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XX Jornal da Rede GESITI
http://br.groups.yahoo.com/group/GESITIs/ www.cti.gov.br www.mct.gov.br
Editado pela Rede GESITI DTSD/CTI criado em 18.fev.2008, +1400 colaboradores
ISSN:2178-8901 - ANO 2 – número XX fev.2011- www.cti.gov.br Brasil “CTI Informa” : http://www.cti.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=170
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Editorial
Prezados leitores,
Poucas são as iniciativas que chega à sua vigésima edição com vigor e relevância. As críticas
empobrecedoras, os contratempos e o esmorecimento são carrascos de ações das mais louváveis.
Alguns casos excepcionais superam todos esses obstáculos e são capazes de expressar uma renovada
vitalidade a cada novo ciclo.
A XX edição do jornal da Rede GESITI traz à tona discussões variadas e relevantes, o que é característico
dessa Rede. Somos mais de 1400 integrantes, representantes de algumas centenas de diferentes
instituições dos setores público e privado, muitos de nós colaboradores assíduos do debate. Atentem
para o fato dos temas aqui tratados serem permeados por tantos outros, numa integração de
competências e linhas de pensamento das mais ricas no cenário atual do pensamento crítico nacional.
Os temas tratados nessa edição foram: Silêncio das Organizações Ecológicas? – a partir de texto que
abordava o desastre do derramamento de óleo no Golfo do México, Produtividade na Área
Administrativa – pertinente para organizações de qualquer natureza e segmento de atuação, Subvenção
Econômica à Inovação – um dos instrumentos financeiros de estímulo à inovação em nosso país – e
Teoria das Restrições & Six Sigma – que evidenciou a valia de haver diversidade de pensamento na
Rede;
As edições anteriores do Jornal GESITI/(ISSN:2178-8901), estão disponíveis nos sites dos
Colaboradores Institucionais. Finalmente, informa-se que todas as mensagens inseridas nesse Jornal (e anteriores), serão apagadas da Rede GESITI.
Editor convidado: Paulo José Pereira de Resende
Financiadora de Estudos e Projetos
Revisor: Antonio J. Balloni
GESITI / Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer
Sumário
Tema 1: Silêncio das Organizações Ecológicas? ........................................................................................... 2
Tema 2: Produtividade na Área Administrativa ......................................................................................... 17
Tema 3: Subvenção Econômica à Inovação. ............................................................................................... 24
Tema 4: Teoria das Restrições & Six Sigma ................................................................................................ 39
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Tema 1: Silêncio das Organizações Ecológicas?
Participação do Moderador
O ponto de partida para a discussão é a
tradução de algumas linhas do artigo publicado
pelo Centro de Pesquisa sobre Globalização,
escrito por F. William Engdahl : “Gulf Oil Spill
"Could Go on for Years and Years" que se
encontra no link
http://www.globalresearch.ca/index.php?conte
xt=va&aid=19660 .
Espera-se que a rede gesiti possa se interessar
pelo assunto e, quem sabe, propor inovação???
Esse vazamento de óleo no golfo poderá afetar,
no médio prazo, a todos.
“... sem dúvida esta é a maior catástrofe na
história com enorme consequência
ecológica/ambiental. O óleo poderá
esparramar por toda a costa atlântica podendo,
inclusive, alterar as corrente marítimas do
golfo1”.
Temos no momento um ensurdecido silêncio
das organizações que protegem o meio
ambiente tais como Greenpeace, Nature
Conservancy, Sierra Club etc. Algumas dessas
organizações líderes tem recebido pagamento a
fim de que empresa de petróleo fique com a
imagem transformada para aquela que não
prejudica o meio ambiente (environment-
1 Corrente do Golfo: corrente de água no Oceano
Atlântico que corre do México para a Europa e
influencia o clima nos países que estão no seu
caminho
friendly face)... O artigo menciona que algo em
torno de $10 milhões foi recebido pelo mais
poderoso grupo de preservação do meio
ambiente, a “Nature Conservancy”. O
“Conservation International”, um outro grupo
ambiental, aceitou $2 milhões...
Finalizo copiando o original (embora o negrito
não esteja no original): “Environmental non-
profit groups that have accepted donations
from or joined in projects with BP include
Nature Conservancy, Conservation
International, Environmental Defense Fund,
Sierra Club and Audubon”, trecho ao qual pode
ser acrescentado: That could explain why the
political outcry to date for decisive action in the
Gulf has been so muted?
Pensen nisso e, se possamos, a partir dessa
catástrofe, fazer ou provocar algo de melhor
para que no final todos e, em particular o nosso
Brasil, possa ser o destaque desse milênio,
vamos em frente, procurando propor inovações
em momento de pressão...
Moderador
Participação do Moderador
Ainda em relação ao tema proposto, cabe
registrar que o livro The Global Economic Crisis:
The Great Depression of the Twenty-First
Century por Michel Chossudovsky, foi editado
por Montreal - Global Research Publishers.
Centre for Research on Globalization (CRG).
Possui 416 páginas e foi lançado em maio de
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2010. Discute sobre a nova antologia; o
aprofundamento da crise econômica global, da
especulação financeira, da crise fiscal etc.
Nesse link você pode ouvir um pouco do que
está no livro. http://vimeo.com/12958236 .
Moderador
Participação de Roland Scialom
A discussão certamente envolve vários
segmentos da população, porém com graus de
contribuição certamente distintos. Tomando
como exemplo: o papel dos profissionais de TI
tem mais a ver com o uso dos recursos
pertinentes por aqueles que estão diretamente
implicados nessa situação. Isto é um papel de
infraestrutura tecnológica que serve de base
para todos. Desde a companhia de petróleo
responsável pela catástrofe, até os órgãos da
mídia que divulgam o status da calamidade,
passando pelos experts que procuram soluções
técnicas para o problema, em curso, assim
como as organizações que trabalham para
conscientizar a sociedade sobre estilos de vida
que diminuiriam a importância do petróleo na
civilização moderna.
Uma visão pessoal da questão pode ser a
decisão de limitar-se a estar aliviado por não
estar envolvido com o desenvolvimento nem
manutenção de nenhum software relacionado
com prospecção de petróleo em grandes
profundidades e não estar trabalhando em
algum CPD da BP ou de alguma outra
companhia petroleira que será eventualmente
responsável pelo próximo desastre ecológico.
Roland Scialom
Participação de Marcus Vinicius B. Soares
Por outro lado, mesmo não havendo
interferência deste ou de outros segmentos
diretamente na questão, não se deve deixar de
estar atento aos fatos, buscando informações e
debatendo o assunto. Não deve ser
desconsiderado o Efeito Borboleta2.
Nesse contexto, a TI não pode mais se restringir
a computadores e acessórios - grosseiramente
falando, mas também a conteúdo. Afinal, pode
ser que um arterfato de TI que não deixe
determinadas mensagens chegarem ao mundo
exterior. Como, por exemplo, o fato de um
determinado link estar bloqueado.
É sempre bom lembrar que "tecnologia não é
boa nem má; e também não é neutra" (Melvin
Kranzberg)
Marcus Vinicius B. Soares
Participação de Marcus Vinicius B. Soares
A quem possa interessar: o link
http://www.globalresearch.ca/index.php?conte
2 Nota do Editor: O Efeito Borboleta se refere às condições
expressas na cultura popular como o fato do bater de asas
de uma borboleta no Brasil provocar um tufão no Japão.
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xt=va&aid=19660 apresenta um artigo no qual
podemos ler:
"The Obama Administration and senior BP
officials are frantically working not to stop the
world’s worst oil disaster, but to hide the true
extent of the actual ecological catastrophe.
Senior researchers tell us that the BP drilling
hit one of the oil migration channels and that
the leakage could continue for years unless
decisive steps are undertaken, something that
seems far from the present strategy."
Marcus Vinicius B. Soares
Participação do Moderador
A discussão anterior converge com a razão de
existência da rede, que é o estudo sob a
perspectiva dos sistemas sociotécnicos.
Ainda sobre o efeito borboleta, cabe um
comentário adicional.
Efeito borboleta é um termo que se refere às
condições iniciais dentro da teoria do caos. Este
efeito foi analisado pela primeira vez em 1963
por Edward Lorenz. Segundo a teoria
apresentada, o bater de asas de uma simples
borboleta poderia influenciar o curso natural
das coisas e, assim, talvez provocar um tufão
do outro lado do mundo. [Fonte: Wikipedia].
TI não é neutra...
Moderador
Participação de Roland Scialom
Ainda sobre o papel do segmento de TI na
discussão, não podemos esquecer da
responsabilidade dos gestores de TI que, de
certa forma, estão envolvidos em quase tudo.
Quanto à possibilidade de se articularem ações,
existem:
- ONG's que garimpam e divulgam informações
vindas do campo e de experts nos problemas
focados;
- Sites e publicações diversas que publicam
material sobre os problemas focados;
- Agremiações políticas como os PV's que
articulam inciativas politicas relacionadas com
os problemas focados.
Há gente de TI em todas essas iniciativas que
visam à melhoria da qualidade de vida do
homem sobre a Terra. Esse pessoal de TI sabe
provavelmente porque está trabalhando ali.
Uma proposta para o GESITI é a constituição de
uma pequena "biblioteca", na forma de uma
página com uma coleção de links para os
lugares onde se consegue informações e visões
conscientizadoras da realidade.
O pessoal de TI diretamente ligado a inciativas
conscientizadoras ajudaria a por "material"
nessa "biblioteca".
Essa ação ajudaria a manter informado o
pessoal de TI que não trabalha diretamente em
iniciativas conscientizadoras.
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Por outro lado, há também gente de TI que
trabalha para o lado dos que “criam problemas
sérios”. O que fazer com esses camaradas?
Escrever um manifesto do tipo "camaradas de
TI, espalhados pelos 4 cantos do globo, uni-
vos..."?
Roland Scialom
Participação do Moderador
Paradoxalmente, as ONGs que promoveriam a
mobilização poderiam ser as mesmas ONGs que
em momento algum foram fazer protesto pelo
vazamento de óleo - conforme link já
mencionado no início da discussão?
Os sites e publicações poderiam ser aquelas
também já comentadas?
O que os PVs tem falado ou escrito a respeito?
Moderador
Participação de Márcio Girão
Mesmo com tantos questionamentos,
paradoxos e polêmicas relacionadas à questão,
um indivíduo que quisesse falar não
profissional de TI, mas de cidadão brasileiro,
poderia afirmar que já se monta uma
orquestração contra a exploração do pré-sal
pelo Brasil e, em especial, pela Petrobras, a
exemplo de nosso atraso de décadas no
programa nuclear por conta de Chernobil e 3 M
Island.
Afinal de contas, podemos crer que o Brasil rico
seja uma ameaça à atual subserviência das
elites dominantes, a partilha uma “agressão” às
“coirmãs” do petróleo.
Estaremos à mercê desse jogo? A Petrobras
tem muito mais tecnologia que a BP em águas
profundas.
Desastre ecológico muito maior é o que os EUA
põem todo dia no ar. E não assinam nenhum
acordo ambiental.
A exploração do pré-sal pode significar uma
virada de páginas de historia do nosso
desenvolvimento. Obviamente, forças
poderosas de mídia, políticas e da parte
subserviente do povo se voltarão contra isso.
Márcio Girão.
Participação do Moderador
Constitui uma atitude excelente a formulação
de uma opinião sobre a questão.
Por isso que o tema - SILÊNCIO DAS ORGANIZAÇÕES
ECOLÓGICAS? - QUAL É SUA OPINIÃO??? - foi lançado
para todos.
É necessário abrir os olhos pois, uma coisa
pode e outra coisa, igual, não pode. quando
que pode e não pode? Depende, conforme já
fora bem colocado.
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Não se pode permitir que seja assim, daí a
relevância de se debater para que saia do
escopo da REDE GESITI, com substância.
Moderador
Participação de Carolina Maganha
Mas, será que é o suficiente aguardarmos algo
maior acontecer? Será que realmente não se
pode fazer algo que movimente a muitos para
que percebam que está acontecendo algo
maior do que a mídia mostra?
Será que cabe a nós somente esperar?
Carolina Maganha
Participação de Fauzi Schubeita
A partir das opiniões formadas em torno da
presente discussão, surge uma ponderação: a
BP demonstrou, juntamente com um grande
grupo de países, uma incompetência sem
dimensões, talvez até maior que o desastre que
provocou.
Naturalmente estão mais interessados nos
desfechos do Oriente Médio, onde o Irã poderá
ser – já é? – a próxima vitima do sistema
predatório na questão energética. A gestão do
presidente Obama apresenta-se hoje mais
perigosa que o filho Bush pois não deixa clara a
sua posição sobre Meio Ambiente e questões
sociais. O filho Bush era enfático em dizer "não
assino, não participo, não quero e vamos
resolver não”, estilo “velho oeste".
O cenário foca a velha máxima de que "Se não
temos a força do argumento, temos o
argumento da força".
Já o Pré-Sal é uma espécie de "Previdência
Privada" do Brasil, que vai beneficiar talvez a
segunda geração após a atual.
De forma irreverente poderíamos afirmar: mais
um “samba do crioulo-doido” que começa a
tocar.
Fauzi Shubeita
Participação de Sidnei Feliciano
O problema parece simples, mas não é. Este é o
primeiro desastre em águas profundas desta
natureza. As complexidades ambientais nunca
antes foram enfrentadas.
A Petrobrás realmente tem mais tecnologia em
águas profundas, mas não está imune às forças
da natureza. O que se pode fazer é analisar os
riscos e elaborar planos de contingência mais
afinados com os problemas, coisa que a BP não
possuía - aliás, talvez nenhuma empresa no
mundo possuísse.
E agora, há rumores sobre um outro vazamento
na China.
E, falando sobre poluição e aquecimento
global: quanto de calor é gerado pelos bilhões
de carros que trafegam pelo mundo? E o calor
gerado pelos bilhões de aparelhos de ar
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condicionado? Será que tem algum modelo
atual pode analisar estes impactos?
Talvez este não é seja o fórum de políticas
ambientais, mas não devemos desprezar esses
aspectos.
Sidnei Feliciano
Participação de Márcio Girão
Um fato sobre o qual deve haver destaque é a
“lavagem cerebral ambiental” sofrida pela elite
intelectual brasileira. Enquanto se discutes e
condenam as ações de exploração de nossas
riquezas em função de “danos” ao meio
ambiente, e elegendo um bando de políticos
disso aproveitadores, os países ricos do G8
esbanjam usinas nucleares, fazem exploração
industrial poluente no 3º mundo e guerras
fratricidas e genocídios vários.
É possível gerar riqueza ao país, mesmo
assumindo os riscos disso inerentes e, claro,
tomando os cuidados que a tecnologia permita.
Se vazar, a gente tampa.
Márcio Girão.
Participação de Fernando Tula Molina
Uma reação natural, frente a tudo que já foi
discutido, é que se compartilhe da mesma
visão, quanto à necessidade de se tomar
consciência quanto aos riscos envolvidos, sobre
a fragilidade das coisas valiosas – como é o
meio ambiente e também a saúde humana – e
sobre a necessidade de se buscar
coletivamente espaços para a reflexão sobre
essas questões que a todos preocupam e
afetam, bem como da importância dada ao
conteúdo, ao sentido e às possibi8lidades das
redes sociais.
Na Argentina, foi criada uma rede para estes
fins. De um modo geral, o objetivo é de buscar
coletivamente uma melhor relação entre
tecnologia e democracia. Nesse sentido, os
seus integrantes colaboraram com o Fórum
Social Mundial Ciência & Democracia, ao qual
se agregou, a partir de 2009, um dia de reflexão
específica sobre esses temas, antes do Fórum
Social Mundial.
Os interessados podem visitar e participar do
Observatório de Novas Práticas e Alternativas
Tecnológicas – ONPAT – no endereço
http://onpat.wordpress.com/ que funciona
como una rede Ning:
http://redonpat.ning.com. A participação pode
ser em espanhol ou português.
Especificamente, há um grupo sobre
sustentabilidade onde se reproduziu o mesmo
artigo aqui tratado e se iniciou uma discussão
com o título O DESASTRE DO GOLFO DO MÉXICO, O
DINHEIRO E O SILÊNCIO.
Fernando Tula Molina
Participação do Moderador
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Merece, a título de recapitulação, um destaque
a alguns pontos-chave já discutidos, por serem
fatos relevantes no debate:
Os países ricos do G8 esbanjam usinas
nucleares, fazem exploração industrial poluente
no 3º mundo e guerras fratricidas e genocídios
vários – PÁGINA 8.
É possível gerar riqueza ao país, mesmo
assumindo os riscos disso inerentes e, claro,
tomando os cuidados que a tecnologia permita.
Se vazar, a gente tampa – PÁGINA 8.
Na Argentina, foi criada uma rede para estes
fins. De um modo geral, o objetivo é de buscar
coletivamente uma melhor relação entre
tecnologia e democracia. (...) Especificamente,
há um grupo sobre sustentabilidade onde se
reproduziu o mesmo artigo aqui tratado e se
iniciou uma discussão com o título O DESASTRE DO
GOLFO DO MÉXICO, O DINHEIRO E O SILÊNCIO– PÁGINAS 8
E 9
No intuito de colaborar com as discussões das
duas redes - GESITI & ONPAT, soma-se aqui o texto
intitulado A FUGA DE PETRÓLEO NO GOLFO "PODE
PERDURAR ANOS" SE NÃO FOR TRAVADA, de F. William
Engdahl:
... Silêncio dos grupos ecologistas?... Siga o
dinheiro.
... Grupos ambientais não lucrativos que
aceitaram donativos ou aderiram a projectos
com a BP incluem Nature Conservancy,
Conservation International, Environmental
Defense Fund, Sierra Club e Audubon. Isto podia
explicar porque o clamor político até à data por
ação decisiva no Golfo tem sido tão em
surdina...
O texto completo em português se encontra no
link:
http://www.voltairenet.org/article165885.html
Moderador
Participação de Darcio Calligaris
Ainda que sejam válidos os argumentos
relacionados à necessidade de se gerar riqueza
para o país, a experiência demonstra que
grande parte dos empresários não está
preocupada com o meio ambiente, na
realidade o que mais desejam é lucro.
É possível contar nos dedos as empresas que se
preocupam com o meio ambiente. As
prefeituras podem atuar, mais existem forças
maiores. Em uma rua em São Paulo, por
exemplo, o caminhão de sucata já tem lugar
fixo par sujar a rua e calçadas. São Paulo já foi
uma cidade de rios com cor azul, deserta de
fábricas.
O tratamento do meio ambiente é custoso, é
um investimento que não tem retorno no lucro,
isto é no bolso do empresário. Teria na sua
alma, se ele fosse uma pessoa que pensasse no
seu semelhante e na saúde dos mesmos, na sua
e dos seus familiares.
As ruas em São Paulo são imundas, copos
descartáveis jogados, e quando chove se enche
de água, e a dengue, as baratas e ratos se
reproduzem e passeiam pela avenida Paulista,
aproveitando o resto do lixo rico em nutrientes
jogados pela população.
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E a limpeza consciente onde está? As caçambas
próximas às favelas não tem lixo dentro, é
preferível e mais fácil jogar fora.
No interior de São Paulo se cria porco na zona
de manancial. O cheiro é forte a prefeitura não
faz nada.
Só há fiscais no transito. Há que se multarem os
sujos inconscientes, poluidores.
A alternativa é educar os ricos empresários
para que invistam em um planeta com melhor
qualidade de vida, pensem que serão
recompensados quando morrerem pois não
será de câncer ou outra doença que causa
sofrimento, mas morrerão felizes e com o
coração enobrecido porque fizeram um bem
para a humanidade, e os pobres, que sejam
educados e zelem pela higiene.
Cada um de nós tem uma missão no planeta.
Deve haver união para a limpeza da poluição do
ar e do meio ambiente, matas, rios ruas
avenidas, dos meios de transporte, ainda assim
haverá desafio. Vejam, por exemplo, que
mesmo com a campanha para o uso de
preservativos, tem muita gente pegando AIDS.
Darcio Calligaris
Participação de Marcus Vinicius B. Soares
Há um episódio que merece ser mencionado,
ocorrido durante uma das aulas de Ciência
Política ministradas pelo professor Valter
Duarte Ferreira Filho na UFRJ. Quando o
professor Valter estava explicando o processo
de cercamento na Inglaterra, que daria origem
ao que chamamos hoje de propriedade privada,
havia um grupo de alunos que estava
constantemente conversando e atrapalhando.
Chegou uma hora em que mesmo o professor
já estava cansado de competir com o grupo e
virou para trás - estava de frente para quadro
negro e quando ele virou os alunos se calaram.
Neste instante, no momento em que seriam
repreendidos por um outro aluno3, o professor
falou uma frase de que me lembro até hoje:
"Não se preocupe. Ele não têm sofrimento
suficiente".
Cada um é responsável por observar que
devemos sim prestar atenção a tudo que nos
acontece ao redor e fazer a nossa parte, nem
que seja discutindo, como fazemos nesta lista.
Mas Infelizmente temos que aguardar o
sofrimento se agudizar a tal ponto que não seja
possível a quem o provoca - ou se omite - não
senti-lo e não tomar as devidas providências.
Vamos a alguns exemplos no Brasil:
- A licença-paternidade só foi transformada em
lei por que um parlamentar de nome Alceni
Guerra, ex-Ministro da Saúde, teve de se
ausentar de reuniões importantíssimos no
Congresso Nacional por que sua esposa teve
problemas no parto e, segundo ele, não sairia
do lado dela de jeito nenhum;
- A lei que permite que o nome do pai adotivo
seja inserido na certidão de nascimento do filho
foi aprovada por Juscelino Kubistchek por que
ele tinha uma filha adotiva; a lei foi um
presente dele para a filha;
3 Nota do editor: o aluno que iria repreender ao grupo era o
próprio Marcus Soares.
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- o divórcio só foi adotado no Brasil por que um
parlamentar de nome Nelson Carneiro queria
de divorciar da mulher;
- na ficção científica: quem já viu o filme de
nome Inteligência Artificial sabe que o garoto
artificial só foi produzido por que o cientista
responsável pelo projeto havia perdido o filho e
queria reconstituí-lo.
Aplicando esta "Teoria do Sofrimento
Suficiente" ao caso da BP, provavelmente
atitudes somente serão tomadas quando, por
exemplo, a mancha de óleo chegar na parte
turística da Flórida. Aí o sofrimento já terá se
agudizado a tal ponto que não serão
necessários grupos ativistas verdes entrarem,
pois a própria perda de recursos financeiros já
vai instalar o caos - e consequentemente o
sofrimento. Ou seja, o mínimo vai ter doído no
bolso.
Quanto aos projetos ambientais, é bom
lembrar que o nosso empresariado, em geral,
não tem tradição com projetos de longo prazo,
como são aqueles relacionados ao meio
ambiente. Nossa tradição é de projetos de
prazo imediato - quase não existe a decisão de
fazer ou comprar feito, é quase sempre
comprar feito - ou muito curto.
Marcus Vinicius B. Soares
Participação de Márcio Girão - OFFTOPIC.
Talvez seja o momento da proposição de uma
reflexão socioeconômica da questão,
merecedora de um debate permanente e mais
aprofundado.
O parâmetro que rege as decisões sobre o que
e como explorar a energia de que tanto
dependemos chama-se “viabilidade financeira”.
Enquanto continuarmos nos paradigmas de
otimização do monetário, mesmo em
detrimento do Ser Humano e de nossa Terra,
nosso futuro é a desagregação rápida da
sociedade e de seu meio ambiente.
Temos que nos concentrar na análise, não do
modelo econômico, mas do político-
econômico; dos princípios capitalistas no futuro
da humanidade.
Nossas melhores mentes, hoje, dedicam-se
onde o sistema capitalista lhes determina: às
guerras, às energias baratas, aos aviões
apertados, à cultura-lixo; tudo em nome da
otimização das receitas e maximização dos
lucros.
Essa deve ser a discussão que vale a pena; o
resto é mera consequência e, quem sabe, em
algum curto prazo, esse negócio de “viabilidade
financeira” já não seja tão importante assim
face à felicidade do Ser em harmonia com seu
Habitat.
Márcio Girão.
Participação de Darcio Calligaris - OFFTOPIC
Este grupo já está começando a sair do limbo,
que tal colocarmos em prática, o que é a
verdadeira felicidade, talvez os lucros serão
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enormes pois não serão gastos dinheiros para
consertar as doenças e os desastres que o ser
humano está provocando no meio ambiente
por sua ambição.
Todos já sabemos, como executar, será que
existe uma mente inspirada no grupo para nós
orientar, caso contrário ficaremos só nas
lamentações e na verdades relativas de cada
um.
Darcio Calligaris
Participação de Fernando Tula Molina
É comum a todos a consciência da necessidade
de se revitalizar a discussão política e cultural
sobre a inovação tecnológica. A ideia de
otimização é muito diferente se tiver um teor
somente econômico ou, de outro modo, social
e cultural. O mesmo acontece com a ideia de
sustentabilidade sobre o que seria bom para o
futuro.
Para aqueles que estiverem interessados em
uma proposta teórica política, recomenda-se a
leitura de uma publicação recente sobre este
tema:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S16
78-31662008000300008&script=sci_abstract4.
Trata-se de passar a instituir condições de
legitimidade sobre a reflexão do que fazemos e
do que poderíamos fazer com a finalidade de
4 Nota do editor: trata-se do texto Time is money:
optimización, identidad y cultura laboral en la sociedad
deseada, de autoria do próprio Fernando Molina
enfrentar coletiva e institucionalmente os
riscos que supõe toda inovação.
Fernando Tula Molina
Participação de Paulo Resende
Tomando como um paradigma válido que,
nesses tempos de insensibilidade, só o
sofrimento traz à tona questões críticas como
essa aqui discutida, chegamos a outra questão.
O problema é que o limite do tolerável pode ser
tarde demais para as populações afetadas. Até
hoje, quantos milhões de litros de petróleo já
contaminaram o oceano? Essa mancha colossal
já comprometeu a sobrevivência de milhões de
seres. Não se abala um ecossistema dessa
forma sem que haja consequências. A extensão
do prejuízo só será percebida no longo prazo, o
que dificulta a sensibilização imediata. É preciso
dar voz à indignação e à preocupação. Nesse
sentido, é muito nobre que a rede GESITI se
manifeste sobre o assunto, da mesma forma
que cada um de nós, cidadãos, também
devemos fazê-lo individualmente.
Os peixes, moluscos e crustáceos que
sobreviverem à contaminação poderão ser
ingeridos por milhões de pessoas, potenciais
vítimas da indiferença atual. Vale lembrar que,
na época do incidente de Chernobyl, milhares
de pessoas ingeriram leite e alimentos
contaminados com radiação, assim como os
animais, que depois serviram de alimento para
outras pessoas.
XX Jornal da Rede GESITI
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Editado pela Rede GESITI DTSD/CTI criado em 18.fev.2008, +1400 colaboradores
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Apenas uma ressalva: nem todas as
organizações ecológicas estão indiferentes. O
Care2 - http://www.care2.org - tem
acompanhado e trazido a público diversas
informações graves para as quais nem sempre a
imprensa comum dá atenção.
Paulo Resende
Participação de Lucio Fonseca
O debate certamente promove a ampliação de
visão gradativa sobre o problema.
Por exemplo: a proposta de "se vazar, a gente
tampa", lembra aquela ideia de colocar a tranca
depois da porta arrombada. Além disto, no
ambiente de altíssima interdependência que
vivemos, somos todos cidadãos do MUNDO;
desastre de cada um é de todos. Este não é o
pior desastre ecológico dos EUA, mas de todo o
mundo. As participações posteriores, no
entanto, acrescentaram informações relevantes
para uma discussão em um âmbito maior.
Tomemos a liberdade de recorrer a algumas
"intuições" a respeito do assunto:
1. o Brasil não precisa ter a pretensão de ficar
rico exportando commodities; os EUA, a
Alemanha, o Japão e a maioria - se não todos -
os outros países desenvolvidos não ficaram
ricos por terem estes recursos em abundância;
2. basear nossas esperanças nisto é vão; vejam
alguns exemplos – que, mesmo admitindo uma
significativa margem de erro, que não muda o
que se pretende mostrar:
a) 1 litro de petróleo é vendido por algo
como 0,48 dólares e 1 kg de minério de
ferro é vendido por 0,10 dólar;
b) 1 "quilo" de automóvel médio (produzido
somente por cias. estrangeiras, mesmo
estando no Brasil) custa 30 dólares (62 kg
de petróleo ou trezentos kg de minério);
c) 1 "quilo" de IPAD (pesa 700 gr com preço
de 700 dól.) custa 1.000 dólares (2.083 kg
de petróleo ou 10.000 kg de minério);
d)1 "quilo" do avião Rafale custa 8 mil
dólares (16.666 kg de petróleo ou 80 mil
quilos de minério de ferro)
e)1 quilo de satélite custa em torno de 80
milhões de dólares (166.166.166 kg de
petróleo ou 800 milhões de kg de minério).
Donde se conclui: a continuarmos nesta marcha
batida, em algumas dezenas de anos, teremos
"exportado" boa parte do país - fisicamente
falando - e ficado na mesma - ou piores - em
termos econômicos; e ainda com as crateras e
os abalos sísmicos possivelmente a serem
gerados pelo vazio criado pela extração do
minério e do líquido que sustenta a superfície.
Como fica a relação custo-benefício? Os EUA
praticamente não gastam seu petróleo; é
"reserva estratégica"; preferem comprar " de
nós, "encantados" com o fato de "Deus ter-lhes
dado este presente".
Entendo que não dá para mudar o modelo de
uma hora para outra. O jeito é continuar,
provisoriamente, vivendo das commodities,
mas, principalmente para quem é da área de
tecnologia, a obrigação é de não perder o
bonde da história:
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3. não dá para ser inconsequente quando se
trata de lidar com forças tão poderosas quanto
as que estão mantidas, sob gigantesca pressão,
debaixo de 8.000 m de oceano mais camada de
sal;
4. NO MÍNIMO 80% do dinheiro arrecadado com o
pré-sal e com a exportação de matérias primas
TEM que ir para Educação, Saúde, Ciência e
Tecnologia aplicadas; pois sem gente saudável
e qualificada não vamos longe;
5. O aquecimento global, os cálculos existentes
de custo dos serviços ambientais, a destruição
do ambiente que cresce em proporções
geométricas, a piora da qualidade de vida e
saúde nas cidades, os desastres ambientais
cada vez mais assustadores nos mostram: a
janela de oportunidade está aberta para o
desenvolvimento de tecnologias limpas e
sustentáveis; combustíveis fósseis já
"morreram e esqueceram de cair" - ou não são
deixados cair pelos muitos interesses de
poucos; para quem quiser, de fato, ter e gerar
uma vida melhor e ainda ganhar muito
dinheiro, o caminho não pode ser outro;
6. Dinheiro é muito, mas não é tudo:
recomendo que nos aprofundemos no
conhecimento do conceito do FIB - o índice que
mede a Felicidade Interna Bruta dos países -
não descarta o econômico, mas agrega outros
indicadores ligados à qualidade de vida - é coisa
série, bem fundamentada, apoiada pelo PNUD;
veja em
http://www.felicidadeinternabruta.org.br
Lucio Fonseca
Participação do Moderador
Sob a perspectiva dos últimos argumentos
colocados, e a fim de retornar o foco da
discussão ao tema principal, temos:
1. Silêncio das Organizações Ecológicas? - Qual
é sua opinião?
2. o ponto é que possamos ter valor agregado
em nossas riquezas e, desse modo, com a
política correta, podemos ter engenheiros,
físicos e etc., os quais no médio prazo poderão
agregar valor a nossa matéria-prima e fazendo
a transformação que sugere. O pré-sal deverá
ser decisivo para, também, a educação básica &
avançada no Brasil?
3. finalmente, é necessário considerar que a
exploração do petróleo em aguas profundas ou
pré-sal. Para uma comparação correta vale a
nota sobre pré-sal: a camada refere-se a um
conjunto de reservatórios mais antigos que a
camada de sal... Esses reservatórios podem ser
encontrados do Nordeste ao Sul do Brasil -
onshore e offshore - e de uma forma similar no
Golfo do México e na costa Oeste africana. A
área que tem recebido destaque é o trecho que
se estende do Norte da Bacia de Campos ao Sul
da Baia de Santos desde o Alto Vitória até o
Alto de Florianópolis respectivamente. A
espessura da camada de sal na porção centro-
sul da Bacia de Santos chega a 2.000 metros,
enquanto na porção norte da bacia de Campo
está em torno de 200 metros.
Moderador
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Participação de Lucio Fonseca
1 - Complementando a nota sobre o pré-sal, a
partir de informações disponíveis no site da
Petrobras -
http://www2.petrobras.com.br/presal/10-
perguntas/: O termo pré é utilizado porque, ao
longo do tempo, essas rochas foram sendo
depositadas antes da camada de sal. A
profundidade total dessas rochas, que é a
distância entre a superfície do mar e os
reservatórios de petróleo abaixo da camada de
sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.
2- direcionando os esforços de P&D ou de C&T,
bem como a formação de engenheiros, físicos,
etc., para tecnologias limpas e sustentáveis,
estaríamos mirando o futuro e ajudando a
virar, rapidamente a página "suja" do passado;
concentrando esforços em um tipo de energia
condenado a desaparecer. Hoje, pode ser que
estejamos preparando nossos profissionais
para algo que não mais existirá;
3 - a aplicação dos ganhos com o pré-sal, no
que tange à educação, deve se distribuir
igualmente em todos os níveis - desde o Infantil
- é ali que se forjam os talentos - temos
cometido o erro histórico de desvalorizar os
educadores desta faixa e subestimar as
verdadeiras "máquinas de aprender" que são
os pequenos - até o Superior;
4 - enquanto o "novo tempo" não chega, cabe
aproveitar da maneira mais inteligente possível
- e mais cautelosa - as oportunidades de
aprendizagem e ganhos financeiros que os
recursos naturais possam nos dar.
Lucio Fonseca
Participação de Marlene Carnevali
A independência do Brasil na questão do
petróleo ameaça soberanias dominantes. Essa
é a oportunidade que temos de mostrar ao
mundo que também temos riquezas naturais
suficientes para obter nossa “carta de alforria
econômica” e cérebros tão brilhantes quando o
poderio econômico do chamado "Primeiro
Mundo".
Se o Brasil não cresceu antes é porque não lhe
foi permitido. Sempre estivemos subservientes
como escravos de um imperialismo que, a meu
ver, sabia da nossa potencialidade e sempre fez
de tudo para nos submeter ao seu poder
econômico. Todo risco tem sua oportunidade:
vejam, por exemplo, o 11 de Setembro, que
permitiu que fosse exposta a fragilidade de
quem sempre se mostrou ao mundo, como
inatingível.
Vamos explorar sim o pré-sal e mostrar ao
mundo que não temos somente um território
extenso, mas um potencial gigantesco, porque
a natureza foi pródiga com o Brasil, além do
potencial humano capaz de assumir grandes
desafios com os melhores resultados.
Marlene Carnevali
Participação de Marlene Carnevali
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Porque em algumas circunstâncias uma coisa
pode e noutras não? Simplesmente porque os
interesses políticos sempre ditam as regras do
jogo. Se alguém já leu ou assistiu ao filme
"Ponto de Mutação" em que uma cientista, um
poeta e um político, no caso Al Gore, dialogam
sobre diversas questões e até mesmo o Brasil é
citado pelo seu desmatamento, pode perceber
que o Sr. Al Gore é duramente criticado pela
sua posição política. Para quem conhece o
mínimo da sua trajetória, que é muito similar a
da maioria dos políticos em qualquer lugar do
mundo, sabe do que estou falando: O poder
pelo poder e não pelo bem da nação como
deveria ser.
É indisfarçável a surpresa, quando esse mesmo
Sr. Al Gore virou o defensor do planeta! Assim?
Do nada? Aí é que está, dá visibilidade: eu
deixo de ser vilão numa era em que só se fala
de preservação ambiental e visto a máscara de
bonzinho. Enquanto os políticos tratarem as
questões ambientais como marketing pessoal e
como foco no ROI que isso traz, vamos
continuar esperando que o desastre ambiental
mexa no bolso, não importa que antes disso
tenha obrigado os pássaros a morrerem
lentamente por terem seus poros vedados pelo
óleo bruto, isso sem falar da fauna marinha.
Porque, quando ambientalistas procuram
alertar para o perigo, tem como resposta a
força bruta que as autoridades políticas
arbitrariamente impõem.
Quantas vidas humanas são desrespeitadas em
grandes construções, nas próprias plataformas
de petróleo, mas o lucro sempre em primeiro
lugar, é o que temos visto ao longo da história.
O extrativismo praticado pelos nossos
descobridores, e outros tantos que poderíamos
também chamar de “desastres naturais”.
Assim ocorre também, com a oportunidade de
trabalho às pessoas com deficiências. Precisou
de uma Lei para que as organizações
enxergassem que precisam de cérebro e não de
pernas, pois seus executivos perfeitos se
arrastam com suas cadeiras para falar com o
vizinho de mesa, mas não se podia contratar
um cadeirante, ou um deficiente visual. É assim
que as grandes organizações só aderem a
atitudes sociais e ambientais, por força de lei e
porque dá visibilidade no mercado, como a
"Organização politicamente correta" que
obedece a ISO 14.000, para ampliar seu
marketshare, mas não por consciência dos
benefícios que a humanidade pode receber,
somente com os números de seus resultados
financeiros.
Quanto à pergunta: E aí? vamos ficar olhando?
A exemplo dos ambientalistas que são
agredidos, muitos de nós, além de termos que
driblar a questão ambiental e o oxigênio que
estão nos tirando, temos que garantir o
sustento dos nossos filhos e para isso é preciso
preservar a nossa integridade física, que é
ameaçada nesses casos.
A questão é sim, muito complexa, pois quem
tem poder para fazer não faz e quem quer fazer
não detém o poder, é sempre o lado mais
fraco. Mas se pudermos fazer, ao menos no
nosso espaço e na nossa comunidade, já
estaremos dando a nossa contribuição. O que
não podemos é, além de olhar os desastres do
mundo, não fazer nada na parte onde temos
poder para isso.
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Marlene Carnevali
Participação de Marlene Carnevali
Duas coisas ainda devem ser destacadas do
texto em discussão:
1º - Visão Sistêmica – um adepto da Quinta
Disciplina, de Paul Senge, poderá crer que,
quando todos os segmentos passarem a pensar
sistemicamente ao atuar localmente, imaginar
o todo, teremos mapeadas as consequências
que ações isoladas podem provocar no todo.
Quer no âmbito social, econômico ou qualquer
outro cenário. Aí sim, passaremos a tomar
ações conscientes com repercussão menos
desastrosas.
2º Com relação aos riscos da crise de 2008,
avaliando do ponto de gestão de riscos, está
claro que o setor financeiro nos Estados
Unidos, jogou no lixo os pilares do Basiléia II
que, voltado especificamente para o mercado
financeiro, abrange riscos de crédito, de fraude
e de mercado... Compare à cadeia da crise: uma
negligência na avaliação dos riscos de crédito,
provocaram uma crise de mercado
internacional. O que se deduz disso? Que a
negligência na maioria das vezes,
lamentavelmente, é consciente.
Marlene Carnevali
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Tema 2: Produtividade na Área Administrativa
Participação de Evilasio Cesar
Muito se fala sobre produtividade, mas quase
sempre direcionada a produtividade fabril.
Mas e a produtividade da área administrativa?
O quanto se perde em falhas e lentidão de
sistema, hardwares que falham
constantemente, funcionários acessando
constantemente a internet para assuntos
particulares, além de outros motivos como a
grande quantidade de "pausas para o café" e
"bate-papos" em relação ao futebol e outros
assuntos que não sejam o do trabalho.
Que visão podemos ter sobre o assunto?
Evilasio Cesar
Participação de Paulino Francischini
Produtividade em áreas administrativas é um
tema estudado recentemente, comparado com
os estudos na área de manufatura.
Dois destes programas são o Lean Office e Lean
Service, que utilizam várias ferramentas
aplicadas ao Lean Manufacturing, mas com
algumas adaptações. Há uma literatura
razoável sobre isso.
Quanto às perdas de tempo de funcionários, a
causa principal é que não são cobrados
adequadamente pelo resultado do seu
trabalho, ou seja, o resultado alcançado é
pequeno em relação ao tempo disponível dos
funcionários.
O meio mais fácil de resolver isso é colocar
metas maiores de trabalho realizado, medir o
resultado do trabalho e fazer ações corretivas
se as metas não forem alcançadas: é
exatamente a mesma coisa que acontece em
uma fábrica mas, como se trata de prestação
de serviços, deve-se fazer algumas adaptações
para a medição do resultado do serviço
realizado.
Paulino Francischini
Participação de Roland Scialom
A mesma questão pode ser observada por um
contexto mais amplo. Considerando:
1. que muitas atividades de produção
necessitam de atividades de administração,
2. e que, frequentemente, as atividades de
administração ao pretender se aperfeiçoar,
engessam as atividades-fim de produção,
O problema:
Alguém já definiu métricas que medem o
coupling5 entre as duas atividades acima?
Comentário:
5 Nota do Editor: o emprego do termo coupling, na Física,
na matemática e na ciência da computação, significa o e
estudo do grau de interação entre componentes distintos.
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Uma vida dedicada ao trabalho em empresas
estatais e no governo revela que as duas
atividades acima costumam estar bastante
divorciadas. Os que trabalham em atividades-
fim tem a impressão de que o pessoal da
administração trabalha contra eles. Em um
grande laboratório de P&D em
Telecomunicações, por exemplo, parecia que os
que trabalhavam em atividades-fim pareciam
estar a serviço dos que trabalhavam em
atividades de administração.6
Essa contradição existe e permanece em áreas
da administração pública porque a lógica da
produção nessas áreas permite.
Será que acontece o mesmo na iniciativa
privada?
Note que o uso do conceito de "produção" se
deu aqui de forma bem geral, como resultado
de um trabalho. Nesse enfoque geral, podemos
afirmar, por exemplo, que alguns sistemas de
produção podem levar um país à ruina.
Roland Scialom
Participação de Marcus Vinicius B. Soares
É necessário acrescentar duas observações à
discussão:
1 - em primeiro lugar, é necessário tomar muito
cuidado com as medições. Um exemplo desse
alerta: imaginem um ambiente de intensa
6 Nota do Editor: o relato feito pelo autor da mensagem é
biográfico.
criatividade na área administrativa - TI, por
exemplo, no qual as melhores ideias acontecem
justamente quando não se está diante do
computador, por exemplo, na hora do
cafezinho ou em casa tomando banho. Ora,
dependendo de como for feita a medição, a
criatividade vai ter hora certa para acontecer,
de 9 às 18, pois este é o horário do expediente,
fora a hora do cafezinho. Todas as outras ideias
serão "esquecidas", pois não serão ideias
valorizadas na medição.
É oportuno lembrar dos japoneses: 90% de
tempo em planejamento e 10% de tempo em
implementação.
2 - em segundo lugar, uma provocação: qual a
diferença fundamental - se é que existe - da
área administrativa para as outras áreas da
firma ?
Marcus Vinicius B. Soares
Participação de Ricardo Yoshikawa
É verdade, realmente precisa de administração,
ou melhor, para qualquer campo de atuação
empresarial, a administração como suporte, faz
com que o empreendimento tenha resultados
esperados. Já uma discussão no contexto mais
amplo, fica um pouco mais complexo, pois a
tendência sempre é de valorizar mais as
atividades-fim. Nesse sentido, percebe-se a
importância de determinados campos
profissionais: para a indústria, dá-se mais valor
aos engenheiros mecânicos; para as instituições
financeiras, valoriza-se mais os economistas;
para área de contabilidade, aos contadores;
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estabelecimentos de saúde, aos médicos; e
assim por diante. A atividade de Administração
é colocada apenas como atividade-meio, sem
as láureas quando a organização atinge metas...
e elege-se como grande administrador, o
empreendedor que nem sempre tem formação
administrativa, até parecendo que qualquer
dono do negócio pode ser considerando grande
administrador.
E quando se fala mesmo em Administração, o
campo de atuação se resume em execução de
serviços burocráticos, ou seja, processamento
de regras de poder ou não poder prosseguir no
fluxo de decisões, cujas ações descritas em
normas e procedimentos.
Quando a empresa vai bem, costuma-se
aumentar o quadro do pessoal administrativo
para controlar, fazer registros e elaborar
relatórios, muitas vezes, em excesso, a ponto
de justificar seu nome - burocracia.
Quando a empresa vai mal, costuma-se reduzir
primeiro o pessoal do quadro administrativo,
pois ele representa custo fixo.
Por outro lado, existem também organizações
que consideram a administração como fator de
sucesso nos negócios, encarando-a como
gestão, com visão sistêmica sobre o
funcionamento, qualquer que seja o campo de
atuação da empresa. De um lado, coloca a
administração como função de planejamento,
organização, coordenação, controle e relato e
do outro, como forma de liderança, através da
gestão de pessoas, recursos e logística, fazendo
com que os fatores produtivos alcancem
objetivos.
Enxergar a questão é crer que a produtividade
da área administrativa deve ser percebida pela
rentabilidade ou produtividade do negócio da
empresa.
Criar métricas traz o risco de se burocratizar a
administração.
Ricardo Yoshikawa
Participação de Roland Scialom
Para a compreensão da proposta de medição
do coupling, talvez seja necessário tratar de um
caso concreto: considere um laboratório
federal onde eram desenvolvidos protótipos de
tecnologias nova, na confecção dos quais
entravam componentes eletrônicos que
precisavam ser importados.
A administração era tão ineficiente e demorada
para importar esses componentes, que se
perdia constantemente o momento de estar
em fase com a dinâmica do ramo de atuação e
as chances de aparecer e progredir
profissionalmente eram muito escassas.
Então, neste caso reportado, como medir este
coupling para fazer saber à turma da burocracia
que, tratando-se da ajuda que eles prestaram
prestado e numa escala de 1 a 10 a nota deles
se situava entre zero e 2?
Porque falar em métrica?
Recordemos a história do caboclo que
responde "logo ali seu moço"... à pergunta
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"moço, onde fica tal lugar?". Aí você anda horas
e não chega no "logo ali".
Então, não basta dizer para alguém que "você
está nos prejudicando..." seria interessante por
um valor nisso.
Não se trata de burocratizar, mas de impor
limites aos "cretinos da objetividade" - como
diria Nelson Rodrigues, que pensam que seus
procedimentos burocráticos são perfeitos, pois
dificilmente conseguiriam entender que a
logica da produção que difere em muito da
deles.
Roland Scialom
Participação de Marlene Carnevali
Quando se deixar de ver a Administração como
burocracia e esta atuar com foco na gestão e na
governança, o cenário será outro. Seria mais
adequado que todas as formações técnicas
fossem complementadas com a formação
administrativa porque os engenheiros, e outras
profissões técnicas, um dia vão gerenciar
pessoas, atividades e projetos... e só com
formação técnica não se faz uma boa gestão,
não há governança.
Marlene Carnevali
Participação de Ricardo Yoshikawa
Certamente, a adoção de uma ou de outra
perspectiva, quanto à necessidade de se
determinar métricas para a área administrativa,
pode resultar em equívoco. As métricas que são
criadas na administração sempre foram as de
atribuição de notas numa escala de, por
exemplo, 1 a 10, notas essas dadas por alguns
avaliadores. Acontece que, cada avaliador dá
notas de forma subjetiva, por mais que
queiram ser objetivos, pois a percepção de um
nem sempre é a percepção do outro. Ou seja,
as métricas que existentes na avaliação da
administração não são de natureza de ciências
exatas. Por isso mesmo, talvez a melhor forma
de "medir" a "produtividade" da administração
seja medir os resultados operacionais de
grandeza exata, como produção, vendas, metas
atingidas, etc.
Pode-se viver toda uma vida profissional
utilizando métricas na administração, mas o
resultado se mostra como a melhor métrica,
pois sem uma "administração produtiva" não se
consegue obter resultados operacionais
esperados.
Administrar é uma atividade cuja abrangência
não tem limites, adquirindo significado de
acordo com a situação, assumindo conceitos
como planejar, organizar, coordenar, liderar,
supervisionar, comandar, dirigir, controlar,
conciliar, enfim, uma atividade que requer
visão sistêmica não somente no campo
funcional como também no campo
comportamental, pois suas ações são
percebidas por gestão de pessoas, gestão de
recursos, gestão de finanças, gestão de
logística, gestão de vendas etc.
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É necessário respeitar, no entanto, as posições
divergentes, porque quando o avaliador adota
parâmetros justos e precisos no julgamento da
questão, com certeza, essas métricas tem
credibilidade.
Ricardo Yoshikawa
Participação de Jose Costa
Há de fato pessoas que não produzem, mas isso
é em todo o mundo.
No entanto, ocorre que quem não está nessa
situação coloca muitas metas que por vezes
atrofiam os próprios serviços.
Quem chefia deve saber quem trabalha ou
quem esta mandando emails daqueles que só
enchem as caixas dos amigos.
Mesmo aqueles que desenvolvem atividades na
rua também desempenham atividades de
escritório, quando é possível observar quem
trabalha e quem só passa o tempo. Não
devemos ter metas, mas meios para
fiscalização e então veremos a produtividade
aumentar, pois os que andam sem fazer nada
tem de apresentar a justificação do que estão
fazendo.
Jose Costa
Participação de Denis Alcides Rezende
Para estabelecer PRODUTIVIDADE em qualquer
área ou tema, uma sugestão que naturalmente
surge é fazer uma preparação para essa
questão e tratar como um projeto.
Dessa forma, projeto exigirá a elaboração
(parcial ou integral) de uma FASE 0 -
Organização, divulgação e Capacitação do
Projeto contendo:
0.1. Entender o negócio ou atividade e
produtos ou serviços do cliente;
0.2. Conhecer o local de elaboração e de
execução do projeto;
0.3. Adotar o conceito do projeto;
0.4. Definir o objetivo do projeto;
0.5. Definir a metodologia do projeto;
0.6. Definir a equipe multidisciplinar ou comitê
do projeto;
0.7. Divulgar o projeto;
0.8. Capacitar os envolvidos no projeto;
0.9. Definir os instrumentos (modelo e método
e técnicas) de gestão do projeto;
0.10. Elaborar o plano de trabalho do projeto [e
orçamento].
Fonte: REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline
França. Tecnologia da informação aplicada a
sistemas de informação empresariais: o papel
estratégico da informação e dos sistemas de
informação nas empresas. 7 ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
Denis Alcides Rezende
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Participação do Moderador
Uma referência útil para a discussão é o ciclo
PDCA – Plan, Do, Check, Act, que tem por
princípio tornar mais claros e ágeis os
processos envolvidos na execução da Gestão.
Um pequeno resumo pode ser encontrado
nesse link:
http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/ad
ministrador/info/arquivos/info80/80.html
Moderador
Participação de Paulino Graciano Francischini
O desenvolvimento da discussão pode ainda
suscitar uma outra linha de pensamento:
a) Áreas administrativas precisam ter metas e
serem medidas para verificar se estão atingindo
as metas
b) Se isso não for feito, o número de
funcionários e controles se multiplica sem uma
justificativa adequada. As justificativas são
sempre qualitativas do tipo "o serviço
aumentou muito e estou precisando de mais
funcionários"
c) Quando acontece algum problema na área
administrativa, surge um controle novo e um
novo funcionário para fazer o controle. A
atitude correta é saber a causa do problema e
eliminar a causa para que o problema não volte
a ocorrer. Tom Peters já argumentava há alguns
anos: "os controles são cicatrizes de problemas
ocorridos no passado"
Paulino Graciano Francischini
Participação de Ricardo Yoshikawa
Destaque-se aqui um elemento central nesse
ponto da discussão: buscar a causa.
Na prática administrativa, a busca da causa, via
de regra, cria procedimentos, pois tudo deve
ser escrito - esse é o problema. Tudo o que se
escreve vira registro e posteriormente,
procedimentos e quando se valoriza mais os
procedimentos escritos, o foco do trabalho é
desviado para "criar" procedimentos, ou seja,
cria-se a administração burocrática. Vejamos
agora, alguém que tem iniciativa, organizado e
tem capacidade de análise e síntese
conduzindo uma atividade: ele consegue atingir
objetivos e metas com pouquíssima burocracia,
ou seja, faz anotações suficientes para registrar
dados básicos, apontamentos sobre detalhes
para não se esquecer e toda forma de controle
e acompanhamento faz dentro da sua estrutura
mental, dispensando escritas desnecessárias.
Eis que, a partir de um determinado momento,
passou-se a exigir controle, controle sobre
controle, medidas e registros para fins de
fiscalização, processamento de dados para
tomada de decisão etc. fazendo com que a
papelada assumisse maior importância na vida
do dia-a-dia.
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Para as áreas administrativas, como atividades-
fim, as organizações raramente estabelecem
metas, e mesmo quando faz nesse sentido, tem
dificuldade de medir os resultados, até porque
muitos parâmetros são de natureza qualitativa,
portanto, de avaliação subjetiva. Em uma dada
empresa, havia uma área de
"desburocratização" que media a eficácia da
área administrativa, comparando resultados do
negócio com a morosidade das tomadas de
decisão, levantando dados como: quantidade
de cópias, volume de compras de papéis e
formulários, peso do saco de lixo de papéis
picados, quantidade de vistos e rubricas no
documento, enfim, a área controlava também a
quantidade do pessoal envolvido no fluxo de
informações. A área foi extinta, após verificar
que ela mesma era muito burocrática.7
Retornamos aqui a um problema já
identificado: “quem” e “como” vai medir?
Ricardo Yoshikawa
Participação de Robson Paniago
Outra maneira interessante de medir a
produtividade é realizando Benchmarking, pois
aprendemos com outros e aplicamos no nosso
próprio negócio as técnicas que funcionam.
Robson Paniago
7 Nota do Editor: o relato feito pelo autor da mensagem é
biográfico.
Participação de Darcio Calligaris
Deve existir um manual de procedimentos a ser
seguido, se não é seguido, dispense-se o
funcionário da companhia.
Darcio Calligaris
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Tema 3: Subvenção Econômica à Inovação.
Participação de Paulo de Resende
O tema da subvenção econômica à inovação é
rico para debates, de forma que merece as
contribuições e debates dessa rede de
especialistas:
A Subvenção Econômica à Inovação é um
instrumento recente no Brasil, que teve sua
primeira seleção pública realizada pela FINEP em
2006. De lá para cá, o instrumento recebeu
contribuições para o aprimoramento,
originados do meio empresarial, dos órgãos
públicos participantes do processo, dos órgãos
fiscalizadores e da sociedade.
Em 2010, realiza-se a quinta seleção pública,
com R$500 milhões oferecidos para o apoio a
projetos em seis áreas temáticas definidas por
um comitê transministerial.
Certamente, os impactos dessa ação serão
sentidos no médio prazo mas, mesmo assim,
pergunta-se:
1) considerando a subvenção econômica à
inovação como um instrumento governamental
para a alavancagem de setores estratégicos,
como poderíamos tornar o seu uso ainda mais
eficaz?
Paulo de Resende
8 Nota do Editor: essa mensagem é cronologicamente
posterior à mensagem seguinte. No entanto, a reordenação
se deu com o objetivo de dar mais sentido à discussão em
andamento.
Participação de Darcio Calligaris
Este tema é muito importante e deve ser
colocado em discussão.
As considerações a seguir são fruto de uma
experiência de mais de 30 anos em indústria
farmacêutica, nos quais houve a oportunidade
de se manter contato com empresas
internacionais desenvolvidas e outras em
desenvolvimento como a China e Índia.
Na Índia, foram visitadas indústrias fabricantes
de máquinas e equipamentos além de outros
produtos, sendo assim há aqui o resultado de
experiência nas inovações no Brasil e em outros
países.
Que as manifestações sejam entendidas como
uma crítica construtiva, pois o empresário
brasileiro salvo algumas exceções investe em
inovações.
Quanto as Universidades e Centros de Pesquisa
não se vê inovação, mesmo lá havendo
professores e pós-graduados muito
competentes, aliás dizem que estão lá para
fazer pesquisa mas muitas pesquisas não tem
serventia alguma para o Brasil e outras nunca
dão certo. Continua assim e continuará se não
se der um basta.
Quanto à FINEP, que tanto merece respeito pelo
seu grande interesse que tem em colaborar
com o desenvolvimento do Brasil, arriscam-se
algumas recomendações, principalmente em
benefício do Brasil e da juventude que está
carente de entrar no ramo da pesquisa e
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inovação, sem oportunidade para demonstrar
seu potencial:
1) Deve ser um centro, com uma equipe
multidisciplinar capaz de analisar criticamente
os projetos apresentados, sem simpatias ou
interferências superiores, normais em um
sistema que oferece benefícios para muitos que
os desejam e infelizmente não há para todos;
2) Que a FINEP possua uma relação das
necessidades básicas para o Brasil no campo
que ele é totalmente dependente da
importação, ou onde são gastos muitos
dividendo dos cofres públicos para adquirir
estes bens;
3) Que a FINEP tenha em seu corpo de
funcionários profissionais competentes para
gerenciamento e controle de projetos, data de
início e término e cronograma para cada etapa,
e cobrar com penalidades. Deve ainda ter um
corpo técnico altamente especializado para
analisar a viabilidade do projeto, retorno de
investimento e preço frente ao mercado
internacional, e o lucro que deverá ser
alcançado com a colocação do produto no
mercado, seu valor agregado, e possibilidades
de fornecer para o mercado nacional e
internacional;
4) Que a FINEP vise lucro que será investido em
novos projetos e contratação de pesquisadores
e jovens recém formados com grande
potencial, mas que não estão sendo
aproveitados.
5) Que a FINEP, anualmente apresente a relação
para a sociedade brasileira: Quem recebeu
verba, Quanto de Verba, Qual o Projeto, Que
vantagem trará ao pais em termos de lucro,
baseado em planejamento preestabelecido,
data de término, cronograma, atual situação e
previsão de evolução;
6) Possuir auditores para auditar as empresas
que estão executando o projeto, assim como
analisar o projeto pronto e colocado em prática
em produção piloto com previsão de custo
industrial, analisar o porque do projeto não
estar acompanhando o cronograma e se
ocorreu alguma falha de elaboração, proposital
ou não, penalizando com multas e
descredenciamentos, quando houver motivo;
7) Finalmente a FINEP tem que ter uma
mentalidade empreendedora como se tem na
China e Índia, onde são fabricados
equipamentos idênticos aos mais modernos
fabricados por países desenvolvidos, que
apresentam além do mais inovações e o preço
é muito inferior ao do concorrente. Porque
estes países conseguem e o Brasil não ?
Se os empresários, universidades, centros de
pesquisa não forem pressionados, não haverá
evolução e inovação, pois estão acostumados a
receber dinheiro do governo e não utilizá-lo
com seriedade, pensando na inovação.
Somos totalmente dependentes de tecnologia
e alguém tem que dar um basta, e este alguém
e o grande pai ou a grande mãe chamada
Governo Brasileiro, onde todos querem mamar.
A Farmacopeia Brasileira já vai fazer 4 anos que
está para ser editada, e acreditem cerca de 80%
é copia de outros países – aliás, tradução, e
porque não se traduz direto, e se faz rápido, os
que utilizam a mesma estão com muita
dificuldade por não ser atualizada. Então se
utilizam da Farmacopeia Americana ou
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Europeia e assim por diante em todos os ramos
de atividade.
É necessário salientar que é apenas uma
recomendação, não há o desejo de se condenar
a conduta de ninguém, nem de causar
melindres, simplesmente ajudar para não
sermos mais dependentes e também que o
governo não tenha sempre que bancar projetos
sem utilidade e praticidade para o povo
brasileiro, mas sim que a FINEP se torne um
modelo de empresa empreendedora e criadora
de empregos.
Darcio Calligaris
Participação de Anderson Gomes
A inovação não é apenas criação de novidades,
mas a capacidade de melhorar em qualidade e
preço tecnologias disponíveis e mesmo
subutilizadas pela falta de "conexão" com o
mundo real.
Em 86 ocorria a pesquisa do RDSI que hoje é o
acesso banda larga que temos. Na época, havia
um sentimento de falta de visão de como e
quando a tecnologia seria utilizada.
O importante é que cada inovação, que seja
uma melhoria ou criação, seja planejada para a
long tail9, o usuário final, todos os projetos
9 Nota do Editor: Com base na WIKIPEDIA, é um termo
utilizado na Estatística para identificar distribuições de
dados da curva de Pareto, onde o volume de dados é
classificado de forma decrescente. No mercado do
consumo de bens, é vulgar encontrar curvas deste tipo para
ilustrar a procura dos consumidores. Tipicamente, procura
deveriam conter a passagem da pesquisa para
o consumo, isto é, pesquisa -> empresas ->
concorrência. Por exemplo, pesquisa subsidiada
para software de segurança -> mercado de
empresas de vigilância -> governo (polícias) e
empresas - bancos etc.
Anderson Gomes
Participação de Sidnei Feliciano
Vejamos:
O governo, que também é composto por um
monte de cientistas, reconhece com estas
subvenções a importância da inovação como
um modo de desenvolvimento social e
independência política e econômica. Não é só
com pesquisa de ponta que se estabelece uma
inovação, mas a pesquisa permite garantir que
a inovação irá satisfazer a determinadas
necessidades.
O desenvolvimento científico, por si só, não
pode focar apenas na perspectiva utilitarista de
suas ações, ainda mais que, para se conseguir
algum resultado científico, existe uma
quantidade razoável de testes a serem
consolidados antes que se possa estabelecer
uma hipótese.
elevada para um conjunto pequeno de produtos e procura
muito reduzida para um conjunto elevado de produtos. Na
Economia Tradicional, os custos fixos de manutenção de
estoques e catálogos permitem calcular um valor para a
procura que define a fronteira entre o lucro e o prejuízo.
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Manter a ciência utilitarista apenas focar nos
problemas que estão à nossa frente impede
que outras alternativas que estão à nossa volta
sejam exploradas. E, aliás, são nestas
alternativas que tem maior potencial de serem
realmente inovadoras. O que ocorre é que,
para explorá-las, testá-las, demandam-se
recursos razoáveis - tempo, dinheiro,
laboratórios, infraestrutura - e o mais
importante: de pesquisadores capacitados.
Nem toda pesquisa conclui com resultados
promissores. Mesmo estas podem abrir novas
linhas promissoras de pesquisa que consumirão
mais recursos.
Como a pesquisa é um risco - mesmo que o
projeto de pesquisa esteja bem montado, a
iniciativa privada opta por: ou não participa, ou
quer ser a dona dos resultados encontrados.
Para permitir que a Nação “Brasil” possa ter
alguma independência, o governo subsidia uma
parte destes projetos entregando recursos
financeiros às melhores propostas de pesquisa.
A pergunta, "como poderíamos tornar o seu
uso ainda mais eficaz?", para mim ainda
permanece "uma faca de dois legumes". O que
seria o "eficaz"? Tornar eficaz a subvenção
econômica poderia significar inibir a pesquisa
por caminhos que poderiam trazer uma
Sidnei Feliciano
Participação de Ricardo Yoshikawa
Sim, a subvenção é muito interessante, até
mesmo para os empreendedores que veem na
pesquisa somente uma nova fonte de
investimentos. Sempre foi assim e sempre será,
mas com um agravante: hoje em primeiro
lugar, preocupamos muito com o problema de
sustentabilidade; em segundo lugar, com a
viabilidade econômica no que diz respeito à
iniciativa de risco - mas que no fundo seja
altamente lucrativa; em terceiro lugar, a
questão de custo-benefício que, via de regra,
custo representando para a maioria mais pobre
da sociedade e benefício para a minoria
privilegiada e finalmente, dependência maior à
tecnologia - diga-se, comodidade, e
estimulando cada vez mais o ser humano ao
marasmo. Cabe ao governo atuar
coerentemente no sentido de manter perfeito
equilíbrio, equacionando adequadamente seus
recursos em prol da sociedade mais igualitária
e justa através do financiamento as pesquisas
analisando os reais benefícios para a sociedade
como um todo e não como atualmente ocorre
favorecendo certos segmentos do poder
político ou econômico. Outro fato se refere a
dependência, ou seja, quanto mais tecnologia,
mais dependente nos tornamos, por exemplo,
falta de energia, as transações bancária ficam
interrompidas, as aulas nas escolas são
suspensas.
Depois dessa reflexão, aí sim, podemos
perguntar sobre a eficácia da pesquisa.
Ricardo Yoshikawa
Participação de Darcio Calligaris
Creio que está em nossas mãos provocar
mudanças construtivas em benefício da
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população e todo o sistema, nacional e
mundial.
Nós brasileiros temos que mostrar na prática
que o Brasil pode ser competitivo, e com a
união de nossas experiências e reflexões
podemos evoluir muito.
Devemos parar de ser crianças mimadas que
pedem dinheiro gastam e não dão retorno, e
este egocentrismo e orgulho que existe na
mente de dirigentes e professores
universitários que ainda nada produziram que
desse grande retorno ao pais, além de muito
papel e artigos publicados com pouca
continuidade e destaque.
Temos por obrigação como cidadãos brasileiros
colaborar com o governo para tornar o Brasil
um pais empreendedor, aliás não é só a
Petrobrás capaz de atrair investimentos do
exterior.
Darcio Calligaris
Participação de Jack M. Sickermann
As manifestações acima tem razão nos
argumentos, inclusive aquela que trata do
egocentrismo, que aliás não é caraterística
especial do brasileiro, mas uma praga mundial.
A subvenção econômica ou outras tantas boas
ideias precisam para vingar menos de regras,
leis, finanças etc. do que de uma mudança de
atitude: muitas vezes tentamos com muito
esforço abrir o novelo de problemas, cuidando
de cada nó separadamente, e os aspectos
conflitantes são tantos que no final todos ficam
meio tontos. Na fase atual estamos fazendo o
que o Einstein caracterizou assim: “Fazer mais
do mesmo esperando resultados diferentes”, o
que obviamente é impossível. A crise financeira
mundial que o diga.
Melhor aprendermos com o Alexandre, o
Grande, que - diante do nó górdio - não
procurou por onde começar para fazer tantos
nós, mas pegou a espada e o cortou ao meio.
No emaranhado dos problemas, precisamos
identificar o “centrão”, o problema cuja solução
vai permitir que os demais problemas sejam
resolvidos depois com mais facilidade.
Encontrar este “centrão” - pode chamar-se
também “ponto central de estrangulamento -
não é coisa simplória, mas também não de
outro mundo. Neste grupo com tanta gente
gabaritada me parece uma tarefa tentadora.
Uma tentativa, em forma de pergunta: “O que
o Brasil faz de melhor” - i. e. melhor do que
qualquer outro país - e qual é seu grupo-alvo
que irá precisar e apreciar mais estes
produtos/serviços?
Se conseguirmos definir isto com clareza,
muitas peças hoje conflitantes vão cair no seu
devido lugar. Exemplo: se for considerado que
o Brasil tem seu melhor potencial nos produtos
e serviços ecológicos e orgânicos, toda a cadeia
de produção e distribuição começará a alinhar-
se com este propósito, derrubar matas será
visto como contra produtivo etc. E a subvenção
econômica seria dirigida a estas finalidades.
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Jack M. Sickermann
Participação de Aurea Eleuterio Pascalicchio
O brasileiro tem uma característica muito boa
que é a criatividade e a geração de resultados
com pouco dinheiro mas, claro, em ambientes
propícios. O improviso e a falta de continuidade
são nosso calcanhar de Aquiles. A fragilidade de
nossas instituições associada a este cenário
acaba arrefecendo os melhores ânimos.
Precisamos de politicas e planejamento
estratégico de longo prazo como as que
identificamos nos países centrais. Não há
problema em se importar esta ideia, que é
universal. Eles apenas realizam.
Somos um pais rico em patrimônio genético e
conhecimento. Precisa juntar com varias
experiências exitosas em desenvolvimento
sustentável Esta é a mudança de atitude que o
mundo precisa, quer e temos condições de
mostrar. Mas faremos?
Aurea Eleuterio Pascalicchio
Participação de Rosângela Lopes Lima
Realmente, é preciso descobrir "O que o Brasil
faz de melhor". O que nos falta é coragem para
percebermos que podemos fazer melhor
muitas coisas. O brasileiro tem criatividade -
leia-se “matéria prima para a inovação” - de
sobra e conhecimento também, o que temos
de sobra também é um sentimento de
inferioridade que nos faz imitar e reproduzir o
que já existe - uma prática também levada a
sério pela maioria dos cientistas que só
escrevem por cartilhas de uma ciência que faz
com que o conhecimento científico e, por
consequência, todos os fomentos, tenham
dono e sejam limitados a umas poucas cabeças
coroadas. Se pudermos e tivermos tempo e
espaço para refletir e discutir sobre as nossas
práticas e os nossos saberes - de preferência
que sejam reflexões voltadas para o bem
comum e no sentido da sustentabilidade, seja
na academia ou na empresa, provavelmente
poderemos ter a inovação que se espera.
Rosângela Lopes Lima
Participação do Moderador
A pedido, envio novamente o assunto que já
tem gerado interessante debate. A rede está
com duas frentes e comporta: o tema abaixo e
o tema sobre Subvenção Econômica à
Inovação.
"... Segue a tradução de algumas linhas ( bem
breve para manter o objetivo das mensagens
para a rede), do artigo publicado pelo Centro
de Pesquisa sobre Globalização, escrito por F.
William Engdahl : “Gulf Oil Spill "Could Go on
for Years and Years" que se encontra nesse link
http://www.globalresearch.ca/index.php?conte
xt=va&aid=19660 .
Interessados em toda a discussão, vejam no link
acima.
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Espera-se que a rede gesiti possa se interessar
pelo assunto e, quem sabe, propor inovação?
Esse vazamento de óleo no golfo poderá afetar,
no médio prazo, a todos.
“... sem dúvida esta é a maior catástrofe na
história com enorme consequência
ecológica/ambiental. O óleo poderá
esparramar por toda a costa atlântica podendo,
inclusive, alterar as corrente marítimas do golfo
(não está no texto: Corrente do Golfo, corrente
de água no Oceano Atlântico que corre do
México para a Europa e influencia o clima nos
países que estão no seu caminho).
Temos no momento um ensurdecido silêncio
das organizações que protegem o meio
ambiente tais como Greenpeace, Nature
Conservancy, Sierra Club etc. Algumas dessas
organizações líderes tem recebido pagamento a
fim de que empresa de petróleo fique com a
imagem transformada para aquela que não
prejudica o meio ambiente (environment-
friendly face)... O artigo menciona que algo em
torno de $10 million foi recebido pelo mais
poderoso grupo de preservação do meio
ambiente, a “Nature Conservancy”. O
“Conservation International”, um outro grupo
ambiental, aceitou $2 milhões...
Finalizo copiando o original (embora o negrito
não esteja no original): “Environmental non-
profit groups that have accepted donations
from or joined in projects with BP include
Nature Conservancy, Conservation
International, Environmental Defense Fund,
Sierra Club and Audubon. That could explain
why the political outcry to date for decisive
action in the Gulf has been so muted ?”.
Pensen nisso e, se possamos, a partir dessa
catástrofe, fazer ou provocar algo de melhor
para que no final todos e, em particular o nosso
Brasil, possa ser o destaque desse milênio,
vamos em frente, procurando propor inovações
em momento de pressão...
Moderador
Participação de Jack M. Sickermann
A atuação profissional e a realização de
atividades voluntárias no Brasil permite
inferirmos que quando as coisas são de um
jeito, NÃO é burrice, subdesenvolvimento, falta
de educação, inferioridade etc., mas SIM porque
alguém se beneficia da situação tal qual ela é. O
melhor antídoto já encontrado é proporcionar
às pessoas experiências que lhes mostrem que
“podem sim”. Melhor parar por enquanto, isto
merece um papo mais longo.
Agora, longe de ser um problema brasileiro, a
disputa por verbas faz em todo o mundo que
sejam escritos projetos para angariar verbas,
nem sempre com muito nexo com a realidade
que pretendem supostamente mudar.
Sim, a tendência é as verbas para projetos
pararem em quem já fez nome, e melhor ainda
se for para reinventar a roda. Por essa razão, é
natural deduzir que, se a estratégia for correta,
isto não poupa ninguém de ser no início até
ridiculizado, mas isto passa e as verbas
aparecem.
E não se esqueçam - mesmo que não seja
agradável admitir - a consciência é irmã gêmea
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da carteira. Mas o que importa é que o sujeito
faça a coisa certa.
E é neste sentido que podemos ver o papel do
GESITI - encontrar meios para dizer: “É esperto
ser sustentável”.
Jack M. Sickermann
Participação de Paulo de Resende10
Ainda em relação ao tema "silêncio das
organizações ecológicas", convém colocar em
pauta um aspecto polêmico: uma das questões
veiculadas na imprensa por ocasião de toda
essa questão foi o risco de falência da BP em
decorrência de um prejuízo de cerca de US$17
bilhões somente no segundo trimestre do ano –
talvez ainda sem contabilizar os prejuízos à
imagem corporativa. Teria sido esse silêncio
orquestrado por outros agentes envolvidos, tais
como governos nacionais? Não custa lembrar
que a solução da questão foi discutida entre
Obama (USA) e Cameron (UK) num clima ameno
- sinceramente, o derramamento de milhões e
milhões de litros de óleo na costa de um país
poderia ser interpretado, inclusive, como "ato
terrorista", e é surpreendente que o
tratamento da questão tenha sido tão plácido.
Não se pretende dar o tom de uma "teoria da
conspiração", mas certamente o silenciamento
de ONG´s e afins se deve à articulação de
elementos em uma instância superior. Em
10
Nota do Editor: essa participação diz respeito ao tema
anterior de discussão.
tempo: desde junho, também se discute a
constituição de um fundo, por parte a BP, de
US$20 bilhões, para cobrir os prejuízos
causados pelo derramamento de óleo no Golfo
do México - recursos que não estão abrangidos
pela conta de US$17 bilhões de prejuízo. Se
esse valor se traduzirá em investimentos e
campanhas a serem implementadas em
território americano, conseguimos entender
por que razão as vozes de contestação podem
estar sendo mantidas "em baixo e bom tom".
Há um monumental fluxo financeiro sendo
arquitetado e o excesso de visão negativa
poderia abalar essa perspectiva.
Paulo de Resende
Participação de Paulo de Resende
Convém recapitular algumas das considerações
já tecidas, a fim de embasar outra contribuição
para o debate.
A questão da subvenção econômica surgiu
como tema relevante após o anúncio de
seleção pública, com recursos totais de R$500
milhões, para o apoio a projetos abrangidos por
áreas temáticas consideradas estratégicas.
Uma primeira manifestação apresentou uma
série de proposições sobre como o instrumento
e a agência executiva responsável (FINEP)
poderia obter resultados melhores, numa visão
abrangendo políticas públicas, o contexto das
instituições de pesquisa, capacitação dos
analistas participantes da seleção dos projetos
e um caso de referência sobre práticas a serem
evitadas.
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O ponto seguinte da discussão foi específico em
relação ao conceito de inovação e de sua
conexão com o "mundo real", pois deve ser
mantida como foco a disponibilização da
criação/melhoria para o seu usuário final.
Esse foco requer, entre outros elementos, uma
mudança também na comunidade científica e
nos empresários, em relação à mentalidade por
vezes percebida, uma mentalidade distante da
inovação se pretende alcançar. Nesse sentido,
destacou-se que o instrumento, para o seu
aperfeiçoamento, precisa menos de regras e
mais de uma mudança de atitude, pois o que se
deve ter em mente é que a subvenção pode
servir para a solução dos problemas nacionais.
Discutiu-se também a questão da criatividade,
competência que contribui para a inovação e
que é tão presente no povo brasileiro, talvez
em resposta à desordem institucional. E,
embora possa haver uma tendência de que os
recursos financeiros sejam destinados a quem
já tem competência histórica comprovada,
mesmo que pretenda "reinventar a roda", isso
não é um impeditivo à seleção de projetos
inovadores apresentados por empresas
inovadoras que podem até ser ridicularizados -
hostilizados? - num primeiro momento, mas
isso passa.
Foi então destacada a questão "o que o Brasil
faz de melhor?", uma boa diretriz para a
promoção do desenvolvimento científico,
tecnológico e da inovação considerando as
nossas práticas e saberes para o bem comum.
Em relação a isso, foram destacados o
patrimônio genético e o conhecimento - ambos
riquíssimos, contrapostos ao improviso, à falta
de continuidade e à burocracia – termo
interpretado no seu sentido pejorativo.
Feita essa revisão, vamos podemos distinguir
três elementos relevantes para o
enriquecimento à discussão:
I - O Instrumento: até o momento, não houve
críticas com foco específico ao instrumento,
que já evoluiu à custa de participações e
intervenções de todos os atores envolvidos. Se,
por um lado, podemos admitir que, mesmo
pouco discutido, esse ainda tem necessidade
de aprimoramentos, ao menos o rumo da
discussão dá indícios de que há elementos
relevantes que são externos ao instrumento.
Numa abordagem crítica e provocativa, talvez
deva haver "menos regras e menos leis", e tal
afirmativa certamente gera polêmica porque,
ao menos até agora, muito se discutiu no
sentido de criar regulamentos, aumentar o
padrão de qualidade das análises, melhorar a
distribuição dos recursos, ações essas que são
apontadas como "dedos indicadores", todas na
direção do MCT e da FINEP - como se ali residisse
todo o problema e dali devesse sair uma série
de novas normas para prover uma solução para
cada questão. Sugerir que menos regras - com
mais qualidade - possam dar melhor resultado
é, no mínimo, uma posição de vanguarda;
II - A Cultura Acadêmica e Empresarial: é claro,
a proposição de haver menos leis depende,
como já foi colocado, de uma mudança de
atitude dos meios acadêmico e empresarial.
Estamos falando de cultura, de instituição. Se,
por um lado, "inovação" é um tema recente
nesses universos, por outro não faltam
referenciais teóricos antigos - Schumpeter
falava da inovação como motor para o
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desenvolvimento econômico há oitenta anos
atrás, e depois deles outros tantos se seguiram
- e nem casos de sucesso - estamos cansados
de ouvir falar da 3M, Google, Whirlpool etc.
etc. etc. Já foi sugerido que o que falta é a
quebra de determinados paradigmas, como o
de um Estado provedor e de uma ciência "pura"
que não tem necessidade de aplicação em
problemas específicos, e creio que tal
argumento tenha pertinência. Mas o problema
concreto passa a ser: quem vai comunicar a
esses universos a necessidade de uma mudança
de atitude? O MCT tem ações dessa natureza, a
FINEP tem outras de forma autônoma, a
discussão já conta com a adesão de diversos
Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT´s), da CNI -
vide o Movimento Empresarial pela Inovação,
do SEBRAE, da ANPEI... Mas, em muitos casos,
caímos no erro de considerar a inovação como
uma coisa, radical, episódica, quase "folclórica",
desde a concepção do sistema de buffet a quilo
- inovação brasileira - até o desenvolvimento de
lentes para aplicação aeroespacial - há boas
empresas no estado de São Paulo que atuam
nesse segmento com razoável sucesso. O fato é
que parece haver uma "lei do menor esforço",
que leva a uma tendência de copiar o mais
simples e tratar como inalcançável aquilo que
pressupõe muito esforço e investimento;
III - A Inovação: a fim de demolir os folclorismos
e estabelecer um novo entendimento para a a
internalização responsável do tema INOVAÇÃO,
convém talvez adotar um movimento "back to
basics", conceituando novamente inovação a
partir dos elementos que possibilitam o seu
reconhecimento. Quais podem ser? Proponho a
observação de três elementos fundamentais:
1) PLANEJAMENTO: a inovação pressupõe um
investimento sistemático de recursos para o
desenvolvimento de melhorias ou de novas
criações de forma continuada. Essa
continuidade é indispensável porque é
raríssimo o caso de sucesso na primeira
tentativa. O mais comum é um esforço de
pensamento, planejamento, testes,
prototipagem etc., com tantas idas e vindas
quantas forem necessárias - convém frisar isso
porque, segundo a "lei do menor esforço", o
erro é um determinante do descarte de uma
iniciativa, por mais promissora que seja;
2) INTERNALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO:
inovação pressupõe avanço, a incorporação de
conhecimento convertido em tecnologia -
tangível ou não. Mas ela pressupõe o avanço, e
evolução, seja uma melhoria num produto,
num processo ou num serviço. "Comprar
pronto" não é inovação, porque esse ato não
fornecerá recursos para você continuar o
esforço sistemático, a não ser que você
internalize novos conhecimentos - destaque
para os engenheiros e os gestores - que
possibilitarão o uso de algo "comprado pronto"
para se obter um novo resultado, e isso de
forma sistemática e continuada;
3) APROVEITAMENTO DE RECURSOS,
MEMÓRIA, CULTURA: paradoxalmente, é muito
mais fácil avançar quando se olha
respeitosamente para o passado. Qual é a sua
vocação? Quais são os saberes técnicos e
tradicionais à sua disposição? Qual o seu
embasamento gerencial para captar e gerir
recursos de terceiros (FINEP? Fundos de
investimento?) com real expectativa de obter
resultados concretos adiante? Quanto mais
você tiver de fundamento em um determinado
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campo do conhecimento, mais fácil será para
você inovar nesse mesmo campo, desde que
lance um novo olhar sobre o seu passado -
aquilo que os americanos chamam de "teaching
an old dog new tricks". Atirar-se às cegas em
uma área que você não conhece para criar algo
revolucionário não é inovar, é "aventurar-se".
Discutir o que é inovação e como a inovação
deve se inserir na cultura acadêmica e
empresarial parece simplório, mas é o germe
da almejada revolução.
Quem sabe não emerge dessa rede um
documento de referência sobre o assunto?
Paulo de Resende
Participação de Darcio Calligaris
"Não nada de novo debaixo do sol apenas
vaidade"(eclesiastes), tudo deveria ser muito
simples, mas pela vaidade e outras qualidades
natas e adquiridas pelos seres humanos, tudo
se torna complicado.
É simples: se dá verba para quem tem um bom
projeto, pode ser cópia ou inovação, cópia com
inovação, reinventar a roda, reinventar a
filosofia, a mudança é a única coisa que não
para, constantemente se muda, até a invenção
é a mudança de uma cópia.
Aliás porque não temos filósofos como
Aristoteles, Socrates e outros? Onde estão os
filósofos de nossa época ou de nossos filhos?
Nós brasileiros precisamos aprender a
"SONHAR", sonhar em sermos competitivos no
mercado internacional, sermos produtivos,
sonhar com o que é básico, saneamento básico,
emprego, analfabetismo, enfim diversos
problemas que os candidatos a presidência
discutem na época da eleição.
Enquanto isso, ficamos dependentes dos países
asiáticos e de seus preços inferiores ao do
Brasil que nem a cópia produz, e cada vez estes
países melhoram a qualidade.
Que fique reafirmado que as verbas devem ser
bem administradas pelos financistas e a
cobrança devem ser grande para sua execução
e o retorno de investimento deve ser muito
atrativo para o pais, isto é o que interessa a QUANTIA CERTA, NA MÃO CERTA, NO PROJETO CERTO, NO
RETORNO DE INVESTIMENTO CERTO, NO TEMPO CERTO,
GERANDO BENS QUE TORNARAM OS SERES HUMANOS
FELIZES, principalmente os brasileiro.
Está na hora de mudar para o Brasil evoluir
técnico cientificamente, estamos dormindo em
berço esplêndido!
Darcio Calligaris
Participação de Jack M. Sickermann
Seja a subvenção econômica ou qualquer outro
instrumento bem-intencionado somente vai
poder vingar se houver massa crítica, i. e.
PODER. Não simplesmente aquele poder para
mandar fazer, não, é aquele poder que emana
p. ex. da pressão da demanda, quando o
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público pede na loja o produto que o
comprador não queria listar.
Jack M. Sickermann
Participação de Marcus Vinicius B. Soares
Antes de mais nada, convém relembrar o
comercial televisivo de uma agência de
fomento à inovação que mostrava um
empregado com uma grande ideia com a qual
todos os chefes da firma concordavam -
inclusive o presidente, mas na hora de
implementar, a boa ideia virou uma batata-
quente11
. Quero tecer algumas considerações:
1) não podemos concordar com esta história de
"vocação do Brasil". Não há "vocação de uma
nação" para algo. Isto é um processo histórico e
que esta "vocação" acaba sendo naturalizada
através do tempo. Um exemplo típico disso é a
história da recuperação do Japão após a
Segunda Guerra Mundial. Quem diria que a
"vocação" do Japão, semidestruído após levar
duas bombas atômicas, fosse a alta tecnologia?
Na carona do Japão posso citar a própria
Alemanha. Lembremo-nos que a Segunda
Guerra Mundial acabou em 1945, há 65 anos. E
todos os países do "mundo" tiveram o mesmo
tempo para avançar. Ou seja, a tal "vocação" é
algo que se constrói, e não algo que se tem
"naturalmente". Um contraexemplo básico é o
Banco Grameen fundado pelo professor
Muhammad Yunus que ganhou o Prêmio Nobel
11
Nota do Editor: o referido comercial foi veiculado pela
FINEP no ano de 2010.
da Paz por fazer funcionar o microcrédito. Hoje
Bangladesh conta com diversas empresas,
inclusive de TI fomentadas pelo Grameen,
Aliás, uma citação do livro "O Banqueiro do
Pobres":
Explica Muhammad Yunus:
O "Grameencredit" - crédito do Banco Grameen
- baseia-se na premissa de que os pobres têm
habilidades profissionais não utilizadas, ou
subutilizadas. Definitivamente não é a falta de
habilidades que torna pobres as pessoas
pobres. O Grameen Bank acredita que a
pobreza não é criada pelos pobres, ela é criada
pelas instituições e políticas que o cercam. Para
eliminar a pobreza, tudo o que temos de fazer é
implementar mudanças apropriadas nas
instituições e políticas, e/ou criar novas
instituições e políticas(…) o Grameen Bank
criou uma metodologia e uma instituição para
atender às necessidades financeiras dos pobres
e criou condições razoáveis de acesso a crédito,
capacitando os pobres a desenvolverem suas
habilidades profissionais para obter uma renda
maior a cada ciclo de empréstimos. (fonte:
WIKIPEDIA)
2) o Brasil - não ele todo, mas os reflexos
acabam atingindo a todos - sofre de um mal
chamado "efeito Flashdance". Para quem não
se lembra, Flashdance era o nome de um filme
de minha adolescência que retratava uma
operária que, por causa da dança, conseguia
sair daquele trabalho penoso, ir para uma
escola de dança e ficar famosa. O "efeito
Flashdance" se referia à súbita saída de uma
situação de desconforto para uma situação de
fama e fortuna. O professor Bruno Latour
chama isso de efeito difusório, o tal "impacto".
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Ou seja, abri minha empresa hoje e amanhã
estou milionário - como se vê nos filmes... Mais
ainda, muitos empresários querem saber
exatamente quanto vão ganhar antes de
apostar em algo de longo prazo, coisa que o
americano faz muito bem - o exemplo da Pixar
com o Steve Jobs e a serie de filmes filme Toy
Story para mim são casos paradigmáticos. Ou
seja, o empresário brasileiro não está
acostumado a apostar no médio/longo prazo;
ele quer ter certeza que vai ganhar e no curto
prazo;
3) complementando, não adianta dizer para
quem o governo chama hoje de
"empreendedor individual" - bonito título, não
? - que ele vai abrir o seu negócio e a
subvenção do governo vai ser a solução dos
problemas dele. Pelo contrário, pode ser o
inferno astral dele. E não é uma questão de
projeto, planejamento ou conhecimento, boa
prática, etc. Sobre esta história, um caso
inesquecível é o da empresa Ingresso.com. A
Ingresso.com é hoje, certamente, a maior
vendedora de ingressos via Internet para
eventos. Quando ela não era nada, apenas uma
firma de fundo de quintal - como dizem os
brasileiros - ou um projeto de garagem - como
dizem os americanos, foi pedir auxílio ao BNDES,
que dizia ter uma linha crédito especial para
estes casos. O problema é que os garotos não
tinham garantias reais, "apenas algoritmos", ou
seja, o projeto de uma empresa de informática.
Não receberam qualquer ajuda do BNDES,
apesar de terem projeto, planejamento e tudo.
Pois bem, os garotos se meteram na
empreitada com a cara e com a coragem e
conseguiram um dinheiro básico no setor
privado. Um ano depois a empresa já estava
estabelecida, tinha crescido muito e pago o
empréstimo SEM NENHUMA AJUDA OU SUBVENÇÃO
GOVERNAMENTAL APESAR DE TER PROJETO,
PLANEJAMENTO ETC. Isso foi relatado em um
evento conjunto da FINEP/BNDES em que esta
questão foi levantada por um dos sócios da
Ingresso.com que estava lá. Os representantes
das agências governamentais se limitaram a
dizer que cumpriram o edital, mas deu para
notar o visível desconforto deles diante
daquela situação. Empresas são investimentos
de médio/longo prazo, mas nem as
organizações governamentais de fomento
agem assim. Querem garantias reais de retorno
que empreendimentos virtuais, por exemplo,
não conseguem fornecer. Ou seja, as chamadas
start-ups, que são inovadoras, que se virem;
4) o CIO da Intel é PhD em física - Gordon
Moore); o CIO da Sun é MBA em Economia - John
McNeally e o sócio fundador é PhD em Ciência
da Computação - Bill Joy; os CIOs da Google são
PhDs em Ciência da Computação - Larry Page a
Sergei Brinn; o fundador da Microsoft é
bacharel em Ciência da Computação por
Harvard - Bill Gates - e o CIO é Bacharel em
Economia/Administração por Harvard - Steve
Ballmer; sócio fundador da Apple - Steve
Wozniak - é Engenheiro por Berkeley e Doutor
Honoris Causa por várias universidades
americanas. Ou seja: em geral, por trás de
grandes empreendimentos de longo prazo,
existe educação de longo prazo, suor, esforço e,
no caso deles, parece que não há dependência
do governo. Eles simplesmente não contam
com o governo. Os investimentos deles são
feitos no médio/longo prazo e envolvem muita,
mas muita formação e educação. Não há
"efeito Flashdance";
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5) Por último, parece que o empresário
brasileiro espera o governo ditar normas para
correr atrás do prejuízo, ou seja, não é
proativo. Colegas que trabalham no governo,
que são responsáveis diretamente por
regulamentação dos mercados de seguros,
disseram que não adianta eles dizerem para os
empresários que eles podem dar sugestões
para um novo corpo de regulamentação, pois
os empresários simplesmente não o fazem;
ficam esperando o governo baixar as normas e
depois correm atrás do prejuízo - se é que ele
Marcus Vinicius B. Soares
Participação de Darcio Calligaris
Relembrando:
1) Não é verdade a afirmação que é para nós
um sentimento de inferioridade que nos faz
imitar e reproduzir o que já existe, na verdade
não se vê interesse da academia e empresários
nem em reproduzir o que já existe - com
exceções dos medicamentos, imagina criar,
nem copiar ou reproduzir sabemos, ou temos
competência, a não ser em comprar pacotes de
países desenvolvidos que dão-lhes grande
lucro, e não funcionam no Brasil.
2) foi ressaltada a importância da
sustentabilidade , e o bem comum. Seria bom
começar a prática da reprodução do que já
existe nos países desenvolvidos como fazem os
países asiáticos, e alguns países europeus, e
depois inovar, ou deixar um espaço motivador
para a inovação, não enganação, dado para
pessoas que tenham competência para tal e
não simplesmente para adquirir dinheiro sem
retorno.
Tudo deve ter retorno satisfatório, por este
motivo de ter um bom planejamento.
Vamos começar pelo simples, isto já é inovar, a
Dengue está ai, o Saneamento Básico... Não é
aceitável que uma consulta de um exame na
rede pública seja marcada para um ano depois,
será que o paciente não morre neste período?
Deve ser falta de equipamentos.
Sabem por que as cirurgias de cataratas no
Brasil feitas com lentes fabricadas no Brasil que
tem um preço bem inferior do que as
importadas, porém com recuperação pós-
operatória é mais arriscada?
Sabem por que as próteses nacionais de joelho
e outras fabricadas no Brasil são mais pesadas e
dão mais rejeições do que as importadas, que
apresentam um custo altíssimo frente a
fabricada no Brasil?
Vamos copiar estas tecnologias, conversem
com os oftalmologistas e Ortopedistas.
3) Somente um cego e surdo não enxerga e não
ouve aquilo que todos veem. As palavras de
ordem “podem sim” devem ser seguidas de
outras: “façam já!”.
Finalizando com respeito comento sobre as
propostas práticas a respeito da discussão de
inovação:
As recomendações são excelentes, é o que
deveria já estar sendo praticado, mas
infelizmente não está sendo feito, será
desconhecimento da técnica, não sei, mas o
que posso afirmar é que a FINEP e outros órgãos
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financiadores possuem dados históricos que
poderiam validar o sistema usado, quanto foi
investido e qual foi o retorno, a situação atual é
que mais importamos, máquinas,
equipamentos, produtos químicos e
farmacêuticos do que exportamos.
Peritos analisando estas estatísticas poderão
mostrar as falhas, e pessoas qualificadas
poderão mudar o sistema para motivar a cópia
e inovação, sem nenhuma pretensão de
aventura.
Devem existir sim regras rígidas, pois o dinheiro
empregado é dos contribuintes, que
honestamente pagam seus impostos.
Não devemos nos concentrar somente em
inovação, mas copiar como fazem os países
asiáticos e alguns europeus, através de compra
de tecnologia, ou através da cópia do objeto
que se deseje, aquele que pagamos caro pela
importação.
Estes países asiáticos estão superando a
tecnologia e, além de copiar, estão inovando a
cópia, não deixando nada a desejar as grandes
potencias tecnológicas e financeiras mundiais,
e já estão causando grande impacto mundial,
além de gerar trabalho e condições de estudo,
educação, erradicando a fome nestes países
superpopulosos.
Devemos sair do berço esplêndido, de sermos
mimados, de permitir que os empresários só
reclamem, e os mestres, doutores, livres
docentes das Universidades, mudem a
mentalidade, para que sejam responsáveis pela
educação do povo assim como buscar através
de muito trabalho, cabeças pensantes,
criadoras, copiadoras que sob suas batutas
evolua tecnologicamente o nosso querido Brasil
e deixem de ser acadêmicos coroados, saindo
do trono e indo para a batalha, para sermos os
maiores copiadores, inovadores e exportadores
do planeta terra.
Vamos parar de complicar, vale o simples para
começar.
Darcio Calligaris
Participação de José Geraldo Lemos Cardoso
Onde os centros de pesquisas possuem
patrocinadores e recursos suficientes, deve-se
buscar inovação, mas não se deve ficar preso a
apenas isto. Devemos arregaçar as mangas e ir
a luta, ou seja, não podemos ter vergonha de
fazer o simples e si para isto implica em ter que
primeiro copiar e depois inovar, é o melhor
caminho para sairmos desta condição em que
nos encontramos, ou seja, refém do capitalismo
e consequentemente, das superpotências que
tem recursos abundantes e que são frutos da
exploração de países como o nosso. Dá para
reverter a regra e virar o jogo. É só querermos.
José Geraldo Lemos Cardoso
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Tema 4: Teoria das Restrições & Six Sigma
Participação do Moderador
Sei que na rede temos especialista em Teoria
das Restrições (TOC) e, peço para esses a
compreensão para com possíveis falhas e por
redundâncias para atender os menos
esclarecidos.
Considerando que:
Lean: o pensamento Lean foi fundado a partir
de conceitos estabelecidos no Sistema Toyota
de Produção e enfatiza a eliminação de
desperdícios em suas várias formas, ou seja, é a
criação de valor para os clientes através da
eliminação dos desperdícios. É um processo de
melhoria continua;
Six Sigma: a metodologia six sigma foi derivada
da Gestão da Qualidade Total e outros métodos
de melhoria da qualidade, e seu ponto forte
está na redução da variação - seja ela qual for -
e, com essa redução, temos a redução de erros
e defeitos. Comentário: a letra SIGMA é usada
em notação matemática para representar um
desvio padrão dentro de uma população
estatística, ou distribuição de valores ou de
números. Com as técnicas Six Sigma, a
distribuição fica cada vez mais estreita, o que
quer dizer que o processo está ficando sob
controle mais rígido, e os resultados do
processo, mais previsíveis. Quando atinge six
sigma, está próxima da perfeição possível.
Teoria das Restrições (TOC): criada por Goldratt,
propõe que uma restrição no sistema. É a
maneira mais prática de gerenciar com
responsabilidade um sistema complexo e, uma
vez que o sistema seja estável e previsível, ele
fornece o enfoque para a melhoria sistêmica. A
TOC diz que cada sistema - de negócios, de
manufatura etc. - é composto por recursos com
limites variáveis. O Desempenho do sistema é
restringido pelo recurso que for mais limitado -
às vezes denominado de gargalo do sistema.
Desse modo, a forma mais eficiente de
administrar todo o sistema é otimizar o fluxo
via maximização da capacidade de
processamento do gargalo e, tornando os
outros recursos subordinados às necessidades
do gargalo em termos do seu próprio
processamento.
A questão para debate assim se apresenta:
imaginem que você conhece alguém ou
processo que seja o GARGALO na operação
correspondente e, que as etapas vinculadas -
pessoas e ou processos anexos - sejam as
restrições. Pergunta: Muitas vezes, falando de
forma genérica, trabalhar com sistemas
balanceados é o mais interessante e, digamos,
linear e, nesse modelo, a melhor das intenções
podem gerar resultados ruins. Assim, nesse
caso, o problema é trabalhar com sistemas
desbalanceados, ou seja, o uso de restrição.
Correto?
Como podemos colaborar e/ou
questionar/discutir esse tema? Outra
orientação/pergunta?
Vejam: restrição, do ponto de vista TOC, é como
uma ponte com uma única pista ou uma
estrada com duas pistas: limita o fluxo. Quando
o trânsito aumenta além da capacidade da
ponte de uma pista, a ponte se torna um
gargalo. Em manufatura ou mesmo em gestão,
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o gargalo é um recurso com uma restrição que
é incapaz de atender à demanda que foi
determinada a esse recurso. Por exemplo, uma
tubulação deve entregar 100 litros/min, mas
uma válvula de controle limita o fluxo a 75... O
gargalo apresentado é uma característica
fundamental no funcionamento... e, está ali por
causa do design e, o objetivo é a ajudar a
regular o fluxo.
É isso exatamente que acontece em uma
planta, escritório, laboratório ou organização
que possui algum fluxo sistemático de produtos
ou serviços que envolva uma série de
passos/conhecimentos - estruturados ou não
estruturados. Assim, uma restrição é desejável,
ou até mesmo necessária, para regular o fluxo.
Portanto, para processo de melhoria continua
Lean six sigma - reduzir a complexidade, há que
se considerar as relações de causa-efeito, TOC,
conforme inter-relacionamento mencionado no
inicio, ou seja, refinar as análise de causa e
efeito para garantir a sua conexão com os
resultados procurados - empresa, pessoas,
processos...: produtividades dos empregados,
satisfação dos clientes e aumento da receita.
Não se pode resolver um sem considerar o
efeito e influência dos outros elementos inter-
relacionados.
Moderador
Participação de Jack M. Sickermann
Essa visão de restrição já é conhecida desde os
tempos do Justus Liebig, pai da adubação
moderno, que falava no “fator mínimo”. Ele
descobriu, numa época na qual se acreditava
que o crescimento populacional iria levar à
fome de milhões pela produção insuficiente de
alimentos, que a saída não era o emprego
maciço de adubos, e sim que bastava observar
qual dos elementos básicos estava escasso no
solo e assim travava o crescimento natura.
E há mais de 50 anos temos a EKS (E=Energo
K=Cibernética S=Estratégia) do alemão
Wolfgang Mewes que elaborou mais este
“ponto de estrangulamento” ou “gargalo
central”, cuja resolução, tal qual o que fez
Alexandre o Grande com o nó górdio, permite
que em cadeia os demais problemas possam
ser resolvidos com mais facilidade.
As pessoas tem mil problemas a enfrentar, mas
muitas vezes não param para identificar o
problema-chave. A questão é que assim se
queima muito esforço, empenho, boa vontade
mas os resultados almejados não aparecem.
Daí a suma importância que vejo nesta
discussão proposta, no que tange TOC e
similares, para que a primazia da estratégia
correta seja melhor entendido. Outras coisas
como LEAN e SIGMA podem ter seu momento
depois, como ferramentas úteis em certas
etapas, mas o que conta mesmo é saber se a
estratégia está correta ou não e se foi possível
identificar corretamente o grupo-alvo.
Jack M. Sickermann
Participação de Peter Mello
TOC é sim de autoria de Goldratt, mas há
trabalhos anteriores que dão os principais
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parâmetros desta metodologia que foram
completamente esquecidos pelo mercado. A
"evolução de TOC" para a área de projetos,
chamada de Corrente Crítica, se tornou uma
febre em alguns grupos de Gerentes de
Projetos. Corrente Crítica também é um termo
cunhado por Goldratt, mas vários outros
métodos baseados em restrições de recursos
para a área de projetos também foram
formuladas antes do lançamento do trabalho
de Goldratt.
Há um método chamado SDPM, de origem russa,
que tem grande aceitação em países da antiga
união soviética e que no mundo Ocidental não
descobriram o seu valor por ser mais
"trabalhosa" que a técnica de Goldratt ao exigir
planejamento de recursos em níveis muito mais
altos do que aqueles oriundos da técnica de
Goldratt.
Há um trabalho comparativo - Critical Chain x
SDPM – que pode ser útil para o grupo, caso o
interesse sobre a aplicação de TOC esteja mais
para o mundo de projetos do que para o chão
de fábrica - berço da TOC12.
Peter Mello
Participação de Clovis Bergamo Filho
É útil para a discussão compartilhar um ponto
de vista sobre a questão: devemos ter o nosso
foco no negocio e as metodologias devem ser
12
Nota do Editor: o trabalho em questão é de autoria do
mesmo autor da participação.
encaradas como um caixa de ferramentas a ser
utilizada conforme a necessidade do negócio,
pois o objetivo deve ser sempre o negocio,
desta forma as metodologias TOC, Lean, Six
Sigma, Gerenciamento de Projetos e outras são
complementares. Outro ponto que devemos
verificar é que uma empresa é composta de
processos e a excelência e eficiência neste
processo que geram o nível de competividade e
rentabilidade da empresa.
Por fim, segue uma sugestão de leitura:
Uma Evolução Silenciosa no Gerenciamento das
Empresas com Six Sigma - Autores: Clovis
Bergamo Filho / Ricardo Mansur
Clovis Bergamo Filho
Participação de Jarlei
Processos moldando pessoas ou pessoas
moldando processos ?
Processos não sobrevivem a empresas com alto
turn over. Processos não sobrevivem a
empresas onde a gestão não tem esta visão.
Processos tem que ser revisitados e discutidos.
Processos tem que ser claramente entendidos.
Processos tem que ser mensurados,
acompanhados, melhorados.
Importante sempre nos lembrar de ter pessoas
como ponto central, senão os processos não
sobrevivem.
Jarlei
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Participação de Denis Alcides Rezende
Certamente, deve ser mantido o foco no
negócio.
Tais instrumentos em questão, tal como a
tecnologia da informação, processos e pessoas,
devem estar alinhados e integrados ao negócio.
Ainda, tais instrumentos devem ser adaptados
para as organizações privadas ou públicas.
Denis Alcides Rezende
Participação de Jack M. Sickermann
Faz todo sentido definir a hierarquia dos
“instrumentos” - pessoas podem ser
consideradas instrumentos - abaixo do foco do
negócio.
Porém, e se o foco do negócio não estiver
definido corretamente? Tudo o mais em
técnicas e instrumentos não teria um norte
adequado na sua aplicação e atuação.
Em muitas empresas, ainda se perde mais
tempo discutindo quanto material de escritório
comprar do que no debate sobre a estratégia
certa. Um “xodó” de muitas diretorias é avaliar
a lucratividade e discutir formas como
aumentá-la em vez de preocupar-se para valer
com a satisfação dos clientes. Sobrepeso do
ganho financeiro sobre o capital imaterial, mas
é o último que nos sustenta quando o mercado
não for mais tão “fácil” como atualmente.
Por esta e por outras não adianta adaptar
instrumentos ao tipo da organização, seja ela
privada ou pública. O que define o sucesso de
qualquer uma delas não é o seu formato, mas
que consiga atender às necessidades da sua
clientela.
Definido bem o que a empresa sabe fazer
melhor e identificado corretamente seu grupo-
alvo, virá aos poucos o reconhecimento pelo
último, o que com o tempo se traduzirá em
sucesso financeiro. E na evolução desta relação
ficará mais fácil determinar quais os
instrumentos que servem melhor para este
propósito.
Em vez de se preocupar sobre quais
instrumentos ele deve ter na sua caixa de
ferramentas, o bom bombeiro primeiro quer
saber qual é o problema a resolver -
necessidade do cliente - e depois define qual a
ferramenta mais adequada. E mais, se ele não
tiver à mão esta, vai improvisar, emprestar etc.,
mas se ele é bom vai resolver. E não comunicar
ao cliente que não pode estancar o vazamento
porque lhe faltam ainda certos instrumentos.
Jack M. Sickermann
Participação de Paulo Henrique S. Bermejo
São pertinentes os posicionamentos a respeito
da importância do foco no negócio. Para isto, o
alinhamento do uso de ferramentas, entre elas
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algumas já citadas aqui com os objetivos
organizacionais demonstra-se vital.
Tratando especificamente isto, temos visto que
há diversos recursos para possibilitar o
alinhamento, entre esses alguns muito bem
conceituados como o Balanced Scorecard (BSC)
de Kaplan e Norton.
Quais outros recursos, técnicas, ferramentas ou
teorias têm sido utilizados pelos senhores a fim
de viabilizar este alinhamento?
Uma das ferramentas é o SWOT, que pode ser
complementar ao BSC e ajudar na identificação
dos objetivos organizacionais.
Ao desenvolvermos atividades de
implementação da governança de TI em
organizações, utilizamos o framework SWOT
como uma das ferramentas para externalizar o
conhecimento dos stakeholders para o enfoque
no negócio. Quando a implementação ocorre
em organizações públicas, o seu uso é
evidenciado. Usufruindo também de conceitos
de gestão participativa, ele pode ainda ser
aplicado em diferentes níveis organizacionais
com a participação de muitos colaboradores. O
uso desta ferramenta permite a obtenção dos
objetivos organizacionais de uma forma mais
participativa e o direcionamento das
estratégias alinhadas com o diagnóstico e com
Paulo Henrique S. Bermejo
Participação do Moderador
O mesmo tema discutido nessa rede está,
também, sendo debatido na rede TOC-Brasil e
irão também compor o Jornal da Rede GESITI,
com a respectiva referência ao TOC-Brasil.
Bem, para fomentar e instigar vosso trabalho,
são informados abaixo alguns dos conteúdos
propostos pela rede TOC-BRASIL com resposta ao
tema em discussão.
1) Tentando levantar uma relação entre TOC e a
filosofia Lean, diria que é possível usar a TOC
como uma forma de dar foco de onde fazer as
melhorias, tendo que apesar da proposta da
metodologia da lean de reduzir desperdício e
da six sigma de promover melhorias, nem
sempre as empresas são capazes de realizar
investimentos de melhoria em toda operação,
podendo em alguns casos nem mesmo ser
interessante como negócio.
Assim, sendo capazes de mapear quais os locais
na operação onde as melhorias são prioritárias,
pode-se implantar as melhorias e redução de
desperdício com mais agilidade de inteligência.
Para alimentar a discussão, recomendo a
leitura deste artigo:
http://www.j2da.com.br/Cont_Default.aspx?id
news=415, que fala sobre o uso do Six Sigma no
Gerenciamento de Projetos.
Vitório Tomaz - www.j2da.com.br
2) Parece uma maneira de "ajeitar" a situação.
Política de "boas vizinhanças" com o volume
muito grande de pessoas que abraça as
metodologias Lean e Six Sigma, que são
extremamente valiosas quando se trata de
processos estanques, mas em job-shop e
projetos, pelo menos no nível de clareza que a
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TOC consegue enxergar e atuar sistemicamente,
não vale a pena o esforço de "integração".
Mesmo em Velocity13
, anteriormente citado,
fica patente na "novelinha" uma clara
preferência e superioridade, no contexto
citado, da TOC. Lá, uma fábrica de peças de
"materiais compostos" - resinas reforçadas com
fibra, fibra de carbono, etc. - atuando no
mercado de produção sob encomenda,
atravessa problemas com a crescente "fila" de
encomendas, o aumento gradual de tempo de
entrega, as priorizações "por lote", por
otimização de uso de máquinas, ajuste de takt
time etc... e a crença que "tudo vai melhorar
quando a gente conseguir implantar MESMO o
Lean” presente e atuante... Não quero estragar
o final para quem não leu, mas eu não
apostaria minhas fichas nisso por muito
tempo... em linhas gerais, o Lean acaba sendo
tratado como "auxiliar eficiente", mas que não
pode tomar decisões.
E, na minha modesta opinião, nesse contexto é
isso mesmo.
Carlos Alberto Moro
3) Há casos de implementações Lean seguidas
de TOC e vice versa. A diferença fica por conta
da velocidade e chance de dar certo. Além
disso, há uma questão de onde cada
ferramenta de cada metodologia se aplica . Por
exemplo: onde TPC se aplica e onde não. Para
isso recomendo muito a leitura do "Sobre
13
Nota do editor: a menção, presume-se, é ao livro
Velocity: Combining Lean, Six Sigma and the Theory of
Constraints to Achieve Breakthrough Performance - A
Business Novel, de Dee Jacob, Suzan Bergland e Jeff Cox.
Ombro de Gigantes", disponível em português
em http://www.vectis-solutions.com/biblio.
HB
Moderador
Participação de Aldo de A Barreto
A ascensão e queda das tecnologias
O conceito de tecnologia está diretamente
ligado à ideia de conhecimento quando
definido como como o conjunto de
informações que, absorvidas ou assimiladas, é
capaz de modificar a estrutura cognitiva do
indivíduo, de seu grupo e da sociedade.
Tecnologia, portanto, não é a máquina ou o
processo de produção com suas plantas,
manuais, instruções e especificações, mas sim,
os conhecimentos que geraram a máquina, o
processo, a planta industrial e que permitem
sua absorção, adaptação, transferência e
difusão. O termo transferência de tecnologia só
deve ser empregado quando se verificar a
transferência do conhecimento associado a
geração do produto ou processo criado
possibilitando (re)gerar uma outra tecnologia
Todo processo de geração de uma tecnologia
envolve atividades de pesquisa e
desenvolvimento.
A pesquisa como a atividade de produzir novos
conhecimentos compreende o uso sistemático
do saber estocado visando à produção de
novos materiais, produtos, equipamentos e
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processos. A tecnologia está sempre
referenciada a um estoque de informação, a
princípios científicos ou intuitivos e aos
processos de uma determinada atividade.
A adoção da tecnologia é diferente da sua
simples transferência, pois a opção de adotar
se transforma em inovação que é a ação de
inclusão de um conhecimento, aceito por
todos, em uma realidade; a adoção da inovação
representa um conjunto de atos voluntários,
pelos quais os indivíduos em conjunto
reelaboram o seu mundo e modificando o seu
espaço.
Uma inovação em convivência é um início de
algo que nunca iniciou antes e que só se realiza
na pluralidade resultando sempre em uma
modificação como consequência; ainda que,
possa ocorrer uma volta para uma permanência
ao estado inicial. A decisão de adotar, em si,
provoca a ação renovadora; um fluxo
determinado pela decisão conjunta de querer
modificar a realidade.
Uma tecnologia nova encontra sempre uma
tecnologia anterior estabelecida no mercado. A
tecnologia estabelecida gera uma estrutura de
poder econômico, político e sociocultural que,
frequentemente, atua como um mecanismo
inibidor na adoção da tecnologia nova. Traz
uma nova forma de atuar na produção significa
um novo competidor no mercado, com
melhores condições de qualidade,
competitividade e produtividade. O detentor
de uma tecnologia estabelecida é monopolista
por natureza e tentará barrar a entrada do
competidor, armado com toda a estrutura do
poder que possui pelos anos de domínio do
mercado.
Mas toda tecnologia tem seu ciclo de vida. Este
ciclo ira depender do contexto em que a
técnica está inserida. Quanto mais intensivos
em inovação é este contexto menor são os
espaços da passagem e assentamento da
inovação. Na área de informação, uma
tecnologia pode ficar pouco tempo como
dominante devido ao elevado grau de mutação
tecnológica deste contexto. As idades abaixo
podem indicar o tempo de duração de uma
técnica, mas que é sempre priorizado pela
mutabilidade inovadora do campo específico:
Idades da Tecnologia
Infância (0 - 2 anos)
Idade de crescimento (2 - 5 anos)
Maturidade (5- 10 anos)
Crise da meia-idade (depois dos 10 anos)
Obsolescência (após 15 anos ou com uma nova
tecnologia)
Gartner14
examinou uma escala de maturidade
para 1.800 tecnologias de informação e plotou
na figura acima as suas fases. Altos executivos,
CIOs, estrategistas, planejadores e
desenvolvedores de tecnologia devem
considerar estas fases no desenvolvimento de
negócios emergentes.
O ciclo apresenta tecnologias que são o foco de
atenção na indústria da informação devido a
14
Nota do editor: o autor da participação apresentou a
referência do seu comentário: Gartner: information
technology research and advisory company.
http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=1447613
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níveis particularmente altos de impacto na
economia em geral.
As tecnologias "de alto impacto" no pico das
expectativas em 2010 incluem a computação
em nuvem , realidade aumentada, E-readers
como o IPAD, energia sem fio, TVs 3D de tela
plana.
Contudo, a computação em nuvem e as
plataformas web já foram derrubadas do pico e
prenunciam uma desilusão entre os usuários
corporativos.
Aldo de A Barreto
Participação do Moderador
O texto apresentado permite dar substância a
discussão sobre SUBVENÇÃO ECONÔMICA À INOVAÇÃO
e sobre GARGALO, TEORIA DAS RESTRIÇÕES & SIX SIGMA.
Recomenda-se a releitura dos temas após a sua
leitura.
Para descontrair um pouco a rede, lembro que
curva apresentada no link A maturidade das
tecnologias15
é também conhecida como "curva
do casamento". Para compreender, vejam a
figura abaixo e sigam o script:
1) em TRIGGER, você conhece o/a candidato,
procurado - sua possível cara metade.
Desenvolve o relacionamento...;
15
Nota do editor: o autor da participação indicou a fonte
da figura: http://www.gartner.com/it/page.jsp?id=1447613
2) em INFLATED, as expectativas estão bombando
e, se você concorda, o casamento acontece...;
3) então você passa pelas desilusões ou cai na
realidade das expectativa gerada com a sua
tecnologia, OOPS, perdão, com seu parceiro... SE
a tendência for de superação então é possível
atingir o próximo nível, ou seja, você passou
pelo vale da depressão - TROUGH OF
DISILLUSIONMENT. Aqui é um momento crítico
para a tecnologia, digo, o casamento, pois
devido o desgaste sofrido o mesmo pode estar
"fora de uso" - OBSOLETE/NO LONGER IN USE-
4) o casamento segue para uma crescente e
lenta estabilidade, SLOPE OD ENLIGHTENMENT, ou
seja, uma rampa de esclarecimentos sobre o
verdadeiro propósito da tecnologia, Whoops!,
do seu PARCEIRO e, finalmente, existindo o
propósito,
5) vem a estabilização da produtividade da
tecnologia, OOPS estabilização do casamento -
Plateau of productivity;
6) por fim, note que as escalas de tempo -
YEARS TO MAINSTREAM ADOPTION- para que
os itens acima aconteçam está perfeito.
Existem aqueles/las que querem ficam
eternamente no processo de trigger etc...
Moderador
Participação de Darcio Calligaris
A discussão, embora rica, pode afastar o menos
entendido no tema. Talvez fosse saudável
buscar a analogia com referências mais
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populares, como as normas ISO, que exigem
que procedimentos sejam entendíveis até pelos
menos cultos linguísticos.
Não busquemos tornar o assunto diferente
como aqueles que utilizam termos jurídicos que
nem os advogados entendem.
Vamos pelo simples. As Boas Praticas de
Fabricação (GMP/BPF), as ISOS são bem
entendíveis porque são simples, mas mesmo
simples não são praticadas! Imagine um
vocabulário indecifrável que só os senhores
elitizados entendem.
Como vamos ser um país copiador, inovador, se
não entendemos a base? Se precisarem
transformar em linguagem popular, certamente
haverá voluntários, capazes de contribuírem
com suas respectivas experiências e
especialidades.
Uma matéria na escola ou universidade para se
tornar interessante para o aluno depende da
capacidade de o professor tornar o complexo
em algo bem simples.
Darcio Calligaris
Participação de Peter Mello
Convém destacar que a TOC nasceu em
ambiente fabril onde de fato poucos elementos
gargalos geravam problemas em toda a linha de
produção e por isso a ideia de "encontrar o
gargalo", "elevar o gargalo" e "verificar novos
gargalos" é absolutamente útil e eficaz.
No entanto, a sua transposição para o mundo
de gerenciamento de projetos é FALHA. A versão
TOC em projetos - Corrente Crítica - não dará a
amplitude necessária para o tratamento de
gargalos, pois o que é gargalo em um único dia
de projeto pode estar 99% do resto do tempo
livre.
Exemplo: A equipe de engenharia leva 20 dias
para projetar a solução técnica. A área de
suprimentos leva 10 dias para cotar
fornecedores e verificar a melhor opção de
compra. O chefe da área leva 5 minutos para
aprovar a compra. O fornecedor leva 30 dias
para entregar o equipamento.
Qual a data de término do projeto?
- Poderia ser 20 dias + 10 dias + 5 minutos + 30
dias = 60 dias e 5 minutos.
Acontece que o chefe da área estará de férias
entre os dias 28 e 35 do início do projeto.
RESULTADO:
- Se a engenharia ou suprimentos reduzir o
tempo de trabalho em 2 dias, o projeto acaba
em 58 dias e 5 minutos.
- Se a engenharia ou suprimentos cumprirem
seus prazos, o projeto termina em 65 dias e 5
minutos.
O CHEFE É GARGALO, independente de estar 100%
ocupado ou não.
A forma de se anteceder a este tipo de
problema é através da criação de cronogramas
com maior detalhe - combatidos por Goldratt -
para que se chegue em um entendimento de
fato dos recursos envolvidos e então se realize
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uma análise de caminho crítico do recurso -
Resource Critical Path, ou nivelamento.
Uma vez nivelado o problema acima, o atraso
do projeto seria detectado imediatamente e a
empresa poderia optar em:
A) Acatar horas extras da engenharia para
adiantar os serviços;
B) Exigir que compras feche um contrato em
tempo menor, mesmo que com menos opções
de fornecedores;
C) Mudar as férias do chefe;
D) Dar a outra pessoa o direito de responder
pela compra durante as férias do chefe.
Peter Mello
Participação de Darcio Calligaris (OFF TOPIC)
Quanto será que este nosso sonho se tornará
realidade? Citando: Se não puder ser
comunicado em linguajar simples, nenhum
saber tem valor.
Vamos tirar os Deuses do Olimpo, de seus
palácios, e conscientizá-los desta realidade!
Tenho certeza irá valorizá-los como cientistas e
seres humanos.
Darcio Calligaris
Participação de Edinaldo Nelson (OFF TOPIC)
A questão da comunicação simples é cheia de
relevância.
O problema é que hoje existe uma crença que
tem que escrever complicado, que você está
escrevendo apenas para os seus "pares". Nisso
se comete um grande pecado que é não ter
preocupação de onde vem o dinheiro que
financiou sua pesquisa.
O sistema até mesmo empurra a todos a
publicar em revistas de "alto impacto"
geralmente publicadas fora do Brasil, por
grandes corporações editoriais, com ações na
bolsa, ou seja: que vivem de lucros. Até mesmo
assinamos documentos abrindo mão da
propriedade do que estamos submetendo para
publicação, que passa então ser propriedade
dessas grandes corporações. Quando alguém,
até mesmo o autor, quer usar o que ele mesmo
publicou tem que pedir autorização ou então
comprar as revistas ou os trabalhos avulsos. Ou
seja, privatizamos o conhecimento produzido,
depois pagamos para ter acesso a eles.
Como a pesquisa no Brasil é financiada quase
totalmente com dinheiro público, a
propriedade deveria também ser pública, ou
pelo menos de acesso público. Mas o que
fazemos não muito diferente de fatos que
tanto criticamos, quando alguém se apropria
indevidamente do patrimônio público. Isso tem
nome na legislação brasileira. Trata-se de
PECULATO.
Nós estamos fazendo PECULATO CIENTÍFICO E
TECNOLÓGICO, não é mesmo? Privatizando um
conhecimento produzido com financiamento
público!
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Está na hora de mudar isso também e passar a
publicar em boas revistas que são realmente de
acesso público. Sem ter que pagar nada!
O portal de periódicos da CAPES, uma ideia
brilhante, nos dá a impressão, falsa, de que a
tudo temos acesso através dele de graça... Mas
custa milhões!
Então, além disso, que tal pensar nos
problemas nacionais e não nos rankings
mundiais e nas agendas internacionais apenas?
Edinaldo Nelson
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ISSN:2178-8901 - ANO 2 – número XX fev.2011- www.cti.gov.br Brasil “CTI Informa” : http://www.cti.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=95&Itemid=170
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Marins Holtz