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GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM 5° SEMESTRE – TURMA ACampi São Miguel
A Interferência do Meio Social e Ambiental nas Doenças Hipertensivas.
Graciane P. Leal RGM nº 76378-1Maria de Fátima SakamotoRGM nº 76618-6Hellen Deandre Nascimento RGM nº 76810-3Flávia da Cruz Oliveira RGM nº 76812-0Telma Santos Silva RGM nº 76823-5Elisabeth Batista Borges RGM nº 76824-3Emerson Lopes de Souza RGM nº 77180-5Elaine Cristina B. da Silva RGM nº 77395-6Noemi de Lima CavalcanteRGM nº 77921-1Patrícia de O. Claudino RGM nº 78813-9
São Paulo2010
Atualmente as condições de vida, trabalho, bem como as
diversas mudanças econômicas e políticas, combinadas à
expectativa de vida aumentada, vem promovendo um aumento
significativo de doenças crônico-degenerativas, em especial a
hipertensão arterial. (1)
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa grave
problema de saúde no país, não só pela elevada prevalência,
como também pela acentuada parcela de hipertensos não
diagnosticados, ou a não tratada de forma adequada, ou ainda
pelo alto índice de abandono ao tratamento. (5)
INTRODUÇÃO
Hipertensão arterial é uma síndrome clínica
caracterizada pela elevação da pressão arterial a níveis
iguais ou superiores a 140mmhg de pressão sistólica e ou
90mmhg de pressão diastólica, em pelo menos duas
aferições subseqüentes obtidas em dias diferentes e em
condições de repouso e ambiente tranqüilo. (5)
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é mostrar fatores de risco que
estão diretamente ligados as doenças hipertensivas, como a
interferência do meio social e ambiental, para que nós
profissionais da área da saúde possamos prestar uma
assistência adequada em todas as fases da vida do
indivíduo com ou sem hipertensão.
ASPECTOS HISTÓRICOS
Em 1905 o russo Korotkoff desenvolveu o método
auscultatório de medida indireta da pressão arterial, através do
esfigmomanômetro, descrevendo os ruídos que ocorrem
durante a ausculta da artéria braquial, concomitante a
desinsuflação do manguito. (2)
Korotkoff Descrição dos sons
FASE ISom súbito, forte, bem definido, que aumenta em
intensidade
FASE IISucessão de sons soprosos, mais suaves e prolongados
(qualidade de sopro intermitente)
FASE IIIDesaparecimento dos sons soprosos e surgimento de sons
mais nítidos e intensos (semelhantes ao da fase I), que
aumentam em intensidade
FASE IVOs sons tornam-se abruptamente mais suaves e abafados,
são menos claros.
FASE VDesaparecimento completo dos sons
FASES DOS SONS DE KOROTKOFF
Até a década de 40 o limite máximo para a pressão arterial
normal variava muito, mas em geral níveis até 160/100mmhg eram
considerados aceitáveis. (2)
Classificação Pressão sistólica( mmHg)
Pressão Diastólica (mmHg)
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão Estagio 1 140-159 90-99
Hipertensão Estagio 2 160-179 100-109
Hipertensão Estagio 3 ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90
Tabela 1. Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos)
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – SBC, SBH, SBN – São Paulo - 2006
EPIDEMIOLOGIA
Segmentos sociais mais pobres tem uma maior
prevalência de complicações como acidentes
vasculares e doenças cardíacas.
As regiões rurais apresentam menores índices de
hipertensão em relação à metropolitana.
Variação numa mesma população de determinada
origem conforme ocorrem migrações.
A urbanização, os hábitos sociais e a atividade
profissional.
Diversos estudos demonstram uma prevalência
elevada de hipertensão arterial na população brasileira, entre
os mais comuns:
Isto se deve principalmente ao
caráter assintomático da hipertensão
durante seus 15 a 20 primeiros anos de
evolução, sendo difícil convencer um
paciente do perigo em potencial que
corre e da necessidade de mudar seu
estilo de vida e principalmente da
necessidade de utilizar as medicações. (2)
Apesar do reconhecimento da
hipertensão como uma entidade de
prevalência elevada, seu tratamento
continua inadequado.
FISIOPATOLOGIA
Para que a hipertensão aconteça, deve haver um problema com os
sistemas de controle que monitorizam ou regulam a pressão arterial,
além de uma ou mais alterações dos fatores na equação da pressão
arterial :
resistência periférica
débito cardíaco.
O desenvolvimento da hipertensão depende da interação entre
predisposição genética e fatores ambientais, embora ainda não seja
completamente conhecido como estas interações ocorrem.
Atividade aumentada do sistema nervoso simpático
ligada à disfunção do sistema nervoso autônomo.
Reabsorção renal de sódio, cloreto e água aumentada
ligada a uma variação genética nas vias pelas quais o rim
manuseia o sódio.
Atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-
aldosterona, resultando em expansão do volume de líquido
extracelular e resistência vascular sistêmica aumentada.
A hipertensão é o resultado de:
Vasodilatação diminuída das arteríolas ligadas à
disfunção do endotélio vascular
Resistência à ação a insulina, que pode ser um fator
comum ligando a hipertensão, diabetes melito do tipo 2,
hipertrigliceridemia, obesidade e intolerância à glicose. (6)
Ingesta excessiva de sódio
Atividade excessiva do SN Simpático
EstresseMenos Néfrons
Alteração Genética
ObesidadeFatores
Endoteliais
Retenção Renal de
Sódio
Superfície de filtração
diminuída
Excesso de renina-
angiotensina
Alteração da membrana
celular
Hiperinsulinemia
Volume hídrico
Constrição Venosa
Pré-carga Contratilidade Constrição Funcional
Hipertrofia estrutural
Débito Cardíaco Resistência Perifèrica= x
FATORES DE RISCO
Idade
Em adultos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente
apenas da elevação na pressão diastólica, enquanto a partir da sexta
década o principal componente é a elevação da pressão sistólica .
O risco relativo de desenvolver doenças cardiovasculares
associado ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço
da idade.
Sexo e Etnia
A prevalência de hipertensão entre homens e
mulheres insinua que sexo não é um fator de risco
para hipertensão. Estimativas globais sugerem taxas
de hipertensão mais elevadas para homens até os 50
anos e para mulheres a partir da sexta década.
Hipertensão é mais prevalente
em mulheres afro descendentes,
com excesso de risco de
hipertensão, em relação às mulheres
brancas.
Nível socioeconômico mais baixo, está associado a maior
prevalência de hipertensão arterial e de fatores de risco de lesão em
órgãos alvos e eventos cardiovasculares.
Hábitos dietéticos, incluindo consumo de sal, ingestão de álcool
Índice de massa corpórea aumentado
Estresse psicossocial
Menos acesso aos cuidados de saúde
e nível educacional são possíveis fatores
associados.
HAS
Fatores Socioeconômicos
Hábitos Alimentares
O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de
hipertensão arterial. Populações que consomem dieta com
reduzido conteúdo deste, têm menor prevalência de hipertensão e
a pressão arterial não se eleva com a idade.
Obesidade
O excesso de massa corporal é um fator predisponente para
hipertensão, podendo ser responsável por 20 a 30% dos casos de
hipertensão arterial. Apesar do ganho de peso estar fortemente
associado com o aumento da pressão arterial, nem todos os
indivíduos obesos tornam-se hipertensos.
O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho
e destilados aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero
e a magnitude está associada à quantidade de etanol e à freqüência
de ingestão.
Álcool
DOENÇAS HIPERTENSIVAS
“Milhares e milhares
de pessoas estudaram
as doenças, mas
praticamente ninguém
estudou a saúde!”
Adele
Daves
É a doença vascular que mais acomete o sistema nervoso central; o
déficit neurológico é causado por lesões vasculares como hemorragia,
trombose, embolia ou espasmos. O número de pessoas acometidas por essa
patologia tem crescido em todo o mundo devido ao grau de estresse e
também pelos hábitos alimentares. As seqüelas dependem da localização,
do tamanho da lesão e da quantidade de fluxo sanguíneo colateral. A
alteração mais comum é a hemiplegia ou hemiparesia.
Existem dois tipos principais de acidentes vasculares encefálicos: o
isquêmico e o hemorrágico.
O acidente vascular encefálico isquêmico
(AVEI) caracteriza-se pela interrupção do fluxo
sanguíneo (obstrução arterial por trombos ou
êmbolos) em uma determinada área do
encéfalo, interferindo nas funções neurológicas
dependentes daquela região afetada.
O acidente vascular encefálico
hemorrágico (AVEH) deve-se a ruptura de um
vaso intracraniano, gerando o
extravasamento de sangue para o
parênquima cerebral ou espaço
subaracnóideo.
Suprimento de oxigênio diminuído
Vasoespasmo (estreitamento ou constrição súbita) de uma artéria
coronária
Demanda aumentada para o oxigênio (ex.; a partir de uma
freqüência cardíaca rápida).
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
É um processo que pode levar à necrose de parte do músculo
cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigênio.
Causas:
Fluxo sangüíneo reduzido em uma
artéria coronária devido a ruptura de uma
placa aterosclerótica e à subseqüente
oclusão da artéria por um trombo.
Insuficiência Cardíaca (IC)
Consiste na incapacidade do coração para bombear
sangue suficiente para atender às necessidades teciduais de
oxigênio e nutrientes, devido a sobrecarga hídrica ou a
perfusão tissular inadequada.
A sobrecarga hídrica e a perfusão tissular diminuída
resultam quando o coração não pode gerar um DC suficiente
para atender às demandas do organismo.
A IC resulta de varias condições cardiovasculares, incluindo
a hipertensão crônica. Essas condições
podem resultar em contração diminuída (sístole)
e ou enchimento diminuído (diástole).
PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO
Hábitos Alimentares Saudáveis
A adoção de hábitos alimentares saudáveis é um componente
muito importante da prevenção primária da hipertensão arterial, sendo
necessário manter o peso adequado, reduzir o consumo de sal,
moderar o de álcool, controlar o de gorduras e incluir alimentos ricos
em potássio na alimentação diária.
x
Peso Corporal
A manutenção do índice de massa corporal entre 18,5 e 24,9
kg/m2 é o ideal. Além disso, é importante que a circunferência da
cintura não seja superior a 102 cm para os homens e 88 cm para as
mulheres. Quando houver sobrepeso ou obesidade, a perda de 5% a
10% do peso inicial já traz benefícios. O consumo de calorias deve
estar de acordo com o gasto calórico diário, incluindo o gasto com
atividade física e evitando-se alimentos hipercalóricos e sem valor
nutricional. (4)
x
Tabagismo
O fumo e o único fator de risco totalmente evitável de doença e
morte cardiovasculares. Evitar esse hábito é um dos maiores
desafios em razão da dependência química causada pela nicotina.
No entanto, programas agressivos de controle ao tabagismo
resultam em redução do consumo individual e se associam à
diminuição de mortes cardiovasculares.
O controle do estresse emocional é necessário na prevenção
da hipertensão arterial. O treino desse controle resulta em:
redução da reatividade cardiovascular, redução da pressão arterial
e redução de variabilidade da pressão arterial, sendo
recomendado não só para hipertensos, mas também para aqueles
com fatores de risco para hipertensão arterial.
Estresse
A hipertensão arterial é considerada uma doença silenciosa,
pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas
no paciente, quando estes ocorrem são vagos e comuns a outras
doenças. Esta falta de sintomas pode fazer com que o paciente
esqueça de tomar o seu remédio ou até mesmo questione a sua
necessidade, o que leva a grande número de complicações, como
as doenças cardiovasculales.
CONCLUSÃO
Embora não exista cura para a Hipertensão Arterial Sistêmica, é
possível um controle eficaz, baseado quer na reformulação de
hábitos de vida, quer em medicação, permitindo ao paciente uma
melhor qualidade de vida.
Desta maneira enfermeiros é importante sempre manter-se
alerta:
•Prevenindo o aumento da PA com a idade
•Diminuindo a prevalência da hipertensão
•Aumentando a detecção e consciência
•Melhorando o controle da hipertensão
•Reduzindo fatores de risco cardiovasculares
• Reconhecendo a importância da HA sistólica
•Aumentando as oportunidades de tratamento
Lembre-se que promoção de saúde e prevenção de doenças
são os maiores aliados para se viver com saúde e com qualidade.
BIBLIOGRAFIA
1. Ferreira, V.B.,Chiapetti, N. et al. Qualidade de vida em adultos hipertensos
usuários de um programa multidisciplinar de tratamento. Disponível em
www.cipsi.uem.br/anais2007/trabalhos/getdoc.php?tid=199, acessado em
23/04/2010 às 20h20min.
2. Manuais de cardiologia. Disponível em
www.manuaisdecardiologia.med.br/Capa.htm acessado em 23/04/2010 as
21h00min.
3. SBC;SBH;SBN. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2006
4. Silva, J.L.L; Souza, S.L., Fatores de risco para hipertensão arterial sistêmica
versus estilo de vida docente. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, n. 3, 2004.
Disponível em www.fen.ufg.br , acessado em 23/04/2010 às 21h30min.
5. Smeltzer S. C.;Bare B.G.; Hinkle J.L.; Cheever K.H. Brunner &Suddarth Tratado
de Enfermagem Médico-Cirurgica. 11ª. Ed. Vol. 2, Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan 2009.