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IV BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
DO HOSPITAL DO SUBÚRBIO
Salvador/BA
2017
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HOSPITAL DO SUBÚRBIO
Diretor Presidente: Jorge Antonio Duarte Oliveira
Diretora Geral: Lícia Maria Cavalcanti Silva
Diretor Técnico: Jorge Marcelo da Cruz Oliveira Motta
Gerente de Práticas Assistenciais: Humberto Torreão Herrera
Gerente de Segurança do Paciente: Vilma Ramos Silva Cavalcante
Coordenador de Ensino e Pesquisa: André Gusmão Cunha
Assessoria de Pessoas: Simone Wendling Vargas
Tecnologia e Informação: José Carlos Couto Souza Júnior
Assistente de Diretoria: Lucimeire de Souza Silva
___________________________________________________________________________
IV Boletim Epidemiológico do Hospital do Subúrbio, 2017.
Cyntia Maria Lins Sant’Ana de Lima (Organizadora)
Salvador/BA, 2017.
___________________________________________________________________________
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COLABORADORES
Adroaldo Guimarães Rossetti Junior Coordenador Médico do Serviço de Neurocirurgia
Ana Célia Diniz C. Barbosa Romeu Coordenadora Médica do Serviço de Cirurgia Geral
André Luis de Carvalho Soledade
Coordenador Médico da Pediatria
Brisa Dourado Nunes Médica do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
Carolina Alves Neves Coordenadora Médica do Serviço de Bioimagem
Caroline Almeida Rangel Coordenadora da Gestão de Acesso
Cyntia Maria Lins Sant’Ana de Lima Coordenadora Médica do Serviço de Medicina Intensiva Adulto
Comissão de Revisão e Análise de Óbitos
Deise Graciele Pereira Santana Serviço de Nutrição Clínica
Edleide de Almeida Xavier Sanitarista do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia
Eduardo Salles de Carvalho Administrador de Banco de Dados
Flávia Pedrosa Moura Coordenadora Médica do Serviço de Neurologia Clínica
Gervásio Batista Campos Coordenador Médico do Serviço de Anestesiologia
Isa Menezes Lyra Coordenadora Médica da Agência Transfusional
Jamil Rocha Sousa Junior Coordenador Médico da Emergência
Jeane Xavier dos Santos Farias Coordenadora do Serviço de Fisioterapia
Joicilene Mendes Borges Enfermeira da Educação Permanente
Leila Santos de Souza Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
Marcio Duarte Ribeiro Coordenador Médico do Serviço de Bioimagem
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Niara da Silva Menezes Arapiraca Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
Renata Silva Gomes Coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia
Ricardo Britto Cotias Coordenador Médico do Serviço de Ortopedia e Traumatologia
Rodrigo Paixão de Souza Analista de Tecnologia da Informação
Rogério Luis Palmeira da Silva Coordenador Médico do Serviço de Medicina Hospitalar
Simone dos Santos Alencar Coordenadora do Serviço Social
Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT)
Tânia Regina Fonseca Paixão Coordenadora Médica do Serviço de Terapia Nutricional
Tatiane Alves de Oliveira Coordenadora da Terapia Renal Substitutiva - Hemodiálise
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A todo o corpo técnico e colaboradores, pelo empenho
e compromisso com a ética no cuidar.
E aos pacientes, centro de nossa atenção e dedicação,
pelos quais nos aprimoramos a cada dia.
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APRESENTAÇÃO
O IV Boletim Epidemiológico do Hospital do Subúrbio identifica-se pela maturidade, cultura da
qualidade e segurança que a instituição adquiriu, nos seus seis anos de funcionamento, sob a gestão e
operação da Prodal Saúde. Em setembro de 2016, o hospital conquistou o certificado de Acreditação
Hospitalar Nível 3 – Acreditado com Excelência, conferido pela Organização Nacional de Acreditação
(ONA), após avaliação do Instituto Qualisa de Gestão (IQG - Health Services Accreditation). É, ainda, a
primeira e única unidade hospitalar pública da Bahia e primeira pública do Nordeste a conquistar o nível
máximo de certificação da qualidade dos serviços de saúde prestados à população.
Ser um hospital acreditado com excelência significa atender aos critérios de segurança do
paciente em todas as áreas de atividade, possuir uma gestão integrada com fluidez dos processos e uma
cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. Tudo isso se traduz na prática,
para o paciente atendido no HS, na satisfação do usuário quando procura os serviços da unidade e é
atendido nas suas necessidades com dignidade, humanização e ética. A qualidade do atendimento é a
maior garantia que um hospital de excelência pode dar ao seu paciente.
O Brasil conta atualmente com 97 hospitais que alcançaram o nível de excelência de acordo com
os parâmetros estabelecidos pela ONA. Destes, 14 são públicos, distribuídos em São Paulo (7), Pará (2),
Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1), Ceará (1) e Bahia, com o Hospital do Subúrbio. Para ingressar
nessa lista, a equipe do HS dedicou-se, desde a sua implantação, a perseguir critérios de qualidade
assistencial, instituindo normas e padrões para garantir a segurança do paciente, com cuidados na sua
estrutura física, materiais, equipamentos e mão de obra qualificada. Além disso, investe em educação
permanente, reunindo profissionais dos diversos serviços em um trabalho integrado e multidisciplinar.
A evidência desta conquista está expressa na apresentação da sua produção, quantitativa e
qualitativa dos seus indicadores, os quais são analisados mensalmente pelos gestores, buscando sempre
as melhorias da prática assistencial no cuidado aos pacientes. Além destas análises, estratégias foram
implantadas visando o fortalecimento do perfil institucional, que, junto à melhoria da Rede de Saúde do
Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário, da implementação do grupo de desospitalização e das
frequentes reuniões com as lideranças comunitárias, qualifica melhor o acesso, garantindo a priorização
dos atendimentos para os pacientes de maior gravidade e risco.
Com todos os esforços desprendidos, o cenário do HS ainda se apresenta com alta demanda de
atendimentos que, aliada à complexidade dos pacientes, produz internações, contribuindo para a
superlotação.
Continuaremos com o propósito de persistir na busca de melhor rede de serviços públicos e o HS
se propõe a contribuir no aprimoramento da gestão dos serviços de saúde.
Lícia Maria Cavalcanti Silva Diretora Geral
8
9
SUMÁRIO
1 SOBRE O HOSPITAL DO SUBÚRBIO 13
1.1 ESTRUTURA 14
1.2 REFERÊNCIA 14
1.3 PRÊMIOS 15
1.4 CRESCIMENTO 16
2 ESTATÍSTICA DOS ATENDIMENTOS 17
2.1 PROCEDÊNCIA 18
2.2 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 19
2.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 21
2.4 ATENDIMENTO POR ESPECIALIDADE 23
2.5 PERFIL NOSOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS 25
3 ESTATÍSTICA DAS INTERNAÇÕES 28
3.1 TAXA DE OCUPAÇÃO 29
3.2 MÉDIA DE PERMANÊNCIA 29
3.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 31
3.4 INTERNAÇÕES POR ESPECIALIDADES 33
3.5 PERFIL NOSOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES 34
3.6 INTERNAÇÕES POR CAUSAS EXTERNAS 36
3.7 INTERNAÇÕES E DOENÇAS RENAIS 39
4 UNIDADES DE INTERNAÇÃO ABERTAS 41
4.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UI’S 41
4.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UI’s 43
5 TERAPIA INTENSIVA 46
5.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UTI’S 46
5.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UTI’S 47
6 BLOCO CIRÚRGICO 53
10
7 SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (SADT) 55
8 AGÊNCIA TRANSFUSIONAL 56
9 ESPECIALIDADES CLÍNICAS 57
9.1 CLÍNICA MÉDICA 57
9.2 NEUROLOGIA 58
10 ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS 60
10.1 ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 60
10.2 CIRURGIA GERAL 62
10.3 UROLOGIA 65
10.4 CIRURGIA PLÁSTICA 66
10.5 NEUROCIRURGIA 68
10.6 CIRURGIA VASCULAR 69
10.7 CIRURGIA TORÁCICA 70
10.8 CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL 71
10.9 CIRURGIA PEDIÁTRICA 73
11 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE COM AVC 75
12 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO 83
13 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE PEDIÁTRICO 89
14 MORTALIDADE 92
14.1 MORTALIDADE E TEMPO DE INTERNAÇÃO 92
14.2 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 93
14.3 CONDIÇÕESASSOCIADAS À MORTALIDADE 95
14.4 MORTALIDADE E LOCAL DE OCORRÊNCIA 96
14.5 MORTALIDADE INFANTIL 97
14.6 MULHER EM IDADE FÉRTIL (MIF) 98
14.7 MORTALIDADE EM FAIXA ETÁRIA ACIMA DE 60 ANOS 99
14.8 MORTALIDADE POR CLÍNICAS 100
11
14.9 MORTALIDADE ASSOCIADA ÀS CAUSAS EXTERNAS 100
15 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 103
15.1 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA GLOBAL DE IRAS 103
15.2 DISTRIBUIÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA 103
15.3 DISTRIBUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DAS IRAS POR SETOR 104
15.4 INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA (IPCS) 105
15.5 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) 106
15.6 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) 107
15.7 INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 108
15.8 PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERANA 110
16 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 112
17 CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS 115
17.1 MORTE ENCEFÁLICA 115
17.2 CAPTAÇÃO DE CÓRNEA 116
18 CONCLUSÃO 117
12
13
1 SOBRE O HOSPITAL DO SUBÚRBIO
Primeira instituição de saúde no Brasil a funcionar através de uma Parceria Público Privada
(PPP), o Hospital do Subúrbio (HS), sob a gestão e operação da concessionária Prodal Saúde S.A.,
continua em destaque pela qualidade do atendimento prestado à população e por seu modelo de gestão,
que ousa na forma de pensar e agir, quebrando paradigmas.
Inaugurado em 13 de setembro de 2010, com a missão de prestar assistência médico-hospitalar
de urgência e emergência com qualidade e indiscriminadamente aos usuários do Sistema Único de
Saúde (SUS), a instituição tem seu modelo de gestão fundamentado na valorização da Ética e
Humanização, sempre atenta a epidemiologia e necessidades da população atendida, num processo
transparente que busca a melhoria contínua.
O HS incentiva comportamentos que contribuam para relações positivas, baseadas no respeito
mútuo, com interações consistentes entre os participantes, sejam profissionais das equipes médicas,
técnicas, ou administrativas, e usuários. Além disto, ressalta a visão sistêmica, numa cadeia de
agregação de valor para o paciente, por processos, onde a atuação de cada profissional é fundamental
para o sucesso do trabalho em equipe.
Neste caminho, em agosto de 2012, o HS
conquistou a certificação de Hospital Acreditado, através
do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), de acordo com as
diretrizes da Organização Nacional de Acreditação
(ONA). Obteve o upgrade para Hospital Acreditado Pleno
em 2014 e Acreditado com Excelência em 2016, reflexo
da maturidade institucional e cultura de qualidade e
segurança.
A unidade é localizada no distrito do Subúrbio Ferroviário de Salvador, no bairro de Periperi,
numa área próxima a rodovia que acessa a capital. Representa um importante hospital da rede de saúde
do estado da Bahia, com perfil de atendimento de urgência e emergência, sob demanda espontânea e
referenciada, para pacientes adultos e pediátricos, nas várias especialidades clínicas (clínica médica,
neurologia, nefrologia e pediatria) e cirúrgicas (cirurgia geral, cirurgia torácica, cirurgia plástica,
cirurgia vascular, neurocirurgia, ortopedia e traumatologia, urologia, cirurgia pediátrica, cirurgia
bucomaxilofacial), além de dispor de anestesiologia, medicina intensiva, radiologia e radio
intervenção.
2014
2012
2010 - Início das Atividades
2016
2017
201
CERTIFICAÇÕES - HS
14
1.1 ESTRUTURA
Baseado em um modelo assistencial que concilia qualidade, segurança clínica e tecnologia, o
HS possui uma estrutura física e de recursos humanos adequada, por meio da qual os pacientes
recebem todos os cuidados necessários, assistidos por uma equipe multidisciplinar. Atualmente dispõe
de 1.429 funcionários, incluindo 246 enfermeiros, 611 técnicos de enfermagem, 50 fisioterapeutas,
sendo os demais profissionais de áreas técnicas, serviços de apoio, administração e corpo diretivo.
Conta, ainda, com um corpo clínico composto por 367 médicos das mais diversas especialidades.
Ao todo, são 373 leitos censáveis, sendo 253 leitos de internação em enfermaria, 60 em terapia
intensiva e 60 sob regime de assistência domiciliar. Dos leitos de terapia intensiva, 50 são para
pacientes adultos e 10 para pacientes pediátricos. Diante do cenário de superlotação, ainda existem
leitos excedentes, não censáveis (leitos operacionais reversíveis).
O HS possui um moderno parque de medicina diagnóstica, com bioimagem (radiologia digital,
ultrassonografia, ecocardiografia, endoscopia digestiva e respiratória, tomografia, ressonância
magnética e hemodinâmica) e laboratório de análises clínicas. Apresenta um centro cirúrgico com
excelentes instalações e um ambulatório destinado ao atendimento de pacientes egressos.
1.2 REFERÊNCIA
Referência pelos serviços prestados à população, o hospital continua a despertar interesse de
diversas organizações e autoridades que visitam a unidade de saúde para conhecer de perto suas
instalações e modelo de gestão. O hospital recebeu, por exemplo, a visita do presidente do Banco
Mundial, Jim Yong Kim, e do presidente da Internacional Finance Corporation (IFC), Jin Yong Cai.
Na ocasião, Jim Yong Kim, que também é médico, comentou que o hospital tem o melhor em termos
15
de infraestrutura e tecnologia em saúde, além de profissionais qualificados e preparados para os
atendimentos.
Também visitaram a instituição a diretora geral da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), Mirta Roses Periago, o representante da OPAS no Brasil, Joaquim Molina, o especialista
sênior em saúde do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Frederico Guanais, e o ministro
da saúde, na época, Alexandre Padilha, dentre outras autoridades.
1.3 PRÊMIOS
O hospital acumula quatro prêmios internacionais e dois nacionais como reconhecimento do
competente trabalho que tem realizado. Além disto, tem sido destaque em diversas publicações
nacionais, a exemplo do jornal Valor Econômico e Revista Época, e internacionais, a exemplo do
jornal britânico Financial Times.
Em agosto de 2012, a publicação Infrastruture 100: World Cities Edition, resultado de uma
pesquisa patrocinada pela empresa de consultoria KPMG Internacional, sediada na Inglaterra,
classificou o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital do Subúrbio como “um dos 100
melhores no setor de infraestrutura pública do mundo nos últimos cinco anos, estando entre os 10
projetos líderes na área de saúde”. Em janeiro de 2013, o HS destacou-se como “Melhor Projeto de
Saúde da América Latina” no Public-Private Partnerships Award, promovido pela revista britânica
World Finance. Em abril do mesmo ano, recebeu o terceiro prêmio internacional, desta vez concedida
pela Internacional Finance Corporation (IFC) e pelo Infrastructure Journal, que classificaram a
unidade entre os “10 melhores projetos de Parceria Público Privada (PPP) da América Latina e do
Caribe”. Este prêmio foi concedido um mês após a visita do presidente do Banco Mundial à unidade.
O IFC é membro do Grupo Banco Mundial e a maior instituição de desenvolvimento global voltada
para o setor privado nos países em desenvolvimento. Em 2015, a instituição foi premiada pela
Organização das Nações Unidas (ONU) por “Melhoria na Entrega de Serviços Públicos”, segundo
lugar entre os concorrentes da América Latina na categoria. O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-
Moon, declarou que o Prêmio reconhece que inovação e liderança contribuem para que a comunidade
e grupos marginalizados recebam serviços melhores e de confiança.
Dos prêmios nacionais, em 2011 o HS recebeu o troféu “Amigo do Transplante” como
reconhecimento da atuação no incentivo à doação de órgãos e tecidos no estado da Bahia, e em 2015,
o “Prêmio Práticas Inovadoras Dr. Luiz Plínio Moraes de Toledo’, concedido pelo Instituto Qualisa de
Gestão (IQG), sendo o escolhido dentre todas as instituições brasileiras acreditadas ou em processo de
acreditação do ano. Na entrega deste prêmio foi destacada a utilização de indicadores como base para
16
tomada de decisão, a atuação da Gestão de Acesso e a da Comissão de Revisão e Análise de Óbitos,
num processo de melhoria assistencial.
1.4 CRESCIMENTO
Entendendo a importância do ensino para a qualificação dos serviços de saúde e para formação
de profissionais fidelizados e diferenciados, que conheçam e valorizem cada vez mais o sistema
público de saúde dentro de um contexto de integralidade, o Hospital do Subúrbio conquistou, no em
2014, o credenciamento das residências médicas nas áreas de clínica médica, ortopedia, pediatria e
cirurgia do trauma. Além disto, foram feitas parcerias com universidades/faculdades com cursos
voltados para a saúde. Ressalta-se que a instituição é campo de estágio curricular e extracurricular para
alunos do curso de medicina, assim como recebe alunos de enfermagem, fisioterapia, farmácia e
nutrição.
Em 2016, o HS iniciou o Projeto Trainee para a enfermagem, contribuindo para a capacitação
e aprimoramento destes profissionais sem experiência no exercício de sua profissão, nos aspectos
técnicos assistenciais, científicos e de liderança, visando uma assistência mais qualificada e com
sustentabilidade.
Dentro de uma proposta de adequação dos serviços e instalações hospitalares à realidade
epidemiológica da população assistida e da rede pública de saúde, conforme previsto no contrato de
concessão, o Hospital do Subúrbio, com a aprovação da Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB) e de
órgãos de controle, vem em fase de Remodelagem de suas atividades assistenciais.
PREMIAÇÕES – HOSPITAL DO SUBÚRBIO
2011 - “Amigo do Transplante” como reconhecimento da atuação no incentivo à doação de órgãos e tecidos
no estado da Bahia.
2012 - “Infrastructure 100: Wold Cities Edition”, como um dos 100 projetos mais inovadores do mundo,
concedido pela organização internacional KPMG – Cutting Through Complexity.
2013 - "Melhores projetos de PPP na América Latina”, considerado pela revista World Finance.
2013 - “Emerging Partnerships Award”, concedido pela International Finance Corporation (IFC) e pelo
Infrastruture Journal.
2015 - “Melhoria na Entrega de Serviços Públicos”, segundo lugar entre os concorrentes da América Latina
na categoria, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
2015 - “Prêmio Práticas Inovadoras Dr. Luiz Plínio Moraes de Toledo”, concedido pelo Instituto Qualisa
de Gestão (IQG).
-
17
2 ESTATÍSTICA DOS ATENDIMENTOS
O Hospital do Subúrbio (HS) oferece atendimento de urgência e emergência, de alta e média
complexidade, num distrito sanitário do município de Salvador que vem gradativamente aprimorando
sua rede básica e unidades de pronto atendimento, com melhor gestão dos serviços. No entanto, o
cenário do HS ainda é marcado por uma alta demanda de atendimentos, que aliada à complexidade dos
pacientes, gera internações, contribuindo para a superlotação.
Ao longo dos seis anos, estratégias foram implementadas visando o fortalecimento do perfil
institucional, que junto à melhoria da rede de saúde do distrito e a conscientização do usuário,
favoreceram para a redução do número de atendimentos, conforme demonstrado no gráfico 1. Assim,
foi desenvolvido com as lideranças comunitárias, um trabalho de conscientização e parceria,
qualificando melhor o acesso e garantindo a priorização de atendimentos para os pacientes de maior
gravidade e risco.
Gráfico 1: Número de Atendimentos - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
No gráfico 1, pode-se também observar que a marcante redução foi relacionada aos
atendimentos de urgência e emergência, ao passo que os atendimentos no Ambulatório de Egressos
aumentou, fato justificado pela maior quantidade de procedimentos cirúrgicos realizados na
instituição, como será demonstrado no capítulo 6.
No sexto ano de funcionamento do hospital, ocorreram 72.252 atendimentos, sendo 56.100 de
urgência e emergência (77,7%) e 16.152 no Ambulatório de Egressos (22,3%). As tabelas 1, 2 e 3
mostram a quantidade de atendimentos nos diversos setores do hospital, sendo evidenciado
predomínio de pacientes adultos, tanto na Emergência quanto no Ambulatório, com 35.089 (68,3%) e
13.699 (84,8%), respectivamente. Ressalta-se que os atendimentos de urgência ortopédica são
realizados no Ambulatório durante o período diurno, atendendo tanto os pacientes adultos,
quanto pediátricos.
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Total de Atendimentos 112.200 126.970 100.625 82.311 79.395 72.252
Urgência e Emergência 103.524 113.122 85.237 67.217 63.137 56.100
Ambulatório de Egressos 8.677 13.850 15.388 15.092 16.258 16.152
0
40.000
80.000
120.000
160.000
Nú
mer
o
18
Tabela 1: Número de atendimentos na Emergência – HS – Ano 6
Atendimentos na Emergência Período 14/09/2015 a 13/09/2016
Emergência Adulto 35.089 68,3%
Emergência Pediátrica 16.258 31,7%
Total de Atendimentos 51.347 100,0% 6 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Tabela 2: Número de atendimentos de Urgência Ortopédica no Ambulatório - HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Tabela 3: Número de atendimentos no Ambulatório de Egressos –HS – Ano 6
Atendimentos no Ambulatório (Egressos) Período 14/09/2015 a 13/09/2016
Ambulatório Adulto 13.699 84,8%
Ambulatório Pediatria 2.453 15,2%
Total de Atendimentos 16.152 100,0%
Fonte: Sistema Informatizado - HS
2.1 PROCEDÊNCIA
Na análise da distribuição dos atendimentos considerando o endereço referenciado como
moradia, conforme gráfico 2 e tabela 4, pode-se evidenciar que o declínio anteriormente comentado,
foi relacionado aos pacientes provenientes do distrito do Subúrbio Ferroviário, que, apesar de
continuar sendo a principal procedência, de 71.328 atendimentos no Ano 1, reduziu para 31.384 no
último ano, representando uma queda de 56%. Este fato corrobora com o fortalecimento do perfil
institucional e a melhoria da assistência à saúde no distrito, que passou a absorver os atendimentos de
menor complexidade e risco nas unidades de atenção primária e secundária.
Gráfico 2: Percentual dos atendimentos por procedência - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Atendimentos no Ambulatório (Urgência Ortopedia) Período 14/09/2015 a 13/09/2016
Urgência Ortopédica/Ambulatório 4.753 100,0%
Total de Atendimentos 4.753 100,0%
0
20
40
60
80
100
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
%
Subúrbio Ferroviário
Entorno
Outros bairros
Outros municípios
19
Tabela 4: Número de atendimentos por procedência - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Vale ressaltar que a manutenção da demanda de atendimentos de outras procedências,
especialmente de outros bairros de Salvador e de outras cidades, reflete o perfil institucional de
urgência e emergência, justificando um maior deslocamento, bem como a proximidade da rodovia de
acesso à capital.
2.2 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
O acolhimento com avaliação e classificação de risco é um processo dinâmico de
identificação das condições dos usuários que buscam um tratamento imediato. No HS, de acordo com
sua condição clínica, grau de sofrimento e potencial de risco, o paciente é estratificado e priorizado
para o atendimento, com sinalização de quatro grupos: Vermelho (emergência, com atendimento
imediato), Amarelo (urgência), Verde (não urgência) e Azul (não urgência e de baixa complexidade).
Os pacientes classificados como Azul são orientados e encaminhados para unidades de pronto
atendimento e ambulatórios, de acordo com suas necessidades, com o apoio do Serviço Social.
A Assertividade do Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco é avaliada a partir da
confirmação feita pelo médico durante o atendimento. No sexto ano de funcionamento do hospital,
atingiu o valor de 95,7%, sendo 94% na Emergência Adulto, 98,3% na Emergência Pediátrica e 99,4%
na Urgência Ortopédica.
No gráfico 3 está demonstrada o comportamento dos atendimentos de urgência e emergência
conforme o Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco ao longo dos seis anos. Pode-se
observar que a redução do número de atendimentos a partir do terceiro ano, conforme previamente
demonstrado no gráfico 1, foi relacionada aos pacientes classificados como Azuis e Verdes,
corroborando com o perfil institucional, onde os pacientes Amarelos e Vermelhos, de maiores riscos,
são prioritários.
Atendimentos por Procedência – Ano 1 a 6
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Procedentes do Subúrbio
Ferroviário
71.328 68.576 48.586 38.264 37.156 31.384
63,6% 54% 48,3% 46,5% 46,8% 43,4%
Procedentes do entorno do
Subúrbio Ferroviário
15.679 22.331 19.873 15.189 13.691 13.458
14% 17,6% 19,8% 18,5% 17,3% 18,6%
Procedentes de outros
bairros de Salvador
17.743 25.148 21.709 19.640 18.960 18.167
15,8% 19,8% 21,6% 23,9% 23,9% 25,1%
Procedentes de outros
municípios
7.450 10.915 10.457 9.218 9.573 9.243
6,6% 8,6% 10,4% 11,2% 12,1% 12,8%
Total 112.200 126.970 100.625 82.311 79.395 72.252
20
Gráfico 3: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por classificação
de risco – HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Ao separar os atendimentos realizados na Emergência Adulto e Pediátrica, como demonstrado
nos gráficos 4 e 5 e tabelas 5 e 6, foi observado que a redução de pacientes com o risco Verde e Azul
ocorreu nos dois setores. No entanto, de modo marcante no Adulto.
No último ano, com a mudança do modelo assistencial e implantação da Linha de Cuidado do
Paciente Pediátrico, houve expressiva queda nos atendimentos de pacientes classificados como Azuis
e Verdes e aumento dos Amarelos, que junto com os Vermelhos representaram 54,3% do total de
atendimentos no setor (gráfico 5 e tabela 6).
Gráfico 4: Atendimentos por classificação de risco Gráfico 5: Atendimentos por classificação de risco
na Emergência Adulto - HS - Ano 1 a 6 na Emergência Pediátrica – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Azul 32.839 35.860 17.654 10.909 7.218 5.517
Verde 45.802 49.622 38.101 28.641 31.118 25.471
Amarelo 22.677 23.091 27.255 21.400 22.192 22.261
Vermelho 2.206 3.861 2.214 2.111 2.511 2.638
0
15.000
30.000
45.000
60.000
Nú
mero
0
8.000
16.000
24.000
32.000
Azul Verde Amarelo Vermelho
Emergência Adulto - Ano 1 a 6N
0
8.000
16.000
24.000
32.000
Azul Verde Amarelo Vermelho
Emergência Pediátrica - Ano 1 a 6N
21
Tabela 5: Atendimentos por classificação de Risco Tabela 6: Atendimentos por classificação de Risco -
na Emergência Adulto - HS - Ano 1 a 6 na Emergência Pediátrica - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
2.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO
Na avaliação dos atendimentos realizados no sexto ano, de 56.100 atendimentos na
Emergência e Urgência Ortopédica, 30.039 foram do gênero masculino (53,6%) e 26.061 do feminino
(46,4%). Conforme demonstrado no gráfico 6, pode-se observar aumento na proporção do masculino
desde a abertura do hospital, refletindo o perfil institucional de urgência e emergência, onde as causas
externas constituem importante motivo de atendimento.
Gráfico 6: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica
por gênero - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O gráfico 7 mostra o percentual dos atendimentos por grupo etário ao longo dos seis anos,
sendo observado maiores prevalências nos grupos até 18 anos e acima de 18 a 40 anos. No entanto,
nota-se que o grupo acima de 60 anos vem crescendo, passando de 11,3% do total de atendimentos no
Ano 1 para 17,5% no Ano 6, o que representa um crescimento de 6,2%. Este fato reflete o aumento do
perfil de pacientes idosos e com doenças crônicas e degenerativas.
48,2 51,849,1 5150,4 49,55248
53,746,3
53,646,4
0
20
40
60
80
100
Masculino Feminino
%
Emergência Adulto
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
25.754 28.628 12.723 6.518 1.146 2.906
35,9% 36,2% 21,9% 15,7% 3,5% 8,3%
29.786 32.135 23.127 16.837 13.321 15.959
41,6% 40,6% 39,9% 40,5% 40,3% 45,5%
14.279 14.559 20.302 16.327 16.268 13.991
19,9% 18,4% 35,0% 39,3% 49,3% 39,9%
1.853 3.385 1.831 1.868 2.188 2.052 2,6% 4,3% 3,2% 4,5% 6,6% 5,8%
Emergência Pediátrica
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
6.722 7.129 4.487 4.391 5.189 2.041
22,5% 22,2% 18,6% 20,4% 21,2% 12,6%
14.418 16.024 12.359 11.804 13.033 5.358
48,2% 49,9% 51,2% 54,9% 53,4% 33,0%
8.396 8.511 6.916 5.073 5.882 8.242
28,1% 26,5% 28,6% 23,6% 24,1% 50,7%
353 438 382 243 322 585
1,2% 1,4% 1,6% 1,1% 1,3% 3,6%
22
Gráfico 7: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por faixa etária – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na avaliação comparativa dos 56.100 atendimentos de urgência e emergência realizados no
sexto ano do hospital, considerando o gênero e faixa etária, conforme gráficos 8 e 9, foi marcante a
diferença observada, onde até os 50 anos predominou o gênero masculino e acima de 50 anos, o
feminino. Tal comportamento decorre da maior exposição às causas externas no masculino, que
representou o principal motivo de atendimento, como será mostrado no tópico 2.5.
Gráfico 8: Distribuição dos atendimentos do gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 9: Distribuição dos atendimentos do gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
32,835,8
20,111,3
31,335,8
20,512,4
31,5 33,5
20,814,2
35,131,2
19,114,4
42
25,917 15,2
32,829,8
20 17,5
0
25
50
75
100
Até 18 a > 18 a 40 a >40 a 60 a >60 a
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
3.231
2.0792.762
2.373
5.2994.397
3.0032.657
2.196
1.379663
0
1.500
3.000
4.500
6.000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero MasculinoN N 30.039
2.744
1.5481.847 1.788
3.575 3.430
2.702 2.8332.368
1.8151.411
0
1.500
3.000
4.500
6.000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero FemininoN N 26.061
23
Os gráficos 10 e 11 mostram que os grupos até 18 anos e maior do que 18 a 40 anos
predominam nos dois gêneros, com maior proporção no masculino. Os grupos etários acima de 40 a 60
anos e acima de 60 anos predominaram no feminino.
Gráfico 10: Distribuição dos atendimentos do Gráfico 11: Distribuição dos atendimentos do
gênero masculino por grupo etário – HS – Ano 6 gênero feminino por grupo etário – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
2.4 ATENDIMENTO POR ESPECIALIDADES
Na distribuição dos atendimentos de urgência e emergência por especialidades, conforme o
gráfico 12, foi evidente que a redução ocorrida com o tempo foi principalmente devido a Clínica
Médica, o que pode ser justificado pelo fortalecimento do perfil institucional aliado a melhoria da rede
de saúde do distrito e do seu entorno, com abertura de novas Unidades de Pronto Atendimento
(UPA’s).
Gráfico 12: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por especialidades – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
34,8
32,3
18,9
14,1
Gênero Masculino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
29,6
26,9
21,2
21,5
Gênero Feminino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Clínica Médica 53.945 57.350 41.186 27.649 19.046 21.830
Ortopedia 7.796 11.568 10.114 10.039 11.510 9.703
Cirurgia Geral 5.273 7.204 7.825 7.539 8.939 8.824
Pediatria 24.892 27.040 20.748 18.365 21.477 14.741
Outras 11.617 9.959 5.364 3.625 2.165 1.002
0
15.000
30.000
45.000
60.000
Nú
mer
o
24
A partir do terceiro ano houve também a redução de atendimentos de outras especialidades,
dentre elas a Pediatria e, principalmente, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, que foram absorvidas
pelas UPA’s, num contexto de não urgência, nem emergência.
Outro ponto marcante foi o aumento progressivo dos atendimentos realizados pela Cirurgia
Geral, que passou de 5.273 no primeiro ano para 8.824 no último ano, representando um crescimento
de 67,3%. Este fato é justificado pela maior demanda de patologias cirúrgicas em um hospital de
urgência e emergência, de média e alta complexidade.
No sexto ano, conforme demonstrado na tabela 7, a Clínica Médica foi a especialidade
predominante nos atendimentos da Emergência Adulto, com 62,2%, seguida da Cirurgia Geral
(24,9%) e Ortopedia (10,6%). Na Emergência Pediátrica, o atendimento clínico também foi o mais
freqüente, com 90,7%, porém com inversão de posições entre a Ortopedia (7,5%) e a Cirurgia Geral e
Pediátrica (juntas 1,4%).
Tabela 7: Atendimentos por especialidades na Emergência – HS – Ano 6
Atendimentos na Emergência - 14/09/2015 a 13/09/2016
Adulto N % Pediátrica N %
Clínica Médica 62,2
Cirurgia Geral 24,9
Ortopedia 10,6
Urologia 0,8
Bucomaxilofacial 0,6
Neurocirurgia 0,4
Cirurgia Vascular 0,3
Neuroclínica 0,2
Outros 0,0
Pediatria Clínica 90,7
Ortopedia 7,5
Cirurgia Pediátrica 0,9
Cirurgia Geral 0,5
Bucomaxilofacial 0,3
Oftalmologia 0,0
Urologia 0,0
Neurocirurgia 0,0
Total 35.089 100,0 Total 16.258 100,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Os atendimentos realizados na Urgência Ortopédica, que no período diurno funciona no
Ambulatório, não foram considerados na tabela 7 por não diferenciar a faixa etária. Mas,
corresponderam a 4.753, que somando com os realizados por esta especialidade nas Emergências
Adulto e Pediátrica, representaram 9.703 atendimentos (17,3% do total).
Em relação ao Ambulatório de Egressos, diante da proposta de ser destinado ao atendimento
de pacientes que necessitam de seguimento ou reavaliação após sua alta hospitalar, as especialidades
cirúrgicas foram as prevalentes, sobressaindo a Ortopedia, Cirurgia Geral, Neurocirurgia e Urologia
no paciente adulto, e Ortopedia e Cirurgia Pediátrica no paciente com idade de até 16 anos, que foi a
faixa de idade definida pela instituição para o atendimento pediátrico (tabela 8).
21.830
8.735
3.735
291
203
145
92
55
3
14.741
1.215
151
89
45
8
7
2
25
Tabela 8: Atendimentos por especialidades no Ambulatório de Egressos – HS – Ano 6
Atendimentos no Ambulatório de Egressos - 14/09/2015 a 13/09/2016
Adulto N % Pediatria N %
Ortopedia 60,6
Cirurgia Geral 10,3
Neurocirurgia 9,8
Urologia 7,8
Bucomaxilofacial 4,2
Cirurgia Plástica 3,0
Clínica Médica 2,6
Cirurgia Vascular 1,0
Infectologia 0,6
Outros 0,2
Ortopedia 82,1
Cirurgia Pediátrica 17,8
Bucomaxilofacial 0,0
Otorrinolaringologia 0,0
Pediatria Clínica 0,0
Total 13.699 100,0 Total 2.453 100,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
2.5 PERFIL NOSOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS
As tabelas 9 e 10 demonstram os motivos de atendimento de pacientes adultos e pediátricos,
respectivamente, no sexto ano do HS, na Emergência e na Urgência Ortopédica. Os grupos
nosológicos foram categorizados a partir do Código Internacional de Doenças (CID) informado pelo
médico durante o atendimento.
As causas externas foram os principais motivos, tanto nos pacientes adultos (48,1%), quanto
nos pediátricos (43,4%). Os sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,
não classificados em outra parte, ficaram como a segunda causa em ambos os grupos etários (14% e
15,9%, respectivamente), seguidos das doenças do aparelho circulatório nos pacientes adultos (8,8%) e
das doenças do aparelho respiratório nos pacientes pediátricos (13,8%).
Nas tabelas 9 e 10 também estão demonstrados os números de internações geradas a partir
destes atendimentos, para cada grupo nosológico descrito. Chama à atenção, nos adultos, as causas
externas, as doenças do aparelho circulatório e do aparelho digestivo, e na faixa pediátrica as causas
externas, as doenças do aparelho respiratório e as doenças da pele e do tecido celular subcutâneo.
No atendimento ambulatorial, considerando todas as faixas etárias, conforme descrito na
tabela 11, predominaram as lesões decorrentes de causas externas (73,3%), seguidas das doenças do
aparelho digestivo (7,3%), das doenças osteomusculares e tecido conjuntivo (5,2%) e do aparelho
genitourinário (4,3%), corroborando com as especialidades mais prevalentes: ortopedia, cirurgia geral,
neurocirurgia e urologia. Esta última relacionada ao tratamento de urolitíase, com inserção e retirada
de cateter duplo J. O perfil nosológico que gerou maior número de internações a partir dos
atendimentos no Ambulatório de Egressos foi o relacionado à causa externa, seguido das doenças do
aparelho urinário.
8.306
1.414
1.340
1.065
576
409
350
132
84
23
2.014
436
1
1
1
26
Tabela 9: Perfil nosológico dos pacientes adultos com atendimento médico - HS - Ano 6
Entrada Emergência e Urgência Ortopédica – Adulto - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Atendimentos
N %
Internações geradas
N %
Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 – Y98) 14.671 48,1 3.053 20,8
Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte (R00 - R99)
4.269 14,0 378 8,9
Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 2.698 8,8 1.735 64,3
Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 2.033 6,7 841 41,4
Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.928 6,3 1.222 63,4
Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 1.068 3,5 93 8,7
Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 856 2,8 560 65,4
Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 699 2,3 435 62,2
Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 617 2,0 156 25,3
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00 - E90) 331 1,1 134 40,5
Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 235 0,8 81 34,5
Neoplasias (C00 - D48) 153 0,5 57 37,3
Outros 951 3,1 97 10,2
Total 30.509 100,0 8.842 29,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 10: Perfil nosológico dos pacientes pediátricos com atendimento médico - HS - Ano 6
Entrada Emergência e Urgência Ortopédica – Pediatria (até 16 anos) – 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Atendimentos
N %
Internações geradas
N %
Lesões, envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas (S00 – T98) e causas externas de morbidade e mortalidade (V01 – Y 98)
4.784 43,4 581 12,2
Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte (R00 – R99)
1.760 15,9 38 2,2
Doenças do aparelho respiratório (J00 – J99) 1.519 13,8 519 34,2
Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 – B99) 635 5,8 122 19,2
Doenças do aparelho digestivo (K00 – K93) 462 4,2 204 44,2
Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 – L99) 426 3,9 219 51,4
Doenças do aparelho geniturinário (N00 – N99) 336 3,0 125 37,2
Doenças do ouvido e da apófise mastóide (H60 – H95) 278 2,5 33 11,9
Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 – M99) 195 1,8 27 13,9
Doenças do sistema nervoso (G00 – G99) 183 1,7 46 25,1
Outros 458 4,2 171 37,3
Total 11.036 100,0 2.085 18,9
Fonte: Sistema Informatizado – HS
27
Tabela 11: Perfil nosológico de todas as faixas etárias do Ambulatório de Egressos - HS – Ano 6
Entrada Ambulatório de Egressos – Todas as faixas etárias - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Atendimentos
N %
Internações geradas
N %
Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00 - T98) e causas externas de morbidade e mortalidade (V01 – Y 98)
11.518 73,3 538 4,7
Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.142 7,3 14 1,2
Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 814 5,2 73 9,0
Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 670 4,3 114 17,0
Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 322 2,0 4 1,2
Neoplasias (C00 - D48) 172 1,1 1 0,0
Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 137 0,9 6 0,0
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas ( E00 - E90) 61 0,4 10 16,4
Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 60 0,4 7 11,7
Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não
classificados em outra parte (R00 - R99) 60 0,4 2 3,3
Outros 756 4,8 91 12,0
Total 15.712 100,0 860 5,5
Fonte: Sistema Informatizado - HS
A Taxa de Conversão dos atendimentos de urgência e emergência em internamentos foi de
29% nos pacientes adultos (tabela 8) e de 18,9% nos pacientes pediátricos (tabela 9). Ao ser incluído
os pacientes orientados e encaminhados para unidades de pronto atendimento ou ambulatorial
(pacientes com classificação de risco Azul), considerando todas as faixas etárias, a proporção de
internações geradas a partir dos atendimentos de urgência e emergência passa a ser de 19,9%,
correspondendo a 11.147 internações de 56.100 atendimentos.
No Ambulatório de Egressos, a Taxa de Conversão foi de 5,5% (tabela 10), justificada diante
da necessidade de intervenção cirúrgica, especialmente nas áreas de ortopédico e urologia.
28
3 ESTATÍSTICA DAS INTERNAÇÕES
A avaliação de desempenho hospitalar é feita através de indicadores, que quando analisados
sequencialmente, podem indicar a direção e a velocidade de mudanças, que devem ser percebidas e
tratadas visando à melhoria contínua. No entanto, deve ser considerado o contexto externo, interno e
principalmente o perfil epidemiológico da população atendida.
Assim, desde a sua implantação, o Hospital do Subúrbio apresenta-se com o perfil
institucional de urgência e emergência, de média e alta complexidade, onde pacientes adultos ou
pediátricos, agudos ou com doenças crônicas agudizadas, sob demanda espontânea ou referenciada,
são atendidos e internados. O comportamento dos indicadores, conforme a tabela 12, evidencia o
fortalecimento deste perfil, ao demonstrar que a grande maioria das internações procederam da
Emergência e Urgência Ortopédica, representando 92,3% no sexto ano, e que houve progressivo
aumento das Taxas de Conversão dos atendimentos em internações, atingindo 19,9%.
Tabela 12: Indicadores Hospitalares – HS – Ano 1 a 6
Indicadores Hospitalares Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Número de internações 9.702 13.374 13.032 12.625 13.898 12.074
Percentual de todos os atendimentos da Emergência e
Urgência Ortopédica que foram internados (%) 9,0 11,1 14,0 17,3 20,4 19,9
Percentual de Internações com Procedência da
Emergência e Urgência Ortopédica (%) 96,2 94,1 91,7 92,1 92,5 92,3
Percentual de Internações com Procedência do
Ambulatório de Egressos (%) 3,8 5,1 8,3 7,9 7,5 7,7
Taxa de Ocupação (%) 103,6 104,4 110,8 110,9 114,7 98,6
Média de Permanência (dias) 8,99 8,35 9,71 10,07 9,42 9,32
Taxa de Mortalidade Institucional (%) 8,5 8,5 9,4 8,9 8,9 8,5
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vale ressaltar que no último ano houve redução significativa da Taxa de Ocupação hospitalar,
com valor de 98,6%, bem como do Tempo Médio de Permanência e da Taxa de Mortalidade
Institucional, demonstrando a melhoria da qualidade assistencial.
Os nós que emperram o fluxo da assistência à saúde devem ser mapeados e monitorados, com
definição de ações sistêmicas, integradas e multidisciplinares, focadas no paciente e na Linha do seu
Cuidado, garantindo assim a continuidade assistencial.
29
3.1 TAXA DE OCUPAÇÃO
Calculada a partir da relação entre o número de paciente-dia e leitos operacionais, a Taxa de
Ocupação avalia o grau de utilização dos leitos hospitalares e sofre influência da demanda de
pacientes que geram as internações e da Média de Permanência. Sabe-se que o leito hospitalar é um
recurso caro e complexo, devendo o seu uso ser racional, com indicação apropriada, de forma a
atender as necessidades da população.
A Taxa de Ocupação do HS vinha se mantendo acima de 100%, atingindo 114,7% no quinto
ano de operação (tabela 12). No entanto, num processo de melhoria contínua, com ações de controle
de acesso aliada à qualidade assistencial e a implementação do grupo de desospitalização, houve
redução deste indicador para 98,6% no sexto ano, representando uma queda de 16,1%. No gráfico 13,
está demonstrado o comportamento mensal da Taxa de Ocupação ao longo dos seis anos, sendo
evidente a sua redução no último ano.
Gráfico 13: Taxa de Ocupação – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Vale ressaltar que a alta demanda de internações, acima da capacidade instalada, resulta em
pacientes mantidos em leitos na Emergência, seguindo critérios institucionais de criticidade e risco.
3.2 MÉDIA DE PERMANÊNCIA
O tempo médio de permanência hospitalar é um indicador que reflete a qualidade da
assistência prestada, mas deve ser analisado considerando o perfil nosológico e as características
demográficas dos pacientes internados. Assim, pacientes vítimas de trauma, neurológicos agudos e
com comorbidades crônicas descompensadas, geralmente associadas à infecção, foram frequentes e
contribuíram para o resultado deste indicador, como será demonstrado nos tópicos 3.3 e 3.5.
0
20
40
60
80
100
120%
30
Ao longo dos seis anos, conforme evidenciado na tabela 12, houve aumento da Média de
Permanência hospitalar, atingindo um valor de 10,07 dias no quarto ano. Um fator importante para o
entendimento deste comportamento foi a maior gravidade e complexidade dos pacientes que
procuraram o hospital, refletido no aumento das internações que tiveram a classificação de risco
Amarelo, conforme evidenciado no gráfico 14. Simultaneamente, pode-se observar que houve redução
das internações de pacientes classificados com o risco Verde e Azul.
Gráfico 14: Distribuição das internações hospitalares pela classificação de
risco – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O gráfico 15 mostra o percentual das internações com classificação de risco Amarelo e
Vermelho ao longo dos seis anos do hospital, sendo observado aumento progressivo, atingindo, as
duas, 79,3% no último ano. Este comportamento define diretamente uma população de maior risco e
indiretamente de maior gravidade.
Gráfico 15: Internações com classificação de risco Amarelo
e Vermelho – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A despeito do alto percentual de internações com classificação de risco Amarelo e Vermelho,
foi observado que do quarto para o quinto ano do HS, conforme demonstrado no gráfico 16, houve
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Azul 1.584 390 12 20 21 27
Verde 3.472 4.849 3.245 3.404 3.655 2.478
Amarelo 3.365 4.915 7.320 7.891 8.526 7.832
Vermelho 912 2.236 1.376 1.306 1.689 1.732
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
Nú
mero
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Vermelho 9,4 16,7 10,6 10,3 12,2 14,4
Amarelo 34,7 36,8 56,2 62,5 61,4 64,9
0
20
40
60
80
100
%
31
diminuição da Média de Permanência de 10,07 para 9,42 dias, correspondendo a 6,5% de redução. No
sexto ano, o valor deste indicador reduziu para 9,32 dias. Este fato pode ser atribuído as medidas que
visam otimizar os processos assistenciais, incluindo os relacionados à gestão do leito, como a
implementação da previsão de alta, o monitoramento dos pacientes com longa permanência e o
direcionamento para regulação de pacientes fora do perfil, o que ainda apresenta dificuldade de
atendimento pela rede de saúde do estado.
Gráfico 16: Internações com risco Amarelo e Vermelho e Média de Permanência – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
3.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO
No sexto ano, de 12.074 internações, 6.933 foram do gênero masculino (57,4%) e 5.141 do
feminino (42,6%). Conforme demonstrado no gráfico 17, o predomínio do masculino vem sendo
mantido desde a abertura do hospital, refletindo o perfil institucional de urgência e emergência, onde
as causas externas constituem importante motivo de atendimento e de internação hospitalar.
Gráfico 17: Percentual de internações por gênero - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O gráfico 18 mostra o percentual das internações por grupo etário ao longo dos anos, sendo
observado que pacientes acima de 60 anos ainda são os mais prevalentes, refletindo também um perfil
44,153,5
66,7
72,9 73,6 79,3
8,99 8,35 9,7110,07
9,42 9,32
0
6
12
18
24
30
0
20
40
60
80
100
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
dia
s%
Internações Amarelo e Vermelho Média de Permanência
57
43
55,7
44,3
56,4
43,6
57,5
42,5
57,4
42,6
57,4
42,6
0
25
50
75
100
Masculino Feminino
%
32
de pacientes idosos e com doenças crônicas e degenerativas. O grupo de 18 a 40 anos também é
frequente e mais associado às causas externas.
Gráfico 18: Distribuição das internações por faixa etária – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na avaliação das internações considerando o gênero e faixa etária, conforme os gráficos 19 e
20, pode-se observar que o gênero masculino foi mais prevalente nas faixas mais jovens, com
marcante diferença de 18 a 30 e de 30 a 40 anos. As faixas etárias acima de 60 anos predominaram no
feminino. Tal comportamento reflete a maior exposição às causas externas no masculino, que
representaram o principal motivo de internação no hospital no último ano.
Gráfico 19: Distribuição das internações no gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 20: Distribuição das internações no gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
26,223,1 19,5
31,323,2 22,6 21,6
32,6
21,9 23,3 20,4
34,4
22 27,1 21,929
22,2 26,5 21,429,9
21,127,1
22,829
0
25
50
75
100
Até 18 a > 18 a 40 a >40 a 60 a >60 a
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
379198
410597
1.250
990
723854
747
494291
0
500
1.000
1.500
2.000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero MasculinoN N 6.933
326147
258 234486 546 513
667 706 669 589
0
500
1000
1500
2000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero FemininoN N 5.141
33
Os gráficos 21 e 22 mostram a distribuição dos pacientes no gênero masculino e feminino,
respectivamente, por grupos etários. Nota-se que 22,8% dos pacientes masculinos tinham até 18 anos e
32,2% entre 18 e 40 anos, contrapondo com 38,2% das internações no feminino acima de 60 anos.
Gráfico 21: Distribuição das internações do gênero Gráfico 22: Distribuição das internações do gênero
masculino por grupo etário – HS – Ano 6 feminino por grupo etário – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
3.4 INTERNAÇÕES POR ESPECIALIDADES
Como previamente demonstrado, dos 72.252 atendimentos realizados no sexto ano do
hospital, 56.100 foram de urgência e emergência (77,7%) e 16.152 no Ambulatório de Egressos. A
partir destes atendimentos, ocorreram 12.074 internações, sendo 11.147 oriundas da urgência e
emergência (92,3%) e 927 do Ambulatório (7,7%).
Dos atendimentos de urgência e emergência, conforme demonstrado na tabela 13, pode-se
observar que a clínica médica foi a principal especialidade, não apenas em número de atendimentos,
com 21.830 (38,9%), como também em número de internações geradas, com 5.416 (48,6%),
resultando numa Taxa de Conversão de 24,8%.
Tabela 13: Internações por especialidades procedentes da urgência e emergência – HS – Ano 6
Drescrição Atendimentos Internamentos Taxa de Conversão
N % N % %
Clínica Médica 21.830 38,9 5.416 48,6 24,8
Pediatria 14.741 26,3 1.847 16,6 12,5
Ortopedia 9.703 17,3 1.500 13,5 15,5
Cirurgia Geral 8.824 15,7 2.046 18,4 23,2
Urologia 298 0,5 136 1,2 45,6
Cirurgia Bucomaxilofacial 248 0,4 73 0,7 29,4
Cirurgia Pediátrica 151 0,3 20 0,2 13,3
Neurocirurgia 147 0,3 51 0,5 34,7
Cirurgia Vascular 92 0,2 36 0,3 39,1
Neurologia 55 0,1 21 0,2 38,2
Outras 11 0,02 1 0,0 9,1
Total 56.100 100,0 11.147 100% 19,9%
Fonte: Sistema Informatizado – HS
22,8
32,3
22,8
22,1
Gênero Masculino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
18,8
20,1
23
38,2
Gênero Feminino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
34
Embora a maior proporção dos atendimentos iniciais e suas consequentes internações a partir
da urgência e emergência terem sido da clínica médica, as clínicas cirúrgicas predominaram, chegando
a 53,6% das saídas hospitalares no último ano (gráfico 23). Este fato pode ser justificado pela
necessidade cirúrgica após encerrada a investigação diagnóstica, levando a mudança da especialidade,
e pelo menor tempo de permanência do paciente cirúrgico, resultando em um maior giro de leito. A
clínica médica correspondeu a 32,1% das saídas e a Pediatria 14,3%.
Gráfico 23: Percentual de saídas por clínicas - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
3.5 PERFIL NOSOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES
Assim como nos atendimentos da Emergência, foi observada diferença no perfil nosológico
das internações de acordo com a idade. Nas tabelas 14 e 16 são mostradas as prevalências dos motivos
de internação por grupos nosológicos no sexto ano, no paciente adulto e pediátrico, respectivamente, a
partir do CID informado pelo médico.
Nos pacientes adultos, as causas externas foram as mais prevalentes, com 3.501 internações
(36,1%), seguidas pelas doenças do aparelho circulatório, com 1.693 (17,5%) e digestivo, com 1.198
(12,4%). Vale salientar que dentre as doenças do aparelho circulatório estão incluídas as doenças
cerebrovasculares, que representaram 9,6% das internações (930 casos), conforme tabela 15, que
mostra as dez principais doenças não relacionadas às causas externas neste grupo etário. As infecções
também foram motivos relevantes, especialmente as de foco respiratório, e contribuíram para
descompensações de doenças previamente existentes.
Muitas das patologias do aparelho digestivo foram cirúrgicas, particularmente os processos
inflamatórios relacionados aos transtornos da vesícula, vias biliares e pâncreas e as doenças do
apêndice. Estas patologias representaram 5,3 e 3,1% das internações no paciente adulto (tabela 15).
27,2
44
17,9
34,4 41,2
18,7
34
45,6
17,2
32,9
49,1
18
31,6
51,4
17
32,1
53,6
14,3
0
25
50
75
100
Clínica Médica Clínica Cirúrgica Pediatria
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
35
Tabela 14: Perfil nosológico das internações de pacientes adultos – HS - Ano 6
Internações de pacientes adultos (17 anos ou mais) - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de Permanência
(dias)
Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas
(S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 - Y98) 3.501 36,1 10,0
Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 1.693 17,5 16,7
Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.198 12,4 8,8
Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 897 9,2 14,6
Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 520 5,4 25,1
Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 394 4,1 18,6
Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,
não classificados em outra parte (R00 - R99) 381 3,9 11,5
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 195 2,0 16,7
Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 184 1,9 15,4
Neoplasias (C00 - D48) 168 1,7 20,5
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00 - E90) 121 1,2 12,9
Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 112 1,2 37,4
Outros 686 7,1 -
Total 9.698 100,0 -
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 15: Doenças mais prevalentes nas internações de adultos, excluídas causas externas - HS - Ano 6
Internações de pacientes adultos - 14/09/2015 a 13/09/2016
Não relacionados às Causas Externas N %*
1- Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.8)
2- Transtornos da vesícula, vias biliares e pâncreas (K80.0 – K87.0)
3- Outras doenças bacterianas (A30.9 – A49.9)
4- Calculose renal (N20.0 – N21.9)
5- Outras formas de doenças do coração (I31.3 – I51.6)
6- Doenças do apêndice (K35.0 – K38.2)
5- Influenza (gripe) e pneumonia (J12.9 – J18.9)
6- Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5)
9- Outras doenças do aparelho urinário (N30.0 – N39.9)
10- Insuficiência renal (N17 – N19)
930
513
429
388
324
302
250
241
216
185
9,6
5,3
4,4
4,0
3,3
3,1
2,6
2,5
2,2
1,9
Fonte: Sistema Informatizado – HS
*Percentual em relação ao total geral de internações de pacientes adultos
Nas internações pediátricas (tabela 16), prevaleceram as causas externas, com 637 internações
(29,2%), seguidas das doenças do aparelho respiratório, com 509 (23,3%), doenças de pele e tecido
subcutâneo, com 232 (10,6%) e do aparelho digestivo, com 212 (9,7%).
36
Tabela 16: Perfil nosológico das internações de pacientes pediátricos - HS - Ano 6
Internações de pacientes pediátricos (até 16 anos) - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de Permanência (dias)
Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas
(S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 - Y98) 637 29,2 6,7
Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 509 23,3 8,6
Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 232 10,6 6,8
Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 212 9,7 7,1
Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 130 6,0 6,3
Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 104 4,8 8,9
Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos
imunitários (D50 – D89) 55 2,5 8,4
Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,
não classificados em outra parte (R00 - R99) 55 2,54 8,6
Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (I00 - I99) 54 2,5 7,7
Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 40 1,8 12,4
Outros 155 7,1 -
Total 2.183 100,0 -
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 17: Doenças mais prevalentes nas internações pediátricas, excluídas causas externas - HS - Ano 6
Internações de pacientes pediátricos - 14/09/2015 a 13/09/2016
Não relacionados às Causas Externas N %*
1- Infecções de pele e do tecido subcutâneo (L01.0 – L08.0)
2- Influenza (gripe) e pneumonia (J12.9 – J18.9)
3- Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J43.9 – J45.9)
4- Doenças do apêndice (K35.0 – K38.9)
5- Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores (J20.8 – J22)
6- Doenças infecciosas intestinais (A06.2 – A09)
7- Outras doenças do aparelho urinário (N30.0 – N39.9)
8- Anemias hemolíticas (D57.0 – D59.9)
9-Doenças dos órgãos genitais masculinos
10- Outras doenças bacterianas (A30.0 – A49.9)
215
205
147
129
114
45
43
42
40
29
9,8
9,4
6,7
5,9
5,2
2,1
2,0
1,9
1,8
1,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
*Percentual em relação ao total geral de internações de pacientes pediátricos
3.6 INTERNAÇÕES POR CAUSAS EXTERNAS
Como demonstrado nas tabelas 14 e 16, as causas externas foram importantes motivos de
internação, tanto na população adulta, quanto na pediátrica. O gráfico 24 mostra que nos seis anos do
HS houve aumento das internações por este perfil nosológico, atingindo 4.163 no sexto ano (34,5% do
total), mas com nítida redução de sua Média de Permanência, chegando a 8,5 dias no último ano. Este
37
fato pode ser atribuído as algumas ações implementadas, incluindo a reestruturação do Serviço de
Ortopedia e a Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado.
Gráfico 24: Número de internações por causas externas e Média de Permanência – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na tabela 18 está demonstrado o comportamento da Média de Permanência dos principais
grupos de causas externas, considerando todas as faixas etárias, sendo observada redução deste
indicador nos dois últimos anos.
Tabela 18: Média de Permanência nos principais grupos de causas externas – HS – Ano 1 a 6
Média de Permanência (dias) – Ano 1 a 6
Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Traumatismo do joelho e da perna
(S82 – S89.9)
10,7
8,3 10,2 11,7 8,8 8,9
Traumatismo da cabeça
(S00 – S09.9)
9,7 11,5 11,7 11,9 10,2 10,4
Traumatismo do quadril e da coxa
(S70.0 – S75.0)
15,7 16,1 16,9 18,7 14,5 11,2
Traumatismo do cotovelo e do antebraço
(S51.0 – S56.4)
5,3 5,2 6,3 7,9 6,1 6,1
Traumatismo do tornozelo e do pé
(S90.0 – S99.9)
9,6 6,9 6,9 8,1 6,2 6,1
Traumatismo do ombro e do braço
(S41.0 – S49.7)
7,6 6,8 9,8 9,9 7,6 6,1
Traumatismo do abdômen, dorso, lombar e pelve
(S30.2 – S39.9)
9,3 11,6 10,4 11,1 9,0 8,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Algumas peculiaridades sobre as internações por causas externas merecem ser apontadas, a
exemplo de sua distribuição por procedência. Conforme demonstrado no gráfico 25, 47,8% dos
pacientes foram procedentes do distrito do Subúrbio Ferroviário e do seu entorno, porém 27,9%
vieram de outros bairros de Salvador e 24,3% de outros municípios. Isto reforça o perfil institucional
de urgência e emergência, que inclui o atendimento referenciado ao trauma.
2.558
3.483 3.670 3.760
4.5824.163
7,8 8,3 9,611,2
8,9 8,5
0
6
12
18
24
30
0
1.500
3.000
4.500
6.000
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
dia
s
Nú
mero
Internações por causa externas Média de Permanência
38
Gráfico 25: Internações das causas externas por procedência – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Considerando as características demográficas dos pacientes internados por este perfil
nosológico, conforme gráfico 26, foi observado predomínio do gênero masculino, com 71% das
internações. Vale salientar a nítida diferença na distribuição das internações por gênero e faixa etária,
como demonstrado nos gráficos 27 a 30, onde 1.497 pacientes masculinos (50,7%) e 317 femininos
(26,2%) tinham entre 18 e 40 anos, enquanto 287 masculinos (9,7%) e 406 femininos (33,6%) tinham
acima de 60 anos. Estes dados podem ser justificados por uma maior exposição a este risco na
população masculina, desde a adolescência à fase adulta.
Gráfico 26: Distribuição das internações por causas externas por
gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 27: Internações das causas externas por faixa etária no gênero masculino – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
29,4
18,4
27,924,3
Subúrbio Ferroviário Entorno do Subúrbio Outros bairros Outros municípios
Procedência (%)
2.955
pacientes
71%
1.208
pacientes
29%
Masculino
Feminino
34 56
171
324
883
614
312274
15283 52
0
250
500
750
1.000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero MasculinoN N 2.955
39
Gráfico 28: Internações das causas externas por faixa etária no gênero feminino – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 29: Internações das causas externas no Gráfico 30: Internações das causas externas no
gênero masculino por grupo etário – HS – Ano 6 gênero feminino por grupo etário – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
3.6 INTERNAÇÕES E DOENÇAS RENAIS
A insuficiência renal é uma condição clínica prevalente no hospital, seja como motivo
primário de admissão ou somando-se a outras disfunções de órgãos, a exemplo dos pacientes que
internam com Sepse e Choque Séptico. Ressalta-se que muitos dos pacientes desconheciam ter o
diagnóstico e já chegavam com quadros urêmicos, em urgência dialítica. Isto reflete uma fragilidade
na rede básica de atenção à saúde em relação ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de
pacientes que possuem comorbidades frequentemente relacionadas, como a hipertensão arterial e o
diabetes mellitus.
A instituição possui Serviço de Hemodiálise para pacientes agudos, tendo realizado
4.637 sessões no último ano, representando uma média de 12,7 sessões por dia. O gráfico 31
mostra o quantitativo mensal de hemodiálises realizadas, com evidente crescimento.
27 34 78 68159 158 128 150 130 144 132
0
250
500
750
1.000
Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos
Gênero FemininoN N 1.208
19,8
50,7
19,8
9,7
Gênero Masculino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
17,1
26,2
23
33,6
Gênero Feminino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
40
Gráfico 31: Número de sessões de hemodiálise por mês – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A alta demanda de pacientes renais dialíticos no hospital reflete não apenas a
quantidade de internamentos, mas, principalmente a grande dificuldade para sua
desospitalização. Após a estabilização do quadro clínico e o controle metabólico, é necessário
garantir a continuidade da terapia renal substitutiva em serviços ambulatoriais da rede de
saúde, que vem se mostrando insuficiente.
O gráfico 32 mostra a Média de Permanência hospitalar dos pacientes que foram
cadastrados para matrícula em Clínicas de Hemodiálise, evidenciando também o grande
tempo de espera após este cadastro.
Gráfico 32: Média de Permanência de pacientes que aguardam Hemodiálise ambulatorial – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
É evidente o impacto negativo da elevada permanência dos pacientes que aguardam
hemodiálise ambulatorial, não apenas nos indicadores institucionais quantitativos e
qualitativos (Taxa de Ocupação Hospitalar, Média de Permanência e Giro de Leito), como
principalmente no grau de ansiedade e angustia gerado nos pacientes e seus familiares.
345400
361 361323
331307
374 372
448
554
461
11,5 12,9 12 11,7 10,4 11,4 9,912,5 12
14,917,9
15,4
0
10
20
30
40
0
200
400
600
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Mês
Méd
ia d
iária
Nú
mero
Total mensal Média diária
58,9
97,3
56,7
7779,8
94,7
45,8
68,6
41,4
64,158
70,2
41,8
85,1
46,456,3
66,575,7
30,6
54,9
24,5
44,3 47,852
0
50
100
150
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Mês
Méd
ia d
e P
erm
an
ên
cia
(dia
s)
Média de Permanência Tempo em lista de espera
41
4 UNIDADES DE INTERNAÇÃO ABERTAS
O hospital interna pacientes para diversas especialidades e adota o modelo de Medicina
Hospitalar na área de Clínica Médica. Sabe-se que a imersão do médico nas Unidades de Internação
Abertas (UI’s) proporciona uma maior integração da equipe multidisciplinar, permite reavaliações de
pacientes mais graves e ajustes terapêuticos mais precoces, favorecendo o processo assistencial.
4.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UI’s
Na tabela 19, estão demonstrados alguns indicadores hospitalares das UI’s estratificados por
tipo de clínicas no sexto ano. Chamam atenção as altas Taxas de Ocupação, especificamente nas UI’s
destinadas aos pacientes adultos, tanto clínicos, quanto cirúrgicos, refletindo a alta demanda aliada a
perfis de maior permanência.
Tabela 19: Indicadores das Unidades de Internação abertas - HS – Ano 6
Unidades Leitos
Operacionais
N
Número de
Internações
N
Taxa de
Ocupação
%
Média de
Permanência
dias
Unidades Cirúrgicas
UI Adulto I
UI Adulto II
UI Adulto Térreo II
31
28
12
1.753
1.834
1.735
97,1
98,1
38,6
6,3
5,5
3,1
Unidades Clínicas
UI Adulto III
UI Adulto IV
UI Adulto Térreo
30
29
27
884
934
730
100,0
98,3
97,2
12,7
11,2
13,2
Unidades Pediátricas
UI Pediátrica I
UI Pediátrica II
32
20
2.225
78
78,1
4,0
4,1
3,4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Os gráficos 33 e 34 evidenciam o comportamento das Médias de Permanência nas Unidades
Cirúrgicas e Clínicas, respectivamente. Nota-se que as Unidades Clínicas tiveram maiores Médias de
Permanência, sendo crescente em relação aos anos anteriores. Isto decorre da mudança no perfil
nosológico de suas internações, aliada as dificuldades enfrentadas para a desospitalização, a exemplo
dos pacientes com insufiiciência renal em terapia dialítica e dos pacientes oncológicos, que requerem
tratamento específico, ou mesmo dos pacientes que se tornam crônicos e que permanecem internados
por falta de acesso a rede de serviços públicos.
42
A UI Adulto Térreo II, com 12 leitos, foi iniciada a partir do segundo ano do hospital e
direcionada aos pacientes cirúrgicos de menor complexidade e curta permanência. Vem mantendo
Média de Permanência baixa, possibilitando um maior número de internações.
Gráfico 33: Média de Permanência das UI’s Cirúrgicas - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 34: Média de Permanência das UI’s Clínicas - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O gráfico 35 mostra as Médias de Permanência nas unidades pediátricas, com marcante
redução no último ano. Ressalta-se que houve mudança do modelo assistencial na pediatria, onde o
paciente passa a ter seu acompanhamento integral pela mesma equipe de especialistas, desde o
atendimento inicial até a alta hospitalar, constituindo-se a Linha de Cuidado Pediátrica.
Gráfico 35: Média de Permanência das UI’s Pediátricas - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
5,3 5,15,6 52,8
7,3 6,4
2,7
7,7 6,7
3
6,4 6,7
2,9
6,35,5
3,1
0
10
20
30
UI Adulto I UI Adulto II UI Adulto Térreo II
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
7,2 8,1 7,47,1 8,2 8,19,8 10 10,69,4 10,6 11,211,6 12,9 12,612,7
11,213,2
0
10
20
30
UI Adulto III UI Adulto IV UI Adulto Térreo
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
5,2 5,25,3 5,36,8 6,46,3 5,55,3 4,94,1 3,4
0
10
20
30
UI Pediátrica I UI Pediátrica II
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
UI’s Cirúrgicas
UI’s Clínicas
UI’s Pediátricas
dias
dias
dias
43
Visando a otimização dos leitos no hospital, considerando as Taxas de Ocupação das unidades
Pediátricas I e II, que no Ano 5 foram de 80,7% e 78,4%, respectivamente, no início do Ano 6 a UI
Pediátrica II foi destivada. Vale ressaltar que esta medida não impactou negativamente na oferta de
leitos de pediatria, uma vez que houve aumento no número de internações, passando de 1.797 para
2.225 no último ano, com Taxa de Ocupação mantida em 78,1%.
4.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UI’s
As tabelas 20, 21 e 22 mostram os principais motivos de internação, com suas Médias de
Permanência nas Unidades Cirúrgicas, Clínicas e Pediátricas, justificando as diferenças observadas
neste indicador.
Visando à otimização da assistência diante da demanda, a UI Adulto I foi definida para o
tratamento de pacientes pela especialidade de ortopedia e traumatologia, a UI Adulto II para as demais
especialidades cirúrgicas e a Adulto Térreo II para todas, porém para pacientes com perfil de menor
complexidade e previsão de menor tempo de internação.
Assim, na UI Adulto I predominou os traumas de extremidades, na UI Adulto II o trauma
craniano e os transtornos da vesícula biliar, vias biliares e pâncreas e apêndice e na UI Adulto Térreo
II a calculose renal, os transtornos da vesícula biliar, vias biliares e pâncreas, as doenças do apêndice e
os traumas de extremidades que requerem menor permanência hospitalar (tabela 20).
Tabela 20: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Cirúrgicas – HS – Ano 6
UI Adulto I UI Adulto II UI Adulto Térreo II
N 1.753 - MPe 6,3 N 1.834 - MPe 5,5 N 1.735 - MPe 3,1
Descrição % dias % dias % dias
Traumatismo do joelho e perna
(S80.9-S89.9)
29,6 8,9 1,4 8,8 7,9 5,3
Traumatismo do quadril e coxa
(S72-S76.1)
25,9 8,6 0,9 7,2 3,3 5,5
Traumatismo cotovelo e antebraço
(S51.8-S56.2)
12,7 6,3 0,8 5,7 5,2 4,4
Traumatismo do tornozelo e pé
(S90.0-S98.3)
9,4 6,3 0,6 4,8 4,6 3,8
Traumatismo do ombro e braço
(S42.0-S46.7)
9,0 6,9 0,7 5,4 4,2 5,0
Traumatismo abdômen, dorso, lombar e
pelve (S32.0-S36.7)
1,5 12,6 4,8 5,8 2,9 5,6
Traumatismo de cabeça
(S02.0-S06.9)
0,4 7,9 16.6 7,1 8,7 4,1
Transtornos da vesícula biliar, vias biliares e
pâncreas (K80.1-K86.0)
- - 10,5 5,5 9,7 3,1
Doenças do apêndice
(K35.0-K35.9)
- - 8,0 4,8 9,0 3,3
Calculose Renal
(N20.0-N21.9)
- - 4,5 5,4 10,6 3,2
Fonte: Sistema Informatizado – HS
44
Nas Unidades Clínicas, chama a atenção que a maior Média de Permanência observada foi na
UI Adulto Térreo, com 13,2 dias. Esta unidade é prioritariamente destinada para internações das
especialidades de neurologia clínica e nefrologia, justificando assim a alta prevalência de pacientes
com doenças cerebrovasculares (67,4%) e insuficiência renal (13,6%), com Média de Permanência de
10,8 dias e 44,9 dias, respectivamente (tabela 21). Vale salientar a dificuldade de desospitalização dos
pacientes que demandam de Terapia Dialítica na Rede Ambulatorial, impactando inclusive no
indicador hospitalar de Tempo Médio de Permanência.
Nas demais Unidades Clínicas destacaram-se as internações por infecção, especialmente
pneumonias, as doenças do coração, entre elas as doenças isquêmicas, as doenças hipertensivas, e o
diabetes mellitus, além das doenças cerebrovasculares e insuficiência renal, que embora menos
frequentes, impactam no tempo de internação.
Vale ressaltar a internação nestas unidades de pacientes com comorbidades crônicas e com
disfunções orgânicas, favorecendo para uma maior permanência hospitalar.
Tabela 21: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Clínicas – HS – Ano 6
UI Adulto III UI Adulto IV UI Adulto Térreo
N 884 - MPe 12,7 N 934 - MPe 11,2 N 730 - MPe 13,2
Descrição % dias % dias % Dias
Influenza (gripe) e pneumonia
(J15.3-J18.9)
10,9 15,1 9,1 14,8 0,5 5,7
Outras formas de doenças do coração
(I31.3-I51.1)
10,3 10,7 10,4 10,2 1,1 21,5
Doenças hipertensivas
(I10-I11.9)
8,7 14,1 8,1 9,8 3,7 26,3
Doenças isquêmicas do coração
(I20.0-I25.2)
7,4 11,0 8,4 9,3 - -
Outras doenças do aparelho urinário
(N30.0-N39.0)
7,4 13,8 7,1 11,9 0,2 27,0
Outras doenças bacterianas
(A40.3-A49.9)
7,1 22,8 4,8 24,3 0,5 33,7
Diabetes Mellitus
((E10.0-E14.9)
5,2 15,1 5,5 14,6 1,9 41,8
Insuficiência renal
(N17.0-N19)
4,8 12,8 4,0 13,8 13,6 44,9
Doenças cerebrovasculares
(I60.3-I69.4)
3,8 30,3 5,4 21,7 67,4 10,8
Fonte: Sistema Informatizado – HS
As Unidades Pediátricas apresentaram perfis nosológicos semelhantes, com predomínio das
doenças respiratórias, de pele e do tecido subcutâneo e as doenças do apêndice. Também foram
frequentes as internações devido aos traumas de extremidades. Todos estes perfis com baixas Médias
de Permanência hospitalar (tabela 22).
45
Tabela 22: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Pediátricas – HS – Ano 6
UI Pediátrica I UI Pediátrica II
N 2.225 - MPe 4,1 N 78 - MPe 3,4
Descrição % dias % dias
Infecções de pele e do tecido subcutâneo
(L01.0-L08.9) 10,5 5,9 1,6 6,0
Influenza (gripe) e pneumonia
(J12.8-J18.9)
9,6 7,4 4,8 4,3
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores
(J45.0-J45.9)
7,2 4,1 4,8 4,7
Doenças do apêndice
(K35.0-K35.9)
6,1 5,0 6,3 4,3
Traumatismo da cabeça
(S00.9-S09.9)
5,7 5,5 9,5 7,2
Traumatismo do cotovelo e do antebraço
(S52.0-S53.4)
5,7 3,7 9,5 2,4
Outras infecções agudas das vias aéreas
inferiores (J20.8-J22)
5,4 5,0 - -
Traumatismo do ombro e do braço
(S42.2-S42.4)
4,7 3,6 6,3 4,3
Traumatismo do joelho e da perna
(S81.0-S86.0)
3,0 6,0 4,8 6,7
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Diante da alta demanda para internamento de pacientes adultos, os 20 leitos da unidade
Pediátrica II, atualmente desativados, deverão ser incorporados à UI Adulto Térreo II, logo que
aprovada a Remodelagem do HS.
46
5 TERAPIA INTENSIVA
As unidades de terapia intensiva (UTI’s) possuem uma estrutura capaz de fornecer suporte
para pacientes graves, com potencial risco de vida. Contudo, o envelhecimento da população e a
sobrevivência de pacientes às doenças previamente fatais, tornando-se crônicos e criticamente
enfermos, são desafios para o equilíbrio entre a oferta e o uso racional deste recurso. Soma-se a isto, a
deficiência da rede básica e a dificuldade de acesso a assistência à saúde, retardando diagnósticos e
favorecendo a progressão de doenças, muitas delas vistas já em situações de gravidade maior.
O Serviço de Terapia Intensiva do HS possui 60 leitos que são distribuídos em quatro
unidades com perfis bem definidos. As UTI’s Adulto I e II (20 leitos) e a UTI Adulto III (20 leitos)
são gerais, enquanto a UTI Cirúrgica (10 leitos) é destinada para pacientes adultos em pós-operatório e
a UTI Pediátrica (10 leitos) para pacientes com faixa etária de até 16 anos.
5.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UTI’S
Na tabela 23 estão demonstrados os indicadores das UTI’s no sexto ano do hospital, sendo
observadas altas Taxas de Ocupação, especialmente nas unidades de pacientes adultos, o que reflete a
alta demanda de pacientes críticos na instituição. A UTI Pediátrica apresentou uma Taxa de Ocupação
de 79,7%, porém foi a unidade com menor Média de Permanência (4,7 dias).
Tabela 23: Indicadores das Unidades de Terapia Intensiva - HS - Ano 6
Unidades Leitos
Operacionais
N
Número de
Internações
N
Taxa de
Ocupação
%
Média de
Permanência
dias
UTI Adulto I e II 20 642 98,0 11,2
UTI Adulto III 20 696 93,6 9,8
UTI Cirúrgica 10 444 97,7 8,0
UTI Pediátrica 10 618 79,7 4,7
Fonte: Sistema Informatizado – HS
As Médias de Permanência das UTI’s Adulto I e II e UTI Adulto III foram as maiores, com
11,2 e 9,8 dias, respectivamente, sendo justificáveis considerando o perfil nosológico e o risco
estimado pelo escore Apache II, como será mostrado posteriormente. Ressalta-se que diante da alta
demanda de pacientes críticos, são priorizados os mais instáveis e com necessidade de procedimentos
invasivos, a exemplo de ventilação mecânica e terapia dialítica, seguindo os critérios institucionais de
prioridade de admissão em UTI, o que impacta na Média de Permanência dos pacientes.
47
O gráfico 36 mostra o comportamento da Média de Permanência nas Unidades Intensivas ao
longo dos seis anos, sendo observada estabilização deste indicador nas unidades gerais (UTI Adulto I e
II e UTI Adulto III). Vale salientar que a UTI Adulto III até o segundo ano do hospital era uma
unidade Semi Intensiva, que sofreu readequação diante da demanda de pacientes críticos. A Unidade
Cirúrgica apresentou aumento da Média de Permanência de 6,9 dias para 8,0 dias, diante da internação
de pacientes clínicos, atendendo a demanda interna. A UTI Pediátrica apresenta redução progressiva
deste indicador, atingindo 4,7 dias no último ano.
Gráfico 36: Média de Permanência das Unidades Intensivas - HS - Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
5.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UTI’s
As UTI’s Adulto I e II e UTI Adulto III são unidades que geralmente atendem a demanda da
Emergência, tendo perfis nosológicos semelhantes, com predomínio de pacientes clínicos. Porém, não
foi incomum o encaminhamento de pacientes procedentes do Centro Cirúrgico, justificada pelo
próprio perfil institucional de urgência e emergência, onde as internações por causas externas e de
especialidades cirúrgicas foram as mais frequentes.
O gráfico 37 traz a distribuição das internações nas UTI’s Adulto I e II por grupos
nosológicos, onde as doenças do aparelho circulatório foram as mais prevalentes, com 26,2%,
seguidas das doenças infecciosas, com 20,0% e das causas externas, com 16,3%. Chama a atenção que
são perfis de patologias com maior demanda de procedimentos invasivos e de tempo de internação na
unidade.
Conforme a tabela 24, que apresenta as principais doenças por grupos de CID e por ordem de
prevalência, predominou as doenças bacterianas, doenças cerebrovasculares e o traumatismo craniano.
Vale salientar que muitas das internações com comprometimento neurológico foram em pós-
operatório de craniotomias, para descompressões e drenagens de hematomas.
6,6 5,3 5,5 5,2
9,67,3 7,6 7,6
11,3 108,4 7,2
10,5 9,87,3 6,2
10,7 10,16,9 5,9
11,2 9,88
4,7
0
10
20
30
UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Unidades Intensivas dias
48
Gráfico 37: Internações por grupos nosológicos nas UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 24: Doenças mais prevalentes nas UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6
UTI’s Adulto I e II - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de
Permanência (dias)
Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 116 18,7 15,6
Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 96 15,5 12,4
Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 46 7,4 16,4
Sintomas e sinais gerais (R56.8-R58) 42 6,8 8,4
Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 37 6,0 7,6
Influenza (gripe) e pneumonia (J15 – J18.9) 27 4,4 10,7
Insuficiência renal (N17 – N18.9) 23 3,7 5,9
Sintomas e sinais relativos ao aparelho digestivo e abdomen (R10) 17 2,7 9,1
Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 14 2,3 4,4
Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5) 13 2,1 8,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na UTI Adulto III, conforme gráfico 38, os principais grupos nosológicos foram das doenças
do aparelho circulatório, com 32,1%, doenças infecciosas, com 17,4%, e as causas externas, com
16,2%. Dentre as patologias mais prevalentes, também foram marcantes as doenças cerebrovasculares,
doenças bacterianas e o traumatismo craniano, assim como nas UTI’s Adulto I e II (tabela 25).
Dentre os motivos de admissão na UTI Adulto III, chamou atenção o internamento por
insuficiência renal, com 11% das admissões, contrastando com 3,7% das admissões na UTI Adulto I e
II. Este fato é justificado pela presença de um leito rotativo na unidade que é direcionado para a
terapia dialítica, tendo alguns pacientes convertidos para internação por instabilização do seu quadro
clínico.
26,2
16,3
20,0
7,6
4,5
4,8
4,41,6
14,5
UTI's Adulto I e II Circulatório
Causa Externa
Infeccioso
Respiratório
Genitourinário
Digestivo
Neurológico
Neoplasia
Outros
%
49
Gráfico 38: Internações por grupos nosológicos na UTI Adulto III – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 25: Doenças mais prevalentes na UTI Adulto III – HS – Ano 6
UTI Adulto III - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de
Permanência (dias)
Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 120 18,2 12,0
Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 108 16,3 12,5
Insuficiência renal (N17 – N18.9) 73 11,0 6,2
Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 52 7,9 13,4
Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 45 6,8 8,7
Sintomas e Sinais gerais (R56.8-R58) 29 4,4 10,6
Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5) 31 3,8 7,1
Influenza (gripe) e pneumonia (J15 – J18.9) 28 4,2 5,6
Sinais e sintomas relativos ao aparelho digestivo e abdômen (R10.0) 16 2,4 10,3
Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 13 2,0 3,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na UTI Cirúrgica, conforme o gráfico 39 e tabela 26, as causas externas foram marcantes,
com 32,6% das internações, chamando a atenção o traumatismo de cabeça e do quadril e coxa. Outro
grupo prevalente foi o relacionado às doenças do aparelho circulatório, com 23,8%, que inclui as
doenças cerebrovasculares, as doenças do coração e vasculares periféricas. As doenças do aparelho
digestivo e as infecciosas também foram vistas, especialmente em pós-operatório.
A despeito do perfil cirúrgico, casos clínicos foram admitidos na contingência, por não
disponibilidade de leitos nas outras unidades intensivas. Neste contexto, os pacientes são
posteriormente redirecionados, conforme disponibilidade do leito e respeitando-se a condição clínica
para o transporte seguro.
32,1
16,2
17,4
5,9
11,6
3,51,8 1,1
10,7
UTI's Adulto III Circulatório
Causa Externa
Infeccioso
Respiratório
Genitourinário
Digestivo
Neurológico
Neoplasia
Outros
%
50
Gráfico 39: Internações por grupos nosológicos na UTI Cirúrgica – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Tabela 26: Doenças mais prevalentes na UTI Cirúrgica – HS – Ano 6
UTI Cirúrgica - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de
Permanência (dias)
Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 61 14,8 11,7
Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 47 11,4 10,1
Sintomas e sinais relativos ao aparelho digestivo e abdômen (R10 – R10.4) 38 9,2 6,6
Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 25 6,1 4,1
Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 23 5,6 7,9
Sintomas e sinais gerais (R56.8-R58) 21 5,1 9,7
Doenças isquêmicas do coração (I20.0 – I25.5) 11 2,7 9,4
Outras formas de doença do coração (I30.1-I50.9) 10 2,4 8,4
Traumatismo envolvendo múltiplas regiões do corpo (T01.1 – T07) 10 2,4 11,0
Traumatismo do abdômen, dorso, coluna lombar e pelve (S31.1 – S36.7) 9 2,2 2,1
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na UTI Pediátrica, conforme gráfico 40 e tabela 27, foram prevalentes as doenças do aparelho
respiratório, com 40,9% das internações, seguida pelas causas externas, com 19,5%, das doenças do
aparelho digestivo, com 8% e das doenças infecciosas, com 6,2%. Destacou-se a Pneumonia como o
principal motivo (17,4%), seguido das doenças crônicas de vias aéreas inferiores (10,7%) e o
traumatismo craniano (9,8%).
Ressalta-se que, aliado a qualidade da equipe multiprofissional da unidade, foram condições
clínicas com menor demanda de procedimentos e consequente menor tempo de internação,
contribuindo para a redução da Média de Permanência alcançada no último ano.
23,8
32,66,6
3,4
3,4
5,4
2,2
5,1
17,4
UTI Cirúrgica Circulatório
Causa Externa
Infeccioso
Respiratório
Genitourinário
Digestivo
Neurológico
Neoplasia
Outros
%
51
Gráfico 40: Internações por grupos nosológicos na UTI Pediátrica – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 27: Doenças mais prevalentes na UTI Pediátrica– HS – Ano 6
UTI Pediátrica - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de
Permanência (dias)
Influenza (gripe) e Pneumonia (J15 – J18.9) 104 17,4 7,2
Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J43.9 – J45.9) 64 10,7 3,4
Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 59 9,8 3,9
Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores (J20.8 – J22) 44 7,3 3,6
Outras doenças do aparelho respiratório (J95.8 – J96.9) 24 4,0 4,2
Doenças infecciosas intestinais (A08.3-A09) 17 2,8 3,6
Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 16 2,7 9,3
Outras doenças dos intestinos (K56.1 –K63.1) 16 2,7 2,7
Doenças do apêndice (K35.0 – K35.9) 15 2,5 3,1
Traumatismo do abdômen, dorso, lombar e pelve (S39.9) 15 2,5 3,1
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Diante da demanda de pacientes críticos na instituição, a partir do quarto ano do hospital, a
área da Emergência destinada para estabilizar pacientes foi readequada em recurso humano e
tecnológico, passando a funcionar como UTI. Assim, 535 pacientes foram internados no setor de
Estabilização no último ano, com Média de Permanência de 6,7 dias.
Neste setor, dentre os perfis mais prevalentes, destacaram-se as doenças do aparelho
circulatório (36,1%), as doenças Infecciosas (23,1%) e as Doenças do Aparelho Respiratório (10%),
conforme demonstrado no gráfico 41 e Tabela 28.
2,5
19,5
6,2
40,9
2,3
8,0
3,80,5
16,0
UTI Pediátrica Circulatório
Causa Externa
Infeccioso
Respiratório
Genitourinário
Digestivo
Neurológico
Neoplasia
Outros
%
52
Gráfico 41: Internações por grupos nosológicos na Estabilização – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 28: Doenças mais prevalentes na Estabilização – HS – Ano 6
Estabilização - 14/09/2015 a 13/09/2016
Descrição Internações
N %
Média de
Permanência (dias)
Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 101 21,6 9,3
Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 95 20,3 7,2
Insuficiência renal (N17 – N18.9) 32 6,8 5,9
Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 30 6,4 7,1
Influenza (gripe) e Pneumonia (J15 – J18.9) 28 6,0 6,1
Doenças isquêmicas do coração (I20.0 – I25.5) 26 5,6 5,2
Sintomas e sinais gerais (R57-R69) 26 5,6 6,5
Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 9 1,9 4,3
Outras doenças do aparelho digestivo (K91.3-K92.0) 9 1,9 6,8
Fonte: Sistema Informatizado – HS
36,1
6,6
23,1
10,0
8,1
4,12,6
1,7 7,7
Estabilização Circulatório
Causa Externa
Infeccioso
Respiratório
Genitourinário
Digestivo
Neurológico
Neoplasia
Outros
%
53
6 BLOCO CIRÚRGICO
Nos seis anos do hospital, conforme demonstrado no gráfico 42, foi observado aumento
progressivo do número de procedimentos cirúrgicos, com pico de 11.666 no quinto ano e mantendo
11.475 no último ano, o que representou uma média de 31,4 procedimento-dia. Este fato pode ser
atribuído a alta demanda de pacientes na instituição com o perfil cirúrgico, aliado a maior eficiência
do Centro Cirúrgico no gerenciamento do seu processo e a reestruturação do Serviço de Ortopedia e
Traumatologia, o seu maior cliente.
Vale salientar que este aumento ocorreu tanto no paciente adulto, quanto no pediátrico,
conforme demonstrado no gráfico 43.
Gráfico 42: Procedimentos cirúrgicos – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Gráfico 43: Distribuição dos procedimentos por faixa etária – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 29 apresenta a distribuição dos procedimentos realizados ao longo dos seis anos do
hospital no paciente adulto, conforme as especialidades. Foi observado que houve aumento dos
procedimentos praticamente em todas as especialidades, com destaque para a ortopedia, cirurgia geral,
urologia, cirurgia plástica e neurocirurgia.
6.263
7.8839.118
9.660
11.666 11475
17,2
21,525 26,5
32 31,4
0
20
40
60
0
5.000
10.000
15.000
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Méd
ia d
e P
ro
ced
imen
to-d
ia
To
tal d
e P
ro
ced
imen
tos
Número de Procedimentos Média de Procedimento-dia
5.0656.346
7.4127.941
9.375 9217
1.1981.537 1.706 1.719 2.284 2258
0
5.000
10.000
15.000
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Adulto Pediátrico
N
54
Tabela 29: Procedimentos cirúrgicos em pacientes adultos – HS – Ano 1 a 6
Especialidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
N % N % N % N % N % N % Ortopedia 1.628 32,1 1.968 31,0 1.980 26,7 2.196 27,7 2.921 31,2 2.946 32,0
Cir. geral 1.478 29,2 2.025 31,9 1.905 25,7 1.934 24,4 2.212 23,6 2.097 22,8
Urologia 747 14,7 913 14,4 1.106 14,9 1.029 13,0 1.120 11,9 1.076 11,7
Cir. Plástica 382 7,5 541 8,5 587 7,9 635 8,0 900 9,6 1.103 12,0
Neurocirurgia 306 6,0 337 5,3 468 6,3 520 6,5 629 6,7 736 8,0
Cir. Vascular 200 3,9 289 4,6 354 4,8 365 4,6 378 4,0 315 3,4
Cir. Torácica 173 3,4 119 1,9 170 2,3 157 2,0 152 1,6 287 3,1
Bucomaxilo 58 1,1 86 1,4 137 1,8 103 1,3 147 1,6 128 1,4
Outros 93 1,8 68 1,1 705 9,5 1.002 12,6 916 9,8 529 5,6
Total 5.065 100,0 6.346 100,0 7.412 100,0 7.941 100,0 9.375 100,0 9.217 100,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vale salientar que no grupo “Outros Procedimentos” estão considerados os procedimentos
percutâneos (cateterismo cardíaco, arteriografia cerebral e periférica), as instalações de acessos
vasculares (cateter de sorensen) e os procedimentos endoscópios (endoscopia digestiva, colonoscopia,
gastrostomia endoscópica e broncoscopia). Também fazem parte deste grupo os relacionados à
especialidade de oftalmologia.
No paciente pediátrico, conforme tabela 30, merece destaque o aumento progressivo dos
procedimentos realizados pela cirurgia pediátrica, que atingiu a proporção de 60,2% no último ano.
Tabela 30: Procedimentos cirúrgicos em pacientes pediátricos – HS – Ano 1 a 6
Especialidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 N % N % N % N % N % N %
Cir. geral 422 35,2 699 45,5 921 54,0 1.024 59,6 1.378 60,3 1.359 60,2
Ortopedia 332 27,7 440 28,6 430 25,2 370 21,5 472 20,7 484 21,4
Cir. Vascular 118 9,8 62 4,0 12 0,7 26 1,5 16 0,7 19 0,8
Cir. Plástica 72 6,0 128 8,3 125 7,3 104 6,1 114 5,0 128 5,7
Cir. Torácica 60 5,0 43 2,8 54 3,2 48 2,8 89 3,9 62 2,7
Neurocirurgia 60 5,0 57 3,7 66 3,9 62 3,6 62 2,7 66 2,9
Urologia 59 4,9 70 4,6 61 3,6 58 3,4 76 3,3 109 4,8
Bucomaxilo 17 1,4 9 0,6 11 0,6 9 0,5 17 0,7 20 0,9
Outros 58 4,8 29 1,9 26 1,5 9 0,5 60 2,6 11 0,6
Total 1.198 100,0 1.537 100,0 1.706 100,0 1.710 100,0 2.284 100,0 2.258 100,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
55
7 SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (SADT)
O SADT do Hospital do Subúrbio é constituído pelo laboratório de análises clínicas, serviço
de bioimagem, métodos gráficos (eletrocardiograma e eletroencefalograma), endoscopia (endoscopia
respiratória e digestiva) e laboratório de hemodinâmica. Este último realiza procedimentos
diagnósticos nas áreas de cardiologia, cirurgia vascular e neurologia, complementados por
procedimentos terapêuticos coronarianos, conforme demanda e gravidade clínica.
O serviço de bioimagem engloba as modalidades de radiologia geral, tomografia
computadorizada, ultrassonografia e ressonância magnética, atuando 24 horas por dia e nos 7 dias da
semana. Tem foco nas demandas internas e, no caso da ressonância magnética, atende também
pacientes externos através da Central Estadual de Regulação de Alta Complexidade do estado da
Bahia (CERAC).
Foram mais de 2 milhões de procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico nos seis anos
do hospital, conforme demonstrado na tabela 31. No entanto, houve marcante redução do número de
exames até o terceiro ano, quando a instituição incorporou o “Exame Consciente” na Política de
Segurança do Paciente. Isto favoreceu a racionalização deste recurso, evitando o desperdício e
otimizando o desempenho assistencial.
Vale salientar ainda que a redução pode também ser justificada pela diminuição dos
atendimentos dos pacientes classificados como Verdes e Azuis, na urgência e emergência,
concomitante com a melhoria da rede de atenção primária e secundária do distrito, conforme
previamente comentado.
Tabela 31: Número de procedimentos de apoio diagnósticos e terapêutico – HS – Ano 1 a 6
Procedimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano4 Ano 5 Ano 6 Laboratório 439.440 387.221 182.303 186.862 199.827 169.713
Radiografia 53.172 50.567 46.195 47.669 54.596 47.566
Tomografia 14.185 15.831 14.383 14.817 17.080 16.267
ECG / EEG 9.118 8.836 6.720 6.735 6.812 5.459
Ultrassom 2.860 9.753 6.923 5.949 5.460 4.446
Ressonância Magnética 670 2.312 1.752 2.010 2.145 2.043
Métodos Endoscópicos 1.617 1.337 627 284 285 200
Hemodinâmica* - - 705 543 246 202
Total 521.062 475.857 259.608 259.775 286.451 246.013
Fonte: Sistema Informatizado – HS
*Os procedimentos de Hemodinâmica foram considerados apenas os realizados em pacientes não internados
56
8 AGÊNCIA TRANSFUSIONAL
A Agência Transfusional do HS possui uma equipe especializada em prestar assistência
hemoterápica cujas competências estão definidas de acordo com a legislação vigente. É vinculada ao
Hemocentro Coordenador - HEMOBA, responsável pelo suprimento dos hemocomponentes de todos
os hospitais que compõem a rede de assistência do estado da Bahia vinculadas ao SUS.
O Hospital do Subúrbio, diante do seu perfil institucional de urgência e emergência,
predominantemente cirúrgico, onde as causas externas constituem o mais prevalente motivo de
internação, necessita de suporte de hemoterapia eficaz e eficiente. Logo, a Agência Transfusional do
HS vem acompanhando a programação de procedimentos invasivos e cirúrgicos e interagindo com as
especialidades médicas na busca da adequação da indicação clínica, conforme protocolos
institucionais estabelecidos. Além disto, vem realizando o gerenciamento de estoque dos
hemocomponentes. Estas ações impactam na adequação da demanda a oferta para esta terapia e na
redução do risco de complicações relacionadas.
No sexto ano do HS, ocorreram 6.305 hemotransfusões. No gráfico 44 está demonstrada a
distribuição da utilização de hemocomponentes por tipo, sendo observada maior prevalência de
concentrado de hemáceas (61,6%), seguido de plasma fresco (19,6%), plaquetas (11,3%) e
crioprecipitado (7,5%).
Gráfico 44 : Distribuição do uso de hemocomponente - HS – Ano 6
Fonte: Hemoterapia / Sistema Informatizado – HS
3884
61,6%
1236
19,6%
712
11,3%
473
7,5%
Concentrado de hemácea Plasma
Plaquetas Crioprecipitado
N 6.305
57
9 ESPECIALIDADES CLÍNICAS
9.1 CLÍNICA MÉDICA
O Serviço de Clínica Médica encontra-se estruturado no modelo de Medicina Hospitalar, que
busca a qualidade da assistência através da participação efetiva do médico, atuando como líder no
planejamento da linha do cuidado assistencial.
Vale ressaltar que a integralidade do cuidado, numa atuação multiprofissional, permite um
melhor desempenho clínico, mesmo dentro de um perfil cuja complexidade e gravidade dos pacientes
se mostram crescentes. São desenvolvidas ações como rondas clínicas diárias (“rounds”) e visitas
multidisciplinares, que auxiliam no planejamento seguro do cuidado e na tomada de decisão, além de
melhorar a comunicação e o alinhamento entre os membros da equipe, reduzindo complicações e
propiciando a desospitalização precoce.
Os médicos da Clínica Médica atuam nas Unidades de Internação Adulto III e IV, respondem
interconsultas e acompanham, em conjunto com outras especialidades, alguns pacientes no pré e pós-
operatório, pacientes neurológicos e nefrológicos. Os médicos hospitalistas têm o desafio de assistir
aos pacientes com quadros agudos, boa parte deles com agravos múltiplos e com doenças crônicas,
muitas recém diagnosticadas e desconhecidas até então pelos pacientes.
No sexto ano do hospital, foram internados 884 e 934 pacientes nas Unidades de Internação III
e IV, respectivamente, conforme previamente demonstrado na tabela 19, num total de 1.818
internações. Dentre os principais motivos de admissão, foram prevalentes as doenças do coração,
especialmente as doenças isquêmicas e a insuficiência cardíaca, e as pneumonias (tabela 21). São
unidades com altas Médias de Permanência (tabela 32), justificadas pelo perfil de pacientes
internados, muitos dos quais com quadros crônicos e avançados de doença, com alta dependência e
internação prévia na Terapia Intensiva.
Tabela 32: Média de Permanência nas Internações de Clínica Médica – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Internações Clínicas
UI Adulto III
UI Adultoa IV
7,2
8,1
7,1
8,2
9,8
10,0
9,4
10,6
11,6
12,9
12,7
11,2
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vale salientar que o comportamento da Média de Permanência foi associado ao aumento da
complexidade dos pacientes, desde suas admissões, e dependência funcional, necessitando maior
tempo para recuperação. As doenças cerebrovasculares, com 3,8% das internações na Unidade III e
58
5,4% na Unidade IV, foram patologias de grande impacto na Média de Permanência, com 30,3 dias e
21,7 dias, respectivamente.
Quanto as interconsultas, a tabela 33 mostra a distribuição das solicitações nas unidades de
internação cirúrgicas (UI Adulto I, UI Adulto II e UI Adulto T II). Foram 242 solicitações, geralmente
para avaliação pré-operatória e para o manejo de complicações, resultando, algumas vezes, em
transferência de assistência para as unidades clínicas. O tempo médio de resposta da interconsulta foi
de 24 horas, dentro do acordo estabelecido entre estes processos.
Tabela 33: Distribuição das interconsultas por unidade cirúrgica solicitante – HS – Ano 6
Unidade
Número Percentual
UI Adulto I
33 13,6
UI Adulto II
169 69,8
UI Adulto Térreo II
16,5 10,5
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A busca do aprimoramento na formação e capacitação profissional é meta estratégica do
Hospital do Subúrbio. Assim, o Serviço de Clínica Médica disponibiliza programa de Residência
Médica, credenciado pelos Ministérios da Educação e da Saúde, e oferece campo de estágio para o
Internato do 10º semestre da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. A estratégia adotada de
ensino faz parte do esforço para a formação de um profissional imbuído nos valores éticos, humanos e
de integralidade no cuidado.
9.2 NEUROLOGIA
O Serviço de Neurologia Clínica é caracterizado pelo compromisso com a qualidade
assistencial, tanto no acompanhamento de pacientes internados e nas respostas de interconsultas,
quanto nos plantões presenciais na Emergência durante o período diurno.
As patologias neurológicas constituíram um importante motivo de internação hospitalar.
Dentre elas, houve destaque para as doenças cerebrovasculares, que, no sexto ano do HS,
corresponderam a 930 internações (9,6% do total das admissões nos pacientes adultos). O
acompanhamento pela especialidade foi definido para os casos Isquêmicos e Hemorrágicos não
cirúrgicos.
Diante da prevalência das doenças cerebrovasculares no contexto institucional e de sua
morbimortalidade, em julho de 2015 foi implantada a “Linha de Cuidado do Paciente com Acidente
59
Vascular Cerebral (AVC)”. Esta tem o racional de olhar para o paciente com suspeita de AVC desde
o seu atendimento inicial até o processo de desospitalização e encaminhamento para reabilitação,
conforme demanda. Tem uma visão multidisciplinar integrada, com definição de marcadores de
processos que impactam na efetividade do resultado (a exemplo da Taxa de Adequação da Terapia
Trombolítica), assim como os seus indicadores de desempenho, que vem sendo analisados, com ciclos
de melhoria contínua. No capítulo 11 está descrito os dados relacionados a esta linha estratégica.
Em relação às respostas de interconsultas, foram 2.472 no sexto ano, resultando em uma
média de 6,8 por dia, com tempo médio de resposta foi de 5,6 horas, demonstrando a organização e
eficiência do serviço.
60
10 ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS
10.1 ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
O Serviço de Ortopedia e Traumatologia do HS tem como objetivo o atendimento integral do
paciente portador de trauma ortopédico. Busca realizar o atendimento inicial fazendo o diagnóstico das
afecções ortopédicas, aplicar o tratamento definitivo (cirúrgico ou conservador), acompanhar o
paciente através do Ambulatório de Egressos até a consolidação das fraturas e reabilitação funcional e
efetuar procedimentos secundários, se necessários, durante o seguimento do paciente.
A equipe se divide entre plantões de emergência e atividades nas alas de internação e no
Ambulatório de Egressos, além de realizar os procedimentos cirúrgicos. Vale salientar que a
especialidade sofreu reestruturação, com a incorporação de uma médica clínica para o
acompanhamento dos pacientes internados nas enfermarias, que aliado ao Serviço de Anestesiologia e
a Agência Transfusional na busca de redução do tempo pré-operatório, promoveu melhoria nos
indicadores quantitativos e qualitativos, a exemplo do aumento no número de atendimentos e de
procedimentos cirúrgicos, redução da média de permanência e da mortalidade por grupo nosológico.
No sexto ano do hospital, foram 9.703 atendimentos realizados pela especialidade na
Emergência e Urgência Ortopédica e 10.320 no Ambulatório de Egressos, conforme gráficos 45 e 46,
correspondendo a 17,3% e 63,9% do total de atendimentos nestes setores, respectivamente.
Gráfico 45: Atendimentos na Urgência e Emergência Gráfico 46: Atendimentos no Ambulatório de Egressos
pela Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6 pela Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 34 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade ao longo dos seis
anos do hospital, tendo ocorrido 9.703 atendimentos de urgência e emergência no último ano e 10.320
atendimentos no Ambulatório de Egressos, estes distribuidos em quatro turnos semanais. Em ambos,
predominaram pacientes adultos.
9.703;
17,3%
Urgência e Emergência
Ortopedia e
Traumatologia
Outros
10.320;
63,9%
Ambulatório de Egressos
Ortopedia e
Traumatologia
Outros
61
A tabela também mostra o quantitativo de interconsultas para a especialidade, com 2.925
solicitações, representando uma média de 8,0 por dia. O tempo médio de resposta foi de 6,9 horas.
Tabela 34: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência e Emergência
Total
Média diária
7.797
21,4
11.568
31,7
10.114
27,7
10.039
27,5
11.510
31,5
9.703
27,9
Ambulatório de Egressos
Total 4.896 8.367 9837 9.005 9.678 10.320
Interconsultas
Total
Média diária
1.872
5,1
2.790
7,6
2.995
8,2
3.264
8,9
3.773
10,3
2.925
8,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Em relação aos procedimentos cirúrgicos, foram realizados 3.430 no sexto ano, representando
29,9% do total (gráfico 47). Na tabela 35 pode ser observado que houve aumento progressivo do
número de procedimentos, atingindo uma média de 9,4 por dia, sendo predominante em pacientes
adultos, com 85,9%.
Gráfico 47: Procedimentos cirúrgicos da Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 35: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Pacientes adultos
Pacientes pediátricos
Total
Média diária
1.628
332
1.960
5,4
1.968
440
2.408
6,6
1.980
430
2.410
6,6
2.196
370
2.566
7,0
2.921
472
3.393
9,3
2.946
484
3.430
9,4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
3.430;
29,9%
Procedimentos Cirúrgicos
Ortopedia e
Traumatologia
Outros
62
A tabela 36 mostra os principais procedimentos cirúrgicos ortopédicos realizados no sexto ano
do hospital, onde as fraturas complexas prevaleceram.
Tabela 36 : Principais procedimentos da Ortopedia e Traumatologia – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Tratamento cirúrgico de fraturas da diáfise da tíbia 256
Tratamento cirúrgico de fraturas maleolares do tornozelo 242
Tratamento cirúrgico de fraturas da diáfise do fêmur 178
Tratamento cirúrgico de fratura metáfise distal de antebraço 163
Retirada fixador externo 156
Tratamento cirúrgico de fraturas transtrocantérica 140
Tratamento cirúrgico de fratura do planalto de tíbia 121
Retirada de placas e/ou parafusos 104
Fonte: Sistema Informatizado – HS
No ano de 2014, o HS iniciou a residência médica própria em Ortopedia, disponibilizando
duas vagas por ano, com duração de 03 anos. A pesquisa vem também sendo fomentada de forma
crescente, já com alguns trabalhos publicados.
10.2 CIRURGIA GERAL
O Serviço de Cirurgia Geral, ao longo do sexto ano de funcionamento do hospital, mantém a
qualidade no atendimento de urgência e emergência à população e segue na aptidão da educação de
jovens estudantes e formação de novos cirurgiões, congregando-os em torno da observação e
seguimento dos preceitos da “Cirurgia Segura”.
Conta com a participação de médicos especialistas em Cirurgia Geral, atuando em regime de
plantão na urgência e emergência, responsáveis pelo atendimento inicial do paciente, reavaliações e
procedimentos cirúrgicos, conforme demanda. Além disto, em visitas às enfermarias e unidades
intensivas, conta com médicos diaristas, que acompanham os pacientes, discutem com os médicos
residentes e estudantes de graduação, e definem o Plano Terapêutico assistencial.
No sexto ano do HS, conforme gráficos 48 e 49, foram 8.824 pacientes atendidos de urgência
e emergência pela Cirurgia Geral (15,7% do total de atendimentos no setor) e 1.414 no Ambulatório
de Egressos (8,8% do total), representando a segunda especialidade cirúrgica em número de
atendimentos nos dois setores.
63
Gráfico 48: Atendimentos na Urgência e Emergência Gráfico 49: Atendimentos no Ambulatório de Egressos
pela Cirurgia Geral – HS – Ano 6 pela Cirurgia Geral – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 37 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade na Emergência, no
Ambulatório de Egressos e de Respostas de Interconsultas, ao longo dos seis anos do hospital. A
média de atendimentos de urgência e emergência no último ano foi de 24,2 por dia.
Tabela 37: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Cirurgia Geral – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Emergência
Total
Média diária
5.273
14,5
7.201
19,7
7.825
21,4
7.539
20,7
8.939
24,5
8.824
24,2
Ambulatório de Egressos
Total 1.237 1.678 1.667 1.838 1.707 1.414
Interconsultas
Total
Média diária
2.099
5,8
3.075
8,4
3.109
8,5
3.002
8,2
3.322
9,1
2.866
7,9
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Em relação aos procedimentos cirúrgicos, foram realizados 2.097 no sexto ano, representando
18,3% do total (gráfico 50). Vale salientar que houve aumento na quantidade de procedimentos
realizados, atingindo uma média de 5,8 por dia no último ano, conforme demonstrado na tabela 40.
Gráfico 50: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Geral – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
8.824;
15,7%
Emergência
Cirurgia Geral
Outros
1.414;
8,8%
Ambulatório de Egressos
Cirurgia Geral
Outros
2.097;
18,3%
Procedimentos Cirúrgicos
Cirurgia Geral
Outros
64
Tabela 38: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Cirurgia Geral – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
1.478
4,1
2.025
5,6
1.905
5,2
1.934
5,3
2.212
6,1
2.097
5,8
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 39 mostra os principais procedimentos cirúrgicos realizados pelo Serviço de Cirurgia
Geral no sexto ano do hospital. Prevaleceram as laparotomias exploradoras, com 706 procedimentos
(8,0% do total), indicadas para o tratamento de diversas condições nosológicas, seja por abdômen
agudo inflamatório, obstrutivo ou hemorrágico, este último associado aos traumas abdominais,
corroborando com o perfil institucional de urgência e emergência.
Vale ressaltar o tratamento cirúrgico das patologias de vesícula, vias biliares e pâncreas e o
tratamento das apendicites. Em ambos, à abordagem via laparoscópica foi a mais utilizada,
favorecendo para um menor tempo de internação destes perfis nosológicos na instituição.
Tabela 39: Principais procedimentos da Cirurgia Geral - HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Laparotomia exploradora 706
Colecistectomia videolaparoscópica 277
Toracostomia com drenagem fechada 261
Apendicectomia videolaparoscópica 230
Apendicectomia 225
Liberação de aderências intestinais 159
Debridamento de fasceite necrotizante 76
Drenagem de abscesso pélvico 63
Enterectomia 58
Hemicolectomia 53
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A partir de julho de 2015, seguindo a vocação assistencial e acadêmica do Hospital do
Subúrbio, em um esforço conjunto e multidisciplinar dos seus diversos profissionais e com o apoio
decisivo do seu corpo diretivo, foi desenvolvida e aplicada a “Linha de Cuidado do Paciente
Politraumatizado”. A sistematização do atendimento ao paciente, desde sua chegada até o momento
da alta hospitalar, promoveu maior eficácia na comunicação e padronização de condutas, na busca do
melhor resultado para o paciente.
65
A linha ocorre sob espírito de equipe coordenado por um líder intitulado “Capitão do
Trauma”, cuja função é garantir o atendimento ao paciente, de acordo com os protocolos previamente
estabelecidos. No capítulo 12 está descrito os dados relativos a esta linha no Ano 6.
Paralelamente às atividades assistenciais, o Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do
Subúrbio, mantendo seu compromisso com a educação continuada e pesquisa, neste último ano
apresentou 12 trabalhos científicos no Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e no XXIX
Panamerican Congress of Trauma Critical Care and Emergency Surgery. Neste último, recebeu o
prêmio do melhor trabalho na categoria geral: “Factors related to mortality in subjects admitted to the
Red Wave Protocol”.
10.3 UROLOGIA
A Urologia do Hospital do Subúrbio tem como objetivo prestar assistência de urgência e
emergência de forma plena, com responsabilidade e qualidade. Funciona em regime de plantão diurno
por 12horas e sobreaviso noturno. O plantonista faz o atendimento na Emergência e no Ambulatório
de Egressos, acompanha os pacientes internados e realiza as cirurgias de urgência e emergência, além
das cirurgias eletivas, conforme programado.
A tabela 40 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade ao longo dos seis
anos do hospital, onde foi evidente a redução no número de atendimentos de urgência e emergência no
sexto ano, com 298, mas mantendo o quantitativo alto de interconsultas e de atendimentos
ambulatoriais.
Tabela 40: Quantitativo de atendimentos pela Urologia – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência Emergência
Total
Média diária
996
2,7
1.345
3,7
1.037
2,8
596
1,6
546
1,5
298
0,8
Ambulatório de Egressos
Total 578 988 1.406 1.281 1.387 1.065
Interconsultas
Total
Média diária
1.212
3,3
1.873
5,1
1.680
4,6
1.618
4,4
1.497
4,1
1.564
4,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
66
Em relação aos procedimentos cirúrgicos, conforme a tabela 41, pode-se observar um
comportamento estável da especialidade, com 1.198 procedimentos no último ano.
Tabela 41: Procedimentos cirúrgicos da Urologia – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
809
2,2
983
2,7
1.167
3,2
1.087
3,0
1.196
3,3
1.198
3,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 42 mostra os principais procedimentos urológicos realizados, onde o tratamento de
calculose renal ou de hidronefrose prevaleceram. Assim, realizada por via endoscópica, a instalação
cateter duplo J, a cistolitotomia e/ou retirada de corpo estranho e a ureterolitotomia corresponderam a
908 procedimentos.
Tabela 42 : Principais procedimentos da Urologia – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Instalação endoscópica de cateter duplo J 338
Ureterolitotomia 294
Cistolitotomia e/ou retirada de corpo estranho na bexiga 276
Exploração cirúrgica da bolsa escrotal 60
Cistoscopia e/ou ureteroscopia e/ou uretroscopia 50
Orquidopexia unilateral 43
Orquiectomia unilateral 40
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vale ressaltar que para a retirada de cateter de duplo J nem sempre houve a necessidade de
internação hospitalar, sendo possível este procedimento ser realizado a nível ambulatorial, através de
fio externo deixado no intraoperatório.
O Serviço de Urologia do HS se tornou, ao longo do tempo, referência estadual em urgências
e emergências urológicas, destacando-se pela presteza, agilidade na resolução das urgências, qualidade
da assistência e resolutividade.
10.4 CIRURGIA PLÁSTICA
A Cirurgia Plástica é constituída por 03 cirurgiões plásticos que atuam diariamente na
instituição. É dado apoio as demais especialidades (cirurgia geral, ortopedia, neurocirurgia, vascular,
urologia, clinica médica, etc) na reparação de defeitos traumáticos, nas rotações de retalhos para
67
fechamento de lesões e no cuidado de pacientes com úlceras por pressão, incluindo a realização de
debridamentos. Os pacientes após a alta são acompanhados no Ambulatório de Egressos até a
finalização do tratamento.
Conforme evidenciado na tabela 43, foram 557 interconsultas solicitadas e 409 atendimentos
no Ambulatório de Egressos, sendo este realizado em três turnos semanais.
Tabela 43: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Plástica – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Ambulatório de Egressos
Total - 295 429 429 465 409
Interconsultas
Total
Média diária
402
1,1
541
1,9
657
1,8
575
1,6
643
1,8
557
1,5
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Quanto aos procedimentos cirúrgicos, conforme demonstrado na tabela 44, pode-se observar
expressivo aumento ao longo do tempo, atingindo uma marca de 1.231 no sexto ano, o que representa
uma média diária de 3,4 procedimentos por dia. Em geral foram procedimentos de debridamento
cirúrgico, enxertias de pele, rotação de retalhos, tratamento de queimados, reconstrução após trauma
de pálpebras, orelha, lábio, etc.
Tabela 44: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Plástica – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
454
1,2
669
1,8
712
2,0
739
2,0
1.014
2,8
1.231
3,4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 45 mostra os principais procedimentos realizados pela especialidade no último ano.
Tabela 45 : Principais procedimentos da Cirurgia Plástica – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Desbridamento de úlcera/tecido desvitalizado 1.148
Enxerto dermo-epidérmico 50
Excisão e sutura de lesões com plástica em Z/ rotação de retalho 15
Retirada de corpo estranho na intimidade dos ossos de face 6
Enxerto composto 4
Tratamento de queimado 4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
68
10.5 NEUROCIRURGIA
Para o atendimento de urgência e emergência, o Serviço de Neurocirurgia funciona com um
médico plantonista de 12 horas e sobreaviso noturno. Além disto, um médico diarista acompanha os
pacientes internados, responde interconsultas e atende no Ambulatório de Egressos.
A tabela 46 mostra a produção do serviço ao longo dos seis anos do hospital. Foram 147
atendimentos diretos da especialidade na Emergência no último ano, excluindo-se os atendimentos
secundários, 1.340 no Ambulatório de Egressos e 3.539 interconsultas.
Tabela 46: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Neurocirurgia – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência Emergência
Total
Média diária
619
1,7
906
2,5
1.143
3,1
560
1,5
303
0,8
147
0,4
Ambulatório de Egressos
Total 519 883 709 1.244 1.447 1.340
Interconsultas
Total
Média diária
1.624
4,5
2.671
7,3
3.398
9,3
3.757
10,3
4.699
12,9
3.539
9,7
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vale ressaltar que ao final do terceiro ano estabeleceu-se uma nova sistemática de
atendimento aos pacientes da Emergência, com o atendimento inicial passando a ser feito pela
Cirurgia Geral e Clínica Médica, justificando a redução dos atendimentos primários da especialidade e
o aumento das solicitações de interconsultas.
Quanto aos procedimentos, destaca-se o aumento progressivo desde o primeiro ano, conforme
demonstrado na tabela 47, atingindo 802 no último ano, com uma média de 2,2 procedimentos por dia.
Tabela 47: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Neurocirurgia – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
366
1,0
394
1,1
534
1,5
582
1,6
691
1,9
802
2,2
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A tabela 48 mostra os principais procedimentos realizados pela neurocirurgia no sexto ano.
Dentre eles, destacaram-se a derivação ventricular externa, craniotomia descompressiva e drenagem
de hematomas, corroborando com o perfil institucional de urgência e emergência.
69
Tabela 48 : Principais procedimentos da Neurocirurgia – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Implante de derivação ventricular externa (DVE) 108
Angiografia cerebral de 4 vasos 88
Reconstrução craniana 68
Tratamento cirúrgico de hematoma subdural crônico 60
Tratamento cirúrgico de fístula liquórica 59
Craniotomia descompressiva 55
Microcirurgia vascular intracraniana 39
Tratamento cirúrgico de hematoma intracerebral 32
Tratamento cirúrgico de hematoma extradural 30
Tratamento cirúrgico de hematoma subdural agudo 26
Fonte: Sistema Informatizado – HS
10.6 CIRURGIA VASCULAR
A Cirurgia Vascular desde a sua formação em 2010 vem sendo modificado e ampliado. Além
de plantão presencial de 12 horas na Emergência e de diarista para avaliação dos pacientes internados
e interconsultas, o serviço dispõe de método de imagem, com realização de duplex scan, atende no
Ambulatório de Egressos, para o seguimento de pacientes operados na unidade, e atua no Serviço de
Hemodinâmica, para diagnóstico e terapia em casos selecionados.
No sexto ano do HS, conforme demonstrado na tabela 49, ocorreram 92 atendimentos na
Urgência e Emergência e 132 atendimentos no Ambulatório de Egressos. O número de solicitações de
interconsultas para a especialidade foi de 1.383 no último ano, que representou uma média de 3,8 por
dia.
Tabela 49: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Vascular – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência Emergência
Total
Média diária
441
1,1
537
1,5
420
1,2
279
0,8
236
0,7
92
0,3
Ambulatório de Egressos
Total 327 442 244 154 228 132
Interconsultas
Total
Média diária
749
2,1
1.348
3,7
1.415
3,9
1.450
4,0
1.662
4,6
1.383
3,8
Fonte: Sistema Informatizado – HS
70
A tabela 50 mostra o número de procedimentos realizados pela Cirurgia Vascular ao longo dos
seis anos do hospital, onde pode ser observada estabilização no quantitativo, com 334 procedimentos
no último ano. Dentre eles, prevalesceu os debridamentos e amputações, assim como as
revascularizações, seja cirúrgica ou por via percutânea (tabela 51), refletindo o perfil dos pacientes
atendidos, onde portadores de doença vascular periférica crônica agudizada e pé diabético superaram,
nesta especialidade, os atendimentos ao trauma.
Tabela 50: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Vascular – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
318
0,9
351
1,0
366
1,0
391
1,1
394
1,1
334
0,9
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 51: Principais procedimentos da Cirurgia Vascular – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Amputação / desarticulação 93
Tratamento cirúrgico de lesões vasculares traumáticas 55
Revascularização cirúrgica de membros 39
Arteriografia de membros 33
Embolectomia arterial 10
Revisão de coto amputado 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
10.7 CIRURGIA TORÁCICA
A Cirurgia Torácica como especialidade encontra-se presente no Hospital do Subúrbio desde
sua fundação. Atualmente conta com a colaboração de 03 cirurgiões que atuam 03 dias por semana. O
modelo assistencial adotado consiste no acompanhamento dos pacientes com moléstias torácicas que
possam demandar alguma necessidade de abordagem cirúrgica. Também atua como suporte para as
especialidades clinicas e cirúrgicas, especialmente na terapia intensiva, onde é responsável pela
realização de traqueostomia.
Assim, conforme a tabela 52, foram 849 solicitações de interconsultas no último ano, com
tempo médio de resposta de 34,9 horas, dentro do preconizado pela instituição.
71
Tabela 52: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Ambulatório de Egressos
Total - 72 88 22 - -
Interconsultas
Total
Média diária
340
0,9
659
1,8
926
2,5
986
2,7
1.229
3,4
849
2,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na tabela 53 está demonstrado o número de procedimentos cirúrgicos realizados ao longo dos
seis anos, onde pode ser observado aumento no último ano, com 349 procedimentos. Dentre eles,
foram 281 traqueostomias (tabela 54), geralmente indicada em pacientes com quadros neurológicos,
que não protegiam as vias aéreas, ou em pacientes que necessitavam de suporte ventilatório mecânico
por tempo prolongado, conforme elegibilidade definida em protocolo institucional.
Tabela 53: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
233
0,6
162
0,4
224
0,6
205
0,6
241
0,7
349
1,0
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Tabela 54 : Principais procedimentos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 6
Descrição Quantidade
Traqueostomia 281
Decorticação pulmonar 33
Pneumorrafia 17
Pleurostomia 8
Videotoracoscopia 7
Lobectomia pulmonar 5
Fonte: Sistema Informatizado - HS
10.8 CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL
O Hospital do Subúrbio destaca-se por ser referência em Salvador e região Metropolitana no
atendimento dos indivíduos que são acometidos por politrauma e traumas de face, comumente
secundários aos acidentes automobilísticos, as agressões físicas, aos traumas ocasionados por armas de
72
fogo ou armas brancas, aos acidentes esportivos ou acidentes ocasionais, como acidentes de trabalho
ou quedas. Assim, a Cirurgia Bucomaxilofacial atua em plantões presenciais e de sobreaviso na
Emergência, atende pacientes no Ambulatório de Egressos, responde interconsultas e realiza os
procedimentos cirúrgicos necessários.
Na tabela 55 está demonstrado o quantitativo de atendimentos ao longo dos seis anos, onde
pode ser observada redução dos atendimentos na Emergência em relação ao último ano.
Tabela 55: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência Emergência
Total
Média diária
1.223
3,4
1.756
4,8
1.072
2,9
748
2,1
563
1,5
248
0,7
Ambulatório de Egressos
Total 401 332 504 493 687 577
Interconsultas
Total
Média diária
539
1,5
744
2,0
797
2,2
892
2,4
1.087
3,0
837
2,3
Fonte: Sistema Informatizado – HS
No atendimento da Emergência é feita a avaliação do tipo de lesão em face ou cavidade bucal
e a indicação de tratamento conservador ou cirúrgico. Também são realizadas suturas e tratamento de
traumas dento-alveolares.
O atendimento no Ambulatório de Egressos ocorre em dois turnos semanais e o
acompanhamento e as avaliações de pacientes internados com traumas de face ou lesões em cavidade
bucal ocorrem diariamente.
Na tabela 56 pode-se observar o número de procedimentos realizados ao longo dos seis anos,
atingindo 148 no último ano. Destes, 128 foram em pacientes adultos (86,5%) e 20 em pediátricos
(13,5%). A tabela 57 mostra os procedimentos mais prevalentes.
Tabela 56: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
75
0,2
95
0,3
148
0,4
112
0,3
164
0,5
148
0,4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
73
Tabela 57 : Principais procedimentos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Osteossíntese de fratura de mandíbula 99
Osteossíntese de fratura orbito-zigomático-maxilar 25
Redução cirúrgica de fratura dos ossos próprios do nariz 51
Osteossíntese de fratura de osso zigomático 23
Osteossíntese de fratura complexa do maxilar 12
Tratamento cirúrgico de fratura de osso zigomático 10
Reconstrução do sulco gengivolabial 7
Redução de fratura alveolodentária sem osteossíntese 6
Reconstrução da mandíbula/maxila 3
Fonte: Sistema Informatizado - HS
10.9 CIRURGIA PEDIÁTRICA
A Cirurgia Pediátrica do Hospital do Subúrbio atua em todos os setores de atendimento
pediátrico, desde a entrada do paciente na Emergência até seu acompanhamento ambulatorial pós-
operatório como egresso. É constituída por 3 especialistas que prestam assistência às patologias
cirúrgicas incidentes nesta faixa etária, com seus variados níveis de complexidade, sejam nas
urgências cirúrgicas torácicas, abdominais ou geniturinárias.
Desde a inauguração do hospital, a especialidade vem se destacando por sua produção. No
sexto ano, a despeito do número de atendimentos na Emergência ter reduzido, foi mantido o
expressivo número de procedimentos cirúrgicos, com 1.359, conforme mostrado nas tabelas 59.
Tabela 58: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Pediátrica – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Urgência Emergência
Total
Média diária
1.033
2,8
1.227
3,4
1.136
3,1
1.049
2,9
365
1,0
151
0,4
Ambulatório de Egressos
Total 328 606 476 473 422 436
Interconsultas
Total
Média diária
292
0,8
685
1,9
616
1,7
649
1,8
571
1,6
144
0,4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
74
Tabela 59: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Pediátrica – HS – Ano 1 a 6
Procedimentos
Cirúrgicos
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Total
Média diária
422
1,2
699
1,9
921
2,5
1.024
2,8
1.378
3,8
1.359
3,7
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Dentre os principais procedimentos, conforme demonstrado na tabela 60, apendicectomia,
laparotomia exploradora, ressecção de eplipon e liberação de aderências intestinais, além de drenagem
torácica, prevaleceram.
Tabela 60 : Principais procedimentos da Cirurgia Pediátrica – HS - Ano 6
Descrição Quantidade
Laparotomia exploradora 211
Liberação de aderências intestinais 153
Toracostomia com drenagem pleural fechada 131
Apendicectomia 123
Instalação de cateter duplo lumen 116
Drenagem de abscesso pélvico 54
Ressecção de eplipon 35
Colorrafia por via abdominal 34
Enterotomia e/ou enterorrafia 21
Fonte: Sistema Informatizado - HS
75
11 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE COM AVC
A implantação de diretrizes clínicas num olhar sistêmico e integrado é importante para a
melhoria da qualidade assistencial. Assim, no ano de 2015 foi estruturada a Linha de Cuidado do
Paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC), ressaltando o contexto multidisciplinar, onde os
papeis e responsabilidades foram definidas, com revisão dos processos e inserção de novos protocolos,
numa cadeia de valor para o paciente.
A Linha de Cuidado do paciente com AVC foi implantada no Hospital do Subúrbio em 01 de
julho de 2015, com o objetivo de estruturar um atendimento integrado e contínuo, favorecendo o
reconhecimento precoce, tratamento e reabilitação, contribuindo para a reintegração do paciente ao seu
convívio social.
No sexto ano do hospital, conforme já demonstrado na tabela 15, as doenças cerebrovasculares
representaram a segunda causa de internação na população adulta, após as causas externas. Foram 930
pacientes, que correspondeu a 9,6% dos internamentos de adultos. Destes, 599 foram inseridos nesta
Linha de Cuidado com o diagnostico de AVC isquêmico (64,4%). No gráfico 51 está demonstrado o
número de pacientes com AVC isquêmico inseridos nesta Linha de Cuidado no último ano por
trimestre.
Gráfico 51: Número de pacientes com AVC Isquêmico por trimestre – HS – Ano 6
F
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Os gráficos 52 e 53 mostram a distribuição dos pacientes com AVC isquêmico de acordo com
o gênero e faixa etária, respectivamente, onde se verifica coerência com o observado a nível
populacional. Houve prevalência no gênero feminino, com 331 casos (55,3%) e nas faixas etárias
acima de 60 anos, com 444 casos (74%). Acima de 70 anos foram 280 pacientes (46,8%) e acima de
80 anos foram 123 pacientes (20,5%), refletindo um perfil de pacientes idosos.
168120
157 154
0
100
200
300
400
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
N 599 pacientesN
76
Gráfico 52: Distribuição dos pacientes com AVC isquêmico por gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 53: Distribuição dos pacientes com AVC isquêmico por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Dos 599 pacientes com AVC Isquêmico, 70 foram submetidos à terapia trombolítica (11,7%),
sendo 52 com tempo porta-agulha de acordo com a meta estabelecida de até 60 minutos (74,2%) e 67
com tempo até 80 minutos (95,7%). Dos pacientes com o tempo maior que 60 minutos, 08 foram por
condições inerentes ao paciente, como por necessidade de controle pressórico, portanto consideradas
inevitáveis (30,8%).
Vale ressaltar que em relação ao ano anterior, houve aumento de 133,3% na utilização da
terapia trombolítica para o tratamento de AVC isquêmico, conforme demonstrado no gráfico 54, e os
pacientes que não utilizaram não foram elegíveis devido ao tempo de início dos sintomas ser maior do
que 4,5 horas. Isto reflete o melhor preparo da equipe assistencial da Emergência em identificar os
casos de AVC elegíveis a esta terapia, num processo multidisciplinar e integrado com as áreas de
apoio diagnóstico.
A equipe foi capacitada na utilização da escala de ROSIER (Recognition of Stroke in
Emergency Room), ferramenta que possibilita o reconhecimento rápido de pacientes com suspeita de
AVC e aplicada no momento do Acolhimento e Classificação de Risco. Dos 70 pacientes que foram
trombolisados, 63 (90%) foram identificados pela equipe através da utilização desta escala.
44,7
55,3
0
25
50
75
100
Masculino Feminino
1 317
39
96
163 157
123
até 20 > 20 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 anos
0
50
100
150
200
N - 599
Masculino - 268
Feminino - 331
N
77
Gráfico 54: Número de pacientes com AVC Isquêmico trombolisados – HS – Ano5 e 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Diante da alta demanda de pacientes críticos na instituição, muitos dos pacientes com AVC
isquêmico foram tratados na Emergência, na sua fase inicial. Nesta decisão são considerados os
critérios de prioridade para internação em UTI, conforme protocolo institucional, a avaliação de riscos
do paciente e necessidade de procedimentos invasivos.
A Média de Permanência dos pacientes com AVC isquêmico no período foi de 12,7 dias, com
Mediana de 7,2 dias. Na análise deste indicador considerando os pacientes que receberam a terapia
trombolítica, não houve diferença significativa, com Média de 11,4 dias e Mediana de 7,6 dias. No
entanto, é necessário um maior número de casos trombolisados para esta análise. A tabela 61 mostra a
permanência em relação ao desfecho alta e óbito.
Tabela 61: Permanência hospitalar dos pacientes com AVC Isquêmico – HS – Ano 6
AVC ISquêmico Total Com Trombólise
Alta Óbito Alta Óbito
Número de pacientes 507 76 60 10
Média de Permanência 11,1 dias 22,8 dias 10,8 dias 14,5
Mediana de Permanência 6,3 dias 15,9 dias 7,2 dias 10,8
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vários fatores interferem no prognóstico funcional do paciente com AVC, dentre eles, o tipo,
a extensão e localização da lesão. Sabe-se que sua recuperação segue uma curva ascendente, com pico
entre 3 e 6 meses após o episódio, alcançando de 85 a 90% do possível entre 12 e 18 meses. No
entanto, intervenções de reabilitação iniciadas em até 48 horas, seguindo um planejamento adequado
às necessidades do paciente, favorece este processo. Assim, o envolvimento da equipe
multiprofissional no Plano e Projeto Terapêutico do paciente com AVC, através da atuação precoce
das diversas categorias profissionais, favorece esta recuperação, contribuindo para um melhor
desfecho funcional na alta hospitalar.
30
70
2,5
5,8
0
2
4
6
8
10
0
25
50
75
100
Ano 5 Ano 6
Méd
ia m
ensa
l
Nú
mer
o p
aci
ente
s
trom
boli
sad
os
Total
Média Mensal
78
Dos pacientes com diagnóstico de AVC isquêmico inseridos na Linha de Cuidado, o Serviço
de Fisioterapia avaliou 534 (89,1%). A Taxa de Avaliação Funcional em até 48 horas, conforme
gráfico 55, foi de 97,9%, superior a meta estabelecida acima de 90%. Ressalta-se que os pacientes não
avaliados receberam alta nas primeiras 48 horas da internação e que os pacientes atendidos fora desta
meta de tempo foram avaliados em até 72 horas.
Gráfico 55: Taxa de Avaliação Funcional em até 48 horas – Serviço Fisioterapia – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Do total de pacientes avaliados pelo fisioterapeuta, 507 (94,9%) receberam alta hospitalar.
Destes, 88,5% permaneceram internados por mais do que 48 horas e foram inseridos no Protocolo de
Reabilitação Precoce. Na avaliação inicial, 208 pacientes (46,2%) estavam restritos ao leito devido ao
grau de comprometimento ou limitação da função motora, 161 (35,9%) deambulavam com auxílio e
80 (17,9%) não tinham alteração da mobilidade. Já no momento da alta hospitalar, apenas 99 pacientes
(22,2%) estavam restritos ao leito, 200 (45,5%) deambulavam com auxílio e 150 (33,3%) tinham
deambulação independente (gráfico 56). Esta melhora da mobilidade demonstra efetividade do
protocolo numa atuação da Fisioterapia junto a Linha de Cuidado.
Gráfico 56: Evolução do Grau de mobilidade – Serviço Fisioterapia – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
96,5 99 95,7 100
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
0
25
50
75
100
Avaliação até 48 h
Meta > 90%
AVC isquêmico - ANO 6
Pacientes avaliados - 534
Avaliação até 48 h - 97,9%
208
99
161
200
80
150
Admissão Alta
0
60
120
180
240Restrito ao leito
Deambulação com
auxílio
Deambulação
independente
%
N
79
Nos pacientes submetidos à terapia trombolítica, foi observado um melhor desfecho quanto à
mobilidade, onde 44 pacientes saíram deambulando (75,8%). Vale salientar que dos 14 pacientes
trombolisados que permaneceram restritos ao leito, 45% apresentavam funcionalidade comprometida
previamente ao AVC agudo, mensurável pela escala de Barthel, que avalia o grau de independência
para atividades de vida diária.
O Serviço de Fonoaudiologia do HS, na Linha de Cuidado do Paciente com AVC atua de
forma precoce, ainda na fase aguda. Entende-se que sua ação nas primeiras 48 horas minimiza os
riscos e possíveis complicações decorrentes da disfagia. Este sintoma é caracterizado pela dificuldade
na ingestão hídrica, de alimento ou da própria saliva, ocasionando aumento do risco de aspiração
pulmonar do conteúdo orofaríngeo.
No sexto ano do hospital, foram avaliados pela fonoaudiologia 564 pacientes com AVC
isquêmico (94,2% do total). Destes, 517 (86,4%) foram elegíveis para a avaliação clínica de
deglutição, sendo feito o diagnostico de disfagia em 390 deles, o que representa uma Taxa de
Prevalência de 75% (gráfico 58). Os pacientes não elegíveis para esta avaliação encontravam-se
graves, com assistência ventilatória mecânica, ou apresentavam redução do nível de consciência,
impossibilitando este diagnóstico inicial.
Gráfico 57: Elegibilidade para avaliação de disfagia Gráfico 58: Taxa de Ocorrência de Disfagia no AVC
AVC isquêmico - HS - Ano 6 isquêmico - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
A partir da avaliação clínica da deglutição e do diagnóstico de disfagia, os pacientes foram
estratificados quanto ao grau de comprometimento, que variou de grave a funcional, sendo traçado um
plano de reabilitação que incluía a definição da via para alimentação segura. No gráfico 59, está
demonstrada a evolução deste déficit, onde se pode verificar que dos 390 pacientes que apresentavam
alteração na avaliação inicial, 153 melhoraram (39,2%), inclusive sendo possível o estímulo alimentar
por via oral, 228 mantiveram o grau (58,4%) e 09 pioraram (2,4%). Ressalta-se que muitos pacientes
com disfagia grave tinham comprometimento neurológico extenso e prognóstico de reabilitação
reservado a curto e médio prazo.
51786,4%
477,8%
355,8%
Pacientes elegíveis
Pacientes não elegíveis
Alta antes atendimento
39075,0%
12725,0%
Disfagia
Normal
80
Gráfico 59: Evolução da disfagia – Serviço de Fonoaudiologia – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Desde a admissão, o paciente e seus familiares são inseridos no cuidado visando assegurar à
mobilização adequada e o incentivo às atividades funcionais, favorecendo a reintegração na sociedade
com melhor qualidade de vida. Pacientes elegíveis à reabilitação são identificados pela equipe
multiprofissional e são referenciados para serviços especializados no momento da alta.
O Tratamento nutricional do paciente com diagnóstico de AVC depende de uma avaliação
criteriosa do seu estado clínico e nutricional, implicando inicialmente na escolha da via de
administração da dieta. Sabe-se que um dos sintomas desta patologia é a disfagia, que aumenta o risco
de broncoaspiração e de desnutrição.
No sexto ano do HS, após a avaliação clínica da deglutição conforme o protocolo institucional,
foi indicado à administração de dieta pela via oral em 359 pacientes (64,7%) e enteral em 196
(35,6%), sendo estes últimos acompanhados pela Terapia Nutricional.
O Serviço de Nutrição Clínica acompanhou os pacientes com dieta oral, tendo admitido 346
dentro da meta estabelecida de até 48 horas (96,4%). O perfil nutricional dos pacientes com AVC
isquêmico, conforme demonstrado no gráfico 60, identificou que dos 359 pacientes, 71 (19,7%) já
chegaram à instituição com déficit de peso, 170 (47,3%) eram eutróficos e 118 (33%) tinham excesso
de peso.
Gráfico 60: Perfil Nutricional dos pacientes avaliados pela Nutrição Clínica - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
228
153
9
Manteve Melhora Piora
0
60
120
180
240
71
170
118
0
50
100
150
200
Déficit de peso Eutrófico Excesso de peso
N N 390
N 359
81
Após a avaliação do estado nutricional e identificação do risco nutricional foi definido o nível
de assistência, onde 279 (77,7%) dos pacientes foram caracterizados como Nível de Assistência
Secundário (sem comprometimento do estado nutricional) e 80 (22,3%) como Nível Terciário
(admitidos já com desnutrição ou com uma maior criticidade do quadro clínico). Quanto à triagem do
risco nutricional, foi verificado que 265 (73,9%) não apresentavam risco e 94 (26,1%) apresentavam
(tabela 62).
Tabela 62: Pacientes com AVC Isquêmico avaliados pelo Serviço de Nutrição Clínica – HS – Ano 6
Triagem de Risco Nutricional Nível de Assistência
Sem Risco Com Risco Secundário Terciário
Pacientes com Dieta por Via Oral 265 (73,9%) 94 (26,1%) 279 (77,7%) 80 (22,3%)
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O estado nutricional foi reavaliado pela Nutrição Clínica em 39 pacientes (gráfico 61), sendo
observado que 30 mantiveram seu estado nutricional (76,9%), 08 melhoraram (20,5%) e 01 evoluiu
com desnutrição (2,6%). Ressalta-se que os pacientes não reavaliados tiveram suas saídas hospitalares
antes do tempo programado. A média de permanência hospitalar destes pacientes foi de 5,6 dias,
abaixo do tempo de reavaliação de até 7 dias no Nível Terciário e de 15 dias no Secundário.
Gráfico 61: Evolução do perfil nutricional – Serviço Nutrição Clínica – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na alta hospitalar, os nutricionistas disponibilizam orientações nutricionais com o objetivo de
dar continuidade ao tratamento, evitando novas complicações.
Diante do comprometimento neurológico, podendo ocorrer redução da consciência, déficits de
deglutição, restrição de mobilidade, além de instabilidades hemodinâmicas e respiratórias,
demandando procedimentos invasivos, por vezes prolongados, o paciente acometido por AVC tem
predisposição para ocorrência de eventos adversos. O gráfico 62 mostra as Taxas de Efetividade dos
protocolos de prevenção para os riscos de infecção, broncoaspiração, lesões de pele,
tromboembolismo venoso e queda nos pacientes inseridos nesta Linha de Cuidado. Nota-se que para
30
81
0
15
30
45
60
Manteve Melhora Piora
N 39
82
todos os riscos descritos, a efetividade foi acima de 90%, evidenciando qualidade e segurança
assistencial.
Gráfico 62: Taxas de Efetividade na prevenção de eventos – AVC isquêmico – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A maior ou menor incidência destes eventos está relacionada ao grau de risco do paciente.
Assim, por exemplo, ocorreram 06 casos de broncoaspiração, todos eles em pacientes com disfagia
grave, 04 casos de queda em pacientes com déficit de equilíbrio e de força muscular e 49 casos de
lesão de pele por pressão, sendo que 46 destes (93,9%) com risco identificado conforme a escala de
braden aplicada no momento da admissão do paciente.
A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é um evento grave que pode acometer os
pacientes com AVC, impactando na sua morbimortalidade, no tempo de permanência e custo
hospitalar. No sexto ano, 44 pacientes inseridos na linha tiveram infecção, sendo 18 destas associadas
à utilização de procedimentos invasivos, correspondendo 40,9% dos casos (gráfico 63 e 64).
Gráfico 63: Infecção em AVC Isquêmico - HS - Gráfico 64: Infecção por tipo de dispositivo
Ano 6 invasivo no AVC isquêmico - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
O processo assistencial do paciente com AVC isquêmico, estruturado como linha de cuidado,
mediante uma abordagem sistêmica, coordenada e multidisciplinar, promoveu intervenções precoces e
eficazes. Deste modo, a linha demonstra efetividade e contribui para a reintegração do paciente na
sociedade, com melhor qualidade de vida.
92,799
91,999,5 99,3
Infecção Broncoaspiração Lesões de Pele TEV Queda
0
25
50
75
100
18
40,9%
26
59,1%
Associadas a dispositivos invasivos
Não associadas a dispositivos invasivos
76
5
PAV IPCS / CVC ITU / SVD
0
5
10
15
20
%
N %
83
12 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO
As causas externas representam os principais motivos de atendimento e internação no hospital,
tanto no paciente adulto quanto no pediátrico, refletindo à explosão demográfica e o alto índice de
violência que acomete a sociedade atual. Atinge principalmente a população economicamente ativa,
acarretando consequências sociais de elevado custo. No município de Salvador, ocupa a segunda
posição entre as causas de óbito proporcional, atrás das doenças do aparelho circulatório, conforme
publicado no Plano Municipal de Saúde, 2014 – 2017.
O gráfico 65 demonstra o comportamento do número de atendimentos de urgência e
emergência decorrentes às causas externas e das internações geradas a partir destes, ao longo dos seis
anos do hospital. Nota-se que a despeito da redução do número de atendimentos, houve maior
quantidade de internações, com Taxa de Conversão de 18,7% no último ano. Ressalta-se que não
foram incluídos nesta análise os atendimentos do Ambulatório de Egressos, nem suas internações
geradas, habitualmente eletivas e devido à necessidade de novo tempo cirúrgico.
Gráfico 65: Atendimentos de urgência e emergência e Internações geradas - Causas Externas – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado - HS
Dentre as causas externas, o politraumatismo constitui uma condição clínica grave, onde
funções vitais podem estar severamente comprometidas, com rápida evolução para desfechos
desfavoráveis, inclusive o óbito. A abordagem da equipe multiprofissional de forma integrada e ágil,
no reconhecimento e tratamento das lesões, é essencial para a eficácia no atendimento inicial.
Neste contexto, em julho de 2015 a Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado foi
implantada no Hospital do Subúrbio. O atendimento ao paciente vítima de trauma foi estruturado com
base em diretrizes clínicas, sendo definidos os protocolos assistenciais, os papéis e responsabilidades
dos diversos membros da equipe e os acordos com os processos de apoio diagnóstico e terapêutico.
Sob a liderança do médico cirurgião geral do plantão, esta linha revelou grande eficácia na
18.319
23.391 23.02520.489 21.683
19.455
2.414 2.8662.914 3.200
3.853 3.634
13,2 12,3 12,715,6 17,8 18,7
0
10
20
30
40
50
0
10.000
20.000
30.000
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
%
Atendimentos
Internações
Taxa de Conversão
N
84
comunicação entre os diversos profissionais e na padronização de condutas, buscando o melhor
resultado final possível para estes pacientes.
No sexto ano, conforme o gráfico 66, foram inseridos nesta Linha de Cuidado 1.964 pacientes,
sendo evidenciado aumento progressivo nos trimestres, o que sinaliza a maior adesão da equipe à
linha. O gráfico também mostra a média do Revised Trauma Score (RTS) entre 7,36 e 7,62.
Gráfico 66: Pacientes inseridos na Linha de Cuidado do politraumatizado e RTS – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O RTS é um sistema de escore fisiológico que demonstra acurácia em predizer o risco de
óbito, considerando alguns parâmetros iniciais obtidos do paciente: Escala de Coma de Glasgow
(GCS), Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Freqüência Respiratória (FR). Na tabela 63 está descrito o
RTS, sendo evidente que quanto menor o valor do escore, mais grave e maior o risco do paciente.
Valores de RTS menores que 4,0 tem sobrevida inferior a 60% e vem sendo proposto para a
identificação de pacientes a serem atendidos em centros especializados em trauma.
Tabela 63: Pacientes inseridos na Linha de Cuidado do politraumatismo e RTS – HS – Ano 6
Escala de Coma de Glasgow Pressão Arterial Sistólica Frequência Respiratória Pontos
13 a 15 >89 10 a 29 4
9 a 12 76 a 89 >29 3
6 a 8 50 a 75 6 a 9 2
4 a 5 1 a 49 1 a 5 1
3 0 0 0
RTS = 0,9368 GCS + 0,7326 PAS + 0,2908 FR Fonte: Champion HR et al, “Trauma Score”, Crit Care Med 9:672-676, 1981
No HS, o RTS é utilizado como ferramenta de identificação precoce do paciente
politraumatizado grave, direcionando condutas imediatas junto à equipe cirúrgica, laboratório e
agência transfusional.
Na análise dos aspectos demográficos, dos 1.964 pacientes inseridos na linha, 1.517 foram do
gênero masculino (77,2%) e 1.158 tinham faixa etária de 20 a 40 anos (59%), o que demonstra a maior
exposição ao trauma neste perfil populacional (gráfico 67 e 68).
408433
518
611
7,36 7,40 7,40 7,62
0
5
10
15
0
250
500
750
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
RT
S
Nú
mer
o p
aci
ente
s
Número pacientes
RTS
N 1.964
85
Gráfico 67: Distribuição dos pacientes politraumatizados por gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 68: Distribuição dos pacientes politraumatizados por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O principal mecanismo de lesão foi o contuso, com 1.438 casos, perfazendo 73,2% dos
pacientes. O trauma penetrante atingiu 444 pacientes, correspondendo a 22,6% (gráfico 69). A tabela
66 apresenta a frequência de traumas considerando as diversas causas, sendo as mais prevalentes os
acidentes de moto, seguido das quedas e dos ferimentos por arma de fogo.
O gráfico 70 revela que 36,4% dos pacientes incluídos na Linha de Cuidado do Politrauma
foram submetidos a procedimentos cirúrgicos, dentre estes se destacaram as laparotomias
exploradoras, toracostomias, cirurgias ortopédicas e neurocirurgias.
Gráfico 69: Distribuição dos pacientes por mecanismo Gráfico 70: Distribuição dos pacientes por necessidade
do trauma - HS - Ano 6 cirúrgica - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
77,2
22,8
0
25
50
75
100
Masculino Feminino
15
155
641
517
289
167104
51 25
até 10 >10 a 20 >20 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 anos
0
200
400
600
800
72,3
22,9 4,5 Contuso
Penetrante
Outro
%
63,6
36,4
Não Cirúrgico
Cirúrgico
N – 1.964
Masculino – 1.517
Feminino - 447
N
%
86
Tabela 64: Causas do trauma - Linha de Cuidado do Politraumatizado – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Vários fatores influenciaram no tempo de permanência do paciente politraumatizado na
instituição, incluindo o grau de comprometimento sistêmico e neurológico e a necessidade de
intervenção cirúrgica. O gráfico 71 mostra o comportamento da Média de Permanência dos pacientes
inseridos na linha, sendo observada redução nos dois últimos trimestres.
Gráfico 71: Média de Permanência por trimestre – Linha de Cuidado do Politraumatizado - HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A Taxa de Mortalidade dos pacientes politraumatizados foi de 6,86%. No entanto, na
avaliação da mortalidade hospitalar em relação ao RTS, conforme demonstrado no gráfico 72, a
mortalidade foi menor quanto maior o valor do escore, compatível com os dados de literatura. Vale
ressaltar que o número reduzido de pacientes com RTS abaixo de 4,0 impactou na significância da
amostra para estas faixas e que alguns pacientes incluídos na linha chegaram à instituição em Dead on
Arrival (óbito na chegada).
408433
518
611
5,526,43
4,67 4,73
0
5
10
15
0
250
500
750
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
dia
s
Nú
mer
o p
aci
ente
s
Número pacientes
Média de
Permanência
N 1.964
MOTIVOS N %
RELACIONADO COM TRANSPORTE
Automobilístico
Motociclístico
Atropelo
922
184
535
203
47,0
9,4
27,2
10,3
AGRESSÃO
Arma de fogo
Arma branca
Espancamento
553
354
78
121
28,2
18,0
4,0
6,2
QUEDA 346 17,6
AFOGAMENTO 3 0,2
QUEIMADURA 2 0,1
NÃO CLASSIFICADOS 138 7,3
TOTAL 1.964 100,0
87
Gráfico 72: Mortalidade por RTS – Linha de Cuidado do politraumatizado - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O foco inicial da Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado foi voltado para a
identificação precoce e tratamento eficaz dos pacientes com choque hemorrágico, que é a principal
causa de óbito intra-hospitalar no trauma. Assim surgiu a Onda Vermelha, que foi desenvolvida para
aprimorar a comunicação do serviço de emergência com outros setores estratégicos e reduzir o tempo
entre a chegada do paciente com hemorragia traumática grave e seu tratamento definitivo.
O acionamento da Onda Vermelha é feito através de campanhia localizada na Sala Vermelha,
produzindo alarme sonoro e visual no Centro Cirúrgico, Agência Transfusional e Laboratório, que
devem cumprir os acordos pré-estabelecidos: preparo da sala operatória para chegada do paciente em
até 15 minutos, incluindo materiais e medicamentos; coleta de amostra de sangue para exames
laboratoriais em até 20 minutos e entrega de hemocomponentes para transfusão em até 20 minutos,
conforme indicado.
No sexto ano, foram 73 pacientes inseridos no protocolo da Onda Vermelha, representando
3,7% do total. Houve predomínio do gênero masculino, com 67 casos (91,8%), e a Idade Média foi de
29,7 anos. O principal mecanismo de trauma foi o penetrante, com 62 pacientes (84,9%),
especialmente decorrente de ferimento por arma de fogo, visto em 52 deles (71,2%).
Os pacientes chegaram em estado grave e foram rapidamente encaminhados para o centro
cirúrgico, conforme definido no protocolo. A Média de Permanência deste grupo foi de 10,8 dias e a
Taxa de Mortalidade de 46,5%. No entanto, quando foi observada a distribuição dos pacientes
considerando os valores do RTS, conforme gráfico 73, apesar da média do escore ter sido de 6,19,
houve 09 casos com valor de até 4 (12,3%), indicando pior prognóstico. Ressalta-se que a mortalidade
no choque hemorrágico por trauma é alta, sendo o seu reconhecimento ponto chave para uma conduta
terapêutica adequada e eficaz.
19 3 10 13 71 61107
1.680100
66,780
61,5
45,1
29,5
10,32,2
0
25
50
75
100
0
450
900
1.350
1.800
0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 > 7
%
Número pacientes Média de Permanência
N 1.964N
88
Gráfico 73: Distribuição dos pacientes pelo RTS – ONDA VERMELHA - HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Mais recentemente, foram definidos novos protocolos para o direcionamento da equipe no
tratamento dos pacientes não considerados como Onda Vermelha, com metas de tempo para realização
dos exames complementares, laboratoriais e de imagem, como também para a decisão médica.
Diante do grau de comprometimento sistêmico ou mesmo de órgãos específicos, os pacientes
politraumatizados também estão expostos ao risco de eventos adversos. São pacientes que podem
apresentar déficits neurológicos agudos, instabilidade hemodinâmica e respiratória, necessidade de
procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, uso de dispositivos invasivos e internação em
terapia intensiva por tempo prolongado. No gráfico 74 estão demonstradas as Taxas de Efetividade
dos principais protocolos de segurança relacionados com a prevenção de eventos adversos,
considerando o risco, sendo evidente a qualidade e segurança no processo assistencial dos pacientes
vítimas de trauma.
Gráfico 74: Taxas de Efetividade na prevenção de eventos – Pacientes Politraumatizados – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
A experiência da instituição na condução dos pacientes politraumatizados, considerando os
casos inseridos no Protocolo da Onda Vermelha, foi apresentada no XXIX Panamerican Congress of
Trauma Critical Care and Emergency Surgery, sendo reconhecido pelos participantes e premiado
como o melhor trabalho na categoria geral: “Factors related to mortality in subjects admitted to the
Red Wave Protocol”.
02 2
510
7
13
34
0
10
20
30
40
50
0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 > 7
Nú
mer
o p
aci
ente
sN 73 RTS 6,19
94,299,9 98,6 99,8 99,7
Infecção Broncoaspiração Lesões de Pele TEV Queda
0
25
50
75
100
%
89
13 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE PEDIÁTRICO
A pediatria do Hospital do Subúrbio tem os atendimentos distribuídos em três unidades
distintas - Emergência, Terapia Intensiva Pediátrica e Internações Pediátricas.
Em outubro de 2015, com a visão de propiciar uma maior integração e alinhamento entre estas
unidades, num processo de cuidado contínuo, houve modificação do modelo assistencial, que passou a
ser conduzido por uma única equipe, sob a liderança de um gestor médico e de enfermagem. Assim,
foi iniciada a Linha de Cuidado do Paciente Pediátrico, que logo demonstrou efetividade nos
resultados dos processos assistenciais e desfecho clínico.
A Emergência Pediátrica é a principal porta de entrada das crianças na instituição. Como
primeira medida adotada com a mudança do modelo assistencial, foi revisado o Protocolo de
Acolhimento e Classificação de Risco, que passou a se basear em queixas do paciente e seus
qualificadores, não mais no diagnóstico suspeito. Desta forma, no sexto ano, dos 16.258 pacientes com
idade de até 16 anos atendidos neste setor, 8.242 tiveram a classificação de risco Amarelo (50,7%) e
585 com risco Vermelho (3,6%), um aumento expressivo quando comparado com a soma dos
pacientes Amarelo e Vermelho nos anos anteriores, conforme evidenciado no gráfico 75. Isto
corrobora com o perfil institucional de urgência e emergência.
Gráfico 75: Atendimentos com o risco Amarelo e Vermelho- Emergência Pediátrica - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Os motivos mais freqüentes de atendimento, conforme anteriormente demonstrado na tabela 9,
foram relacionados às causas externas (43,4%), sinais e sintomas inespecíficos (15,9%), as doenças
aparelho respiratório (13,8%), doenças infecciosas e parasitárias (5,8%), doenças do aparelho
digestivo (4,2%) e as doenças de pele e tecido subcutâneo (3,9%).
Resolutiva e atenta às necessidades dos pacientes, a Emergência Pediátrica manteve-se
eficiente no seu processo, sendo o tempo médio para o atendimento médico dos pacientes classificados
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Nº Amarelo 8.396 8.511 6.916 5.073 5.882 8.242
Nº Vermelho 353 438 382 243 322 585
% Amarelo e Vermelho 29,3 27,9 30,2 24,7 25,4 54,3
0
25
50
75
100
0
2.500
5.000
7.500
10.000
% A
ma
relo
e V
erm
elh
o
Nú
mero
Ate
nd
imen
tos
90
com o risco Amarelo de 20,2 minutos. Dos pacientes atendidos pela equipe médica, 88,4% tiveram a
primeira tomada de decisão em até 6 horas (gráfico 76) e 12,8% resultou em internação hospitalar,
conforme antes mostrado na tabela 10.
Gráfico 76: Tempo do cadastro a tomada de decisão – Emergência Pediátrica – HS - Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na UTI Pediátrica atuam médicos especializados em Medicina Intensiva Pediátrica, entre
plantonistas e diaristas, que juntamente com a equipe de enfermeiros, técnicos de enfermagem,
fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos e psicólogos, oferecem um cuidado
integral aos pequenos pacientes.
Conforme previamente demonstrado na tabela 23, a unidade admitiu 618 pacientes no sexto
ano de operação do hospital. Do total de internações nesta unidade, 40,9% foram por patologias do
aparelho respiratório, 19,5% vítimas de causas externas e 6,2% por doenças infectocontagiosas.
A unidade apresentou Média de Permanência de 4,7 dias no último ano (tabela 65),
representando 20,3% de redução em relação ao quinto ano e bem menor do que a meta institucional de
07 dias. Isto se explica pela possibilidade de antecipação da alta da unidade, uma vez que os pacientes
seriam acompanhados pela mesma equipe médica, já conhecedora de suas necessidades, promovendo
a continuidade da assistência e capaz de atuar precocemente evitando contra-fluxos. A Taxa de
Mortalidade Institucional da UTI Pediátrica foi de 5,2% no último ano, também com redução
significativa em relação aos anos anteriores.
Tabela 65: Médias de Permanência e Taxas de Mortalidade na UTI Pediátrica – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
Média de Permanência (dias) 5,2 7,6 7,2 6,2 5,9 4,7
Taxa de Mortalidade (%) 8,2 7,7 9,0 9,6 6,3 5,2
Fonte: Sistema Informatizado – HS
33,6
36,9
17,8
11,60 a 2 h
2 a 4 h
4 a 6 h
> 6 h
%
91
As Unidades de Internação Pediátricas I e II são as principais retaguardas da Emergência.
Com a implantação da linha, levando em consideração a baixa Taxa de Ocupação e a expectativa do
menor tempo de permanência e maior rotatividade dos pacientes, a unidade II foi desativada, passando
a Pediatria a contar com 32 leitos. No último ano, foram 2.303 (ver tabela 19). Dentre os grupos de
patologias mais prevalentes internados (ver tabela 22), destacaram-se: influenza e pneumonias,
doenças de vias aéreas inferiores, doenças do apêndice e as infecções de pele e tecido subcutâneo,
além de traumas diversos.
As Unidades de Internação vem em constante aprimoramento, que pode ser evidenciado pelos
seus indicadores, a exemplo da Média de Permanência que apresentou comportamento de queda
progressiva a partir do Ano 3, atingindo 4,1 no último ano, conforme esperado (tabela 66). A Taxa de
Mortalidade Institucional nas unidades de internação pediátricas foi de 0,04%, o que correspondeu a
um caso de óbito considerado não evitável.
Tabela 66: Médias de Permanência nas Internações Pediátricas – HS – Ano 1 a 6
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
UI Pediátrica I
UI Pediátrica II
5,3
5,2
5,3
5,3
6,8
6,4
6,3
5,5
5,3
4,9
4,1
-
Fonte: Sistema Informatizado – HS
O resultado alcançado com a Linha de Cuidado do Paciente Pediátrico na adequação do perfil,
na melhora do tempo de permanência e redução da mortalidade vem inspirando a instituição a revisão
do modelo assistencial junto às demais especialidades, considerando o paciente clínico e cirúrgico
num olhar sistêmico e integrado, favorecendo a comunicação e continuidade do cuidado.
92
14 MORTALIDADE
A análise de mortalidade no ambiente hospitalar é uma importante ferramenta de avaliação do
processo assistencial, pois possibilita a identificação de fragilidades no planejamento e execução do
cuidado prestado aos pacientes, indicando estratégias para a melhoria da assistência.
No HS, vítimas de traumas e pacientes com doenças já avançadas, com disfunções orgânicas
múltiplas, foram frequentes motivos de internação, com consequente correlação com o óbito.
O gráfico 77 mostra a Taxa de Mortalidade Institucional mensal ao longo dos seis anos de
funcionamento do HS, não sendo observada diferença significativa neste indicador. Porém, conforme
demonstrado na tabela 11, houve redução da média no último ano, com valor de 8,5%.
Gráfico 77: Taxa de Mortalidade Institucional – HS –Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
14.1 MORTALIDADE E TEMPO DE INTERNAÇÃO
Foram 1.159 pacientes que evoluíram com óbito no sexto ano. O gráfico 78 mostra a
distribuição dos óbitos hospitalares pelo tempo de permanência hospitalar, sendo observado alto
percentual de óbito precoce, onde 132 (11,4% do total) ocorreram nas primeiras 24 horas
(considerados não institucionais) e 200 (17,3% do total) em até 48 horas, refletindo a gravidade dos
pacientes internados. Também chama atenção que a Taxa de Mortalidade guarda relação com o tempo
de internamento, sendo maior nas primeiras 24 horas e quanto mais tardia é a saída hospitalar.
A maior permanência hospitalar está relacionada, habitualmente, aos pacientes de maior
dependência funcional e risco, muitos admitidos com quadros clínicos bastantes comprometidos e com
a presença de disfunções orgânicas, demandando inclusive internação inicial em leito de terapia
intensiva.
0
10
20
30
40
50
Tx Mortalidade Institucional%
93
Gráfico 78: Distribuição das Saídas, dos Óbitos e Taxa de Mortalidade pelo Tempo de internação – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
14.2 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO
De 1.159 óbitos, 572 (49,4%) foram do gênero masculino e 587 (50,6%) do feminino (gráfico
79). Na distribuição por faixa etária, observa-se aumento da proporção de óbitos com a idade nos dois
gêneros (gráficos 80 e 81). No entanto, houve maior número em faixas de idade mais jovens no gênero
masculino do que no feminino, justificada pela maior exposição ao trauma. No gênero feminino,
70,6% dos óbitos ocorreram em faixas acima de 60 anos e 30,7% acima de 80 anos (gráficos 82 e 83).
Gráfico 79: Distribuição dos óbitos por gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 80: Distribuição dos óbitos do gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Até 1 > 1 a 2 > 2 a 7 >7 a 15 > 15 a 30 >30 a 90 > 90 dias
Nº Saídas 1.043 1.742 4.967 2.516 1.152 610 90
Nº Óbitos 132 68 285 258 221 167 28
Tx Mortalidade % 12,7 3,9 5,7 10,3 19,2 27,4 31,1
0
20
40
60
80
100
0
2.000
4.000
6.000
%
N
Saídas 12.120
Óbitos 1.159
49,4 50,6
0
20
40
60
80
100
Masculino Feminino
12 10 10
49 40 48
98122
97 86
0
70
140
210
280
Até 2 > 2 a 12 > 12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 A 80 >80 a
Faixa Etária Linear (Faixa Etária)
N 572
N - 1.159
Masculino - 572
Feminino - 587
94
Gráfico 81: Distribuição dos óbitos do gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 82: Distribuição dos óbitos por faixa etária Gráfico 83: Distribuição dos óbitos por faixa etária
no gênero masculino – HS – Ano 6 no gênero feminino – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na análise da Taxa de Mortalidade por gênero, observa-se que foi mais alta no feminino, com
9,1% (gráfico 84). No entanto, do total de óbitos no gênero feminino, 70,6% foram em pacientes com
idade superior a 60 anos, contrastando com o masculino, onde o percentual foi de 53,3 (gráficos 82 e
83). Isto justifica a diferença deste indicador, uma vez que a Taxa de Mortalidade foi maior quanto
maior for a idade, conforme demonstrado no gráfico 85, onde a Taxa de Mortalidade por faixa etária
foi similar nos dois gêneros.
Gráfico 84: Taxa de Mortalidade por gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
9 5 8 12 2240
76102
133
180
0
70
140
210
280
Até 2 > 2 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 a
Faixa Etária Linear (Faixa Etária)
N 587
5,6
15,6
25,5
53,3
Gênero Masculino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
3,85,8
19,8
70,6
Gênero Feminino
Até 18
>18 a 40
>40 a 60
>60 anos
6,3 9,1
0
20
40
60
80
100
Masculino Feminino
95
Gráfico 85: Taxa de Mortalidade por faixa etária e gênero – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
13.3 CONDIÇÕES ASSOCIADAS À MORTALIDADE
A tabela 67 mostra as condições associadas aos pacientes que evoluíram com óbito por grupos
patológicos, a partir do CID sinalizado pelo médico no relatório de Alta por Óbito.
Dentre as condições relacionadas, a infecção teve destaque, seja como motivo de internação, já
com sepse, choque séptico e disfunção de múltiplos órgãos, seja como complicação na evolução do
paciente. O acidente vascular cerebral, especialmente hemorrágico (incluído no grupo neurológico), e
o trauma craniano (incluído em causas externas) também foram importantes. Pacientes com doenças
crônicas descompensadas foram prevalentes, dentre elas as cardiopatias (isquêmicas e hipertensivas),
as doenças pulmonares, doenças renais e hepatopatias, além de pacientes com grave comprometimento
cognitivo, acamados, com seqüelas de acidentes vasculares cerebrais prévios e demências. Neoplasia
foi vista em 5,9% dos óbitos.
Tabela 67: Condições associadas aos óbitos – HS – Ano 6
Grupos de Patologias N %
Infecciosas 499 43,1
Neurológicas 215 18,6
Cardiológicas 176 15,2
Digestivas 124 10,7
Causas Externas 124 10,7
Renais 99 8,5
Respiratórias 92 7,9
Neoplasias 68 5,9
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS
2,7 1,5 1,4 3,0 3,0 5,1 8,411,5 14,0
2,4 1,1 3,0 2,1 3,2 6,4 8,710,5 15,3
0
20
40
60
80
100
Até 2 > 2 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80
Masculino Feminino
96
14.4 MORTALIDADE E LOCAL DE OCORRÊNCIA
A distribuição dos óbitos por local de ocorrência aponta que a maioria ocorreu nas Unidades
de Terapia Intensiva, o que seria o esperado. Foram 584 casos nas UTI’s (50%), 399 casos na
Emergência (34,4%) e 140 nas unidades de internações abertas (12,1%), conforme demonstrado no
gráfico 86. Dos 399 óbitos ocorridos na Emergência, 76 (19,1%) foram em até 24 horas da internação
e 150 (37,6%) ocorreram na Estabilização, setor adaptado com equipe multidisciplinar específica,
recursos de monitorização e suporte avançado, refletindo um perfil de pacientes de maior gravidade.
Gráfico 86: Distribuição dos óbitos por local de ocorrência –HS– Ano 1 a 6 4
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Todos os pacientes adultos internados nas unidades intensivas são avaliados quanto ao risco de
óbito hospitalar através do escore prognóstico Apache II. Os gráficos 87 a 89 mostram a distribuição
dos pacientes avaliados por faixa deste escore, sinalizando um maior risco, especialmente nas UTI’s
Adulto I e II e UTI Adulto III, onde há predomínio de pacientes com perfis clínicos.
As UTI’s Adulto I e II são unidades com alto risco de óbito. Foram 618 avaliações realizadas
no sexto ano, com média de Apache II de 24, predizendo um risco de óbito de 40,8%. Ao considerar a
mortalidade esperada, a mortalidade observada foi abaixo, numa relação de 0,85. Ressalta-se que
37,7% dos pacientes internados tinham o escore acima de 25 e 26,1% acima de 30, demonstrando
gravidade (gráfico 87).
Gráfico 87: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II - UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
0,8
10,2
16,119,7
12,3 11,4
26,1
0
10
20
30
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30
Apache II médio 24 - Mortalidade Esperada 40,8%
Mortalidade Estandartizada - 0,85
36,1
51,7
12,2
42,8 40,4
16,8
43,3 41,4
15,3
37,3
48,1
14,6
40,9 41,2
15,3
34,4
50,0
12,1
0
20
40
60
80
100
Emergência UTI Enfermarias
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
97
Na UTI Adulto III foram realizadas 652 avaliações de pacientes pelo escore Apache II, com
média do escore de 24, predizendo um risco de óbito de 40,8%. A mortalidade observada foi abaixo da
esperada, numa relação de 0,75 (gráfico 88). Também na unidade chamou atenção a alta gravidade
clínica, onde 38,9% dos pacientes tinham escore acima de 25 e 23,4% acima de 30.
Gráfico 88: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II - UTI Adulto III – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Na UTI Cirúrgica foram 417 avaliações no período, com média do escore Apache II de 20 e
risco de óbito predito de 35,4%. A mortalidade observada foi abaixo da esperada, numa relação de
0,69, bem abaixo das outras, mas justificável pelo seu perfil (gráfico 89). Em contraste com as UTI’s
Adulto I e II e a Adulto III, 24,8% dos pacientes tinham escores acima de 25 e 11,6% acima de 30.
Gráfico 89: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II – UTI Cirúrgica - HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
14.5 MORTALIDADE INFANTIL
O óbito no primeiro ano de vida não é prevalente no hospital, tendo, no sexto ano, ocorrido 17
casos em pacientes internados, correspondendo a 1,5% do total de óbitos (gráfico 90). Todos foram no
período pós neonatal.
0,3
6
14,817,1 16,5 15,5
23,4
0
10
20
30
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30
Apache II médio 24 - Mortalidade Esperada - 40,8%
Mortalidade Estandartizada - 0,75
0,2
12,5
21,8 2015,4
13,2 11,6
0
10
20
30
Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30
Apache II médio 20 - Mortalidade Esperada 35,4%
Mortalidade Estandartizada 0,69
98
Gráfico 90: Percentual de óbitos no 1º ano de vida - HS – Ano 1 a 6
Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS
Dentre as condições associadas, conforme tabela 68, foram prevalentes as infecções (41,2%) e
as doenças do aparelho respiratório (17,7%).
Tabela 68: Condições associadas ao óbito no 1º ano de vida – HS – Ano 6
Condições associadas N %
Infecção 7 41,2
Respiratória 3 17,7
Digestiva 2 11,8
Cardiovascular 2 11,8
Má Formação 1 5,9
Não especificado 2 11,8
Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS
14.6 MULHER EM IDADE FÉRTIL (MIF)
É considerada mulher em idade fértil quando na faixa etária de 10 a 49 anos. No sexto ano,
ocorreram 76 óbitos de mulheres em idade fértil que foram internadas no hospital, correspondendo a
6,6% do total de óbitos e 13% do total de óbitos em mulheres, conforme demonstrado no gráfico 91.
Gráfico 91: Percentual de óbitos em MIF - HS – Ano 1 a 6
Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS
1,9 1,1 1,7 1,91,3 1,5
0
2
4
6
8
10
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano
Óbitos até 1 ano Linear (Óbitos até 1 ano)
%
8,2 6,8 6,8 6,8 7,4 6,6
17,513,7 13,2 13,2
14,313,0
0
10
20
30
40
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano
Pelo Total de óbitos
Pelo Total de Óbitos em
mulheres
Linear (Pelo Total de óbitos)
Linear (Pelo Total de Óbitos em
mulheres)
N 17
99
Dentre as condições relacionadas aos óbitos, a infecção foi prevalente, vista em 28 casos
(36,8%), seja como motivo de internação ou como complicação no decorrer da evolução clínica. Teve
destaque também o acidente vascular cerebral com 21,1% dos casos, especialmente o hemorrágico, as
causas externas com 13,2% e as doenças do aparelho digestivo com 11,8% (tabela 69).
Tabela 69: Condições associadas ao óbito em MIF – HS – Ano 6
Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS
14.7 MORTALIDADE EM FAIXA ETÁRIA ACIMA DE 60 ANOS
O gráfico 92 mostra o percentual de óbitos na faixa etária acima de 60 anos ao longo dos seis
anos do hospital, atingindo 62,1% no último ano. Dos 720 óbitos ocorridos nesta faixa etária, 415
foram no gênero feminino (57,6%) e 305 no masculino (42,4%).
Gráfico 92: Percentual de óbitos acima de 60 anos – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS
Dentre as causas de óbitos nesta faixa etária, sabe-se que as doenças crônicas e degenerativas
prevalecem, mas também infecções, causas externas (queda da própria altura com fratura de fêmur) e
as doenças do aparelho circulatório, incluindo AVC.
59,7 60 63,3 66,3 66,6 62,1
0
20
40
60
80
100
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano
Pelo Total de óbitos
Linear (Pelo Total de óbitos)
Condições associadas N %
Infecção 28 36,8
Neurológica 16 21,1
Causas Externas 10 13,2
Digestiva 9 11,8
Renal /Metabólico 7 9,2
Cardiovascular 4 5,3
Respiratória 4 5,3
Neoplasia 4 5,3
Hematológico/Reumático 3 4,0
N 76
100
14.8 MORTALIDADE POR CLÍNICAS
No gráfico 93 estão demonstradas as Taxas de Mortalidade por clínicas ao longo dos seis anos
do HS. Os pacientes clínicos apresentaram maior Taxa de Mortalidade, atingindo 17,1% no último
ano, porém, são pacientes com mais comorbidades e comprometimento de funções sistêmicas. As
Taxas de Mortalidade na Clínica Cirúrgica e na Pediatria foram de 3,8 e 1,7%, respectivamente. Vale
salientar que em todas as clínicas ocorreu redução em relação aos anos anteriores.
Gráfico 93: Taxa de Mortalidade por clínicas – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS
14.9 MORTALIDADE ASSOCIADA ÀS CAUSAS EXTERNAS
No sexto ano do hospital, foram 124 óbitos relacionados às causas externas, correspondendo a
10,7% do total (ver tabela 94). Vale salientar que as causas externas foram os principais motivos de
internação hospitalar, conforme previamente referido, e sua evolução para óbito foi associada à
gravidade da lesão. O gráfico 60 apresenta o comportamento percentual em relação ao total de óbitos
ao longo dos seis anos.
Gráfico 94: Percentual de óbitos associados às causas externas – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos / Sistema Informatizado – HS
Na distribuição por gênero, conforme gráfico 95, predominou o masculino, com 96 casos
(77,4%) sob o feminino, com 28 (22,6%). Na avaliação por faixa etária, conforme o gráfico 96, a
11,6
3,6 0,7
13,4
4,31
17,2
4,8 1,6
20,5
5,7 2,7
17,9
4,5 1,3
17,1
3,8 1,7
0
20
40
60
80
100
Clínica Médica Clínica Cirúrgica Pediatria
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
13,4 15,6 12,5 14,8 10,9 10,7
0
20
40
60
80
100
1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano
101
maior proporção foi na faixa de 20 a 40 anos, com 50 casos (40,3%). No entanto, acima de 60 anos
ocorreram 33 óbitos (26,6%) e acima de 80 anos foram 14 (11,3%).
Gráfico 95: Óbitos por gênero – HS - Ano 6 Gráfico 96: Óbitos por faixa etária – HS – Ano 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS
Os óbitos associados às causas externas foram estratificados, chamando atenção para os
pacientes vítimas de agressão, queda e os relacionados aos transportes (tabela 70 e gráfico 97).
Tabela 70: Estratificação dos óbitos por causas externas (pacientes internados) - HS – Ano 1 a 6
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos / Sistema Informatizado – HS
77,4
22,6
0
25
50
75
100
Masculino Feminino
18
50
2319
14
0
20
40
60
80
Até 20 >20 a 40 >40 a 60 >60 a 80 >80 anos
N
Estratificação dos Óbitos Hospitalares por Causas Externas
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
QUEDA
Da própria altura
Outras quedas
44
38
6
73
65
8
56
51
5
85
61
24
77
63
14
38
25
13
AGRESSÃO
Arma de fogo
Arma branca
Espancamento
31
23
2
6
60
50
3
7
54
42
5
7
50
42
4
4
29
21
5
3
50
39
2
9
RELACIONADO COM TRANSPORTE
Automobilístico
Motociclístico
Bicicleta
Helicóptero
Cavalo
Atropelo
26
13
3
1
0
0
9
63
21
19
2
0
0
21
44
12
12
0
0
2
18
42
11
16
0
0
1
14
40
9
16
0
0
0
15
28
5
11
1
1
0
10
INTOXICAÇÃO EXÓGENA 4 7 3 4 2 4
QUEIMADURA 2 0 4 2 2 0
AFOGAMENTO 1 0 1 1 0 1
OUTRAS 2 2 3 2 2 2
NÃO ESPECIFICADAS 5 8 2 3 5 1
TOTAL 115 213 167 189 157 124
Masculino - 96
Feminino - 28
102
Gráfico 97: Óbitos por grupos de causas externas (pacientes internados) - HS – Ano 6
Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS
30,7
40,3
22,6
3,2
0,8
2,4
0 20 40 60 80 100
Queda
Agressão
Acidente de transporte
Intoxicação Exógena
Afogamento
Outras/Não informada N 124
103
15 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
15.1 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA GLOBAL DE IRAS
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são eventos adversos que aumentam
a morbimortalidade do paciente no ambiente hospitalar. No entanto, para sua análise deve ser
considerado o perfil nosológico, a gravidade dos pacientes assistidos e o risco.
No sexto ano do HS, ocorreram 825 episódios de infecção, com Densidade de Incidência de
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (DI Global) de 7,3 por mil pacientes-dia, estando bem
abaixo da meta contratual de 20 por mil pacientes-dia. O gráfico 98 mostra o comportamento da DI
Global no HS ao longo dos seis anos, sendo observada redução progressiva até o quinto ano e aumento
no sexto. Este fato foi decorrente da busca ativa, pós- alta hospitalar, das infecções de sítio cirúrgico,
aumentando de 22,4 para 30% das IRAS. No último ano, conforme gráfico 99, a densidade variou de
6,4 a 8,5 por mil pacientes-dia.
Gráfico 98: DI Global IRAS - HS - Ano 1 a 6 Gráfico 99: DI Global de IRAS - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
15.2 DISTRIBUIÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA
No gráfico 100 está demonstrada a distribuição das infecções por sítio no sexto ano do
hospital, sendo o sítio respiratório o principal observado (34,1%), que inclui os casos de infecção do
trato respiratório superior e inferior, englobando a pneumonia associada à ventilação mecânica.
A infecção de sítio cirúrgico também prevaleceu, com 30% dos casos de IRAS, seguido das
infecções do trato urinário (18,5%) e das infecções primárias da corrente sanguínea (10,3%). Outros
sítios menos frequentes foram o cutâneo (4%) e de acesso vascular (2,5%).
7,3 6,86,2 6,1 5,7
7,3
0
5
10
15
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
DI Global IRAS
6,97,5
6,4 6,5
8,2 7,87
7,78,5
6,8 6,87,9
0
5
10
15
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º
Mês
Po
r m
il p
acie
nte
-dia
DI Global IRAS
104
Gráfico 100: Distribuição das IRAS por topografia - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
15.3 DISTRIBUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DAS IRAS POR SETOR DE OCORRÊNCIA
O gráfico 101 apresenta as DI Global de IRAS nos diferentes setores do HS no sexto ano.
Observa-se que as maiores incidências foram às relacionadas aos procedimentos cirúrgicos, com
densidade de 26,8 para cada mil, seguido das ocorrências nas UTI's Adulto, considerando todas, com
densidade de incidência de 12,7 por mil pacientes-dia. Vale salientar que as UTI's representam o local
de internação de pacientes com maior risco, diante do grau de comprometimento clínico e
imunológico e da demanda de procedimentos invasivos.
As infecções de sítio cirúrgico foram consideradas do Centro Cirúrgico.
Gráfico 101: Densidade de Incidência de IRAS por setor - HS - Ano 6
*por mil procedimentos cirúrgicos Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
O comportamento das IRAS nas diferentes unidades intensivas, conforme a tabela 71,
evidencia a melhora deste indicador, refletindo a qualidade assistencial prestada, a despeito da
gravidade e risco dos pacientes lá atendidos.
34,1
18,5
30
10,3
42,5 0,6 IRAS por Topografia - %
Respiratório
Urinário
Sítio cirúrgico
Corrente sanguínea
Cutâneo
Acesso vascular
Outros
26,8
12,7
4,5
5,6
2,3
3,3
0
0 10 20 30 40
Centro Cirúrgico *
UTI's Adulto
UTI Pediátrica
Internações Clínicas
Internações Cirúrgicas
Emergência Adulto
Emergência Pediátrica
Por mil paciente-dia
105
Tabela 71: Densidade de Incidência de IRAS na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6
Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
UTI Adulto I e II 20,3 16,8 10,4 11,6 12,5 13,1
UTI Adulto III 16,5 15,3 10,2 10,5 11,1 9,9
UTI Cirúrgica 21,4 23,3 20,7 15,4 10,7 14,8
UTI Pediátrica 11,5 8,5 9,0 7,2 6,9 4,5
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Ressalta-se que o aumento da Densidade de Incidência de Infecção na UTI Cirúrgica no
último ano foi decorrente a maior quantidade de internamentos clínicos no setor, denotando aumento
do risco.
15.4 INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA (IPCS)
A Infecção Primária de Corrente Sanguínea associada a cateter venoso central (CVC) é um
dos principais indicadores de qualidade do processo assistencial.
O comportamento das Densidades de Incidência de IPCS avaliadas nas UTI’s (tabela 72),
onde a sua prevalência está relacionada ao maior risco do paciente, diante da maior utilização do
dispositivo e susceptibilidade clínica, evidencia melhora deste indicador após medidas implementadas
para o seu controle. Dentre elas, ressaltam-se a revisão de padrões de curativos, implantação do bundle
de inserção de cateter central e o reforço dos cuidados durante sua manutenção, com estímulo para a
retirada precoce.
Tabela 72: Densidade de Incidência de IPCS na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6
Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
UTI Adulto I e II 3,6 5,8 3,5 2,4 1,6 1,0
UTI Adulto III 6,6 7,8 3,1 2,9 2,8 2,2
UTI Cirúrgica 4,1 8,8 5,1 3,3 2,3 0,7
UTI Pediátrica 4,6 7,3 2,3 0,9 2,9 1,6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Vale salientar que as densidades de incidência de IPCS se mantêm abaixo da meta contratual
de até 4,4 por mil CVC-dia e as Taxas de Efetividade na sua prevenção foram acima de 97% no sexto
ano do hospital (gráfico 102).
106
Gráfico 102: Taxa de Efetividade na prevenção IPCS – UTI’s HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
15.5 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV)
As Pneumonias associadas à Ventilação Mecânica constituem ainda o principal evento
adverso observado nas unidades intensivas do hospital. Ações foram desenvolvidas ao longo dos seis
anos para o seu controle, com resultados já evidenciados através da redução de sua incidência (tabela
73). Assim, houve o fortalecimento do gerenciamento do risco de PAV, com a implantação do
protocolo para sua prevenção, que contempla a supervisão diária através da aplicação do bundle de
manutenção da Ventilação Mecânica.
Tabela 73: Densidade de Incidência de PAV na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6
Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
UTI Adulto I e II 8,4 4,5 7,0 7,3 7,6 8,3
UTI Adulto III 6,8 5,9 8,5 8,1 5,8 7,0
UTI Cirúrgica 5,0 8,4 17,3 12,3 8,2 4,0
UTI Pediátrica 0 0,6 6,5 4,4 3,8 0,9
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
No sexto ano, as densidades de incidência de PAV nas UTI’s Adulto I e II, Adulto III e
Cirúrgica foram abaixo da meta estabelecida pelo serviço, de 8,4 por mil VM-dia, com Taxas de
Efetividade na sua prevenção acima de 90% (gráfico 103).
Vale salientar o comportamento observado na Densidade de Incidência de PAV na UTI
Cirúrgica, com redução progressiva e significativa, atingindo Taxa de Efetividade de 97,2% no sexto
ano.
98,5 97,7 99,4 98,5
0
20
40
60
80
100
120
UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica
%
107
Gráfico 103: Taxa de Efetividade na prevenção PAV – UTI’s HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
15.6 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)
A tabela 74 mostra as Densidades de Incidência de Infecção do Trato Urinário relacionada ao
uso de sonda vesical de demora, nos seis anos do hospital, nas unidades intensivas. Pode-se observar
baixas densidades em todas, atingindo Taxa de Efetividade acima de 98% no sexto ano (gráfico 104),
após o reforço das medidas de prevenção e diminuição do seu tempo de uso.
Tabela 74: Densidade de Incidência de ITU na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6
Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6
UTI Adulto I e II 3,0 3,3 1,2 2,1 1,8 1,3
UTI Adulto III 8,6 5,5 1,2 1,1 0,9 1,3
UTI Cirúrgica 5,5 2,4 2,6 1,9 0,7 1,1
UTI Pediátrica 2,5 2,3 1,6 2,8 1,9 0,8
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Gráfico 104: Taxa de Efetividade na prevenção ITU – UTI’s HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
90,3 93,7 97,2 99,4
0
20
40
60
80
100
120
UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica
98,4 99 99,2 99,5
0
20
40
60
80
100
120
UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica
%
108
15.7 INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)
No sexto ano do hospital, a Taxa de Incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico foi de 2,7%.
Considerando esta ocorrência em cirurgias limpas, as Taxas de Infecção ao longo do ano se
mantiveram abaixo do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de até 5% (gráfico 105).
Gráfico 105: DI de ISC em cirurgias limpas - HS – Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Com relação às especialidades cirúrgicas (gráfico 106), as Taxas de Incidência de Infecção de
Sítio Cirúrgico (ISC), relacionadas à Cirurgia Ortopédica, à Cirurgia Geral e à Neurocirurgia foram
respectivamente de 2,7% (109 episódios), 3,5% (70 episódios) e 4,5% (44 episódios), e as Taxas de
Infecção em cirurgias limpas também se mantiveram abaixo de 5%, com valores, respectivamente, de
1,7% (37 casos), 0,2% (02 caso) e 4,3% (35 casos).
Gráfico 106: Taxa de ISC em cirurgias limpas - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Os gráficos 107 a 109 mostram as Taxas de Incidência de ISC relacionadas à Cirurgia
Ortopédica, Cirurgia Geral e Neurocirurgia, por trimestre, no sexto ano. Estas taxas não devem ser
comparadas entre as especialidades cirúrgicas devido às diferentes características dos pacientes.
A Taxa global de infecção em ortopedia mostrou estabilidade ao longo do ano, enquanto o
volume de cirurgias obteve aumento (gráfico 107).
1,5 1,50,7 0,6 0,7
00,9
1,4 1,81,2
0,2
1,7
0
2
4
6
8
10
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º
Mês
%
2,73,5
4,3
1,7
0,2
4,4
0
2
4
6
8
Ortopedia Cirurgia Geral Neurocirurgia
%
Tx de ISC Global Tx de ISC em cirurgia limpa
109
Gráfico 107: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Ortopedia - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
Quanto as Taxas de incidência de ISC relacionadas à Cirurgia Geral, por trimestre,
representado no gráfico 108, observa-se uma baixa incidência de infecção em cirurgia limpa, com
apenas 01 caso no primeiro trimestre e 01 no quarto.
Gráfico 108: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Cirurgia Geral - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
As taxas de incidência de ISC relacionadas à Neurocirurgia por trimestre estão representadas
no gráfico 109. Observa-se que as taxas em cirurgia limpa por vezes ultrapassam a de sítio cirúrgico
global. Este fato pode ser justificado pela quase totalidade de cirurgias limpas no serviço.
Gráfico 109: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Neurocirurgia - HS - Ano 6
Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS
9291039 999
1070
531 547 512 551
2,43,3
2,6
2,31,82,5
1,2
1,3
0
4
8
12
0
450
900
1350
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
Ta
xa
de I
nfe
cçã
o
Nú
mero
de C
iru
rg
ias
Ortopedia
Nº cirurgias
Nº cirurgias
limpas
Taxa global
Taxa cirurgia
limpa
450480 497
531
98 92
126
99
4,7 4,4
2,2 3,2
1,00 0
1,0
0
4
8
12
0
250
500
750
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
Ta
xa
de I
nfe
cçã
o
Nú
mero
de C
iru
rg
ias
Cirurgia Geral
Nº cirurgias
Nº cirurgias
limpas
Taxa global
Taxa cirurgia
limpa
233245
264
224
184
222208
191
6,4
2,4
5,3
46
2,2
5,83,7
0
4
8
12
0
100
200
300
1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim
Ta
xa
de I
nfe
cçã
o
Nú
mero
de C
iru
rg
ias
Neurocirurgia
Nº cirurgias
Nº cirurgias
limpas
Taxa global
Taxa cirurgia
limpa
110
15.8 PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERIANA
Ao longo dos seis anos, a instituição vem desenvolvendo ações para o controle de infecção,
como a implantação do bundle de instalação de cateter venoso central, bundles de manutenção de
dispositivos invasivos, protocolo de antibioticoprofilaxia cirúrgica e de antibioticoterapia empírica.
Assim, conforme os gráficos 110 a 113, que mostram o quantitativo de culturas e o percentual de
multiresistência para os principais microrganismos isolados, houve melhora no perfil de sensibilidade.
Gráfico 110: Comportamento do Staphilococcus aureus – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 111: Comportamento do Acinetobacter baumannii – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Gráfico 112: Comportamento da Pseudomonas aeruginosa – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
236 255 212 192 190 208
24 23 22,8 18 13,3 14,60
25
50
75
100
0
200
400
600
800
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
% M
ult
iresi
stên
cia
Nú
mero
cu
ltu
ra
s
Número Culturas
% MRSA
Staphilococcus
aureus
39
318
429 408 384
280
94,3
79,2 83,2 84 81,372,8
0
25
50
75
100
0
200
400
600
800
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
% M
ult
iresi
stên
cia
Nú
mero
cu
ltu
ra
s
Número Culturas
% Multiresistência
Acinetobacter
baumannii
272
390
276 297 285
208
24,8
34,726,6 29,9
24,819,6
0
25
50
75
100
0
200
400
600
800
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
% M
ult
iresi
stên
cia
Nú
mero
cu
ltu
ra
s
Número Culturas
% Multiresistência
Pseudomonas
aeruginosa
111
Gráfico 113: Comportamento da Klebsiella pneumoniae – HS – Ano 1 a 6
Fonte: Sistema Informatizado – HS
Ressalta-se o compromisso da equipe assistencial com a boa prática, bem como o papel e
responsabilidade dos gestores dos processos, com apoio do SCIH, na adequada supervisão das ações
implementadas, impactando não apenas no controle ambiental, como na sustentabilidade institucional.
No entanto, merece atenção o comportamento da Klebsiella pneumoniae, que embora ainda
em pequena proporção, vem se mostrando com aumento progressivo de resistência aos
carbapenêmicos, atingindo 15,7% no último ano. Este cenário vem sendo enfrentado em diversas
instituições do Brasil e no mundo, e amplamente discutido.
328
589
296 298 302
426
40,4
49,5 47,4 51
26,4 24,6
0 1,6 2,39 11,3
15,7
0
25
50
75
100
0
200
400
600
800
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
% M
ult
iresi
stên
cia
Nú
mero
de C
iru
rg
ias
Klebsiella
Pneumoniae
Número Culturas
% Resistência
ESBL
% Resistencia
Carbapenêmico
112
16 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do Hospital do Subúrbio iniciou suas
atividades em fevereiro de 2014 e tem como principal objetivo promover uma melhor vigilância
quanto a ocorrência de determinadas doenças ou agravos à saúde, a fim de oportunizar a adoção de
medidas de prevenção e controle compatíveis com suas especificidades. Antes desta época, este
controle era feito pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).
A reorganização da metodologia de trabalho do NVE, com o reforço da busca ativa diária de
doenças e agravos nas unidades e a partir das solicitações de exames complementares (sorologias,
baciloscopias e estudo de líquor), resultou no aumento expressivo do número de investigações no
quinto ano (1.247 casos) e sexto ano (2.148 casos), conforme gráfico 114.
Na avaliação da distribuição dos pacientes por gênero, observa-se que a prevalência foi maior
no masculino. Esta predominância é compatível com os dados nacionais e pode ser justificado pela
maior exposição ao risco e menor acesso aos Serviços de Saúde por parte deste grupo.
Gráfico 114: Investigações de Doenças e Agravos Gráfico 115: Distribuição dos pacientes investigados por
de Notificação Compulsória – HS –Ano 4 a 6 gênero – HS – Ano 4 a 6
Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS
Gráfico 116: Distribuição dos pacientes investigados por Procedência – HS – Ano 4 a 6
Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS
331
1247
2148
0
1000
2000
3000
Ano 4 Ano 5 Ano 6
179
520
997
152
428
668
0
700
1400
2100
Ano 4 Ano 5 Ano 6
Masculino
Feminino
27236 23
798
92 58
1440
158 67
0
1000
2000
3000
Salvador Região Metropolitana Interior
Ano 4
Ano 5
Ano 6
113
Quanto à procedência (gráfico 116), no sexto ano do hospital, de 1.665 pacientes investigados,
1.440 pacientes foram do município de Salvador (66,5%), 158 pacientes de outros municípios da
Região Metropolitana (9,5%) e 67 pacientes do interior do estado (4%). Ressalta-se que existiram
pacientes que foram investigados por mais de uma doença, justificando a diferença do número de
investigações e de pacientes investigados.
Na tabela 75 está demonstrada a relação das doenças e outros agravos investigados,
notificados e confirmados no último ano.
Tabela 75: Distribuição dos casos investigados, notificados e confirmados por Tipo – HS – Ano 6
Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS
Doenças e Agravos ANO 6
Investigados Notificados Confirmados Óbitos Letalidade %
HIV / AIDS 584 77 77 21 27,3
Hepatites 462 462 24 16 66,7
Meningites 324 324 58 16 27,6
Tuberculose 223 52 31 12 38,7
Sífilis 121 121 11 0 0,0
Rotavírus 115 115 44 0 0,0
SRAG 65 65 36 1 2,8
Violência doméstica e sexual 52 52 52 2 3,8
Dengue 48 48 27 0 0,0
Intoxicação Exógena 43 43 43 2 4,7
Leptospirose 41 41 7 2 28,6
Doença de Chagas 22 22 6 1 16,7
Chikungunya 12 12 12 0 0,0
Coqueluche 6 6 3 0 0,0
Hanseníase 5 3 3 0 0,0
Anti-rábica 4 4 4 0 0,0
Tétano 4 4 3 2 66,7
Varicela 3 3 3 0 0,0
Leishmaniose 3 3 3 0 0,0
Sindrome Guillain Barre 2 2 2 0 0,0
Rubeola 2 2 0 0 0,0
Acidente de trabalho grave 2 2 2 1 50,0
Febre Tifóide 1 1 0 0 0,0
Esquistossomose 1 0 0 0 0,0
Acidentes animais peçonhentos 1 1 1 0 0,0
Doença Priônica 1 1 0 0 0,0
Pneumoconiose 1 1 1 0 0,0
Total 2.148 1467 453 76 -
114
Ressalta-se que a diferença no número de casos investigados e notificados observados em
relação ao HIV/AIDS e Tuberculose decorre dos critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Assim,
é necessária a confirmação através de exames laboratoriais e testes sorológicos que detectem os
anticorpos contra o HIV; e de dados clínicos epidemiológicos associados à avaliação de exames
complementares ou a confirmação por baciloscopia, cultura ou teste rápido molecular para os casos de
tuberculose.
Durante este ano HIV/AIDS, Meningite e Tuberculose mantiveram sua prevalência
considerando o ano anterior. No entanto, chamou a atenção algumas doenças como Hepatite, Dengue,
SRAG e Sífilis, que diante do quadro atual de reincidência na saúde pública ocuparam um espaço
importante de investigação na rede hospitalar.
Agravos como a Violência doméstica e sexual foram evidentes quando comparadas as doenças
de notificação e as principais causas externas. Isso, considerando que por diversas vezes se torna
omissa no atendimento ao paciente. O número de investigações demonstra o olhar diferenciado da
equipe de saúde e a compreensão da importância da identificação precoce deste tipo de agravo,
principalmente em mulheres, crianças e idosos.
A taxa de letalidade observada nos casos de notificação que foram confirmadas reflete a
gravidade da doença, a condição clínica do paciente e o tempo de adoecimento.
115
17 CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS
Em outubro de 2010 foi instituída a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos
e Transplantes (CIHDOTT) e em 2011, o Hospital do Subúrbio recebeu o Prêmio Amigos do
Transplante da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, pela organização e estrutura desta comissão.
17.1 MORTE ENCEFÁLICA
O gráfico 117 mostra o número de Protocolos de Morte Encefálica abertos do segundo ao
sexto ano do HS. No último ano foram 59 Protocolos de Morte Encefálica (ME) abertos, com a
efetivação de 16 doações (27,1%). Porém, conforme demonstrado no gráfico 118, em 9 casos (15,3%)
houve evolução para óbito antes do fechamento do protocolo e em 8 casos existiam critérios de
exclusão para captação (13,6%). Portanto, dos 42 casos possíveis de captação, 16 foram efetivadas
(38,1%).
Gráfico 117: Números de Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 6
Fonte: CIHDOTT - HS
Gráfico 118: Dados de segmento dos Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 6
Fonte: CIHDOTT – HS
19
1115 15 16
1317
20 19
34
137 9 8 9
0
20
40
60
Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Protocolos de Morte Encefálica
Protocolos fechados
com doação
Protocolos fechados
sem doação
Óbitos antes de fechar o
protocolo
N
45
35
45
41
59
0
20
40
60
80
Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Protocolos
de ME
N
116
17.2 CAPTAÇÃO DE CÓRNEA
Vem sendo observado aumento da captação de córneas no HS, após parceria com programa
estabelecido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, mas ainda de modo incipiente. No último
ano ocorreram apenas 07 captações (gráfico 119).
Ressalta-se que muitos pacientes que evoluem com óbito apresentam contra-indicações para a
captação de córneas. No entanto, faz-se necessário a maior sensibilização da equipe quanto à
importância desta ação, considerando o contexto de responsabilidade social e coletiva, oportunizando
melhor qualidade de vida ao cidadão com deficiência visual.
Gráfico 119: Número de doações de córnea – HS – Ano 2 a 6
Fonte: CIHDOTT - HS
1
4
810
7
0
5
10
15
20
Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
Captação de CórneaN
117
18 CONCLUSÃO
A qualidade na assistência à saúde envolve não apenas o atendimento em si, com equipe
multidisciplinar comprometida e tecnologia, mas também uma gestão estratégica clara, que definam
objetivos respaldados em valores éticos e com foco nas necessidades dos pacientes. Assim, o
entendimento do perfil epidemiológico é essencial para as decisões institucionais nas organizações de
saúde, principalmente considerando que a Epidemiologia produz conhecimento capaz de promover a
saúde individual através de medidas de alcance coletivo.
Desta forma, a equipe do Hospital do Subúrbio foi capaz de atuar com inovação, garantindo
bons resultados assistenciais, fundamentando seu planejamento e suas ações na análise epidemiológica
e monitorando quantitativamente e qualitativamente sua produção de serviços.
Ao longo dos seis anos de funcionamento, a instituição consolidou o seu perfil assistencial de
urgência e emergência, refletido pela redução dos pacientes atendidos na Emergência com
classificação de risco Azul e Verde. O trabalho educativo realizado junto à comunidade e a sua
participação estimulando uma maior interação dos componentes do Distrito Sanitário do Subúrbio
Ferroviário, para o desenvolvimento de ações mais organizadas e integradas, parecem ter contribuído
para progressiva estruturação da rede pública assistencial.
Apesar do quantitativo elevado de atendimentos clínicos na Emergência, o perfil cirúrgico
manteve-se marcante nas internações, tendo especial destaque a assistência ao trauma e lesões por
causas externas e às patologias cirúrgicas abdominais. Dentre as patologias clínicas, as doenças
cerebrovasculares, cardiovasculares e infecciosas mostraram sua significância, seja pela sua frequência
ou pela sua criticidade. Este fato implicou na definição das Linhas de Cuidado estratégicas, do
paciente politraumatizado e do paciente com Acidente Vascular Cerebral, que foram implantadas no
final do quinto ano.
O aumento progressivo de pacientes adultos internados com risco Amarelo e Vermelho,
portanto com maior gravidade/complexidade, assim como aqueles mais idosos, contribuíram para a
Média de Permanência hospitalar encontrada. No entanto, houve melhora deste indicador nos últimos
anos, refletindo a efetividade clínica do processo assistencial, a partir do olhar crítico em busca de sua
melhoria.
O comportamento da Mortalidade Institucional se manteve estável e corrobora com o contexto
onde o hospital está inserido e com a gravidade dos pacientes atendidos, chamando a atenção, ainda
assim, uma mortalidade encontrada inferior à mortalidade esperada nos pacientes que foram
internados nas unidades de terapia intensiva.
118
A mudança do modelo assistencial na Pediatria ocorrida no sexto ano do HS, num olhar
sistêmico, onde a integralidade do cuidado, com única equipe médica atuando na Emergência, Terapia
Intensiva e Internação, garantiu a continuidade assistencial e refletiu na melhoria dos indicadores de
desempenho, com redução da Média de Permanência e da Mortalidade. Ressalta-se que esta inovação
vem sendo exemplo para a reestruturação do modelo de assistência à saúde para o paciente clínico e
cirúrgico.
Desta forma, compreendemos que a assistência à saúde é dinâmica, sendo fundamental o
acompanhamento dos indicadores epidemiológicos, utilizando-os como ferramentas na gestão e
operação dos serviços de saúde. Considerando que aproximadamente metade do público atendido é
procedente do Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário, este boletim traz informações valiosas aos
poderes públicos municipal e estadual, na medida em que pode subsidiar tomadas de decisões na
matriz do planejamento de saúde. O combate à violência, os cuidados primários e secundários à
população idosa, a prevenção e promoção da saúde, a necessidade de continuidade dos cuidados em
reabilitação são exemplos que extraímos desta publicação e que nos reveste de uma responsabilidade
sistêmica, considerando a posição do HS na linha de cuidado na Rede SUS.