REVISÃO UNESP – PRIMEIRA FASE
Prof. Rodolfo
1. (Unesp 2013) Leia. Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná-‐lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso.
(Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.) Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora
ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia. b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos
na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia.
c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade.
d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-‐se a partir de então ao seu poder e às suas decisões.
e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos.
2. (Unesp 2013) Leia. Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] hospedavam os homens e mulheres de visão repugnante escorraçados por todos: considerava-‐se que os leprosos eram assim por castigo de Deus, por causa dos pecados cometidos, ou porque tinham sido concebidos em pecado. Por isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater certas castanholas, para que os sãos pudessem evitá-‐los, fugindo a tempo. (Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.)
A lepra e as demais doenças recorrentes durante a Idade Média a) resultavam do descuido das vítimas e os médicos se
dedicavam apenas aos doentes graves ou terminais. b) atingiam basicamente as populações rurais, pois as
condições de higiene e saneamento nas cidades eram melhores.
c) atacavam e matavam igualmente nobres e pobres, pois não existiam hospitais ou remédios.
d) eram consideradas contagiosas e, devido a isso, não havia pessoas dispostas a cuidar dos enfermos.
e) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e as vítimas eram tratadas como responsáveis pelo mal.
3. (Unesp 2013) “Servir” ou, como também se dizia, “auxiliar”, – “proteger”: era nestes termos tão simples que os textos mais antigos resumiam as obrigações recíprocas do fiel armado e do seu chefe.”
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)
O mais importante dos deveres que, na sociedade feudal, o vassalo tinha em relação ao seu senhor era: a) o respeito à hierarquia e à unicidade de homenagens, que
determinava que cada vassalo só podia ter um senhor. b) o auxílio na guerra, participando pessoalmente, montado e
armado, nas ações militares desenvolvidas pelo senhor. c) a proteção policial das aldeias e cidades existentes nos
arredores do castelo de seu senhor. d) a participação nos torneios e festejos locais, sem que o
vassalo jamais levantasse suas armas contra seu senhor. e) a servidão, trabalhando no cultivo das terras do senhor e
pagando os tributos e encargos que lhe eram devidos. 4. (Unesp 2013) As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos séculos entre comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do fornecimento de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e sim matérias-‐primas.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
O texto refere-‐se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida quando a) portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas
e permitiram que elas comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.
b) norte-‐americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para ampliar o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.
c) ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do Atlântico Sul.
d) ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e desestimularam o comércio escravista.
e) portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.
5. (Unesp 2013) No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares com várias regiões do continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava, entre outras coisas, da necessidade de a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala
industrial nas fábricas inglesas e francesas. b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos
consumidos nas grandes cidades europeias. c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas
fábricas instaladas em torno das grandes cidades inglesas. d) matérias-‐primas, como o algodão e os óleos vegetais, que
eram utilizadas pelas fábricas inglesas. e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas
que proliferavam na Inglaterra e na França. 6. (Unesp 2013) Leia.
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Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-‐Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho. (Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa,
vol. 2, 1987. Adaptado.) O texto afirma que a Revolução Industrial a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de
que era desnecessário criar mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores.
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos de todos os segmentos da população.
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-‐os num duro processo de produção.
d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem.
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o alastramento de epidemias.
7. (Unesp 2013) Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri no início do século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século XVII, a) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a
hegemonia da Igreja Católica e da aristocracia, respectivamente.
b) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de seus autores.
c) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e espanhol.
d) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta e ao poder da Igreja Católica.
e) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final da Idade Média.
8. (Unesp 2013) Leia. A Itália deseja a paz, mas não teme a guerra. A justiça sem a força é uma palavra sem sentido. Nós sonhamos com a Itália romana.
Os três lemas acima foram amplamente divulgados durante o governo de Benito Mussolini (1922-‐1943) e revelam características centrais do fascismo italiano: a) a perseguição aos judeus, a liberdade de expressão e a
valorização do direito romano. b) o culto ao corpo, o pacificismo e a ânsia de voltar ao
passado. c) o nacionalismo, a valorização do espírito clássico e o
materialismo. d) a beligerância, o culto à ação e o esforço expansionista. e) o revanchismo, a socialização da economia industrial e a
perseguição aos estrangeiros. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder à(s) seguinte(s) questão(ões):
Enquanto a economia balançava, as instituições da democracia liberal praticamente desapareceram entre 1917 e 1942; restou apenas uma borda da Europa e partes da América do Norte e da Austrália. Enquanto isso, avançavam o fascismo e seu corolário de movimentos e regimes autoritários.
A democracia só se salvou porque, para enfrentá-‐lo, houve uma aliança temporária e bizarra entre capitalismo liberal e comunismo [...]. Uma das ironias deste estranho século é que o resultado mais duradouro da Revolução de Outubro, cujo objetivo era a derrubada global do capitalismo, foi salvar seu antagonista, tanto na guerra quanto na paz, fornecendo-‐lhe o incentivo — o medo — para reformar-‐se após a Segunda Guerra Mundial [...].
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995.)
9. (Unesp 2013) Ao mencionar a aliança temporária e bizarra entre capitalismo liberal e comunismo, o texto refere-‐se a) ao esforço conjunto de União Soviética, França, Inglaterra e
Estados Unidos na reunificação da Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial.
b) à articulação militar que uniu Estados Unidos e União Soviética, na Segunda Guerra Mundial, contra os países do Eixo.
c) à constituição da Entente que, na Primeira Guerra Mundial, permitiu que países do Ocidente e a Rússia lutassem lado a lado contra a Alemanha.
d) à corrida armamentista entre União Soviética e Estados Unidos, que estimulou o crescimento econômico e industrial dos dois países.
e) aos acordos de paz que, ao final das duas guerras mundiais, ampliaram a influência política e comercial da Rússia e dos países liberais europeus.
10. (Unesp 2012) A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis, mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […].
(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)
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Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que a) assemelhava-‐se à escravidão ocorrida no Brasil colonial,
pois era determinada pela procedência e pela raça. b) aumentou significativamente durante a expansão romana
pelo Mar Mediterrâneo. c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de
territórios na Europa Central. d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi
abolida pelos imperadores cristãos. e) diferenciava-‐se da escravidão ocorrida no Brasil colonial,
pois os escravos romanos nunca podiam se tornar livres. 11. (Unesp 2012) (...) o elemento religioso não limitou os seus efeitos ao fortalecimento, no mundo da cavalaria, do espírito de corpo; exerceu também uma ação poderosa sobre a lei moral do grupo. Antes de o futuro cavaleiro receber a sua espada, no altar, era-‐lhe exigido um juramento, que especificava as suas obrigações.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.) O texto mostra que os cavaleiros medievais, entre outros aspectos de sua formação e conduta, a) mantinham-‐se fieis aos comerciantes das cidades, a quem
deviam proteger e defender na vida cotidiana e em caso de guerra.
b) privilegiavam, na sua formação, os aspectos religiosos, em detrimento da preparação e dos exercícios militares.
c) valorizavam os torneios, pois neles mostravam seus talentos e sua força, ganhando prestígio e poder no mundo medieval.
d) agiam apenas de forma individual, realizando constantes disputas e combates entre si.
e) definiam-‐se como uma ordem particular dentro da rígida estrutura feudal, mas mantinham vínculos profundos com a Igreja.
12. (Unesp 2012) [Na época feudal] o mundo terrestre era visto como palco da luta entre as forças do Bem e as do Mal, hordas de anjos e demônios. Disso decorria um dos traços mentais da época: a belicosidade.
(Hilário Franco Junior. O feudalismo, 1986. Adaptado.) A belicosidade (disposição para a guerra) mencionada expressava-‐se, por exemplo, a) no ingresso de homens de todas as camadas sociais na
cavalaria e na sua participação em torneios. b) no pacto que reunia senhores e servos e determinava as
chamadas relações vassálicas. c) na ampla rejeição às Cruzadas e às tentativas cristãs de
reconquista de Jerusalém. d) no empenho demonstrado nas lutas contra muçulmanos,
vikings e diferentes formas de heresias. e) na submissão de senhores e vassalos, reis e súditos, ao
Islamismo.
13. (Unesp 2012) Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-‐se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. [...] Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Jean-‐Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.) O texto apresenta características a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas
entre todos os membros de uma sociedade. b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos
sobre os interesses individuais. c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade
de uma convenção entre os membros de uma sociedade. d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e
defesa de todos os trabalhadores. e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder
rigidamente concentrado nas mãos do Estado. 14. (Unesp 2012) A Revolução Puritana (1640) e a Revolução Gloriosa (1688) transformaram a Inglaterra do século XVII. Sobre o conjunto de suas realizações, pode-‐se dizer que a) determinaram o declínio da hegemonia inglesa no comércio
marítimo, pois os conflitos internos provocaram forte redução da produção e exportação de manufaturados.
b) resultaram na vitória política dos projetos populares e radicais dos cavadores e dos niveladores, que defendiam o fim da monarquia e dos privilégios dos nobres.
c) envolveram conflitos religiosos que, juntamente com as disputas políticas e sociais, desembocaram na retomada do poder pelos católicos e em perseguições contra protestantes.
d) geraram um Estado monárquico em que o poder real devia se submeter aos limites estabelecidos pela legislação e respeitar as decisões tomadas pelo Parlamento.
e) precederam as revoluções sociais que, nos dois séculos seguintes, abalaram França, Portugal e as colônias na América, provocando a ascensão política do proletariado industrial.
15. (Unesp 2012) Os centros artísticos, na verdade, poderiam ser definidos como lugares caracterizados pela presença de um número razoável de artistas e de grupos significativos de consumidores, que por motivações variadas — glorificação familiar ou individual, desejo de hegemonia ou ânsia de salvação eterna — estão dispostos a investir em obras de arte uma parte das suas riquezas. Este último ponto implica, evidentemente, que o centro seja um lugar ao qual afluem quantidades consideráveis de recursos eventualmente destinados à produção artística. Além disso, poderá ser dotado de instituições de tutela, formação e promoção de artistas, bem como de distribuição das obras. Por fim, terá um público muito mais vasto que o dos consumidores
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propriamente ditos: um público não homogêneo, certamente (...).
(Carlo Ginzburg. A micro-‐história e outros ensaios, 1991.) Os “centros artísticos” descritos no texto podem ser identificados a) nos mosteiros medievais, onde se valorizava especialmente
a arte sacra. b) nas cidades modernas, onde floresceu o Renascimento
cultural. c) nos centros urbanos romanos, onde predominava a
escultura gótica. d) nas cidades-‐estados gregas, onde o estilo dórico era
hegemônico. e) nos castelos senhoriais, onde prevalecia a arquitetura
românica. 16. (Unesp 2012) Nas primeiras sequências de O triunfo da vontade [filme alemão de 1935], Hitler chega de avião como um esperado Messias. O bimotor plaina sobre as nuvens que se abrem à medida que ele desce sobre a cidade. A propósito dessa cena, a cineasta escreveria: “O sol desapareceu atrás das nuvens. Mas quando o Führer chega, os raios de sol cortam o céu, o céu hitleriano”.
(Alcir Lenharo. Nazismo, o triunfo da vontade, 1986.) O texto mostra algumas características centrais do nazismo: a) o desprezo pelas manifestações de massa e a defesa de
princípios religiosos do catolicismo. b) a glorificação das principais lideranças políticas e a
depreciação da natureza. c) o uso intenso do cinema como propaganda política e o culto
da figura do líder. d) a valorização dos espaços urbanos e o estímulo à migração
dos camponeses para as cidades. e) o apreço pelas conquistas tecnológicas e a identificação do
líder como um homem comum. 17. (Unesp 2012) As feiras foram muito difundidas pela Europa a partir do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fenômeno, podemos citar a) a unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade
dos banqueiros e a aquisição de mercadorias. b) o aumento da produção agrícola, provocado pelos
desmatamentos, que ampliavam a quantidade de terras cultiváveis.
c) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os camponeses à terra e reduziam a monetarização da economia.
d) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e epidemias que grassavam nas áreas rurais e provocavam êxodo em direção às cidades.
e) a regionalização das economias, que limitou significativamente a obtenção de mercadorias provenientes de terras distantes.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa.
(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.)
18. (Unesp 2012) Ao caracterizar a “integração econômica do Atlântico”, o texto a) destaca os diferentes papéis representados por africanos,
europeus e americanos na constituição de um novo espaço de produção e circulação de mercadorias.
b) reconhece que europeus, africanos e americanos se beneficiaram igualmente das relações comerciais estabelecidas através do Oceano Atlântico.
c) afirma que a globalização econômica se iniciou com a colonização da América e não contou, na sua origem, com o predomínio claro de qualquer das partes envolvidas.
d) sustenta que a escravidão africana nas colônias europeias da América não exerceu papel fundamental na integração do continente americano com a economia que se desenvolveu no Oceano Atlântico.
e) ressalta o fato de a América ter se tornado a principal fornecedora de matérias-‐primas para a Europa e de que alguns desses produtos eram usados na troca por escravos africanos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto a seguir. A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento de que os problemas econômicos eram de fato piores que os da década de 1930. Em muitos aspectos, isso era intrigante. Por que deveria a economia mundial ter-‐se tornado menos estável?
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995. Adaptado.)
19. (Unesp 2012) Os problemas econômicos da década de 1930, citados no texto, derivaram, entre outros fatores, a) dos fortes movimentos sociais e mobilizações
revolucionárias na América Latina, em especial no México,
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que impediram a exportação de produtos industrializados norte-‐americanos para a região.
b) do conjunto de reformas financeiras e sociais realizadas na União Soviética após a Revolução de 1917, que fechou os mercados do bloco socialista aos países capitalistas do Ocidente.
c) da ascensão do nazismo alemão e dos regimes fascistas na Itália, Espanha e Portugal, que provocaram a Segunda Guerra Mundial e paralisaram a produção industrial europeia.
d) de uma ampla crise do liberalismo, que ganhou contornos mais nítidos após a Primeira Guerra Mundial e desembocou na quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.
e) do forte crescimento econômico da Alemanha na passagem do século XIX para o XX e da acirrada competição comercial e naval deste país com a Grã-‐Bretanha e a França.
20. (Unesp 2011) Artigo 5.º — O comércio de mercadorias inglesas é proibido, e qualquer mercadoria pertencente à Inglaterra, ou proveniente de suas fábricas e de suas colônias é declarada boa presa. (...) Artigo 7.º — Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas, ou lá tendo estado, desde a publicação do presente decreto, será recebida em porto algum. Artigo 8.º — Qualquer embarcação que, por meio de uma declaração, transgredir a disposição acima, será apresada e o navio e sua carga serão confiscados como se fossem propriedade inglesa. (Excerto do Bloqueio Continental, Napoleão Bonaparte. Citado por Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o
estudo da história contemporânea (1789-‐1963), 1977.) Esses artigos do Bloqueio Continental, decretado pelo Imperador da França em 1806, permitem notar a disposição francesa de a) estimular a autonomia das colônias inglesas na América,
que passariam a depender mais de seu comércio interno. b) impedir a Inglaterra de negociar com a França uma nova
legislação para o comércio na Europa e nas áreas coloniais. c) provocar a transferência da Corte portuguesa para o Brasil,
por meio da ocupação militar da Península Ibérica. d) ampliar a ação de corsários ingleses no norte do Oceano
Atlântico e ampliar a hegemonia francesa nos mares europeus.
e) debilitar economicamente a Inglaterra, então em processo de industrialização, limitando seu comércio com o restante da Europa.
21. (Unesp 2011) Para os gregos antigos, a ideia de confronto entre oponentes, até que um dos contendores superasse os demais, atingindo um grau de excelência reconhecido e admirado por todos os circunstantes, era um ritual central em sua cultura. Os gregos faziam com que ele integrasse várias de suas cerimônias, as mais importantes e as mais sagradas.
(Nicolau Sevcenko. A corrida para o século XXI. No loop da montanha-‐russa, 2004. Adaptado.)
O texto afirma que as Olimpíadas na Grécia Antiga a) tinham a função de adequar os corpos dos praticantes às
necessidades do mundo do trabalho, tornando-‐os capazes de produzir mais.
b) permitiam que a população se divertisse, dissolvendo as tensões sociais e facilitando a dominação política por parte dos governantes.
c) estavam integradas a outros aspectos da vida social e religiosa, associando-‐se a momentos de festa e celebração.
d) estimulavam a competitividade e o individualismo, preparando os homens para as disputas profissionais na vida adulta.
e) visavam exercitar e fortalecer os guerreiros, melhorando sua atuação política e militar nos períodos de guerra.
22. (Unesp 2011) [Na Idade Média] Homens e mulheres gostavam muito de festas. Isso vinha, geralmente, tanto das velhas tradições pagãs (...), quanto da liturgia cristã.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Sobre essas festas medievais, podemos dizer que a) muitos relatos do cotidiano medieval indicam que havia um
confronto entre as festas de origem pagã e as criadas pelo cristianismo.
b) os torneios eram as principais festas e rompiam as distinções sociais entre senhores e servos que, montados em cavalos, se divertiam juntos.
c) a Igreja Católica apoiava todo tipo de comemoração popular, mesmo quando se tratava do culto a alguma divindade pagã.
d) as festas rurais representavam sempre as relações sociais presentes no campo, com a encenação do ritual de sagração de cavaleiros.
e) religiosos e nobres preferiam as festas privadas e pagãs, recusando-‐se a participar dos grandes eventos públicos cristãos.
23. (Unesp 2011) O fim último causa final e desígnio dos homens (...), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência necessária (...) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-‐os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos (...).
(Thomas Hobbes. Leviatã, 1651. In: Os pensadores, 1983.)
De acordo com o texto, a) os homens são bons por natureza, mas a sociedade instiga a
disputa e a competição entre eles.
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b) as sociedades dependem de pactos internos de funcionamento que diferenciem os homens bons dos maus.
c) os castigos permitem que as pessoas aprendam valores religiosos, necessários para sua convivência.
d) as guerras são consequências dos interesses dos Estados, preocupados em expandir seus domínios territoriais.
e) os Estados controlam os homens, permitindo sua sobrevivência e o convívio social entre eles.
24. (Unesp 2010) O imperialismo colonial europeu do final do século XIX e início do século XX mudou a geopolítica do continente africano, fragmentando-‐o em fronteiras representadas pelo aparecimento de novos espaços linguísticos e novas dinâmicas espaciais e econômicas.
Analisando o mapa, pode-‐se afirmar que a) em 1895, França, Grã-‐Bretanha, Portugal, Espanha,
Alemanha e Itália fizeram um acordo de divisão da totalidade do continente africano.
b) os impérios coloniais, a partir da Conferência de Berlim, dominaram a África para instalar indústrias, visto que era algo inexistente na Europa.
c) os países envolvidos nesse processo necessitavam de mercados exteriores, matérias-‐primas agrícolas e minerais para compensar o declínio da industrialização na Europa.
d) a repartição da África foi um projeto civilizador europeu, que, para ser estabelecido, exigiu a destruição social das oligarquias locais.
e) o imperialismo apoiou-‐se também nas rivalidades nacionalistas britânica, francesa e alemã, que originaram novos espaços linguísticos na África.
25. (Unesp 2010) Observe a figura.
A Europa já não é a liberdade e a paz, mas a violência e a guerra. Durante a ocupação alemã de Paris, a alguns críticos alemães que virão lhe falar de Guernica, Picasso responderá com amargura: Não fui eu que a fiz, fizeram-‐na vocês.
(Giulio Carlo Argan. Arte moderna, 1992.) O comentário de Pablo Picasso, em relação à sua obra Guernica, refere-‐se a) à separação entre manifestações artísticas e realidade
histórica. b) ao bombardeio alemão da cidade basca em apoio ao
general Franco. c) aos massacres cometidos pelos nazistas durante a Segunda
Guerra Mundial. d) à denúncia da anexação do território espanhol pelas tropas
nazistas. e) à aliança dos nazistas com os comunistas no início da
Segunda Guerra Mundial. 26. (Unesp 2008) "É preciso dizer que, com a superioridade excessiva que proporcionam a força, a riqueza, [...] [os muito ricos] não sabem e nem mesmo querem obedecer aos magistrados [...] Ao contrário, aqueles que vivem em extrema penúria desses benefícios tornam-‐se demasiados humildes e rasteiros. Disso resulta que uns, incapazes de mandar, só sabem mostrar uma obediência servil e que outros, incapazes de se submeter a qualquer poder legítimo, só sabem exercer uma autoridade despótica." (Aristóteles, "A Política".) Segundo Aristóteles (384-‐322 a.C.), que viveu em Atenas e em outras cidades gregas, o bom exercício do poder político pressupõe a) o confronto social entre ricos e pobres. b) a coragem e a bondade dos cidadãos. c) uma eficiente organização militar do Estado. d) a atenuação das desigualdades entre cidadãos. e) um pequeno número de habitantes na cidade. 27. (Unesp 2007) A conquista sanguinária da América espanhola é dominada por [uma] paixão frenética. Rio da Prata, Rio do Ouro, Castela do Ouro, Costa Rica, assim se
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batizavam as terras que os conquistadores desvendavam ao mundo... (Paulo Prado. "Retrato do Brasil". 1928.) A "paixão frenética" da conquista da América a que se refere o autor está relacionada a) à irracionalidade da expansão comercial e marítima
europeia, realizada sem conhecimentos tecnológicos adequados.
b) às condições de crise econômica das populações nativas dominadas pelo império dos astecas e dos incas.
c) à ação da burguesia espanhola que agiu isoladamente, dado o desinteresse do governo espanhol pelos territórios americanos.
d) ao acordo entre banqueiros e sábios europeus para ampliar o conhecimento científico e facilitar a exploração econômica da região.
e) ao esforço de solucionar a crise da economia europeia motivada pela escassez do meio circulante.
28. (Unesp 2007) Observe a gravura, produzida na época da Revolução Francesa de 1789.
Pode-‐se afirmar que os personagens da gravura representam a) o ideal que caracterizava o estado Absolutista, segundo o
qual o poder do monarca não conhecia limites. b) os interesses da nobreza que, em aliança com a Igreja e os
trabalhadores urbanos, assegurou os privilégios feudais. c) a exploração do terceiro estado pelo clero e pela nobreza,
cuja contestação desencadeou o processo revolucionário. d) a insegurança durante a fase do Terror jacobino, que
ocasionou o êxodo da população civil para o campo, em busca de proteção.
e) a tentativa de unir a sociedade francesa para superar as dificuldades econômicas enfrentadas nas vésperas da revolução.
29. (Unesp 2007) Em cada letra da página divina [a Bíblia] há tantas verdades sobre as virtudes, tantos tesouros de sabedoria acumulados, que apenas aquele a quem Deus concedeu o dom do saber [dela] pode usufruir plenamente. Poderiam estas "pérolas" ser distribuídas aos "porcos" e a palavra a ignorantes incapazes de recebê-‐la e, sobretudo, de propagar aquilo que receberam? (Texto escrito pelo inglês Gautier Map, por volta de
1181.) Comparando o conteúdo do texto com a história do cristianismo, conclui-‐se que o autor a) interditava aos pecadores a leitura da Bíblia, reservando-‐a à
interpretação coletiva nos mosteiros medievais. b) considerava aptos para interpretarem individualmente a
Bíblia todos os fiéis que participassem do culto católico. c) postulava a exigência de comunicação direta do fiel com
Deus, independentemente da leitura dos textos sagrados. d) referia-‐se a um dogma da Igreja medieval abolido pela
reforma católica promovida pelo Concílio de Trento. e) opunha-‐se a um princípio defendido por heresias medievais
e que foi retomado pelas reformas protestantes. 30. (Unesp 2006) Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar que a) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente,
manifestas na permanência da divisão da Alemanha. b) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou
com a entrada da Alemanha no Pacto de Varsóvia. c) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos
bilaterais, colaborou para reunificar a cidade, dividida pelos aliados.
d) constituiu-‐se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações internacionais após a Segunda Guerra Mundial.
e) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e conservador.
31. (Unesp 2006) "É difícil acreditar na guerra terrível, mas silenciosa, que os seres orgânicos travam em meio aos bosques serenos e campos risonhos". ("C. Darwin, anotação no Diário de 1839".) Na segunda metade do século XIX, a doutrina sobre a seleção natural das espécies, elaborada pelo naturalista inglês Charles Darwin, foi transferida para as relações humanas, numa situação histórica marcada a) pela concórdia universal entre povos de diferentes
continentes. b) pela noção de domínio, supremacia e hierarquia racial. c) pelos tratados favoráveis aos povos colonizados. d) pelas concepções de unificação europeia e de paz armada. e) pela fundação de instituições destinadas a promover a paz. 32. (Unesp 2005) Nas décadas de 1960 e 1970, a relação dos EUA com a América Latina a) caracterizou-‐se pela ausência de investimentos econômicos
significativos, uma vez que a região oferecia menores oportunidades de lucro do que os chamados tigres asiáticos.
b) alterou-‐se quando os norte-‐americanos condicionaram a ajuda financeira aos relatórios de organizações internacionais que avaliavam o respeito aos direitos humanos e à democracia.
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c) desenvolveu-‐se de acordo com o programa do Departamento de Estado Norte-‐americano, com o objetivo de suplantar o domínio político e cultural dos países europeus na região.
d) particularizou-‐se pela aplicação da "política da boa vizinhança", que objetivava industrializar e desenvolver o sul do continente, ainda que sob o controle dos norte-‐americanos.
e) pautou-‐se por um clima tenso, sobretudo depois da subida ao poder de Fidel Castro e da crise dos mísseis na baía dos Porcos.
33. (Unesp 2003) A Primeira Guerra Mundial (1914-‐1918) resultou de uma alteração da ordem institucional vigente em longo período do século XIX. Entre os motivos desta alteração, destacam-‐se a) a divisão do mundo em dois blocos ideologicamente
antagônicos e a constituição de países industrializados na América.
b) a desestabilização da sociedade europeia com a emergência do socialismo e a constituição de governos fascistas nos países europeus.
c) o domínio econômico dos mercados do continente europeu pela Inglaterra e o cerco da Rússia pelo capitalismo.
d) a oposição da França à divisão de seu território após as guerras napoleônicas e a aproximação entre a Inglaterra e a Alemanha.
e) a unificação da Alemanha e os conflitos entre as potências suscitados pela anexação de áreas coloniais na Ásia e na África.
34. (Unesp 2000) "A Ku-‐Klux-‐Klan foi organizada para segurança própria... o povo do Sul se sentia muito inseguro. Havia muitos nortistas vindos para cá (Sul), formando ligas por todo o país. Os negros estavam se tornando muito insolentes e o povo branco sulista de todo o estado de Tennessee estava bastante alarmado." (ENTREVISTA DE NATHAN BEDFORD FORREST ao JORNAL DE CINCINNATI, Ohio, 1868.) A leitura deste depoimento, feito por um membro da Ku-‐Klux-‐Klan, permite entender que esta organização tinha por objetivo a) assegurar os direitos políticos da população branca, pelo
voto censitário, eliminando as possibilidades de participação dos negros nas eleições.
b) impedir a formação de ligas entre nortistas e negros, que propunham a reforma agrária nas terras do sul dos Estados Unidos.
c) unir os brancos para manter seus privilégios e evitar que os negros, com apoio dos nortistas, tivessem direitos garantidos pelo governo.
d) proteger os brancos das ameaças e massacres dos negros, que criavam empecilhos para o desenvolvimento econômico dos estados sulistas.
e) evitar confrontos com os nortistas, que protegiam os negros quando estes atacavam propriedades rurais dos sulistas brancos.
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Gabarito: Resposta da questão 1: [C] Resposta da questão 2: [E] Resposta da questão 3: [B] Resposta da questão 4:[D] Resposta da questão 5: [D] Resposta da questão 6:[C] Resposta da questão 7: [C] Resposta da questão 8: [D] Resposta da questão 9: [B] Resposta da questão 10: [B] Resposta da questão 11: [E] Resposta da questão 12: [D] Resposta da questão 13: [C] Resposta da questão 14: [D] Resposta da questão 15: [B] Resposta da questão 16: [C] Resposta da questão 17: [B] Resposta da questão 18: [A] Resposta da questão 19: [D] Resposta da questão 20: [E] Resposta da questão 21: [C] Resposta da questão 22: [A] Resposta da questão 23: [E] Resposta da questão 24: [E] Resposta da questão 25:[B] Resposta da questão 26: [D] Resposta da questão 27:[E] Resposta da questão 28:[C] Resposta da questão 29: [E] Resposta da questão 30:[D] Resposta da questão 31: [B] Resposta da questão 32:[E] Resposta da questão 33: [E] Resposta da questão 34: [C]