O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R
D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA
Relatório de actividades
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A missão da Ordem de Malta
As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João deJerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem deMalta – remonta ao século XI.Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., osHospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que foracriado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam àTerra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçul-mana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa PascoalII de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o territóriocristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porqueo seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798.
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana deMalta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exer-cendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suasobras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais nodomínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assimcomo a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...»
- A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países domundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Estapresença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agita-da, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre aEuropa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assimprogressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográ-ficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente.
Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seusmembros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiuadaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com umamodernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às neces-sidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda deurgência e de acção humanitária.Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, queactua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidadosmédicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, decentros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centrosmédico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de forma-ção de socorristas e de pessoal de ambulâncias.
História: datas fundamentais
1048: JerusalémFundação dos Hospitalares de São João
de Jerusalém, como comunidade monásti-
ca, pelo Beato Gerardo.
Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregri-
nos, dos doentes e dos pobres, como sem-
pre fizeram.
Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal
II, o Hospital de São João é colocado sob
a protecção da Igreja, passando a benefici-
ar de isenções.
Colocada perante a responsabilidade da
defesa militar dos doentes e dos territórios
cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de
Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar.
1310: RodesEm 1291, após a queda de São João de
Acre, último bastião da Cristandade na Terra
Santa, a Ordem é compelida a abandonar a
Palestina e instala-se na ilha de Chipre.
A Ordem toma posse da ilha de Rodes em
1310, adquirindo assim soberania territori-
al. Para defender o mundo cristão, a
Ordem constitui uma poderosa armada,
patrulha os mares orientais e trava muitas
batalhas célebres.
Governada por um Grão-Mestre, Príncipe
Soberano de Rodes, juntamente com um
Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua
própria moeda e estabelece relações
diplomáticas com outros Estados.
Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir
com êxito múltiplos ataques dos Otomanos,
mas vencidos pelo Sultão Suliman, o
Magnífico, com uma poderosa armada e um
exército numeroso, são obrigados a capitu-
lar em 1 de Janeiro de 1523, abandonando
a ilha com honras militares e o reconheci-
mento da sua bravura pelo Sultão.
1530: MaltaNos sete anos seguintes, a Ordem mantém
a sua soberania, mas sem território, situa-
ção que prevaleceu até o Imperador Carlos
V conceder aos cavaleiros as ilhas de
Malta, Gozo e Comino e a cidade de
Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de
Outubro de 1530, a Ordem instala-se na
ilha de Malta, com a aprovação do Papa
Clemente VII.
Durante o Grande Cerco, entre Maio e
Setembro de 1565, os cavaleiros derro-
tam os Otomanos sob o comando do
Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o
nome à capital de Malta). A armada da
Ordem de São João (ou de Malta, como
são agora conhecidos) é uma das mais
poderosas do Mediterrâneo e contribui
para a derrota final dos Otomanos na
batalha de Lepanto, em 1571.
1798: ExílioEm 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho
da sua campanha do Egipto, ocupa Malta.
Os cavaleiros não lhe oferecem resistên-
cia, devido à Regra da Ordem que os pro-
íbe de combaterem outros cristãos, e são
obrigados a abandonar a ilha.
Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e
apesar do reconhecimento dos direitos de
soberania da Ordem de Malta consagrados
no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não
consegue voltar a instalar-se na ilha.
1834: RomaDepois de se instalar temporariamente em
Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem esta-
belece-se em Roma em 1834, onde possui
domínios que gozam de extraterritorialida-
de: o Grande Magistério, na via Condotti, e
a Vila de Malta sobre o Aventino.
A partir daqui, a missão original da Ordem,
que é servir os pobres e os doentes, torna-
se de novo a sua actividade principal.
Durante as duas Grandes Guerras a
Ordem desenvolve actividades hospitala-
res e caritativas, que são intensificadas
sob a direcção do Grão-Mestre Frei
Angelo de Mojana (1962-1988) e prosse-
guem actualmente com o seu sucessor, o
78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie.
Século XXIGraças a uma história de quase nove
séculos, a Ordem Soberana de Malta
pode orgulhar-se de ser a única sucesso-
ra da Ordem Hospitalar de São João de
Jerusalém, reconhecida pela Igreja
Católica em 1113.
A Ordem é simultaneamente uma Ordem
religiosa e de cavalaria da Igreja Católica.
É a única organização com uma soberania
ininterrupta que tem cavaleiros professos,
sucessores directos dos seus fundadores.
1Relatório de actividades - 2003
02 Mensagem do Grão-Mestre05 Espiritualidade em acção07 Actividades, 2001 e 200208 Últimas notícias09 Financiamento
Actividades humanitárias
13 Ajuda de urgência14 Corpo de Urgência da Ordem de Malta17 Ajuda de urgência no mundo:17 - Resposta a inundações20 - Terramotos e furacões21 - Refugiados e pessoas deslocadas internamente21 - Missões de manutenção da paz das Nações Unidas22 - Iraque25 - Associação Alemã em África27 Actividades médicas e hospitalares28 Actividades médicas32 Distribuição de medicamentos34 Lepra36 - Camboja: transformação de vidas38 Pessoas com deficiência40 Os voluntários42 VIH/SIDA: mães e filhos44 Cuidados paliativos / doença de Alzheimer46 O Corpo de Ambulâncias da Ordem de Malta49 Hospitais e centros de saúde55 Formação e educação56 Profissionalismo57 Formação e educação no mundo58 - Melhorar os níveis de actuação61 Diplomacia humanitária62 Diplomacia com uma perspectiva humanitária63 Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária64 Nações Unidas65 - Diplomacia na Ordem: uma visão pessoal66 Comissão Europeia
Governo
68 Composição e funcionamento69 - Lista de titulares de altos cargos70 Visitas oficiais do Grão-Mestre72 - Acordos de cooperação oficiais73 Relações diplomáticas a nível mundial74 Embaixadores da Ordem75 Embaixadores junto da Ordem76 Publicações seleccionadas80 Informações para contacto:
Grandes-Priorados, Sub-Priorados e Associações83 Missões diplomáticas
Índice
2 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Estas palavras, que fazem parte da Carta Constitucional daOrdem de Malta, definem a nossa missão no mundo actual.E descrevem igualmente o nosso princípio mais sagrado:agir «sem distinção de religião, de raça, de origem ou deidade», sempre que a nossa ajuda for necessária.
A presente edição do Relatório de Actividades Internacionaisda Ordem inclui algumas descrições breves, mas eloquentes,da forma como os nossos serviços de ajuda humanitária e deassistência sanitária tentaram aliviar o sofrimento das pes-soas afectadas por calamidades e por situações de urgência,provocadas pelo Homem ou pela natureza.
O Relatório abrange as actividades durante os anos de2001 e 2002 e início de 2003, um período em que o mundosofreu o choque da perda de mais de 3000 vidas inocentesnos ataques terroristas nos Estados Unidos da América, a crise das pessoas deslocadas internamente no Afeganis-tão e das pessoas afectadas pelo tumulto da guerra no Ira-que, bem como noutras regiões do mundo.
O Relatório descreve igualmente como os nossos voluntá-rios e o pessoal médico deram resposta às carências huma-nas mais urgentes - de abrigo, alimentação, água, medica-mentos e cuidados básicos imprescindíveis. Estes cuidadosforam prestados em muitos países e por razões diversas: nasequência das inundações catastróficas que atingiram
grande parte da Europa em 2002, após os terramotos naEuropa e na América do Sul e para aliviar o flagelo da fomena África Austral.
O aspecto mais significativo e estimulante deste Relatório éque dá uma visão da enorme diversidade do precioso traba-lho realizado pelas Associações da Ordem em mais de 110países. São apresentadas algumas descrições, selecciona-das por países onde a ajuda foi prestada e consoante essaajuda teve por objectivo atender necessidades humanitáriasou sanitárias.
Nenhuma destas actividades teria sido possível sem oempenhamento pessoal e a vontade dos membros e dosvoluntários da Ordem, nem sem a generosidade permanentedos seus doadores privados e públicos.
Graças aos nossos mais de 80 000 voluntários permanentes,conseguimos prestar os serviços médicos e de socorro quesão a nossa principal razão de ser. Estes voluntários, ofere-cendo generosamente o seu tempo, a sua energia e as suascompetências para apoiar as obras da Ordem no sentido deproporcionar uma verdadeira diferença duradoura para mil-hões de pessoas cujas vidas, de outra forma, seriam consu-midas pela pobreza, pela fome, pela doença ou por catástro-fes. Os voluntários podem ver-se a prestar assistência nasequência de guerras, inundações, terramotos ou furacões,
Mensagemdo Grão-Mestre
«...a Ordem promove as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suas obras demisericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados ...»
3Relatório de actividades - 2003
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da mesma forma que estão prontos para prestar primeirossocorros e assistência onde haja grandes concentrações depessoas. A sua dedicação leva-os igualmente a visitar idosose doentes nos seus domicílios, a fornecer refeições às pes-soas que não podem prepará-las, a ensinar primeiros socor-ros e cuidados básicos de saúde a jovens, a cuidar de crian-ças desfavorecidas ou a ajudar os sem-abrigo.
A expressão «pessoas com deficiência mental ou física» étambém muito vasta, porque abrange todas as pessoas comdificuldades físicas ou mentais causadas por doença, fome,desastre ou acidentes de nascença. Estas pessoas, comotodos os outros membros da raça humana, têm direito aníveis decentes de alimentação, água, alojamento, afecto ecuidados. As nossas missões hospitalares incluem a lutapermanente contra a lepra, não apenas através de ajudamédica e cirúrgica aos doentes, mas também no sentido deultrapassar o estigma associado a esta terrível doença.Recentemente alargámos as nossas actividades, a fim deincluir o VIH/SIDA, especialmente para impedir a sua passa-gem de mães para filhos.
Ao realizarmos estas actividades em todos estes países,procuramos actuar de acordo com normas que correspon-dem às melhores práticas disponíveis. Um dos desafios comque a Ordem se defronta na transição para o século XXI
consiste em encontrar um mecanismo que incentive a parti-lha de conhecimentos e de competências entre os nossosmembros, voluntários e profissionais, permitindo que anossa missão numa parte do mundo beneficie da nossaexperiência noutros lugares.
Para dar resposta a este desafio organizámos no final de2002 uma conferência em Santa Cruz, na Bolívia, «Confe-rência das Américas», para debater formas de colaboraçãoque permitam aumentar a eficácia da ajuda humanitária nasAméricas. A Conferência sublinhou a importância da uni-dade entre as Associações para o intercâmbio de informa-ções e de conhecimentos e para aprofundar contactos e acoordenação. Trata-se de um tema que vamos prosseguir,ao mesmo tempo que continuamos a dar resposta às carên-cias dos pobres, dos doentes, dos necessitados e daquelesque não possuem nada.
Espero que o presente Relatório permita compreender mel-hor o trabalho da Ordem de Malta no mundo e o nosso com-promisso de prestar ajuda humanitária como parte da nossamissão cristã.
Frei Andrew Bertie78º Grão-Mestre da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar
de S. João de Jerusalém, de Rodes e de Malta
4 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Grande Comendador, Frei Ludwig Hoffmann von Rumerstein, encontra alguns jovens amigos na visita que fez ao Lar da Ordem para doentes da SIDA, em Mandini, na África do Sul, em Dezembro de 2002, aquando da inauguração de uma nova ala de uma capacidade
de 53 camas e de melhoramentos no orfanato contíguo
5Relatório de actividades - 2003
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O carisma da OrdemApós mil anos de existência, de lutas e de aventuras, porvezes dolorosas, outras vezes não, mas que testemunhamsobretudo a sua cristandade e nobreza, o apelo da Ordem,ou o seu carisma, é tão forte no século XXI como era noséculo X e continua a inspirar-se nas suas origens.
O motivo que presidiu à sua fundação como Ordem Hospita-lar pelo Beato Gerardo em Jerusalém – «tuitio fidei et obse-quium pauperum», ou seja, «protecção da fé e ajuda aospobres» – continua ainda hoje a ser o seu princípio orientador.
É esta a sua história e a sua experiência. Exprime a convic-ção no princípio: testemunho de fé e serviço aos destituídosde tudo - de saúde, bem-estar, bens materiais, alegria ecarência espiritual. É este princípio que continua a inspirarhoje a Ordem e que orienta o seu futuro.
Existe uma profunda e misteriosa coincidência com o Evan-gelista: «Todas as leis e os Profetas estão de acordo em quedevemos amar ao Senhor nosso Deus com todo o nossocoração e ao nosso próximo como a nós próprios».
Deus e os nossos irmãos e irmãsFé e caridadeOração e trabalho«tuitio fidei et obsequium pauperum».
Este princípio tornou-se a divisa de todo o monasticismo oci-dental. A oração e o trabalho são a fé em acção, portadora debem para todos. Esta combinação inseparável entre a reali-dade espiritual e material é a base da incarnação de Cristofeito Homem, por nós e pela nossa salvação. O Homem éfeito de corpo e alma, de necessidades espirituais e morais,de exigências físicas e materiais. Tem fome de Deus e de pãoe exprime este desejo na oração veemente que chega aténós: «Pai nosso, venha a nós o Vosso Reino, seja feita aVossa vontade assim na Terra como no Céu, o pão nosso decada dia nos dai hoje e perdoai-nos as nossas ofensas».
O Santo Padre, João Paulo II, define o apelo da Ordemdesta forma: uma verdadeira riqueza da Igreja, pela sua har-monia evangélica, pelo seu extraordinário poder de sínteseentre o céu e a terra, pela sua importância para o presenteneste mundo sem religião, que carece enormemente deuma presença importante para cuidar dos marginais danossa sociedade.
A fé e a caridade são sempre as características obrigatóriasdo testemunho cristão de todos os que trabalham à sombrada cruz branca de oito pontas, símbolo das oito bem-aventu-ranças, com o espírito de um exército cristão. Pertencer àOrdem é uma honra, mas é também um apelo à acção cari-tativa, um compromisso real e uma verdadeira vocação.
Espiritualidade em acção
6 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Pessoas deslocadas internamente, Afeganistão: fila para atendimento na clínica da Ordem no norte do país.O material foi doado pelo Grande-Priorado de Lombardia e Venécia
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O presente Relatório de Actividades resume o trabalho daOrdem Soberana, Militar e Hospitalar de S. João de Jerusa-lém, de Rodes e de Malta nos anos de 2001 e 2002 nosdomínios médico, hospitalar e humanitário.
Nestas páginas podem encontrar-se múltiplas demonstra-ções práticas de como a Ordem alivia o sofrimento humanoem todas as suas formas, dando ajuda humanitária, respon-dendo a situações de urgência e prestando cuidados médi-cos e paliativos a muitos milhares de pessoas, sem discrimi-nação de raça, religião, filiação política ou idade.
O presente Relatório resume o papel especial da Ordem eas suas actividades correntes. Estas são descritas na sec-ção do Relatório relativa às actividades humanitárias, queabrange uma selecção das obras caritativas ou hospitalaresda Ordem por todo o mundo em 2001 e 2002. A segunda
secção, Governo, explica como a Ordem é administrada eindica as suas actividades oficiais e missões diplomáticas.Termina com uma bibliografia actual e informações para con-tacto de todas as Associações e organizações da Ordem edas suas representações diplomáticas.
O Relatório salienta a estratégia da Ordem de fornecerajuda duradoura, que tenha em conta não só as necessida-des imediatas de curto prazo, mas que permita também àspessoas que estiveram doentes desempenhar um papelactivo na sua própria recuperação. Inclui igualmente exem-plos do trabalho dos nossos muitos milhares de voluntáriospermanentes em todo o mundo para atender às necessida-des de pessoas com deficiências mentais ou físicas: umaspecto das nossas actividades inscrito nas tradições daOrdem desde a sua criação.
Actividades nos anos de 2001 e 2002
8 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Financiamento
Os Priorados, as Associações e as Fundações da Ordemfinanciam as suas actividades médicas, hospitalares e huma-nitárias através de quotizações e donativos que recebemdos seus membros, de doações e legados e de campanhasde obtenção de fundos realizadas junto de milhares de doa-dores regulares. Excepcionalmente, em Itália e na Áustria osGrandes-Priorados recuperaram o seu património, que ajudaa financiar as despesas administrativas da Ordem.
Na Europa, contudo, muitos centros de cuidados médico-sociais e estabelecimentos hospitalares da Ordem recebemfinanciamentos importantes dos sistemas nacionais desaúde e segurança social, juntamente com donativos demembros ou de pessoas externas à Ordem e subsídios dosgovernos e de grandes fundações.
O financiamento de actividades nos países em desenvolvi-mento provém de diferentes fontes. De um modo geral éassegurado pelos Priorados e pelas Associações nacionais;mas para projectos de grande dimensão ou que exigemrecursos permanentes a longo prazo, as respectivas Asso-ciações nacionais solicitam contribuições à União Europeia,às agências especializadas das Nações Unidas ou aosgovernos nacionais ou recorrem ainda a donativos de funda-ções internacionais.
Para as operações de ajuda humanitária de urgência são uti-lizados os mesmos sistemas de financiamento, sendo abso-lutamente essenciais os donativos solicitados para uma
causa ou um projecto específicos. É o que acontece emespecial na Alemanha e na França, onde a Ordem conseguemobilizar centenas de milhares de doadores.
A diversificação das fontes de financiamento permite fazerface a situações muito diferentes em termos de urgência ede extensão, assegurando ao mesmo tempo uma indepen-dência total em relação aos governos e doadores públicos.
O co-financiamento por autoridades públicas, por institui-ções internacionais ou por grandes fundações implica con-dições rigorosas de afectação dos fundos, com objectivosclaramente definidos a médio e longo prazo, enquanto osdonativos dos membros da Ordem e de particulares permi-tem maior flexibilidade para reagir com rapidez e eficácia anecessidades novas ou diferentes.
As contas de todas as Associações e organizações daOrdem e de todos os seus estabelecimentos hospitalaressão sujeitas a auditorias regulares efectuadas por revisoresde contas externos, de acordo com a prática e a legislaçãoem vigor em cada país. Para além destas inspecções locais,todos estes organismos são igualmente sujeitos ao controloglobal do Tribunal de Contas da Ordem de Malta, que temsede no Grande Magistério, em Roma.
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9Relatório de actividades - 2003
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Últimas notícias
Embora o presente Relatório de Actividades abranja o trabalho da Ordem em 2001 e 2002, as suasactividades humanitárias e sanitárias continuam a ter um impacto positivo em todo o mundo. Algunsacontecimentos importantes ocorridos em 2003 e em que a Ordem prestou assistência:
Iraque O Corpo de Urgência da Ordem de Maltaestá a concentrar as suas actividades narecuperação do sistema sanitário do Ira-que, organizando medidas de socorro emBagdade, nas zonas rurais à volta da capitale no norte do país. O Corpo enviou umaequipa de médicos, enfermeiros e paramé-dicos franceses para Bagdade, enquantooutros membros alemães estão a centrar asua intervenção em centros de saúde dequatro aldeias do norte do Iraque.
Afeganistão A Associação Alemã da Ordem foi esco-lhida pelo Alto-Comissariado das NaçõesUnidas para os Refugiados para se ocupardo plano de reconstrução de três provín-cias no Afeganistão. Com um financia-mento de cerca de 1,5 milhões de dólares,o trabalho inclui a restauração da rede deabastecimento de água, a reconstrução dosistema viário das aldeias e das estruturassanitárias, bem como a organização de pro-jectos geradores de receitas.
Genebra Foi criado em Genebra o Comité Internacio-nal Hospitalar da Ordem de Malta, que tempor objectivo reforçar as actividades interna-cionais e promover a identidade colectivadas instituições da Ordem.
Sudão Na cidade de Yei, no sul do Sudão, a Asso-ciação Alemã da Ordem abriu recente-mente uma nova clínica para pessoas ataca-
das pela tripanossomíase (doença do sono),uma doença muito espalhada no Sudão.Desde 1997 que a Ordem de Malta prestaserviços básicos de saúde a cerca de 300 000pessoas nesta região, assolada pela guerracivil. A Ordem tem igualmente um centrode saúde em Yei e dirige programas de con-trolo da tuberculose e da lepra neste país.
A doença do sono está a progredir em mui-tos países africanos. É uma doença mortalse não for tratada. Até agora só foi possívelministrar tratamento médico a menos dedez por cento das pessoas infectadas.
República Dem. do Congo A Associação Alemã da Ordem, com apoiofinanceiro do Ministério dos NegóciosEstrangeiros alemão, forneceu medicamen-tos e vestuário a 17 000 pessoas deslocadasinternamente devido aos combates no país.
República Dominicana A Associação Dominicana da Ordem abriuem Junho deste ano um centro clínico naregião do Monte da Prata, no nordeste daRepública Dominicana. Este centro, desig-nado «El Cacique», está equipado paraefectuar mais de 200 consultas por dia eprestar serviços médicos às mães e respecti-vos filhos. Na região leste do país a Associa-ção também administra e financia o CentroHerrera, que presta serviços de ginecologiae de pediatria desde há seis anos. As mães efilhos das zonas periféricas podem agoracontar com pessoal médico para urgências,com equipamento moderno para partos,
com secções de pediatria e obstetrícia ecom um departamento de prevenção docancro do útero e da mama.Este centro só foi possível graças à Associa-ção e a uma generosa contribuição da Pro-ject Hope, uma organização internacionalde ajuda técnica e humanitária, sem finslucrativos. No futuro pretende-se visar a edu-cação e o envolvimento total da comunidadepara melhorar a situação sanitária em geral eo desenvolvimento de uma cultura preven-tiva de cuidados de saúde a nível local.
Jordânia Em 29 de Junho de 2003 foram estabeleci-das relações diplomáticas plenas entre aOrdem Soberana de Malta e o Reino Hache-mita da Jordânia, mediante a assinatura deum protocolo em Amã, aumentando assimpara 93 o número de países que têm rela-ções diplomáticas com a Ordem.
Para mais informações sobre as actividadesda Ordem no mundo desde Junho de 2003:
www.orderofmalta.org
O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, acompanhado pelo Dr. Adriano Micci, Director clínico do Hospital de São João Baptista, Magliana, Roma, saúda um doente
11Relatório de actividades - 2003
Actividades humanitárias
12 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Um jovem doente visita a clínica de cuidadosde dia da Ordem no sul do Sudão
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Ajuda de urgênciaUma força unida pelo bem
• Corpo de Urgência da Ordem de Malta
• Ajuda de urgência no mundo• Iraque• Associação Alemã em África
Desde há muito que a Ordem dá algum conforto, ajuda e apoio, quando é mais necessá-
rio, às vítimas da fome ou das inundações, aos despojados pela guerra ou por terramo-
tos e às pessoas cujas vidas foram arruinadas por calamidades naturais ou humanas.
Fê-lo sempre sem olhar a fronteiras geográficas ou políticas e sem qualquer discrimi-
nação com base na raça, religião, género ou idade.
Em 2001 e 2002, entre as actividades realizadas, os nossos membros, voluntários e
pessoal médico e de enfermagem responderam a pedidos de ajuda de urgência vin-
dos de grupos tão diversos como as pessoas atingidas pelas inundações na Europa
Oriental, por furacões na América do Sul e por terramotos em Itália e em El Salvador.
Para além de prestar apoio prático imediato em termos de alimentação, alojamento e
vestuário, a Ordem tentou igualmente resolver as carências menos imediatas das
pessoas atingidas por calamidades, prestando-lhes serviços sociais.
Corpo de Urgência da Ordem de Malta
14 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Há um factor sempre fundamental quando está em causaa ajuda de urgência: profissionalismo. O Corpo de Urgênciada Ordem de Malta (ECOM - Emergency Corps of the Orderof Malta) é a organização global da ajuda da Ordem. OCorpo reúne recursos dos Priorados e das Associaçõesnacionais com experiência nesta área e tem capacidadepara fornecer ajuda humanitária imediata às vítimas.
Auxiliado pelas relações diplomáticas da Ordem em todo omundo, o papel do ECOM consiste primeiro em avaliar asnecessidades mais imediatas das pessoas atingidas poruma situação de calamidade e depois em dar-lhes resposta,tão rápida e eficazmente quanto possível.
Tudo isto exige uma rápida mobilização de transportes, equi-pamento e pessoal, bem como um processamento rápido dadocumentação necessária para permitir que a ajuda sejaentregue às pessoas que dela carecem.
Para além da sua acção rápida, o Corpo de Urgência daOrdem de Malta opera segundo as normas internacionais deajuda humanitária (como o Código de conduta do projectoSphere). Quando as circunstâncias o exigem, o Corpo man-tém o seu apoio durante períodos mais longos.
Uma demonstração de como o Corpo tem um impacto posi-tivo no sofrimento humano é o programa de socorro, nomontante de 1,1 milhões de euros, desenvolvido na ÁfricaAustral desde Dezembro de 2002.
A primeira resposta do ECOM consistiu em enviar umaequipa para avaliar as necessidades do sector sanitário naszonas rurais de Mutare e Bulawayo. Em colaboração comagências governamentais em Harare, a equipa identificouuma grave falta de medicamentos como uma das questões
mais urgentes. Nesse sentido, seis centros de saúde ruraisem Mutare foram dotados de medicamentos essenciais paraseis meses, ao mesmo tempo que eram recuperadas e reabi-litadas, sob a supervisão do Corpo, as instalações de trêscentros de saúde em Nyangombe e eram também reparadosos serviços de abastecimento local de água e electricidadee de saneamento.
Para combater o problema da subnutrição, o Corpo recrutouuma enfermeira nutricionista por seis meses, períododurante o qual se realizaria um inquérito nutricional nalgumascomunidades seleccionadas. Além disso, foi dada todos osmeses a 200 crianças alimentação reforçada e foram forne-cidas a seis hospitais refeições suplementares.
A conjugação da seca, das dificuldades económicas e daepidemia de VIH/SIDA deixou metade da população doZimbabué sem acesso regular a serviços de saúde e a ali-mentos. Desses seis milhões de pessoas, um milhão enfren-tava a perspectiva real de morrer à fome e de doença se aajuda não chegasse a tempo.
Anos sucessivos de seca, colheitas fracas, inundações, ins-tabilidade política e a epidemia de VIH/SIDA criaram poten-cialidades para uma grande crise alimentar na África Austral.As populações mais em risco são as do Malawi, Zimbabué,Moçambique, Zâmbia, Lesoto e Suazilândia. As estimati-vas indicam que poderão ser afectadas 13 milhões de pes-soas, das quais oito milhões já necessitam com urgência deajuda alimentar.
Em Moçambique, o Corpo de Urgência, em colaboraçãocom o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),procedeu a uma avaliação da situação, a fim de preparar uma
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estratégia de socorro. Foram igualmente estabelecidos con-tactos com organizações de socorro no Malawi e no Zimba-bué e foram elaborados planos para um programa global deajuda a 90 000 pessoas no Zimbabué, com o apoio finan-ceiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão e emcooperação com as duas dioceses do Zimbabué.
O fim de 27 anos de guerra civil em Angola deixou cerca dedois milhões de pessoas dependentes da ajuda alimentarpara a sua sobrevivência diária, situação que ainda se veri-fica em 2003. Além disso, a guerra conduziu a um grandenúmero de pessoas deslocadas internamente e danificougravemente as infra-estruturas sanitárias do país.
O quadro era por todo o lado idêntico: edifícios destruídospela guerra ou em ruínas por falta de conservação. Pessoalsanitário inexistente ou mal preparado e pessoas a morrereminutilmente de doenças curáveis, como a malária, diarreia einfecções respiratórias. Para tornar as coisas ainda mais difí-ceis para toda a gente - incluindo os profissionais que pres-tam ajuda - Angola está cheia de minas e muitas das estra-das e pontes do país foram danificadas ou destruídas.
Eram estas as condições no final de Agosto de 2002, à che-gada de uma equipa da Associação Alemã da Ordem paraavaliar a situação humanitária na província do CuandoCubango, no sudeste de Angola, abandonada à sua sorte.Só era possível o acesso a 10% da província por duas estra-das principais, ambas num estado lastimável. As minas ter-restres estavam disseminadas por todo o lado nas estradase nos arredores das aldeias. Havia por todo o lado bolsas desubnutrição grave.
Associações nacionais que integram o Corpo de Urgência da Ordem de Malta ou que possuem o estatuto de observador
Membros:Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Irlanda, Itália,
Países Baixos, Reino Unido e Suíça.
Observadores:
Brasil, Espanha, Hungria, México, Polónia e República Checa.
O nosso Embaixador em Belize, Thomas Carney, entrega donativos de alimentos e vestuário a jovens vítimas do ciclone
16 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Nessa altura havia apenas três médicos para prestar assistên-cia a uma população de cerca de 620 000 pessoas, com equi-pamento reduzido e poucos medicamentos. Tratava-se clara-mente de um caso que exigia uma resposta imediata e eficaz.
Em colaboração com três parceiros – Caritas Menongue,um grupo de quatro postos sanitários católicos e a DirecçãoProvincial de Saúde do Cuando Cubango – a Ordem forne-ceu equipamento de recuperação de urgência e equipa-mento médico básico para as restantes unidades sanitáriase forneceu medicamentos essenciais para um período deseis meses. Além disso, assegurou a supervisão da utiliza-ção racional dos medicamentos e melhorou a gestão decondições como a subnutrição de crianças e doenças trans-missíveis entre crianças (infecções respiratórias agudas,diarreia e malária).
Para complementar estas actividades essenciais, a Ordempromoveu igualmente o aperfeiçoamento dos cuidadosmaternos e melhores procedimentos de registo e de elabo-ração de relatórios nos centros de saúde.
Com a sua intervenção na crise da África Austral em 2002, o Corpo de Urgência da Ordem de Malta beneficiou directa-mente 96 000 pessoas no Zimbabué e 200 000 pessoasem Angola.
Enquanto as catástrofes nestes dois países se deveramsobretudo ao Homem, a natureza também provocou, emAgosto de 2002, uma importante situação de urgência na
Europa Central, quando fortes cheias inundaram grandeparte da República Checa e da Roménia.
Também neste caso o ECOM deu resposta imediata paraajudar as populações mais afectadas. Os voluntários criaramum novo armazém do tipo «faça você mesmo» na região deMelnik, a norte de Praga, abastecido gratuitamente de mate-riais e equipamentos de construção, para permitir que osgrupos mais atingidos começassem a reparar as suas casasdanificadas.
Na Roménia, onde as inundações afectaram cerca de 450 000pessoas – principalmente em zonas rurais – a Agência deSocorro Romena da Ordem de Malta, um corpo de voluntárioscom mais de 1000 membros, distribuiu alimentos e outros arti-gos às famílias carecidas.
O ECOM também desempenhou um papel activo na ajudahumanitária na sequência da guerra no Afeganistão.Quando o Alto-Comissariado das Nações Unidas para osRefugiados (ACNUR) calculou que poderiam ser 500 000os afegãos a procurarem refúgio na República Islâmica doIrão, o ECOM enviou equipas exploratórias para o Irão paraavaliar a situação.
As equipas de médicos e de especialistas regionais doCorpo de Urgência trabalharam com o Governo do Irão ecom organizações internacionais e locais na elaboração deplanos de reacção rápida para oferecer serviços médicosaos refugiados afegãos.
Intervenções do Corpo de Urgência da Ordem de
Malta (ECOM), por tipo e país
Inundações: Albânia, Alemanha, Áustria, Belize eRepública Checa
Refugiados/pessoas deslocadas internamente: Afeganistão, Lituânia, Macedónia, República Democrá-tica do Congo e Sudão
Terramotos e furacões: Etiópia, El Salvador, Índia, Itália, México e RepúblicaDemocrática do Congo
Catástrofes: Rússia e Ucrânia
Apoio a missões de manutenção da paz dasNações Unidas: Afeganistão e Iraque
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RESPOSTA A INUNDAÇÕES
Na Albânia, a Ordem entrou em acção nas zonas de Shko-der e de Lezha, na sequência das graves inundações deOutubro de 2002. Para além de fornecer camas e refeiçõesquentes para as vítimas, a Ordem ajudou a reparar as suascasas e enviou uma equipa médica para dar ajuda nos pri-meiros socorros.Quando em 2002 fortes nevões deixaram isoladas váriascomunidades das montanhas no norte da Albânia, os voluntá-rios da Malteser Ndihmon Ne Shqiperi (MNSH) juntaram-se a outros serviços de urgência, fornecendo alimentos e ajudamédica a 100 famílias.O Grande-Priorado Austríaco da Ordem de Malta respon-deu às devastações provocadas pelas cheias que inunda-ram muitas regiões do país em Agosto de 2002 colabo-rando com a Cruz Vermelha e outras organizaçõeshumanitárias para distribuir com urgência às pessoas maisafectadas móveis, vestuário e material para dormirem. Nassete semanas que se seguiram às inundações, membrosvoluntários da Ordem dedicaram um total de 20 000 horas aesta operação de ajuda de urgência e percorreram 15 000quilómetros a transportar não só equipamento, mas tambémvítimas das inundações que precisavam de tratamento.Quando o furacão Iris passou por Belize em 8 de Outubrode 2001, devastou grande parte da região sul do país,danificando aldeias e destruindo muitos hectares de flo-resta e de culturas nas terras baixas. As estimativas situamem 3 178 o número de casas destruídas e em 19 880 aspessoas afectadas, enquanto os prejuízos para a agricul-tura e pesca foram superiores a 55 milhões de dólares.
A operação de socorro resultou de um esforço combinadodirigido pela Embaixada da Ordem de Malta em Belize, jun-tamente com as Associações Hondurenha e Americana daOrdem, a organização humanitária AmeriCares, os gover-nos das Honduras e de Belize e as Forças Expedicioná-rias Britânicas. A AmeriCares organizou uma ponte aéreados Estados Unidos para o Embaixador da Ordem noBelize, constituída por mais de 4 500 quilos de artigospara socorro de urgência e de material médico, tendas,lonas impermeáveis, cobertores, colchões, ligaduras esolução de ringer com lactato.
Ajuda de urgência no mundo
A Ordem interveio em muitas situações em todo o mundo para dar respostaa calamidades, das quais as mais recentes foram:
O Director Hospitalar da Associação Hondurenha, Jorge Agurcia, edois jovens em Belize.
18 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Outros 3 000 quilos de material médico fornecido pelaAssociação das Honduras da Ordem foram enviados dehelicóptero para uma zona preparada em Punta Gorda, deonde foram transportados para 11 aldeias a que não erapossível chegar por terra. A distribuição da ajuda de urgên-cia, que também incluiu arroz, feijão, farinha e conservas, foiorganizada pela Ordem sob a direcção do Serviço Nacionalde Gestão das Urgências de Belize.
Inundações catastróficas também atingiram parte da Repú-blica Checa em 2002. Voluntários e pessoal da AssociaçãoCheca da Ordem lançaram um programa de ajuda às famíliasafectadas pelas cheias. Esta ajuda incluiu o fornecimento deequipamento de secagem, materiais de construção, cobertu-ras do solo e mobiliário.
Com a sua participação, ao lado de outras organizações deajuda humanitária importantes, no Grupo de Acompanha-mento dos Prejuízo das Cheias no país, a Ordem pôde dar umcontributo elevado e concreto para a recuperação da situaçãoprovocada pelas cheias a centenas de famílias em muitascidades e vilas checas. Ao mesmo tempo, voluntários e o pes-soal médico da recente Maltezska Pomoc P.C.S. prestavamprimeiros socorros e cuidados médicos nos centros de evacu-ação e pontos de reunião das vítimas das cheias.
A contribuição de generosas subvenções por parte dasAssociações Alemã e Suíça da Ordem tornaram possível umprojecto de ajuda a 370 famílias na região gravemente afec-tada de Melnik e no sul da Boémia. Muitos outros donativosfinanceiros e materiais de particulares e de organizações
associadas à Ordem em muitas partes do mundo permitiramà Maltezska Pomoc P.C.S. fornecer mais ajuda, incluindovacinas contra a hepatite e a substituição do equipamentode uma escola inundada.
As piores inundações da Europa há mais de cem anos devas-taram igualmente a Alemanha, onde os custos económicosforam calculados em 9,2 mil milhões de euros. Em termossociais, os custos na Alemanha, como na Europa Central, sãoincalculáveis. Foram afectadas cerca de 330 000 pessoas,incluindo muitas que foram deslocadas temporariamente dassuas casas. A Associação Alemã da Ordem mobilizou nestepaís mais de 800 voluntários, que trabalharam em 89 equipasdiferentes para ajudar na evacuação de pessoas e nos cuida-dos médicos nas regiões mais afectadas.
Os trabalhos de socorro incluíram a instalação de um hospi-tal provisório nos edifícios do aeroporto de Dresden e o for-necimento de alimentação ao pessoal operacional e às pes-soas deslocadas por causa das cheias, bem como ajudapara transportar material de urgência.
Depois de o nível das inundações ter baixado, 42 voluntá-rios prestaram assistência pastoral e psicológica a muitasdas vítimas.
O Malteser Hilfsdienst, o corpo sanitário e de primeirossocorros da Associação Alemã, deslocou 1000 voluntáriosde primeiros socorros para a Saxónia, que instalaram umhospital de campanha em Dresden e forneceram alimenta-ção e apoio social nos três meses seguintes.
Verão de 2002: voluntários austríacos ajudam a descarregar víverespara as vítimas das cheias da Europa Central
19Relatório de actividades - 2003
Equipas de socorro em situações de calamidade, com for-mação e experiência na gestão de situações críticas deangústia e síndroma de stress pós-traumáutico, prestaramajuda às vítimas das cheias em estado de choque, muitasdas quais tinham perdido não só a casa, mas também o seusustento e todos os seus haveres.
Noutras zonas da região, a Ordem centrou a atenção no for-necimento de um «conjunto global de serviços» a três peque-nas cidades. Bad Schandau, a sul de Dresden, tinha umaindústria turística florescente, mas toda a zona ficou cobertade lama, incluindo os hotéis. Em Prettin, a norte de Dresden,verificou-se um aumento do desemprego devido às inunda-ções nas terras agrícolas circundantes. Em Großtreben-Zwethau, por seu lado, os estragos nas infra-estruturas locaistambém deixaram um rasto de desemprego.
As equipas de socorro da Ordem trabalharam em conjuntocom os presidentes das câmaras das três cidades paraajudar os mais necessitados e funcionando como consul-tores para a restauração dos serviços normais em cadauma das comunidades.
A Associação Alemã disponibilizou igualmente um consultorprofissional para assessorar cada uma das três cidadesquanto aos melhoramentos das suas infra-estruturas quepoderão ajudar a criar novos postos de trabalho - um pro-cesso que prosseguiu em 2003.
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Organização daajuda às vítimas dasinundações naÁustria
Na Áustria, o Grande-Priorado reuniu uma equipa de voluntá-
rios para ajudar as dezenas de milhares de pessoas vítimas das
inundações, que se dirigiram para sul e para leste a partir de
Salzburgo (onde as protecções resistiram, apesar do receio de
inundações iminentes), devastando aldeias e cidades, entre as
quais Linz, Steyr, Perg e Krems, na Baixa Áustria, onde as
águas das cheias estiveram a cinco centímetros de obrigar a
suspender o abastecimento de electricidade.
«A reacção imediata das autoridades foi solicitar ao Exército
que criasse campos de tendas para acomodar as muitas famí-
lias obrigadas a abandonar as suas casas devido à subida das
águas», explica um dos muitos voluntários do Corpo de Ambu-
lâncias do Grande-Priorado Austríaco.
«Sendo uma das organizações de socorro envolvidas na res-
posta às cheias, a nossa tarefa inicial foi ajudar as pessoas que
tinham sido transferidas para estes acampamentos.»
A palavra «temporário» veio a revelar-se importante nas sema-
nas e meses que se seguiram à calamidade inicial. À medida
que a ameaça imediata desaparecia, o mesmo acontecia com a
oferta de alojamento por parte de amigos e vizinhos, que muitas
vezes os deixavam regressar às suas casas danificadas pelas
cheias, sem camas para dormir, cadeiras para se sentarem e
cozinhas onde cozinhar.
Durante um período de sete semanas, cerca de 150 voluntários do
Corpo de Ambulâncias trabalharam como equipas gratuitas de
mudanças, utilizando todos os tipos de transporte colocados à sua
disposição para transportar mobiliário e equipamento de cozinha
dos armazéns centrais para as casas das pessoas necessitadas.
Mas antes tiveram de construir uma extensão temporária que
mais do que duplicou a área das instalações de armazenagem
em Krems, na Baixa Áustria, que funcionou como ponto de
recolha dos equipamentos em segunda-mão oferecidos pelos
cidadãos e dos artigos novos dados por fabricantes.
«Foi um trabalho difícil, porque nenhum de nós estava habitu-
ado a carregar móveis pesados escada acima, mas muito gra-
tificante, uma vez que os destinatários nos ficaram tão agra-
decidos pela nossa ajuda», refere o chefe do Corpo de
Ambulâncias Austríaco.
Outono de 2002: membros e voluntários do Corpo Militar da Associação Italiana trazem alimentos e abrigo para as vítimas do
terramoto no sul de Itália
20 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
TERRAMOTOS E FURACÕES
A Associação Francesa da Ordem enviou uma equipa devoluntários, com médicos e pessoal de enfermagem e delogística para ajudar as vítimas de um terramoto no nor-deste da Índia.A Associação Alemã forneceu outros serviços de ajuda deurgência, que incluíram a distribuição de alimentos, equi-pamento de cozinha e camas para pessoas deslocadasinternamente na República Democrática do Congo, aparticipação num programa de nutrição de urgência naEtiópia e o fornecimento de alojamentos, alimentos emedicamentos às vítimas do terramoto em El Salvador.Este terramoto também causou danos consideráveis na clí-nica da Ordem em Santa Tecia. Em resposta a esta calami-dade, a Associação da Ordem na Alemanha ofereceu 1 500casas pré-fabricadas no valor de 700 000 dólares. Foramigualmente construídos uma pequena secção de obstetrícianuma clínica governamental e um jardim infantil para 60 cri-anças com o apoio financeiro da Alemanha e do Serviço deAjuda Humanitária da União Europeia (ECHO). Imediata-mente a seguir ao terramoto, a Associação Alemã organizouduas clínicas para doentes externos, com capacidade para20 000 doentes.Durante mais de um ano após o trágico terramoto que matoudezenas de milhares de pessoas em Gujarat, Índia, a Asso-ciação Alemã organizou uma série de programas de socorrocom o apoio de parceiros locais. Uma zona muito afectadafoi a cidade de Ahmedabad, onde foi fornecida ajuda sobforma de alimentos e assistência médica.Em Outubro de 2002, a cidade italiana de San Giuliano diPuglia foi abalada por um terramoto que matou 26 crianças e 3professores na escola primária local. A Associação Italiana daOrdem organizou um posto de primeiros socorros para cuidarde 1000 pessoas evacuadas. Médicos e enfermeiros presta-ram serviços clínicos de urgência e foi também instalado umserviço de cirurgia pediátrica, com profissionais qualificados.Entretanto, alguns voluntários levaram uma série de ambu-lâncias para Casalnuovo Monterotaro, perto de Foggia, ondeo terramoto causou danos graves em 80% das casas. Orga-nizaram um posto de primeiros socorros, uma cozinha decampanha e um serviço de transportes para pessoas comdeficiência e idosos.
A Associação da Ordem no México forneceu ajuda huma-nitária às vítimas de calamidades naturais, nomeadamenteo furacão Isador, que deixou um rasto de destruição atrásde si à medida que passava pelo Golfo do México emOutubro de 2002.Uma tragédia provocada pelo Homem ocorreu na Rússia,onde os terroristas sequestraram uma série de reféns numteatro de Moscovo, em 2002. Os homens das ambulânciasdo grupo de socorro da Ordem na cidade prestaram cuida-dos no local a familiares dos reféns e o supermercado dosMalteser – que normalmente fornece alimentos aos pobres enecessitados no bairro Mitrowskij de Moscovo – foi conver-tido temporariamente num abrigo, onde os familiares queaguardavam os reféns podiam receber alimentação.Num desastre em que morreram 83 pessoas e 116 ficaramgravemente feridas, após um acidente num festival aéreo naUcrânia, no Verão de 2002, o Corpo de Ambulâncias local(ou grupo de voluntários) foi apoiado por membros do Malte-ser Hilfsdienst Alemão, das dioceses alemãs de Münster ede Paderborn. Conseguiram recolher dinheiro suficientepara comprar antibióticos e outros medicamentos de que oshospitais em Lwiw careciam urgentemente.A ajuda de urgência fornecida pelo Reino Unido através daAssociação Britânica da Ordem durante o período abran-gido pelo presente Relatório de Actividades inclui o forneci-mento de aquecedores e de fogões de baixo custo às famí-lias afectadas pela guerra nos Balcãs, bem como umprograma de ajuda de 60 000 libras para o Kosovo, onde odinheiro foi dividido entre novo equipamento escolar, a colo-cação de novos telhados nas casas danificadas e a restaura-ção do abastecimento de água e electricidade.
Alguns dos danos causados: uma rua em Casalnuovo Monterotaro,perto de Foggia, sul de Itália
21Relatório de actividades - 2003
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REFUGIADOS /
PESSOAS DESLOCADAS INTERNAMENTE
Desde Março de 2002 que uma equipa médica da Associa-ção Alemã dá assistência médica a milhares de refugiadosnum campo perto de Heart, no Afeganistão. Com a ajudade um intérprete, uma parteira e pessoal local, dirigem umhospital para pessoas que foram obrigadas pela guerra epela seca a abandonar as suas aldeias, nas províncias ruraisde Badghis e Ghor.Entretanto, outros membros do pessoal da AssociaçãoAlemã avaliavam a possibilidade de um programa de repatri-amento global de refugiados afegãos. Este programa cen-trou-se mais tarde na criação de condições para permitir àsfamílias do distrito de Moghor regressarem às suas casas eincluiu a construção de escolas e de centros de saúde paraas pessoas que regressaram.Na Lituânia, voluntários da Ordem deram apoio a refugiadose prestaram assistência aos filhos de deportados da Sibéria.A Embaixada da Ordem na Macedónia forneceu medica-mentos, ligaduras e cobertores aos refugiados durante acrise do Kosovo. As Associações da Ordem na Alemanha ena França forneceram alimentos e equipamentos, que foramdistribuídos em conjunto pelo pessoal do Corpo de Urgên-cia da Ordem de Malta.Desde então, a Associação Alemã lançou um programa decriação de rendimento original, que concede crédito semjuros para a criação de novas pequenas empresas.
APOIO ÀS MISSÕES DE MANUTENÇÃO
DA PAZ DAS NAÇÕES UNIDAS
Afeganistão: reabilitação de pessoas deslocadas inter-namente e de refugiadosDesde Agosto de 2002 que equipas médicas da MalteserHilfsdienst da Associação Alemã são responsáveis, em nomedo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, pela assis-tência médica ao pessoal internacional e local da Missão deAssistência das Nações Unidas no Afeganistão, a convite dasNações Unidas. A equipa forneceu o «Medical Start-up Kit» daMalteser - um hospital-tenda para doentes externos, onde sãoprestados cuidados de saúde básicos e de urgência, desen-volvidos especificamente para as missões de manutenção dapaz das Nações Unidas. As equipas médicas estão igual-mente a ajudar, em condições locais difíceis, a desenvolver umserviço médico para a polícia afegã em Cabul, que ministrecursos de primeiros socorros e acções de formação.Na sequência da sua vasta experiência na Bósnia, a MalteserHilfsdienst Alemã foi escolhida pelo Alto-Comissariado dasNações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para assumir aresponsabilidade da recuperação de três províncias no Afe-ganistão e melhorar a reintegração dos refugiados ou daspessoas deslocadas internamente. O projecto inclui a recu-peração dos sistemas de abastecimento de água e do sis-tema viário das aldeias, das instalações de cuidados desaúde e a organização de projectos criadores de rendimento,bem como a criação de workshops. A Malteser Hilfsdienst,de entre as organizações não governamentais (ONG), tor-nou-se um dos principais contratantes da ACNUR.
Pessoas deslocadas internamente no Afeganistão recebem ajudanuma clínica da Ordem para doentes externos
22 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
À medida que as nuvens da guerra se adensavam no Iraque em 2002 e as forçasmilitares de ambos os lados se preparavam para um potencial conflito, outro grupomuito diferente de profissionais altamente preparados estabelecia planos cuidadosos.
No seu quartel-general de Colónia, o pes-
soal do Corpo de Urgência da Ordem de
Malta (ECOM) realizava reuniões para
decidir se e como iria prestar ajuda de
urgência à população do Iraque e, em
especial, aos 700 000 refugiados que as
Nações Unidas previam que procurariam
refúgio nos países vizinhos.
O ECOM, como organização de ajuda de
urgência da Ordem, sabia que tinha uma
decisão importante a tomar:
«Após uma deliberação muito cuidadosa,
percebemos sem quaisquer dúvidas que se
houvesse uma guerra no Iraque a Ordem
de Malta teria de prestar ajuda humanitária
à população civil», refere Ingo Radtke,
Secretário-Geral do ECOM e Director do
Departamento de Ajuda Externa da Asso-
ciação da Ordem na Alemanha.
Sendo uma das principais organizações do
Corpo, a divisão executiva da Associação
Francesa da Ordem, as Œuvres Hospitali-
ères Françaises da Ordem de Malta
(OHFOM), também viriam a estar activa-
mente envolvidas na prestação dessa
ajuda, tal como a Associação Alemã.
As questões a que tinha de ser dada res-
posta imediata era a indicação dos
papéis das duas Associações e saber
como – e a partir de que país – seria mel-
hor entrar no Iraque.
«Num certo sentido, o nosso planeamento
dos cenários espelhava provavelmente o
das próprias forças militares, na medida
em que precisávamos de avaliar de que
recursos dispúnhamos, qual a melhor
forma de os deslocar e quais eram as alter-
nativas em termos logísticos», explica Ingo.
Na perspectiva dos membros alemães do
Corpo de Urgência, era evidente que a
Ordem já tinha uma presença no Kuwait,
onde a Associação Alemã tinha prestado ser-
viços médicos à missão de observação das
Nações Unidas criada para controlar a zona
desmilitarizada entre o Iraque e o Kuwait.
«Tínhamos uma base logística na cidade do
Kuwait e pessoal em Bassorá e Umm Qasr,
no lado iraquiano da fronteira, por isso
conhecíamos o território e estávamos bem
preparados nessa zona», continua Ingo.
«Eliminámos a hipótese de entrar no Iraque
pelo Irão ou pela Síria, porque não tínhamos
nem experiência nem envolvimento em qual-
quer destes países. Isto reduziu as nossas
possibilidades à Turquia – que nos permitiria
ficar perto do norte do Iraque, onde a Asso-
ciação Alemã tinha uma presença efectiva
de apoio à população curda – e à Jordânia.»
Foi decidido que os membros alemães do
Corpo orientariam a sua iniciativa de ajuda
humanitária através da Turquia para o norte
do Iraque e que os seus homólogos fran-
Iraque
Os kits sanitários chegam ao Iraque
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ceses entrariam no Iraque pela Jordânia,
com o apoio do Embaixador da Ordem no
Líbano, e que depois se concentrariam na
ajuda humanitária aos cidadãos iraquianos
em Bagdade e à volta desta cidade.
Foi assim que duas equipas separadas de
assessores da Ordem entraram no Iraque
antes de quaisquer eventuais hostilida-
des, para compreender bem a natureza da
ajuda que seria mais eficaz e qual a mel-
hor forma de a prestar às pessoas que
mais necessitavam.
Da Turquia, o Corpo enviou uma equipa
que incluía um médico e um profissional de
logística com conhecimento prévio do Ira-
que. Da Jordânia partiu uma equipa de pro-
fissionais do Corpo que procedeu a uma
avaliação das necessidades em Bagdade.
A filosofia do Corpo de Urgência da
Ordem de Malta é simples: logo que tenha
sido definido um método de acção ade-
quado entre as secções nacionais e o
quartel-general em Colónia, cada equipa
passa a ser uma unidade autónoma, que
reporta ao Centro e ao quartel-general,
sendo mantidos contactos regulares entre
as diversas partes.
À medida que o ano avançava e a probabi-
lidade do conflito ia aumentando, o Corpo
encomendou o equipamento de purifica-
ção de água e os kits sanitários aos seus
fornecedores, a entregar numa base «just
in time». Tudo foi reunido no lado turco da
fronteira, para estar pronto para avançar
imediatamente se a ameaça de guerra se
tornasse realidade.
Desta forma, a Ordem foi uma das primeiras
organizações de ajuda humanitária a entrar
no Iraque antes da guerra e a sua presença
no país tem-se mantido desde então.
Cada uma das duas equipas se responsabili-
zou por arranjar as suas próprias instalações,
por criar ligações com outros parceiros de
ajuda humanitária que partilham os mesmos
valores e por identificar e dar resposta às
necessidades dos cidadãos iraquianos.
As primeiras actividades do Corpo de
Urgência da Ordem de Malta no Iraque
foram no sentido da recuperação do sis-
tema sanitário do país, ficando a Associa-
ção Alemã a trabalhar numa série de aldeias
no norte do Iraque e a Associação Francesa
concentrando os seus esforços em Bag-
dade e nas zonas rurais dos arredores.
«A flexibilidade tem de ser a nossa palavra-
chave em todas estas actividades», diz o
profissional de logística dos serviços de
urgência da Ordem, John Freeman.
Iraquianos vêm buscar comida e medicamentos oferecidos pela Associação Italiana da Ordem
24 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
«Achámos o povo iraquiano muito acolhe-
dor e disposto a colaborar connosco
quando realizámos a nossa avaliação geo-
gráfica e demográfica das necessidades
em diferentes zonas.
«No Norte, por exemplo, identificámos a falta
de laboratórios clínicos que ultrapassassem
o um nível muito básico, o que tornava difícil
para os profissionais de saúde locais diag-
nosticarem doenças específicas».
«Para além de arranjarmos estes laborató-
rios, conseguimos igualmente que os
médicos locais frequentassem um curso
de testes laboratoriais, o que aumentou as
suas competências, assegurando assim
que a ajuda que demos não foi só imediata,
mas também sustentável.»
A Associação Francesa da Ordem resta-
beleceu contacto com o Hospital de São
Rafael, em Bagdade, dirigido por Irmãs
Dominicanas. A Associação Francesa
enviou uma equipa de médicos, enfermei-
ros e pessoal paramédico para Bagdade,
juntamente com medicamentos de maior
urgência, aparelhos médicos e um gerador.
Existem igualmente planos para colocar
uma clínica móvel no Iraque, que prestará
cuidados de saúde básicos às pessoas
que vivem nas aldeias à volta da capital.
Tudo isto foi realizado com o máximo pro-
fissionalismo e de acordo com normas
internacionais. Tal como explica Ingo
Radtke do ECOM, a oferta de ajuda huma-
nitária tem agora de preencher os requisi-
tos da norma ISO 9000, ser apoiada por
infra-estruturas e procedimentos adequa-
dos e, sobretudo, evitar que a ajuda bem-
intencionada acabe no final por prejudicar.
«Lembro-me de estar de serviço num aero-
porto da Macedónia em 1999, para onde
os doadores estrangeiros tinham enviado
dois aviões carregados de arroz - um pro-
duto de base que a Macedónia possuía em
abundância, por ser o maior exportador de
arroz na Europa», refere.
«Não faz absolutamente nenhum sentido
enviar bens para centenas de quilómetros
para ajudar um país quando ali os mesmos
produtos podem ser comprados ao virar da
esquina. É por isso que nos certificamos
sempre, em primeiro lugar, que os merca-
dos locais estão disponíveis ou que podem
ser recuperados com a nossa ajuda.
Descarregamento, por uma equipa do ECOM,de materiais para os cidadãos iraquianos
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A Associação Alemã trabalha actualmente
em todo o mundo para apoiar mais de
120 projectos. No domínio dos cuidados
médicos estes projectos incluem um pro-
grama de diagnóstico de VIH/SIDA e de
tuberculose no Quénia, ajuda para comba-
ter a doença do sono e a tuberculose no
Sudão e uma série de programas sanitá-
rios dirigidos às mães em Moçambique.
Aproximadamente seis milhões de pes-
soas no Zimbabué (quase metade da
população) defrontam-se com a penúria
alimentar e com rendimentos e subven-
ções insuficientes para satisfazerem as
suas necessidades alimentares mínimas
durante o resto do ano.
Até ao final de 2002, a Associação
Alemã entregou 62,5 toneladas de víve-
res ao Hospital St. Anne, em Brunapeg,
Zimbabué. Além disso, o hospital rece-
beu medicamentos para o tratamento da
malária, diarreia, doenças das vias respi-
ratórias e doenças associadas ao
VIH/SIDA, bem como injecções, cânulas
e pensos e ligaduras. Outras oito tonela-
das de medicamentos foram levadas para
cinco hospitais de missões em Manica-
land. No Zimbabué, mais de seis milhões
de pessoas – metade da população –
estão ameaçadas de morte devido à
grave crise de fome.
Em Angola, a Associação Alemã lançou
um novo projecto para distribuir medica-
mentos e instrumentos médicos pelos cen-
tros de saúde do Estado, postos sanitários
da Igreja Católica e agentes sanitários
locais na província do Cuando Cubango. O
pessoal da Associação supervisionou a
recuperação dos centros de saúde, bem
como a formação do pessoal local.
Angola foi assolada durante 27 anos pela
guerra civil em todo o país. Com o final dos
combates em Abril de 2002, a dimensão
da crise humanitária tornou-se cada vez
mais visível neste país.
No Cuando Cubango, no sudeste de
Angola, há apenas três hospitais e três
médicos para assistir mais de 620 000
pessoas. Nesta região, a Associação Alemã
empenhou-se na construção de estruturas
básicas de cuidados de saúde, na luta con-
tra a subnutrição infantil, em levar serviços
de saúde às populações mais vulneráveis e
fornecer medicamentos essenciais.
A Associação Alemã também está a dar
apoio sanitário no Camboja, Vietname,
Albânia e Sérvia.
Na República Democrática do Congo a
Associação dirige 600 postos sanitários
no leste do país.
A Associação Alemã em África
Ariwara, África: a Associação Alemã forneceu equipamento para purificar aágua de abastecimento local
26 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Uma pequena doente com lepra, Camboja
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Uma perspectiva internacional
A prestação de assistência médica especializada para aliviar as doenças e o sofri-
mento sempre foi um dos aspectos fundamentais da actividade da Ordem. Estas acti-
vidades médicas e hospitalares prosseguiram e alargaram-se em 2001 e 2002.
Nestes dois anos assistiu-se à prestação de cuidados de saúde de uma forma activa
e sustentável por parte de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio contratado pela
Ordem em todo o mundo, concentrando-se especialmente nas zonas onde o acesso
a modernos cuidados de saúde profissionais é limitado ou não existe mesmo.
A Ordem está encarregada do programa nacional contra a lepra no Camboja e dá
assistência a esta luta noutros países, especialmente na Argentina e no Brasil. Recen-
temente, o CIOMAL (Comité Internacional da Ordem de Malta), uma fundação da
Ordem sediada em Genebra, alargou ainda mais os seus programas, a fim de incluir
também o tratamento de mulheres grávidas portadoras do VIH, para impedir a infec-
ção entre mãe e filho. Os primeiros programas arrancaram no México e na Argentina.
Em várias regiões de África afectadas por conflitos armados, a Ordem assumiu estas
instituições por um curto espaço de tempo e recuperou-as ou assessorou-as. Na
região dos Grandes Lagos, bem como em Kerala, Índia, a Ordem apoia a criação de
serviços básicos de saúde públicos.
Um importante contributo, organizado e dirigido pela Associação Francesa, é o sis-
tema de recolha e selecção de medicamentos. Esta importante actividade é aprovada
pela Organização Mundial da Saúde.
Em muitas ocasiões, a Ordem assumiu, através do Serviço de Socorro alemão, a res-
ponsabilidade pelos cuidados médicos das missões de paz das NU (América
Central, Kuwait, Timor Leste e Balcãs).
• Uma perspectiva internacional• Actividades médicas• Distribuição de medicamentos • Lepra• Pessoas com deficiência• Os voluntários• VIH/SIDA• Cuidados paliativos• A doença de Alzheimer• O Corpo de Ambulâncias da
Ordem de Malta• Hospitais e centros de saúde
Actividades médicas ehospitalares
O Grande-Priorado da Ordem na Áustria envia periodica-mente carregamentos de alimentos, vestuário, mobiliário edinheiro para ajudar as pessoas necessitadas na Roménia.
Na Albânia, a Ordem colabora com uma organização huma-nitária não governamental, a Malteser Ndihmon Ne Shqiperi(MNSH), para prestar serviços médico-sociais a grupos vul-neráveis nas prefeituras de Shkoder e Lezher. A organizaçãopresta igualmente um serviço médico básico a algumascomunidades de montanha muito pobres e que antes nãotinham médico, nem farmácia, nem serviço de ambulâncias,nem dinheiro para comprar medicamentos.
Como exemplo de ajuda sustentável, os voluntários da Ordemtambém dão regularmente cursos de formação de primeirossocorros e, juntamente com as Associações nacionais daOrdem em Itália, na Áustria, na Alemanha e na Hungria, orga-nizam periodicamente campos de férias para crianças.
Em 2002, a Associação da Ordem na Argentina deu apoioa bebés prematuros em risco.
O envolvimento da Associação Australiana no Centro do Mt Sion para Cegos em Goroka, Papuásia-Nova Guiné,incluiu a oferta de instrumentos cirúrgicos, bem como deapoio profissional prestado por uma irmã de Nossa Senhorado Sagrado Coração, que é uma optometrista qualificada eajudou a formar pessoal local em cuidados da visão e super-visionou a realização de espectáculos abordáveis para osbairros mais pobres da comunidade local.
A Associação da Ordem na Bélgica trabalhou em parceriacom outras organizações na restauração do Centro Hospita-lar Rei Balduíno, localizado na zona mais pobre de Kinshasa.A nível nacional, alguns voluntários ajudam os sem-abrigo
28 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
em duas residências ‘La Fontaine’, em Bruxelas e Liège. Osprojectos em curso dispõem de instalações para higiene debase, serviço de cabeleireiro e controlo sanitário. A organiza-ção destes serviços é efectuada por voluntários formados -65 em cada residência - juntamente com o director, a enfer-meira e assistentes sociais da residência. Entre Janeiro eJunho de 2003, foram prestados 10 000 destes serviços.
Durante mais de 10 anos, uma equipa de jovens voluntáriosproporcionou três possibilidades de duas semanas de fériasem acampamento a crianças que vivem em lares na Bélgica.Crianças abandonadas ou vítimas de violência física ou psi-cológica têm a possibilidade de passar férias no campo,acompanhadas por jovens formados que lhes proporcionamum ambiente estruturado e afectuoso.
Em Setembro de 2001 assistiu-se ao início dos trabalhos deconstrução de um novo centro para doentes renais nacidade de El Alto (La Paz), Bolívia, com o apoio da Ordem,bem como da Agência de Cooperação Internacional deEspanha, da Associação Espanhola e de uma série de agên-cias de ajuda espanholas. Integrado neste enorme empreen-dimento, a Associação Boliviana permitiu que uma equipa demédicos e enfermeiros frequentassem um curso de forma-ção em diálise no Paraguai.
Outra grande realização da Ordem na Bolívia foi a oferta deequipamento médico sofisticado ao Hospital Arco Íris, quecuida de cerca de 30 000 crianças da rua em La Paz, graçasa generosos donativos conseguidos pelo Embaixador Wil-liam Walsh, pela Associação Ocidental dos EUA e pelaAssociação Boliviana da Ordem. Com outros donativosainda para chegar, o montante total oferecido pela Ordempara este objectivo atingirá 1 400 000 dólares.
Actividades médicas
Cuidar dos doentes, dos necessitados e dos pobres tem sido o trabalhoprincipal da Ordem de Malta desde há mais de 900 anos. As actividades quese seguem tipificam o âmbito e a amplitude das actividades médicas geraisda Ordem em todo o mundo.
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Jovens voluntários da Associação de Brasília e do Norte doBrasil ajudaram profissionais de saúde a realizarem testes evacinas na comunidade local. No sul do país, a Associação deSão Paulo e do Sul do Brasil continua a dar apoio médicoatravés do Centro de Saúde de São Paulo da Cruz de Malta.
A Associação Canadiana, através do seu programa deajuda externa, participou num projecto de maternidadesegura na Nigéria e apoiou a fundação de um centro médicocom 40 camas na Bolívia.
Uma série de centros médicos apoiados pela Associação doChade está a fornecer cuidados à população local,enquanto no Chile membros da Ordem estão a trabalharcom pessoas idosas que foram abandonadas e a prestarcuidados a crianças desfavorecidas e a pessoas dependen-tes de oxigénio para apoio vital.
A Associação Colombiana colaborou, em primeiro lugar,com a Associação Espanhola para criar um abrigo com 70 camas para pessoas obrigadas a abandonarem as suascasas em zonas rurais da Colômbia para procurarem assis-tência médica especializada na cidade e, em segundo lugar,com a Fundação Nacional de Oftalmologia e com o HospitalSão Carlos para fazer beneficiar do moderno equipamentode laser pessoas que de outro modo não poderiam teracesso a esse equipamento.
Em Julho de 2001 foi inaugurada a Secção de Prematurosdo Hospital Pediátrico na Costa Rica, com o apoio da Asso-ciação da Ordem neste país. As actividades da AssociaçãoCubana da Ordem incluíram a oferta de medicamentos e deequipamento médico à ilha.
O principal projecto realizado pela Associação da Ordem naRepública Dominicana foi uma clínica para cuidados materno-infantis, de que a cidade de Santo Domingo tanto precisava.
A Associação Francesa assumiu a direcção do hospital deSt Jean de Nyombe, nos Camarões, e adquiriu instalaçõesno Equador. Outros projectos recentes incluem a expansãodos serviços de cirurgia no hospital do Togo e a recupera-ção do serviço de obstetrícia num hospital do Mali.
A Associação Alemã, sendo uma das maiores Associaçõesda Ordem e uma importante organização caritativa no seupaís, tem 35 000 voluntários em actividade, 11 000 empre-gados e 900 000 apoiantes. Entre si têm continuado a dirigirum grande número de hospitais e a dar formação de primei-ros socorros e a prestar serviços neste domínio.
No que se refere exclusivamente aos cuidados de saúde,estes projectos incluem um programa de diagnóstico deVIH/SIDA e de tuberculose no Quénia, ajuda para combatera doença do sono e a tuberculose no Sudão e uma série deprogramas de saúde dirigidos às mães em Moçambique.
Os projectos empreendidos pela Associação na Guatemalaincluem a distribuição de medicamentos, de que beneficia-ram 1410 instituições em 2003, assim como visitas a domi-cílio por voluntários médicos, assistência aos sem-abrigo eserviços de ortodontia a crianças em centros regionais decuidados diurnos.
Ajuda aos sem-abrigo em França; uma clínica para pessoas com deficiência, França
- Administração de três farmácias sociais e apoio a seteresidências para idosos e pessoas com deficiência
- Realização de cursos de formação de primeiros socorros- Apoio e cuidados a crianças com deficiência, especial-
mente com problemas de visão e de audição.A Associação da Ordem em Malta oferece um serviço derefeições ambulantes para pessoas doentes e idosos emGozo e inaugurou também um programa de realização pro-fissional para doentes no Hospital Geral de Gozo.
No México, a Associação nacional tem um programa desig-nado «Salvar uma criança da SIDA», que é uma das suasactividades especiais. As Associações da Ordem noPanamá e nas Filipinas continuaram a distribuir medica-mentos aos pobres, bem como alimentos, vestuário e bebi-das nutritivas às pessoas necessitadas.
Na Polónia, a Associação nacional da Ordem deu apoio parauma residência em Cracóvia, destinada a crianças que preci-sam de cuidados especiais, e para um centro de dia desti-nado a pessoas com deficiência mental em Puszczykowo,onde é aplicada uma terapia de trabalho aos doentes.
Entretanto, o Centro de Malta em São João de Jerusalémpor detrás das Muralhas, em Poznan, continuou a fornecerequipamento para o diagnóstico precoce do cancro damama em mulheres. Em 2002 foram observados mais de 4
30 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Um projecto sanitário no Haiti, lançado há vinte anos por umCavaleiro da Associação Americana, o ortodontista Dr. Jere-miah Lowney e sua esposa Virginia, tem-se centralizado, entreos seus numerosos aspectos, na sobrevivência de criançasatravés da participação da comunidade. O projecto, que é exe-cutado na região de Jeremie, tem sido considerado um modelointernacional. Iniciado como Fundação Sanitária no Haiti, quepresta assistência a uma população de 35 000 habitantes numprograma de sobrevivência/cuidados maternos de crianças,este projecto foi alargado para oferecer cuidados de saúde,projectos de desenvolvimento de auto-ajuda e esperança amais de 200 000 pessoas da região e das aldeias de monta-nha circundantes. Em 2002, a Associação Americana pres-tou um apoio financeiro importante à Fundação.
A Associação da Ordem nas Honduras fornece apoio logís-tico às equipas de voluntários médicos da Cape CARES,prestando cuidados médicos de base em comunidades rurais.
O Corpo de Voluntários da Ordem na Lituânia (MaltosOrdino Pagalbos Tarnyba) continuou a crescer, formandouma rede de ajuda humanitária e social, cujas actividadesrecentes incluíram:
Actividades de cooperação: transporte de material médico na América do Sul
31Relatório de actividades - 2003
Na Guiné Equatorial, a Associação Espanhola abriu um cen-tro de cuidados de dia para doentes mentais e continuou afinanciar uma aldeia em Mikomeseng, que permite a doentescom lepra viverem com as famílias e receberem ao mesmotempo cuidados de dia num hospital para leprosos queexiste nos arredores.
No Reino Unido, a Associação Britânica apoia um númerocada vez maior de iniciativas no campo sanitário, tanto inter-namente como no resto do mundo. Entre tais iniciativasincluem-se a remodelação de uma clínica na Roménia, oapoio ao trabalho de uma residência para idosos na remotaaldeia de Boka, na Sérvia, e formação médica num lar paradoentes com VIH/SIDA na África do Sul.
Foi criado, como extensão do programa clínico da Associa-ção Federal nos Estados Unidos da América, um programamóvel designado «Uma Missão Caritativa», para prestar ser-viços médicos ambulantes aos pobres que trabalham semseguro no oeste de Maryland e no sul da Pensilvânia.
Por outro lado, foram distribuídos pelas clínicas exemplaresde um guia elaborado e doado por um membro da Ordem,com conselhos sobre a melhor forma de utilizar os fundosdisponíveis para adquirir medicamentos e materiais.
A Associação da Ordem no Uruguai lançou o «Plano Inverno»,em 2001, para ajudar as pessoas sem abrigo. A Associaçãotambém apoia os doentes no Hospital de Saint Bois.
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890 doentes e foram realizadas mais de 500 biópsias.Neste mesmo ano, voluntários, incluindo médicos, oferece-ram os seus serviços ao centro.
Além disso, a Associação apoiou o trabalho de dois centrosem Katowice, oferecendo ajuda a jovens toxicodependentes,e ao Centro de St John, em Olsztyn, onde os doentes rece-bem cuidados paliativos.
O Corpo de Socorro da Ordem na Sérvia implementou umasérie de projectos de apoio ao bem-estar médico-social naantiga República da Jugoslávia.
Foram entregues equipamentos e material médico ao Insti-tuto de Oncologia em Sremska Kamenica, ao Hospital Geralde Surdulica e à ONG «Zivotna Pomoc», em Vranje.
Entretanto, os doentes do Hospital Neuropsiquiátrico de Vrsacreceberam donativos de frutas e legumes frescos e queijo,através da Associação Alemã, que também forneceu alimentospara bebés destinados a crianças em três regiões da Sérvia.
Entre as actividades humanitárias que a Associação Espa-nhola desenvolveu, tanto em Espanha como em países emdesenvolvimento, conta-se a abertura da residência SãoJoão Baptista, para idosos. Com 84 camas e 41 quartos -cinco dos quais reservados a doentes que exigem tratamen-tos especiais - a residência foi inaugurada em 8 de Maio de2002 pelo Grão-Mestre Frei Andrew Bertie e pela InfantaDona Margarida, Duquesa de Sória.
Dia de Natal de 2002, residência para idosos de St Anne, São Francisco. O Regente do Sub-Priorado de Nossa Senhora
de Philermo e Chanceler da Associação Ocidental dos EUA, António Sanchez-Corea, organiza a padaria juntamente
com outros membros e amigos
32 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Selecção de medicamentos no Centro de Distribuição de Versalhes
Distribuição de medicamentos
A recolha, selecção e distribuição de material médico pelas comunidades necessitadas constituiu desde sempre um aspecto importante do trabalho da Ordem.
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O Grande-Priorado da Áustria continuou a recolher, selec-cionar e distribuir medicamentos e equipamento médicopelos hospitais, residências para idosos e creches naEuropa de Leste.
Em 2001 e 2002, a Associação da Ordem na Bélgica con-tinuou a oferecer material médico à Bielorrússia, Roménia eRepública Democrática do Congo, onde a Associação tam-bém trabalhou em parceria com outras organizações pararecuperar o Centro Hospitalar Rei Balduíno, localizado nazona mais pobre de Kinshasa.
A Associação da Colômbia forneceu ajuda a milhares de pes-soas necessitadas graças a donativos de medicamentos e dematerial da Fundação AmeriCares e de empresas farmacêuti-cas, nomeadamente a Boehringer Ingelheim e a Novartis.
A Associação nacional da Ordem em França prosseguiu ofornecimento de medicamentos, novos ou não utilizados, paraatender às necessidades de populações desprovidas demeios em muitos outros países. Esta actividade é coordenadaatravés do centro farmacêutico da Associação em Versalhes,perto de Paris, onde 119 farmacêuticos voluntários são apoia-dos por cerca de 2 350 voluntários distribuídos por 85 cen-tros de selecção em todo o país. No total, foram enviadas parao estrangeiro 180 toneladas de medicamentos em 2001 eoutras 134 toneladas em 2002.
Na Guatemala, os centros locais coordenam a distribuiçãode medicamentos e de alimentos às pessoas necessitadas.
A Associação da Ordem nas Honduras continuou a distri-buir medicamentos e alimentos aos pobres e às pessoasnecessitadas nos principais centros populacionais do país earredores. Entre os beneficiários incluem-se paróquias eassociações comunitárias, fundações privadas sem finslucrativos, clínicas de primeiros cuidados, hospitais públi-cos, centros nutricionais, lares para doentes da SIDA e cen-tros para mulheres e crianças maltratadas, bem como esco-las públicas e residências para idosos.
Entre as organizações doadoras encontram-se a Associaçãonacional da Ordem em França, a Fundação Meehan, a Foodfor the Poor Inc e a AmerciCares. O impacto económico desteprojecto ascende a cerca de 2,4 milhões de dólares por ano.
A Associação Panamiana ofereceu material médico e far-macêutico a uma série de hospitais, centros de saúde, cen-tros de cuidados de dia, orfanatos e outras instituições naRepública do Panamá.
A Associação da Ordem nas Filipinas também continuou adistribuir medicamentos aos pobres, o mesmo fazendo aAssociação nacional na Polónia, onde foram atendidas maisde 10 000 receitas em 2002.
E nos Estados Unidos da América a Associação Federalcontinuou a fornecer, regularmente duas vezes por ano, medi-camentos gratuitos a 13 hospitais e clínicas nos EUA. Estesmedicamentos ajudaram a aliviar muitas doenças de artrite,asma, diabetes e situações cardíacas de pessoas que deoutro modo quase não teriam acesso a medicamentos.
Entrega de medicamentos à população local pelas equipas de voluntários da Ordem, Belize
34 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA Camboja: um médico do CIOMAL examina um jovem doente
Lepra
As Associações nacionais da Ordem em diversos países, nomeadamente na Alemanha, França, Espanha e Suíça, estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua participação no CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada em Genebra, na prestação de cuidados médicos e paliativos a doentes que sofrem de lepra.
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A LUTA CONTRA A LEPRA
A doença de Hansen, ou lepra, aflige a humanidade desdeos tempos bíblicos e continua a arruinar a vida a mais de ummilhão de pessoas no Sudeste Asiático, em África e naAmérica Latina.
Os seus alvos principais são a pele e os nervos, embora pos-sam ser atacados outros órgãos - especialmente as mãos, ospés, a cara e os olhos. Como os nervos são atacados, osdoentes podem não sentir quando se ferem ou se queimam eas feridas daí resultantes podem provocar úlceras. Alémdisso, pode verificar-se um enfraquecimento e paralisia dosmúsculos, juntamente com deformidades ou mesmo a perdados dedos das mãos e dos pés, bem como cegueira.
A Ordem, através do CIOMAL, uma fundação da Ordemsediada em Genebra, tem um papel activo na luta contra alepra em muitos países e através de múltiplas iniciativas.
Os princípios que orientam a Ordem na sua luta contra alepra incluem o livre acesso à terapia plurimedicamentosapara todos os doentes, o aumento da despistagem precoce,a prevenção e recuperação de deficiências e a formação depessoal médico e paramédico para ajudar os doentes a tra-tarem de si próprios.
As Associações nacionais da Ordem em diversos países,nomeadamente na Alemanha, França, Espanha e Suíça,estão envolvidas, por si próprias ou por intermédio da suaparticipação no CIOMAL, na prestação de cuidados médi-cos e paliativos a doentes que sofrem de lepra.
Em Phnom Penh, no Cambodja, o Centro Kien Khleang doCIOMAL oferece um serviço gratuito de recuperação parapessoas que sofrem de lepra e serve igualmente de centrode formação nacional para doentes que sofrem de complica-ções e deficiências associadas à doença.
Entre Janeiro e Junho de 2001, o Centro admitiu 149 doen-tes, tendo outros 270 beneficiado de consultas externas. A Associação Espanhola financia cursos anuais internacio-nais sobre a lepra no Hospital de Leprosos Fontilles, em Ali-cante. Na Guiné Equatorial, financia e patrocina melhora-mentos às instalações da aldeia de leprosos, adjacente aohospital de leprosos Mikomeseng e onde vivem com assuas famílias 100 pacientes da lepra que recebem trata-mento diário no hospital.
Na Tailândia, o Centro Don Bosco ajudou a reintegrar nasociedade antigos doentes e permitiu igualmente que os fil-hos de pessoas afectadas pela doença de Hansen voltas-sem à escola.
A luta da Ordem contra a lepra também se estende a África,à América Latina e a Cuba, através de donativos que ajudama criar uma situação verdadeiramente diferente. No Senegal,por exemplo, o Instituto de Leprologia Aplicada de Dacar tra-tou 171 doentes internos e 1 733 doentes externos em2001, enquanto no mesmo ano o programa Picos, no Brasil,deu consultas a 2 000 pessoas, tendo-se verificado umadiminuição de quase 50% de novos casos.
Doentes externos com lepra no Camboja
36 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Dr. Stephen Griffiths é um cidadão do Zimbabué, filho de missionários britânicos, que devota a sua carreira auma luta urgente e incessante contra a lepra. Participou no programa do governo moçambicano de controlo dalepra e coordenou as actividades da Comissão contra a Lepra no Zimbabué, Zâmbia e Moçambique e estáagora a trabalhar no Camboja como coordenador médico do CIOMAL, uma fundação da Ordem sediada emGenebra, e conselheiro técnico da Comissão Internacional de Controlo da Lepra.
Foi numa visita de campo a uma aldeia
remota do Camboja que o Dr. Stephen Grif-
fiths encontrou pela primeira vez Mao Rithy.
O que o impressionou foi o facto de este
jovem de 19 anos, aparentemente saudável,
ainda estar em casa às 10 horas da manhã.
«Para minha grande admiração, logo que lhe
perguntei porquê, desatou a chorar. Er-
guendo uma mão ferida, disse-me que que-
ria ir à escola, mas os outros alunos tinham
medo dele e o director tinha-lhe pedido para
deixar de ir», lembra o Dr. Griffiths.
Mao foi convidado a ir ao hospital contra a
lepra criado pelo CIOMAL em Phnom
Penh, onde a cirurgia de transplante do
tendão lhe deu um aspecto mais normal e
um melhor funcionamento da mão. No qua-
dro do programa de recuperação socioe-
conómica do CIOMAL foram tomadas
medidas para Mao fazer um curso de for-
mação profissional de um ano em electró-
nica - matéria em que se distinguiu como
um dos melhores alunos.
A história de Mao teve o mais feliz de todos
os fins: regressou à sua aldeia natal, onde
passou a ser um membro muito válido da
comunidade, dirigindo o seu próprio esta-
belecimento de reparações eléctricas.
A sua experiência exemplifica igualmente
dois problemas subjacentes à lepra: o
estigma social associado à lepra, que
pode fragilizar tanto como a própria
doença, e o facto de a intervenção dos
médicos e a cirurgia poderem transformar
a vida dos doentes.
O actual programa de diagnóstico e trata-
mento no Camboja começou em 1993,
quando o país ganhou alguma estabilidade
após muitos anos de guerra. Desde então,
o número de novos casos por ano diminu-
iu, passando de um máximo de 2 300 em
1997 para o seu nível actual de cerca de
800, dos quais talvez 200 a 300 envolvam
deficiências associadas à lepra.
Em comparação com a população do país,
estes números ainda representam a maior
incidência de novos casos em todo o Sud-
este Asiático e dão uma ideia da importân-
cia do trabalho do CIOMAL no Camboja.
«A nossa abordagem consiste em detectar
os doentes leprosos o mais cedo possível,
ainda no processo de evolução da doença»,
diz o Dr. Griffiths.
«Através da terapia plurimedicamentosa
podemos impedir o bacilo que provoca a
doença de afectar a pele e os nervos. Isto
não só minimiza a incidência de deficiên-
cias permanentes, mas impede também a
transmissão da doença aos outros mem-
bros da comunidade.
«Devido à guerra que assolou o Camboja
durante tanto tempo, existe ainda um
grande número de doentes que não tive-
ram um diagnóstico precoce e que fica-
ram com danos nos nervos e outras com-
plicações. O CIOMAL estima que haja
entre 5 000 e 6 000 pessoas com defici-
ências associadas à lepra e este número
aumenta todos os anos.»
Transformação de vidas no Camboja
37Relatório de actividades - 2003
Foi por isso que o CIOMAL criou o hospi-
tal em Phnom Penh, onde os doentes
podem receber transplantes de tendões e
fisioterapia para os ajudar a ter uma vida
diária mais normal. Este tratamento cirúr-
gico estende-se aos olhos, onde a lepra
pode afectar os nervos que controlam o
fecho das pálpebras e também os que
transmitem sensações à córnea.
«Nestes casos existe um verdadeiro risco
de cegueira e um doente com lepra que
perdeu a sensação nas mãos, pés e olhos
é na verdade uma pessoa muito deficiente
- incapaz de sentir o caminho quando anda
ou de dizer quando tem comida na mão»,
explica o Dr. Griffiths.
Em 2002, o CIOMAL deu consultas a
mais de 1 000 doentes externos e a mais
de 300 doentes internos e operou ainda
120 doentes. O hospital, com 38 camas,
tem três médicos, bem como enfermeiros
e pessoal auxiliar e trata em média entre
40 e 50 doentes de cada vez.
Uma destas doentes era uma jovem cha-
mada Srei Toich, que foi enviada para o
hospital por causa de uma úlcera fétida
que tinha num dos pés e que a tornara
tímida e retraída, a ponto de não querer
qualquer contacto com outras pessoas.
Soube-se que era uma de quatro irmãs -
três das quais sofriam de lepra - tratadas
pela mãe viúva, numa pequena aldeia rural.
A vida não lhes sorria. Os vizinhos, ainda
com o antigo medo da lepra, chamavam-
lhes nomes e atiravam-lhes pedras e força-
ram-nas a ir viver para uma cabana isolada
fora da aldeia.
O CIOMAL fez a cirurgia para recuperar o
pé de Srei e ajudá-la a caminhar melhor,
mas foram sobretudo os cuidados presta-
dos e o exemplo inteligente dado por Bou
Sophal, chefe da unidade socioeconómica
da organização no Camboja, que transfor-
mou as vidas de toda a família.
Quando a recuperação de Srei ficou con-
cluída, Bou acompanhou-a até à aldeia e ali
– observada por uma multidão de quase
300 vizinhos – pediu à mãe de Srei que
preparasse uma refeição, que depois
comeu com a família ao ar livre.
«Ao agir normalmente e falando com as
pessoas da aldeia, Bou deu-lhes a certeza
de que não tinham nada a recear do con-
tacto com a família», explicou o Dr. Griffiths.
«Srei está agora muito mais aberta e a
família foi de novo aceite na comunidade,
onde voltou a ser tratada como igual.»
Um médico do CIOMAL visita doentes na Tailândia
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apoio a cerca de 3 000 peregrinos que ficaram exaustos edoentes por causa do calor durante o acontecimento, que ter-minou com uma visita de Sua Santidade João Paulo II.
Na República Checa, voluntários e membros da Ordemorganizaram peregrinações a Svata Hora (Montanha Santa)e a Velehrad, dentro do país, e também a Lurdes.
Em França e na Alemanha, as Associações nacionais orga-nizaram as suas peregrinações anuais a Lurdes e aos luga-res santos nacionais.
Estão em curso, nas zonas rurais da Guatemala, programasorganizados pela Ordem para crianças e adultos deficientes.
Nos Países Baixos, a Associação Neerlandesa enviou umgrupo de 12 jovens com deficiência e 15 auxiliares para ocampo de férias internacional da Hungria em 2002 e organi-zou igualmente os seus próprios acampamentos nacionaispara crianças com deficiência e para os filhos e netos demembros da Ordem.
Nas Honduras, a Ordem continuou a desenvolver o Corpode Voluntários, criado em 2000, para constituir uma equipade reserva de jovens voluntários equipados com conheci-mentos de primeiros socorros para dar assistência e apoiono caso de uma situação de urgência, como um terramotoou um furacão.
Em Itália, o Grande-Priorado da Lombardia e de Venéciaorganizou um programa de formação de quatro dias sobreas peregrinações, destinado a voluntários, enquanto a Asso-ciação da Ordem na Letónia organizou campos de fériaspara crianças com deficiência e socialmente desfavorecidas.
O Ano Internacional dos Voluntários, em 2001, foi aco-lhido de braços abertos pela Ordem através das suasAssociações em muitas partes do mundo. Durante esseano, tal como em todos os outros, e posteriormente, os 80000 voluntários qualificados da Ordem participaram emmuitos tipos de actividades, incluindo ajuda de urgência,serviços de ambulância e de primeiros socorros e presta-ção de serviços sociais a pessoas necessitadas.
Muitos dos voluntários qualificados prestaram cuidadosespeciais a pessoas com deficiência no quadro de um pro-grama de campos de férias e de peregrinações.
O Grande-Priorado Austríaco organizou peregrinaçõesanuais a Lurdes em 2001 e 2002 e neste último ano permi-tiu que um grupo de 30 jovens com deficiência partici-passe num programa espiritual na Basílica de Sonntags-berg, na Baixa Áustria.
O Grande-Priorado organizou igualmente uma peregrinaçãoa Roma, cujo ponto alto foi uma audiência com o SantoPadre. Outros eventos especiais destinados a pessoas comdeficiência incluíram o «Malteser Wildwater Camp» e umaexcursão de barco no rio Danúbio.
Jovens com deficiência também participaram em provas decanoagem no rio Salza, sob a orientação de profissionais.
A Associação da Ordem no Canadá permitiu que algunsperegrinos com necessidades especiais participassem no DiaMundial da Juventude, que se realizou em Toronto entre 22 e28 de Julho de 2002 e que contou com a presença de umnúmero estimado de 850 000 jovens. Voluntários da Associa-ção instalaram uma grande tenda que permitiu abrigar e dar
38 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Pessoas com deficiência
Na actual missão da Ordem existe a tradição de cuidar voluntariamente de pessoascom deficiência, tal como acontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos.
A Associação da Ordem na Macedónia continuou a promo-ver um programa de ajuda para crianças com deficiênciasprofundas em Demir Kapia, perto de Skopje, oferecendomedicamentos, vestuário e outros artigos aos doentes.
Um grupo de pessoas com deficiência, acompanhadas devoluntários e de membros da Associação da Ordem naPolónia, participou numa peregrinação a Lurdes. A Asso-ciação também esteve envolvida no Campo de Férias Inter-nacional para Pessoas com Deficiência na Hungria e orga-nizou um campo de cadetes para um grupo de jovens deCracóvia e de Wieliczka.
Em Espanha, a Associação nacional da Ordem organizouum campo de férias anual em Cádis, destinado a jovenscom deficiências físicas e mentais, enquanto nos EstadosUnidos a Associação Americana organizou a sua peregri-nação anual a Lurdes.
A Associação Ocidental dos EUA também organizou um Diade Lurdes em São Francisco para pessoas que não puderamviajar até à Europa. Este dia incluiu uma procissão do Rosárioaté uma gruta de Lurdes, onde foi celebrada Missa.
Voluntários da Associação Federal dos EUA continuaram adedicar inúmeras horas dos seus tempos livres ao serviçodos outros. Os projectos incluíram desde a administraçãode cozinhas para fornecimento de refeições, organização depic-nics para pessoas sem abrigo e realização de eventossociais para idosos, até ao fornecimento gratuito de medica-mentos a idosos com baixos rendimentos e à prestação decuidados em lares a pessoas fragilizadas e idosos.
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Esquiar com a ajuda de voluntários da Associação Francesa
Aprender a viver a vida:A Associação Americana descreve uma iniciativa aclamada a nível nacional
Há dez anos atrás não havia centros para tratamento de doen-
ças mentais graves no Meio Oeste da América, até a Associa-
ção Americana Dan e Rosemary Kelly fundarem o Centro Rose
Hill, no Michigan. Quando o filho ficou doente de esquizofrenia,
descobriram o que é possível fazer com doentes metais graves
quando se lhes dá uma oportunidade. Os resultados obtidos
através de uma combinação harmoniosa de medicação e tera-
pia foram muito encorajadores. Os Kellys ficaram confrontados
com a necessidade de um tal estabelecimento. Procuraram
financiamento inicial junto dos membros da Ordem, profissio-
nais da educação e cuidados de saúde, corporações e indiví-
duos, e formaram um comité de direcção, incluindo membros
da Ordem, para executar o projecto. Hoje, o Centro Rose Hill
conta a Ordem de Malta entre os seus mais generosos doado-
res. No décimo aniversário do Centro, em Setembro de 2002,
amigos, famílias e doadores tiveram a oportunidade de ver de
perto tudo o que foi realizado até à data.
Desde a sua criação, o Centro já formou 400 indivíduos através
de um programa único de tratamento residencial e de reabilita-
ção para doentes mentais graves. Este programa, aclamado a
nível nacional, baseia-se na filosofia segundo a qual as pessoas
aprendem a viver a vida no seu dia-a-dia, e tem como objectivo
assistir os residentes na realização do seu mais alto nível de
funcionamento e de independência.
A partir do momento da admissão, são ensinadas as qualifica-
ções necessárias a uma futura vida independente e coloca-se a
tónica no desenvolvimento da amizade e no restabelecimento
de relações familiares importantes. Rose Hill dispõe de um
espaço de 150,288 hectares, que inclui estufas, celeiro, insta-
lações agrícolas e um Centro Educacional e de Terapia.
„Rose Hill percorreu um longo caminho em pouco tempo“,
afirma Dan Kelly. „É com muito orgulho que vemos o nosso pro-
grama tornar-se num dos melhores do género no país.“
Rose Hill
40 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Na actual missão da Ordem existe uma tradição de cuidarvoluntariamente de pessoas com deficiência, tal comoacontece desde a nossa fundação há mais de 900 anos.Os objectivos actuais são melhorar a qualidade de vidadas pessoas com deficiência, para que possam manter asua independência, e facilitar a sua integração na socie-dade. A intervenção pode assumir forma material, moralou espiritual: pode implicar tratamentos ou a participaçãoem peregrinações ou actividades recreativas, como o pro-grama regular de campos de férias organizados por mui-tas das Associações nacionais da Ordem.
O trabalho de assistir as pessoas com deficiência em pere-grinações, nos campos de férias e nos muitos lares e cen-tros de saúde da Ordem no mundo deve a sua eficácia aosmilhares de voluntários que oferecem o seu tempo e energiapara ajudar aqueles que não conseguem ter autonomia porsi próprios ou que sofrem de algum tipo de enfermidade.Actualmente a Ordem tem mais de 80 000 voluntários que,juntamente com os nossos membros, constituem uma formi-dável força de apoio humanitário. Os voluntários que traba-lham em domínios da saúde têm todos formação de primei-ros socorros ou noutros aspectos de cuidados de saúde. Nasua vida diária alguns são profissionais da saúde, mas mui-tos não, e pertencem a todas as condições sociais e a todasas áreas de actividade. Recebem formação em grupos e tra-balham em pequenas equipas. O seu espírito e empenha-mento são notáveis. A Ordem saúda-os.
Actividades assistenciais da associação portuguesa
A Associação Portuguesa continuou a desenvolver o seuprograma de apoio e recuperação de toxicodependentes emCastelo Branco e no Porto, a apoiar na estrada, respectiva-mente nos meses de Maio, Agosto e Outubro, milhares deperegrinos que se deslocaram a pé a Fátima, prestandoapoio nomeadamente médico e espiritual. O Corpo deVoluntários, responsável por este apoio contém cerca de200 elementos.
Quatro movimentos compostos respectivamente por cercade 30 Cavaleiros, Damas e Voluntários continuaram a pros-seguir as suas actividades, na região de Lisboa, apoiandodoentes com paralisia cerebral, lares de 3ª idade e prisões. Dois novos movimentos assistenciais, cada um com cercade 20 elementos de apoio a enfermos, foram lançados noAlentejo (sul do País) em Hospitais Municipais em localida-des onde a Ordem esteve sediada durante séculos, casosdo Gavião e do Crato, permitindo deste modo reatar laçoshistóricos e simbólicos comuns, lançando perspectivas paraboas obras futuras, em conjunto com as populações locais.
O apoio aos países africanos de língua oficial portuguesacontinuou através do envio de bens médicos e de 1ª neces-sidade à Cáritas e às Dioceses locais, através dos Embaixa-dores Portugueses da Ordem acreditados junto dos Gover-nos de Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Moçambique.
Os voluntários: profissionalismo e empenhamento
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Peregrinação da Juventude na Lituânia - Verão de 2002
Foi no ano de 1979 que Peter Loyd, um inglês que é hoje Director Hospitalar da Associação Britânica da Ordem, se sentiu preso numa espiral de tristeza, na sequência da morte trágica e inesperada da sua mulher.
A experiência que o libertou, tal como
aconteceu a muitos outros milhões de pes-
soas, foi uma peregrinação a Lurdes, nos
Pirinéus franceses.
«Pela primeira vez parei a pensar em mim
e comecei também a pensar nos outros
que, como eu, estavam ali por uma razão
íntima semelhante. Quando a minha
semana acabou senti-me espiritualmente
renovado. Foi uma experiência muito
extraordinária», diz Peter.
Desde então voltou a Lurdes 20 vezes e
agora ajuda a organizar as duas peregrina-
ções anuais dos membros da Associação
Britânica da Ordem e dos voluntários - uma
na primeira semana de Maio e a outra, des-
tinada a jovens, no final do Verão.
A peregrinação principal, realizada todos os
anos em Maio, é destinada às Associações
da Ordem de muitas partes do mundo,
altura em que Lurdes se enche com a visão
e o ruído de milhares de membros e de
voluntários, que se reúnem num movimento
constante de oração, de contemplação
silenciosa e de animada conversa.
Os voluntários são divididos em três equi-
pas iguais, organizadas por turnos para
ajudar e apoiar quem tenha necessidade.
Não é invulgar ver um grande empresário a
guiar cuidadosamente uma senhora idosa
no seu passo frágil até às instalações sani-
tárias. Nem o murmúrio de conversas ao
vivo é um som pouco habitual - especial-
mente durante a festa da peregrinação
anual, em que os mais vivos se revezam
para entreter os outros.
É, como ele refere, uma experiência
extraordinária.
Uma experiência extraordinária
42 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
As Associações nacionais da Ordem em diversos paí-ses, nomeadamente na Alemanha, França e Suíça, estãoenvolvidas, por si próprias ou por intermédio da sua par-ticipação no CIOMAL, uma fundação da Ordem sediadaem Genebra, na prestação de cuidados médicos e palia-tivos a doentes com o VIH.A atenção principal em matéria de VIH consiste em protegercontra a infecção vertical, proporcionando às mães o acessoa despistagem, terapias pré-natais e tratamentos contrainfecções em mães e filhos.No México, onde havia em 2001 cerca de 150 000 pessoasinfectadas pelo vírus da SIDA, o CIOMAL trabalha num pro-grama que vai mais longe do que o simples fornecimentobásico de medicamentos anti-rectrovirais para impedir ovírus de passar da mãe para o filho.Alguns elementos do programa, que está a ser realizado jun-tamente com a Associação Mexicana da Ordem, o InstitutoNacional de Perinatologia e a organização humanitária Ame-riCares, incluem serviços de aconselhamento e de análises,bem como a promoção dos nascimentos por cesariana.Em 2001, o programa assumiu o cuidado de uma série demulheres infectadas e todas deram à luz crianças saudáveis.
VIH/SIDA: ajudar mães e filhos
O VIH/SIDA é uma epidemia que começou apenas no nosso tempo, mas jároubou um número de vidas estimado em 19 milhões em todo o mundo.
A Associação nacional da Ordem na Argentina introduziuprogramas de cuidados a pessoas que sofrem de VIH/SIDA,enquanto a Associação Alemã continuou a realizar um pro-grama de diagnóstico do VIH/SIDA no Quénia.
Continuar a tradição dos cuidados de saúdeÀ medida que a epidemia de VIH/SIDA continua a assolarmuitas das comunidades mais necessitadas do mundo, umgrupo de pessoal médico e de voluntários na República daÁfrica do Sul dá um exemplo de como a Ordem responde auma das crises mais urgentes dos tempos modernos.A Irmandade do Beato Gerardo, cujo nome vem do fundadorda Ordem de Malta, criou um centro de cuidados de saúdee um lar para doentes da SIDA em Mandini, onde oferececamas e lugares para cuidados de dia e para crianças, des-tinados a mães e filhos infectados pelo vírus.Além disso, a Irmandade dirige um programa educativosobre o VIH/SIDA e, juntamente com médicos e trabalhado-res sociais locais, dá conselhos sobre a forma adequada detratar os filhos.
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e das suas enfermidades, para ver o ser
humano que estava por detrás. Conversou
com Paco, escutou os seus problemas, a
sua história e as suas necessidades.
Este encontro fortuito – o cidadão era um
Cavaleiro da Ordem – foi o arranque de
uma iniciativa que permitiu a Paco e a cen-
tenas de outras pessoas rejeitadas e inqui-
etas beneficiarem de cuidados e de com-
paixão por voluntários da Associação
nacional da Ordem em Espanha.
Arrendaram um espaço num edifício de
apartamentos e enquanto alguns ofere-
ciam mobílias e equipamento de cozinha,
outros começaram a preparar refeições
quentes para as numerosas pessoas
necessitadas da zona, caracterizada por
uma elevada percentagem de imigrantes,
toxicodependentes e idosos isolados.
Esta «sopa dos pobres» dos nossos tem-
pos funciona agora todos os dias da
semana e todo o ano, excepto em Agosto,
e fornece refeições quentes e um repouso
bem-vindo a pessoas que de outra forma
passariam fome. Os voluntários acrescen-
taram aos seus serviços uma distribuição
semanal de roupas essenciais e estão a
pensar na possibilidade de dar aulas de lín-
guas aos imigrantes.
Mais importante é que oferecem conforto
espiritual e um contacto humano amigável
a pessoas que de outro modo permanece-
riam marginalizadas pela sociedade.
Para a maior parte das pessoas que passa-
vam por ele, Paco era apenas mais um toxi-
codependente atacado pela SIDA, a quem
viravam a cara enquanto caminhavam pelas
ruas de San Blas, um bairro de Madrid
onde impera a pobreza.
Repugnava-lhes o seu aspecto esfarra-
pado, o som dos pulmões doentes e o
cheiro das roupas sujas. Alguns chegavam
mesmo a suspeitar que Paco fosse um
assassino já condenado.
Um único cidadão de Madrid olhou para
além dos farrapos de Paco, da sua sujidade
uma situação de compaixão extraordinária em Madrid
África do Sul: o lar da Ordem para doentes com VIH/SIDA cuida de mães infectadas e dos seus filhos
A história de Paco
44 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
CUIDADOS PALIATIVOS
A Ordem presta cuidados paliativos em muitas partes domundo a pessoas que se encontram numa situação que asimpede de viver. Esses cuidados são sempre prestados compiedade e respeito pela dignidade de cada pessoa.
A Associação Argentina gere um lar de pacientes em faseterminal, em Buenos Aires, e presta-lhes cuidados paliativos.Na Austrália, a Associação nacional da Ordem continuou aoferecer serviços médicos e cuidados paliativos a comuni-dades na Papuásia-Nova Guiné, nas Filipinas e nas ilhas Fiji.No interior da Austrália a Associação prestou cuidados pali-ativos em Melburne e ajudou o serviço de cuidados do Lardo Hospital de Mt Olivet, Queensland.
Os voluntários da Associação Belga da Ordem de Malta fre-quentaram cursos especiais de cuidados paliativos, para tra-balharem com as equipas médicas e de tratamento numanova unidade do Instituto Albert I et Reine Élizabeth (Clini-ques universitaires Saint-Luc), em Bruxelas. Esta unidadetem 68 camas e oferece as técnicas mais avançadas parapessoas que sofrem de doenças geriátricas ou necessitamde cuidados paliativos. Os voluntários oferecem uma pre-sença diária, com uma abordagem profundamente cristã,que conforta numa altura da vida especialmente difícil paraos doentes e para as suas famílias.
Na Grã-Bretanha, o trabalho da Ordem nesta área continua aaumentar. A Ordem de St John Care Trust, criada há 13 anos,presta assistência a pessoas idosas, tanto nas suas casascomo nos lares geridos pelo Trust em toda a Grã-Bretanha.
A Associação nacional da Ordem na Alemanha tambémpresta cuidados paliativos em lares e cerca de 100 voluntários
cuidam de doentes terminais em suas casas e em 11 lares,enquanto na Lituânia a Ordem criou cinco centros para coor-denar o trabalho dos voluntários de prestação de cuidadospaliativos nos lares.
A Associação na Polónia deu apoio para um lar destinado adoentes terminais.
A Associação Sérvia, em parceria com o Centro Humanitá-rio de Novi Sad, a Renovabis e a Associação Alemã daOrdem, participou num projecto que fornece cuidados médi-cos e paliativos a idosos e pessoas necessitadas em NoviSad e nas aldeias à volta.
A DOENÇA DE ALZHEIMER
A Ordem continuou a prestar cuidados a pessoas atingidaspela doença de Alzheimer – que continua a ser a causa maiscomum de demência no mundo – e a oferecer conselhos eapoio às suas famílias.
Na Grã-Bretanha, o tratamento da doença faz parte dos cui-dados oferecidos em muitos dos lares para idosos adminis-trados em parceria com a Ordem de St John.
A Associação Canadiana apoiou a realização de um pro-jecto Alzheimer em Otava, através da formação de voluntá-rios, e realizou trabalho de voluntariado com doentes num larem Montreal.
Em França, a Villa Helios St Jean, em Nice, recebe idososque sofrem da doença de Alzheimer e em 2001 e 2002aumentaram substancialmente os pedidos de internamento.A Villa acolhe agora 84 residentes.
Cuidados paliativos /doença de Alzheimer
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As Oeuvres Hospitalières Françaises del’Ordre de Malte (OHFOM) (Obras Hospi-
talares Francesas da Ordem de Malta), o
trabalho hospitalar da Associação Fran-
cesa da Ordem, desenvolve-se em todo o
mundo e abrange serviços de primeiros
socorros e a distribuição de medicamentos
por centros especializados de investigação
e tratamento da lepra.
A organização tem mais de 650 emprega-
dos, mais de 5 000 voluntários devida-
mente formados e 11 000 angariadores de
fundos e pessoas que recolhem medica-
mentos para distribuição a doentes e pes-
soas necessitadas.
O corpo de ambulâncias da Associação
presta todos os anos serviços de primeiros
socorros em cerca de 1 000 eventos cultu-
rais, desportivos e religiosos em França,
enquanto uma equipa de especialistas
médicos e de voluntários conhecidos por
«Esperança de Malta» trabalha com a uni-
dade de ajuda internacional da Ordem
para prestar ajuda de urgência às vítimas
de crises humanitárias.
Mais de um quarto dos estagiários do
corpo de ambulâncias em França frequen-
tam um dos quatros centros de formação
da Associação Francesa, onde seguem um
programa que lhes permite obter o Certifi-
cado do Corpo de Ambulâncias, reconhe-
cido a nível nacional.
Além das suas actividades de primeiros
socorros, a Associação também administra
uma série de hospitais, residências de
prestação de cuidados, clínicas e centro
de cuidados de dia em França, África e no
Médio Oriente. No Líbano, por exemplo,
centros médicos e dispensários prestam
cuidados a mais de 200 000 pessoas,
independentemente dos seus anteceden-
tes culturais ou religiosos.
A recolha e distribuição de medicamentos
cujo «prazo de validade» se aproxima do
fim continua a ser um trabalho importante e
contínuo da Associação. Todos os anos
são recolhidas centenas de toneladas de
medicamentos e de material médico em
70 centros espalhados pelo país, antes de
serem distribuídos em todo o mundo por
uma equipa de 2 000 voluntários, da qual
fazem parte 100 farmacêuticos.
A Associação Francesa está envolvida
desde há muito na luta a nível mundial con-
tra a lepra, uma doença que ainda afecta
diariamente cerca de 2 000 pessoas. Fun-
dou e ainda financia o Instituto Aplicado de
Leprologia em Dacar, no Senegal, um dos
maiores centros internacionais de investi-
gação e formação em leprologia.
Também dirige uma série de clínicas espe-
cializadas na luta contra a lepra em África,
na Ásia e na América do Sul, bem como a
unidade de tratamento da lepra no Hospi-
tal de São Luís, em França.
Em França, a Associação está envolvida
em 11 centros de prestação de cuidados,
sendo 4 para pessoas com deficiências
físicas e multideficientes, 1 para deficien-
tes mentais, 2 centros para doentes autis-
tas, 2 para doentes com deficiências de
natureza social, 1 para idosos com a
doença de Alzheimer e 1 para pessoas
sem abrigo. Fora de França, a Associação
criou centros para crianças com deficiên-
cias físicas no Equador, Síria e Bulgária e
recentemente ajudou a criar um novo cen-
tro para adultos autistas na Grécia.
A Associação também lançou recentemente
um programa em que 60 voluntários organi-
zam semanalmente visitas à famosa Institui-
ção «Os Inválidos», em Paris, destinadas a
pessoas aposentadas. Esta iniciativa, que
veio a revelar-se muito concorrida, organiza
visitas de pensionistas a manifestações des-
portivas e culturais e a locais de interesse.
Uma síntese das actividades francesas
Tratamento de primeiros socorros numa clínica local, França
Desde então, a Ordem criou corpos de ambulâncias emquase 40 países, nomeadamente na Áustria, França, Alemanha e Hungria.
Na Áustria, por exemplo, a Ordem oferece um serviço deambulâncias a doentes das regiões de Viena, Innsbruck eGraz, enquanto voluntários da Ordem actuam regularmentecomo membros suplentes das tripulações a bordo de ambu-lâncias operadas por outras organizações, nomeadamente aCruz Vermelha e a Ordem Johanniter Ritter.
A Associação nacional da Ordem em França dá cursos deformação devidamente acreditados a 500 voluntários deambulâncias todos os anos nas suas quatro escolas em Gar-
ches, Brest, Bordéus e Toulon. Cada curso, que funciona atempo inteiro, dura três meses e dá direito a um certificadode competência.
Os serviços de ambulâncias da Malteser Hilfsdienst (MHD),da Associação Alemã, são prestados desde há muitos anose neste ano, que é o 50º ano de actividade, o Presidente daRepública afirmou em Colónia que os serviços prestados àregião pela Associação Alemã da Ordem tinham constituídoum «apoio activo, sem o qual não teria sido possível assegu-rar estrutura social e os serviços de ajuda».
46 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Corpo de Ambulânciasda Ordem de Malta
As ambulâncias com o distintivo da estrela de oito pontas da Cruz de Malta prestam serviçosessenciais de primeiros socorros desde 1938, altura em que a Associação nacional daOrdem na Irlanda se tornou a primeira a criar o seu próprio corpo específico de ambulâncias.
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Uma ambulância da MHDA Austríaca da Ordem na Baixa Áustria, Verão de 2001
Enquanto os espectadores incentivam com
gritos os seus cavalos favoritos numa das
frequentes corridas de cavalos na Irlanda,
ajudam a salvar vidas.
O Corpo de Ambulâncias da Associação
nacional da Ordem na Irlanda presta serviços
de primeiros socorros, que cobra, em espec-
táculos que o público paga para assistir.
É uma tradição que remonta à fundação do
Corpo de Ambulâncias, em 1938, altura em
que na Irlanda, como noutros países, a
Ordem presta os seus serviços numa base
absolutamente voluntária e auto-sustentável.
Cada uma das 80 unidades do Corpo de
Ambulâncias - que operam em mais de
cem comunidades - é responsável pela
própria angariação de fundos e também,
dentro de certos parâmetros, pelo modo
como esse dinheiro é utilizado.
«Provavelmente as coisas não funciona-
riam de outra maneira», observa o Coman-
dante Peadar Ward, Director do Corpo de
Ambulâncias na Irlanda.
«Enquanto algumas unidades podem rece-
ber subvenções individuais dos serviços de
saúde locais para determinados equipa-
mentos novos, como os desfibrilhadores
externos automáticos que estamos a intro-
duzir, a maior parte dos fundos de que pre-
cisamos são angariados através da presta-
ção de serviços comerciais, como a
cobertura em matéria de primeiros socorros
em acontecimentos de natureza comercial.»
O Corpo de Ambulâncias tem de concor-
rer com outros prestadores de serviços
numa base comercial, oferecendo serviços
em condições de igualdade ou que exce-
dam os padrões previstos.
Entre as fontes típicas de fundos incluem-
se as corridas de cavalos, os jogos de
futebol, os concertos ao ar livre e os con-
cursos anuais de lavra, que atraem enor-
mes multidões.
O equilíbrio entre serviços que rendem din-
heiro e os que são prestados gratuita-
mente, de acordo com as necessidades, é
praticamente igual. Isto permite que os
voluntários ganhem uma experiência diver-
sificada - que em muitos casos os inspira a
seguirem carreiras a tempo inteiro na área
da saúde - e ofereçam as suas competên-
cias de primeiros socorros gratuitamente
em manifestações comunitárias.
Mais recentemente, nas Olimpíadas Espe-
ciais de 2003, os voluntários conduziram
20 ambulâncias para dar cobertura de pri-
meiros socorros tanto a atletas como a
espectadores, enquanto nas estreitas ilhas
ocidentais de Clare Island, Inishboffin e
Inishmean, o Corpo de Ambulâncias presta
cuidados médicos de resposta rápida, a
que de outro modo estas populações isola-
das não teriam acesso.
Assistência a Cavalo
O Corpo de Ambulâncias da AssociaçãoIrlandesa está presente todas as semanas
nas corridas de cavalos
48 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Vários hospitais prestam cuidados paliativos a doentes ter-minais, um serviço que a Ordem também presta em lares enos domicílios dos doentes.Em Milot, no Haiti, graças a fundos da Associação Ameri-cana, a construção recente de novas dependências hospita-lares no Hospital do Sagrado Coração melhorou considera-velmente as instalações, com uma divisão de pediatriadistinta, financiada pelos membros da Ordem em St. Louis,no Missouri. O hospital tem actualmente 65 camas e duassalas de operações. O Centro de Nutrição serve diariamenteduas refeições gratuitas a 100 crianças subalimentadas dociclo pré-escolar. Existe um programa educacional paracrianças entre as duas refeições. Por outro lado, 500 alunosda escola primária são escolarizados sob os auspícios daCRUDEM. É igualmente implementado um programa paracrianças da rua patrocinado e regido pela Ordem de Malta.Em 2002, receberam tratamento no hospital mais de 30 000pacientes, foram efectuadas 1 000 intervenções cirúrgicas enasceram mais de 500 bebés. O hospital conta actualmentesete médicos e um dentista bem como um corpo administra-tivo de 98 pessoas.
Para além dos centros médicos e dos hospitais que adminis-tra em França, a Associação Francesa também dirige hos-pitais e dispensários no Benim, Togo e Senegal.As acções no caso de lepra são desde há muito uma dasprincipais actividades da Ordem no terceiro mundo. É umaactividade realizada por uma série de Associações nacio-nais, incluindo a da França, através do Instituto de Leprolo-gia Aplicada e do CIOMAL, uma fundação da Ordemsediada em Genebra, entre cujos membros se incluem,nomeadamente, as Associações nacionais da Ordem naAlemanha, França e Suíça.Em Itália, a Ordem administra instituições especializadas notratamento de diabéticos e existe uma instituição semel-hante para crianças em Praga, na República Checa. A maiorparte das clínicas da Ordem para doentes externos situam-se no Líbano e em El Salvador.Existem centros médicos na Polónia, Hungria, EUA, Repú-blica Dominicana, Brasil, Peru e África do Sul.
Hospitais e centros de saúde
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A Ordem administra 10 centros de saúde
no Líbano, que cuidam de centenas de
doentes todos os dias. Estes centros, cria-
dos pelo Embaixador da Ordem no Líbano
e pelos seus colaboradores, são adminis-
trados pela Fundação para as «Obras Liba-
nesas da Ordem de Malta» e dirigidos por
congregações religiosas e os médicos que
aí trabalham são libaneses.
O centro de saúde mais antigo é o centro
de Zouk Mikaël, em Kesrouan, na região
central do Líbano, que foi criado em 1957
e é dirigido pelas Irmãs da Caridade como
centro de primeiros socorros e de urgência
médica. O centro em Kobayat foi criado em
1987 e é actualmente apoiado em grande
parte pela Associação Francesa da
Ordem. A unidade mais recente deste pro-
grama é uma Unidade Móvel de primeiros
socorros, oferecida pelo Embaixador da
Ordem junto das Nações Unidas e situada
em Ain El Remm, no sul. Os custos de fun-
cionamento desta Unidade são actual-
mente financiados por concertos do
grande pianista Miguel Angel Estrella.
Os 10 centros tratam 250 000 casos
médicos todos os anos; cada centro
está equipado com a sua própria farmá-
cia e medicamentos.
A presença da Ordem no Líbano
50 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Hospital de São João Baptista, Magliana
Uma jovem doente
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Trata-se igualmente de um hospital em transi-
ção, na sequência da assinatura de um
acordo entre a Associação Italiana da Ordem
e o sistema nacional de saúde italiano, no
quadro do qual o Hospital de São João Bap-
tista mantém o seu estatuto de hospital religi-
oso, mas passa a prestar um serviço público
à população de Roma e arredores.
Recentemente foi instalado um novo scan-ner da última geração, assim como novos
aparelhos de ecografia que utilizam a tec-
nologia do sonar – semelhante à dos sub-
marinos – para explorar as profundezas
escondidas do corpo humano.
Estão planeadas novas piscinas de hidro-
terapia, bem como outros melhoramentos
destinados a manter o estatuto de centro
de reabilitação especializado.
Tudo isto permite que o hospital preste ser-
viços de reabilitação a doentes que recu-
peram das condições mais diversas. Para
além da sua actividade tradicional no domí-
nio neurológico, São João Baptista recebe
agora doentes que recuperam de lesões
provocadas por acidentes e está a ser pon-
derada a hipótese de aí serem tratadas
DESENVOLVIMENTOS EM 2002Quando a Associação de Cavaleiros Italianos da Ordem abriu o Hospital de São João Baptista, Magliana, no anode 1972, em Roma, criou a única unidade de neuro-reabilitação da cidade. Actualmente, São João Baptistaoferece 240 camas, incluindo uma unidade de coma com 10 camas, e uma vasta gama de especialidades, paraajudar a reconstruir a vida de pessoas que recuperam de situações clínicas ou acidentes que as deixaram físicaou mentalmente incapacitadas.
pessoas que recuperam de condições car-
díacas e pulmonares crónicas e de cancro.
Os equipamentos especializados de São
João Baptista, como o scanner e os apare-
lhos de ecografia, são igualmente disponi-
bilizados para os doentes dos 12 centros
para diabéticos administrados pela Asso-
ciação Italiana em Roma e noutras partes
de Itália. Estes centros cuidam de cerca de
45 000 diabéticos todos os anos e consti-
tuem a maior estrutura combinada do seu
tipo no país.
Em resposta à carência em Itália de enfer-
meiros qualificados, o Hospital de São
João Baptista reabriu recentemente a sua
Escola de Enfermagem, após alguns anos
de encerramento. A formação da Escola
obedece ao programa europeu, incluindo
três anos de universidade e experiência
prática nos pavilhões de Magliana.
As famílias de doentes em reabilitação
também podem participar num programa
educativo destinado a ajudá-las a prestar
cuidados adequados aos seus entes queri-
dos quando regressam a casa.
O hospital tem um quadro de cerca de 350
pessoas, entre médicos, enfermeiros e
auxiliares, incluindo 70 técnicos de reabili-
tação qualificados. Entre si prestaram cui-
dados especializados num total de 66 083
dias doentes-cama em 2001 e outros 66
524 dias doentes-cama em 2002.
Entre estes muitos doentes há uma história
que merece ser referida. No início de
2002, uma jovem grávida foi admitida na
unidade de coma, onde permaneceu
durante sete meses, dando à luz uma filha
sem recuperar a consciência. Ao sair de
coma, as suas primeiras palavras foram
para perguntar: «Como está a minha filha?»
«Tanto a mãe como a filha continuam bem e
são momentos como este que fazem com
que todo o nosso trabalho mereça a pena»,
disse um porta-voz do hospital.
Roma: assistência especializada em São João Baptista, Magliana
52 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Hospital da Sagrada Família, na Pales-tina, é um projecto conjunto de toda a
Ordem de Malta, que funciona sob a res-
ponsabilidade operacional das OeuvresHospitalières Françaises de l’Ordre deMalte (OHFOM). Desde 1990 já aí nasce-
ram mais de 29 000 bebés. O hospital
presta serviços essenciais na zona e pro-
porciona às mulheres grávidas da região a
única possibilidade de darem à luz em
boas condições sanitárias. O primeiro
objectivo do hospital tem sido, é e será
sempre prestar cuidados de obstetrícia de
elevada qualidade a todas as mulheres que
os solicitem, independentemente da sua
raça, religião, cultura ou condição social.
Especialistas americanos e europeus con-
firmaram que o hospital tem um excelente
nível, correspondente ao da Europa Oci-
dental. Devido à situação política perma-
nentemente instável e à situação econó-
mica muito difícil, a necessidade dos
serviços do hospital aumentou.
A Palestina não tem um serviço nacional de
saúde e por isso as despesas de adminis-
tração do hospital são suportadas inteira-
mente pela Ordem. Os doentes pagam
apenas o que podem. Para quem não pode
pagar nada, as despesas são reduzidas ou
mesmo nulas.
Este pesado encargo é suportado pela
Associação Francesa, apoiada pelas
Associações nacionais da Alemanha,
EUA, Irlanda e Suíça e pela União Euro-peia. Mais recentemente, a Fundação do
Hospital da Sagrada Família, uma organi-
zação criada pelos membros da Ordem
nos Estados Unidos, tem recolhido fundos
para o hospital, contribuindo generosa-
mente nos últimos anos para garantir o fun-
cionamento do hospital.
História resumidaEm 1882, as Irmãs da Caridade compra-
ram uma grande parcela de terreno em
Belém, para um hospital com 80 camas.
Por decisão de 1892, o sultão turco con-
cedeu-lhes uma licença de construção e
manutenção do hospital.
Mais tarde as autoridades turcas concede-
ram uma isenção fiscal ao hospital, no qua-
dro dos Acordos de Mitilene e Constanti-
nopla, assinados com o Governo francês.
O Hospital da Sagrada Família abriu em
1895 e com o tempo tornou-se num hospi-
tal muito activo, que presta serviços médi-
cos, cirúrgicos e de obstetrícia à popula-
ção desde há quase um século.
Em 1985 o hospital teve de encerrar por
razões políticas e sociais associadas ao
conflito israelo-árabe.
No mesmo ano, para dar resposta à crise, a
Ordem decidiu reabrir um pavilhão do hos-
pital como maternidade, com 28 camas,
recebendo apoio da União Europeia para a
renovação e aquisição dos equipamentos.
Em 26 de Fevereiro de 1990 nasceu o pri-
meiro bebé nesta nova unidade.
Em 1997 foi acrescentada uma extensão:
duas salas de parto suplementares, uma
segunda sala de operações, nove camas
suplementares e uma unidade neonatal. Mais
uma vez a União Europeia contribuiu genero-
samente para financiar o equipamento.
Em 2001 foram tratados na unidade neo-
natal 277 bebés e nasceram no hospital
1839 crianças.
Em Abril de 2001, o hospital recebeu uma
clínica móvel totalmente equipada, ofere-
cida generosamente pela Fundação O’Neil,
dos Estados Unidos da América. Esta uni-
dade móvel permitiu à equipa prestar cuida-
dos médico-sociais directamente no domi-
cílio dos doentes que vivem pobremente
em comunidades remotas nas colinas,
onde lhes faltam os serviços básicos. Infe-
lizmente, o hospital viu-se recentemente
impossibilitado de operar esta clínica móvel
devido à situação que ali se vive.
Em Julho de 2001 foi inaugurado um novo
serviço de consultas externas, mais amplo
e extremamente necessário. Apesar das
dramáticas condições que se vivem actual-
mente em Belém, a maternidade continua a
funcionar, fazendo uma média de cinco
partos por dia.
Belém: cuidados de obstetrícia noHospital da Sagrada Família
Belém - partida de ambulâncias para irem buscar nos arredores mães prestes a darem à luz
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«Estamos sob recolher obrigatório desde
22 de Novembro de 2002. As patrulhas
militares percorrem a cidade dia e noite,
deitando abaixo as portas das casas
quando procuram jovens resistentes.
«Esta situação trágica e traumática cria uma
pressão psicológica muito forte, sentida por
todos nós, e interrogamo-nos: porquê tanto
sofrimento em Belém, a cidade da paz?
«As mães que tratamos estão angustiadas
pelos seus maridos e filhos. Enquanto aqui
estão, qualquer coisa pode estar a aconte-
cer às suas famílias ou às suas casas.
«Para dirigir o hospital tivemos de encon-
trar formas de continuar a cuidar das mães
e dos seus bebés, apesar de todas estas
dificuldades. Todos os membros do pes-
soal cumpriram as suas responsabilidades
com coragem e devoção, no interesse do
hospital e das nossas doentes.
«A vinda do pessoal para o trabalho depende
do transporte assegurado por uma das nos-
sas Irmãs e dois dos nossos técnicos. Por
mais de uma vez um dos nossos jovens
motoristas foi preso por soldados, brandindo
as suas metralhadoras, e é difícil permanecer
silencioso face a tanta coragem.
«Os nossos serviços gerais nunca pararam.
Na lavandaria, o pessoal trabalha abnegada-
mente para entregar roupa lavada, enquanto
o pessoal de cozinha vive permanentemente
no hospital durante este período traumático
para assegurar sempre comida.
«Quando não é possível trazer pão, uma
das Irmãs amassa a farinha para cozer o
nosso próprio pão, enquanto a fruta e os
legumes frescos e outros produtos alimen-
tares são introduzidos subrepticiamente no
hospital pelas Irmãs de Karem Aïn, que nos
fazem as compras.
«Com estes numerosos obstáculos pela
frente, não admira que o número de nasci-
mentos tenha diminuído substancialmente.
Em 2000 nasceram 3 200 bebés no hospital
e em 2002 este número baixou para 1 617.
«Todos acreditamos que a pequena flor de
esperança irá florir e que Belém voltará a
ser de novo a cidade da paz.»
Para mais informações:
www.holyfamilyhospital-bethlehem.org
O Hospital da Sagrada Família é dirigido por uma equipa altamente qualificada de 90 pessoas:
especialistas 8
médicos residentes 6
enfermeiros 45
profissionais paramédicos 5
pessoal administrativo 5
outro pessoal auxiliar 7
29 000 partos, sem mortalidade materna desde Fevereiro de 1990
A única Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais em Belém
Pessoal altamente qualificado
O único hospital da Palestina reconhecido pelo RCOG de Londres para formação de médicos
1 617 partos em 2002
Mais de 15 000 consultas externas por ano
Orçamento total do hospital para 2002: 1 817 000 dólares
Contribuição da Ordem de Malta: 1 208 000 dólares
Um feliz acontecimento no Hospital daSagrada Família, em Belém. Desde 1990 jáaqui nasceram 29 000 bebés
Todos os dias nascem novas vidas em Belém, a cidade que foi berço da Cristandade. Mas no Médio Oriente ostempos são agitados e desde Novembro de 2002 que o Hospital da Sagrada Família, administrado pelaAssociação da Ordem em França e pela Congregação das Irmãs da Caridade, presta serviços de obstetrícia àsmães de Belém sob recolher obrigatório. A Irmã Sophie Boueri descreve a angústia – e a esperança –partilhada pelas suas colegas e pelas novas mães a quem prestam serviços.
Prestação de cuidados debaixo de fogo
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Consulta com um estudante numa clínica pediátrica, Tailândia
Um objectivo constante da Ordem consiste em assegurar que a ajuda humanitária
que oferece é prestada de forma sustentável, para que as pessoas que têm necessi-
dades imediatas possam recuperar melhor de uma situação específica e que os
benefícios da nossa intervenção possam continuar a fazer-se sentir a longo prazo.
É esta a filosofia subjacente aos nossos programas de formação e de educação,
concebidos para garantir não só que o nosso próprio pessoal e os voluntários estão
devidamente equipados para ajudar as pessoas necessitadas, mas também que as
competências e a experiência na Ordem são transferidas para outros, a fim de dimi-
nuir as causas da necessidade.
• Criar e manter o profissionalismo• Formação e educação no mundo• Melhorar os níveis: formação na
Alemanha e na Irlanda
Formação e educação
56 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O MHD da Associação Alemã dá cursos de primeiros socorros durante todoo ano. Este realizou-se no Afeganistão
A Ordem funciona segundo padrões aceites nacional e inter-nacionalmente para a prestação de primeiros socorros,ajuda de urgência e ajuda humanitária. Desta forma temos acerteza de que tudo o que fazemos é feito de forma eficaz ecom o maior benefício para as pessoas que ajudamos.
Sendo uma das instituições caritativas mais antigas domundo – fundada há 950 anos em Jerusalém – a Ordem estáempenhada em permanecer «moderna por tradição», procu-rando adaptar os seus serviços às necessidades do tempo eprestá-los com os meios mais adequados do momento.
Também aqui a formação e o ensino desempenham umpapel essencial na actualização das competências dosvoluntários já existentes ou criando e melhorando as compe-tências dos recém-entrados na Ordem.
A prestação de primeiros socorros – em resposta a situa-ções de urgência ou em eventos públicos – é desde hámuito um elemento importante do trabalho da Ordem. Nestecaso, todos os voluntários têm de passar por um programacontínuo de formação para conseguirem certificados quetraduzem vários níveis de competência.
Criar e manter o profissionalismo
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Jovens das ilhas Salomão aprendem inglês e aritmética, bemcomo competências práticas, através da Missão dos Maris-tas em Wainoni Bay, organizada pela Associação Australi-ana. Os rapazes aprendem carpintaria, canalizações emanutenção de motores, enquanto as matérias principaispara as raparigas incluem costura, tecelagem e cozinha.
A Associação nacional da Ordem em França dá três cursosde formação acreditados a nível nacional para condutoresde ambulâncias, preparando-os para o certificado de com-petência atribuído pelo Ministério da Saúde francês.
Em 2002, o Grande-Priorado Italiano da Lombardia e Vené-cia organizou um programa de formação de quatro dias paravoluntários que prestam primeiros socorros e dão outrosapoios a peregrinos.
Outra acção de formação pouco habitual foi que o corpo devoluntários da Ordem na Lituânia realizou, dando lições eorganizando concursos para dançarinos em cadeiras de rodas.
Na Polónia, mais de 3 500 voluntários receberam formaçãode primeiros socorros nos últimos dez anos, muitos delesem centros de formação permanente criados pela Associa-ção Polaca da Ordem.
Na África do Sul, em 2002, foi dada formação médica pormembros da Associação Britânica num lar para doentes doVIH/SIDA. Dois membros qualificados passaram algumtempo no Centro de Saúde de St Gerards a dar formação
ao pessoal local de primeiros socorros e serviços de ambu-lância de natureza neonatal, destinados a uma populaçãoem que 88% é portador do VIH.
Nos últimos dois anos, a Associação Ocidental dos EUAcriou um programa de inspiração de ensino religioso paracrianças com deficiência que frequentam escolas elementa-res católicas na Califórnia do Norte. Este projecto de «Cres-cimento na Fé» abrange três escolas em São Francisco,Martinez e Gilroy e teve grande sucesso.
Numa frente mais alargada, a organização de ajuda deurgência da Ordem e o Corpo de Urgência da Ordem deMalta (ECOM) organizaram um seminário de formação ope-racional, que obteve grande êxito em Lucerna, Suíça, paratrabalhadores de ajuda humanitária.
A Associação Alemã da Ordem desenvolveu um projecto,largamente financiado pela Renovabis, através do qual osvoluntários estão a receber formação na prestação de cuida-dos ao domicílio a pessoas idosas necessitadas na Sérvia.
E na Tailândia, uma acção de cooperação entre a Associa-ção Alemã e um grupo de auto-ajuda de VIH/SIDA no dis-trito de Mae Sariang está a fornecer uma combinação deeducação sanitária e apoio directo a órfãos do VIH/SIDA,pagando as suas propinas escolares e fornecendo unifor-mes escolares, livros e almoço para um ano.
Formação e educação no mundo
Exemplos da vasta gama de actividades de formação e educação realizadaspela Ordem em 2001 e 2002:
58 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Melhorar os níveis: formação na Alemanha e na IrlandaSem o seu exército de 80 000 voluntários permanentes, a Ordem seria absolutamente incapaz de realizar osseus programas de actividades médicas, humanitárias e de ajuda de urgência.No entanto, todos estes voluntários precisam de saber responder às várias situações que têm de enfrentar, comcompetências e conhecimentos adequados, e precisam de fazê-lo com alto nível de profissionalismo.
Embora muitos dos voluntários daOrdem obtenham as suas competênciase experiência através das respectivas car-reiras profissionais em medicina, enfer-magem e serviços paramédicos, outrosexigem formação através de programasministrados pela Ordem, por intermédiodos Grandes-Priorados, Sub-Priorados eAssociações nacionais.As Associações Alemã e Irlandesa, junta-mente com o Grande-Priorado Austríaco,têm uma experiência especial.
Na AlemanhaNo Corpo de Socorro (Malteser Hilfsdienst)
da Associação Alemã, todos os anos rece-
bem formação em primeiros socorros bási-
cos cerca de 250 000 pessoas. Como esta
formação constitui um requisito prévio para
obter a carta de condução na Alemanha, os
participantes pagam 20 euros por este
curso de dois dias, que é dado pela equipa
de formadores da própria Associação.
Stefan Markus, que dirige os programas de
formação de primeiros socorros na Alema-
nha, organiza a equipa de 3 500 formado-
res que, como voluntários, trabalham mui-
tas horas para dar os cursos em qualquer
lugar do país onde sejam chamados.
«Os cursos abrangem uma série de níveis,
desde os primeiros socorros básicos,
passando pelo cursos avançados de pri-
meiros socorros até um programa especí-
fico de dois anos para profissionais para-
médicos», explica.
«Também dirigimos uma série de escolas
que oferecem um ano de formação a
tempo inteiro, sendo o segundo ano para
obtenção de experiência prática. Oferece-
mos igualmente cursos de reciclagem, que
são obrigatórios de dois em dois anos para
os socorristas das empresas.
«Os nossos cursos são os únicos na Ale-
manha a incluir formação sobre como lidar
com a violência, dando alguma orientação
prática sobre a melhor forma de acalmar e
resolver a situação.»
Os cursos na Alemanha são dados de
acordo com as normas constantes das Ori-
entações Internacionais para Reanimação
(definidas pelo Conselho Europeu de Rea-
nimação), enquanto os de outros países
seguem normas nacionais específicas,
como as publicadas pela Associação Ame-
ricana do Coração.
A Associação Alemã também dá formação
a instrutores de primeiros socorros na Rús-
sia e na Polónia e fornece material de for-
mação para outros países, nomeadamente
a Roménia.
A formação tem por vezes de ser adaptada
a necessidades específicas – no Kosovo,
por exemplo, a falta de estruturas de cuida-
dos médicos básicos obriga a que seja
dada atenção aos serviços de pequena
cirurgia, em vez da recuperação – e a gru-
pos etários específicos.
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Para os socorristas que trabalham com cri-
anças da idade do jardim infantil, Stefan
elaborou, em colaboração com o Departa-
mento da Juventude da Ordem, um guia
designado «Aventura: Socorro», que inclui
1 000 páginas de informação, abrangendo
todos os aspectos dos primeiros socorros.
Na IrlandaNa Irlanda, embora o Corpo de Ambulâncias
seja inteiramente autofinanciado e dirigido
exclusivamente por voluntários, o nível e
padrão da sua formação assemelham-se
aos das organizações dirigidas pelo Estado.
O pessoal de direcção inclui um director
clínico, um enfermeiro-chefe e um chefe de
ambulâncias, que uma vez por ano assis-
tem a um curso residencial durante um fim-
de-semana, para reflectirem e planearem a
estratégia futura do Corpo.
A formação de primeiros socorros é dada
pelos próprios formadores do Corpo e
embora os programas que utilizam sejam
elaborados internamente, são muitas vezes
adoptados como norma nacional.
Foi o que aconteceu com a formação de
primeiros socorros no local de trabalho,
curso agora reconhecido como a norma
oficial na Irlanda, e parece que o mesmo
acontecerá com outro curso desenvolvido
pelo Corpo de Ambulâncias para formar e
acreditar as pessoas que estão na primeira
linha dos primeiros socorros avançados.
«Pensamos que é melhor estar na van-
guarda da criação de normas do que ser
conduzido por outros», diz o Comandante
Peadar Ward, Director do Corpo de Ambu-
lâncias da Ordem na Irlanda.
«O conjunto da área da formação está no
centro daquilo que fazemos, especial-
mente em termos de formação contínua em
matéria de gestão e de liderança para o
nosso próprio pessoal.»
Em 2002, a frota de ambulâncias do Corpo
percorreu mais de 300 000 milhas no qua-
dro do seu trabalho voluntário. Os mem-
bros voluntários realizaram mais de 4 000
acções de primeiros socorros e 3 000
acções de assistência à comunidade. De
entre as actividades de 2003 salienta-se a
assistência às Olimpíadas Especiais, reali-
zadas em Junho, onde os voluntários e
membros do Corpo deram mais de 10 000
horas de serviços de primeiros socorros e
de ambulância.
Auxiliares de primeiros socorros assistem a cursos de reciclagem
60 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie, preside à Conferência das Américas, na Bolívia, em Novembro de 2002, assistido pelo Grande Chanceler,Jacques de Liedekerke, e pelo Grande Hospitalário, Albrecht Boeselager
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• Iniciativas diplomáticas a favorda ajuda humanitária
• Diplomacia com uma perspectiva humanitária
• Diplomacia na Ordem: uma visão pessoal
O sofrimento tem muitas faces e assume muitas formas. Além disso, as suas causas
são múltiplas: pobreza, ignorância, guerra, fome, inundações, doenças, terrorismo,
opressão, bem como catástrofes, ora naturais ora provocadas pelo Homem, tudo cria
condições para a miséria humana que a Ordem se esforça por atenuar.
Sempre que é necessário e qualquer que seja a razão, o nosso trabalho de ajuda
humanitária é facilitado pelas relações diplomáticas que a Ordem mantém com
93 Estados e através das relações oficiais com seis governos europeus. Também tra-
balhamos por intermédio das nossas missões permanentes junto das Nações Unidas
e a nível do Representante Permanente junto da Comissão Europeia e de outras
organizações intergovernamentais e internacionais.
Diplomacia humanitária
62 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
O Corpo Diplomático da Ordem é nomeado pelo Grão-Mes-tre e pelo Soberano Conselho. Os embaixadores assumemfunções imediatamente após a apresentação de credenciais.
As missões dos embaixadores são estritamente humanitá-rias, voluntárias e sempre imparciais. Têm por fim facilitar aprestação da ajuda humanitária, de acordo com as necessi-dades, por parte dos 11 500 membros, 80 000 voluntáriospermanentes e 11 000 médicos, enfermeiros e outro pes-soal de saúde da Ordem.
Ao usarem as suas competências na diplomacia e negocia-ção, contribuem para assegurar que a ajuda pode ser entre-gue imediatamente e de forma eficaz, trabalhando com asAssociações nacionais da Ordem quando existem num deter-minado país ou, quando não existem, assumindo a responsa-bilidade pela coordenação das actividades de socorro.
A Ordem tem uma política de relações activas com as princi-pais organizações internacionais envolvidas na acção huma-nitária, procurando trabalhar em parceria com os principaisintervenientes internacionais e com organizações governa-mentais e não governamentais.
Neste contexto, a Ordem desempenha um papel cada vezmais activo nos processos de consulta e planeamento,
para que pode contribuir a sua enorme experiência, a suafamiliaridade com a situação no terreno e os seus conhe-cimentos específicos.
Em 2001 e 2002, a Ordem concluiu novos Acordos de coo-peração com a Bolívia, Costa Rica, Equador, Itália, Roméniae Espanha. Estes Acordos irão facilitar a prestação de ajudahumanitária sempre que for necessária nestes países.
O Embaixador da Ordem nas Filipinas desempenhou umpapel fundamental na criação de fortes relações entre aOrdem e o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV),bem como com o Alto-Comissariado das Nações Unidaspara os Refugiados (ACNUR) e com o Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF). Esta actividade é acres-cida ao trabalho do Embaixador e dos seus colegas na distri-buição periódica de medicamentos a organizações carencia-das nas Filipinas.
Em Julho de 2001 foi assinado pelo Embaixador da Ordem epelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica umAcordo em matéria de Saúde entre a Ordem e este país.
Na Rússia, em 2002 abriu em Moscovo um novo centrosocial, na presença do Embaixador da Ordem e do Presi-dente da Associação Alemã.
Diplomacia com uma perspectiva humanitária
63Relatório de actividades - 2003
Embora a Ordem de Malta seja uma Ordem religiosa secu-lar, é uma pessoa jurídica de direito internacional público.Mantém relações diplomáticas com 93 países e tem mis-sões permanentes junto das Nações Unidas em Nova Ior-que, Genebra, Paris, Viena e Roma, bem como junto daComissão Europeia e de outras organizações internacionais.
Na actividade humanitária, a Ordem beneficia do seu própriocorpo diplomático. O papel dos embaixadores da Ordemconstitui uma combinação da diplomacia tradicional, decompetências de negociação e de capacidade para desen-volver actividades humanitárias.
Os embaixadores da Ordem são recrutados frequentementede entre diplomatas profissionais que abandonaram o ser-viço activo. Assumem as suas responsabilidades a seguir àapresentação de credenciais.
A missão dos embaixadores é exclusivamente humanitária.Nos países onde não existe uma Associação nacional oembaixador também é responsável pela coordenação dasactividades hospitalares com as outras Associações nacio-nais que operam no país da missão diplomática.
O desenvolvimento das relações da Ordem com organiza-ções internacionais e o reconhecimento da sua posição e doseu papel no mundo permitem-lhe reforçar a sua contribui-ção especial para a acção humanitária.
Em Genebra, o Embaixador Pierre-Yves Simonin (antigoEmbaixador da Suíça em Israel e na Bélgica e junto daNATO) trabalha num contexto que engloba as principaisagências das Nações Unidas relacionadas com os direitoshumanos e com o direito humanitário internacional, em espe-cial o Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Em Viena, o Embaixador Helmut Liedermann (antigoEmbaixador da Áustria em Belgrado e Moscovo) participouactivamente na campanha de proibição da utilização deminas antipessoal.
Em Bruxelas, o Embaixador Philippe de Schoutheete(antigo Embaixador da Bélgica em Madrid e antigo Repre-sentante Permanente da Bélgica junto da União Europeia)está acreditado junto da Comissão Europeia, principal doa-dor mundial de ajuda humanitária. Acompanha os programase serviços da EuropeAid e do Serviço de Ajuda Humanitáriada Comunidade Europeia (ECHO). O ECHO manteve rela-ções de parceria extremamente activas com a Ordem, espe-cialmente durante a crise dos Balcãs.
Em Rome, o Embaixador Guiseppe Bonanno di Lingua-glossa é o Observador Permanente da Ordem para aOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e aAgricultura (FAO) e para o Programa Alimentar Mundial(PAM) das Nações Unidas.
Quando são solicitados para intervir ou participar em esfor-ços para impedir conflitos, os diplomatas da Ordem realizamuma missão delicada e importante. Nos casos de captura dereféns ou noutras crises graves, como os acontecimentos noCamboja e no Líbano, os representantes da Ordem conse-guiram intervir com êxito. A Ordem actuou igualmente paraproteger trabalhadores de ajuda humanitária em zonas deconflito e catástrofes naturais e pessoas que trabalham emprogramas de luta contra a lepra.
A Ordem é politicamente neutra e absolutamente indepen-dente, o que lhe permite dirigir acções para o estabeleci-mento da paz, mediação e cooperação juntamente com asNações Unidas.
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Iniciativas diplomáticas a favor da ajuda humanitária
64 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Em 2001 e 2002 foram feitas 14 declarações pela MissãoPermanente da Ordem junto das Nações Unidas em NovaIorque: em reuniões da Assembleia Geral das Nações Uni-das, no Conselho Económico e Social, no Alto-Comissari-ado para os Refugiados, no Comité Especial e Grupo deTrabalho sobre as Operações de Manutenção da Paz, naComissão sobre o Estatuto das Mulheres, no Comité dosDireitos Humanos e em sessões especiais dedicadas às cri-anças, racismo, VIH/SIDA e terrorismo.
A Missão participou igualmente em painéis, conferências eoutras actividades especiais das Nações Unidas e coorde-nou a representação à Cimeira de Monterrey e à Conferên-cia de Madrid das Nações Unidas sobre pessoas idosas.
Foram enviadas vinte e seis notas de informação a todos osrepresentantes permanentes e às missões de observaçãopermanentes junto das Nações Unidas e dirigidos 148 relató-rios ao Grande Magistério. O Grande Chanceler da Ordem,Jacques de Liedekerke, visitou a Missão em Abril de 2002.
Foram igualmente elaborados quarenta e seis estudos jurídi-cos sobre a Ordem, incluindo informações gerais sobre assuas actividades, bem como um acordo bilateral com aRepública do Equador e um Acordo Geral de Cooperaçãoentre a Ordem e as Nações Unidas.
O Observador Permanente, por vezes acompanhado pormembros da Missão, participou em 102 eventos em 2001 e2002. Foram igualmente organizadas recepções na Missãodestinadas a embaixadores e ao pessoal diplomático, arepresentantes do Comité Internacional da Cruz Vermelha eda Federação das Sociedades da Cruz Vermelha e do Cres-cente Vermelho, à União Europeia e a funcionários dasNações Unidas.
A Missão também contribuiu para combater as actividadesde associações não reconhecidas nos Estados Unidos e,quando solicitado, na América Latina.
Para coordenar assuntos de interesse mútuo, a Missão tam-bém iniciou, criou e manteve contactos oficiais e pessoaiscom representantes permanentes e observadores perma-nentes junto das Nações Unidas.
Entre as suas prioridades incluem-se o reforço da diploma-cia preventiva e o desenvolvimento das actividades benévo-las da Ordem em diversos países.
Nações Unidas
Embaixador Frei José Antonio Linati-Bosch
65Relatório de actividades - 2003
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Diplomacia na Ordem:o ponto de vista de um EmbaixadorPierre Yves Simonin, o Embaixador da Ordem junto das Nações Unidas em Genebra,descreve as actividades diplomáticas da Ordem e o seu estatuto como entidadesoberana independente, sujeita ao direito internacional público e com direito deelaborar as suas próprias leis.
A soberania da Ordem foi reconhecida
pela Bula Papal de Pascoal II em 1113 e
apesar da perda do seu território em Malta
durante a Revolução Francesa, a sua sobe-
rania e independência foram mantidas. É
reconhecida actualmente por 93 Estados.
Assim, a Ordem envia e recebe relações
diplomáticas e troca embaixadores com
outros Estados soberanos.
Esta actividade diplomática é realizada a
dois níveis - bilateral e multilateral.
As relações bilaterais são conduzidas medi-
ante ligações directas entre a Ordem e
cada um dos 93 Estados com que tem rela-
ções diplomáticas. Muitas vezes, o Embai-
xador da Ordem reside no país onde está
acreditado, mas pode viver em qualquer
outro local, efectuando ao longo do ano inú-
meras visitas ao país de acreditação.
A Ordem também tem ligações com outros
governos através de delegados ou repre-
sentantes. Estão nesta categoria a Alema-
nha, França, Bélgica e Suíça.
As relações multilaterais são mantidas com
organizações intergovernamentais, como as
Nações Unidas, a Organização Mundial da
Saúde, o Alto-Comissariado das Nações
Unidos para os Refugiados e o Alto-Comis-
sariado das Nações Unidas para os Direitos
do Homem.
A Ordem obteve o estatuto de Observador
Permanente junto das Nações Unidas atra-
vés de uma resolução de 24 de Agosto de
1994. Está representada em Nova Iorque,
Genebra e Viena e tem Delegados Perma-
nentes junto da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO), em Paris, e da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar
Mundial (PAM) das Nações Unidas, em
Roma. Tem também um Embaixador e
Representante Permanente junto da
Comissão Europeia, em Bruxelas.
O estatuto de observador junto das Nações
Unidas em Genebra permite à Ordem traba-
lhar em estreita colaboração com a Comis-
são para os Direitos Humanos, o Programa
Alimentar Mundial, a Cruz Vermelha, a Orga-
nização Mundial para as Migrações e muitas
organizações não governamentais envolvi-
das em actividades humanitárias.
As actividades diplomáticas bilaterais e
multilaterais permitem uma vantagem con-
siderável para a missão caritativa da
Ordem em todo o mundo. Constituem o
quadro que permite à Ordem organizar a
sua acção humanitária global, coordenar a
ajuda de urgência e implementar projectos
de longo prazo.
Nos países onde a Ordem não tem uma
Associação nacional, a presença de um
embaixador com um conhecimento pro-
fundo das necessidades do país permite a
realização eficaz das actividades hospitala-
res ou de socorro.
O corpo diplomático da Ordem tem tam-
bém de avaliar os problemas humanitários
internacionais e manter informado o Grão-
Mestre e o Governo da Ordem.
A actividade diplomática da Ordem contri-
bui, por todos estes meios, para o bem de
toda a humanidade.
Embaixador Simonin
66 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
A Ordem concentra os seus interesses na ajuda ao desenvol-vimento e na ajuda humanitária, dois domínios em que UniãoEuropeia é um importante interveniente a nível mundial.
A ajuda ao desenvolvimento é administrada por uma estru-tura da Comissão, EuropeAid, que co-financia programasem todo o mundo em desenvolvimento. No passado, tanto aAssociação Alemã como a Francesa participaram nestasactividades de co-financiamento, por intermédio dos seusdepartamentos de ajuda ao estrangeiro.
Devido a condições administrativas rigorosas impostas pelaComissão e ao grande aumento de pedidos de co-financia-mento, este tornou-se mais difícil. No entanto, o Represen-tante da Ordem acompanha muito de perto a política daComissão neste domínio.
No domínio humanitário, a Comissão opera por intermédiodo Serviço de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia(ECHO), que é o maior financiador a nível mundial de ajudahumanitária. O Representante da Ordem participa na confe-rência anual dos parceiros do ECHO, onde são analisadosos problemas da implementação da missão humanitária doECHO através das 400 organizações não governamentais(ONG) que são seus parceiros. As Associações da Ordemsão parceiros do ECHO e o Representante supervisiona osprojectos que as Associações apresentam.
O Representante participa em grupos de trabalho e em con-ferências organizadas pela vasta plataforma de organiza-ções não governamentais estabelecida em Bruxelas, desig-nada Organizações Voluntárias para a Cooperação emSituações de Urgência (VOICE).
Esta plataforma de lobbying e de reflexão debruça-se actual-mente sobre os desafios com que se defrontam as ONG quetrabalham no domínio da ajuda humanitária, nomeadamente:
- Resposta às catástrofes provocadas por terroristas
- Risco de politização da ajuda ao desenvolvimento e daajuda humanitária
- Relação destes dois tipos de ajuda com o aparecimentoda Política Europeia Externa e de Segurança Comum
- Necessidade de introduzir uma componente de reforço dademocracia não apenas nas acções de desenvolvimento,mas também nas humanitárias.
- Necessidade de ajudar a promover a aplicação do DireitoInternacional Humanitário em cooperação com os gover-nos europeus, as Nações Unidas e o Comité Internacionalda Cruz Vermelha.
O Representante da Ordem acompanha de perto a evoluçãoda Convenção Europeia, que tem a ver com as reformas ins-titucionais. Alguns aspectos são especialmente relevantespara a Ordem, como o debate sobre a proposta de introdu-zir na Constituição Europeia uma referência aos valores reli-giosos e à herança cristã da Europa.
O Representante também participa nas reuniões convoca-das pelo Grupo de Conselheiros Políticos da ComissãoEuropeia, onde os representantes de igrejas e de organis-mos religiosos são informados dos desenvolvimentos ocorri-dos e convidados a comentá-los.
Comissão Europeia
Embaixador Schoutheete e o Presidente daComissão Europeia, Romano Prodi
O Representante da Ordem junto da Comissão Europeia mantém-seinformado sobre o processo de tomada de decisões no quadro institucionaleuropeu e, quando adequado, chama a atenção dos líderes europeus parapontos que são importantes para a Ordem.
Governo
68 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Governo da Ordemcomposição e funcionamento____________________________________________
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana de Malta é «promover... as virtu-des cristãs da caridade e da fraternidade, exercendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou deidade, as suas obras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais no domínio hospitalar, incluindo a assis-tência social e sanitária, assim como a favor das vítimas de catástrofes excepcionais e de guerras...»(Excertos da Carta Constitucional, artigo 2º)
O Governo da Ordem Soberana de Malta está organizadosegundo estruturas próximas das dos governos dos Esta-dos. No entanto, tem algumas especificidades ligadas à suanatureza de Ordem secular e religiosa e conserva uma termi-nologia particular que remonta a nove séculos de história.
A soberania da Ordem exerce-se ao nível de três poderes:poder legislativo, que pertence ao Capítulo Geral, órgão derepresentação dos cavaleiros, e ao Grão-Mestre, com oSoberano Conselho; poder executivo, que reside igual-mente no Soberano Conselho; e poder judicial, que per-tence aos tribunais da Ordem. O Grão-Mestre é o ChefeSupremo da Ordem e é eleito a título vitalício pelo Conse-lho de Estado, reunido com todos os seus membros. Tantoo Capítulo Geral como o Conselho de Estado são compos-tos por representantes dos Grandes-Priorados, Sub-Priora-dos, Associações nacionais e Organizações da Ordemestabelecidas nos diferentes países.
O Grão-Mestre governa a Ordem, assistido pelo SoberanoConselho, a que preside. Este é constituído pelo GrandeComendador, superior dos religiosos da Ordem, que substi-tui o Grão-Mestre nas suas ausências, pelo Grande Chance-ler (Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior), pelo
Grande Hospitalário (Ministro da Saúde e dos AssuntosSociais, da Acção Humanitária e da Cooperação Internacio-nal), pelo Administrador do Tesouro Comum (Ministro dasFinanças e do Orçamento) e por outros seis membros, todoseleitos pelo Capítulo Geral de entre Cavaleiros Professos ouCavaleiros de Obediência. O Soberano Conselà eleito porum período de cinco anos.
A Carta Constitucional e o Código regulam a vida e as acti-vidades da Ordem.
O Capítulo Geral de 1999 instituiu um órgão consultivojunto do Governo da Ordem, o Conselho do Governo. O Tri-bunal de Contas exerce funções de controlo económico efinanceiro. Os membros destes dois órgãos são eleitos peloCapítulo Geral de cinco em cinco anos.
Os tribunais da Ordem são tribunais de primeira instância ede recurso, sendo o Presidente, juízes, auditores de justiça eauxiliares nomeados pelo Grão-Mestre, com voto delibera-tivo do Soberano Conselho. As questões jurídicas degrande importância são submetidas a parecer de um órgãotécnico, o Conselho Consultivo Jurídico.
69Relatório de actividades - 2003
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GOVERNO DA ORDEM SOBERANA DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
JUNHO 1999 – JUNHO 2004
JUNHO 2004 – JUNHO 2009
SOBERANO CONSELHO: GOVERNO
78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie
ALTOS CARGOS
MEMBROS
CONSELHO DO GOVERNO TRIBUNAL DE CONTAS
Grande ComendadorFra’ Ludwig Hoffman von Rumerstein
Grande ChancelerJacques de Liedekerke
Grande HospitalárioAlbrecht Boeselager
Administrador do Tesouro ComumGian Luca Chiavari
Fra’ Carl E.Paar
Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere
Fra’ John MacPherson
Fra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto
Richard J.Dunn
Jean-Pierre Mazery
Fra’ Jose Antonio Linati-Bosch
Fra’ Elie de Comminges
Winfried Henckel von Donnersmarck
Thomas Francis Carney, Jr.
Antonio Carlos de Silva Coelho
Don Prospero Colonna, Prince de Avella
Presidente: Francesco Lechi
Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt
Thierry de Beaumont-Beynac
Ernst von Freyberg-Eisenberg
Charles J.Wolf, Jr.
Conselheiros suplente:Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich
SOBERANO CONSELHO: GOVERNO
78º Príncipe e Grão-Mestre Sua Alteza Eminentíssima Frei Andrew Bertie
ALTOS CARGOS
MEMBROS
CONSELHO DO GOVERNO TRIBUNAL DE CONTAS
Grande ComendadorFra’ Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto
Grande ChancelerJacques de Liedekerke
Grande HospitalárioAlbrecht Boeselager
Administrador do Tesouro ComumGian Luca Chiavari
Fra’ Carlo Arditi di Castelvetere
Fra’ John A.MacPherson
Fra’ Elie de Comminges
Fra' Filippo Maria Ferretti di Castelferretto
Jean-Pierre Mazery
Antonio Sanchez-Corea, Jr.
Winfried Henckel von Donnersmarck
Don Prospero Colonna, Prince de Avella
Don Pedro Merry del Val y Diez de Rivera
Antonio Carlos da Silva Coelho
Thomas Francis Carney, Jr.
Raphaël Georges Debbane
Presidente: Francesco Lechi
Conselheiros: Franz Harnoncourt-Unverzagt
Carlo Eyrl di Waldgries e Liebenaich
Charles J.Wolf, Jr.
Bruno de Pazzis
Conselheiros suplente:Carlo d'Ippolito
Joseph Murray Cianciolo
70 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Visitas oficiais do Grão-Mestre
Argentina - SE Eduardo Duhalde República Checa - SE Vaclav Havel
Eslováquia - SE Rudolf Schuster
Guatemala - SE Alfonso Portillo Cabrera Hungria - SE Ferenc Madl
Nicarágua - SE Enrique Bolaños Geyer
Santa Sé - Sua Santidade o Papa João Paulo II
71Relatório de actividades - 2003
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2001
22.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselhosão recebidos em audiência por Sua Santidade oPapa João Paulo II
04.11 O Grão-Mestre recebe o Presidente da República daEslováquia, SE Rudolf Schuster, em Roma.
NB: todas as visitas oficiais agendadas para assemanas imediatamente a seguir a 11 de Setembroforam canceladas.
2002
22.03 O Grão-Mestre visita oficialmente a Roménia,encontrando-se com SE o Presidente Ion Iliescu.
06.04 O Grão-Mestre recebe o Presidente da RepúblicaCheca, SE Vaclav Havel, em Roma.
16.04 O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente daRepública da Nicarágua, SE Enrique Bonanos Geyer.
03.06 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente daRepública da Bolívia, SE Jorge Quiroga.
12.06 O Grão-Mestre recebe em Roma o Vice-Presidenteda República da Guatemala, SE Juan FranciscoReyes López
13.06 O Grão-Mestre recebe o Rei da Suazilândia, MswatiIII, no Palácio Magistral em Roma.
19.06 O Grão-Mestre recebe em Roma o Presidente daRepública da Hungria, SE Ferenc Madl.
21.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselhosão recebidos em audiência por Sua Santidade oPapa João Paulo II.
28.10 Realização em Roma de um encontro privado entre oGrão-Mestre e o Presidente da República da Eslová-quia, SE Rudolf Schuster.
08.11 Numa visita de Estado à Bolívia, o Grão-Mestreencontra-se com o Presidente da República, SEGonzalo Sánchez de Lozada.
26.11 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente
da República da Guatemala, SE Enrique Portillo Cabrera.
11.12 Visita oficial do Grão-Mestre ao Palácio do Quirinalpara um encontro com o Presidente da RepúblicaItaliana, SE Carlo Azeglio Ciampi.
2003
07.04 Visita oficial do Grão-Mestre ao Reino de Marrocos.27.05 Em Roma, o Grão-Mestre recebe o Presidente da
República da Argentina, SE Eduardo Duhalde.28.06 O Grão-Mestre e membros do Soberano Conselho
são recebidos em audiência por Sua Santidade oPapa João Paulo II.
72 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Acordos de cooperação oficiais
23.11.2000 Espanha15.09.2001 Equador23.11.2001 Itália (2003: ratificado)
04.03.2002 Costa Rica11.03.2002 Roménia08.11.2002 Bolívia (2003: ratificado)
Acordos de cooperação assinados em 2001-2002
A Ordem assinou seis Acordos de cooperação em 2001 e2002 que permitem oferecer ajuda humanitária e coopera-ção a países que precisam de vários tipos de apoio, desdeprogramas de ajuda humanitária sob a forma de primeirossocorros e serviços sociais ou cuidados a idosos e deficien-tes, até aconselhamento e apoio às estruturas sanitárias ehospitalares públicas.
O Embaixador da Ordem na Costa Rica assina umAcordo de cooperação com o Ministro da Saúde,Costa Rica, Março de 2002
Visita oficial do Grão-Mestre ao Presidente da República Italiana, Carlo Azeglio Ciampi
A ORDEM DE MALTA MANTÉM RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM 93 PAÍSES:
73Relatório de actividades - 2003
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GRÃ
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As relações diplomáticas da Ordem a nível mundial
Comissão Europeia - Bruxelas
Conselho da Europa - Estrasburgo
Organização Internacional das Migrações - OMI - Genebra
Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado -
UNIDROIT - Roma
Comité Internacional de Medicina Militar - CIMM - Bruxelas
Comité Internacional da Cruz Vermelha - CICV - Genebra
Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e doCrescente Vermelho - Genebra
Instituto Internacional do Direito Humanitário - São Remo, Genebra
A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
BélgicaFrançaAlemanha
LuxemburgoPrincipado do MónacoSuíça
A ORDEM DE MALTA TEM RELAÇÕES OFICIAIS COM:
Nações Unidas - Nova Iorque
Nações Unidas - Genebra
Nações Unidas - Viena
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura - Paris
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura -
FAO - Roma
Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas - PAM - Roma
Organização Mundial da Saúde - OMS - Genebra
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados -
ACNUR - Genebra
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos -
OHCHR - Genebra
A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS:
EUROPAAlbânia, Áustria, Bielorrússia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia,
Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Federação Russaá, Hungria, Itália, Letó-
nia, Liechtenstein, Lituânia, Macedónia, Malta, Moldávia, Polónia, Portugal,
República Checa, Roménia, Santa Sé, São Marino, Sérvia e Montenegro.
AMÉRICASArgentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Nicarágua,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, São
Vicente e Grenadinas, Suriname, Uruguai, Venezuela.
ÁSIAAfeganistão, Arménia, Camboja, Cazaquistão, Filipinas, Geórgia,
Jordânia, Líbano, Tailândia, Tajiquistão.
ÁFRICABenim, Burquina Faso, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores,
Congo (República Democrática do), Congo (República do), Costa do
Marfim, Egipto, Eritreia, Etiópia, Gabão, Guiné Equatorial, Guiné,
Guiné-Bissau, Libéria, Madagáscar, Mali, Marrocos, Maurícia, Mauritânia,
Moçambique, Níger, República Centro-Africana, São Tomé e Príncipe,
Seicheles, Senegal, Somália, Sudão, Togo.
OCEÂNIAIlhas Marshall, Kiribati, Micronésia,
* As relações com a Federação Russa são mantidas por intermédio de uma
missão diplomática especial.
74 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Embaixadores da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003
Data de credenciais2001
Santa Sé Alberto Léoncini Bartoli 12 de JaneiroEgipto Oliviero Rossi 13 de FevereiroArgentina Antonio Caselli 14 de FevereiroGuiana Silvano Pedrollo 14 de FevereiroAfeganistão Peter Canisius von Canisius 27 de FevereiroEl Salvador Juan M Bracete 01 de MarçoBolívia William Walsh 07 de MarçoFederação Russa Andre Gutzwiller 13 de MarçoMalta Giampietro Nattino 22 de MarçoNicarágua Ernesto Kelly Morice 24 de AbrilCazaquistão Peter Canisius von Canisius 26 de AbrilPolónia Roger de Giorgio 11 de JunhoGuiné Guy Jaulin du Seutre 28 de JunhoLíbano Jacques Guerrier de Dumast 24 de JulhoMarrocos Pierre Marie Guisolphe 25 de JulhoRepública Dem. do Congo Geoffroy de Liedekerke 04 de SetembroBelize Thomas Francis Carney 18 de SetembroSão Marino Franco Ferretti 29 de SetembroMoldávia Peter Canisius von Canisius 16 de OutubroMaurícia Bernard Dorin 05 de Dezembro
2002Etiópia Oliviero Rossi 28 de JaneiroSudão Oliviero Rossi 19 de MarçoBenim Gerard Dutheil de la Rochère 22 de MarçoHonduras Jacques de Mandat-Grancey 19 de JunhoBurquina Faso Alain de Parcevaux 30 de JulhoGuiné Equatorial Jordi Mas Capo 10 de OutubroOrganizações das Príncipe Giuseppe Bonanno di Linguaglossa 23 de AbrilNações Unidas, Roma (FAO, PAM)
2003Uruguai Pierre den Baas 13 de FevereiroPortugal Príncipe de Arenberg 09 de MaioSérvia e Montenegro Stefan Falez 20 de MaioIlhas Marshall William H Weiss 17 de JunhoEspanha Jean-Marie Musy 19 de SetembroLiechtenstein Maximilian Turnauer 03 de OutubroNíger Bertrand de Pesquidoux 14 de OutubroRepública Centro-Africana Antoine Foulhiac de Padirac 17 de OutubroChade Alain Cadix 23 de OutubroEslováquia Príncipe Mariano Windisch-Graetz 23 de Outubro
Janeiro - Junho de 2004República Checa Yves-Jean Du Monceau 10 de JaneiroEgipto Ugo Leone 09 de FevereiroBielorrússia Paul Friedrich von Fuhrherr 18 de FevereiroJordânia Bo Theutenberg 08 de MarçoMoçambique Adalberto de Fonseca Neiva de Oliveira 18 de JunhoPolónia Vincenzo Manno 22 de JunhoCabo Verde Miguel Igrejas Horta e Costa 09 de JulhoGuiana Gaetano di Mase 01 de Setembro
75Relatório de actividades - 2003
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BAIX
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+
Observador Permanente junto das Nações UnidasNações Unidas, Nova Iorque José Antonio Linati-Bosch 2001 - Junho de 2004
Robert LeRoy Shafer Junho de 2004 -Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) Março de 2004
Maximilian Turnauer
Embaixadores junto da Ordem Soberana nomeados em 2001, 2002 e 2003
Data de credenciais2001
Portugal S.E. Pedro José Ribeiro de Menezes 11 de JaneiroPeru S.E. Alberto Montagne Vidal 16 de MaioÁustria S.E. Walter Greinert 17 de MaioFederação Russa S.E. Vitaly Litvin 18 de MaioBrasil S.E. Oto Agripino Maia 19 de JunhoRepública Dominicana S.E. Victor Hidalgo Justo 10 de OutubroChile S.E. Máximo Pacheco Gómez 07 de NovembroCroácia S.E. Franjo Zenko 19 de Novembro
2002Bulgária S.E. Vladimir Nicolaev Gradev 10 de MaioSérvia e Montenegro S.E. Darko Tanaskovic 14 de MaioNíger S.E. Amadou Touré 21 de MaioFilipinas S.E. Francisco Acevedo Alba 19 de JunhoPolónia S.E. Hanna Suchocka 10 de OutubroEquador S.E. Marcelo Fernández de Cordoba 23 de OutubroMarrocos S.E. Mohamed Sbihi 29 de Novembro
2003Hungria S.E. Gábor Erdódy 09 de JaneiroEslovénia S.E. Ludvik Toplak 20 de MarçoGabáo S.E. Désiré Koumba 17 de OutubroEslováquia S.E. Mme Dagmar Babcanová 22 de OutubroTailândia S.E. Vara-Poj Snidvongs 28 de OutubroRepública Checa S.E. Pavel Jajtner 28 de NovembroRoménia S.E. Mihail Dobre 04 de Dezembro
Janeiro - Junho de 2004Italia S.E. Giuseppe Balboni Acqua 10 de JaneiroMali S.E. Mohamed Salia Sokona 09 de MarçoLetónia S.E. Alberts Sarkanis 29 de AbrilArgentina S.E. Carlos Luis Custer 07 de MaioBurkina Faso S.E. Mamadou Sissoko 11 de Maio
76 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
Allard, Jean-Marie Complément sur les origines du prieuré
d’Auvergne de l’Ordre des Hospitaliers de Saint-Jean de
Jérusalem. [S. l.]: [s. n.], 2002.
Allotta di Belomonte, Gaetano Iconografia sacra ispirata al mare.
[Taranto]: Fondazione Ammiraglio Michelagnoli, 2000.
Archives Nationales de France. Correspondance des consuls de
France à Alger, 1642-1792: Inventaire analytique des articles A.E.
BI 115 à 145. Paris: Centre Historique des Archives Nationales,
2001. Includes a number of references to the Order, Knights of
the Order or Malta itself with Algiers.
Association polonaise des Chevaliers de Malte. Zyciorysy
prezydentow Zwiazku Polskich Kawalerow Maltanskich: 1920-
2002. [Krakow]: [Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich], 2002.
Autengruber, Michael Bayern und Malta: das Gropriorat Bayern
der Bayerischen Zunge des Souveränen Malteser Ritterordens
und seine Insignien: (1782 - 1808): with an extensive English
summary. Brannenburg: Feder u.a.], 2002.
Autengruber, Michael Bayern und Malta: das Gropriorat Bayern
der Bayerischen Zunge des Souveränen Malteser Ritterordens
und seine Insignien (1782 - 1808). Brannenburg: Konstanz:
Feder; Phaleristischer Verl. Michael Autengruber, 2002.
Baudis, Dominique La conjuration: roman.
Paris: Bernard Grasset, 2001.
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Philermou. Rome: Ponticifium Institutum Orientale, 2001.
Blondy, Alain L’ordre de Malte au XVIIIe siècle: des dernières
splendeurs à la ruine. Paris: Bouchene, 2002.
Bonello, Giovanni Histories of Malta. Valletta (Malta): Fondazzjoni
Patrimonju Malti, 2000-2002. 1: Deceptions and perceptions. —
2: Figments and fragments. — 3: Versions and diversions. Very
useful work on many aspects of Maltese life and personages.
Calvet, Antoine Les Légendes de l’Hôpital de Saint-Jean de
Jérusalem: textes, traductions, notes et commentaires. Paris:
Presses de l’Université de Paris-Sorbonne, c2000.
Campolunghi, Pierino Romanzo e realtà nelle vere paternità di
Giulia Beccaria e di suo figlio Alessandro Manzoni (Verri):
ritrovata la lettera del Gorani nella quale si attribuisce al Verri la
paternità di Alessandro Manzoni, allegata nei colori originali a
perenne futura memoria: 44 illustrazioni con lettere e documenti
inediti. Milano: P. Campolunghi, 1998.
Carolus: Museo de Santa Cruz, Toledo, 6 de octubre de 2000 a
12 de enero de 2001. [Madrid]: Sociedad Estatal para la
Conmemoración de los Centenarios de Felipe II y Carlos V, c2000.
Carrano, Patrizia Le armi e gli amori. Milano: Rizzoli, 2003.
Cartulaire et chartes de la commanderie de l’Hôpital de Saint-
Jean de Jérusalem d’Avignon au temps de la commune B38
(1170-1250). Paris: CNRS Editions, c2001.
Cauchi, P. Mark Mattia Preti: a genius of the art and a man
generous. Malta: [s. n.], 2000.
Ceballos-Escalera y Gila, Alfonso de, Marqués de la FlorestaLa Orden de Malta en España: 1802-2002. Madrid: Palafox &
Pezuela, 2002
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Bianchi — The Gogelins in the Supreme Council chamber, la
tenture des Indes / Dominic C. Cutajar — The knights’ astronomical
observatory and the palace tower / William Soler — A salad’armi in
the grand masters’ palace / Stephen C. Spiteri — Saints and
Heroes, Frescos by Filippo Paladini and Leonello Spada / Kieth
Sciberras and David M. Stone — Occasions, social events
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O catálogo (ainda em preparação) da Biblioteca do Grande Mag-
istério já está disponível em linha. Para o consultar, entrar no sítio
web da Ordem de Malta, www.orderofmalta.orgNo menu do lado esquerdo, em baixo de «Acerca da Ordem»,
seleccione Biblioteca Magistral e Arquivos, clique e depois volte a
clicar em «catálogo».
Tacchella, Lorenzo I Cavalieri di Malta nella storia di Voghera (sec.
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histórica. - P. 149-172. — 4: La paleografia tra “come”, “perchè” e
oltre / Giorgio Costamagna. - P. 189-194. 5: Gli altari dell’antica
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Tacchella, Lorenzo Tassarolo nella storia del monachesimo, degli
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Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego
Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego
zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Pomoc Maltanska:
wspolpracujcie z nami dla dobra potrzebujacych! [Krakow]:
[Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich], 2001.
Zwiazek Polskich Kawalerow Maltanskich Suwerennego
Rycerskiego Zakonu Szpitalnikow Swietego Jana Jerozolimskiego
zwanego Rodyjskim i Maltanskim. Spis czlonkow: 1920-2002.
[Krakow]: [s. n.], 2002.
Compilados pelo Bibliotecário e pelo pessoal.
80 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
GRANDES-PRIORADOS, SUB-PRIORADOS E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS
ALEMANHASOUS-PRIEURE ALLEMAND DE ST. MICHELRégent Nob. Karl von LengerkeLindenplatz 4 D 74206 Bad Wimpfen /AllemagneT +49 (0) 706 3933228F +49 (0) 706 [email protected]
ASSOCIATION ALLEMANDEPrésident: Dr. Leo-Ferdinand Graf Henckel vonDonnersmarckBurgstr. 10 D 53505 Kreuzberg / AllemagneT +49 (0) 2 643 2038F +49 (0) 2 643 [email protected]
ARGENTINAASSOCIATION ARGENTINE Président M. Rodolfo Tadeo ButtiniAv. Santa Fè 1379, - 1° PisoC1059ABH Buenos Aires/ArgentineT +5411 48122882F +5411 [email protected]
AUSTRÁLIAPrésident: Antony John McDermott Macken104, Studley Park Road KEW, Victoria 3101T +61 (3) 96144899F +61 (3) [email protected]
ÁUSTRIAGRAND PRIEURE D ‘AUTRICHE Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Wilhelm von undzu LiechtensteinJohannesgasse, 2 - A -1010 Wien/Autriche T +43 (1) 5127244F +43 (1) [email protected]
BÉLGICAASSOCIATION BELGE Président le Prince Baudoin de MerodeAv. Louise 85, Bte 1 - B-1050Bruxelles/BelgiqueT +32 2 252 30 72 F +32 2 252 59 [email protected]
BOLÍVIAASSOCIATION BOLIVIENNE Délégué Magistral: Dr. Carlos Fernando Romero MorenoCalle 7 y 8 N° 631Obrajes, LA PAZ - BoliviaT+591 22 787903 et +591 22 787828F +591 28 115766 et +591 27 87898
BRASILASSOCIATION BRESILIENNE DE RIO DEJANEIRO Président Prof. Dr. Antonio Patrocinio LocoselliMosteiro de São Bento - Rua - Dom Gerardo, 68RJ- 20.090-030 Rio de Janeiro / BrésilF +55 21 22333342
ASSOCIATION DE SÃO PAULO ET DUBRESIL MERIDIONALPrésident M. Dino Samaja Centro Assistential Cruz de Malta Rua Orlando Murgel, 161 SP-04358-090 São Paulo/BrésilT +55 11 5581-0944F +55 11 [email protected]
ASSOCIATION DE BRASILIA ET DU BRESILSEPTENTRIONALPrésident M. Caio Cesar Tourinho Marqués Catedral Metropolitana Nossa SenhoraAparecida, Brasilia, D.F. (Brésil)Correspondance : Caixa Postal 2971, Brasilia, D.F.CEP 71.609-970 (Brésil)T / F +55 71 [email protected]
CANADÁASSOCIATION CANADIENNEPrésident l’Amb. Theodore J. Arcand1247, Kilborn Place - Suite 302ON-K1H 6K9 Ottawa/Canada T +1 (613) 731 8897F +1 (613) 731 [email protected]
CHILEASSOCIATION CHILIENNE Président l’Amb. Don Héctor Riesle ContrerasSan Damian 490 - Las CondesSantiago /ChiliT +56 (2) 215 2289F +56 (2) 215 [email protected]
COLÔMBIAASSOCIATION COLOMBIENNE Président: Don José Roman Fernandez GonzalezCarrera 9a No. 80-15 Oficina 802Apartado Aereo 4893Bogota/ColombieT +571.3100088 et +571.3262175F +571.5314182 et [email protected]
COSTA RICAASSOCIATION DE COSTA RICA Président la Comtesse Giuliana Fanelli De la Rotonda de las Garantias Sociales de Zapote 150 mts. Norte Mano Izquierda San José/Costa RicaT +506 225 26 77F +506 234 71 64
CUBAASSOCIATION CUBAINE Président Don Fernando Tomás Garcìa-ChaconY Chacon, Marquis de SalinasSuite 200 Grand Bay Plaza, 2665 South Bayshore DriveFI-33133 Miami/Usa T +1 (305) 285 0800F +1 (305) 285 [email protected]
REPÚBLICA CHECAGRAND PRIEURE DE BOHEME Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Norbert V. Kinskide Wchynicz et TetowLázenská 4 - Malà Strana CZ 11800 Praha 1/ République TchèqueT +420 25 7530824 et +420 257530876F +420 [email protected]
REPÚBLICA DOMINICANAASSOCIATION DOMINICAINE Président Marino A. Ginebra HurtadoApartado de Correos, No. 92 Santo Domingo (République Dominicaine)T +1 809 292 8714 et +1 809 541 1804F +1 809 567 [email protected]
EQUADORASSOCIATION EQUATORIENNE Président Don Eduardo Noboa ZaldumbideP.O. Box 17-07-9302Quito/EquateurT +593 (22) 239606 et +593 (22) 431704F +593 (22) [email protected]
EL SALVADORASSOCIATION DU SALVADORPrésident Dr. Pedro Andres HoudelotBoulevard Orden de Malta N. 3 Urb. SantaElena, Antiguo Cuscatlán, La Libertad, El Salvador, C.A. Apartado Postal : 42 Santa TeclaT + 503 (278) 2222 F + 503 (278) [email protected]
ESCANDINÁVIAASSOCIATION SCANDINAVE Président le Baron Gustaf von EssenSalsta Västeräng S-740392 Vattholma, SwedenT +46 18 352315 et +46 706 [email protected]
ESLOVÉNIAASSOCIATION SLOVENIEPrésident Prof. Joze OstercValvazorjeva SI - 1000 Ljubljana / SlovenieT +386 1 25 14 866
ESPANHASOUS-PRIEURE DE ST GEORGESET ST JACQUESRégent: Don Fernando Gomez de Olea y de laPeña, Remirez y de la PeñaCalle Villanueva, 27E-28001 Madrid/EspagneT +349 (1) 5765834F +349 (1) [email protected]
ASSOCIATION ESPAGNOLE Président Don Gonzalo Crespí de Valldaura yBosch-Labrús, Conde de OrgazCalle Flora, 3E-28013 Madrid /EspagneT +349 (1) 5417065F +349 (1) [email protected]
EUASOUS-PRIEURE DE NOTRE DAME DEPHILERMOSRégent M. Antonio R. Sanchez-Corea, Jr.465 California Street, Suite 818 San FranciscoCA 94104-1820 /USAT +1 415 788 4550F +1 415 291 [email protected]
ASSOCIATION AMERICAINEPrésident: M. Daniel J. Kelly1011 First Avenue - (Room 1350) - New YorkN.Y. 10022-4112 /USAT +1 (212) 371 15 22F +1 (212) 486 94 [email protected]
81Relatório de actividades - 2003
ASSOCIATION DES ETATS-UNISD’AMERIQUE (OCCIDENTALE)Président M. Richard B. Madden 465 California Street - Suite 818 - San FranciscoCA. 94104-1820 /USAT +1 (415) 788-4550F +1 (415) 291 [email protected]
ASSOCIATION FEDERALE DES ETATS-UNISD’AMERIQUEPrésident M. G. Patrick Clancy1730 M Street, N.W. - Suite 403 - WashingtonD.C. 20036 /USAT +1 (202) 331 2494F +1 (202) 331 [email protected]
FILIPINASASSOCIATION DES PHILIPPINESPrésident Don Leocadio de Leoz De AsisPope Pius XII - Catholic Center, 1175 United Nations Avenue 1007 ManilaP.O. Box 418 - Manila Central Post Office1050 Manila /PhilippinesT +63 (2) 536 4795F +63 (2) [email protected]
FRANÇAASSOCIATION FRANÇAISEPrésident le Comte et Prince de LaRochefoucauld-Montbel92 rue du RanelaghF-75016 Paris/FranceT +33 (1) 45 20 80 20F +33 (1) 45 20 00 [email protected]
GRÃ-BRETANHAGRAND PRIEURE D’ANGLETERRE Grand Prieur : Frà Matthew FestingBirks Tarset, Hexham, Northumberland NE48 1LA /G.B.T +44 01670 775123F +44 01670 [email protected]
ASSOCIATION BRITANNIQUEPrésident le Prince Rupert Louis Ferdinand zuLöwenstein, Count von Löwenstein-ScharffeneckBrampton House - 60, Grove End RoadG.B. - London NW8 - 9NH/AngleterreT +44 20 7586 3179F +44 20 7289 [email protected]
GUATEMALAASSOCIATION DU GUATEMALAPrésident Doña Maria Cristina Hegel de AlejosFinca Labor de Castilla km 19Ciudad GuatemalaT +502 4344962 et +502 4345097F +502 [email protected]
HONDURASASSOCIATION DU HONDURAS Président Lic. Jacques Casanova WolffsheimEdificio Midence Soto, 12 piso No. 1202 -Parque CentralApartado Postal 657Tegucigalpa M.D.C./ HondurasT +504 2381456F +504 [email protected]
HUNGRIAASSOCIATION HONGROISEPrésident M. György de O’SvathFortuna utca 10 H-1014 Budapest/HongrieT / F +36 (1) 3755174
IRLANDASOUS-PRIEURE IRLANDAIS SAINT OLIVER PLUNKETTRégent M. Peter B. PearsonSt. John’s House - 32, Clyde Road Dublin, 4 /IrlandeT +353 (1) 6140030F +353 (1) [email protected]
ASSOCIATION IRLANDAISE Président le Juge Peter SmithwickSt. John’s House, 32, Clyde Road Dublin4/IrlandeT +353 (1) 6140031F +353 (1) [email protected]
ITÁLIAGRAND-PRIEURE DE ROME Grand Prieur : le Vén. Bailli Fra’ Franz vonLobsteinPiazza dei Cavalieri di Malta, 4 00153 Roma/ItalieT +39 06 5779193F +39 06 [email protected]
GRAND-PRIEURE DE LOMBARDIE ETVENISE Grand Prieur : Fra’ Roggero Caccia DominioniPalazzo Malta - Castello 3253 30122 Venezia / ItalieT +39 041 5222452F +39 041 [email protected]
GRAND-PRIEURE DE NAPLES ET SICILE Grand Prieur : Fra’ Antonio NesciVia del Priorato, 17 80135 Napoli / ItalieT +39 081 5640891F +39 081 5498540
ASSOCIATION DES CHEVALIERS ITALIENS-ACISMOMCommissaire Magistral : Dr. Fausto Solaro delBorgo, Marquis de Borgo San DalmazzoCasa di Rodi - Piazza del Grillo, 100184 Roma /ItalieT +39 06 6781518 +39 06 6789261F +39 06 [email protected]
LÍBANOASSOCIATION LIBANAISEPrésident M. Marwan SehnaouiP.O. Box : 11-4286 Beyrouth/LibanT +961 (1) 684104F +961 (1) [email protected]
MALTAASSOCIATION MALTAISEPrésident Dr. Jaime H. CremonaCasa Lanfreducci - 2, Victory SquareVLT-11 Valletta /MalteT +356 21 22 69 19F +356 21 22 69 [email protected]
MÉXICOASSOCIATION MEXICAINE Président Don José Barroso ChavezLiverpool 25, Col. Juárez C.P. 06600 Mexico D.F.T +52 55 5705 0350 et +52 55 5705 0380F +52 55 [email protected]
MÓNACOASSOCIATION MONEGASQUEPrésident M. Jean FissoreL’Hermitage - Square BeaumarchaisMC 98000 Monte-Carlo / Principauté de MonacoT +377 93507560F +377 [email protected]
NICARÁGUAASSOCIATION NICARAGUAYENNE Commissaire Magistral : M. Alberto J. McGregor LopezApt.do 3491 - km 4 Carretera Sur Managua /NicaraguaT +505 (2) 660014F +505 (2) [email protected]
PAÍSES BAIXOSASSOCIATION DES PAYS BASPrésident: le Baron Zweder O.H.M. van Hovelltot Westerflier39, Roelofsstraat, 2596 VKLa Haye - NetherlandsT: +31 (70) 3244922F +31 (70) 3248696
PANAMÁASSOCIATION DE PANAMA Président Av. Julio Cesar Contreras IIIApartado Postal 0816-01560 Panama 5/Rép. du PanamaT +507 265 3411 et +507 213 0300F +507 264 4569 et +507 263 [email protected]
PERUASSOCIATION PERUVIENNE Président M. Augusto Felipe Wiese de Osma Av. Enrique Canaval y Moreyra 522 Piso 16Lima 27 - San Isidro/PérouT +51(1)4412924 et +51 (1)4412933F +51(1)[email protected]
POLÓNIAASSOCIATION POLONAISE Président le Comte Juliusz OstrowskiUl. Karmelicka 8/7 P-31-128 Kraków /PologneT / F +48 (12) 4226426
PORTUGALASSOCIATION PORTUGAISEPrésident S.A.R. Dom Miguel de Bragança,Infant du Portugal, Duc de ViseuIgreja de Santa Luzia e São Brás, Largo de Santa LuziaP-1100-487 Lisboa /PortugalT +351 (21) 888 1303F +351 (21) 888 1302
ROMÉNIAASSOCIATION ROUMAINECommissaire Magistral : l’Amb. Franz Alfred Reichsgraf von HartigStrada Fabrica de Glucosa 7, Pipera PlatformRO-Bucuresti / RoumanieT +40 21 2332700F +40 21 [email protected]
82 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
CORPOS DE SOCORRO
ÁFRICA DO SUL (REPÚBLICA DA)BROTHERHOOD OF BLESSED GÉRARDOrganisme de secours de l’OrdrePrésident Rév. P. Gérard Tonque Lagleder Anderson Road - P.O. Box 440, 61 4490Mandini / République d’Afrique du SudT +27 (32) 4562743F +27 (32) [email protected]
ALBÂNIAMALTESER-NDIHMON NE SHQIPERI (MNSH)Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Albanie.Président Dr. Michael FaberLagja Tom Kola, Rruga Gjon Buzuku nr. 53Shkodra (Albanie)T/F +355 224 [email protected]
BÓSNIA-HERZEGOVINACOORDINATION PERMANENTE DESACTIVITES DU MALTESER-HILFSDIENSTCoordinateur : M. Thomas Reuter“Gorenje” Bldg., Jablanska bb - 77999 Bihac(Bosnie-Herzégovine)T +387 (77) 332194F +387 (77) [email protected]
CROÁCIAHRVATSKA MALTESKA SLUZBA (HMS)Fondation de bienfaisance de l’Ordre en Croatie.Président le Comte Georg Eltz VukovarskiA.V. Humboldta 4bHR-10000 Zagreb /CroatieT+385 1 631 2883F+385 1 615 [email protected]
ESLOVÁQUIAMALTÉZSKA POMOC Service Hospitalier de l’Ordre de Malte.Président MUDr. Zoltán Sebök de VeresmarthBiela 2 SK - 811 01 Bratislava /SlovaquieT +421 (7) 5443399-5F +421 (7) [email protected]
LETÓNIAMaltas Ordena Palidzibas Dienests (MOPD)Corps de volontaires en Lettonie.Président Mgr Gatis Bezdeliga11. novembra krastmala, 29 - RigaLV-1050 (Latvia)T +371 (7) 22 27 53 et +371 9227 306F +371 (7) 82 10 [email protected]
LITUÂNIAMaltos Ordino Pagalbos Tarnyba (MOPT)Corps de volontaires en Lituanie.Président Doc. Dr. Stasys GendvilisGedimino pr. 56 bLT - 2010 Vilnius/LituanieT +370 52498604F +370 [email protected]
LUXEMBURGOPremier Secours de la Croix de Malte - AsblPrésident Me. Dean SpielmannInstitut Saint Jean - 110, avenue Gaston DiderichL-1420 LuxembourgAdresse postale : B.P. 2462 - L-1024LuxembourgT/F +352 [email protected]
PARAGUAISERVICIO DE EMERGENCIA MALTA (SEMA)Œuvre de l’Ambassade de l’Ordre SouverainMilitaire de Malte au Paraguay sous le patronagedu Grand Magistère.Avenida Mariscal Lopez 2307Asunción/ParaguayT +595 (21) 602130F +595 (21) 223701
SÉRVIA E MONTENEGROMALTESKA DOBROTVORNA ORGANIZACIJAJUGOSLAVIJE (MDOJ)Organisme de secours fondé en collaborationavec le UMCD en Allemagne et le MMSZHongrois.Directeur : M. Szollösy Gyorgy Caradusana, 38A 23001 Zrenjanin /Serbie-MonténégroT +381 23 65539
UCRÂNIAMALTIJSKA SLUSHBA DOPOMOHY (MSD)Organisme de secours fondé en collaborationavec le MHD Allemand.Directeur : M. Pavlo TitkoWul.Akad.Bogomolza 8/2UA-79005 Lwiw /UkraineT +380 (322) 751200 et +380 (322) 978660F +380 (322) [email protected]
SENEGALCOMITE NATIONAL DES CHEVALIERS DEL’ORDRE SOUVERAIN MILITAIRE DE MALTEAU SENEGALPrésident le Gén. Jean Alfred Diallo7, Rue Jean Mermoz, Dakar (Sénégal)T +221 (822) 3007F +221 (822) 6221
SUÍÇAASSOCIATION HELVETIQUEPrésident le Comte Johannes von ToggenburgTechnikumstrasse 6 CH-9470 Buchs /SuisseT +41 (0) 81 7565608F +41 (0) 81 [email protected]
URUGUAIASSOCIATION URUGUAYENNEPrésident Dr. Eduardo Rocca CoutureSarandi, 123 - 11000 Montevideo / UruguayT +598 (2) 9162629 et +598 (2) 9162630F +598 (2) [email protected]
VENEZUELAASSOCIATION VENEZUELIENNE Président M. Rafael Gallegos SantaellaAvenida Río Manapire, Oficina Sótano 3 de lasResidencias Palmira, Terrazas del Club Hípico -1080A Caracas / VenezuelaT +58 (212) 9793646 et 9793575F +58 (212) [email protected]
83Relatório de actividades - 2003
ESTADOS COM OS QUAIS A ORDEM TEM RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
AFEGANISTÃOS. Exc. M. Peter Canisius von CanisiusAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireUl. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / RussieAdresse postale : B.P 340, A-1015 Vienne - AutricheT +7 (095) 134 84 49 F +7 (095) 938 20 [email protected]
ALBÂNIAS. Exc. M. Günther A. GranserAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Rogner Europapark, App. No.420, Boulevard Deshmoret e Kombit - Tirana/AlbanieT +355 42 23636F +355 42 [email protected]
ARGENTINAS. Exc. M. Antonio Manuel CaselliAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Av. da Alicia Moreau de Justo1930, P 1°1107 AFN Buenos Aires/Argentine T +5411 4516 0034/5 F +5411 4516 [email protected]
ARMÉNIAS. Exc. M. André GutzwillërAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Hôtel Armenia 1Erevan /ArménieT +3741 599000F +3742 [email protected]
ÁUSTRIAS. Exc. le Baron Gioacchino Malfatti di MontetrettoAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 2, Johannesgasse A-1010 Wien/AutricheT+43 1 512 72 44F+43 1 513 92 [email protected]
BELIZES. Exc. M. Thomas Francis CarneyAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire811 George Bush Boulevard - Delray Beach 33483 FI - USA T +1 561 330 8140 +1 561 330 2480F +1 561 330 [email protected]
BENIMS. Exc. le Comte Gérard Dutheil de La Rochère Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 01 B.P. 192 - RP CotonouT +229 312 373F +229 313 [email protected]
BIELORRÚSSIAS. Exc. M. Paul Friedrich von FuhrherrAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireSeklaska, 5SK 81101 Bratislava/BelarusT +421 7 5314346F +421 7 5314342
BOLÍVIAS. Exc. M. William D. WalshAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Calle Reyes Ortiz, 73-Ed. TorresGundlach, piso 15 cLa Paz - B.P 5725T +591 2330022F +591 [email protected]
BÓSNIA-HERZEGOVINAS. Exc. M. Lorenzo Tacchella Ambassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Mula Mustafe-Baseskije Street, 12Sarajevo/Bosnie ErzegovineT / F +387 33 [email protected]
BRASILS. Exc. Dr. Wolfang Franz Josef SauerAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Avenida W-3 Norte-Quadra 507-Bloco C-70740-535 Brasilia DF/BrésilT+55 612 72 04 02F+55 613 47 49 [email protected]
BULGÁRIAS. Exc. M. Rodolfo RinaldiAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie: 7, Petar Parchevich Str., fl 7, app. 6- BG 1000 SofiaT +359.89746766Email: [email protected]
BURQUINA FASOS. Exc. le Comte Alain de ParcevauxAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire36 rue Scheffer F - 75016 Paris/FranceT +331 47 55 93 86F +331 47 55 94 86
CABO VERDES. Exc. M. Miguel Antonio Igrejas Horta e Costa Ambassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireAvenida da Holanda, 497P-2765-228 Estoril /PortugalT +351 21 4672239 et (prof) +351 21 5001003F +351 21-5001049 [email protected]
CAMARÕESS. Exc. M. Jean-Christophe HeidsieckAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Villa de la Grotte - Mont-Febe Yaoundé B.R 4084/CamerounT +237-201 816F +237-210 925
CAMBOJAS. Exc. M. Michael MannAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : N° 10, Street 370, SangkatBocung Keng Kang I, Khan Chamcar Mon -Phnom Penh / CambodgeT / F +855 23 [email protected]
CAZAQUISTÃOS. Exc. M. Peter Canisius von CanisiusAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Diplomatitcheskij Gorodog, C-15KZ-473000 Astana / KazakhstanT +7 (3172) 242 700F +7 (3172) 242 [email protected]
REPÚBLICA CENTRO-AFRICANAS. Exc. le Comte Antoine de Foulhiac de PadiracAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : P.O. Box : BP 798CF Bangui - CentrafriqueT +236 61 79 81 / M +236 04 10 [email protected]
CHADES. Exc. M. Alain CadixAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Rue du Havre B.P. 1208N’DjamenaT +235 512 603F +235 512 [email protected]
CHILES. Exc. M. Mariano Vidal TornesAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Catedral 1009, Piso 18 1801-1803 Santiago de Chile/ChiliT +562 6969209 F +562 6992524
COLÔMBIAS. Exc. M. Francesco del SordoAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Transversal 19 A No. 96-17Santafé de Bogotà / ColombiaT +571 218 89 85 et 218 89 97F +571 237 28 [email protected]
COMORESS. Exc. le Comte Hervé Court de FontmichelAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Mission Catholique, B.P 46 - MoroniGrande Comore/République des Comores T / F +269 730 570
CONGO (REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO)S. Exc. le Comte Geoffrey de LiedekerkeAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Avenue Bandundu, 20B.P. 1800 - Kinshasa 1T: +243.813330128 et +243.81.8800970F: [email protected]
CONGO (REPÚBLICA DO)S. Exc. M. Jean-Pierre Pasquier Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire59, rue d’AuteuilF 75016 Paris/FranceT +331 45 25 37 29F +331 45 20 00 13
COSTA DO MARFIMS. Exc. M. Gérard BlohornAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : 01 B.P. 46 Abidjan 01/RCI -Avenue Joseph Blohorn - CocodyT +225-22446 362F +225-22441 [email protected]
COSTA RICAS. Exc. la Comtesse Giuliana FanelliAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : De la Rotonda de las GarantiasSociales de Zapote150 mts. Norte - Mano izquierda - San José /Costa RicaT +506-225 26 77F +506-234 71 64
84 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
CROÁCIAS. Exc. le Baron Nikola Adamovich de CsepinAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : A.V. Humboldta 4bHR 10000 ZagrebT +385 1 631 2883F +385 1 615 [email protected]
CUBAS. Exc. M. Enrico TuccilloAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireVia S. Lucia, 29 - I 80132 Napoli / ItalieT +39 081/7645405F +39 [email protected]
REPÚBLICA CHECAS. Exc. le Comte Yves-Jean du Monceau deBergendalAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Làzenskà 4 - 11800 Prague 1 /Republique TchéqueT +420 2 575-31874/575-32375F +420 2 57535995Email [email protected]
REPÚBLICA DOMINICANAS. Exc. M. José Luis Rodriguez VillacañasAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Agustin Lara, n. 45 Serrallés /Santo DomingoT + 1 809 545-55 76F + 1 809 549-57 [email protected]
EGIPTOS. Exc. M. Ugo LeoneAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 18 Hoda Shaarawi11111 Le Caire/EgypteT +202 392 25 83F +202 393 98 [email protected]
EL SALVADORS. Exc. M. Juan M. BraceteAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Edif. Gran Plaza, local 308, Blvd. del HipodromoSan Salvador/El SalvadorT +503 245 4985F +503 279 [email protected]
EQUADORS. Exc. M. Andres Cardenas MongeAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : P.O. Box 17-01-1229 - Av. da juan de Ascaray 355Quito/EquateurT +593 (2) 447-015/016F +593 2 449 454 [email protected]
GUINÉ EQUATORIALS. Exc. M. Jordi Mas CapóAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Ed. Ryesa, Autopiste AeropuertoMalabo (Biokonorte)/GuinéeEquatorialeT /F +240 [email protected]
ERITREIAS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
ESLOVÁQUIAS.A.S. le Prince Mariano Ugo Windisch-GraetzAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Na Vrsku 8SK 81 101 Bratislava /SlovaquieT +421 2 59305125 F +421 2 [email protected]
ESLOVÉNIAS. Exc. M. Carmine MarzoliAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Glavarieva, 112Komenda (Ljublijana)/SlovenieT +339 348 302 6107
ESPANHAS. Exc. M. Jean-Marie MusyAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Calle del Prado, 26 - 28014MadridT +34 91 420 18 57F +34 91 420 19 [email protected]
ETIÓPIAS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
FILIPINASS. Exc. M. Enrique P. SyquiaAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 6th Floor, Cattleya Bldg. - 235Salcedo ST, Legaspi Vill. - 1229 Makati, Metro -Manila /PhilippinesT +63 2 817 1095 et +63 2 817 1098F +63 2 817 1089 et +63 2 817 [email protected]
GABÃOS. Exc. M. Jean-Pierre PasquierAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Boîte Postal 1197 Libreville/Gabon T +241 73 30 99 et +241.44.53.47F +241 73 33 42 et +241.44.53.48
GEÓRGIAS. Exc. M. Manfred GirtlerAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Zhgenti, Nutsubidze Plateau, II380083 Tbilisi/GeorgieT +995 32 942-073 et 32 328116 et 328116F +995 32 [email protected]
GUATEMALAS. Exc. M. Max Heurtematte AriasAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Calle 2-04, Zona 9 - Edificio Plaza del SolCiudad de Guatemala / GuatemalaT +502 339 4349F +502 331 2979
GUIANAS. Exc. M. Gaetano Di MaseAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Catholic Life Centre - 28Brickdam - StabroekGeorgetown/GuyanaT +592 223 5398F +592 223 [email protected]
GUINÉS. Exc. M. Guy Jaulin du SeutreAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Immeuble PZ., Boulevard du Commerce B.P. 1335 ConakryT +224-412 421F +224-414 671
GUINEA-BISSAUS. Exc. M. Pedro Rego Costa De OliveiraCymbronAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireAv. de Tervuren 138/8B 1150 Bruxelles / BelgiqueT +322 7323922F +322 [email protected]
HAITIS. Exc. M. Hans-Walther RotheAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireApartado Postal 452Santo Domingo / République DominicaneT + 1 809 472 19 95F + 1 809 472 18 [email protected]
HONDURASS. Exc. le Baron Jacques de Mandat-GranceyAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Edificio Midence Soto No. 1202,Parque Central, Apartado Postal 657 M.D.C.Tegucigalpa /HondurasT +504-238 1456F +504-237 [email protected]
HUNGRIAS. Exc. le Comte Alexander Mensdorff-PouillyAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Fortuna Utca, 10 / H 1014Budapest / HongrieT +36 1 201 5777 et +36 1 225 8514F +36 1 201 [email protected]
ITÁLIAS. Exc. le Baron Giulio di Lorenzo BadiaAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 400153 Roma/ItalieT +39 065780779 et 06 5754371F +39 [email protected]
JORDÂNIAS. Exc. M. Bo F J. TheutenbergAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireBrantingsgatan 25 S 115 35 StockholmT +46 8 660 1918F / M +46 70 265 [email protected]
KIRIBATI (REPÚBLICA DE)S. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
LETÓNIAS. Exc. le Baron Dr. Peter von FürstenbergAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Maltas Ordena PalidzibasDienests (MOPD) - 11. Novembra Krastmala 29- LV 1050 Riga /LatviaT +371 922 7306F +371 7 [email protected]
85Relatório de actividades - 2003
LÍBANOS. Exc. le Baron Jacques Guerrier de DumastAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Chyah, Rue Joseph TayarRL Beyrouth/LibanT / F +961 1 559984
LIBÉRIAS. Exc. le Baron Rosario Mirone MusmeciAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireV.le Principe Amedeo, 8 - 1 95024Acireale / ItalieT +39 095 891 204 F +39 095 764 [email protected]
LIECHTENSTEINS. Exc. M. Maximilian TurnauerAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie: Sonnblickstrafse 49490 Vaduz - LiechtensteinT +43.6641302058
LITUÂNIAS. Exc. le Baron Dr. Peter von FürstenbergAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Maltos Ordino Pagalbos Tarnyba(MOPT) Gedimino pr. 56BLT 2010 Vilnius/LituanieT +370 52498604F +370 [email protected]
MACEDÓNIAS. Exc. M. Günther A. GranserAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Bul. Aleksandar Makedonski. bb,MK-91000 Skopje / MacedoineT +389 211 118348F +389 211 [email protected]
MADAGÁSCARS. Exc. le Comte Charles de TalhouëtAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Villa Record, 407 Route CirculaireAntananarivo/MadagascarT / F +262 20 22 317 [email protected]
MALIS. Exc. le Vicomte Guy Panon Desbassayns deRichemontAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Badalabougoul Sema 1 - Bloc 45-216Bamako / MaliT / F +223.222.37.96
MALTAS. Exc. M. Giampietro NattinoAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : ST John’s Cavalier, OrdnanceStreet, Valletta,VLT 11 MaltaT +356 21 223 670 F +356 21 237 [email protected]
ILHAS MARSHALLS. Exc. M. William Hans WeissAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire28817 - NE 124th - Duvall - WA 98019 USAP.O. Box : 1104T +425 788 3120F +425 696 [email protected]
MARROCOSS. Exc. M. Pierre-Marie GuisolpheAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : 12, Rue Ghomara Rabat - Souissi T / F +212 37. 750897 [email protected]
MAURÍCIAS. Exc. M. Bernard DorinAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire39, Avenue de SaxeF 75007 ParisT +331 44 49 95 95F +331 44 49 09 54
MAURITÂNIAS. Exc. M. Alain CadixAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire32, Ville de LourcineF 75014 ParisT +336 85 41 12 92F +331 43 05 38 [email protected]
MICRONÉSIAS. Exc. M. Enrique P. SyquiaAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire127 Cambridge Circle - North Forbes ParkMakati / PhilippinesT +63 (2) 817 1095 et 817 1096F +63 (2) 817 1089 et 817 [email protected]
MOÇAMBIQUES. Exc. M. Adalberto da Fonseca Neiva deOliveiraAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenida Samora Machel, 47Maputo / MozambiqueT +258 1 420123F +258 1 420129
MOLDÁVIAS. Exc. M. Peter Canisius von CanisiusAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Ul. Vavilova 85/69-70, 117335 Moscou / RussieAdresse postale : B.P 340, A-1015 Vienne /AutricheT +7 (095) 134 84 49 F +7 (095) 938 20 [email protected]
NICARÁGUAS. Exc. M. Ernesto M. Kelly MoriceAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Apartado 566 - Managua - Km. 71/2 Carretera SurManagua/NicaraguaT +505 2 651-510F +505 2 [email protected]
NÍGERS. Exc. le Comte Bertrand de PesquidouxAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : 31, Rue des OasisNiamey /NigerT / F +227-722-331
PANAMÁS. Exc. M. Giovanni FiorentinoAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Calle 54, N. 8 - Nuevo Obarrio -P.O. Box 8668Panama 5T+507 2649 538F +507 2694 [email protected]
PARAGUAIS. Exc. M. Dino SamajaAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Avenida Mariscal Lopez 2307 -AsunciónT +595 21 602-130 et +55 11 5081-8555F +55 11 [email protected]
PERUS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Manuel Almenara 265 - MirafloresLima 18 P.O.Box 18-0715 / PerouT +511 4472454 & +511 4461668 &+511 4457633F +511 [email protected]
POLÓNIAS. Exc. Vincenzo Manno Ambassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Ambasada ZaKonu MaltanskiegoSkrytka Pocztowa 12 - 00950 Warszawa 1/PologneT +48 22 622 8189F +48 22 628 0119
PORTUGALSAS le Prince d’ArenbergAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : 10, rua das Duques de Bragança- P 1200-169 Lisboa / [email protected]
ROMÉNIAS. Exc. Franz Alfred Reichsgraf von HartigAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire Chancellerie : Str. Fabrica Glucoza 7, et 3RO Bucarest, sec. 2 / RoumanieT +40 21 2332700F +40 21 [email protected]
SANTA LÚCIAS. Exc. le Baron Carlo Amato ChiaramonteBordonaroAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire1 Grove Isle Dr., S 1002Miami, FI 33133-USA T +1 305 8540983F +1 305 [email protected]
SANTA SÉS. Exc. M. Alberto Leoncini BartoliAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Piazza dei Cavalieri di Malta, 4/1I-00153 Roma / ItalieT +39 06 578 07 78F +39 06-578 36 [email protected]
SÃO MARINOS. Exc. M. Franco Ferretti, Comte Val d’EraAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Via Contrada delle Mura 18 San Marino Città / Saint-MarinT +378 0549 991 358 et 0549 998 046 et0549 998 008F +378 0549 998008
86 ORDEM SOBERANA, MILITAR E HOSPITALAR DE SÃO JOÃO DE JERUSALÉM, DE RODES E DE MALTA
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPES. Exc. M. Pedro Rego Costa De OliveiraCymbronAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Quinta de Santo Antonio -Travessa da Imprensa C.P. 438 -Sào Tomé and Principe T +239 12 24566F +239 12 [email protected]
SÃO VICENTE E GRENADINASS. Exc. le Baron Carlo Amato ChiaramonteBordonaroAmbassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire1 Grove Isle Dr., S 1002, MiamiFI. 33133-USAT+ 1 305 854 09 83F + 1 305 854 [email protected]
SEICHELESS. Exc. M. Antonio Benedetto SpadaAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Clarence House - Vista BayEstate - GlacisP.O. Box : 642 - Victoria - Mahé Island /SeychellesT / F +248 [email protected]
SOMÁLIAS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
SUDÃOS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
SENEGALS. Exc. M. Alan FurnessAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : COTOA, Km 2,5 Bld duCentenaire de la Commune de DakarB.P. 2020 – Dakar / SénégalT +221.8324040F +221.8324030 (Attn. M. M. Theron)Email: [email protected]
SERBIA E MONTENEGROS. Exc. M. Stefan FalezAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : c/o I.C.M.C. Boulevard Mira, 6YU 11000 BelgradeT / F +381 306 58 [email protected]
SURINAMES. Exc. M. Gustavo Adolfo De Hostos MoreauAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : 12747 Kerksplein 1Paramaribo, SurinameT +1 809 [email protected]
TAILÂNDIAS. Exc. M….Ambassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : 9th Floor, Dr. Gerhard LinkBuilding33 Soi Lertnava, Krungthepkreetha Road - HuaMark, BangkapiBangkok 10240 / ThaïlandeT +662 3794298F +662 [email protected]
TAJIQUISTÃOS. Exc. M. …Ambassadeur Extraordinaire et Plénipotentiaire
TOGOS. Exc. le Comte Charles Louis de Rochechouartde MortemartAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : B.P. 10 054 LoméT +228 216 411 et 212 517F +228 212 206
URUGUAIS. Exc. M. Pierre Den BaasAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Calle Sarandi 12311000 Montevideo/UruguayT+598 2 9162629 et 598 2 9162630F +598 2 [email protected]
VENEZUELAS. Exc. M. Silvio A. UliviAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Urbanizacion Valle-Arriba - CalleJaguar - Qta Escampadero Caracas/VenezuelaT +58 212 782 3631F +58 212 782 [email protected]
MISSÕES ESPECIAIS
FEDERAÇÃO RUSSAS. Exc. M. André GutzwillerAmbassadeur Extraordinaire et PlénipotentiaireChancellerie : Ulitsa Vavilova, 85/68RU-117335 MoscouT +7 095 134 25 11F +7 095 [email protected]
A ORDEM DE MALTA TEM IGUALMENTE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM:
ALEMANHALe Baron Augustin d’AbovilleDélégué OfficielChancellerie : Lüdtgeweg 1 - D 10587 Berlin / AllemagneT+49 30 343 59 721 - F +49 30 343 59 [email protected]
BÉLGICAM. Jacques G. JonetRéprésentantDomaine du Fuji, 21B 1970 Wezembeek - OppemT+322 731 30 60F+322 782 16 [email protected]
FRANÇAM. John Bellingham, des Baronets de Castle BellinghamReprésentant Officiel19 Avenue Rapp - F 75008 ParisT+33(0)1 47 05 54 [email protected]
LUXEMBURGOM. Jonkheer Thomas C. van RijckevorselReprésentant16, Rue de Uebersyren6930 Mensdorf/Luxembourg T / F+352 770436
PRINCIPADO DO MÓNACOM. Ercole CanaliDéléguéChancellerie : 22, Bd. Princesse Charlotte -Monte-Carlo - B.P. 174MC 98003 Monaco CedexT+377 93 506 341 et +377 93 505 952F+377 93 500 959
SUÍÇAM. Pierre BlanchardReprésentant Via di Porta Cavalleggeri, 107I-00165 RomaT+39 06 39378327F+39 06 689 23 32
87Relatório de actividades - 2003
A ORDEM DE MALTA TEM MISSÕES PERMANENTES JUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS E DAS SUAS AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS:
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS -NOVA IORQUES. Exc. l’Ambassadeur Comm. Fra’ José AntonioLinati-Bosch (2001 - June 2004)S. Exc. l’Ambassadeur Robert LeRoy Shafer(June 2004 - )Observateur PermanentChancellerie :216 East 47th Street - 8 Fl - 10017 New York, N.Y.T+1 212 355 62 13F+1 212 355 40 [email protected]
DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS EORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS -GENEBRAS. Exc. l’Ambassadeur Pierre-Yves SimoninObservateur PermanentChancellerie : 3, Place Claparède - CH 1205GenèveT +41 22 346 86 87F +41 22 347 08 [email protected]
DELEGAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS EORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS - VIENAS. Exc. l’Ambassadeur Helmut LiedermannObservateur PermanentChancellerie : 2, Fasangasse 36/4 - A 1030Wien/AutricheT / F +43 1 798 95 16
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDASPARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA -FAO - ROMAS. Exc. l’Ambassadeur Giuseppe Bonanno,Prince de LinguaglossaObservateur PermanentChancellerie : Via Ludovico di Savoia, 10/CI-00185 RomaT / F +39 06 70 45 46 [email protected]
UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕESUNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E ACULTURA - PARISS. Exc. le Comte de WaresquielObservateur PermanentChancellerie : 33, rue de Naples - F 75008 ParisT +331 63 04 30 63F +331 45 22 04 27
A ORDEM DE MALTA TEM DELEGAÇÕES OU REPRESENTAÇÕES JUNTO DAS SEGUINTES ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:
COMISSÃO EUROPEIA - BRUXELASS. Exc. l’Ambassadeur Baron Philippe deSchoutheete de TervarentReprésentant OfficielChancellerie : Schaarbeeklei 201B 1800 Vilvoorde/BelgiqueT +322 253 58 05F +322 252 59 [email protected]
CONSELHO DA EUROPA - ESTRASBURGOS. Exc. l’Ambassadeur Baron Bernard Guerrierde DumastReprésentantChancellerie : c\o Mme Danielle Chatel - 12,Terrasses De MontaiguF 54140 Jarville/FranceF +33 383 57 98 77
INSTITUTO INTERNACIONAL DO DIREITOHUMANITÁRIO - SÃO REMO, GENEBRADuc Guido Orazio Borea d’OlmoReprésentantPalazzo Borea - 18038 San Remo - (Prof.) 143,Via G. Matteotti18038 San Remo/ItalieT +39 0184 530 342F +39 0184 531 933
INSTITUTO INTERNACIONAL PARA AUNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO -UNIDROIT - ROMAS. Exc. l’Ambassadeur Marquis Aldo PezzanaCapranica del GrilloObservateurVia Monti Parioli, 39 - I 00197 Roma et (Prof.)Largo Teatro Valle, 600186 Roma/ItalieT +39 06 687 17 48F +39 06 68 13 41 [email protected]
COMITÉ INTERNACIONAL DE MEDICINAMILITAR (CIMM) - BRUXELASM. …Délégué
Comité de redacção: Conselho para as Comunicações, S.E. Jean-Pierre Mazery, Presidente / Winfried Henckel von
Donnersmarck / Franz Harnoncourt-Unverzagt / Frei Giacomo Dalla Torre del Tempio di Sanguinetto / Emilio Rosa /
Robert Wormington / Philippa Leslie, Secretário executivo
Editorial: Michael Moss, Philippa Leslie
Para esta edição agradecemos a contribuição do Reverendíssimo Monsenhor Giuseppe Azeglio Manzetti, Capelão-Chefe
do Grande-Priorado de Roma
Produção / Concepção gráfica: SignéLazer - Bruxelas
A presente publicação integra-se na série dos Relatórios da Ordem de Malta. Esta nova série substitui e assegura a continuidade da anterior Riv-ista Internazionale. A distribuição inclui as instituições nacionais e internacionais.
(c) Copyright: Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, 2003
O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M ,
D E R O D E S E D E M A LTA
Via dei Condotti 68
I-00187 Roma
Itália
T +39 06 675 81 249 / 250
F +39 06 678 48 15
www.orderofmalta.org
A missão da Ordem de Malta
As origens da Ordem Soberana, Militar e Hospitalar de São João deJerusalém, de Rodes e de Malta – mais conhecida como Ordem deMalta – remonta ao século XI.Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, em 1099 A.D., osHospitalares administravam o Hospital de São João Baptista, que foracriado por volta do ano 1050 para cuidar dos peregrinos que acorriam àTerra Santa, bem como das populações autóctones cristã, judia e muçul-mana. Constituída como Ordem religiosa por uma Bula do Papa PascoalII de 1113, a Ordem tinha por missão defender os doentes e o territóriocristão. Actualmente tem uma missão exclusivamente humanitária, porqueo seu papel militar acabou com a perda do seu território em 1798.
De acordo com a Carta Constitucional, o objectivo da Ordem Soberana deMalta é «promover... as virtudes cristãs da caridade e da fraternidade, exer-cendo, sem distinção de religião, de raça, de origem ou de idade, as suasobras de misericórdia para com os doentes, os pobres e os refugiados.Em especial, a Ordem exerce as suas actividades institucionais nodomínio hospitalar, incluindo a assistência sanitária e social, assimcomo a favor das vítimas de cat*strofes excepcionais e de guerras...»
- A Ordem está presente em permanência na maior parte dos países domundo, tanto desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Estapresença foi estabelecida ao longo de nove séculos de história agita-da, em que participou nos grandes movimentos de intercâmbio entre aEuropa e a bacia do Mediterrâneo e o resto do mundo, alargando assimprogressivamente o seu âmbito de acção à maioria das zonas geográ-ficas onde a sua missão caritativa podia ser exercida utilmente.
Graças à sua experiência de séculos e ao envolvimento activo dos seusmembros nos grandes movimentos da sociedade, a Ordem conseguiuadaptar rapidamente os seus recursos e os seus métodos, com umamodernidade sempre renovada, a fim de conseguir fazer face às neces-sidades novas e sempre crescentes de assistência médica, de ajuda deurgência e de acção humanitária.Actualmente, a Ordem é uma importante organização profissional, queactua a nível mundial em termos de ajuda humanitária, de cuidadosmédicos e de medicina de urgência, na sua gestão de hospitais, decentros de cuidados especiais para idosos dependentes, de centrosmédico-sociais, de recolha e transporte de medicamentos e de forma-ção de socorristas e de pessoal de ambulâncias.
História: datas fundamentais
1048: JerusalémFundação dos Hospitalares de São João
de Jerusalém, como comunidade monásti-
ca, pelo Beato Gerardo.
Cavaleiros da Ordem cuidam dos peregri-
nos, dos doentes e dos pobres, como sem-
pre fizeram.
Através da Bula de 1133 do Papa Pascoal
II, o Hospital de São João é colocado sob
a protecção da Igreja, passando a benefici-
ar de isenções.
Colocada perante a responsabilidade da
defesa militar dos doentes e dos territórios
cristãos, a Ordem torna-se uma Ordem de
Cavalaria, ao mesmo tempo religiosa e militar.
1310: RodesEm 1291, após a queda de São João de
Acre, último bastião da Cristandade na Terra
Santa, a Ordem é compelida a abandonar a
Palestina e instala-se na ilha de Chipre.
A Ordem toma posse da ilha de Rodes em
1310, adquirindo assim soberania territori-
al. Para defender o mundo cristão, a
Ordem constitui uma poderosa armada,
patrulha os mares orientais e trava muitas
batalhas célebres.
Governada por um Grão-Mestre, Príncipe
Soberano de Rodes, juntamente com um
Soberano Conselho, a Ordem cunha a sua
própria moeda e estabelece relações
diplomáticas com outros Estados.
Os cavaleiros da Ordem conseguem repelir
com êxito múltiplos ataques dos Otomanos,
mas vencidos pelo Sultão Suliman, o
Magnífico, com uma poderosa armada e um
exército numeroso, são obrigados a capitu-
lar em 1 de Janeiro de 1523, abandonando
a ilha com honras militares e o reconheci-
mento da sua bravura pelo Sultão.
1530: MaltaNos sete anos seguintes, a Ordem mantém
a sua soberania, mas sem território, situa-
ção que prevaleceu até o Imperador Carlos
V conceder aos cavaleiros as ilhas de
Malta, Gozo e Comino e a cidade de
Tripoli, como feudo soberano. Em 26 de
Outubro de 1530, a Ordem instala-se na
ilha de Malta, com a aprovação do Papa
Clemente VII.
Durante o Grande Cerco, entre Maio e
Setembro de 1565, os cavaleiros derro-
tam os Otomanos sob o comando do
Grão-Mestre Frei de la Valette (que deu o
nome à capital de Malta). A armada da
Ordem de São João (ou de Malta, como
são agora conhecidos) é uma das mais
poderosas do Mediterrâneo e contribui
para a derrota final dos Otomanos na
batalha de Lepanto, em 1571.
1798: ExílioEm 1798, Napoleão Bonaparte, a caminho
da sua campanha do Egipto, ocupa Malta.
Os cavaleiros não lhe oferecem resistên-
cia, devido à Regra da Ordem que os pro-
íbe de combaterem outros cristãos, e são
obrigados a abandonar a ilha.
Em 1801 Malta é ocupada pelos Ingleses e
apesar do reconhecimento dos direitos de
soberania da Ordem de Malta consagrados
no Tratado de Amiens (1802), a Ordem não
consegue voltar a instalar-se na ilha.
1834: RomaDepois de se instalar temporariamente em
Messina, Catânia e Ferrara, a Ordem esta-
belece-se em Roma em 1834, onde possui
domínios que gozam de extraterritorialida-
de: o Grande Magistério, na via Condotti, e
a Vila de Malta sobre o Aventino.
A partir daqui, a missão original da Ordem,
que é servir os pobres e os doentes, torna-
se de novo a sua actividade principal.
Durante as duas Grandes Guerras a
Ordem desenvolve actividades hospitala-
res e caritativas, que são intensificadas
sob a direcção do Grão-Mestre Frei
Angelo de Mojana (1962-1988) e prosse-
guem actualmente com o seu sucessor, o
78º Grão-Mestre, Frei Andrew Bertie.
Século XXIGraças a uma história de quase nove
séculos, a Ordem Soberana de Malta
pode orgulhar-se de ser a única sucesso-
ra da Ordem Hospitalar de São João de
Jerusalém, reconhecida pela Igreja
Católica em 1113.
A Ordem é simultaneamente uma Ordem
religiosa e de cavalaria da Igreja Católica.
É a única organização com uma soberania
ininterrupta que tem cavaleiros professos,
sucessores directos dos seus fundadores.
O R D E M S O B E R A N A , M I L I TA R E H O S P I TA L A R
D E S Ã O J O Ã O D E J E R U S A L É M , D E R O D E S E D E M A LTA
Relatório de actividades
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