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ESCOLA ESTADUAL MADRE IMACULADA DISCIPLINA: PORTUGUÊS II PROFESSORA: CLÁUDIA DANIELA SÉRIE: 2º ANO O ROMANTISMO EM PORTUGAL Durante o século XIX, Portugal participou de grandes transformações políticas europeias. Nesse período as primeiras manifestações pré-românticas aconteceram, mas o Romantismo só teve início no final dos anos 20. O introdutor do Romantismo em Portugal é Almeida Garrett, essa nova escola dominará até a década de 60. Conforme se sucederam as gerações dos autores o Romantismo foi evoluindo, isso se deu em três momentos: * Primeira geração romântica portuguesa - Sobrevivência de características neoclássicas; - Nacionalismo; - Historicismo, medievalismo. Principais autores: - Almeida Garrett Obras: Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); folhas caídas (1853). Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50). Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846). - Alexandre Herculano Obras: Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico- acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 1908). Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859). Poesia: A harpa do crente (1838). Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo (1878). * Segunda geração romântica portuguesa - Mal do século; - Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos; - Irracionalismo; - Escapismo, fantasia; - Pessimismo. Principais autores: - Camilo Castelo Branco Obras: Carlota Ângela (1858); Amor de perdição (1862); Coração, cabeça e estômago (1862); Amor de salvação (1864); A queda dum anjo (1866); A doida do Candal (1867); Novelas do Minho (1875-77); Eusébio Macário (1879); A corja (1880); A brasileira de Prazins (1882). * Terceira geração romântica portuguesa - Diluição das características românticas; - Pré-realismo. Principais autores: - Júlio Diniz. Obras: Romance: As pupilas do senhor reitor (1867); Uma família inglesa (1868); A morgadinha dos canaviais (1868); Os fidalgos da casa mourisca (1871). Conto: Serões da província (1870). Poesia: Poesias (1873). Teatro: Teatro inédito (3 vol. 1946-47). RESUMO DA OBRA EURICO, O PRESBÍTERO DE ALEXANDRE HERCULANO O romance Eurico, o Presbítero, conta a triste história de amor entre Hermengarda e Eurico. A história se passa no início do séc. VIII na Espanha Visigótica. Eurico e Teodomiro são amigos e lutam junto com Vitiza (imperador da Espanha) contra os montanheses rebeldes e contra os francos, seus aliados.

Apostila sobre o romantismo em portugal e o pré modernismo

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Page 1: Apostila sobre o romantismo em portugal e o pré modernismo

ESCOLA ESTADUAL MADRE IMACULADA DISCIPLINA: PORTUGUÊS II PROFESSORA: CLÁUDIA DANIELA SÉRIE: 2º ANO

O ROMANTISMO EM PORTUGAL

Durante o século XIX, Portugal participou de grandes transformações políticas europeias. Nesse período as primeiras manifestações pré-românticas aconteceram, mas o Romantismo só teve início no final dos anos 20.

O introdutor do Romantismo em Portugal é Almeida Garrett, essa nova escola dominará até a década de 60.

Conforme se sucederam as gerações dos autores o Romantismo foi evoluindo, isso se deu em três momentos:

* Primeira geração romântica portuguesa

- Sobrevivência de características neoclássicas; - Nacionalismo; - Historicismo, medievalismo. Principais autores: - Almeida Garrett

Obras: Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); folhas caídas (1853). Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50). Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844); D. Filipa de Vilhena (1846).

- Alexandre Herculano

Obras: Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908). Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859). Poesia: A harpa do crente (1838). Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo (1878).

* Segunda geração romântica portuguesa - Mal do século; - Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos; - Irracionalismo; - Escapismo, fantasia; - Pessimismo. Principais autores: - Camilo Castelo Branco Obras: Carlota Ângela (1858); Amor de perdição (1862); Coração, cabeça e estômago (1862);

Amor de salvação (1864); A queda dum anjo (1866); A doida do Candal (1867); Novelas do Minho (1875-77); Eusébio Macário (1879); A corja (1880); A brasileira de Prazins (1882).

* Terceira geração romântica portuguesa

- Diluição das características românticas; - Pré-realismo. Principais autores: - Júlio Diniz.

Obras: Romance: As pupilas do senhor reitor (1867); Uma família inglesa (1868); A morgadinha dos

canaviais (1868); Os fidalgos da casa mourisca (1871). Conto: Serões da província (1870). Poesia: Poesias (1873). Teatro: Teatro inédito (3 vol. – 1946-47).

RESUMO DA OBRA EURICO, O PRESBÍTERO DE ALEXANDRE HERCULANO

O romance Eurico, o Presbítero, conta a triste história de amor entre Hermengarda e Eurico. A história se passa no início do séc. VIII na Espanha Visigótica. Eurico e Teodomiro são amigos e lutam junto com Vitiza (imperador da Espanha) contra os montanheses rebeldes e contra os francos, seus aliados.

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Depois desse bem sucedido combate, Eurico pede ao Duque de Fávila a mão de sua filha, Hermengarda, em casamento. No entanto, Fávila ao saber da intenção de Eurico e, sabendo ainda que esse era um homem de origem humilde, recusa o pedido de Eurico. Certo de que sua amada também o repelia, o jovem entrega-se ao sacerdócio, sendo ordenado como o Presbítero de Cartéia.

A vida de Eurico então resume-se as suas funções religiosas e à composição de poemas e hinos religiosos, tarefas essas que ocupavam sua mente, afastando-se assim das lembranças de Hermengarda.

Essa rotina só é quebrada quando ele descobre que os árabes, liderados por Tarrique, invadem a Península Ibérica. Então Eurico toma para si a responsabilidade de combater o avanço árabe. Inicialmente, alerta seu amigo Teodomiro e, posteriormente, já diante da invasão, o Presbítero de Cartéia transforma-se no enigmático Cavaleiro Negro.

Eurico, ou melhor, o Cavaleiro Negro luta de maneira heróica para defender o solo espanhol. Devido a seu ímpeto, ganha a admiração dos Godos e lhes dá força para combater os invasores. Quando o domínio da batalha parece inclinar-se para os Godos, Sisibuto e Ebas, os filhos do Imperador Vitiza, traem o povo Godo com a intenção de assumir o trono. Assim o domínio do combate volta a ser árabe. Logo em seguida Roderico, rei dos Godos, morre no campo de batalha e Teodomiro passa a liderar o povo.

Nesse meio tempo, os árabes atacam o Mosteiro da Virgem Dolosa e raptam Hermengarda. O Cavaleiro Negro e uns poucos guerreiros conseguem salvá-la quando o amir estava prestes a profaná-la. Durante a fuga, Hermengarda, foi levada desmaiada às montanhas das Asturias, onde Pelágio, seu irmão, está refugiado. Nesse momento, essas montanhas são o único e verdadeiro refúgio da independência Goda, uma vez que, depois de uma luta terrível contra os árabes, Teodomiro aceita as vantajosas condições de paz que lhe são propostas: os campos da Bética, que lhe pertenciam, continuariam em seu poder.

Em segurança, na gruta Covadonga, Hermengarda depara-se com Eurico e, enfim, pode declarar seu amor. No entanto, Eurico sabe que esse amor jamais poderá se concretizar, devido as suas convicções religiosas. Então Eurico revela a ela que o Presbítero de Cartéia e o Cavaleiro Negro são a mesma pessoa. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico, convicto e ciente das suas obrigações religiosas, parte para um combate suicida contra os árabes, o nde acaba sendo morto.

RESUMO DA OBRA AMOR DE PERDIÇÃO DE CAMILO CASTELO BRANCO

Camilo Castelo Branco conquistou fama com a novela passional Amor de Perdição. Bem ao gosto romântico, a característica principal da novela passional é o seu tom trágico. As personagens estão sempre em luta contra terríveis obstáculos para alcançar a felicidade no amor. Normalmente, essa busca é frustrante. Mesmo quando os amantes ficam juntos, isso é conseguido a custa de muito sofrimento. Os direitos do coração, frequentemente, vão de encontro aos valores sociais e morais. Segundo o autor, Amor de Perdição foi escrito durante 15 dias, em 1861, quando ele estava preso na cadeia da Relação, na cidade do Porto, por ter-se envolvido em questões de adultério.

Como o drama de Romeu e Julieta, a obra focaliza dois apaixonados que têm como obstáculo para a realização amorosa a rivalidade entre as famílias. A ação se passa em Portugal, no século XIX. O narrador diz contar fatos ocorridos com seu tio Simão. Residentes em Viseu, duas famílias nobres, os Albuquerques e os Botelhos, odeiam-se por causa de um litígio em que o corregedor Domingos Botelho deu ganho de causa contrário aos interesses dos primeiros. Simão é um dos cinco filhos do corregedor.

Devido ao seu temperamento explosivo, Simão envolve-se em confusões. Seu pai o manda estudar em Coimbra, mas ele se envolve em novas confusões e é preso. Liberto, volta para Viseu e se apaixona por Teresa Albuquerque, sua vizinha.

A partir daí, opera-se uma rápida transformação no rapaz. Simão se regenera, torna-se estudioso, passa a ter como valor maior o amor, e todos os seus princípios são dele decorrentes. Os pais descobrem o namoro.

O corregedor manda o filho para Coimbra. Para Teresa restam duas opções: casar-se com o primo Baltasar ou ir para o convento. Proibidos de se encontrar, os jovens trocam correspondência, ajudados por uma mendiga e por Mariana, filha do ferreiro João da Cruz. Mariana encarna o amor romântico abnegado.

Apaixona-se por Simão, embora saiba que esse amor jamais poderá ser correspondido, seja pelo fato de Teresa dominar o coração do rapaz seja pela diferença social: ela era de condição humilde, filha de um ferreiro. Mesmo assim, ama a ponto de encontrar felicidade na felicidade do amado.

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Depois de ameaças e atentados, Teresa rejeita o casamento. Por isso será enviada para o convento de Monchique, no Porto. Simão resolve raptá-la, acaba por matar seu rival e se entrega à polícia. João da Cruz oferece-se para ajudá-lo a fugir, mas ele não aceita, pois é o típico herói romântico.

Matou por amor à Teresa, portanto assume seu ato e faz questão de pagar. Enquanto Simão vai para a cadeia, sua amada vai para o convento. Mariana, por sua vez, procura estar sempre ao lado de Simão, ajudando-o em todas as ocasiões. Condenado à forca, a sentença é comutada e Simão é degredado para a Índia.

Quando ele está partindo, Teresa, moribunda, pede que a coloquem no mirante do convento, para ver o navio que levará seu amado para longe. Após acenar dizendo adeus, morre. Seu amor exagerado a leva à perdição.

Durante a viagem, Mariana, que acompanha Simão, mostra-lhe a última carta de Teresa. Ele fica sabendo da sua morte, tem uma febre inexplicável e morre. Seu amor exagerado o leva à perdição. Na manhã seguinte, seu corpo é lançado ao mar. Mariana não suporta a perda e se joga ao mar, suicidando-se abraçada ao cadáver de Simão. Seu amor exagerado a leva à perdição.

RESUMO DA OBRA AS PUPILAS DO SENHOR REITOR DE JÚLIO DINIS

Numa cidadezinha cheia de pessoas moralistas e de comadres fofoqueiras inicia-se uma história de amor. Daniel, ainda menino, vai ingressar num seminário, mas o reitor descobre seu namoro com Margarida, cujo apelido é Guida. O pai, José das Dornas, decide então, mandá-lo ao Porto para estudar medicina. Dez anos depois Daniel volta para a cidadezinha, como médico homeopata. Margarida, agora professora de crianças, continua sentindo o mesmo amor pelo rapaz. Porém, ele se acostumou a uma vida na cidade em que vivia de namoricos com várias mulheres, na verdade, tornou-se um homem aventureiro e paquerador, sendo que nem mais se lembra de Margarida. Por outro lado, Pedro, irmão de Daniel já está noivo de Clara, irmã de Margarida.

Daniel então começa a paquerar Clara, iniciando uma tentativa de conquista que traria muitos problemas para as famílias de ambos. Ao perceber as intenções de Daniel, Clara, mesmo sendo noiva de Pedro, aceita as cantadas do rapaz, mas logo desiste ao perceber a gravidade das consequências. Louca pra acabar com aquele constante assédio, ela marca um encontro com ele no jardim de sua casa. Esse encontro é o ponto marcante da história porque os dois foram flagrados por Pedro, mas são salvos por Margarida, que, correndo, toma o lugar da irmã.

Logo isso vira uma fofoca danada na cidadezinha e um escândalo também para época no qual compromete a reputação de Margarida. Daniel, impressionado com a atitude generosa de Guida para com a irmã, lembra-se de sua meninice e de como amava Guida. A partir disso, ele faz de tudo para conquistá-la novamente. Mas Guida lhe dá um desprezo por um bom tempo e só depois de fazer ele sofrer é que aceita o amor que ele sente por ela.