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YEHUDA BERG
do Autor dos bestsellers72 Nomes de Deus e O Poder da Kabbalah
© 2012 Kabbalah Publishing
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Primeira EdiçãoMarço de 2012Impresso no BrasilISBN: 978-85-64579-16-3Design: HL Design (Hyun Min Lee) www.hldesignco.com
Agradecemos a Equipe de voluntários do Kabbalah Centre do Brasil pela tradução.
E ALÉM E ALÉM
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Ouvimos falar do então chamado Fim dos Tempos desde os
primórdios. Ao longo de milênios, incontáveis gurus, xamãs,
homens da medicina, profetas, rabinos, padres, ministros,
alquimistas, filósofos, físicos e místicos, todos, em algum momento,
proclamaram a data do fim do mundo. Seja ela daqui a cinco semanas
ou a cinco anos – ou até mesmo a cinco bilhões de anos, quando o
sol esgotar todo seu combustível e desaparecer –, todos gostam de
especular sobre quando o mundo, da forma como o conhecemos, vai
acabar. A banda REM tem uma canção que fala disso: “É o fim do mundo como o conhecemos (E eu me sinto bem)”*
Não é de surpreender que a Kabbalah também tenha algo a dizer
sobre o assunto. Com relação às previsões, O Zohar contribuiu com
sua parte desde que foi escrito pela primeira vez, há 20 séculos. Na
realidade, ofereceu várias datas possíveis para o fim do mundo.
No entanto, encontramos n’O Zohar uma declaração profunda e
aparentemente contraditória feita pelo kabalista Rav Aba, o homem
responsável por escrever o conteúdo d’O Zohar. De acordo com o
grande sábio, não devemos especular sobre o fim do mundo ou a data
da chegada do Messias – a consciência iluminada e esclarecedora que
acompanha o fim –, por uma simples razão: ao definirmos uma data
no futuro, negamos a possibilidade de que a restauração da perfeição
possa acontecer agora, no presente. Talvez o Paraíso na Terra possa
até mesmo ocorrer exatamente neste instante.
Tudo isso nos leva ao ano de 2012: a nova tendência de aposta no
fim do mundo. Como você provavelmente deve saber, o Calendário
Maia termina em 2012, e agora, com 2012 tão perto, alimenta-se um
frenesi apocalíptico.
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*“It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine).”
E ALÉM E ALÉM
DECIFRANDO O ZOHAR
Quando, há cerca de dois mil anos, O Zohar elencou diversas
datas para o fim do nosso mundo e a chegada de um
novo, estava indicando potenciais janelas de oportunidade
para nós, a Humanidade, promovermos mudança. Há janelas de
oportunidade em todas as gerações. Às vezes essas janelas são
extensas aberturas que nos oferecem enorme chance de mudar
tudo. Outras vezes, são portais pequenos, quando a oportunidade de
transformar a Terra e a civilização humana está disponível, mas é
muito mais difícil de ser alcançada. Também existem períodos em que
não há janelas no Universo.
Qualquer janela de oportunidade perdida, qualquer data prevista pelo
Zohar que não resulte na redenção do mundo, não é prova de uma
data imprecisa ou de falsa esperança. O Zohar explica que em todas
as gerações há potencial para o surgimento do Messias. De acordo
com a Kabbalah, o Messias não é uma pessoa, mas um estado de
consciência global. Isso significa que cabe a nós – não a um salvador
vindo do céu – iniciarmos a mudança global. Se permanecermos
sentados e esperando, então continuaremos a esperar. Entretanto, se
aproveitarmos a oportunidade de transcender o ego (falaremos sobre
esse assunto adiante), conseguiremos acelerar o fim do mundo velho
e a chegada de um novo. Uma chegada representada e selada pela
vinda do Messias – a nova consciência global. Mas não se engane:
uma oportunidade perdida para o Fim do Mundo e a chegada do
Paraíso devem ser vista como uma simples oportunidade perdida – não
como uma falsa oportunidade.
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Como conciliar a enorme atenção dada pelos maias, físicos, astrólogos,
o mundo do cinema e profetas ao fim do mundo com os cálculos d’O
Zohar sobre a chegada de um novo mundo? Ou melhor, como conciliar
todas as previsões com a recomendação d’O Zohar de não calcularmos
o fim?
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E ALÉM E ALÉM
A ESCURIDÃONA MENTE
Há uma força negativa no mundo. Essa força tem um objetivo:
evitar o fim do mundo assim como o conhecemos; prevenir
a chegada da paz, da prosperidade e da vida infinita.
Ela faz isso nos convencendo de que oportunidades perdidas são
meras projeções falsas, assim como os esforços para transformar a nós
mesmos e a esse mundo fracassaram e foram desperdiçados. Mas isso
não é verdade.
Satán (traduzida como
Adversário), é a falta de consciência, assim como o Messias é a
evolução da consciência. Satán também é o estado mental de puro
pessimismo. Dúvida. Cinismo. Preocupação. Ansiedade. Medo. Ruína
e obscuridade. É a represa de pensamentos negativos que pintam uma
imagem escura da vida e dos obstáculos que nos confrontam a toda
hora. Também chamamos essa força de Ego.
Esse estado de consciência e percepção é construído na ilusão. O
que queremos dizer com ilusão? Consciência cria realidade a todo
o momento. Com certeza, os pensamentos negativos tentarão nos
convencer do contrário.
Aqui está o perigo: se acreditarmos que os pensamentos negativos,
que influenciam nossas percepções e opiniões, são verdadeiros, então
criaremos negatividade, uma realidade pessimista que acabamos de
fabricar na cabeça. Em outras palavras, se acreditarmos que temos
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Devemos compreender que a ausência do Messias é resultado do
fracasso da Humanidade em ouvir e atentar para a mensagem acerca
da mudança necessária; uma mudança que conduzirá ao fim da dor
e à vinda do paraíso – nosso verdadeiro destino.
Mais importante, O Zohar explica que oportunidades perdidas e
Messias fracassados não são esforços desperdiçados. Em cada janela
de oportunidade, em que as pessoas lutam pela mudança no mundo
e pela mudança interna, todos os esforços se acumulam. Isso nunca,
jamais é desperdiçado. Cada ação nossa, cada gota de suor que
derramamos no intuito de acabar com a dor e o sofrimento ajudam a
impulsionar o mundo e a raça humana ao encontro final com o destino –
a paz e a imortalidade.
Vamos examinar essa ideia adiante.
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E ALÉM E ALÉM
E ALÉM E ALÉM
própria consciência para que, sozinhos, conseguíssemos idealizar a
plenitude por meio do poder da imaginação. Dessa forma, não apenas
receberíamos a passagem para o paraíso, mas mereceríamos o bilhete.
Não seria apenas uma esmola. Perceba, na verdade há algo melhor do
que receber o paraíso: é criá-lo.
Por isso não temos nenhuma recordação daquele paraíso.
Intencionalmente o esquecemos. Ficamos distraídos com o mundo
material ilusório à nossa volta. Não acreditamos nem aceitamos o fato de
que a mente tem agora a força para dar fim ao mundo, e dar à luz um
novo mundo, em um segundo.
Este ponto é vital: a mente tem o poder de acabar com o mundo como o conhecemos – um mundo originado pela nossa consciência negativa –
e dar à luz um novo mundo, agora.
Mas isso não é possível por meio de decisão intelectual, na tentativa de
ver tudo mais claramente. Não é por intermédio de aptidões intelectuais
que mudamos a percepção do mundo, e, consequentemente, nossa
existência, mas por intermédio de nossa pureza.
Satán apagou a verdade de nossa consciência e a substituiu por
dúvida. Já não percebemos o paraíso – o verdadeiro mundo. Porque
Satán faz aparecer imagens negativas na cabeça com base no que
vemos à nossa volta. A única maneira de vivenciar e perceber a
verdadeira realidade é erradicando o ego.
Novamente, isso depende do nosso nível de pureza.
O Zohar ressalta que tanto as pequenas como as grandes janelas de
oportunidade destinadas ao Fim do Mundo têm sido apresentadas
desde os tempos da Criação. Tal êxito depende do nosso nível de
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zero controle, teremos zero controle. Se acreditarmos que a vida é
sem esperança e todos os esforços são desperdiçados, então a vida
será sem esperança e todos os nossos esforços para a transformação
não servirão para nada.
Como você pode ver, a escolha de consciência é nossa maior dádiva,
mas é também nosso maior desafio. Criamos o mundo em que
habitamos por meio de nosso estado de consciência e nosso sistema
de crenças pessoais. Se acreditarmos que não há ordem nem justiça
no Universo, então o caos e a injustiça se tornarão a realidade.
Estaremos corretos e também desgraçados.
Se nos elevarmos além desses pensamentos negativos e reconhecermos
que eles são diferentes; se isolarmos os fluxos de consciência negativa
projetados para nos testar e nos desafiar, então, poderemos começar
a separar ilusão e realidade. Dessa forma, controlaremos o destino.
Permitam-me ir além. O Fim Do Mundo já está aqui. Ele sempre esteve
aqui. A existência imortal e o paraíso nunca nos deixaram. Nós é que
deixamos o paraíso por acreditarmos que ele já não existia, e foi assim
que ele... desapareceu.
A falta de crença foi infundida em nossa mente por projeto e propósito.
Pedimos ao Criador para nos fazer esquecer o paraíso que nos foi
dado. Pedimos ao Criador para alterar nosso estado de consciência de
forma que a dúvida, a descrença, o desespero e o medo dominassem
nossos pensamentos. No momento em que isso aconteceu, o paraíso
foi perdido, porque já havia desaparecido de nossa mente.
Eu sei o que você provavelmente está se perguntando: por que fizemos
tal coisa? A resposta é extremamente profunda. Queríamos criar o
paraíso mediante nosso próprio esforço. Queríamos transformar a
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E ALÉM
O ZOHAR CALCULA O
FIM DOS TEMPOS
Uma das janelas de oportunidade mais significativas na
chegada da existência imortal e o fim da morte foi o ano 5760
no calendário hebraico. De acordo com o grande kabalista
marroquino Rav Abraham Azulai, que viveu há cinco séculos, o ano
5760 marcaria o momento em que o mundo entraria na Nova Era
mencionada n’O Zohar como “Sofrimento e Bênção”. Rav Abraham
afirmou que os segredos da imortalidade e da ressurreição dos mortos
começariam a emergir no mundo nesse período.
O que isso significa em termos práticos?
Primeiro, vamos examinar a ideia de “Sofrimento e Bênção” n’O Zohar, que afirma: “Rav Shimon levantou as mãos, chorou e disse: “Sofrimento
para aquele que está presente neste momento e abençoada é a porção
dele que está presente neste momento.”
Sofrimento e bênção? Novamente, parece haver aparente contradição
n’O Zohar. Por um lado, prenuncia desespero para as pessoas
presentes no Fim dos Tempos. No entanto, na mesma frase prevê boas
novas para os que estiverem por aqui no Fim dos Tempos, pois para
elas haverá bênçãos. Como o sofrimento pode coexistir com a bênção?
A Kabbalah explica que “Sofrimento” se aplica à pessoa que
permanece presa ao velho modo de comportamento egocêntrico, ao
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E ALÉM
pureza – individual e coletiva. Deve haver uma massa crítica, certo
limiar de autotransformação e diminuição do ego, para aproveitar
essas janelas.
A longo prazo, chegaremos ao fim deste Mundo de Dor e vivenciaremos
o amanhecer de um novo Mundo do Paraíso.
Mas como chegaremos lá?
E ALÉM E ALÉM
interesse próprio, ao narcisismo e à intolerância. No passado, esse tipo
de comportamento em geral não teria consequências nem repercussão
por anos, iludindo assim as pessoas com o pensamento de que
estavam livres, mesmo sendo grosseiras e insensíveis. Realmente, por
milhares de anos, a fronteira entre as ações positivas e as negativas
era confusa, pois o tempo separava a causa do efeito, a ação da
consequência. Tudo foi feito pelo propósito do livre-arbítrio.
Mas no Fim dos Tempos a distância entre causa e efeito –
especialmente ações negativas e suas consequências – encurtará,
e os frutos do trabalho virão de imediato. E aqueles que abraçarem
a transformação interior e a destruição do ego, do narcisismo e da
intolerância vivenciarão bênçãos imediatas.
O Zohar descreve a realidade que se instalará no início do Fim dos
Tempos:
“Então, um pilar de fogo deverá ser visto, erguido de cima para baixo por quarenta dias. E todas as nações do mundo o verão... O mundo todo vai tremer e todas as pessoas do mundo se esconderão em cavernas e fendas nas pedras e não terão expectativa de sobreviver... Após quarenta dias, o pilar se erguerá da Terra para o Paraíso diante dos olhos de todo o mundo, e o Messias será revelado.”
O Zohar diz que para aqueles que escolherem o lado do Sofrimento
haverá um grande julgamento no mundo. No volume 15, parágrafo
116, diz que dois tipos de julgamento se combinarão: “Fará queimar
muitas torres... Muitas torres desabarão e... cairão neste dia.”
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Em outra seção d’O Zohar, é de fato revelado o nome da força negativa
que trará julgamento para este mundo: “B’ladan é seu nome... E ele
não é um ser humano...”
Em 11 de setembro de 2001, no calendário gregoriano (no hebraico
o ano é 5760), ocorreu a tragédia das Torres Gêmeas. Dessa data em
diante, de acordo com o kabalista Rav Abraham Azulai e com O Zohar, o mundo traçará um novo curso em direção a enorme agitação.
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UM NOVO DIA AMANHECE
Desde o ano 2000, tsunamis, terremotos, furacões e tornados
têm abalado o mundo, matando e atingindo negativamente
milhões de vidas como em nenhum outro momento na história.
Ainda mais alarmante foi, na primavera de 2011, o terremoto, o tsunami
e a explosão nuclear ocorridos simultaneamente no Japão, como se
houvesse uma mensagem para nós, algum significado e sistema para a loucura.
E há.
O comportamento do homem é a causa dessa devastação. A natureza
humana e a Mãe Natureza estão intimamente conectadas. O Zohar diz que as ações humanas influenciam o Universo, o que inclui os
reinos inanimado, vegetal e animal. Quando interagimos com os
outros, somos delicados e misericordiosos como uma brisa de verão,
ou barulhentos, bombásticos e egoístas como um tornado?
Não haverá escapatória para as consequências naturais, como
tornados e outros desastres, se não mudarmos nossa forma de agir
imediatamente . Devemos declarar guerra contra nosso próprio ego e combater
nossa negatividade e a natureza autoindulgente. Se quisermos
prosperar, devemos aumentar nossa própria misericórdia e fortalecer a
tolerância e o amor pelo próximo, especialmente por nossos inimigos.
Não podemos nos dar ao luxo de ter inimigos – sejam indivíduos,
sejam nações.
Isso não será fácil. A força adversária que ocupa o interior do nosso
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cérebro nos convencerá de que esses desastres fazem parte de um
padrão cíclico comum de um planeta de bilhões de anos. Ou que
é um ato de DEUS, ou qualquer outra coisa – desde que não seja
nossa culpa; que não tenha nascido do nosso ego. Inventaremos os
argumentos mais geniais e desenvolveremos teorias científicas que
colocarão a culpa em tudo que está fora de nós mesmos, a fim de
evitar o maior dos medos: assumir responsabilidade.
Mas as crises e o caos ajudarão gradualmente a derrubar o desejo
egoísta, a teimosia e a natureza fria e intelectual do homem, também
conhecidos como Ego. Sugestão: A mentalidade intolerante, religiosa
e fanática que tem destruído mais vidas na Terra do que todos os
furacões da história se extinguirá. Por meio de sofrimento, infortúnio
financeiro, desastres naturais e conflitos pessoais, seremos forçados
a buscar e a encontrar a bondade dentro de nós e, mais importante,
dentro do próximo.
Após removermos a autoindulgência e a intolerância, nos renderemos
e aprenderemos que importar-se incondicionalmente com o outro não
se trata de moral, ética ou preceito religioso. Tal atenção é a fórmula
que acende a Luz oculta do Criador, assim como a verdadeira sorte na
própria vida. Em outras palavras, a bondade paga grandes dividendos.
Esse é o paradoxo de tudo. Compartilhar sem querer nada em troca é
a chave, pois assim recebemos tudo em troca.
Antigos ensinamentos kabalísticos também nos dizem para nos
comportarmos como abelhas e não como aranhas quando se trata dos
nossos dons, talentos, bens e de nossas riquezas. Aranhas acumulam,
enquanto abelhas coletam e compartilham tudo.
Por causa das abelhas barulhentas, recebemos antioxidantes e
vitaminas de todas as amoras, maçãs, cerejas, uvas, cenouras, brócolis
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e outras frutas e vegetais que consumimos. Trinta por cento da nossa
comida vem de plantas polinizadas por abelhas operárias.
As vinte mil espécies de abelhas conhecidas também exercem
influência econômica: a colheita polinizada vale em torno de 20
bilhões de dólares, talvez mais.
Mas algo estranho tem acontecido às abelhas. Elas estão sumindo
da Terra e ninguém sabe o motivo. Isso é chamado de Desordem
do Colapso da Colônia. Abelhas estão abandonando suas colmeias
e desaparecendo. O que é potencialmente devastador tanto para o
abastecimento de comida quanto para a economia e, se não houver
solução, uma grande crise afetará todo o planeta.
Curiosamente, de acordo com O Zohar, o mel da abelha operária
corresponde ao mundo físico, conhecido como Malchut. Ou seja, as
abelhas têm papel vital no bem-estar da Terra, nossa realidade física.
A ciência, mais uma vez, confirmou os ensinamentos d’O Zohar.
Mas o que isso tudo tem a ver com a menção n’O Zohar sobre
“sofrimento e bênção”?
Significa que ambos os mundos – negativo e positivo, escuridão e Luz –
coexistirão, lado a lado.
Isso já está acontecendo. Uma nova casta de bilionários do Vale do
Silício vem agindo com consciência social. Diferentemente das gerações
anteriores, eles já não estão tão preocupados com materialismo,
como adquirir carros novos, casas e jatos particulares. Muitos jovens
bilionários desejam agora criar uma mudança positiva no mundo. Não
em termos culturalmente populares ou apenas tecnológicos, mas no
nível da alma, em áreas sociais que afetam diretamente o emocional,
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o físico, e o bem-estar espiritual da Humanidade.
Ao mesmo tempo, a ganância corporativa ou individual continua
desenfreada, simplesmente porque muitos permanecem viciados no
ego, da mesma forma que um viciado em heroína.
Os dois lados se movem para seus respectivos extremos – em direção
à Luz e em direção à escuridão. A área cinza está desaparecendo, e
o mundo está se tornando totalmente preto e branco, com clara linha
de demarcação entre o material e o espiritual.
Estamos em um momento em que testemunharemos incríveis avanços
na medicina, na ciência e na tecnologia. Eles representarão progressos
não apenas em áreas como os direitos das mulheres, direitos humanos
e a luta contra a pobreza e a fome, mas também na descoberta de
soluções para gerar paz duradoura entre as nações.
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E ALÉM E ALÉM
UMA GRANDEVERDADE ESTÁ
PARA SER REVELADA
O Zohar diz que a grande ilusão é a Humanidade consistir em
raças distintas, indivíduos e nações. A verdade é que somos
um só corpo. Essa verdade não impossibilita diferenças de
opiniões nem crenças divergentes. Assim como o corpo é feito de vários
órgãos, a Humanidade é um único organismo, constituído de vários
indivíduos. Precisamos entender que as pessoas que diferem de nós em
crenças, opiniões ou desejos são apenas parte integrante do nosso bem-
estar pessoal, assim como o rim e o coração integram o “bem-estar”
do corpo. Não devemos desistir da individualidade; devemos honrá-la
e celebrá-la – juntamente com a de todos os outros. Um coração não
precisa ser um rim.
As diferenças são nossa maior força, e mais do que isso, são os passos
ao longo do caminho da existência imortal para toda a Humanidade.
Uma vez que nos unirmos como Um, respeitando as singularidades
individuais e as várias perspectivas que elas oferecem, uma inundação
de recursos físicos e espirituais surgirá. Cada homem, mulher e criança
será então capaz de acessar o infinito reservatório de sustento para que
nenhuma pessoa precise cobiçar os bens do próximo. Inveja não existirá
mais.
Mas as comportas dessa inundação só se abrirão no momento em que
abrirmos os portões dos nossos corações permitindo a entrada dos
inimigos. Então a ideia de inimigo, rival ou competidor se dissipará, assim
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E ALÉM
como as pessoas começarão a ver uma as outras como extensão delas
mesmas. Uma forma mais elevada de plenitude e vitória surgirá para
nos comover e substituir o baixo grau de satisfação que experimentamos
ao derrotar o próximo. Essa alegria recém-descoberta nos envolverá
numa intensidade que os kabalistas dizem ser sessenta vezes maior
que a paixão e o prazer vivenciados nas relações sexuais.
O mundo perfeito final está a caminho. Quando ele chegar, este que
conhecemos e vivenciamos nos últimos milhares de anos se assemelhará
a um sonho de infância. O que será uma profunda apreciação
do fato de ter sido apenas uma ilusória e temporária existência – e que
a nova realidade é o lugar onde nossos desejos mais profundos serão
para sempre realizados.
Amor verdadeiro, felicidade e imortalidade serão sentidos de forma tão
genuína como o momento presente, em que você lê estas palavras.
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E ALÉM E ALÉM
NANOCONSCIÊNCIA
Nos últimos dez anos, a ciência começou a discutir seriamente
a imortalidade biológica, alegando que essa ideia, outrora
impensável, está distante somente uns vinte ou cinquenta anos.
Os kabalistas concordam.
Porém, não haverá uma esquadrilha de nanorrobôs injetada em nossa
corrente sanguínea, tampouco alguma tecnologia de ponta cumprirá a
promessa da imortalidade biológica.
Será a consciência humana.
Estamos falando da mesma consciência que, no universo da física
quântica, transforma uma onda de elétrons em uma partícula de
elétron simplesmente ao observá-la. Sim, o poder da consciência
alcança até o próprio átomo que nos concede a existência. Os físicos
que, desde o início do século XX, vêm lutando contra a ideia de
a consciência desempenhar papel vital na realidade agora aceitam a
verdade kabalística de que a consciência é a própria substância da
realidade – é a estrutura e o fundamento de todos os seres.
A consciência que concebe a imortalidade no sentido biológico é
a mesma que altera e controla o corpo – os órgãos, as células, as
moléculas e até os átomos que formam o ser humano.
Como?
O momento em que nossa consciência estiver livre de todo o ego será
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E ALÉM
aquele em que os pensamentos, nossa mente, nosso próprio estado de
consciência controlarão os trilhões e trilhões de átomos que criam o corpo.
Será neste ponto que atingiremos o limiar em que a mente e a molécula
se tornarão uma só. Quando nos elevarmos a um nível completamente
novo de existência, além do que ousamos imaginar agora.
Como meu pai, o kabalista Rav Berg, explicou em seu extraordinário
livro Nano, não há nada maior que o poder da mente sobre a matéria,
pois mente é matéria.
Porém, só alcançaremos esse estado de consciência extraordinário
assim como o controle absoluto sobre o corpo quando expurgarmos
da mente todo interesse próprio.
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E ALÉM
E ALÉM
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E ALÉM
A VÁLVULA DE SEGURANÇA
Não haverá verdadeiro controle da mente-matéria sobre nossa
vida enquanto houver interesse próprio dentro de nós, por
uma única, mas significante razão: esse poder é passível de
ser mal utilizado e em excesso. Não há perigo de isso acontecer agora,
porque nossas dúvidas e a inabilidade em aceitar esta verdade atuam
como válvula de segurança.
Preste atenção: exatamente agora, muitos de nós não acreditam
verdadeiramente que a consciência pode mudar nossa realidade
e controlar nossa saúde e nosso corpo; todavia, nossa consciência
produz cada uma das realidades sobre as quais não temos o controle.
Acreditemos ou não, o Fim do Mundo está chegando. O Fim do
Mundo, de acordo com os grandes sábios da Kabbalah, realmente
significa o fim do predomínio do ego humano. Será um tempo em que
vivenciaremos a expansão do Eu verdadeiro – a iluminação da alma
humana.
Permanece apenas uma questão: Como vamos chegar lá?
Continue lendo.
E ALÉM
O ANO DE 2012
O que os kabalistas têm a dizer sobre o ano de 2012?
Meu pai, o kabalista Rav Berg, lhe dirá que o mundo vai acabar na
próxima terça-feira.
Também dirá que o último dia é hoje, pois um verdadeiro kabalista vive
cada dia como se fosse o último na Terra. Quando abraçamos o Fim do
Mundo em todos os momentos de nossas vidas, vivemos os dias de tal
maneira que o ego morre, a alma assume o comando e começamos a
ver cada momento – e cada pessoa – como dádivas preciosas.
Para pôr fim ao Mundo do Sofrimento, pergunte a si mesmo:
1. Se este fosse meu último ano na Terra, como viveria o
resto da vida?
2. O que eu gostaria de deixar para os outros, incluindo as
pessoas amadas e o resto do mundo?
3. Como eu gostaria de ser lembrado?
4. O que eu gostaria que as pessoas dissessem sobre mim?
5. O que eu gostaria de deixar para o mundo e para as
pessoas que conheci ao longo da vida?
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E ALÉM
E ALÉM E ALÉM
A seguir apresentamos um exercício para lhe ajudar a se preparar
ainda mais.
1. Tire um momento para escrever os elogios que gostaria
de ouvir sobre você mesmo.
2. Descreva a vida que levaria se lhe fossem dados doze
meses de vida.
3. Descreva como era sua vida antes desses doze meses e
como você se transformou após descobrir que lhe restava
apenas um ano.
a. O que você fez com esse ano?
b. Qual foi sua atitude?
c. Em quais atividades você se envolveu?
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E ALÉM
CINCO FERRAMENTAS PARA SOBREVIVER E
PROSPERAR EM 2012 E ALÉM
O Zohar promete enfaticamente: aqueles que estiverem no processo
de transformação proativamente e preparados para abdicar da
intolerância e de interesses próprios serão protegidos do caos.
Meu pai gosta de dizer que as pessoas não são suficientemente gananciosas
para entender o poder do altruísmo. De fato, ser incondicionalmente altruísta
é a forma máxima do egoísmo, pois compartilhar e erradicar o próprio ego
proporciona alegria a longo prazo que nunca, nunca se desgasta.
Primeira Ferramenta: O Zohar
Devemos ter algum tipo de conexão diária com O Zohar. Leia um
parágrafo ou uma página; leia o máximo ou o mínimo que conseguir,
mas leia. Quanto mais longa e mais forte for a conexão, mais proteção
adquiriremos. Esse segredo, como meu pai apontou anos atrás, é
encontrado na famosa história da Torá sobre Moisés e a sarça ardente.
Conta-se que Moisés ouviu a voz de Deus chamando seu nome, vinda de
um arbusto em chamas, uma sarça ardente. Milagrosamente, embora
o arbusto queimasse intensamente com labaredas incandescentes, ele
não se transformou em cinzas. Encontrava-se vivo e saudável como
qualquer outra planta na Terra.
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E ALÉM
E ALÉM E ALÉM
A história é um código. Deus dava instruções a Moisés que o guiariam,
finalmente, na missão de tirar os israelitas da escravidão. Assim como
Deus falou a Moisés por meio da sarça ardente, a Luz do Criador também
fala conosco por meio d’O Zohar, oferecendo-nos a capacidade de
escapar da escravidão e da dependência do ego, assim como do mundo
físico de sofrimento e caos. Se aceitarmos a missão, o mundo inteiro
poderá arder em virtude dos julgamentos que afligem a Humanidade,
mas as chamas não tocarão os que percorrem o caminho d’O Zohar.
Uma vez por mês, também devemos dividir um Zohar com alguém.
Presenteie-o com o Zohar Sagrado ou com o Pinchas do Zohar. O mais
significativo ato de compartilhar é dar o poder de proteção e o mapa da
estrada para o Paraíso. Quando presenteamos alguém com O Zohar, estamos compartilhando o melhor.
Segunda Ferramenta: Atos Aleatórios de Compartilhar
Não espere até que alguém lhe peça um favor. Busque oportunidades
de compartilhar descompromissadamente. Não precisa ser nada grande.
Com frequência, os pequenos atos de compartilhar acendem a Luz
máxima. Pegue o filho de seu amigo no colégio. Abra a porta para uma
pessoa idosa. Ceda seu assento no metrô para uma mulher grávida.
Terceira Ferramenta: Admita o Ego, Não o Defenda
Frequentemente tentamos provar que estamos certos, mas mesmo
que estejamos, isso é perda de tempo absoluta. Estar certo não revela
uma única faísca de Luz. Não viemos a este mundo para estarmos
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E ALÉM
certos; viemos aqui para derrotar o Oponente (também conhecido
como Satán), transformando o ego, diminuindo-o.
Mas não podemos transformar o que somos se não tivermos consciência,
por isso precisamos primeiro identificar o ego. Por que cada vez que
nossos inimigos ou até mesmo os amigos ou o cônjuge nos apontam
como culpados nos tornamos defensivos e caímos no modo de
negação? Se apenas nos entregássemos (especialmente ao estarmos
certos em uma situação em particular), o próprio ato de entregar o ego
(e desconsiderarmos o fato de estarmos certos) liberaria as bênçãos
mais intensas e a Luz mais luminosa que jamais imaginamos.
Faça esforço para lembrar-se de identificar o ego pelo menos uma vez
ao dia e não se prenda ao jogo do certo e errado. Melhor estar errado
e feliz, do que certo e infeliz.
Quarta Ferramenta: Use os 72 Nomes de Deus e o Nome de Deus de 42 Letras
O Kabbalah Centre possui livros sobre os dois temas. Leia-os, estude-os
e medite sobre os Nomes todos os dias. Eles irão derramar Luz no seu
ego, para que você o identifique e o modifique rapidamente. Estes
nomes proveem sustento e bênçãos, removem medos e acalmam a
alma. Todo o poder dos Nomes é explicado nesses livros.
Quinta e Última Ferramenta: Escrever Uma Carta Para o Mundo
Sugiro o seguinte cenário:
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E ALÉM
E ALÉM E ALÉM
Você está no Céu. Conhece as verdades supremas sobre a existência.
Já não tem bagagem emocional: nenhum medo, nenhuma cicatriz.
Possui a verdade simples e penetrante, e não sente nada além do
amor incondicional do Criador e das almas que lhe cercam.
O Criador então o convoca e lhe oferece a chance de escrever uma
carta para o mundo. Ele quer que você informe as pessoas sobre a
verdade da existência, o sentido da vida e a futilidade do ego. Quer
que você compartilhe a sabedoria referente a “passar a perna” nas
forças chamadas Satán.
Escreva essa carta para as pessoas que ama e para o mundo. Diga a
eles o que você sabe, agora que vê suas vidas passadas e as grandes
almas da história ao seu lado nesta dimensão celestial de sonhos
infinitos, amor e prazer.
Escreva a carta. E então a vivencie como o ano de 2012.
Você não somente sobreviverá a esse ano, você prosperará em 2012.
E além.
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E ALÉM E ALÉM
Autor de best-sellers e autoridade proeminente da Kabbalah, Yehuda Berg é
parte de uma longa linhagem de mestres kabalísticos e filho de Rav e Karen
Berg, do Kabbalah Centre. Em 2009, a revista GQ – The Gentlemen’s Fund o
homenageou com o título Agente da Mudança na área da educação. Yehuda
já escreveu mais de 30 livros com temas que vão da autocapacitação e
depressão, até relacionamentos e a Bíblia. Seus livros mais vendidos são O
poder da Kabbalah e Os 72 nomes de Deus, traduzidos em 20 e 14 idiomas,
respectivamente. Suas Sintonias Diárias são enviadas para mais de 200 mil
pessoas, e colabora regularmente com o Huffington Post. Profere palestras
internacionalmente sobre o poder da consciência humana e a possibilidade
de transformação pessoal e mudança global. Yehuda fala com milhares de
pessoas de todas as classes sociais. Ensinando Kabbalah como uma sabedoria
para mudanças, ele oferece com simplicidade conceitos complexos e profundos
de uma forma aplicável à vida diária. Yehuda é codiretor do Kabbalah Centre
International, Inc., fundado em 1922. O KCI é uma organização sem fins
lucrativos que lidera o caminho que leva a Kabbalah a todas as pessoas que
desejam aprender. Yehuda vive em Los Angeles com a mulher e cinco filhos.
Para conectar-se com Yehuda, acesse:Twitter: @yehudabergFacebook: www.facebook.com/yehuda.berg
YEHUDA BERG
E ALÉM
outros livros de YEHUDA BERG
O Poder da Kabbalah: 13 Princípios para Superar Desafios e Alcançar a Plenitude
Kabbalah: O Poder de Mudar Tudo
72 Nomes de Deus: Tecnologia para a Alma
Regras Espirituais do Relacionamento: Como a Kabbalah Pode te Ajudar a Encontrar sua Alma Gêmea
mais livros que podem ajudá-lo a trazer a sabedoria da kabbalah para sua vida:
Tornando-se Como Deus
Deus Usa Batom: Kabbalah para Mulheres
Luz Simples
Nano: Tecnologia da Mente Sobre a Matéria
O Zohar
E ALÉM