Transcript
  • SUMRIO

    Prefcio

    1.Carterecontedodoalfabetismovisual 52.Composio:fundamentossintticosdoalfabetismovisual 29

    :.3.Elementosbsicosdacomunicaovisual 514.Anatomia~amensagemvisual 855.A dinmicadocontraste1076.Tcnicasvisuais:estratgiasdecomunicao1317.A sntesedoestilovisual 1618.As artesvisuais:funoemensagem1839.Alfabetismo'Visual:comoeporqu 227

    Bibliografia233FontesdasIlustraes235

  • PREFCIO

    Seainvenodotipomvelcriouo imperativodeumalfabetismo.verbaluniversal,semdvidaa invenodacmeraedetodasassuasformasparalelas,quenocessamdesedesenvolver,criou,porsuavez,o imperativodoalfabetismovisualuniversal,umanecessidadequehmuitotemposefazsentir.O cinema,a televisoe os computadoresvisuaissoextensesmodernasdeumdesenharedeumfazerquetmsido,historicamente,umacapacidadenaturaldetodoserhumano,equeagorapareceter-seapartadodaexperi~ciado homem.

    A arteeo significadodaarte,a formaea fundocomponentevisualda expressoe dacomunicao,passarampor umaprofundatransformaonaeratecnolgica,semquesetenhaverificadoumamo-dificaocorrespondentenaestticadaarte.Enquantoo carterdasartesvisuaisedesuasrelaescomasociedadeeaeducaosofreramtransformaesradicais,aestticadaartepermaneceuinalterada,ana-cronicamentepresa idiadequeainflunciafundamentalparao en-tendimentoeaconformaodequalquernveldamensagemvisualdevebasear-sena inspiraono-cerebral.Emborasejaverdadequetodainformao,tantode inputquantodeoutput,devapassaremambososextremosporumarededeinterpretaosubjetiva,essaconsidera-

    . Literacyquerdizer"capacidadedelereescrever".Por extenso,significatantobem"educado","conhecimento","instruo",etc.,termos,porm,quenotradu-zemo verdadeirosentidodovocbulocomoeleaquiempregado.Paraevitaraintroduodeumneologismodesentidoobscuro,como,porexemplo,"alfabetidade",optou-seaquipor"a1fabetismo", definidonodicionrioAurliocomo"estadoouqualidadedealfabetizado".(N. T.)

  • I '

    2 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL PREFAcIO 3

    oisoladatransformariaa intelignciavisualemalgosemelhanteaumarvoretombandosilenciosamentenumaflorestavazia.A expres-sovisualsignificamuitascoisas,emmuitascircunstnciaseparamuitaspessoas. produtodeumaintelignciahumanadeenormecomplexi-dade,daqualtemos,infelizmente,umacompreensomuitorudimen-tar. Para tornaracessvelum conhecimentomaisamplodealgumasdascaractersticasessenciaisdessainteligncia,o presentelivroprope-seaexaminaroselementosvisuaisbsicos,asestratgiaseopesdastcnicasvisuais,asimplicaespsicolgicasefisiolgicasdacomposi-ocriativaea gamademeiose formatosquepodemseradequada-menteclassificadossob a designaoartese ofcios visuais.Esseprocesso o comeodeumainvestigaoracionale deumaanlisequesedestinamaampliaracompreensoeo usodaexpressovisual.

    Emboraestelivronopretendaafirmara existnciadesoluessimplesouabsolutasparaocontroledeumalinguagemvisual,ficaclaroquearazoprincipaldesuaexploraosugerirumavariedadedem-todosdecomposioedesignquelevememcontaadiversidadedaes-truturadomodovisual.Teoriaeprocesso,definioeexerccio,esta-.roladoa ladoaolongodetodoo livro~Desvinculadosumdo.outro,essesaspectosnopodemlevarao desenvolvimentodemetodologiasquepossibilitemumnovocanaldecomunicao,emltimainstnciasuscetveldeexpandir,comofazaescrita,osmeiosfavorveis inte-raohumana.

    A linguag~msimplesmenteumrecursodecomunicacoprpriodo homem.Queevoluiudesdesuaformaauditiva.purae primitiva.

    . ataca~acigadede!eree~c!eve~.A mesmaevoluodeveocorrercomtodasascapacidadeshumanasenvolvidasnapr-visualizao,nopla-nejamento,nodesenhoenacriaodeobjetosvisuais,dasimplesfa-bricaodeferramentase dosofciosata criaodesmbolos,e,finalmente,criaodeimagens,nopassadoumaprerrogativaexclu-sivadoartistatalentosoeinstrudo,mashoje,graassincrveispos-sibilidadesd~cmera,umaopoparaqualquerpessoainteressadaemaprenderumreduzidonmeroderegrasmecnicas.Mas o quedizerdoalfabetismovisual?Por sis,a reproduomecnicadomeioam-bientenoconstituiumaboaexpressovisual.Para controlaro as-sombrosopotencialda'fotografia,sefaznecessriaumasintaxevisual.O adventodacmeraumacontecimentocomparvelaodolivro,que

    originulmcnlebeneficiouo alfabetismo."EntreossculosXIII eXVI,aordcnnftoduspalavrassubstituiuainflexodaspalavrascomoprin-cipiodnslnlaxegramatical.A mesmatendnciasedeucoma forma-Rodaspalavras.Como surgimentodaimprensa,ambasastendnciaspnssllrampor umprocessodeacelerao,e houveum deslocamentodosmeiosauditivosparaosmeiosvisuaisdasintaxe/'. Paraquenosconsideremverbalmentealfabetizados precisoqueaprendamososcomponentesbsicosdalinguagemescrita:asletras,aspalavras,aor-tografia,a gramticae a sintaxe.Dominandoa leiturae a escrita,oquesepodeexpressarcomessespoucoselementoseprincpios real-menteinfinito.Umavezsenhordat~ni~,...9..ualquerindivduocapazdeproduzirno~penSmainfinitavariedade-desoluescriativasparaosproblemasdacmunicaoverbal,mastambmumestilopes-soal.A disciplinaestruturalestnaestruturaverbalbsica.O alfabe-tismosignificaqueumgrupocompartilhao significadoatribudoaumcorpocomumdeinformaes.O alfabetismovisualdeveoperar,dealgumamaneira,dentrodesseslimites.No sepodecontrol-Iomaisrigidamentequea comunicaoverbal;nemmaisnemmenos.(Sejacomofor, quemdesejariacontrol-Iorigidamente?)Seusobjetivossoos mesmosquemotivaramo desenvolvimentoda linguagemescrita:

    ~ui~ um sistemabsicoparaa aprendizagem,a identificao,acriaoea cOlnpreel1sodemensagensvisuaisquesejamacessveisatodasaspessoas,enoapenasquelasqueforamespecialmentetrei-nadas,comoo projetista,o artista,o artesoeoesteta.Tendoemvis-

    taesseobjetivo,~staobrapretendeserummanualbsicodetodasascomunicaeseexpressesvisuais,umestudodetodososcomponen-tesvisuaiseumcorpocomum.derecursosvisuais,coma conscinciae o desejode identificarasreasdesignificadocompartilhado.

    O modovisualconstituitodoumcorpodedadosque,comoalin-guagem,podemserusadosparacomporecompreendermensagensemdiversosnveisdeutilidade,desdeo puramentefuncionalatosmaiselevadosdomniosdaexpressoartstica. umcorpodedadosconsti-tudodepartes,umgrupodeunidadesdeterminadasporoutrasunida-

    * MarshallMcLuhan, "The Effect~fthePrintedBookou Languagein the16'hCentury", in Exploratonsin Communications,EdmundCarpentere MarshallMcLu-han,editores(Boston,Massachusetts,BeaconPress,1960).

  • 2 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL PREFAcIO 3

    oisoladatransformariaa intelignciavisualemalgosemelhanteaumarvoretombandosilenciosamentenumaflorestavazia.A expres-sovisualsignificamuitascoisas,emmuitascircunstnciaseparamuitaspessoas. produtodeumaintelignciahumanadeenormecomplexi-dade,daqualtemos,infelizmente,umacompreensomuitorudimen-tar. Para tornaracessvelum conhecimentomaisamplodealgumasdascaractersticasessenciaisdessainteligncia,o presentelivroprope-seaexaminaroselementosvisuaisbsicos,asestratgiaseopesdastcnicasvisuais,asimplicaespsicolgicasefisiolgicasdacomposi-ocriativaea gamademeiose formatosquepodemseradequada-menteclassificadossob a designaoartese ofcios visuais.Esseprocesso o comeodeumainvestigaoracionale deumaanlisequesedestinamaampliaracompreensoeo usodaexpressovisual.

    Emboraestelivronopretendaafirmara existnciadesoluessimplesouabsolutasparaocontroledeumalinguagemvisual,ficaclaroquea razoprincipaldesuaexploraosugerirumavariedadedem-todosdecomposioedesignquelevememcontaadiversidadedaes-truturadomodovisual.Teoriaeprocesso,definioeexerccio,esta-.roladoa ladoaolongodetodoo livro~Desvinculadosumdo.outro,essesaspectosnopodemlevarao desenvolvimentodemetodologiasquepossibilitemumnovocanaldecomunicao,emltimainstnciasuscetveldeexpandir,comofazaescrita,osmeiosfavorveis inte-raohumana.

    A linguagen.!simplesmenteumrecursodecomunicacoprDriodo homem.Queevoluiudesdesuaformaauditiva.purae Drimitiva.

    . atacal.?acic!~de!er.eescreve~.A mesmaevoluodeveocorrercomtodasascapacidadeshumanasenvolvidasnapr-visualizao,nopla-nejamento,nodesenhoenacriaodeobjetosvisuais,dasimplesfa-bricaode ferramentase dosofciosata criaode smbolos,e,finalmente,criaodeimagens,nopassadoumaprerrogativaexclu-sivadoartistatalentosoeinstrudo,masltoje,graassincrveispos-sibilidadesdl:\cmera,umaopoparaqualquerpessoainteressadaemaprenderumreduzidonmeroderegrasmecnicas.Mas o quedizerdoalfabetismovisual?Por sis,a reproduomecnicadomeioam-bientenoconstituiumaboaexpressovisual.Para controlaro as-sombrosopotencialda'fotografia,sefaznecessriaumasintaxevisual.O adventodacmeraumacontecimentocomparvelaodolivro,que

    originulnu:IIlCbeneficiouo alfabetismo."EntreossculosXIII eXVI,aordcnnlloduspalavrassubstituiuainflexodaspalavrascomoprin-cipiodll sintaxegramatical.A mesmatendnciasedeucorila forma-ftodu!!palavras.Como surgimentodaimprensa,ambasastendnciaspmularumpor umprocessodeacelerao,e houveum deslocamentodOIlmeiosauditivosparaosmeiosvisuaisdasintaxe.".Paraquenosconsideremverbalmentealfabetizados precisoqueaprendamososcomponentesbsicosdalinguagemescrita:asletras,aspalavras,aor-tografia,a gramticae a sintaxe.Dominandoa leiturae a escrita,oquesepodeexpressarcomessespoucoselementoseprincpios real-menteinfinito.Umavezsenhorgat~fnia,-9!Ialquerindivduocapazdeproduzirno~penasumainfinitavariedadedesoTuescriativasparaosproblemasdacmunicaoverbal,mastambmumestilopes-soal.A disciplinaestruturalestnaestruturaverbalbsica.O alfabe-tismosignificaqueumgrupocompartilhao significadoatribudoaumcorpocomumdeinformaes.O alfabetismovisualdeveoperar,dealgumamaneira,dentrodesseslimites.No sepodecontrol-Iomaisrigidamentequea comunicaoverbal;nemmaisnemmenos.(Sejacomofor, quemdesejariacontrol-Iorigidamente?)Seusobjetivossoos mesmosquemotivaramo desenvolvimentoda linguagemescrita:construirum sistemabsicoparaa aprendizagem,a identificao,a- - -criaoea compreensodemensagensvisuaisquesejamacessveisatod~saspessoas,enoapenasquelasqueforamespecialmentetrei-nadas,comoo projetista,o artista,o artesoeo esteta.Tendoemvis-

    taesseobjetivo,~staobrapretendeserummanualbsicodetodasascomunicaeseexpressesvisuais,umestudodetodososcomponen-tesvisuaiseumcorpocomumderecursosvisuais,coma conscinciae o desejode identificaras reasdesignificadocompartilhado.

    O modovisualconstituitodoumcorpodedadosque,comoalin-guagem,podemserusadosparacomporecompreendermensagensemdiversosnveisdeutilidade,desdeo puramentefuncionalatosmaiselevadosdomniosdaexpressoartstica. umcorpodedadosconsti-tudodepartes,umgrupodeunidadesdeterminadasporoutrasunida-

    * MarshallMcLuhan,"The Effect~fthePrintedBookou Languagein the16'hCentury", in Exp/oratonsin Communications.EdmundCarpentere MarshallMcLu-han,editores(Boston,Massachusetts,BeaconPress.1960).

  • 4 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    des,cujosignificado,emconjunto,umafunodo significadodaspartes.Comopodemosdefinirasunidadeseo conjunto?Atravsdeprovas,definies,exerccios,observaese, finalmente,linhasmes-tras,quepossamestabelecerrelaesentretodososnveisdaexpres-so visual e todas as caractersticasdas artesvisuaise de seu

    '''significado''.Detantobuscaro significadode"arte", asinvestiga-esacabampor centralizar-senadelimitaodo papeldo contedonaforma.Nestelivro,todaaesferadocontedonaformaserinves-tigadaemseunvelmaissimples:a importnciadoselementos,indivi-

    duais,comoa cor, o tom,a linha,a texturaea proporo;o poderexpressivodastcnicasindividuais,comoaousadia,asimetria,a rei-teraoeanfase;eo contextodosmeios,queatuacomocenriovi-sualparaasdecisesrelativasao'design,comoapintura,a fotografia,aarquitetura,a televisoeasartesgrficas. inevitvelqueapreocu-paoltimado alfabetismovisualsejaa formainteira,o efeitocu-mulativodacombinaodeelementosselecionados,amanipulaodasunidadesbsicasatravsdetcnicasesuarelaoformalecompositi-va como significadopretendido.

    A foraculturaleuniversaldocinema,dafotografiaedatelevi-so,naconfiguraodaauto-imagemdohomem,da medidadaur-gnciado ensinodealfabetismovisual,tantoparaoscomunicadoresquantoparaaquelesaosquaisa comunicaosedirige.Em 1935,Moholy-Nagy,obrilhanteprofessordaBauhaus,disse:"Os iletradosdo futurovo ignorartantoo usodacanetaquantoo dacmera.l'O futuro agora.O fantsticopotencialdacomuniaouniversal,implcitonoalfabetismovisual,estesperadeumamploearticula-do desenvolvimento.Com o presentelivro, damosum modestopri-meiropasso. o

    1

    CARTER E CONTEDoDO ALFABETISMO VISUAL

    Quantosde ns vem?

    II

    Queamploespectrodeprocessos,atividades,funes,atitudes,essasimplespe~guntaabrange!A listalonga:perceber.compreender.con-t.emplar,o_bservar,,fIescq!>rirl..re..c.9!!h!:~L_vjsuaU:z;sy:,e.~junjQal,",ler,olhar.As conotaessomultilaterais:daidentificaodeobjetossim-plesaousodesmbolosedalinguagemparaconceituar,dopensamen-toindutivoaodedutivo.O nmerodequesteslevantadasporestanicapergunta:"Quantosden6svem?",nosdachavedacomplexidadedocarteredocontedodaintelignciavisual.Essacomplexidadeser~fletenasinmerasmaneirasatravsdasquaisestelivrovaipesquisaranaturezadaexperinciavisualmedianteexploraes,anlisesedefi-

    o nies,quelhepermitamdesenvolverumametodologiacapazdeins-truirtodasaspessoas,aperfeioandoaomximosuacapacidade,nos6decriadores,mastambmdereceptoresdemensagensvisuais;em0!ltraspalavras,capazdetransform-Iasemindivduosvisualmenteal-eabetizados.

    A primeiraexperinciaporquepassaumacrianaemseuproces-sodeaprendizagemocorreatravsdaconscinciattil.Almdesseco-nhecimento"manual", o reconhecimentoincluio olfato,a audioeo paladar,numintensoefecundocontatocomo meioambiente.Es-

    sessentidossorapidamenteintensificadosesuperadospeloplanoic~nico - a capacidadedever, reconhecere compreender,emtermos)visuais,asforasambientaiseemocionais.Praticamentedesdenossa

  • 6 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    "

    primeiraexperincianomundo,passamosaorganizarnossasnecessi-dadesenossosprazeres,nossasprefernciasenossostemores,combasenaquiloquevemos.Ou naquiloquequeremosver.Essadescrio,po-rm,apenasa pontado iceberg,enoddeformaalgumaaexatamedidado podere da importnciaqueo sentidovisualexercesobrenossavida.Ns o aceitamossemnosdarmoscontadequeelepodeseraperfeioadonoprocessobsicodeobservao,ou ampliadoatconverter-senumincomparvelinstrumentodecomunicaohumana.Aceitamosa capacidadedeverdamesmamaneiracomoa vivencia-mos- semesforo.

    Paraosquevem,o processorequerpoucaenergia;osmecanis-mosfisiolgicossoautomticosnosistemanervosodohomem.Nocausaassombroo fatodequeapartirdesseoutputmnimorecebamosumaenormequantidadedeinformaes,detodasasmaneirase emmuitosnveis.Tudoparecemuitonaturalesimples,sugerindoquenohnecessidadededesenvolvernossacapacidadedeveredevisualizar,equebastaaceit-Iacomoumafunonatural.Emseulivro Towards

    a VisualCu/ture,CalebGattegnoc~menta,_referinc.!C?-s~~nM!!!~osentidovisl!al:"EmQQr.a.lls.a.d.aPPbPg~com..tanta_!laturalid~.~.,,-~vi-soaindanoproduziusuacivilizaS.o.b-visoveloz,degraI1c1eat-cance,simultaneamenteanalticaesinttic!.Requertopoucae!1~r8.iae,arafuncionar.!somof1!!!,ciona,~velQcidadedaJu~!..qll~Il2-Sj)~rmitereceberecOI1~ervarumnl!!eroiI1finitode~I1idaclesdeinfoLma,[O.Jlll-mafraodeseg_u.!!dos.~'A observaodeGattegnoumtestemunhodariquezaassombrosadenossacapacidadevisual,oquenostornapro-

    pensosa concordarentusiasticamentecomsuasconcluses:"Com a1viso,o infinitonosdadodeumasvez;a riquezasuadescrio."J

    Nodifcildedetectara tendncia informaovisual~ocom-portamentohumano.Buscamosumreforovisualdenossoconheci-mentopor muitasrazes;a maisimportantedelaso carterdiretodainformao,aproximidadedaexperinciareal.Quandoanavees-pacialnorte-americanaApoIoXI ~Iunissou,equandoos primeirosevacilantespassosdosastronautastocarama superfcieda lua,quan-tos,dentreos telespectadoresdo mundointeiroqueacompanhavamatransmissodoacontecimentoaovivo,momentoamomento,teriampreferidoacompanh-Ioatravsdeumareportagemescritaou falada,pormaisdetalhadaoueloqentequeelafosse?~ssaocasiohistrica

    rIt

    I'

    CARTER E CONTE-6DO DO ALFABETISMO VISUAL 7

    ~I4pt'nRAumexemplodaprefernciado homempelainformaovi-111/11.II~muitosoutros:o instantneoqueacompanhaacartadeumoml"oqueridoqueseachadistante;o modelotridimensionaldeumnovocdlflcio.Por queprocuramosessereforovisual?Ver~u~ ex-

    pod~ndudireta,_eautiliza

  • 8 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUALCARTER E CONTEDO DO ALFABETISMO VISUAL 9

    precisacomer;parafaz-Io,precisadeinstrumentosparacaarema-tar,lavrarecortar;precisaderecipientesparacozinharedeutensliosnosquaispossacomer.Precisaprotegerseucorpovulnerveldasmu-danasclimticasedomeioambientetraioeiro,eparaissonecessitadeferramentasparacosturar,cortaretecer.Precisamanter-sequenteesecoeproteger-sedospredadores,e paratantoprecisoquecons-truaalgumtipodehbitat.As sutilezasdaprefernciaculturaloudalocalizaogeogrficaexercempoucainflunciasobreessasnecessida-des;somenteainterpretaoeavariaodistinguemo produtoemter-mosdaexpressocriadora,comorepresentantedeumtempoou lugar

    -D especficos.Na readodesign~d!!.fab_ricl!odasn~cessida&iliferenal1laiscitadaentreo utilitrioeo puramenteartst!co~o~ralldemotivaoquel~vaproduodobelo.Esseo domniodaesttica,daindagaosobreanaturezadaperceposensorial,daexperinciadobeloe,talvez,damerabelezaartstica.Massomuitasasfinalidadesdasartesvisuais.Scrateslevantaa questode"as ex-perinciasestticasteremvalorintrnseco,oudesernecessriovaloriz-.Iasouconden-Iaspor seuestmuloaoqueproveitosoebom". "Aexperinciadobelonocomportanenhumtipodeconhecimento,sejaelehistrico,cientficoou filosfico",diz ImmanuelKant. "Dela sepodedizerqueverdadeiraportornar-nosmaisconscientesdenossaatividademental."Sejaqualfor suaabordagemdoproblema,osfil-sofosconcordamemquea arteincluium tema,emoes,paixesesentimentos.Novastombitodasdiversasartesvisuais,religiosas,so-ciaisoudomsticas,o temasemodificacoma inteno,tendoemco-mumapenasa capacidadede comunicaralgo de especficoou de

    abstrato.ComodizHenriBergson:"A arteapenasumavisomaisdiretadarealidade."Em outraspalavras,mesmonessenvelelevadodeavaliao,asartesvisuaistmalgumafunoouutilidade. fciltraarumdiagramaquesituediversosformatosvisuaisemalgumare-laocomessaspolaridades.A figura1.1apresentaumamaneiradeexpressarastendnciasatuaisemtermosdeavaliao:

    ~VJ < uo ~ o o < .ii;;

    ~ !i ::> !;;: ,< ~ =i!~~ ~ ~ ~ ~ ~ o g~::>5 ~ :; ~ fo- o ~ ffi[g~~~ ~~ ~ ~ ~~~ ~---~---~---~---~ ~------------

    BELAS-ARTES ARTES APLICADAS

    FIGURA 1.1

    Essediagramaficariamuitodiferenteserepresentasseoutracul-tura,co.!!1o,porexemplo,a pr-renascentista(fig.1.2),

    ~ o::>

  • 10 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL CARTER E CONTEDODO ALFABETISMO VISUAL 11

    II

    Muito'antesdaBauhaus,WilliamMorriseospr-rafaelitasj seinclinavamnamesmadireo."A arte", diziaRuskin,porta-vozdo

    grupo," una.equalquerseparao~ntreQelas-a!:.t~artesaplicadas destrutivae artificial."Os pr-rafaelitasacrescentavama essateseumadistinoqueosafastavatotalmentedafilosofiaposteriordaBau-haus- rejeitavamtodotrabalhomecanizado.O quefeitopelamobelo,acreditavam,eaindaqueabraassema causadecompartilharaartecomtudo,o fatodevoltaremascostasspossibilidadesdapro-duoemmassaconstituaumanegaobviadosobjetivosqueafir-mavamseguir.

    Em suavoltaaopassadopararenovaro interesseporumartesa-natoorgulhosoeesmerado,o queogrupodomovimentolideradoporMorris, "ArteseOfcios", naverdadeafirmavaeraa impossibilidadedeproduzirartedesvinculadadoartesanato- umfatofacilmentees-quecidonaesnobedicotomiaentreasbelas-arteseasartesaplicadas.Duranteo Renascimento,oartistaaprendiaseuofcioapartirdetare-

    fassimples,,apesardesuaelevadaposiosocial,compartiJhavasuaguildaou sua.agremiaocomo verdadeiroarteso.Issogeravaumsistemadeaprendizagemmaisslido,e, o queeramaisimportante,

    me~orespecializao.Havialivreinteraoentreartistaearteso,eosdoispodiamparticipardetodasasetapasdotrabalho;anicabar-reiraa separ-Ioserao respectivograudehabilidade.Com o'passardotempo,porm,modificam-seosprocedimentos.O queseclassificacomo"arte" podemudarcomtantarapidezquantoaspessoasquecriamessertulo."Um corodealeluias",dizCarl Sandburgemseu

    poema"The People,Yes", "eternamentetrocandodesolista."-t;> A conceococontemoorneadasartes"y.~!!.ais~I:\ncouoaraalmdameraoolaridadeentreasartes"belas" eas"aolicadas".epassouaabordarquestesrelativa~~'illres~osubietivae funcoobietiva,tendendo.maisumavez.~~ssog~~QIii.!lt~rpret~!olndivLdualc011!

    !!.~'illres~ocri~~()!acoI1!()l?e.!t~~cente-s"belas-artes",e resQ2~ta.. finalidadee aousocomo~tenc~Q.teao mbit~d~ "artesaplica-

    ~". Um pintordecavaletequetrabalheparasimesmo,semapreo-cupaodevender,estbasicamenteexercendoumaatividadequelhedprazerenoo levaa preocupar-secomo mercado,sendo,assim,quasequeinteiramentesubjetiva.Umartesoquemodelaumrecipientedecermicapodeparecer-nostambmsubjetivo,poisda suaobra

    a formaeo tamanhoquecorrespondema seugostopessoal.Em seucaso,porm,humapreocupaodeordemprtica:essaformaquelheagradapodersertambmumbomrecipienteparaa gua?Essa

    modificaodautilidadeimp~aodesignerumcertograudeobjetivi-dadequenotoimediatamentenecessria,nemtoaparentenaobradopintordecavalete.O aforismodoarquitetonorte-americanoSulli-van,"A formaacompanhaa funo",encontrasuailustraomxi-ma no designerde avies,quetemsuasprefernciaslimitadaspelaindagaodequaisformasaseremmontadas,quaisproporesema-teriaissorealmentecapazesdevoar.A formado prod\,Jtofinalde-pendedaquiloparaqueeleserve.Masnoquedizrespeitoaosproblemasmaissutisdodesignhmuitosprodutosquepoderprefletirasprefe-rnciassubjetivasdodesignere,aindaassim,funcionarperfeitamentebem.O designerno o nicoa enfrentara questodesechegaraummeio-termoquandoo queestempautao gostopessoal. co-mumqueumartistaouumescultortenhademodificarumaobrapelofatodeterrecebidoa encomendadeumclientequesabe'exatamenteo quedeseja.As interminveisbrigasdeMichelangelo,porcausadasencomendasquelheforamfeitaspordoispapas,constituemosexem-plosmaisvivoseilustrativosdoproblemacomquesedeparaumartis-ta ao terdemantersuasidiaspessoaissobcontroleparaagradaraseusclientes.Mesmoassim,ningumseatreveriaadizerque"O juzofinal" ou o "Davi" soobrascomerciais.

    OsafrescosdeMichelangeloparao tetodaCapelaSistinademons-tramclaramentea fragilidadedessafalsadicotomia.Comorepresen-

    tantedas necessidadesda Igreja, o papa influenciou.asidiasdeMichelangelo,asquaistambmforam,porsuavez,modificadaspelasfinalidadesespecficasdomural.Trata-sedeumaexplicaovisualda"Criao" paraumpblicoemsuamaiorparteanalfabetoe,portan-to, incapazdelerahistriabblica.Mesmoquesoubesseler,essep-blico no conseguiriaapreenderde modo to palpveltoda adramaticidadedo relato.O muralumequilbrioentreaabordagemsubjetivaeaabordagemobjetivadoartista,eumequilbriocompar-velentrea puraexpressoartsticaeo carterutilitriodesuasfinali-dades.Essedelicadoequilbrio extraordinariamenteraro nasartesvisuais,mas,semprequealcanado,temaprecisodeumtirocertei-ro. Ningumquestionariaessemuralcomoumprodutoautnticodas

    tilII

    li

    III1

  • 12 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL l:r\RTER E CONTEDODOALFABETlSMO VISUAL 13

    "belas-artes"e,noentanto,eletemumpropsitoeumautilidadeqUecontradizemadefiniodasupostadiferenaentrebelas-arteseartes

    aplicadas:as "aplicadas"devemserfuncionais,eas"belas" devemprescindirdeutilidade.Essaatitudeesnobeinfluenciamuitosartistasdeambasasesferas,criandoumclimadealienaoeconfuso.Pormaisestranhoqueparea,trata-sedeumfenmenobastanterecente.A noode"obradearte"moderna,sendoreforadapeloconceitodemuseucomorepositriodefinitivodobelo.Um certopblico,en-tusiasticamenteinteressadoemprostrar-seematitudederevernciadian-tedoaltardabeleza,delaseaproximasemsedarcontadeumambienteinacreditavelmentefeio.Tal atitudeafastaaartedoessencial,confere-lheumaauradealgoespeciale ineonseqenteaserreservadoapenasaumaeliteenegao fatoinquestionveldequoelainfluenciadapornossavidaenossomundo.Seaceitarmosessepontodevista,estare-mosrenunciandoaumapartevaliosadenossopotencialhumano.Nosnostransformamosemconsumidoresdesprovidosdecritriosbemdefinidos,comotambmnegamosa importnciafundamentaldaco-municaovisual,tantohistoricamentequantoemtermosdenossapr-pria vida.

    li,

    o ltimobaluartedaexclusividadedo"artista"aqueletalentoes-

    pecialqueo caracteriza:a capacidadededesenhare reproduziro am-bientetal comoestelheaparece.Em todasassuasformas,a cmeraacaboucomisso.Elaconstituioltimoelodeligaoentreacapacidadeinatadeverea capacidadeextrnsecaderelatar,interpretareexpressar,o quevemos,prescindindodeumtalentoespecialoudeumlon~oapren-dizadoquenospredisponhaaefetuaro processo.H poucasdvidasdequeoestilodevidacontemporneotenhasidocrucialmenteinfluenciadopelastransformaesqueneleforaminstauradaspeloadventoda foto-grafia.Emtextosimpressos,apalavraoelementofundamental,enquan-toosfatoresvisuais,comoo cenriofsico,o formatoea ilustrao,sosecundriosounecessriosapenascomoapoio.Nosmodernosmeiosdecomunicaoaconteceexatamenteocontrrio.O visualpredomina,over-baltema funodeacrscimo.A impressoaindanomorreu,e com

    certezanomorrerjaJ11ais;noobstante,nossaculturadominadapelalinguagemj sedeslocousensivelmenteparao nvelicnico.Quasetudoemqueacreditamos,ea maiorpartedascoisasquesabemos,aprende-

    mosecompramos,reconhecemosedesejamos,vemdete~minadopelodomnioquea fotografiaexercesoprenossapsique.E essefenmenotendea intensificar-se.

    O graudeinflunciada fotografiaemtodasassuasinmerasva-riantesepermutaesconstituiumretorno importnciadosolhosemnossavida.Em seulivroTheAct of Creation.ArthurKoestlerobserva:

    )"Qpensamentoatrav~~deimagensdomi~~ m~.yfestaesdo ilJWns-cien~ o sonho,o seI1]i-sonhohiPQaggic~,asalucinaespsic4tJcaseavi!odoartist~.(O profetavisionrioparecetersidoumvisualizador,enoumverbalizador;o maiordoselogiosquepodemosfazeraosquesesobressaememflunciaverbalcham-losde'pensadoresvision-rios'.)" Ao ver1fazemosum~randenUJ!l~!:..odec()i.~s:vivencLafiQ.So9.!Ie~st~contecendo.Qemaneiradireta,d~scobri.!Dosalgo@e nuncaha-vamosp'ercebido.talveznemmesmovisto.o...D.~lelll~zamo-nos.atravs~eumasrie~c:.experinciasvisuais~dea!89g'!.e~c~baI1!osporrec

  • ~ -

    14 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL

    Conhecimentovisuale linguagemverbal

    I

    II .I

    Visualizarsercapazdeformarimagensmentais.Lembramo-nosdeumcaminhoque,nasruasdeumacidade,noslevaaumdeterminadodesti-no,eseguimosmentalmenteumarotaquevaideumlugaraoutro,veri-ficandoaspistasvisuais,recusandooquenonosparececerto,voltandoatrs,efazemostudoissoantesmesmodeiniciarocaminho.Tudomen-talmente.Porm,deummodoaindamaismisteriosoemgico,criamosa visode umacoisaque nuncavimosantes.Essaviso,ou pr-visualizao,encontra-seestreitamentevinculadaaosaltocriativoesn-dromedeheureca,enquantomeiosfundamentaisparaasoluodepro-blemas.E exatamenteesseprocessodedarvoltasatravsdeimagensmentaisemnossaimaginaoquemuitasvezesnoslevaasoluesedes-cobertasinesperadas.Em TheAct of Creation.Koestlerformulaassimo processo:"O Densamentoporconceitossurgiudopensamentoporima-gensatravsdohmtodesel!Y.Qlvjmenjodpsp_o

  • 16 SINTAXE I>ALINGUAGEM VISUAL l.:ARTERE CONTEDODO ALFABETlSMO VISUAL 17

    tescomponenteseestrutura,porquenoo outro?Qualquersistemadesmbolosumainvenodo homem.Ossistemasdesmbolosquecha-mamosdelinguagemsoinvenesou refinamentosdoqueforam,emoutrostempos,percepesdoobjetodentrodeumamentalidadedespo-jadadeimagens.Daaexi~tnciadetantossistemasdesmbolosetantaslnguas,algumasligadasentresiporderivaodeumamesmaraiz,eou-trasdesprovidasdequaisquerrelaesdessetipo.Osnmeros,porexem-plo,sosubstitutosdeumsistemanicoderecuperaodeinformaes,o mesmoacontecendocomasnotasmusicais.Nosdoiscasos,a facilida-dedeaprendera informaocodificadabaseia-senasnteseoriginaldosistema.Ossignificadosso'atribudos,esedotacadasistemaderegrassintticasbsicas.Existemmaisdetrsmil lnguasemusocorrentenomundo,todaselasindependentese nicas.Em termoscomparativos,alinguagemvisualtomaisuniversalquesuacomplexidadenodeveserconsideradaimpossveldesuperar.As linguagenssoconjuntoslgicos,masnenhumasimplicidadedessetipopodeseratribudaintelignciavi-sual,etodosaqueles,dentrens,quetmtentadoestabelecerumaana-logiacoma linguagemestoempenhadosnumexercciointil.I Existe,porm,umaenormeimportncianousodapalavra"alfabe-tismo"emconjunocoma palavra"y!~al"..:-A-yi~..Q_}!a~ural;criarecompreend~!I!~nsagc:m.~visuaisnatur~l~t~f

  • 18 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL

    \ qualquermetodologiae a quaisquermeiosquenospermitamalcanar

    \0 alfabetismovisual.Contudo,a exignciadeestudodosmeiosdeco-municaoj ultrapassoua capacidadedenossasescolase faculdades.Diantedodesafiodoalfabetismovisual,nopoderemoscontinuarman-tendopor muitomaistempoumaposturadeignornciado assunto.Comofoiquechegamosaessebecosemsada?Dentretodososmeios

    decomunicaohumana,o visualo nicoquenodispedeumcon-juntodenormasepreceitos,demetodologiaedenemumnicosistemacomcritriosdefinidos,tantoparaa expressoquantoparao entendi-mentodosmtodosvisuais.Por que,exatamentequandoo desejamosedeletantoprecisamos,o alfabetismovisualsetornatoesquivo?Norestadvidadequesetornaimperativaumanovaabordagemquepossasolucionaressedilema.

    CARTER E CONTEDODOALFABETlSMO VISUAL 19

    Uma abordagemdo alfabetismovisual

    oeasforascinestsicas,denaturezapsicolgica,sodeimportn-cia fundamentalparao processovisual.O modocomonosmantemosemp,nosmovimentamos,mantemoso equilbrioenosprotegemos,reagimos luz ou ao escuro,ou aindaa um movimel1tosbito,sofatoresquetmumarelaoimportantecomnossamaneiraderecebere interpretarasmensagensvisuais.Todasessasreaessonaturaiseatuamsemesforo;noprecisamosestud-Iasnemaprendercomoefetu-Ias.Mas elassoinfluenciadas,e possivelmentemodificadas,

    porestadospsicolgicosecondicionamentosculturais,e, por ltimo,pelasexpectativasambientais'.O modocomoencaramoso mundoquasesempreafetaaquiloquevemos.O processo,afinal,muitoindividualparacadaumdens.O controledapsique freqentementeprogra-madopeloscostumessociais.Assimcomoalgunsgruposculturaisco-memcoisasquedeixariamoutrosenojados,temosprefernciasvisuaisarraigadas.O indivduoque cresceno modernomundoocidentalcondiciona-sestcnicasdeperspectivaqueapresentamummundosin-tticoe tridimensionalatravsdapinturaedafotografia,meiosque,naverdade,soplanosebidimensionais.Um aborgineprecisaapren-deradecodificara representaosintticadadimensoque,numafo-tografia,sedatravsdaperspectiva.Temdeaprenderaconveno; incapazdev-Ianaturalmente.O ambientetambmexerceumpro-fundocontrolesobrenossamaneiradever.O habitantedasmonta-nhas,por exemplo,temdedarumanovaorientaoa seumododeverquandoseencontranumagrandeplancie.Emnenhumoutroexem-plo issosetornamaisevidentedo quenaartedosesquims.Tendoumaexperinciatointensadobrancoindiferenciadodaneveedoculuminosoemseumeioambiente,.queresultanumobscurecimentodohorizonteenquantoreferncia,a artedosesquimstomaliberdadescomos elementosverticaisascendentese descendentes.

    Apesardessasmodificaes,h umsistemavisual,perceptivoebsico,quecomumatodosossereshumanos;osistema,porm,estsujeitoavariaesnostemasestruturaisbsicos.A sintaxevisualexis-te,esuacaractersticadominanteacomplexidade.A complexidade,porm,noseope definio.

    Umacoisacerta.O alfabetismovisualjamaispoderserumsis-tematolgicoeprecisoquantoalinguagem.As linguagenssosiste-masinventadospelohomemparacodificar,armazenaredecodificar

    Temosumgrandeconhecimentodossentidoshumanos,especialmentedaviso.NosabemostuClo,masconhecemosbastante.Tambmdispo-mosdemuitossistemasdetrabalhoparaoestudoeaanlisedoscompo-nentesdasmensagensvisuais.Infelizmente,tudoissoaindanoseintegrouemumaformavivel.A classificaoeaanlisepodemserdefatoreve-ladorasdo quesempreali esteve,asorigensdeumaabordagemviveldo alfabetismovisualuniversal.

    Devemosbuscaro alfabetismovisualemmuitoslugaresedemuitasmaneiras,nosmtodosdetreinamentodeartistas,naformaotcnicadeartesos,nateoriapsicolgica,nanaturezaenofuncionamentofisio-

    ):6 icodo prprioorganismohumano.

    A sintaxevisualexiste.H linhas~eraisparaacriacodecomposi-ces.H elementosbsicosQuepodemseraorendidosecomoreenc;Jiqosportodososestudiososdosmeiosdecomunicac~.Qy-isualLsejam.elesar-Q.iliisouno,equepodemserusados,emconjuntocomtcnicasmani-pulativas,paraa criaode.!!!e~ens ~is\!ai~

  • I, '

    20 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL CARTER E CONTEDODO ALFABETISMO VISUAL 21

    informaes.Suaestrutura,portanto,temumalgicaqueo alfabetis-mo visual incapazdealcanar.

    EmThelnte/ligentEye,R. L. Gregoryrefere-seaelescomo"cartoonsof cartoons"." Porm,mesmoquandoexistemcomocomponenteprincipaldo

    modovisual,ossmbolosatuamdi,ferentementedalinguagem,e,defato,pormaiscompreensveletentadora.quepossaser,atentativadeencontrarcritriosparao alfabetismovisualnaestruturadalingua-gemsimplesmentenofuncionar.Masos smbolos,enquantofora\no mbitodo alfabetismovisual,sodeimportnciae viabilidad$Yenormes.

    A mesmautilidadepar.acompormateriaise mensagensvisuaisencontra-senosoutrosdoisnveisdaintelignciavisual.Sabercomofuncionamnoprocessodaviso,edequemodosoentendidos,podecontribuirenormementeparaacompreensodecomopodemserapii-cados comunicao.- Q.n.t~lreoresentacionaldaintelignciavisualfortemente~L~~do p~laexperinciadj!et.~Q.ueultrap-assa_aDerceoco.Ap'r~~

  • 22 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL

    veisestruturaisdomodovisual~~sociando2termodePiaget,"sincr-

    tico". paraa visoinfantildoID.!:IDdo~travsdaaxte,cOJUo concettQ.deno-diferenciao.Ehrenzweigdescrevea crianacomosendoca-pazdevertodooconjuntonumaviso"global". Essetalento,acredi-taele,nuncavemaserdestrudonoadulto,epodeserutilizadocomo

    "um poderosoinstrumento".Outx:.a!llal1eirade@alis~~ sis~dplicedevisoreconhecerquetudooquevemosecriamoscompe-~d

  • 24 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUALCARTER E CONTEDODOALFABETISMO VISUAL 25

    ca dastcnicasvisuais o contraste,quesemanifestanumarelaodepolaridadecoma tcnicaoposta,a harmonia.Nosedevepensarqueo usodetcnicass sejaoperativonosextremos;seuusodeveexpandir-se,numritmosutil,por umcontinuumcompreendidoentreumapolaridadeeoutra,comotodososgrausdecinzaexistentesentreo brancoe o negro.Somuitasastcnicasquepodemseraplicadasna buscadesoluesvisuais.Aqui estoalgumasdasmaisusadasedemaisfcilidentificao,dispostasdemodoademonstrarsuasfon-tesantagnicas:

    quantoelementosdeconexoentrea intenoeo resultado.Inversa-mente,oconhecimentodanaturezadastcnicascriarumpblicomaisperspicazparaqualquermanifestaovisual.

    Emnossabuscadealfabetismovisual,devemosnospreocuparcomcadaumadasreasdeanliseedefinioacimamencionadas;asfor-asestruturaisqueexistemfuncionalmentenarelaointerativaentreosestmulosvisuaiseoorganismohumano,tantoaonvelfsicoquan-to ao nvelpsicolgico;o carterdoselementosvisuais;eo poderdeconfiguraodastcnicas.Almdisso,assoluesvisuaisdevemserregidaspelaposturae pelosignificadopretendidos,atravsdo estilopessoalecultural.Devemos,finalmente,consideraromeioemsi,cujocarterecujaslimitaesiroregerosmtodosdesoluo.A cadapassodenossosestudosserosugeridosexercciosparaampliaro entendi-mentodanaturezada expres$ovisual.

    Emtodososseusinmerosaspectos,o processocomplexo.Noobstante,nohporquetransformaracomplexidadenumobstculocompreensodomodovisual.Certamentemaisfcildispordeumconjuntodedefiniese limitescomunsparaaconstruoou acom-posio,masasimplicidadetemaspectosnegativos.Quantomaissim-plesa frmula,maisrestritosero potencialdevariaoeexpressocriativas.Longedesernegativa,a funcionalidadeda intelignciavi-sualemtrsnveis- realista,abstratoesimblico- tema nosofere-cerumainteraoharmoniosa,por maissincrticaquepossaser.

    Quandovemos,fazemosmuitascoisasaomesmotempo.Vemos,perifericamente;umvastocampo.Vemosatravsdeummovimentodecimaparabaixoedaesquerdaparaa direita.Comrelaoaoqueisolamosemnossocampovisual,impomosnoapenaseixosimplci-tosqueajustemo equilbrio,mastambmummapaestruturalquere-gistreemeaaaodasforascompositivas,tovitaisparaocontedoe,conseqentemente,parao inputeooutputdamensagem.Tudoissoaconteceao mesmotempoemquedecodificamostodasascategoriasdesmbolos.

    Trata-sedeumprocessomultidimensional,cujacaractersticamaisextraordinriaasimultaneidade.Cadafunoestligadaaoproces:soecircunstncia,poisavisonosnosofereceopesmetodol-gicasparao resgatedeinformaes,mastambmopesquecoexistemesodisponveiseinterativasnomesmomomento.Osresultadosso

    Contraste

    InstabilidadeAssimetriaIrregularidadeComplexidadeFragmentaoProfusoExageroEspontaneidadeAtividadeOusadia~nfaseTransparnciaVariao

    . DistoroProfundidade

    . JustaposioAcasoAgudezaEpisodicidade

    -Harmonia

    EquilbrioSimetria'RegularidadeSimplicidadeUnidadeEconomiaMinimizaoPrevisibilidadeEstaseSutilezaNeutralidadeOpacidadeEstabilidadeExatidoPlanuraSingularidadeSeqencialidadeDifusoRepetio

    As tcnicassoosagentesnoprocessodecomunicaovisual;atravsdesuaenergiaqueocarterdeumasoluovisu~ladquirefor-ma.As opessovastas,esomuitososformatoseosme~os;ostrsnveisdaestruturavisualinteragem.Por maisavassaladorquesejaonmerodeopesabertasa quempretendasolucionarumproblemavisual,soastcnicasqueapresentarosempreumamaioreficciaen-

  • 26 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    extraordinrios,noimportandoquocondicionadosestejamosatom-loscomoverdadeiros. velocidadedaluz,a intelignciavisualtrans-miteumamultiplicidadedeunidadesbsicasde informao,ou bitsatuandosimultaneamentecomoum-8inmicocanaldecomunicaoeumrecursopedaggicoaoqualaindanosedeuo devidoreconheci-mento.Seresseo motivopeloqualaqueleque visualmenteativopareceaprendermelhor?Gattegnoformuloumagistralmenteessaques-to,emTowardsa VisualCulture:"H milnioso homemvemfun-cionandocomoumacriaturaqueve,assim,abarcandovastides.Srecentemente,porm,atravsda televiso(edosmeiosmodernos,ocinemaea fotografia),elefoi capazdepassardarudezadafala(pormaismilagrosaeabrangentequeestaseja)enquantomeiodeexpres-so,eportantodecomunicao,paraos poderesinfinitosdaexpres-sovisual,capacitando-seassima compartilhar,comtodosos seussem~lhantesecomenormerapidez,imensosconjuntosdinmicos."

    Noexistenenhumamaneirafcildedesenvolvero alfabetismovisual,maseste tovitalparao ensinodosmodernosmeiosdeco-municaoquantoa escritae a leituraforamparao textoimpresso.Na verdade,elepodetornar-seo componentecrucialdetodososca-naisdecomunicaodopresenteedo futuro.Enquantoainformaofoi basicamentearmazenadae distribudaatravsda linguagem,e oartistafoi vistopelasociedadecomoumsersolitrioemsuacapacida-deexclusivadecomunicar-sevisualmente,o alfabetismoverbaluni-versal foi consideradoessencial,mas a intelignciavisual foiamplamenteignorada.A invenodacmeraprovocouo surgimentoespetaculardeumanovamaneiradeveracomunicaoe, porexten-so,a educao.A cmera,o cinema,a televiso,o videocassetee ovideoteipe,almdosmeiosvisuaisqueaindanoestoemuso,modi-ficaronoapenalnossadefiniodeeducao,masdaprpriainte-ligncia.Em primeiro lugar, impe-seuma revisode nossascapacidadesvisuaisbsicas.A seguir.vemanecessidadeurgentedesebuscare desenvolverumsistemaestruturale umametodologiaparao ensinoe o aprendizadodecomointerpretarvisulmenteasidias.Um campoquefoi outroraconsideradodomnioexclusi.vodo artistaedodesignerhojetemdeservistocomoobjetodapreocupaotantodosqueatuamemquaisquerdosmeiosvisuaisdecomunicaoquan-to deseupblico.

    CARAtER E CONTEDODO ALFABETISMO VISUAL 27

    {' (Se aarte,comoBergsonadefine,uma"visodiretadarealida-.J d~", entono restadvida de que os modernosmeiosdecomunica-

    odevemsermuitoseriamentevistoscomomeiosnaturaisdeexpressoartstica,umavezqueapresentame reproduzema vidaquasecomo

    umesp~"Oh, quealgumpodernosdesseo dom", imploraRo-~rns, "de vermosa nsprprioscomoos outrosnosvem!"E osmeiosdecomunicaorespondemcomseusvastospoderes.N~scolocaramsuamagiadisposiodopblico,comotambmade-puseramfirmementenasmosdequemquerquedesejeutiliz-Iospa-ra expressarsuasidias.Numa infinita evoluode seUSrecursostcnicos,a fotografiae o cinema'passampor umconstanteprocessodesimplificaoparaquepossamserviramuitosobjetivos.Masaha-bilidadetcnicanomanuseiodoequipamentonosuficiente.A na-turezadosmeiosdecomunicaoenfatizaanecessidadedecompreens.Q,deseuscomponentesvisuais.A capacidadeintelectualdecorrente'deu~ treinamentoparacriare compreenderas mensagensvisuais~stsetornandoumanecessidadevitalparaquempretendaengajar-senas..atividadesligadascomunicao. bastanteprovvelqueoaUabetis-movisualvenhaa'tornar-se,noltimoterodenossosculo,umdos

    . paradigmasfundamentaisdaeducao.A arteeo significadodaartemudaramprofundamentenaeratec-

    nolgica,masaestticadaartenodeurespostasmodificaes.Acon-teceuo contrrio:enquantoo carterdasartesvisuaise suarelaocoma sociedademodificaram-sedramaticamente,!l estticada artetornou-seaindamaisestacionria.O resultadoa idiadifusadequeasartesvisuaisconstituemo domnioexclusivodaintuiosubjetiva,umjuzotosuperficialquantooseriaanfaseexcessivanosignifica-do literal.Na verdade,a expressovisualo produtodeumainteli-gnciaextremamentecomplexa,da qual temos,infelizmente,umconhecimentomuitoreduzido.O quevemosumapartefundamentaldo qusabemos,eo alfabetismovisualpodenosajudara vero quevemose a sabero quesabemos.

    J

  • 28 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL

    Exerccios

    I. Escolha,entreseuspertencesouentreasfotosdeumarevista,.umexemplodeobjetoquetenhavalortantoemtermosdebelas-artesquantodeartesaplicadas.Faaumalista,avaliandosuafuncionalida-de,suabelezaesttica,seuvalorcomunicativo(o queelefazparaex-pandiro conhecimentodo leitorsobresi mesmo,seumeioambiente,o mundo,o passadoeo presente)eseuvalordecorativooudeentrete-nimento.

    2. Recorteumafotodeumarevistaoujornale faaumarelaoderespostascurtasoudeumaspalavraquevoclheaplicariaemter-mosdamensagemliteraldafotoedeseusignificadocompositivosub-jacente,eincluaareaoaquaisquersmbolos(lingsticosoudeoutrognero)quenelaestejaminclusos.Depoisdeanalisara foto, escrevaumpargrafoquedescrevacompletamenteoefeitodafotoeoquepo-deriaserusadoemsubstituio mesma.

    3. Escolhauminstantneoquevoctenhafeito,ouqualquerou-tra coisaquetenhadesenhadoou criado(umdesenho,umbordado,umjardim,umarranjodesala,roupas),eanalisequalfoi o efeitoouamensagemqueteveemmenteaocri-Io.Compareasintenescomos resultados.

    2

    COMPOSIO: FUNDAMENTOSSINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL

    o processodecomposioo passomaiscrucialnasoluodosproblemasvisuais.Os resultadosdasdecisescompositivasdetermi-namo objetivoeo significadodamanifestaovisualetmfortesim-plicaescomrelaoaoquerecebidopeloespectador. nessaetapavitaldoprocessocriativoqueo comunicadorvisualexerceo maisfor-tecontrolesobreseutrabalhoe tema maiorop()rtunidadedeexpres-sar, emsuaplenitude,o estadodeespritoquea obrasedestinaatransmitir.O modovisual,porm,nooferecesistemasestruturaisde-finitivoseabsolutos.Comoadquiriro controledenossoscomplexosmeiosvisuaiscomalgumacertezadeque,no resultadofinal, haverumsignificadocompartilhado?Em termoslingsticos,sintaxesign,i-ficadisposioordenadadaspalavrassegundoumaformaeumaor-denaoadequadas.As regrassodefinidas:tudoo quesetemdefazeraprend-Iaseus-Iasinteligentemente.Mas, nocontextodo alfabe-tismovisual,asintaxespodesignificaradisposioordenadadepar-tes,deixando-noscomo problemade comoabordaro processodecomposiocomintelignciaeconhecimentodecomoasdecisescom-positivasiroafetaro resultadofinal.No hregrasabsolutas:o queexisteumaltograudecompreensodoquevaiaconteceremtermosdesignificado,sefizermosdeterminadasordenaesdaspartesquenospermitamorganizareorquestrarosmeiosvisuais.Muitosdoscritriosparaoentendimentodosignificadonaformavisual,o potencialsint-ticodaestruturano alfabetismovisual,decorremda investigaodoprocessoda percepohumana.

    1

  • 30 SINTAXE DA LlNGUA(;EM VISUAL FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 31

    Percepoe comunicaovisual dimenso,movimento.Queelementosdominamquaismanifestaesvisuaisalgodeterminadopelanaturezadaquiloqueestsendocon-cebido,ou,nocasodanatureza,daquiloqueexiste.Masquandodefi-nimosa pinturabasicamentecomotonal,comotendorefernciadeformae,conseqentemente,direo,comotendotexturaematiz,pos.:sivelmenterefernciadeescala,enenhumadimensoou movimento,a noserindiretamente,noestmosnemcomeandoa definiro po-tencialvisualdapintura.As possveisvariaesdeumamanifestaovisualqueseajusteperfeitamenteaessadescriosoliteralmentein-finitas.Essasvariaesdependemdaexpressosubjetivado artista,atravsdanfa~eemdeterminadoselementosemdetrimentodeou-tros,edamanipulaodesseselementosatravsdaopoestratgicada8tcnicas. nessasopesqueo artistaencontraseusignificado.

    O resultadofinalaverdadeiramanifestaodoartista.O signi-

    ficado,porm,dependedarespostadoespectador,quetambmamo-dificae interpretaatravsdarededeseuscritriossubjetivos.Um sfatormoedacorrenteentreoartistaeo pblico,e,naverdade,entretodasaspessoas- o sistemafsicodaspercepesvisuais,oscompo-nentespsicofisiolgicosdosistemanervoso,o funcionamentomecni-co, o aparatosensorialatravsdo qualvemos.

    A psicologiada Gesta/ttemcontribudocomvaliososestudoseexperimentosnocampodapercepo,recolhendodados,buscandoco-nhecera importnciadospadresvisuaisedescobrindocomoo orga-nismohumanoveorganizao inputvisu~l~articulao outputvisual.Emconjunto,ocomponentefsicoeopsicolgicosorelativos,nuncaabsolutos.Todo padrovisualtemumaqualidadedinmicaquenopodeserdefinidaintelectual,emocionaloumecanicamente,atravsdetamanho,direo,formaou distncia.Essesestmulossoapenasasmediesestticas,masas foraspsicofsicasquedesencadeiam,co~moasdequaisqueroutrosestmulos,modificamo espaoeordenamouperturbamoequilbrio.Emconjunto,criamapercepodeumde-sign,deumambienteoudeumacoisa.As coisasvisuaisnososim-plesmentealgoqueestali por acaso.Soacontecimentosvisuais,ocorrnciastotais,aesqueincorporama reaoao todo.

    Por maisabstratosquepossamseroselementospsicofisiolgicosdasintaxevisual,pode-sedefinirseucartergeral.Naexpressoabs-trata,o significadoinerenteintenso;elecolocao intelectoemcurto-

    a criaodemensagensvisuais,o significadonoseencontraapenasnosefeitoscumulativos,dadisposiodoselementosbsicos,mastambmnomecanismoperceptivouniversalmentecompartilhado

    ~o org~mo hum~Colocando emtermosmaissimples~criamosumdesigna partirdeinmerascorese formas,texturas,tonse pro-poresrelativas;relacionamosinterativamenteesseselementos;temosemvistaumsignificado.O resultadoa composio,a intenodoartista,do fotgrafoou do designer. seuinput.Ver outropassodistintodacomunicaovisual. o processodeabsorverinformaono interiordosistemanervosoatravsdosolhos,dosentidodaviso.Esseprocessoeessacapacidadesocompartilhadosportodasaspes-soas,emmaioroumenorgrau,tendosuaimportnciamedidaemter-mosdosignificadocompartilhado.Osdoispassosdistintos,verecriare/ou fazersointe'rdependentes,tantoparao significadoemsentidogeralquantoparaamensagem,nocasodesetentarrespondera umacomunicaoespecfica.Entreo significadogeral,estadodeespritoouambientedainformaovisualeamensagemespecficaedefinidaexisteaindaumoutrocampodesignificadovisual,a funcionalidade,nocasodosobjetosquesocriados,confeccionadosemanufaturadosparaserviraumpropsito.Conquantopossaparecerqueamensagemdetaisobrassecundriaemtermosdesuaviabilidade,osfatospro-vamocontrrio.Roupas,casas,edifciospblicoseatmesmoosen-talheseosobjetosdecorativosfeitosporartesosamadoresnosrevelammuitssimosobreaspessoasqueoscriarameescolheram.E nossacom~preensodeumaculturadependedenossoestudodomundoqueseusmembrosconstruramedasferramentas,dosartefatosedasobrasdeartequecriaram.

    Basicamente,o atodeverenvolveumaresposta luz.Em otraspalavras,o elementomaisimportanteenecessriodaexperinciavi-sual denaturezatonal.Todosos outroselementosvisuaisnossoreveladosatravsdaluz,massosecundriosemrelaoaoelementotonal,que,defato,a luzouaausnciadela.O quea luznosrevelaeofereceasubstnciaatravsdaqualo homemconfiguraeimaginaaquiloquereconhecee-identificano meioambiente,isto, todososoutroselementosvisuais:linha,cor,forma, direo,textura,escala,

  • 32 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL FUNDAMENTOS SINTTICOS 1)0 ALFABETISMO VISUAL 33

    circuito,est,abelecendoocontatodiretamentecomasemoeseossen-timentos,encapsulandoo significadoessencialeatravessandoo cons-cienteparachegarao inconsciente.

    A informaovisualtambmpodeterumaformadefinvel,sejaatravsdesignificadosincorporados,emformadesmbolos,oudeex-perinciascompartilhadasnoambienteenavida.Acima,abaixo,cuazul,rvoresverticais,areiasperaefogovermelho-alaranjado-amarelosoapenasalgumasdasqualidadesdenotativas,possveisdeseremin-dicadas,quetodoscompartilhamosvisualmente.Assim,conscientemen-teouno,respondemoscomalgumaconformidadeaseusignificado.

    Equilbrio

    A maisimportanteinflunciatantopsicolgicacomofsicasobreapercepohumanaanecessidadequeo homemtemdeequilbrio,deterospsfirmementeplantadosnosoloesaberquevaipermanecereretoemqualquercircunstncia,emqualqueratitude,comumcertograudecerteza.O equilbrio,ento,arefernciavisualmaisforteefirmedohomem,suabaseconscienteeinconscienteparafazerava-liaesvisuais.O extraordinrioque,enquantotodosospadresvi-suaistmumcentrodegravidadequepodesertecnicamentecalculvel,nenhummtododecalculartorpido,exatoeautomticoquantoo sensointuitivodeequilbrioinerentespercepesdohomem.

    Assim,oconstructohorizontal-verticalconstituiarelaobsicadohomemcomseumeioambiente.Masalmdoequilbriosimpleseestticoilustradonafigura2.1existeo processodeajustamentoacadavariaodepeso,quesedatravsdeumareaodecontrapeso(fig.2.2e2.3).Essaconscinciainteriorizadadafirmeverticalidadeemrelaoaumabaseestvelexternamenteexpressapelaconfigura-ovisualdafigura2.4,porumarelaohorizontal-verticaldoqueestsendovisto(fig.2.5)eporseupesorelativoemrelaoaumesta-dodeequilbrio(fig.2.6).Oequilbriotofundamentalnanaturezaquantonohomem. o estadoopostoaocolapso. possvelavaliaro efeitododesequilbrioobservando-seoaspectodealarmeestampa-donorostodeumavtimaque,subitamenteesemavisoprvio,levaumempurro.

    Na expressoou interpretaovisual,esseprocessodeestabiliza-oimpeatodasascoisasvistaseplanejadasum"eixo" vertical,comumreferentehorizontalsecundrio,osquaisdeterminam,emconjun-to, osfatoresestruturaisquemedemo equilbrio.Esseeixovisualtam-bmchamadodeeixosentido,quemelhorexpressaapresenainvisvelmaspreponderantedo eixono atodev:er.Trata-sedeumaconstanteinconsciente.

    Tenso

    Muitascoisasnomeioambienteparecemnoterestabilidade.O cr-culoumbomexemplo.Pareceo mesmo,sejacomoforqueo olhemos

    BIBUOTECA"JOseCAALOSCAMPOSCl-RSTO"

    FIGURA 2.1 FIGURA 2.2 FIGURA 2.3

    I I

    i!? \7rJ[ i---- -- ----.L----

    FIGURA 2.4 FIGURA 2.5 FIGURA 2.6

  • 34 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 35

    (fig.2.7),mas,noatodever,lheconferimosestabilidadeimpondo-lheo eixoverticalqueanalisaedeterminaseuequilbrioenquantoforma(fig.2.8),eacrescentandoemseguida(fig.2.9)a basehorizontalcomorefe-rnciaquecompletaasensaodeestabilidade.Projetarosfatoresestru-turaisocultos(oumanifestos)sobreformasregulares,comoo crculo,o quadradoouumtringuloeqiltero, relativamentesimplese fcildecompreender,mas,quandoumaformairregular,aanliseeadeter-minaodoequilbriosomaisdifceisecomplexas(verfigura2.10).Es-seprocessodeestabilizaopodeserdemonstradocommaiorclarezaatravsdeumaseqnciademodificaesligeirasnosexemplosedosefei-tosdaposiodoeixosentidoaoestadovariveldeequilbriodafigura2.11.

    . Esseprocessodeordenao,dereconhecimentointuitivodaregula-ridadeoudesuaausncia,inconscienteenorequerexplicaoouver-

    balizao.Tantoparao emissorquantoparao receptordainformaovisual,a faltadeequilbrioe regularidadeumfatordedesorientao.Em outraspalavras,o meiovisualmaiseficazparacriarumefeitoemrespostaao objetivodamensagem,efeitoquetemumpotencialdiretoeeconmicodetransmitirainformaovisual.Asopesvisuaissopo-laridades,tantoderegularidadequantodesimplicidade(fig.2.12)deumlado,oudevariaocomplexaeinesperada(fig.2.13)deoutro.A esco-lhaentreessasopesdeterminaa respostarelativadoespectador,tantoemtermosderepousoe relaxamentoquantodetenso.

    [[]; GJi .0;.. I . I II I I' ---------

    FIGURA 2.7

    FIGURA 2.10

    FIGURA 2.11

    FIGURA 2.8 FIGURA 2.9FIGURA 2.12(REPOUSO) FIGURA 2.13(TENSO)

    A relaoentretensorelativaeequilbriorelativopodeserdemons-trada-emqualquerformaregular.Por exemplo,umraioempontanointeriordeumcrculo(fig.2.14)provocaumamaiortensovisualpor-queo raionoseajustaao"eixovisual"invisvel,perturbando,portan-to, o equilbrio.O elementovisvel,o raio,modificadopeloelementoinvisvel,o eixosentido(fig.2.15),etambmporsuarelaocomabasehorizontaleestabilizadora(fig.2.16).Emtermosdedesign,deplanoou

    \

    FIGURA 2.14 FIGURA 2.15 FIGURA 2.16

  • 36 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL FUNDAMENTOSSINTTICOSDOALFABETISMO VISUAL 37

    propsito,podemosdizerque,setivermosdoiscrculosladoa lado,o

    quemaisatrairaatenodoespectadorser~crculocomraioempon-ta, ou no-concordante(fig.2.18maisquea 2.17).

    FIGURA 2.19

    FIGURA 2.17 'FIGURA 2.18

    No hpor queatribuirjuzo devalora essefenmeno.Ele nonembomnemmau.Na teoriadapercepo,seuvalorestnomodocomousadonacomunicaovisual,isto,dequemaneirareforaosignificado,o propsitoeainteno,e,almdisso,comopodeserusadocomobaseparaa interpretaoeacompreenso.A tenso,ousuaau- '\

    sncia,oprimeirofatorcompositivoquepodeserusadosintaticamente)nabuscado aIfabetismovisual.

    H muitosaspectosdatensoquedeveriamserdesenvolvidos,mas,primeiro, precisolevaremcontaquea tenso(o inesperado,o maisirregular,complexoeinstvel)nodomina,porsis,oolho.Naseqn-ciadaviso,houtrosfatoresresponsveispelaatenoepelopredom-nio compositivo.O processode estabelecero eixoverticale a basehorizontalatraio olhocommuitomaiorintensidadeparaambososcam-posvisuais,dando-Ihesautomaticamenteumamaiorimportnciaemter-moscompositivos.Comoj foidemonstrado,fcillocaIizaressescampos

    quandosetratadeformasregulares,aexemplodasqueforammostr~-dasnafigura2.19.Em formasmaiscomplexas,naturalmentemaisdi-fcilestabelecero eixosentido,maso processoaindaconservaamximaimportnciacompositiva.Assim,umelementovisualcolocadono localondeseencontraoeixosentido,nosexemplosdafigura2.20,v-seauto-maticamenteenfatizado.Trata-sedeexemplossimplesdeumfenmenoquecontinuasendoverdadeiro,nosnasformascomplexas,mastam-bmnascomposiescomplicadas.Contudo,pormaisqueoselementossefaamsentir,o olhobuscaoeixosentidoemqualquerfatovisual,num

    FIGURA 2.20

    .~

    processointerminveldeestabelecimentdoequilbriorelativo.Numtrp-tico,a informaovisualcontidano painelcentralpredomina,emter-moscompositivos,emreloaospainislaterais.A reaaxialdequalquercamposempreaquiloparao queolhamosemprimeirolugar;ondeesperamosveralgumacoisa.O mesmoseaplica informaovisualdametadeinferiordequalquercampo;o olhosevoltaparaesselugarnopassosecundriodeestabelecimentodo equilbrioatravsdarefernciahorizontal.

    Nivelamentoe aguamento

    O poderdo previsvel,porm,empalidecediantedo poderdasur-presa.A estabilidadeeaharmoniasopolaridadesdaquiloquevisual-menteinesperadoedaquiloquecriatensesnacomposio.Empsicologia,essesopostossochamadosdenivelamentoeaguamento.Numcampovisualretangular,umademonstraosimplesdenivelamentoseriacolo-

  • 38 SINTAXE 1M LINGUAGEM VISUAL FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 39

    CJ EEJFIGURA 2.21 FIGURA 2.22

    confundiro espectadorque,inconscientemente,pretendesseestabilizarsua.posioemtermosdeequilbriorelativo.Comoa ambigidadeverbal,aambigidadevisualobscurecenoapenasa intenocompositiva,mas

    tambmo sig~ficado.O processodeequilbrionaturalseriarefreado,tornar-se-iaconfusoe,o quemaisimportante,noresolvidopelafra-seologiaespacialsemsignificadodafigura2.26.A leidaGestaltqueregeasimplicidadeperceptivav-seextremamentetransgredidaporesseesta-dotoPQucoclaroemtodaacomposiovisual.Emtermosdeumaper-)feitasintaxevisual,aambigidade totalmenteindesejvel.Detodososnossossentidos,a visoo queconsomemenosenergia.Elaexperimen-taeidentificao equilbrio,bvioousutil,easrelaesqueatuamentrediversosdadosvisuais.Seriacontraproducentefrustrareconfundiressafunonica.Emtermosideais,asformasvisuaisnodevemserpropo-sitalmenteobscuras;devemharmonizaroucontrastar,atrairou repelir,estabelecerrelaoou entraremconflito.

    carumpontonocentrogeomtricodeumtraadoestrutural(fig.2.21).A posiodoponto,como mostradona figura2.22,nooferecene-nhumasurpresavisual;totalmenteharmoniosa.A colocaodopontonocantodireitoprovocaumaguamento(fig.2.23).O pontoestforado centronoapenasnaestruturavertical,mastambmnahorizontal,comomostradonafigura2.24.Elenemmesmoseajustaaoscompo-nentesdiagonaisdo traadoestrutural(fig.2.25).Em ambososcasos,nivelamentoeaguamentocompositivos,hclarezadeinteno.Atravsdenossapercepoautomtica,podemosestabelecero equilbrioouumaausnciamarcantedomesmo,etambmreconhecerfacilmenteascondi-esvisuaisabstratas.Mashumterceiroestadodacomposiovisualqueno nemo niveladonemo aguado,e no qualo olhoprecisaesforar-seporanalisaroscomponentesnoquedizrespeitoaseuequil-brio.A esseestadod-seo nomedeambigidade,eemboraaconotaosejaamesmaqueadalinguagem,a formapodeservisualmentedescritaemtermosligeiramentediferentes.Na figura2.26,o pontonoestcla-ramentenocentro,nemestmuitodistanciadodomesmo,comosemos-tranafigura2.27.Emtermosvisuais,suaposionoclara,epoderia

    Prefernciapelo nguloinferior esquerdo

    Almdeserinfluenciadapelasrelaeselementarescomo traa-do estrutural,a tensovisualmaximizadadeduasoutrasmaneiras:

    o olho favorecea zonainferioresquerdadequalquercampovisual)Traduzidoemformaderepresentaodiagramtica,issosignificaqueexisteumpadroprimriodevarreduradocampoquereageaosrefe-rentesverticais-horizontais(fig.2.28),eumpadrosecundriodevar-reduraquereageao impulsoperceptivoinferior-esquerdo(fig. 2.29).

    11

    I ,,(Q)-I /1 /: ,/

    ::::::::::i ,/'

    1r , :I I1I I I1 I I

    I r t1 j1 J I IL ! J

    FIGURA 2.23 FIGURA 2.24 FIGURA 2.25

    CJ FIGURA 2.28 FIGURA 2.29FIGURA 2.26 FIGURA 2.27

    H inmerasexplicaesparaessasprefernciasperceptivassecun-drias,e,aocontrriodoqueacontececomasprefernciasprimrias.no fcildar-lhesumaexplicaoconclusiva.O favorecimentoda

  • 40 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUALFUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 41

    parteesquerdadocampovisualtalvezsejainfluenciadopelomodooci-dentaldeimprimir,epelofortecondicionamentodecorrentedo fatodeaprendermosa lerdaesquerdaparaa direita.H poucosestudoseaindamuitoaaprendersobreoporqudesermosorganismospredo-minantementedestrosedetermosconcentradonohemisfriocerebralesquerdonossafaculdadedelereescreverdaesquerdaparaadireita.Curiosamente,adestrezaestende-sesculturasqueescreviamdecimaparabaixo,eque,no presente,escrevemdadireitaparaa esquerda.Tambmfavorecemoso campoesquerdodeviso.Sedesconhecemosasrazesquenoslevama faz-lo,j suficientesabermosqueo fatosecomprovana prtica.Bastaobservarmosparaquengulodeumpalcosevoltamosolhosdopblicoquandoaindanohaoeacor-tinasobe.

    .povisualsobreasuperior,estamosdiantedeumacomposionivela-da, queapresentaum mnimode tenso.Quandopredominamascondiesopostas,temosumacomposiovisualdetensomxima.Em termosmaissimples,oselementosvisuaisquesesituamemreasdetensotmmaispeso(fig. 2.33,2.34,2.35)do queos elementosnivelados.O peso,quenessecontextosignificacapacidadedeatrairo olho,temaquiumaenormeimportnciaemtermosdoequilbriocom-positivo.

    Alguns exemplos FIGURA 2.33 FIGURA 2.34 FIGURA 2.35

    Por maisconjeturalquepossaser,a existnciadediferenasdepesoalto-baixoeesquerda-direitatemgrandevalornasdecisescom-positivas.Issopodenosproporcionarumrequintadoconhecimentode

    nossacompreensodatenso,tal comoseilustrana figura2.30,quemostraumadivisolineardeumretngulonumacomposionivela-da;a figura2.31representaumaguamento,masnelaatensomini-mizada,aopassoquea figura2.32mostraummximodetenso.Essesfatospodemsercertamentemodificadosparaaspessoascanhotas,ouparaaquelasque,emsuasrespectivaslnguas,nolemdaesquerdaparaa direita.

    FIGURA 2.36

    FIGURA 2.30 FIGURA 2.31 FIGURA 2.32

    Quandoo materialvisualseajustasnossasexpectativasemter-mosdoeixosentido,dabaseestabilizadorahorizontal,dopredomniodareaesquerdadocamposobreadireitaedametadeinferiordocam-

    FIGURA 2.37

  • 42 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL1'l':'oiIJAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 43

    Umademonstraoprticadateriademonstradanafigura2.36revelaque,numanatureza-morta,uniama direitaequilibraduasmasesquerda.O predomniocompositivointensificadoaodeslo-carmosa madadireitaparaumaposiomaisaltaquea dasduasmasda esquerda,comosevna figura2.37.

    H umarelaodiretaentreopesoeo predomniovisualdasfor-masesua regularidaderelativa.A complexidade,a instabilidadee airregularidadeaumentama tensovisual,e, emdecorrnciadisso,atraemo olho,comosemostranasformasregulares(fig.2.38,2.39,2.40)enasirregulares(fig.2.41,2.42,2.43).Osdoisgruposrepresen-tamaopoentreduascategoriasfundamentaisemcomposio:acom-posioequilibrada,racionale harmoniosa,em contraposioexagerada,distorcidae emocional.

    FIGURA 2.38 FIGURA 2.39

    FIGURA 2.41 FIGURA 2.42

    simplesemenoscomplicada,qualidadesessasquedescrevemo estadoa quesechegouvisualmenteatravsdasimetriabilateral.Os designsdeequilbrioaxialnosoapenasfceisdecompreender;sotambmfceisdefazer,usando-sea formulaomenoscomplicadadocontra-peso.Seumpontofor firmementecolocadoesquerdadoeixoverti-calou eixosentido,provoca-seumestadodedesequilbrio,mostradona figura2.44,que imediatamenteanulado-peloacrscimodeoutroponto,comosevnafigura2.45.Trata-sedeumaperfeitademonstra-odocontrapeso,o qual,aoserusadonum'acomposiovisual,pro-duz o efeitomaisordenadoe organizadopossvel.O templogregoclssico um(ourdeforceemsimetria,e, comoseriadeseesperar,umaformavisualdeextremaserenidade.

    . . .

    FIGURA 2.40 FIGURA 2.44 FIGURA 2.45

    extraordinrioencontrar,tantonanaturezaquantonasobrascriadaspelohomem,umgrandenmerodeexemploscapazesdeatin-gir umestadodeequilbrioideal.Poder-se-iaargumentarque,emter-mos compositivos, maisdinmicochegara um equilbriodoselementosdeumaobravisualatravsda tcnicada assimetria.Notofcilassim.As variaesdosmeiosvisuais'envolvemfatorescom-positivosdepeso,tamanhoeposio.As figuras2.46e2.47demons-trama distribuioaxialdo pesobaseadano tamanho.Tambmpossvelequilibrarpesosdessemelhantesmudando-sesuaposio,co-mosemostrana figura2.48.

    FIGURA 2.43

    NateoriadapercepodaGestalt,aleidapregnncia(Pragnanz)definea organizaopsicolgicacomosendoto "boa" (regular,si-mtrica,simples)quantoo permitamascondiesvigentes.Nesseca-so,o adjetivo"bom" noumapalavradesejvel,enemmesmoumtermodescritivo,levando-seemcontao significadopretendido;umadefiniomaisprecisaseriaemocionalmentemenosprovocativa,mais FIGURA 2.46 FIGURA 2.47 FIGURA 2.48

  • 44 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETlSMO VISUAL 45

    A foradeatraonasrelaesvisuaisconstituioutroprincpiodaGesta/tdegrandevalorcompositivo:a leidoagrupamento.Elatemdoisnveisdesignificaoparaa linguagemvisual. umacondiovisualquecriaumacircunstnciadeconcessesmtuasnasrelaesqueenvolveminterao.Umpontoisoladoemumcamporelaciona-secomo todo,comosemostrana figura2.49,maselepermaneces,e a relao umestadomoderadodeintermodificaoentreelee oquadrado.Na figura2.50,osdoispontosdisputamaatenoemsuainterao,criandomanifestaescomparativamenteindividuaisdevi-dodistnciaqueossepara,e,emdecorrnciadisso,dandoa impres-sodeserepeliremmutuamente.Na figura2.51,h umainteraoimediatae maisintensa;os pontosse tarmonizame, portanto,seatraem.Quantomaiorfor suaproximidade,maiorsersuaatrao.

    a atraodosmesmos.Foi essefenmenovisualquelevouo homemprimitivoa relacionarospontosdeluzdasestrelasa formasrepresen-tacionais.Ainda podemosfazero mesmonasnoitesclaraseestrela-das,quandoolhamosparao cuedistinguimosasformasderion,daUrsaMaioredaUrsaMenor,j htantotempoidentificadas.Po-deramosinclusivetentarumexercciooriginal,descobrindoobjetosdelineadospelospontosluminososdasestrelas.

    Atrao e agrupamento

    /\\ '\ '" ;~

    \ ;;\ ;;\ ;;.~; . .. .. .

    .. ." .. . . . .

    FIGURA 2.49 FIGURA 2.50 FIGURA 2.51 . . .. ..... .......No atoespontneodever,asunidadesvisuaisindividuaiscriamoutrasformasdistintas.Quantomaisprximasasmarcas,maiscomplicadasas formasquepodemdelinear.Em diagramassimples,comoo 2.52eo 2.53,o olhosupreoselosdeligaoausentes.Atravsdesuasper-cepes,o homemtemnecessidadedeconstruirconjuntosapartirdeunidades;nessecaso,a necessidade ligaros pontosdeacordocom

    ... .. .. .~ .... e.. .. .. ..8 8.. .. ..FIGURA 2.53

    .

    o segundonveldeimportnciaparao alfabetismovisual,noquediz respeito leidoagrupamento,consistenomodocomoestaltima afetadapelasimilaridade.Na linguagemvisual,osopostosserepe-lem,masossemelhantesseatraem.Assim,o olhocompletaascone-xesquefaltam,masrelacionaautomaticamente,ecommaiorfora,asunidadessemelhantes.O processoperceptivodemonstradopelaspistasvisuaisdafigura2.54,queformamumquadrado(fig.2.55).Nafigura2.56,porm,aspistasforammodificadas,esuaformainfluen-ciaoselementosqueseligameaordememquesedaligao;a figu-ra2.57mostrapossveisligaes.Emtodasasquatrofiguras(2.54-2.57),

    .

    .FIGURA 2.52

  • FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISIJAI. 47

    Positivo e negativo

    asimilaridadedemonstradaa forma,masmuitasoutrasafinidadesvisuaisregemaleidoagrupamentonoatodever,taiscomootama-nho,atexturaouotom,comosemostranasfiguras2.58,2.59e2.60.

    Tudoaquiloquevemostema qualidadegramaticaldesera afir-maoprincipalouo modificadorprincipal- emterminologiaverbal-, o substantivoouoadjetivo.A relaoestruturaldamensagemvi- .sualestfortementeligada seqnciadevereabsorverinformao.O quadrado umbomexemplodeumcampoqueumaafirmaovisualpositiva,expressandoclaramentesuaprpriadefinio,seuca-rteresuaqualidade(fig.2.61).Seriaconvenienteobservarque,comonocasodamaiorpartedessesexemplos,o quadradoo campomaissimplespossvel.Emboraa introduodeumpontonoquadradooucampo(fig.2.62)sejatambmumelementovisualdesprovidodecom-plexidade,elaestabeleceumatensovisualeabsorveaatenovisualdoespectador,desviando-a,empart~,doquadrado.Criaumaseqnciadevisoquechamadadevisopositivae negativa.A importnciado positivoe do negativonesst;contextorelaciona-seapenasao fatodeque,emtodosos acontecimelosvisuais,helementosseparadoseaindaassimunificados.As figu~as2.62e2.63demonstramqueposi-tivoenegativonosereferemabsolutamenteobscuridade,luminosi-dadeou imagemespecular,comoacontecena descriode filmesereproduesfotogrficas.Quersetratedeumpontoescuronumcam-po luminoso,comonafigura2.62,oudeumpontobrancosobrefun-do escuro,comonafigura2.63,o pontoa formapositiva,a tensoativa,eoquadradoa formanegativa.Em outraspalavras,o quedo-minao olhonaexperinciavisualseriavistocomoelementopositivo,e comoelementonegativoconsideraramostudoaquiloqueseapre-sentademaneiramaispassiva.A visopositivaenegativamuitasve-zesenganao olho.Olhamosparaalgumascoisase,napistavisualque

    .

    FIGURA 2.61 FIGURA 2.62 FIGURA 2.63

    46 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    O O ----------l' II II II II II II II II II I

    O O -----------FIGURA 2.54 FIGURA 2.55

    O O ----------JC:)

    'X

    I II II II' II II II II I

    b'" I

    O O-----------FIGURA 2.56 FIGURA 2:57

    DO ".111111O.O

    1111/1 . OD :. . .D OFIGURA 2.58 FIGURA 2.59 FIGURA 2.60

  • FUNDAMENTOS SINTTICOS DO ALFABETISMO VISUAL 4948 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    elanostransmite,vemosoquenarealidadealinoseencontra.Vistosdistncia,doiscasaismuitoprximospodemassemelhar-seaumcosentadosobreaspatastraseiras.Um rostopodeparecer-nosmodeladoempedra.O envolvimentocomaspistasrelativaseativasdavisodeumobjetopodesersvezestoconvincentequeficaquaseimpossvelveraquiloparao queestamosrealmenteolhando.Essasilusesticassempreforamdegrandeinteresseparaosgestaltistas.Na figura2.64,aseqnciapositivo-negativodemonstradaporaquiloquevemos-umvasooudoisperfis-, epor aquiloquevemosprimeiro,issonocasodevermosasduascoisas.As mesmasobservaespodemserfei-tascomrelaoaomodocomovemoso 2 eo 3justapostosnafigura2.65.Nosdoisexemploshpoucopredomniodeumelementosobreo outro,o quevemreforara ambigidadedamanifestaovisual.O olhoprocuraumasoluosimplesparaaquiloqueestvendo,e,"Iemboraoprocessodeassimilaodainformaopossaserlongoecom-plexo,a simplicidadeo fim quesebusca.O smbolochinsdeyin-yang,mostradonafigura2.66,umexemploperfeitodecontrastesi-multneoedesigncomplementar.Comoo "arcoquenuncadorme",oyin-yangdinmicotantoemsuasimplicidadequantoemsuacom-plexidade,movendo-seincessantemente;seuestadovisualnegativo-positivonuncaseresolve.Encontra-seo maisprximopossveldeumequilbriodeelementosindividuaisqueformamum todocoerente.

    FIGURA 2.64

    oo

    FIGURA 2.67 FIGURA 2.68 FIGURA 2.69

    escurop~recemexpandir-se,aopassoqueelementosescurossobrefun- .do claroparecemcontrair-se(fig. 2.69).

    H ummtodoBerlitzparaacomunicaovisual.Nopreciso

    conjugarverbos,soletrarpalavrasou aprendersintaxe.O aprendiza-doocorrenaprtica.No modovisual,pegamosumlpisouumcreiomedesenhamos;esboamosumcroquideumanovasaladeestar;pinta-mosumcartazqueanunciaumaapresentaopblica.Podemosespe-cularsobreosmeiosvisuaiscapazesdeproduzirumamensagem,um

    planoou umainterpretao,mascomoo esforoseajustaemtermosdasnecessidadesdoalfabetismovisual?As principaisdiferenasentrea abordagemdiretaeintu~tivaeo alfabetismovisualo nveldecon-fiabilidadeeexatidoentrea mensagemcodificadaeamensagemre-cebida.Na comunicaoverbal,ouve-seapenasumavezaquiloquesediz. Saberescreveroferecemaioresoportunidadesdecontrolarosefeitos,e restringea readeinterpretao.O mesmoacontececomamensagemvisual,apesardasdiferenasexistentes.A complexidadedomodovisualnopermiteaestreitagamadeinterpretaesdalingua-gem.Masoconhecimentoemprofundidadedosprocessosperceptivosqueregema respostaaosestmulosvisuaisintensificao controledosignificado.

    Osexemplosdestecaptulorepresentamapenasumapartedain-formaovisualpossveldeseutilizarnodesenvolvimentodeumalin-guagemvisualquepossaserarticuladaecompreendidaportodos.Oconhecimentodessesfatosperceptivoseducanossaestratgiacompo-sitivaeoferececritriossintticosa todososquecomeamasevoltarparao aprendizadodoalfabetismovisual.Os padresdoalfabetismonoexigemquecadacriadordeumamensagemvisualsejaumpoeta;assim,noseriajustopretenderquetododesigneroucriadordemate-

    FIGURA 2.65 FIGURA 2.66

    H outrosexemplosdefenmenospsicofsicosdevisoquepo-demserutilizadosparaacompreensodalinguagemvisual.O quemaiorparecemaisprximodentrodo campovisual,comosemostranafigura2.67.Contudo,adistnciarelativaaindamaisclaramentedeterminadapelasuperposio(fig.2.68).Elementosclarossobrefundo

  • 50 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL

    riaisvisuaisfosseumartistadegrandetalento.Trata-sedeumprimei-ro passorumo liberaodahabilidadedeumageraoimersanumambientecomintensopredomniodemeiosvisuaisdecomunicao;aquiestoasregrasbsicasquepodemrepresentarumasintaxeestra-tgicaparatodososquecarecemdeinformaovisual,queassimpo-derocontrolaredeterminaros rumosdo contedodeseutrabalhovisual.

    3

    ELEMENTOS BSICOSDA COMUNICAO VISUAL

    Exerccios

    1.Fotografeouencontreumexemplodeequilbrioperfeitoeumexemplodedesequilbriocompleto.Analise-osdo pontodevistada

    disposiocompositivabsicae deseusefeito~,sobretudoseusigni-ficado.

    2. Faaumacolagemsandoduasformasdiferentescomomeioparaidentificareassociardoisgruposdistintos(porexemplo,velho/no-vo, rico/pobre,alegre/triste).

    3. Acheumexemplodecriaovisualquesejademqualidadeemtermosdeartegrfica,eque,apesardepretendertransmitirumamensagem,sejadifcil delerecompreender.Analiseatquepontoaambigidadecontribuiparao fracassodaexpressovisual.Esboceno-vamenteodesenho,procurando:1)nivelaroefeitoe2)aguaroefeito.

    Semprequealgumacoisaprojetadaefeita,esboadaepintada,desenhada,rabiscada,construda,esculpidaougesticulada,asubstnciavisualdaobracompostaa partirdeumalistabsicadeelementos.No sedevemconfundiroselementosvisuaiscomos materiaisou omeiodeexpresso,a madeiraou a argila:a tintaou o filme.Os ele-mentosvisuaisconstituema substnciabsicadaquiloquevemos,eseunmero reduzido:o ponto,a liriha,a forma,a direo,o tom,acor,atextura,adimenso,aescalaeo movimento.Por poucosquesejam,soa matria-primadetodainformaovisualemtermosdeopesecombinaesseletivas.A estruturadaobravisual a foraquedeterminaquaiselementosvisuaisestopresentes,ecomqualn-faseessapresenaocorre.

    Grandepartedoquesabemossobrea interaoeo efeitodaper-cepohumanasobreo significadovisualprovmdaspesquisasedosexperimentosdapsicologiadaGestalt,maso pensamentogestaltistatemmaisaofereceralmdamerarelaoentrefenmenospsicofisio-lgicoseexpressovisual.Suabasetericaacrenaemqueumaabor-dagemdacompreensoedaanlisedetodosossistemasexigequesereconheaqueosistema(ouobjeto,acontecimento,etc.)comoumto-doformadoporpartesinteratuantes,quepodemserisoladasevistascomointeiramenteindependentes,e depoisreunidasno todo. im-

    possvelmodificarqualquerunidadedosistemasemque,comisso,semodifiquetambmotodo.Qualquerocorrnciaouobravisualconsti-tui umexemploincomparveldessatese,umavezqueelafoi inicial-menteconcebidaparaexistircomoumatotalidadebemequilibradae

    .. -- -- --~ ~- - ~- I-- -~- ..-

  • 52 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL ELEMENTOS8SICOSnA COMUNICAOVISUAL 53

    inextricavelmenteligada.Somuitosos pontosdevistaa partirdosquaispodemosanalisarqualquerobravisual;umdosmaisrevelado-

    . resdecomp-Iaemseuselementosconstitutivos,paramelhorcom-preendermoso todo.Esseprocessopodeproporcionarumaprofundacompreensodanaturezadequalquermeiovisual,etambmdaobraindividualedapr-visualizaoecriaodeumamanifestaovisual,semexcluira interpretaoe a respostaquea elased.

    A utilizaodoscomponentesvisuaisbsicoscomomeiodeco-nhecimentoe compreensotantodecategoriascompletasdosmeiosvisuaisquantodeobrasindividuaisummtodoexcelenteparaexplo-rar o sucessopotencialeconsumadodesuaexpresso.A dimenso,porexemplo,existecomoelementovisualnaarquiteturaenaescultu-ra,meiosnosquaispredominaemrelaoaosoutroselementosvisuais.Todaa cinciaeaartedaperspectivaforamdesenvolvidasduranteoRenascimentoparasugerira presenadadim~nsoemobrasvisuaisbidimensionais,comoa pinturae o desenho.Mesmocomo recursodo tromped'oeilaplicadoperspectiva,adimensonessasformasvi-suaisspodeestarimplcita,semjamaisexplicitar-se.Masemnenhumoutromeiopossvelsintetizartosutilecompletamentea dimensodoqueno filme,paradoouemmovimento.A lentevcomovoolho,emtodososdetalhesecomoapoioabsolutodetodososmeiosvisuais.Tudo isso outromododedizerqueos meiosvisuaistmpresenaextraordinriaemnossoambientenatural.Noexistereproduotoperfeitadenossoambientevisualnagnesedasidiasvisuais,nospro-jetosenoscroquis.O quedominaapr-visualizaoesseelementosimples,sbrioe extremamenteexpressivoque a linha.

    fundamentalassinalar,aqui,queaescolhadoselementosvisuaisqueseroenfatizadoseamanipulaodesseselementos,tendoemvis-tao efeitopretendido,estnasmosdoartista,doartesoedodesig-ner;eleo visualizador.O queeledecidefazercomelessuaarteeseuofcio,easopessoinfinitas.Oselementosvisuaismaissimplespodemserusadoscomgrandecomplexidadedeinteno:o pontojus-tapostoemdiferentestamanhoso elementoessencialda impressoedachapaameio-tom(cIich),meiomecnicoparaa reproduoemmassadematerialvisualdetomcontnuo,especialmenteemfotogra-fia; a foto, cujafunoregistraro meioambienteemseusmnimosdetalhesvisuais,podeaomesmotempotornar-seummeiosimplifica-

    dor eabstratonasmosdeumfotgrafomagistral,comoAaronSis-.kind.A compreensomaisprofundada construoelementardasformasvisuaisofereceao visualizadormaiorliberdadeediversidadedeopescompositivas,asquaissofundamentaisparao comunica-dor visual.

    Paraanalisarecompreendera estruturatotaldeumalinguagemvisual,convenienteconcentrar-senoselementosvisuaisindividuais,umporum,paraumconhecimentomaisaprofundadodesuasquali-dadesespecficas.

    o pontoO pontoaunidadedecomunicaovisualmaissimpleseirredu-

    tivelmentemnima.Na natureza,a rotundidadea formulaomaiscomum,sendoque,emestadonatural,a retaou o quadradoconsti-tuemumararidade.Quandoqualquermateriallquidovertidosobreumasuperfcie,assumeumaformaarredondada,mesmoqueestanosimuleumpontoperfeito.Quandofazemosumamarca,sejacomtin-ta, comumasubstnciaduraoucomumbasto,pensamosnesseele-mentovisualcomoumpontoderefernciaouumindicadordeespao.

    Qualquerpontotemgrandepoderdeatraovisualsobreoolho,exis-ta elenaturalmenteou tenhasidocolocadopelohomememrespostaa um objetivoqualquer(fig. 3.1).

    . ..

    FIGURA 3.1

    Dois'pontossoinstrumentosteisparamediro espaonomeioambienteounodesenvolvimentodequalquertipodeprojetovisual(fig.3.2).Aprendemoscedoautilizaropontocomosistemadenotaoideal,juntocomarguaeoutrosinstrumentosdemedio,comoo compas-

  • 54 SINTAXE liA LINGUAGEM VISUALELEMENTOSBSICOSDA COMUNICAAoVISUAL 55

    so.Quantomaiscomplexasforemasmedidasnecessriasexecuodeumprojetovisual,tantomaiorsero nmerodepontosusados(fig.3.3,3.4).

    .

    miaameio-tom,peloqualsoatualmentereproduzidos,naimpresso'emgrandeescala,quasetodasasfotoseosdesenhosemcores,detomcontnuo.

    A capacidadenicaqueumasriedepontostemdeconduziroolharintensificadapelamaiorproximidadedospontos(fig.3.8).

    FIGURA 3.2

    ...... . . .. ... ... ...

    Quandovistos,os pontosseligam,sendo,portanto,capazesdedirigiro olhar(fig. 3.5).Em-grandenmero.)justapostos,ospontoscriama ilusodetomou decor, o que,comoj seobservouaqui,o fatovisualemquesebaseiamosmeiosmecnicosparaa reproduodequalquertomcontnuo(fig. 3.6,3.7).O fenmenoperceptivodafusovisualfoi exploradoporSeuratemseusquadrospontilhistas,decoretomextraordinariamentevariados,aindaqueelestenhautiliza-doquatrocores- amarelo,vermelho,azulepreto- e tenhaaplica-do a tinta com pincismuito pequenose pontiagudos.Todos osimpressionistasexploraramosprocessosdefuso,contrasteeorgani-zao,queseconcretizavamnosolhosdoespectador.Envolventeees-timulante,o processoeradealgumaformasemelhanteaalgumasdasmaisrecentesteoriasdeMcLuhan,paraasquaiso envolvimentovi-sualeaparticipaonoatodeversopartedosignificado.Masnin-guminvestigouessaspossibilidadestocompletamentequantoSeurat,que,emseusesforos,pareceterantecipadoo processodequadricro-

    A linha

    Quandoospontosestotoprximosentresiquesetornaimpos-svelidentific-Iosindividualmente,aumentaasensaodedireo,ea cadeiadepontossetransformaemoutroelementovisualdistintivo:a linha(fig.3.9).Tambmpoderamosdefinira linhacomoumpontoemmovimento,oucomoahistriadomovimentodeumponto,pois,quandofazemosumamarcacontnua,ou umalinha,nossoprocedi-mentoseresumeacolocarummarcadordepontossobreumasuperf-cieemov-Iosegundoumadeterminadatrajetria,detal formaqueas marcasassimformadasseconvertamemregistro(fig. 3.10).

    ~FIGURA 3.9

    \)

    ....

    ~"'---""-...........

    .... '/... ...............----..FI(;URA 3.5 FIGURA 3.6 ~GURA3.7 FIGURA 3.10

    . . .. . .

    . .FIGURA 3.3 FIGURA 3.4

    ... . . . . . ...FIGURA 3.8

  • 56 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL EI.EMENTOS BSICOS DA COMUNICAO VISUAl. 57

    Nasartesvisuais,alinhatem,porsuaprprianatureza,umaenor-meenergia.Nuncaesttica;o elementovisualinquietoeinquiridordoesboo.Ondequerquesejautilizada,o instrumentofundamentaldapr-visualizao,o meiodeapresentar,emformapalpvel,aquiloqueaindanoexiste,anosernaimaginao.Dessamaneira,contri-buienormementeparao processovisual.Suanaturezalineare fluidareforaa liberdadedeexperimentao.Contudo,apesardesuaflexi-bilidadee liberdade,a linhano vaga: decisiva,tempropsitoedireo,vaiparaalgumlugar,fazalgodedefinitivo.A linha,assim,podeserrigorosaetcnica,servindocomoelementofundamentalemprojetosdiagramticosdeconstruomecnicaedearquitetura,almdeapareceremmuitasoutrasrepresentaesvisuaisemgrandeescalaoudealtaprecisomtrica.Sejaelausadacomflexibilidadeeexperi-mentalmente(fig.3.11),oucomprecisoemedidasrigorosas(fig.3.12),alinhao meioindispensvelparatornarvisveloqueaindanopode. . . " ~servIsto,por eXlstuapenasna Imagmaao.

    A linhapodeassumirformasmuitodiversasparaexpressarumagrandevariedadedeestadosdeesprito.Podesermuitoimprecisaeindisciplinada,comonosesboosilustrados,paratirarproveitodesuaespontaneidadedeexpresso.Podesermuitodelicadaeondulada,ountidaegrosseira,nasmosdo mesmoartista.Podeserhesitante,in-

    decisaeinquiridora,qua~dosimplesmenteumaexploraovisualembuscadeumdesenho.Podeseraindatopessoalquantoummanus-critoemformaderabiscosnervosos,reflexodeumaatividadeincons-cientesobapressodopensament.ouumsimplespassatempo.Mesmono formatofrio e mecnicodosmapas,nosprojetosparaumacasaounasengrenagensdeumamquina,alinharefleteaintenodoart-ficeou artista,seussentimentoseemoesmaispessoaise, maisim-portantequetudo,suaviso.

    A linhararamenteexistenanatureza,masapareceno meioam-biente:narachaduradeumacalada,nosfiostelefnicoscontraocu,nosramossecosdeumarvoreno inverno,noscabosdeumaponte.O elementovisualda linha usadoprincipalmenteparaexpressarajustaposiodedoistons.A linhamuitousadaparadescreveressajustaposio,tratando-se,nessecaso,deumprocedimentoartificial.

    A forma

    ....'A linhadescreveumaforma.Nalinguagemdasartesvisuais,a

    linhaarticulaacomplexidadedaforma.Existemtrsformasbsicas:o quadrado,o crculoeo tringuloeqiltero.Cadaumadasformasbsicas(fig.3.13)temsuascaractersticasespecficas,ea cadaumaseatribuiumagrandequantidadedesignificados,algunsporassocia-o,outrosporvinculaoarbitrria,eoutros,ainda,atravsdenos-

    FIGURA 3.11 FIGURA 3.12

    A linha tambmuminstrumentonossistemasdenotao,co-mo,porexemplo,aescrita.A escrita,acriaodemapas,ossmboloseltricosea msicasoexemplosdesistemassimblicosnosquaisalinhao elementomaisimportante.Na arte,porm,a linhao ele-mentoessencialdo desenho,umsistemadenotaoque,simbolica-mente,norepresentaoutracoisa,mascapturaa informaovisualea reduza umestadoemquetodainformaovisualsuprfluaeli-minada,eapenasoessencialpermanece.Essasobriedadetemumefei-to extraordinrioem desenhosou pontas-secas,xilogravuras,guas-fortese litografias. FIGURA 3.13

  • 58 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL ELEMENTOSBSICOSDA COMUNICAOVISUAL 59

    tecurva,cujocontorno,emtodosospontos,eqidistantedeseuponto'central(fg. 3.15).O tringuloeqilteroumafigradetrsladoscujos'.nguloseladossotodosiguais(fig.3.16).A partirdecombina-esevariaesinfinitasdessastrsformasbsicas,derivamostodasas formasfsicasda naturezae da imaginaohumana(fig. 3.17).

    sasprpriaspercepespsicolgicase fisiolgicas.Ao quadradoseassociamenfado,honestidade,retidoe esmero;ao tringulo,ao,conflito,tenso;ao crculo,infinitude,calidez,proteo.

    Todasasformasbsicassofigurasplanasesimples,fundamen-tais,quepodemserfacilmentedescritaseconstrudas,tantovisualquan-toverbalmente.O quadradoumafiguradequatrolados,comngulosretosrigorosamenteiguaisnoscantose ladosquetmexatamenteomesmocomprimento(fig.3.14).O crculoumafiguracontinuamen-

    COMPRIMENTOSIGUAIS

    FIGURA 3.14

    FIGURA 3:17

    TODOS OS RAIOS COMO MESMO COMPRIMENTO

    PONTO CENTRALDireo

    II

    ,,/IL.CURVATURACONTtNUA

    Todasasformasbsicasexpressamtrsdireesvisuaisbsicas

    esignificativas:o quadrado,ahorizontaleavertical(fig.3.18);o trin-gulo,a diagonal(fig.3.19);o crculo,a curva(fig. 3.20).Cadaumadasdireesvisuaistemumfortesignificadoassociativoeumvalio-FIGURA 3.15

    60

    TODOS OS LADOS COMO MESMO COMPRIMENTO

    60

    FIGURA 3.16 FIGURA 3.18

    ?I/

    //

    //

    //

    //

    It

    FIGURA 3.19

    ..--/"

    //,\\ l''\ . /

    "" "./---FIGURA 3.20

  • 60 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL

    so instrumentopara a criaode mensagensvisuais.A refernciahorizontal-vertical(fig. 3.21)j foi aquicomentada,mas,a ttuloderecordao,valedizerqueconstituia refernciaprimriadohomem,em'termosdebem-estaremaneabilidade.Seusignificadomaisbsicotema vernoapenascoma relaoentreo organismohumanoe omeioambiente,mastambmcoma estabilidadeemtodasasquestesvisuais.A necessidadedeequilbrionoumanecessidadeexclusivadohomem;deletambmnecessitamtodasascoisasconstrudasede-senhadas.A direodiagonal(fig. 3.22)temrefernciadiretacomaidiadeestabilidade. a formulaooposta,a foradirecionalmaisinstvel,e,conseqentemente,maisprovocadoradasformulaesvi-suais.Seusignificadoameaadorequaseliteralmenteperturbador.As forasdirecionaiscurvas(fig. 3.23)tmsignificadosassociadosabrangncia, repetioe calidez.Todasasforasdirecionaissodegrandeimportnciaparaa intenocompositivavoltadaparaumefeitoe um significadodefinidos.

    FIGURA 3.21

    Tom

    ELEMENTOSBSICOSDA COMUNICAAoVISUAL 61

    daobscuridadeouclaridadedequalquercoisavista.Vemos~raaspresenaou ausnciarelativadeluz,masaluznoseirradiacomuniformidadenomeioambiente,seja-elaemitidapeloSol,pelaLuaouporalgumafonteartificial.Seassimfosse,nosencontraramosnu-maobscuridadetoabsolutaquantoa quesemanifestanaausnciacompletadeluz.A luzcircundaascoisas,refletidaporsuperfciesbrilhantes,incidesobreobjetosquetm,elesprprios,claridadeouobscuridaderelativa.Asvariaesdeluzoudetomsoosmeiospelosquaisdistinguimosoticamentea complexidadedainformaovisualdoambiente.Emoutraspalavras,vemoso queescuroporqueestprximoousesuperpeaoclaro,evice-versa(fig.3.24,3.25)..

    FIGURA 3.24 FIGURA 3.25

    Na natureza,atrajetriaquevaidaobscuridadeluzentremea-dapormltiplasgradaessutis,quesoextremamentelimitadasnosmeioshumanosdereproduodanatureza,tantonaartequantonocinema.Quandoobservamosatonalidadenanatureza,estamosvendoaverdadeiraluz.Quandofalamosdetonalidadeemartesgrficas,pin-tura,fotografiaecinema,fazemosrefernciaaalgumtipodepigmen-to, tintaou nitratodeprata,queseusaparasimularo tomnatural.Entrea luzeaobscuridadenanaturezaexistemcentenasdegradaestonaisespecficas,masnasartesgrficasena fotografiaessasgrada-essomuitolimitadas(fig.3.26).Entreo pigmentobrancoeo pre-to, aescalatonalmaiscomumenteusadatemcercadetrezegradaes.Na Bauhauseemmuitasoutrasescolasdearte,sempresedesafiouosalunosa descobrirquantasgradaestonaisdistintase identificveispodiamrepresentarentreo brancoeo negro.Comgrandesensibilida-deedelicadeza,seunmeropodechegara trintatonsdecinza,mas

    FIGURA 3.22 FIGURA 3.23

    As margenscomqueseusaa linhapararepresentarumesboorpidoouumminuciosoprojetomecnicoaparecem,namaiorpartedoscasos,emformadejustaposiodetons,ou seja,deintensidade

    r;::1- -I......-

    -

  • 62 SINTAXE DA LINGUAGEMVISUAL ELEMENTOSBSICOSDA COMUNICAOVISUAL 63

    va,a linhanocriar,porsi s,umailusoconvincentedarealidade;.paratanto,precisarecorreraotom(fig.3.29).Oacrscimodeumfundotonalreforaaaparnciaderealidadeatravsdasensaodeluzrefle-tidaesombrasprojetadas.Esseefeitoaindamaisextraordinrionasformassimplesebsicascomoo crculo,que,seminformaotonal,nopareceriaterdimenso(fig. 3.30).

    A claridadeeaobscuridadesotoimportantesparaapercepodenossoambientequeaceitamosumarepresentaomonocromticada realidadenasartesvisuais,e o fazemossemvacilar.Na verdade,ostonsvariveisdecinzanasfotografias,nocinema,nateleviso,nasguas-fortes,nasgravuras maneira-negrae nosesboostonaissosubstitutosmonocromticos,e representamummundoquenoexis-te,ummundovisualquesaceitamosdevidoaopredomniodosvalo-restonaisemnossaspercepes(prancha3.1)*.A facilidadecomqueaceitamosarepresentaovisualmonocromticadaexatamedidadaimportnciavitalqueo tomtemparans,e,o queaindamaisinte-ressante,decomosomosinconscientementesensveisaosvaloresmo-ntonosemonocromticosdenossomeioambiente.Quantaspessoas

    FIGURA 3.26

    11 l.

    .

    -I.. DCC

    FIGURA 3.27

    issonoprticoparao usocomum,porserexcessivamentesutil,mtermosvisuais.Dequemodo,ento,podeovisualizadorlidarcomes-salimitaotonal?A manipulaodotomatravsdajustaposiodi-minuimuitoaslimitaestonaisinerentesao problemadecompetircomaabundnciadetonsdanatureza.Ao sercolocadonumaescala

    tonal(fig.3.27),umtomdecin~ podemodificar-sedramaticamente.A possibilidadedeumarepres~taotOT\almuitomaisvastapodeserobtidaatravsda utilizao.dessesmeios.

    O .mundoemquevivemosdimensional,eo tomumdosme-lhoresinstrumentosdequedispeovisualizadorparaindicareexpres-saressadimenso.A perspectivao mtodoparaacriaodemuitosdosefeitosvisuaisespeciaisdenossoambientenatural,eparaa repre-sentaodo modotridimensionalquevemosemumaformagrficabidimensional.Recorrea muitosartifciosparasimolara distncia,amassa,opontodevista,opontodefuga,alinhadhor~zonte,onveldoolho,etc.(fig.3.28).No entanto,mesmocomaajudadaperspecti-

    FIGURA 3.29

    FIGURA 3.30

    PONTO DE FUGA

    ~..::::::---" ----" ---" ............"""""

    LINHA DO HORIZONTE PONTO DE FUQA

    ~~~~,"""//

    //

    //

    //

    //

    //

    FIGURA 3.28* As pranchas3.1e 3.6esti!onaspginas67e 68.

  • 64 SINTAXE DA LINGUAGEM VISUAL ELEMENTOSBSICOSDA COMUNICAAoVISUAL 65

    sedocontadequepossuemessasensibilidade?A razodessesurpreen-dentefatovisualqueasensibilidadetonalbsicaparanossasobre-vivncia.S superadapelarefernciavertical-horizontalenquantopistavisualdo relacionamentoquemantemoscomo meioambiente.Graasa elavemoso movimentosbito,aprofundidad.e,a distnciaeoutrasrefernciasdoambiente.O valortonaloutramaneiradedes-crevera luz. Graasa ele,eexclusivamentea ele, queenxergamos.

    vemexpressanestefragmentodopoema"The People,Yes", deCarlSandburg:

    Cor

    Sendovermelhoo sanguedetodososhomensdetodasasnaesa InternacionalComunistafezvermelhoseuestandarteO papaInocncioIV deuaoscardeaisseusprimeiroscapelosvermelhosdizendoqueo sanguedeumcardealpertencia santamadreigreja.O vermelho,cordesangue,umsmbolo.*

    As representaesmonocromticasquetoprontamenteaceita-mosnosmeiosdecomunicaovisualsosubstitutostonaisdacor,substitutosdissoquenaverdadeummundocromtico,nossouni-versoprofusamentecolorido.Enquantoo tomestassociadoaques-....tesde sobrevivncia,sendoportantoessencialpara o organismohumano,acortemmaioresafinidadescomasemoes. I>ossvelpen-sarnacorcomoo glacestticodo bolo, saborosoetil emmuitosaspectos,masnoabsolutamentenecessrioparaacriaodemensa-gensvisuais.Estaseriaumavisomuitosuperficialdaquesto.A corest,defato, impregnadadeinformao,eumadasmaispenetran-tesexperinciasvisuaisquetemostodosemcomum.Constitui,por-tanto,umafontedevalorinestimvelparaoscomunicadoresvisuais..No meioambientecompartilhamosossignificadosassociativosdacordasrvores,darelva,docu,daterraedeumnmeroinfinitodecoi-sasnasquaisvemosascorescomoestmuloscomunsatodos.E atudoassociamosumsignificado.Tambmconhecemosa coremtermosdeumavastacategoriadesignificadossimblicos.O vermelho,porexem-plo, significaalgo,mesmoquandonotemnenhumaligaocomoambiente.O vermelhoqueassociamos raivapassoutambmparaa"bandeira(oucapa)vermelhaqueseagitadiantedotouro". O verme-lhopoucosignificaparao touro,quenotemsensibilidadeparaacoressensvelaomovimentodabandeiraoucapa.Vermelhosignificaperigo,amor,calorevida,etalvezmaisumacentenadecoisas.Cadaumadascorestambmteminmerossignificadosassociativosesim-blicos.Assim,acorofereceumvocabulrioenormeedegrandeutili-

    \dadeparao alfabetismovisual.A variedadedesignificadospossveis

    Existemmuitasteoriasdacor.A cor,tantodaluzquantodopig-mento,temumcomportamentonico,masnossoconhecimentodacornacomunicaovisualvaimuitopoucoalmdacoletadeobservaesdenossasreaesa ela.No humsistemaunificadoedefinitivodecomoserelacionamos matizes.

    A cortemtrsdimensesquepodemserdefinidasemedidas.Ma-tizoucroma,acoremsi,eexisteemnmerosuperioracem.Cadamatiztemcaractersticasindividuais;osgruposoucategoriasdecorescompartilhamefeitoscomuns.Existemtrsmatizesprimriosou ele-mentares:amarelo,vermelhoe azul.Cadaumrepresentaqualidadesfundamentais.O amarelo a cor queseconsideramaisprximadaluzedocalor;overmelhoamaisativaeemocional;o azulpassivoe suave.O amareloe o vermelhotendema expandir-se;o azul, acontrair-se.Quandosoassociadasatravsdemisturas,novossignifi-cadossoobtidos.O vermelho,um matizprovocador,abrandadoaomisturar-secomo azul,eintensificadoaomisturar-secomo ama-relo.As mesmasmudanasdeefeitosoobtidascomo amarelo,quesesuavizaao semisturarcomo azul.

    Em suaformulaomaissimples,aestru


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