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MUNDOABERTOMUNDOAM1B . André Pombo . Mafalda Leandro . Sandra Rodrigues . Sara Guerra
5ª Edição10 eurosMensal
ÍNDICE
MUNDOABERTO
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Desde o início do século XX a Ave-nida de Roma foi lugar privilegia-do de comércio, cultura e vida
social. É uma avenida larga, plana, com grandes passeios, uma urbanização típica tradicional, com prédios parale-los à rua, com poucos espaços verdes, o comércio situado nos pisos térreos integrando-se com a habitação, e ainda uma zona de lazer, cinemas e teatro.
A Avenida de Roma também está asso-ciada a variadíssimas figuras públicas que lá viveram ou passaram. O jorna-lista Fernando Pessa viveu na avenida, assim como Fernando Tordo (poeta-cantor), e ainda Carlos Mendes (cantor, compositor e actor). Há quem ainda recorde Herman José, novo e ainda de cabelos longos, a passear na avenida de Roma. Todas as pessoas “acaba-vam por ir dar” à avenida, havendo uma certa rivalidade entre os famosos que frequentavam o Chiado e a Avenida de Roma.
O século XXI transformou a avenida num local de contrastes. A Avenida de Roma tem uma arqui-tectura específica da época do Estado Novo, na qual o regime estava interes-sado numa renovação dos valores afir-mando uma modernidade e um sentido de futuro e de progresso através da arquitectura modernista. No entanto são visíveis edifícios com uma arquitectura mais recente, contem-porânea. Como todos os locais, a Avenida de Roma tem características que a tornam tão especial. Um elemento importante da avenida é a estátua de Santo António a qual pontifi-ca na rotunda com a avenida da Igreja, num dos bairros mais tradicionais, o de Alvalade.
Tal como o “Jardim Fernando Pessa” que outrora terá sido um campo de mini-golfe e que mais tarde passou a um jardim, como o próprio nome indica, em honra do jornalista que costumava dar longos passeios de bicicleta. Quando caminhamos pela avenida encontramos sistematicamente uma loja, um café ou uma agência bancária. Lojas modernas e lojas mais tradicionais “competem” entre si. A avenida de Roma sempre foi conside-rada uma forte zona comercial. Livrarias como a Bertrand e a Barata, a Florista Romeira, a Loja “A Mourinha” (loja tra-dicional), ou a Discoteca Sinfonia, são centros de comércio antigos que resis-tiram às últimas décadas e que identifi-cam a avenida. Em contrapartida, nos últimos anos é cada vez mais notável o aparecimento de agências bancárias e de lojas mais modernas, como as de telemóveis e roupa. Roma
uma Avenida de contrastes…
DESTAQUE
6RomaO cinema de Alvalade, que já não
existe, o cinema de Londres, o cinema Star e ainda o Quarteto
(com sessões que começavam à meia noite e prolongavam-se) trouxeram à avenida e a toda Lisboa um “toque” de cultura de extrema importância. Tal como o Teatro Maria Matos, que tráz espectáculos um pouco de todo o mun-do. Existia e existe uma juventude provoca-da pela proximidade de escolas, naque-la zona.
A Cidade universitária (que se situa perto da avenida) e várias escolas se-cundárias, como a escola Rainha Dona Leonor, o que contribui e contribuia para uma juventude constante na avenida que era vivida nos cafés. Na avenida de Roma os cafés Vá-vá, Mexicana, Luanda e Suprema são uma referência, sendo marcados pelas histórias, rivali-dades e ideais políticos discutidos após o 25 de Abril.
Tendo existido uma preferência por de-terminados cafés consoante as pessoas fossem de esquerda, ou de direita. Hoje em dia, estes cafés são frequenta-dos maioritariamente por idosos, en-quanto os mais jovens procuram locais mais modernos, como o Mc’Donalds e o centro comercial Acqua. Na bela calçada, característica de toda a cidade de Lisboa, vemos pessoas de todos os lados e idades.
Pessoas que fazem compras, que só querem chegar a casa depois de um dia de trabalho, que vão para o seu emprego, jovens que vêm da escola e convivem (andam de skate, bicicle-ta), e sobretudo idosos que descan-sam e olham a sua avenida.
Uma avenida “invadida” pela velo-cidade e o barulho dos carros em contrastecom as rotinas e a calma de al-guns dos cidadãos que vivem nos longos e característicos edifícios da avenida de Roma. A título de curiosidade é interes-sante ainda referir que as casta-nhas assadas apareceram pela primeira vez na Avenida de Roma.
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LINGUAGEM
Avenida de Roma_Avenida E.U.A. Lisboa 1952
Arqº’sJosé Segurado
Filipe FigueiredoPERSPECTIVA
É precisamente no Bairro de Alvalade, iniciativa municipal
com plano de Faria da Cos-ta (1906-71), que constitui a oportunidade de ensaio para a nova geração lisboeta propor as primeiras experiências racionalistas que começa-vam a aplicar os princípios da Carta de Atenas: Bairro das “Estacas” (1949-55), Conjunto do “vá-vá”, ou os blocos da Avenida dos Estados Unidos da América.
ELEMENTO DE REVESTIMENTOVARANDAS SERRALHARIAS E ELEMENTOS SECUNDÁRIOSELEMENTO DE REVESTIMENTOVARANDAS SERRALHARIAS E ELEMENTOS SECUNDÁRIOSVARANDAS SERRALHARIAS E ELEMENTOS SECUNDÁRIOSELEMENTO DE REVESTIMENTO
ARQUITECTURA
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Av. deroma
UM POUCO DE HISTóRIAS
obre o nascimento da Avenida de Roma, todos os comerciantes que entrevistámos afirmaram que tinha sido por volta dos anos 40, e foi criada
numa altura em que estavam a surgir várias avenidas, as quais se classificavam de “Aveni-das Novas”, todas elas com nomes de capitais, daí o “Roma” no nome da avenida. Ao início era essencialmente habitacional e como tal foram construídos vários prédios, que na altura eram muito recentes e modernos, mas agora com a o passar do tempo estão a fi-car degradados e a necessitar de manutenção. Á medida que o tempo foi passando, come-çaram a surgir mais estabelecimentos comer-ciais, mas actualmente a Avenida de Roma não é tão homogénea porque é menos habita-cional, “ a Avenida de Roma era o que o Bairro de Alvalade é hoje”, segundo um comerciante desta avenida. Esta zona habitacional ia ape-
nas até à Avenida dos Estados Unidos da Améri-ca e só mais tarde se prolongou até ao Hospital Júlio de Matos.Antes de ser construída, no seu lugar só havia hortas, quintas e gado, continuando a existir hoje em dia, muitos lavradores por trás da avenida.Todos os entrevistados afirmaram que a Avenida de Roma sempre foi uma zona de prestígio, com grandes moradias que existiram na Avenida da República, onde a maior parte das pessoas que lá moravam eram de classe média-alta, já que desde sempre as casas para venda naquela zona são muito caras, mas actualmente as pes-soas que lá moram pertencem à classe média e média-baixa, o que não impede que continue a ser uma zona de prestígio. É considerada também uma “zona de comércio chique” segundo um dos entrevistados.
No que toca aos moradores deparámo-nos com duas opiniões diferentes: uns dizem que os moradores cada vez mais são jovens, en-quanto os outros afirmam o contrário, concor-dando apenas do ponto de que actualmente os moradores são essencialmente idosos.Segundo alguns comerciantes, apesar de a população ainda ser maioritariamente idosa, com o seu falecimento têm vindo mais jovens morar para aquela zona, o que é positivo já que vai proporcionar uma renovação dos habitan-tes, trazendo juventude e, consequentemen-te, dinamizando a zona de uma forma muito positiva.
HISTóRIA
AMAR É A ETERNA INOCÊNCIA
FOTOGRAFIA
INTROSPECTIVA
FOTOGRAFIA por
ALBERTO CAEIRO
O MUNDONÃO SE FEZ PARA PENSARMOS NELE
A CADEIRAPREDILECTA