculturairrigada, de tal forma que investidores privadospossam reconhecer oportunidades de investimen-tos e o próprio segmento público defina suas prio-ridades de inversões.

Portanto, ações de médio prazo sugeridas peloestudo incluem o desenvolvimento institucional,otimização a utilização dos projetos com infra-es-trutura construída, expansão da participação dainiciativa privada, introdução da eficiência e daeficácia nas atividades de agricultura irrigada e denegócios decorrentes e melhoria do uso racional esustentável dos recursos de base. Essas ações ain-da têm perspectivas e oportunidade de serem rea-lizadas.

PPPPPotencialidadesotencialidadesotencialidadesotencialidadesotencialidadesExiste um marco referencial importante que,

de alguma maneira, caracteriza o início de resul-tados positivos da irrigação no Semi-Árido brasi-leiro. Esse marco é representado pelo ProjetoSudene/FAO, nos Latossolos do Campo Experi-mental de Bebedouro (1963) e nos Grumossolosdo Campo Experimental de Mandacaru (1964), lo-calizados nos municípios de Petrolina/PE eJuazeiro/BA, respectivamente. Esse marco fezemergir uma nova concepção de trabalho com airrigação no Nordeste, a partir de 1972/1973 quan-do tiveram efetivo início.

Contudo, as potencialidades precisam ser exa-minadas em função de restrições e manifestam-se,quando estas são removidas. No caso da regiãoSemi-Árida e do restante do Nordeste, essas res-trições são de natureza climática, hidrológica, ge-ológica, edáfica e agrológica. Em 152 anos, apro-ximadamente um terço do tempo registrou escas-sez e/ou seca, também denominada, em muitos

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casos, de seca verde. Os anos de seca superaramem quase o dobro os anos de chuva escassa. Namaioria das regiões/biomas, existe um padrão deprecipitações. Na região Semi-Árida brasileira isso,necessariamente, não ocorre e o regime de chuvasapresenta variabilidade espacial e temporal.

Um exame mais acurado do padrão de chuvasmostraria que, além da variabilidade espacial etemporal das precipitações, ocorrem outros fenô-menos associados com acentuadas perdas por eva-poração. Em condições de seca, são suficientes doisanos para que todos os açudes com altura de águainferior a 6m, sequem completamente e, mesmonão secando, a água remanescente apresenta séri-os problemas de qualidade.

Dos 104 milhões de hectares do Polígono dasSecas, 32,8 milhões são de solos com possível apti-dão para a agricultura irrigada e apenas 1,5 mi-lhão de hectares, talvez 2 milhões de hectares, po-dem contar com água para a irrigação. Nesse aportede água, conta-se com a diferenciação que existeentre oferta abundante, como é o caso do Rio SãoFrancisco, e nítida escassez no restante da região.Essa condição tem levado os governantes a duasestratégias particulares: a) construção de barra-gens/açudes públicos para acumulação e estocagemde água e regularização de vazões, b) obras coleti-vas de tomada de água e de adução, para diversospropósitos, principalmente, para a irrigação.

No primeiro caso, o número de açudesconstruídos no Semi-Árido nordestino é superiora 100 mil e a capacidade de armazenamento é daordem de 25 bilhões de metros cúbicos. Consta queapenas 20% dos açudes estão ligados a algum sis-tema de distribuição. Também nesse particular,existe espaço para estudos e soluções que tratemda produção/captação de águas das chuvas, doarmazenamento, da conservação e uso social/eco-nômico da água potencialmente utilizável no Semi-Árido. Para o segundo, os dois rios mencionados –São Francisco e Parnaíba – representam a possibi-lidade de uso via bombeamentos.

Toda essa região nuclear do “novo” Polígonodas Secas tem como atividade, quase que exclusi-va, a agricultura em pequenas e médias lavouras epequenas e médias criações de animais. Daí, o PIBAgropecuário ser um dos indicadores que bem re-presenta os prejuízos e danos causados pelas secase estiagens à economia e à sociedade e os benefíci-os gerados pelos projetos de irrigação e potenciais.

Por outro lado, como vantagens comparativase competitivas, essas regiões apresentam, justa-mente abundância de condições climáticas favorá-veis e a localização geográfica da região Semi-Ári-da, por seu turno, facilita a comunicação e os trans-portes internos e, também, a exportação. Produ-tos hortícolas e frutícolas têm, nessas condições,vantagens inigualáveis que, na presença de gestãoprópria aos agronegócios, podem extrair experi-ências que coloquem o cluster em posição de van-guarda.

A área irrigada no Brasil, estimada em 3,5 mi-lhões de hectares, apresenta um potencial da or-dem de 20 milhões de hectares. Na região semi-árida, embora existam solos aptos num montantede 1,5 milhão de hectares para irrigação, existemestudos recentes que indicam o potencial de 32.858mil hectares de solos/terras que poderão vir a seraptas. O balanço entre disponibilidades e deman-das atuais dos recursos hídricos, no entanto, paraas 18 unidades de planejamento identificadas eusadas no estudo em referência, é da ordem de64.900 hm3/ano, o que permite irrigar uma áreatotal de 1.572 mil hectares, ou seja, para cada hm3

de disponibilidade anual de água, podem-se irri-gar 71,4 ha. Essas projeções foram feitas segundoSTRAUSS, E. (1996) e CHRISTOFIDIS, D.(1997), citado por SKILL Eng. LTDA., na basemédia de 14 mil m3 de água por hectare irrigado.

Em função da limitação de água, o potencialde área irrigável é de três vezes a atual área irrigadade 500 mil hectares. Modernizando os processosda agricultura irrigada, dando-lhe eficiência, essaárea possivelmente poderia ser aumentada. A irri-gação é uma prática que, antes de tudo, precisaatentar para métodos poupadores de água e deenergia.

Percebe-se, que o fator humano envolvido ecomprometido com o projeto, é fundamental edecisivo. Profissionais de Projetos de Engenhariade Obras e de Operação/Manutenção, e profissio-nais de Projetos de Engenharia de Produção Agrí-cola, juntamente com produtores rurais, comerci-antes, industriais, prestadores de serviços e de po-líticos locais, formam a teia humana que promoveuma agricultura e o desenvolvimento rural e urba-no de forma ordenada e sustentável. Trabalhar adimensão humana constitui tarefa prévia às pre-tensões de projetar o desenvolvimento. Avaliar acapacidade do fator humano pretensamente envol-vido e as respectivas necessidades instrucionais ede educação para o negócio conduz a que progra-mas de treinamento e capacitação sejam vislum-brados e promovidos a priori.

Para garantir que as inversões em obras coleti-vas (públicas) sejam adequadamente utilizadas,torna-se cada vez mais clara a necessidade de bemselecionar, treinar/capacitar e prover assistênciatécnica aos agentes que operam as cadeiasagronegociais. A relevância da capacitação é mai-or para os produtores rurais na fase da produçãoprimária.

A relevância de orientações tecnológicas, emboa medida, repousa no conhecimento de espéci-es vegetais para a prática da irrigação. As espéciescultivadas são selecionadas para a adaptação a con-dições climáticas, normalmente relacionadas coma temperatura do ar (calor) e com a luminosidade(luz). O ambiente do solo é então ajustado porvários tratamentos físicos e químicos (bióticos eabióticos), inclusive por irrigação/suprimento deágua ou de recurso hídrico (k2).

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ESTADO DE SERGIPE10

Enfoques e atividades orientadas ao DesenvolvimentoRegional Sustentável

O estado de Sergipe é a menor unidade territorial dafederação (com exceção do Distrito Federal), razão por quetem buscado orientar o desenvolvimento das áreas maisaltas e Semi-Áridas com o uso da irrigação nos municípiossob a influência da Barragem do Xingó e outros, localiza-dos no Baixo São Francisco.

Coincidindo a época, quando foram finalizados, osestudos liderados pelo Banco Mundial sobre externalidadese os impactos gerados pelos PPIs, com a proposta que ogoverno do Estado havia formulado ao BID, para financi-amento de projeto com 20 mil hectares irrigáveis naregião do Xingó, duas Secretarias de Estado (Planejamen-to, Ciência e Tecnologia - Seplantec e Agricultura - Seagri)foram buscar orientação de como enfocar e formular aCarta-Consulta a ser encaminhada para a Seain, o Gtec ea Cofiex. A decisão de seguir o que o estudo do BancoMundial recomendava resultou na aprovação da primeiraproposta após 14 anos de interrupção de financiamentosde novos projetos públicos de irrigação no País. Assim,seguiu-se a preparação dos trabalhos de campo e dosdocumentos que norteariam a proposta de financiamen-to do interesse do Estado e do BID. Este documentosíntese qualifica o trabalho de formulações estratégicas,do marco-lógico e dos planos operacionais de propostas,em relação às questões político-estratégicas, estruturantese finalístico-integrativas.

Os dois pólos de desenvolvimento sustentável preten-didos à época pelo estado de Sergipe (Xingó e Baixo SãoFrancisco) possuem projetos que se enquadram nos quatrotipos estratégicos do MI.

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido Sergipano

O Programa propunha a implementação de uma novaestratégia de desenvolvimento integrado para expressivaporção da região Semi-Árida do Estado, compreendendocinco municípios e uma extensão territorial de 4.187 km2,correspondendo a 19% do Estado e no qual viviam 108 milpessoas.

Pontos fracos da região: - solos problemáticos; - pobre-za populacional e institucional. Em contrapartida, os pon-tos fortes da região são: - clima favorável à irrigação; - fartadisponibilidade de água; - disponibilidade de energia elé-trica; - espaço para migrações organizadas e qualificadas.

A oportunidade desse Programa, entendida pelo agentefinanciador BID, pela Seain, pelo Gtec e pela Cofiex, dava-seem razão da proposta de mudanças e de enfoques que,basicamente, eram assentes no que formulou o Estudo sobreImpactos e Externalidades liderado pelo Banco Mundial.

Além do atendimento a esses pontos de suma impor-tância, o Programa enfatizava o desenvolvimento do turis-mo, pelas excelentes condições de atratividade representa-da pelo lago do Xingó, ilhas, praias fluviais, cânion do São

Temas anexos: experiências recentes

Francisco, grutas e trilhas da Caatinga, aliados aos sítiosarqueológicos e históricos relacionados com a época docangaço, os quais conferem à região um potencial turísti-co, ecológico e cultural.

O apoio ao desenvolvimento municipal, absolutamen-te necessário, constituía um terceiro ponto de ênfase comopropósito do Programa.

A área total do Programa (40 mil ha) incluía: - o ProjetoCalifórnia, em funcionamento há 18 anos, com infra-estrutura hidráulica em operação, com sistemas de produ-ção agrícola, que necessitam ser convertidos e moderniza-dos para se tornarem competitivos e contributivos aodesenvolvimento regional; - o Projeto Jacaré-Curituba, cujainfra-estrutura inconclusa necessitava de investimentosadicionais para a operacionalização das áreas ocupadaspelo MST, em negociação com o Incra, e o restante da áreapara o desenvolvimento da agricultura irrigada em moldesempresariais; - o Projeto Nova Califórnia, que absorveria asáreas dos projetos Cuiabá, Modelo, Florestan Fernandes,J.P. Teixeira e Mandacaru, todos ocupados pelo MST e emnegociação com o Incra, e de duas áreas novas, quesomam, aproximadamente, 13 mil hectares, sendo 3.400ha irrigáveis e 9.600 ha de agricultura de sequeiro.

Por esse duplo aspecto de colonização/ocupação pormovimentos reivindicatórios e pela ocupação destinada àsatividades empresariais agrícolas e também pela agricultu-ra irrigada e de sequeiro, o Programa foi dividido em: -Projetos de Desenvolvimento Agrário, com o enfoqueprincipal de Reforma Agrária; e - Projetos de Desenvolvi-mento Agrícola, com o enfoque do agronegócio voltadopara os mercados regional, nacional e internacional, nessaordem. As famílias da Reforma Agrária, gradualmente,seriam integradas às produções e negócios agrícolas comoportunidades oferecidas por empresas âncoras organiza-das por grupos de interesse.

O conceito de Agronegócio, no caso, compreendia asCadeias de Produção (a semelhança do Agribusiness deHarvard, de insumos, produção e produtos), as Cadeias deLogística (inclui as de produção e têm origens em deman-das e ofertas), as Cadeias de Custódia e as Cadeias de Valor.

O Programa compreendia os seguintes componentes: -Implantação do pólo agroindustrial do Xingó (subcompo-nentes A1 Desenvolvimento Agrícola e A2 Desenvolvimen-to Agrário); - Promoção ao desenvolvimento regional (atra-ção de investidores, apoio a projetos produtivos, gestãoambiental e promoção da aqüicultura); - apoio ao desen-volvimento municipal (fortalecimento da Gestão Munici-pal e das Organizações Comunitárias, e de Planos Integra-dos de Investimentos Municipais); - Pesquisa, estudos eprojetos; - Gestão, monitoria e avaliação. O prazo deexecução do Programa era de oito anos, prorrogáveis porigual período, com um orçamento previsto de US$ 88milhões para a primeira fase e outro, para a segunda.

Conclusão: A Seplantec e a Seagri, com visão defuturo, conseguiram em seis meses a primeira Carta-Con-sulta na Seain, Gtec e Cofiex, depois de 14 anos. Noentanto, dificuldades de entendimento da Secretaria de

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Estado para a Infra-estrutura (Seinfra) levaram a propostaao modelo antigo de engenharia de obras, basicamenteduas adutoras e uma estrada vicinal. Daí, a proposta deaprovada passou a ser recusada, primeiro pelo BID, agentefinanciador, e logo depois pelo governo brasileiro.

Transferência da Gestão do Perímetro Público de Irriga-ção Cotinguiba-Pindoba

O Baixo São Francisco abrange áreas de várzeas quemargeiam o rio, em Alagoas e em Sergipe, onde tradicio-nalmente era produzido arroz durante a estação chuvosa,contando com rudimentares estruturas hidráulicas queamenizavam as oscilações naturais do nível do rio. Com aconstrução da hidrelétrica de Sobradinho, acarretandoinundação parcial da área cultivada, a Codevasf planejou econstruiu os projetos de drenagem e, por vezes, de irriga-ção, dotados de proteção mediante a construção de diquesde contenção de cheias.

Encontram-se, nesse Pólo de Desenvolvimento, ao ladodo estado de Sergipe, os Perímetros Públicos da Codevasfconcluídos e implantados: Betume, Cotinguiba/Pindoba,Propriá, Boacica e Itiúba, totalizando 10.507 ha. Do ladoalagoano, o Perímetro Marituba encontra-se em implanta-ção, com área total de 4.200 ha, possivelmente orientadopara o cultivo da cana-de-açúcar.

Paralelamente ao cultivo do arroz por inundação, temsido explorada a fruticultura nas áreas mais elevadas dasvárzeas, utilizando métodos de irrigação por aspersãoconvencional e microaspersão. Nesse pólo, localizam-se osprojetos de irrigação Platô de Neópolis e Pindorama, alémdas Unidades de Transferência de Embriões de Batalha eGlória, pertencentes ao estado de Sergipe.

Os Projetos Cotinguiba-Pindoba, Própria e Betume sãoobjetos de proposta de transferência de gestão da Codevasf,para o âmbito do Estado, com o propósito programado deTGI plena dos Perímetros Públicos, em tempo hábil eajustado aos respectivos usuários.

A Secretaria da Agricultura e o estado de Sergipe têmexperiência na condução desse tipo de atuação, particular-mente exercitada no Projeto Platô de Neópolis, inteiramen-te privatizado, já há alguns anos.

Na transferência de gestão do Projeto Cotinguiba-Pindoba, a Sagri pretendia desenvolver a proposta, segun-do quatro componentes fundamentais para a consecuçãodos objetivos a que se propõe o Projeto. Em primeiro lugar,a infra-estrutura do Projeto está toda implantada, necessi-tando apenas de reparos e adequações a novas situaçõesde produção agrícola. Em segundo, os modelos de moder-na produção primária (crop budgets e farm models), aodemandarem procedimentos de operação e manutenção(O&M), ajustados à modernização de processos produti-vos, conduziriam as ações e atividades à melhoria deprocessos administrativos e financeiros. Em terceiro, junta-mente com a revisão dos procedimentos de O&M, outrosde administração de pessoal, de recursos financeiros, demateriais e de gestão dos negócios agrícolas deveriamconstituir prioridades de atuação da Sagri, para a efetivatransferência, em curto prazo, da gestão da irrigação e dosnegócios, aos usuários. Em quarto lugar, as questõesambientais deveriam fazer parte de proposta de Projeto de

Manejo Ambiental das áreas antropizadas e das áreas depreservação in situ, das reservas permanentes e das áreas dereserva legal.

Os componentes orientados para a inovação, criatividadee engenhosidade, são: - Engenharia de Produção Agrícola:irrigada e de sequeiro; - Engenharia de Obras Coletivas; -Engenharia Ambiental e - Engenharia Gerencial ouGerenciamento Agronegocial.

Óbices e DificuldadesA inexistência de marcos político-estratégicos claros e

concretamente definidos induz a que organismos e institui-ções incumbidas de ações estruturantes tenham dificuldadesde perceber e entender conceitos e objetivos das açõesfinalístico-integrativas.

As definições político-estratégicas são tipicamente fun-ções do Estado. As ações finalístico-integrativas são da natu-reza de empreendedores da iniciativa privada. As açõesestruturantes representam a oportunidade concreta deintegração entre os segmentos públicos e privados, tanto naconstrução de infra-estrutura de uso comum, como na pres-tação de serviços à sociedade.

Nos Perímetros Públicos de Irrigação (PPIs) esses trêsconjuntos de ações normalmente confundem-se numa únicainstituição pública, quase sempre detentora dos recursos aserem aplicados em infra-estrutura de uso comum, ondecumprem razoavelmente com a função estruturante, maspecam por desconhecer e não entender as funções finalísticase de integração que marcam os negócios agrícolas, onde astécnicas de irrigação se inserem.

As propostas para o Programa Xingó recaíram nessaóptica de priorizar pela Seinfra novas obras de engenharia civile estruturas hidráulicas ou das mais dispendiosas de projetosem andamento, resultando em desinteresses do governobrasileiro e do agente financiador externo.

As propostas para o Programa de TGI do estado deSergipe, em comunhão com as da União, também não encon-traram motivação, possivelmente pelo fato de que saem daesfera federal estruturante, para ingressar na esfera estadualfinalístico-integrativa ou seja, saem do âmbito do MI, daUnião, para a Sagri, do Estado.

O resultado é que ambas as propostas estão pendentes dedefinições político-estratégicas, e a nova gestão da adminis-tração do Estado reorganiza outra proposta em função deoutros parâmetros de desenvolvimento regional para o esta-do de Sergipe. Perderam-se excelentes oportunidades deexercitar novos modelos em condições que tinham tudo paradar certo.

RIO GRANDE DO NORTE

A maioria dos projetos de irrigação do Rio Grande doNorte é do tipo que predomina em outros Estados da RegiãoNordeste. Diferentemente de outros projetos abastecidoscom água de grandes corpos, como rios e barramentos, casodo Projeto Xingó em Sergipe, esses são de pequeno porte eabastecidos por açudes com finalidades prioritárias de abas-tecimento humano e de dessedentação animal. O manejodado às bacias de captação desses açudes é fundamental parao abastecimento da água a ser armazenada e para a manuten-

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ção do vaso de acumulação com um mínimo de sedimentação.Esse foi o espírito que norteou a proposta feita para a

inclusão do componente irrigação ou agricultura irrigada noPrograma de Desenvolvimento Sustentável e Convivênciacom o Semi-Árido Potiguar11, sob a denominação de ProjetoPiloto de Recuperação e Modernização de Perímetros Irriga-dos na Região do Seridó, compreendendo os Projetos Itãns,Cruzeta e Sabugi.

A recomendação para a inclusão desses três projetos noPrograma de Recursos Hídricos do Estado “surge em decor-rência dos estádios em que se encontram e da relativa facilidadecom que podem ser mobilizados, para a recuperação de estru-turas e obras hidráulicas, reconvertendo sistemas de irrigaçãogastadores de água em sistemas poupadores mais eficientes eeficazes e modernizando processos bióticos e abióticos deengenharia de produção agrícola, quer seja de agriculturairrigada, de sequeiro, aqüicultura e de agricultura protegida,quer seja de produção vegetal ou de produção animal”.

Numa primeira etapa o Programa enfatiza a gestão derecursos hídricos e tem na região do Seridó a área prioritáriade atuação, em decorrência dos últimos dez anos com forteirregularidade de chuvas. A construção da Barragem Oiticica,atualmente fazendo parte do Programa de Aceleração doCrescimento (PAC), com capacidade de 550 milhões de m3 deacumulação é obra fundamental de integração hídrica doSeridó, basicamente incluindo a construção de 36 km decanal, ligando a barragem Rio Piranhas com a Bacia do Seridó.Dessa transposição, um canal de 5 km de extensão podeabastecer o Assentamento Caatinga Grande, pequeno canalna Passagem das Traíras que regularizará o Açude Itãns, e umcanal de 8 km de extensão que regularizará o abastecimentodo Projeto Sabugi.

O fundamento da proposta de inclusão do ComponenteIrrigação no Programa Estadual de Recursos Hídricos, noentanto, teve três segmentos em vista: - a barragem, estadogeral de conservação, sua capacidade de acumulação/cubagens, desassoreamento e recuperações; - estudos amontante em nível de bacia de captação, das técnicas emétodos de uso e manejo solo-água-planta/animal, visandomaior capacidade de captação de águas pluviométricas eredução de erosões; - estudos a juzante de métodos deirrigação poupadores de água e de sistemas produtivoseficientes, eficazes e efetivos.

Os projetos de irrigação de pequeno porte, localizados naregião Nordeste e no Semi-Árido brasileiro, poderiam bene-ficiar-se grandemente do modelo proposto e a ser desenvol-vido dentro do Acordo de Empréstimo com o Banco Mundial,que já havia sido aprovado. Lamentavelmente, missões pos-teriores do BM tiveram dificuldade em entender o que estavasendo proposto, e que não coincidia com o que a experiênciados membros das Missões e do Banco normalmente recomen-da. Do lado nacional, mais uma vez, a prioridade recai emobras e estruturas hidráulicas do PAC, com a expectativa deque possibilite a inserção de projetos integrativos e finalísticoscomo estratégia de desenvolvimento regional sustentável,assegurando renda, emprego e diminuição da pobreza, si-multaneamente com a preservação ambiental. Espera-se quenão se perca, também, essa oportunidade de exercitar outromodelo de desenvolvimento local/regional com base emprojetos existentes de irrigação de pequeno porte.

NOTAS1 Palestra especialmente preparada para a ABID e proferida na aber-tura do XVII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, realizadoem Mossoró, RN, no período de 7 a 12 de outubro de 2007. Ospontos de vista e os conceitos, idéias e sugestões registrados no do-cumento são de responsabilidade exclusiva do autor, não cabendoatribuir envolvimentos ou compromissos a pessoas, entidades e or-ganizações mencionadas no texto. Assertivas que possam levar à idéiade conclusões são, na verdade, pontos de discussão e não de afirma-ções conclusivas. Com isso, o autor e a ABID esperam contribuir paraa retomada de discussões sobre as perspectivas e potencialidadesviáveis para a agricultura irrigada nessa parte do Brasil.2 O autor agradece a colaboração recebida do Engenheiro Agrôno-mo Edson de Araújo e Silva e do Engenheiro Mecânico AdhemarBrandini, M. Sc. em Engenharia Agrícola.3 BNB. Políticas e Estratégias para um Novo Modelo de Irrigação (Vo-lumes 1 a 5), Fortaleza, 20014 World Bank. Brazil. Irrigated Agriculture in the Brazilian Semi-AridRegion: Social Impacts and Externalities. Main Report No. 28785-BR.April 26, 2004.5 World Bank, Report No 28785-BR: Brazil. Irrigated Agriculture inthe Brazilian Semi-Arid Region: Social Impacts and Externalities. April26, 2004.6 FAO and INPIM, International E-mail Conference on IrrigationManagement Transfer (IMT) – Sharing Lessons from Global Experience,with the support of Ford Foundation, 2001.7 Exposição Universal de Hannover/Alemanha – EXPO 2000, 05 dejunho a 31 de julho.8 Ministério da Agricultura e do Abastecimento – Programa deReorientação Institucional do Ministério da Agricultura (PRIMA). IICA.1996.9 BUSCH, Lawrence, How to study agricultural commodity chains: amethodological proposal, University of Kentucky, in Michel Griffor,ed. 1990.10 Os trabalhos desenvolvidos constam, fundamentalmente, dos pro-jetos que compõem o Programa de Desenvolvimento da Região doXingó, outubro de 2003 a março de 2005, e de Transferência deGestão do Projeto Cotinguiba-Pindoba, março e abril de 2005.11 Contrato no 031/2004 entre a Secretaria de Recursos Hídricos doRN e a TC/BR Tecnologia e Consultoria Brasileira S.A., objetivandoviabilizar uma operação de crédito junto ao Banco Mundial, por so-licitação deste por intermédio de Missão realizada em agosto de 2004,em função de Carta-Consulta aprovada pela Cofiex.

No Rio Grande do Norte, os projetos de irrigação Itãns, Cruzeta eSabugi foram incluídos no projeto-piloto de recuperação emodernização dos perímetos irrigados na região do Seridó

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O XVII Congresso Nacional de Irrigação eDrenagem (XVII Conird) está trazendo para dis-cussão em Mossoró, Rio Grande do Norte, de 07 a12 de outubro de 2007, o tema “Agricultura irrigadano Semi-Árido”, com uma extensa programação eabertura na noite do dia 7, domingo, quando asinscrições estarão abertas no hotel Vila Oeste, des-de o meio-dia.

Além da conferência de abertura, a cargo doconsultor Elmar Wagner, com base em trabalhosdo Banco Mundial, o evento será contemplado comuma programação composta por mais três confe-rências, quatro seminários, 15 minicursos ajusta-dos em cinco blocos de atividades, sessões pôsteres,estandes de empresas de insumos e equipamentosde irrigação e dois dias de campo na região doBaixo Açu e na Chapada do Apodi.

Vale destacar que Mossoró, com trabalhos pio-neiros como do melão no Semi-Árido, será palcopara assuntos de interesse para todo o Brasil, comoo do projeto de lei sobre a Política Nacional de Irri-gação e Drenagem, em discussão no Congresso Na-cional, com a presença do relator desse projeto,deputado federal Afonso Hamm. Ele fará sua ex-posição em seguida a do presidente da Coopyfrutas,Francisco Vieira, em seminário presidido pelo rei-tor da Universidade Federal do Semi-Árido.

XVII Conird discute a agriculQuem ganha com atransposição?

Outro assunto palpitante será a conferência“Perspectivas da agricultura irrigada no Semi-Ári-do com a integração da Bacia do São Francisco comas bacias do Nordeste Setentrional”, um debatetécnico que interessa a todos os municípios benefi-ciados pelas águas do “rio da integração nacional”.

Segundo a governadora do Rio Grande do Nor-te, Wilma Maria de Faria, a integração das baciashidrográficas potiguares com a do São Francisco éde extrema importância para o desenvolvimentodo Estado, pois além de propiciar a expansão dasáreas irrigadas, eliminará o risco da escassezhídrica, independente da situação pluviométricaocorrida em determinado ano. “Só para se ter idéiada importância do projeto para o nosso Estado,mais de 1,2 milhão de pessoas – em mais de 90municípios - serão diretamente beneficiadas coma transposição”, garante ela.

Importância do XVII ConirdPara a governadora do RN, o XVII Conird é

um evento importante que vai levar para o Estadonovas tecnologias aplicáveis aos diferentes siste-

Entre as frutas, o melão é o principalproduto de exportação do RN erepresentou U$58 milhões emexportações de 2006

HORÁRIO

7h às 10h

10h às 10h30

10h30 às 12h30

12h30 às 14h

14h às 17h

17h às 17h30

17h30 às 19h

19h

21h

08/10 SEGUNDA

MINICURSOS*

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

CONFERÊNCIA IPerspectivas da agriculturairrigada no Semi-Árido com aintegração da Bacia do SãoFrancisco com as bacias doNordeste Setentrional

AlmoçoVisita a estandes e pôsteres

SEMINÁRIO IRevitalização, gestão e utilizaçãode recursos hídricos parairrigação no Semi-Árido

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

Apresentação de trabalhos

Visita a estandes e pôsteres

07/10 DOMINGO

CredenciamentoRecepção e Informações

Solenidade de aberturaConferência Inaugural: Perspectivase potencialidades da agriculturairrigada no Semi-Árido

CoquetelVisita a estandes e pôsteres

FOTO: FRANCISCO LOPES FILHO

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 33

ltura irrigada no Semi-Áridomas de irrigação, bem como as novidades nos equi-pamentos, no uso dos insumos e manejo em geral.“Tenho certeza que os nossos técnicos e produto-res rurais estarão atentos a essas inovações e po-derão tirar o maior proveito possível desse evento,em prol do desenvolvimento da agricultura”, afir-ma Wilma de Faria.

O vice-governador do Rio Grande do Norte eSecretário de Estado do Meio Ambiente e dosRecursos Hídricos, Iberê Ferreira de Souza, rea-firmou o apoio do governo ao XVII Conird e rati-ficou a importância da realização do evento tantoem âmbito local quanto para todo o Semi-Árido.Ele irá presidir o seminário sobre “Revitalização,Gestão dos Recursos Hídricos e Desenvolvimentoda Agricultura Irrigada no Semi-Árido”.

Para o reitor da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) e presidente da comissãoorganizadora do XVII Conird, professor JosivanBarbosa Meneses, a realização do Congresso Na-cional de Irrigação e Drenagem em Mossoró vaicolaborar para a visibilidade de áreas desenvolvi-mentistas da região, como os projetos localizadosno Baixo Açu e Chapada do Apodi, motivos de diasde campo. “A agricultura irrigada é uma das me-lhores alternativas para o sustentável e prósperodesenvolvimento do Semi-Árido. A realização do

XVII Conird em Mossoró é uma grande conquistade todos nós, do RN, mas especialmente para aUfersa, uma universidade de apenas dois anos deexistência, o debate não poderia ter chegado emmelhor hora. Estamos em pleno processo deexpansão, tanto estrutural como no volume decursos oferecidos, como de alunos e professores”,considera ele.

Wilma Maria deFaria: atransposição doRio SãoFrancisco vaibeneficiar maisde 1,2 milhão depessoas no RN

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 33

09/10 TERÇA

MINICURSOS*

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

CONFERÊNCIA IIOs desafios tecnológicos para o manejoda irrigação no Semi-Árido diante dasmudanças climáticas

AlmoçoVisita a estandes e pôsteres

SEMINÁRIO IIAlternativas e desafios para odesenvolvimento dos agronegócioscalcados na agricultura irrigada no Semi-Árido, subsídios para nova políticanacional de irrigação e drenagem

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

Assembléia da ABID

Visita a estandes e pôsteres

10/10 QUARTA

MINICURSOS*

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

CONFERÊNCIA IIIPerspectivas da agricultura irrigadapara a produção dos biocombustíveis noSemi-Árido

AlmoçoVisita a estandes e pôsteres

SEMINÁRIO IIIEnsino, pesquisa e extensão em irrigaçãoe drenagemSEMINÁRIO IVAssistência técnica na agricultura irrigadae nos perímetros públicos do Semi-Árido

IntervaloVisita a estandes e pôsteres

Apresentação de trabalhos

Visita a estandes e pôsteres

Jantar de Confraternização

11/10 QUINTA

DIA DE CAMPO

Baixo AçuCulturas irrigadasde banana,algodão, girassol epastagem

Almoço

Retorno a Mossoró

12/10 SEXTA

DIA DE CAMPO

Chapada do ApodiCulturas irrigadasde melão, melanciae abacaxi

Almoço

Retorno a Mossoró

*MINICURSOS:são 5 blocos comatividadessimultâneas.Conformedisponibilidade devagas, escolher, acada dia, entreblocos que tratamde: agriculturairrigada familiar;outorga e gestãodas águas; culturasenergéticas epastagens irrigadas;cafeicultura; efruticultura/floricultura.

*As empresas deequipamentos deirrigação e deinsumos comestandes no eventoterão um espaço de20 minutos paraapresentar seusserviços, produtos eopiniões em cadaum desses cincoblocos deatividades.

PROGRAMAÇÃO DO XVII CONIRD

FOTO: GOVERNO RN

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CONFERÊNCIAS (PARTICIPANTES E INSTITUIÇÕES)

07/10 – 19h – Conf. Inaugural – Perspectivas e Potencialidades da Agricultura Irrigada no Semi-Árido, Bases do Banco MundialElmar Wagner (conferencista) Consultor independente (Banco Mundial)

08/10 – 10h30 às 12h30 – Perspectivas da Agricultura Irrigada no Semi-Árido com a Integração da Bacia do São Franciscocom as Bacias do Nordeste Setentrional

José Machado (presidente) ANARômulo Macedo (conferencista) Ministério da Integração NacionalFrancisco de Souza (debatedor) UFC / consultorElias Fernandes Neto (debatedor) DnocsHumberto Santa Cruz (debatedor) AibaManoel Cândido (debatedor) Fetarn

09/10 – 10h30 às 12h30 – Desafios Tecnológicos para o Manejo da Irrigação no Semi-Árido diante das Mudanças ClimáticasRaimundo Deusdará Filho (presidente) CodevasfPaulo Sentelhas (conferencista) Esalq / USPBernardo Barbosa da Silva (debatedor) UFCGLuiz dos Santos Pereira (debatedor) Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de LisboaJosé Sydrião Alencar Júnior (debatedor) Etene / BNBRepresentante da Csei/Abimaq (debatedor) Csei / Abimaq

10/10 – 10h30 às 12h30 – Perspectivas da Agricultura Irrigada para a Produção dos Biocombustíveis no Semi-ÁridoBenedito Vasconcelos Mendes (presidente) UernFrederico Durães (conferencista) Embrapa AgroenergiaWalter Farias Gomes Júnior (conferencista) AgrovaleDurval Dourado Neto (debatedor) USP/ABIDJosé Maria Marques de Carvalho (debatedor) Fundeci / Etene / Banco do NordesteRepresentante da ASA (debatedor) ASAUlisses Soares e/ouJoão Augusto Paiva (debatedor) Petrobrás

SEMINÁRIOS (PARTICIPANTES E INSTITUIÇÕES)

08/10 – 14h às 17h – Revitalização, Gestão e Utilização de Recursos Hídricos para Irrigação no Semi-ÁridoIberê Ferreira (presidente) Vice-governadoria / RN e Semarh / RNJonas Paulo de Oliveira Neres (prelecionista) CodevasfVera Lúcia Lopes de Castro (prelecionista) Semarh / RNDonivaldo Pedro Martins (moderador) IicaCristina Gaião Peleteiro (debatedor) DnocsEduardo Gadelha (debatedor) NolemMarcelo Borges Lopes (debatedor) Csei / Abimaq

09/10 – 14h às 17h – Política Nacional de Irrigação e o Desenvolvimento dos Agronegócios Calcados na Agricultura Irrigadano Semi-Árido

Josivan Barbosa Menezes (presidente) Reitoria da UfersaFrancisco Vieira da Costa (prelecionista) CoopyfrutasAfonso Hamm (prelecionista) Câmara FederalHelvecio Mattana Saturnino (moderador) ABIDLuiz Roberto Barcelos (debatedor) Agrícola FamosaPedro Rafael Lapa (debatedor) Banco do Nordeste do Brasil S.A.Representante da Csei/Abimaq (debatedor) Csei / Abimac

10/10 – 14h às 17h – Ensino, Pesquisa e Extensão em Irrigação e DrenagemLuis Antonio Lima (presidente) UflaPaulo Estevão Cruvinel (prelecionista) EmbrapaAntonio Alves Soares (moderador) UFVPedro Carlos Gama da Silva (debatedor) Embrapa Semi-ÁridoSaint Clair Lira Santos (debatedor) Emater / RNDurval Dourado Neto (debatedor) Esalq / USPCarlos Alberto Vieira de Azevedo (debatedor) Universidade Federal de Campina Grande (PB)Representante da Csei/Abimaq (debatedor) Csei / Abimaq

10/10 – 14h às 17h – Assistência Técnica para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada Familiar e Atendimento aosPerímetros Públicos de Irrigação

Luiz Cláudio Souza Macêdo (presidente) Emater / RNPedro Almeida Duarte (moderador) Sape / RNArgileu Martins da Silva (prelecionista) SAF / MDAManoel Cândido (debatedor) FetarnGersino Maia (debatedor) Programa de Des. SolidárioCoordenadores do bloco de minicursos sobre agricultura irrigada familiar (debatedores)Representante da Csei/Abimaq (debatedor) Csei / Abimaq

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BLOCOS DE MINICURSOS (COORDENADORES / INSTRUTORES E INSTITUIÇÕES)

BLOCO A – 08/10 – 09/10 – 10/10 – das 7h às 10h – SISTEMAS E EQUIPAMENTOS PARA PEQUENA IRRIGAÇÃO / AGRICULTURAIRRIGADA FAMILIAR

Coordenadores: Emater RN e MG com eventuais apoios do Dnocs, Codevasf, SAF-MDA e BNBMaria Leonice de Freitas, pela Emater-RN; Nildo da Silva Dias, pela Ufersa; João Carlos Guimarães, da Emater-MG

08/10 Instrumentos, estratégias e organização para assistência técnica em manejo da irrigaçãoInstrutores: Everardo Mantovani, UFV; Lindolfo Medeiros Carvalho, Emater-RN

09/10 Sistemas e equipamentos de irrigação para pequenas áreas e perímetros irrigadosInstrutores: Luis César Drumond, UFV; José Roberval Lima, Emater-RN

10/10 Alternativas e experiências com fertirrigação na agricultura irrigada familiar no Semi-ÁridoInstrutores: José Simplício de Holanda, Emparn – Ufersa e UFRN; José Maria Pinto, Embrapa Semi-Árido

BLOCO B – 08/10 – 09/10 – 10/10 – das 7h às 10h – CAFEICULTURA IRRIGADA NO SEMI-ÁRIDOCoordenador: André Fernandes, NCI do CBP&D/Café – Uniube e Gabriel Bartholo, CBP&D/Café - Embrapa CaféApoios: Embrapa Café, Codevasf, Dnocs, SAF/MDA, BNB/ Etene e Csei/Abimaq

08/10 Introdução geral: Interesses pelo Arábica e Conillon no Semi-ÁridoInstrutores: Gabriel Bartholo e André Fernandes, do CBP&D/Café, Embrapa Café e Uniube; e Frederico O. C.Machado, da Codevasf

Manejo estratégico da cafeicultura irrigada no Semi-ÁridoInstrutores: Antônio Guerra e equipe, NCI do CBP&D/Café (Embrapa Cerrados)Depoimento técnico/produtor: Humberto Santa Cruz, Aiba

09/10 Interações clima e condições do Semi-Árido para o desenvolvimento da cafeicultura irrigada – possibilidades para oArábica e o Conillon, alternativas em perímetros públicos

Instrutores: Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, e/ou Jurandir Zullo Júnior, da Unicamp Políticas de P&D&I do Etene e perspectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-Árido

Instrutor: José Sydrião de Alencar Júnior, Etene / BNB10/10 Alternativas e experiências com fertirrigação na agricultura irrigada familiar no Semi-Árido

Instrutor: André Fernandes, CBP&D/Café Sistemas de produção com café Conillon no Semi-Árido

Instrutor: José Sebastião, consultor

BLOCO C – 08/10 – 09/10 – 10/10 – das 7h30 às 10h15 – OUTORGAS E GESTÃO E MANEJO DE RECURSOS HÍDRICOSTodos os temas desse bloco serão ministrados em conjunto nos dias 8, 9 e 10/10, das 7h às 10hCoordenador: Devanir Garcia dos Santos com apoio da Semarh/RN

1. Outorgas para direito de uso da água para fins de irrigaçãoInstrutoras: Lucimar Silva Rezende, da ANA; e Cybele Frazão Costa Braga, do Igarn

2. Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Interestaduais do Semi-ÁridoInstrutor: Marcos Airton de Sousa Freitas, ANA

3. Principais aspectos da revitalização do Rio São FranciscoInstrutor: Athadeu Ferreira da Silva, da Codevasf

4. Uso racional da água na agricultura irrigadaInstrutor: Cláudio Ritti Itaborahy, da ANA

5. Conservação e reúso da água na agricultura irrigadaInstrutor: Devanir Garcia dos Santos, da ANA

BLOCO D – 08/10 – 09/10 – 10/10 – das 7h às 10h – FRUTEIRAS E FLORES TROPICAIS IRRIGADASCoordenadores: Maurício Antônio Coelho Filho, da Embrapa Mandioca e Fruticultura; Vander Mendonça, da Ufersa

08/10 Requerimentos básicos para projetos de irrigação e oportunidades de negócios com fruteiras tropicaisInstrutor: Fernando Braz Tangerino Hernandez, da Unesp

Cultura do melãoInstrutor: Fábio Miranda, Embrapa Agroindústra Tropical

09/10 Cultura do mamãoInstrutores: Wilson Galdino, produtor e técnico da Ufersa; eEugênio Ferreira Coelho e Maurício Antônio Coelho Filho, da Embrapa Mandioca e Fruticultura

Requerimentos básicos para projetos de irrigação e oportunidades de negócios com fruteiras tropicais.Instrutor: Luiz Santos Pereira, da Universidade Técnica de Lisboa

10/10 Cultura do abacaxiInstrutores: Richard Müller, da Del Rey/TopPlant; Otávio Álvares de Almeida, da Embrapa Mandioca e Fruticultura

Flores tropicaisInstrutor: Saint Clair Lira Santos, da Emater RN; e Washington Padilla, da Clínica Agrícola de Quito, Equador

BLOCO E – 08/10 – 09/10 – 10/10 – das 7h às 10h – CULTURAS ENEGÉTICAS E PASTAGENS/FORRAGEIRAS PARA CORTE,IRRIGADAS, NO SEMI-ÁRIDO

Coordenadores: José Simplício Holanda, da Emparn, Ufersa e UFRN; e Francisco Ednaldo Pinto Mousinho, da UFPI08/10 Ovinocaprinocultura com pastagens/forragens para corte irrigadas, incluindo-se o reúso de águas servidas

Instrutores: Luis César Drumond, da UFV/Fazu; e Aurino Simplício, da Ufersa09/10 Fertirrigação na cultura da cana-de-açúcar

Instrutor: Gilson Moura Filho, da Ufal Irrigação: experiências do grupo Coruripe

Instrutor: Pedro José Pontes Carnaúba, da Usina Coruripe Quimigação e Sistema Notliada em Pivô Central

Instrutor: Durval Dourado Neto, da Esalq/ABID10/10 Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-Árido: experiências da Agrovale

Instrutor: Walter Farias Gomes Júnior, da Agrovale Perspectivas de culturas oleaginosas sob irrigação e o mercado de biodiesel

Instrutores: José Renato Cortez Simplício, da Embrapa Algodão; e José Simplício Holanda, da Emparn, Ufersa e UFRN

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36 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200736 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

CONFERÊNCIA DE ABERTURADia: 07/10/2007 – Horário: 19h

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAElmar WElmar WElmar WElmar WElmar Wagner, eagner, eagner, eagner, eagner, engenheiroagrônomo, com mestrado emHidrologia, consultor indepen-dente e sócio titular da ABID.A síntese dessa conferênciapode ser lida nessa edição àp.10.

Perspectivas e Potencialidadesda Irrigação e da AgriculturaIrrigada no Semi-ÁridoBrasileiro (bases da liderançado Banco Mundial no Brasil)

CONFERÊNCIA IDia: 08/10/2207 – Horário: 10h30 às 12h30

Perspectivas da AgriculturaIrrigada no Semi-Árido com aIntegração da Bacia do SãoFrancisco com as Bacias doNordeste Setentrional

PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA CONFERÊNCIA:A CONFERÊNCIA:A CONFERÊNCIA:A CONFERÊNCIA:A CONFERÊNCIA:José MachadoJosé MachadoJosé MachadoJosé MachadoJosé Machado, diretor-presi-dente da Agência Nacional deÁguas (ANA).Graduado em Ciências Econô-micas pela Faculdade de Econo-mia e Administração da Univer-sidade de São Paulo (USP) epós-graduado em Ciências Eco-nômicas pela Universidade Es-tadual de Campinas (Unicamp).

Professor licenciado de Economia na UniversidadeMetodista de Piracicaba (SP); deputado estadual peloEstado de São Paulo e prefeito municipal deCO

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CONFERÊNCIASCONFERÊNCIASPiracicaba (SP) por dois mandatos (1989/92 e 2001/2004). Articulador e fundador do consórcio intermu-nicipal das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicabae Capivari, tendo sido o seu primeiro presidente(1989/90 e 1991/92); membro titular dos comitês es-tadual e federal das Bacias Hidrográficas dos riosPiracicaba, Capivari e Jundiaí e deputado federal pordois mandatos.“Segundo o Projeto de Integração de BaciasHidrográficas, sob responsabilidade do Ministério daIntegração Nacional, o Eixo Norte, a partir da capta-ção no Rio São Francisco, atenderá no Rio Grandedo Norte o Rio Apodi e seus reservatórios. A outor-ga da ANA para o Projeto disponibiliza a vazão fir-me para os eixos projetados, a qualquer tempo, de26,4 m³/s, para uma média de cerca de 50 m³/s. Essenúmero médio poderá ser alcançado diante do au-mento da vazão obtida nos períodos de sangramentode Sobradinho e em condições específicas.A disponibilidade de água terá caráter fundamentalpara impulsionar o desenvolvimento socioeconômico,especialmente na agricultura irrigada na BaciaHidrográfica Apodi-Mossoró. Se atualmente existedisponibilidade de terra e falta de água, com o Proje-to de Integração das Bacias haverá maior disponibi-lidade de água com segurança. O Estado do RioGrande do Norte conta com represas que reservamas águas e atendem uma relativa demanda. Com aintegração das Bacias Hidrográficas, os reservatóri-os referidos poderão armazenar as águas provenien-tes das chuvas regionais e terão seus níveis mantidospelas águas de transposição, conferindo o que se de-nomina de segurança hídrica.Nesse processo, a ANA emitiu a outorga, nos limitesde sua competência, com a segurança técnica de queexiste disponibilidade hídrica no Rio São Franciscopara atender tal nível de demanda. A gestão do siste-ma, com obediência aos parâmetros definidos na Lei9.433/1997, ou seja, priorizando o atendimento doabastecimento humano e da dessedentação animal,garantirão a democratização do acesso à água comobem público.”

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAARômulo de Macêdo VRômulo de Macêdo VRômulo de Macêdo VRômulo de Macêdo VRômulo de Macêdo Vieiraieiraieiraieiraieiraé consultor do Projeto deIntegração do Rio São Francis-co com as Bacias Hidrográficasdo Nordeste Setentrional.Engenheiro civil, com especiali-zação em Grandes EstruturasHidráulicas pelo LaboratórioNacional de Engenharia de Lis-

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das em mais de R$ 100 milhões.O Rio Grande doNorte deverá ser o maior beneficiário com acomplementação das obras de transposição do RioSão Francisco.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORManoel Cândido da CostaManoel Cândido da CostaManoel Cândido da CostaManoel Cândido da CostaManoel Cândido da Costa épresidente da Fed. dos Traba-lhadores na Agricultura do RN.Colono e agricultor familiar nomunicípio de Serra do Mel des-de o ano de 1982, onde exploradiversas atividades produtivas.Foi membro da diretoria execu-tiva do Sindicato dos Trabalhado-

res na Lavoura de Mossoró, RN, por mais de 10 anos.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORFFFFFrancisco de Souza, rancisco de Souza, rancisco de Souza, rancisco de Souza, rancisco de Souza, assessor daSecretaria de Ciência, Tecnolo-gia e Ensino Superior do Ceará.Engenheiro agrônomo, commestrado em Irrigação e Drena-gem pela Escola Nacional deAgricultura, Chapingo (México)e Ph.D. em Engenharia Agríco-la pela Universidade da Cali-

fórnia, Davis (EUA). Professor aposentado dos cur-sos de graduação e mestrado em Irrigação e Drena-gem da UFC e assessor da diretoria-geral do Dnocs.Tem inúmeros trabalhos publicados.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORHumberto Santa Cruz, Humberto Santa Cruz, Humberto Santa Cruz, Humberto Santa Cruz, Humberto Santa Cruz, diretor-presidente da Associação dosAgricultores e Irrigantes do Oes-te da Bahia (Aiba).Engenheiro civil, diretor da Fa-zenda Agronol e dirigente daAiba, que congrega 905 associa-dos em Barreiras, BA.“Mesmo quem não sabe apontar

com o dedo onde fica no mapa o Rio São Francisco écapaz de emitir uma opinião sobre a transposição dorio São Francisco com ares de expert e dizer, semmedo de errar, que é a favor. Afinal, negar água aquem tem sede é até anticristão. Mas, não pode serapenas este o critério para ligar as máquinas e come-çar tão audaciosa empreitada. Mesmo porque, semdúvida, há outros meios mais econômicos e eficazesde matar a sede da população do Nordeste Setentri-onal. Sou contra a transposição, e, como produtorrural na Bahia, corro o risco de ser chamado de ‘egoís-ta’. Afinal, o São Francisco banha generosamente oEstado e as áreas em que atuo estão na Bacia do SãoFrancisco. Mas, é exatamente a proximidade do rio ea visão penosa da sua degradação que sustenta a mi-nha crença. O São Francisco sofre a olhos vistos oimpacto dos assoreamentos e desmatamentos ao lon-go do seu curso. O volume das águas diminui osten-sivamente. Está frágil demais para uma intervençãotão brusca. Assim, seria como um anêmico a doarsangue. Antes, é preciso revitalizá-lo. Com urgência.”

boa, Portugal. Comandou a elaboração de estudos,projetos e gerenciamento de obras em diversos esta-dos no Brasil e no exterior, como consultor de em-presas de engenharia. Exerceu os cargos de secretá-rio de Recursos Hídricos do RN e secretário de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério da Integração Naci-onal. Na Codevasf, foi presidente do Conselho de Ad-ministração e coordenador de Projetos de Irrigação.Foi ainda presidente da Companhia de Águas e Es-gotos do RN.“Considero que a integração da Bacia do Rio SãoFrancisco com as bacias do Nordeste Setentrional vaibeneficiar 12 milhões de pessoas na região atingidae, dessa forma, ganham o Nordeste e o Brasil. Nomomento estão sendo implantadas obras dos canaisde aproximação e mais duas barragens pelo 1o.Grupamento de Engenharia do Exército; estão emandamento as concorrências para elaboração de pro-jeto executivo, supervisão de obras e para seleção dasempresas que implantarão os 14 lotes de obras doProjeto. Alguns dos 36 programas ambientais e ou-tros 30 programas de gestão de recursos hídricos es-tão em andamento. A transposição representará oaumento da oferta e da garantia de recursos hídricospara o Semi-Árido do Nordeste Setentrional (esta-dos de PE, CE, PB e RN). É um projeto que irá me-lhorar de forma substancial a gestão da água nas ba-cias receptoras e isso é muito importante para asustentabilidade da vida e do desenvolvimento naregião. A água da transposição será destinada a usosmúltiplos, com prioridade para o consumo humano,conforme determina a lei. Com a garantia de maiságua na região, estarão garantidos também os usospara a irrigação e outras atividades produtivas, ge-rando, com isso, mais desenvolvimento.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORElias de Souza FElias de Souza FElias de Souza FElias de Souza FElias de Souza Fernandesernandesernandesernandesernandes,diretor-geral da Codevasf“Com a transposição do rio SãoFrancisco, interligando-o com asbacias hidrográficas do Nordes-te Setentrional, o Ministério daIntegração Nacional pretendetriplicar a área destinada à agri-cultura irrigada entre os rios

Jaguaribe, no Ceará, e o rio Apodi, no Rio Grandedo Norte. Uma nova área com 60 mil hectares serádestinada ao desenvolvimento da irrigação na regiãodo projeto Jaguaribe-Apodi e o ministro GeddelVieira Lima quer transformar essa região num novopólo Petrolina/Juazeiro, referência brasileira na ques-tão pólos públicos de irrigação. Essa área deverá serbatizada com o nome de Pólo Integrado Apodi-Jaguaribe e abrangerá os dois estados, Ceará e RioGrande Norte. O pólo terá água garantida pelo SãoFrancisco, que atenderá às barragens do Castanhão(CE), com capacidade para 6,7 bilhões de m3, e deSanta Cruz do Apodi, com capacidade para 600 mi-lhões de m3. O ministro da Integração Nacional estáprovidenciando recursos para a contratação do pro-jeto executivo desse pólo, com custos estimados emcerca de R$ 2 milhões, enquanto as obras estão orça-

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CONFERÊNCIA IIDia: 09/10/2007 – Horário: 10h30 às 12h30

Desafios Tecnológicos para oManejo da Irrigação no Semi-Árido diante das MudançasClimáticas

PRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTERRRRRaimundo Deusdará Filhoaimundo Deusdará Filhoaimundo Deusdará Filhoaimundo Deusdará Filhoaimundo Deusdará Filho édiretor de Gestão dos Empreen-dimentos de Irrigação daCodevasf.Engenheiro agrônomo e flores-tal, com especialização em Pla-nejamento Florestal. Entre asexperiências profissionais desta-cam-se os cargos de assessor nasub-chefia de Assuntos Parla-

mentares da Secretaria de Relações Institucionais daPresidência da República e de secretário-executivoda Secretaria de Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentável do Estado do Amazonas. Foi diretor doPrograma Nacional de Florestas da Secretaria deBiodiversidade e Florestas do Ministério do MeioAmbiente e assumiu, interinamente, o Ministério doMeio Ambiente em 1997. Atuou ainda como profes-sor convidado na UnB e UFRJ.

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAPPPPPaulo Cesar Sentelhas, aulo Cesar Sentelhas, aulo Cesar Sentelhas, aulo Cesar Sentelhas, aulo Cesar Sentelhas, profes-sor do departamento de Ciênci-as Exatas da Esalq/Usalq.Engenheiro agrônomo, commestrado em Agrometeorologiae doutorado em Irrigação e Dre-nagem pela USP e pós-doutora-do em Agrometeorologia pelaUniversity of Guelph (Canadá).

Pesquisador do Instituto de Pesquisas Meteorológicas(IPMet/Unesp) e do Instituto Agronômico de Cam-pinas. Como professor associado da Esalq/USP, é res-ponsável por disciplinas de graduação e pós-gradua-ção e é orientador do programa de pós-graduaçãoem Física do Ambiente Agrícola (mestrado e douto-rado). É pesquisador do CNPq, autor de livro e tra-balhos científicos publicados. É editor associado daRevista Brasileira de Agrometeorologia e revisor ci-entífico de cerca de 20 revistas científicas nacionais einternacionais. Responsável pela coluna “O Tempono Campo” do Suplemento Agrícola do jornal “O Es-tado de São Paulo”, é ex-presidente da SociedadeBrasileira de Agrometeorologia, entre outras funções.“O aquecimento global é um processo que vem seestabelecendo há décadas, sendo detectável em todoo globo. Até o momento, os efeitos dessas alteraçõesdo clima, especialmente da temperatura do ar, naagricultura, têm sido muito pouco perceptíveis, nãorequerendo mudanças bruscas nos zoneamentos enem nos padrões de manejo das culturas. Apesar dis-

so, o quadro que se estabelece diante dos panoramasfuturos traz desafios que inevitavelmente deverão serenfrentados pelos agricultores em geral, mas commaior atenção pelos agricultores irrigantes em áreasonde o conflito pelo uso da água já é uma realidade,como nas regiões semi-áridas. Neste contexto, a ques-tão básica que se estabelece é ‘Como as mudançasdo clima irão interferir na distribuição espacial dasculturas (zoneamento agroclimático), no consumohídrico das plantas e na disponibilidade de água dosreservatórios hídricos?’. Esse tema será abordadodurante a conferência, tendo como foco a regiãoSemi-Árida nordestina, onde a irrigação é fundamen-tal para o estabelecimento de uma agricultura sus-tentável e estável. Além de uma abordagem amplasobre o tema ‘Mudanças Climáticas’, enfocando suascausas, distinção dos conceitos de variabilidade e demudança climática e os cenários futuros prognosti-cados, serão apresentados exemplos do efeito das al-terações do clima no consumo hídrico e na produti-vidade das culturas e quais deverão ser as possíveisações mitigadoras e de adaptação relacionadas ao ma-nejo das culturas irrigadas.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORBernardo Barbosa da Silva,Bernardo Barbosa da Silva,Bernardo Barbosa da Silva,Bernardo Barbosa da Silva,Bernardo Barbosa da Silva,professor da Universidade Fede-ral de Campina Grande.Doutor em Engenharia Civilpela UFPB, pós-doutorado naUniversidade do Arizona, EUA,bacharelado e mestrado emMeteorologia (UFPB), atual-mente é professor da UFCG, co-ordenador do programa de pós-

graduação em Meteorologia, vice-presidente da So-ciedade Brasileira de Meteorologia e pesquisador doCNPq. Tem inúmeros trabalhos e artigos técnico-ci-entíficos publicados. É membro da Câmara de Pós-graduação da UFCG, consultor da Finep. Atua naárea de Meteorologia Aplicada.“Embora presente no noticiário, particularmente,após a divulgação do IV IPCC, as Mudanças Climá-ticas Globais ainda não foram devidamente compre-endidas e aceitas por amplos setores da sociedade.Mesmo no âmbito da Meteorologia, os cenáriosprojetados para até o ano de 2100, parecem não re-ceber a devida atenção. Muitos entendem que com-pete aos dirigentes dos países a adoção de medidasmitigadoras de tais mudanças, ou mesmo, a defini-ção de políticas que visem à proteção ambiental.Embora a esses dirigentes caiba um papel de granderelevância, todos os cidadãos que habitam o nossoplaneta, particularmente aqueles que auferiram ní-vel de escolaridade média ou superior, podem e de-vem agir no sentido da mudança de atitudes que vi-sem garantir às futuras gerações a habitabilidademerecida no nosso planeta. As principais implicaçõesdecorrentes das mudanças climáticas no Semi-Áridobrasileiro estariam associadas ao aumento da deman-da evapotranspirativa dos cultivos de modo geral e,mais particularmente, dos irrigados. Por outro lado,a variabilidade climática se acentuará, o que implicaCO

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na ocorrência de secas mais severas, precipitaçõesmais intensas e verões mais quentes. Será imperiosoo controle dos sistemas de distribuição de água, domonitoramento dos elementos do tempo e clima quemais interferem na produção e qualidade de alimen-tos, oleaginosas e outras, e na evapotranspiração. Ouso de imagens geradas por satélites ou outros dis-positivos, como balões cativos, aviões e aeromodelos,propiciarão informações imprescindíveis para o ma-nejo da irrigação e detenção de doenças e pragas quepossam afetar os cultivos e o meio ambiente. Aosirrigantes, caberá uma tarefa fundamental: produzirmais alimentos com menor quantidade de água e,ainda, observando a preservação ambiental.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORLuís Santos PLuís Santos PLuís Santos PLuís Santos PLuís Santos Pereira, ereira, ereira, ereira, ereira, do Institu-to Superior de Agronomia daUniversidade Técnica de Lisboa,Portugal.....Engenheiro agrônomo, profes-sor convidado do Instituto Agro-nômico Mediterrânico de Bari,Itália e da Faculdade de Ciênci-as da Universidade do Porto. Éconsultor internacional de Enge-

nharia e colaborador de diversos organismos dasNações Unidas e membro de inúmeras comissõesinternacionais. É autor e co-autor de publicaçõesespecializadas.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORJosé Sydrião de AlencarJosé Sydrião de AlencarJosé Sydrião de AlencarJosé Sydrião de AlencarJosé Sydrião de AlencarJúniorJúniorJúniorJúniorJúnior, superintendente do Es-critório Técnico de Estudos Eco-nômicos do Nordeste (Etene) doBanco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB).Doutor em Sociologia, mestre egraduado em Economia e Direi-to. É funcionário do BNB, edi-

tor científico da Revista Econômica do Nordeste eda revista BNB Conjuntura Econômica. Atua comoprofessor na Unifor em cursos de graduação e pós-graduação. Foi presidente do Conselho Regional deEconomia do Ceará e assessor na Câmara dosDeputados. Possui 11 publicações editadas.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da Câmara Setorial de Equipamen-tos de Irrigação da Abimaq.

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ASCONFERÊNCIA IIIDia: 10/10/2007 – Horário: 10h30 às 12h30

Perspectivas da AgriculturaIrrigada para a Produção deBiocombustíveis no Semi-Árido

PRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DPRESIDENTE DA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIAA CONFERÊNCIABenedito VBenedito VBenedito VBenedito VBenedito Vasconcelos Mendes,asconcelos Mendes,asconcelos Mendes,asconcelos Mendes,asconcelos Mendes,professor da Universidade doEstado do Rio Grande do Norte(Uern).Engenheiro agrônomo, commestrado pela UFV e doutora-do pela USP. Foi professor titu-lar e diretor da antiga EscolaSuperior de Agricultura de

Mossoró (Esam), hoje Universidade Federal Ruraldo Semi-Árido (Ufersa). Foi um dos fundadores docurso de mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvi-mento da Uern.Foi presidente da Empresa de Pes-quisa Agropecuária do Rio Grande do Norte(Emparn), chefe-geral da Embrapa Meio Norte, pre-sidente da Fundação de Pesquisa Guimarães Duquee ex-superintendente federal de Agricultura do RioGrande do Norte. Tem inúmeras obras publicadas.“O biodiesel é um combustível renovável, poucopoluente, biodegradável, não corrosivo e isento deenxofre. Pode ser produzido por pequenas empre-sas, utilizando sementes de oleaginosas, cultivadaspor pequenos produtores. Substitui o óleo diesel mi-neral com vantagens ecológica, social e econômicas.A utilização do biodiesel, como opção energética éde vital importância para a região Nordeste, tantodo ponto de vista energético propriamente dito, comonos aspectos econômicos, sociais e ambientais. ONordeste pode tornar-se auto-suficiente em energiaveicular e em energia elétrica, utilizando biodiesel,produzido a partir das oleaginosas tropicais, que po-dem ser cultivadas em grande escala na região, den-tre as quais, a mamona, o algodão e o girassol.Do ponto de vista social, estas oleaginosas, cultivá-veis no Semi-Árido, podem contribuir significativa-mente para a inclusão social de boa parte da popula-ção do Nordeste. No momento acredita-se que nãohá nenhuma outra alternativa de produção rural, quetenha maior condição de incluir socialmente pessoasde pouca escolaridade da zona rural, do que a pro-dução de biodiesel.”

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAFFFFFrederico Ozanan Machadorederico Ozanan Machadorederico Ozanan Machadorederico Ozanan Machadorederico Ozanan MachadoDurães,Durães,Durães,Durães,Durães, chefe-geral da EmbrapaAgroenergia.Engenheiro agrônomo, commestrado pela UFV, doutoradopela Esalq/USP e pós-doutora-do pela University of Nebraska,Lincoln, EUA. É pesquisador daEmbrapa, desde 1982, foi profes-

sor e chefe do departamento de Ciências Agrárias

Cultivo irrigado de abacaxi no Semi-Árido

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CON

FERÊ

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ASda Universidade do Amazonas. Tem vasta produçãotécnico-científica.“A produção sustentável de matérias-primasrenováveis e o processamento de produtos e co-pro-dutos para a substituição gradativa de combustíveisfósseis colocam os desafios da energia de biomassacomo uma grande oportunidade para o Brasil. Estaalternativa de empreendimento agroindustrial refe-re-se às dimensões energética, econômica, social,ambiental, diferenças regionais e inclusão, via gera-ção de emprego e renda. A competitividade desseempreendimento requer a eficiência agrícola e indus-trial, e concentra o alinhamento de ações em três ní-veis: a) identificar quais conhecimentos podem serdisponibilizados imediatamente; b) identificar quetipo de conhecimento precisa ser gerado no curto,médio e longo prazos; e, c) identificar quais articula-ções podem ser feitas e como podem ser estruturadas.Ações estão em andamento visando a participaçãocooperativa de instituições e atores em atividades quevisam subsidiar a produção de oleaginosas no entor-no de Usina de Biodiesel, em regiões selecionadasdo Brasil. As ações conduzidas no entorno da usinalevam em consideração conceitos de Arranjos Pro-dutivos Locais (APL), sendo considerada toda a ca-deia produtiva. O objetivo desse trabalho é viabilizarações, com atenção ao ordenamento territorial, vi-sando integrar esforços institucionais e profissionaispara a adequada produção de matéria-prima (dispo-nibilidade de matérias-primas oleíferas, sistemas deprodução, uso eficiente de insumos e de inovaçãoetc.), logística de arranjos produtivos (incluindo as-sociações de produção competitiva, esmagamento,capacitação de pessoal técnico e mão-de-obra), egovernança (através de um consórcio de cooperação- público e privado), com visão de produçãoenergética, ajustamento de sistemas produtivos, einclusão social. Trabalhos similares serão conduzidosno entorno de outras plantas industriais para a pro-dução de biodiesel, de forma coordenada,minimizando o risco de falta de matéria-prima paraas diversas usinas.”

CONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTCONFERENCISTAAAAAWWWWWalter Falter Falter Falter Falter Farias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júnioré engenheiro agrônomo, espe-cialista em Engenharia e Ma-nejo de Irrigação pela Uneb.Atualmente é chefe do depar-tamento de Engenharia de Ir-rigação da Agroindústrias doVale do São Francisco S. A.(Agrovale, Usina Mandacaru,em Juazeiro, BA).

“Com o crescente preço do petróleo, o combustívelfóssil já está chegando ao seu pico de exploração.Daqui para frente, o consumo deverá ser igual ou atémaior do que a produção. Assim, surge como alter-nativa mundial para suprimento de energia o álcoolbrasileiro, como atual menina dos olhos entre opçõesdos biocombustíveis. O uso do álcool sozinho ou adi-cionado à gasolina é visto como uma novidade paradiversos países, que preocupados em reduzir as emis-

sões de gases poluentes, procuram por alternativaslimpas e renováveis. Outro fator para o crescimentoda demanda interna do álcool é a produção de veícu-los totalflex que vem crescendo de maneira espeta-cular. Partindo de janeiro de 2006, houve um aumentode 233 % na produção de veículos bicombustíveis,segundo a Anfavea. Em termos energéticos, a partirda cana-de-açúcar, além da produção do álcool e doaçúcar, tem-se também a geração de energia elétricaatravés da queima do bagaço. Isto é possível, princi-palmente, devido aos grandes montantes de cana-de-açúcar que são processados dentro do setorsucroalcooleiro, tornando significativa a quantidadede bagaço, que é representada por cerca de 30 % emrelação à quantidade de cana, com 50 % de umidadee poder calorífico médio de 7,74 MJ/Kg ou 1.850 kg(COELHO, 1999). Diante do exposto, atualmenteestão sendo montadas mais de 40 grandes unidadessucroalcooleiras espalhadas em todo o Brasil, comênfase nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Ge-rais. Mas, novas fronteiras agrícolas estão sendo es-tudadas como nos estados do Maranhão e Piauí.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORDurval Dourado NetoDurval Dourado NetoDurval Dourado NetoDurval Dourado NetoDurval Dourado Neto, profes-sor da Esalq/USP.Engenheiro agrônomo, commestrado em Agronomia (Irriga-ção e Drenagem) pela USP, es-pecialização em Física do Solopelo ICPT/ONU, em Trieste, Itá-lia; doutorado pela USP (Agro-nomia – Solos e Nutrição dePlantas) e pós-doutorado (Agro-

nomia - Física do solo e modelagem em Agricultura)pela Universidade de Davis, EUA. Professor de cur-sos de graduação e pós-graduação. Tem 111 artigospublicados em periódicos 32 teses de mestrado e dou-torado defendidas, 32 softwares, 90 livros e capítulosem livros publicados.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORJosé Maria Marques de Car-José Maria Marques de Car-José Maria Marques de Car-José Maria Marques de Car-José Maria Marques de Car-valhovalhovalhovalhovalho, coordenador do Fundode Desenvolvimento Científicoe Tecnológico do Nordeste(Fundeci) do Banco do Nor-deste do Brasil S. A. Bacharelem Agronomia e Economia,com cursos de especialização.Começou sua vida profissional

como agrônomo no Instituto Baiano de CréditoRural. Foi pesquisador de fruticultura, professorda UFPB e USP e consultor da Revista Econômi-ca do Nordeste. Tem vários trabalhos publicados.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da Articulação no Semi-Árido Brasi-leiro (ASA).

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORUlisses Soares Ulisses Soares Ulisses Soares Ulisses Soares Ulisses Soares e/ou João A João A João A João A João Augusto Araújo Pugusto Araújo Pugusto Araújo Pugusto Araújo Pugusto Araújo Paivaaivaaivaaivaaiva,da Petrobrás.

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SEMINÁRIOSSEMINÁRIOSSEMINÁRIO I

Revitalização, Gestão eUtilização de Recursos Hídricospara Irrigação no Semi-Árido

Dia: 08/10/2007 – Horário: 14h às 17h

PRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEIberê FIberê FIberê FIberê FIberê Ferreira, erreira, erreira, erreira, erreira, vice-governa-dor e secretário de Meio Am-biente e Recursos Hídricos doRio Grande do Norte.“O Rio Grande do Norte pos-sui terras boas para o plantiode diversas culturas, o que fal-ta são os recursos hídricos euma boa gestão destes para que

todos possam produzir. O projeto de irrigação doBaixo-Açu já existe e merece destaque o da regiãodo Apodi, aproveitando as águas do açude, que estáaguardando recursos federais para ser viabilizado,o que trará enormes benefícios para aquela regiãoquando for implantado. Apesar de o Estado nãopossuir um planejamento integrado dos recursoshídricos, existem vários projetos voltados para essefim, que já estão viabilizando o desenvolvimentosustentável das áreas de plantio.”

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAJonas PJonas PJonas PJonas PJonas Paulo Neresaulo Neresaulo Neresaulo Neresaulo Neres, diretor daÁrea de Revitalização das Ba-cias Hidrográficas da Compa-nhia de Desenvolvimento dosVales do São Francisco e doParnaíba (Codevasf).Formado em Sociologia doDesenvolvimento pela Escolade Altos Estudos em Ciências

Sociais (Paris, França), foi secretário de Adminis-tração, de Planejamento e coordenador do Orça-mento Participativo da Prefeitura Municipal deItabuna (BA), consultor das câmaras municipaisdos municípios de Cruz das Almas e Sobradinho(BA), superintendente regional da Codevasfno Médio São Francisco baiano e coordenadordo Núcleo de Articulação do Programa deRevitalização do Rio São Francisco, entre outroscargos.

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAVVVVVera Lúcia Lera Lúcia Lera Lúcia Lera Lúcia Lera Lúcia Lopes de Castro,opes de Castro,opes de Castro,opes de Castro,opes de Castro,especialista da Secretaria doMeio Ambiente e RecursosHídricos do RN.Geóloga, com mestrado emGeociências pela UFPE e dou-torado em Geociências (Recur-sos Minerais e Hidrogeologia)pela USP.

“No Rio Grande do Norte, temos um caso bemespecífico, que é o da gestão compartilhada daságuas subterrâneas da Chapada do Apodi, entre oCE a RN. Em 2003, tivemos um problema sériocomprometendo a exportação do melão, porquehouve rebaixamento do nível da água subterrâneados poços. Em Baraúna, muitos produtores demelão não tinham outorga e nem controle do usoda água. A Semarh/RN cadastrou e regularizoucerca de 600 poços e desenvolveu todo um traba-lho de conscientização junto aos irrigantes. E,estamos mostrando Baraúna como exemplo. Te-mos mantido relacionamento com o Ceará para en-contrarmos um modelo de gestão compartilhada,que será o primeiro entre os estados do Brasil, coma participação da ANA.”

MODERMODERMODERMODERMODERADORADORADORADORADORDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo PDonivaldo Pedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martinsedro Martins éespecialista do Instituto Inter-nacional de Cooperação paraa Agricultura (IICA) no Bra-sil. Ele responde pela gestão deProjetos de Cooperação Técni-ca (dentre os quais, com o Mi-nistério da Integração Nacio-nal; Ministério da Agricultura,

Abastecimento e Pecuária; Fundação LyndolphoSilva; Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvi-mento; Secretaria de Recursos Hídricos do Esta-do da Bahia); responsável pelas questões de coo-peração técnica relacionadas aos temas“Tecnologia e Inovação”, “Produção Vegetal” e“Agricultura Irrigada”. Trabalhou por 17 anos naCAR (Bahia) e desenvolveu trabalhos deconsultoria a outras entidades como BID, Bird eMinistério do Meio Ambiente. Tem inúmeros tra-balhos técnicos publicados“A agricultura irrigada é, uma atividade de caráterintensivo: utiliza grandes quantidades de insumos;exige o domínio de técnicas de produção; deve es-

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tar sempre acompanhada por pesquisas científicas;requer o processamento da produção; demandatrabalho especializado; necessita de cuidados es-peciais com o meio ambiente etc. Adotá-la comoinstrumento de desenvolvimento econômico-soci-al de uma região requer aceitá-la como um pro-cesso longo a ser constantemente avaliado eredirecionado. Neste contexto, os recursos hídricosmerecem destaque, ainda mais numa região onde,apesar de estar inserida num país que detém gran-de parte das reservas de água doce do planeta, éescasso. Sua gestão precisa ser feita de forma pla-nejada, normatizada e buscando maximizar os seususos. Quando se contrapõem o uso dos recursoshídricos e a irrigação, alguns equívocos precisamser esclarecidos, evitando a pré-concepção de queesta técnica é a ́ vilã‘ neste universo. Por outro lado,normatizar e agilizar o processo de controle do usodos recursos hídricos é fundamental para garantiraos que utilizam a irrigação a continuidade de seusinvestimentos e à sociedade a transparência dosprocedimentos e resultados. Para o Nordeste, osresultados da agricultura irrigada podem ser ob-servados quando se percorre os locais onde é utili-zada, principalmente pela dinâmica econômica di-ferenciada em relação ao restante da Região, fi-cando evidente a premência de realizar esforços,tanto do setor público quanto privado, para a suaintensificação e aprimoramento, respeitando osprincípios do eco desenvolvimento: prudência eco-lógica, eficiência econômica e justiça social.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges LMarcelo Borges Lopesopesopesopesopes é pre-sidente da Valmont e da Câma-ra Setorial de Equipamentosde Irrigação da Abimaq. É con-selheiro da ABID.Engenheiro agrônomo e mes-tre em Agronomia, área deconcentração Máquinas Agrí-colas pela Esalq/USP, com

MBA Empresarial pela Fundação Dom Cabral.Tem 11 anos de experiência no setor de máquinasagrícolas e cinco no setor sucroalcooleiro.“Nos dias de hoje, a sustentabilidade é essencialem qualquer atividade econômica e a irrigação tempapel preponderante na sustentabilidade daagropecuária. Gabamo-nos da competitividadebrasileira na produção agrícola, mas estamos pre-sos a um sistema que já acumula dívidas superio-res a R$ 130 bilhões. Também sabemos que nosaspectos sociais e ambientais, a agropecuária temmuito a evoluir, apesar das grandes melhoriasalcançadas nos últimos anos. Sob o aspecto econô-mico, a irrigação deve ser vista como uma técnicacapaz de reduzir sensivelmente o risco daagropecuária, seja pelo manejo do déficit hídricoou pela diversificação de culturas. Além disso, pos-sibilita ao produtor rural cultivar espécies de alto

valor agregado, gerando renda mesmo em peque-nas áreas. No aspecto social, ao aumentar a gera-ção de renda, abre novas perspectivas para o ho-mem do campo. Gera alternativas de renda paraos pequenos proprietários que possibilitam sua fi-xação no campo. E ainda vale destacar o impor-tante papel da agricultura irrigada na produção dealimentos, contribuindo para a segurança alimen-tar. Em termos ambientais, ao permitir o aumentoda produtividade agrícola, reduz a pressão pelaabertura de novas áreas para cultivo e pastagens.A irrigação também deve ser vista como uma alia-da do saneamento urbano por poder utilizarefluentes urbanos, devolvendo a água para o ciclohidrológico.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORAAAAACristina Gaião PCristina Gaião PCristina Gaião PCristina Gaião PCristina Gaião Peleteiroeleteiroeleteiroeleteiroeleteiro,engenheira e diretora de Infra-Estrutura Hídrica do Dnocs.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDOREduardo GadelhaEduardo GadelhaEduardo GadelhaEduardo GadelhaEduardo Gadelha, diretoroperacional da Nolem Comer-cial Importadora e Exportado-ra S/A. É engenheiro agrôno-mo pela UFC.

SEMINÁRIO IIDia: 09/10/2007 – Horário: 14h às 17h

Alternativas e Desafiospara o Desenvolvimento dosAgronegócios calcados naAgricultura Irrigada noSemi-Árido

PRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEPRESIDENTEJosivan Barbosa Menezes,Josivan Barbosa Menezes,Josivan Barbosa Menezes,Josivan Barbosa Menezes,Josivan Barbosa Menezes,reitor da Universidade Federaldo Semi-Árido (Ufersa) e pre-sidente da comissão organiza-dora do XVII Conird.“O XVII Conird em Mossoróé muito oportuno para provo-car um melhor desenvolvimen-

to do setor, fazendo chegar ao pequeno, médio egrande produtores informações que irão ajudá-lona gestão dos seus negócios.

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IOSUm dos grandes desafios é promover a maior di-

vulgação dos conhecimentos, socializando-os, fa-zendo-os chegar ao pequeno produtor – especial-mente da área de irrigação. O XVII Conird deve-rá gerar ainda visibilidade nacional para Mossoró,que se destaca como uma das regiões do País maisimportantes em produção de melão, sal e petróleoterrestre. A vocação industrial extrativista da re-gião coloca o município em posição privilegiada,como o principal produtor de sal e de petróleo (emárea terrestre do país). Já a fruticultura tropicalgera 24 mil empregos diretos e 60 mil indiretos. Édentro deste cenário que se insere o XVII Conird,renovando debates e trazendo para pauta de dis-cussões da região temas atuais, de alta relevânciapara as cadeias produtivas da agropecuária.”

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAFFFFFrancisco Vrancisco Vrancisco Vrancisco Vrancisco Vieira da Costaieira da Costaieira da Costaieira da Costaieira da Costa,presidente da Cooperativa dosFruticultores da Bacia Potiguar(Coopyfrutas).Eng. Agr., com vasta experiên-cia profissional na área de fru-ticultura irrigada no Semi-Ári-do Nordestino, tendo atuadoem empresas da região, como

gerente de Produção e Controle de Qualidade.Atuou também como consultor na implantação deprojetos com melões e, em 2001, fundou sua pró-pria empresa a Brazil Melon. Foi um dos fundado-res da Associação dos Fruticultores da BaciaPotiguar e, em 2006, tornou-se sócio-fundador epresidente da Coopyfrutas.“O Nordeste, historicamente objeto de debatesnacionais, esteve submetido a políticas especiais eassistenciais do estado brasileiro desde a Repúbli-ca. Nesse contexto, destaca-se a importância dairrigação no Semi-Árido Nordestino, garantindo àatividade agrícola com melhor sustentabilidadeeconômica e minimizando o risco representadopela escassez de água. A questão que se apresentaao poder público é como conduzir esse processode ajustamento para atingir os objetivos de abas-tecer adequadamente o mercado interno; ampliaras exportações de produtos agrícolas in natura eindustrializados e gerar empregos nas zonas rurale urbana, reduzindo o êxodo rural e seus malefícioscomo subemprego e o desemprego urbanos. A fru-ticultura irrigada no Semi-Árido tem destacado aregião em relação à comercialização de frutas. Omelão é atualmente, a segunda fruta mais expor-tada pelo Brasil, com o mercado internacional es-timado em 1,6 milhões de toneladas/ano. Segundoa Secex, nos últimos sete anos, as exportações demelão cresceram 325%, passando de US$ 28 mi-lhões em 1999 para US$ 91 milhões em 2005; 277%em volume, passando de 65 mil em 1999 para 100mil T em 2005. Neste mesmo ano, o melão foi res-ponsável por 20,7% do valor total das exportaçõesbrasileiras de frutas in natura.”

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAAfonso Hamm, Afonso Hamm, Afonso Hamm, Afonso Hamm, Afonso Hamm, deputado fe-deral e relator do projeto de leisobre a Política Nacional deIrrigação e Drenagem.Eng. Agr. pela UniversidadeFederal de Pelotas, RS. Produ-tor rural e fruticultor, foi ge-rente da Cooperativa Cobagelãde Pelotas e presidente da As-

sociação dos Arrozeiros de Bagé,diretor-técnico daFederarroz e do Clube do Plantio Direto do Arroz.Foi vereador, secretário de Agricultura de Bagé,assessor especial do Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento e gerente do ProgramaNacional de Desenvolvimento da Fruticultura.

MODERMODERMODERMODERMODERADORADORADORADORADORHelvecio Mattana Saturnino,Helvecio Mattana Saturnino,Helvecio Mattana Saturnino,Helvecio Mattana Saturnino,Helvecio Mattana Saturnino,presidente da ABID.Eng. Agr., MSc. pela Universi-dade de Purdue. Foi coordena-dor do Programa de PesquisaAgropecuária de Minas Gerais(Pipaemg), que deu origem àEmpresa de Pesquisa Agrope-cuária de Minas Gerais (Epamig),

da qual foi presidente. Empresário e consultor, foipresidente da APDC e é executor do contrato decooperação ABID-APDC.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORLuiz RLuiz RLuiz RLuiz RLuiz Roberto Maldonadooberto Maldonadooberto Maldonadooberto Maldonadooberto MaldonadoBarcelosBarcelosBarcelosBarcelosBarcelos, da Agrícola Famosa.Advogado, sempre ligado aoagronegócio. Em 1991, deixoua advocacia para ser diretor daAlba Comercial e Exportado-ra Ltda. Foi um dos fundado-res da Agrícola Famosa e pre-side a Câmara de Fruticultura

da Confederação Nacional da Agricultura daFederação da Agricultura do Ceará.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORPPPPPedro Redro Redro Redro Redro Rafael Lafael Lafael Lafael Lafael Lapaapaapaapaapa é diretorde Gestão do Desenvolvimen-to do BNB.Economista, com mestrado emEconomia e doutorando emCiência Política, ambos pelaUFPE. Funcionário do BancoCentral do Brasil desde 1977,onde foi analista, inspetor, ge-

rente de planejamento, delegado regional e gerenteadministrativo regional. É conselheiro do Conse-lho Federal de Economia.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da Csei/Abimaq.

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SEMINÁRIO IIIDia: 10/10/2007 – Horário: 14h às 17h

Ensino, Pesquisa e Extensãoem Irrigação e Drenagem

PPRESIDENTEPPRESIDENTEPPRESIDENTEPPRESIDENTEPPRESIDENTELuís Antônio Lima,Luís Antônio Lima,Luís Antônio Lima,Luís Antônio Lima,Luís Antônio Lima, professorda Ufla.“O ensino de irrigação nas uni-versidades brasileiras precisade atualização e reformas ur-gentes. Um engenheiro de irri-gação não se faz mais apenaspelo conhecimento de dimen-sionamento hidráulico de siste-

mas. É preciso conciliar os recursos hídricos, au-mentar sua disponibilidade e, ao mesmo tempo,produzir. Se 40% da produção agrícola vêm deáreas irrigadas, é possível que no futuro esta fatiaseja ainda maior. No Provárzeas (há 25 anos) esta-beleceu-se o slogan ´um hectare vale por dez‘, aoconsiderar que a produtividade de arroz das áreasrecém-drenadas e irrigadas saltava de 600 para6.000 kg/ha. A drenagem passou a ser considera-da como uma atividade irracional, quase que bani-da do ensino agrícola. Nos dias atuais, já se falaem drenagem como alternativa de recuperação desolos contaminados e degradados que, se valoresfossem atribuídos corretamente, o slogan pudesseaté ser alterado, para quem sabe, um hectare valepor mil.”

MODERMODERMODERMODERMODERADORADORADORADORADORAntônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves SoaresAntônio Alves Soares, profes-sor titular da UFV.Engenheiro agrícola, com Ph.Dem Engenharia de Irrigaçãopela Utah State University. Foidiretor científico da FundaçãoArthur Bernardes e é bolsistapelo CNPq. Orientador de te-ses de mestrado e doutorado,

tem inúmeros trabalhos publicados.

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAPPPPPaulo Estevão Cruvinel,aulo Estevão Cruvinel,aulo Estevão Cruvinel,aulo Estevão Cruvinel,aulo Estevão Cruvinel, coor-denador executivo da Rede deInovação e Prospecção Tecno-lógica para o Agronegócio epesquisador da Embrapa.Doutor em Automação(Unicamp). Desenvolveu pro-gramas de pós-doutorados naUniversidade de Roma e na

University of California (Davis). É um dos funda-dores da Embrapa Instrumentação Agropecuária.É professor colaborador no programa de pós-gra-

duação do Departamento de Computação da Uni-versidade Federal de São Carlos. É professor visi-tante do Instituto de Estudos Avançados da USP.“As rápidas mudanças em diversos setores da soci-edade, têm imposto uma crescente complexidadeno processo de planejamento das organizações. Ospaíses que têm conseguido se antecipar aos seusconcorrentes encontram vantagens competitivas,bem como ampliam seu poder de conversão dasvantagens comparativas em elementos de riquezae desenvolvimento. Isto ocorre principalmente namedida em que podem rever e redirecionar suasestratégias para reagir a um fato novo. Em se tra-tando especialmente da região semi-árida brasilei-ra, há que se ressaltar o problema relacionado àqualidade das águas que deverão abastecer umagrande população, bem como sobre o seu uso emprocessos agropecuários. Os sistemas aqüíferos queintegram essa região, com vistas ao desenvolvimen-to sustentável, requerem planejamento estratégi-co no uso e reúso da água, sendo que a construçãode visão de futuro, envolve pesquisa, ensino, ex-tensão e inovação em irrigação e drenagem. Estetrabalho busca discutir alternativas para a constru-ção do melhor caminho e aponta para as oportu-nidades da integração em rede, que podemviabilizar a maximização da utilização de infra-es-trutura física e recursos humanos para a pros-pecção tecnológica, inovação e o compartilha-mento de informações com gestão estratégica dosavanços obtidos por indivíduos e organizações.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORSaint Clair Lira SantosSaint Clair Lira SantosSaint Clair Lira SantosSaint Clair Lira SantosSaint Clair Lira Santos,Emater-RN. Eng. Agr., commestrado em Fitotecnia, mane-jo de água e solo na agricultu-ra irrigada e especialização emIrrigação e Drenagem, pelaUfersa. Atua na AgriculturaFamiliar do RN, em projetoscomo Produção Integrada de

Alimentos em hortas comunitárias e na realizaçãode projetos de reconstituição de agroecossitemas.“A Política Nacional de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (Pnater), executada pelo atual gover-no, emite seu foco principal na agricultura famili-ar, setor já estabelecido pela Lei nº 11.326 de 24de julho de 2006. Fazem parte dessa política, dire-trizes como o apoio de ações destinadas à qualifi-cação e aumento da produção agropecuária, con-templando todas as fases das atividades, ou seja,da produção à comercialização e ao abastecimen-to. A irrigação se apresenta como uma grandeoportunidade à produção garantida, segura e eco-nomicamente viável para os estabelecimentos ru-rais da agricultura familiar. Através do Pronaf, ogoverno federal disponibiliza linhas de crédito aofinanciamento dessa tecnologia, como também àconstrução de açudes e barragens e ações de pre-

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 45Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 45

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IOSservação dos mananciais. Dialogar para melhorar

ensino, pesquisa e extensão, é oportunidade decontribuir captando informações e experiênciasque nos orientem melhor para uma assistência téc-nica pública de qualidade.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORPPPPPedro Carlos Gama da Silva,edro Carlos Gama da Silva,edro Carlos Gama da Silva,edro Carlos Gama da Silva,edro Carlos Gama da Silva,chefe-geral da Embrapa Semi-Árido. Eng. Agrícola commestrado e doutorado em Eco-nomia. Foi professor em cursosde graduação e de pós-gradua-ção na UFPB, Uneb, UFRPE,Faculdade de Agronomia eMedicina Veterinária de Patos

(PB) e Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociaisde Petrolina. Foi assessor técnico regional daEmater/PB e ocupou diversas funções na EmbrapaSemi-Árido.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORCarlos Alberto VCarlos Alberto VCarlos Alberto VCarlos Alberto VCarlos Alberto Vieira deieira deieira deieira deieira deAzevedoAzevedoAzevedoAzevedoAzevedo, professor da Univer-sidade Federal de CampinaGrande (PB). Engenheiro agrí-cola com mestrado em Enge-nharia Civil pela UFPB e dou-torado em Agricultural AndIrrigation Engineering pelaUtah State University . Tem

experiência na área de Engenharia Agrícola, com ên-fase em Engenharia de Água e Solo. É bolsista doCNPq, atuando nos programas de pós-graduação emEngenharia Agrícola e Recursos Naturais da UFCG."Até mesmo uma agricultura irrigada com poucosinsumos é mais produtiva que uma agricultura desequeiro com muitos insumos. Globalmente, a agri-cultura de sequeiro é praticada em 83% das terrascultivadas e supre mais de 60% do alimento mundi-al. Além do mais, o real custo da produção agrícolairrigada está longe de ser conhecido. Os custosambientais da irrigação são também altos (e não sãorefletidos nos preços dos alimentos). A salinizaçãoestá reduzindo as áreas cultivadas sob regime de ir-rigação de 1% a 2% ao ano. Apesar dessas consi-derações, é claro que a irrigação continuará sendoutilizada, inclusive com a expansão de sua área;mas é imprescindível melhorar sua eficiência."

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos Pereira, ereira, ereira, ereira, ereira, professor do ISA, Universi-dade Técnica de Lisboa, Portugal.....(Ver minicurrículo e foto na Conferência II).

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORDurval Dourado Neto, Durval Dourado Neto, Durval Dourado Neto, Durval Dourado Neto, Durval Dourado Neto, professor da Esalq/USP.(Ver foto e minicurrículo na conferência III).

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da Csei/Abimaq.

SEMINÁRIO IVDia: 10/10/2007 – Horário: 14h às 17h

Assistência Técnica para oDesenvolvimento na AgriculturaIrrigada Familiar e nosPerímetros Públicos de Irrigação

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORLuiz Cláudio Souza Macêdo,Luiz Cláudio Souza Macêdo,Luiz Cláudio Souza Macêdo,Luiz Cláudio Souza Macêdo,Luiz Cláudio Souza Macêdo,diretor-geral da Emater/RN.Administrador de empresas,exerceu funções no Detran e naTelern. Foi superintendente doSebrae/RN e atualmente, é di-retor-geral da Emater/RN,vice-presidente e diretor daAsbraer/NE. Exerce outras ati-

vidades no Estado, como presidente da CâmaraSetorial de Assistência Técnica e Extensão Ruraldo RN e é membro dos conselhos estaduais de De-senvolvimento Rural Sustentável, de Emprego ede Segurança Alimentar e Nutricional.“A agricultura irrigada é considerada, por estudio-sos, como uma das mais efetivas ferramentas decombate à pobreza e distribuição de renda. Elatambém resulta em aumento da oferta de alimen-tos a preços menores que os produzidos nas áreasnão irrigadas, bem como o aumento substancial daprodutividade da terra e trabalho. A agriculturairrigada tem importante papel a cumprir no Semi-Árido, garantindo à atividade agrícola susten-tabilidade econômica, minimizando, sobretudo orisco climático. Além dos sistemas de irrigação tra-dicionais, existem tecnologias disponíveis, de apoioà agricultura irrigada familiar, como é o caso dasvazantes, mandalas, barragens assoreadoras, den-tre outras. Entendemos que o agricultor necessitada execução de um conjunto de políticas públicaseficientes, articuladas e complementares, que pro-duzam, inclusive, o resgate da cidadania de agri-cultor familiar e sua inserção no mercado compe-titivo onde o mesmo se encontra. Acreditamos quea organização de agricultores disseminando a cul-tura da cooperação; pesquisa; tecnologias; alfabe-tização; crédito rural qualificado; protagonismo ju-venil; inclusão digital; certificação e comercia-lização da produção, dentre outras, são políticasnecessárias que deverão estar disponibilizadas paraa melhoria da qualidade de vida dos agricultoresfamiliares que associadas à irrigação contribuamde forma efetiva para a mudança que se espera jun-to a essa parcela de agricultores.”

MODERMODERMODERMODERMODERADORADORADORADORADORPPPPPedro Almeida Duarte, edro Almeida Duarte, edro Almeida Duarte, edro Almeida Duarte, edro Almeida Duarte, secretário adjuntoda Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pes-ca do RN. (Ver matéria na página 68).

46 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200746 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

SEM

INÁR

IOS

PRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTPRELECIONISTAAAAAArgileu Martins da SilvaArgileu Martins da SilvaArgileu Martins da SilvaArgileu Martins da SilvaArgileu Martins da Silva, di-retor do departamento de As-sistência e Extensão Rural, Se-cretário de Agricultura Fami-liar Substituto do MDA.Sociólogo, pós-graduado emGestão Social e Profissiona-lização de Agricultores, natu-ral de Jequitinhonha (MG),

está na SAF/MDA desde 2003. Já foi secretário doPronaf e diretor da Emater, em Minas Gerais.“A extensão rural no Brasil, ao longo da história,tem sido fundamental na implementação das polí-ticas desenvolvimentistas. Após a extinção daEmbrater no início da década de 90 e levado pelosventos do ´estado mínimo`, o sistema brasileirode Ater sofreu um truculento processo desucateamento, que acarretou um desmonte quasetotal, principalmente nos estados do Nordeste,Centro-Oeste e Norte do país. Concomitan-temente, um processo de organização ganhava for-ça no Brasil e um conjunto de movimentos sociaisse organizou e se fortaleceu em torno de reivindi-cações voltadas para a construção de uma políticaque tratasse das especificidades da agricultura fa-miliar e atuasse na sua complexidade produtiva eorganizacional. Nos últimos quatro anos, a SAFliderou a implementação de um conjunto de ins-trumentos de política agrícola que está permitin-do a inclusão de mais de um milhão de famílias deagricultores. No âmbito do direito ao conhecimen-to, enfrentamos o desmonte dos anos 90 e, paraque os instrumentos de política agrícola pudessem“chegar”, com qualidade, aos agricultores,reinventamos um novo sistema de assistência téc-nica e extensão rural (Ater), a partir da constru-ção de uma política que articula as entidades pú-blicas (Emateres) e a sociedade civil (ong’s, coo-perativas de trabalho, movimento Sindical, associ-ações, e outras). O que tudo isso tem a ver e comotudo isso dialoga com agricultura irrigada e perí-metros irrigados? Inicialmente, afirmamos que atecnologia de irrigação vai além dos projetos. AMandala é uma tecnologia de irrigação? Os potesde barro enterrados é uma tecnologia de irriga-ção? O que dizer das barragens subterrâneas, dotanque de pedra, do açude para ´salvação‘ da la-voura, naqueles 30 dias críticos da cultura aonde achuva não veio? Quando estamos lidando com oSemi-Árido e buscando a viabilidade de renda para,aproximadamente, dois milhões de famílias, essasinovações tecnológicas não podem permanecer namarginalidade. É necessário compreender que efi-ciência produtiva não está relacionada a volumede produção e sim a renda. Os perímetros irriga-dos, com raríssimas exceções, até há pouco tempo,não conseguiam viabilizar os ́ pequenos irrigantes‘;um dos fatores que distorcia e impedia a inclusãoera sem dúvida a abordagem da Ater. Presa a difu-são de tecnologias, sem buscar o protagonismo do

agricultor no seu negócio, se perdeu no aumentoda produtividade; pois os demais elos das cadeiasprodutivas não respondiam a tempo e a hora pelasdemandas daquelas famílias que no imagináriocoletivo (inclusive de algumas autoridades) tinhamcomo certo que, na medida em que houvesse águapara irrigação todos os problemas estariam resol-vidos. Lembremos que já na implantação dos perí-metros o processo de globalização mundial (o de-senvolvimento da telemática e dos meios de trans-portes) já estava em marcha acelerada e acompetitividade passava a ser uma oportunidadeou um problema, em função da forma que o mes-mo foi encarado. Quem lida com agricultura e prin-cipalmente com a agricultura irrigada sabe queaqueles que não atuam à montante e à jusante daprodução, hoje, não conseguem nem ser fornece-dor de matéria-prima, e o seu negócio não temlongevidade.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORManoel Cândido, Manoel Cândido, Manoel Cândido, Manoel Cândido, Manoel Cândido, presidente da Federação dosTrabalhadores Rurais do RN – Fetarn. (Ver currí-culo e foto na conferência I).“Entendemos que diante da modernização efetivada agricultura familiar, principalmente quandoexaminamos o que aconteceu nos últimos anos noRN, notamos uma mudança de prioridade dos agri-cultores familiares por produtos com maior renta-bilidade. O mercado efetivamente está demandan-do e a irrigação está fazendo esta diferença. En-tendemos que para conviver com a vulnerabilidadeda estiagem no Semi-Árido, vemos as atividadesirrigadas na agricultura familiar como uma das saí-das para manutenção do homem no campo. Paratanto, deveremos encarar a produção irrigada comouma atividade economicamente sadia, socialmentejusta, ambientalmente responsável, e politicamen-te fundamentada na participação da sociedade, oque a atrela à necessidade de disponibilidade de re-cursos hídricos na pequena propriedade e de umaassistência técnica de forma competente e perma-nente. A assistência técnica e extensão rural nosperímetros públicos está carente, insuficiente, compouca qualidade, quando deveria ser mais freqüen-te, de caráter multidisciplinar, preocupada com ascadeias produtivas na sua totalidade.”

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORGersino Maia, Gersino Maia, Gersino Maia, Gersino Maia, Gersino Maia, coordenador do Programa deDesenvolvimento Solidário.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da Csei/Abimaq.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORRepresentante da ASA.

DEBADEBADEBADEBADEBATEDORTEDORTEDORTEDORTEDORCoordenadores do Bloco A de minicursos volta-dos para a agricultura familiar.

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 47Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 47Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 47

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SMINICURSOSMINICURSOSBLOCO ADias 08, 09 e 10 / 10 – Horário: 7h às 10h

Sistemas e Equipamentos paraPequena Irrigação/AgriculturaIrrigada Familiar

COORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOUfersa, Emater/RN e MG, com eventuais apoios doDnocs, Codevasf, SAF/ MDA, BNB e Csei/Abimaq.

COORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORES• Maria L• Maria L• Maria L• Maria L• Maria Leonice de Feonice de Feonice de Feonice de Feonice de Freitasreitasreitasreitasreitas,da Emater/RN. Engenheiraagrônoma e mestre em Exten-são Rural pela UniversidadeFederal de Santa Maria do RioGrande do Sul. Exerce atual-mente a função de coordena-dora de Planejamento e Execu-ção da Emater-RN.• Nildo • Nildo • Nildo • Nildo • Nildo da Silva Dias, da Silva Dias, da Silva Dias, da Silva Dias, da Silva Dias, profes-sor da Ufersa. Agrônomo, commes-trado em EngenhariaAgrícola pela UFPB e douto-rado em Agronomia pela USP.Tem experiência na área de En-genharia Agrícola, com ênfaseem Engenharia de Água e Solo.É orientador de projeto de pes-quisa sobre capacitação técni-ca e qualificação profissionalde estudantes de agronomia eveterinária.• João Carlos Guimarães,João Carlos Guimarães,João Carlos Guimarães,João Carlos Guimarães,João Carlos Guimarães, co-ordenador estadual de Irrigaçãoe Drenagem da Emater/MG. É

engenheiro agrônomo, com curso de mestrado emEngenharia Agrícola, área de concentração em Irri-gação e Drenagem.

1. Dia: 08/10/2007 – de 7h às 10hInstrumentos, estratégias e organização para as-Instrumentos, estratégias e organização para as-Instrumentos, estratégias e organização para as-Instrumentos, estratégias e organização para as-Instrumentos, estratégias e organização para as-sistência técnica em manejo da irrigação.sistência técnica em manejo da irrigação.sistência técnica em manejo da irrigação.sistência técnica em manejo da irrigação.sistência técnica em manejo da irrigação.A gestão da irrigação na agricultura irrigada, emgeral, é muito deficiente no Brasil e no mundo,exigindo novas propostas que considerem os as-pectos técnicos e operacionais, e que permitam aoperação, avaliação periódica, manutenção e to-

mada de decisão no dia-a-dia, em condições decampo. No caso específico da agricultura irrigadafamiliar, o problema é ainda mais grave em fun-ção das inúmeras atividades sob responsabilidadedo proprietário, falta de conhecimento técnico emenor capacidade de investimento. Neste sentido, énecessário um grande esforço das instituições e dostécnicos envolvidos no tema, no sentido de gerar solu-ções que possam ajudar resolver o problema.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Lindolfo Medeiros de Carvalho• Lindolfo Medeiros de Carvalho• Lindolfo Medeiros de Carvalho• Lindolfo Medeiros de Carvalho• Lindolfo Medeiros de Carvalho, da Emater RN• Everardo Chartuni Manto-vani,• Everardo Chartuni Manto-vani,• Everardo Chartuni Manto-vani,• Everardo Chartuni Manto-vani,• Everardo Chartuni Manto-vani, professor ti-

tular da UFV. EngenheiroAgrícola, mestre em Irrigaçãopela UFV e doutor em Agro-nomia/Manejo da Irrigaçãopela Universidad de Cordoba,Espanha. Orientou 28 teses demestrado e sete de doutorado,co-orientando outras 45 teses.Coordena o Grupo de Estudos

e Soluções para a Agricultura Irrigada e publicouinúmeros livros e artigos técnico-científicos, comintensa participação em congressos e seminários.É autor de vários softwares na área degerenciamento da irrigação.É bolsista do CNPq,pesquisador do CNP&D/Café (Embrapa–Café),tendo sido coordenador do Núcleo de Cafeicultu-ra Irrigada. Coordena vários projetos de pesquisaligados ao CNPq, BNB, Fapemig e Embrapa Café.

2. Dia: 09/10/2007 – de 7h às 10hSistemas e equipamentos de irrigação para pe-Sistemas e equipamentos de irrigação para pe-Sistemas e equipamentos de irrigação para pe-Sistemas e equipamentos de irrigação para pe-Sistemas e equipamentos de irrigação para pe-quenas áreas e perímetros irrigados.quenas áreas e perímetros irrigados.quenas áreas e perímetros irrigados.quenas áreas e perímetros irrigados.quenas áreas e perímetros irrigados. (O sistemade irrigação em malha, kits oferecidos por empre-sas de equipamentos e outras alternativas serãomotivo desse minicurso).

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Luís César Drumond• Luís César Drumond• Luís César Drumond• Luís César Drumond• Luís César Drumond éengenheiro agrônomo, commestrado em Engenharia Agrí-cola pela UFV e doutoradoem Agronomia pela Unesp/Jaboticabal. Consultor, pesqui-sador e autor de livros, artigose trabalhos sobre pastagens ecafeicultura irrigadas.

• José R• José R• José R• José R• José Roberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Lima é graduado em agrono-mia pela Ufersa, lotado no escritório regional da

Em todos os blocos, visando a maior integração tecnológica e mercantil, haverá a disponibilidade de 20 minutospara empresas de equipamentos, insumos e serviços, com estandes no evento, mediante acerto com oscoordenadores de cada bloco, fazerem exposições para os participantes.

48 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200748 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

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SEmater em Mossoró/ RN. Como assessor de cul-turas, trabalha com as culturas irrigadas de frutas ,olerícolas e algodão herbáceo.

3. Dia: 10/10/2007Alternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naagricultura irrigada familiar no Semi-Árido.agricultura irrigada familiar no Semi-Árido.agricultura irrigada familiar no Semi-Árido.agricultura irrigada familiar no Semi-Árido.agricultura irrigada familiar no Semi-Árido.A fertilidade do solo refere-se a sua condição empotencial para suprir os nutrientes necessários aprodução das plantas. Avaliar a fertilidade do solosignifica medir e determinar valores de nutrientescomparando-os com um padrão de referência. Anutrição de plantas depende da fertilidade do soloe seu diagnóstico pode ser feito visualmente e com-provado via diagnose foliar. Se há um distúrbio re-lacionado com a nutrição, o sintoma se reflete nafolhagem da planta. Por outro lado, a diagnose vi-sual não é precisa, pois, na maioria dos casos a plan-ta mantém a “fome escondida” só manifestandosintomas quando a deficiência é acentuada e o pre-juízo não pode ser evitado. Em geral, os solos nãodispõem de reservas de nutrientes suficientes paraobtenção de produtividades sustentáveis e tem-seque recorrer à aplicação de fontes de nutrientesvia adubação. Visando aumentar a eficiência nosistema de produção recorre-se ao uso da fertirri-gação para aplicação de fertilizantes de maior so-lubilidade. Tem como principal vantagem a distri-buição do adubo no tempo preciso e no local dese-jado; aonde a água vai, o nutriente vai junto. Ouso indiscriminado de adubos deve ser evitado,uma adequada adubação baseia-se num prévio co-nhecimento da fertilidade do solo através da aná-lise de laboratório. Os adubos de menor solubili-dade continuam sendo aplicados diretamente nosolo na época do plantio enquanto os mais solú-veis vão na água, em sistemas fertirrigados em vá-rias aplicações.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda é professor na Ufersae UFRN. É graduado pela Ufersa, com mestradona UFRGS e doutorado pela Esalq/USP. Atua nasáreas de solos, nutrição e produção vegetal. Teminúmeros trabalhos publicados e foi destaque agro-nômico Adubos Trevo 1985, pelo RN, e recebeuhonra ao mérito pela Anea/Scream, em 1991.• José Maria P• José Maria P• José Maria P• José Maria P• José Maria Pinto,into,into,into,into, pesquisador da Embrapa

Semi-Árido. Engenheiro agrí-cola, com mestrado em Enge-nharia Agrícola pela UFV edoutorado em Agronomia,área de concentração Irrigaçãoe Drenagem, pela Esalq/USP.Pesquisador da Embrapa, des-de janeiro de 1985, na área deIrrigação e Fertirrigação, teminúmeros trabalhos publicados.

MINICURSOS DO BLOCO BDias 08, 09 e 10 / 10 – Horário: 7h às 10h

Cafeicultura Irrigada noSemi-Árido

COORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOAndré Luís TAndré Luís TAndré Luís TAndré Luís TAndré Luís T. F. F. F. F. Fernandesernandesernandesernandesernandes, coordenador do NCIdo CBP&D/ Café e professor da Uniube, com apoi-os da Embrapa Café, Codevasf, SAF/MDA, Dnocs,Csei/Abimaq, entre outros.

1. Dia: 08/10/2007 – de 7h às 10hIntrodução aos trabalhos do bloco:Introdução aos trabalhos do bloco:Introdução aos trabalhos do bloco:Introdução aos trabalhos do bloco:Introdução aos trabalhos do bloco: InteressesInteressesInteressesInteressesInteressespelos cafés Arábica e Conillon no Semi-Áridopelos cafés Arábica e Conillon no Semi-Áridopelos cafés Arábica e Conillon no Semi-Áridopelos cafés Arábica e Conillon no Semi-Áridopelos cafés Arábica e Conillon no Semi-Áridoe perímetros públicose perímetros públicose perímetros públicose perímetros públicose perímetros públicosA cafeicultura irrigada já atinge 230mil ha no Bra-sil. O café já é uma das culturas mais irrigadas dasproduzidas no País. E esse aumento das áreasirrigadas tem várias explicações, sendo as mais con-vincentes as maiores produtividades e lucrati-vidades inerentes ao sistema de produção irriga-do. O Brasil irriga menos de 10% do seu parquecafeeiro, porém, estas áreas são responsáveis porquase 25% da produção nacional, todo ano. É in-teressante notar que, nas regiões onde as áreasirrigadas são mais representativas (Oeste da Bahia,Nordeste de MG, GO e DF), a produtividade mé-dia é significativamente superior à média do esta-do ou região. Mesmo nas regiões mais tradicionaisda cafeicultura, como Sul de Minas Gerais e Oes-te Paulista, já há grandes projetos de irrigação ins-talados e muitos outros estão sendo implantados,graças aos excelentes resultados obtidos por cafei-cultores irrigantes nas últimas safras, nestas regi-ões. As inovações e os programas de P&D para oSemi-Árido são a razão de ser desse bloco de ati-vidades, iniciando-se cada dia com minicursos edepoimentos do setor produtivo.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Gabriel Bartholo• Gabriel Bartholo• Gabriel Bartholo• Gabriel Bartholo• Gabriel Bartholo, chefe-geral da Embrapa Café.Coordenador do CBP&D/Café.• André F• André F• André F• André F• André Fernandesernandesernandesernandesernandes, coordenador do NCI doCBP&D/Café.• F• F• F• F• Frederico Orlando Calazans Machadorederico Orlando Calazans Machadorederico Orlando Calazans Machadorederico Orlando Calazans Machadorederico Orlando Calazans Machado, daCodevasf.

Manejo estratégico da cafeicultura irrigada noManejo estratégico da cafeicultura irrigada noManejo estratégico da cafeicultura irrigada noManejo estratégico da cafeicultura irrigada noManejo estratégico da cafeicultura irrigada noSemi-ÁridoSemi-ÁridoSemi-ÁridoSemi-ÁridoSemi-Árido

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Antônio Guerra• Antônio Guerra• Antônio Guerra• Antônio Guerra• Antônio Guerra e equipe. Pesquisador daEmbrapa Cerrados. Engenheiro agrícola, commestrado em Engenharia Agrícola UFV e douto-rado em Engenharia de Irrigação pela Universi-dade do Arizona. É pesquisador da Embrapa, emirrigação, lotado na Embrapa Cerrados, desde

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 49Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 49

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S1982. Sempre direcionou suapesquisa em manejo de irriga-ção de culturas anuais, pasta-gens e, mais recentemente, empesquisa com café.

• • • • • Depoimento do setor produ-tivo: Humberto Santa CruzHumberto Santa CruzHumberto Santa CruzHumberto Santa CruzHumberto Santa Cruz,presidente da Aiba (ver foto e

currículo na Conferência I).

Dia: 09/10/20072. Interações clima e condições do Semi-Árido2. Interações clima e condições do Semi-Árido2. Interações clima e condições do Semi-Árido2. Interações clima e condições do Semi-Árido2. Interações clima e condições do Semi-Áridopara o desenvolvimento da cafeicultura irrigadapara o desenvolvimento da cafeicultura irrigadapara o desenvolvimento da cafeicultura irrigadapara o desenvolvimento da cafeicultura irrigadapara o desenvolvimento da cafeicultura irrigada– P– P– P– P– Possibilidades para o Arábica e o Conillon,ossibilidades para o Arábica e o Conillon,ossibilidades para o Arábica e o Conillon,ossibilidades para o Arábica e o Conillon,ossibilidades para o Arábica e o Conillon,alternativas em perímetros públicosalternativas em perímetros públicosalternativas em perímetros públicosalternativas em perímetros públicosalternativas em perímetros públicos

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Equipe do CBP&D/Café sob a orientação de:• Equipe do CBP&D/Café sob a orientação de:• Equipe do CBP&D/Café sob a orientação de:• Equipe do CBP&D/Café sob a orientação de:• Equipe do CBP&D/Café sob a orientação de:• Eduardo Assad• Eduardo Assad• Eduardo Assad• Eduardo Assad• Eduardo Assad é chefe-geral da EmbrapaInformática Agropecuária. Engenheiro agrícola,com mestrado e doutorado no Departamento deHidrologie et Mathematique da Universite deMontpellier II, França, e pós-doutorado em Agrocli-matologia e Sensoriamento Remoto pela Unicamp.• Jurandir Zullo JúniorJurandir Zullo JúniorJurandir Zullo JúniorJurandir Zullo JúniorJurandir Zullo Júnior, professor e pesquisadorda Unicamp.

PPPPPolíticas de Apoio: P&D&I do Etene e pers-olíticas de Apoio: P&D&I do Etene e pers-olíticas de Apoio: P&D&I do Etene e pers-olíticas de Apoio: P&D&I do Etene e pers-olíticas de Apoio: P&D&I do Etene e pers-pectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-pectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-pectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-pectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-pectivas para a cafeicultura irrigada no Semi-ÁridoÁridoÁridoÁridoÁrido

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• José Sydrião de Alencar Júnior• José Sydrião de Alencar Júnior• José Sydrião de Alencar Júnior• José Sydrião de Alencar Júnior• José Sydrião de Alencar Júnior, superinten-dente do Etene/ BNB (ver foto e currículo na Con-ferência II).

3. Dia: 10/10/2007Alternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação naAlternativas e experiências com fertirrigação nacafeicultura irrigada familiar no Semi-Áridocafeicultura irrigada familiar no Semi-Áridocafeicultura irrigada familiar no Semi-Áridocafeicultura irrigada familiar no Semi-Áridocafeicultura irrigada familiar no Semi-Árido

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• André F• André F• André F• André F• André Fernandesernandesernandesernandesernandes, coorde-nador do NCI do CBP&D/Café e professor da Uniube.Ele é eng. agrônomo, mestreem Irrigação e Drenagem pelaEsalq/USP e doutor em Enge-nharia de Água e Solo pelaFeagri /Unicamp. Professor hádez anos em cursos de gradua-

ção, pós-graduação, de especialização e MBA emGestão de Agronegócios. Bolsista do CNPq. É au-tor de diversos artigos técnico-científicos e obrasespecializadas.• José Maria P• José Maria P• José Maria P• José Maria P• José Maria Pinto,into,into,into,into, pesquisador da EmbrapaSemi-Árido (ver foto e minicurrículo nosminicursos do Bloco B).

PPPPPossibilidades do café Conillon no Semi-Áridoossibilidades do café Conillon no Semi-Áridoossibilidades do café Conillon no Semi-Áridoossibilidades do café Conillon no Semi-Áridoossibilidades do café Conillon no Semi-Áridoe sistemas de produçãoe sistemas de produçãoe sistemas de produçãoe sistemas de produçãoe sistemas de produção

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• José Sebastião Machado• José Sebastião Machado• José Sebastião Machado• José Sebastião Machado• José Sebastião MachadoSilveiraSilveiraSilveiraSilveiraSilveira, consultor técnico decafé Conillon no ES e BA. Eng.agrônomo, MS em FisiologiaVegetal pela UFV. Pesquisadorde café Conillon pela Encapa,de onde foi diretor técnico.Plantios de Conillon irrigadoem regiões de clima semelhan-

te ao Semi-Árido não têm demonstrado problemasde floradas desuniformes e têm-se obtido produti-vidades iguais às regiões mais secas do EspíritoSanto onde se cultiva café Conillon com irrigação.Em Eunápolis(BA), região que prima por bons sis-temas de produção, evidencia-se o potencial dessacultura, onde tem-se alcançado produtividade mé-dia de 110 sacas/ha.

MINICURSOS – BLOCO CDias 08, 09 e 10 / 10 – Horário: 7h às 10h(Esse bloco de minicursos foi planejado por temaspara ser ministrado e repetido nos dias 8, 9 e 10/10/2007).

Outorgas e Gestão de RecursosHídricos

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADOR• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos, (ANA).....

1. Outorga de Direito de Uso da Água para Fins1. Outorga de Direito de Uso da Água para Fins1. Outorga de Direito de Uso da Água para Fins1. Outorga de Direito de Uso da Água para Fins1. Outorga de Direito de Uso da Água para Finsde Irrigaçãode Irrigaçãode Irrigaçãode Irrigaçãode IrrigaçãoA Constituição Federal estabelece que o domíniodas águas é público (da União, dos Estados ou doDistrito Federal). Sendo assim, qualquer interfe-rência que se pretenda realizar na quantidade e/ou na qualidade das águas de um manancial ne-cessita de uma autorização do Poder Público. Essaautorização é denominada de Outorga de Direitode Uso de Recursos Hídricos, que é um dos instru-mentos da Política Nacional dos Recursos Hídricos,instituída pela Lei 9.433/2007.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORAAAAASSSSS• Lucimar Silva R• Lucimar Silva R• Lucimar Silva R• Lucimar Silva R• Lucimar Silva Rezendeezendeezendeezendeezende,especialista em RecursosHídricos da Superintendênciade Outorgas e Fiscalização daAgência Nacional de Águas(ANA). Ela é engenheiraagrônoma, com mestrado emEngenharia Agrícola, com área

de concentração em Irrigação e Drenagem (UFV).• Cybelle F• Cybelle F• Cybelle F• Cybelle F• Cybelle Frazão Costa Bragarazão Costa Bragarazão Costa Bragarazão Costa Bragarazão Costa Braga, Igarn.

50 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200750 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

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S2. Gestão de R2. Gestão de R2. Gestão de R2. Gestão de R2. Gestão de Recursos Hídricos em Bacias In-ecursos Hídricos em Bacias In-ecursos Hídricos em Bacias In-ecursos Hídricos em Bacias In-ecursos Hídricos em Bacias In-terestaduais do Semi-Áridoterestaduais do Semi-Áridoterestaduais do Semi-Áridoterestaduais do Semi-Áridoterestaduais do Semi-Árido

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Marcos Airton de Sousa• Marcos Airton de Sousa• Marcos Airton de Sousa• Marcos Airton de Sousa• Marcos Airton de SousaFFFFFreitas, reitas, reitas, reitas, reitas, especialista em Recur-sos Hídricos, da ANA. Gradu-ado em Engenharia Civil, commestrado e pós-graduação namesma área pela UFC e pelaUniversidade de Hanôver.Consultor, professor e coorde-nador de diversos cursos de

pós-graduação (Engenharia de Software; Gestãode Recursos Hídricos e Gestão Ambiental). Maisde 100 trabalhos técnicos e científicos publicados.

3. P3. P3. P3. P3. Principais Aspectos da Rrincipais Aspectos da Rrincipais Aspectos da Rrincipais Aspectos da Rrincipais Aspectos da Revitalização do Rioevitalização do Rioevitalização do Rioevitalização do Rioevitalização do RioSão FSão FSão FSão FSão Franciscoranciscoranciscoranciscorancisco

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• A• A• A• A• Athadeu Fthadeu Fthadeu Fthadeu Fthadeu Ferreira da Silva,erreira da Silva,erreira da Silva,erreira da Silva,erreira da Silva,coordenador executivo do Pro-grama de Revitalização da Ba-cia Hidrográfica do Rio SãoFrancisco e assessor técnico dapresidência da Codevasf.

4. Uso R4. Uso R4. Uso R4. Uso R4. Uso Racional da Água na Agricultura Irrigadaacional da Água na Agricultura Irrigadaacional da Água na Agricultura Irrigadaacional da Água na Agricultura Irrigadaacional da Água na Agricultura IrrigadaEstima-se que no Brasil sejam irrigados mais de3,6 milhões de hectares, existindo projeções, numcenário otimista de crescimento anual do PIB, deatingir-se 5,8 milhões de hectares em 2020. Manti-dos os níveis atuais de demanda unitária de águano setor, esta ampliação implicaria um acréscimode 58% na retirada média anual de água para irri-gação no País, com a demanda total ultrapassando1.100 m3/s. Caso não sejam adotadas medidas deredução de perdas e de racionalização do uso daágua na atividade, poderão ocorrer restrições aoatendimento desse acréscimo na demanda de águaem algumas bacias hidrográficas com menor dis-ponibilidade hídrica, com destaque para as locali-zadas no Semi-Árido.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Cláudio Ritti Itaborahy, • Cláudio Ritti Itaborahy, • Cláudio Ritti Itaborahy, • Cláudio Ritti Itaborahy, • Cláudio Ritti Itaborahy, es-pecialista em Recursos Hídricosda Superintendência de UsosMúltiplos da ANA. Eng. agrí-cola, com mestrado e doutora-do em Engenharia Agrícola;trabalhou em empresas de equi-pamentos de irrigação (Asbrasile Dantas); foi professor de

Hidrologia e Recursos Hídricos do Instituto Mauáde Tecnologia (SP) e consultor de empresas de enge-nharia em Belo Horizonte, na área de recursos hídricos.

5. Conservação e R5. Conservação e R5. Conservação e R5. Conservação e R5. Conservação e Reúso da Águaeúso da Águaeúso da Águaeúso da Águaeúso da ÁguaA conservação da água e do solo é de fundamentalimportância para a gestão dos recursos hídricos.Por um lado, possibilita a gestão da oferta, ao au-mentar a quantidade de água disponível nas baci-as, por meio da adequada recarga dos aqüíferos, ea melhoria de sua qualidade, ao reduzir os proces-sos erosivos e o volume de efluentes lançados noscorpos de água. Por outro lado, promove a gestãoda demanda, utilizando técnicas e procedimentosvoltados à racionalização dos usos nos diversossetores usuários e ao estimular o reuso. Entretanto,a universalização do uso das práticas conserva-cionistas, notadamente no meio rural, é ainda umarealidade bastante distante, em que pese os avan-ços alcançados nas duas últimas décadas.A partir da reflexão sobre esse tema e análise dalegislação vigente, busca-se consolidar alguns con-ceitos, muitas vezes imperceptíveis para o cidadãourbano e propõe a adoção de novos paradigmascapazes de dinamizar a implementação das açõesconservacionistas. A consolidação da prática dopagamento por serviços ambientais, certamente,provocará mudanças no médio e longo prazo, ca-pazes de alterar significativamente o quadro atualde degradação, desde que observados novosparadigmas voltados a maior participação da co-munidade, a inserção da dimensão ambiental emtodas as atividades e a adequada regulamentaçãoda legislação no tocante a incentivos à execuçãode ações conservacionistas. O pagamento por ser-viços ambientais é uma excelente forma de a soci-edade reconhecer e pagar pela parcela de benefí-cios da qual se apropria quando da recuperaçãohidroambiental das bacias hidrográficas.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santos• Devanir Garcia dos Santosé gerente executivo da Superin-tendência de Usos Múltiplosda Agência Nacional de Águas(ANA). Devanir é engenheiroagrônomo, com especializaçãoem Irrigação pelo Instituto dePesquisa de Vercelli, Itália, emestrado em Gestão Econômi-

ca do Meio Ambiente pela UNB. Foi coordenadorregional da Ruralminas; membro do grupo respon-sável pela elaboração de normas técnicas de irri-gação e drenagem da Associação Brasileira deNormas Técnicas (ABNT); consultor do InstitutoInteramericano de Cooperação para a Agricultu-ra (Iica) na Codevasf; consultor do Pnud e Iica naSecretaria Nacional de Irrigação e Secretaria deRecursos Hídricos; consultor pela Unesco, ocupan-do o cargo de coordenador do Núcleo de Desen-volvimento dos Planos de Recursos Hídricos.

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MIN

ICU

RSO

SMINICURSOS – BLOCO DDias 08, 09 e 10 / 10 – Horário: 7h às 10h

Fruteiras e Flores TropicaisIrrigadas

COORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORES• VVVVVander Mendonçaander Mendonçaander Mendonçaander Mendonçaander Mendonça, professor da Ufersa.• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho, pesquisadorda Embrapa Mandioca e Fruticultura.

Dia 08/10/2007 – de 7h às 10ha) Ra) Ra) Ra) Ra) Requerimentos básicos para projetos de irri-equerimentos básicos para projetos de irri-equerimentos básicos para projetos de irri-equerimentos básicos para projetos de irri-equerimentos básicos para projetos de irri-gação e oportunidades de negócios com frutei-gação e oportunidades de negócios com frutei-gação e oportunidades de negócios com frutei-gação e oportunidades de negócios com frutei-gação e oportunidades de negócios com frutei-ras tropicaisras tropicaisras tropicaisras tropicaisras tropicais

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• F• F• F• F• Fernando Braz Ternando Braz Ternando Braz Ternando Braz Ternando Braz TangerinoangerinoangerinoangerinoangerinoHernandez,Hernandez,Hernandez,Hernandez,Hernandez, professor e chefedo Departamento de Fitos-sanidade, Engenharia e Solosda Unesp, Ilha Solteira. Enge-nheiro agrônomo e mestre emProdução Vegetal, pela Unesp,Jaboticabal, doutor em Irriga-ção e Drenagem pela Esalq/

USP e livre docente na Unesp, Ilha Solteira, ondeatua como professor de cursos de graduação e pós-graduação.

b)b)b)b)b) Manejo da Irrigação na Cultura do MelãoManejo da Irrigação na Cultura do MelãoManejo da Irrigação na Cultura do MelãoManejo da Irrigação na Cultura do MelãoManejo da Irrigação na Cultura do MelãoAtualmente mais de 90% da área plantada de me-lão no Brasil encontra-se na região Nordeste, prin-cipalmente nos estados do Ceará e do Rio Grandedo Norte. Nessa região, a ocorrência de chuvasdurante o período de cultivo do melão é pouco sig-nificativa, sendo a irrigação responsável por prati-camente todo o suprimento hídrico da cultura.O termo manejo de irrigação geralmente é defini-do como a determinação de quando irrigar (fre-qüência) e da quantidade de água aplicada. Omanejo da irrigação é uma ferramenta importantepara aumentar a eficiência de uso da água, a pro-dutividade e o retorno econômico da cultura. Oexcesso de irrigação causa o desperdício de água,de energia, a lixiviação de nutrientes e reduz aaeração do solo, prejudicando a produtividade e aqualidade dos frutos. Por outro lado, a irrigaçãodeficiente pode submeter a cultura a um nível deestresse hídrico capaz de reduzir a produtividadee a qualidade dos frutos, principalmente se o défi-cit hídrico ocorrer durante a fase de floração efrutificação.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Fábio R• Fábio R• Fábio R• Fábio R• Fábio Rodrigues de Miranda, odrigues de Miranda, odrigues de Miranda, odrigues de Miranda, odrigues de Miranda, pesquisador daEmbrapa Agroindústria Tropical. Ele é engenhei-ro agrônomo,com mestrado em Engenharia Agrí-

cola pela UFV e doutoradoem Engenharia de Biossiste-mas pela Universidade doTennessee. Foi pesquisador daEpamig no Projeto Jaíba, MG,onde foi responsável por pro-jetos de pesquisa em manejo deirrigação. Atualmente, é pes-quisador da Embrapa Agroin-dústria Tropical, no Ceará, atu-

ando nas áreas de manejo de irrigação e reúso deefluentes na irrigação.

c) Rc) Rc) Rc) Rc) Requerimentos básicos para o manejo de ir-equerimentos básicos para o manejo de ir-equerimentos básicos para o manejo de ir-equerimentos básicos para o manejo de ir-equerimentos básicos para o manejo de ir-rigação em fruteiras tropicaisrigação em fruteiras tropicaisrigação em fruteiras tropicaisrigação em fruteiras tropicaisrigação em fruteiras tropicais

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos PLuiz Santos Pereiraereiraereiraereiraereira (ver foto e currículo no Se-minário III).

Dia 09/10/2007 – de 7h às 10hc) A cultura do mamãoc) A cultura do mamãoc) A cultura do mamãoc) A cultura do mamãoc) A cultura do mamão

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Eugênio F• Eugênio F• Eugênio F• Eugênio F• Eugênio Ferreira Coelhoerreira Coelhoerreira Coelhoerreira Coelhoerreira Coelho, pesquisador daEmbrapa Mandioca e Fruticultura.• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho• Maurício Antônio Coelho Filho, pesquisadorda Embrapa Mandioca e Fruticultura.

• W• W• W• W• Wilson Galdino deilson Galdino deilson Galdino deilson Galdino deilson Galdino deAndradeAndradeAndradeAndradeAndrade é engenheiro agrôno-mo, com pós-graduação emFitotecnia pela Ufersa. Diretorda empresa W.G. Fruticultura.

Dia 10/10/2007 – de 7h às 10hd) Cultura do Abacaxid) Cultura do Abacaxid) Cultura do Abacaxid) Cultura do Abacaxid) Cultura do Abacaxi

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Richard Müller• Richard Müller• Richard Müller• Richard Müller• Richard Müller, da empresa Del Rey/Top Plant.(ver minicurrículo e foto no dia de campo do dia12/10).• Otávio Álvares de Almeida, • Otávio Álvares de Almeida, • Otávio Álvares de Almeida, • Otávio Álvares de Almeida, • Otávio Álvares de Almeida, pesquisador daEmbrapa Mandioca e Fruticultura.

e) Flores tropicaise) Flores tropicaise) Flores tropicaise) Flores tropicaise) Flores tropicais

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Saint Clair Lira Santos• Saint Clair Lira Santos• Saint Clair Lira Santos• Saint Clair Lira Santos• Saint Clair Lira Santos, Emater RN (ver foto eminicurrículo no Seminário III).• W• W• W• W• Washington Pashington Pashington Pashington Pashington Padilla G.adilla G.adilla G.adilla G.adilla G., do grupo Clínica Agrí-cola de Quito, Equador.

52 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200752 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

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SMINICURSOS – BLOCO EDias 08, 09 e 10 / 10 – Horário: 7h às 10h

Culturas Energéticas ePastagens/Forrageiras paraCorte, Irrigadas, no Semi-Árido

COORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADORCOORDENADOR• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda, da Emparn e profes-sor na Ufersa e UFRN (ver minicurrículo nominicurso 3, do blocoA).

Dia 08/10/2007 – de 7h às 10ha)Pa)Pa)Pa)Pa)Pastagens irrigadas, reúso de águas servidas.astagens irrigadas, reúso de águas servidas.astagens irrigadas, reúso de águas servidas.astagens irrigadas, reúso de águas servidas.astagens irrigadas, reúso de águas servidas.O negócio da ovinocaprinocultura.O negócio da ovinocaprinocultura.O negócio da ovinocaprinocultura.O negócio da ovinocaprinocultura.O negócio da ovinocaprinocultura.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES•Luís César DrumondLuís César DrumondLuís César DrumondLuís César DrumondLuís César Drumond, professor da UFV (verminicurrículo e foto no minicurso 2 doBloco A).• A• A• A• A• Aurino Alves Simplício,urino Alves Simplício,urino Alves Simplício,urino Alves Simplício,urino Alves Simplício, pesquisador daEmbrapa Caprinos e professor da Ufersa.

Dia 09/10/2007 – de 7h às 10hb) Fb) Fb) Fb) Fb) Fertirrigação na cultura da cana-de-açúcarertirrigação na cultura da cana-de-açúcarertirrigação na cultura da cana-de-açúcarertirrigação na cultura da cana-de-açúcarertirrigação na cultura da cana-de-açúcar

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Gilson Moura Filho, • Gilson Moura Filho, • Gilson Moura Filho, • Gilson Moura Filho, • Gilson Moura Filho, profes-sor da Ufal e consultor. Enge-nheiro agrônomo, com mestra-do e doutorado na Área de So-los e Nutrição de Plantas pelaUFV. Professor da Universida-de Federal de Alagoas. Traba-lha com manejo de solo e águana cultura da cana-de-açúcar,

desenvolvendo trabalhos com nutrição e adubação,manejo de solo, fertirrigação, propriedades físicase químicas dos solos, necessidade de água, análisede crescimento e fenologia. É pesquisador daRidesa/PMGCA/Ufal. Desenvolve trabalhos de as-sessoria em diversas usinas e fornecedores de canada região Nordeste.

c) Irrigação: experiências do grupo Coruripec) Irrigação: experiências do grupo Coruripec) Irrigação: experiências do grupo Coruripec) Irrigação: experiências do grupo Coruripec) Irrigação: experiências do grupo Coruripe

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• P• P• P• P• Pedro José Pedro José Pedro José Pedro José Pedro José PontesontesontesontesontesCarnaúbaCarnaúbaCarnaúbaCarnaúbaCarnaúba é coordenador doDepartamento Agrícola daUsina Coruripe, matriz emAlagoas.

ddddd) Quimigação e Sistema Notliada em P) Quimigação e Sistema Notliada em P) Quimigação e Sistema Notliada em P) Quimigação e Sistema Notliada em P) Quimigação e Sistema Notliada em Pivô Centralivô Centralivô Centralivô Centralivô Central

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Durval Dourado Neto• Durval Dourado Neto• Durval Dourado Neto• Durval Dourado Neto• Durval Dourado Neto, professor da Esalq/USP(ver foto e minicurrículo na conferência III).

Dia 10/10/2007 - de 7h às 10he) Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-e) Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-e) Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-e) Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-e) Cultura irrigada da cana-de-açúcar no Semi-Árido: experiências da AgrovaleÁrido: experiências da AgrovaleÁrido: experiências da AgrovaleÁrido: experiências da AgrovaleÁrido: experiências da Agrovale

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• W• W• W• W• Walter Falter Falter Falter Falter Farias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júniorarias Gomes Júnior, da Agrovale (verfoto e minicurrículo na conferência III).

f) Pf) Pf) Pf) Pf) Perspectivas de culturas oleaginosas sob irri-erspectivas de culturas oleaginosas sob irri-erspectivas de culturas oleaginosas sob irri-erspectivas de culturas oleaginosas sob irri-erspectivas de culturas oleaginosas sob irri-gação e o mercado de biodieselgação e o mercado de biodieselgação e o mercado de biodieselgação e o mercado de biodieselgação e o mercado de biodiesel

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• José R• José R• José R• José R• José Renato Cortez Bezer-enato Cortez Bezer-enato Cortez Bezer-enato Cortez Bezer-enato Cortez Bezer-ra ra ra ra ra é chefe adjunto de Comuni-cação e Negócios da EmbrapaAlgodão. Engenheiro agrôno-mo com mestrado em Enge-nharia Civil, com área de con-centração em Irrigação e Dre-nagem pela UFPB. Pesquisa-dor da Embrapa Algodão, da

área de Irrigação e Drenagem. Tem inúmeros tra-balhos publicados. Participou como líder projetosde pesquisa,participou do Comitê Técnico Internoda Embrapa Algodão onde foi secretário executivo.• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda• José Simplício Holanda, da Emparn e profes-sor na Ufersa e UFRN.

APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOSDias 08 e 10 / 10 – 17h

COORDENAÇÃO GERCOORDENAÇÃO GERCOORDENAÇÃO GERCOORDENAÇÃO GERCOORDENAÇÃO GERALALALALAL• Sérgio Luiz Aguila• Sérgio Luiz Aguila• Sérgio Luiz Aguila• Sérgio Luiz Aguila• Sérgio Luiz Aguilar, da Ufersa e Antônio AlvesAntônio AlvesAntônio AlvesAntônio AlvesAntônio AlvesSoaresSoaresSoaresSoaresSoares, da UFV. Terão como função designar oscoordenadores das sessões técnicas e tomar todasas providências para o funcionamento das mesmas.Os trabalhos inscritos no XVII Conird serão apre-sentados na forma de pôsteres. Desses, 36 traba-lhos, previamente selecionados e comunicados aosautores, serão motivo de apresentação oral, comseis trabalhos para cada uma das seis sessões téc-nicas (três em 08/10 e três em 10/10), agrupadossegundo os temas:a) Agrometeorologia, manejo de irrigação e ma-nejo de culturas irrigadas;b) Conservação de água e solo, reúso de águas edrenagem/qualidade de água de irrigação; ec) Engenharia de irrigação e quimigação/fertir-rigação.Para apresentação de cada trabalho será disponi-bilizado um tempo de 15 minutos, sendo cinco mi-nutos desse tempo para discussão.

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 53Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 53

DIAS DE CAMPODIAS DE CAMPO

DIA

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Coordenação-geral: Professores José Francismar de Medeiros e Leilson Costa Granjeiro.

Um dia de campo sobre banana,girassol, algodão e pastagemirrigados no Baixo Açu

Dia: 11/10/2007

Saída: Saída: Saída: Saída: Saída: Hotel Villa Oeste, Mossoró/RN, às 6h30.

LLLLLocal: ocal: ocal: ocal: ocal: Projeto de Irrigação Baixo-Açu, localizadono Vale do Açu, a 105 km de Mossoró, RN.

O Distrito de Irrigação do Baixo Açu (Diba) é, naavaliação do Ministério da Integração Nacional,um dos 12 projetos públicos de irrigação mais viá-veis do País. Conta com 3.600 hectares de áreasirrigáveis, dos quais 2.200 estão devidamente ocu-pados e em produção. Entre os problemas enfren-tados pelos irrigantes, estão estradas mal conser-vadas que prejudicam o transporte dos frutos co-lhidos até as rodovias de acesso; problemas de dre-nagem nos solos, porque os drenos coletores estãoaterrados e não evitam os alagamentos; e, partedos sistemas de irrigação é considerada obsoleta.Os produtores também têm dificuldades em pagaras dívidas contraídas para conduzir seus plantios ereclamam dos altos custos fixos de produção, comoos de energia, porque o projeto não está totalmen-te implantado.

COORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORES• Evilásio Dantas de F• Evilásio Dantas de F• Evilásio Dantas de F• Evilásio Dantas de F• Evilásio Dantas de Faaaaarias, Emater-RN.• Aspázia F• Aspázia F• Aspázia F• Aspázia F• Aspázia Fernanda Rernanda Rernanda Rernanda Rernanda Rodriguesodriguesodriguesodriguesodrigues, Emater/RN.

1. EST1. EST1. EST1. EST1. ESTAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO ASistema de produção de banana irrigada naSistema de produção de banana irrigada naSistema de produção de banana irrigada naSistema de produção de banana irrigada naSistema de produção de banana irrigada naUnidade Técnica Demonstrativa do DibaUnidade Técnica Demonstrativa do DibaUnidade Técnica Demonstrativa do DibaUnidade Técnica Demonstrativa do DibaUnidade Técnica Demonstrativa do DibaO objetivo desta estação é apresentar o estado-da-arte do negócio da banana no Vale do Açu, o siste-ma de produção e o comportamento de diferentescultivares. Serão mostrados uma coleção de maisde 20 cultivares, técnicas de produção e depoimen-tos de produtores.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Múcio Luiz• Múcio Luiz• Múcio Luiz• Múcio Luiz• Múcio Luiz, produtor e engenheiro agrônomo.• W• W• W• W• Wander Mendonça,ander Mendonça,ander Mendonça,ander Mendonça,ander Mendonça, professor da Ufersa.

2. EST2. EST2. EST2. EST2. ESTAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BSistema de produção de girassol irrigado no loteSistema de produção de girassol irrigado no loteSistema de produção de girassol irrigado no loteSistema de produção de girassol irrigado no loteSistema de produção de girassol irrigado no loteempresarial do Diba, pertencente ao Emparn.empresarial do Diba, pertencente ao Emparn.empresarial do Diba, pertencente ao Emparn.empresarial do Diba, pertencente ao Emparn.empresarial do Diba, pertencente ao Emparn.O objetivo desta estação é apresentar o sistema deprodução da cultura sob condições de irrigação.Será mostrada uma área irrigada por pivô centralcom cultivo para produção de sementes, cujacultura está em floração e serão observadas as téc-nicas utilizadas e ouvidos depoimentos sobre asperspectivas da cultura no Semi-Árido.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• Marcelo Abdon Lira, • Marcelo Abdon Lira, • Marcelo Abdon Lira, • Marcelo Abdon Lira, • Marcelo Abdon Lira, pesquisador da Embrapa.• Florisvaldo Xavier Guedes• Florisvaldo Xavier Guedes• Florisvaldo Xavier Guedes• Florisvaldo Xavier Guedes• Florisvaldo Xavier Guedes, pesquisador daEmparn.

33333. EST EST EST EST ESTAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CSistema de produção de algodão irrigado no loteSistema de produção de algodão irrigado no loteSistema de produção de algodão irrigado no loteSistema de produção de algodão irrigado no loteSistema de produção de algodão irrigado no loteempresarial do Diba, pertencente à Santana.empresarial do Diba, pertencente à Santana.empresarial do Diba, pertencente à Santana.empresarial do Diba, pertencente à Santana.empresarial do Diba, pertencente à Santana.O objetivo é apresentar sistema de produção doalgodão irrigado no Semi-Árido. Será mostradauma área irrigada por pivô central para produçãode sementes, com depoimento do produtor.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• José R• José R• José R• José R• José Renato Cortez Bezerraenato Cortez Bezerraenato Cortez Bezerraenato Cortez Bezerraenato Cortez Bezerra, da Embrapa Al-godão e técnicos da empresa Santana.

4. V4. V4. V4. V4. Visita às pastagens de Tisita às pastagens de Tisita às pastagens de Tisita às pastagens de Tisita às pastagens de Tyfton 85 irrigado, sobyfton 85 irrigado, sobyfton 85 irrigado, sobyfton 85 irrigado, sobyfton 85 irrigado, soba orientação de Carlos Aa orientação de Carlos Aa orientação de Carlos Aa orientação de Carlos Aa orientação de Carlos Augusto Fugusto Fugusto Fugusto Fugusto Ferreira.erreira.erreira.erreira.erreira.

Almoço – Almoço – Almoço – Almoço – Almoço – Local: Diba, com a distribuição de quen-tinhas com comida típica da região.

Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: 15h

Cultivo de bananas no Distrito de Irrigação do Baixo Açu

54 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200754 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

DIA

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Um dia para conhecerfrutícolas irrigadas,cooperativas e empresas

Dia: 12/10/2007Saída: Saída: Saída: Saída: Saída: Hotel Villa Oeste, Mossoró/RN, às 6h30.

OPÇÃO 1OPÇÃO 1OPÇÃO 1OPÇÃO 1OPÇÃO 1PPPPProdução cooperativa de frutas irrigadasrodução cooperativa de frutas irrigadasrodução cooperativa de frutas irrigadasrodução cooperativa de frutas irrigadasrodução cooperativa de frutas irrigadasA cooperativa dos irrigantes da Bacia Potiguar(Coopyfrutas) originou-se da associação deirrigantes da Bacia Potiguar (Potyfrutas). É consti-tuída de 13 médios produtores de melão irrigado.

LLLLLocal: ocal: ocal: ocal: ocal: Fazenda Norfruits, localizada a 8 km aoNorte do km 3 da rodovia BR 304 no Rio Grandedo Norte.

COORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORES• José R• José R• José R• José R• José Roberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Lima, Emater-RN.• Gilberto Jales,• Gilberto Jales,• Gilberto Jales,• Gilberto Jales,• Gilberto Jales, Prefeitura de Mossoró.• F• F• F• F• Francisco Vrancisco Vrancisco Vrancisco Vrancisco Vieiraieiraieiraieiraieira, Coopyfrutas.

1. 1. 1. 1. 1. ESTESTESTESTESTAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AExigências de certificaçãoExigências de certificaçãoExigências de certificaçãoExigências de certificaçãoExigências de certificaçãoO objetivo desta estação é apresentar os princi-pais procedimentos requeridos para se produzirmelão certificado por diferentes protocolos. Serãomostrados os protocolos existentes para vários su-permercados europeus ilustrando os cuidados exi-gidos para manuseio e armazenamento de defen-sivos.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Emanoel Moreira• Emanoel Moreira• Emanoel Moreira• Emanoel Moreira• Emanoel Moreira, Coopyfrutas.

2. EST2. EST2. EST2. EST2. ESTAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BTécnicas de produção do melãoTécnicas de produção do melãoTécnicas de produção do melãoTécnicas de produção do melãoTécnicas de produção do melãoO objetivo é repassar informações importantespara o cultivo de melão. Serão mostrados a irriga-ção, as técnicas de produção e os tratos fitossani-tários.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• José Heliton• José Heliton• José Heliton• José Heliton• José Heliton, Coopyfrutas.• João Manuel• João Manuel• João Manuel• João Manuel• João Manuel, Coopyfrutas.

3. EST3. EST3. EST3. EST3. ESTAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CPPPPPacking houseacking houseacking houseacking houseacking houseO objetivo é mostrar os procedimentos no packinghouse, com recepção, classificação, , , , , embalagem earmazenamento refrigerado dos frutos.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Ajax Dantas• Ajax Dantas• Ajax Dantas• Ajax Dantas• Ajax Dantas, Coopyfrutas.

Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: 11h30

OPÇÃO 2OPÇÃO 2OPÇÃO 2OPÇÃO 2OPÇÃO 2PPPPProdução empresarial de mudas, melancias erodução empresarial de mudas, melancias erodução empresarial de mudas, melancias erodução empresarial de mudas, melancias erodução empresarial de mudas, melancias eabacaxis irrigadosabacaxis irrigadosabacaxis irrigadosabacaxis irrigadosabacaxis irrigados

Saída: Saída: Saída: Saída: Saída: Hotel Villa Oeste, Mossoró/RN, às 7h30

LLLLLocais: ocais: ocais: ocais: ocais: Agrícola Famosa, Del Rey Agrícola eTopPlant

A Agrícola FAgrícola FAgrícola FAgrícola FAgrícola Famosa amosa amosa amosa amosa deverá produzir melão, em2007, numa área total de 4 mil hectares, dos quais2 mil irrigados, responsáveis pela geração de trêsmil empregos diretos. É considerada atualmente amaior produtora de melões e melancias do Brasil,com um volume total de 90 mil pallets na safra de2006/2007, sendo 75 mil destinados ao mercadoexterno e 15 mil ao mercado interno. A empresaconta com um packing house de 4.300 m2 , moder-nas esteiras de seleção, sistema de armazenamentoa frio com capacidade para 1.500 pallets semanais,quatro poços profundos (1.000 m) e 25 poços ra-sos. Seus principais produtos são melão (amarelo,gália, cantaloupe e pele de sapo) e melancias come sem sementes. Possui certificação Eurepgap eNature Choice (Tesco).

A TTTTTopPlant Comércio de Mudas Ltda.opPlant Comércio de Mudas Ltda.opPlant Comércio de Mudas Ltda.opPlant Comércio de Mudas Ltda.opPlant Comércio de Mudas Ltda. produzuma média mensal de 11 milhões de mudas demelões e melancias sem sementes e 1,5 milhões demudas de mamão por ano, além de uma grandevariedade de mudas de hortaliças. A infra-estru-tura da empresa abrange a estrutura de produção,escritório, acomodações para técnicos e visitantes,refeitório e campo de futebol.A empresa possui certificação internacionalEurepgap e registro de produtor de mudas no Mi-nistério de Agricultura. Recentemente, a Topplantfirmou parceria com a Embrapa, com o objetivode montar um laboratório de cultura de tecidos

Para Francisco Vieira, da Coopyfrutas, o agronegócio domelão é um aprendizado dos mais marcantes sobre opotencial da agricultura irrigada no Semi-Árido

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MPO

para a produção de mudas de cana-de-açúcar, ba-nana, mamão, entre outras.

A Del RDel RDel RDel RDel Rey Agrícola Exp. e Imp.ey Agrícola Exp. e Imp.ey Agrícola Exp. e Imp.ey Agrícola Exp. e Imp.ey Agrícola Exp. e Imp. Ltda. é umaempresa criada há três anos com o objetivo de pro-duzir e exportar o abacaxi MD2. Para isso, foi feitauma adaptação regional de um pacote tecnológicode produção da Costa Rica para avaliações de cres-cimento e absorção de nutrientes da planta. Existeuma área plantada de 60 hectares e a empresa con-ta com a certificação Eurepgap, com total rastrea-bilidade da fruta produzida para exportação.

COORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORESCOORDENADORES• José R• José R• José R• José R• José Roberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Limaoberval de Lima, Emater-RN.• L• L• L• L• Leilson Costa Granjeiro eilson Costa Granjeiro eilson Costa Granjeiro eilson Costa Granjeiro eilson Costa Granjeiro é engenheiro agrôno-

mo, com mestrado em Agro-nomia/Fitotecnia pela Uni-versidade Federal Rural doSemi-Árido e doutorado emAgronomia (Produção Vege-tal) pela Universidade Esta-dual Paulista Júlio de Mesqui-ta Filho. É professor daUfersa e tem experiência na

área de Agronomia, com ênfase em manejo e tra-tos culturais de hortaliças, atuando principalmen-te em fisiologia da produção, nutrição de plantas emanejos culturais.

1. EST1. EST1. EST1. EST1. ESTAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO AAÇÃO ASistema de produção de melancia irrigadaSistema de produção de melancia irrigadaSistema de produção de melancia irrigadaSistema de produção de melancia irrigadaSistema de produção de melancia irrigadaO objetivo é repassar informações sobre o sistemade produção da melancia irrigada na região, come sem sementes, com o uso de mulch e do agrotêxtildo plantio até tratos culturais e fitossanitários.

INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORES• L• L• L• L• Leilson Costa Granjeiroeilson Costa Granjeiroeilson Costa Granjeiroeilson Costa Granjeiroeilson Costa Granjeiro, professor da Ufersa.• Técnicos da fazenda da Agrícola Famosa.

Na região Nordeste, a cultura da melancia encon-tra as condições climáticas mais favoráveis para oseu desenvolvimento, clima seco e quente, favore-cendo a produção de frutos de excelente qualida-de, ciclo mais precoce em relação a outras regiõesprodutoras, podendo ser cultivada o ano inteirocom a utilização de irrigação. Essas condições pos-sibilitam a colocação do produto no mercado emépoca de cotação elevada, quando a oferta é pe-

Produção demelancia com esem sementesna AgrícolaFamosa, noSemi-Árido

quena. A melancia deixou de ser explorada ape-nas no período das chuvas e destinada a mercadoslocais, para ser uma atividade tecnificada (irriga-ção, sementes híbridas, fertirrigação, mulching einsumos modernos), praticada por pequenos emédios produtores e empresas, cuja produção édestinada a grandes mercados e mais recentemen-te ao mercado externo. Do ponto de vista social,desempenha papel importante, pois gera empre-gos, renda e ajuda a manter o homem no campo,principalmente nos períodos de estiagem, quandoas dificuldades nessa região são mais evidentes.Os estados do Rio Grande do Norte e Ceará sãopioneiros na produção e exportação de melanciasem sementes e do tipo personal size (com peso de1,5 a 5 Kg) e teor de açúcar elevado (>10º Brix).O principal mercado é o europeu, sendo que re-centemente iniciaram-se as exportações para osEUA. A tecnologia de produção adotada é prati-camente, a mesma empregada no melão.

2. EST2. EST2. EST2. EST2. ESTAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BAÇÃO BSistema de produção de abacaxi irrigadoSistema de produção de abacaxi irrigadoSistema de produção de abacaxi irrigadoSistema de produção de abacaxi irrigadoSistema de produção de abacaxi irrigadoO objetivo é repassar informações sobre o cultivode abacaxi irrigado na região, através de diferen-tes métodos de irrigação.

INSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTORINSTRUTOR• Richard A. Müller• Richard A. Müller• Richard A. Müller• Richard A. Müller• Richard A. Müller, sócioadministrador da empresaTopPlant Com. de Mudas Ltda.e Del Rey Agrícola Exp. e Imp.Ltda.

3. EST3. EST3. EST3. EST3. ESTAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CAÇÃO CPPPPProdução de mudasrodução de mudasrodução de mudasrodução de mudasrodução de mudasO objetivo é mostrar o sistema de produção demudas de melão e de melancia em ambiente pro-tegido. Serão mostradas a semeadura mecânica eas estruturas de produção de mudas de melão emelancia.INSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESINSTRUTORESTécnicos das empresas TopPlant e Del Rey.

Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: Horário previsto para retorno à Mossoró: 12h.

56 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

O território Potiguarem três por quatro

Rio Grande do Norte em números

• Localização – Ponto mais oriental do Brasil

• Fronteiras – norte e leste: Oceano Atlântico; sul: Paraíba;oeste: Ceará.

• Área – 53.307 km2

• População – 2.771.638 habitantes

• Principais bacias hidrográficas – Piranhas-Açu (domíniofederal), Apodi-Mossoró e Carmo

• No de municípios – 167

• Sistemas de Adutoras – 14

• Açudes – 46, com capacidade de armazenamento superiora 5 milhões de metros cúbicos

• Maiores Açudes – Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves,Santa Cruz do Apodi e Umari

• Cidades mais importantes – Natal e Mossoró

• Bases da Economia – Fruticultura irrigada, carcinicultura,turismo, petróleo, pesca artesanal e industrial, serviços

• IDH – 0,574, o quarto da Região Nordeste

O

O Rio Grande do Norte localiza-se naregião mais oriental do Brasil, limitando-se ao norte e a leste com o OceanoAtlântico, ao sul com o estado daParaíba e a oeste com o estado doCeará. Tem 90% de seu territórioinserido no Semi-Árido nordestino, comuma área de 53.307 km2,correspondente a 3,40% da RegiãoNordeste e 0,62% do território nacional.

Estado possui 167 municípios, está divi-dido em oito zonas homogêneas comcaracterísticas básicas semelhantes em

sua constituição e dinâmica: Litoral Oriental, Li-toral Norte, Agreste, Currais Novos, Caiacó, Ser-ras Centrais, Alto Apodi e Mossoroense e umapopulação total de 2.771.638 habitantes (segundoo Censo de 2000, do IBGE), sendo que 73,3% daspessoas são residentes na área urbana.

O Rio Grande do Norte situa-se na 21a posiçãoentre os Estados brasileiros no que se refere aoÍndice de Desenvolvimento Humano (IDH), comvalor igual a 0,574, e ocupa a quarta posição entreos Estados nordestinos.

Terra do sol, pobre emrecursos hídricos

Do ponto de vista climático, o Rio Grande doNorte possui quatro tipos de clima: Semi-Árido,Árido, Subúmido e Úmido. O clima Semi-Árido éo predominante e ocorre de forma quase contínuaem todo o interior, indo do oeste até o litoral se-tentrional, o que corresponde a 57% da superfícietotal do Estado. A temperatura média anual osci-la entre 24,7°C e 28,1°C, insolação de 245 horas/mês, umidade relativa entre 45% e 76%, evapora-ção anual entre 1.900 e 2.850 mm e precipitaçãomédia anual entre 420 e 1.560 mm.

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Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 57

Em relação aos recursos hídricos, o Rio Gran-de do Norte é caracterizado como um dos Estadosde maior carência hídrica do Nordeste, apresen-tando, em grande parte de seu território, uma redehidrográfica intermitente, com exceção do baixocurso dos rios que drenam no Litoral Leste (valesúmidos) e dos rios Piranhas-Açu, Apodi-Mossoróe Carmo, perenizados, respectivamente, pelas bar-ragens Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruzdo Apodi e Jessé Pinto Freire (Umari). Essa ca-racterística hidrográfica faz com que a disponibili-dade de água no Estado esteja diretamente relaci-onada com a rede de açudagem.

A rede hidrográfica do Rio Grande do Norte éconstituída por 14 bacias hidrográficas e duas fai-xas de escoamento difuso, distribuídas no litoralnorte e leste potiguar. Dessas bacias, destacam-sea Bacia Hidrográfica do Rio Piranhas-Açu, de do-mínio federal, compartilhada com o estado daParaíba, com uma área de 43.681,50 km2 e a BaciaHidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, com umaárea de 14,276 km2, totalmente inserida no territó-rio estadual.

São 46 açudes públicos,sim senhor!

A infra-estrutura hídrica estadual é formadapor um conjunto de 46 grandes reservatórios pú-blicos de água, com capacidade de acumulaçãoacima de 5 milhões de m3 (ver quadro sobre açu-des) e por um sistema de transposição de águasentre bacias, composto por 14 grandes sistemas deadutores: Sistema Monsenhor Expedito (Trairi),Sistema Médio Oeste, Sistema Jerônimo Rosado(Assu Mossoró), Sistema Sertão Central Cabugi,Sistema Serra de Santana, Sistema Jardim doSeridó, Sistema Piranhas do Caicó, Sistema Pure-za/ Taipu/ João Câmara/ Poço Branco/ BentoFernandes, Sistema Nova Cruz/ Montanhas/ PedroVelho, Sistema Espírito Santo/ Várzea/ Passagem/Santo Antônio, Sistema Lucrécia/ Martins, Siste-ma Severiano Melo/ Rodolfo Fernandes, SistemaRiacho da Cruz/ Viçosa/ Portalegre e SistemaAcari/ Currais Novos. Esses sistemas adutores be-neficiam uma população superior a 700 mil habi-tantes, espalhada por 68 municípios e diversas co-munidades rurais em praticamente todas as regi-ões do Estado.

Visando aumentar a disponibilidade de águano território potiguar, o governo estadual estáimplementando diversas obras de infra-estruturahídrica, destacando-se o sistema adutor Lagoa doBoqueirão, o sistema adutor Parelhas/ Santana doSeridó, as barragens Oiticica e Tabatinga e o canaldo Panon. Destaca-se a ampliação da adutoraMonsenhor Expedito (Trairi) e a reformulação dosprojetos do sistema adutor Alto Oeste e do canaldo Piató.

A construção de açudes, em grandes e médiosreservatórios, foi uma medida decisiva para redu-zir a vulnerabilidade das áreas submetidas à escas-sez e à irregularidade das precipitações pluvio-métricas, além da captação de água em cisternas epor meio da perfuração de poços. Os 46 reservató-rios públicos do Estado têm capacidade de acu-mular cerca de 5 bilhões de m3 de água, concentra-dos na área do cristalino e distribuídos principal-mente nas regiões Oeste, Seridó e Sertão Central.Merecem destaque a barragem Armando RibeiroGonçalves, no Rio Açu, considerada o segundomaior reservatório superficial do Nordeste, e asbarragens de Santa Cruz do Apodi, no Rio Apodie Umari, no Rio Carmo, ambas concluídasem 2002.

Principais Açudes Públicos do Rio Grande do Norte

AÇUDE MUNICÍPIO BACIA CAPACIDADE DEHIDROGRÁFICA ARMAZEMENTO

(m3)

1. Alecrim Santana do Matos Piranhas-Açu. 7.000.0002. Apanha Peixe Caraúbas Apodi-Mossoró 10.000.0003. Beldroega Paraú Piranhas-Açu 9.580.9004. Bonito II São Miguel Apodi-Mossoró 10.865.0005. Boqueirão de Angicos Angicos Piranhas-Açu 19.754.8506. Boqueirão de Parelhas Parelhas Piranhas-Açu 85.012.7507. Brejo Olho D’Água dos Borges Apodi-Mossoró 17.000.0008. Caldeirão de Parelhas Parelhas Piranhas-Açu 10.195.6009. Campo Grande São Paulo do Potengi Potengi 34.000.00010. Carnaúba S. João do Sabugi Piranhas-Açu 26.000.00011. Cruzeta Cruzeta Piranhas-Açu 35.000.00012. Dourado Currais Novos Piranhas-Açu 10.321.60013. Encanto Encanto Apodi-Mossoró 6.328.25014. Armando R. Gonçalves Açu Piranhas-Açu 2.400.000.00015. Esguicho Ouro Branco Piranhas-Açu 21.709.34516. Flechas José da Penha Apodi-Mossoró 8.949.67517. Gargalheiras Acari Piranhas-Açu 40.000.00018. Inharé Santa Cruz Trairi 17.600.00019. Itãns Caicó Piranhas-Açu 81.750.00020. Japi II S. José do Campestre Jacu 20.649.00021. Jesus Maria José Tenente Ananias Apodi-Mossoró 7.650.75022. Lucrécia Lucrécia Apodi-Mossoró 27.270.00023. Malhada Vermelha Severiano Mello Apodi-Mossoró 8.944.50024. Marcelino Vieira Marcelino Vieira Apodi-Mossoró 11.200.12525. Mendubim Açu Piranhas-Açu 76.349.50026. Morcego Campo Grande Apodi-Mossoró 7.900.00027. Novo Angicos Angicos Piranhas-Açu 5.300.00028. Passagem Itaú Apodi-Mossoró 6.930.00029. Passagem das Traíras S. José do Seridó Piranhas-Açu 48.858.10030. Pataxós Ipanguaçu Piranhas-Açu 24.500.00031. Pau dos Ferros Pau dos Ferros Apodi-Mossoró 54.846.00032. Pilões Pilões Apodi-Mossoró 5.901.87533. Poço Branco Poço Branco Ceará-Mirim 136.000.00034. Riacho da Cruz II Riacho da Cruz Apodi-Mossoró 9.604.20035. Rio da Pedra Santana dos Matos- Piranhas-Açu 12.431.60036. Rodeador Umarizal Apodi-Mossoró 21.700.00037. Sabugi S. João do Sabugi Piranhas-Açu 65.334.77038. Sta. Cruz do Apodi Apodi Apodi-Mossoró 599.712.00039. Santa Cruz do Trairi Santa Cruz Trairi 5.158.00040. Santana Rafael Fernandes Apodi-Mossoró 7.000.00041. Sto Antônio Carnaúbas Carnaúbas Apodi-Mossoró 11.110.00042. Tourão Patu Apodi-Mossoró 9.104.70043. Trairi Tangará Trairi 35.230.00044. Umari Upanema Apodi-Mosssoró 292.813.65045. 25 de Março Pau dos Ferros Apodi-Mossoró 8.181.00046. Zangarelhas Jardim do Seridó Piranhas-Açu 7.916.000

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Águas subterrâneas, outrariqueza

Seis aqüíferos principais guardam as águas sub-terrâneas do Rio Grande do Norte. São eles: Cris-talino, Jandaíra, Açu, Barreiras, os depósitosAluviais e os sedimentos Dunares. O maior deles,o Cristalino, ocupa uma área de 31.984,2 km2, equi-valente a 60% da superfície estadual e apresentalimitações quantitativas - sua vazão média é daordem de 1.500 L/ha -, e qualitativas, - a salinidademédia é cerca de 2 mil mg/L. A salinidade das águascresce de leste para oeste e a profundidade médiados poços é de 50 m.

Já o aqüífero Açu atinge uma área de 22 milkm2 na parte emersa e suas águas são considera-das perfeitamente potáveis e de baixa concentra-ção iônica, com poços tubulares com vazões daordem de 250 m3/h. O aqüífero Jandaíra ocorrenuma superfície total de 17.756 km2, dos quais15.598 km2 são pertencentes ao Rio Grande doNorte.

O aqüífero Barreiras ocorre ao longo de todoo litoral potiguar, cuja largura oscila entre 10 e 40km. Suas águas são, normalmente, de boa quali-dade, no entanto, com o crescimento da urbaniza-ção e a falta de saneamento básico, vêm ocorren-do em alguns bairros de Natal águas com alta con-centração de nitrato.

As águas dos depósitos Aluviais são salobras,com vazões que variam entre 10 e 100 m3/h. Quan-to à salinidade, as águas encontram-se entre 200 e1.000 mg/L de resíduos secos.

As vazões das águas dos sedimentos Dunaressão consideradas insignificantes, de qualidade sa-nitária razoável, porém vulneráveis à poluição deorigem antrópica. Normalmente, ocorrem peque-nos aqüíferos isolados como, por exemplo, nas lo-calidades de Diogo Lopes, no município de Macaue nos municípios de Galinhos e Guamaré, todosno litoral norte do Estado.

Fruticultura irrigada, itemimportante da pautaeconômica

A agricultura familiar, com um contingente de100 mil famílias voltadas para a produção de ali-mentos, representa uma parcela importante dapopulação rural.

A economia do Rio Grande do Norte está pas-sando por um processo de reestruturação, no qualo modelo agropecuário tradicional vem cedendoespaço para a fruticultura irrigada, a carcinicultura,a indústria petrolífera, a indústria do turismo, asatividades agroindustriais, a pesca artesanal e in-dustrial e a diversificação da área de serviços.

O Rio Grande do Norte é o maior produtorbrasileiro de melão, que, ao lado da banana e damanga, ocupa uma posição de importância nomercado internacional. O Estado destaca-se ain-da na produção da mandioca, industrializada nassuas diversas formas, sem agregação de valor.

Com relação à carcinicultura, em apenas trêsanos, o RN tornou-se o maior produtor brasileirode camarão, conquistando os mercados nacional einternacional.

Principais produtos agrícolasexportados do Rio Grande doNorte

PRODUTO 2006 2005 2003(US$ FOB) (US$ FOB) (US$ FOB)

Melão 58.117.140 55.993.049 63.583.489

Castanha de caju 45.565.007 44.043.117 25.839.578

Banana 24.579.774 19.544.583 63.583.489

Açúcar 24.566.923 19.598.035 12.339.025

Álcool 24.007.072 4.053.844 3.951.689

Mamão 6.382.040 4.398.885 65.583.489

Melancia 5.043.778 4.255.795 66.583.489

Manga 3.994.155 3.453.543 65.583.489

Fontes: 1. Coleção Águas Potiguares, Volume 1, AçudesPúblicos; 2. Rio Grande do Norte, Grandes Oportunidades,Grandes Negócios.

Os produtores demelão da região

de Mossoródesenvolveram uma

metodologia própriapara a produção

irrigada dessa cultura

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DEMETRIOS CHRISTOFIDIS

DOUTOR EM GESTÃO AMBIENTAL/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA: UNB /CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2001) – CONSULTOR:

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL / SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA

HÍDRICA – PROFESSOR DA UNB. FACULDADE DE TECNOLOGIA /DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL – PRESIDENTE DA

CÂMARA TÉCNICA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CNRH / MMA –MEMBRO E DIRETOR DA ABID –

E-MAIL: [email protected] E [email protected]

Atualmente, existe no mundo uma áreade cerca de 1,532 bilhão de hectares em

produção agrícola, dos quais cerca de278 milhões de solos sob o domínio de

infra-estrutura hídrica de irrigação. Aárea de 18% sob cultivo irrigado produz

cerca de 44% da produção totalagrícola, enquanto a agricultura de

sequeiro responde pelo restante.

A estimativa de potencial para acréscimo naárea mundial dominada por sistemas de irrigaçãositua-se em cerca de 190 milhões de hectares, econsidera a possibilidade das áreas potenciais bra-sileiras que representam um adicional à atual áreairrigada, de cerca de 26 milhões de hectares, ouseja, o Brasil detém um potencial superior a 13%da capacidade mundial de incorporação de novasáreas à agricultura irrigada.

Um dos maiores desafios, entretanto, é a ne-cessidade de aperfeiçoar a eficiência do manejo dairrigação, da eficácia da drenagem agrícola e daspráticas conservacionistas na agricultura tradicio-nal de sequeiro, com elevação da capacidade,tecnológica e da educação e capacitação doirrigante sobre as alternativas de manejo da pro-dução. Além da formação técnica, a otimização dosequipamentos e a aplicação dos tradicionais ins-trumentos de gestão da água são importantes as-pectos na otimização da prática da agriculturairrigada.

Outro aspecto que deve ser observado é a defi-nição do grau de prioridade na utilização da “águapara comer”, associada à “água para beber”, e paramanutenção dos ecossistemas, ou seja, como “águapara possibilidade de vida”.

A definição de prioridade do uso da água naagropecuária envolve não só harmonia entre osusuários que vão partilhar a água com a produçãode alimentos, mas outros atores envolvidos na ca-deia do agronegócio, como comércio, empregos, apossibilidade de evitar os conflitos potenciais nadisputa pelo alimento, ampliando as chances dealcançar o bem-estar que o acesso garantido aoalimento proporciona.

A água e a produção agrícolamundial

A água renovável no planeta, que ocorre sobreos continentes, corresponde a 110.000km3 e partedela é denominada “água azul”””””, correspondendoà porção de precipitação que alimenta os cursosde água e que serve de recarga aos aqüíferos, Oobjeto do foco tradicional da gestão dos recursoshídricos é equivalente a uma oferta anual da or-dem de 44.000 km3 (WWV, 2000).

No ano 2000, as captações de água para aten-dimento aos principais usos consuntivos correspon-diam a: abastecimento humano domiciliar: 350 km3

(9,5%); produção industrial: 750 km3 (20,3%) eprodução de alimentos: 2.595 km3 (70,2%),totalizando um volume de 3.695 km3 de água deri-vada dos mananciais. A produção de alimentos,com 2.595 km3 de “água azul”, possibilita o uso de44% do total mundial colhido pela agricultura.

Shiklomanov (2003) estima que, no ano 2025,a água anualmente derivada, em km3, para cadauso consuntivo seja: 3.190 (agricultura); 1.170 (in-dústria) e 607 (abastecimento humano domiciliar),ou seja, a captação de água para produção de ali-mentos será 68% do total.

O ciclo hidrológico do mundo, referente ao queocorre em terra firme, integra-se com a parcela daprecipitação que é retida no solo e evapora, ou éincorporado às plantas e organismos, é denomina-do “água verde” ou água do solo. Corresponde aum volume anual de cerca de 66.000 km3 represen-ta a fonte de recursos básicos primários para osecossistemas, responsável por cerca de 56% daprodução anual agrícola (produção de sequeiro).Essas “duas águas” possibilitam a atual produçãode alimentos à população mundial obtidanuma área de solos agricultados de 1,532 bilhãode hectares.

Agricultura irrigada sustentável noSemi-Árido e no Rio Grande do Norte

62 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 63

Como a quantidade e a qualidade da água es-tão sendo afetadas pela inadequada ação do serhumano, deve-se estabelecer a proteção da vege-tação e solos que possibilitam os fluxos de água,sua forma natural de movimentação e de filtraçãoe ao mesmo tempo definir as prioridades e os limi-tes de uso, criando as condições de convivênciaentre usuários e ecossistemas.

Do ponto de vista de quantidade, pode-se afir-mar que muitos países e regiões não apresentamprodução industrial e de alimentos, pois a disponi-bilidade de água é baixa. Se a oferta de águarenovável do país for menor que 4.650 litros porpessoa/dia (1.700 m3/hab/ano), pode-se afirmarque esta região encontra-se na condição de “es-cassez hídrica”. Se a disponibilidade estiver abai-xo de 2.740 litros/pessoa/dia (1.000 m3/hab/ano),ocorre a “escassez crônica”, situação em que nãohá folga para uso de água em produção agrícola,pecuária e industrial, em quantidade que permitao comércio em maior escala, a não ser com altatecnologia de uso, bom manejo, reutilização e tra-tamento.

A dificuldade em alcançar a produção indus-trial ou de alimentos, com água, em uma regiãoque se encontra próxima à situação de “alerta deescassez hídrica”, ou seja, com disponibilidadeabaixo de 4.650 litros por habitante/dia, é decor-rente da necessidade mínima de água requeridasomente para satisfazer os três principais usosconsuntivos, que juntos correspondem a cerca de2.060 litros/hab/dia, e de manter água suficientepara os ecossistemas, para os demais usos nãoconsuntivos (navegação, hidroeletricidade, pisci-cultura, lazer etc), que apresentam perdas, em es-pecial por evaporação, e para assimilação e dilui-ção de resíduos (vazão salubridade).

Potencial agrícola e de irrigaçãono Brasil e região Nordeste

Quando considerada a área plantada com os62 principais cultivos, o total brasileiro em 2003/04 alcança a marca de 58,5 milhões de hectares,dos quais 89% correspondem a cultivos temporá-rios (Tabela 2).

Os levantamentos da FAO (2004), que envol-vem todos os cultivos plantados no país, apresen-tam a estimativa para 2002/03 de 66,6 milhões dehectares.

Os especialistas estimam que, no Brasil, exis-tem cerca de 110 milhões de hectares de solos ap-tos para expansão e desenvolvimento anual de agri-cultura em bases sustentáveis, dos quais, aproxi-madamente 72% estão localizados no Cerrado.

Em relação aos solos aptos para o desenvolvi-mento da agricultura irrigada, de forma sustentá-vel, o potencial brasileiro está estimado em29.564.000 hectares, dos quais, cerca de dois ter-ços ocorrem nas regiões Norte e Centro-Oeste(Tabela 1).

As possibilidades de desenvolvimento susten-tável da agricultura irrigada no Brasil, estudadaspelo MMA – Ministério do Meio Ambiente/Secre-taria de Recursos Hídricos/Departamento de De-senvolvimento Hidroagrícola, no final da décadapassada, levaram em conta a existência de solosaptos (classes 1 a 4), a disponibilidade de recursoshídricos sem risco de conflitos com outros usosprioritários da água, o atendimento às exigênciasda legislação ambiental e do Código Florestal, re-sultando no potencial, por Estado, que caracterizaa diversidade dos ecossistemas brasileiros e capa-cidades de suporte à expansão da agriculturairrigada de forma sustentável (Tabela 2).

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 63

No RN, aconstrução debarramentostem sidoutilizada pelosprodutores paraa manutençãodas águas dachuva no solo

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Situação da irrigação no Brasil

Os levantamentos de áreas irrigadas pelos di-versos métodos e por estado, no Brasil (em fase deconsolidação e verificação de consistência), indicamque em 2003/04 havia 3,44 milhões de hectaresdominados por sistemas de irrigação (Tabela 3).

A incorporação de áreas dominadas pelo mé-todo de irrigação localizada (gotejamento, microaspersão etc), elevou-se de 112.730 ha (1996) paracerca de 338.000 hectares (2003/04). Na regiãoNordeste, o índice de expansão de sistemas de ir-rigação localizada (gotejamento e micro-aspersão)permitiu ampliar a cobertura para uma superfíciede 176,4 mil hectares (2002), enquanto em 1996, aárea sob controle da irrigação localizada era de55.200 hectares.

No ano de 2003/4, pela primeira vez, as áreasirrigadas pelo método de irrigação por superfície,foram igualadas pela soma das áreas atendidaspelos demais métodos de irrigação.

A base mais apropriada de comparação entrea área plantada e as superfícies irrigadas é a de-corrente do levantamento de um número maior de

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TABELA 1 – Potencial para desenvolvimento sustentável da irrigação: Brasil(mil hectares)

REGIÃO VÁRZEAS TERRAS ALTAS TOTAL %Norte 9.298 5.300 14.598 49,4Nordeste 104 1.200 1.304 4,4Sudeste 1.029 3.200 4.229 14,3Sul 2.207 2.300 4.507 15,2Centro-Oeste 2.326 2.600 4.926 16,7

Totais 14.964 14.600 29.564 100

Fonte: Estudos desenvolvidos pelo MMA/SRH/DDH (1999) revisados por Christofidis (2002)

TABELA 2 – Potencial para o desenvolvimento da irrigação sustentável das regiões e estados da RegiãoNordeste/Semi-árido e Sudeste

(hectares)

BRASIL / REGIÕES / ESTADOS ÁREA POTENCIAL REGIÕES / ESTADOS ÁREA POTENCIAL

NORTE 14.598.000 SUDESTE 4.229.000Minas Gerais 2.344.900

NORDESTE 1.304.000 Espírito Santo 165.000Maranhão 243.500Piauí 125.600 SUL 4.507.000Ceará 136.300Rio Grande do Norte 38.500 CENTRO-OESTE 4.926.000Paraíba 36.400Pernambuco 235.200Alagoas 20.100Sergipe 28.200Bahia 440.200 TOTAL BRASIL 29.564.000

Fonte: Estudos desenvolvidos pelo MMA/SRH/DDH (1999), revisados por Christofidis (2002)

cultivos, o que levou a considerar os levantamen-tos do IBGE (2005) indicando que para as 62 prin-cipais culturas do país, existiu um total de áreaplantada de 58,461 milhões de hectares na safrade 2003/04.

Tal área é composta de 6,35 milhões de hecta-res com cultivos permanentes (11%) e 52,111 mi-lhões de ha com cultivos temporários (89%), o queacarreta uma relação de área irrigada (3,44 milhõesde hectares) por área plantada de 5,89% . Na Re-gião Nordeste, essa relação é de 6,12% (Tabela 4).

Os levantamentos preliminares em fase de re-alização em 2005 indicam que o país detém umaárea atendida com sistemas de irrigação da ordemde 3,7 milhões de hectares.

Demanda de água parairrigação no Brasil, regiãoNordeste/Semi-Árido

A indicação do volume de água derivado dosmananciais e os utilizados para o desenvolvimen-to da agricultura irrigada na parcela agrícola, rea-

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lizada em 1988, por Estado, baseou-se nas carac-terísticas de solos, nos tipos e variedades de culti-vos, no clima, na eficiência de condução, na distri-buição e aplicação de água, nos métodos e siste-mas de irrigação, nos fatores de uso do solo, naadoção de cultivos permanentes ou temporários,nas características regionais de precipitação (eadoção de chuva efetiva), que são os fatores maisrepresentativos dentre os que influenciaram taldefinição.

O exercício da combinação desses diversoscomponentes levou à obtenção, à época, do indi-cador médio de água derivada para irrigação de11.758 m³/ha/ano, para o Brasil (Tabela 5). A água

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TABELA 3 – Áreas irrigadas por métodos de irrigação: estados do Nordeste/Semi-Árido,regiões, Brasil (2003/4)

efetivamente considerada como transportada edistribuída anualmente até a entrada das parcelasfoi 7.330 m³/ha./ano, resultando numa eficiênciamédia de 65,26%, ou seja, cerca de 35% da águaderivada para irrigação no Brasil, no ano de 1998,constituíram-se em perdas por condução e por dis-tribuição nas infra-estruturas hidráulicas situadasentre as captações e a “porteira” da propriedadeprodutiva (Christofidis, 2001).

Estimativas realizadas entre projetos de irriga-ção cujos levantamentos foram levados a efeito nofinal do ano 2003/04, indicam ter ocorrido um avan-ço na melhoria da eficiência do uso da água na prá-tica da irrigação (Tabela 6).

BRASIL ANO 2003/04 – MÉTODO DE IRRIGAÇÃO (hectares)Regiões e Estados

SUPERFÍCIE ASPERSÃO PIVÔ CENTRAL LOCALIZADA TOTAL CONVENCIONAL

BRASIL 1.729.834 662.328 710.553 337.755 3.440.470

NORTE 84.005 9.125 2.000 4.550 99.680

NORDESTE 207.359 238.223 110.503 176.755 732.840Maranhão 24.240 12.010 3.630 8.360 48.240Piauí 10.360 7.360 880 8.180 26.780Ceará 34.038 18.238 2.513 21.351 76.140Rio Grande do Norte 220 2.850 1.160 13.990 18.220Paraíba 30.016 8.420 1.980 8.184 48.600Pernambuco 31.640 44.200 9.820 12.820 98.480Alagoas 7.140 58.500 6.060 3.380 75.080Sergipe 30.445 8.825 310 9.390 48.970Bahia 39.260 77.820 84.150 91.100 292.330

SUDESTE 219.330 285.910 366.630 116.210 988.080Minas Gerais 107.000 107.970 89.430 45.800 350.200Espirito Santo 17.340 56.480 13.820 11.110 98.750Rio de Janeiro 15.020 15.250 6.760 2.300 39.330São Paulo 79.970 106.210 256.620 57.000 499.800

SUL 1.155.440 94.010 37.540 14.670 1.301.660Paraná 21.240 42.210 2.260 6.530 72.240Santa Catarina 118.200 21.800 280 3.140 143.420Rio Grande do Sul 1.016.000 30.000 35.000 5.000 1.086.000

CENTRO-OESTE 63.700 35.060 193.880 25.570 318.210Mato Grosso do Sul 41.560 3.980 37.900 6.530 89.970Mato Grosso 4.200 2.910 4.120 7.300 18.530Goiás 17.750 24.350 145.200 10.400 197.700Distrito Federal 190 3.820 6.660 1.340 12.010

Fonte: Estimativas realizadas por Christofidis (2005).

66 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 200766 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

TABELA 4 – Indicadores de áreas plantadas e irrigadas (2003/04)

BRASIL / REGIÃO PLANTADA PLANTADA PLANTADA IRRIGADA PERCENTAGEMPREMANENTE TEMPORÁRIO TOTAL (hectare) (habitantes)

(hectare) (hectare) (hectare)

BRASIL 6.350.265 52.110.698 58.460.963 3.440.470 5,89NORTE 574.318 1.985.383 2.559.701 99.680 3,89NORDESTE 2.268.424 9.706.247 11.974.671 732.840 6,12SUDESTE 2.903.650 8.847.050 11.750.700 988.080 8,41SUL 480.347 18.742.013 19.222.360 1.301.660 6,77CENTRO-OESTE 123.526 12.830.005 12.953.531 318.210 2,46

ESTADOS PLANTADA PLANTADA PLANTADA IRRIGADA PERCENTAGEMPREMANENTE TEMPORÁRIO TOTAL (hectare) (habitantes)

(hectare) (hectare) (hectare)

Maranhão 31.821 1.413.738 1.445.559 48.240 3,34Piauí 161.714 809.849 971.563 26.780 2,76Ceará 467.254 1.498.106 1.965.360 76.140 3,87Rio Grande do Norte 166.318 339.704 506.022 18.220 3,60Paraíba 55.634 571.175 626.809 48.600 7,75Pernambuco 84.568 1.027.877 1.112.445 98.480 8,85Alagoas 24.408 569,679 594.087 75.080 12,64Sergipe 103.416 256.775 360.191 48.970 13,60Bahia 1.173.291 3.219.344 4.392.635 292.330 6,66Minas Gerais 1.168.641 3.281.050 4.449.691 350.200 7,87Espírito Santo 636.997 162.525 799.522 98.750 12,35

Notas: 1) Os valores de 1997 são provisórios. 2) Os valores de 1998 são estimados.Fontes: (1) IBGE (2005) (2) Estimativa: Christofidis (2005).Nota: Considerou-se a área plantada dos 62 principais cultivos.

TABELA 5 – Estimativa de demanda de água para irrigação no Brasil Região Nordeste/Semi-Árido(1998)

REGIÃO/ESTADO ÁREA IRRIGADA ÁGUA CAPTADA DOS ÁGUA QUE CHEGA ÀS(hectares) MANACIAIS PARCELAS AGRÍCOLAS

(mil m³/ano) (mil m³/ano)

BRASIL 2.870.204 33.747.297 21.039.159

Região Norte 86.660 836.900 461.320

Região Nordeste 495.370 8.114.586 5.340.146Maranhão 44.200 815.446 499.283Piauí 24.300 445.929 272.257Ceará 82.400 1.426.014 922.633Rio Grande do Norte 19.780 310.961 221.556Paraíba 32.690 471.521 333.798Pernambuco 89.000 1.619.355 1.046.640Alagoas 8.950 155.014 102.495Sergipe 25.840 427.600 293.026Bahia 168.210 2.442.746 1.648.458

Região Sudeste 890.974 9.497.223 6.223.402Minas Gerais 293.400 3.429.553 2.055.560Espírito Santo 65.774 620.775 411.088

Região Sul 1.195.440 13.696.405 8.521.624

Região Centro-Oeste 201.760 1.602.183 1.053.667

Fonte: Christofidis (2001)

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 67Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 67

Conclusões

As expansões das áreas irrigadas ocorrerão commaiores chances de sucesso se os equipamentos,máquinas e implementos acompanharem asmelhorias de eficiência no uso de águas, as reaiscapacidades de aquisição dos agricultores a partirdos benefícios advindos da adoção dos novos equi-pamentos e houver uma real melhora no manejoda agricultura irrigada.

No caso da Região Nordeste, as atividades ime-diatas, associadas à otimização da irrigação, commaior possibilidade de sucesso é a reconversão deáreas atualmente irrigadas para métodos e siste-mas mais apropriados como a fruticultura irrigada,em especial, na região Nordeste, onde se estimaser possível alcançar uma área total irrigada daordem de 1,1 milhão de hectares em solos que apre-sentam potencialidade para irrigação com a mes-ma água que atualmente é utilizada para irrigar739 mil hectares.

Atualmente, e mais acentuadamente no futu-ro, o crescimento da área cultivada decorrerá daincorporação de novas áreas irrigadas e recon-versão de áreas de sequeiro e de práticas da pecuá-ria associadas à agricultura irrigada (Tabela 7).

TABELA 6 – Demanda anual média para irrigação: regional (1998 e 2003)

BRASIL / REGIÕES Ano 1998 Ano 2003 (E)CAPTAÇÃO NA PARCELA CAPTAÇÃO NA PARCELA

NORTE 9.567 5.323 9.330 5.310NORDESTE 16.381 10.780 15.810 10.670SUDESTE 10.659 6.985 10.260 6.960SUL 11.457 7.128 11.250 7.110CENTRO-OESTE 7.941 5.222 7.700 5.210BRASIL 11.758 7.330 11.430 7.310

(E) Valores estimados por Christofidis (2005).

TABELA 7 – Indicadores e cenários de área plantada e irrigada por habitante (1990-2020).

1980/81 1985/86 1990/91 1995/96 2000/01 2004/05 2010 2015 2020ÁREA PLANTADA 40.384.000 42.534.000 37.893.700 36.970.900 37.847.300 48.520.000 51.000.000 52.120.000 52.600.000(ha)ÁREA IRRIGADA 1.600.000 2.100.000 2.332.000 2.540.000 3.080.000 3.601.000 4.212.000 4.888.000 5.645.000(ha)HABITANTES 118.562.549 132.999.282 146.592.579 158.874.963 171.279.882 184.184.264 196.834.086 208.468.035 219.077.729

ÁREA PLANTADA/HAB 3.406 3.198 2.585 2.327 2.210 2.634 2.591 2.500 2.401 (m2/hab.)ÁREA IRRIGADA/HAB 135 158 159 160 180 196 214 234 258(m2/hab.)

Nota: Valores aproximados.Fontes: Conab-Dibem (2005)

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E

68 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Com o processo de transposição do Rio SãoFrancisco e a interligação com as Bacias

Hidrográficas do Nordeste Setentrional, oMinistério da Integração Nacional pretende

triplicar a área destinada à agricultura irrigadaentre os Rios Jaguaribe, no Ceará, e o Rio Apodi,

no Rio Grande do Norte. Serão 60 mil hectaresdestinados ao desenvolvimento da irrigação na

região do Projeto Jaguaribe-Apodi e, segundo odiretor-geral do Dnocs, Elias Fernandes Neto, o

ministro Geddel Vieira Lima pretende transformaressa região num novo pólo Petrolina/Juazeiro,

considerado uma das melhores experiências deprojeto público irrigado no Brasil. Essa área deverá

ser batizada com o nome de Pólo IntegradoApodi-Jaguaribe e abrangerá os dois Estados.

Águas do São Francisco vão triplicaráreas para a irrigação no RN e CE

TRANSPOSIÇÃO

68 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

A integração das águas do Rio São Francisco com as bacias do Nordeste Setentrional vai provocar o saneamento básico em todos os municípios por onde o rio passar

garantia hídrica será dada pelo Rio SãoFrancisco, que atenderá às barragens doCastanhão (CE), com capacidade para 6,7

bilhões de m3, e de Santa Cruz do Apodi, com ca-pacidade para 600 milhões de m3. O ministro daIntegração Nacional já autorizou a contratação doprojeto executivo desse pólo, que deverá custar cer-ca de R$ 2 milhões, enquanto as obras estão orça-das em mais de R$ 100 milhões.

Elias Fernandes considera também que o RioGrande do Norte deverá ser o maior beneficiáriocom a concretização do processo de transposiçãodo Rio São Francisco. “As águas do São Franciscoentrarão no Estado através de duas Bacias, a doRio Piranhas (que irá beneficiar a Barragem deOiticica, de construção prevista, e a Barragem Ar-mando Ribeiro, já construída), fazendo com quehaja garantia de água para os projetos de irrigaçãoao longo da Bacia do Rio Piranhas-Açu”, afirmaele. A outra, através da Bacia do Rio Apodi, ondejá existem as Barragens de Santa Cruz do Apodi ePau dos Ferros e multiplicará por três o potencialde irrigação na Chapada do Apodi.

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Área de influência geral

Quem ganha coma transposição doRio São Francisco

70 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

A realização do Congresso Nacional de Irrigação eDrenagem em Mossoró, RN, no atual momento, estásendo vista com ótimas perspectivas pelas autorida-des ligadas aos setores de agricultura e da Ciência eTecnologia do Estado do Rio Grande do Norte. Foiesse o sentimento expresso pelo secretário-adjuntoda Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Rio Grandedo Norte, Pedro Almeida Duarte. “É importante discu-tirmos a produção com o uso adequado e racional daágua”, afirma ele. E, para a diretora-presidente daFundação de Pesquisa do Estado do Rio Grande doNorte (Fapern), Isaura Amélia Rosado Maia, é semprebom discutir, pensar e divulgar ciência. “São açõespontuais e culminantes do processo científico”, co-menta ela.

Projetos de pesquisa voltados para a agriculturairrigada compõem um dos principais produtos dapauta de trabalho da Fapern. “Temos 15 projetos depesquisa apoiados pela Fundação. Uma das ativida-des é a melhoria e o apoio à instalação e organizaçãodas estruturas de pesquisa no Estado. Já temos emfuncionamento o Centro Tecnológico da Apicultura,afirma Isaura Rosado, lembrando ainda que estásendo construído o Centro Tecnológico da Aqüiculturae encaminhado processo licitatório para a instalaçãodo Centro Tecnológico do Agronegócio, com sede naUniversidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa),em Mossoró, envolvendo mais sete municípios. Essecentro vai reformar, ampliar e criar mais de 30 unida-des de pesquisa na área, com recursos assegurados daordem de R$ 3 milhões.

Momento de planejar e decidir – Particularmen-te, o estado do Rio Grande do Norte está vivendo ummomento de decisões para a produção de oleagino-sas destinadas a atender à matéria-prima necessáriapara a produção de biodiesel de duas unidades daPetrobrás, que estão sendo construídas nos municípi-os de Quixadá e Candeias. A orientação é de que pormeio dessa produção seja atendido, como primeiracondição, o critério de inclusão social. No caso damamona de sequeiro, o custo de produção é alto e ozoneamento agrícola evidencia que a aptidão paraessa cultura está restrita a uma pequena área doEstado. Assim, fica evidente a importância dos estu-dos da irrigação para essa e outras oleaginosas. Umadelas, segundo Pedro Almeida, seria o de aproveitaro período de entressafra do melão, que chega a 90dias, e plantar o girassol irrigado. Ele considera que,rapidamente, poderiam ser incorporados à produçãocerca de 12 mil hectares, além das áreas dos assenta-mentos do Incra de Maísa e de São João no Estado,que têm água. “Mas os produtores de melão querem

Na busca pela produção deoleaginosas, a realização doXVII Conird em Mossoró, RN,é vista com bons olhos

A agricultura irrigada brasileira,aquém de outros países

O diretor-geral do Dnocs con-sidera ainda que o Brasil está mui-to aquém de outros países no quediz respeito à irrigação, como oChile, que é um grande exporta-dor de frutas; os EUA, com oColorado e a Califórnia; o Méxi-co e a Espanha. “O País precisafazer um esforço para se nivelar aesses países em termos de áreairrigada”, afirma ele.

Para o diretor-geral daEmater-RN, Luiz Cláudio SouzaMacêdo, a agricultura irrigada noRio Grande do Norte é de sumaimportância, já que tem mais de90% de seu território inserido noSemi-Árido brasileiro. E este ca-racteriza-se não só pela falta dechuvas, mas sobretudo pela irre-gularidade delas. “A agriculturaprofissional só poderá ocorrercom a irrigação”, afirma ele, refe-rindo-se às áreas da Várzea doAçu, com as águas da RepresaArmando Ribeiro Gonçalves etambém a região de Mossoró,onde se desenvolve uma agricul-tura de forma bastante profissio-nal e tecnológica.

Luiz Cláudio considera que o processo daintegração da Bacia do São Francisco só seria com-pleto, se algumas áreas de interligação de baciaspudessem ser feitas na região do Apodi e do Pira-nhas-Açu, no RN, e houvesse uma regularidadecom água vinda para a região do Mato Grande.“Água é sempre bom e o Estado criou inclusiveum comitê parlamentar para brigar ao lado de PE,CE e a PB pelo processo de transposição do SãoFrancisco”, afirma ele.

70 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Elias Fernandes,diretor-geral do

Dnocs

O girassoldesponta no elenco

das oleaginosasestudadas para a

produção debiodiesel no RN

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Luiz Cláudio SouzaMacêdo, diretor-

geral da Emater/RN

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 71

Pedro Almeida

Isaura Amélia Rosado

a garantia de que o plantio do girassol não irá trazerproblemas de doenças, pragas e alelopatias para omelão. Os pesquisadores da Empresa de PesquisaAgropecuária do RN (Emparn) irão trabalhar em pro-jetos para dar essa resposta ao setor produtivo, comrecursos da Petrobrás.

Possibilidades de aumento da área de agricul-tura irrigada – Segundo Pedro Almeida, o Rio Grandedo Norte apresenta a característica importante de ter90% de seu território no Semi-Árido. Isso mostra aimportância das áreas, onde há condições de ter águae, consequëntemente, a agricultura irrigada.

“Principalmente no eixo do Baixo Açu e próximo aMossoró, na área de Baraúnas e um pouco na área deGovernador de Sé, temos uma agricultura irrigadaforte. Somos o maior produtor nacional de melão, oterceiro em manga. Já começamos a nos destacarcom a manga. Temos áreas de maracujá e mamão e,pontualmente, algumas outras com algodão irriga-do”, afirma ele.

Para Almeida, a adoção correta da tecnologia deirrigação pela agricultura familiar é uma questão detempo e se esse tipo de agricultura estiver próximo daágua e de quem produz. Exemplo disso são os assen-tamentos próximos a Mossoró que estão exportandomelão. “Mas é preciso caracterizar que a maioria dosassentamentos do RN sequer tem água, hoje, paraconsumo humano. Precisamos levar água por adutorae alguns deles ainda são beneficiados somente porcarro-pipa.”

Água do São Francisco como segurança hídrica– Pedro Almeida considera que a transposição do RioSão Francisco com as bacias do Nordeste Setentrionalestá atrasada. “Quando se estuda a transposição,verifica-se que há mais de 100 anos se fala nisso. Seráque todos estão errados? A transposição é importan-te, porque além de interligar bacias, vai nos dar agarantia hídrica, a garantia de água”, afirma ele. E,continua: “Se temos a Barragem de Armando Gonçal-ves com 2,3 bilhões de m3 de água armazenada eusamos essa água para irrigar, num período de cincoanos, perdemos muito em evaporação e teremos quediminuir sensivelmente essas áreas irrigadas. Se pen-sarmos que a cada período de dez anos, sete não sãobons, mas a necessidade de ter a garantia de que euposso ampliar a área de irrigação da barragem, deque terei água para consumo humano e água nasadutoras para consumo animal. As pessoas precisamentender que a integração de bacias vai significarlevarmos e mantermos a água, onde ela não existe”.

Água só não basta – Almeida considera o espelhod’água do Estado extremamente interessante. O re-servatório Armando Ribeiro Gonçalves só perde emtamanho e capacidade para o Castanhão, no Ceará.Existem ainda outras barragens de destaque como ade Santa Cruz no município de Apodi, próximo aMossoró, com 600 milhões de m3 e a Barragem de

Umari, com 300 milhões de m3.Existem ainda os reservatórios noSeridó, além de um bom potencialde aqüífero de águas subterrâne-as. Para Almeida, esse fato abre umleque de oportunidades de áreascom solos excelentes, principal-mente ligados às barragens deUmari e Santa Cruz, onde poderãoser agregados de 18 a 22 mil hec-tares irrigados. “Isso significará umincremento importante”, garanteele.

Considera ainda a existência dedificuldades de pessoal, orçamen-tárias e de estrutura fundiária, prin-cipalmente. E mostra: “Agora mes-mo para o aproveitamento daságuas da Barragem do Santa Cruz,alguns grupos estavam interessa-dos em adquirir áreas próximas,mas ainda falta a infra-estruturade irrigação para utilização dessaságuas para agricultura irrigada. E,principalmente, essas áreas sãopequenas e os investimentos nãoproduzem o retorno necessário,devido ao tamanho reduzido dasáreas”, finaliza ele.

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Agricultura familiar precisa de muitossubsídios para produzir biodiesel

Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa dePesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), MarconeCésar Mendonça Chagas, a agricultura familiar no Nordeste écomplicada, o que torna mais difícil a indicação de uma cultura a serestimulada para a produção de biodiesel. Segundo ele, a mamonatem suas qualidades, mas as áreas do agricultor familiar são redu-zidas. “Ele planta feijão, milho de subsistência e, ao plantar mamona,ele empata pelo menos um hectare. O produtor tem que investirnuma cerca para que o cabrito não entre, pois mamona é tóxica.Depois, há a questão de preço. O Programa tem que ser subsidiado”,considera o pesquisador.

O girassol e outras oleaginosas estão despontando no elenco deculturas estudadas, que incluem o sorgo, o feijão e o algodão. “De2006 para 2007, produzimos girassol irrigado numa área de mais de20 hectares com uma produtividade excelente. A cultura de customais baixo foi a do girassol. Mas precisamos avançar na avaliaçãodos parâmetros da irrigação e baixar custos”, analisa Marcone.

Quando se refere a culturas de sequeiro, o pesquisador épragmático ao afirmar que quem vive no Semi-Árido sabe que, numperíodo de 10 anos, têm-se sete anos de extrema irregularidadeclimática. “Se esse programa for prioridade do governo como foi hádécadas o Proálcool, será necessário subsidiar. Está provado que80% do custo do biodiesel estão no campo”, considera ele.

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E N T R E V I S T A

ITEM: Qual é a visão do Banco do Nordeste emrelação à agricultura irrigada e o papel desempe-nhado por ela para o desenvolvimento do Semi-Árido brasileiro?Lapa: A primeira observação que me vem é o trabalhode um economista, Gustavo Maia Gomes, que publi-cou em 2001, um texto a respeito das inúmerassucessões de seca no Nordeste, que se chama “VelhasSecas em Novos Sertões”, onde compara a dinâmicada economia do Semi-Árido não-irrigado com ados pólos irrigados. Essas considerações relevam asduas fronteiras do Nordeste e ambas têm de sertrabalhadas.A segunda observação é em relação a um dos princi-pais projetos do governo que é a transposição debacias, onde o BNB é o ator principal. Pelos resultadosdo BNB na safra passada (contratou mais de R$ 7bilhões), pelo número de contratos feitos (para aagricultura familiar, foram mais de 1 milhão).Agora, além de ter-se apresentado na gestão de 2003/2006 com essa força e capacidade de expandir suaatuação, o BNB tem uma preocupação com qualida-de. A instituição tem 55 anos, foi criada num ambien-te da década de 50, quando se falava de maneiraprioritária em desenvolvimento. E hoje, temos denovo a questão de desenvolvimento de maneira mui-to forte. Ao longo desse período, o Banco acumulouerros e acertos e credenciou-se a fazer suas opções.Entre elas, esse esforço incansável para encontrarsoluções para o Semi-Árido e uma delas, evidente-mente, é a irrigação.

ITEM: Como o BNB atua nessa questão de desen-volvimento da agricultura irrigada?Lapa: Além de fazer suas opções como uma institui-ção mais madura, o BNB aproxima-se do governofederal e se coloca como um agente, conversa com osministérios para identificar as prioridades. E, nesseprocesso, encontramos a transposição, a integraçãode bacias como uma das prioridades. O BNB tem-se

aproximado dos atores integrantes do processo eapresenta-se como agente financeiro.Outra ação que está em curso e faz parte do PAC é areestruturação e dinamização dos perímetros irriga-dos e o BNB tem atuado junto à Codevasf nessesentido, como agente financeiro.Em 2006, o BNB contratou R$ 200 milhões para aagricultura irrigada, a maior parte para o Cerrado(café, soja, algodão) e estamos nos perímetros irriga-dos, particularmente na fruticultura do CE, RN e,principalmente, no Vale do São Francisco. Apesar denão termos encontrado o caminho para uma inter-venção mais forte na agricultura irrigada, esses sãonúmeros razoáveis. Financiados pela fonte Pronaf(destinados à agricultura familiar), foram R$ 30milhões.Na gestão (2007/2010), onde o governo sinaliza pararesolver diversos gargalos de infra-estrutura para airrigação, a assistência técnica ocupa um espaçodeterminado. Os planos de negócios requerem umaprecisão maior e a assistência técnica faz parte.

ITEM: Quais são as outras ações do BNB como umaagência de desenvolvimento?Lapa: Para o BNB, a política de desenvolvimentoterritorial é importante. Quais são os territórios pas-síveis de uma ação de crédito para a agriculturairrigada e para trabalhar esses pacotes? Temos que teruma visão negocial clara e uma postura de ação ágil.Esses são desafios. O Banco tem conversado com osinterlocutores de cada um dos Estados brasileiros,para identificar iniciativas na área de irrigação, porexemplo. Se tiverem, construir com eles soluçõesespecíficas que atendam de maneira objetiva. Temosorgulho em dizer que a qualidade do nosso ativo estáperfeitamente enquadrada com os índices daFebraban. Nossas taxas de inadimplência estão com-patíveis com as enfrentadas pelos Bancos privados.

ITEM: E qual é essa taxa?Lapa: Ela situa-se no patamar médio de 4%, nopadrão Febraban. Esses indicativos sofrem alteraçõesregionais, dependem do porte, da atividade, de ocor-rências excepcionais (condições climáticas, conjuntu-ra econômica etc.). Hoje, a pecuária leiteira, porexemplo, está vivendo um eldorado. Os preços demercado e o próprio mercado estão em expansão. Oque irá acontecer no Nordeste em relação à portaria51 do Mapa? Se a região resolver bem essa portaria,não teremos nenhum problema, mas existem proble-mas regulatórios, mercadológicos e financeiros que

Banco do Nordeste do Brasil S.A.

Parceiro de fé!Com 55 anos de existência, o Banco do Nordeste

do Brasil S.A. (BNB) tem atuado como um dosprincipais parceiros do governo federal na

implantação de seus projetos de desenvolvimento.Para falar sobre esse assunto, a ITEM ouviu o

diretor de Gestão do Desenvolvimento do BNB, oeconomista Pedro Rafael Lapa.

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 75Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 75

PEDRO RAFAEL LAPA

podem facilitar ou dificultar o desempenho de algu-ma atividade e isso reflete-se nas taxas de adimplênciae de inadimplência. Apesar de o Banco fazer umaclara aposta, tem sido conservador no sentido de sóentrar no projeto, se evidenciada a viabilidade.

ITEM: Qual tem sido a taxa histórica deinadimplência do BNB ao longo de seus 55 anos deexistência?Lapa: É difícil chegar a esse número por diversasrazões. Eu diria que o Banco viveu, no período de2003/2006, um dos melhores momentos de sua histó-ria. E, já passou por situações pouco recomendáveis,como gestor de recursos públicos.

ITEM: Sob o ponto de vista do passivo na área daagricultura, na época do “tratoraço” falava-se emR$ 40 milhões, hoje são mais de R$ 140 milhões.Foram dívidas adiadas, mas vai chegar uma horade impasse. O que poderá acontecer?Lapa: O Banco tem uma atividade básica: conceder erecuperar créditos. E tem trabalhado com rigor nasduas linhas, para que as novas contratações sejamconsistentes. Inclusive, interagindo com o governo,para que sejam estabelecidas bases legais e normativasque permitam a renegociação desses passivos e elesnão são poucos. Da mesma forma, financiamos em-preendimentos e a recuperação deles. É da naturezados Bancos, particularmente de um Banco público ede um Banco de desenvolvimento. A história dosexperimentos irrigados revela bem isso. Foramalocados recursos públicos que não foram aproveita-dos como deveriam e o que o governo está fazendo?Complementando essa infra-estrutura e mobilizandoos agentes financeiros, particularmente os agentesfinanceiros públicos, a se associarem a esse esforço eoferecerem crédito, para que se tenha infra-estruturae produção.

ITEM: O Ministério da Integração Nacional fez umlevantamento da situação dos projetos públicosde irrigação e verificou a existência de mais de 100mil hectares com infra-estrutura pronta e semocupação. Isso representa mais de US$ 1 bilhãoparados e exigindo investimentos. Como o Bancoenxerga a movimentação em torno das parceriaspúblico-privadas (PPPs) e como tem conseguidoevoluir em termos das PPPs?Lapa: O Banco aprovou a primeira operação de PPP enão foi para a agricultura, foi para o setor de transpor-tes. Estamos financiando uma rodovia que vai viabilizarum projeto turístico. Portanto, já absorveu essametodologia. Em relação aos perímetros públicosirrigados, tivemos uma apresentação por parte daempresa que foi autorizada a elaborar os estudossobre o projeto Salitre e isso nos levou a uma consultaà Codevasf e ao Ministério da Integração. Disso deveresultar uma participação ativa do BNB na construçãodessas propostas, que estão sinalizadas como pro-postas de PPPs. Já existem recursos para esse projeto.

ITEM: Qual tem sido a política adotada pelo BNBno caso de apoio à produção de bicombustíveis?Lapa: Na área de energia, o Banco está trabalhandode maneira significativa. Atua com o gás, a energiaelétrica e energia eólica. Está atuando na moderniza-ção do parque industrial sucroalcooleiro e na instala-ção da coogeração. É também significativa a atuaçãona produção de álcool. O problema que vem por aí émuito maior do que o fôlego de FNE. Temos quebuscar novas fontes e avançar nos entendimentoscom os demais Bancos públicos, em particular, oBNDES. Num seminário sobre agroenergia, realizadono Piauí, o governador anunciou que existem 100 milhectares disponíveis na região de Guadalupe e quecomportam quatro plantas de etanol. Na Bahia, te-mos notícias que o governo reservou uma área doCerrado próxima ao município de Luiz Eduardo, ondepodem ser instaladas plantas para a produção deaçúcar e de álcool. Sabemos também que o governode Pernambuco trabalha com a hipótese de viabilizaroutras unidades. Já estamos presentes e vamos parti-cipar desse novo ciclo. Mas com a realidade de de-manda de investimento, o Banco deverá ser, necessa-riamente, mais seletivo.

ITEM: Quanto o Banco tem disponível para aten-der a essa demanda?Lapa: O Banco estabilizou uma disponibilidade anualda ordem de R$ 5 bilhões, mas o FNE tem regraspróprias para a distribuição desses recursos. A atualadministração do Banco, quando assumiu em 2003,encontrou recursos do FNE disponíveis e não aplica-dos da ordem de R$ 10 bilhões. E, ao longo dos quatroanos, aplicamos R$ 20 bilhões. O Banco está-secredenciando a outras fontes, já opera FAT, Fundo daMarinha Mercante, está iniciando negociações paraoperar o Funcafé, estabelecendo parcerias com ou-tros Bancos públicos e está em entendimento com oBID, o que pode mudar radicalmente o perfil dasfontes.

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O que fazer para tornar oBrasil um país desenvolvido?

Ex-ministro, o professor Paulo Haddadmostra como fazer para levar o

desenvolvimento para mais de dois milmunicípios brasileiros subdesenvolvidos.

Explorando expressões como endogenia,histerese socioeconômica e gestão compartilhada,o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, oeconomista Paulo Haddad, deu uma verdadeiraaula de economia com palestra sobre “Como asregiões se desenvolvem: o papel da Ciência,Tecnologia e Inovação”, no dia 13/7, em Belo Ho-rizonte. Uma aliciante reflexão sobre o papel daagricultura irrigada, principalmente no desenvol-vimento do Semi-Árido, motivo do XVII Conird.

Apontou caminhos para levar o desenvolvimen-to a municípios brasileiros que estão na faixa dosubdesenvolvimento, isto é, municípios cuja rendaper capita representa menos de 30% da renda percapita média brasileira. Estão nessa faixa, de 2 mila 2,5 mil municípios, localizados principalmente naRegião Nordeste brasileira, apesar de também se-rem encontrados em outras regiões como Norte,Sudeste, Centro-Oeste e Sul.

Haddad foi professoral ao afirmar que vivemosum momento em que é preciso renovar as idéias eter em mente que o desenvolvimento hoje é basi-camente resultado do esforço endógeno demobilização da sociedade regional e nacional, paraaproveitar as oportunidades potenciais. “É muitodifícil localizar a presença da endogenia em mui-tos pontos dos Estados e do País, ou seja, a capaci-dade que a sociedade tem em se organizar e semobilizar para promover o desenvolvimento”, con-sidera ele.

Histerese socioeconômicaHisterese socioeconômicaHisterese socioeconômicaHisterese socioeconômicaHisterese socioeconômica – Segundo PauloHaddad, o conceito de histerese aparece no pen-samento econômico, quando em determinada si-tuação, por exemplo, numa recessão, o processode desemprego vai-se prolongando e o governopassa a adotar medidas para atenuar a crise social.“Ao tomar as medidas sociais compensatórias, oprocesso de prolongamento de uma recessão fazcom que os trabalhadores percam habilidades,graus de sindicalização, contatos pessoais e moti-vação para a busca do trabalho. Quando há a reto-mada do processo econômico, há também umadefasagem na resposta da oferta de mão-de-obra,criando o que se chama de histerese. É um fenô-meno que caracteriza uma reação lenta e defasa-da, diante de um estímulo externo”, mostra ele.

Paulo Haddad afirma que, no Brasil, existemcerca de 1.600 municípios em situação de histerese.Ou seja, mesmo se houver a melhoria da infra-es-trutura de transporte, sistema de comunicação,estruturas de água e esgoto, provavelmente, a rea-ção do município aos estímulos externos vai serlenta e defasada ao longo do tempo.

Endogenia Endogenia Endogenia Endogenia Endogenia – – – – – Já a endogenia aparece quandonuma situação de estresse, de dificuldades, os ca-pitais intangíveis (ver Quadro 1) emergem e cola-boram para a solução do problema. São, por exem-plo, o capital humano, a mão-de-obra qualificada,com expertises e habilidades especiais (capitaisintangíveis se contrapõem aos capitais tangíveis quesão a energia elétrica, as fábricas, as máquinas, ainfra-estrutura geral do País).

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QUADRO 1ALGUMAS FORMAS DE CAPITAIS INTANGÍVEIS:

1. CAPITAL INSTITUCIONAL – As instituições ouorganizações públicas e privadas existentes naregião: o seu número, o clima de relaçõesinterinstitucionais (cooperação, conflito,neutralidade), o seu grau de modernidade.

2. CAPITAL HUMANO – O estoque de conheci-mentos e habilidades que possuem os indivíduosque residem na região e sua capacidade paraexercitá-los.

3. CAPITAL CÍVICO – A tradução de práticas depolíticas democráticas, de confiança nasinstituições, de preocupação pessoal com osassuntos públicos, de associatividade entre asesferas públicas e privadas, etc.

4. CAPITAL SOCIAL – O que permite aosmembros de uma comunidade confiar um nooutro e cooperar na formação de novos gruposou em realizar ações em comum.

5. CAPITAL SINERGÉTICO – Consiste na capaci-dade real ou latente de toda a comunidade paraarticular de forma democrática as diversasformas de capital intangível disponíveis nessacomunidade.

Fonte: S. Boisier Conversaciones Sociales Y DesarrolloRegional. Editorial de la Universidad de Talca, 2000.Boisier menciona, ainda, como capitais intangíveis: ocapital cultural, o capital cognitivo e o capital simbólico.

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Um exemplo de capital intangível foi aponta-do por Paulo Haddad. “Em 1961, o presidenteKennedy, preocupado com a difusão da experiên-cia cubana na América Latina, particularmentecom as ligas camponesas de Francisco Julião, noNordeste, e a presença de Che Guevara, na Bolí-via, resolveu fazer o Plano Marshall para a Améri-ca Latina. Com a Europa destruída, o governoamericano por meio da moeda forte, o dólar, e daassistência técnica, irrigou a economia européia.Em 10 anos, a Europa se levantou. Por que nãofazer o Plano Marshall para a América Latina echamá-lo de Aliança para o Progresso? Quem sabedaqui a 10 anos não seria criado um ambiente deprosperidade que iria dificultar a contaminação docontinente pelas idéias socialistas de Fidel Castro?”

Celso Furtado fez, em 1962, um artigo clássicoonde apontou uma distinção entre subdesenvolvi-mento e assimetria do retrocesso econômico.Quando se tem um país como Alemanha e França,que passa por um período de guerra e se destrói ocapital físico, ao se irrigar a economia com assis-tência técnica e uma moeda forte, o capital intan-gível soergue a nação, com empreendedorismo,capital humano e civismo.

“Se irrigarmos o Nordeste com moeda forte,dentro de 10 anos, ter-se-á um intenso processode reprodução de desigualdades sociais, não ne-cessariamente uma região mais desenvolvida. ParaCelso Furtado, desenvolvimento se faz com amobilização de capitais intangíveis”, consideraHaddad. O que seria então a endogenia? Em umasituação de estresse social, de desemprego, pobre-za e baixo nível de aproveitamento das oportuni-dades, a sociedade se mobiliza para equacionarproblemas socioeconômicos ou para mobilizarpotencialidades.

Gestão compartilhadaGestão compartilhadaGestão compartilhadaGestão compartilhadaGestão compartilhada – – – – – Segundo PauloHaddad, já temos acumulada no País uma experi-

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ência de planejamento participativo, que apareceem várias administrações locais e estaduais,introduzida também pelas empresas, onde pormeio de técnicas de gestão, pratica-se o que se cha-ma de administração participativa.

Quando tem que se tomar uma decisão, locali-zam-se grupos sociais que vão ser afetados peloscustos e benefícios dessa decisão, estabelece-se odiálogo com a participação desses grupos. As ex-periências recentes de desenvolvimento mostramque se devem explorar novas idéias paraequacionar problemas antigos.

Em 1969, Juscelino Kubstcheck fez uma viagemcom Celso Furtado para visitar as secas do Nor-deste. Na volta, recomendou a Furtado que crias-se um grupo de trabalho para o desenvolvimentodo Nordeste. Com a promessa de fazer 50 anos emcinco, ele havia concentrado investimentos do Pro-grama de Metas no eixo Rio - São Paulo. Em cada100 empregos criados por JK na indústria, 72 fo-ram em São Paulo e Rio. Ele queria descentralizaro desenvolvimento e resolver o problema do Nor-deste. Celso Furtado fez uma proposta modernade política, de criação de incentivos fiscais, de ins-tituições como o BNB e da Sudene, de fortaleci-mento das autoridades locais com a criação doConselho Deliberativo da Sudene, que coordena-va os ministérios setoriais que agissem na região.

Mas o que ele propôs foi sendo, pouco a pou-co, dilapidado pelas políticas clientelistas e tradi-cionais que dominavam o Nordeste e 60 anos de-pois da criação da Sudene, o que restou? Prova-velmente, de um lado, os instrumentos fragilizadosde incentivos fiscais; os investimentos públicos fo-ram capturados pela política tradicional do Nor-deste e, por outro lado, as próprias idéias sobre odesenvolvimento, que estivessem mais apropriadaspara a região.

Para Paulo Haddad,a irrigação possibilitaa formação de pólosde desenvolvimentoregional como o Pólode Juazeiro/Petrolina

Segundo Paulo Haddad, a sociedade brasileira poderá viveruma seqüência de apagões de infra-estrutura: transporte,energia, aeroportos e alguns invisíveis, como investimentosem C&T eeducação

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Onde está o subdesenvolvimento

Em sua palestra, Paulo Haddad perguntou:“A Sudene foi necessária para a soja ir para ooeste da Bahia, o petróleo ser explorado noRio Grande do Norte e Sergipe, o turismo e afruticultura irem para Pernambuco”? Com omovimento do capital privado e financiamen-to do BNDES e o do BNB, o desenvolvimentochegaria a esses locais em busca dos recursosnaturais: solo, fertilidade do solo, microclima.A cor vermelha mostra a incapacidade daspolíticas regionais para equacionar osproblemas do Nordeste.

Esse é o mapa que mostra a geografia dosubdesenvolvimento brasileiro. Em corvermelha, os municípios do Brasil, cujo PIB percapita representa menos de 30% da médiabrasileira, o que não é um bom sinal. Àesquerda, está a Amazônia Oriental ondeesses cálculos de PIB não são consideradosapropriados. São de 2 mil a 2,5 mil municípiosdo País com um forte grau de subdesenvolvi-mento. No Nordeste, observam-se algumasilhas de prosperidade: as capitais, o oeste daBahia, Balsas, no Maranhão, e o sudeste doPará com a mineração, o petróleo no RioGrande do Norte e Sergipe, e alguns pólosturísticos. O Nordeste tem 70% dos seusmunicípios com PIB per capita abaixo damédia brasileira. Municípios subdesenvolvidostambém estão localizados em Minas Gerais,no norte, Vales do Jequitinhonha e Mucuri,além de mais quatro municípios de SãoMateus, mais quatro microrregiões do Vale doRio Doce e parte da Zona da Mata. A Funda-ção João Pinheiro identificou que, na áreacentral da área metropolitana de BeloHorizonte, existem mais municípios com baixoIDH do que no próprio Vale do Jequitinhonha.

Municípios brasileiros com PIBper capita inferior a 30% damédia do País (2004)

Região Nordeste: PIB per capitados municípios em relação aoBrasil (2004)

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fiscais, financeiros, melhoria da infra-estrutura, asensibilidade, a comunicação etc.?

Paulo Haddad lembrou, ainda, que antes daConstituição de 1987, a União gastava 40% do or-çamento com infra-estrutura e as políticas sociaiscompensatórias representavam apenas 3%. Eleconsidera que isso significa que a sociedade brasi-leira poderá viver uma seqüência de apagões deinfra-estrutura: transporte, energia, aeroportos ealguns invisíveis, como investimentos em C&T, emeducação.

Pobreza é falta de redundância

Haddad apontou que 56% das estradas estãodeficientes, ruins ou péssimas. Mais importante doque isso é saber a lacuna do que não existe, isto é,existem poucas alternativas para resolver os pro-blemas brasileiros, como retirar a soja do Centro-Oeste em condições competitivas para exportação.“Num documento à Presidência da República, oIpea mostrou que a economia brasileira está limi-tada a crescer no máximo 5%, nos próximos trêsanos, porque de outra forma, haverá outro apagãode energia elétrica”, afirmou ele, mostrando que osnúmeros revelam que 89% dos recursos da Uniãoestão comprometidos com dispositivos constitucio-nais legais, despesas com bolsas-família e despesascom a Loas, que incorporou mais 300 mil pessoassomente no primeiro semestre de 2007. Dessa for-ma, os 11% que sobram são disputados por trans-porte, energia, universidade, C&T, segurança”.

Composição do Gasto Não-Financeiro da União – 2005GASTOS % do GNF

1. Gasto obrigatório total 89%

1.1. Benefícios do INSS 41%

Até 1 salário mínimo 14%

Rural 7.7%

Urbano 6,1%

Maior que 1 salário mínimo 27%

1.2. Pessoal 26%

Ativos 14%

Inativos 12%

1.3. Seguro-desemprego e abono salarial 3,2%

1.4. Loas* e renda mensal vitalícia 2,6%

1.5. Transferências diretas de renda 1,8%

1.6. Saúde (despesa corrente) 8.1%

1.7. Outras despesas obrigatórias 6,2%

* Loas (Lei Orgânica de Assistência Social)

Para ele, uma solução politicamente viável paraa situação, seria congelar em termos nominais osalário mínimo, a bolsa-família, a Loas, que atual-mente são corrigidos pelo IPCA. Todo aumentoda arrecadação seria alocado pela infra-estrutura,programas de C&T, laboratórios, hidrovias, ferrovi-as, estradas etc. Mesmo considerando a solução po-liticamente complicada, Haddad acha-a necessária.

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Fatores que podem favorecer adescontração industrial

FATORES FAVORÁVEIS À CONCENTRAÇÃO

• Inovações e ciclos de produtos mais curtos estimu-lam maior proximidade espacial entre as atividadesde P&D e as atividades industriais.

• A economia de mão-de-obra nos sistemas deprodução flexível faz com que os custos de saláriospassem a ser um fator de menor interesse.

• Mão-de-obra multi-qualificada e com experiência(polivalente) tende a estar concentrada.

• Terceirização estimula concentração espacial.

• Contenção ou baixa de salários nos centros industriais.

FATORES FAVORÁVEIS À DESCONCENTRAÇÃO

• Avanços nos sitemas de telecomunicações reduzemdrasticamente a fricção da distância.

• Presença sindical tende a oferecer maior resistênciaàs formas flexíveis de contratação da mão-de-obra.

• Identificação de mercados regionais potenciais emáreas menos desenvolvidas.

• As grandes empresas que investem em áreas periféri-cas podem influenciar seus supridores de insumos.

• Concorrência mundial estimula a busca de custosainda mais baixos da mão-de-obra em áreas menosdesenvolvidas.

Paulo Haddad considerou que um conjunto defatores pode favorecer a descontração industrial,um deles é a presença da ciência, tecnologia e ino-vação. E, ele chama a atenção para o que vem acon-tecendo nos últimos anos e que pode comprome-ter o futuro do desenvolvimento do País.

Haddad apresentou uma série de números quemostra que um terço da população brasileira vivede políticas sociais compensatórias. Em suas con-tas, ele contabilizou 11,1 milhões de bolsas-famí-lia; 4, 3 milhões de beneficiários na Lei Orgânicade Assistência Social e 7,3 milhões de beneficiáriosda Previdência Social. “São 22,7 milhões de paga-mentos mensais. Se a família tem uma média detrês a quatro pessoas e se somarem-se as políticassociais compensatórias dos municípios e Estados,chega-se fácil a esse número. Qual é a expectativaque se pode ter de uma sociedade em que mais deum terço dela sobrevive por meio de políticas soci-ais compensatórias?”, questiona ele, lembrando aidéia de histerese socioeconômica.

E questiona: “Num município do Jequiti-nhonha ou do interior do Nordeste, onde 70% ou80% são dependentes de políticas sociais compen-satórias, em que 90% da arrecadação das prefei-turas vêm de transferências governamentais, a per-gunta que se faz é se o prolongamento dessa polí-tica não estaria quebrando a coluna vertebral doempreendedorismo local e dificultando a reaçãoda sociedade aos choques externos de incentivos

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O positivo e o negativo daspolíticas compensatórias

Ele vê um lado positivo nessa questão: a estra-tégia de reduzir proporcionalmente os gastos deinfra-estrutura e ampliar os gastos com políticassociais compensatórias provocou, pela primeiravez, depois de décadas, a melhoria na distribuiçãode renda. Cerca de 7 milhões de pessoas saíram dasituação de indigência e 15 milhões da pobreza.No interior de Minas Gerais e do Espírito Santo,com R$ 60,00 de renda domiciliar per capita numafamília de cinco pessoas, consegue-se sair da linhade pobreza; enquanto que na área metropolitanade São Paulo, são necessários R$ 280,00 per capita.

Mas Haddad lembrou Malthus, que atacou asleis sociais compensatórias. O filósofo dizia queessas leis acabam por permitir a reprodução dapobreza e deveriam ser eliminadas para ativar oempreendedorismo das pessoas. “Se fizermos issohoje no Brasil, daqui a cinco anos, vamos ter umrecorte africano na geografia do Brasil: a nossaSomália, a nossa Serra Leoa e por uma razão mui-to simples. Se olharmos o mapa, vamos ver que olado pobre do Brasil tem uma característica co-mum, de destruição do capital natural”, lembraHaddad.

Em 1960, o vale do Rio Doce tinha a capacida-de de retenção de sete cabeças/hectare de gado;em 2007, essa capacidade caiu para 0,7. “Quandose destrói o capital natural, reduz-se a produtivi-dade do recurso natural. Se não houver uma polí-tica social compensatória por falta de uma políticade desenvolvimento, aí sim, tem-se uma africa-nização dessas áreas”, afirma o economista, lem-brando a necessidade de encontrar uma alternati-va ou porta de saída para as bolsas-famílias.

C&T e o desenvolvimentoregional

Segundo Paulo Haddad, a teoria de desenvol-vimento regional está explorando muito a idéia deagrupamentos produtivos. Podem-se identificaroito tipos de aglomerações produtivas, e, em to-das elas, a possibilidade de participação da C&T eda inovação tecnológica.

TIPOS DE AGRUPAMENTOS SETORIAIS

• Agrupamento de Sobrevivência Informal

• Agrupamento de Vantagem Comparativa

• Agrupamento Modelo Tradicional de Crescimento

• Agrupamento de Alavancagem Competitiva

• Agrupamento Baseado em Empresa-âncora

• Agrupamento Dependente de Logística Exportadora

• Agrupamento de Base Tecnológica

• Agrupamento de Alta Tecnologia

Por exemplo, os agrupamentos de sobrevivên-cia informal, como o extrativismo do caranguejo noDelta do Parnaíba. O catador de caranguejos trans-porta o seu produto até o local de revenda, normal-mente por meio de canoas e recebe pelo produtoque chega vivo. Geralmente, há uma quebra de40%. Se a C&T resolvesse apoiar esse grupamento,poderia lidar com os seguintes problemas. Primei-ro, a logística de transporte, o lançamento da ca-deia produtiva e desenvolver estudos sobre o usode resíduos como fertilizantes e cicatrizantes, etc.

Para Haddad, o modelo de agrupamento deempresas âncora é uma solução de sustentabilidadesocial interessante. E citou como exemplos, a áreade reflorestamento da Cenibra, em cinco municí-pios do Vale do Rio Doce, que tem um modelo denegociação com o pequeno proprietário de plan-tar na terra dele, sem quebrar a estrutura fundiária.Outro exemplo interessante é o modelo de empre-sa âncora da Sadia, no oeste de Santa Catarina,com seus 20 mil pequenos fornecedores; da Fiat,com 67 pequenas empresas em Belo Horizonte,MG; da Souza Cruz, com o pessoal de Cruz Alta,no Rio Grande do Sul.

Cooperar para competir

Segundo Haddad, grande parte do processoprodutivo hoje se dá através de externalidades.Comparando um grupo de produtores de móveisde Ubá com outro da Emília Romagna, na Itália,ele verifica que, embora tenha tido algum progres-so em Ubá, na Emília Romagna, têm-se 40 dife-rentes tipos de serviço de desenvolvimento, que en-volve qualificação de mão-de-obra, capacitaçãoempresarial, discussão com o governo sobre cargatributária e com o sistema financeiro de uma linhade financiamento apropriada, logística de transpor-te, exportação, tratamento de resíduos de solos etc.“São 40 itens identificados em estudo realizadopela Fundação Getúlio Vargas, onde se tem ummodelo institucional que se pode chamar cluster,arranjo produtivo, associação. Você tem que coo-perar para competir”, mostra ele.

Para o economista, em gestão compartilhada,fica cada vez mais claro que no mundo globalizado,tirando casos extremos de um grande produtor, nãose consegue sobreviver sem compartilhar as ques-tões de gestão e crescimento.

“E, em todos os agrupamentos mencionados,há um elemento comum que é o papel da C&T,que desembaraça o problema da estratégia com-petitiva, equaciona o design, a logística do trans-porte, a semente multifuncional, a característicada demanda que vem do mercado consumidor maisexigente etc. E, lembrando Michael Porter, quedizia o seguinte: “Não há uma empresa competiti-va, se a cadeia produtiva e a região onde ela esti-ver situada não forem igualmente competitivas”,finaliza ele.

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 813º trimestre 2005 • Nº 67 • ITEM 81

A próxima revista, ITEM 76,4º trimestre de 2007,

já está em fase de edição.

Em 2001, uma rica programaçãodo XI CONIRD e 4th IRCEW, emFortaleza, CE, registrada na Item 50,com a edição dos 2 anais e de um livroem inglês e a inserção internacional da ABID,incluindo-se a presença do presidente da ICID,como retratado na Item 50 e 51.

Em 2002, o XII CONIRD em Uberlândia, MG,com os anais em CD e a programação na Item 55.

Em 2003, o XIII CONIRD em Juazeiro, BA, comos anais em CD e a programação na Item 59.

Em 2004, o XIV CONIRD em Porto Alegre, RS,com os anais em CD e a programação na Item 63.

Em 2005, o XV CONIRD em Teresina, PI, comos anais em CD e a programação na Item 67.

Em 2006, o XVI CONIRD em Goiânia, GO, comos anais em CD e a programação na Item 69/70.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRADE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

É O COMITÊ NACIONALBRASILEIRO DA

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Mossoró RN7 a 12 de outubro de 2007AGENDE ESSE ENCONTRO comos agronegócios calcados naagricultura irrigada. Temas nacionaise internacionais voltados para o usosustentável da água e geração deriquezas e empregos noSemi-Árido brasileiro.

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82 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Como incrementar aprodução da cana-de-açúcar sem

a expansão de novas áreas

N esse encontro, os participantes tiveram aoportunidade de ouvir apresentações dediferentes segmentos da cadeia produtiva

da cana, com a participação do produtor,da pesquisa,da extensão, da Valmont/Valley Indústria de Equipa-mentos de Irrigação e da Usina de Caeté S/A, ligada aogrupo Carlos Lyra, que se articula econômica e tecni-camente com uma ampla rede de produtores/forne-cedores.

Aumento do interesse pelacana irrigada

Segundo Jônadan Ma, desde 2006, muitosirrigantes da região de Uberaba e do vale do RioGrande passaram a ser produtores de cana. “Algunscomentam que é um crime colocar cana debaixo depivô. Mas como pode ser crime, se ela dá retornoeconômico, trabalho e rentabilidade?”, pergunta ele,afirmando que mais de 40 pivôs da região já estãosendo utilizados nesse cultivo.

Marconi Rodrigues da Cunha Caetano, presidenteda Canavale, entidade que reúne 18 associados, pro-

Para apresentar os resultados que vêm sendo

obtidos com o cultivo irrigado da cana-de-açúcar

sob pivô central, os produtores associados da

Canavale participaram de um seminário realizado nodia 13/6/2007, na Fazenda Boa Fé, do grupo Ma

Shou Tao, localizada no município de Conquista,

Minas Gerais. Tradicional produtor de sementes de

soja e cana-de-açúcar de sequeiro, o grupo iniciou o

cultivo irrigado da cana em 2006. Essa resolução foi

reforçada com a instituição do chamado “vaziosanitário”, causado pela ferrugem da soja, uma lei

que proíbe o cultivo da soja durante o inverno, no

período de 15/7 a 15/9. “Tomamos a decisão antes

da lei e esperamos, nos próximos 10 anos, obter,

com a irrigação, produtividades acima de 30% e o

dobro da longevidade da cana obtida por meio dosequeiro”, afirma Jônadan Ma, diretor-executivo do

grupo Ma Shou Tao.

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dutores de cana, acredita que por meio da Associaçãoserá possível um melhor entendimento no relaciona-mento com a área ambiental. A Canavale existe hádois anos para defender os interesses dos produtoresda região e associou-se, recentemente, à Organizaçãodos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul doBrasil (Orplana), que conta com 25 associações filiadas.

Marconi, que tem sua propriedade rural às mar-gens do Rio Grande, afirma que, devido ao alto valorda terra na região, não há como aumentar a produçãocom o crescimento da área cultivada. “Temos queaumentar a produtividade e a irrigação é o caminho”,afirma ele, que consegue uma média de 70 t/ha e desete cortes com o cultivo de sequeiro. “Existe interes-se de produtores com áreas menores e com declividademais acentuada. A irrigação mais indicada para estestalvez seja um sistema de malha”, analisa Marconi.

Indústria de equipamentos vêpotencial do mercado

Segundo Marcelo Borges Lopes, presidente daValmont/Valley Equipamentos de Irrigação e da Câ-mara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Asso-ciação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipa-mentos (Csei/Abimaq), o crescente aumento de inte-resse do setor produtivo pelo cultivo da cana-de-açúcar possibilitou o crescimento do mercado deequipamentos de irrigação, mas não garantiu suarecuperação, devido à recente crise de produção degrãos, citros e cereais. Ele acredita que o mercadocontinuará restrito, enquanto a baixa rentabilidadepersistir.

Segundo Marcelo, a irrigação é uma tecnologiaque está mais disponível aos produtores e dá respostarápida para ser adotada com grande ganho de produ-tividade. “A expansão da cana para o Centro-Oeste eo Norte do País vai exigir irrigação. Diferente de outrasáreas tradicionais de produção, o ganho de produti-vidade é muito grande. No Nordeste, mais que umganho de produtividade, a irrigação é vista com umganho de estabilização. O potencial é grande, inclu-sive na questão de meio ambiente, pois precisa-se demenos área para produzir”, afirma ele.

Relacionamento com o meioambiente

André Luiz Reque, coordenador do setor de irriga-ção da Usina Caeté S/A, do grupo Carlos Lyra, discor-reu sobre o trabalho de revestimento de reservatóriose dos canais realizado na unidade, para evitar acontaminação do solo ou do lençol freático com avinhaça, subproduto da produção de álcool.

A relação de produção de álcool e de vinhaça é de1/13, isto é, para cada litro de álcool são produzidos13 de vinhaça, totalmente aproveitados no cultivoirrigado da cana. “Utilizamos revestimento dos reser-vatórios com pó de pedra e cimento e estamos comprojeto de uso da geomembrana de PAD, que tem umalto índice de impermeabilização e é mais bem-aceitopela área de meio ambiente”, afirma ele.

Com uma gestão empresarial com foco na respon-sabilidade socioambiental e nos avanços tecnológicos,o grupo Carlos Lyra é uma das maiores referências docenário sucroalcooleiro do Brasil, totalizando 17 milcolaboradores e ocupa o segundo lugar como maiorempregador do setor, de acordo com o Anuário deAgronegócio, editado pela revista Exame. É conside-rado o segundo maior do setor sucroalcooleiro e o 17o

em produção de álcool do País. O conglomeradopossui cinco unidades produtoras de açúcar e álcool:Usina Caeté S/A – Matriz (São Miguel dos Campos,AL); Unidade Cachoeira (Maceió, AL); Unidade Mari-tuba (Igreja Nova, AL); Unidade Volta Grande (Concei-ção das Alagoas, MG) e Unidade Delta (Delta, MG).

INFORME TÉCNICO PUBLICITÁRIO

Helvecio Saturnino,Jônadan Ma eMarcelo BorgesLopes, o trio queliderou o semináriocom a Canavale ea Usina Caeté

Marconi Caetano, presidente daCanavale

André Reque, da Usina Caeté S.A.

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Para o presidente da comissão da cana-de-açúcar da Federação da Agricultura do Estado deMinas Gerais (Faemg) e diretor do Grupo Ma ShouTao, Ma Tien Min, a produção de álcool a partir dacana-de-açúcar tem características empresariais,exige a aplicação de capital intensivo e não é umaatividade a ser desenvolvida pela agricultura fami-liar. “A agricultura familiar utiliza mão-de-obraintensiva e deve-se dedicar à produção de itensque resultem em mais reais por hectare, como porexemplo, flores e frutas”, afirma ele.

Item – Diante das perspectivas de produção deálcool a partir da cana-de-açúcar, como o se-nhor vê o incremento da irrigação na culturada cana? Vale a pena para o setor produtivo?Quais são as principais barreiras, econômicas etecnológicas, para o produtor?Ma Tien Min – O incremento da irrigação nacultura de cana dependerá das seguintes variá-veis:a) preço do equipamento de irrigação;b) preço da terra;c) preço da cana-de-açúcar;d) comportamento do clima nos últimos anos;e) comportamento do preço do álcool ;f) concretização do álcool como commodity;g) maior número de variedades de cana que

respondam bem à irrigação.É certo que o produtor fará uma análise, pois suameta é a rentabilidade, o retorno financeiro. Se airrigação irá estabilizar a produção com custocondizente com a atividade, garantindo umamargem maior do rendimento, é certo que au-mentará a área da cana irrigada.

Item – Meio ambiente e produção da cana:quais são as principais orientações que o setorprodutivo deve levar em conta para manteresse equilíbrio?Ma Tien Min – É possível produzir de maneiraresponsável em relação à questão ambiental. Aconstante procura de tecnologias de manejo desolo e processos produtivos é fundamental, ehoje, a prática de plantio direto na cana é umarealidade em muitas propriedades. Sabemos queo mercado mundial está exigindo cada vez maisprodutos com selos ou certificados de responsa-bilidade ambiental no processo produtivo. Sesoubermos explorar bem este item, isto será umponto a favor e não contra.

Item – O futuro da cana-de-açúcar em MG: oprodutor tem encontrado estímulo por partedo governo para entrar nessa atividade? Éuma atividade estritamente empresarial? Quaissão as chances da agricultura familiar nessaatividade?Ma Tien Min – A tributação do governo mineirosobre o álcool é um grande obstáculo para osinvestimentos em Minas Gerais. Estamos pressio-nando o governo para reduzir a alíquota do ICMSsobre o álcool, pois nas condições que hojetemos, não é vantajoso usar o álcool combustívelnos veículos. Quem pode, abastece o seu carrocom álcool no estado de São Paulo. A produçãode cana para combustível não é recomendadapara a agricultura familiar. Tenho a seguintevisão: a agricultura empresarial é de capital inten-sivo e a agricultura familiar é de mão-de-obraintensiva. A agricultura familiar deve-se dedicar àprodução de itens que resultem em mais reais porhectare, como por exemplo flores, frutas, e sairdos itens tradicionais.

O que falta para incrementar a irrigação nocultivo da cana-de-açúcar em Minas Gerais?

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Ma Tien Min: aexpansão do

cultivo irrigadoda cana-de-

açúcar vaidepender de

muitos fatores

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A irrigação da cana-de-açúcar é um dos fatoresimportantes para o desenvolvimento da cultura e, emmuitas regiões, dela depende o sucesso do empreen-dimento.

Em regiões com baixos índices pluviométricoscomo no Nordeste, a irrigação é bastante utilizada,já nas demais ainda não foram despertados seusbenefícios e suas vantagens para a cana-de-açúcar. De maneira geral, a cultura tem uma área irrigadamenor que as demais, onde a irrigação atinge poucomenos de 5% da área total.

Hoje, a irrigação é a técnica cuja implantaçãopode mais rapidamente aumentar a capacidade deprodução de cana. A tecnologia existe, estádisponível para os produtores e o seu incrementocertamente trará benefícios para toda a sociedade eo meio ambiente.

Inicialmente, é preciso entender que na cana-de-açúcar a irrigação pode ser usada de diferentes for-mas.

A aplicação de vinhaça é um tipo de irrigação queestá presente em larga escala e cujo uso iniciou-sepela necessidade de distribuir esse subproduto dafabricação de álcool. Atualmente, os benefícios daaplicação de vinhaça nos canaviais são conhecidos eessa técnica tem sido aprimorada constantemente,visando adequar à condição local, quer com relaçãoàs questões ambientais e legislação, quer com amelhoria no que diz respeito a custos operacionais eeficiência de aplicação.

Além da aplicação de vinhaça, a irrigação da canatambém pode ser feita com água de lavagem (umefluente industrial), com água pura ou ainda umamistura de água e efluentes.

Na irrigação de cana-de-açúcar, a maior barreiraé o desconhecimento da técnica e seus benefícios. Aresposta da cana à irrigação ainda não foi bem estu-dada, o que gera dúvidas quanto aos benefícios re-ais. Algumas barreiras podem ser indicadas como aseguir:

• desconhecimento dos sistemas e seus benefícios;

• número limitado de variedades responsivas àirrigação;

• demora, por parte dos órgãos ambientais elegisladores, em liberar ou analisar as diversaslicenças (outorgas, ambientais...);

• disponibilidade de água.

Atualmente, existem diversas técnicas (ou tipos)de irrigação e diferentes sistemas, inerentes ao mo-delo adotado:

Irrigação em cana-de-açúcar,como se tornar competitivo

• Irrigação de salvação: Aplicação de pequenaquantidade de água (40 - 80 mm/safra) emfunção de sua disponibilidade e/ou investimento.Normalmente, é aplicada uma única vez após ocorte ou plantio e podem ser utilizados equipa-mentos tipo:

– Sistemas de Aspersão Convencionais: com aspersorestipo canhão e linhas adutoras (tubos) móveis.

– Sistemas Auto-propelidos ou Carretéis: queutilizam aspersores tipo canhão de grandeporte e linhas adutoras (tubos) móveis ousemifixas.

– Sistemas de Irrigação Mecanizados: pivôs eSistemas Lineares Rebocáveis que podemutilizar linhas adutoras (tubos) fixas, semifixasou móveis.

• Irrigação suplementar: É uma técnicade irrigação, em que se aplica uma lâminasuperior à irrigação de salvação (250 - 300 mm/safra). A irrigação é feita apenas nos momentosde déficit hídrico mais elevado, muito abaixo daevapotranspiração, podendo ser utilizados osequipamentos e sistemas descritos anteriormentee também o Pivô Central (fixo).

• Irrigação plena: Atende à cana-de-açúcar com acomplementação hídrica plena (em função daevapotranspiração), satisfazendo areal necessidade da cultura. As lâminas aserem aplicadas ficam entre 500 e 800 mm/safrae, neste caso, os sistemas indicados são:

– gotejamento subsuperficial (enterrado)– sistemas de irrigação mecanizados: pivô e

sistemas lineares.

A escolha do tipo de irrigação a ser implantadoe, conseqüentemente, do sistema a ser utilizado deveser feita considerando as individualidades de cadasituação. Para isso, o primeiro passo é desenvolverum projeto de irrigação que levará em conta fatorescomo relevo, formato da área, obstáculos como ár-vores, redes elétricas, construções, estradas, dispo-nibilidade de água, uso de efluentes, disponibilida-de de energia elétrica etc.

Não existe uma única técnica que seja melhor emtodas as situações. Cada técnica e cada sistema adap-ta-se a determinadas condições.

Atualmente, existem especialistas que trabalhamcom Análises Agrometeorológicas para Dimensio-namento de Lâminas de Irrigação para a Cultura daCana-de-Açúcar, os quais conseguem determinar fun-ções de produção água-cultura e estimar as produti-

86 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

vidades agrícolas para a região de interesse, quantifi-cando o incremento de produtividade em virtude dautilização da irrigação, sendo esses estudos funda-mentais para validar e garantir o sucesso do empre-endimento.

Em função da região onde será feito o plantio,da disponibilidade de recursos hídricos e deinvestimento, o método de irrigação deverá ser sele-cionado como descrito anteriormente. Como benefí-cios diretos podem-se citar:

• aumento da produtividade agrícola;

• aumento da produção de açúcar por hectare;

• potencial aumento da longevidade das soqueiras;

• cana de melhor qualidade para usina;

• redução de tratos culturais;

• redução de área plantada e arrendamentos;

• redução no custo do transporte de cana.

Custos

Os custos de implantação dos sistemas são mui-to variáveis em função do tipo de irrigação, do equi-pamento utilizado e do layout da área, e podem serestimados em:

• Irrigação de salvação: R$ 600,00 – 1.200,00 / ha

• Irrigação suplementar: R$ 1.500 – 2.800,00 / ha

• Irrigação plena: R$ 3.200,00 – 6.000,00 / ha

Os sistemas de irrigação mecanizados, pivôs e li-neares, trabalham com baixas pressões de operaçãoe vieram para alterar a relação custo-benefício da ir-rigação em cana-de-açúcar, uma vez que os custosdo milímetro de água aplicado são menores do queos dos outros sistemas, em razão do menor consu-mo de energia e de mão-de-obra para a operação.Comparativamente o custo do milímetro aplicadocom sistemas de alta pressão (carretel) está entre R$4,00 e R$ 6,00/mm, enquanto nos sistemas de baixapressão este valor gira entre R$ 0,60 a R$ 1,20/mm.

Sistemas Lineares e PivôsRebocáveis

Os sistemas lineares são equipamentos adequa-dos para irrigar áreas retangulares, com o compri-mento em torno de quatro a cinco vezes a largura,podendo ser alimentados por um canal ou manguei-ra, sendo esta última conectada a um hidrante e li-nha adutora pressurizada, que pode ser fixa ou mó-vel. Em comparação com outros sistemas de irriga-ção para áreas retangulares, o linear tem redução deaté 50% na mão-de-obra.

Os pivôs rebocáveis têm a vantagem da fácil ade-quação a diferentes áreas e topografia, podendo atorre central ser de duas ou quatro rodas, deman-dando pouca mão-de-obra para seu funcionamentoe transporte.

INFORME TÉCNICO PUBLICITÁRIO

Linear duas rodas rebocável por mangueira

Linear canal e linha móvel de tubos de alumínio Pivô rebocável quatro rodas

Pivô rebocável duas rodas

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 87

Fertirrigação e Vinhaça

Com a utilização de emissores de última geração,que operam com baixa pressão e comprovada efici-ência de aplicação, os sistemas de irrigação pivô cen-tral, pivôs e lineares rebocáveis são poderosas ferra-mentas para aplicação de fertirrigação, práticas jácomuns em outros cultivos como, pastagens, feijão,milho, café, etc., com bons resultados graças à apli-cação uniforme e controlada.

Para aplicações específicas com águas residuais evinhaça qualquer um dos equipamentos já descritospodem ser da linha POLY-SPAN™, onde os tubos daparte aérea são revestidos internamente compolietileno de alta densidade, processo este que pro-tege o equipamento contra agressividade dos pro-dutos aplicados.

Vantagens da Aplicação deVinhaça com Pivôs e LinearesValley®

– Uniformidade de aplicação: permite melhor con-trole da dosagem de K2O, desenvolvimento uniformedo talhão.

– Menor custo por milímetro aplicado: em razãode menor pressão de operação e maior nível deautomação, utilizam-se menos mão-de-obra emaquinário.

– Controle da precipitação e lâmina aplicada, ga-rantia das normas ambientais.

– Redução do número de canais, proporcionan-do maior eficiência operacional das atividades agrí-colas e menor custo.

Conversão de Sistemas

Os equipamentos já instalados pivôs centrais po-dem ser convertidos e adaptados para irrigação decana-de-açúcar, sendo transformados em pivôs oulineares rebocáveis com aumento do vão livre para3,7 – 4,6 ou 5,5 m. Vale ressaltar que os pivôs e line-ares são os únicos equipamentos de aspersão quepossibilitam irrigação para cana alta.

Se o sistema e o método de irrigação selecionadofor o correto, a irrigação pode proporcionar, entreoutros, os benefícios já descritos anteriormente, umaexpansão vertical, resultando em uma redução docusto de produção de açúcar e álcool.

ENGO AGRÍCOLA MARCUS SCHMIDT

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POLY-SPAN™Patente Valmont

Sistema Linear com aspersores tipo LEPA, irrigando cana-de-açúcar

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88 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

A indústria de equipamentos de irrigaçãodisponibiliza ao irrigante brasileiro o que há de

mais avançado em tecnologia no mundo. Contribuipara otimizar o uso de água e de energia, além deservir o mercado de soluções tecnológicas, para as

diversas necessidades específicas, tanto parairrigação localizada, quanto para irrigação em área

total. No entanto, quando se buscam sistemas degerenciamento de tomada de decisão para

irrigação, são poucas as opções disponíveis.

Sistema Irriger degerenciamento de irrigação

Fonte: CELG

O desafio de um sistema de gerenciamento deirrigação é apresentar, simultaneamente,duas características fundamentais: ser técni-

co (preciso) e operacional. Por outro lado, houve umforte aumento do custo do diesel e da energia elétri-ca. Esta última sofreu um aumento superior a 100%em cinco anos, tornando seu custo muito significativo(Quadro). Atualmente, o custo de energia já represen-ta 8% a 10% do custo de produção do feijão; 5% a 8%do custo de produção de café e algodão; 15% a 20%do custo de produção de milho e trigo, etc.Concomitantemente, a exigência da própria socieda-de em promover o uso racional dos recursosambientais, faz com que órgãos de gestão do meioambiente sejam estruturados, organizando e definin-do normas para o uso dos recursos hídricos. Acrescen-te-se a este cenário o aumento da necessidade deobtenção de selos de qualidade emitido porcertificadoras que exigem cada vez mais critério nouso da água, principalmente para culturas de expor-tação como café e carne (pastagem irrigada). Nestecontexto, intensificou-se a busca por programas que

estimem ou meçam a necessidade de irrigação dasculturas, procurando racionalizar o custo de energiaelétrica e água.

O sistema Irriger de gerenciamento de irrigaçãodisponibiliza ao irrigante um programa completo degestão do processo de tomada de decisão de irriga-ção. Em seu desenvolvimento foi enfatizada a preci-são da estimativa da lâmina de irrigação, associada àsnecessidades operacionais das equipes das fazendas.

A Irriger é uma empresa de base tecnológica quese dedica à prestação de serviço em gerenciamento dairrigação. A empresa trabalha com a filosofia degerenciamento de irrigação assistido, com profissio-nais especializados em engenharia e manejo de irriga-ção, que acompanham e personalizam todas as eta-pas do processo.

Além de atuar especificamente na implantação dosistema de gerenciamento de irrigação, a Irriger tam-bém assessora a implementação de grandes projetosde irrigação. Neste caso, prove a orientação geralquanto à concepção técnica do projeto, esclareci-mentos quanto aos vários aspectos envolvidos nasopções de mercado, formação de equipe de trabalho,acompanhamento da execução e implantação dosistema de gerenciamento de irrigação, visandomaximizar a produtividade com o uso racional deágua e de energia.

A implantação do sistema de gerenciamento deirrigação é realizada pelos técnicos da empresa eenvolve avaliação do solo, clima, cultura, sistema deirrigação e treinamento da equipe da fazenda. Ossistemas de irrigação são aferidos e calibrados e, casonecessário, são redimensionados. As informações sãocadastradas em um software que realiza o balançohídrico diário e calcula a lâmina de irrigação a seraplicada na cultura. Visitas periódicas são realizadaspara acompanhamento e ajustes necessários. Ao finalde cada safra é gerado um relatório detalhado dogerenciamento da irrigação.

O benefício do sistema de gerenciamento deirrigação pode ser medido pelo aumento da rentabi-lidade da fazenda, economia de energia elétrica, usoeficiente da água, aumento da produtividade, redu-ção de doenças, maior eficiência nos tratamentosfitossanitários, otimização do uso de fertilizantes,além da preservação ambiental.

A Irriger tem sede em Viçosa, MG, e possui quatroescritórios regionais: em Barreiras, BA; Cristalina, GO;Patrocínio, MG e Vitória da Conquista, BA.

São atendidos, atualmente, pelo sistema Irriger,mais de 40 mil ha de área irrigada, distribuídos em461 pivôs centrais e diversos sistemas de irrigaçãolocalizada, em mais de 70 fazendas.

Elevação do custo de energia – R$ / kWh - CELG

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R$ 0,14 ................................................................................................................

R$ 0,12 ................................................................................................................

R$ 0,10 ................................................................................................................

R$ 0,08 ................................................................................................................

R$ 0,06 ................................................................................................................

R$ 0,04 ................................................................................................................

R$ 0,02 ................................................................................................................

R$ 0,00 ................................................................................................................

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 89

INFORME TÉCNICO PUBLICITÁRIO

Números Irriger• Área irrigada monitorada simultaneamente:

40.120 ha• Número de fazendas atendidas: 76• Números de pivôs centrais: 515• Volume de água monitorado anualmente:

210.000.000 m3/ano• Custo total de energia elétrica monitorada:

R$ 25.460.000,00/ano• Quantidade de energia elétrica monitorada:

153.345.000 kWh/ano• Culturas atendidas: grãos, café, hortaliças, algodão,

pastagem, plantas medicinais e cana-de-açúcar

Sistema Irriger degerenciamento de Irrigação

O sistema Irriger enfatiza cinco aspectos princi-pais: decisão técnica da lâmina de irrigação (softwareIrriger), controle do custo de energia elétrica, avalia-ção e ajuste de equipamentos (engenharia), treina-mento da equipe da fazenda e geração de relatóriosparciais e finais a respeito da decisão da irrigação.

Decisão técnica da lâmina deirrigação (software Irriger)

Para a estimativa da demanda hídrica, o sistemaIrriger busca conhecer e interagir os principais aspec-tos relacionados com o consumo hídrico das culturas:solo, equipamento, clima e cultura.

Solo: o solo das áreas atendidas é estudado efeitas análises laboratoriais e testes de campo, para seconhecerem os parâmetros físico-hídricos e compre-ender como o solo retém e perde água. São avaliados:capacidade de campo, ponto de murcha, densidadeaparente e análise textural.

Equipamento: os equipamentos de irrigação sãoavaliados e ajustados. Caso haja necessidade, sãoredimensionados e um novo laudo técnico é gerado.Busca-se o ponto de maior rendimento do equipa-mento, sendo avaliados o estado de funcionamentoda motobomba, consumo de energia elétrica, potên-cia absorvida, pressurização e uniformidade de apli-cação.

Clima: para a estimativa da demanda hídrica,utilizam-se estações meteorológicas automáticas paramonitoramento das temperaturas máxima, média emínima, umidade relativa, velocidade do vento eradiação solar. O sistema Irriger possui redes deestações meteorológicas localizadas nas regiões deatuação da empresa. As estações meteorológicas têmseus dados disponibilizados no site da empresa parauso dos irrigantes.

Cultura: as culturas são configuradas a partir depesquisas e pelos ajustes regionais realizados pelosistema Irriger. Para tanto, são divididas em váriasfases, com as respectivas durações, avaliando-se pro-fundidade do sistema radicular, nível de cobertura dosolo e coeficientes de cultura para ajuste de demandaevapotranspirométrica.

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As informações a respeito de solo, clima, culturae equipamento são cadastradas no software Irriger®,que realiza o balanço hídrico diário, estimando ademanda hídrica diária de irrigação. O software pos-sui mais de 100 mil linhas de programação, sendo,periodicamente, lançadas outras versões, aprimoran-do o cálculo da lâmina de irrigação e a operacio-nalidade das informações geradas pelo programa.

O Irriger® é um softwaredesenvolvido para apoiar a im-plantação de programas degerenciamento da irrigação emnível de fazenda. Utiliza os maisrecentes conceitos de progra-mação, visando à decisão téc-nica e operacional do momen-to certo de irrigar e da quanti-dade de água a ser aplicada. Trabalha com todos ossistemas pressurizados (pivô central, autopropelido,linear, aspersão convencional, gotejamento,microaspersão etc.) e para as mais diversas culturasimplantadas (grãos em geral, fibras, fruticultura,olericultura etc.).

INFORME TÉCNICO PUBLICITÁRIO

Programa IRRIGER®

Amostras indeformadas para exames laboratoriais

Teste para avaliação de capacidade de campo

Aferição de pressão na extremidade de um pivô central

Medição de tensão Estação climatológica automática

Teste de uniformidade de aplicação em pivô central

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O software Irriger® possibilita, além da informa-ção diária sobre irrigar ou não, diversos outros usoscomo: avaliação do sistema de irrigação, simulaçãodas necessidades hídricas das culturas nas mais dife-rentes regiões brasileiras (banco de dados de clima detodo o Brasil), consumo de energia, detalhamentopor meio de gráficos e tabelas das irrigações realiza-das, curva de umidade do solo durante toda safra,programações semanais de irrigação etc.

A distribuição e implantação do programa é rea-lizado pela empresa Irriger, que se dedica exclusiva-mente ao Gerenciamento da Irrigação, por meio deuma prestação de serviço de qualidade, com técnicosaltamente treinados.

Controle do custo de energiaSão definidas metas de desempenho de uso de

energia elétrica e monitorados problemas tarifários ede multas nas contas, mensalmente. Incluem-se, nes-sas metas, o custo médio do kWh alcançado, porcen-tagem do uso do horário noturno, custo do mm/ha,ocorrência de energia reativa excessiva, multas porultrapassagem de demanda etc. Quando comparadocom períodos anteriores, o sistema Irriger economiza,em média, 20% do custo de energia, chegando a 40%em alguns casos.

Engenharia de irrigaçãoAferição e calibração dos equipamentos de irriga-

ção, otimizando-se a performance de aplicação deágua. Para tanto, os sistemas têm a uniformidade e alâmina média aplicada avaliadas, assim como a distri-buição de pressão ao longo do sistema e avaliação dofuncionamento do sistema motobomba. O trabalhoenvolve também redimensionamento de lâmina eremapeamento de bocais, quando necessário, e estu-do econômico de cada sistema de irrigação aferido.

Treinamento da equipe dafazenda

Treinamento do pessoal da fazenda relacionadocom a irrigação, dentro dos objetivos de utilizar oprograma de manejo, desde o operador dos sistemasde irrigação até o gestor do programa (técnico ouagrônomo). O treinamento é continuado, capacitandoo gestor do programa da fazenda para melhor usufruirda tecnologia. O envolvimento e a interação da equipeda fazenda são fundamentais, para potencializar oêxito do uso do sistema de gerenciamento de irrigação.

Geração de relatóriosGeração de relatórios mensais e de final de safra,

por sistema, envolvendo os principais aspectos relaci-onados com a condução da irrigação (demanda diáriade irrigação, lâmina de irrigação aplicada, consumode energia, custo de energia por hectare, custo domm/ha/por sistema, avaliação de irrigações em exces-so, acertos e erros do manejo, produtividade etc.).

Diferencial Irriger traduzidoem benefícios para o irrigante• Equipe técnica especializada em engenharia e

gerenciamento de irrigação.

• Ênfase em avaliação e ajuste dos sistemas de irriga-ção, controle do custo de energia e decisão técnicada irrigação.

• Decisão de irrigação feita pela própria fazenda,sendo assistido pela Irriger periodicamente.

• Experiência com diversas culturas: grãos, hortaliças,algodão, café, pastagem, plantas medicinais e cana.

• Banco de resultados locais para dar maiorconfiabilidade ao novo cliente, servindo também deparâmetro para a condução da decisão de irrigação.

Benefícios do Sistema Irrigerde Gerenciamento de Irrigação• Decisão técnica da lâmina de irrigação a partir do

monitoramento climático, estudo físico-hídrico dosolo, aferição e ajuste do sistema de irrigação,configuração do uso de água da cultura e utilizaçãodo programa Irriger.

Pivô 03 - Fazenda Sossego Quadrante 02 – Batata – Var. Ágata

Chuva (mm) 12.80 Irrigações (mm) 383.44

ETc (mm) 314.24 Redução ETpc (%) 3.56%

ETpc (mm) 325.85 Exc. Irrigação (%) 16.44%

Energia elétrica (R$/ha) R$ 380.88 Produtividade (t/ha) 1142.5

Panorama de um talhão de batata comirrigação monitorada pelo sistemaIrriger, acompanhado das principaisinformações. Foram irrigados 383 mm ecolhidos 1.142,5 sacas/ha – ADF Batatas– São João da Aliança, GO.

92 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

A Irriger está nos seguintesendereços:

IRRIGER Sede:Rua José Braz da Costa Val, 45 loja 03 –Centro – Cep 36570-000Viçosa, MG – Telefone: (31) 3891-6440

IRRIGER Triângulo, MG:Alamedas dos Amarelinhos, 3103 –Morada Nova – Cep 38740-000Patrocínio, MG – Telefone: (34) 3832-1365

IRRIGER Centro-Oeste:Rua Otaviano de Paiva, 1035, sala 15 –Quadra 23 – Cep 73850-000Cristalina, GO – Telefone: (61) 3612-6420

IRRIGER Minas-Bahia:Rua Aníbal Alves Barbosa, 505 A – SandraRegina – Cep 47800-000Barreiras, BA – Telefone: (77) 3611-7382

• Treinamento da equipe da fazenda com o objetivode utilizar adequadamente o sistema de gerencia-mento de irrigação.

• Avaliação diária da necessidade de água da cultura.

• Racionalização do uso de água e energia. Economiamédia de 20% das contas de energia elétrica.

• Implantação de um sistema de controle da decisãode irrigação, gasto de energia e fornecimento deágua para a cultura.

• Melhora na eficiência de aplicação de água dosequipamentos de irrigação.

• Auxílio na organização e planejamento das opera-ções.

• Interação e conciliação com outras decisões opera-cionais como: fertirrigação, aplicação de defensi-vos, plantio, tratos culturais em geral, colheita etc.

• Aumento da produtividade.

• Preservação ambiental (certificação).

• Realização de relatório mensal para acompanha-mento da decisão de irrigação.

• Relatório final de safra; apresentação do históricodas irrigações realizadas, avaliando-se o forneci-mento de água para a cultura, excesso de irrigação,evolução da umidade do solo, estresse hídrico,custo de energia e produtividade.

Benefícios do assessoramentoIrriger para implantação deprojetos de irrigação• Orientação geral quanto à concepção técnica do

projeto, esclarecimentos quanto aos vários aspec-tos e detalhes envolvidos nas opções de sistemas deirrigação disponíveis no mercado.

• Realização de estudo do clima, solo, cultura, paradefinição de parâmetros de projeto, como lâminade irrigação, custo da lâmina aplicada (R$/mm/ha),altura do equipamento, tipos de automação etc.

• Auxílio para realizar o estudo de viabilidade doprojeto.

• Formação de equipe interdisciplinar de trabalho,reunindo profissionais com diferentes especializa-ções para dar o suporte necessário às diferentesáreas de conhecimento abrangidas pelo projeto.

• Indicação de fornecedores de equipamentos, super-visão de orçamentos e parecer quanto aos aspectostécnicos, comerciais e econômicos do projeto.

• Acompanhamento da execução do projeto.

Implantação do sistema degerenciamento de irrigaçãoenvolve

a) Implantação do sistema de decisão diária danecessidade de irrigação de cada equipamento, pormeio de balanço hídrico diário, utilizando o software

Irriger. Para tanto, leva-se em consideração o tipo desolo, característica do sistema de irrigação, cultura eseu estádio de desenvolvimento, clima e fatoresoperacionais.

b) Realização de estudo das características físico-hídricas dos solos cultivados, por meio de análiseslaboratoriais e testes de campo. São avaliados: capa-cidade de campo, ponto de murcha, densidade apa-rente e análise textural.

c) Monitoramento climático por meio de redes deestações, distribuídas em diversas regiões. Omonitoramento climático é utilizado para estimar oconsumo hídrico diário das culturas.

d) Aferição e calibração dos equipamentos deirrigação, otimizando-se a performance de aplicaçãode água. Para tanto, os sistemas têm a uniformidade ea lâmina média aplicada avaliadas, assim como adistribuição de pressão ao longo do sistema e avaliaçãodo funcionamento do sistema motobomba. O traba-lho envolve também redimensionamento de lâmina eremapeamento de bocais, quando necessário, e estu-do econômico de cada sistema de irrigação aferido.

e) Treinamento do pessoal da fazenda relaciona-do com a irrigação, dentro dos objetivos de utilizaçãodo programa de manejo.

f) Visitas periódicas de acompanhamento do pro-cesso de tomada de decisão de irrigação. Nessasvisitas faz-se o acompanhamento das contas de ener-gia elétrica, avaliando-se a performance de uso deenergia, buscando-se alcançar os índices de desem-penho preconizados.

g) Geração de relatórios mensais e de final desafra, por sistema de irrigação, envolvendo os prin-cipais aspectos relacionados com a condução dairrigação (demanda diária de irrigação, lâmina deirrigação aplicada, consumo de energia, custo deenergia por hectare, custo do mm/ha/por sistema,avaliação de irrigações em excesso, acertos e errosdo manejo, produtividade etc.).

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 93

Agricultura irrigadasob os riscos das

mudanças climáticas

ele defendeu sua teoria num debate promovido,em julho de 2007, pela Agência Nacional de Águas(ANA), sobre impactos das mudanças climáticassobre os recursos hídricos.

O pesquisador considerou que a superfície daterra passa, atualmente, por um períodointerglacial, entre dois períodos, quando fica co-berta de gelo. Lembrou que houve quatro perío-dos anteriores como esse e as temperaturas erammais elevadas, com níveis de gás carbônico meno-res. Esses períodos ocorreram entre 1925 e 1946,resfriamento entre 1947 e 1976, novo aquecimen-to de 1977 a 1998 e agora neste momento. Molionconsiderou ser esse um sinal de que o gás carbôniconão é o responsável pelo aumento da temperatu-ra. Ele ainda defendeu que a quantidade de gáscarbônico emitida pelo homem é três vezes menorque a de fluxos naturais da fotossíntese em flores-tas, oceanos e solos.

Depois de manchetes na imprensa mundialsobre o aquecimento global e a possibili-dade iminente de desastres ambientais, di-

vulgados pelo quarto relatório elaborado pelos ci-entistas que compõem o Painel Intergovernamentalde Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, surgiurecentemente uma outra corrente científica, for-mada por pesquisadores britânicos e suíços, quefazem outro tipo de previsão. Segundo eles, ao con-trário do aquecimento, o globo terrestre deverápassar por um processo de resfriamento em conse-qüência das variações naturais na atividade solar.

Mas polêmicas e interesses políticos a parte,para dois pesquisadores brasileiros, ambos compós-doutorado, o atual e o ex-presidente da Socie-dade Brasileira de Agrometeorologia, respectiva-mente o professor da UFV, Luiz Cláudio Costa, eo professor da Esalq/USP, Paulo César Sentelhas,não existem muitas dúvidas.

Para Sentelhas, o processo de aquecimento glo-bal já vem ocorrendo desde a revolução industrial,bem como o aumento da emissão de gases de efei-to estufa. A terra entrou num processo de aqueci-mento gradativo, em função do bloqueio da emis-são de ondas longas por esses gases e isso pode sersentido em várias partes do globo. Para Costa, oaquecimento é um fenômeno irreversível, a médiaglobal da temperatura está aumentando e causan-do danos a todos, em especial, à agricultura.

Quente ou frio?

A teoria sobre o resfriamento da terra levanta-da por cientistas britânicos e suíços conseguiu pelomenos um adepto brasileiro de peso, o professorBaldicero Molion, da Universidade Federal deAlagoas, físico pela USP, que trabalhou no Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por25 anos, onde foi diretor. Com doutorado emMeteorologia, pela Universidade de Wisconsin(EUA) e pós-doutorado em Hidrologia das Flo-restas, pelo Instituto de Hidrologia (Inglaterra),

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Reflexões sobre as mudanças climáticas e a agricultura irrigada

FOTO: HELVECIO SATURNINO

O sistema PlantioDireto, conjugadocom a agriculturairrigada, mitigaemissões dos gasescarbônico emetano, apontadosno relatório doIPCC como devidosao mau uso dosolo, classificandoa agricultura comoresponsável por75% dessasemissões

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Segundo ele, nos próximos 15 anos, ocorreráum resfriamento, porque o sol está entrando emum período de menor produção de energia queainda não terminou. Ele calcula que o planeta de-verá esfriar em torno de 0,1 a 0,2 graus em média.Molion defendeu que a quantidade de gáscarbônico emitida pelo homem é três vezes menorque a de fluxos naturais da fotossíntese em flores-tas, oceanos e solos.

Os pesquisadores Carlos Nobre e Thelma Krug,ambos com pós-doutorado e membros do Inpe edo IPCC, ficaram inconformados com as opiniõesde Molion e disseram que não há como contestara seriedade das conclusões do estudo, que envol-veu projeções de 2.500 cientistas. O relatório doIPCC apontou que a terra vai-se tornar mais quen-te até o ano de 2100, o que significa aumento donível do mar e catástrofes naturais mais intensas.O aumento da temperatura terrestre será de 1,8 a4,0 graus, apesar de os índices de gases de efeitoestufa e aerosóis terem-se mantido estáveis nosúltimos anos, a concentração desses gases deverácausar aquecimento de 0,1 grau, por década, nospróximos 20 anos. Nos países do Hemisfério Nor-te, o aquecimento deverá ser mais intenso. As prin-cipais causas são as emissões e o aumento da con-centração de gases poluentes, principalmente porcausa do uso de combustíveis fósseis como o pe-tróleo.

Por que os efeitos doaquecimento ainda não foramdrásticos para a agricultura?

Segundo o professor Paulo César Sentelhas,com a elevação das temperaturas, da forma comoocorreu até então, o efeito para a agricultura nãofoi ainda tão drástico. “O problema são as expec-

tativas e os cenários que estão-se criando para ofuturo, quando esse aquecimento vai-se dar de for-ma mais drástica. Até o momento, o que aconte-ceu para a agricultura foi um processo de adapta-ção muito gradativo e lento, o que não gerou gran-des impactos”, afirma ele.

Em função dos cenários criados para os próxi-mos 50, 100 anos, haverá um processo de adapta-ção muito mais efetivo. “Obviamente, os impactosque irão ocorrer serão em nível de produtividade,em termos de distribuição geográfica de culturas ea solução para isso será as ações de adaptação,desenvolvimento de novas cultivares, de novos sis-temas de cultivo, adoção de práticas que tentemracionalizar o uso da água”, considera Sentelhas.

Para o agrometeorologista, o assunto mudan-ças climáticas ainda é muito polêmico pelo fato deexistirem opiniões de pesquisadores sobre cenári-os projetados, principalmente pelo IPCC, de quea terra vai continuar num processo de aquecimen-to gradativo ou até mesmo de um resfriamento.

Papel da irrigação diante dasmudanças climáticas

Segundo Sentelhas, a busca de soluções vaiacontecer diante da ocorrência dos fatos. “Na ex-pectativa do aquecimento global deverá haver umaação voltada para o desenvolvimento de varieda-des mais resistentes às condições térmicas e deestresse hídrico”, considera ele.

Ele chama a atenção para a importância dopapel a ser assumido pela irrigação e a necessida-de de criar soluções práticas em relação à expecta-tiva de aumento de consumo de água pelas cultu-ras. “Nesse sentido, os estudos de irrigação comdéficit ou complementar vão ser muito importan-tes. Teremos que procurar aumentar a eficiênciade uso da água, mesmo com alguma redução deprodutividade”, destaca ele.

Sentelhas considera que seria preciso um sis-tema alternativo para a maioria das culturas, es-pecialmente as de larga escala. “Não se tem, comclareza, uma definição em relação a outros elemen-tos meteorológicos diante desses cenários”, diz ele,lembrando o caso das precipitações. Fala-se que,em algumas regiões, ocorrerá o aumento de preci-pitações e, em outras, redução. “Havendo aumen-to, é de se esperar um maior nível de nebulosidadee como ela vai afetar o processo produtivo.”

O sistema é muito mais complexo do que sepossa avaliar, considerando só os aumentos de tem-peratura. As ações adaptativas serão necessárias,não só em termos de novas variedades, mas tam-bém de mudanças dos padrões atuais de manejodas culturas, desenvolvimento de novos sistemasprodutivos”, analisa ele. Sentelhas lembrou tam-bém que um dos grandes problemas que sempreexistiu é a erosão, então, ocorreu uma adaptaçãodo sistema produtivo ao plantio direto. “Acredito

Sentelhas:“Na agricultura,

até agora,ocorreu umprocesso de

adaptação lentoe gradativo em

relação àsmudanças

climáticas”

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que, com relação ao aquecimento global, tambémo processo será gradativo, na busca de novastecnologias para adaptar a agricultura a esse novopanorama climático”, finaliza.

Aquecimento traz maioresvantagens para o HemisférioNorte

Segundo o pro-fessor Luiz CláudioCosta, no HemisférioNorte, os produtoresestão obtendo anual-mente duas safras demilho, de trigo, o queantes era impossível.Já no Hemisfério Sul,em alguns locais, asaltas temperaturasfazem com que a cul-tura não seja maisadaptada àquela região. Ele defende a necessida-de de ampliar estudos sobre o perfil da agriculturabrasileira em determinados cenários, o estabeleci-mento de medidas de adaptação e de mitigaçãopelo fato de a agricultura ser também responsávelpor um grande percentual de emissividade de CO2.

Existem, ainda, a mudança do uso da terra, aquestão do metano e o arroz irrigado, a pecuáriana emissão do metano, a adubação e o óxidonitroso. A atividade agropecuária é apontada norelatório do IPCC como responsável pela emissãode 75% dos gases metano e CO2, em decorrênciado mau uso do solo.

Por causa disso, Costa acha que a mitigaçãopoderá ser obtida por técnicas, como adoção desistemas silvipastoris e de plantio direto, entre ou-tras. Segundo ele, em 2030, a população (atualmen-te em torno de 6,5 bilhões de pessoas) deverá seestabilizar em 9 bilhões e é necessário alimentá-la.“Será um grande desafio”, afirma ele, consideran-do não ser possível mais se repetir a “revoluçãoverde”, sistema praticado na década de 60, quecausou danos ambientais.

Outro desafio para Costa é a questão da água.“Já temos questões seriíssimas de disputa de águapelos múltiplos usuários. Com o aquecimento, ademanda pela água aumenta, porque sobe a taxade evapotranspiração das culturas e, da mesmaforma, a taxa de evaporação da água livre”, anali-sa ele, considerando também o aumento dos perí-odos de secas e inundações. momentos extremospara a agricultura.

“A questão do seguro, de como lidar com osriscos climáticos, tem que entrar na agenda”, afir-ma ele. Para Costa, as questões da modelagem edas mudanças climáticas são prioridades da agen-da agrícola brasileira.

Quente ou frio, umaquestão de crédito

O debate da comunidade científica sobreos cenários futuros do clima global traz pre-ocupações, pelo fato de muitas iniciativaspara minimizar problemas dependerem depolíticos. Para Luiz Cláudio Costa, a comu-nidade científica tem que ter muito cuidadopara não cair no descrédito. “Os dados apre-sentados têm que se basear em pesquisas eanálises dentro de cenários. É preciso enten-der que nenhum de nós é capaz de fazer umaprevisão para 2030 ou 2050, mas podemosfazer projeções adequadas”, afirma ele.

“Temos que apresentar dados semalarmismos, lembrando que essas relaçõesnão são lineares e que também teremos umatecnologia na agricultura para minimizar es-ses efeitos”, analisa ele. E, cita como exem-plos, a produtividade da cana-de-açúcar, quenos últimos 30 anos, tem crescido 1,6%/ano(média do estado de São Paulo) e a do fei-jão, que também está em torno de 1,6%/ano.

Ele considera naturais as dificuldadesexistentes no diálogo entre o político e a co-munidade científica. “É uma questão de mo-delo e o modelo político é de quatro anos. Jáo da pesquisa básica é de longo prazo e o dapesquisa aplicada, mais rápido. Mesmo as-sim, é uma questão de escala e de decisão”,analisa ele, lembrando que iniciativas em re-lação às mudanças climáticas cabem melhorao Estado.

No extremo sul do Chile, um lago que ocupava uma área de 2ha sumiucompletamente em semanas. O aquecimento global está sendo apontado comoresponsável por mudanças até na geografia

Luiz Cláudio Costa

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O lago que desapareceu!

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Em tempos de mudanças climáticas,Secretário do MCT considera que

iniciativa privada, incluindo-se os bancos,deveria financiar a tecnologia aplicada

ão é fácil tirar a liderança do Brasil naprodução do etanol”, analisa o agrônomoe PHD em Biologia, Luiz Antônio Barreto

de Castro, secretário de Políticas e Programas dePesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ci-ência e Tecnologia. Barreto considera que o Paísavançou muito na cadeia da produção de etanol, aponto de ter desenvolvido uma tecnologia parale-la de produção de energia, a partir do bagaço dacana, pioneira na década de 90. “Hoje as usinas deenergia a partir do bagaço são um grande sucesso,mas o País também deve fazer um esforço de pro-dução de etanol a partir da celulose”, alerta ele,lembrando que os EUA estão investindo muito naprodução de celulose a partir do milho.

Mesmo considerando que o País ainda investerecursos modestos no desenvolvimento de pesqui-sa básica, Barreto acredita que, a partir de 2008,com uma queda dos juros abaixo dos dois dígitos,a iniciativa privada e os agentes financeiros busca-rão apoiar o desenvolvimento de projetos detecnologia aplicada, como opção de investimento.“Como já acontece com muitas empresas que tra-balham com tecnologias modernas financiadas peloBanco Votorantim”, afirma ele. Segundo Barreto,a área de C&T precisa estar preparada, porque aoferta de recursos vai exigir que o governo tenhaum portifólio de projetos para atender a essa de-manda.

Barreto acredita mais no esforço do setor pri-vado para financiar o desenvolvimento daBiotecnologia do que nos recursos públicos. “Es-tes são importantes, porque financiam as questõescientíficas de base, como a produção de etanol apartir de celulose, fixação de nitrogênio emgramíneas, plantas com resistência à seca em con-seqüência das mudanças climáticas.

Caminhos da Biotecnologia

Num passado recente, o Brasil produzia 0,5%da ciência mundial e hoje produz 2% . “Isso podeparecer pouco, analisa Barreto, lembrando, noentanto, que menos de 15 países no mundo produ-zem 2% de pesquisa comparativa mundialmente.Barreto verifica que há inteligência no Brasil, prin-cipalmente voltada para o desenvolvimento daBiotecnologia. “Se o Brasil produz 2% da ciênciamundial, em Biologia produz 4% . Então, a nossaoferta de ciência em Biologia é duas vezes maiordo que a média de outras áreas. Temos inteligên-cia e competência científica para competir em Ci-ência Biológica em todos os setores”.

Mas ele também verifica a necessidade de maisinvestimentos no desenvolvimento da tecnologiaaplicada. “Entre fazer ciência e transformar ciênciaem tecnologia moderna, como sugere o título darevista ITEM, da ABID, existe grande necessidadede investimentos e esses deverão ser privados.”

O secretário considera também consolidadacomo sucesso a área nacional de biocombustíveis,principalmente, em razão dos investimentos que

96 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

Mesmo com parcos recursos, o Brasilcontinua firme na liderança mundial

de tecnologia para produção de etanol

Barreto: “O País deve fazer um esforço para produzir etanol apartir da celulose”

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 97

vêm sendo empreendidos na construção de usinas.“Essa parte tecnológica, industrial, já está resolvi-da pelo etanol e o mesmo eu diria em relação aobiodiesel. Já avançamos bastante, do ponto de vis-ta tecnológico”, considera ele.

Em tempos de mudançasclimáticas e de mitigação

Segundo Barreto, em relação à questão dasmudanças climáticas, o MCT concentra uma boaparte da inteligência nessa área, principalmente noInstituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais(Inpe).

Como os relatórios do Painel Intergoverna-mental de Mudanças Climáticas (IPCC) alertaramo mundo sobre cenários climáticos futuros, às ve-zes, um pouco alarmantes, o Brasil mexeu-se e estácriando uma rede nacional voltada para as mudan-ças globais, a qual irá contribuir para que o Paístenha uma estratégia de ação para responder àsociedade ao longo do tempo e mitigar os efeitosdessas mudanças.

Na Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimentode Políticas e Programas, existe uma coordenação-geral voltada para mudanças climáticas e preten-de-se ter uma direção específica para esta área. ASecretaria preside uma comissão intergoverna-mental que trata do assunto e tem a participaçãodos principais ministérios (Minas e Energia, MeioAmbiente, Fazenda, Planejamento, Transporte,Agricultura, Relações Exteriores e Casa Civil).Essa comissão tem tratado principalmente de ques-tões relativas aos Mecanismos de Desenvolvimen-

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 97

to Limpo (MDL), mercado que permite negociarcréditos de carbono. Em outras palavras, o proto-colo de Kyoto, que regulamenta esse ativo entreoutros, abre espaço para que países grandes emis-sores de CO2 negociem créditos de carbono compaíses mais flexíveis no seu perfil de geração deenergia. “Isso é entendido por alguns como vanta-gem e, por outros, como desvantagem”, analisaBarreto. Segundo ele, com esse ativo, estariam sen-do abonadas atitudes de países ricos produtoresemissores de CO2 e desestimulando esforços in-ternos de redução de CO2, porque eles podem subs-tituir esse esforço pela aquisição de créditos decarbono no mercado mundial”, considera Barreto.Os líderes de projetos dessa natureza são Índia,China e Brasil, em terceiro lugar.

Atrás de mais recursos

Barreto considera que, juntando os fundos dasáreas correlatas no Ministério de Ciência eTecnologia – Biotecnologia, Saúde e Agronegócio–, tem-se cerca de R$ 100 milhões anuais para odesenvolvimento de Biotecnologia. Há outros es-forços em nanotecnologia de outras secretarias edo plano plurianual, essa secretaria conta aindacom um orçamento de R$ 20 milhões/ano para atu-ar em dez áreas. “Há uma possibilidade real que oMCT receba reforços adicionais de recursos dian-te do esforço do Ministério em ampliar o plano deações em C&T. O ministro tem-se desdobrado, afim de reformular o Fundo Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico e o MCT tem fei-to um grande esforço para descentralizar suasações, por meio da cooperação com os Estados”.

Na produção doálcool a partir dacana-de-açúcar, arelação de produçãode vinhaça é de1/13, isto é, paracada litro de álcoolsão produzidos13 de vinhaça,totalmenteaproveitados nocultivo irrigadoda cana

FOTOS: ARQUIVO DA ÚNICAFOTO: USINA CAETÉ

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Uma lei atualizada sobre irrigação, incorporandoa legislação em vigor voltada para a política

nacional de recursos hídricos e o gerenciamentomoderno de projetos públicos de irrigação, além

de servir como instrumento para estimular odesenvolvimento da agricultura irrigada no

Brasil, precisa abrir espaço para um sólido esustentável desenvolvimento do setor. Esses são

os princípios que têm norteado as audiênciaspúblicas realizadas em cinco diferentes pontosdo País, com o objetivo de enriquecer e colhermais subsídios para o Projeto de Lei no 6.381/2005, do Senado Federal, que vai estabelecer

diretrizes para a Política Nacional de Irrigação.

POLÍTICA NACIONAL DE IRRIGAÇÃO

Projeto de Lei recebecontribuições em

audiências públicas

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Para Afonso Damásio, da Faemg, a nova legislação está vindopara modernizar a irrigação, mas precisa de aperfeiçoamentos

Deputado federalAfonso Hamm, relator

do projeto de leisobre a nova políticanacional de irigação

e drenagem

A nova legislação que vai reger o setor, subs-tituirá o marco legal existente hoje, a Leide Irrigação no 6.662/79, concebida na

época em que o Estado tinha uma forte partici-pação econômica na construção e administraçãodos perímetros públicos de irrigação do País.

Organizadas pela Comissão de Agricultura,Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Ru-ral da Câmara dos Deputados, essas audiênciasforam propostas pelo relator doProjeto de Lei, deputado AfonsoHamm, do PP/RS, e realizadas, comparticipação do setor produtivo emBrasília e Cristalina, DF; Porto Ale-gre, RS; Belo Horizonte, MG; ePetrolina, PE. Reunindo as contri-buições regionais relevantes apre-sentadas nas audiências públicas eantes de transformar-se em lei a sersancionada pela Presidência da Re-pública, esse projeto de Lei, por tersido modificado, deverá passar pelavotação dos plenários da Câmara eSenado Federal.

Lei mais enxuta e moderna

Afonso Damásio Soares, superintendente téc-nico da Federação da Agricultura do Estado deMinas Gerais, considera que a nova legislação doSenado Federal veio para modernizar a irrigação,mas ainda precisa de aperfeiçoamentos. “A Lei emvigor está desatualizada em relação à legislação demeio ambiente, não contempla as parcerias públi-co-privadas que não existiam e outras formas degerência de projetos de irrigação que podem serem forma de condomínio. É uma modernizaçãonecessária”, afirma ele.

Também entende que não será essa legislaçãoque irá resolver o crescimento e o incremento dairrigação em Minas Gerais. “A Lei pode facilitar,mas é preciso uma política de incentivos nas tari-fas de energia e de maior agilidade dos processosambientais que envolvem outorga e licencia-mento”, analisa ele.

O secretário-adjunto da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento de Minas Gerais, Paulo AfonsoRomano, sugeriu que o Projeto de Lei seja maisenxuto, reduzindo definições que ficam no bojo daLei e dificultam na sua operacionalização. Fazquestão de lembrar a importância da flexibilidadeda Lei, pelo fato de a irrigação ser uma atividadeessencialmente privada, mesmo que o projeto sejavoltado a projetos públicos.

Segundo Romano, a expectativa é de que Mi-nas Gerais favoreça o encaminhamento de diretri-zes, de políticas, de prioridades para que novosconceitos de agricultura e de mercado possam serabsorvidos pela legislação. “A irrigação não é ins-trumento de política social e sim uma metodologia

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que envolve sistemas irrigados para atender a umprograma de desenvolvimento integrado e susten-tável. A irrigação é um processo que exige compe-tência e organização e que, sobretudo, produzacondições de competitividade no mercado”, anali-sa Paulo Romano.

Diferentes reivindicaçõesregionais

O Rio Grande do Sul possui a maior áreairrigada do Brasil - 1,3 milhão de hectares -, a mai-or parte dela pelo sistema de irrigação por inun-dação no plantio do arroz. O secretário extraordi-nário da Irrigação e do Uso Múltiplo da Água doRio Grande do Sul, Rogério Porto, destacou a im-portância do uso adequado do solo e das condi-ções de meio ambiente, para que a irrigação seja asolução. Ele destacou também que os irrigantesgaúchos reivindicam linhas de investimentos emirrigação com taxas de juros menores e maioresperíodos de carência.

Na audiência pública realizada em Porto Ale-gre, o presidente da Comissão de Agricultura, Pe-cuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativado Rio Grande do Sul, deputado estadual AdolfoBrito, aposta nas mudanças, devido à importânciada irrigação para o Estado. “O Projeto é essencialpara o aumento da produtividade e da renda”, afir-mou ele, sintetizando a importância de uma lei quecontemple os anseios dos irrigantes.

Em Brasília, as autoridades ligadas aos ministé-rios da Integração Nacional e do Meio Ambientetiveram uma participação ativa na audiência públi-ca realizada na capital federal. O secretário-substi-tuto de Infra-Estrutura Hídrica do Ministério daIntegração Nacional, Ramon Flávio Gomes, ressal-tou que a capacitação é um dos principais proble-mas da área, mas destacou que a solução envolve adefinição de uma política agrícola efetiva para o País.

Tecnologia contra a evasão rural

Já os deputados federais Jorge Maluly (DEM,SP) e Celso Maldaner (PMDB, SC) ressaltaram aimportância da irrigação como fator de estimulo àpermanência dos pequenos produtores no campo,evitando o êxodo rural e o inchaço das áreas urbanas.

O deputado Paulo Piau (PMDB, MG) e o as-sessor técnico da Confederação Nacional da Agri-cultura (CNA), Rodrigo Justus de Brito, afirma-ram que o Projeto de Lei no 6.381/2005 prioriza osprojetos públicos em detrimento dos privados. Elesdefendem uma inversão de prioridades. Justus dis-se que a proposta aprovada pelo Senado não esta-belece a competência pela implantação dos proje-tos públicos, o que poderá gerar omissões e preju-dicar a execução das obras. O representante daCNA também criticou as dificuldades operacionaisnas áreas de fornecimento de água e de assistênciatécnica a esses projetos, além do planejamento ina-dequado dos impactos econômicos e ambientais.

Paulo Piau argumentou que a prioridade paraos projetos públicos é injustificável, já que mais de90% das áreas de irrigação hoje são de projetosprivados. O parlamentar também ressaltou a ur-gência da aprovação de uma nova lei para evitarque o Brasil seja prejudicado na concorrência commercados internacionais.

Prioridades da nova lei

Em relação à sustentabilidade dos projetos, odiretor da área de regulação da Agência Nacionalde Águas (ANA), Oscar Cordeiro Netto, afirmouque as prioridades da nova Lei de Irrigação, navisão do órgão, devem incluir normas que garan-tam o respeito aos princípios da sustentabilidade,do uso racional dos solos e da água, do uso múlti-plo dos recursos e da garantia de benefíciossocioeconômicos e ambientais. Cordeiro Nettoconsidera fundamental a discussão sobre o novomarco regulatório para o setor.

O diretor de Infra-Estrutura da Companhia deDesenvolvimento do Vale do São Francisco e doParnaíba (Codevasf), Clementino Coelho, afirmouque a Lei de Irrigação precisa ser modernizadapara incorporar mudanças que ocorreram noagronegócio nos últimos 20 anos. O problema noBrasil, segundo ele, não é o custo da água (um dosmais baratos no mundo), mas o modelo dos proje-tos de irrigação, que precisa levar em conta alogística e a escala da produção. Coelho defendeua transferência do custeio dos projetos de irriga-ção para a iniciativa privada. Ele acredita que asParcerias Público-Privadas (PPPs) podem ser umaalternativa para essa mudança.

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Em Minas Gerais,a audiênciapública sobre oprojeto de lei6.381/2005 foirealizada naAlemg, com aparticipação dacomunidadeinteressada nairrigação

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Fapesp assina covênio parao aprimoramento tecnológico

da cana com a Dedini

Fapesp assina covênio parao aprimoramento tecnológico

da cana com a DediniCerca de 70% da

produção de cana noBrasil é colhida

manualmente, o querepresenta umdesafio para a

engenharia e odesenvolvimento de

tecnologias

100 ITEM • Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007

A expectativa é que o aproveitamento totalda cana-de-açúcar, assim como o domí-nio e a possibilidade de aplicação em lar-

ga escala de técnicas inovadoras de processamento,ajudem a manter o Brasil entre os principais pro-dutores e exportadores de álcool combustível. SãoPaulo é o Estado maior produtor de açúcar e álco-ol, e, em 2006, os derivados da cana-de-açúcarcorresponderam a 14,4% da oferta de energia doPaís, que é uma porcentagem idêntica à oferta deenergia hidrelétrica, apontou o governador JoséSerra, durante a assinatura do convênio.

Parceria pesquisa e empresa

Carlos Vogt, presidente da Fapesp, lembrouque, desde a década de 90, a Fundação tem privi-legiado o fomento à pesquisa tecnológica, cujamotivação está ligada à atividade empresarial. “Aparceria com a Dedini foi escolha natural, uma vezque se trata de uma das principais empresas domundo na área de tecnologia industrial para a pro-dução de etanol e que tem um expressivo esforçointerno de pesquisa e desenvolvimento”, disse.

Segundo Carlos Henrique Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp, o aquecimento global tornoucrítica a necessidade de investir em tecnologias li-gadas à produção de etanol. “Há dois anos, pro-

A Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo (Fapesp) e aDedini Indústria de Base assinaram,

em 17/7/2007, convênio comobjetivo de financiar projetos depesquisa tecnológica voltados a

processos industriais, para afabricação de álcool de cana-de-

açúcar ou etanol. Válido por cincoanos, o acordo terá aporte

financeiro de R$ 100 milhões, dosquais R$ 50 milhões serão

desembolsados pela Fapesp e R$ 50milhões pela Dedini, empresa

sediada em Piracicaba, interiorpaulista. O convênio apoiará

projetos cooperativos a seremestabelecidos entre pesquisadores

da Dedini, de universidades e deinstituições de pesquisa, públicas ou

privadas, no estado de São Paulo.

FOTO: ARQUIVO DA ÚNICA

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duzir etanol em grande quantidade era assuntobrasileiro. Agora, com o interesse dos países de-senvolvidos nessas tecnologias, teremos competi-dores que nos obrigam a incorporar mais ciênciaavançada”, afirmou ele. Serão aplicados R$ 20milhões por ano durante cinco anos. A previsão éque sejam fomentados projetos em aperfeiçoamen-to de tecnologias em uso na planta de demonstra-ção de hidrólise ácida da empresa, ou descobertae desenvolvimento de novas; produção de energiaa partir de subprodutos da obtenção de etanol;formas de reduzir o consumo de energia durante oprocesso industrial e de aumentar a eficiência dosprocessos de destilação e fermentação.

Um dos focos será desenvolver métodos de pro-dução de etanol a partir de celulose. Espera-se tam-bém que os projetos de pesquisa incentivem a di-fusão do conhecimento e a implementação de pro-jetos inovadores de pesquisa científica outecnológica, cujos resultados apresentem potenci-al de aplicação no mercado.

São Paulo quer maistecnologia, para manter aliderança da produção de canae de álcool no País

Maior Estado brasileiro na produção de açú-car e de álcool a partir da cana, São Paulo não querperder a hegemonia. Para isso, por meio da Fapesp,pretende-se investir R$100 milhões em pesquisasnos próximos cinco anos, em parceria com a inici-ativa privada. E, com a participação das comuni-dades científica e tecnológica, promoveu-se, no dia17/7/2007, o quinto workshop tecnológico para dis-cutir a produção vegetal e modelagem na culturada cana.

Para Antônio Roque Dechen, diretor da Esalq/USP, a expansão da cultura em São Paulo e no Bra-sil torna necessário e urgente o preparo para ademanda em tecnologia de produção. “Precisamoster uma visão clara de aumento da produção e deprodutividade. Temos que ter estrutura, programas,conhecimentos e políticas para isso, além da visãosocial da cultura com o envolvimento agronômi-co”, afirma ele, considerando que as Ciências Agrá-rias têm que dar respostas à sociedade, com as ca-racterísticas de aquecimento global e mudançasclimáticas de expansão de uma cultura com o te-mor de monocultura.

“Do ponto de vista científico e tecnológico,estamos buscando a construção de mapastecnológicos que irão permitir estratégias de in-vestimentos”, considerou Luís Augusto BarbosaCortez, coordenador de Relações Institucionais eInternacionais da Universidade Estadual de Cam-pinas. Além de especialistas da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp),

o workshop contou com a par-ticipação da Embrapa, daRede Interuniversitária para oDesenvolvimento do SetorSucroalcooleiro (Ridesa), daUniversidade Federal de SãoPaulo e de palestrantes deAlagoas, Minas Gerais, Rio deJaneiro e Rio Grande do Sul.

Em busca detecnologiasrevolucionárias

Segundo Luís Cortez, nes-ses workshops estão sendoanalisados todos os elos dacadeia produtiva, desde a par-te agrícola até a industrial.Foram levantadas questõescomo desenvolvimento de va-riedades, minimização do usode recursos naturais, fertili-zantes e inseticidas; introdu-ção de aspectos científicos,como por exemplo, estudos re-lacionados com a genômica dacana como alternativa ao me-lhoramento genético tradicio-nal; assuntos ligados ao fim daqueimada da palha na colhei-ta; impacto da disponibilidadee recuperação da palha que vaipermitir o uso de algumatecnologia do tipo hidrólisepara produzir excedentes deálcool ou a geração de ener-gia elétrica adicional.

Para William Lee Burnquist,gerente de DesenvolvimentoEstratégico Agrícola do Cen-tro de Tecnologia Canavieira,o enfoque principal do proje-to é identificar tecnologias ino-vadoras e revolucionárias paraquebrar barreiras e não, sim-plesmente, trazer todo o setorpara uma média. Considerouque houve sugestões interes-santes, como plantio mecani-zado e novos sistemas de co-lheita. Também destacou aimportância da fisiologia daplanta, de entender como aplanta funciona para atingir seu potencial máxi-mo, bem como o controle de pragas e doenças. “Porque não estamos produzindo 300 t/ha, e o que estáfaltando para chegarmos a essa produção?”, ques-tiona ele.

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Antônio Roque Dechen, da Esalq/USP

Luiz Cortez, da Unicamp

William Lee Burnguist do CTC

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Busca pela cana energia

Burnquist discorda da opinião de que canaenergia é cana com fibra. “O açúcar é a mais puraenergia que existe, a cana-de-açúcar já é uma canaenergia. Agora, acho que podemos colocar maisenergia na cultura, adicionando mais açúcar e maisfibra”, analisou ele.

Considerou que muitos dos assuntos aponta-dos pelo setor usineiro, como pontos de estrangu-lamento na cultura, já foram resolvidos pela pes-quisa, tratando-se agora de uma questão de trans-ferência de tecnologia. “Se conseguirmos aumen-tar aquelas indústrias que estão produzindo 8 t/hade açúcar para 10 t/ha já será um impacto tremen-do para o Estado e para o País”, afirma ele.

Outras questões examinadas foram os impac-tos sobre a qualificação da mão-de-obra, a intro-dução de máquinas e a elaboração de um novomodelo industrial capaz de processar uma cana deenergia e de incorporar uma tecnologia como ahidrólise; os impactos econômicos e ambientaisdecorrentes dessa prática, além do reúso de vinhaçae subprodutos decorrentes da produção de álcool.

Colheita, um ponto deestrangulamento da produção

Com o crescimento vertigi-noso da produção de cana-de-açúcar no País, inúmeros pon-tos de estrangulamento da ca-deia produtiva da cultura estãosendo identificados. Um delesé o processo de colheita dacana, que exige a participaçãointensiva de mão-de-obra. “An-tigamente, afirmava-se que acolheita mecânica iria provocardesemprego, mas, agora, real-

mente, não haverá mão-de-obra suficiente paracolher toda essa produção e a máquina terá queentrar efetivamente no processo produtivo”, afir-ma Oscar Antônio Braundeck,,,,, professor e especi-alista em colheita de cana-de-açúcar da Unicamp.

Cerca de 70% da produção de cana no Brasil écolhida manualmente e isso cria um grande desa-fio para a engenharia e o desenvolvimento detecnologias. As máquinas utilizadas são conside-radas precárias, perdem de 5% a 10% na colheitae demandam investimentos altos, aproximadamen-te, R$ 900 mil cada colheitadeira, que, para funci-onar, demanda pelo menos dois tratores e quatrocarretas de transporte. Todo conjunto representa,no mínimo, R$ 1, 5 milhão em investimentos, fa-zendo com que o produtor relute em adotar essatecnologia e continue a utilizar a mão-de-obra. “E,em condições precárias e humanamente pouco re-comendáveis”, completa o especialista.

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Modelos agrícolas ganhammaior espaço diante daperspectiva mundial demudanças climáticas

Em diferentes partes do mundo, principalmen-te Austrália, EUA e países integrantes da Comu-nidade Européia, os agricultores têm utilizado damodelagem para definir estrategicamente a pro-dutividade agrícola, como citros, café e grãos. Como crescimento mundial da busca por novas alter-nativas energéticas, existe atualmente um esforçomundial voltado para o aumento de produtivida-de da cana-de-açúcar, onde a modelagem tem umpapel estratégico.

Para falar sobre a importância desse assunto,especialmente para a produção da cana irrigada, oprofessor e pesquisador Luiz Cláudio Costa, che-fe do Departamento de Engenharia Agrícola daUniversidade Federal de Viçosa e presidente daSociedade Brasileira de Agrometeorologia, foientrevistado pela revista ITEM.

Ele afirma que hoje os modelos agrícolas vêmsendo usados estrategicamente pelo agricultor natomada de decisões em relação ao mercado. A pre-visão sazonal está fazendo sucesso, isto é, no iníciode uma estação já se pode prever os próximos trêsou seis meses. “Com essa previsão, podemos en-trar nos modelos e verificar qual é a produtividadeesperada. Isso tem a ver com preço, oferta e deci-sões importantes do produtor”, considera LuizCláudio.

“Saímos do achismo para ferramentas objeti-vas importantes na tomada de decisão. O modeloserve tanto para decidirmos o dia-a-dia, como paraplanejarmos para médio prazo”, afirma Luiz Cláu-dio Costa.

ITEM: O que é a modelagem e o que ela repre-ITEM: O que é a modelagem e o que ela repre-ITEM: O que é a modelagem e o que ela repre-ITEM: O que é a modelagem e o que ela repre-ITEM: O que é a modelagem e o que ela repre-senta para o cultivo da cana?senta para o cultivo da cana?senta para o cultivo da cana?senta para o cultivo da cana?senta para o cultivo da cana?CostaCostaCostaCostaCosta: Do ponto de vista filosófico e de vida, éimpossível vivermos sem modelo. Todos nós temosum modelo de mundo, de vida, de dia; nossas açõesdependem de um modelo e representa um conjun-to de valores.Quando pegamos processos físicos e fisiológicos,os modelos passam a ser expressos de forma mate-mática, podendo ser simples ou complexos. O ob-jetivo é pegarmos um determinado fenômeno edarmos um número final para ele. Por exemplo,na irrigação, usamos o modelo da evapotrans-piração. Precisamos saber qual é a quantidade de

Importância da modela

Oscar AntônioBraundeck,

da Unicamp

Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 103Nº 74/75 • 2.º e 3.º trimestres 2007 • ITEM 103

água evapotranspirada por uma determinada áreairrigada. Com uma simples planilha, podemos fa-zer o cálculo. Antes, quando não havia esses tiposde modelo ou instrumentos de medida, o agricul-tor olhava como estava o solo e, empiricamente,aplicava uma determinada quantidade de água.

ITEM: Qual é a importância da modelagem paraITEM: Qual é a importância da modelagem paraITEM: Qual é a importância da modelagem paraITEM: Qual é a importância da modelagem paraITEM: Qual é a importância da modelagem paraa irrigação?a irrigação?a irrigação?a irrigação?a irrigação?Costa: Costa: Costa: Costa: Costa: Com modelos mais sofisticados, o produ-tor pode fazer uma irrigação mais correta. O queo modelo faz? Ele pega um sistema que é altamentecomplexo, simplifica esse sistema e por meio dealgumas equações, fornece uma informação. Agrande vantagem do modelo é que ele oferece umnúmero que pode ser testado na realidade.Na agricultura irrigada, a modelagem é fundamen-tal para definir a produtividade da cultura, dar in-formações sobre a probabilidade de um veranico.O que precisamos cada vez mais é dar soluções sim-ples a problemas complexos. O modelo agrega asinformações organizadas sobre o estado da arte deuma cultura e libera um resultado. No caso da cana-de-açúcar, o ideal seria ter, em abril, a previsão dasafra que vai ocorrer meses após. Isso é fundamen-tal, para que o produtor tome suas decisões, tendouma idéia do mercado. A modelagem está cres-cendo no mundo inteiro e no Brasil, apesar de ain-da muito timidamente. Precisamos de muito incen-tivo e trabalho.

ITEM: Qual é a dificuldade para se estabelecerITEM: Qual é a dificuldade para se estabelecerITEM: Qual é a dificuldade para se estabelecerITEM: Qual é a dificuldade para se estabelecerITEM: Qual é a dificuldade para se estabelecerum modelo para a cana-de-açúcar?um modelo para a cana-de-açúcar?um modelo para a cana-de-açúcar?um modelo para a cana-de-açúcar?um modelo para a cana-de-açúcar?Costa:Costa:Costa:Costa:Costa: Sempre que trabalhamos com culturas pe-renes ou semiperenes, a complexidade é maior. Acana-de-açúcar tem suas características que de-mandam mais esforços do que uma cultura anual.De qualquer forma, os desafios são interessantes,e o Brasil tem total capacidade e competência parafazer um bom modelo de cana-de-açúcar. No mun-do, ainda não existe um bom modelo para a cana,existem algumas tentativas inclusive no Brasil, masainda precisamos de um bom modelo que nos mos-tre toda essa relação da cana com radiação, tem-peratura, água. Sabemos de partes isoladas e a van-tagem do modelo é que ele coloca tudo isso junto,temos que descobrir esse balanço. Existem gruposse organizando para isso.

ITEM: Quais são as contribuições que a modela-ITEM: Quais são as contribuições que a modela-ITEM: Quais são as contribuições que a modela-ITEM: Quais são as contribuições que a modela-ITEM: Quais são as contribuições que a modela-gem pode fornecer à cultura da cana-de-açúcar?gem pode fornecer à cultura da cana-de-açúcar?gem pode fornecer à cultura da cana-de-açúcar?gem pode fornecer à cultura da cana-de-açúcar?gem pode fornecer à cultura da cana-de-açúcar?Costa: Costa: Costa: Costa: Costa: A modelagem nos permite trabalhar o quechamamos manejo de riscos climáticos para evitarperdas na produtividade, entender melhor os pro-

cessos, prever com eficiência a pro-dutividade e a tomada de decisõeseconômicas, as questões de balançode água e de adubação, enfim, umasérie de decisões no planejamentovão ser beneficiadas com bons mo-delos que nos permitam informaçõesdiretas e objetivas.A modelagem contribui para quepossamos otimizar o manejo e quan-do fazemos isso, podemos elevar aprodutividade de uma cultura. Amodelagem é uma ferramenta, que nos auxilia naescolha da melhor época de aplicação de nutrien-tes, de irrigação, de decisões para prevenção depragas e doenças.Com a experiência que temos hoje na cana, conse-guimos, com certa facilidade, 140, 160 t/ha. Tenhoa convicção de que, com o melhoramento genéti-co e outras iniciativas, hoje há variedades de canaque superam 250 t/ha na primeira colheita, ou seja,isso pode ser alcançado, se melhorarmos o mane-jo. O modelo é um instrumento auxiliar que nãosubstitui nada, mas soma, para que as partes seunam e as informações sejam dadas ao produtor eele tome suas decisões.

ITEM: Diante das mudanças climáticas que es-ITEM: Diante das mudanças climáticas que es-ITEM: Diante das mudanças climáticas que es-ITEM: Diante das mudanças climáticas que es-ITEM: Diante das mudanças climáticas que es-tão acontecendo no mundo, qual é a importân-tão acontecendo no mundo, qual é a importân-tão acontecendo no mundo, qual é a importân-tão acontecendo no mundo, qual é a importân-tão acontecendo no mundo, qual é a importân-cia da modelagem?cia da modelagem?cia da modelagem?cia da modelagem?cia da modelagem?Costa:Costa:Costa:Costa:Costa: Os modelos de circulação atmosférica, comos diversos elementos que afetam a dinâmica daatmosfera, conseguem com grande grau de suces-so prever o futuro. E, como é que sabemos queeles estão acertando? Porque eles foram testadose acertaram. Com isso, acreditamos que as previ-sões também sejam boas. E como deverá ficar nossaagricultura em 2030, 2050 e 2080? Nós só conse-guimos dar essas respostas tendo por base mode-los climáticos. Precisamos ter bons modelos parapoder determinar o que vai acontecer com a cana-de-açúcar, com o café etc. Como essas relações nãosão lineares, o modelo pode ter certa complexida-de interna, já que temos que modelar alguns fenô-menos como a fotossíntese, o balanço de água nosolo e, uma série de fenômenos a qual a planta re-age e como ela iria responder numa determinadacondição. Hoje, existem estratégias bem definidassobre que área vai ser ocupada, o que vai aconte-cer com determinada cultura, quais são as condi-ções necessárias para que possamos nos adaptar,tudo isso é feito por meio do modelo. Se este já éessencial, torna-se ainda mais em época de mu-danças climáticas.

agem para a produção da cana irrigada

Para Luiz CláudioCosta, a modelagemda cultura dacana-de-açúcarapresenta desafiosinteressantes

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A alta competitividadecanavieira de São Paulo e osavanços com a nova geografiaque se delineia para a culturada cana-de-açúcar diante domercado

O Brasil conta com uma posição privilegiadapara atender às necessidades de maiores importa-ções, tanto de açúcar, quanto de álcool anidro, parafins combustíveis. O País tem duas regiões produto-ras, com safras alternadas, podendo manter suapresença no mercado mundial ao longo de todo oano. Conta com uma avançada tecnologia de pro-dução de álcool anidro a partir da cana-de-açúcar.Tem custos de produção competitivos, possui enor-me potencial de expansão de área plantada e deprodutividade. Mas há o permanente desafio paraum equilibrado desenvolvimento, com maiorracionalidade na utilização dos fatores de produ-ção, garantias de constância de oferta, com maiorcontrole dos mercados.

A região Nordeste, tradicional produtora deaçúcar, vem perdendo posição relativa para a pro-dução de São Paulo, desde o lançamento doProálcool, há 21 anos. Melhores solos, áreasmecanizáveis, fortes investimentos em pesquisa eclima mais regular têm permitido a São Paulo umaprodutividade superior à de Pernambuco e Alagoas.Enquanto produtores paulistas colhem em médiaquase 80 kg/ha, a produtividade média no Nordestenão passa de 60 kg/ha, em sistemas de sequeiro.

Em função dessa diferença é que vem crescendoa participação da produção paulista no total nacio-nal. Na produção de álcool, São Paulo representa80% e o Nordeste, que no auge do Proálcool repre-sentou 20%, hoje não passa de 6%. Já na produçãode açúcar, as usinas paulistas produzem mais de50% do total da produção nacional, enquanto asusinas nordestinas produzem cerca de 30%.

As perspectivas do setor sucroalcooleiro no Bra-sil estão diretamente relacionadas com o futuro doálcool. O crescimento deve ocorrer, preponderante-mente, nas áreas planas de São Paulo, na região deCerrado do Brasil Central, onde se destacam o MatoGrosso e o Triângulo Mineiro, entre outras regiões,incluindo-se o Nordeste. A conjuntura do mercadointernacional de álcool nos próximos anos deveaumentar o interesse de investidores estrangeirospelas possibilidades de expansão de área plantadade cana e pela tecnologia brasileira de produção deálcool.

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Problemasambientais

Além disso, o maquinário pesado deixa o solopisoteado, o que também representa custos para serdesfeito. “Precisamos melhorar a tecnologia de co-lheita para encarar o crescimento da produção e osdesafios que vão surgir pela frente”, consideraBraundeck. Segundo ele, na Unicamp, está sendo tra-balhado um sistema de auxílio mecânico para melho-rar as condições de trabalho da mão-de-obra, especi-almente em locais de topografia mais desfavorável.

Segundo Braundeck, a maior parte da cana e dapalha poderá ser colhida por máquinas. E, para re-solver a crise de energia que se avizinha, uma dasfontes de energia que está sendo considerada é abiomassa, que poderá vir da palha oriunda da co-lheita da cana, hoje jogada no solo. “Temos que avan-çar para melhorar a qualidade da colheita da cana eincorporar a palha. Esta etapa é importante, devidoao custo que representa e pelo impacto ambientalcriado”, afirma o professor.

Ainda se queimam 80% dos canaviais, porque atecnologia de colheita disponível aos produtores ain-da não é considerada adequada. “Não é apenas a leique vai mudar essa questão”, diz o Braundeck, re-ferindo-se à legislação criada em 1989, para coibir aqueimada na colheita da cana, e que já foi modifica-da três vezes por falta de uma tecnologia que resol-va a questão.

Desinteressedas indústrias

Braundeck considera que a indústria decolheitadeiras de cana não é tão atraente, o que di-ficulta o desenvolvimento tecnológico de máquinasmais apropriadas. O mercado de outras culturas,como de cereais, é o mais desenvolvido entre os gran-des fabricantes.

Braundeck considera que a solução poderá sur-gir de indústrias menores, bem estruturadas, quetrabalham com equipamentos de caldeiraria,carrocerias ou implementos agrícolas, com o apoiode uma instituição de pesquisa e de um financia-mento parcial oficial. “Isso implicará em algumapolítica pública que permita um trabalhointerdisciplinar entre indústrias menores”, acreditaele. À medida que se colocar o protótipo no campo,rapidamente os fabricantes maiores irão copiar, ini-ciar a produção e melhorar o produto.

A colheitadeira de cana hoje tem capacidade decolher até 200 t/ha, dependendo das condições decolheitabilidade da cana. Braundeck acredita serpossível fazer uma colheita diferente da que é reali-zada hoje, perdendo-se menos cana, com menorcompactação do solo e maior redução dos custos.

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Como coordenador de um dos painéis do workshop,promovido pela Fapesp, Esalq/USP e Unicamp, no dia17/7/2007, em Piracicaba, SP, Helvecio MattanaSaturnino, presidente da Associação Brasileira de Irri-gação e Drenagem (Abid), salientou o quanto a mode-lagem poderia indicar e quantificar para o setor. Isso,considerando-se os custos benefícios da culturairrigada, do potencial de reúso de águas servidas, daaplicação da vinhaça e da utilização do esgoto urbanopela irrigação, tendo-se aí um aliciante trabalho demanejo sustentável das bacias hidrográficas, com acana-de-açúcar irrigada como parceira do saneamen-to e da revitalização dos corpos d’água. Ao associar osfundamentos do Sistema de Plantio Direto e a impor-tância da cobertura da palha no solo, para os recursoshídricos e a biodiversidade, Saturnino salientou anecessidade de um equilibrado manejo, refletindo-sesobre os custos benefícios da retirada dessa palha paraoutros fins.

Os resultados de campo, de pesquisas e as possibi-lidades que a modelagem evidencia com os bonsdesenvolvimentos da cultura da cana-de-açúcar irrigadaprecisam ser trabalhados intensamente. As condiçõesedafoclimáticas das novas fronteiras e das regiõestradicionais precisam ser trabalhadas com maior foconessas relações hídricas e respostas em produtividadeque uma planta como a cana proporciona . São muitosos indicadores a sinalizarem maior longevidade doscanaviais, aumento substancial de produção e, comoresultante, utilização de muito menos insumos e ser-viços por unidade produzida. Assim, nada mais apro-priado que solicitar a atenção da modelagem paraesse agronegócio calcado na irrigação, tendo comobase o grande acervo de conhecimentos e experiênciascatalisados pela Fapesp, Esalq e Unicamp, nesteworkshop, concluiu Helvecio.

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São Pauloresponde por 80%

da produção deálcool no Brasil e

não quer perder aliderança

Helvecio destacou, duranteo workshop, os custos-benefícios da produçãoirrigada da cana-de-açúcar,do potencial de reúso deáguas servidas, da aplicaçãode vinhaça e da utilizaçãodo esgoto urbano pelairrigação

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.abid.agr.br ou abid.org.brSite da Associação Brasileira de Irrigação eDrenagem (ABID), onde associados têm acessoaos anais dos quatro últimos Conirds e àsedições da revista Item (Irrigação e TecnologiaModerna), a partir do número 48.

.agricultura.gov.br Portal do Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento, com informações sobre aestrutura da instituição governamental,legislação, recursos humanos e notíciasatualizadas diariamente. Por meio deste portal,pode-se chegar aos sites de quaisquer órgãosligados ao Ministério, entre eles: Embrapa,Instituto Nacional de Meteorologia, Ceagesp,Agrofit, Proagro, Secretaria de Apoio Rural eCooperativismo e Serviço Nacional de Proteçãode Cultivares etc.

.ana.gov.brSite da Agência Nacional de Águas, que trazinformações interessantes para os praticantese interessados na agricultura irrigada.

.bnb.gov.brSite do Banco do Nordeste do Brasil S/A, ondese encontram informações atualizadas sobreas atividades do BNB, com destaque para oEtene (Escritório Técnico do Estudos Econô-micos do Nordeste), com a Rede da Irrigação,que traz a relação de quem é quem na agricul-tura irrigada.

.emater.rn.gov.brSite do Instituto de Assistência Técnica eExtensão Rural do Rio Grande do Norte, cominformações e notícias sobre a área deassistência técnica e extensão rural do Estado.

.fapern.rn.gov.brSite da Fundação de Apoio à Pesquisa doEstado do Rio Grande do Norte, com informa-ções de interesse da área de Ciência e Tecno-logia para o Estado.

.funarbe.org.brSite da Fundação Arthur Bernardes, que dáapoio à Universidade Federal de Viçosa. Trazinformações sobre o trabalho desenvolvidopor esta Universidade e sobre o Centev/UFV,incubadora de empresas com base tecnológica.

.icid.orgSite da International Commission on Irrigationand Drainage (Icid), localizada em Nova Déli,Índia, com notícias internacionais sobreirrigação e drenagem, em inglês e francês.

.integracao.gov.brPortal do Ministério da Integração Nacional,onde se chega às informações da Codevasf(ou pelo site codevasf.gov.br), além de ter

acesso a publicações como o Frutiséries e arevista Frutifatos, com edição sob a respon-sabilidade da Secretaria de Infra-EstruturaHídrica.

.mct.gov.brPortal do Ministério da Ciência e Tecnologia,com notícias e informações, legislação,fontes de financiamento e pesquisa.

.mda.gov.brPortal do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, com notícias e informações deinstituições como o Instituto Nacional deReforma Agrária (Incra) e o Núcleo deEstudos Agrários de Desenvolvimento Rural(Nead), além de notícias de interesse doprodutor rural.

.mma.gov.brPortal do Ministério do Meio Ambiente,com notícias sobre meio ambiente e legisla-ção atualizada diariamente. Por meio desteportal, pode-se chegar a instituições ligadascomo a Agência Nacional de Águas, com apolítica nacional de recursos hídricos.

.renorbio.orgSite da Rede Nordeste de Biotecnologia,que tem como objetivo acelerar o desen-volvimento da Região Nordeste, integrandoa formação de recursos humanos ao desen-volvimento da ciência e tecnologia emBiotecnologia.

.rn.gov.brPortal do governo do Rio Grande do Norte,com atualização diária de notícias e via deacesso a qualquer uma das instituições quecompõem a estrutura do Estado.

.sape.rn.gov.brSite da Secretaria de Estado da Agriculturae Pesca do Rio Grande do Norte, cominformações sobre o setor.

.sbbiotec.orgSite da Sociedade Brasileira de Biotecno-logia, que apresenta publicações, legis-lação, oportunidades, empresas, gruposde pesquisa, cursos, fundações, universi-dades e eventos da área.

.ufersa.edu.brSite da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, com informações e notícias.

.unica.com.brSite da União da Indústria da Cana-de-Açúcar com informações sobre açúcar,energia e etanol, quanto aos aspectos deestatísticas, legislação, publicações,negócios, entre outros.

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