1 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
GUIA DE ANTIBIOTICOTERAPIA
EMPÍRICA DAS PRINCIPAIS
INFECÇÕES
Elaboração: Peron Ribeiro Soares
(Infectologista – Presidente da CCIH/HU-UFPI)
Revisão: Carlos Gilvan N de Carvalho (Infectologista – Membro da CCIH/HU-UFPI)
Teresina, março de 2016
2 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
SÚMARIO
TRATAMENTO:
ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS ............................. 03
NORMA DE SOLICITAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS .............. 04
INFECÇÕES ABDOMINAIS ..................................................................................... 05
INFECÇÕES CARDÍACAS ........................................................................................ 06
INFECÇÕES GINECOLOGICO-OBSTÉTRICAS............................................................ 07
INFECÇÕES NEUROLÓGICAS ................................................................................... 08
INFECÇÕES PELE E PARTES MOLES......................................................................... 09
INFECÇÕES PULMONARES ..................................................................................... 10
INFECÇÕES ORTOPÉDICAS ..................................................................................... 11
INFECÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICAS............................................................... 12
INFECÇÕES TRATO GENITO-URINÁRIO..................................................................... 13
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14
PROPOSTA DE INSERÇÃO/MODIFICAÇÃO DE CONDUTAS.................................... 15
3 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
ORIENTAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS 1. Em paciente febril, defina se a febre é de origem infecciosa ou não. Antibiótico não é antitérmico.
A febre por si só não é indicação para o uso de antibióticos;
2. Em caso infeccioso, analise se a etiologia é bacteriana ou não;
3. Estabeleça o sítio de infecção;
4. De acordo com a topografia de instalação da infecção, considere a provável etiologia bacteriana;
5. Defina se a infecção bacteriana é comunitária ou relacionada à assistência à saúde (IRAS);
6. Se o paciente estiver hospitalizado e com febre, antes de utilizar antimicrobianos ou trocá-los,
investigue as condições das próteses ou dispositivos: cateter urinário, cateter venoso central, tubo
endotraqueal. Se houver sinais de inflamação, troque-os e analise;
7. Para cada indicação de antimicrobiano deve-se procurar um agente etiológico. Culturas positivas
são tão importantes quanto as negativas. Solicite culturas de sangue, urina, traqueal, ponta de cateter
ou outro espécime, antes de iniciar antimicrobianos; e sempre com antibiograma;
8. Escolha o antimicrobiano indicado para caso, dando preferência àquele de menor espectro, mas
que seja eficaz; Sempre que possível, de preferência à monoterapia, bem como a antimicrobiano
conhecido e de maior experiência pessoal;
9. Preencha adequadamente o formulário de solicitação de antimicrobianos. Observe a norma
hospitalar (Norma 01/2016, CCIH/HU-UFPI);
10. Reveja a possibilidade de administração via oral após 48-72h de tratamento intravenoso;
11. Utilize o menor tempo possível de antibioticoterapia. Lembre-se: quanto mais se usa, maior o
risco de: seleção de germes resistentes, efeitos colaterais ou toxicidade;
12. Antimicrobianos são utilizados, em geral, por tempo demais. Na maioria das vezes, são
necessários 3-5 dias de tratamento após a resolução da febre ou leucocitose.
13. Não trocar antimicrobiano antes de 2 a 3 dias. Mude ou permaneça com o antimicrobiano,
conforme resultado do antibiograma;
14. Não havendo resposta em 3 a 4 dias de antibioticoterapia, atentar para: a substância pode está
errada ou não penetra no local da infecção; o diagnóstico ou agente está errado (vírus ou fungos, p.
ex.); presença de abscesso (o “melhor” antimicrobiano é a drenagem); falta de defesas (pacientes
hematológicos podem levar até 7 dias para ter a febre baixada); febre pela droga; presença de cateter
venoso, vesical ou corpo estranho;
15. Discuta o caso com a CCIH.
4 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
NORMA CIRCULAR Nº 01/2016, CCIH/ HU-UFPI
NORMA DE SOLICITAÇÃO E DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS
Dispõe sobre a normatização das prescrições de antimicrobianos no ambiente hospitalar e institui rotina
de solicitação e dispensação de antimicrobianos, incluindo solicitações impressas ou informatizada do AGHU.
Este dispositivo altera a Norma Circular nº 01/2015, de 19 de agosto de 2015 e tem valor legal conferido
pela Portaria 2616/93 do Ministério da Saúde e pela Resolução CFM 1552 / 1999.
1. Das Prescrições de Antimicrobianos:
a) Todos os antimicrobianos deverão ser dispensados mediante a apresentação do formulário de solicitação
(em anexo), devidamente preenchido pelo médico solicitante, como posologia, dose, intervalos, diluição,
duração e justificativa de uso;
b) O farmacêutico da UNIFACLIN (Unidade de Farmácia Clínica) ou Unidade de Dispensação
Farmacêutica (UDF) confere o correto preenchimento do formulário e dispensa os antimicrobianos
solicitados, aguardando a aprovação da CCIH. Formulários com preenchimento incompleto deverão ser
imediatamente devolvidos ao setor de origem para o devido preenchimento.
c) As solicitações de início de antimicrobianos terão validade conforme deferimento pela CCIH.
d) RENOVAÇÕES de antimicrobianos durante a semana terão que ter a aprovação da CCIH para sua
dispensação; se durante à noite, terão a dose dispensada até o dia seguinte; se durante o final de semana e
feriados serão dispensados até o primeiro dia útil, a fim de que sejam aprovados pela CCIH;
2. Das Prescrições de Antimicrobianos de USO RESTRITO:
a) Antimicrobianos que compõem a lista de uso restrito SÓ SERÃO DISPENSADOS pelo farmacêutico
mediante aprovação da CCIH. Nesta situação, o médico prescritor deve primeiro discutir o caso com o
infectologista da CCIH, presencial, parecer ou por telefone.
b) Compõem a lista de antimicrobianos restrito para os postos: meropenem, polimixina B, anidulafungina,
tigeciclina, linezolida e anfotericina B lipossomal;
c) Compõem a lista de antimicrobianos restrito para a UTI: anidulafungina, tigeciclina, linezolida e
anfotericina B lipossomal;
3. Da avaliação pela CCIH:
a) A CCIH terá até 2 dias úteis para avaliar a solicitação, devolvendo o formulário à UNIFACLIN para o seu
controle, com arquivamento de cópia; não havendo avaliação da CCIH, a dispensação ocorrerá por, no
máximo, 14 dias.
b) Ajustes na prescrição, como posologia, intervalos, mudança de vias de administração ou indeferimento as
orientações serão lançadas na prescrição do paciente no AGHU como “Orientações da CCIH”, para
ciência do médico assistente.
c) Todos os trâmites do formulário devem ser protocolados;
d) Em caso de dúvida ou omissos, contactar a CCIH.
Teresina, 28 de março de 2016.
Equipe de elaboração
_________________________
Carlos Gilvan N de Carvalho
Infectologista – Membro CCIH
_________________________
Mayara Ladeira Coêlho
Farmacêutica – Membro CCIH
___________________
Paulo Leal Pereira
Chefe do Setor de Farmácia
Aprovação
_________________
Éulálio Rodrigues da Silva
Gerente de Atenção em Saúde
_______________
José Lira M. Filho
Chefe da Divisão Médica
_______________________
Peron Ribeiro Soares Presidente da CCIH
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Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES ABDOMINAIS Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento
Abscesso Hepático Ceftriaxona
+
Metronidazol
1g, EV
500 mg, EV
12/12h
8/8h
10-14 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (2, 3, 4)
Apendicite Supurada Ceftriaxona
+
Metronidazol
1g, EV
500 mg, EV
12/12h
8/8h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Colangite
Ciprofloxacina
+
Metronidazol
400mg, EV
500 mg, EV
12/12h
8/8h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Colangite (Após
manipulação biliar)
Piperacilina/Tazobactam (1)
4,5g, EV
6/6h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2,
3)
Diverticulite
Ceftriaxona
+
Metronidazol
1g, EV
500 mg, EV
12/12h
8/8h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Pancreatite Aguda Não indicado
Pancreatite Aguda
Grave (Abcesso,
necrose)
Ciprofloxacina
+
Metronidazol
400mg, EV
500 mg, EE
12/12h
8/8h 7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Se instável, choque
séptico
Imipenem 1g, EV 8/8h
Peritonite Bacteriana
Espontânea
Ceftriaxona 1g, EV
12/12h 7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
(Profilaxia secundária)
Norfloxacino,
Ou
Sulfametoxazol/trimetropim
400mg, VO
400/80mg, VO
1x/dia
1x/dia
Contínuo, após
término do
tratamento
Diarréia Aguda
(se imunussuprimido,
sangue ou muco,
≥ 5 evacuações/dia)
Sulfametoxazol/trimetropim
Ou
Ciprofloxacino
400/80mg, VO
400/500mg, VO
12/12h
12/12h
Corrigir desidratação,
5-7 dias
(Por Clostridium) Metronidazol 500mg, VO 8/8h 7-14 dias
(Retirar
antimicrobianos)
Doença de Chron Ciprofloxacina
+
Metronidazol
400mg, EV
500 mg, EV
12/12h
8/8h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
Abscesso Subcutâneo
(Sem aponeurose)
Cefalotina (1)
Ou
Cefalexina
2g, EV
500 mg, VO
6/6h
6/6h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2, 4)
Abscesso Intra-
Abdominal
Ceftazidima ou
Cefepime
+
Metronidazol
2g, EV
2g, EV
500mg, EV
8/8h
12/12h
8/8h
10-14 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (2, 3, 4)
Abscesso Abdominal
(Com Dreno
Abdome)
Piperacilina/Tazobactam ou
Imipenem (1)
4,5g, EV
1g, EV
6/6h
8/8h
10-14 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (2, 3, 4)
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Para suspensão do antimicrobiano: leucograma normal e afebril > 72h.
3. Associar drenagem do abscesso com envio de material para cultura. Rever sempre a possibilidade de
retirada do dreno.
4. A suspensão de tratamento também deve levar em conta a regressão do abscesso.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. SEMPRE que houver cultura positiva, reavaliar
antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48-72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via oral, rever
antibioticoterapia VO com a CCIH
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Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES CARDÍACAS Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento
Endocardite (3)
(Valva nativa,
infecção
comunitária)
Ou
(Valva protética
>1ano)
Penicilina cristalina
+
Oxacilina (4)
+
Gentamicina
4 milhões UI,
EV
2g, EV
1mg/kg, EV
4/4h
4/4h
8/8h
4 a 6 semanas
7 a 14 dias iniciais
Endocardite (3)
(Associado a cateter,
usuário de drogas)
Vancomicina (15-
20mg/kg)
+
Gentamicina
1g, EV
1mg/kg, EV
12/12h
8/8h
6 a 8 semanas
14 dias iniciais
Endocardite (3)
(Valva protética
<1ano)
Vancomicina (15-
20mg/kg)
+
Gentamicina
(Considerar
Rifampicina) (5)
1g, EV
1mg/kg, EV
300mg,
EV/VO
12/12h
8/8h
8/8h
6 a 8 semanas
14 dias iniciais
6 a 8 semanas
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO – Cirurgias Cardíacas
ISC
Superficial
Cefalotina (1)
Ou
Cefalexina
2g, EV
500 mg, VO
6/6h
6/6h
Cerca de 7 dias ou
72h sem sinais de
infecção (2)
ISC profunda
Ou de
órgão/espaço (Mediastinite)
Vancomicina
+
Ceftazidima
1g, EV
2g, EV
12/12h
8/8h
4 a 6 semanas
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Para suspensão do antimicrobiano: leucograma normal e afebril >72h.
3. Coletar no mínimo três pares de hemocultura seriados, preferivelmente antes de iniciar antibióticoterapia.
4. Escolha baseada na história clínica: Procedimento dentário prévio: Ampicilina; Infecção de pele/subcutâneo
prévio ou usuário de drogas IV: Oxacilina
5. A depender do agente isolado, consultar CCIH. Há indicação de troca da prótese valvar.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via
oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
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Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES GINECOLÓGICO-OBSTÉTRICAS Tipo de Infecção
Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do Tratamento
DIP
(Ambulatorial)
Ceftriaxona
+
Doxiciclina
+
Metronidazol (2)
250mg, IM
100mg, VO
500 mg, VO
DU
12/12h
8/8h
14 dias
DIP
(Internação)
Clindamicina
+
Gentamicina (3)
600mg, EV
5mg/kg/dia , EV
6/6h
8/8h
14 dias
Pielonefrite em
gestante
Ceftriaxona 1g, EV 12/12h 10 -14 dias
Mastite puerperal Oxacilina,
Clindamicina,
Cefalotina,
Ou Cefalexina
2g IV
600mg, EV/VO
2g, EV
500mg, VO
4/4h
6/6h
6/6h
6/6h
10 -14 dias
Abscesso pélvico Ceftriaxona
+
Metronidazol
1 g, EV
500mg, EV
12/12h
8/8h
10 -14 dias (4, 5)
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
ISC superficial,
Abscesso
Subcutâneo
(Sem aponeurose)
Cefalotina (1)
ou
Cefalexina
1g, EV
500mg, VO
6/6h
6/6h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (4,5)
ISC Prorfunda Ciprofloxacina
+
Clindamicina
200mg, EV
600mg, EV
12/12h
6/6h
10-14 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (4,5) 1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Associar necessariamente metronidazol na presença de abscesso tubo ovariano.
3. Opção de ceftriaxona 2g/dia no caso de insuficiência renal aguda.
4. Associar drenagem do abscesso com envio de material para cultura (Rever antibióticoterapia de acordo com
resultado de cultura).
5. A suspensão de tratamento também deve levar em conta a regressão do abscesso.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de
controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura
positiva, reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de
administração via oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
8 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES NEUROLÓGICAS Tipo de Infecção Antimicrobian
o Dose Intervalo Duração do
Tratamento Meningite Bacteriana
(Tratamento empírico)
Ceftriaxona
2g, EV 12/12h 10-14 dias
Meningite Viral
(Herpética)
Aciclovir
10mg/Kg/dose
(250ml SF em
2h)
8/8h
10-14 dias
(acompanhar
função renal e
hemograma)
Abscesso Cerebral Oxacilina
+
Ceftriaxona
+
Metronidazol
2g, EV
2g, EV
500mg, EV
4/4h
12/12h
8/8h
10-14 dias (2)
Abscesso Cerebral
(Pós- Procedimento)
Vancomicina
+
Ceftazidima
+
Metronidazol
1g, EV
2g, EV
500mg, EV
12/12h
8/8h
8/8h
10-14 dias (2, 3)
Vancomicina
+
Meropenem
1g, EV
2g, EV
12/12h
8/8h
Infecção De Sítio Cirúrgico
ISC superficial Cefalotina (1)
Ou
Cefalexina
2g, EV
500mg, EV
6/6h
6/6hh
7-10 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (1)
Meningite
(Pós- Procedimento) Vancomicina
+
Ceftazidima
Ou
Meropenem
1g, EV
2g, EV
2g, EV
12/12h
8/8h
8/8h
10-14 dias
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Associar drenagem do abscesso com envio de material para cultura (Rever Antibioticoterapia de acordo com
resultado de cultura).
3. A suspensão de tratamento também deve levar em conta a regressão do abscesso. Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de
controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de
administração via oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
9 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES DE PELE E PARTES MOLES Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento
Abscesso
subcutâneo
Oxacilina
ou
Cefalotina
ou
Cefalexina
2g, EV
2g, EV
500 mg, VO
6/6h
6/6h
6/6h
Drenagem (principal
terapia)
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2, 3)
Celulite Oxacilina
ou
Cefalotina
ou
Cefalexina
2g, EV
2g, EV
500 mg, VO
4/4h
6/6h
6/6h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (1) ou
a depender da evolução
clínica
Erisipela Penicilina procaína
Ou
Penicilina cristalina
Ou
Cefalotina
400.000, IM
2.000.000, EV
2g, EV
12/12h
4/4h
6/6h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (1)
Escabiose Ivermectina
ou
Permetrina tópico
12 mg, VO
Loção 5%
DU
1x/dia
Dose única
3 dias
Furunculose
(Com toxemia)
Oxacilina
Ou
Cefalexina
2g, EV
50mg, VO
4/4h
6/6h
Drenagem (principal
terapia)
5 - 7 Dias
Herpes zoster Aciclovir 800mg, VO
OU
10mg/Kg/dose
EV
5x/dia
8/8h
7 – 10 Dias
Pé Diabético Ciprofloxacina
+
Clindamicina
200mg, EV
600mg, EV/VO
12/12h
6/6h
10-14 dias ou 72h sem
sinais de infecção
Síndrome de
Fournier
Ceftazidima
ou Cefepime
+
Metronidazol
ou Clindamicina
2g, EV
2g, EV
500mg, EV
600mg, EV
8/8h
12/12h
8/8h
6/6h Cirurgia com
ressecção ampla
3 - 4 Semanas
Ampicilina-
sulbactam
+
Ciprofloxacina ou
Gentamicina ou
Amicacina
3g, EV
400mg, EV
5mg/kg/dia
15mg/kg/dia
6/6h
12/12h
1x/dia
1x/dia
Infecção De Sítio Cirúrgico
Celulite pós-
cirurgia enxerto
reconstrução
Cefalotina (1)
OU
Cefalexina
2g, EV
500mg, VO
6/6h
6/6h
Cerca de 14 dias(1)
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Associar drenagem do abscesso com envio de material para cultura (Rever Antibioticoterapia de acordo com
resultado de cultura).
3. A suspensão de tratamento também deve levar em conta a regressão do abscesso.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via
oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
10 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES PULMONARES Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento
Pneumonia
Adquirida na
Comunidade
(Enfermaria)
Ceftriaxona
+
Claritromicina ou
Azitromicina
1g, EV
500mg, EV
500mg,
EV/VO
12/12h
12/12h
24/24h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
5-7 dias
5 dias
Levofloxacino 750mg, EV 24/24h 7-10 dias
Pneumonia
Adquirida na
Comunidade
(UTI)
Ceftriaxona
+
Azitromicina ou
Levofloxacino
1g, EV
500mg,
EV/VO
750mg, EV
12/12h
12/12h
24/24h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
5 dias
7-10 dias
Pneumonia
nosocomial ou
PAVM precoce
(48h a 4dias)
Ceftriaxona
ou
Levofloxacino
1g, EV
750mg, EV
12/12h
24/24h
7-10 dias ou72h sem
sinais de infecção (2)
Pneumonia
nosocomial ou
PAVM tardia
(5 dias ou mais)
Ceftazidima ou
Cefepime ou
Piperacilina/ tazobactam
+
Levofloxacino ou
Ciprofloxacino
2g, EV
2g, EV
4,5g EV
750mg, EV
400mg, EV
8/8h
12/12h
6/6h
24/24h
8/8h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Pneumonia
Aspirativa
(Comunidade e em
<48h)
Amoxacilina/Clavulonato
ou
Clindamicina
500mg VO ou
1g IV
600 mg IV/
VO
8/8h
6/6h
7 dias ou 72h sem
sinais de infecção (2)
Pneumonia
Aspirativa
(Hospitalar)
Cefepime
OU
Piperacilina/tazobactam
2g, EV
4,5g, EV
12/12h
6/6h
7-14dias ou 72 h sem
sinais de infecção (2)
Abscesso Pulmonar Ceftriaxona
+
Clindamicina
1g
600mg
12/12h
6/6h
10 a 14 dias ou 72 h
sem sinais de
infecção (3, 4)
Influenza Oseltamivir 75mg, VO 12/12h 5 dias (Iniciar nas
primeiras 48h do
quadro clínico)
Infecção De Sítio Cirúrgico
ISC superficial Cefalotina (1)
OU
Cefalexina
2g, EV
500mg, VO
6/6h
6/6h
7-10 dias ou 72h sem
sinais de infecção (1)
Abscesso Pulmonar
(Pós procedimento)
Ceftriaxona
+
Clindamicina
+
Vancomicina
1g, EV
600mg, EV
1g, EV
12/12h
6/6h
12/12h
10 a 14 dias ou 72h
sem sinais de
infecção (3, 4)
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Para suspensão do antimicrobiano: Redução da leucocitose e afebril > 72h.
3. Associar drenagem do abscesso com envio de material para cultura (Rever Antibióticoterapia de acordo com
resultado de cultura).
4. A suspensão de tratamento também deve levar em conta a regressão do abscesso.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva, reavaliar
antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via oral,
rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
11 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES ORTOPÉDICAS Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento
Osteomielite
Aguda(5)
Oxacilina
+
Gentamicina (2)
2g, EV
240mg, EV
4/4h
24/24h
4 a 6 semanas
Osteomelite (5)
crônica
Clindamicina
+
Ciprofloxacina
600mg, EV
400mg, EV
6/6h
12/12h
No mínimo 6 semanas
(avaliar procedimento
cirúrgico e tratamento VO)
Pioartrite
Aguda ou artrite
infecciosa
Oxacilina
+
Gentamicina
2g, EV
240mg, EV
4/4h
24/24h
4 a 6 semanas (3)
(Possibilidade de completar
tratamento VO)
Infecção De Sítio Cirúrgico
ISC Superficial Cefalotina (1)
OU
Cefalexina
2g, EV
500mg, VO
6/6h
6/6h
10 a 14 dias ou 72 h sem
sinais de infecção (1)
ISC profunda
(osteomielite pós-
prótese(5)
Vancomicina
±
Rifampicina (4)
ou
Gentamicina
1g, EV
600 mg, EV
240mg, EV
12/12h
24/24h
24/24h
6 a 24 semanas
(dependente da
gravidade/retirada do
material protético)
1. Utilizar ou associar Vancomicina (1g, 12/12h) caso paciente com internação prolongada, clinicamente
grave (choque séptico) e colonização prévia por Stafilococcus oxacilina resistente.
2. Avaliar necessidade de cobertura anaeróbica com Metronidazol 500mg, 8/8h (presença de gás em subcutâneo pós-
procedimento).
3. Associar drenagem com envio de material para cultura (Rever Antibioticoterapia de acordo com resultado de cultura).
4. No caso de isolamento de Sthapylococcus aureus MRSA com permanência de material protético – utilizar por 14
dias.
5. Preferivelmente coletar fragmento ósseo para cultura na suspeita de osteomielite.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via
oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
12 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES OTORRINOLARINGOLÓGICAS Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento Sinusite Amoxacilina/clavulo
nato
1g EV ou
500mg VO
8/8h 10 – 14 Dias.
Amigdalite Amoxacilina
Ou
Claritromicina
Azitromicina
(Em caso de alergia a
β-lactâmico)
OU
Penicilina Benzatina
500mg EV/VO
500mg VO
500mg VO
1.200.000U IM
8/8h
12/12h
1xdia
Dose única
7 - 10 Dias.
Otite Amoxacilina
Ou Claritromicina
(Em caso de alergia a
β-lactâmico)
500mg IV/VO
ou 500mg VO
8/8h
12/12h
7 - 10 Dias.
Celulite de Face
(Associada a
infecção dentária)
Amoxacilina/clavulo
nato
1g EV ou
500mg VO
8/8h 10 - 14 dias (3)
Infecção De Sítio Cirúrgico
ISC
SUPERFICIAL Cefalotina (1)
OU
Cefalexina
2g, EV
500mg, VO
6/6h
6/6h
7-14 dias (1)
ISC PROFUNDA Ceftazidima
+
Oxacilina
2g, EV
2g, EV
8/8h
6/6h
7-14 dias (2)
1. Avaliar alternativa de uso da Vancomicina caso cliente com internação prolongada, clinicamente
grave e colonização prévia por Sthafilococcus sp oxacilina resistente.
2. Caso ocorra presença de abscesso, efetuar drenagem local.
3. Associar drenagem local do alvéolo dentário.
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via
oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
13 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
INFECÇÕES TRATO GENITO-URINÁRIO Tipo de Infecção Antimicrobiano Dose Intervalo Duração do
Tratamento Bacteriúria assintomática (1)
Não indicado tratamento
Cistite não-complicada
(ITU baixa)
Ciprofloxacino
Ou
Amoxacilina
500mg, VO
500mg, VO
12/12h
8/8h
3 dias
5-7 dias
Cistite complicada (2) ou
recorrente Ciprofloxacina
Ou
Ceftriaxona
400mg IV
1g, EV
12/12h
12/12h
7 dias.
Pielonefrite aguda não
complicada
Ceftriaxona
Ou
Ciprofloxacina
1g, EV
400mg, IV
12/12h
12/12h
10-14 dias.
Pielonefrite aguda
complicada
Cefepima
Ou
Imipenem
1g, EV
500mg, EV
12/12h
6/6h
10-14 dias.
Infecção De Sítio Cirúrgico
ITU Pós- Procedimento Ciprofloxacina 200mg, IV
ou
500mg, VO
12/12h
12/12h
10-14 dias.
1. Tratar apenas se gestante ou realização de procedimento urológico invasivo; 2. Anormalidades estruturais
Reavaliar esquema de ATB com 48-72h, acompanhando tratamento com hemograma e PCR de controle
Ajustar terapêutica de acordo com o agente isolado e função renal. Sempre que houver cultura positiva,
reavaliar antibioticoterapia com a CCIH.
Paciente em bom estado geral após 48h a 72h de ATB intravenoso, com possibilidade de administração via
oral, rever antibioticoterapia VO com a CCIH.
14 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
REFERÊNCIAS FERNANDES, A. T. e col. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde.
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TAVARES, W. Manual de Antibióticos e Quimioterápicos Anti-infecciosos. Editora Atheneu, 3ª
edição, 2001.
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COLÉGIO Brasileiro de Cirurgiões. Programa de Atualização em Antibioticoprofilaxia em
Cirurgia. Ano I, nº2, vol.1, 2002.
COLÉGIO Brasileiro de Cirurgiões. Programa de Atualização em Antibioticoterapia no
Trauma. Ano I, nº1, vol.1, 2002.
HOSPITAL das Clínicas da FMUSP, Comissão de Controle de infecção Hospitalar.
Guia de Utilização de Anti-Infecciosos e Recomendações para a Prevenção de Infecções
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FUJITA, S. et al. Randomized, multicenter trial of antibiotic prophylaxis in elective colorectal
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Medicina de Ribeirão Preto, 2012.
15 Gerência de Atenção à Saúde Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente
Unidade de Vigilância em Saúde
PROPOSTA DE INSERÇÃO/MODIFICAÇÃO DE CONDUTAS: Nome: Área/Clínica:
Telefone:
Proposta
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Referências literatura
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Outras justificativas para a proposta:
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Favor encaminhar via e-mail ou impresso para o Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar (SCIH), Ramal 5268 ou 5310, caso haja alguma proposta de modificação
do protocolo.
E-mail: [email protected]