Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Uso de antibióticos na terapêutica periodontal
Orlando Cavezzi Junior ( [email protected] ) - Cirurgião Dentista
Este trabalho apresenta uma revisão a respeito do uso de antibióticos como valiosos auxiliares no tratamento periodontal, enfocando principais microorganismos envolvidos no processo das enfermidades periodontais e o correto conhecimento destas drogas para uso no tratamento periodontal. O autor conclui que estas drogas devem ser utilizadas somente em casos específicos, mas os procedimentos básicos como a raspagem e alisamento radicular continuam sendo técnicas de escolha na maioria dos casos que se apresentam.
Introdução
O termo “doença periodontal” traduz uma série de condições patológicas que acometem as
estruturas do periodonto de proteção e ou sustentação. Estas patologias variam conforme a
agressão microbiana frente à resistência do hospedeiro, variando de indivíduo para indivíduo. A
placa bacteriana é universalmente aceita como fator etiológico da doença periodontal, sendo
esta passível de controle, podendo-se prevenir ou paralisar o processo da doença.58
Como a
doença periodontal está envolvida com um complexo bacteriano, diferentes bactérias têm sido
associadas ao estado de saúde periodontal, gengivite e diversos tipos de periodontites.
Os patógenos periodontais são diminuídos através dos meios convencionais dentro da
terapêutica periodontal. Como a instrumentação periodontal é um procedimento tecnicamente
difícil de ser realizado, com o objetivo de conseguir controlar patógenos de bolsas periodontais
profundas, aliado a certas situações em que ocorrem invasões bacterianas nos tecidos, os
acidentes anatômicos, que envolvem as raízes dos elementos dentários dificultam ainda mais
as manobras convencionais. Diante desses fatos, a terapêutica periodontal convencional pode
falhar na redução ou erradicação dos periopatógenos. A terapêutica periodontal convencional
coadjuvada pelos antimicrobianos tem demonstrado eficiência na diminuição de certas
enfermidades periodontais, levando a uma melhoria nos parâmetros clínicos e microbiologicos,
objetivando a supressão ou erradicação das bactérias periopatogênicas.
Bactérias implicadas na doença periodontal
É difícil responsabilizar patógenos específicos para a destruição do periodonto, visto existirem
mais de 300 a 400 espécies encontradas na placa bacteriana.17
As patologias periodontais
observadas não são resultado de uma única bactéria, mas sim de uma associação bacteriana
complexa. Certas bactérias são difíceis de cultivo, de mantê-las vivas e, quando sobrevivem,
apresentam problemas de taxonomia.17
Nos casos de gengivite, a flora supragengival é muito abundante86
. No curso das periodontites,
as taxas elevadas de certas espécies fazem que elas sejam consideradas como patógenos
potências 55
O Actinobacillus actinomycetemcomitans é considerado por muitos pesquisadores o agente
etiológico da periodontite juvenil localizada. Em muitas das investigações há uma proporção
substancial de pacientes com outros tipos de periodontites que albergam este patógeno em
sítios doentes. Casos de periodontite refratária de adulto e em outras formas de doença
periodontal como: periodontites de evolução precoce, periodontites associadas ao vírus da
A.I.D.S., periodontites em diabéticos e nas periimplantites.1
O Actinobacillus actinomycetemcomitans pode ter uma particularidade de bactéria
“clandestina” por ter habilidade em invadir os tecidos periodontais.81,85
A leucotoxina, principal
fator de virulência, eliminada pelo Actinobacillus actinomycetemcomitans, leva à morte os
leucócitos polimorfonucleares. 83
A Porphyromonas gingivalis é um importante microorganismo associado às formas severas de
periodontite de adulto e nas periodontites de evolução precoce.82
O fator de virulência deste anaeróbio estrito é a gengivaína uma enzima do tipo tripsina, que
pode ser detectada “in situ” com ajuda de uma reação enzima substrato (BANA) 8,55
A espécie Prevotella intermedía é um outro microrganismo anaeróbio estrito que contém pelo
menos 2 genótipos e sorotipos; 65
Um genótipo/sorotipo pode estar associado a vários tipos de
gengivites e o outro estar associado a periodontites.
A progressão da doença periodontal se dará quando forem encontrados certos patógenos
periodontais, como os já citados, em taxas elevadas.49
Actinobacillus actinomycetemcomitans
(Aa 0,01%), Porphyromonas gingivalis (Pg 0,1%) e Prevotella intermedía (Pi 2,5%).
Limitar-se a estes três patógenos seria um erro muito grande pois microrganismos como:
Bacteroides forsythus, Capnocytophaga sp, Eikenella corrodens, Wolinella recta,
Peptostreptococcus micros, Comphylobacter rectus, algumas espécies de Fusobacterium,
algumas espécies de Treponema, e outras bactérias da cavidade bucal também podem
funcionar como patógenos potências da doença periodontal.
SLOTS et al.,84
detectaram em bolsas periodontais de pacientes portadores de periodontite
severa de adulto, pseudomonas, bastonetes entéricos e espécies de Candida, em especial
naqueles pacientes, nos quaís a instrumentação periodontal convencional e a antibioticoterapia
falharam. A flora bacteriana que predomina no estado de saúde dos tecidos do periodonto são:
cocos Gram positivos imóveis, enquanto que, na doença periodontal, esta flora é composta de
microorganismos, principalmente anaeróbios, bastonetes, gram negativos e com motilidade46
.
Acredita-se que bastonetes anaeróbios gram negativos, bastonetes móveis e espiroquetas são
os principais patógenos periodontais88
Estas diferenças no perfil bacteriano entre saúde e doença periodontal levam a credito a
hipótese de especificidade de placa.56
O papel dos antibióticos frente à doença periodontal
O efeito quimioterapêutico pode ser julgado pela relação da concentração mínima inibitória
(C.M.I.) do patógeno, pela concentração da droga alcançada in vivo. Há convicção de que a
concentração local no sítio infectado pode amplamente diferir dos níveis sangüíneos.
Para que um antibiótico seja efetivo no tratamento periodontal, deve penetrar bem no fluido
gengival e atingir altas concentrações daquela concentração mínima inibitória do suspeito
patógeno.26
Tetraciclinas :
Dentro da literatura, as tetraciclinas são antibióticos que mais foram avaliados, principalmente
pela capacidade de interagir com os tecidos dentários. As tetraciclinas atingem níveis no fluido
gengival maiores que os níveis sangüíneos.26
A concentração no fluido gengival de
tetraciclina e, doxiciclina, derivado da tetraciclina, de 2-4 vezes maior que no sangue,
enquanto, a minociclina, um outro derivado da tetraciclina, atinge níveis no fluido gengival 5
vezes maior que a níveis plasmáticos.26
A possível explicação para este fato: as tetraciclinas
podem fixar-se nas superfícies radiculares e, quando liberadas, continuam biologicamente
ativas. Esta propriedade ajuda a criar um reservatório de substâncias ativas e estas não são
facilmente levadas das bolsas periodontais pelo fluxo do fluido gengival.4,7
A maior parte dos patógenos periodontais isolados são mais susceptíveis in vitro à minociclina
e à doxiciclina do que a tetraciclina_HCL, incluindo Prevotella intermedía, Porphyromonas
gingivalis e Actinobacillus actinomycetemcomitans. 26
Segundo GOULUB et al.,22,23
a tetraciclina inibe a atividade colagenolítica nos tecidos do
periodonto até mesmo durante o processo de reabsorção óssea, com a inibição da
colagênase, facilita a reparação do tecido conectivo e clinicamente é traduzido em aumento da
resistência à sondagem
A função dos antibióticos tem sido bem demonstrado com a utilização das tetraciclinas na
periodontite juvenil localizada.13,14,15,19,20,38,45,67
Uma grande maioria de estudos tem
demonstrado que a raspagem e alisamento radiculares por si só foram ineficientes para
eliminar o Actinobacillus actinomycetemcomitans e, coadjuvada com a tetraciclina e controles
periódicos, indicam uma meticulosa terapia mecânica.
A literatura também revela estudos14,67
que, usando-se somente o antibiótico no tratamento da
periodontite juvenil localizada, obtiveram sucesso quanto aos parâmetros clínicos, com
significativo ganho de inserção clínica, quando avaliados depois de 12 meses. O uso de
antibiótico, coadjuvado com procedimentos periodontais mecânicos, parece ser totalmente
prognosticável para o tratamento da periodontite juvenil localizada. Ao contrário, na periodontite
juvenil generalizada esta terapêutica não responde bem ao tratamento, necessitando de outros
antibióticos baseados na natureza da flora patogênica.28
Caso haja recorrência do Actinobacillus actinomycetemcomitans depois do tratamento com
tetraciclina, GORDON, WALKER 26
sugerem a possibilidade de: 1- Os microrganismos dos
sítios não instrumentados podem atingir os sítios instrumentados 2- houve insuficiente duração
com o tratamento com antibiótico ou 3 - cepas de Actinobacillus actinomycetemcomitans
resistentes a tetraciclinas estavam presentes. A fim de amenizar o primeiro e segundo itens,
preconizam o uso da tetraciclina por um período mínimo de duas semanas e todos os sítios
profundos devem ser tratados cirurgicamente, enquanto os sítios rasos devem receber
raspagem e alisamento radicular durante a cobertura do antibiótico.
Geralmente é aceito o tratamento periodontal convencional através de raspagem e alisamento
radicular e procedimento cirúrgicos, seguidos de manutenção periodontal são efetivos no
tratamento de pacientes portadores de típica periodontite de adulto.
Segundo LISTGARTEN et al. 31,47
o tratamento com tetraciclinas neste tipo de periodontite não
promove benefícios clínicos nem tão pouco microbiológicos. As tetraciclinas têm apresentado
sucesso em pacientes portadores deste tipo de patologia quando, através do tratamento
convencional, não se obtém resposta onde é possível encontrar cepas de Actinobacillus
actinomycetemcomitans associada à periodontite de adulto.30,73,74
e também, em pacientes
portadores de periodontite de rápida progressão.68
Alguns derivados da tetraciclina como minociclina e a doxiciclina oferecem maiores vantagens
à tetraciclina-HCL. Uma destas vantagens é terem uma meia vida prolongada e serem
excretadas através da urina lentamente em relação à tetraciclina_HCL. Podem ser prescritas
em doses baixas e menos freqüentes. A absorção destes derivados de tetraciclinas não sofrem
inibição dos alimentos, assim não são necessárias instruções especificas ao paciente em
relação à alimentação. A doxiciclina também produz menos efeito colaterais gastrointestinais e
menor efeito sobre a flora intestinal 32,40
A tetraciclina como outros antibióticos podem reduzir a
eficácia dos contraceptivos orais.77
As tetraciclinas podem provocar reações adversas como: náuseas, dores epigástricas,
distensão abdominal, vômitos, diarréia, descoloração de dentes, em crianças, durante seu
desenvolvimento, disfunção hepática durante gravidez, fotosensibilidade, depressão de
atividade protrombina sérica em pacientes com terapia anticoagulante e, em mães que
amamentam, a tetraciclina é excretada através do leite materno.
Clindamicina
A presença de patógenos, implicados na doença periodontal, resistentes às tetraciclinas tem
sido relatada por muitos autores dentro da literatura.39,98,100,102,103
A clindamicina é um potente antibiótico que penetra bem no fluido gengival99
e, com dados
baseados no teste susceptibilidade in vitro, é eficaz contra a maioria dos patógenos
periodontais com exceção feita ao Actinobacillus actinomycetemcomitans e Eikenella
corrodens.99
Na literatura, encontram-se estudos que apontam a clindamicina como eficaz no
tratamento de pacientes portadores de periodontite refratária de adulto, associada ao teste de
susceptibilidade da flora subgengival a esta droga
24,25,101 e na história médica do paciente.
A Clindamicina atinge a flora gram negativa caracterizada pela presença de Bacteroides negro
pigmentados como é o caso da Prevotella intermedía, Porphyromonas gingivalis
Bacteroides forsythus, espécies de Fusobacterium e outras bactérias anaeróbicas gram
negativas.
Clostridium difficile associado à colite pseudomenbranosa pode, ocasionalmente, aparecer
depois da terapia com antibióticos de largo espectro, especialmente com a clindamicina,
ampicilina e cefalosporina. 5,6,21
Esta infeção está associada com diarréia, febre, leucocitose e
cólicas abdominais. Em estudo, treze pacientes portadores de periodontite refratária, tratados
com clindamicina durante 7 dias, GORDON et al. 24
reportaram colite pseudomenbranosa. em
um dos pacientes. Esta doença potencialmente fatal foi tratada com vancomicina via oral com
muito sucesso. Esta droga pode provocar reações adversas como: diarréia, irritação do
esôfago e estômago, aumenta o efeito de bloqueadores neuromusculares e pode provocar
hipersensibilidade cruzada com aspirina.
Penicilinas
As penicilinas são ativas contra muitos patógenos periodontais in vitro, especialmente a
amoxicilina e ampicilina89,100,102
, com exceção ao Actinobacillus actinomycetemcomitans 79
As penicilinas, usadas como coadjuvantes no tratamento periodontal convencional como a
amoxicilina, que penetra no fluido gengival a níveis comparados aos do plasma43
, ou a
ampicilina, levam pouca vantagem em relação ao debridamento mecânico sozinho devido a
presença de patógenos resistentes às penicilinas. Muitos destes patógenos produzem beta-
lactamases.36,93
As beta-lactamases são enzimas que podem ser produzidas nas bolsas periodontais por
patógenos específicos ou por acompanharem microorganismos na flora subgengival. KINDER
et al.36
demonstraram que as beta-lactamases podem somente ser produzidas por uma
pequena porcentagem da flora subgengival, uma vez que, liberadas para o fluido gengival, irão
destruir compostos susceptíveis à penicilina tal como penicilina V, a ampicilina e a amoxicilina.
Sendo assim, as beta-lactamases produzidas por estes microorganismos irão proteger outros
microorganismos da flora subgengival que são susceptíveis in vitro e que teriam sido
eliminados pela droga. A incidência de beta-lactamases é alta em bolsas periodontais
profundas; o uso coadjuvante no tratamento periodontal como as penicilinas, as amoxicilinas e
as ampicilinas terá pouco benefício.
Logo, o maior inconveniente das penicilinas é sua eventual degradação pelas beta-lactamases
produzidas por certos patógenos como Eikenella corrodens41
Capnocytophaga ochracea75
e os
bacilos gram negativos anaeróbios estritos2,66,92
Uma forma de superar a ação das beta-lactamases é associar uma substância inibidora desta
enzima tal como o ácido clavulânico ou sulbactam com a penicilina. Esta combinação é o
CLAVULIN ( amoxicilina - clavulanato de potássio). O ácido clavulânico é uma substância
produzida pela fermentação do Streptomyces clavuligerus e possui a propriedade de inativar de
modo irreversível as enzimas beta-lactamases, permitindo desta forma que os
microorganismos se tornem sensíveis à rápida ação da amoxicilina.
O ácido clavulânico é um beta-lactâmico, estruturalmente relacionado às penicilinas, que
possui a capacidade de inativar uma gama de enzimas beta-lactamases comumente
encontradas em microorganismos resistentes às penicilinas e às cefalosporinas. Tem boa
atividade contra o plasmídeo mediador das beta-lactamases clinicamente importante, pois são
freqüentemente responsáveis pela resistência à droga.
A associação de amoxicilina - clavulanato de potássio tem sido usado com êxito no tratamento
da periodontite refratária de adulto, associada a uma flora subgengival predominantemente
gram positiva 58,97
A resistência a penicilinas, demonstrada por muitos Actinobacillus actinomycetemcomitans,
inclui também a associação de amoxicilina - clavulanato de potássio, fazendo desta
associação uma escolha ineficiente no tratamento do Actinobacillus actinomycetemcomitans
associado à doença periodontal.79,82
As penicilinas são drogas amplamente estudadas que provocam reação de hipersensibilidade
em 2 a 5 % dos pacientes, levam a reação de anafilaxia com resultados de morte, distúrbios
gastrointestinais tal como: náuseas, vômitos, diarréia, gastrites etc.
Metronidazol Droga, desenvolvida primeiramente para ser um agente anti-tricomona sistêmico, é um
composto sintético nitroimidazol com ampla atividade, in vitro, contra microorganismos
anaeróbicos.26
e possuindo ação antiinflamatória 91
SHINN 78
, e mais tarde TALLY et al. 90
descobriram o potencial do uso do metronidazol contra
infecções anaeróbicas. O metronidazol é um composto muito eficaz contra as bactérias
anaeróbias, tornando-o distinto dos demais antibióticos, pois não apresenta efeito sobre
bactérias aeróbias.62
A concentração obtida com essa droga em nível de fluido gengival é igual
àquela obtida no plasma, mas não demonstrando concentrações iguais às das tetraciclinas9
O metronidazol sofre metabolismo no fígado, formando cinco metabólitos dos quais os dois
mais importantes são o ácido metabólito e o hidroximetabólito. O hidroximetabólito é o que
apresenta maior importância clínica, pois tem atividade antimicrobiana18
Capnocytophaga, Eikenella corrodens, Actinobacillus actinomycetemcomitans, são bactérias
anaeróbias facultativas que demonstraram baixa susceptibilidade ao metronidazol in vitro, e o
hidroximetabólito do metronidazol pode aumentar, in vivo, a eficácia clínica desta droga contra
as bactérias anaeróbias facultativas33
O Fusobacterium nucleatum pode metabolicamente consumir ou inativar o metronidazol e, por
esse meio, proteger outros microrganismos da flora subgengival 42
O metronidazol pode
também não afetar cepas de Peptostreptococcus micros 12
Estudos34,35,44,51,52,57,87
demonstraram benefícios clínicos proporcionados pelo metronidazol
quando usado em pacientes portadores de periodontite de adulto, especialmente quando a
flora anaeróbica é conhecida e predominante. Quando administrado a pacientes sem
evidências de infecção anaeróbia são insignificantes16
LOESCHE et al. 53,54
demonstraram que o uso do metronidazol reduziu as necessidades de
intervenção cirúrgica em pacientes portadores de periodontite avançada com flora subgengival
apresentando 20% ou mais espiroquetas.
A eficácia do metronidazol na GUNA pode estar associada com significativa redução em
espiroquetas48
e em Prevotella intermedía.50
Segundo alguns estudos,29,57
o emprego do metronidazol também se mostrou eficaz, pelos
resultados obtidos, na doença periodontal refratária.
Considerando o metronidazol como um coadjuvante no tratamento de pacientes portadores de
periodontite de adulto, é importante perceber o limitado espectro da atividade deste antibiótico.
É efetivo contra bactérias anaeróbias estritas como os Bacteroides e espiroquetas, mas não é
geralmente efetivo contra patógenos periodontais facultativos como Eikenella corrodens e
Actinobacillus actinomycetemcomitans. É importante restringir o uso deste antibiótico para
tratamento em pacientes com a flora bacteriana susceptível conhecida. O uso deste agente em
pacientes com patógenos normalmente resistentes ao metronidazol pode, potencialmente,
exacerbar a doença. A ingestão de álcool durante o período de uso do metronidazol pode
originar severas cólicas, náuseas e vômitos,59
sendo necessário a suspensão da ingestão de
álcool durante a terapia com metronidazol.
Em indivíduos, que fazem uso de anticoagulantes, a interação com metronidazol prolonga o
tempo de protrombina 59
É necessário uma rigorosa anamnese e instruções específicas para
evitar a interação do metronidazol com outras substâncias. O metronidazol pode causar efeitos
colaterais como: desconforto gastrointestinal, diarréia, náusea, perda do apetite, gosto
metálico, urticária e alteração de cor da urina 59,60,61
O desconforto gastrointestinal pode ser
amenizado se a medicação for ingerida com as refeições.
Efeitos raros sobre o sistema nervoso incluem vertigem, dor de cabeça e com altas doses (4
g/dia), ocorre neuropatia periférica 59
Algumas alterações hematológicas como a leucopenia,
as discrasias sangüíneas são relatadas na literatura; todavia há necessidade de monitoramento
sangüíneo em casos de utilização do metronidazol por longo período.
Geralmente a utilização do metronidazol, dentro da periodontia, como coadjuvante no
tratamento periodontal, é, por período de curta duração de tempo, bem tolerado.
Eritromicina
Pertence à classe dos macrolídeos, penetra no fluido gengival em concentrações muito baixas
69 e, aos níveis que se apresenta nas bolsas periodontais, a maioria das bactérias
periopatogênicas não é susceptível, especialmente Actinobacillus actinomycetemcomitans,
Eikenella corrodens, Fusobacterium nucleatum, Selenomonas sputigena e um número
significativo Bacteroides negro pigmentados.69
Baseados em dados da susceptibilidade in vitro,
seria improvável que a eritromicina fosse efetiva como coadjuvante no tratamento periodontal,
exceto em circunstâncias muito limitadas.26
As eritromicinas podem levar a reações como: náuseas, vômitos, diarréia, hipersensibilidade e
provocar icterícia em pacientes com disfunção hepática
Espiramicina
É pertencente à classe dos macrolídeos e tem uma vantagem além dos outros antibióticos
pertencentes a essa classe, em que alta concentração desta droga atinge vários órgãos e
tecidos e persiste por um prolongado período de tempo até mesmo quando a concentração do
nível plasmático cai. Testes de susceptibilidade demonstram que vários microorganismos da
flora subgengival são resistentes a esta droga 3
Quinolones
Nos últimos anos vem crescendo o interesse para o uso dos quinolones. São drogas
sinteticamente produzidas e não são antibióticos verdadeiros, pois não são produtos de
microrganismos. O ciprofloxacin é um quinolone, possui amplo espectro exibindo atividade
contra uma variedade de bactérias facultativas, bactérias gram negativas e gram positivas.76
Esta droga é particularmente útil no tratamento de infeções envolvendo Enterobacteriaceae e
Pseudomonadacae
RAMS et al. 82
usaram ciprofoxacin para eliminar bastonetes entéricos de pacientes portadores
de periodontite de adulto. A posologia usada foi de 500mg duas vezes ao dia por 10 dias.
Estes bastonetes entéricos são resistentes comumente a quase maioria dos antibióticos
usados.80
Uma outra geração de quinolones, a ofloxacin tem recebido investigações para uso na terapia
periodontal63,104
Estas drogas podem provocar reações como: náuseas, fotosensibilidade e podem aumentar o
efeito da cafeína e anticoagulantes.
Dentro da literatura encontram-se relatos da combinação do ciprofloxacin e alguns antibióticos
como: penicilinas, clindamicina, e metronidazol96
Associação de antibióticos destinados ao tratamento da doença periodontal
Segundo GORDON, WALKER 26
, a associação mais promissora no estado atual do uso de
antibióticos como coadjuvante do tratamento periodontal é o metronidazol e a amoxicilina.
Esta combinação foi proposta como um regime para eliminação do Actinobacillus
actinomycetemcomitans. Existem na literatura relatos da combinação destes dois compostos
associados para tratamento de doenças periodontais como: periodontite juvenil localizada,
periodontite de rápida progressão, com posologia de 250mg de metronidazol e 375 mg de
amoxicilina cada 3 vezes ao dia por um período de 7 dias.15,94,95
Estes estudos relataram que os pacientes haviam sido tratados anteriormente com
tetraciclinas, mas sem êxito.
GOENÉ et al.27
, usando a associação de metronidazol e amoxicilina, trataram de quatro
pacientes portadores de periodontite avançada de adulto, infectados com o Actinobacillus
actinomycetemcomitans e foi um sucesso na eliminação deste patógeno por pelo menos um
período superior a um ano.
Estes quatro pacientes já tinham sido tratados anteriormente sem sucesso com minociclina.27
O sucesso desta combinação chega a surpreender, pois o Actinobacillus
actinomycetemcomitans é resistente tanto ao metronidazol como às penicilinas baseados em
estudos de susceptibilidade in vitro. Esta combinação que pode representar uma associação de
compostos de amplo espectro, de um lado, o metronidazol inibindo bactérias anaeróbias e, do
outro, a amoxicilina inibindo bactérias facultativas e bactérias aeróbicas.
Foi demonstrado que existe um efeito sinérgico entre o metronidazol ,a amoxicilina e o
hidroximetabólito do metronidazol contra o Actinobacillus actinomycetemcomitans70,71
Esta combinação37
pode ter muito valor em outras doenças periodontais ao lado da
periodontite juvenil localizada e periodontite de rápida progressão, que estão associadas com o
Actinobacillus actinomycetemcomitans, caso das doenças periodontais associadas ao vírus
HIV.64
A combinação de metronidazol e ciprofloxacin foi estuda por RAMS et al.72
numa posologia
500mg cada 2 vezes ao dia, por 8 dias, em 17 pacientes com periodontite recorrente de adulto,
nos quais os resultados obtidos melhoraram os parâmetros clínicos e microbiológicos sem
atividade da doença de 6 a 18 meses após tratamento. Estes achados também podem ter um
grande valor no uso desta combinação dentro da terapêutica periodontal, necessitando, porem
de mais estudos a respeito
Uma outra combinação é o metronidazol e a espiramicina. A concentração mínima inibitória
desta combinação é mais impressionante do que cada agente sozinho.11
Num estudo 10
de pacientes portadores de periodontite de adulto, os parâmetros clínicos e
microbiológicos tiveram uma expressiva melhora no grupo tratado com esta combinação,
associados à raspagem e alisamento radicular com diminuição dos níveis de espiroquetas e
um ganho grande de inserção, sendo observado uma alta incidência de diarréia no grupo
tratado com esta combinação.
O uso da combinação de antibióticos é uma realidade, sua utilização apropriada depende do
exato conhecimento de suas ações, limitações e indicações Conclusão
Diante da literatura pesquisada conclui-se que:
· A raspagem e alisamento radicular em combinação com procedimentos cirúrgicos
periodontais constituem a base para a terapia periodontal, solucionando, por si só, a
maioria dos casos que se apresentam.
· A importância do conhecimento a respeito das bactérias envolvidas no processo
da doença periodontal, a determinação de um diagnóstico precoce e a classificação
de indivíduos, que devam ser de risco, têm como objetivo determinar a possibilidade
de atuação mais concreta.
· Em toda prescrição com antibióticos deve ser considerada a historia médica do
paciente, bem como avaliação da saúde geral, o potencial dos efeitos colaterais da
droga, a possibilidade de interação medicamentosa e deve ser monitorado pelo
profissional durante e após a terapêutica antibiótica na observância de efeitos
adversos, sendo muito importante nos casos de associações de antibióticos.
· Em pacientes, que não responderam bem ao tratamento periodontal convencional,
é extremamente recomendado uma análise de cultura para selecionar o antibiótico
apropriado; isto pode ser determinado por identificação e teste de susceptibilidade
da flora bacteriana subgengival.
· As tetraciclinas são indicadas para tratamento da periodontite juvenil localizada e
podem também trazer benefícios em outras doenças periodontais em que está
presente o Actinobacillus actinomycetemcomitans, como a periodontite de rápida
progressão.
· Pacientes de risco à endocardite bacteriana e portadores de doença periodontal
devem receber prévia profilaxia antibiótica convencional com as tetraciclinas, no
caso destes pacientes albergarem o Actinobacillus actinomycetemcomitans . Caso o
paciente não tolere as tetraciclinas, possua Actinobacillus actinomycetemcomitans
resistente às tetraciclinas ou que foram tratados com as tetraciclinas mas sem
sucesso, pode-se lançar mão de um outro regime alternativo, a associação do
metronidazol 250mg e amoxicilina 500mg, 3 vezes ao dia por um período mínimo de
8 dias.
· Em pacientes portadores de típica periodontite de adulto: o tratamento periodontal
convencional, através de raspagem e alisamento radicular e procedimentos
cirúrgicos é efetivo. O tratamento antibiótico nestas periodontites não traz
benefícios, exceto nos casos de periodontite de adulto em fase de moderada à
avançada, em bolsas profundas que o metronidazol tem grandes possibilidades de
melhorar os parâmetros clínicos e microbiológicos.
· Até o presente, existem poucas investigações a respeito da combinação do
metronidazol e amoxicilina ou clavulin (amoxicilina + clavulanato de potássio) e
metronidazol. Estudos são necessários para verificar a eficácia destas combinações
em relação à tetraciclina na eliminação do Actinobacillus actinomycetemcomitans.
Nem sempre as tetraciclinas são eficientes para a eliminação deste patógeno e, até
que se comprove esta combinação, as tetraciclinas continuam sendo a droga de
eleição no tratamento do Actinobacillus actinomycetemcomitans associado à
doença periodontal.
Agradecimento
O autor agradece o empenho e dedicação do Professor Nelson Giannechini Serrano no trabalho de
correção.
Referências Bibliográficas
1 ALCOFORADO, G.A.P.; FEIK, D.; RAMS, T.E.; ROSENBERG, E.S. & SLOTS, J.
Microbiology of failing osseointegrated dental implants.
Abstracts of the 89th Annual, meeting of the American Society for Microbiology 457, abstract C-382. (1989)
2 APPELBAUM, P.C. ; PHILIPPON, A.; JACOBS, M.R.; SPANGLER, S.K. ; GUTMANN, L.
Characterization of B-lactamases from non-Bacteroides fragilis group Bacteroides spp belong to seven species ond their role in B-lactan resistance
Antimicrob Agents Chemother , 34 : 2169 2176. 1 990a
3 BAKER P.J.; EVANS, R.T.; SLOTS J.; GENCO, R.J.
Susceptibility of human oral anaerobic bacteria to antibiotics suitable for topical use.
J Clin Periodontol 1985; 12:201-208.
4 BAKER,P.J.; EVANS, R.T.; COBURN, R.A. & GENCO, R.J.
Tetracycline and its derivatives strongly bind to and are released from the tooth surface in active form
Journal of Periodontology 54, 580-585. ( 1983)
5 BARTLETT, J.G.
Antibiotic-associated pseudomembranous colitis.
Hosp Pract 1981; 16:85-95.
6 BARTLETT, J.G.; CHANG, T.N.; GURVITH, M.; GORBACK, S.L.; ONDERDONK, A.B.
Antibiotic-associated pseudomembranous colitis due to toxin-producing clostridia.
N Engl J Med 1978; 298:531-534.
7 BJORVATN, K. SKAUG,N. & SELVIG, K.A.
Tetracycline-impregnated enamel and dentin:
duration of antimicrobial capacity.
Scandinavian Journal of Dental Research 93,192-197. (1885)
8 BRETZ, W. A. & LOESCHE, W. J.
Characteristics of trypsin-like activity in subgingival plaque samples.
J. Dent. Res., 66 (11 ): 1668-1672, Nov. 1987.
9 BRITT, M.R.; POHLOD, D.J.
Serum and crevicular fluid concentrations after a single oral dose of metronidazole.
J Periodontol 1986; 57:104-107.
10 CHIN QUEE, T.; CHAN E.C.S.; CLARK, C.; LAUTER-LEMAY, C.; BERGERON, M. J.; BOURGOUIN, J. & STAMM, J.
The role of adjunctive rodogyl therapy in the treatment of advanced periodontal disease-
a longitudinal clinical and microbiologic study.
J Periodontol 1987; 58:594-601.
11 CHIN QUEE, T.; ROUSSON, T.; CHAN, E.C.
In vitro activity of Rodogyl against putative periodontopathic bacteria.
Antimicrob Agents Chemother 1983; 24:445-447
12 CHOW. A. W.; BEDSORY, D. & GUZE, L.B.
Susceptibility of obligate anaerobes to metronidazole: an extended study of 1.054 clinical isolates. In: FINEGOLD,S.M. (ed) Metronidazole. Proceeding of the international Metronidazole Conference, Montreal, Quebec - Canada, May 26-28, 1976 - Excerpta Medica, Princeton, p.286-292, 1977
13 CHRISTERSSON, L.A.; ZAMBON, J.J.
Suppression of Actinobacillus actinomycetemcomitans in localized juvenile periodontitis with systemic tetracycline.
J Clin Periodontol 1993; 20:395-401.
14 CHRISTERSSON, L.A.; ZAMBON, J.J.; WIKESJO, U.M.B.;ROSLING, B.G.; DUNFORD, R.G.& GENCO,R.J.
The effects of systemic tetracycline alone on localized juvenile periodontitis
Journal of Dental Research 65, 805, abstract 718
15 CHRISTERSSON, L.A.; VAN WINKELHOFF, A. J.; ZAMBON, J.J.; DE CRAAFF, J.; GENCO, R.J.
Systemic antibiotic combination therapy in recalcitrant and recurrent localized juvenile
periodontitis.
J Dent Res 1989; 68(spec.issue):197(Abstr. 128).
16 CLARK, D. C.; SHENKER, S.; STULGINSKI, P.; CHWARTZ, S.
Effectiveness of routine periodontal treatment with and without adjunctive metronidazole
therapy in samples of mentally retarded adolescents.
J. Periodontol., v. 54, p. 658-665,1983.
17 DUBREUUIL, L. y BASCONES, A.
Infecciones Periodontales: Papel de los anaerobios estrictos,
importancia de las Beta lactamasas, elección de um antibiotico
Rev.Soc.Odontol.Plata 8(17) : 21-34, 29-34, Ene.-Jun. 1995
18 FREEMAN, D.C.; KLUTMAN, E.N.; LAMP, C.K.
A therapeutic review and update
Drugs, 1997 - Nov: 54(5): 679-708
19 GENCO, R.J.; CIANCIOLA, J.J.; ROSLING, B.
Treatment of localized juvenile periodontitis.
J Dent Res 1981;60(Spec. Issue):527(Abstr. 872).
20 GENCO, R.J.
Antibiotics in the treatment of human periodontal diseases.
J. Periodontol 1981; 52:545-558.
21 GILL, C. J. & PALLASCH, T J.
Clindamycin associated pseudomembranous colitis: a potentially fatal adverse drug reaction.
Journal of the American Dental Association 102. 507-509.(1981)
22 GOLUB, L.M.; GOODSON, J.M.; LEE, H.M.; VIDAL, A. M.; MCNAMARA T.F.; RAMAMURTHY, N.S.
Tetracyclines inhibit tissue collagenases.
J. Periodontol 1985; 56(suppl):93-97.
23 GOLUB, L.M.; RAMAMURTHY, N.; MCNAMARA, T.F.; GOMES, B.; CASINA, A.; KAPOOR, A.; ZAMBON, J.; CIANCIO, S.; SCHNEIR,M. & PERRY, H.
Tetracyclines inhibit tissue collagenase aclivity:
A new mechanism in the trealment of periodontal disease.
Journal of Periodontal Research 1984;19:651-655.
24 GORDON, J.; WALKER, C.; LAMSTER, I.; WEST, T.; SOCRANSKY, S.; SEIGER, M. & FASCIANO, R.
Efficacy of clindamycin hydrochloride in refractory periodontitis: 12-month results.
J Periodontol 1985; 56 (suppl):75-80.
25 GORDON, J.; WALKER, C.; HOVLIARAS, C.; SOCRANSKY S.
Efficacy of clindamycin hydrochloride in refractory periodontitis: 24-month results.
J Periodontol 1990; 61:686-691.
26 GORDON, M.J. & WALKER, B.C.
Current status of systemic antibiotic usage in destructive periodontal desease
J. Periodontol 1993; 64:760-771
27 GROENÉ, R.J.; WINKEL, E.G.; ABBAS, F.; RODENBERG, J.P.; VAN WINKELHOFF ,A. J.; DE GRAAFF J.
Microbiology in diagnosis and treatment of severe periodontitis. A report of four cases.
J Periodontol 1990; 61:61-64.
28 GUIDE FROM RESEARCH, SCIENTIFIC AND THERAPY COMMITTEE OF THE AMERICAM ACADEMY OF PERIODONTOLOGY
Revised - October, 1995
29 GUSBERTI, F. A.; SYED, S. A.; LANG, N. P.
Combined antibiotic (metronidazole) and mechanical treatment effects on the subgingival bacterial flora of sites with recurrent periodontal disease.
J. Clin. Periodontol. v 15, p. 353-359,1988.
30 HAFFAJEE, A.D.; DZINK, J.L.; SOCRANSKY, S.S.
Effect of modified widman flap surgery and systemic tetracycline on the subgingival microbiota of periodontal lesions.
J Clin Periodontol 1988;15:255-262.
31 HELLDEN, L.B.; LISTGARTEN, M.A.; LINDHE, J
The effect of tetracycline and/or scaling on human periodontal disease.
J Clin Periodontol 1979;6:222-230
32 HINTON, N.A.
The effect of oral tetracycline HCL and doxycycline on the intestinal flora.
Curr. Therapeutic. Res. l970;12:341-352.
33 JOUSIMIES-SOMER, H.; ASIKAINEN, S.; SUOMALA, P.; SUMMANEN, P.
Activity of metronidazole and its hydroxy metabolite against clinical isolates of Actinobacillus
actinomycetemcomitans.
Oral Microbiol Immunol 1988; 3:32-34.
34 JOYSTON-BECHAL, S.; SMAFES, F.C.; DUCKWORTH, R.
Effect of metronidazole on chronic periodontal disease in subjects using a topically applied chlorhexidine gel.
J Clin Periodontol 1984; 11:53-62.
35 JOYSTON-BECHAL, S.; SMALES, F.C.; DUCKWORTH, R.
A follow-up study 3 years after metronidazole therapy for chronic periodontal disease.
J Clin Periodontol 1986;13:944-949.
36 KINDER, S.A.; HOLT, S.C.; KORNMAN, K.S.
Penicillin resistance in the subgingival microbiota associated with adult periodontis.
J Clin Microbiol 1986; 23:1127-1133.
37 KOMMAN, K.S.; NEWMAN, M.G.; FLEMMIG, T.; ALVARADO, R.; NACHNANI, S.
Treatment of refractory periodontitis with metronidazole plus amoxicillin
or augmentin.
J Dent Res 1989; 68(spec. issue):917(Abstr. 403).
38 KOMMAN, K.S.; ROBERTSON, P.B.
Clinical and microbiological evaluation of therapy for
juvenile periodontitis.
J Periodontol 1985; 56:443-446.
39 KORNMAN, K.S.; KARL, E.H.
The effect of long-term, low-dose tetracycline therapy on the
subgingival microflora in refractory adult periodontitis.
J. Periodontol 1982; 53:604-610.
40 KUCERS, A.; BENNETT, N. McK.
The Use of Antibiotics: A Comprehensive Review with Clinical Emphasis, 2nd edition. London: William Heinemann Medical Books; 1977:381-416.
41 LACROIX, J.M.; WALKER, C.
Characterization of a beta-lactamase found in Eikenella corrodens.
Antimicrob Agents Chemother, 1991 May, 35:5, 886-891
42 LACROIX, J.M. & MAYRAND, D.
The effect of subminimal inhibitory concentrations of antimicrobial agents on three bacterial mixtures.
Oral Microbiology and Immunology 4, 82-88, 1989
43 LAYTON, J.M.; WALKER, C.B.; PAPPAS, J.D.
Gingival fluid level of amoxicillin and its MIC's for periodontal bacteria.
J Dent Res 1983; 62(spec. issue):290(Abstr. 1086).
44 LINDHE, J.; LILJENBERG, B.; ADIELSON, B.; BORJESSON, I.
Use of metronidazole as a probe in the study of human periodontal disease.
J Clin Periodontol 1983 ; 10: 100-112.
45 LINDHE, J.; LILJENBERG, B.
Treatment of localized juvenile periodontitis
Results after 5 years.
J Clin Periodontol 1984; 11:399-410.
46 LINDHE, J.; LILJENBERG, B.; LISTGARTEN, M.
Some microbiological and histopathological features of periodontal disease in man.
J. Periodontol.. 5: 264-268,1980.
47 LISTGARTEN, M.A.; LINDHE, J.; HELLDEN, L.B.
Effect of tetracycline and/or scaling on human periodontol disease.
Clinical, microbiological and histopathological observations.
J Clin Periodontol 1978; 5:246-271.
48 LISTGARTEN, M.A.
Electron microscopic observations on the bacterial flora of acute necrotizing ulcerative gingivitis.
J Periodontol, 1965; 36:328-339.
49 LISTGARTEN, M.A.
Microbiological testing in the diagnosis of periodontal disease
J. Periodontol, 63: 332-337, 1992
50 LOESCHE, W.J.; SYED, S.A.; LAUGHON, B.E.; LAUGHON, B.E.; STOLL, J.
The bacteriology of acute necrotizing ulcerative gingivitis.
J Periodontol 1982; 53:223-230.
51 LOESCHE, W.J.; SYED, S.A.; MORRISON, E.C.; KERRY, G.A.; HIGGINS, T.; STOLL, J.
Metronidazole in periodontitis. I. Clinical and bacteriological results after 15 to 30 weeks.
J Periodontol 1984; 55:325-335.
52 LOESCHE, W.J.; SYED, S.A.; MORRISON, E.C.; LAUGHON, B.; GROSSMAN, N.S.
Treatment of periodontal infections due to anaerobic bacteria with short-term treatmcnt with metronidazole.
J Clin Periodontol 1981; 8:29-44
53 LOESCHE, W. J.; GROSSMANM, N.; GIORDANO, J.
Metronidazole in periodontitis (IV) The effect of patient compliance on treatment parameters.
J. Clin Periodontol, V. 20, p. 96-104,1993.
54 LOESCHE, W. J.; SCHMIDT, E.; SMITH, A.; MORRISON, E. C.; CAFFESSE, R.; HUJOEL, P. P.
Effects of metronidazole on periodontal treatment needs.
J. Periodontol. v. 62, p. 247-257,1991.
55 LOESCHE, W.J.
Bacterial mediators in periodontal disease
Clin.Inf.Dis.16(supple 4):S 203 210, 1993
56 LOESCHE, W.J.
Chemotherapy of dental plaque infections.
Oral Sciences Review 9, 63-105 (1976)
57 LUNDSTROM, A.; JOHANSSON, L. A.; HAMP, S. E.
Effect of combined systemic antimicrobial therapy and mechanical plaque control in patients with recurrent periodontal disease.
J. Clin. Periodontol, v.11, p. 321-330,1984.
58 MAGNUSSON, I. ; CLARK, W. BN. ; LOW, S. B. ; MARUNIAK J.; MARKS, R.G.;
WALKER, C. B.
Effect of non-surgical periodontal therapy with adjuntive antibiotics in subjetcs with refractory periodontal disease
J Clin. Periodontol , 16: 647-653 1989
59 MCEVOY, G. K. ed. - American Hospital Formulary Service,
American Society of Hospital Pharmacists, v. 1, p 2127-2130,1991.
60 Metronidazole. In: Drug Facts and Comparisons. St.Louis:
JB Lippincott Co.;1991, p 1706-1710
61 Metronidazole. In Goodman and Gilman's
The Pharmacological Basis of Therapeutics, 8th ed. Pergamon Press: New York;1990, p 1002-1007
62 MITCHELL, D. A.
Metronidazole its use in clinical dentistry.
J. Clin. Periodontol, v.11, p. 145-58,1984.
63 MIYAKE, Y.; ONOE, T.; SAGAWA, H.; TAKAMORI, A.; SUGINAKA, H.
In vitro antibacterial activity of ofloxacin against periodontal disease-associated bacteria.
J Periodont Res 1988; 23:222-223.
64 MURRAY, P.A.; GRASS, M.; WINKLER, JR.
The microbiology of HIV-associated periodontal lesions.
J Clin Periodontol 1989; 16:636-642.
65 NAKAZAWA, F.; ZAMBON, J. J.; REYNOLDS, H.S.& GENCO, R.J.
Serological studies of oral Bacteroides intermedius.
Infection and Immunity 56, 1647-1651 (1988)
66 NORD,C.C & LINDZVIST, L.
A new betalactamase from Fusobocterium mortiferum Program
Abstr 32th Inter. Intersci Conf.
Antimicrob Agents Chemother, Abstr 1274, 1992
67 NOVAK, M.J.; STAMATELAKYS, C.; ADAIR, S.M.
Resolution of early lesions of juvenile periodontitis with tetracycline therapy alone:
Long-term observations of 4 cases.
J Periodontol 1991; 62:628-633; 63:148.
68 PAGE, R.C.; ALTMAN, L.C.; EBERSOLE, J.L.; ET AL.
Rapidly progressive periodontitis: A distinct clinical condition.
J Periodontol 1983; 54:197-209.
69 PAPPAS, J.D. ; WALKER, C.B.
Gingival crevicular fluid levels of erythromycin and the in vitro effect on periodontal bacteria.
J Dent Res 1987; 66(spec. issue):154(Abstr. 382).
70 PAVICIC, MJAMP; VAN WINKELHOFF, A.J.; DE GRAAFF, J.
Synergistic effects between amoxicilin, metronidazole and the hydroxymetabolite
of metronidazole against Actinobacillus actinomycetemcomitans.
Antimicrob Agents Chemother 1991; 35:961-966.
71 PAVICIC, MJAMP; VAN WINKELHOFF, A.J.; DE GRAAFF, J.
In vivo susceptibilities of Actinobacillus actinomycetemcomitans to a number of antimicrobial combinations.
Antimicrob Agents Chemother l992; 36: 2634-8
72 RAMS, T.E.; FEIK, D.; SLOTS, J.
Ciprofloxacin/metronidazole treatment of recurrent adult periodontitis.
J Dent Res 1992; 71(spec. issue): 319(Abstr. 1708).
73 RENVERT, S.; WIKSTROM, M.; DAHLEN, G.; SLOTS, L.; EGELBERG, J.
Effect of root debridement on the elimination of Actinobacillus actinomycetemcomitans and Bacleroides gingivalis from periodontal pockets.
J Clin Periodontol 1990;17:345-350.
74 RENVERT, S.; WIKSTROM, M.; DAHLEN, G.; SLOTS, L.; EGELBERG, J.
On the inability of root debridement and periodontal surgery to eliminate Actinobacillus actinomycetemcomitans from periodontal pockets.
J Clin Periodontol 1990;17:351-355.
75 ROESCOE, D.L.; ZEMCOV, S.J.; THORNBER, D.; WISE, R.; CLARKE, A M.
Antimicrobial susceptibilities and betalactamase characterizations of Capnocytophaga species
Antimicrob. Agents Chemother 36: 2197-2200, 1992
76 SANDERS, C. C.
Ciprofloxacin: in vitro activity mechanism of action and resistance.
Reviews of infectious Diseases 10, 516-527 (1983)
77 SANDOR, G. K. B. & UFFEN,K.F.
Antibiotic administration and oral contraceptive failure. A drug interaction to note.
Journal of the Canadian Dental Association 53, 775-777 (1987)
78 SHINN, D.L.S.
Metronidazole in acute ulcerative gingivitis. Lancet, 1962; I: 1191
79 SLOTS, J.; EVAN, R.T.; LOBBINS, P.M.; GENCO, R.J.
In vitro antimicrobial susceptibility of actinobacillus actinomycetemcomitans.
Antimicrob. Agents Chemother 1980; 18:9-12.
80 SLOTS, J.; FEIK, D.; RAMS, T.E.
In vitro antimicrobial sensitivity of enteric rods and pseodomonads from advanced adult periodontitis.
Oral Microbiol Immunol 1990; 5:298-301.
81 SLOTS, J.; ROSLING, B.G.
Suppression of the periodontopathic microflora in localized juvenile periodontis by systemic tetracycline
J Clin Periodontol 1983;10:465-486.
82 SLOTS, J.; RAMS, E. T.
Antibiotics in periodontal therapy : advantages and disadvantages
J. Clin. Periodontol 1990; 17: 479 - 493
83 SLOTS, J.; REYNOLDS, H. S. & GENEO, R. J
Actinobacillus actinomycetemcomitans in human periodontal disease: a cross-sectional microbiological investigation.
Infection and Immunity 29, 1013-1020.(1980)
84 SLOTS, J.; RAMS, T. E. & LISTGARTEN, M. A.
Yeasts, enteric rods and pseudomonads in the subgingival flora of severe adult periodontitis.
Oral Microbiology and Immunology 3,47-52 (1988)
85 SLOTS, J. & GENCO, R. J.
Black-pigmented Bacteroides species. Capnocytophaga species and .Actinobacillus actinomycetemcomitans in human periodontal disease: virulence factors in colonization, survival,and tissue destruction.
Journal of Dental Research 63, 412-421 (1984)
86 SOCRANSKY, S.S.; HAFFAJEE, A.D.
The bacterial etiology destructive periodontal disease : Current concepts.
J. Periodontol., 63. 322-331. 1992
87 SODER, P. O.; FRITHIOF, L.; WIKNER, S.; WOUTERS, F.; ENGSTROM, P. E.; RUBIN, R.; NEDLICH, U.;SODER, B.
The effect of systemic metronidazole after non-surgical treatment in moderate and advanced periodontitis in young adults.
J. Periodontol, v. 61, p. 281-288, 1990.
88 STELZEL, M. & FLORES-DE-JACOBY, L.
Metronidazol application compared with subgingival scaling : A clinical and microbiological study on recall patients
J. Clin. Periodontol 1996; 23: 24-29
89 SUTTER, V.L.; JONES, J.M.; GHONIEM, A.T.
Antimiccobial susceptibilities of bacteria associated with periodontal disease.
Antimicrob Agents Chemother l983; 23:483-486
90 TALLY, F.P.; SUTTER, V.L.; FINEGOLD, S.M.
Metronidazole versus anaerobes: in vitro data and initial clinical observations.
Calif Med 1972:117: 22-6
91 TANGA, M. R.; ANTANI, J. A.; KABADE, S.S.
Clinical evaluation of metronidazole as an anti-inflammatory agent.
Int. Surgery, v. 60, p. 75-6,1975
92 TUNER, K.; LINQVIST, L.; NORD C. E.
Purifications and properties of novel betalactamase from Fusobacterium nucleatum
Antimicrob. Agents Chemother, 28: 943-947, 1985
93 VALDÉS, M.V.; LOBBINS, P.M.; SLOTS, J.
Beta-lactamase producing bacteria in the human oral cavity.
J Oral Pathol 1982; 11:58-63.
94 van WINKELHOFF, A. J.; RODENBURG, J.P.,GOENE, R. J.; ABBAS, F.; WINKEL, E. G.; DE GRAAF, J.
Metronidazole plus amoxicillin in the treatment of Actinobacillus actinomycetemcomitans-
associated periodontitis - J. Clin. Periodontol, v.16, p. 128-131,1989.
95 van WINKELHOFF, A. J.; TIHOF, C. J.; DE GRAAF, J..
Microbiological and clinical results of metronidazole plus amoxicillin therapy in Actinobacillus
actinomycetemcomitans-associeted periodontitis.
J. Periodontol. v. 63, p 52-57,1992.
96 WALKER, C. B.
Antimicrobial agents and chemotherapy. In: Slots J, Taubman M, eds.
Contemporary Oral Microbiology and Immunology. St. Louis: Mosby Yearbook; 1992:242-264.
97 WALKER, C.; BUENO, L.; VAN NESS, W.; TONDO, K.; CLARK, W.; MAGNUSSON, I.
A cross-sectional study of the microbiota associated with refractory periodontitis.
J Dent Res 1987; 66(spec. issue):340(Abstr.1867).
98 WALKER, C.; CLARK, W.; MAGNUSSON, I.
Antimicrobial susceptibilities of subgingival plaque samples from patients with refractory periodontitis.
J Dent Res 1987; 66[spec. issue):355(Abstr. 1987).
99 WALKER, C.B.; GORDON, J.M.; CORNWALL, H.A.; MURPHY, J.C.; SOCRANSKY, S.S.
Gingival crevicular fluid levels of clindamycin compared with its minimal inhibitory concentrations for periodontal bacteria.
Antimicrob Agents Chemother 1981; 19:867-871.
100 WALKER, C.B.; GORDON, J.M.; SOCRANSKY, S.S.
Antibiotic susceptibility testing on subgingival plaque samples.
J Clin Periodontol 1983; 10:423-432.
101 WALKER, C.B.; GORDON, J.M.
the effect of clindamycin on the microbiota associated with refractory periodontitis.
J Periodontol 1990; 61:692-698.
102 WALKER, C.B.; PAPPAS, J.D.; TYLER, K.Z.; COHEN, S.; GORDON, J.M.
Antibiotic susceptibilities of periodontal bacteria. In vitro susceptibilities eight antimicrobial agents.
J Periodontol 1985; 56 (suppl):67-74
103 WILLIAMS, B.L.; OSTERBERG, K.A.; JORGENSEN, J.
Subgingival microflora of periodontal patients on tetracycline therapy.
J Clin Periodontol 1979; 6:210-218.
104 YAMAGAMI, H.; TAKAMORI, A.; SAKAMOTO, T.; OKADA, H.
Intrapocket chemotherapy in adult periodontitis using a new controlled-release insert containing
ofloxacin (PT-O1).
J Periodontol 1992; 63:2-6.