Transcript
Page 1: A história das onomatopeias

A h

istó

ria

das

onom

atop

éias

VIT

OR

PA

MPL

ON

Av p

a m p l

o n a @

g r u p

o a t a

rd e .

c o m

. b r

No

prin

cípi

o de

tud

o,an

tes

de e

xist

ir o

céu

, ate

rra,

os

plan

etas

e o

san

imai

s, h

avia

o s

ilênc

io.

Sequ

er u

ma

pala

vra,

sequ

er u

m b

arul

ho. P

siu!

Nen

hum

pio

.A

té q

ue u

ma

gran

deex

plos

ão, c

onhe

cida

com

o

Big

Bang

, deu

ori

gem

ao

Uni

vers

o. J

unto

, sur

giu

opr

imei

ro s

om: b

uuuu

uum

!N

ingu

ém e

stav

a lá

par

aou

vir,

pois

os

cien

tist

asdi

zem

que

não

hav

ia a

inda

nenh

uma

form

a de

vid

a.M

as, g

raça

s a

esse

jeit

ocu

rios

o de

arr

umar

as

letr

as, i

nven

tado

milh

ões

de a

nos

depo

is p

elos

ser

eshu

man

os, é

pos

síve

l

imag

inar

o im

enso

estr

ondo

que

aco

ntec

eu.

Você

já p

erce

beu

que

algu

mas

pal

avra

s, e

m v

ezde

des

crev

erem

um

a co

isa,

faze

m le

mbr

ar o

s so

nsem

itid

os p

or e

las?

Oti

quet

aque

do

reló

gio,

opo

ft d

e um

a qu

eda,

o p

iupi

u do

s pá

ssar

os.

Para

lem

brar

da

chuv

a,os

hom

ens

das

cave

rnas

fala

vam

alg

uma

cois

aco

mo

o no

sso

chuá

! E

otr

ovão

, ant

es d

e se

r es

crit

oas

sim

, foi

cab

uuuu

uuuu

m!

PELO

MU

ND

O –

Tod

as a

slín

guas

são

che

ias

depa

lavr

as c

omo

essa

s, q

ueim

itam

os

baru

lhos

. Ela

ssã

o ch

amad

as d

eon

omat

opéi

as. É

um n

ome

com

plic

ado,

em

pres

tado

do g

rego

. Mas

que

sign

ific

a ex

atam

ente

“cri

ação

de

pala

vras

”, d

iza

lingü

ista

Zél

ia R

ibei

ro.

Ling

uist

a é

aque

le q

uees

tuda

as

língu

as.

“As

onom

atop

éias

são

um f

enôm

eno

lingü

ísti

code

licio

so e

sim

ples

, tal

vez

o m

ais

bási

co n

a hi

stór

iado

s id

iom

as. É

a im

itaç

ão

apro

xim

ada

dos

sons

da

natu

reza

”, e

la e

xplic

a.A

ssim

, as

onom

atop

éias

surg

iram

junt

o co

m a

slín

guas

. Com

o em

cad

apa

ís a

s le

tras

são

dit

as c

omso

ns d

ifer

ente

s, u

m m

esm

oba

rulh

o po

de s

er e

scri

tode

vár

ias

man

eira

s.D

uvid

a? E

ntão

con

fira

com

o es

sa h

istó

ria

pode

ser

bast

ante

div

erti

da.

OU

TRA

S FO

NTE

S | G

ram

átic

a - P

ortu

guês

Fun

dam

enta

l, de

Dou

glas

Tuf

ano;

Sit

e da

Uni

vers

idad

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Ade

laid

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ustr

ália

)

Cur iosidades

A lín

gua d

os

bic

hos

Boa

part

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s on

omat

opéi

as s

ãoba

rulh

os d

e an

imai

s e

varia

m d

eac

ordo

com

os

idio

mas

. Os

sons

feito

s pe

lo h

omem

qua

ndo

quer

dize

r al

go a

os b

icho

s ta

mbé

mm

udam

. Par

a o

cava

lo a

ndar

mai

srá

pido

, por

exe

mpl

o, o

s in

gles

esdi

zem

“gi

ddyu

p” (f

ala-

se d

idiá

p),

enqu

anto

os

espa

nhói

s fa

lam

“ar

re”.

Nom

es

de v

aca

As

dife

renç

as c

ontin

uam

nos

nom

esm

ais

com

uns

para

bat

izar

os

anim

ais.

Se, n

o Br

asil,

o n

ome

de v

aca

mai

sco

nhec

ido

é M

imos

a, n

os E

stad

osU

nido

s e

Ingl

ater

ra o

s fa

zend

eiro

sco

stum

am b

atiz

á-la

s de

Dai

sy o

u V

iole

t.E

os v

aque

iros

da It

ália

? El

es g

osta

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ech

amá-

las

de M

argh

erita

ou

até

mes

mo

de C

arol

ina!

Beijo f

az c

huu?

Um

a da

s on

omat

opéi

as m

ais

conh

ecid

asé

a do

bei

jo. N

o Br

asil,

nos

Est

ados

Uni

dos

e em

mui

tos

país

es, o

est

alo

dos

lábi

os é

“sm

ack”

. Na

Arg

entin

a, b

eija

rfa

z “c

huic

”, e

nqua

nto

na E

span

ha s

ees

crev

e “m

uac”

par

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itar

o so

m d

eum

a bi

toca

. Mas

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nen

hum

des

ses

luga

res

os b

eijo

s fa

zem

“ch

uu“.

mes

mo

no J

apão

.

Onom

ato

péia

s do J

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Os

japo

nese

s, p

or s

inal

, são

um

pov

o qu

eus

a ba

stan

te a

s on

omat

opéi

as n

aco

mun

icaç

ão. O

idio

ma

dele

s te

m u

ma

exte

nsa

lista

de

pala

vras

des

se t

ipo,

que

subs

titue

m v

ária

s ou

tras

. O s

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io t

otal

,se

m b

arul

ho a

lgum

, é ”

shiin

“. E

par

a se

refe

rir a

um

a lu

z qu

e pi

sca,

por

exe

mpl

o,ba

sta

um ja

ponê

s di

zer

”pik

a-pi

ka“

que

todo

s os

out

ros

ente

ndem

.

Desde q

ue o

mun

do é

mun

do, e

xiste

m b

aru

lhos.

Qua

ndo o

hom

em

com

eço

u a e

scr

eve

r as p

alavr

as,

quis e

scr

eve

r

tam

bém

os b

aru

lhos q

ue o

uvia. A

ssim

sur

giram

as o

nom

ato

péias.

Um

dos p

rim

eiros a

escr

eve

r ono

mato

péias

foi o

escr

itor

gre

go A

ristó

fane

s, n

a p

eça

“As R

ãs”, p

or

volta

de 5

00

a.C

..

Ass

im c

om

o e

xist

em

várias

língua

s dife

rent

es,

exist

em

várias

form

as

de

repr

ese

ntar

os

baru

lhos.

Por

exe

mplo, n

o B

rasil, o g

alo c

ant

a d

e u

m je

ito.

Na E

spanh

a, o m

esm

o c

ant

o s

e e

scre

ve d

ifere

nte.

E n

os,

Est

ado

s Unido

s, tam

bém

.

Na c

asa

de J

oão,

quand

o a

mãe d

ele b

ate

na p

ort

a p

ara

aco

rdá-lo,

a p

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a faz

Toc

Toc.

E q

uand

o s

eu

pai c

hega n

a e

scola p

ara

bus

cá-lo, a

buz

ina d

o c

arr

o faz

Bip B

ip.

É d

ifere

nte n

a c

asa

de

John

ny, no

s Est

ado

s Unido

s.

Qua

ndo a

lgúe

m

bate

na p

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a o

uve

um K

nock

Kno

ck.

E o

som

da b

uzina d

o c

arr

o d

o p

ai d

ele s

e e

scre

ve J

onk

Jonk

.

Os

dois m

enino

s tê

m g

ato

s de

est

imaçã

o, q

ue g

ost

am

de rolar

pelo c

hão e

miar

à v

ont

ade

. S

ó q

ue o

de J

oão faz

Miau, e

nqua

nto o

de J

ohn

ny d

iz M

eow.

Os

bich

ano

s só

perd

em

o

esp

írito

brinc

alhão q

uand

o

ouv

em

o la

tido

de u

m c

ão.

No B

rasil, eles

têm

medo

do a

u-au. N

os

Est

ado

s Unido

s, d

o B

ow W

ow.

Cur

ioso

mesm

o é

o la

tido

dos

cães

na

Alem

anh

a. Lá, eles

faze

m W

uff W

uff.

Mas

por

que

as

onom

atop

éias

são

dife

rent

es?

Não

se o

uve

os m

esm

os b

arulho

s em

todo

s os

paíse

s?A

exp

licaç

ão p

ara

isso

são

os

próp

rios

idiom

as. C

ada

um d

eles

tem

sua

s co

nvenç

õ e s,

quer

dize

r, os

aco

rdos

da

com

unicaç

ão feito

s qu

ando

as

língu

as c

omeça

ram

a s

u rg i r.

Bom

Dia

Go o d

Morn

ing

Bon

jour

Gut

en

Tag

Foi a

part

ir

desses

aco

rdos q

ue

as p

alavr

as,

inclus

ive a

s

o n o

m a to

p é i a s,

se form

ara

m.

Mas é

claro

que

os b

aru

lhos o

uvidos

ajudara

m m

uito

na h

ora

de e

scr

eve

r os s

ons

.

Até

hoje, nu

nca s

e o

uviu

uma v

aca

falar

a líng

ua

dos p

ássaro

s.

As o

nom

ato

péias s

ão m

uito

impo

rtant

es p

ara

a c

om

unicaçã

o. E

las s

ão a

form

a q

ue tem

os

de repr

esent

ar

os s

ons

da n

atu

reza...

...E tam

bém

do lu

gar

ond

e v

ivem

os.

Além

disso, a

s h

istó

rias e

m

qua

drinh

os ja

mais s

eriam

as

mesm

as s

em

elas.

FIM

!

TÚLI

O C

ARA

PIÁ

Salv

ador

, SÁ

BAD

O, 8

de

nove

mbr

o de

200

8

4e5