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Teorias da Comunicação Folkcomunicação Prof. Ms. Elizeu Silva

Aula 13 o meio é a mensagem marshall mc-luhan

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Teorias da Comunicação. O meio é a mensagem. Marshall McLuhan.

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Teorias da ComunicaçãoFolkcomunicação

Prof. Ms. Elizeu Silva

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FOLKCOMUNICAÇÃO

A Folkcomunicação tem origem com Luiz

Beltrão. Em 1963, ele fundou o Instituto de

Ciências da Informação da Universidade

Católica de Pernambuco (ICINFORM), que era

um centro acadêmico de caráter nacional de

estudos midiáticos. Também foi criador e editor

da primeira revista brasileira de Ciências da

Comunicação, a Comunicações & Problemas.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Segundo Beltrão, “um dos grandes

canais de comunicação coletiva é sem

dúvida, o folclore. Das conversas de

boca de noite, nas pequenas cidades

interioranas, na farmácia ou na barbearia; da troca de informações

trazidas pelo chofer de caminhão, pelo representante comercial ou

pelo ‘bicheiro’, ou, ainda, pelos versos do poeta distante, impressos

no folheto que se compra na feira (...) – é que a semente da

informação germinou no espírito dos analfabetos”.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

No início da década de 1980, enquanto a maioria dos

pesquisadores na área da comunicação estava voltada para a

problemática da comunicação de massa e suas mensagens, o

pesquisador brasileiro Luiz Beltrão lançou o livro ”Folkcomunicação:

a comunicação dos marginalizados”.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Beltrão busca identificar na cultura

popular um sistema pelo qual milhões

de brasileiros que estavam fora da

cultura erudita intercambiariam

mensagens, informações e educação

dentro de suas condições

socioeconômicas.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Folkcomunicação é, assim,

o processo de troca de

informações e

manifestações de opiniões,

ideias e atitudes da massa,

através de agentes e meios

ligados direta ou

indiretamente ao folclore.

(BELTRÃO, 2001, p. 79)

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FOLKCOMUNICAÇÃO

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FOLKCOMUNICAÇÃO

No sistema da Folkcomunicação, a comunicação é estruturada

como um processo horizontal, ou seja, semelhante à

comunicação interpessoal, pois suas mensagens são

elaboradas por um comunicador – o líder de opinião – que

conhece e vive a realidade da audiência, ainda que dispersa.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Pesquisas realizadas desde meados do século passado mostraram

que as pessoas são bastante influenciadas pelo contato face a face.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Com características acima da média em relação a conhecimento sobre

o tema, prestígio na localidade, mobilidade e contato com fontes

externas, esses líderes exercem o papel de "tradutores",

"intermediários" entre as mensagens midiáticas e o público.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Atuam, também, como conselheiros da audiência,

que os ouve e obtém respostas na forma de

manifestações da cultura popular.

Os líderes de opinião desempenham papel

importante na área de estudo da Folkcomunicação.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Os estudos iniciais sobre a folkcomunicação acompanham muitas

manifestações dos homens do campo, mais precisamente dos

“homens do campo que estão à margem dos centros de poder e

decisão, o que Beltrão chama de ‘marginalizados’”.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Beltrão se interessa

principalmente pela forma como

essa classe de pessoas

[marginalizados] cria e estabelece

processos de comunicação, e,

assim, transmite seus valores,

suas referências, seus

conhecimentos e sentimentos.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Beltrão divide os receptores marginalizados em três grupos distintos:

a. Os grupos rurais marginalizados, sobretudo devido ao isolamento

geográfico, à penúria econômica e ao baixo nível intelectual.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

b. Os grupos urbanos marginalizados, compostos de indivíduos

situados nos escalões inferiores da sociedade, constituintes

das classes subalternas, desassistidas, subinformadas e com

mínimas condições de acesso.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

c. Os grupos culturalmente marginalizados, urbanos ou rurais, que

representam contingentes de contestação aos princípios, à moral

ou à estrutura social vigente.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Ao estudar esses processos de comunicação, Beltrão percebeu que

os grupos marginalizados reelaboram a sociedade e suas relações,

apresentando uma visão própria à sua gente, diferente, e às vezes

questionadora, da visão dominante e institucionalizada.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

São Paulo – Os Gêmeos

Jerusalém

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

“É tempo de não continuarmos a apreciar nessas manifestações

apenas os seus aspectos artísticos, a sua finalidade diversionista, mas

procurarmos entendê-las como a linguagem do povo, a expressão do

seu pensar e do seu sentir, tantas vezes discordante e mesmo oposta

ao pensar e ao sentir das classes oficiais e dirigentes”. Luiz Beltrão.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Banksy

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Beltrão fez uma sistematização sobre as manifestações da

comunicação nordestina, ancorando-as nas teorias do folk-lore e

confrontando-as com os paradigmas da mass communication.

(MARQUES DE MELO, 2008, p. 20).

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Para o autor da folkcomunicação, um dos fatores que não

permitia a comunicação e a comunhão entre governo e povo,

elite e massa, residia no não reconhecimento dos primeiros em

relação aos segundos.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

“A literatura, a arte, as crenças, os ritos, a medicina, os

costumes dessas camadas sociais – os seus meios de

informação e de expressão – continuam ignorados em toda a

sua força e verdade”. (BELTRÃO, 1980, p. 18)

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

As classes populares criam e usam, então, meios próprios de

comunicação, tais como “folhetos, volantes, atos de presença,

grafitos”, entre outros.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

As camadas elitistas pretendem, como os romanos, os

colonizadores portugueses e outros povos do passado e

contemporâneos, civilizar nações, grupos e pessoas, impondo-

lhes seu imperialismo cultural, que inclui sobretudo a

dominação econômica e política, de acordo com modelos

tecnológicos e filosóficos que alcançaram e cuja eficácia lhes

conferiu a supremacia de que gozam.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: Wolfgang Teske

Esses grupos marginalizados se utilizam de “um outro

complexo de procedimentos, modalidades, meios e agentes

elaboradores e emissores de mensagens, ao nível de sua

vivência, experiência e necessidades,

e expressivas de sua

ideologia, aspirações e

opiniões”

(BELTRÃO, 1980, p. 23).

Ex-votos

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

No momento em que a sociedade midiática atinge o seu apogeu, a

Folkcomunicação de Luiz Beltrão mostra-se robustecida na Aldeia

Global de McLuhan. Bem contrário das previsões apocalípticas

daqueles que vaticinaram seu esgotamento gradativo.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

Trata-se de um campo de estudos que vem sendo fortalecido e

atualizado, justamente pela permanência, na sociedade de

classes, daquelas formas de sentir, pensar e agir dos segmentos

pauperizados, das comunidades situadas na marginalidade

cultural ou dos grupos que padecem a segregação política.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

Costumes, tradições, gestos e comportamentos de outros povos,

próximos ou distantes, circulam amplamente na aldeia global. Da

mesma forma, padrões culturais que pareciam sepultados na

memória nacional, regional ou local, ressuscitam profusamente.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

Facilitando a interação entre gerações

diferentes, eles permitem o resgate de

celebrações, ritos ou festas aparentemente

condenados ao esquecimento.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

O Brasil perfilava-se [perfila-se] como uma sociedade marcada pela

vigência de uma mídia elitista, ancorada nos valores da cultura erudita.

Donde a necessidade de decodificação das suas mensagens para

serem assimiladas pelas camadas populares da nossa sociedade.

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FOLKCOMUNICAÇÃO: José Marques de Melo

Em pesquisas posteriores BELTRÃO (1980)

comprovou que a imprensa, o rádio, a

televisão e o cinema difundem mensagens

que não logram a compreensão de vastos

contingentes populacionais. Esses bolsões

“culturalmente marginalizados” reagem de

forma nem sempre ostensiva,

robustecendo um sistema midiático

alternativo.

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FOLKCOMUNICAÇÃO

Bibliografia

GUARALDO, Tamara. O papel do líder de opinião na teoria da folkcomunicação. Revista

eletrônica Razón y Palavra. México. Disponível em www.razonypalabra.org.mx; Acesso em

25/11/2014.

MARQUES DE MELO, José. De volta ao futuro: da folkcomunicação à folkmídia. IN: SCHMIDT,

Cristina. Folkcomunicação na arena global: avanços teóricos e metodológicos. São Paulo,

Editora Ductor, 2006.

TESKE, Wolfgang. Teoria da folkcomunicação: da origem aos processos folkmidiáticos. IN:

FERNANDES, Guilherme Moreira; MARQUES DE MELO, José. Metamorfose da folkcomunicação:

antologia brasileira. São Paulo, Editae Cultural, 2013.