56

Machado de Assis

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Machado de Assis
Page 2: Machado de Assis

Machado de Assis

Page 3: Machado de Assis

NASCIMENTO: 21 de junho de 1839, Rio de Janeiro, Brasil

FALECIMENTO: 29 de setembro de 1908, Rio de Janeiro

NACIONALIDADE: Brasileiro

OCUPAÇÃO: Romancista, contista, poeta, dramaturgo, cronista, crítico literário

MAGNUM OPUS: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba, O alienista (conto)

INFLUÊNCIAS: William Shakespeare, Voltaire, Luciano de Samósata, Laurence Sterne, Manoel Antonio de Almeida,Arthur Schopenhauer, José de Alencar, Jonathan Swift, La Rochefoucauld, Edgar Allan Poe

INFLUENCIADOS: Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Cyro dos Anjos, Murilo Rubião

Page 4: Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos. Sua vasta obra inclui também crítica literária.

É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.

Page 5: Machado de Assis

Era filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma portuguesa da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto, passou a infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude.

Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não freqüentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.

Page 6: Machado de Assis

Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude.

Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.

De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época.

Page 7: Machado de Assis

Em 1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas.

Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), , Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).

Page 8: Machado de Assis

Em 1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.

Machado de Assis aos 35 anos (Foto: Academia Brasileira de Letras)

Page 9: Machado de Assis

Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais.

Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908, em sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como Mário de Alencar, Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por Haroldo Maranhão.

Page 10: Machado de Assis

Era Machado o maior nome vivo da Literatura no Brasil, quando um grupo Era Machado o maior nome vivo da Literatura no Brasil, quando um grupo de jovens, capitaneados por Lúcio de Mendonça resolve finalmente pôr em de jovens, capitaneados por Lúcio de Mendonça resolve finalmente pôr em prática a ideia da fundação da Academia Brasileira de Letras nos moldes prática a ideia da fundação da Academia Brasileira de Letras nos moldes da Academia francesa. Machado foi seu primeiro presidente e seu discurso da Academia francesa. Machado foi seu primeiro presidente e seu discurso de fundação em 1887 revela sua intenção em participar da Academia:de fundação em 1887 revela sua intenção em participar da Academia:

“ “ Senhores, investindo-me no cargo de presidente, Senhores, investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.corresponder à vossa confiança.

Page 11: Machado de Assis

Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um Não é preciso definir esta instituição, iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso com a alma nova, naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão unidade literária. Tal obra exige, não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas sobrevive aos acontecimentos de toda casta, às escolas literárias e às transformações civis. literárias e às transformações civis.

A vossa há de querer ter as mesmas feições de A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a da crítica e da eloquência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão. “a sessão. “

Page 12: Machado de Assis

De pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Bilac, Veríssimo, Bandeira, Filinto de Almeida, Passos, Magalhães,

Bernardelli, Rodrigo Octavio, Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos.

Page 13: Machado de Assis

Obras de maior Importância

Capas de livros da primeira fase de Machado de Assis

Page 14: Machado de Assis

A Mão e a LuvaPublicado em 1864, A Mão e a Luva, de Machado de Assis (1839-1908), conta a história de Guiomar, filha de uma baronesa que ficou órfã ainda muito nova e, embora tivesse uma origem simples, tornou-se uma moça segura e ambiciosa na busca de sua ascensão social.

Page 15: Machado de Assis

Histórias da Meia-NoiteHistórias da meia-noite é uma coletânea de contos do escritor brasileiro Machado de Assis. A compilação foi publicada em 1873 e os contos têm como tema principal a ganância.

Page 16: Machado de Assis

RessurreiçãoRessurreição é o primeiro romance de Machado de Assis, e publicado em 1872.

Page 17: Machado de Assis

Iaiá GarciaIaiá Garcia é o último romance da chamada fase romântica de Machado de Assis, publicado em 1878.

Page 18: Machado de Assis

Contos FluminensesContos Fluminenses é um livro de contos do escritor brasileiro Machado de Assis, com tema relacionado ao Rio de Janeiro do período imperial. O livro foi publicado em 1870 e o conto mais famoso é Miss Dollar.

Page 19: Machado de Assis

HelenaHelena é um dos romances de Machado de Assis. Foi publicado em 1876.

Page 20: Machado de Assis

Toda a obra de Machado de Assis é de domínio público, por ter expirado o correspondente direito de autor em 1978, ao se completarem 70 anos do falecimento do autor.

Outras Obras do Autor

ROMANCE

Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881 •Casa Velha, 1885 •Quincas Borba, 1891 Dom Casmurro, 1899 •Esaú e Jacó, 1904 •Memorial de Aires, 1908

Page 21: Machado de Assis

Crisálidas, 1864Em 1864,Machado de Assis publica seu primeiro livro de poesias: Crisálidas e seu objeto era a expressão do amor às mulheres.

POESIA

•Falenas, 1870 •Americanas, 1875 •Ocidentais, 1880 •Poesias completas, 1901

Page 22: Machado de Assis

COLETÂNEA DE CONTOS

•Papéis Avulsos, 1882 •Histórias sem Data, 1884 •Páginas Recolhidas, 1899 •Relíquias da Casa Velha, 1906 Várias Histórias,

1896Várias Histórias é uma coletânea do escritor realista brasileiro Machado de Assis, publicada em 1896 que reúne dezesseis contos seus publicados na Gazeta de Notícias entre 1884 e 1891.

Page 23: Machado de Assis

CONTOS SELECIONADOS

•A Carteira (conto do livro Contos Fluminenses) O Alienista (conto do livro Papéis Avulsos) •A Sereníssima República (conto do livro Papéis Avulsos) •O Segredo do Bonzo (conto do livro Papéis Avulsos) •Teoria do Medalhão (conto do livro Papéis Avulsos)

Page 24: Machado de Assis

Miss Dollar (conto do livro Contos Fluminenses) •Uma Visita de Alcibíades (conto do livro Papéis Avulsos)• Trio em Lá Menor (conto do livro Várias Histórias) •O Caso da Vara (conto do livro Páginas Recolhidas) •Missa do Galo (conto do livro Páginas Recolhidas) •A Igreja do Diabo (conto do livro Histórias sem Data)•Capítulo dos Chapéus (Gazeta de Notícias)•Suje-se gordo! (Relíquias da Casa Velha)

Page 25: Machado de Assis

•O Espelho (conto) (conto do livro Papéis Avulsos) •Noite de Almirante (conto do livro Histórias sem Data) •O Homem Célebre (conto do livro Várias Histórias) •Conto da Escola (conto do livro Várias Histórias) •Uns Braços (conto do livro Várias Histórias) A Cartomante (conto do livro Várias Histórias) •O Enfermeiro (conto do livro Várias Histórias)

Page 26: Machado de Assis

TEATRO

•Hoje avental, amanhã luva, 1860 •Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861 •Desencantos, 1861 •O caminho da porta, 1863 •O protocolo, 1863 •Quase ministro, 1864 •Os deuses de casaca, 1866 •Tu, só tu, puro amor, 1880 •Não consultes médico, 1896 Lição de botânica, 1906

Page 27: Machado de Assis

Lição de botânica, 1906 O texto leva o público a uma viagem ao Rio de Janeiro do começo do século XX e conta a história do botânico sueco Barão Sigismundo de Kernonberg. Ao tentar impedir que o sobrinho se case, o nobre acaba se apaixonando. A narrativa é entremeada por assuntos de ciência e pela célebre ironia de Machado de Assis.

Page 28: Machado de Assis

O estilo literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido adaptada para a televisão, o teatro e o cinema. Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

Suas principais obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores contemporâneos como Salman Rushdie, Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam serem fãs de sua ficção, como também o confessou Woody Allen.

A Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações sobre a vida e a obra do escritor.

Machado em suas obras interpela o leitor, ultrapassando a chamada quarta parede, nisso tendo sido influenciado por Manuel Antônio de Almeida, que já havia utilizado a técnica, bem como Miguel de Cervantes, e outros autores, mas nenhum deles com tanta ênfase quanto Machado.

Page 29: Machado de Assis

Fotos da Rua do Riacheulo, citada em várias obras

Page 30: Machado de Assis

Em 1897, Machado fundou a Academia Brasileira de Letras, da qual foi o primeiro presidente, pelo que a instituição também conhecida como casa de Machado de Assis. Ocupou a Cadeira N.º 23, de cujo patrono, José de Alencar, foi amigo e admirador.

Page 31: Machado de Assis

Em 12 de novembro de 1869 casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais. Esse casamento ocorreu contra a vontade da família da moça, uma vez que Machado tinha mais problemas do que fama. Essa união durou cerca de 35 anos e o casal não teve filhos.

Page 32: Machado de Assis

Documento de Ana Carolina e Machado de Assis

Page 33: Machado de Assis

Machado de Assis, de cartola, em uma das ruas do centro do Rio de Janeiro

Page 34: Machado de Assis

Documento de uma Premiação recebida

Page 35: Machado de Assis

Machado de Assis, segundo do canto esquerdo, na primeira fila, e colegas da ABL, jornalistas e artistas cariocas, numa das poucas reuniões a que compareceu depois de viúvo.

Page 36: Machado de Assis

Dedicatória no livro Dom Casmurro

Page 37: Machado de Assis

A notícia da morte de Machado de Assis no Jornal do Brasil

Page 38: Machado de Assis

Machado de Assis morreu em sua casa situada na rua Cosme Velho.

Page 39: Machado de Assis

Na placa no Cosme Velho, lê-se: "Neste local viveu Machado de Assis de 1883 até sua morte em 1908".

Page 40: Machado de Assis

Machado de Assis já foi retratado como personagem no cinema, interpretado por Jaime Santos no filme "Vendaval Maravilhoso" (1949) e Ludy Montes Claros no filme "Brasília 18%" (2006). Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 1,00 (um cruzado novo; até 1989, com valor de mil cruzados) de 1987. Importantes concursos são realizados em todo mundo levando seu nome, a exemplo de Brasília que tem um significativo concurso com seu nome, realizado pelo SESC/DF.

Moeda de 500 réis de 1939 comemorativa referentes ao 1º centenário de nascimento de Machado de Assis

Page 41: Machado de Assis

Nota de Cz$ 1.000 (mil cruzados) com o retrato do escritor Machado de Assis (1839-1908), tendo à esquerda o emblema da Academia Brasileira de Letras, da qual foi fundador.

Page 42: Machado de Assis

Exposição realizada na Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, entre os dias 20 de junhos e 20 de setembro, em comemoração ao centenário de morte de Machado de Assis.

Page 43: Machado de Assis

Retrato de Machado de Assis, 1905Henrique Bernardelli ( Brasil, 1858 – 1936) Óleo sobre telaAcademia Brasileira de Letras, RJ

Page 44: Machado de Assis

Machado de Assis, Monumento em uma Universidade

Page 45: Machado de Assis

Na Fazenda Florença, Rui Barbosa e Machado de Assis: estátuas em tamanho real

Page 46: Machado de Assis

• Foi aprendiz de tipógrafo, e o prédio em que trabalhava fazia parte do acervo do Museu da Imprensa.

• Em vida, fez dois testamentos. No primeiro, deixava o legado para a esposa, Carolina... Mas ela se foi antes, então fez outro testamento, instituindo Laura, a filha de minha sobrinha como a única herdeira.

• A certidão de óbito estava registrado como de cor "branca", sendo que era "mulato". O documento encontra-se no Arquivo Nacional.

• No inventário, o nome algumas vezes é mencionado de maneira errada, como José Maria Machado de Assis. Talvez seja pelo fato de que ele assinava J.M. Machado de Assis. Mas o correto é JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS.

Page 47: Machado de Assis

• Foi um exímio jogador de xadrez, chegou a participar do primeiro campeonato de xadrez do Brasil. Em algumas das obras faz menção ao esporte, por exemplo, em Iaiá Garcia.

• Já foi retratado como personagem no cinema. E interpretado por Jaime Santos no filme "Vendaval Maravilhoso", em 1949, e Ludy Montes Claros no filme "Brasília 18%" (2006).

• Teve a efígie impressa nas notas de NCz$ 1,00 (um cruzeiro novo, até 1989, com valor de mil cruzados) de 1987

Page 48: Machado de Assis

Cronologia

21/ 06/1839 – Nasce no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis (M. Assis), no Morro do Livramento (junto à zona portuária); Primeiro filho do pintor Francisco José de Assis (mulato, filho de escravos forros) e da lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis (branca, natural da Ilha de São Miguel, no Arquipélago de Açores).O avô seu paterno fora escravo, na chácara vizinha ao morro, propriedade da então D. Maria José de Mendonça Barroso (madrinha de M. Assis)

Page 49: Machado de Assis

1845 – morre de sarampo a única irmã de M. Assis, Maria, aos 4 anos. Morre também a madrinha.

1849 – morre a mãe, de tuberculose;

1854 – M. Assis publica no Periódico dos pobres seu primeiro poema, Soneto. Em 1855, publica poema Ella, no Marmota Fluminense. Manuel Antônio de Almeida publica Memórias de um sargento de milícias.

1856 – M. Assis entra para a Imprensa Nacional, onde conhece M. A. de Almeida (grande amigo e protetor).

1860 – inicia colaboração no Diário do Rio de Janeiro, a convite de Quintino Bocaiúva. Escreve a sua primeira peça para teatro: Hoje avental, amanhã luva. Seguida de Desencantos (1861), O caminho da porta, O protocolo e Quase ministro (1863);

Page 50: Machado de Assis

1863 – inicia colaboração no Jornal das Famílias, no qual publicou muitos de seus contos;

1864 – publica Crisálidas, seu primeiro livro, uma coletânea de poemas;

1866 – chega ao Rio de Janeiro Carolina Augusta Xavier de Novais (irmã do poeta Faustino Xavier de Novais);

1869 – casa-se com Carolina e vão morar na Rua dos Andradas. Em 1874, muda-se para a Rua da Lapa. Em 1875, para a Rua das Laranjeiras;

1870 – publica Contos fluminenses (contos) e Falenas (poesia). Castro Alves publica Espumas flutuantes (morre em julho de 1871, aos 24 anos);

Page 51: Machado de Assis

1872 – publica o seu primeiro romance: Ressurreição;

1873 – publica Histórias da meia- noite (contos) e Notícia da atual literatura brasileira

1874 – A mão e a luva (romance) – sua estreia como folhetinista. O romance é publicado em capítulos no jornal O Globo, de Quintino Bocaiúva. Sai em livro no mesmo ano.

1875 – publica Americanas (poesia);

1876 – Helena (romance);

1878 – Iaiá Garcia (romance) e seu ensaio crítico

1880 – Tu, só tu puro amor (peça de teatro em homenagem ao centenário de morte de Luís de Camões);

Page 52: Machado de Assis

1881 – Memórias póstumas de Brás Cubas.

1882 – Papéis avulsos (contos);

1884 – o casal se muda para o seu endereço definitivo: Rua Cosme Velho, 18 (hoje, parte da zona sul do Rio). Publica Histórias sem data (contos);

1891 – Quincas Borba (romance);

1896 – Várias histórias (contos) e Não consultes médico (peça de teatro). Fundada a Academia Brasileira de Letras. Machado de Assis é eleito seu primeiro presidente.

1897 – Sílvio Romero publica Machado de Assis (estudo crítico);

1899 – Páginas recolhidas (diversos) e Dom Casmurro;

Page 53: Machado de Assis

1901 – publica Ocidentais, principalmente com a produção poética de 1878 a 1880, e Poesias completas, reunindo sua obra poética;

1904 – Esaú e Jacó (romance) e em 20 de outubro – morre Carolina;

1906 – Relíquias da casa velha (diversos, incluindo o soneto A Carolina e Lições de botânica – última peça de teatro publicada em vida);

1908 – Memorial de Aires (romance). Morre em 29 de setembro, aos 69 anos (na presença de Euclides da Cunha, Mário de Alencar, Coelho Neto, José Veríssimo, Raimundo Correia);

1935 – Augusto Meyer publica Machado de Assis (estudo crítico);

1936 – Lúcia Miguel Pereira publica Machado de Assis (biografia);

Page 54: Machado de Assis

1939 – Mário Matos publica Machado de Assis, o homem e a obra (biografia);

1960 – Helen Caldwell publica, nos EUA, O Otelo brasileiro de Machado de Assis, um estudo sobre Dom Casmurro, lançando uma perspectiva totalmente nova de leitura para o romance e a obra de Machado;

1970 – Antônio Candido publica Esquema de Machado de Assis;

1978 – Silviano Santiago publica Retórica da verossimilhança;

1981 – Luiz costa Lima publica Sob a face de um bruxo;

1990 – Roberto Schwarz publica Ao vencedor as batatas e Um mestre na periferia do capitalismo

Page 55: Machado de Assis

Querida, ao pé do leito derradeiroEm que descansas dessa longa vida,Aqui venho e virei, pobre querida,Trazer-te o coração do companheiro.Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiroQue, a despeito de toda a humana lida,Fez a nossa existência apetecidaE num recanto pôs um mundo inteiro.Trago-te flores, — restos arrancadosDa terra que nos viu passar unidosE ora mortos nos deixa e separados.Que eu, se tenho nos olhos malferidosPensamentos de vida formulados,São pensamentos idos e vividos.

Page 56: Machado de Assis