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Disciplina é vida. Se quisermos crescer numa espiritualidade contagiante, não podemos esquecer as disciplinas espirituais, tais como: Comunhão, Palavra, Oração e Vida Simples. Que porcentagem dos membros de sua igreja não sabe estudar a Bíblia sem apoio de alguém?Quantos líderes têm essa dificuldade?Quantos até sabem estudar a Bíblia, mas não o fazem?Os membros e líderes andam desnutridos espiritualmente, dependentes de ganhar comida ´´pré-mastigada``?Se você deseja que os membros e líderes de sua igreja amadureçam e este quadro seja revertido, precisa-se dedicar a Palavra, á Comunhão, á Oração e a Vida Simples. Autor: David Kornfield & Josadak Lima. Formato: 14x21. Número de páginas: 80. ISBN: 978-85-7459-136-0
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Copyright2007 por
Josadak Lima.
Todos os direitos em língua
portuguesa reservados por:
A. D. Santos Editora
Al. Júlia da Costa, 215
80410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil
+55(41)3324-9390
www.adsantos.com.br
editora@adsantos.com.br
As citações bíblicas foram extraídas
da Nova Versão Internacional (NVI),
salvo indicação em contrário.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
LIMA, Josadak. / Kornfield, David.
Dedicados à Vida Simples – Série Discipulado de Liderança / Josadak Lima e
David Kornfield – Curitiba: A. D. SANTOS EDITORA, 2007. 112 p.
ISBN – 978857459-136-0
1. Liderança cristã 2. Discipulado
CDD – 253-2
1ª Edição: Setembro / 2007
Proibida a reprodução total ou parcial,
por quaisquer meios a não ser em citações breves,
com indicação da fonte.
Edição e Distribuição:
Capa:
PROC Design
Diagramação:
Manoel Menezes
Impressão e acabamento:
Reproset
ÍNDICE
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INTRODUÇÃO PARA
PASTORES E LÍDERES1
Vida Simples! Será que essa coisa existe? É um mito? Umafantasia? Quando as pessoas falam disso, apenas acrescente maisum sentimento de culpa?
Sentimos que Jesus tinha uma vida simples, mas parece que a
opção de ser como ele nesse sentido foge de nós constantemente.
Onde é que nos perdemos? No materialismo? No ativismo? Sem
dúvida a acumulação de coisas como de atividades traz um mal
espiritual e emocional para nossas vidas. Mas existe saída?
De todas as disciplinas espirituais que trabalhamos nesta
série no discipulado de líderes (comunhão, Palavra, oração), pro-
vavelmente não há outra mais difícil, que pareça mais impossível.
Ao mesmo tempo, a vida simples é a chave a todas as outras disci-
plinas. Sempre seremos fracos nelas enquanto não resolvermos
uma mudança de vida radical que nos caminha para a simplici-
dade. Precisamos dessa simplicidade para termos tempo para
investir nas outras disciplinas, nas outras formas de nos aproxi-
marmos a Jesus. Além de ser a chave quanto ao tempo, é a chave
quanto à qualidade dessas outras disciplinas serem frutíferas.
Quantas vezes procuramos nos entregar à Palavra ou a oração sem
retorno de qualidade porque nossas mentes continuam correndo
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1 Quem quiser informações sobre como usar este livro num grupo pequeno deve ver o
Apêndice 1.
em outras direções? Não conseguimos ter uma mente simples, uma
mente focada e centralizada. Dá para falarmos como Paulo no final
de Romanos 7 quando ele exclama “Miserável homem que eu sou!
Quem me libertará...?”
Neste livro esperamos apontar o caminho para a vida
simples. Não será fácil. A maioria de nós falha porque não quer
arrepender-se e quebrantar-se quanto aos valores deste mundo. Se
você acha que chegará à vida simples através de apenas fazer
alguns ajustes, acorde! Você já procurou isso dezenas de vezes e
não deu certo. Jesus falou que “desde os dias de João Batista até
agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força
se apoderam dele” (Mt 11.12). Essa força está embutido no cha-
mado tanto de João o Batista como de Jesus, “Arrependam-se, pois
o Reino dos céus está próximo” (Mt 3:2).
Paulo também falou de um esforço violento, de se forçar para
andar com Jesus no caminho dele. “Esmurro o meu corpo e faço
dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu
mesmo não venha a ser reprovado” (1 Co 9.27).
Para ser honesto, as gerações passadas conheciam bem mais
desta simplicidade do que nós. As grandes cidades, a massificação
das pessoas, o acesso ao pecado e a perda de raízes numa comuni-
dade e família onde todos são bem conhecidos e se importam um
com o outro contribuem para a nossa vida fragmentada e desen-
freada. Os valores que tomaram conta desta geração como materia-
lismo, hedonismo (a busca do prazer), individualismo e relati-
vismo abrem tantas opções que a simplicidade some no meio
delas.
As pressões das grandes cidades e os valores do mundo inva-
dem a igreja em todas as cores. Podemos dizer que não concorda-
mos com a “doutrina da prosperidade”, mas sem dúvida, não vive-
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mos a doutrina da simplicidade. Podemos dizer que estamos con-
tra o divórcio, as pessoas morarem juntos sem se casarem e a perda
de valores da família, mas poucos investimos seriamente em priori-
zar nosso cônjuges e filhos de forma marcante.
Se você está preparado para mudar de dentro para fora, este
livro fará uma diferença grande. Se você estava disposto pagar o
preço para encontrar a pérola escondida no campo, você a encon-
trará. A vida simples é uma vida radical. Apenas pessoas radicais a
encontrarão. A vida de Jesus é uma vida radical; apenas pessoas
como ele encontrarão o segredo de viver contente em toda e qual-
quer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito,
ou passando necessidade (Fp 4.12). Paulo diz que ele aprendeu
esse estilo de vida. Este livro o convida para essa aprendizagem.
Pronto para decolar? Então coloque o cinto de segurança,
porque vamos voar!
David Kornfield e Josadak Lima
Julho, 2007.
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CRESCENDO NA VIDA SIMPLES
(Retiro)
01. Em várias ocasiões fizemos estudos da igreja primitiva. Em Atos
2.42 podemos ver que ela estava dedicada as disciplinas bási-
cas da Palavra, comunhão e oração, no contexto da disciplina
de testemunhar e evangelizar. Aqui estamos sugerindo que
uma quinta disciplina, a da vida simples, é fundamental para
que consigamos o tempo para praticar as outras quatro.
Abrindo nossas Bíblias em Atos 2.42-47, façamos uma lista dos
pontos onde vemos que a igreja primitiva praticava uma vida
simples.
02. Você conhece alguém que demonstra uma vida simples? Pro-
cure escrever o nome de uma ou mais pessoas.
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03. Quais são algumas qualidades dessas pessoas que o levou a
indicá-las como pessoas que demonstram uma vida simples?
04. É muito difícil conseguirmos uma vida simples. Até definir o
que é a vida simples não é fácil. Veja uma definição inicial.
A vida simples é uma vida não corrida, nem complicada que
dispõe de tempo e flexibilidade para desfrutar e estender o
Reino de Deus.
05. O que mais chama sua atenção nesta definição?
06. Dê uma nota a você mesmo, de 0 a 10, quanto a sua habilidade
em manter uma vida simples segundo esta definição, anotando a
data, para poder comparar no futuro:
Nota: Data: / / .
07. Por que a vida simples é tão importante? O que perderíamos se
vivêssemos a vida cristã sem ela?
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08. Esta vida simples é indispensável pelo menos por duas razões:
A. Nunca conseguiremos as quatro disciplinas básicas da igreja
primitiva indicadas acima, se não tivermos uma vida simples.
B. É impossível conseguirmos praticar bem o discipulado se
não procurarmos uma vida simples. Se não conseguirmos
simplificar nossas vidas, acrescentaremos mais uma ativi-
dade a uma vida dominada pelo ativismo. Mataremos a nós
mesmos, e pior que isso, discipularemos outros da mesma
forma, matando-os e multiplicando a morte por meio deles!!!
09. Se a vida simples é tão indispensável, por que não a temos?
Quais são alguns dos principais obstáculos para uma vida sim-
ples?
10. A vida simples é uma realidade interior que resulta num estilo
de vida exterior de liberdade, não sendo escravo de qualquer
coisa, exceto de Deus. Comente.
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11. A afirmação anterior nos remete ao fato de que não devemos
ficar dominados de nada, nem de ninguém, exceto de Deus.
Indica também que o fundamento da vida simples é a vida inte-
rior. É a vida da qual Jesus fala no Sermão do Monte, especial-
mente em Mateus 6.19-34. Esta é a passagem chave da Bíblia
sobre a vida simples. Durante as oito semanas faremos um
estudo cuidadoso dela; no momento, apenas veremos os impe-
rativos da passagem. Feche seus olhos para ouvir estes impera-
tivos com seu coração.
– Não acumule (v.19).
– Mas acumule para você tesouros nos céus (v.20).
– Não se preocupe com sua própria vida (v.25).
– Observe as aves do céu (v.26).
– Veja como crescem os lírios do campo (v.28).
– Busque, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua
justiça, e todas essas coisas lhe serão acrescentadas (v.33).
– Não se preocupe com o amanhã (v.34).
12. Façamos orações curtas que comecem: “Deus, estou sen-
tindo...”
13. Expresse seu coração de forma escrita à luz dos imperativos
acima.
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14. O versículo chave desta passagem é o v. 33 “Busquem, pois,
em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas
coisas lhes serão acrescentadas”.
O que quer dizer “Busquem, pois, em primeiro lugar...”?
15. O que quer dizer “o Reino de Deus e a sua justiça”?
16. O que quer dizer “e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”?
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17. O segredo da vida interior e o coração da vida simples é ter
uma visão única, uma visão tão absorvida no Reino de Deus
que as outras coisas parecem insignificantes comparadas a ele.
O apóstolo Paulo tinha uma visão suprema que não deixava
lugar para outras coisas. Sublinhe as frases que indicam isso
neste texto aos Filipenses.
“Mas o que para mim era lucro,passei a considerar como perda,
por causa de Cristo. Mais do que isso,considero tudo como
perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento
de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu
as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encon-
trado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da
Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo a justiça que pro-
cede de Deus e se baseia na fé. Quero conhecer Cristo, o poder
da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tor-
nando-me como ele em sua morte para, de alguma forma,
alcançar a ressurreição dentre os mortos.”
“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado,mas
uma coisa faço:esquecendo-me das coisas que ficaram para
trás e avançando para as que estão adiante,prossigo para o
alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus
em Cristo Jesus” (Fp.3.7-11, 13,14).
18. Veja a seguir as características que incluem esta vida interior:
• Preocupação em adorar, amar, e servir nosso Deus, entender
e agir segundo os desejos dEle.
• Confiança que sou aceito e amado por Ele, por graça. Não
tenho que fazer ou provar coisa alguma para manter essa
segurança.
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• Confiança que Ele é o Rei, eu sou o súdito dEle. O controle
do Universo não depende de mim!
• Confiança que Ele quer e vai me usar em Seu reino, tal como
sou.
• Confiança que Deus cuidará de mim.
• Alegria de estar andando com Deus, no ritmo e plano dEle.
• Liberdade para entregar-me a outros, tendo um interesse
profundo no bem deles.
INTERVALO
19. Dissemos anteriormente que a vida simples é uma realidade
interior que resulta num estilo de vida exterior de liberdade,
não sendo dominado por qualquer coisa, exceto Deus. Por-
tanto, além da qualidade da vida interior que estudamos, temos
que considerar a exterior. A seguir anote algumas característi-
cas dessa vida exterior (depois acrescente também o que os
outros compartilharam).
20. Se não estiverem incluídos na lista acima, pode-se acrescentar
os seguintes itens como características da vida exterior.
A. Não ser dominado por nada ou ninguém, exceto Deus.
B. Ser livre para desfrutar dos bens materiais, sem preocupar-se
com eles (não procurando vida rica nem vida pobre). Fugir
dos extremos.
C. Estar sempre pronto para compartilhar com outros.
D. Procurar as coisas necessárias para a vida, não sendo
controlado pelas normas e modas do mundo, nem os apelos
ou desejos de outras pessoas.
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E. Viver segundo as prioridades de Deus e não sob a tirania do
urgente.
21. Existem dois grandes ladrões da nossa liberdade: a falta de
tempo e a falta de dinheiro. O primeiro ladrão (falta de tempo)
nos leva a viver como escravos das opiniões e desejos dos
outros, sem conseguir controlar nosso próprio tempo.
Nossa vida se torna muito complicada e enredada porque não
conseguimos dizer “NÃO”. Sentimos uma perda de controle e
de ordem porque não existe forma de satisfazer todas as pes-
soas, com as quais nos sentimos comprometidos. Vivemos sob
a “tirania do urgente”, sempre correndo para fazer todas as coi-
sas que chamam atenção imediata. Até perdemos a idéia de
que podemos ter prioridades pessoais. Chegamos a nos sentir
obrigados a servir aos outros ao invés de nos sentirmos chama-
dos.
Qual o perfil de uma pessoa obrigada?
Se não estiverem incluídos na lista acima, pode-se acrescentar
os seguintes itens que caracterizam uma pessoa obrigada.
• Sente-se pressionada por outros.
• Não sabe onde encontrar a força para fazer tudo o que pre-
cisa fazer.
• Gostaria de escapar do compromisso se pudesse encontrar
alguma forma de fazê-lo.
• Às vezes acredita ser melhor andar sem agenda para não ter
que firmar mais compromissos.
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22. Qual o perfil de uma pessoa chamada?
Se não estiverem incluídos na lista acima, pode-se acrescentar
os seguintes itens que caracterizam uma pessoa chamada.
• Sente uma direção clara de Deus, que traz força, orientação e
alegria na vida no ministério.
• Sente que o tempo acompanha os propósitos de Deus para
sua vida.
• Começa o dia com alegria, antecipando o que Deus tem em
mente para ela e termina o dia com alegria, agradecida pelo
que Deus entregou-lhe para fazer.2
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2 Veja Gordon MacDonald, Ponha Ordem no Seu Mundo Interior, (Ed. Betânia) para
maiores detalhes.
23. O segundo tipo de ladrão (falta de dinheiro) nos leva a viver
como escravo das coisas materiais.
Não temos dinheiro suficiente para cumprir todas as nossas
obrigações, necessidades e desejos. Andamos preocupados e
ansiosos quanto ao custo de vida que vai subindo, nosso poder
aquisitivo que vai caindo, nossas dívidas, a dificuldade ou
impossibilidade de poupar, e nossa inabilidade de visualizar
uma saída. Pode ser que para ganhar o suficiente para sobrevi-
ver tenhamos que trabalhar mais horas ou tenhamos que ter
mais de um emprego.
Boas disciplinas podem servir para livrar-nos da escravidão, da
nossa preguiça e de costumes não bíblicos. Por exemplo, fazer
um orçamento é uma dessas disciplinas. Ainda que mude por
causa da inflação, pode nos ajudar bastante a confrontar algu-
mas realidades. Se quisermos aproveitar ao máximo a disci-
plina de um orçamento podemos:
• Compartilhar nosso orçamento com alguém mais maduro
que poderá nos dar alguns conselhos
• Manter um controle de todas as nossas despesas por um mês
(ou vários meses) para ver como se encaixam em nosso orça-
mento!
Neste livro, em algumas semanas, estudaremos mais este
campo de finanças.
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24. Vamos resumir o que temos falado em forma de um pequeno
questionário. Como você se sente nestes três campos da vida
simples? Avalie-se. De forma geral, os números 0 a 4 indicam
que você mais se encaixa na coluna da esquerda; os números 6
a 10 indicam que você se encaixa mais na coluna da direita; o
número cinco indica que você está no meio entre as duas des-
crições.
Após a avaliação da página seguinte, escreva abaixo um breve
comentário explicando sua nota.
A. Estou insatisfeito e confuso,
sem propósito claro em meu
coração, não encontrando tempo
para Deus, freqüentemente, sem
alegria duradoura.
Tenho um sentido claro do
propósito divino, buscando e
encontrando primeiro o reino de
Deus e a sua justiça, estando
cheio do Espírito e dos frutos do
Espírito.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Comentário:
B. Sinto uma grande falta de
tempo: vivo com um sentido de
obrigação e escravidão, sob a
tirania do urgente, sentindo que
minha vida está desordenada e
fora de controle.
Sinto que tenho o tempo
necessário; vivo segundo
prioridades divinas, com um
sentido de chamado e liberdade,
harmonia e ordem.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Comentário:
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C. Vivo sob pressão financeira,
cativo a um sentido agudo de falta
de recursos e posses.
Vivo com liberdade financeira,
sentindo-me contente, tendo
suficiente para viver e para ajudar
a outros.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Comentário:
Os três itens da coluna da direita são as três chaves para
a vida simples.
25. Você poderá interpretar suas notas da seguinte forma:
9-10 Ótimo!
7-8 Bom, mas tem espaço para melhorar.
5-6 Você está com problemas, mas tem uma base na qual
trabalhar.
3-4 Você está com problemas sérios e deve procurar alguém
para ajudá-lo o mais rápido possível.
0-2 Você está para morrer espiritualmente e precisa de uma UTI
espiritual com urgência!
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26. Resumindo: as três chaves para a vida simples são:
A. Ter um sentido claro do propósito divino, buscando e
encontrando o Reino de Deus e a sua justiça, estando cheio
do Espírito e dos frutos do Espírito.
B. Ter o tempo necessário; viver segundo prioridades
divinas, com um sentido de chamado e liberdade, harmonia
e ordem.
C. Ter liberdade financeira, sentindo-se contente, tendo o
suficiente para viver e para ajudar a outros.
Aprofundaremos estes três temas nas oito semanas. Com esta
base, passemos à última parte desta introdução.
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EM SUB-GRUPOS
01. Procure escrever a definição de uma vida simples. Se não con-
seguir toda a definição, pelo menos indique os elementos prin-
cipais.
02. Qual é a passagem chave relacionada à vida simples?
03. Cite três chaves para experimentar a vida simples.
04. Compartilhe a sua auto-avaliação do item 26 e indique algo que
gostaria de fazer para simplificar sua vida.
05. Cite uma das coisas que mais o impressionou ou desafiou
quanto à vida simples.
1. Leia e estude o próximo capítulo, respondendo às perguntas
introdutórias e no final, sublinhando pontos importantes na leitura e
fazendo comentários na margem.
2. Faça um diário espiritual, usando Hebreus 12.1,2.
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TAREFA
1.DISCIPLINAS ESPIRITUAIS –
A PORTA DO LIVRAMENTO
LEITURA:“1Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por
tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo que nos atrapalha
(de todo peso, ARA) e do pecado que nos envolve, e corramos com
perseverança a corrida que nos está proposta, 2Tendo os olhos fitos em
Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora
proposta suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita
do trono de Deus”.
(Hebreus 12.1-2)
01. O texto acima nos indica três formas sobre como devemos
“correr”:
a) Livrando-nos de tudo que nos atrapalha
b) Correndo com perseverança
c) Olhando firmemente
02. Qual delas você mais precisa para simplificar sua vida?
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03. Há diferença entre o “que nos atrapalha” e “pecado”. Aquele
fala de excesso de peso ou carga (externo); e este fala de erro
ou falha (interno). Faça uma lista das coisas mais comuns que
atrapalham a vida do cristão.
04. Em quais dos pesos alistados no item anterior você sente-se
“preso” atualmente? Anote se o impedimento é pequeno, médio
ou grande.
REFLEXÃO�
“Passo pela vida como um transeunte a caminho da eternidade, feito à
imagem de Deus, mas com essa imagem aviltada, necessitando que se lhe
ensine a meditar, adorar, pensar”
(Donald Coggan, Arcebispo de Cantuária).
A superficialidade é a maldição de nosso tempo. A doutrina
da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema espiritual.
A necessidade urgente hoje não é de maior número de pessoas
inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas.
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3 A leitura a seguir é o primeiro capítulo do livro Celebração da Disciplina escrito por
Richard Foster (Ed. Vida, 1978/1983) e incluído aqui com permissão da Editora.
As Disciplinas clássicas da vida espiritual convida-nos a pas-
sar do viver na superfície para o viver nas profundezas. Elas nos
chamam para explorar os recônditos interiores do reino espiritual.
Instam conosco a que sejamos a resposta a um mundo vazio. John
Woolman aconselhou: “É bom que vos aprofundeis, para que pos-
sais sentir e entender os sentimentos das pessoas.
Não devemos ser levados a crer que as Disciplinas são para
os gigantes espirituais e, por isso, estejam além de nosso alcance;
ou para os contemplativos que devotam todo o tempo à oração e à
meditação. Longe disso. Na intenção de Deus, as Disciplinas da
vida espiritual são para seres humanos comuns: pessoas que têm
empregos, que cuidam dos filhos, que lavam pratos e cortam a
grama. Na realidade, as Disciplinas são mais bem exercitadas no
meio de nossas atividades normais diárias. Se elas devem ter qual-
quer efeito transformador, o efeito deve encontrar-se nas conjuntu-
ras comuns da vida humana: em nossos relacionamentos com o
marido ou com a esposa, como nossos irmãos e irmãs, ou com
nossos amigos e vizinhos.
Nem deveríamos pensar nas Disciplinas Espirituais como
uma tarefa ingrata e monótona que visa a exterminar o riso da face
da terra. Alegria é a nota dominante de todas as disciplinas. O obje-
tivo das Disciplinas é o livramento da sufocante escravidão ao
auto-interesse e ao medo. Quando a disposição interior de alguém
é libertada de tudo quanto o subjuga, dificilmente se pode descre-
ver essa situação como tarefa ingrata e monótona. Cantar, dançar,
até mesmo gritar, caracterizam as Disciplinas da vida espiritual.
Num importante sentido, as Disciplinas Espirituais não são
difíceis. Não precisamos estar bem adiantados em questão de teo-
logia para praticar as Disciplinas. Os recém-convertidos, até
mesmo as pessoas que ainda não se entregaram a Jesus deveriam
praticá-las. A exigência fundamental é suspirar por Deus. O sal-
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mista escreveu: “Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo”(Salmo 42.1,2).
Os principiantes são bem-vindos. Eu também ainda sou prin-
cipiante, especialmente depois de vários anos de praticar cada Dis-
ciplina apresentada neste livro. Conforme disse Thomas Merton:
“Não desejamos ser principiantes. Mas, convençamo-nos do fato de
que, por toda a vida, nunca seremos mais que principiantes!”
Salmo 42.7 diz: “Um abismo chama outro abismo”. Talvez
algures nas câmaras subterrâneas de sua vida você tenha ouvido o
chamado para um viver mais profundo, mais pleno. Talvez tenha
se cansado das experiências frívolas e do ensino superficial. De
quando em quando você tem captado vislumbres, insinuações de
algo que ultrapassa aquilo que tem conhecido. Interiormente você
tem suspirado por lançar-se em águas mais profundas.
Os que têm ouvido o distante chamado do seu íntimo e dese-
jam explorar o mundo das Disciplinas Espirituais, imediatamente
se defrontam com duas dificuldades. A primeira é de ordem filosó-
fica. A base materialista de nossa época tornou-se tão penetrante
que ela tem feito as pessoas duvidarem seriamente de sua capaci-
dade de ir além do mundo físico. Muitos cientistas de primeira
categoria têm ido além de tais dúvidas, sabendo que não podemos
estar confinados a uma caixa de espaço-tempo. Mas a pessoa
comum é influenciada pela ciência popular que está uma geração
atrás dos tempos e preconcebida contra o mundo não-material.
É difícil expressar quão saturados estamos com a mentalidade
da ciência popular. A meditação, por exemplo, se de algum modo
permitida, não é considerada como contato com um mundo espiri-
tual real, mas como manipulação psicológica. Geralmente as pes-
soas toleram um breve toque na “jornada interior”, mas logo chega
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a hora de haver-se com os negócios reais do mundo real. Necessi-
tamos de coragem para ir além do preconceito de nossa época e
afirmar aos nossos melhores cientistas que existe mais do que o
mundo material. Com honestidade intelectual, deveríamos dispor-
nos a estudar e explorar este outro reino com todo o rigor e deter-
minação que daríamos a qualquer campo de pesquisa.
A segunda dificuldade é de ordem prática. Simplesmente não
sabemos como explorar a vida interior. Isto nem sempre tem sido
verdadeiro. No primeiro século e anteriormente, não era necessá-
rio dar instruções sobre como “praticar” as Disciplinas da vida espi-
ritual. A Bíblia chamou o povo a Disciplinas tais como jejum, medi-
tação, adoração e celebração e quase não deu instrução nenhuma
sobre a forma de executá-las. É fácil ver a razão. Essas Disciplinas
eram tão freqüentemente praticadas e de tal modo constituíam
parte da cultura geral que o “como fazer” era conhecimento
comum. Jejuar, por exemplo, era tão comum que ninguém pergun-
taria o que comer antes de um jejum, como quebrar um jejum, ou
como evitar vertigem enquanto jejuava, toda a gente sabia.
Isto não se verifica em nossa geração. Hoje existe uma igno-
rância abismal dos mais simples e práticos aspectos de quase todas
as Disciplinas Espirituais clássicas. Daí que qualquer livro escrito
sobre o assunto deve levar essa necessidade em consideração e
prover instrução prática sobre a mecânica das Disciplinas. É pre-
ciso, porém, logo de início dizer uma palavra de acautelamento:
conhecer a mecânica não significa que estamos praticando a Disci-
plina. As Disciplinas Espirituais são uma realidade interior e espiri-
tual, e a atitude interior do coração é muito mais decisiva do que a
mecânica para se chegar à realidade da vida espiritual.
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A ESCRAVIDÃO DE HÁBITOS ARRAIGADOS
Acostumamo-nos a pensar no pecado como atos individuais
de desobediência a Deus. Isto é bem verdade até certo ponto, mas
a Bíblia vai muito mais longe. Na sua carta aos Romanos, o após-
tolo Paulo freqüentemente se refere ao pecado como uma condi-
ção que infesta a raça humana (i.e., Romanos 3.9-18). O pecado
como condição abre seu caminho através dos “membros do
corpo”; isto é, os hábitos enraizados do corpo (Romanos 7.5 e ss.).
E não há escravidão que possa comparar-se à escravidão de hábi-
tos pecaminosos arraigados.
Diz Isaías 57.20: “Os perversos são como o mar agitado, que
não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo”. O mar
não necessita fazer nada de especial para produzir lama e lodo;
isto é o resultado de seus movimentos naturais. É o que também se
verifica conosco quando nos achamos sob a condição de pecado.
Os movimentos naturais de nossas vidas produzem lama e lodo. O
pecado é parte da estrutura interna de nossas vidas. Não há neces-
sidade alguma de esforço especial. Não é de admirar que nos sinta-
mos enredados.
Nosso método comum de lidar com o pecado arraigado é lan-
çar um ataque frontal. Confiamos em nossa força de vontade e
determinação. Qualquer que seja o nosso problema (ira, amargura,
glutonaria, orgulho, incontinência sexual, álcool, medo) decidimos
nunca mais repeti-lo; oramos contra ele, lutamos contra ele, dispo-
mos nossa vontade contra ele. Tudo, porém, é em vão, e uma vez
mais nos encontramos moralmente falidos ou, pior ainda, tão orgu-
lhosos de nossa justiça exterior que “sepulcros branqueados” é
uma descrição suave de nossa condição. Heini Arnold, em seu
excelente livrinho intitulado Freedom From Sinful Thoughts (Liber-
dade de Pensamentos Pecaminosos), escreve: “Desejamos deixar
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perfeitamente claro que não podemos livrar e purificar nosso pró-
prio coração exercitando nossa própria vontade”.
Na carta aos Colossenses, Paulo cita algumas formas exterio-
res que as pessoas usam para controlar o pecado: “não manuseies,
não proves, não toques”. E então acrescenta que estas coisas “com
efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo”. Que
frase expressiva, e como descreve bem muitas coisas de nossa
vida! No momento em que achamos que podemos ter êxito e
alcançar a vitória sobre o pecado mediante a força de nossa von-
tade somente, esse é o momento em que estamos cultuando a von-
tade. Não é uma ironia que Paulo tenha olhado para nossos mais
extremados esforços na caminhada espiritual e os tenha chamado
de “culto de si mesmo”?
A força de vontade nunca terá êxito no trato com os hábitos
profundamente arraigados do pecado. Emmet Fox escreve: “Tão
logo você resista mentalmente a qualquer circunstância indesejável
ou não buscada, por esse próprio meio você a dotará de mais
poder, poder que ela usará contra você, e você terá esgotado seus
próprios recursos nessa exata medida”. Heini Arnold conclui:
“Enquanto acharmos que podemos salvar-nos a nós mesmos por
nossa própria força de vontade, a única coisa que fazemos é tornar
o mal que há em nós mais forte do que nunca”. Esta mesma ver-
dade tem sido comprovada por todos os grandes escritores da vida
devocional, desde S. João da Cruz até Evelyn Underhill.
O “culto de si mesmo” talvez possa ter uma demonstração
exterior de êxito por algum tempo, mas nas brechas e fendas de
nossa vida sempre há de revelar-se nossa profunda condição inte-
rior. Jesus descreveu tal condição quando falou da exibição exte-
rior de justiça dos fariseus. “Porque a boca fala do que está cheio o
coração... Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os
homens, dela darão conta no dia do juízo” (Mateus 12.34-36).
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Mediante a força de vontade as pessoas podem fazer boa figura
durante algum tempo; cedo ou tarde, porém, virá o momento des-
prevenido quando a “palavra frívola” escapará, revelando o verda-
deiro estado do coração. Se estivermos cheios de compaixão, isto
será revelado; se estivermos cheios de amargura, isto também se
manifestará.
Não temos a intenção de que seja assim. Não temos intenção
nenhuma de explodir de ira ou de ostentar uma tenaz arrogância,
mas quando estamos com outras pessoas, aquilo que somos vem à
tona. Embora tentemos ocultar essas coisas com todas as nossas
forças, somos traídos pelos olhos, pela língua, pelo queixo, pelas
mãos, pela linguagem de todo o nosso corpo. A força de vontade
não tem defesa contra a palavra frívola, contra o momento despre-
venido. A vontade tem a mesma deficiência da lei, ela pode lidar
somente com as exterioridades. Não é suficiente para operar a
transformação necessária da disposição interior.
AS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS ABREM A PORTA
Quando perdermos a esperança de obter a transformação
interior mediante as forças humanas da vontade e da determina-
ção, abrimo-nos para uma maravilhosa e nova realização: a justiça
interior é um dom de Deus que deve ser graciosamente recebido.
A imperiosa necessidade de mudança dentro de nós é obra de
Deus e não nossa. É preciso que haja um trabalho real interno, e só
Deus pode operar a partir do interior. Não podemos alcançar ou
merecer esta justiça do Reino de Deus; ela é uma graça concedida
ao homem.
Na carta aos Romanos o apóstolo Paulo esforça-se a fim de
demonstrar que a justiça é um dom de Deus. Ele carrega o termo
trinta e cinco vezes nessa epístola, e cada vez que o emprega fá-lo
com êxito pelo fato de que a justiça não é atingida nem atingível
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mediante esforço humano. Uma das mais claras afirmações é
Romanos 5.17: “... os que recebem a abundância da graça e o dom
da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus
Cristo”. Esse ensino, evidentemente, não se encontra só em Roma-
nos mas na Bíblia toda e se apresenta como uma das pedras angu-
lares da fé cristã.
No momento em que captamos esta compreensão palpitante,
corremos o risco de um erro no sentido oposto. Somos tentados a
crer que nada há que possamos fazer. Se os esforços humanos ter-
minam em falência moral (e tendo-o tentado, sabemos que é
assim), e se a justiça é um dom gratuito de Deus (conforme a Bíblia
o declara com clareza), então não é lógico deduzir que devemos
esperar que Deus venha e nos transforme? Por estranho que
pareça, a resposta é “não”. A análise correta é: o esforço humano é
insuficiente e a justiça é dom de Deus. O que falha é a conclusão,
pois felizmente existe algo que podemos fazer. Não precisamos
agarrar-nos às pontas do dilema da obra nem da ociosidade
humana. Deus nos deu as Disciplinas da vida espiritual como
meios de receber sua graça. As disciplinas permitem-nos colocar-
nos diante de Deus de sorte que ele possa transformar-nos.
O apóstolo Paulo disse: “O que semeia para sua própria
carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espí-
rito, do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6.8). O lavrador não
consegue fazer germinar o grão; tudo o que ele pode fazer é pro-
ver as condições certas para o crescimento do grão. Ele lança a
semente na terra onde as forças naturais assumem o controle e
fazem surgir o grão. O mesmo acontece com as Disciplinas Espiri-
tuais, elas são um meio de semear para o Espírito. As Disciplinas
são o meio de Deus plantar-nos na terra; elas nos colocam onde
ele possa trabalhar dentro de nós e transformar-nos. Sozinhas, as
Disciplinas Espirituais nada podem fazer; elas só podem colocar-
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nos no lugar onde algo possa ser feito. Elas são os meios de graça
de Deus. A justiça interior que buscamos não é algo que seja derra-
mado sobre nossas cabeças. Deus ordenou as Disciplinas da vida
espiritual como meios pelos quais somos colocados onde Ele pode
abençoar-nos.
Neste sentido, seria próprio falar do “caminho da graça disci-
plinada” porque existe algo que nos cabe fazer. Em The Cost of Dis-
cipleship (O Custo do Discipulado), Dietrich Bonhoeffer deixa
claro que a graça é grátis, mas não é barata. Uma vez que entende-
mos com clareza que a graça de Deus é imerecida e imerecível, se
esperamos crescer devemos iniciar um curso de ação consciente-
mente escolhido, que inclua tanto a vida individual como em
grupo. Essa é a finalidade das Disciplinas Espirituais.
Seria conveniente visualizar o que estudamos. Imaginemos
uma passagem estreita com um declive íngreme de cada lado. O
abismo da direita é o caminho da falência moral por meio dos
esforços humanos para alcançar a justiça. Historicamente se tem
dado a isto o nome de heresia do moralismo. O abismo da
esquerda é o caminho da falência moral pela ausência de esforços
humanos. Estes tem sido denominado heresia do antinomianismo.
Essa passagem representa um caminho. Este caminho conduz à
transformação interior e à cura que buscamos . Não devemos des-
viar-nos nem para a direita nem para a esquerda, mas permanecer
no caminho. Este está cheio de sérias dificuldades, mas também
conta com incríveis alegrias. À medida que andamos neste cami-
nho, a bênção de Deus virá sobre nós e nos reconstruirá à imagem
de seu filho Jesus Cristo. Devemos lembrar-nos sempre de que o
caminho não produz a mudança; ele apenas nos coloca no lugar
onde a mudança pode ocorrer. Este é o caminho da graça discipli-
nada.
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Há um ditado em teologia moral que diz que “a virtude é
fácil”. Isto é verdadeiro somente até onde a obra graciosa de Deus
tenha assumido o comando de nossa disposição interior e transfor-
mado os padrões de hábitos arraigados de nossas vidas. Enquanto
isto não se realizar, a virtude é difícil mesmo. Lutamos por exibir
um espírito amável e compassivo; não obstante é como se estivés-
semos levando para algo trazido do exterior. Surge então, das pro-
fundezas interiores, a única coisa que não desejávamos: um espí-
rito mordaz e amargo. Contudo, uma vez que tenhamos vivido no
caminho da graça disciplinada por uma temporada, descobrimos
mudanças internas.
Não fizemos nada mais do que receber um dom, não obs-
tante sabemos que as mudanças são reais. Sabemos que são reais
porque verificamos que o espírito de compaixão que outrora achá-
vamos tão difícil, é agora fácil. Na realidade, difícil seria estar cheio
de amargura. O amor divino entrou em nossa disposição interior e
assumiu o controle de nossos padrões e hábitos. Nos momentos
desprevenidos, brota do santuário interior de nossa vida um fluxo
espontâneo de “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas
5.22-23). A necessidade cansativa de ocultar dos outros aquilo que
somos interiormente já não existe. Não temos de esforçar-nos para
ser bons e generosos; somos bons e generosos. Difícil seria refre-
ar-nos de ser bons e generosos, porque a bondade e a generosi-
dade fazem parte de nossa natureza. Assim como os movimentos
naturais de nossa vida outrora produziam lama e lodo, agora eles
produzem o fruto do Espírito. Shakespeare escreveu: “A qualidade
da misericórdia não é forçada”, nem o são quaisquer das virtudes
espirituais uma vez que elas assumam o comando da personali-
dade.
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O CAMINHO DA MORTE: TRANSFORMAR AS DISCIPLINAS EM LEIS.
As Disciplinas Espirituais visam o nosso bem. Elas têm por
finalidade trazer a abundância de Deus para nossa vida. É possível
contudo, torná-las em outro conjunto de leis que matam a alma. As
Disciplinas dominadas pela lei respiram morte.
Jesus ensinou que devemos ir além da justiça dos escribas e
fariseus (Mateus 5.20). Todavia, precisamos ver que tal justiça não
era coisa de somenos. Eles estavam comprometidos em seguir a
Deus numa forma para a qual muitos de nós não estamos prepara-
dos. Um fator, contudo, era sempre central à sua justiça: exteriori-
dade. A justiça deles consistia em controlar as aparências externas,
muitas vezes incluindo a manipulação de outras pessoas. Até que
ponto temos ido além da justiça dos escribas e fariseus pode ser
visto no quanto nossa vida demonstra a obra interna de Deus no
coração. Ela produzirá resultados externos, mas a obra será
interna. É fácil, em nosso zelo pelas Disciplinas Espirituais, torná-
las em justiça de escribas e fariseus.
Quando as Disciplinas se degeneram em lei, elas são usadas
para manipular e controlar pessoas. Tomamos ordens explícitas e a
usamos para aprisionar outros. O resultado de tal deterioração das
Disciplinas Espirituais é o orgulho e o medo. O orgulho domina
porque chegamos a crer que somos o tipo certo de pessoas. O
medo domina porque o poder de controlar a outros traz consigo a
ansiedade de perder o controle, e a ansiedade de ser controlado
por outros.
Se quisermos progredir no caminhar espiritual de sorte que
as Disciplinas sejam bênção e não maldição, devemos chegar, em
nossas vidas, ao lugar onde depomos a carga eterna da necessi-
dade de dirigir os outros. Essa necessidade, mais do que qualquer
outra coisa, levar-nos-á a transformar as Disciplinas Espirituais em
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leis. Uma vez que criamos uma lei, temos uma “exterioridade” pela
qual podemos julgar quem está à altura e quem não está. Sem leis,
as Disciplinas são, antes de tudo, uma obra interna e é impossível
controlar uma obra interna. Quando verdadeiramente cremos que
a transformação interior é obra de Deus e não nossa, podemos dar
descanso a nossa paixão por endireitar a vida dos outros.
Devemos estar cônscios de quão rapidamente podemos agar-
rar esta ou aquela palavra e transformá-la em lei. No momento em
que assim procedemos, qualificamo-nos para o severo pronuncia-
mento de Jesus contra os fariseus: “Atam fardos pesados (e difíceis
de carregar) e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto
eles mesmos nem com o dedo querem movê-los” (Mateus 23.4).
Em questões assim necessitamos das palavras do apóstolo Paulo
embutidas em nossas mentes: “Não tratamos da letra, mas do Espí-
rito. É que a letra da Lei conduz à morte da alma; e o Espírito de
Deus é o único que pode dar vida à alma” (2 Coríntios 3.6,
Phillips).
Ao entrarmos no mundo interior das Disciplinas Espirituais,
sempre haverá o perigo de torná-las em lei. Mas não estamos aban-
donados aos nossos próprios inventos humanos. Jesus Cristo pro-
meteu ser nosso Professor e Guia sempre presente. Sua voz não é
difícil de ser ouvida. Não é difícil entender suas instruções. Se
começarmos a calcificar o que deveria sempre permanecer vivo e
crescente, ele nos dirá. Podemos confiar em seu ensino. Se nos
desviarmos para alguma idéia errônea ou prática inaproveitável,
ele nos conduzirá de volta. Se estivermos dispostos a ouvir o Ins-
trutor Celestial, receberemos a instrução de que necessitamos.
Nosso mundo está faminto de pessoas verdadeiramente
transformadas. Leon Tolstói observou: “Todos pensam em mudar a
humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo”. Estejamos
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entre os que crêem que a transformação interior de nossa vida é
alvo digno de nosso melhor esforço.
PERGUNTAS DE REFLEXÃO E APLICAÇÃO
01. O que mais chamou sua atenção na leitura?
02. Baseado na leitura e nas perguntas introdutórias, quais passos
concretos você pode dar para mudar sua situação? (Escreva
esses passos para depois prestar contas deles a alguém).
1. Estude o próximo capítulo, respondendo às perguntas introdutórias
e no final.
2. Faça pelo menos um diário espiritual usando Mateus 6.33, usando
um caderno ou agenda permanente.
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TAREFA
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