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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

RODADA DO SOCIETYDOMINGO, NA ASBAC

Edição Diária 7550 | Salvador, quinta-feira 11.10.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

CAIxA

Acordo de demissão, não caia nessa

Outubro é mês de prevenção ao câncer Página 2Página 4

Rotina leva à depressãoSobrecarga de trabalho, pressão por metas inatingíveis, falta de condições de trabalho. Estes são alguns dos exemplos da rotina que pode ser encontrada em diversas agências da Caixa. O resultado é o adoecimento dos

empregados. Um em cada três ficou doente em decorrência do emprego. A depressão está presente em 10,6% dos casos e os antidepressivos são os remédios mais usados entre os trabalhadores. Página 3

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira 11.10.20182 RETROCESSO

Mais de 109 mil empregados perderam direitos na rescisãorEnAtA [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIOInformativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augsuto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MtE 879 drt-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MtE 4645 drt-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MtE 4590 drt-BA e renata Andrade- reg. MtE 4409 SrtE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Alan Barbosa . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

Acordo retira direitos dos trabalhadores

DESDE que a reforma trabalhista entrou em vi-gor, em novembro do ano passado, aumentou o número de demissões por comum acordo en-tre patrão e trabalhador e sem o sindicato es-tar presente. Em 11 meses, 109.508 empregados perderam direitos na hora da rescisão.

Em novembro, 855 pessoas rescindiram o contrato de trabalho por comum acordo. Um mês depois que a lei foi modificada, em dezem-bro, pulou para 5.841 acordos. O último dado disponível é de agosto de 2018, quando o total chegou a 15.010, sendo que 74,5% dos casos fo-

ram no serviço e comércio.O que o trabalhador perde ao fazer acor-

do com o patrão na hora de demissão é o direito ao seguro-desemprego e recebe só metade do aviso-prévio (em caso de inde-nização). Além de apenas 20% da multa do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) paga pelo empregador e não mais os 40% que tinha direito. Quem ganha nes-ta modalidade é o patrão.

E, para piorar, na hora de sacar o que esta-va na conta individual do FGTS, quem assina este tipo de acordo pode tirar somente 80%. Já os 20% restantes ficam depositados e serão incorporados aos valores que entrarem no futuro, se o trabalhador conseguir emprego com carteira assinada. Os dados são do Ca-ged do Ministério do Trabalho.

TEMAS &DEBATES

Brasil mostra a cara e ela não é bonita

Ilana Pêpe*O Brasil parece estar num fuso

horário bem diferente do resto do mundo. Enquanto 46% dos brasi-leiros flertam com o fascismo no 1º turno das eleições de 2018, o mundo alerta sobre a onda conservadora que o Brasil pode ser acometido. Que o país está dividido está claro. O mais grave disso tudo, é que um lado de-fende a violência, reproduz discursos machistas, misóginos, racistas e todo tipo de ataque às minorias. Do outro lado, um representante com proposta de governo clara, com projetos edu-cacionais, proteção às empresas pú-blicas e, o que mais assusta os ricos, a reforma tributária.

Daí você começa a questionar o perfil desses 46% de eleitores e se re-corda da pesquisa global divulgada em 2017: Perigos da Percepção – Ín-dice de percepção equivocada (IPSOS Perils of Perceptions). O estudo afir-ma que entre o Brasil fica em segun-do lugar, em um total de 38 países, com a percepção mais errada sobre a própria realidade.

Pobre acha e pensa como rico. Negro que se diz branco, gay achan-do que homofobia é vitimismo, mu-lher dizendo que machismo não existe e por aí vai. O país tem 207 milhões de habitantes, mais de 14 milhões vivem na extrema pobreza, aumento de 11% em 2017, segundo levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). São pessoas que ga-nham em média R$ 133,00 por dia. Na classe E, aqueles que ganham até R$ 1.100,00 são quase 40 milhões, na classe D, com rendimento men-sal até R$ 1.819,00, são quase 35 milhões, segundo pesquisa do Bra-desco. Classe A e B juntas somam quase 21 milhões de pessoas. Ou seja, como um país que em a maioria passa dificuldades financeiras, com mais de 60 milhões de endividados, segundo o SPC, mais de 12 milhões desempregados, segundo o IBGE, pode apoiar um candidato com um projeto de governo que engloba esse contingente? O povo precisa de polí-ticas públicas e econômicas, de edu-cação e saúde de qualidade e não de alguém que os empurre ainda mais para a miséria.

* Ilana Pêpe é estudante de jornalismo texto com, no máximo, 1.900 caracteres

Caem os índices que medem o emprego AS ExpECTATIvAS para a geração de empre-gos não são animadoras. O IEAEmp (Indicador Antecedente de Emprego) caiu 3,3 pontos em setembro em relação a agosto deste ano e o ICD (Indicador Coincidente de Desemprego) au-mentou 1,3 ponto, em igual período. Os dados são da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O índices são calculados pela soma do fecha-mento de postos formais de trabalho, o cresci-mento contínuo dos desalentados e o avanço de trabalhadores informais.

Os entrevistados não vislumbram a possibili-dade de emprego. Os empresários também não pretendem contratar tão cedo, por conta da in-

certeza econômica do mercado, afirma a as-sessoria econômica da FGV.

não há perspectiva de geração de emprego no país

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Adoecimento da categoria é fruto da rotina de trabalhorEnAtA [email protected]

joão ubAldo

O antidepressivo é o remédio mais tomado

OS EMpREGADOS da Caixa apresentam doenças crônicas em decorrência da sobrecar-ga de trabalho, assédio moral, além da falta de política de saúde no banco. Dos bancários doentes, 10,6% têm depressão. Outros 60,5% dos casos são decorrentes do estresse e ou-tros problemas psicológicos. A representação dos empregados vai encaminhar a pesquisa ao banco e cobrar providências.

Um em cada três emprega-

dos afirma já ter apresentado al-gum problema de saúde em de-corrência do trabalho. Do total, 53% precisaram recorrer a al-gum remédio. Os mais usados foram antidepressivos e ansio-líticos (35,3%). Tem ainda anti--inflamatórios (14,3%) e analgé-sicos (7,6%).

A Pesquisa Saúde do Tra-balhador da Caixa mostra que 58% se sentem sobrecarrega-dos. Em relação ao local de tra-balho, 66,2% que estão lotados em agências reclamam da so-

brecarga e 41,2% dos que tra-balham em áreas meio falaram estar sobrecarregados. Falta de pessoal (16,3%) e cobrança ex-cessiva por metas (16%) foram os principais pontos para a in-satisfação.

Outro dado que preocupa o movimento sindical é que dos trabalhadores analisados, 46,9% conheceram algum caso de sui-cídio na Caixa, sendo que 51,7% conhece algum empregado que passou por sofrimento contínuo em virtude do trabalho.

reunião sobre o prédio do BnB do Comércio

pARA tratar da situação do prédio do Banco do Nordeste do Comércio, o Sindicato da Bahia se reúne com os fun-cionários, hoje, às 12h30, no auditório do local.

Por falta de segurança no prédio, o SBBA move ação que solicita a remoção de to-dos os empregados para ou-tro local. A reunião segue ordem dada pela juíza na última audiência. O espaço possui cerca de 200 trabalha-dores entre bancários e ter-ceirizados.

Além dos funcionários do BNB do Comércio, a reunião contará com a presença do advogado do Sindicato e de um representante da Supe-rintendência do banco.

CNBB ao lado dos candidatos favoráveis à democracia A fAvOR do Estado democráti-co de direito, assim se posicio-nou o secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil), sobre a eleição presidencial. Sem citar nomes, Leonardo Steiner pede aos fiéis da igreja católica que votem em candidatos que ajudem a pre-servar a democracia, o respeito e a liberdade.

Steiner disse que “o que pedi-mos é que o eleitor católico ob-serve se os candidatos pregam mais ou menos democracia; se

buscam a convivência fraterna com base da educação, no res-peito e justiça social, ou não”.

O bispo ainda afirmou que os brasileiros não podem votar com o coração cheio de ódio, nem pensar que o país muda-rá de uma hora para outra. Se-gundo ele, não há salvador da pátria, mas uma democracia que necessita ser construída de forma permanente. Em tempos de intolerância e agressividade, não custa ao eleitor refletir so-bre as palavras do religioso.

Adoecimento na Caixa chega a dados alarmantes. É só estresse todo dia

Secretário-geral da CnBB,

Leonardo Steiner, orienta

votos em candidatos

que querem preservar o respeito e a

liberdade

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira 11.10.20184 OuTuBRO ROSA

Atente aos sinais e procure o médico regularmenteALAn [email protected]

A importância da prevenção

O CâNCER de mama é o mais comum entre as mulheres do Brasil. Por isso, outubro é o mês dedicado à divulgar a pre-venção e tratamento da doen-ça. Segundo o INCA (Instituto de Câncer José Alencar Gomes da Silva), a estimativa é de que neste ano sejam diagnosticados 59,7 mil novos casos.

Há 10 anos, a campanha é re-alizada para lembrar a impor-tância de detectar precocemen-te os tumores de mama. O mês é dedicado à conscientização so-bre serviços de diagnóstico e de tratamento. São feitas ativida-des educativas e também a ilu-

domingo é dia de Society O CAMpEONATO de Futebol Society dos Bancários está de volta. No próximo domingo, a bola vai rolar e o primeiro jogo será às 8h45, entre o Cash e Coroas.

Logo depois, às 10h30, o Elite enfrenta o Ressaca. Os jogos acon-tecem no clube ASBAC, localizado na Pituba. Reúna a torcida e venha apoiar os atletas.

INfECÇÃO A violência dos apoiadores de Bolsonaro cresce assustadoramente em todo país. Ontem, em Porto Alegre, bol-sonaristas pegaram uma jovem LGBT de 20 anos e marcaram a canivete o símbolo nazista nas costas da garota. Na UFBA, um aluno seguidor do capitão chamou a PM que invadiu FFCH. As aulas foram suspensas. Em Natal, a médica Tereza Dantas ras-gou a receita de um paciente idoso por ter votado em Haddad. Assassinato do Mestre Moa, agressões à irmã de Marielle, fotos de arma na cabine de votação. Os casos se multiplicam. O fascis-mo infectou a sociedade.

NEuTROS? Em um momento delicado da vida nacional, com a ameaça do fascismo já se materializando na sociedade em inúmeros casos de agressões físicas e morais, em ritmo crescen-te, nove partidos declaram neutralidade no segundo turno da eleição presidencial, que coloca o Brasil no dilema da democra-cia ou selvageria. Ao se posicionarem como “neutros” – PSDB, DEM, PPS, PR, Podemos, DC, Novo, PP e PRB – terminam fa-vorecendo a barbárie. Eles sabem disso.

NAZIfASCISMO O teólogo Leonardo Boff classifica o avan-ço da extrema direita encarnada em Bolsonaro de “nazifascis-mo”. E tem razão, pois o presidenciável do PSL, por diversas ve-zes, ao comentar os sérios problemas nacionais, em particular na área da segurança pública, afirmou ter a “solução final”. O termo era muito usado pelos nazistas para se referir ao exter-mínio total dos judeus. Do fascismo, o capitão adora o “inimigo comum”. Quer dizer, quem não estiver com ele precisa ser elimi-nado. Não admite o contraditório.

MÍMICA A facada de Juiz de Fora (MG) continua a ajudar Bol-sonaro. Sob a alegação de ainda não estar bem de saúde, ele sus-pendeu participação no debate da Band marcado para amanhã. No primeiro turno não foi a nenhum. O comando da campanha vai tentar repetir a façanha no segundo turno. Considera que, co-locá-lo para debater com Haddad, na televisão, seria um suicídio eleitoral. Realmente, o capitão não tem nada a dizer. É bom de mímica, ao sempre usar as mãos para simbolizar arma de fogo.

ENfERMARIA Reação de Haddad ao saber que Bolsonaro não vai ao debate de amanhã, na Band. "Ele falou que não quer se estressar, eu não vou estressar ele. Vou falar da forma mais calma possível. Vou falar docemente. Não altero a voz. Nem olho para ele se ele ficar com muito receio. Faço o que ele quiser para ele falar o que ele pensa e debater o país. Com assistência médica, enfermaria, em qualquer ambiente".

SAQuE

minação rosa de prédios públi-cos e monumentos para chamar atenção sobre o tema.

As mulheres com mais de 50 anos estão mais propensas à doença. Entretanto, foi regis-trado aumento na incidência em jovens na última década. Em mulheres com menos de 35 anos, são registrados entre 4% e 5% dos casos.

Vários fatores podem au-mentar o risco do surgimento do câncer de mama, mas se-gundo os especialistas, a do-ença não tem uma única causa. Questões endócrinas, fatores genéticos e história reproduti-va compõem a lista.

Mamografia Umas das ações do Outubro

Rosa é destacar a importância da realização da mamografia. O exame de imagem que diagnós-tica o câncer é recomendado às

mulheres com mais de 40 anos. Na faixa etária de 50 anos a 69 anos, o Ministério da Saúde re-comenda periodicamente.

O autoexame também é fun-damental, pois é possível verifi-car se há indício de alguns dos sintomas, como presença de ca-

roço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (ma-milo); e pequenos nódulos lo-calizados embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.


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