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A Moda no Centro das Práticas Organizacionais na Rua José Avelino em Fortaleza/CE Resumo

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A Moda no Centro das Práticas Organizacionais na Rua José Avelino em Fortaleza/CE

Resumo

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Introduço

A interdisciplinaridade entre a Moda e a Administração representa um potencial paraestudiosos em ambas as áreas, visto que até agora, poucas pesquisas abordam a relação entreesses dois campos. Na Administração, a maioria das pesquisas sobre moda tratam sobre omarketing  e/ou consumo de moda (C!"A, #$$%& A'), *+'A e ++-), 0##1. +mmenor n2mero, podem3se encontrar estudos sobre estratégia empresarial, vantagenscompetitivas e a cadeia de suprimento em ind2strias de con4ecç5es ou t67teis, ou empresas

que trabal8am com produtos de moda (MA"9N, 00:& MAC;A< e M"A+, 00=&';A9"+, 0##& *9N, 0##1. Nos estudos organi>acionais (+s1, alguns trabal8os abordama questão do uni4orme ou dos adornos corporais no ambiente organi>acional, como por e7emplo, +l arra4 (00?1& Corona e -odart (0#01& Matos, araiva e 9piranga (0#1 e 'inge @icerB (0#:1.

A moda pode 4ornecer m2ltiplas possibilidades de campos empricos para pesquisas emAdministração, mas é importante ressaltar seu potencial enquanto tema de pesquisa ouargumento para re4le7ão. 9sso porque a moda se mani4esta em, pelo menos, tr6s dimens5es D moda enquanto arte4ato, moda enquanto smbolo e moda enquanto conEunto de práticas(CA<A, 00F& NAC9G, 0#:& )-A<+, 0#01. A moda possui diversas 4unç5es ecaractersticas que podem ser entendidas por meio do caráter de obEeto material, por meio da

 percepção simbHlica, ou ainda a moda enquanto conEunto de práticas. Além disso, entende3seque a ind2stria da moda é um arranEo comple7o de pessoas (criadores, produtores,consumidores1, obEetos (insumos, máquinas, meios de transporte, mdia, etc.1 e signi4icados(cores, smbolos, signi4icados 8istHricos, comportamento, sinais de status, etc.1, que quandocombinados, originam a moda enquanto um 4enImeno com diversas 4acetas (!A";+,00J& GK-+, #$FF& LN+, 00J& "-+"& )<A+, 00$1.

 Neste trabal8o, tomamos como 4undamental o entendimento da moda enquantoconEunto de práticas que originam processos organi>acionais. <e4inimos as práticas enquantoatividades reali>adas no tempo e no espaço, como resultado de arranEos materiais que envolvem

 pessoas, arte4atos, organismos e coisas unidos através de intercone75es em rede (A)",00$& C;A'9, 00F1. A partir dessa de4inição de práticas, assumimos que a organi>ação

acontece, então, em tempo real, medida que as práticas organi>ativas são renovadasconstantemente para que a organi>ação se manten8a (CA"N9AO'A, 00$1.

 Neste estudo, buscamos responder seguinte questão de pesquisaP como a moda se

constitui en!uanto elemento estruturante de "rocessos organizacionais# A partir dessaquestão, o obEetivo a que nos propomos é compreender como a moda se constitui enquantoelemento estruturante dos processos organi>acionais na "ua Losé Avelino, no centro deGortale>a/C+. *ara tanto, trabal8amos com os dados de etnogra4ia reali>ada nesse lócus de

 pesquisa, qual seEa uma "ua em que comerciantes 4ormais e in4ormais vendem peças devestuário em galp5es, pequenas loEas e em uma 4eira que acontece ali duas ve>es por semana.

caráter da moda enquanto conEunto de práticas relaciona3se aos diversos arranEos deredes que envolvem a moda. A 6n4ase nas interaç5es em rede de atores D 8umanos e não38umanos 3 que produ>em a moda 4a>em dela um 4oco de estudo a partir da perspectiva teHricae metodolHgica da eoria Ator3"ede (A"1 (CAN, #$$$&A)", #$$$& AO, #$$1.<esse modo, partimos do conceito de conEunto de práticas e da perspectiva teHrica e

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metodolHgica da A" para compreender não apenas como os indivduos, mas também comoos obEetos t6m poder de ag6ncia (A)", 00$1 sobre processos organi>acionais.

$ Re%erencial &e'rico

 Práticas Organizacionais: a Perspectiva da TAR

A virada para a prática nos +s (-;+"A"<9, 00$1 abriu di4erentes possibilidades para compreender como padr5es recorrentes de ação e de arranEos materiais con4erem

estabilidade e dimensão material s organi>aç5es. Apesar da impossibilidade de reali>ar umaanálise sistemática que aponte uma unidade no interior das teorias da prática (C;A'9,001, a prática é 4requentemente de4inida e analisada a partir da relação de pessoas com oambiente e com os obEetos que o constituem. Numa epistemologia que pode ser c8amada de

 pHs38umanista, medida que se destina a descentrar o 8umano ('N"3C+9NA, #$$%1, as práticas podem ser entendidas como resultado de arranEos materiais que envolvem pessoas,arte4atos, organismos e coisas unidos através de intercone75es em rede (A)", 00$&C;A'9, 00F1. A partir do entendimento de que as organi>aç5es acontecem enquantoredes tecidas nas práticas que ligam as pessoas e a materialidade das organi>aç5es(C;A'9, 00F1, o social é uma dinQmica na qual diversos elementos agem, trans4ormam3se e trans4ormam a realidade.

s agentes e as relaç5es que estabelecem não podem ser identi4icados na dualidadeestrutura/ag6ncia, mas sim como duas 4aces do mesmo 4enImeno que origina, propriamente, oespaço social enquanto mal8a de interaç5es (C;A'9, 00F1. egundo c8at>i (00F, p.#=F?1, Ro acontecimento de uma organi>ação, portanto, é o desempen8o de suas aç5esconstituintesS. +sse desempen8o depende da disposição dos agentes em condiç5es sempreatuali>adas de peroformance das práticas. A organi>ação acontece, então, em tempo real D oque destitui de importQncia o conte7to 8istHrico no qual as aç5es 4oram 4ormuladas e o

 processo através do qual se tornaram recorrentes. 9sso porque muito embora as organi>aç5es possam ser a4etadas por e7peri6ncias anteriores, as práticas organi>acionais precisam ser renovadas constantemente para que a organi>ação se manten8a (CA"N9AO'A, 00$1.

tempo real no qual ocorre uma organi>ação é, assim, Ro desdobramento das per4ormances das aç5es da organi>açãoS (C;A'9, 00F, p. #=FF1. <ada a comple7idadee 8eterogeneidade da e7peri6ncia temporal através da prática, ninguém pode e7perimentar aorgani>ação enquanto ela acontece. RNa mel8or das 8ipHtesesS, assinala c8at>i (00F, p.#=F?1, Rpode3se e7perimentar as aç5es constituintes das organi>aç5es enquanto elasacontecem e 4a>er in4er6ncias sobre o restanteS. <esse modo, a organi>ação não e7isteenquanto estrutura 4i7a e estável, obEeti4icada e acabada em uma 4orma, mas enquanto

recorr6ncia de arranEos de práticas sempre em andamento. que e7iste, con4orme c8at>i(00F1 é uma memHria da organi>ação que assegura a persist6ncia da estrutura e a repetiçãodas aç5es.

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Alguns estudos nessa lin8a dedicam3se a e7plorar a relação 8umanos/não38umanos, a partir da eoria Ator3"ede (A"1 em conte7tos de práticas. A base da abordagem da eoriaAtor3"ede (A"1 e o seu ponto de partida é a interação D e Ra interaçãoS, segundo aT (#$$,

 p. 1 Ré tudo o que 8áS. )m dos principais 4ocos de pesquisas que utili>em a A" ée7atamente analisar a interação, descobrir como ela acontece. A A" não está interessada em

 privilegiar atores 8umanos ou não38umanos, nem ag6ncia ou estrutura, e nem separar o ator da rede. obEetivo é percorrer a rede e descobrir as interaç5es e como elas acontecem(A)", #$$$& AO, #$$1. aT (#$$1 a4irma que a Rrede 8eterog6neaS também é umdos conceitos mais importantes da A", a qual sugere que a sociedade, os agentes, asorgani>aç5es e as máquinas são todos e4eitos gerados de uma rede com elementos de diversostipos e não apenas com 8umanos.

endo assim, um grande acontecimento como o governo de um estado, por e7emplo,

não deve ser entendido apenas como construção de alguns elementos mais prH7imos e que sãomostrados como responsáveis, mas deve ser visto como uma rede bem mais ampla e8eterog6nea constituda pelos mais diversos elementos. con8ecimento, as instituiç5essociais, as máquinas e as organi>aç5es são o produto ou e4eito de uma rede de materiais8eterog6neos. A A" de4ende que Ro con8ecimento é um produto social e não algo geradoatravés da operação de métodos cient4icos privilegiadosS (AO, #$$, p. :=#1. *or isso,entende3se que se trata de um processo de construção simétrico, no qual elementos sociais,tecnolHgicos, conceituais e te7tuais são colocados Euntos e possuem o mesmo grau deimportQncia, sendo convertidos em um conEunto 8eterog6neo de produtos cient4icos (AO,#$$& A)", 00J1. U importante notar que essa de4inição não se aplica apenas aocon8ecimento e ci6ncia, mas a todos os aspectos da vida social, seEa a 4amlia, as

organi>aç5es, os sistemas de computação, a economia e tecnologia, entre outros.A A" pode ser vista com estran8amento por estudiosos modernistas pelo 4ato de ela

assumir que as redes são compostas não apenas por pessoas, mas também por máquinas,animais, te7tos, roupas, pela nature>a, arquitetura e pelo din8eiro, ou qualquer outro materialque se deseEe mencionar. Nesta abordagem, entende3se que a sociedade não e7istiria se não4osse pela 8eterogeneidade das redes sociais (A)", 00$& AO, #$$1, e quando se

 pensa sobre essa questão, percebe3se que grande parte das interaç5es entre os indivduos sãomediadas por obEetos. *or e7emplo, a relação de 4alar ao tele4one é mediada pelo aparel8otele4Inico, a troca de e-mails é mediada pelo computador, pela internet  e pelo sistema de e-

mail , entre outras. Con4orme aT (#$$, p. :=1, Rse os seres 8umanos 4ormam uma redesocial isso não é porque eles interagem com outros seres 8umanos. U porque eles interagem

com seres 8umanos e uma in4inidade de outros materiais tambémS. Nesse conte7to, a A" apoia a ideia de que a realidade é 4ruto de uma rede

8eterog6nea, sendo ela um processo e um camin8o, e não o obEeto 4inal (A)", #$$$1. Asredes 8eterog6neas propostas pela A" são de di4erentes tipos. )ma máquina, por e7emplo, éuma rede, pois possui um conEunto de papéis desempen8ados por materiais técnicos e por indivduos operadores, usuários e mecQnicos. )m te7to também é uma rede, bem como umaorgani>ação e uma instituição também são uma rede. odas essas são redes que operam dentrodo social (A)", 00J& AO, #$$1. Nesse sentido, sugere3se que o pesquisador mapeie ocamin8o que a prática percorre e siga os arranEos de processos que constituem a prática, pois éesse camin8o que caracteri>a as práticas e con4ere importQncia s mesmas. Além disso, émediante o mapeamento que se pode entender como os atores desenvolvem as práticas, quaissão os atores que estão envolvidos e por que eles reali>am a prática (A)", 0001.

A A" utili>a uma metá4ora que compara a estrutura social com um verbo e não comum substantivo. 9sso se deve ao 4ato de que a estrutura não é um elemento 4i7o e parado,

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como um prédio, mas sim um constante 4lu7o de trans4ormação e reprodução. igni4icatambém que nen8uma versão de ordem social, nen8uma organi>ação, nem agente nunca estácompleto, ou acabado. udo está em reprodução e por isso, e7istem ordens sociais no plural,ao invés de uma sH. *ara esse conceito, o 4ranc6s Mic8el erres introdu>iu o termo

RtranslaçãoS como palavra caracteri>adora, por implicar trans4ormação e a possibilidade deequival6ncia, ou a capacidade de uma coisa, por e7emplo, um ator poder suportar outra coisa,como uma rede (A)", #$=%1.

social é uma rede 8eterog6nea composta por indivduos, arte4atos, máquinas,nature>a, te7tos, arquitetura, entre outros. + todos esses elementos 4a>em parte das relaç5es,muitas das quais não são reguladas por 8umanos (AO, #$$$1. comum seria imaginar queas interaç5es sociais partem dos seres 8umanos e até em uma visão renascentista, o 8omem éo 2nico ser capa> de mediar essas relaç5es. *orém, para a A", qualquer elemento e7istentena sociedade pode ser responsável por uma rede de relaç5es. s seres 8umanos precisam dosobEetos e podem ser o que são muitas ve>es graças aos obEetos com os quais (inter1agem.

)m designer  de moda não seria um designer  de moda se l8e 4osse tirado o papel, o

lápis, os tecidos, a tesoura, a lin8a, os bot5es, os aviamentos, entre outros elementos. *or isso,a A" não privilegia 8umanos e não38umanos. +la acredita que ambos possuem importQnciae que agem de 4orma conEunta e 8eterog6nea na rede social, apontando inclusive para adesnecessária e errInea visão dos elementos de 4orma separada.

 No Qmbito da A", o conceito de redesign (A)", 00=1 também sugere um processo de mudança, de trans4ormação, a proposição de uma nova 4orma, ou de um novool8ar sobre determinado elemento. atour (00=1 prop5e que nen8um design partiu do nada.Assim, entende3se a utili>ação do termo redesign, como um trabal8o de re3desen8o, re3

 proEeto, re3elaboração. )ma das caractersticas que atour (00=1 aplica ao design é o aspectosimbHlico. A partir desse ponto de vista, o design pode ser entendido como elemento quetransmite diversos signi4icados através de smbolos presentes nele. +sses smbolos podem ser institudos pelo designer   responsável pelo redesign  do arte4ato, pelos indivduos queinteragem com o obEeto e pela prHpria capacidade do obEeto se trans4ormar e inter4erir nocomportamento dos suEeitos, tudo isso in4luencia nas simbologias que o arte4ato transmite.

( Método

 A pesquisa etnográfica

+sta pesquisa seguiu o método etnográ4ico, pois o estudo tem como uma das principaiscaractersticas a observação participante e a conviv6ncia intensiva no campo, além de seapropriar de 4ormas de análise, re4le7ão teHrica e e7posição dos dados de campo que sãocaractersticas da pesquisa em Antropologia. egundo -eert> (0#:1, a prática da etnogra4iaestá pautada no estabelecimento de relaç5es, na seleção de in4ormantes, na observação, natranscrição de notas de campo e no mapeamento de campo. *orém, isso não é tudo.<eve3se

também 4a>er uma descrição densa dos dados, utili>ando conceitos tomados emprestados daAntropologia. *ode3se di>er que o relato etnográ4ico é a análise das construç5es de outras pessoas, mas essa análise gan8a corpo e se materiali>a no te7to do etnHgra4o.

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radicionalmente, a 4icção antropolHgica (-++", 0#:1 é um te7to de autoria 2nica,que conta sobre o encontro do etnHgra4o com a realidade que ele e7perimenta, tradu> e tornacon8ecimento obEetivo, com valor cient4ico. A observação participante (MA9NO'9,#$%F1 é uma técnica de coleta de dados associada ao método etnográ4ico e isso implica que o

 pesquisador se torne parte do campo emprico, ao assumir nele o papel permitido pelacomunidade que passa a integrar. 9sso quer di>er que a etnogra4ia re4lete a perspectivaanaltica do pesquisador que está inserido no campo e que e7perimenta, em primeira mão, ocontato com o obEeto estudado.

Muito embora os dados coletados na pesquisa etnográ4ica possam ser analisados, em umsegundo momento, por colaboradores do etnHgra4o, que ven8am a contribuir com novas

 perspectivas interpretativas sobre os ac8ados a partir, sobretudo, de re4le75es teHricas, o relatoetnográ4ico é um te7to pessoal, escrito em primeira pessoa do singular (G"+3*+"+9"A eCA@+<N, 00$1. Apesar desse caráter monográ4ico do relato antropolHgico, dados de

 pesquisa etnográ4ica podem gan8ar novas interpretaç5es a partir da leitura de outros pesquisadores, através da reelaboração da e7peri6ncia inspirada por outras re4le75es teHricas.

A disEunção entre a e7peri6ncia e o te7to é aceitável nos termos de uma postura que espel8a omodernismo antropolHgico ("A+"N, #$=%1, o qual reintrodu> a distQncia entre

 pesquisador e campo emprico para criar outro espaço de circulação do con8ecimentoantropolHgico, que se 4a> pelo estabelecimento de uma relação espec4ica entre o pesquisador3etnHgra4o com seu obEeto, mas também deste com seus leitores e intérpretes (CA<+9"A,#$==1.

 Neste artigo, partimos da pesquisa etnográ4ica reali>ada por uma das autoras paraelaborar, coletivamente, novas possibilidades interpretativas para os dados. *ossibilidadesessas 4orEadas a partir de re4le75es teHricas coletivamente elaboradas, que encontraramsentido nas viv6ncias individuais da autora da etnogra4ia original. <istanciamo3nos, portanto,do ideal da etnogra4ia clássica (MA9NO'9, #$%F1 de reprodução 4iel dos relatos decampo, isenta de reelaboraç5es posteriores, para um te7to produ>ido em co3autoria em que oetnHgra4o perde o R status de suEeito cognoscente privilegiadoS (CA<+9"A, #$==, p. #?1 e

 passa a compartil8ar a construção de sentido com seus pares acad6micos.Assim, na apresentação dos dados empricos, sobressai a 4igura da "es!uisadora  que

e7perimentou o conte7to e se apropriou do sentido das viv6ncias na condição de observadora participante. +ssa observação em campo 4oi 4eita desde o dia outubro de 0#? até o dia :#de agosto de 0#J. No perodo, a pesquisadora 4oi a campo no mnimo duas ve>es por semanae permaneceu no local por uma média de 8oras. As observaç5es 4oram acompan8adas por registros no caderno de notas, no qual 4oram escritas in loconotas e comentários a partir dasobservaç5es 4eitas em campo. Ao 4inal do dia de observação, a pesquisadora redigia os diários

de campo, utili>ando o caderno de notas como au7lio. ApHs o perodo de campo, a pesquisadora codi4icou os dados por meio da leitura e7austiva dos diários, que propiciouencontrar temas e temáticas, tanto teHricas como empricas recorrentes (ACA<9*AN9 eN+9, 0#01. +sses dados 4oram apresentados s demais autoras do artigo, as quaisreelaboraram, com a participação ativa da pesquisadora, novas possibilidades de interpretaçãoteHrica para os dados em questão.

A participação da pesquisadora no conte7to da "ua 4oi 4eita como consumidora aoadquirir produtos vendidos na 4eira da "ua enos galp5es e s8oppings e7istentes nesse conte7tode compras. Além disso, 8ouve também a participação como Rconsel8eiraS ou RconsultoraS,dando sugest5es de modelos de roupas para serem desenvolvidos e como diversi4icar os

 produtos para aumentar as c8ances de vendas.ua entrada em campo 4oi 4ormali>adapelos

comerciantes ou clientes que percebiam sua presença recorrente no local. 9sso se deve ao 4atoda organi>ação pesquisada não ser considerada 4ormal, ou vista como uma organi>ação quesegue moldes, regras e padr5es muito rgidos e estruturados, tais como as que vemos descritas

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nas teorias organi>acionais 8egemInicas, tais como a positivista34uncionalista e aestruturalista. rata3se de uma organi>ação que possui livre acesso para entrada e sada dequalquer indivduo a qualquer momento.

) Etnogra%ia na Rua José Avelino

 A Rua Jos Avelino e a organiza!"o centrada na moda

A "ua Losé Avelinoé uma tpica rua de comércio popular que abriga D principalmente,mas não apenas Duma 4eira que re2ne um bom n2mero de comerciantes de vestuário. lugar integra a ind2stria da moda no estado do Ceará. <e acordo com a Associação !rasileira da9nd2stria 67tile de Con4ecção (A!91, (0#?1 o setor de con4ecção é um dos maisimportantes parao desenvolvimento da economia cearense e também um dos maioresgeradores de emprego.<e acordo com o Anuário de Moda do Ceará ("A@+N9, 0#:1,os setorest67til e de con4ecç5es do Ceará disp5em de #.%?= empresas ativas, as quais

geram##= mil postos de trabal8o diretos e indiretos no ano de 0#:. re4erido +stado éoquinto com a maior produção t67til e de con4ecç5es do !rasil.

p2blico de menor poder aquisitivo é 8oEe o maior consumidor (ator 8umano1 dos produtos o4ertados na "ua Losé Avelino (atores não 8umanos1. )m dos 4atores que levam aessa conclusão é o aspecto de o Centro (ator não 8umano1 ser local de c8egada, passagem esada para diversos atores 8umanos provenientes de di4erentes bairros e municpios da "egiãoMetropolitana de Gortale>a (AN& 9@A e 9@A, 0##1. Além disso, a ind2stria decon4ecção (ator não 8umano1, que produ> em larga escala é caracteri>ada pelaproduçãorepetitiva de tipo intermitente e possui um processo produtivo por lotes (atores não 8umanos1.

 NoCeará, e7istem muitas con4ecç5es nesse modelo e são essas que atendemprincipalmente aoconsumo das classes sociais C, < e + (+9A e )!9N, 0001. Ademais, soma3se o 4ato deque 4eiras de rua, no !rasil, são espaços de comércio popular por e7cel6ncia (atores não8umanos1.

em a 4eira da moda, a "ua Losé Avelino teria a 2nica 4unção de via de trQnsito urbano,sem qualquer atrativo especial. +nquanto parte do cenário da cidade de Gortale>a, a "ua LoséAvelino é pequena em e7tensão e modesta em relação aos equipamentos urbanos que possui. maior movimento na "ua acontece nos dias e 8orários da 4eira, quais seEam, as noites emadrugadas da quarta34eira/quinta34eira (4uncionamento das #$8 s %81 e do sábado/domingo(4uncionamento das #$8 s ##81. U importante ressaltar que a "ua em estudo não é umaorgani>ação 4ormal e possui caractersticas peculiares e singulares que podem o4erecer umcaráter de aparente de desordem ao local. 9sso se dá pelo 4ato da reali>ação da 4eira de

vestuário que acontece em 8orários não convencionais D as madrugadas de dois dias dasemana D receber grande n2mero de clientes e visitantes, que circulam por um espaço precariamente estruturado, causando e en4rentando problemas de acesso e do trQnsito dacidade.

A arquitetura da 4eira é 4ormada por uma rede mHvel de atores não 8umanos, quaisseEam, os materiais de estruturação das barracas da 4eira (estruturas de 4erro, lonas, tábuas demadeira1, os #o$es dos galp5es e os arte4atos que estão presentes neles, como prateleiras,armários, bancos e cadeiras, os s%oppings e seus obEetos constitutivos, os produtos a seremvendidos, as embalagens (sacolas de plástico1. s galp5es e s%oppings, que são basicamentevãos semi3abertos para a "ua, com estrutura metálica e em alvenaria e tel8as de metal.

)ma ve> que o 4uncionamento desses lugares de comércio está ligado aos 8orários e

dias de ocorr6ncia da 4eira, o transeunte (ator 8umano1 que c8ega "ua num dia/8oráriodi4erente daquele em que a 4eira ocorre não encontra nada além de um cenário de aparenteabandono. As edi4icaç5es presentes na "ua possuem concepção arquitetInica muito simples e

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aspecto deteriorado, com pintura quase sempre desgastada. oma3se a isso o 4ato de que ocalçamento da "ua é constitudo por pedras de paraleleppedo sem manutenção, o que dei7a avia c8eia de buracos.

 No entanto, a perspectiva de quem 4requenta o espaço durante a 4eira é completamente

di4erente. 9sso se deve ao 4ato de a organi>ação "ua D onde, atores 8umanos se re2nem emtorno da moda D não se sobrepor a "ua Losé Avelino como lugar, na cidade. s principaisatores 8umanos que identi4icados como atuantes no organi>ar da "ua são os comerciantes D aque são os 4eirantes e/ou vendedores ambulantes D, os 4requentadores de uma 4orma geral e osconsumidores& ou seEa, quem compra moda na "ua.

+videnciamos ainda que a 4eira da "ua seEa caracteri>ada pelo comércio reali>ado principalmente em barracas montadas (atores não 8umanos1 pelos prHprios 4eirantes (atores8umanos1 e também por vendedores ambulantes (atores 8umanos1 que não t6m barraca ee7p5em seus produtos em lonas no c8ão. Grequentemente quando não 8á mais o espaço doc8ão das calçadas e da "ua (atores não 8umanos1 por estarem totalmente lotados, oscomerciantes colocam as peças penduradas nos braços que se servem como cabides e ou

transitam pelos corredores da 4eira com os carrin8os de mão repletos de mercadorias. Nessesentido, identi4icamos uma rede ambulante de atores 8bridos, 8umanos e não 8umanos(A)", #$$$& AO, #$$1.

bservamos ainda que, sobretudo, a atuação em rede dos atores 8bridos e os não8umanos como a espacialidade, os in2meros equipamentose arranEos mHveis, as edi4icaç5es,as lonas no c8ão, os corpos, as mãos e os braços autInomos, são os obEetos 8bridos maisevidentes que contribuem para orientar as práticas da moda e con4erir estabilidade organi>ação em questão. No conte7to da 4eira, essa rede, mHvel e ambulante, de atores8bridos 8umanos e não 8umanos atua no organi>arde um conEunto de práticas da moda, secaracteri>ando como elemento estruturante dos processos organi>acionais da "ua. A moda D ou seEa, oconEunto de obEetos, smbolos e práticas D é o 4enImeno integrador e mobili>ador daorgani>ação "ua Losé Avelino. +sse conEunto de práticas será descrito no prH7imo item.

 As práticas de moda constituindo a organiza!"o Rua Jos Avelino

 No es4orço de caracteri>ar como a organi>ação surge a partir da moda, nHs buscamosseguir o rastro das di4erentes práticas que surgem na "ua Losé Avelino. +ssas práticas sãodesempen8adas por meio de arranEos e processos cuEa recorr6ncia serve para orientar eestabili>ar a ação dos suEeitos e assegurar a continuidade da organi>ação "ua. +sses arranEos,

 processos e suEeitos são atores que desempen8am as práticas da moda e as relaç5es que elesreali>am é o que propicia o 4uncionamento da rede enquanto organi>ação (A)", #$$$&

AO, #$$1. A seguir, e7ploraremos em detal8e os tr6s principais conEuntos de práticas quesubsidiam o organi>ar da "ua Losé AvelinoP a "rática de seguir tend*ncias, a "rática de

con%eccionar "eças, a "rática de vendere a "rática de com"rar.

A "rática de seguir as tend*ncias subsidia aquela que consideramos a prática maisimportante para a e7ist6ncia da organi>ação em questãoP a prática de comerciali>ação. *araque as tend6ncias apareçam nos #o$es, e7istem várias práticas que constituem uma rede, quec8amamos rede de tend*ncia de moda. +ssa rede é di4usa, multissituada, e mobili>a arranEosque estão muito além da "ua. *or isso, a prática de seguir as tend6ncias se desdobra em, pelomenos, duas outras práticasP identi%icar e divulgar a tend*ncia.

A tend6ncia de moda é mantida por in4lu6ncia de alguns elementos, comoP a economia,devido a poderosos interesses comerciais e de grandes ind2strias t67teis e de con4ecção& a

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mdia, que é detentora dos principais meios de comunicação e importante responsável peladisseminação das simbologias ligadas moda& a internet  que também é um meio 4undamental

 para a rápida divulgação e propagação da moda, etc. As tend6ncias de moda sãocaracteri>adas pela instituição de elementos ideali>ados por #ureau de estilo, ou empresáriosde grandes tecelagens ou empresas de lu7o e alta costura, ou ainda por grupos de usuários nasruas.

A maior parte dos elementos de consumo, inclusive as roupas que 4a>em parte das práticas da moda, é con4eccionada de 4orma industrial. +7cluindo os indivduos quedesenvolvem suas prHprias roupas e7clusivas, boa parte das pessoas usa as roupas que 4oram

 produ>idas em larga escala e divulgadas por di4erentes tipos de mdias, a depender do tipo de produto e de usuário que se deseEa atingir. Apesar dessa restrição, a moda também sereelabora nos usos dados a esses obEetos que podem ser diversos& ou seEa, cada suEeito pode

montar os looks e misturar as peças de roupa e os acessHrios da 4orma que pre4erir. +ssa prática de uso do vestuário é subEetiva e di4icilmente contável. A produção das roupas podeser contável, mas as 4ormas de uso não. )m e7emplo da diversidade de usos das peças demoda relacionadas tend6ncia 4oi relatado por uma 4eiranteP

Vs ve>es quando estou 4a>endo uma venda, eu indico as peças de roupa quecombinam, tipo a cliente gostou de uma blusa, ai eu mostro alguns modelos des8orts ou saias que combinam com a blusa que ela escol8eu. Gaço isso para tentar 

vender mais. Algumas ve>es 4unciona, mas na maioria das ve>es a cliente Eá 4alaumas tr6s ou quatro opç5es de peças que ela Eá tem em casa e que dá para combinar.As clientes mesmo Eá sabem 4a>er do gosto delas mesmo várias combinaç5es demodelos (<iário de campo, J de março de 0#J1.

s propositores da tend6ncia, que são originalmente os designers de grandescorporaç5es de moda ou usuários 4ormadores de opinião, desempen8am o papel de dar umnovo ol8ar, ou uma nova 4orma para os tecidos, modelagens e cores que Eá e7istem. scomerciantes e 4requentadores da "ua não criam nada novo em termos de design de moda e8á a percepção geral de que a moda da Losé Avelino é apenas cHpia, não possui nen8um traçoautoral. Apesar disso, eles lançam mão dos recursos materiais e simbHlicos de que disp5em

 para criar algo que se apro7ime de uma ideia coletivamente construda sobre o que é atend6ncia do momento, pela via do redesign (A)", 00=1.

 Na "ua Losé Avelino, a "rática de identi%icar tend*ncias é baseada principalmentenas interaç5es com as in4ormaç5es de moda que circulam na sociedade. A pesquisadoraconstatou isso ao questioná3los a respeito de como as tend6ncias surgem e quem são seuscriadores. Alguns vendedores in4ormaram que o interesse deles era saber quais eram as

tend6ncias do momento e que não importava como 8avia sido o processo de desenvolvimentodessas tend6ncias e qual camin8o elas percorriam até c8egar ao consumidor da "ua. que

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importa, nesse conte7to, é entender como os processos de redesign trans4ormam a in4ormaçãode moda em produto que possa ser vendido para os consumidores da "ua (A)", 00=1.

A tend6ncia é o 4oco dos processos organi>acionais da "ua Losé Avelino. *ara que o

obEetivo da organi>ação se reali>e D ou seEa, as peças de vestuário e acessHrios de moda seEamvendidos e gerem retorno 4inanceiro aos 4eirantes, além da satis4ação das necessidades edeseEos de consumo dos 4requentadores Dé preciso que todos os suEeitos envolvidos ten8amem mente quais são as tend6ncias de moda do momento.

 No conte7to da "ua, 4eirantes e 4requentadores são co3participantes no processo deidenti4icar as tend6ncias a serem trans4ormadas em produtos. Apesar disso, a pesquisadora

 percebeu que os consumidores nem sempre t6m clare>a sobre aquilo que precisam consumir  para estarem na moda. endo assim, outra prática 4undamental para a organi>ação é adivulgaço das tend*ncias de moda. Na prática de divulgação das tend6ncias através das

 peças e7postas como 4orma de atrair as clientes, a pesquisadora pIde notar a importQncia dainteração entre comerciante e 4requentador na construção do que é tend6ncia. +ssa interação

 passa, principalmente pela comunicação que envolve divulgar o que está na moda, o que étend6ncia, como se pode perceber na 4ala de uma comerciante captada na dinQmica do campoP

Com certe>a as tend6ncias são muito importantes porque elas aEudam muito nasvendas. Além das pessoas c8egarem perguntando se t6m as roupas da novela, eutambém Eá vou divulgando as peças que eu ten8o pra vender que estão na moda. +usempre 4aço as roupas que estão na moda e assim que eu trago a mercadoria eu Eávou 4alando para o pessoal que está passando, para eles ol8arem as peças quec8egaram que estão na moda (<iário de campo, :# de março de 0#J1.

Com o desenvolvimento da pesquisa de campo e as conversas com os comerciantes,

4eirantes e in4ormantes da "ua Losé Avelino, 4icou bastante claro como se dá o processo decon4ecção das roupas. A pesquisa dos modelos a serem desenvolvidos é a 4ase inicial do processo de produção. +ssa pesquisa pode ser 4eita pela internet   (no &oogle, ou em #logs1,nas novelas da "ede -lobo, nos comerciantes concorrentes (em outros #o$es nos galp5es, ouna 4eira1 e em revistas ou Eornais. A partir dela, os comerciantes apreendem aquilo que passa aser identi4icado como tend6ncia de modaP o conEunto de cores, 4ormas, modelagens te7turas esmbolos que corresponde ao que os 4requentadores da "ua deseEam comprar.

 Na prática de seguir tend6ncias, predominam os obEetos e a capacidade que eles t6m dedeter o controle da situação e inter4erir na 4orma como as relaç5es irão acontecer e em como o8umano vai agir. computador D 4erramenta utili>ada para pesquisa de modelos D é um ator 

que determina as aç5es do indivduo pesquisador. A internet  é vista em muitas situaç5es quasecomo um ser superior, um oráculo que determina o que está ou não na moda (o que étend6ncia1. Não se pode dei7ar de mencionar que é 4ato a e7ist6ncia de um ser 8umano quealimenta a internet   e programa suas 4unç5es. *orém, o caráter de superioridade econ8ecimento ascendente 4a> com que a internet  seEa um ator altamente relevante na práticade pesquisa de tend6ncias e determinante das aç5es dos indivduos. A internet  coloca a 4ormacomo o pesquisador vai receber a in4ormação e como ele vai agir depois dela, quais tecidos ecores comprar, con4eccionar ou não determinada peça, con4orme, por e7emplo, a quantidadede ve>es que esse modelo apareceu na busca e em quais canais de divulgação apareceu.

A tend6ncia dispara o gatil8o das "ráticas de con%ecço, que podem ser descritas daseguinte maneiraP os comerciantes levam os modelos das peças que esperam vender para um

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modelista, o qual 4a> a modelagem e a peça piloto a partir do tecido previamente comprado.<epois dessa etapa, esses materiais seguem para o cortador, o qual prepara e disp5e o tecido

 para ser cortado, 4a> o encai7e da modelagem e corta toda a quantidade de peças solicitadas.*or 2ltimo, o tecido cortado é levado Euntamente com a peça piloto para uma 4acção (empresade con4ecção1 que 4ica responsável por costurar todas as peças, colocar os aviamentos eetiquetas e reali>ar a limpe>a da peça (processo para cortar todos os 4ios de lin8a e resduos detecidos dei7ados pelo procedimento de costura1. <epois de todas essas etapas, as peças devestuário estão prontas para serem vendidas na Losé Avelino.

+sse arranEo de práticas que envolve atores 8bridos obEetos/materiais eindivduos/8umanos é uma das principais caractersticas da A" e demonstra que os e4eitosdessa rede de di4erentes atores são 4undamentais para que a rede atue e 4uncione. Caso nãoe7istisse a máquina de costura, ou a lin8a, não seria possvel costurar e consequentemente

con4eccionar as peças de vestuário. A roupa que re4lete as tend6ncias de moda pode ser considerada o obEeto mais importante para a e7ist6ncia da organi>ação "ua, mas esse obEetosH pode ser produ>ido a partir da mobili>ação de di4erentes atores na rede da moda. *ara aA", atores não38umanos são tão importantes ou em alguns casos até mais essenciais do queos 8umanos. As relaç5es que esses atores reali>am são o que propicia o 4uncionamento darede de práticas (A)", #$$$& AO, #$$1. *or isso não se deve separar em nic8osdi4erentes suEeito e obEeto, ou material e simbHlico na rede de práticas, pois os dois elementossão indissociáveis e interdependentes. suEeito não reali>a práticas sem o obEeto e vice versa.

Con4orme as observaç5es da pesquisadora, o processo de con4ecção 4oi entendidocomo baseado no con8ecimento tácito dos comerciantes& ou seEa, num tipo de con8ecimentosubEetivo e que muitas ve>es não precisa e nem pode ser e7plicado. Wuando os comercianteseram questionados sobre a con4ecção eles 4alavam de uma 4orma natural e bem resumida.*arecia que por ser um processo tão corriqueiro para eles, todas as pessoas tambémsoubessem claramente como se dava e eles não precisassem e7plicar detal8adamente.

Wuanto a isso, vale ressaltar que o con8ecimento subEetivo não pode ser tido como umentendimento apenas do 8umano, pois ele so4re inter4er6ncia também dos não38umanos.Aquilo que um indivduo con8ece sobre a prática de con4ecção, ou qualquer outra prática

observada no conte7to organi>acional da "ua Losé Avelino, não pode ser visto como umcon8ecimento apenas dele& pelo contrário, trata3se de um conEunto de elementosmateriali>ados ou não que se relacionam com os seres 8umanos, os quais contriburamtambém para a elaboração desse con8ecimento.

A moda também se evidencia na "rática de vender. @ários comerciantes contaram,no decorrer da pesquisa, que a grande maioria das roupas que eles vestiam eram as mesmasque eles vendiam, caracteri>ando a "rática de vestir as rou"as que esperam vender. scomerciantes relataram essa prática de 4orma consciente, pois a reali>am com um propHsito,ou seEa, escol8em as peças que irão usar com intuito de ser uma propaganda para venderemmais. Abordam também essa prática como um processo natural que virou rotina para eles. A

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roupa que veste o corpo do vendedor é um ator 4undamental para a reali>ação da prática devenda, con4orme o relato de campo a seguir pode ilustrarP

+u sempre uso as roupas que eu vendo e com certe>a isso aEuda muito nas vendas, porque muita gente pergunta se eu ten8o pra vender o vestido que estou usando. Vsve>es c8ega uma cliente aqui ai ela começa a ol8ar as peças e depois ol8a o meuvestido e pergunta se eu ten8o o modelo igual ou a mesma estampa, a eu digo quesim e ela acaba comprando (<iário de campo, #% de Eun8o de 0#J1.

Com re4er6ncia o conceito de atour (00=1 de envelope, percebemosque roupa

4unciona como um envelope do corpo, que permite que o suEeito participe das práticas erelaç5es sociais. As roupas, nesse caso, 4uncionam como um envoltHrio que cobre o corpo doscomerciantes da "ua Losé Avelino, mas esses obEetos são também atores que participam dasredes 8eterog6neas de práticas da "ua e que neste caso espec4ico desempen8a outras 4unç5es.As roupas dos comerciantes da "ua Losé Avelino envolvem seus corpos não apenas quandoeles as vestem da maneira convencional. s vendedores ambulantes que não t6m barraca ee7p5em seus produtos em lonas no c8ão podem ter que colocar as peças penduradas nos

 braços quando não 8á mais nem o espaço do c8ão das calçadas para disputar com osconcorrentes.

 No ambiente da "ua Losé Avelino, comerciantes envolvem o corpo com roupas queestão na moda e ilustrem as tend6ncias que eles estão comunicando aos seus clientes. Aoescol8erem suas vestimentas, eles não optam apenas pelo con4orto e 4uncionalidade dos traEesde trabal8o, mas também se vestem com as peças que vendem para 4acilitar os processos deidenti4icação por parte do cliente. 9denti4icação esta que carrega tanto o sentido derecon8ecimento da peça quanto o de empatia com o vendedor. Ao vestir a roupa que deseEavender, o corpo do vendedor se trans4orma em suporte para que a prática de vender seconcreti>e. Ao mesmo tempo, en4ati>a sua subEetividade porque ao vestir a roupa suascaractersticas pessoais, seu estilo e seu porte a trans4ormam em outra coisa& ou seEa,

con4erem signi4icados simbHlicos roupa enquanto obEeto. Con4orme Eá discutido no itemanterior, o comerciante enquanto ator na rede da moda que constitui a organi>ação "ua LoséAvelino torna3se um 8ibrido (A)", 00$1, quase obEeto ou quase suEeito.

Ao e7porem no prHprio corpo as peças que buscam vender, os comerciantes secolocam na posição de obEetos que subsidiam outra prática intermediária entre a prática devender e a prática de comprar, qual seEaP a prática de ler. A "rática de ler, acontece quando o4requentador camin8a pelos #o$es ol8ando os produtos e elaborando os usos que os obEetos demoda o4ertados podem ter para si. Wuando observa e 4a> a leitura do produto de vestuário, o4requentador está adentrando nas ideias do designer , estilista, ou do indivduo que criou a

 peça e mesmo daquele que escol8eu vesti3la para comunicar algo. criador, reali>ando sua prática de criação da roupa, é responsável pelo e4eito provocado na prática de leitura do

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consumidor. comerciante que veste a peça no intuito de divulgá3la é, ao mesmo tempo,leitor e co3criador da leitura, operando novamente um trabal8o de redesign (A)", 00=1.

A partir do momento que o 4requentador compra o obEeto de vestimenta, reali>ando a"rática de com"rar, as ideias dos autores passaram a se misturar com as suas prHprias ideias.+mbora a prática de comprar seEa in4luenciada pela prática de vender, que por sua ve> estásuEeita prática de seguir tend6ncias, a leitura do 4requentador orientará sua maneira deinteragir com a rede da moda através da aquisição de uma peça. As tend6ncias são impostas,mas o consumidor escol8e se vai aderir tend6ncia ou não. Aqueles que aderem podem usar aroupa e7atamente como 4oi determinado, ou podem 4a>er alteraç5es de acordo com seu gosto

 pessoal.

A prática de comprar envolve a troca de din8eiro por algum produto ou serviço, mas

não é sH isso. A moda 4ornece um caráter durável para as práticas da "ua Losé Avelino, masalgumas práticas desse espaço são 4ormadas principalmente por atores que não são materiais,o que 4ornece prática, caractersticas da translação, que signi4ica a transição, a 4alta decontrole, a mudança rápida e a aus6ncia de certe>a sobre o que de 4ato pode acontecer em tal

 prática. )m e7emplo é a decisão de compra dos consumidores da "ua. No momento da prática da compra e7istem vários atores que in4luenciam, como o design  do produto, astend6ncias de moda, a modelagem, o acabamento e e7istem outros atores que não podem ser vistos, mas que são e7tremamente importantes e que podem ser decisivos. No caso domomento da compra, o cliente Eá tem o produto sua disposição para sua avaliação, o valor ea 4orma de pagamento. que vai 4a>er com que ele decida se vai realmente reali>ar a compraou não, são os seus pensamentos, deseEos e necessidades, atores imateriais importantes edecisHrios que Eusti4icam o conceito de translação, 8aEa vista que são atores que ocomerciante, por e7emplo, não pode controlar para 4a>er com que sua cliente compre mais e atranslação mostra e7atamente isso, a 4alta de controle e 8eterogeneidade da prática.

Concluso

+ste artigo procurou compreender como a moda se constitui enquanto elementoestruturante de processos organi>acionais. A pesquisa etnográ4ica reali>ada na "ua LoséAvelino, 4undamentada na perspectiva epistemolHgica pHs38umanista da A", permitiuentender como a moda é o centro de práticas organi>acionais que constituem a organi>ação"ua Losé Avelino. A moda 4oi entendida no presente trabal8o, como ator que orienta e dásentido s práticas organi>acionais da "ua Losé Avelino. U porque a moda torna recorrente erelativamente estáveis as "ráticas de seguir tend*ncias+ con%eccionar "eças+ vender e

com"rar que a "ua Losé Avelino, com sua 4eira, com seus galp5es e  s%oppings, se torna umaorgani>ação.

<e4endemos aqui a ideia de que a organi>ação "ua não é a soma dessas organi>aç5es D os #o$es da 4eira, dos galp5es e dos s%oppings D, tampouco o espaço que os re2ne. A "ua emsi é uma organi>ação ou, para usar a linguagem prHpria A", a Losé Avelino também é um

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ator que participa das redes 8eterog6neas presentes nos espaços da "ua, a qual também écaracteri>ada como rede. A investigação permitiu analisar as práticas organi>acionaisestruturadas ao redor da moda como um processo em constante de4inição. As peculiaridadesda "ua Losé Avelino, quais seEam, seu 8orário de 4uncionamento e o caráter mHvel dos

elementos materiais que respondem pela estrutura organi>acional (os #o$es, o corpo dosvendedores1, evidenciam como a organi>ação é 4ormada por elementos temporariamenteassociados numa rede 8eterog6nea.

A organi>ação pode desaparecer quando esses elementos estão ausentes ou ocultos, nosdias e 8orários em que a 4eira não mobili>a sua participação, mas a rede continua a e7istir e adei7ar os rastros que permitiram a análise das práticas da moda neste artigo. *or meio daA", 4oi possvel seguir esses rastros, enquanto metodologia de pesquisa. ambém 4oi

 possvel entend63los para além da dicotomia organi>ação/desorgani>ação, que não serve parade4inir a Losé Avelino, pois a percepção da desorgani>ação sobressai na e7peri6ncia da 4eira&

 Eustamente no momento em que as práticas organi>acionais são mais coesas e uni4ormementedesempen8adas pelos atores 8umanos (comerciantes, 4requentadores e consumidores1, não

8umanos (#o$es  e roupas, para resumir um n2mero maior de elementos materiais esimbHlicos1 e 8bridos (os comerciantes que vestem as roupas que procuram vender e setornam suEeitos/obEetos da prática de vender1 envolvidos na organi>ação "ua.

artigo contribui com da A" nos +s brasileiros primeiramente por operacionali>ar no campo emprico uma postura que vem se desenvolvendo com mais vigor no Qmbito dateoria do que na pesquisa (para apro4undar a questão, ver <+ CAM99 e ANN+,0##1. As di4iculdades em Rdescrever, estar atento ao estado concreto das coisas, encontrar amaneira adequada de avaliar uma dada situaçãoS 4oram apontadas por atour (00J1 evivenciadas por outros pesquisadores que optaram pela A" como método e/ou lenteanaltica. Neste trabal8o, situamos a moda como elemento que orienta práticas diversasenvolvendo atores 8umanos e não 8umanos. +ssas práticas, por sua ve>, asseguram ae7ist6ncia de uma organi>ação, qual seEa a "ua Losé Avelino, que se tornou estável nasviv6ncias da 4eira, mas que permanece 4luda e até mesmo 4ugidia, quando a 4eira não estáacontecendo. Nesta análise 4undamentada pela A", esperamos ter contribudo para acorrente epistemolHgica que compreende a organi>ação enquanto processo, em oposição ideia de que as organi>aç5es são entidades 4i7as e estáveis, ao tentar compreender aorgani>ação a partir da perspectiva das práticas (C;A'9, #$$F1.

Além das peculiaridades que Eá mencionamos a respeito do 4uncionamento da 4eira, ocaráter de potencia da organi>ação D ou seEa, de algo que se reali>a na prática, no processo ouno enactment  (<+ CAM99 e ANN+, 0#F1 D também está relacionado moda emsi, que não pode ser conceituada, nem relacionada de maneira estável a obEetos e práticas

 porque é um ator que se trans4orma em muitos e trans4orma muitos outros atores em m2ltiplasredes. Galamos aqui na moda com rede, mas recon8ecemos como limitação deste estudo o4ato de que acompan8ar os rastros da moda na "ua Losé Avelino nos levaram a simpli4icar ousequer mencionar processos que transcendem o arranEo que pudemos ver e rastrear nessa

 pesquisa. As práticas de design das peças, de 4ormulação de conceitos de moda e de criação, oestabelecimento e divulgação das tend6ncias estão muito além das reapropriaç5es que osatores reali>am na Losé Avelino, pela via do redesign. +studos 4uturos que e7plorem o

 potencial da moda enquanto arranEo de práticas a partir de outras perspectivas empricas podem preenc8er as limitaç5es deste estudo.

Re%er*ncias ,i-liográ%icas

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ão eopoldoP )N99N, 0##.AN, M. C.& 9@A, +. . da& 9@A, L. !. da. <inQmica socioeconImica e a 4ormaçãode territHrios no centro de Gortale>a3C+P o beco da poeira e a 4eira da é. Revista 8eográ%icada América Central, Costa "ica, N2mero especial +-A, p. #3#:, Eul. 0##.

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7/26/2019 Vanessa AnaSilvia Submissao(3)

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