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Pequeno resumo de um texto de Julio Groppa Aquino, de 1997, sobre a indisciplina escolar. O resumo conta com mapas mentais e reflexões sobre o texto.
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A INDISCIPLINA E A ESCOLA ATUAL,
JÚLIO GROPPA AQUINO: E-BOOK
RESUMO E MAPAS MENTAIS Rosana Rogeri
www.docenciainloco.com
ÍNDICE
Sobre o texto …………………………………………………………………….………….3
Introdução ……………………………………………………………………..…………… 6
Mapa mental do texto ………………………………………………………………………9
A primeira hipótese: o aluno “desrespeitador”………………………………………….10
Mapa mental aluno desrespeitador ……………………………………………………..12
A segunda hipótese: o aluno “sem limites” …………………………………………….13
Mapa mental aluno “sem limites”………………………………………………………..15
A terceira hipótese: o aluno “desinteressado”…………………………………………..16
Mapa mental aluno desinteressado …………………………………….......................18
Uma leitura pedagógica da indisciplina escolar e outros ……………………………..19
Mapa mental uma leitura pedagógica …………………………..………………………21
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SOBRE O TEXTO
A indisciplina escolar caracteriza-se como um problema discutido em
todos os âmbitos educacionais. O professor Julio Groppa Aquino, da
faculdade de educação da USP têm vários livros sobre indisciplina publicados
sobre o assunto, textos geralmente cobrados em concursos públicos.
Uma forma interessante de se iniciar no entendimento do
pensamento de determinado autor é ler/ver/ouvir entrevistas com ele.
Encontrei duas entrevistas que podem nos dar uma pequena ideia do que é
defendido por Aquino: uma do Zero Hora , e outra do blog de Rosely Sayão.
Vale a pena conferir os comentários também.
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Vou fazer aqui um resumo geral de um texto de Aquino de 1997. O Texto tem
uma linguagem simples e vocês podem acessá-lo, caso prefiram pegá-lo à unha. Este
resumo tem os mapas mentais elaborados a partir da leitura, acredito que é uma forma
muito interessante de estudar.
O texto refere-se à uma versão ampliada do roteiro da vídeo/palestra "A
indisciplina e a escola atual" de 1997 na FDE/SP da qual o professor fez parte.
É uma explanação geral sobre indisciplina, Aquino defende que a indisciplina e
o baixo aproveitamento escolar são impasses para a escola no Brasil. Faz uma
descrição detalhada do aluno problema e divide esse conceito em três: aluno
"desrespeitador", aluno "sem limites" e aluno "desinteressado".
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Em cada uma dessas denominações, o autor procura desconstruir as
explicações mais comuns nos meios educacionais para a indisciplina, tais como "a
estruturação escolar do passado, problemas psicológicos e sociais, a permissividade da
família, o desinteresse pela escola, o apelo de outros meios de comunicação etc."
Após essa desconstrução, em que usa argumentos muito contundentes, Aquino
promove uma leitura pedagógica da indisciplina, propõe algumas premissas pedagógicas
fundamentais e as cinco regras éticas do trabalho docente.
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INTRODUÇÃO
Na introdução do texto, Aquino propõe uma reflexão sobre a crise da
educação. Defendendo que todos sabemos da sua presença, pois observa-se um
mal estar geral em relação à educação, mas não sabemos a sua extensão nem a
sua razão, pelo menos não a fundo. O indícios dessa crise podem ser analisados
pelo fato de que os alunos não cumprem sua escolaridade obrigatória, a maioria
das pessoas tem história de inadequação ou insucesso na escola e o fato de os
índices brasileiros de evasão e repetência serem semelhantes aos da Nigéria ou
Sudão.
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Com o que foi exposto acima, verificamos o fracasso escolar (alunos não
terminam a escola) e o fracasso dos incluídos (alunos com história de insucesso). O
Brasil, em relação à economia, pode ser comparado a países da Europa ou Ásia,
enquanto em relação à educação a países da África. Isso gera um mal estar geral e a
uma falta aguda de credibilidade no professor enquanto profissional. O autor defende
também que sem escola não há cidadania sustentável e o cidadão não tem acesso aos
direitos constituídos, além do fato de que o mundo será implacável contra os sem
escolaridade.
Ao descrever o aluno problema, Aquino diz que esse aluno padece de distúrbios
pedagógicos, cognitivos ou comportamentais. Esses problemas geram obstáculos à ação
docente: a indisciplina e o baixo rendimento. Segundo o autor, existe uma contradição
quando se defende que o sucesso escolar seja fruto da ação docente e o fracasso escolar
seja produto de outras instâncias.
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Ou tudo, tanto fracasso quanto sucesso, é fruto da ação docente, ou tudo fruto
de outras instâncias, o que torna inviável até mesmo o conceito de escola. Na entrevista
do Zero hora o autor diz: "Todos dizem que educar virou uma missão impossível. Então,
fecha a bodega." Dessa forma, temos um problema ético: seria o mesmo que dizer que
o problema da medicina são as novas doenças.
O aluno problema deveria se configurar como uma oportunidade de
crescimento profissional, pois é nas grandes adversidades que todo profissional
desenvolve melhor suas habilidades. Precisamos rever nossos conceitos, procurando
alternativas e não justificativas para a indisciplina escolar.
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A PRIMEIRA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO
“DESRESPEITADOR”
A primeira hipótese a ser desconstruída por Aquino é a do aluno desrespeitador,
caracterizada pela crença em que o aluno de antigamente era mais respeitador, a escola
tinha mais qualidade e que a escola atual é muito permissiva.
Para o autor, nossa memória nos prega pessas e ficamos presos a um
saudosismo exacerbado, que não condiz com a realidade dos fatos. Não podemos deixar
de lado o contexto político de ditadura da escola antes e que ela não tinha essa
excelência toda apregoada.
Antes dos anos 70 a escola era militarizada com: filas, pátio, uniformes, relação
de medo, ela era tanto hierarquizada quando hierarquizante (qualquer semelhança com a
escola atual não é mera coincidência – comentário meu). Era excludente, elitista, a
maioria militar ou religiosa, muito poucas eram leigas. Os anos de escolarização eram
poucos e o exame de admissão (que pode ser comparado ao nosso vestibular) era feito
já na quinta série. www.docenciainloco.com
O aluno da escola de depois dos anos 70, é fruto da abertura política, do
aumento da oferta de vagas (projeto de democratização do ensino que ainda não está
consolidado), da escolaridade obrigatória de oito anos (que é um direito adquirido um
princípio didático-político do qual não podemos abrir mão), porém de desempenho ainda
semelhante que a anterior e tão excludente quanto (logo adiante o autor chama a
atenção para a exclusão dos incluídos, e não se refere aqui aos portadore de
necessidades especiais, lembrem-se que o texto que analisamos é de 1998). Temos,
portanto, um desafio: manter a criança mais tempo na escola com qualidade de ensino.
O dever da escola nesse contexto é garantir qualidade a todos: indisciplinados
ou não, com pré requisitos ou não, com supostos problemas ou não. A INCLUSÃO
constitui-se no dever no. 1.
O autor diferencia também o respeito baseado em hierarquia e superioridade,
que cria o professor disciplinador, apassivador, silenciador, repressor e castrador, e o
respeito baseado em assimetria e diferença onde o professor se porta como profissional
docente.
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A SEGUNDA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO
“SEM LIMITES”
A segunda hipótese que Aquino desconstrói no texto é a de que os alunos de
hoje não têm limites, não respeitam regras, não reconhecem autoridade, os pais são
permissivos e vivemos um déficit moral.
Para tanto ele faz dois reparos nas hipóteses, em relação à falta de limites das
crianças, diz que, quando brincam entre si, as crianças são até mesmo irredutíveis em
relação às regras, que o alunos ingressam na escola sabendo regras e usa um exemplo
sobre a linguagem muito interessante. A criança generaliza as regras quando está
aprendendo a falar, portanto, noção de regras e limites elas têm.
Sobre a permissividade dos pais ele diz que não se pode justapor o âmbito das
competências, que pai é pai, professor é professor e os alunos podem ser
indisciplinados com um professor e não ser com outro, além do fato de nem sempre o
aluno indisciplinado na escola ser em casa.
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A família, para Aquino, tem a função de moralizar e ordenar a a conduta da
criança, muito diferente da escola, que tem como objetivo primordial o conhecimento
sistematizado. A recriação desse conhecimento, a reapropriação do legado cultural da
humanidade por meio da ordenação do pensamento.
A indisciplina é energia desperdiçada, além de um termômetro para a relação
professor/aluno, pode ser considerado como um complicador da ação docente e não
como um impeditivo. Caso seja vista como impeditivo, caso o professor não possa
desempenhar seu papel, observamos um desperdício de tempo e qualificação do
docente, um desvio de função e uma quebra do contrato pedagógico.
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A TERCEIRA HIPÓTESE: O ALUNO
“DESINTERESSADO”
A terceira hipótese que Aquino desconstrói é a da concorrência, ou seja, a sala
de aula não é tão atrativa como os outros meios de comunicação, ele cita TV, mas
acrescentei Internet (que hoje é muito popular, diferente de 98 quando escreveu o
texto). A saída seria modernizar a escola com aparelhos de última geração?
O autor diz que escola não é meio de comunicação, que ela ensina além da
informação, além do que a informação quer dizer, não simplesmente as repassa. Mas o
que a escola é então? A escola é lugar de reapropriação do saber acumulado pelas
gerações passadas, ou seja, lugar de revisitar respostas sagradas, de refazer a história
do conhecimento, da desconstrução e desmontagem da informação por meio do
raciocínio lógico conceitual. A escola é lugar de transitoriedade entre o novo e o velho,
transorma o pensamento do aluno pelo trabálho árduo, mas nem por isso menos
prazeroso.
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A mídia tem papel diferente da escola, ela difunde informação entretem e
promove o lazer, uma vez que a informação é mais rápida que o conhecimento, e
precisa dele para ser entendida e memorizada, está ancorada no presente, enquanto
o conhecimento no passado e pode mesmo ser o ponto de partida midiático.
O conhecimento é mais lento que a informação, aquilo que a subjaz, que é
pré requisito para entendê-la, está no domínio do passado, ponto de chegada didático,
ou seja, uma competência congitiva. A inteligência humana é um digestor, um
decodificador de informação, nela se transforma informação em conhecimento.
O professor, dessa forma, reconstrói o caminho, decodifica informações,
conta histórias, não é um difusor de informação, nem um animador de platéia. O
aluno, por sua vez, não se constitui como mero expectador ouvinte, mas com sujeito
atuante tem a curiosidade e a imaginação bem desenvolvidas como marca registrada,
é o co-responsável pela cena pedagógica, parceiro no contrato didático, levando-se
tudo isso em consideração, segundo Aquino, não temos motivos para temer a
concorrência.
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UMA LEITURA PEDAGÓGICA DA INDISCIPLINA
ESCOLAR E OUTROS
Aquino conclui seu texto propondo soluções, aquilo que a maioria dos
educadores o acusam de não fazer. Acontece que o que ele propõe às vezes dói um
pouco de ouvir. Como vimos acima, as hipóteses mais comuns para a indisciplina não se
sustentam, são apoiadas em evidências equivocadas, tratam a indisciplina como um
problema só do aluno, fogem do estritamente pedagógico e toma a disciplina como pré-
requisito para o trabalho didático. Para o autor, a indisciplina sinaliza problema
pedagógico, ou seja, a ação docente não se realiza a contento.
O que o docente pode fazer então? Rever seus posicionamentos, questionar
suas crenças, confrontar posicionamentos, debater-se com a realidade, pois o trabalho
pedagógico deve prever enfrentamentos para a questão. O fazer do professor é ensinar
algo, de alguma forma para alguém, pois existe uma dimensão ética. Devemos
responder com nossa prática: escola para que?
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O autor encerra seu texto trazendo as premissas do trabalho pedagógico –
objeto de ação: conhecimento; distinção entre papéis: professor e aluno; contrato
pedagógico explícito e sala de aula: lugar onde a educação escolar acontece – , e as
cinco regras éticas do trabalho docente – aluno problema: porta voz das relações; des-
idealização do perfil de aluno; fidelidade ao contrato pedagógico; experimentação de
novas regras de trabalho; competência e prazer.
E aí, o que achou das propostas?
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