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GRACIELA KIESKI
DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA
CURITIBA2004
Monografia apresentada para aObtenl'ao do Titulo deEspecialista emPsicopedagogia, Pr6-Reitoriade Pos-Gradu89ao, Pesquisa eExtensao, Universidade Tuiutido Parana.
Orientadora: Prof'. MargaretSchroeder.
Dedico este trabalho a todas aspessoas envolvidas na areaeducacional e aos lamiliares decrian9as portadoras deDisturbios de Aprendizagem,seja na leitura ou na escrita, alim de auxilia-Ias no processoensino-aprendizagem.
Agrade90 a meus pais, por meincentivarem a trilhar estecaminho que e a Educa9aO.
Agrade90 tambem meunamorado, m:nha irma eminhas colegas pelo incentivoe auxilio constante.
SUMARIO
RESUMO.
1INTRODUc;:iio ...
2 REVISiio DA L1TERATURA ..
2.1 ETIOLOGIA ..
3 CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM
v. 1
. 4
..4
..............6
3.1 CAUSAS INTELECTUAIS OU COGNITIVAS. . 6
3.2 CAUSAS NEUROL6GICAS ..
3.3 CAUSAS FislCAS .
3.4 CAUSAS SENSORIAIS .
3.5 CAUSAS EDUCACIONAIS .
3.6 CAUSAS S6CIO-ECONOMICAS .
. 6
. 7
. 7. 7
.................................................8
3.7 CAUSAS EMOCIONAIS .
3.8 CAUSAS FAMILIARES ...
. 8
. 8
4 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LEITURA 10
4.1 FATORES ETIOL6GICOS .. . 11
4.2 FATORES NEUROPSICOL6GICOS.. . 11
4.3 FATORES PSICOMOTORES E SENSORIAIS . . 11
4.4 FATORES COGNITIVOS.. . 12
4.5 FATORES CONDUTUAIS........... 12
4.6 FATORES DA LlNGUAGEM . . 12
4,6.1 Leitura oral: dificuldades de discrimina9c3o auditiva .
4.6.2 Dificuldades de discriminac;:ao visual.
. 12
. 14
............................................. 154.7 DISLEXIA ...
5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA 17
5.1 DISORTOGRAFIA ..
5.2 DISGRAFIA ..
5.3 DISCALIGRAFIA ..
6 CONSIDERAC;:OES FINAlS.
REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ..
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ..
. 19
. 20
. 22
. 23
... 25
....26
RESUMO
Este trabalho foi escrito com 0 intuito de alertar professores e familiares
para as multiplos fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem,
prejudicando gravemente a crian98. Estas dificuldades podem ter origens
diversas: organicas, familiares, psicol6gicas, pedag6gicas e socia-culturais, que
caracterizarao problemas em expressar suas ideias, pensamentos. Estas
formas de dificuldades serao estudadas quanta a expressao escrita
(disortografia, disgrafia, discaligrafia) e leitura (dislexia). 0 tema abordado visa
contribuir a nivel de compreensao e diagn6stico dos profissionais envolvidos na
referente area de pesquisa.
Palavras-chave: leitura - escrita - aprendizagem.
I·
INTRODUc;:Ao
A necessidade do hom em em S8 comunicar graficamente com seu
semelhante parte dos tempos mais remotes. Os exemplos mais antigos
remetem-nos para 0 periedo pre-historica, no qual as mensagens eram escritas
nas paredes das cavernas atraves de processes rudimentares de pinturas.
Desse periodo ate as finais do SEkulo XX, os processos da leitura e
escrita evolulmm muito. Inventaram-se as canso antes e as vogais e a
linguagem ocidental tornou-se alfabetica, cad a som passou a ser representado
par uma determinada grafia (Ietra). A partir dai, tornou-se impassive I passar
todos as conhecimentos atraves da fala e aprender a ler e escrever deixou de
ser privilegio apenas das pessoas mais abastadas. Porem, S8 a crian9a nao
possui nenhum disturbio a nfvel fonoarticulat6rio, 0 mesmo nao vai ocorrer com
leitura e escrita. Basta salientar que dois ter90s da populac;ao humana nao Ie
nem escreve, enquanto toda a popula9ao mundial fala. Neste sentido, fica claro
que a aquisi9ao da leitura e escrita requer esfor90 e a exist€mcia de urn
ambiente estimulante.
De acordo com CONDEMARiN e BLOMQUIST (1970, p. 22), 0
desenvolvimento da linguagem pode ser dividido em cinco etapas: significado,
compreensao da palavra, expressao da palavra, compreensao da palavra
impressa e expressao da palavra impressa sao fases interdependentes e
seqOenciais. Se houver qualquer falha em uma dessas fases, implicara em
disturbios na fase seguinte.
Ha rnuito a Educa9a.o e a Psicologia tern se preocupado em saber como
uma crian9a aprende, especialrnente como ela adquire a palavra falada, lida e
escrita. Aos poucos foi surgindo um novo tipo de crian9a deficiente, mas
somente quar· io tecnicas aperiei90adas para a determinaC;ao do sucesso na
aprendizagem tornaram-se disponiveis e que foi possivel diferencia-Ias
daquelas que aprendem normal mente e identifica-Ias com seguran9a e
, \
precisao. 0 e~tudo dessas criangas geram incentivos e desafios ao educador e
ao psic6logo, especial mente em rela9ao a questa a de como a crian9a aprende.
A leitura e a escrita sao as atividades academicas que mais tem recebida
aten9ao nos ultimos anos. Tal fato, explica-se pel a importancia que tem estas
duas atividades na formagaa de cad a individua ja que, 816m de serem a
instrumento de acesso as demais areas do conhecimento, constituem-se num
meio de cultura pessoal. Alias, a saber ler e escrever tarnau-se uma
capacidade indispensavel para que a indivfduo se ada pte e se integre ao meio
social integralmente.
No entanto, apesar de todo 0 esfor90 que se tem dispensado, aprender a
ler e escrever ainda e uma tarefa muito dificil para grande numero de crian9as.
Estas, que serao classificadas no decorrer do projeto como portadoras de
algum disturbio de aprendizagem, dificilmente conseguem ser alfabetizadas
e/ou acompanhar 0 processo de ensino, sem 0 apoio de uma reeducac;ao
psicopedag6gica.
Quando uma crian9a ou adolescente apresenta algum Disturbio de
Aprendizagem isso interfere nao apenas no trabalho escolar, mas em todos os
aspectos da vida - em casa, na comunidade, em clubes, entre outras
atividades, afu';ando consideravelmente a sociedade em que vive.
o presente trabalho pre ten de levantar os estudos de alguns autores sabre
disturbios de aprendizagem, para que a pr6pria sociedade C'onhec;a as causas
e os sintomas de individuos portadores de Disturbios de Aprendizagem
melhoranda assim sua condic;ao de vida perante as outras pessoas, no seu
desenvolvimento emocional e na sua adaptac;ao social.
Acredita-se que as informa90es aqui contidas serao de grande
impartancia principal mente para os pais e familiares, padendo fazer com que
auxiliem seus. filhos porta do res de algum tipo de disturbio de aprendizagem,
paden do se'r encontrados varios materia is em bibliotecas, pesquisas
realizadas par Qutros autores, internet e revistas pedag6gicas.
A presente pesquisa tem como objetivo levantar as principais causas dos
disturbios de leitura e escrita e fornecer informayoes que sirvam de base para 0
reconhecimento e a identificayao precoce das dificuldades em aprender a ler e
escrever, dirigindo-se nao somente a comunidade, como tambem aprofissionais ligados ao ensino, iniciando de imediato 0 seu tratarnento
psicopedag6gico. Sera feito urn breve levantamento das dificuldades de
aprendizagern, enquadrando ai as dificuldades de leitura e escrita, utilizando-se
do apoio biblio9r;.fico dos autores ANTONIO MANUEL PAMPLONA MORAIS
(1992) e JESUS NICASIO GARCiA (1998),
2 REVIS)i.O DA LlTERATURA
Independentemente dos autores e seus conceitos para os Disturbios de
Aprendizagem, sabe-s8 que as disturbios - da fala, audig<3o, emocionais, do
comportamento, etc. - tern sua origem em causas diversas porem todos sles
S8 constituem em obstaculo a aprendizagem, prejudicando-a ou mesmo
impedindo-a.
Segundo SARA PAIN, Disturbia de Aprendizagem "sao tadas as
disturbios psicopedag6gicos que interferem diretamente na aprendizagem,
considerando-se as fatores organicos, especfficos, psicogenos e as
ambientais". (DROUET, 1997, p.92)
ANTONIO MANUEL PAMPLONA MORAIS parte do pressupasta que "0
reconhecimento e a identific8gao das dificuldades em aprender a ler e escrever
e, na maioria das vezes, a difereng8 entre 0 fracasso e 0 sucesso escolar"
(MORAIS, 1992, p.162)
a Camite Nacianal de Dificuldades de Aprendizagem \EUA, 1998, p. 72)
diz que "Oificuldade de Aprendizagem e um termo generico que se refere a urn
grupo heterogeneo de desordens, manifestadas por dificuldade na aquisigao e
no uso da audigao, fala, leitura, escrita, raciodnio ou habilidades mate mati cas"
2.1 ETIOLOGIA
as transtornos da aprendizagem podem ser definidos como uma
deficiencia especial na aprendizagem. Referem-se a uma alteragao em um ou
mais dos processos psico16gicos basicos para a cornpree.lsao ou 0 uso da
linguagem escrita au oral, que pode se manifestar como uma falta de
habilidade para escutar, pensar, ler, escrever, soletrar au desempenhar
calculos mate maticos, alem de problemas com a memoria.
A etiologia dos disturbios de aprendizagem e multifatorial, refletindo
influencias geneticas e anormalidades na func;ao e estrutura cerebrais
(COMMITTEE ON CHILDREN WITH DISABILITIES, 1998, p. 431), send a que
as ligac;oes familiares e hereditarias sao as causas mais comuns, segundo
SANTOS e MARINHO (2000, p. 03). Deve-se levar em conta a interferimcia de
fatores extrinsecos como a conduta em relac;ao ao dormir, sauds em geral,
nutric;ao e assistencia a escola. As manifestac;oes clinicas dos transtornos da
aprendizagem depend em nota vel mente da idade da crian<;a e do ambiente
educacional, ou falta do mesmo.
No recem-nascido uma historia de algum insulto potencial mente
prejudicial para 0 sistema nervoso central, como prematuridade, asfixia e
infec90es congenitas intrauterinas devem alertar as medicos, de acordo com
MARINHO e LEMOS DOS SANTOS. As crian9as que tem hist6ria de surdez,
que tiveram uma meningite bacteriana e outras patologias que acometeram
ouvido, nariz e garganta devem ser consideradas suspeitas. Pacientes com
anormalidades geneticas pod em desenvolver disturbio de aprendizado.
A avaliac;ao dos transtornos da aprendizagem constitui urn dos desafios
mais freqOentemente enfrentado pelo pediatra, ja que e uma condic;ao muito
comum entre as crian9as. A falta de exito academico ou CIS dificuldades no
rendimento escolar acarretam preocupa90es para as pais, para as professores
e tambem do proprio paciente, necessitando de uma avalia<;8.o medica a fim de
determinar se existem fatores neurol6gicos, psiquiatricos e pSicologicos que
pass am ser remediados.
3 CAUSAS DOS DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM
As quest6es educacionais que mais tern preocupado as profissionais
ligadas 80 ensina, referem-se aos altos indices de evasao e reprov898o escolar
que tern side registrados nas Escolas Municipais e Estaduais do Brasil, e 0
grande nurnero de crianr;:8s que tern recorrido a tratamento psicopedag6gico
com dificuldades de aprendizagem.
Com base em diversas pesquisas realizadas par autores como MORAIS
(1986), FRAN~A (2002), BARICHELLO (2001), entre outros, pode-se apontar
varias causas como responsaveis pel as dificuldades escolares e pelos altos
indices de eva sao e reprov8980 escolar.
3.1 CAUSAS INTELECTUAIS OU COGNITIVAS
Sao aquelas causas relativas 80 modo pelo qual 0 indivfduo conhece a
mundo, sua maior ou menor capacidade de estabelecer relac;oes, de criar
eoisas novas, de inventar, de construir e de buscar solw;6es diferentes para urn
mesmo problema, ou seja, sua inteligencia, assim como it estruturatyao do
pensamento e do raciocinio logico e matematico.
3.2 CAUSAS NEUROLOGICAS
Estao associadas a qualquer disturbio que ocorra no cerebro, cerebelo,
medula e nervos, ou seja, no sistema nervoso que comanda todas as ac;6es
ffsicas e mentais do ser humano. Por exemplo, 0 sistema nervoso de criantyas
com dificuldade perceptiva, destacando-se as visuais e auditivas, apresentam
dificuldades )Jara identificar, discriminar e interpretar estimulos, pois nao
recebe, nao organiza, nao armazena e nao transmite informac;6es visuais e
auditivas da mesma maneira que uma criantya que nao apresenta essa
problematica.
Alem disso, essa crianga manifesta discrepimcia entre a capacidade em
compreender acontecimentos, experiencias, ideias e a capacidade em
aprender a ler, escrever ou calcular porque apresenta dificuldade em distinguir,
detectar e investigar estimulos sutilmente semelhantes mas com significados
diferentes. Ela com preen de os aspectos do todo, mas nao consegue
compreender a relagao das partes que 0 constituem. Ouve significagoes,
embora perca-se quando tom a a atengao a estruturagao da palavra. Confunde
auditivamente as estruturas das palavras e como consequencia perde 0 seu
significado.
3.3 CAUSAS FislCAS
Sao relativas a qualquer perturba9ao do estado fisico geral da crian9a,
levando-a a urn estado anormal de saude, como por exemplo: febre, dor de
cabega, anemia, asma, verminoses, etc. Essas perturbar;:oes somaticas podem
ser permanentes ou transit6rias.
3.4 CAUSAS SENSORIAIS
Sao todos os disturbios que afetam os orgaos responsaveis pelos
sentidos (visao, audi9ao, gusta9ao, ollato, tato, equilibrio, rellexo postural) ou
que atinja os sistemas de condugao entre esse orgao e 0 sistema nervoso.
3.5 CAUSAS EDUCACIONAIS
Estao relacionadas com 0 tipo de educagao que a crianc;a recebe, 0
ambiente fisico e social da escola, 0 professor, seus program as e metodos.
Sao as falhas no processo educativ~ de uma pessoa que influenciara em seu
comportamento e ajustamento escolar.
3.6 CAUSAS SOCIO-ECONOMICAS
Sao os problemas originados no meio social e econ6mico no qual a
crian98 esta inserida; naD sao dificuldades que S8 revelam na criam;:a, mas
exercem sabre ela a influEmcia de ser favoravel au dE:sfavoravel a sua
subsist en cia e aprendizagem.
3.7 CAUSAS EMOCIONAIS
Sao dificuldades que ocorrem a nivel psicol6gico, ligadas as emogoes e
aos sentimentos dos indivfduos e a sua personalidade. Podem estar
associadas a problemas de outras areas como fisica, intelectual, dentre Qutras.
Criang8s com disturbios de aprendizagem causados pelo emocional,
quase sempre apresentam instabilidade emocional, dependencia, reduzida falta
de tolerancia a frustrag8o, dificuldades de ajustamento a realidade, problemas
de comunicaC;;ao, inseguranc;;a, agressividade, ansiedade, etc. Necessitam de
aten,ao con stante, apresentam problemas na organiza,ao do espa,o e do
tempo e nao demonstram planificaC;;ao de condutas.
3.8 CAUSAS FAMILIARES
Sao todas as dificuldades relacionadas ao contexto familiar em que as
crianc;;as fazem parte. Podem estar relacionadas a dinamica familiar, a sua
organizaC;;ao, aos padr6es de comunicaC;;ao e funcianamenta, e assim par
diante.
A influencia do papel familiar no desenvolvimento de uma crian9a e muito
significativo, assim como na aprendizagem desse individuo. Sabe-se que uma
educayao familiar mal orientada pode resultar em problemas de aprendizagem,
pois ha uma estreita Iiga930 entre lar e escola, ja que a crian9a esta tanto
inserida no contesto familiar quanto no contexto escolar. Assim, ela e parte
integrante desses dois sistemas. (FRANCA, 2002, p. 17)
Essa influencia, muitas vezes, e identificada na pratica psicopedag6gica
na qual criany8s que apresentam disturbios de aprendizagem sao atendidas.
Percebe-se entao, atraves desses cas os, que ha interferencia do contexto
familiar nos disturbios de aprendizagem.
Todas as crian~as tem possibilidades para aprender e gostam de 0 fazer, e
quando isto nao ocorre e porque alguma coisa nao esta indo bem. Neste
momento, e necessario que tanto os profess ores como os demais profissionais
responsaveis pelo processo de aprendizagem se questionem acerca dos fatores
que podem estar contribuindo parra que 0 aluno nao consiga aprender.
(MORAIS. 1992. p.22).
Tem-se comprovado que crianc;as que provem de ambientes letrados
tern mais facilidade em aprender a ler e escrever do que crianc;as provenientes
de ambientes nao-Ietrados. Esta relac;ao esta correlacionada ao modelo e amotivayao para ler que as pais conseguem transmitir a seus filhos.
Apresenta-se a seguir alguns dos sintomas do Disturbio de
Aprendizagem da Leitura, e suas possfveis causas.
10
4 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LEITURA
Define-5e pela presenrya de urn deficit no desenvolvimento do reconhecimento ecompreensao dos textos escritos. Este transtorno nao e devido nem a deficienciamental, nem a uma inadequada ou escassa escolariza.yao, nem a urn deficitvisual ou auditivD, nem a urn problema neurologico. Somente classifica-se comotal 5e e produzida uma altera9ao relevante do rendimento academico ou da vidacotidiana. (GARCiA, 1998, p.173)
o inicio costuma situar-S8 em torna dos 07 anos OU, em casas mais
graves, no nivel anterior. 0 curso dependera da gravidade, posta que, S8 for
leve, e superado com interven9aO psicopedagogica, sem ficarem sinais na
idade adulta, enquanto que, S8 for grave, ainda que com tratamento, pod em
ficar manifestay6es posteriores.
Alguns dos sintomas da dificuldade de aprendizagem da leitura, segundo
CORINNE SMITH e LISA STRICK (2001, p.43)
• Confunde letras de aparencia similar (b e d);
Dificuldade para reconhecer e recordar palavras que va (mas pode
pronuncia-Ias foneticamente);
• Com frequencia, perde-se durante a leitura;
• Confunde palavras de aparancia similar (preto e perto);
• Inverte as palavras (Ie mala por lama);
• Tern problemas para encontrar letras em palavras ou palavras em
sentenyas;
• Fraca mem6ria para a palavra impressa (tambem para sequencias de
numeros, diagramas, ilustrayoes, etc.);
• Fraca compreensao das ideias principais e dos temas;
• Dificuldade com conceitos matematicos de nivel superior.
II
4.1 FATORES ETIOLOGICOS
Urna verific8C;:80 na hist6ria das dificuldades de aprendizagem et
especificamente, em referencia as dificuldades de aprendizagem da lsitura
permitem comprovar que foram varios e diversos as fatores aos quais foi
atribufdo algum papal na origem do transtorno.
4.2 FATORES NEUROPSICOLOGICOS
As criticas aos enfoques inieiais e menes comprovados envolvem a
existencia de relaC;8ocausal entre alteraC;80 organica e dificuldades de
aprendizagem da leitura, a constataC;80 de que muitas crianC;8s com
antecedentes de algum tipo de disfuncionalidade cerebral nao apresentam
dificuldades de aprendizagem da leitura e vice-versa, ou a evidencia de que
certas dificuldades de aprendizagem sem constataC;8o organica podem refletir
manifesta~6es simi lares as organicas (GARCiA, 1998, p. 174).
4.3 FATORES PSICOMOTORES E SENSORIAIS
Foram aduzidos divers os fatores de natureza pSicomotora na origem das
dificuldades de aprendizagem da leitura, entre eles a motricidade geral, a
orienta9ao direita-esquerda, a percep9ao temporal, a organiza9ao percept iva, 0
esquema corporal ou a lateralidade (GARCiA, 1998, p. 175).
Em termos parecidos, caberia falar dos fatores sensoriais, seja de natureza
aculo-motora, sejam de natureza auditiva. Oemonstrou-se que os fatores aculo-
mot ores nao tem qualquer influencia na origem das dificuldades de
aprendizagem da leitura.
12
4.4 FATORES COGNITIVOS
Com base nos modelos de psicologia e neuropsicoiogia cognitivas e da
neurolingufstica, fcram propostos diverses processos e subprocessos
responsaveis pela leitura; sua alteraC;c30 au disfuncionalidade au nao
aprendizagem correta serao os responsaveis pelas dificuldades de leitura.
4.5 FATORES CONDUTUAIS
E passive I conceber a leitura como uma conduta complexa decomponivel
em Qutras condutas que estariam regidas pelos principios de aprendizagem,
sejam de natureza classica, como as fatares motivacionais relacionados com a
leitura, sejam as de natureza operante, como as passos em forma de ens ina
program ado ate a consecu9ao da leitura (GARCiA, 1998, p. 176).
4.6 FATORES DA LlNGUAGEM
Ja e classica a afirmag8,o de que as dificuldades de aprendizagem da
leitura originam-se em problemas de linguagem de base. Parece que a
aprendizagem visoverbal seria respons8vel par certas dificuldades da leitura,
tratando-se de dificuldades em nfvel dos processos psicolinguisticos (GARCiA,
1998, p. 176).
4.6.1 Leitura oral: dificuldades de discrimina9ao auditiva
Quando se fala em disturbios da leitura relacionados as dificuldades de
discriminac;:ao auditiva, nao esta se afirmando que as crianc;:as tern perda de
acuidade auditiva. Sem duvida, as problemas auditivos que envolvem a perda
13
de audig8.o, implicam em dificuldades de discriminagao de sons (MORAIS,
1992, p. 86).
Na leitura, as tracas que ocorrem devido as dificuldades de
discriminag80 auditiva envolvem sons acusticamente pr6ximos. A confusao
entre estes sons esta intrinsicamente relacionada com 0 ponto de articulag80
de cada urn, no momento da emissao sonora. Ao S8 pronunciar um
determinado fonema, os diferentes 6rgaos de articulayao (lingua, labios -
6rgaos moveis; palata, dentes - 6rg8.05 fixDs), posicionam-se num determinado
ponto para que haja a emissao correta deste som. Este posicionamento dos
6rg805 de articulagBo no momento da pronuncia, chama-s8 ponto de
articulagao. Como a linguagem oral e constituida par uma grande variedade de
sons, e 6bvio que cada sam, ao ser emitida, tenha um determinado ponto de
articulagao.
No caso dos sons acusticamente proximos, as pontos de articulagao sao
praticamente iguais, 0 que leva a crianga a confundir esses fonemas. Na
leitura, as tracas mais freqOentes de serem constatadas sao entre
CONSOANTES SURDAS (f,p,ch,t,s,c) e CONSOANTES SONORAS
(v,b,j,d,z,g).
Praticamente, a diferenga que existe entre estas consoantes e a
vibrayao das cordas vocais (visto a proximidade dos pontos de articulayao). Na
pranuncia das consoantes sonoras, as cordas vocais vibram e nas surdas isso
nao ocorre.a crianga que, apenas se detem na posigao dos orgaos
articulatarios para diferenciar estes fonemas, acaba confundlndo-os.
Pelos mesmos motivos acima descritos, as VOGAIS ORAlS (a,e,i,o,u) e
as VOGAIS NASAlS (na,em,in,on,um), nao sao discriminadas auditivamente, 0
que ocasiona traca entre elas.
Cabe afirmar que, geralmente, as trocas relacionadas a discriminagao
auditive dos diferentes sons, sao mais not arias na escrita do que na leitura. Isto
ocorre pelo fato de que 0 professor que acompanha a leitura oral das crianya?<i~i;;:;;D~
. ~:"";~
14
vai S8 apoiando no senti do das palavras e/au no contexte em que estao
inseridas, e estas confusoes acabarn desapercebidas (MORAIS, 1992, p. 87,
88).
4.6.2 Dificuldades de discriminac;:ao visual
Os disturbios de leitura que envotvem discrimina~ao visual nao implicam,
necessaria mente, na existencia de "deficits" visuais. Uma boa visao e
imprescindivel para uma boa discriminac;ao visual, mas esta ultima depende de
Qutros fatores alE~mda visao.
Ao S8 abordar especificamente a leitura e a escrita, quatro conceitos
emergem como fundamentais para que S8 discriminem satisfatoriamente as
tetras, as palavras e as numeros. Sao eles: em dma e embaixo, direita eesquerda.
Os conceitos de "em eima e embaixo" sao de facit aquisic;ao pois,
podern ser vivenciados pelo proprio corpo. A crianl'a facilrnente perce be que
sua cabec;a fica em eima de seu troneD e seus pes abaixo. Usando 0 corpo
como ponto de referencia, nota que 0 ceu esta acima de sua cabega e a terra
embaixo de seus pes.
Em relagao a leitura e a escrita estes conceitos sao importantes na
medida em que sua aquisigao permite a disting20 adequada de letras, tais
como "u" e "n". No caso destas lelras, a distingElo entre elas e a posigElo da
abertura, e a nao aquisi9ao dos conceitos "em cima e embaixo" podem
ocasionar trocas entre as letras "u" e "n",
No que se refere ao conceito "esquerdo e direito", pode-se afirmar que
sua aquisigao e bem mais dificil e complicada. Isto ocorre porque ao se lomar a
corpo como ponto de partida, nota-se que esses conceitos sao simetricos e
relativos. Simetricos, pOis a lado esquerdo do corpo e identico ao lado direito,
nao existindo nenhuma caracteristica que diferencie urn lado do outro.
15
Relativos porque depend em da pOSiy80 que 0 sujeito ocupa. Essa simetria e
relatividade faz8m com que esses conceitos sejam as que sao aprendidos mais
tardiamente, e nao raramente, com a auxilio de pontcs de referenda externos
80 corpo.
Em relaC;:8o aDs problemas de aprendizagem, a naD aquisic;:ao destes
conceitos podem ocasionar tracas entre latras que apenas diferem quanta aoriental'ao espacial: "b e d", "p e q"
4.7 DISLEXIA
A partir do sekula XIX, passou-se a dar mais 8tenc;:ao as crianC;:8s com
problemas de leitura e que nao apresentavam fracassos nas demais disciplinas
escolares, nem possuiam quaisquer deficiencias que pudessem explicar as
dificuldades para ler. Quem descreveu esses disturbios de leitura pel a prime ira
vez foi James Kerr, em 1896, segundo Pamplona. Desse periodo ate as nossos
dias muitas descri<;6es de crian<;as com problemas de leltura e muitas
defini<;6es foram formuladas. De acordo com as experiencias e bases te6ricas
de cada autor, foram propostas varias designa<;6es que pudessem identificar e
descrever as crian<;as portadoras de disturbios de leitura e explicar a seu
fracasso.
Se na vasta bibliografia encontramos opinioes tao diferentes e discordantes,
num t6pico tad as as estudiosos concordam, au seja, que a dislexia e um termo
que se refere as crian<;as que apresentam serias dificuldades de leitura e,
consequentemente de escrita, apesar de seu nivel de inteligencia ser normal
au estar acima da media.
Segundo Pamplona, existem dois tipos de dislexia: a dislexia visual e a
dislexia auditiva. Segundo este autor, a dislexia auditiva caracteriza-se pela
dificuldade em "distinguir semelhan<;as e diferen<;as entre sons acusticamente
16
proximos; em perceber sons no meio de palavras; em analise-sintese, memoria
e sequencia auditivas"
A dislexia visual caracteriZ8-se pela dificuldade em diferenciar, interpretar e
recordar palavras vistas visual mente. Assim, as crianC;8s dislexicas visuais tern
severas dificuldades em mem6ria e analise-sintese visual, em discriminac;ao
visual de detal!19s, em perceber rapidamente as palavras escritas, em respeitar
as sequencias viso-espaciais, etc.
Com a ajuda dos profissionais da saude (mais do que O~ professores) sao
as grandes leitores e autores de obras relacionadas com as pato[ogias da
linguagem. Quase sempre com a ajuda desses profissionais que S8 dedicam areeducac;ao linguistica, diagnostico e intervenyao, 0 problema da disgrafia e
disortografia, como veremos a seguir, e amenizado, mas nao significa a
superayao definitiva dos disturbios.
17
5 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA ESCRITA
Trata de uma dificuldade significativa no desenvolvimento das habilidadesrelacionadas com a escrita. Esse transtorno naD 5e explica nem pela preseng8de uma deficiencia mental, nem par uma escolarizagao insuficiente, nem parurn deficit visual au auditiv~, nem par alteragao neuro16gica. Classifica-se comotal apenas 5e produzem alteragoes relevantes no rendimento academico aunas atividades da vida cotidiana. A gravidade do problema pode ir desde errosna soletra<;ao ate erros na sintaxe, estruturar;:ao au pontua<;ao das frases, auna organiza,ao de paragrafos.(GARCiA, 1998, p. 191}.
o inicio depende da gravidade, vindo desde as 07 anos, nos casas mais
graves, e aos 10 anos, nos casas mais leves.
AbaixD, uma analise das caracteristicas condutuais dos deficits
cognitivos selecionados nos textos escritos em retac;ao aos transtornos
gramaticais, fonol6gicos, visuais e espaciais, segundo GARCiA (1998, p. 192):
Transtornos gramaticais
• substituic;6es, omiss6es, ou adic;6es simples de names, verbos, adjetivas ou
adverbios.
SubstituiC;6os, omiss6es, ou adic;6es simples de preposic;6es, pronomes
determinantes, quantificadores, conjunc;6es ou adverbios.
• Substituic;6es, omiss6es, ou adic;6es de urn afixo inflexivo.
• Ordem de palavras alterada.
Transtornos fonol6gicos
Substitui9ao de morfemas.
• Omissao de morfernas.
• Substituic;ao de fonemas.
Omissao de fonemas.
• Substitui9ao de silabas.
• Transposic;ao de morfemas, fonemas, silabas.
• Conversao simbolo-som.
IS
Transtornos visoespaciais
• Confusao de letras.
Lentidao da percepc;ao visual.
• Inversao de letras.
• Erros internos de detalhe.
• Transposigao de letras.
• Substitui9aa de letras.
Esse tipo de dificuldade CDstuma apresentar diversas areas alteradas, tais comoo soletrar. a sintaxe escrita em constraste com as resultados da sintaxe oral, aorganizac;ao do textc, a coesao - conex6es gramaticais, transicionais e lexica is -I coerencia, sentido da audiencia, habilidades cognitivD-sociais,idealiza,ao/abstra,ao, etc. (GARCiA,1998,p. 192).
A escrita e a ultima etapa do desenvolvimento do comportamento verbal
a ser adquirida. Seu objetivo principal e a de transmitir ideias, sentimentos e
registrar a hist6ria do homem. Antes que a escrita possa ser usada como
instrumento para representar a linguagem oral, passa por estagios que
coincidem com 0 desenvolvimento geral da criant;:a. Estes estagios marcam
fases do desenvolvimento, cuja evolut;:ao depende tambem da exercitat;:ao da
atividade grafica.
AJURIAGUERRA (1984, p. 47), a partir de seus estudas experimentais,
chegou a conclusao de que 0 grafismo passa por tres estagios de evoluc;ao: 0
pre-caligrafico, 0 caligrafico infantil e 0 p6s-caligrafico.
o estagio pre-caligrafico dura aproximadamente de 2 a 4 anos e situa-se
entre os 5/6 anos ate os 8/9 anos de idade. As caracteristicas principais que a
criant;:a apresenta neste estagio estao relacionadas a sua incapacidade motriz,
ou seja, a crian<;a ainda nao possui um perfeito dominio motor para a
realiza<;ao dos tra<;ados graficos.
o estagia caligrafica infantil situa-se entre as 10 e 12 anos de idade.
Nesta lase, a crianva jii domina as principais diliculdades de pegar e manejar
os instrumentos graficos. Desta forma, a escrita e mais ligeira e regular,
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podendo apresentar algumas modific8c;;6es nas proporc;oes e nas formas das
letras. Este estagio de desenvolvimento carateriza-se pela enorme semelhanc;:a
existente entre as Istras trac;adas e as respectivos modelos. A escrita e pouco
pessoal e tende mais a imitar 0 trac;ado que serve de modele.
A fase p6s-caligrafica situa-se dos 11 anos em diante. A exigencia de
uma maior velocidade para acompanhar as atividades escolares e registrar 0
pensamento vai modificando a escrita de cada individua, tornado-a mais
pessoal.
A importancia de S8 levar em considerac;ao estes estagios de evoluC;80
do grafismo e a de orientar 0 professor quanta as exigencias que podem sar
feitas ao aluno, de acordo com a fase de desenvolvimento na qual ele se
encontra. As limitagoes de cada fase, impostas pelo desenvolvimento motor,
devem ser respeitadas e, ao mesmo tempo, a crianga deve ter estimulagao
adequada, a que facilitara a evolugao do grafismo. Nessa estimulagao, alE~m
dos exercicios graficos, devem estar inclufdas orientagoes sobre a postura
corporal correta para escrever, a preen sao do instrumento de escrita e a
posi,ao da folha de papel.
5.1 DISORTOGRAFIA
Espera-se que ao terminar 01° Grau, uma crianya ja faga usa da escrita
de forma adequada. No entanto, segundo Pamplona, nem todas as crianyas
tem facilidade em aprender a usar os processos gr8ficos para representarem a
linguagem oral. Geralmente, estas crian9as sao classificadas de
disortograficas.
Muitas vezes acompanha a dislexia, mas pode tambem vir sem ela. E a
impossibilidade de visualizar a forma correta da escrita das palavras. A criang8
escreve segundo os sons da fala e sua escrita par vezes torna-se
incompreensivel. Nao adianta trabalhar par repeti9aa, ista e, mesma que
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escreva a palavra vinte vezes, continuara escrevendo-a erroneamente. Epreciso trabalhar de Qutras formas, usanda a 169iea quando isso e passivel, a
conscientiz8gao da audic;ao em Qutros cases, como par exemple: em "s" e uss";
"I" e"u", etc.
Tanto na dislexia como na disortografia, fundamental e proteger 0
emocional da crianC;8, nao a deixando marcada. Par mais que S8 esforce com
as expectativas da familia e da escola. Sempre que passivel devera ser
avaliada oralmente e sua deficiencia nao deve ser levada em conta na
avalia980 de Qutras materias. Se a crianC;8 esta tendo urn born rendimento
geral, nao deve ser reprovada par seu obstacul0 funcional, pois al8m de que
mais urn ana nao a livrara da SitU8C;80, ela ainda S8 desmotivara par ter que
repetir canteudos que j8 conhece.
Em autros parses europeus, como a Alemanha e a Suf9a, ja existem
e6digos de lei que protegem erian,as com este tipo de disfun,ao. Elas nao
pod em ser avaliadas quantitativamente em escrita e leitura, apenas nos demais
conteudos.
5.2 DISGRAFIA
Segundo Pamplona, pode-se definir a disgrafia como uma deficiencia na
qualidade do tra9ado grafico sendo que, essa deficiencia nao deve ter como
causa um deficit intelectual e/ou neurologico.
A disgrafia, tambem chamada "Ietra feia", nao esta necessaria mente
associada a disortografia. No entanto, a crian9a que tem dificuldades para
escrever corretamente a linguagem falada apresenta geralmente uma disgrafia.
E possivel encontrar crian,as disgraficas que nao apresentam qualquer tipo de
disortografia. A crian9a escreve devagar, retocando cada letra, realizando de
forma inadequada as uni6es entre letras ou amontoando-as com 0 objetivo de
esconder os erros ortograficas.
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Segundo Pamplona, exislem qualro lipos diferenles de disgrafia:
Grupo dos rigidos: tern como principal caracterfstica a rigidez e a tensEio. 0
tragado gr;3fico apresenta-se inclinado e geralmente comprimido,
sobrecarregado de angulos e empelotamentos. Alem disso, fica evidenciado
a forte pressao que a criang8 exerce sobre 0 instrumento de escrita.
• Grupo dos relaxados: apresenta urn relaxamento geral no tragado, com
irregularidades de direyao e na dimensao das letras, as quais sao dispersas
e pouco precisas, linhas mal feitas e margens mal organizadas.
• Grupo dos impulsivQs: apresentam urn trayado fapido e precipitado, com
ausencia de firmeza (falta de controle) e de organizac;ao. A escrita e
irregular e instavel, evidenciando-se prolongamentos nos finais das
palavras, nos acentos e na pontuayao.
Grupo dos lentos exatos: caracterizam-se pela busca da precisao e
controle. A forma das letras e exata e a pagina bem organizada. A escrita eregular tanto na dimensao como na inclinaryao, mas e excessivamente lenta.
Como se pode notar, e impossivel falar de unico tipo de disgrafia. Esta
dificuldade gratica pode-se desenvolver e manifestar -se d3 diversas form as,
dependendo da historia de vida de cad a crianrya e da maneira como ela reage
as press6es e expectativas ambientais.
De acordo com Pamplona, 0 diagnostico de uma crianrya disgrafica e seu
enquadramento num determinado grupo, de acordo com as caracteristicas de
seu traryado grafico, nao e a etapa final do trabalho do professor. Nao restam
duvidas quanto a necessidade de um diagnostico precoce e quanto a
importancia de se aceitar as dificuldades graficas de uma crianrya as quais
impedem-na de realizar a trayado gratico de forma aceitavel, mas so isto nao
basta para que os disturbios do grafismo seja superados.
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5.3 DISCALIGRAFIA
E a incapacidade em produzir letra proporcional e legivel. A sua
ocorrencia pode ser detectada comparando-se a escrita da crianc;a em
diferentes momentos. A discaligrafia nao e urn desleixo ocasional e sim uma
deficiemcia constanta. Nao S8 obtem uma producyao mais adequada,
repreendendo-se a crianya. Deve-s8 camparar sua propria obra, para obter urn
para metro de sua melhor produyEio. Este deve ser 0 objetivo a ser alcanr;:ado e
nao a perieicyao, que para esse aluno e inatingivel. 0 profess'Jr deve trabalhar a
conscientiz8c;:ao do aluno para sua melhor performance e refon;a-Io
positivamente sempre que a alcance.
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6 CONSIDERA<;:OESFINAlS
Durante todo esse processo de pesquisa, a autera deparou-se com
aspectos te6ricos educacionais que fcram passive is de fazer uma relary8.o com
a pratica e dinamica pedag6gica e psicopedag6gica.
Pode-se concluir que 0 papel do professor e fundamental durante 0
processo ensino-aprendizagem. Sua atitude para com as alunos pode
influenciar de maneira decisiva a construry8.o da auto-imagem deles, de sua
maneira de ver a si mesmas.
o professor pode promover au estimular 0 crescimento emocional de
seus alunos todos as dias, de mil e uma formas. 0 mesma ja deve ter
percebido quanta sua figura e significativa para seus alunos. E issa tern
conseqOencias bern serias. Seu metoda de ensinar, suas atitudes, a jeito de S8
relacionar com cad a aruno, e ate me sma a freqOencia com que ele fala com
cada urn, 0 interesse e 0 carinho que demonstra ate sem querer, estariam
influenciando todo 0 desenvolvimento afetivo das crianc;as. Em conseqOemcia,
ela estaria influenciando sobre a formaC;ao do autoconceito, sobre a motivar;ao
e a capacidade de aprendizagem das crian,as.
A crianc;a que apresenta dificuldade para aprender esta demonstrando
que alguma coisa errada esta acontecendo, alguns requisitos basicos estao Ihe
faltando para que a alfabetiza,ao aconte,a com tranqOilidade e sucesso. Se as
causas dos disturbios de aprendizagem nao forem conhecidas, e par isso se
fizerem tentativas falhas para superar os disturbios da aprendizagem, isso trara
serios problemas no desenvolvimento da personalidade do aluno.
Par iSso, 0 professor deve tentar detectar com precisao e rapidez qual 0
motivo que esta levando 0 aluno a ter dificuldade em aprender. 0 professor
deve encarar 0 problema com naturalidade, porem jamais com desdem, tendo
sempre em vista que a crian,a nao aprende porque falta-Ihe algo e nao porque
Ii "desleixada" ou "pregui90sa" , mesmo porque toda crian9a gosta de aprender
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e quer saber cada vez mais eoisas novas, e S8 isso nao 85t8 ocorrendo 0
professor precisa tamar providencias de imediato.
Contudo, nao S8 pode esperar que 0 professor consiga resolver sozinho
todas as dificuldades pedag6gicas e emocionais da crian98 como num passe
de magica. E precise estar ciente da ajuda de Qutros profissionais, pais
tambem iraQ trabalhar lado a lado, visando somente 0 bern estar do aluno.
Sendo assim, 0 trabalho surtira efeitos positiv~s, porque 0 professor
juntamente com 0 psicopedagogo e outros profissionais estarao engajados
num 56 objetivo: proporcionar ao aluno urna nova certeza de que sle
conseguira sair -S8 bern nas situ890es novas com que S8 defronta.
o aprofundamento do tema estudado e a pesquisa de metodologias que
estejam contribuindo para 0 real aprendlzado dos alunos que apresentam
algum tipo de dificuldade de aprendizagem e recomendagc3o desta autora para
futures trabalhos.
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REFERENCIAS
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fracassos na aprendizagem da lingua escrita. Traduc;:ao de Iria Maria
Renault de Castro e Silva. Porto Alegre: Artes Medicas, 1984.
BARRICHELLO, Giselda Geraldo. A INFLUENCIA FAMILIAR NOS
DlSTURBIOS DE APRENDIZAGEM. Monografia da Universidade Tuiuti do
Parana (Especializa98o em Psicopedagogia). Curitiba, 2001.
CONDEMARIN, M. e BLOMQUIST, M. D1SLEXIA - Manual de leitura corretiva.
Porto Alegre: Artes Medicas, 1986.
DROUET, Ruth Caribe da Rocha. DISTURBIOS DA APRENDIZAGEM. Sao
Paulo: 4 ed. Atica, 2001.
FRAN9A, Viviane Wickmann. DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM NAS
SERIES INICIAIS. Monogra!ia da Universidade Tuiuti do Parana
(Especializa9ao em Psicopedagogia). Curitiba, 2002.
GARCiA, Jesus Nicasio. MANUAL DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.
Porto Alegre: Artmed, 1998.
LEMOS DOS SANTOS, Crisitane de Fatima e MARINHO, Daniela Hespanha.
RECONHECIMENTO E MANEJO DO DISTURBIO DE LEITURA NA
em 07/12/2003 - 16:58 hrs.
MORAIS, Antonio Manuel Pamplona. D1STURBIOS DE APRENDIZAGEM -
Uma abordagem psicopedag6gica. Sao Paulo: 5 ed. Edicon, 1992.
SMITH, Carine e STRICK, Lisa. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE A a
Z - Um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2001.
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