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LITERATURA - PRÉ-MODERNISMO - ANO 1902 - 1922

Literatura do pré modernismo

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Page 1: Literatura do pré modernismo

LITERATURA

- PRÉ-MODERNISMO -

ANO

1902 - 1922

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LITERATURA DO PRÉ-MODERNISMO

IDEOLOGIA

Enquadra obras que dialogam com a tradição, possuindo muitos resquícios dela, e que também já

apresentam elementos modernistas mesclando estilos: traços culturais do século XIX e busca por

novas formas de expressão literária. Há a denúncia da realidade brasileira e um certo enfoque

regionalista.

RUPTURA COM O PASSADO, com os academicismo ( apesar de algumas posturas que possam ser

consideradas conservadoras, há esse caráter inovador em algumas obras).

DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA, nega-se o Brasil herdado do Parnasianismo e do

Romantismo; o “ Brasil-não-oficial” do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos surbúbios

(principalmente Rio de Janeiro), é o grande tema do Pré-Modernismo.

REGIONALISMO, monta-se um vasto painel Brasileiro: o Norte e o Nordeste; O Vale o Paraíba; e o

Interior Paulista. O Espírito Santo; O Subúrbio carioca e o Sul.

TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS PELA SOCIEDADE, O Sertanejo, o Caipira, os Funcionários

Públicos, Os Mulatos.

LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS, a distância entre a

realidade e a ficção fica menor.

CONTEXTO HISTÓRICO

É importante destacar a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, contra o governo de Floriano Peixoto,

em 1983, porque é descrita na obra de Lima Barreto, assim como a Guerra dos Canudos, que é

fundamentado na Obra de Euclides da Cunha.

O século XX inicia-se com os conflitos que, em 1914, culminam na Primeira Guerra Mundial.

Na Europa, as inovações tecnológicas e científicas contribuem para novas formas de ver o mundo,

inclusive na arte. Novos experimentos estéticos dão origem a movimentos artísticos denominados

vanguardas.

No Brasil, a releitura do nacionalismo é um elemento comum aos autores da época, motivada pelo

contexto social. Nas primeiras décadas do século XX, há a consolidação da República e da política

do café com leite, que impõe ao país os interesses de cafeicultores paulistas e pecuaristas mineiros.

Grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, em plena industrialização, atraíam migrantes e

imigrantes em busca de novas chances, mas nelas viam-se a desigualdade e a exclusão dos

escravizados

libertos. Nesse novo contexto, o nacionalismo mais superficial dá lugar ao nacionalismo crítico, com

o questionamento das formas de modernização e urbanização do Brasil, olhando para suas contradi-

ções, inclusive para o distanciamento entre o centro e as demais regiões do país.

Dialogando com essa proposta, a literatura pré-modernista propõe-se a realizar o retrato do

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brasileiro anônimo, com distanciamento e objetividade, mas conservando a linguagem literária do

século XIX – ou seja, sem inovações na concepção estética. Por esse motivo, considera-se o Pré-

Modernismo uma fase de transição, e não uma corrente literária.

As reflexões do Pré-Modernismo são influenciadas pelas teorias científicas do século XIX, como o

evolucionismo e o determinismo. Os escritores abordam os problemas sociais levando em considera-

ção a influência da história, do meio e da raça, mas em geral rejeitando o determinismo fatalista dos

naturalistas. Retomam, igualmente, os princípios de observação e análise do Realismo, que

possibilitam

o retrato dos cidadãos comuns em sua rotina e situação social.

Algumas obras desse período ainda apresentam certa influência da estética parnasiana, embora os

autores em geral tenham optado por se aproximar da linguagem real do brasileiro médio, afastando-

se da padronização e do formalismo do Parnasianismo, que era preferência das elites, e buscando

linguagem semelhante à jornalística.

PRINCIPAIS AUTORES E SUAS RESPECTIVAS OBRAS

GRAÇA ARANHA

Quem Foi

José Pereira da Graça Aranha nasceu no dia 21 de

junho de 1868, no Maranhão.

Cursou Direito em Recife e foi trabalhar como juiz

no Rio de Janeiro e no interior do Espírito Santo.

Em 1902 publicou o romance Canaã e viajou

durante 20 anos percorrendo a Europa, onde teve

contato com os rumos que a arte moderna passou a

tomar.

Apoiador dos novos rumos artísticos modernistas,

Graça Aranha participou da Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922, em

São Paulo. Na ocasião, foi o responsável pelo discurso inicial. Foi um dos fundadores da

Academia Brasileira de Letras em 1897, porém, não havia publicado nenhuma obra.

Pontos Mais Importantes

Homem de grande prestígio em sua época

Traços naturalistas e realistas em suas obras

Teve participação ativa na revolução modernista (1922-1930)

Sua importância literária se deve à publicação de um livro: o romance, "Canaã".

CANAÃ (1902)

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Obra mais importante do autor

Romance de tese, a imigração alemã no ES; principais personagens Milkau, Lentz, Maria

Perutz

Canaã conta a história de Milkau e Lentz, dois jovens imigrantes alemães que se estabelecem

em Porto do Cachoeiro, ES. Amigos e antagônicos ao mesmo tempo, Milkau é a integração e a

paz, admirando o Novo Mundo, Lentz é a conquista e a guerra, pensando no dia que a

Alemanha invadirá e conquistará aquela terra.

Ainda assim, ambos se unem e trabalham juntos na terra e prosperam. Mais tarde aparece

Maria, filha de imigrantes pobres, que é abandonada ao léu quando morre seu protetor e lhe

abandona o amante, que pensava ser seu futuro marido.

Vagando, tomada como louca e prostituta, é rejeitada até na igreja antes de ser salva por

Milkau, quem conheceu uma vez em uma festa e vai morar numa fazenda. Lá continua a ser

maltratada até que um dia seu filho é morto por porcos e ela é acusada de infanticídio. Na

cadeia Milkau passa a visitá-la enquanto ela é repudiada pela cidade inteira. Por fim a salva com

uma fuga no meio da noite.

A história em si é apenas pano de fundo para as discussões ideológicas entre Milkau e Lentz,

somando-se a isto retratos da imigração alemã e da corrupta administração brasileira da época

(notavelmente no capítulo VI).

EUCLIDES DA CUNHA

Quem foi Euclides da Cunha nasceu no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1866 e morreu neste mesmo estado, em 1909, aos 43 anos de idade.

Era engenheiro, porém seu talento literário não passava despercebido, e, logo recebeu um convite para ser correspondente do jornal “O Estado de S.Paulo”, este fato ocorreu durante o período da Guerra de Canudos. Escreveu : Peru versus Bolívia, Contrastes e Confrontos e A Margem da História, sendo sua principal obra ” Os Sertões “ Sua vida privada foi repleta de contrariedades e grandes dificuldades financeiras. No ano de 1909 ele prestou concurso para o magistério. Apesar de ter sido aprovado ele não teve tempo de assumir o cargo, pois, foi assassinado pouco tempo depois. Sua obra é rconhecida até os dias de hoje e seus livros são lidos pelos apreciadores da literatura brasileira.

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Pontos Mais Importantes

Estilo rebuscado de escrita (barroco científico)

Obras com nítidas influências deterministas

OS SERTÕES

Obra posta entre a literatura, o jornalismo e a sociologia, baseada na Guerra de

Canudos.

Marco da Independência intelectual Brasileira

O autor, adepto do determinismo, teoria que afirma ser o homem influenciado

(determinado) pelo meio, pela raça e pelo momento histórico, dividiu Os sertões em

três partes, a saber: A terra (o meio), O homem (a raça) e A luta (o momento).

Este livro é dividido em três partes:

A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da

Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas,

a terra, enfim.

O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo

Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com

o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e

costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder

de Canudos. Apresenta se caráter, seu passado e relatos de como era

a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e

habitantes capturados. Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade

“armam o palco” e “introduzem os personagens” para a verdadeira história, a Guerra de

Canudos, relatada na terceira parte,

A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as

quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da

fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Retratando minuciosamente

movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra

casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por

um motivo tolo – Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue –

escalou para um conflito onde havia paranóia nacional pois suspeitava-se que os “monarquistas”

de Canudos, liderados pelo “famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro” tinham apoio

externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais

fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores – um velho, dois adultos e uma criança.

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MONTEIRO LOBATO

Quem Foi

Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de

renovações nos livros didáticos e infantis. Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Pontos Mais Importantes

Um dos maiores ativistas culturais de todos os tempos

Como escritor pré modernista lançou livros de contos: Urupês, Cidades Mortas, nos quais

revela a face tragicômica e miserável do Caipira do interior do vale do Paraíba (SP),

principalmente através do personagem Jeca Tatu

Nas décadas de 1920 e de 1930, preocupado com o desenvolvimento cultural e econômico

do Brasil, denuncia os absurdos ocorridos no país em artigos e livretos, o que lhe rendeu

uma prisão.

Paralelamente à sua produção literária “ adulta ”, escreve uma série de histórias infanto-

juvenis, com personagens fascinantes(Emília, Dona Benta, Saci-Pererê ... _ num ambiente

rural). O Conjunto dessas obras é denominada “ Sítio do Picapau Amarelo ”, não havendo

nenhuma obra literária escrita por monteiro lobato com este título, sendo as infantis mais

conhecidas Reinações de Narizinho e Emília no País da Gramática por exemplo.

O urupês

Os contos de Urupês têm como cenário cidades interioranas de São Paulo – todas sintetizadas em localidade fictícia: Itaoca. Ali, desenrolam-se os episódios, narrados com o mesmo sabor que o caipira confere aos causos que conta ao pé do fogo, pitando seu cigarro de palha. Em alguns contos (“A vingança da peroba”, por exemplo), o narrador se comporta como elo de uma cadeia narrativa que o transcende e na qual acaba por incluir o leitor. No entanto, a marca de um escritor acostumado à reflexão se faz sentir no didatismo que domina muitas das aberturas das narrativas. Encontramos ali explanações de cunho moralista, que introduzem o assunto. Aparentemente, para Lobato, a literatura não podia apenas deleitar; era fundamental extrair dela uma utilidade didática, um aprendizado existencial.

Quando o narrador de “A colcha de retalhos” faz uma nova visita a uma família interiorana, monta o mesmo cavalo usado na visita anterior, esclarecendo que o faz

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“por amor à simetria”. De certa maneira, os contos de Urupês flagram momentos em que a simetria é desfeita e o previsível não ocorre. Instaura-se o mistério, que se associa aos meandros do ser humano, cujas atitudes nem sempre são explicáveis ou compreensíveis. O conto “Os faroleiros”, por exemplo, está repleto de perguntas sem resposta. Justamente em busca de uma resposta, o narrador de “Velha praga” se depara com a figura do Jeca Tatu, que acaba por tornar imortal no cenário cultural brasileiro. Se em todos os contos há alguma referência à decadência do campo, o Jeca pode ser entendido como síntese da obra. Ele é o atraso que precisa ser superado: sua preguiça agride a otimização da produtividade, essencial ao sucesso econômico que Lobato almejava para o Brasil. Contra o atraso, opõe-se a educação, o processo civilizatório que precisava chegar ao campo. O estilo de Lobato vai na mesma direção progressista: contrário aos exageros puristas de seguimento estrito da norma culta, explorou cada vez mais o coloquialismo. É o que se vê, por exemplo, em “Os faroleiros”: “Escuridão, não direi de breu, que não é o breu de sobejo escuro para referir um negro daqueles. De cego de nascença, vá”. E é ainda o que se pode perceber no título original de “A vingança da peroba”: “Chóóó! Pan!” – uma onomatopeia imitativa do barulho do monjolo em funcionamento. Tais procedimentos conferem modernidade a esse grande inimigo dos modernistas que foi Lobato.

Reinações de Narizinho

Apesar da maioria das aventuras se passarem no próprio Sitio do Picapau Amarelo, em alguns

momentos Narizinho e seus amigos se aventuram por outros espaços, como o Reino das Águas claras,

onde conhecem o Príncipe Escamado. Na realidade, o Reino das Águas claras fica no ribeirão que

passa pelo Sitio, mas para Narizinho e Emília é um mundo novo e mágico.

As Reinações de Narizinho

É justamente em uma dessas aventuras mágicas que a boneca Emília aprende a falar: ela recebe uma

pílula mágica do Doutor Caramujo e torna-se a boneca falante – não apenas da língua das pessoas,

mas também da língua das abelhas e das formigas.

É então que a dona de Emília, Narizinho, começa a imaginar que seja melhor arranjar um casamento

para a boneca. É nesse momento que surge o enlace de Emília com Rabicó, o porquinho que Pedrinho

e Narizinho dizem ser marquês – e assim, ao casar-se com ele, Emília torna-se a Marquesroa de

Rabicó.

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Outro casamento aproxima-se: o Príncipe Escamado está apaixonado por Narizinho, e deseja casar-

se se com a menina. Mas na cerimônia, acaba dando tudo errado porque Rabicó come a coroa, na

realidade uma rosquinha de polvilho.

Depois, os amigos do Reino das Águas claras vão visitar a turma no Sitio, onde mais confusões

acontecem: entre elas, a Miss Sardine acaba na panela da Tia Nastácia. Em outra ocasião, os

personagens dos contos de fadas, como Branca de Neve, Cinderela, Aladim e o Gato de Botas vão

visitar o Sitio, para o deleite de Narizinho e Pedrinho.

Há ainda outro personagem de contos tradicionais que aviva as aventuras da turma do Sitio do Picapau

Amarelo: após ouvir a história de Pinóquio de Dona Benta, eles decidem criar um irmão do Pinóquio

de madeira nacional. Assim nasce o João Faz de Conta, irmão brasileiro de Pinóquio com quem eles

vivem diversas reinações.

Por último, a turminha de As reinações de Narizinho faz duas excursões a reinos distantes com a ajuda

do pó de pirilim pimpim: primeiro eles vão ao País das Fábulas, onde interagem com fábulas de La

Fontaine; depois, tentando voltar, erram na quantidade do pó e vão parar no País das Mil e Uma Noite.

PENSANDO SOBRE A OBRA

Reinações de Narizinho

Desde seu surgimento, “Reinações de Narizinho” vem fazendo parte da nossa cultura, sendo várias

vezes adaptado para a televisão, teatro e rádio (nos anos 40, o livro serviu de base para um programa

infantil de rádio). Além disso, foi recentemente relançado em Edição de luxo pela Biblioteca Azul,

mostrando que continua presente no nosso imaginário até hoje. A obra é uma das mais importantes

da nossa literatura, pois além de dar asas á imaginação dos pequenos leitores, estimula o gosto pela

leitura e fala de assuntos importantes de se retratar, como por exemplo, no conto “O irmão do Pinóquio’,

em que Lobato faz uma crítica ao preconceito, mostrando que várias vezes as pessoas julgam os

outros pela aparência e pelo o que parecem ser.

LIMA BARRETO

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Lima Barreto (1881-1922) foi escritor e jornalista

brasileiro. Filho de pais pobres e mestiços sofreu

esse preconceito em toda sua vida. Logo cedo

ficou órfão de mãe. Estudou no Colégio Pedro II

e ingressou na Escola Politécnica, no curso de

Engenharia. Seu pai enlouquece e é internado,

obrigando Lima Barreto a abandonar o curso de

Engenharia. Para sustentar a família, empregou-

se na Secretaria de Guerra e ao mesmo tempo,

escrevia para vários jornais do Rio de Janeiro.

Ao produzir uma literatura inteiramente

desvinculada dos padrões e do gosto vigente,

recebe severas críticas dos letrados tradicionais.

Explora em suas obras, as injustiças sociais e as

dificuldades das primeiras décadas da

República. Com seu espírito inquieto e rebelde,

Lima Barreto entrega-se ao álcool.

Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro no dia 13

de maio. Filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, ambos

mestiços e pobres. Sofreu preconceito a vida toda. Seu pai era tipógrafo e sua mãe

professora primária. Logo cedo ficou órfão de mãe.

Lima Barreto estudou no Liceu Popular Niteroiense e concluiu o curso secundário no

Colégio Pedro II, local onde estudava a elite litrária da época. Sempre com a ajuda

de seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto, ingressou na Escola Politécnica do Rio

de Janeiro, onde iniciou o curso de Engenharia. Em 1904 foi obrigado a abandonar

o curso, pois, seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmão agora era

responsabilidade dele.

Em 1904 consegue emprego de escrevente copista na Secretaria de Guerra, ao

mesmo tempo que colabora com quase todos os jornais do Rio de Janeiro. Ainda

estudante já colaborava para a Revista da Época e para a Quinzena Alegre. Em

1905 passa a escrever no Correio da Manhã, jornal de grande prestígio.

Em 1909 Lima Barreto publica o romance "Recordações do Escrivão Isaías

Caminha". O texto acompanha a trajetória de um jovem mulato, que vindo do interior

sofre sérios preconceitos raciais. Em 1915 escreve "Triste Fim de Policarpo

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Quaresma", e em 1919 escreve "Vida e Morte de M.J.Gonzaga de Sá". Esses três

romances apresentam nítidos traços autobiográficos.

Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa

preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais. Lima Barreto

torna-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos

escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que

revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização.

A obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi "Triste Fim de

Policarpo Quaresma". Nela o autor conta o drama de um velho aposentado, O

Policarpo, em sua luta pela salvação do Brasil.

Afonso Henriques Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde, seu

inconformismo com a mediocridade reinante, se entrega ao álcool. Suas constantes

depressões o levam duas vezes para o hospital. Em 01 de novembro de 1922 morre

de um ataque cardíaco.

PONTOS MAIS IMPORTANTES

Seu estilo é uma combinação explosiva de sua vida pessoal com a Racista república velha

Seus romances são uma mistura de ficção, documentário e crítica, além de profundamente

autobiográficos

O preconceito racial, as oligarquias corruptas, a burocracia, o militarismo, os políticos e os

intelectuais são os alvos prediletos de suas críticas

Foi um escritor eminentemente Brasileiro. Romancista da vida nos subúrbios , da gente

humilde, dos marginalizados (mulatos, loucos, alcoólatras, pobres).

Linguagem antiacadêmica, informal, jornalística e panfletária. A espontaneidade é sua marca.

Recordações do Escrivão Isaías Caminha

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Para quem conhece a biografia de Lima Barreto, é fácil

associá-lo a Isaías Caminha. De fato, em sua tentativa de

ascensão profissional, o escritor enfrentou os mesmos

preconceitos raciais que serviram de obstáculo ao

personagem. Mas Isaías possui uma dimensão simbólica:

ele encarna a crítica ao carreirismo – algo sempre

combatido por Lima Barreto, que só acreditava na

meritocracia.

Além disso, Isaías é movido pelo desejo de glória pessoal,

colocando-se muito distante de qualquer postura coletivista

mais consequente. Assim, pode-se dizer que Isaías se

associa a Lima Barreto no início, mas acaba se

transformando naquilo que este último combatia.

A trajetória de Isaías Caminha encerra um dilema

interessante: de um lado, a simpatia pelos famintos; de

outro, o terror de se tornar um deles. A primeira postura o

leva ao Rio de Janeiro, em busca de estudo e de uma formação que lhe permita lutar pelos

desvalidos. Seu projeto humanitário é, no entanto, frustrado pela própria sociedade, que o

impede de levá-lo adiante ao não lhe conceber oportunidades em função de sua condição

de mulato. Sem saída, Isaías cai no pânico da fome, tornando-se alguém capaz de fazer

qualquer coisa para sobreviver, o que o levará à ambição desmedida e à presunção

orgulhosa. Desse modo, o livro se coloca como denúncia do preconceito, mas não apenas

sob o prisma de seus desdobramentos sociais, mas abordando também o que ele pode

provocar na formação do caráter.

Isaías Caminha acaba abdicando de todos os seus sonhos, traindo seus ideais. O leitor

conhece esse resultado desde o começo da narrativa, em nota assinada por Lima Barreto.

Portanto, esse destino pode ser visto como manifestação de fatalismo, que também

aparece em outro romance famoso do escritor, Triste Fim de Policarpo Quaresma. Tal

fatalismo não tem, necessariamente, ligação com a questão racial – trata-se, acima de tudo,

de uma visão pessimista do homem.

A narrativa de Recordações do Escrivão Isaías Caminha tem como fio condutor uma

sucessão de episódios mais ou menos soltos. O que poderia ser um defeito do livro,

tornando-o desconjuntado, serve, na verdade, como estratégia expositiva do painel social

que ele também pretende ser.

De fato, a vida cultural carioca aparece na galeria de tipos e situações que desfilam pelas

páginas do romance. Personagens como o médico medíocre que alça posições no Serviço

Médico da Polícia ou o escritor que é estimulado a escrever auto-elogios simbolizam

aspectos negativos da intelectualidade brasileira, como a mesquinharia, a corrupção e o

jogo de interesses. O traço mais forte que sobressai desse retrato impiedoso é a hipocrisia,

presente tanto na postura do próprio jornal, que apontava péssimas condições de higiene

em instituições públicas e mantinha a mesma situação em seu próprio ambiente, quanto no

comportamento de um colega de redação de Isaías, o Leiva, que, embora assuma postura

humanitária, mostra-se “indiferente aos destinos da turba, dando uma esmola em dia de

mau humor e preocupado com uma ruga no fraque novo que viera do alfaiate”.

A narrativa é conduzida no estilo que caracterizou a obra do escritor: linguagem despojada.

Uma linguagem muito distante das exigências formalistas que dominavam a literatura

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imediatamente anterior à eclosão da Semana de Arte Moderna de 1922, da qual Lima

Barreto foi, sob certos aspectos, precursor.

Triste Fim de Policarpo Quaresma

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, narra a trajetória de Policarpo Quaresma, um patriota ímpar, que causa estranheza nas pessoas pelos seus ideais e coragem. O livro é dividido em três partes. A primeira começa descrevendo a rotina do Major Policarpo Quaresma. Major que não era major realmente; era um apelido. Policarpo era um homem respeitado pela vizinhança, mas ao mesmo tempo o estranhavam, por causa de seu amor pelos livros e pelo patriotismo exaltado. Começou a aprender violão, o que causou mais espanto em seus vizinhos. Seu professor de música se chamava Ricardo Coração dos Outros; seu amigo que irá lhe acompanhar até o fim. Além de aprender violão, também se dedicava aos estudos do tupi-guarani. Nem seus vizinhos, nem seus colegas de trabalho o compreendiam. Policarpo buscava coisas verdadeiramente

brasileiras, desde comida, até a vestimenta. O auge de seu amor pela pátria foi quando fez um ofício para o ministro, escrito em tupi, defendendo que a língua oficial deveria ser então essa. Como consequência, foi internado por seis meses em um hospício, recebendo a visita apenas de Olga com seu pai. Na segunda parte do livro, seguindo o conselho de sua afilhada Olga, Policarpo compra um sítio e se muda para lá com sua irmã. Chama o sítio de “O Sossego”. Retirado da cidade, surge uma nova paixão em Policarpo: a de estudar botânica e aproveitar ao máximo a terra brasileira, que segundo ele, era a melhor. Até que um dia o Tenente Antonino Dutra, escrivão, foi até a casa de Policarpo lhe pedir ajuda para a festa da Conceição. O major, contrário à política e das suas trocas de favores, nega ajuda. A partir de então os políticos da área começam a fazer de tudo para prejudicar o sítio; começam a cobrar taxas e impostos que não eram cobrados anteriormente, pedem para que seja capinado todo ao redor do sítio. Além disso, os lucros eram pequenos. Todos esses contratempos começaram a desanimar a Policarpo, que pensou que uma reforma agrária poderia até ser uma solução, mas que ainda era pequena diante de seus desejos de progresso para o Brasil. Policarpo queria uma mudança no governo. Na terceira parte, Policarpo volta para a cidade assim que sabe que está ocorrendo uma revolta. O major faz um memorial acerca de suas experiências com a agricultura e entrega ao Marechal Floriano. Sem dar muita importância, Floriano convida Policarpo para ingressar na revolta. Policarpo aceita e é listado como Major. Com a revolta, o cotidiano do Rio muda e a guerra acaba fazendo parte do cotidiano dos brasileiros. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota rebelde, é convocado para fazer parte como voluntário recalcitrante. Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major, que não pode fazer nada. Triste por estar afastado de seu violão, Ricardo continua a servir. No decorrer da guerra, Policarpo dá ordens,

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vai para troca de tiros e mata um homem. Muito arrependido e não acreditando ter feito isso, escreve a sua irmã num sentimento de perdão e culpa. Acabou se ferindo, levemente, mas precisava de cuidados e precisou se afastar por um tempo. A revolta tem seu fim e Policarpo é levado para uma prisão, sem um motivo que justifique. Quaresma se questiona por que sendo ele tão patriota e tão apaixonado pelo país, teria aquele fim. Sabendo da notícia da prisão, Ricardo tenta salvar o major a todo custo; procura o tenente Albernaz, o coronel Bustamante, que, mesmo sendo amigos de Policarpo, para não ficarem mal vistos, não fazem nada. Até que tem a ideia de procurar Olga, que mesmo contra a vontade de seu marido, vai até a prisão tentar liberar seu padrinho. Ao chegar lá e ouvir que seu padrinho é um traidor e bandido, Olga reflete que é melhor deixa-lo morrer com seu orgulho, como um herói.

Pensando Sobre a Obra

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance narrado em terceira pessoa, possui um

narrador que não julga os fatos, deixando assim livre o leitor para assumir sua posição; ou

de defesa ou de contrariedade. O narrador passa por papel de leitor de sua própria história,

narrando e esperando os acontecimentos. Em discussões entre os personagens, o narrador

não se posiciona, nem mesmo julga as suas atitudes. Assim, ao mesmo tempo que

sentimos pena da ingenuidade de Policarpo Quaresma, sentimos graça ao vermos tantos

projetos e preocupações incomuns. É a mesma visão que seus vizinhos possuem. Eles

diziam que Policarpo não vivia a realidade e que era em vão e estranho um homem que não

cursou a faculdade ler tantos livros. Policarpo não era compreendido e não se fazia

compreender, pois não buscava isso. Seu principal objetivo era repassar a cultura brasileira

e exaltar o que de melhor havia no Brasil. O texto faz uma intertextualidade com Dom

Quixote; o autor faz essa comparação tendo em vista que ambos não viviam a realidade,

viviam seus sonhos e objetivos, embora parecesse estranho para os outros.

As três partes em que são separadas o livro representam os três grandes sonhos do

personagem. Na primeira Policarpo começa a apreender violão. Ele busca nas modinhas

brasileiras o resgate da cultura. Na segunda, ele se muda para o sítio, buscando assim

retirar das terras brasileiras seu sustento e acreditando que com tanta terra fértil, o melhor a

ser feito era ser aproveitado. Já na terceira e última parte, o Major busca através de sua

participação na revolta transformar o país. Acontece que desde o título do livro já está

anunciado que o desfecho não será feliz. O brasileiro Policarpo, que tanto acreditava em

mudanças e melhoras, que tanto valorizava o que de mais brasileiro havia, acaba sendo

acusado de traidor, e morre na prisão. Ele, antes de sua morte, chega a conclusão que toda

a sua vida, sua luta e todos seus sonhos foram em vão. A pátria brasileira, pela qual ele

tanto sonhou e lutou, não existia.

SIMÕES LOPES NETO

João Simões Lopes Neto passou a infância nas estâncias de propriedade dos avós, no

interior do Rio Grande do Sul. Aos 13 anos partiu para o Rio de Janeiro, onde estudaria no

Colégio Abílio e, a seguir, na Faculdade de Medicina.

Por motivos de saúde, contudo, abandonou os estudos e retornou ao Sul, para residir em

sua cidade natal, Pelotas, onde trabalhou como professor, tabelião, funcionário público,

comerciante e industrial.

Em Pelotas, incentivou a vida cultural, escrevendo peças para grupos de teatro amador e

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participando de iniciativas que visassem à preservação das

tradições gaúchas. Atuou também na imprensa, nos jornais A

Opinião Pública e O Correio Mercantil, às vezes usando o

pseudônimo de João do Sul.

Principal figura do regionalismo rio-grandense, Simões Lopes

Neto deixou pequena obra de ficção: dezoito contos (in Contos

gauchescos, 1912) e algumas lendas (in:Lendas do Sul, 1913)

recontadas de maneira literária.

Os contos são narrados pelo vaqueano Blau Nunes, no qual,

segundo José Paulo Paes, Simões Lopes Neto "encarnou sua

nostalgia do velho Rio Grande, o Rio Grande do Império e da Primeira República, cuja rude

sociedade pastoril, com seu código de bravura pessoal, lhe forneceu os heróis e os motivos

de sua novelística".

O escritor narra suas histórias em primeira pessoa, o que concede autenticidade aos

ambientes e personagens. Às vezes, o linguajar prepondera sobre a trama, diminuindo a

força da narrativa, mas, em alguns casos, o drama dos personagens avulta, concedendo

vida a contos admiráveis. É o que acontece, por exemplo, em "Trezentas onças", "O boi

velho", "O chasque do imperador" e "Contrabandista".

Quanto às lendas, três são verdadeiras obras-primas: "A boitatá", "A Salamanca do Jarau"

e "O Negrinho do Pastoreio".

Após uma sequência de desastres no mundo dos negócios, Simões Lopes Neto faleceu em

completa pobreza.

Page 15: Literatura do pré modernismo

14

A ARTE PRÉ MODERNISTA NO BRASIL

O pré-modernismo foi um período de transição artística que aconteceu no

Brasil nas duas primeiras décadas do século XX. Esse movimento ganhou

maturidade e encontrou seu ápice em 1922, com a realização da Semana da

Arte Moderna.

Durante o pré-modernismo houve uma junção de elementos importantes

de escolas literárias anteriores, como o Parnasianismo, o Simbolismo, o

Realismo e o Naturalismo.

Esse período não chega a ser considerado como uma escola literária, mas

sim uma fase de intensa produção literária e artística que contou com um

grande número de representantes e movimentou a literatura brasileira.

O pré-modernismo também é conhecido como período sincrético. Nesse

momento, os autores começavam a expressar o inconformismo político e

social.

Page 16: Literatura do pré modernismo

15

VANGUARDAS EUROPÉIAS

FUTURISMO

Este movimento teve uma forte relação com a literatura do início

do século, influenciada em 1909 pelo Manifesto Futurista do poeta e escritor italiano

Filippo Tommaso Marinetti.

Na pintura, assim como na literatura, os futuristas- como a própria palavra sugere -

exaltavam o futuro e sobretudo a velocidade, que passou a ser conhecida e

admirada a partir da mecanização das indústrias e da crescente complexidade

social que ganharam os grandes centros urbanos.

Para os pintores ligados ao Futurismo, os outros artistas tinham

ainda uma visão estática da realidade, ignorando o aspecto mais evidente dos

novos tempos: o movimento veloz das máquinas, que provoca a superação do

movimento natural.

Em 1910, foi lançado em Milão outro manifesto futurista - dirigido particularmente à

pintura -, assinado por Umberto Boccioni , Carla Carrà, Luigi Russolo, Giacomo

Baila e Gino Severini.

Para esses artistas não interessava a representação de um corpo em movimento,

mas sim a expressão do próprio movimento. Como pretendiam evitar qualquer

relação com a imobilidade, recusaram toda representação realista e

usaram, além de linhas retas e curvas, cores que

sugerissem convincentemente a velocidade.

A seguir, constam algumas das obras feitas por pintores que participaram da

vanguarda futurista, com uma imagem da obra e em seguida um texto explicando o

motivo de tal obra ser considerada futurista.

Page 17: Literatura do pré modernismo

16

BOCCIONI,Umberto, "A carga dos lanceiros". Têmpera e colagem sobre papelão,

32 X 50.

A obra de Boccioni faz parte da vanguarda futurista pois, dentre os aspectos

do futurismo o autor usa a sensação de velocidade abstrata já que na obra tudo

parece está se movendo de um jeito meio indefinido. O uso de formas geométricas

para a representação do que se deseja também é uma marca característica do

futurismo. A dinamicidade da obra demonstra que ela faz parte do futurismo pois

isso também é uma característica marcante do futurismo. E além de tudo isso, a

obra representa o terror da uerra e da violência, como visto nos homens à cavalo e

os traços fortes e marcantes, algo muito recorrente nas obras futuristas.

BOCCIONI, Umberto, "O dinâmismo de um ciclista", óleo sobre tela 70

X 95.

Esta obra é futurista pois, como o próprio nome já diz ela representa o

movimentação, a dinâmica do ciclista. A obra não tem formas muito definidas,

apenas algumas formas geométricas que são uma das características da vanguarda

futurista assim como os aspectos mecânicos que vem do fato de ser uma pessoa

em uma bicicleta se locomovendo. A obra também dá uma sensação de velocidade,

que embora não consigamos sentir, podemos ver que ela está ali pelos traços mais

alongados dos artistas e pelo "deformação" do cenário de fundo.

Page 18: Literatura do pré modernismo

17

BOCCIONI, Umberto, "Estado de espírito”. Óleo sobre tela, 70,5 X

96.

Esta obra faz parte da vanguarda futurista pois nela está retratado um trem, que é

tudo que o futurismo retratava, que era a modernização e a maquinização de tudo.

A obra foi pintada quase toda ela com formas geométricas que era uma das

características do futurismo, para retratar a padronização da sociedade.

CARRÁ, Carlo. "Funeral do anarquista Galli", óleo sobre tela, 189 X

259.

Está obra faz parte da vanguarda futurista pois representa o movimento, que

é uma das características mais recorrentes nas obras futuristas. Este quadro

representa uma cena que aconteceu no funeral de um anarquista, onde as

autoridades não permitiram a entrada de outros anarquistas, com medo de que o

funeral se tornasse de cunho político (Fonte:

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2008/08/11/pintura-funeral-do-anarquista-

galli-119201.asp, acesso: 02 de julho de 14) . Na obra é usada as já conhecidas

formas geométricas que muito acompanham a vanguarda futurista.

Page 19: Literatura do pré modernismo

18

BALLA, Giacommo. "Árvores mutiladas", óleo sobre

tela.

Esta obra de Giacomo Balla faz parte da vanguarda futurista pois saúda o

modernismo, com uma representação de uma floresta sendo desmatada

provavelmente podemos imaginar por alguma máquina. A obra passa a sensação

de movimento, como se tudo estivesse sendo distorcido. Nada está parado, está

tudo se movendo de um jeito dinâmico.

BALLA, Giacomo. "Velocidade do automóvel", óleo sobre

tela.

Esta obra pertence à vanguarda futurista pois ela representa a velocidade. Também

tem a saudação a modernidade em meio ao automóvel, que é algo muito

representado entre os futuristas. A imagem também é como se fosse várias

fotografias em seguida, que foi um meio dos artistas futuristas encontraram para

representar a velocidade. A obra é feita por formas geométricas que é muito comum

dentre os artistas futuristas, e a forma do objeto representado é deformado, algo

também muito comum quando dentre os futuristas.

Page 20: Literatura do pré modernismo

19

Velocitá d'Automobile, BALLA, Giacomo

Esta obra faz parte da vanguarda futurista, nela são encontradas características que

pertencem ao futurismo, como por exemplo a exaltação a máquina, a velocidade, e

ao progresso. Outra característica e que a obra não tem uma forma concreta e é

representada com muitas linhas e cores monótonas.

Velocitá Abstratta;BALLA, Giacomo; Coleção particular

Esta obra também faz parte da vanguarda futurista, pois como é muito comum nas

obras de Balla, ela exalta a máquina. A obra não tem uma forma concreta sendo

representada apenas por um várias linhas que servem para passar a sensação de

velocidade, e não para representar algum objeto, ou no caso o carro.

Page 21: Literatura do pré modernismo

20

Dnamisme d'une Automobile; RUSSOLO, Luigi; 1911

Esta obra faz parte da vanguarda futurista pois tem a clássica referencia a máquina.

Nesta obra, assim como muitas outras, ela não é uma representação da realidade e

sim é uma representação da sensação do "dinamismo" do automóvel.

Forças de uma Rua; BOCCIONI, Umberto; 1911

Nesta obra, Boccioni confunde um pouco dos aspectos do Cubismo e do

Impressionismo para representar uma rua à noite.

Automóvel + Velocidade + Luz; BALLA, Giacomo; Coleção

particular.

Esta obra de Balla pertence a estética futurista pois exalta três das principais

características do futurismo, que são a máquina, a velocidade e a luz. Essas três

características são representadas pelas linhas que passam sensações e não a

representação concreta do objeto.

Page 22: Literatura do pré modernismo

21

Ciclista; GONCHAROVA, Natália; 1911

Esta obra pertence a estética futurista pois representa o movimento, passa a

sensação de movimento, algo que os futuristas tentavam muito fazer, que é

trabalhar não só com a representação exata do objeto mas também com coisas de

formas abstratas.

Dinamismo de um Jogador de Futebol; BOCCIONI,

Umberto

Esta obra de Boccioni pertence a vanguarda futurista pois representa o movimento

do jogador. Mesmo que o jogador não tenha uma forma concreta na obra, ele esta

sendo representado pela tentativa de passar a sensação do movimento dele.

Page 23: Literatura do pré modernismo

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Canhão em Ação; SEVERINI, Gino; 1915; óleo na tela.

Esta obra pertence a estética futurista pois retrata a guerra, algo que era marca dos

futuristas. Outra característica que faz pertencer ao futurismo é a referencia a

tecnologia, no caso, o canhão.

Motociclista; MONTE, Mario Guido Dal; 1927.

Esta obra pertence a vanguarda futurista pois representa o movimento do ciclista,

algo que os futuristas representavam bastante. Outra característica que faz ela ser

da estética futurista é que a obra faz representação da máquina, que no caso é a

motocicleta.

A FANTASIA INVADE A REALIDADE

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as

incertezas políticas criaram um clima favorável para

o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição

humana diante de um mundo cada vez mais complexo

Surgem então movimentos estéticos que, interferindo de maneira

Page 24: Literatura do pré modernismo

23

fantasiosa na realidade, procuram denunciar a falta de sentido da civilização

contemporânea, como é o caso da pintura metafísica, do Dadaísmo

e do Surrealismo, cujas linhas mais significativas veremos a seguir.

A pintura metafisica

O artista mais conhecido desse movimento é Giorgio de Chirico (1888-1978). O

terna de suas obras são as paisagens urbanas.

Mas as cidades de seus quadros são desertas, melancólicas e iluminadas por uma

luz estranha. Os edificios, geralmente enormes e vazios, assumem um aspecto

inquietante e a cena parece ser dominada por um silêncio perturbador, como em O

Enigma da Chegada e O Regresso do Poeta

Alguns críticos viram, nesses elementos da pintura de Giorgio de Chirico, uma

oposição entre a técnica precisa com que o

artista compõe a cena e a inquietação que ela

desperta no espectador.

Page 25: Literatura do pré modernismo

24

O Dadá e o Surrealismo

Durante a Primeira Guerra Mundial

(1914-1918), artistas e intelectuais de diversas nacionalidades, contrários ao

envolvimento de seus países no conflito, exilaram-se em

Zurique, na Suíça. Aí acabaram fundando

Page 26: Literatura do pré modernismo

25

um movimento literário que deveria expressar suas decepções com o fracasso das

ciências, da religião e da Filosofia existentes até então, pois se revelaram

incapazes de evitar a grande destruição que assolava toda a Europa.

Esse movimento foi denominado Dadá, nome escolhido pelo poeta húngaro Tristan

Tzara. Ele abriu um dicionário ao acaso e deixou

seu dedo cair sobre uma palavra qualquer da página. O dedo indicou

a palavra "dada", que na linguagem infantil francesa significa "cavalo". Mas isso não

tinha a menor importância. Tanto fazia ser essa corno outra qualquer palavra, pois a

arte perdia todo o sentido, já que a guerra havia instaurado o irracionalismo no

continente europeu.

É preciso considerar também que os estudos de Freud chamavam a atenção para

um aspecto novo da realidade humana. Eles revelavam que muitos atos praticados

pelos homens são automáticos e independentes de um encadeamento de razões

lógicas.

Dessa forma, os dadaístas propunham que a criação artística se libertasse das

amarras do pensamento racionalista e sugeriam que ela fosse apenas o resultado

do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos ao acaso. Na

pintura, essa atitude foi traduzida por obras que usaram o recurso da colagem.

Só que agora a intenção não é plástica e sim de sátira e crítica aos

valores tradicionais tão valorizados, mas responsáveis pelo caos em que

se encontrava a Europa.

SURREALISMO

O Dadaísmo , e principalmente o seu princípio do automatismo psicológico,

propiciou a aparecimento do Surrealismo, na França, em 1924. O poeta e escritor

André Breton (1896-1966) liderou a criação desse novo movimento e escreveu o

seu primeiro manifesto, em que associa a criação artística ao automatismo psíquico

puro. Desta associação resulta que as obras criadas nada devem à razão, à moral

ou à própria preocupação estética.

Portanto, para os surrealistas, a obra de arte não é o resultado de manifestações

racionais e lógicasdo consciente. Ao contrário, são as manifestações

do subconsciente, absurdas e ilógicas, como as imagens dos sonhos e das

alucinações, que produzem as criações artísticas mais interessantes.

Às vezes , as obras surrealistas representam alguns aspectos da realidade com

excesso de realismo. Entretanto, eles aparecem sempre associados a elementos

inexistentes na natureza, criando conjuntos irreais.

Dos pintores surrealistas, Salvador Dali (1904-1989) é sem dúvida

o mais conhecido , com suas obras A Persistência da Memória e A Ceia. Ele

criou o conceito de "paranóia crítica" para referir-se à atitude de quem

recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo o próprio

pintor, é preciso "contribuir para o total descrédito da realidade".Ao retratar Mae

West,atriz norte-americana conhecida principalmente por suas interpretações nos

filmes de westem, Dali a reproduziu como se fosse uma fotografia inexpressiva.

Converte-a num salão em que a cortina, o sofá, a lareira e os quadros são,

respectivamente, os cabelos, a boca, o

Page 27: Literatura do pré modernismo

26

nariz e os olhos da atriz.

A pintura surrealista desenvolveu

duas tendências: ajigurativa.

Page 28: Literatura do pré modernismo

27

e a abstrata.

Entre os pintores surrealistas de tendência figurativa

estão Salvador Dali e Marc Chagai!

(1887-1985). Já entre os surrealistas de

tendência abstrata estão Joan Miró

(1893-1983) e Max Ernst (1891-1976).

EXPRESSIONISMO

Este movimento artístico teve origem em Dresden, Alemanha, entre

1904 e 1905, com um grupo chamado Die Brücke, que em português significa A

Ponte. Desse grupo faziam parte Emst Ludwig Kirchner (1880-1938),

Erich ljeckel (1883-1970) e Karl Schmidt-Rottlu.ff(1884-1976).

E inegável que o Expressionismo foi uma reação ao Impressionismo, já que esse

Page 29: Literatura do pré modernismo

28

movimento se preocupou apenas com as sensações de

luz e cor, não se importando com os sentimentos humanos e com a problemática da

sociedade moderna. Ao contrário, o Expressionismo procurou expressar as

emoções humanas e interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente

o homem do início do século XX.

Na verdade, essa tendência para traduzir em linhas e cores os sentimentos mais

dramáticos do homem já vinha sendo realizada por Van

Gogh, que não se preocupava mais em fixar os efeitos efêmeros da luz

solar sobre os seres . Como vimos, esse artista procurava, através da cor e da

deformação proposital da realidade, fazer com que os seres reais nos revelassem

seu mundo interior.

Além de Van Gogh, o pintor norueguês Edvard Much (1863-1944) também inspirou

o movimento expressionista. Sua obra O Grito é um exemplo dos temas que

sensibilizaram os artistas ligados a essa tendência. Nela a figura humana não

apresenta suas linhas reais mas contorce-se sob o efeito de

suas emoções. As linhas sinuosas do céu e da água, e a linha diagonal da ponte,

conduzem o olhar do observador para a boca da figura que se abre num grito

perturbador. Essa atitude inédita até aqui para as personagens da

pintura e a ênfase para as linhas fortes evidenciam a emoção que o artista procura

expressar.

O Grzto

(1893) , de Munch.

Dimensões: 9 1 em x 73,5 em.

Nasjonalgalleriet, O slo .

Page 30: Literatura do pré modernismo

29

Cznco

Afulhms na Rua

1{ '3), de Kirrhner

Dimensões

118 em x 89 em

Wallraf-R ichartz-

\1useum, Colônia

EXPRESSIONISMO NO BRASIL

Antes da explosão do Movimento Modernista de 1922, o Brasil

teve com Lasar Segall (1891-1957) seu primeiro contato com a arte mais

inovadora que era feita na Europa.

Segall nasceu na Lituânia, mas foi na Alemanha - para onde se

mudou em 1906- que estudou pintura. Em 1912 esteve nos Países Baixos e, em

1913, veio para o Brasil, onde realizou uma exposição de sua

pintura,já com nítidas características expressionistas, que, como vimos

no início deste capítulo, se tornou um dos primeiros acontecimentos precursores da

arte moderna no Brasil.

De volta à Alemanha, lá permaneceu até 1923. Nessa época, seu

desenho anguloso e suas cores fortes procuram expressar as paixões e

os sofrimentos do ser humano. É assim, por exemplo, em Família Enferma e em

Dois-Seres , telas de 1920.

Page 31: Literatura do pré modernismo

30

Em 1924, retornando ao Brasil, Lasar Segall passou a residir definitivamente em

São Paulo. A partir daí, sua pintura assumiu uma temática brasileira: seus

personagens agora são mulatas, prostitutas e marinheiros; sua paisagem, favelas e

bananeiras. É exemplo a tela Bananal

Em 1929, o artista dedica-se à escultura em madeira, pedra e gesso. Mas entre os

anos de 1936 e 1950, sua pintura volta-se para os grandes temas humanos e

universais, sobretudo para o sofrimento e a solidão. São dessa época, entre outras,

as telas: Progrom, Navio de Emigrantes, Guerra e Campo de Concentração.

Em 1951, Lasar Segall dá início ao último ciclo de sua obra com

as séries de pinturas As Erradias, Favelas e Florestas. Esse ciclo é interrompido

com sua morte, em 1957.

Page 32: Literatura do pré modernismo

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/euclidesdacunha.htm

http://www.suapesquisa.com/biografias/monteirolobato/

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/resumos-de-livros/urupes.html

http://www.e-biografias.net/lima_barreto/

http://www.grupoescolar.com/pesquisa/premodernismo-no-brasil.html

http://educacao.uol.com.br/biografias/simoes-lopes-neto.html

PROENÇA, GRAÇA. A HISTÓRIA DA ARTE.

http://neofuturistas.blogspot.com/2014/07/as-obras-futuristas.html