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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA – UNISANTA
CURSO: ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE FINANÇAS
DOCENTE: PROF. MS. JOSÉ ANTONIO EVANGELISTA
1. A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E SUAS RELAÇÕES
1.1 VISÃO GERAL DE FINANÇAS
A administração financeira evidencia suas principais características logo após a
grande depressão de 1929, que culminou com a quebra da Bolsa de Valores
de Nova York. Na década de 1930, a ênfase dos trabalhos se colocava na
falência e reorganização empresarial, bem como na busca da liquidez
empresarial e regulação dos mercados de títulos.
Na década que se iniciou em 1940 até o início da década de 1950, as finanças
continuaram a ser ensinadas como uma disciplina descritiva e institucional,
examinada mais do ponto de vista externo às organizações do que de alguém
de dentro relacionado à administração de empresas.
No entanto, na década que se iniciou em 1960, caracteriza-se um movimento
rumo à análise teórica. Por meio desta nova abordagem, o objetivo da
administração financeira passou a estar no enfoque das decisões
administrativas pertinentes à escolha de ativos e passivos para a busca da
maximização do valor da empresa.
1.2 PERSPECTIVA GERENCIAL
Após a discussão das tendências históricas que nortearam a administração
financeira, podemos verificar outras dimensões de grande importância.
Antigamente, o gerente de marketing faria a projeção das vendas, e os
funcionários de engenharia e de produção iriam determinar os ativos
necessários (recursos materiais, equipamentos e instalações) para atender a
essas demandas; desta forma, a tarefa do administrador financeiro seria
apenas levantar os fundos necessários para comprar materiais, equipamentos
e estoques. Essa situação não existe mais, as decisões agora são tomadas de
modo muito mais coordenado e o gerente tem responsabilidade direta pelo
processo de controle.
1.3 INFLUÊNCIAS DA GLOBALIZAÇÃO
Desde 1995 o mundo tem emitido sinais de grandes turbulências de ordem
econômica, provocando crises sucessivas em países emergentes, iniciando-se
pelo México, Coréia, Rússia, Indonésia, agredindo até mesmo a economia
brasileira durante o ano de 1998, 1999, e culminando na Argentina no final de
2000.
Paralelamente a tudo isso, as Bolsas de Valores do mundo pareceram
enlouquecer.
Ao longo dos anos de 1999 e 2000, o mundo passou por uma série de choques
econômicos, promovendo reflexos nas economias da maioria dos países do
mundo, e desta forma, promovendo mudanças também nos ambientes
organizacionais.
As empresas precisam reconhecer a necessidade de “se tornarem globais”.
Porém, como demonstra a atual e aparentemente constante turbulência
econômica, as empresas devem buscar a competitividade e a atratividade em
seus negócios, num ambiente em constantes mudanças e repleto de riscos e
incertezas. A compreensão destes ambientes, o entendimento destas
mudanças e o tratamento dos riscos e incertezas, se torna necessário e
imprescindível para lidarmos, com cada vez mais competência, para a busca
do sucesso e prosperidade dos empreendimentos.
É, portanto, necessário compreender o fenômeno da Globalização. Este
fenômeno promove mudanças profundas, e em grande velocidade em algumas
áreas importantes, mudanças de amplas conseqüências promovendo não só
nos ambientes social e econômico, como também nas estratégias, nas
finanças, na estrutura e na gerência das empresas.
A globalização representa uma ruptura com o passado, uma mudança radical,
onde uma série de eventos e negócios deparam-se rapidamente com a
necessidade de se tornarem mundialmente aceitos. As novas tecnologias de
informação e comunicação, a desregulamentação, a privatização, o colapso do
comunismo, a redução dos custos com transportes, as parcerias, os novos
modelos de produção e o fim das fronteiras nacionais entre os países são
alguns exemplos recentes que tem forçado, num curtíssimo espaço de tempo,
as empresas a um novo olhar em direção a um novo e mutável ambiente
global.
O termo Globalização surge no início da década de 1980 nas escolas de
administração nos Estados Unidos. Tal aparecimento tem uma ligação estreita
com o final da guerra fria e possui um caráter explicativo que possui duas
variantes:
a) uma questão de modismo intelectual do Ocidente impulsionado pelo êxito
nas relações comerciais entre tríade do capitalismo (Estados Unidos, Japão e
Europa Ocidental);
b) uma questão antiga, porém que trata da necessidade de empreender um
esforço de grandes proporções na busca da compreensão das múltiplas
transformações estruturais em curso no mundo atual.
Na área financeira a globalização produz efeitos de ordem econômica e de
capital, que obrigam as organizações a estarem atentas aos seguintes
movimentos:
1. A inflação que produz os mais variados efeitos sobre a estrutura das
empresas, obrigando-as a tomar decisões cada vez mais ágeis e eficientes;
2. A desregulamentação das instituições privadas e empresas públicas dos
mais diversos ramos de atividade, como siderurgia, comunicações, transportes,
energia, e a conseqüente tendência para alianças financeiras e empresariais e
a diversificação para serviços;
3. A ampla difusão das informações por meio das redes mundiais de
comunicação, propiciando a cada dia velocidades maiores para integração
mundial dos elementos que compõem a organização mundial;
4. Grande ênfase nos mercados globais e nas operações empresariais
mundiais, denotando fortes tendências na perpetuação dos negócios globais e
no uso cada vez mais freqüente, suportados pelos recursos da Tecnologia da
Informação do computador;
5. Aumento na eficiência dos transportes, favorecido pela queda das barreiras
alfandegárias dos blocos econômicos, que reduziram os custos e tornaram o
comércio internacional cada vez mais viável;
6. O poder dos consumidores que desejam produtos de baixo custo e alta
qualidade, mais apurados tecnologicamente, e que tem influenciado na
redução das barreiras comerciais, bem como na proteção dos fabricantes
domésticos;
7. O avanço da tecnologia promove aumento nos custos das empresas. Porém,
como benefício, procura-se estabelecer prazos cada vez menores para o
desenvolvimento e adequação de novos produtos e serviços, em resposta a
exigência mercadológica, propensão à substituição, e promovendo maior
rotatividade nas atividades;
8. Aumento das atividades das organizações transnacionais, capazes de
transferir sua produção para onde os custos sejam mais baixos ou para onde
suas operações financeiras e benefícios sejam maiores, promovendo assim a
busca incessante da competitividade sustentável;
9. O aumento da preocupação com o meio ambiente e com o desenvolvimento
sustentável que levam as empresas a um novo enfoque sobre os custos e
decisões de seus investimentos;
10. A tendência à terceirização, especialização e diversificação, tem promovido
cada vez mais o surgimento de novos modelos de gestão e organização que
necessitam de trabalhadores cada vez mais instruídos, fazendo com que novas
oportunidades de trabalho se estabeleçam.
1.4 ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
Tais funcionários trabalham em tarefas relacionadas, como planejamento de
crédito, concessão de empréstimos, avaliação de investimentos, meios e
obtenção de recursos, na busca da operacionalização e viabilidade das
empresas.
Neste ambiente de mudanças, de aumento da complexidade das tarefas é que
o administrador financeiro atua. O administrador financeiro é o indivíduo ou
grupo de indivíduos preocupados com a obtenção de recursos
monetários para que a empresa desenvolva suas atividades correntes e
expanda a sua escala de operações. Tem a incumbência de analisar, como
os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores nas várias áreas de
atuação da empresa, sendo sua principal responsabilidade, a de assegurar que
a empresa exista e sobreviva sob tal prisma sistêmico, repletos de riscos e
incertezas.
Suas principais atribuições são:
1. Previsão e Planejamento: O gerente financeiro deve interagir com
outros executivos de outras áreas, ao analisar e executar planos que
irão delinear a posição competitiva futura da empresa;
2. Decisões importantes de investimento e financiamento: Uma
empresa bem sucedida, usualmente tem crescimento rápido, o que
requer investimentos em recursos produtivos. O administrador financeiro
deve auxiliar na decisão de investimentos, determinando uma taxa ótima
de crescimento das vendas, na aquisição de ativos específicos e na
maneira de melhor financiar tais ativos;
3. Coordenação e Controle: O gerente financeiro deve interagir com os
demais executivos a fim de garantir que as decisões da empresa sejam
tomadas de forma mais eficiente possível, pois sendo um sistema, cada
ação afeta ou é afetada por fatores, como disponibilidade de recursos,
política de estoques, utilização da capacidade, fundos e caixa;
4. Transação com mercados financeiros: O gerente financeiro deve
trabalhar com os mercados monetários e de capital. Cada empresa afeta
e é afetada por tais mercados, na busca da administração dos recursos
existentes, sejam eles títulos, dinheiro ou estoques;
5. Análise de registros e informações contábeis: Concretizando a
contabilidade como uma importante fonte de informações de dados
internos, propiciando ao administrador financeiro saber como foi o
passado, para poder orienta-lo em decisões futuras em suas projeções;
6. Projeção dos movimentos de fundos: O objetivo nesta atividade é
aferir o grau de liquidez da empresa e verificar se ela terá condições de
manter-se em funcionamento, cobrindo os seus compromissos de
pagamentos, e fornecendo recursos para sustentar o nível previsto de
operações;
7. Aplicação de fundos excedentes: Deverá ser executada com o maior
rendimento possível e com grande velocidade de resgate, suficiente
para recuperar a aplicação, caso surja necessidade, dependendo
portanto da situação anterior sobre liquidez;
8. Fornecimento de informações à alta administração (principal
atividade): Estas informações ajudam a tomada de decisões de compra,
preço, comercialização de produtos, que não são tomadas pelo
administrador financeiro, mas possuem aspectos amplos e importantes
para exigir coordenação de diversas áreas funcionais como produção,
marketing, pessoal.
1.5 FUNÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA
Uma das possíveis maneiras de se caracterizar a função financeira de uma
empresa, é categorizar as áreas que exigem tomada de decisão pelos
executivos responsáveis. Estas áreas podem ser separadas da seguinte
maneira:
a) Área de decisão em relação: Investimentos, Financiamentos, Utilização do
lucro líquido;
b) Área de decisão em relação: Obtenção dos recursos financeiros, Análise da
utilização destes recursos.
-Investimentos: É um conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura
ideal em termos de ativos, para que os objetivos da empresa como um todo
seja atingido, onde o enfoque básico desta decisão é a obtenção do maior
resultado possível, dado o risco que os proprietários da empresa estão
dispostos a correr.
-Financiamento: Dada a composição dos investimentos, devemos definir e
alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, para tanto,
necessita-se conhecer os custos, e todas as condições de cada fonte de
recursos disponíveis como: prazos, datas de pagamentos, garantias exigidas,
taxas, preços.
-Utilização do Lucro Líquido: É a política de dividendos, que se preocupa
com o destino dado aos recursos financeiros que a própria empresa gera em
sua atividade operacional.
Dentro do aspecto da função financeira, cabe destacar as principais atribuições
do responsável por esse segmento, a saber:
1. Previsão e Planejamento: O gerente financeiro deve interagir com
outros executivos de outras áreas, ao analisar e executar planos que irão
delinear a posição competitiva futura da empresa;
2. Decisões importantes de investimento e financiamento: Uma
empresa bem sucedida, usualmente tem crescimento rápido, o que requer
investimentos em recursos produtivos. O administrador financeiro deve auxiliar
na decisão de investimentos, determinando uma taxa ótima de crescimento das
vendas, na aquisição de ativos específicos e na maneira de melhor financiar
tais ativos;
3. Coordenação e Controle: O gerente financeiro deve interagir com os
demais executivos a fim de garantir que as decisões da empresa sejam
tomadas de forma mais eficiente possível, pois sendo um sistema, cada ação
afeta ou é afetada por fatores, como disponibilidade de recursos, política de
estoques, utilização da capacidade, fundos e caixa;
4. Transação com mercados financeiros: O gerente financeiro deve
trabalhar com os mercados monetários e de capital. Cada empresa afeta e é
afetada por tais mercados, na busca da administração dos recursos existentes,
sejam eles títulos, dinheiro ou estoques;
5. Análise de registros e informações contábeis: Concretizando a
contabilidade como uma importante fonte de informações de dados internos,
propiciando ao administrador financeiro saber como foi o passado, para poder
orientá-lo em decisões futuras em suas projeções;
6. Projeção dos movimentos de fundos: O objetivo nesta atividade é
aferir o grau de liquidez da empresa e verificar se ela terá condições de
manter-se em funcionamento, cobrindo os seus compromissos de pagamentos,
e fornecendo recursos para sustentar o nível previsto de operações;
7. Aplicação de fundos excedentes: Deverá ser executada com o maior
rendimento possível, e com grande velocidade de resgate, suficiente para
recuperar a aplicação, caso surja necessidade, dependendo portanto da
situação anterior sobre liquidez;
8. Fornecimento de informações à alta administração (principal
atividade): Estas informações ajudam a tomada de decisões de compra,
preço, comercialização de produtos, que não são tomadas pelo administrador
financeiro, mas possuem aspectos amplos e importantes para exigir
coordenação de diversas áreas funcionais como produção, marketing, pessoal.
2. ABORDAGEM DA ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES
Para realizar uma análise deve-se observar as seguintes etapas:
- Exame das demonstrações financeiras, objetos da análise;
- Coleta de dados;
- Cálculo dos quocientes, índices ou coeficientes (mediante a aplicação de
fórmulas já conhecidas;
- Interpretação dos quocientes, índices ou coeficientes;
- Elaboração e apresentação de informações através de relatórios.
Para uma boa análise:
Deve-se conhecer bem, a empresa objeto de análise, sua história, seus
métodos de trabalho, seus objetivos e metas. Conhecer os concorrentes, a
política econômica do País, o mercado interno ou externo onde atua a
empresa. Obter o máximo de informações a respeito da gestão.
Objetivo: Para avaliar o presente, em função do passado e projetar
tendências futuras.
As demonstrações contábeis ou financeiras são fundamentais, em função da
Lei 6.404/76, que determina as normas e procedimentos a serem praticados
pelas Sociedades Anônimas ou por Ações.
Cabe salientar que deve-se obedecer uma ordem para aprendizagem, ou seja,
iniciando-se pela Contabilidade Básica ou Geral, passando-se,
respectivamente, para a Contabilidade Comercial e Análise de Balanços, para
em paralelo a ambas obter conhecimentos de Contabilidade de Custos,
Contabilidade Pública, Contabilidade Bancária, no sentido de mensurar os
quocientes, índices e/ou coeficientes, adequados à obtenção do diagnóstico da
entidade.
A análise contábil ou análise das demonstrações financeiras tem como objetivo
o estudo do desempenho econômico-financeiro das empresas, procurando
identificar os fatores determinantes da situação atual, e orientar quanto ao
comportamento administrativo futuro. De forma sucinta, podemos dizer que a
finalidade da análise contábil é transformar em informações os dados contidos
nas demonstrações financeiras.
Quanto aos elementos necessários a análise contábil é efetuada com base nos
dados extraídos das demonstrações financeiras. Embora as empresas possam
elaborar suas demonstrações financeiras a qualquer momento, existe a
obrigatoriedade legal para que estas demonstrações sejam elaboradas por
ocasião do encerramento do exercício social e do período base de incidência
do Imposto de Renda.
O exercício social é o período anual de apuração de resultados, podendo
terminar em qualquer dia do ano calendário. Já o período base de incidência do
Imposto de Renda, coincide com o ano calendário, ou seja, é o período de 12
meses consecutivos contados de 1º de janeiro a 31 de dezembro.
Sendo o exercício social coincidente com o ano calendário, as demonstrações
financeiras elaboradas em 31 de dezembro, atende as exigências da
Legislação Comercial quanto ao encerramento do exercício social e a
Legislação Tributária em relação ao encerramento do período base de
incidência do Imposto de Renda. Se a data de encerramento do exercício
social for diferente de 31 de dezembro, a empresa terá que elaborar dois
conjuntos de demonstrações financeiras: 01 (um) na data do encerramento do
exercício social e 01 (um) em 31.12, data de encerramento do período base.
Cabe observar que nos casos de início e encerramento de atividades, tanto o
exercício social, como o período base, poderão compreender um período
menor do que 12 meses.
2.1 PROCESSOS DE ANÁLISE
O estudo da situação patrimonial deve ser conduzido para os aspectos
fundamentais: o aspecto econômico e o aspecto financeiro. Daí porque a
análise contábil também ser conhecida como análise econômico-financeira.
A análise econômica estuda a rentabilidade do Patrimônio em todos os seus
aspectos, enquanto que a análise financeira conduz ao estudo da liquidez
financeira do Patrimônio.
Convém ressaltar que estas duas análises se complementam, e, para que as
conclusões sejam satisfatórias, estes dois aspectos devem ser analisados em
conjunto.
O estudo dos aspectos econômico e financeiro do Patrimônio compreende o
detalhamento dos componentes patrimoniais e do resultado em suas
expressões mais simples, de forma a permitir a comparação destes elementos
entre si, num mesmo período, ou acompanhar a sua evolução através do
tempo com os dados relativos a vários períodos.
Com esta finalidade, existem diversos processos de análise, dentre os quais
destacam-se os seguintes:
a) Análise vertical ou de estrutura;
b) Análise horizontal ou de evolução;
c) Análise por diferenças;
d) Análise por quocientes.
2.2 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
Análise Vertical ou de Estrutura: A análise vertical é desenvolvida através de
comparações relativas entre os valores dos elementos contábeis constantes de
uma mesma demonstração financeira.
Esta análise permite que se conheçam as alterações ocorridas na estrutura do
Patrimônio, e do resultado da empresa ao longo do tempo, complementando as
conclusões obtidas através da análise horizontal.
A análise vertical, por trabalhar com valores relativos, considerando os
percentuais de participação existentes entre os diversos elementos de uma
mesma demonstração, produz as mesmas informações, conclusões e
interpretações, quer se trabalhe em bases nominais (sem inflação), ou em
bases reais (com inflação).
Em outras palavras podemos afirmar que a Análise Vertical não sofre a
influência dos efeitos da inflação, porque utiliza dados contábeis expressos em
moeda de uma mesma data.
Análise Horizontal ou de Evolução: A análise horizontal mostra a evolução
de uma série de valores ao longo do tempo, fixando um determinado período
como base, ao qual se atribui o índice 100. Para se obter o índice relativo aos
outros exercícios dividem-se os valores correspondentes pelos valores dos
itens adotados como base e multiplicam-se por 100.
Com os índices obtidos desta forma para cada exercício, em relação ao
período adotado como base, obtém-se a medida da evolução de cada item ao
longo do tempo.
Por comparar valores constantes das demonstrações financeiras em datas
diferentes, a análise financeira sofre acentuada influência do efeito da inflação.
De modo que ao se trabalhar com valores históricos, devem-se inflacionar ou
deflacionar os diversos valores com a finalidade de que estes valores fiquem
expressos em moeda de uma mesma data, minimizando assim o efeito
inflacionário.
EXERCÍCIO
De acordo com as contas e respectivos saldos, abaixo demonstrados, elabore
o Balanço Patrimonial, obedecendo a padronização vigente. Em seguida,
desenvolva as análises vertical e horizontal, fazendo uma breve análise
comentada sobre a situação da empresa.
CONTAS 31.12.X0 31.12.X1
Produtos Acabados 6.510 22.660
Empréstimos Bancários a C.P. 4.590 16.120
Obras de Arte 820 1.830
Financiamentos a L.P. 8.730 38.830
INSS a Recolher 3.710 5.280
Bancos conta Movimento 1.680 1.360
Duplicatas Descontadas 20.200 40.450
Dividendos a Pagar 3.780 2.070
Empréstimos Bancários a L.P. 13.110 81.410
Mercadorias 16.940 58.120
Fornecedores 49.220 65.630
Produtos em Elaboração 20.070 18.180
Edifícios 15.960 25.440
Capital Social Subscrito 52.330 93.320
Caixa 720 1.340
Veículos 10.580 20.300
Provisão para Devedores Duvidosos 2.260 2.950
FGTS a Recolher 1.260 1.650
Participações Societárias 4.200 8.240
Instalações - 40.400
Matérias-Primas 8.670 7.790
Contas a Pagar 1.940 4.350
Duplicatas a Receber 74.910 118.230
Impostos a Recolher 8.460 8.860
Aplicações Financeiras 8.970 8.310
Depreciação Acumulada 11.140 18.670
Capital a Integralizar 6.680 6.000
Despesas Pré-Operacionais - 4.200 Reserva de Correção Monetária de Capital 16.990 34.290
Terrenos 10.640 16.960
Reserva Legal 780 1.030
Móveis e Utensílios 3.420 6.220
Lucros Acumulados 10.990 21.870
Máquinas e Equipamentos 18.720 71.200
ELABORAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
A Lei 6.404/1976 (em consonância com a Lei 11.638/2007 e Medida Provisória
449/2008, convertida na Lei 11.941/2009) determina em seu artigo 176 que, ao
final de cada exercício social, a Diretoria elabore, com base na escrituração
mercantil da empresa, demonstrações financeiras que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio e as mutações ocorridas no exercício, que são
as seguintes:
Balanço Patrimonial (BP);
Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.);
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
No artigo 186, a citada lei dispensa as empresas da obrigatoriedade de
elaborar a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, desde que
elaborem a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Cabe destacar
que a Demonstração do Valor Adicionado só é obrigatória para as sociedades
anônimas de capital aberto, e que a companhia fechada com Patrimônio
Líquido, na data do Balanço, inferior a $ 2.000.000 (dois milhões de reais), está
dispensada da elaboração da demonstração dos fluxos de caixa.
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial tem como finalidade mostrar o Patrimônio da empresa
na data do encerramento do exercício, e está dividido em dois grandes tópicos:
ATIVO e PASSIVO.
A partir dos tópicos mencionados, cabe destacar a estrutura do Balanço
Patrimonial que servirá como referencial, uma vez que a nomenclatura das
contas pode variar de empresa para empresa.
BALANÇO PATRIMONIAL
A T I V O P A S S I V O
CIRCULANTE CIRCULANTE
- Disponibilidades Fornecedores
Caixa Salários a Pagar
Depósitos Bancários a Vista Obrigações Sociais a Recolher
Bancos conta Movimento Obrigações Fiscais a Recolher
Aplicações Financeiras a C.P. Contas a Pagar
- Créditos ( Direitos Realizáveis ) Provisão para Imposto de Renda
Clientes Adiantamentos de Clientes
Duplicatas a Receber Empréstimos Bancários
( - ) Duplicatas Descontadas NÃO CIRCULANTE
( - ) Provisão para Devedores Duvidosos Fornecedores
Contas a Receber Promissórias a Pagar
Títulos a Receber Financiamentos Bancários
Promissórias a Receber Empréstimos de Empresas Coligadas
Adiantamentos a Fornecedores Receitas Diferidas
- Estoques Aluguéis Ativos a Vencer
(-) Custos / Despesas ou Encargos
Vinculados às Receitas
Mercadorias PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Produtos Acabados - Capital Social Realizado
Produtos em Elaboração Capital Social Subscrito
Matérias-Primas ( - ) Capital a Integralizar
Material de Consumo - Reservas de Capital
( - ) Provisão p/ Ajuste de Estoque ao
Valor de Mercado
Reserva de C.M. do Capital
- Despesas do Exercício Seguinte Reserva de Doações e Subvenções
Seguros a Vencer - Reservas de Reavaliação
Aluguéis a Vencer Reserva de Reavaliação de Bens
NÃO-CIRCULANTE - Reservas de Lucros
Realizável a Longo Prazo Reserva Legal
Duplicatas a Receber Reserva Estatutária
Empréstimos a Sócios e Diretores Reserva para Contingências
Investimentos - Resultados Acumulados
Participações Societárias Lucros Acumulados
Incentivos Fiscais ( - ) Prejuízos Acumulados
Imóveis para Renda ( - ) Ações em Tesouraria
Obras de Arte
Imobilizado
Terrenos
Máquinas e Equipamentos
Móveis e Utensílios
Instalações
Veículos
Benfeitorias em Imóveis de Terceiros
( - ) Depreciação Acumulada
Intangível
Fundo de Comércio
Marcas e Patentes
( - ) Amortização Acumulada
OBSERVAÇÕES:
Cabe ressaltar, que pode-se encontrar em alguns balanços, no Ativo
Circulante, a nomenclatura Outros Créditos que basicamente são
representados por valores a receber, tais como: Juros a Receber,
Adiantamentos a Empregados, Impostos a Recuperar, Devedores Diversos.
Costuma-se afirmar que tais créditos não devem ultrapassar 10% do total do
Ativo Circulante.
A Lei 6.404 destaca em seu artigo 183, II, que a Provisão para Ajuste de
Estoque, pode ser constituída para perda de estoque nos casos do valor de
mercado ser inferior ao custo de aquisição ou de fabricação dos itens de
matéria-prima, produtos em elaboração, produtos acabados ou mercadorias
para revenda.
O artigo 182, § 5º, ressalta que as Ações em Tesouraria referem-se a
aquisição de ações da própria empresa, devendo seu valor retificar o total do
Patrimônio Líquido.
A classificação das contas deve obedecer aos seguintes critérios:
- No Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de
liquidez (maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser
transformados em dinheiro), nos grupos Ativo Circulante e Ativo Não-
Circulante.
- No Ativo Circulante serão classificadas contas representativas de
disponibilidades, os direitos realizáveis no decorrer do exercício subseqüente e
as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
Convém ressaltar que entre os valores realizáveis do Ativo Circulante, alguns
não serão convertidos diretamente em dinheiro, como ocorre com os tributos
que a empresa recolhe antecipadamente e cuja realização se dá pela
compensação com obrigações fiscais que a empresa tem para pagar aos
Governos Municipal, Estadual e Federal, bem como com as despesas, pagas
antecipadamente, cuja realização também se dá pela caracterização das
respectivas despesas, conforme forem transcorrendo os prazos de
competência.
Quanto ao Ativo Não-Circulante, segundo estabelece a Lei, é dividido em
Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.
- No Ativo Realizável a Longo Prazo classificam-se os direitos realizáveis
após o término do exercício seguinte, como também os empréstimos a
sociedades coligadas, diretores, acionistas, que não constituírem negócios
usuais na exploração do objeto da empresa.
- Como Investimentos, classificam-se as participações permanentes em
outras empresas e os bens e direitos que não se destinem à manutenção da
atividade principal da empresa. No Imobilizado são classificados os bens e
direitos destinados à manutenção da atividade produtiva da empresa, inclusive
os de propriedade industrial ou comercial. O Intangível abrange as contas
representativas dos recursos aplicados em bens imateriais. São direitos que
tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades
da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive aqueles
representativos de fundo de comércio adquirido. Classificam-se as aplicações
de recursos em despesas que contribuíram para a formação do resultado de
mais de um exercício social.
- No Passivo, as contas devem ser apresentadas na ordem decrescente do
grau de exigibilidade (representa o maior ou menor prazo em que a obrigação
deve ser paga) dos elementos nelas registrados. O Passivo apresenta-se
dividido em dois grupos principais: Passivo Circulante e Passivo Não-
Circulante.
- No Passivo Circulante classificam-se as obrigações da empresa com
vencimento no decorrer do exercício seguinte. O grupo poderá conter
subdivisões, face a natureza de cada obrigação, tais como: Obrigações a
Fornecedores, Empréstimos e Financiamentos, Obrigações Tributárias,
Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias e Outras Obrigações (demais
obrigações de curto prazo assumidas pela empresa e que não se enquadram
nos outros subgrupos do Passivo Circulante).
- No Passivo Não-Circulante podem figurar as mesmas contas
representativas de obrigações classificadas no Passivo Circulante, com seus
respectivos subgrupos, porém vencíveis após o término do exercício social
seguinte.
- Inclui-se, também no Passivo Não-Circulante, um subgrupo próprio para as
Receitas Diferidas, onde figurarão também, como redutoras, as contas
representativas das despesas ou custos correspondentes às respectivas
receitas recebidas antecipadamente.
O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que corresponde aos
capitais próprios. São recursos derivados dos proprietários (titular, sócios ou
acionistas) ou da gestão normal do patrimônio (lucros apurados).
- No Patrimônio Líquido são apresentadas as contas representativas de
obrigações não exigíveis, divididas em 5 grupos, a saber: Capital Social,
Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros,
Ações em Tesouraria e os Resultados Acumulados para os quais ainda não
foram dadas destinações específicas.
Capital Social, compreende o montante do capital subscrito pelos sócios,
devidamente retificado pela parcela do capital a integralizar, que representa a
parcela do capital já subscrita pelos sócios, porém ainda não realizada.
Reservas de Capital, compreendem contas representativas de algumas
receitas que, por força do artigo 182 da Lei 6.404, não devem transitar pelo
resultado do exercício, como é no caso das receitas decorrentes de ágio na
emissão de ações.
Reservas de Reavaliação, são classificadas contrapartidas de aumentos de
valor dos bens, do classificado no Ativo Imobilizado, em virtude de novas
avaliações com base em laudos aprovados em Assembléia de Acionistas.
Reservas de Lucros, correspondem às apropriações dos lucros gerados pela
empresa, em decorrência de lei ou da vontade do proprietário, dos sócios ou
dos administradores.
Ações em Tesouraria, representam ações da própria empresa adquiridas por
ela mesma.
Resultados Acumulados, classificam-se os prejuízos contábeis incorridos
pela empresa, e também os lucros acumulados para os quais não foram dadas
destinações específicas.
EXERCÍCIO
Observe as seguintes contas da empresa CIA. SIMÉTRICA LTDA., no dia
31.12.08:
CONTAS VALORES (EM $)
Caixa 1.800
Fornecedores 4.000
Capital Social 10.000
Máquinas e Equipamentos 3.000
Estoques 6.500
Financiamentos a Pagar a longo prazo 7.320
Gastos Pré-Operacionais 200
Lucros Acumulados 3.400
Duplicatas a Receber 3.400
Salários a Pagar 6.500
Participações em Outras Empresas 7.320
Contas a Pagar 200
Prédios 4.000
Impostos a Recolher no curto prazo 1.800
Títulos a Pagar no longo prazo 3.000
Duplicatas a Receber no longo prazo 10.000
Pede-se: Estruture o Balanço Patrimonial
EXERCÍCIO
A empresa ENFOQUE Ltda., apresentou a seguinte situação em 31.12.09:
CONTAS VALORES (EM $)
Fornecedores 9.000
Caixa 1.500
Financiamentos a longo prazo 30.000
Duplicatas a Receber 13.500
Lucros Acumulados 6.750
Bancos conta Movimento 22.500
Veículos 18.000
Mercadorias 3.750
Salários a Pagar 6.000
Terrenos 75.000
Capital Social 120.000
Máquinas 37.500
Títulos a Receber no longo prazo 42.500
Ações de Outras Companhias 22.100
Depreciação Acumulada 3.600
Prêmio de Seguro a Apropriar 1.300
Empréstimos 37.000
INSS a Recolher 4.200
FGTS a Recolher 3.200
Reserva de Capital 9.900
Provisão para 13º Salário 8.000
Pede-se: Estruture o Balanço Patrimonial
EXERCÍCIO
A empresa DELTA Ltda., apresentou a seguinte situação em 30.11.07:
CONTAS VALORES (EM $)
Provisão para Devedores Duvidosos 6.200
Empréstimos 31.500
Fornecedores 43.100
Duplicatas a Receber 25.700
Caixa 38.300
Tributos a Pagar 3.800
Bancos conta Movimento 27.300
Móveis e Utensílios 2.750
Provisão para Férias 3.300
Prêmio de Seguro a Apropriar 4.200
Terrenos 23.150
Equipamentos 13.820
Capital Social 37.300
Salários a Pagar 9.700
Lucros Acumulados 38.300
Aplicações Financeiras no curto prazo 42.780
Duplicatas Descontadas 4.800
Pede-se: Estruture o Balanço Patrimonial
CONDIÇÕES PARA APURAR RESULTADO
Define-se resultado como a diferença entre as receitas e as despesas.
Contas de Resultado => Representam as variações patrimoniais.
Receitas => São ingressos patrimoniais relativos à utilização dos recursos da
entidade. As receitas aumentam o Ativo e o Patrimônio Líquido. Exemplos:
Receitas de Vendas, Receitas de Serviços, Aluguéis Ativos, Descontos
Obtidos, Juros Ativos.
Despesas => São os gastos realizados com a finalidade de gerar receitas.
Caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços. As
despesas podem diminuir o Ativo ou aumentar o Passivo, mas sempre
reduzem o Patrimônio Líquido. Exemplos: Energia Elétrica Consumida,
Materiais de Limpeza Consumidos, Aluguéis Passivos, Descontos Concedidos,
Salários Pagos, Juros Passivos.
Portanto, as receitas aumentam o Patrimônio Líquido e as despesas reduzem
o Patrimônio Líquido.
RESULTADO = RECEITAS (-) DESPESAS
Receitas > Despesas Resultado positivo ou lucro (Aumento do P.L.)
Quando as receitas superam as despesas, diz-se que a entidade apurou um
resultado positivo ou lucro. Este resultado positivo compreende um aumento do
Patrimônio Líquido.
Receitas < Despesas Resultado negativo ou prejuízo (Diminuição do
P.L.)
Se as receitas forem menores do que as despesas, diz-se que o resultado foi
negativo ou que a entidade teve um prejuízo. Este prejuízo resulta na
diminuição do Patrimônio Líquido.
Receitas = Despesas Resultado nulo ou equilibrado
Se as receitas são iguais às despesas, diz-se que o resultado foi nulo. Neste
caso o Patrimônio Líquido não sofreu alteração.
EXERCÍCIO
Indique se as contas abaixo, são Patrimoniais ou de Resultado
CONTAS SITUAÇÃO
Caixa
Bancos conta Movimento
Salários a Pagar
Despesas com Aluguel
Energia Elétrica
Imóveis
Veículos
Vendas de Mercadorias
ICMS a Recolher
Duplicatas Descontadas
Juros Passivos
Capital Social
Despesas com FGTS
Combustíveis e Lubrificantes
Estoque de Mercadorias
Devolução de Mercadorias
Dividendos a Pagar
Reserva Legal
PIS a Recolher
Despesas com Seguros
Seguros a Apropriar
Investimentos em Coligadas
Empréstimos a Pagar
Fornecedores
Reserva de Lucros
Despesas Administrativas
13º Salário
Despesas com Publicidade
Encargos Sociais
Juros Ativos
Custo das Mercadorias Vendidas
Contribuição Previdenciária
Computadores e Periféricos
Receitas Operacionais
13º Salário a Pagar
Investimentos Temporários
Despesas Operacionais
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Esta demonstração tem como finalidade demonstrar a formação do resultado
do período, pelo confronto entre as receitas realizadas e as despesas
incorridas no transcurso do exercício social.
Demonstra-se a seguir a estrutura básica desta demonstração nos termos da
legislação em vigor.
ESTRUTURA DA D.R.E.
1 Receita Operacional Bruta (Vendas de Mercadorias e/ou Prestação de Serviços)
2 ( - ) Deduções
2.1 Impostos Incidentes sobre Vendas
2.2 Vendas Canceladas
2.3 Descontos Incondicionais Concedidos
3 ( = ) Receita Operacional Líquida
4 ( - ) Custos das Vendas ou Operacionais
4.1 Custos das Mercadorias Vendidas
4.2 Custos dos Produtos Vendidos
4.3 Custos dos Serviços Prestados
5 ( = ) Lucro Operacional Bruto
6 ( - ) Despesas Operacionais
6.1 Despesas de Vendas
6.1.1 Despesas de Propaganda
6.1.2 Despesas com Fretes sobre Vendas
6.1.3 Despesas com Salários e Comissões sobre Vendas
6.1.4 Despesas com Devedores Duvidosos
6.2 Despesas Gerais e Administrativas
6.2.1 Despesas com Salários
6.2.2 Despesas com Manutenção
6.2.3 Despesas com Aluguel
6.2.4 Despesas com Encargos Sociais
6.2.5 Despesas com Impostos e Taxas
6.2.6 Despesas com Depreciação
6.3 Resultado Financeiro Líquido
6.3.1 Despesas Financeiras
6.3.2 Variações Monetárias Passivas
6.3.3 Variações Cambiais Passivas
6.3.4 ( + ) Receitas Financeiras
6.3.5 ( + ) Variações Monetárias Ativas
6.3.6 ( + ) Variações Cambiais Ativas
7 ( + ) Outras Receitas Operacionais
7.1 Receitas de Dividendos
7.2 Receitas de Aluguéis
7.3 Reversão de Provisões
7.4 Ganho em Investimentos avaliados pela Equivalência Patrimonial
8 ( - ) Outras Despesas Operacionais
8.1 Despesa com Manutenção de Imóveis Alugados
8.2 Perdas em Investimentos avaliados pela Equivalência Patrimonial
9 ( = ) Lucro (Prejuízo) Operacional
10 (+/-) Resultado não Operacional
10.1 ( + ) Receitas não Operacionais
10.1.1 Vendas de Bens e Direitos do Ativo Permanente
10.1.2 Reversão de Provisão para Perdas Prováveis com Investimentos
10.1.3 Reversão de Reservas de Reavaliação
10.1.4 Prêmio de Seguros
10.2 ( - ) Despesas não Operacionais
10.2.1 Custo do Bem ou Direito do Ativo Permanente Vendido
10.2.2 Despesas com Provisão para Perdas com Investimentos
11 ( = ) Resultado do Exercício antes dos Impostos e Contribuições sobre Lucros
12 ( - ) Impostos e Contribuições incidentes sobre Lucros
12.1 Contribuição Social
12.2 Provisão para Imposto de Renda
13 ( = ) Resultado do Exercício após os Impostos e Contribuições sobre Lucros
14 ( - ) Participação por Lucros
14.1 Participações de Empregados
14.2 Participações de Administradores
14.3 Contribuições para os Fundos de Previdência e Assistência aos Empregados
15 ( = ) Resultado Líquido do Exercício
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADO
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
A Receita Bruta compreende o produto da venda de bens nas operações em
conta própria e o preço dos serviços prestados. Não se inclui na Receita Bruta
os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do adquirente, além do
preço do bem ou serviço, como por exemplo, o I.P.I. (Imposto sobre Produtos
Industrializados).
DESPESAS OPERACIONAIS
São as despesas não computadas por custos e necessárias à manutenção das
atividades principais da empresa.
OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
São receitas das atividades acessórias, tais como os dividendos e aluguéis
ganhos no período, e os aumentos do valor dos investimentos avaliados pela
equivalência patrimonial.
OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
São os gastos incorridos necessários à geração das outras receitas
operacionais (manutenção do imóvel para aluguel).
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
Consideram-se como não operacionais, as receitas oriundas da venda de bens
e direitos classificados no Ativo Permanente. Além destas receitas
propriamente ditas, também são classificadas como receitas não operacionais
as reversões das reservas de reavaliação, das provisões para perdas prováveis
em investimentos.
DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
Estas despesas correspondem ao custo dos bens e direitos baixados do Ativo
Permanente e a despesa correspondente à provisão para perdas prováveis em
investimentos.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
A empresa poderá deliberar pela participação nos lucros apurados, de
empregados, administradores, partes beneficiárias e entidades de previdência
e assistência social de empregados. O valor de cada participação é
determinado sucessivamente nesta ordem, com base nos lucros
remanescentes depois de deduzida a participação anteriormente calculada.
2.3 Indicadores de Liquidez
Os indicadores de liquidez indicam a capacidade da empresa de cumprir suas
obrigações a partir da comparação entre os direitos realizáveis e o passivo
exigível (grau de solvência). Significa a capacidade financeira para saldar
compromissos.
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (C.C.L.)
Entende-se como sendo a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante. Também conhecido como Capital de Giro.
Exemplo: ANO 1 ► CCL= 400-360
CCL=40
ANO 2 ► CCL= 420-450
CCL=-30
LIQUIDEZ CORRENTE (I.L.C.)
Indica quanto a empresa possui em disponibilidades, bens e direitos realizáveis
no curso do exercício seguinte, para liquidar suas obrigações com vencimento
neste mesmo período.
Exemplo: ANO 1 ►ILC= 400 = 1,11
360
ANO 2 ► ILC=420 = 0,93
450
LIQUIDEZ IMEDIATA (I.L.I.)
Indica quanto a empresa possui de recursos disponíveis para liquidar as
obrigações existentes na data do balanço, com vencimento no decorrer do
exercício seguinte.
CCL = AC-PC
ILC = AC
PC
Exemplo: ANO 1 ► ILI = 40 = 0,11
360
ANO 2 ► ILI = 36 = 0,08
450
LIQUIDEZ SECA (I.L.S.)
Indica quanto a empresa possui de ativo líquido, disponível+direitos realizáveis
a curto prazo, para liquidar as obrigações de curto prazo (P.C). Para aprovar
financiamentos aos seus clientes, as instituições financeiras dão preferência à
análise deste quociente.
Exemplo: ANO 1 ► ILS = 400-120 = 0,78
360
ANO 2 ► ILS = 420-120 = 0,67
450
LIQUIDEZ GERAL (I.L.G.)
Indica quanto a empresa possui em recursos disponíveis, bens e direitos
realizáveis a curto e longo prazo, para fazer frente ao total de suas dívidas de
curto e longo prazo.
Exemplo: ANO 1 ► ILG = 400+130 = 530=1,18
360+90 450
ANO 2 ► ILG = 420+100 = 520=0,85
450+160 610
I.L.I. = DISPONIB
PC
I.L.S.= AC-(estoques)
PC
I.L.G.= AC+ARLP
PC+PELP
2.4 Indicadores de Estrutura de Capitais e Endividamento
Quociente de Participação de Capitais de Terceiros sobre a Captação
Total
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIG. A L.P. + P.L.
INTERPRETAÇÃO: Evidencia qual é a proporção da participação dos capitais
de terceiros, em relação aos recursos totais. Mostra quanto a entidade tomou
de capitais de terceiros para cada real (R$) de recursos totais.
Quociente de Participação de Capitais de Terceiros sobre o Capital
Próprio ou de Garantia de Capitais de Terceiros
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INTERPRETAÇÃO: Evidencia qual é a proporção que existe entre os capitais
de terceiros e os capitais próprios. Mostra quanto a entidade deve para
terceiros, a curto e a longo prazo, para cada real (R$) de capital próprio.
Quociente de Imobilização do Patrimônio Líquido
ATIVO IMOBILIZADO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade investiu no Ativo Permanente
para cada real (R$) de Patrimônio Líquido. Mostra o comprometimento do
Patrimônio Líquido em relação às imobilizações da empresa.
Quociente de Endividamento / Solvência
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
ATIVO TOTAL
INTERPRETAÇÃO: Indica a relação entre o capital de terceiros colocados na
empresa e o Ativo Total. Indica quanto de Ativo Total existe para cada real (R$)
em dívidas classificáveis como curto e longo prazo.
Quociente de Composição do Endividamento a Curto Prazo
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade deve a curto prazo para cada
real (R$) de obrigações totais.
Quociente de Composição do Endividamento a Longo Prazo
PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
PASSIVO CIRCUL. + PASSIVO EXIGÍVEL A L.P.
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade deve a longo prazo para cada
real (R$) de obrigações totais.
2.5 Indicadores de Rentabilidade / Lucratividade
Quociente de Rentabilidade do Ativo
LUCRO LÍQUIDO
ATIVO TOTAL
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade obteve de Lucro Líquido para
cada real (R$) de investimento total. Trabalhando com capitais de terceiros, a
empresa precisará remunerar esses capitais com resultados de sua
lucratividade. Quando possível situação favorável. Porém, se a lucratividade
obtida não conseguir remunerar os capitais de terceiros, será necessário gerar
recursos de outras fontes, aumentando com isso o grau de endividamento.
Permite conhecer o tempo necessário para retorno dos capitais próprios e de
terceiros investidos.
Quociente de Rentabilidade do Patrimônio Líquido
LUCRO LÍQUIDO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade obteve de Lucro Líquido para
cada real (R$) de Patrimônio Líquido. Mede o retorno dos recursos aplicados
na empresa pelos seus proprietários, ou seja, para cada unidade monetária de
recursos próprios (P.L.) investidos na empresa, mede-se quanto os
proprietários auferem de lucro. Quanto maior melhor para a empresa. Significa
a taxa de lucratividade do capital próprio investido. Permite conhecer o tempo
necessário para o retorno do capital investido pelos proprietários.
Quociente de Giro do Ativo
VENDAS LÍQUIDAS
ATIVO TOTAL
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade vendeu, para cada real (R$)
de investimento total. Tal relação pode ser feita com vendas líquidas ou com
vendas brutas.
Quociente de Margem Líquida
LUCRO LÍQUIDO
VENDAS LÍQUIDAS
INTERPRETAÇÃO: Evidencia quanto a entidade obteve de lucro líquido para
cada real (R$) vendido (em função do faturamento). Quanto maior o quociente,
maior será a lucratividade obtida.
É importante observar a relação que existe entre esse quociente e o anterior,
pois o anterior pode ser superior a 1 (um), apresentando superficialmente uma
situação favorável, sem que esta aparente situação favorável tenha conseguido
cobrir os custos necessários para sua obtenção. Por outro lado, o quociente
anterior, mesmo inferior a 1 (um), poderá revelar que o volume das vendas foi
suficiente para cobrir os custos.
Quociente de Margem Bruta
LUCRO BRUTO
VENDAS
INTERPRETAÇÃO: Mede o lucro gerado sobre as vendas após a empresa ter
apropriado o Custo da Produção Vendida ou o CMV. Mede a porcentagem de
cada unidade monetária de vendas que sobra após a empresa ter pago por
seus produtos. Quanto maior for a margem bruta melhor, assim como menor
será o custo relativo dos produtos vendidos.
Quociente de Margem Operacional
LUCRO OPERACIONAL
VENDAS
INTERPRETAÇÃO: Mensura a porcentagem de cada unidade monetária de
vendas que resta após todos os custos e despesas, que não juros e imposto de
renda, terem sido abatidos. Mede o lucro gerado após a empresa ter
apropriado o CMV mais as despesas operacionais.
DICAS PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE
ANÁLISE
- Use de uma linguagem fácil, nem todos os usuários conhecem a linguagem
técnica da área de finanças. Este documento pode parar na mão do Vice-
Presidente e ele é um Engenheiro Civil.
- Na elaboração do relatório, relate apenas as suas conclusões factíveis,
visando auxiliar o usuário na tomada de decisão.
- Formate o relatório de acordo com a necessidade do usuário. Apresente
informações sobre a situação da empresa, seu desempenho e sobre as
tendências futuras.
- Fornecedores e Bancos comerciais utilizam-se de relatórios breves e
concisos.
Os principais interesses na visualização de um relatório são:
- Se a empresa tem ou não capacidade de pagar suas contas e duplicatas
em dia. Tal visualização é possível através da avaliação dos indicadores de
liquidez.
- Se a situação da liquidez (seja ela favorável ou desfavorável), vai perdurar
por muito tempo ou se é passageira; quando a situação da liquidez for
desfavorável, se há tendência para a reversão do quadro em pouco tempo
(esta constatação pode ser visível por meio da análise dos indicadores de
rentabilidade).
- Se, em situações inesperadas, terão ou não condições de levantar recursos
junto a instituições financeiras, isto é, se o cliente encontra-se ou não em
condições de endividamento saudável ou no caso complicado de
comprometimento de ativos para pagamento das dívidas.
- Apresentam tendências falimentares (esta verificação poderá ser efetuada
pela análise dos indicadores de estrutura de capitais).
- Se possuem ou não solidez financeira, isto é, se o grau de liquidez
apresentado permite a concessão de empréstimos vencíveis, e em que prazo
serão passíveis de pagamentos. Isto pode ser observado pela análise do
indicador de liquidez seca.
- Se possuem garantias para oferecer, caso algum credor exija seus direitos
no momento de negociação da dívida.
- Se o comportamento do grau de endividamento tem se mostrado favorável
ou não a uma recuperação da empresa, ou se ele denota um agravamento da
tendência do aumento da dívida ou do Exigível a Longo Prazo.
Quando se elabora uma análise dessa natureza é óbvio que alguém ou alguma
parte se interessará pela rentabilidade e lucros. Desta forma é de primordial
importância elaborar um pequeno cenário de tendência futura da empresa.
Não se esquecer jamais que esta análise sozinha tem pouco valor. Precisamos
juntar mais informações pertinentes ao mercado, ramo de atuação, segmento
alvo, para conhecermos qual é o comportamento das empresas deste setor.
Pode-se as vezes lidar com fatores estranhos para um determinado ramo e
completamente estranho ou divergente para outros.
LIMITAÇÃO DA ANÁLISE POR INDICADORES
Conforme verificou-se, a análise de indicadores é muito importante para a
efetiva avaliação de uma empresa. Todos os grupos de interesse utilizam-na
para tomar decisões. Também devemos observar que, embora a análise possa
proporcionar informações cruciais concernentes às operações de uma empresa
e suas condições financeiras, a análise por indicadores apresenta algumas
limitações e problemas inerentes, que necessitam de cuidados e
discernimento. Desta forma temos alguns problemas que merecem atenção,
tais como:
1. Muitas grandes empresas operam por UEN (Unidade Estratégica de
Negócio), o que torna difícil a avaliação numa série significativa de médias,
tanto do setor, como da empresa. Isso tende a tornar a análise de indicadores
mais apropriada a empresas médias e pequenas ou para grandes empresas,
menos diversificada ou que atue com um sistema contábil totalmente
segmentado e separado por UEN, e mesmo assim teríamos algumas
dificuldades para avaliação global do negócio.
2. A maioria das empresas desejam estar acima da média, de forma que a
obtenção de um desempenho apenas médio não é necessariamente bom.
Deve perceber e focar alvo em empresas do mesmo “tamanho” ou de mesmo
desempenho. Focalizar líderes com altos indicadores pode ser prejudicial para
análise.
3. A inflação tem distorcido, ou distorceu gravemente os balanços
patrimoniais das empresas. Valores registrados muitas vezes são muito
diferentes do real. De certa forma as séries históricas das demonstrações
financeiras podem ser muito prejudicadas por políticas governamentais. Um
outro aspecto é que com o passar de 2 ou 3 anos, no máximo, toda a avaliação
feita pode ser jogada fora, pois a inflação afeta todos os valores.
4. Fatores sazonais podem afetar a análise por indicadores. Algumas
empresas utilizam-se de datas de fechamento de balanços completamente
diferentes. Normalmente, tal informação advém da matriz. Isso pode provocar
interferências na análise, caso o fechamento seja efetuado na época de melhor
ou pior vendas.
5. As empresas podem utilizar técnicas para maquiar balanço, a fim de
fazer com que suas demonstrações financeiras pareçam mais robustas ou
animadoras.
6. Diferentes práticas contábeis podem distorcer comparações. A avaliação
de estoques e métodos de depreciação podem afetar as demonstrações
financeiras, assim, distorcer comparações entre as empresas.
7. É difícil generalizar se um indicador em particular é “bom” ou “ruim”. Por
exemplo, um indicador de liquidez corrente elevado pode indicar uma forte
posição de liquidez, o que é bom, ou excesso de caixa, o que é ruim, já que o
excesso de caixa no banco é um ativo que não gera lucro. Assim, um pequeno
endividamento pode ser saudável caso a empresa esteja necessitando de
pouco recurso para girar suas atividades.
8. Uma empresa pode apresentar indicadores bons e ruins, muito
alternados, proporcionando uma dificuldade muito grande de avaliação e
análise.
9. As avaliações são artefatos humanos, e por isso passível de conclusões
ou avaliações pessoais. Assim, um analista tanto pode favorecer uma análise
como dando um parecer favorável, como dificultá-la completamente, indicando
um futuro incerto ou impreciso para a empresa.
10. O analista financeiro pode estar desalinhado com as tendências do
segmento, e ao final da análise propor relatórios desconexos com a realidade.
Assim, a preparação do analista é de suma importância para uma real
avaliação dos indicadores de uma empresa.
A análise por indicadores é muito útil, porém os analistas devem ficar
atentos e cientes desses problemas e limitações para realizar os
ajustamentos necessários. A análise de indicadores conduzida de forma
mecânica e automática é perigosa, mas usada inteligentemente e com
discernimento, pode proporcionar perspectivas úteis para operações de
uma empresa.
2.6 ANÁLISE DO FATOR DE INSOLVÊNCIA DE STEPHEN
KANITZ
A análise de insolvência é um modelo que permite determinar com antecedência o
grau de solvência ou insolvência de uma organização. A detecção de insolvência é
muito importante já que muitas empresas, depois de analisadas por modelos
tradicionais e consideradas sadias, em pouco tempo foram à falência.
Para Kanitz a insolvência é um processo real e identificável nos balanços das
empresas. Basta a aplicação de uma determinada técnica que envolve duas fases
de cálculo.
Síntese dos principais índices ou indicadores
Este modelo poderá ser usado no segmento do comércio e indústria, não devendo
ser aplicado indiscriminadamente em outros ramos. Os demonstrativos financeiros
deverão refletir a realidade da empresa, e por fim o modelo não deve ser
considerado isoladamente, mas conjugado com outros indicadores, tornando a
análise mais eficiente.
1. Determinação do fator de insolvência: resultado de uma ponderação estatística
de cinco indicadores, a saber:
A1: Taxa de retorno sobre o P.L. ou Rentabilidade do P.L. = L.L. / P.L.
A2: Índice de Liquidez Geral ILG = AC + ARLP / PC + PELP
A3: Índice de Liquidez Seca ILS = AC ( - ) ESTOQUES...... / PC
A4: Índice de Liquidez Corrente ILC = AC / PC
A5: Garantia do Capital de Terceiros QCT / CP
FÓRMULA:
F1 = (A1 x 0,05) + (A2 x 1,65) + (A3 x 3,55) – (A4 x 1,06) – (A5 x 0,33)
2. Comparação do F1 em relação ao Termômetro de Insolvência
FATOR D I S C R I M I N A Ç Ã O
7 Área de Solvência (reduzidas possibilidades de falência)
6 Onde se insere toda empresa que apresenta um F1 maior que zero. As empresas
5 localizadas nesta área são as que apresentam os menores riscos de quebra
4 Solvência
3
2 A insolvência é inversamente proporcional ao F1, ou seja, quanto
1 mais alto este se apresenta, menos probabilidades há.
0 Área de penumbra (situação indefinida)
- 1 Penumbra Onde é classificada toda empresa que apresenta um F1 entre
- 2 0 e – 3. É uma situação perigosa, onde as perspectivas da em-
- 3 presa devem merecer um cuidado especial.
Área de insolvência (propensão à falência)
- 4 INSOLVÊNCIA
- 5 Onde se concentra toda empresa com um F1 menor que - 3.
- 6 É a que apresenta maiores probabilidades de vir a falir, e
- 7 esta aumenta à medida em que o fator diminui.
Tomando como base os Demonstrativos Financeiros, a seguir, da empresa Kari-Oca
S/A, avalie o fator de insolvência para os dois períodos.
Empresa Kari-Oca S/A Balanço Patrimonial em 31.12.98
ATIVO 31.12.98 31.12.97 PASSIVO E P.L. 31.12.98 31.12.97
ATIVO CIRCULANTE
PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 32.450 16.810 Contas a Pagar 154.850 137.120
Contas a Receber
187.550 120.570 Imposto de Renda
25.420 12.480
Estoques 110.440 162.450 Empréstimos 48.700 55.430
TOTAL A.C. 330.440 299.830 TOTAL P.C. 228.970 205.030
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
70.820 95.480 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
241.870 206.980
ATIVO PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos 42.000 48.250 Capital Social 485.320 485.320
Imobilizado 777.350 718.340 Reservas 115.280 175.130
Diferido 22.210 20.410 Lucros Retidos 171.380 109.850 TOTAL A.P. 841.560 787.000 TOTAL P.L. 771.980 770.300
TOTAL ATIVO 1.242.820 1.182.310 TOTAL PASSIVO 1.242.820 1.182.310
Empresa Kari-Oca S/A
Demonstrativo de Resultado do Exercício
Período: 31.12.97 a 31.12.98
Í T E N S 1998 1997 VARIAÇÃO (%)
Receita Líquida 8.254.850 7.454.930 10,73
( - ) C.M.V. (3.247.720) (3.128.470) 3,81
( = ) Lucro Bruto 5.007.130 4.326.460 15,73
( - ) Despesas Operacionais (4.513.450) (3.973.950) 13,57
( = ) Lucro da Atividade 493.680 352.510 40,04
( + ) Receitas Financeiras 24.500 25.200 - 2,78
( - ) Despesas Operacionais (447.623) (321.353) 39,29
( = ) Lucro antes do I.R. 70.557 56.357 25,19
( - ) Provisão para I.R. (21.167) (16.907) 25,19
( = ) Resultado Líquido 49.390 39.450 25,19
3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
3.1 Índices de Prazos Médios (PMR, PMP, PME)
Método Direto Um aspecto interessante da análise contábil é que através dos dados
obtidos das demonstrações financeiras, podem ser calculados os prazos
médios de renovação por elementos patrimoniais. Com índices dessa natureza
é possível se identificar certas políticas adotadas pela empresa, como a política
de vendas e a política de compras.
Rotação dos Estoques
INTERPRETAÇÃO: Indica o tempo médio expresso em dias, que a empresa
demora para renovar os seus estoques, em outras palavras, significa o prazo
para o qual o estoque existente na data do balanço é suficiente para atender os
clientes.
Rotação de Duplicatas a Receber
INTERPRETAÇÃO: Indica quantos dias, em média, a empresa demora para
receber o produto de suas vendas.
Rotação de Duplicatas a Pagar
INTERPRETAÇÃO: Indica o prazo médio que a empresa utiliza, para
pagamentos aos seus fornecedores.
PRAZO MÉDIO DE = ESTOQUE MÉDIO . 360
RENOVAÇÃO DE ESTOQUES CMV
PRAZO MÉDIO DE = X DUPLICATAS A RECEBER. 360
DUPLICATAS A RECEBER VENDAS
PRAZO MÉDIO DE = X FORNECEDORES. 360
DUPLICATAS A PAGAR COMPRAS
EXEMPLO:
CONTAS 2011 2010
Crédito de Clientes 23.947.271, 14.858.647,
Estoques 11.292.718, 15.206.449,
Fornecedores 5.937.515, 9.630.713,
Vendas Anuais 214.322.633, 183.704.309
Custo Produtos Vendidos 126.847.503, 98.579.369,
3.2 Prazos Médios e Rotações
O prazo médio de renovação de estoques (PMRE) expressa a velocidade
com que os estoques se renovam. É uma medida do número de dias que, em
média, os produtos e mercadorias ficam em estoque até serem vendidos.
Trata-se de uma medida estimada com base em números contábeis extraídos
das demonstrações contábeis; logo é um valor arbitrário e médio para todos os
produtos da empresa de forma única. Quanto menor o prazo, melhor para a
empresa, pois ela gira mais rapidamente seus estoques.
Internamente, gestores têm a possibilidade de definir prazos mais corretos e
divididos por tipo de produtos ou componentes de estoque. É importante
observar que o custo das vendas, no caso das empresas industriais, deve se
referir apenas aos custos com materiais e não deveria incluir custos de mão de
obra e custos indiretos que estão incluídos no custo dos produtos vendidos.
Uma solução para isso seria separar os custos de diversos componentes de
estoques como matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados,
porém isso é difícil de fazer, na prática, quando se trata de usuários externos.
Em função disso, utilizar o custo total dos produtos vendidos é arbitrário, mas,
muitas vezes, necessário para o desenvolvimento da análise.
No entanto, para as empresas comerciais o custo das mercadorias vendidas é
o que se deve considerar como custo das vendas, para o cálculo desse
indicador.
Do mesmo modo, o prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) é uma
média arbitrária, porém útil, que mede o número médio de dias que a empresa
demora para receber de seus clientes. Quanto menor o prazo, melhor para a
empresa, pois ela recebe mais rapidamente de seus clientes.
Deve-se utilizar como valor de vendas realizadas o montante de vendas brutas,
descontando-se devoluções e abatimentos que, em algumas empresas, são
montantes relevantes. Ressalte-se, no entanto, que muitas vezes é difícil
identificar tais valores nas demonstrações contábeis, haja vista que eles
aparecem somados aos impostos sobre vendas. Nesse caso, sugere-se usar,
de forma consistente, o valor total das receitas brutas.
O indicador de prazo médio de pagamento das compras (PMPC) mostra
quantos dias, em média, a empresa leva para pagar seus fornecedores.
Quanto maior o prazo, melhor para a empresa, pois ela demora mais para
pagar seus fornecedores, ganhando fôlego adicional em suas contas. Cabe
informar, que o valor das compras de mercadorias ou materiais (inclui apenas
as compras de mercadorias para estoques ou de materiais para transformação)
não é evidenciado nas demonstrações contábeis. Dessa maneira, uma forma
arbitrária seria calcular o valor de compras com base no custo das mercadorias
vendidas ou o custo dos produtos vendidos, nos estoques iniciais e finais.
Entretanto, no caso de empresas industriais, o custo dos produtos vendidos
também inclui custos de mão de obra e custos indiretos, o que dificulta também
um valor mais exato. Uma alternativa para esse problema seria, se possível,
tentar segregar os estoques por tipo de produto ou ainda considerar,
simplesmente, o custo dos produtos vendidos com aproximação arbitrária.
3.3 CICLO OPERACIONAL E CICLO DE CAIXA
O ciclo operacional de uma empresa tem início com a recepção dos materiais
( ou das mercadorias para revenda) e termina com a entrada do dinheiro em
caixa, derivada do recebimento das vendas. Portanto, ele contempla o período
em que os produtos ficam em estágio de produção e / ou estocagem até o
momento de serem vendidos e entregues, incluindo ainda o período de tempo
para o recebimento das vendas (contas a receber), sendo o ciclo completado
com a entrada de dinheiro em caixa.
Ilustra-se a seguir, de forma simplificada, o processo de operação de uma
empresa, que contempla o período de estoque, o período para recebimento
dos clientes e entrada do dinheiro em caixa, possibilitando, consequentemente,
o pagamento de contas da empresa.
Quanto mais rápido a empresa conseguir transformar estoques em caixa (girar
os estoques), maior será a geração de caixa, maior será a capacidade de
pagamento e, consequentemente, maior será a capacidade de expansão
sustentada da empresa.
Sob outro ângulo, é possível ilustrar a relação dos ciclos em função de seu
financiamento, como segue:
O ciclo operacional, composto pelo período de estocagem e período de
recebimento de vendas, representa o período no qual a empresa precisa de
recursos financeiros alocados, ou seja, para ter estoque, é preciso que a
empresa tenha passivos que financiem esse estoque. Em geral, estoques são
financiados por fornecedores, que muitas vezes vendem a prazo sem taxas de
juros ou, ainda, com taxas menores que as taxas de mercado.
O ciclo financeiro, por sua vez, compreende o prazo entre as saídas de caixa
relativas aos pagamentos dos fornecedores e as entradas de caixa
provenientes dos recebimentos das vendas. Durante esse período, a empresa
tem de financiar suas operações sem a participação dos fornecedores. Quanto
maior for o ciclo financeiro, mais recursos próprios e de terceiros estarão
temporariamente aplicados nas operações, provocando custos financeiros e
afetando a rentabilidade. O ciclo financeiro corresponde, portanto, ao período
da necessidade do capital de giro.
Novamente, pode-se recorrer aos prazos médios para representar os ciclos
financeiros das empresas industriais e comerciais, pois serão definidos pela
diferença entre o ciclo operacional (CO) e o prazo médio de pagamento das
compras (PMPC), conforme fórmula a seguir:
CF = CO - PMPC
Para melhor visualização do funcionamento dos ciclos operacional e financeiro
considere o seguinte exemplo em uma empresa comercial:
Data da realização da compra e do recebimento da mercadoria: 01.06.11
Data da realização da venda: 15.06.11
Data do pagamento da compra ao fornecedor: 20.06.11
Data do recebimento da venda efetuada ao cliente: 10.07.11
Adicionando tais datas, ao fluxo a seguir, tem-se:
O ciclo operacional terá duração de 40 dias, ou seja, do dia da compra
(01.06.11) até o dia do recebimento do dinheiro da venda (10.07.11). Já o ciclo
financeiro é de 20 dias, que vai do dia do pagamento da compra (20.06.11) ao
dia do recebimento da venda (10.07.11).
Não existe bola de cristal, e por isso o máximo que podemos esperar é contar
com um procedimento lógico e organizado de investigação do desconhecido, o
planejamento financeiro, onde este estabelece diretrizes e é um aspecto
importante da operação da empresa. Ele é responsável por evidenciar os
caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações da empresa para atingir
seus objetivos. Dois aspectos chave do planejamento financeiro são o
planejamento de caixa e o planejamento do lucro.
O Planejamento de caixa envolve a preparação do orçamento de caixa da
empresa; o planejamento de lucro envolve a preparação das demonstrações
financeiras projetadas. O processo de planejamento financeiro começa com
planos financeiros de longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez guiam a
formulação de planos e orçamentos em curto prazo, operacionais.
PLANOS FINANCEIROS DE LONGO PRAZO (ESTRATÉGICOS)
Os planos financeiros de longo prazo (estratégicos) são parte de uma
estratégia integrada que, juntamente com planos de marketing e produção,
guiam a empresa em direção à realização de suas metas estratégicas. Esses
planos consideram dispêndios de capital, atividades de pesquisa e
desenvolvimento, ações de marketing e desenvolvimento de produto, estrutura
de capital e fontes principais de financiamento, além de execução de projetos,
linhas de produtos, linhas de negócios, pagamentos de dívidas ativas, e todas
as aquisições planejadas.
PLANOS FINANCEIROS DE CURTO PRAZO (OPERACIONAIS)
Os planos financeiros de curto prazo (operacionais) começam com as
previsões de vendas. A partir dela são desenvolvidos planos de produção que
levam em consideração prazos de preparação para produção e incluem
estimativas de materiais e outros insumos necessários. Usando estes planos, a
empresa pode estimar as necessidades de mão-de-obra, despesas diretas,
indiretas e operacionais. Uma vez que essas estimativas estão feitas, a
demonstração de resultados projetados da empresa e seu orçamento de caixa
podem ser preparados. Com as entradas básicas – demonstrações de
resultados projetados, orçamento de caixa, plano de dispêndio de capital,
planejamento financeiro de longo prazo e o balanço do período, o balanço
projetado pode ser finalmente desenvolvido.
PLANEJAMENTO DE CAIXA
– ORÇAMENTO DE CAIXA
O orçamento de caixa ou previsão de caixa é um demonstrativo das entradas e
saídas de caixa planejadas pela empresa. Ele é usado pela empresa para
estimar suas necessidades de caixa em curto prazo. Uma empresa com
expectativas de um excedente de caixa pode planejar investimentos a curto
prazo (títulos negociáveis) , enquanto uma empresa com expectativa de
carências de caixa deve conseguir um financiamento a curto prazo (notas
promissórias). Normalmente o orçamento de caixa é projetado para cobrir o
período de um ano e subdividido em intervalos menores de tempo.
– PREVISÃO DE VENDAS
A entrada principal para o processo de planejamento financeiro é a previsão de
vendas, ela é o elemento gerador que permitirá estimar os fluxos mensais de
entradas de caixa que vão se transformar nas receitas de vendas projetadas e
de despesas relativas à produção, aos estoques e às vendas. Através dela é
possível também determinar o nível de ativos necessários para o financiamento
da produção. As previsões de vendas podem se observadas por 3 abordagens
distintas, considerando-se uma abordagem externa onde a empresa se baseia
para prever suas vendas nos relacionamentos entre a empresa e alguns
indicadores externos, como PIB, renda disponível, perfil de renda dos
compradores, etc; uma abordagem interna, observando suas projeções por
meio de canais de vendas da própria empresa, conseguida através do pessoal
interno, avaliada por produtos que se esperam vender no ano seguinte e por
abordagem combinada, avaliada por meio da combinação das abordagens
internas e externas, observando-se através da reflexão dos dados de vendas e
ajustados por análise dos dados externos.
O recebimento inclui todas as entradas de uma empresa em um dado período.
Seus componentes mais comuns são as vendas à vista, cobrança de vendas à
prazo e outros recebimentos.
Os pagamentos incluem todas as despesas feitas durante um dado período
financeiro. Os pagamentos mais comuns de caixa são as compras à vista,
pagamentos de duplicatas, folha de pagamentos, impostos, pagamento de
ativos permanentes, dividendos, amortizações de empréstimos, recompra de
ações.
EXEMPLO
Considere que a empresa Banana Powel está desenvolvendo um orçamento
caixa para os meses de outubro, novembro e dezembro. As vendas da
empresa em agosto e setembro foram de $100 mil e $200 mil,
respectivamente. Vendas de $400 mil, $300 mil e $200 mil haviam sido
previstas para outubro, novembro e dezembro, respectivamente.
Historicamente, 20% das vendas da empresa têm sido à vista, 50% tem gerado
duplicatas a receber cobradas em um mês e os 30% restantes têm gerado
duplicatas para 60 dias. As despesas com devedores duvidosos não são
consideradas devido a sua participação. Em dezembro a empresa vai receber
um dividendo de $30 mil de ações em uma subsidiária.
Como conseqüência de suas operações a empresa apresentará um total de
compras que representam 70% de suas vendas. Esse montante é pago 10% à
vista, 70% no mês imediatamente seguinte ao mês da compra e os restantes
20% são pagos nos 2 meses após a compra. A empresa ocupa uma área
alugada que lhe custa $ 5 mil mensalmente. Sua folha de pagamento é
composta de $ 96 mil ano de salários fixos e uma mão-de-obra variável
estimada em 10% sobre as vendas mensais. Os impostos correspondem a $
25 mil pagos em dezembro e a companhia pagará em novembro um
permanente relativo à compra de novas máquinas de $ 130 mil. A empresa
pagará ainda dividendos de caixa no valor de $ 20 mil em outubro e ainda uma
amortização de empréstimos no valor de $ 20 mil também em outubro e $ 10
mil de juros referente a um contrato adquirido no ano passado. A empresa não
pretende recomprar nenhuma ação durante outubro a dezembro. A empresa
gostaria de manter como reserva para necessidades não-programadas um
saldo mínimo de $ 25 mil em seu caixa.
RESOLUÇÃO
Primeiramente como sugestão vamos entender o exercício:
PREVISÃO DE ENTRADAS
Previsão de Vendas: Entrada inicial meramente informativa.
Venda à vista: As vendas à vista mostrada para cada mês representam 20%
do total da previsão de cada mês.
Cobranças de Duplicatas a receber: São entradas que resultam de vendas a
prazo em meses anteriores sendo:
Defasadas 1 mês: vendas feitas no mês anterior que geram duplicatas a
receber cobradas no mês corrente. Pelo fato de 50% das vendas do mês
corrente serem cobradas 1 mês depois, as duplicatas a receber cobradas com
1 mês de defasagem mostradas para setembro representam 50% das vendas
de agosto e assim por diante;
Defasadas 2 meses: estes números representam vendas feitas 2 meses antes
que geraram duplicatas a receber no mês corrente. Pelo fato de 30% das
vendas serem cobradas 2 meses depois, as duplicatas a receber com
defasagem de 2 meses mostradas em outubro, representam 30% das vendas
de agosto.
Outros recebimentos: São recebimentos esperados de outras fontes
diferentes das vendas. Juros recebidos, dividendos recebidos, receitas
provenientes da vendas de ativos permanentes, receitas de vendas de títulos,
receitas de aluguéis. No caso da Banana Powel, apenas têm-se a entrada de $
30 mil referente a dividendos a receber em dezembro.
Total de recebimentos: Esse número representa o total de recebimentos
listados para cada mês. No caso específico da Banana Powel estamos
preocupados apenas com Outubro, Novembro e Dezembro.
Como sugestão temos a formação de uma tabela de recebimentos projetados
para a empresa Banana Powel.
Cronograma de Recebimentos Projetados para a Banana Powel
Ago Set Out Nov Dez
Previsão de Vendas (orientativo)
Venda à vista (=20%)
Cobrança de Duplicatas
Defasado 1 mês (= 50%)
Defasado 2mês (= 30%)
Outros Recebimentos
Total de Recebimentos
– PREVISÃO DE SAÍDAS (PAGAMENTOS)
Compras: Essa entrada é meramente informativa, as compras da empresa
representam 70% das vendas previstas. Elas serão incluídas na tabela para
facilitar os cálculos.
Compra à vista: Os pagamentos das compras representam 10% das compras
do mês.
Duplicatas a pagar: Estas representam o pagamento de duplicatas resultante
das compras em meses anteriores.
Defasado 1 mês: Estes valores representam compras ao mês precedente que
serão pagas no mês corrente. Pelo fato de 70% das compras da empresa
serem pagas 1 mês depois, o pagamento referente ao mês de outubro
mostram os valores estimados das compras de setembro a assim por diante.
Defasado 2 meses: Estes valores representam compras precedentes que
serão pagas no mês corrente, assim os mostrados em dezembro, referem-se
às compras de outubro, e assim, sucessivamente.
Pagamento de aluguel: Pagamento de $ 5 mil pago todos os meses.
Folha de pagamentos: O custo fixo de salário para o ano é de $ 96 mil, logo
temos $ 8 mil todos os meses. Adicionalmente, a mão-de-obra variável é
estimada em 10% das vendas mensais.
Pagamentos de Impostos: Impostos no momento de 25 mil deverão ser
pagos em dezembro.
Pagamentos de Ativos Permanentes: Novos Equipamentos custando $ 130
mil serão comprados e pagos em novembro.
Pagamentos de dividendos de caixa: Dividendos de caixa de $ 20 mil serão
pagos em dezembro.
Amortizações de empréstimos: Um pagamento de amortização de $ 20 mil
será efetuado em outubro.
Recompra de ações: Neste caso, nenhuma das ações faz parte do
planejamento da BananaPowel.
Pagamentos de Juros: Refere-se a juros de qualquer natureza que promova
saídas de caixa. Podendo ser por atraso dos pagamentos de contratos, de
empréstimos, de duplicatas, de fornecimento etc.. Novamente sugerimos a
criação de uma tabela de pagamentos projetados para a empresa.
CRONOGRAMA DE PAGAMENTOS PROJETADOS PARA A BANANA
POWEL
AGO SET OUT NOV DEZ
PREVISÃO DE COMPRAS (70% das
vendas)
Compras à vista (= 10%)
Pagamentos de Duplicatas
Defasada 1 mês ( = 70%)
Defasado 2 Meses (= 20%)
Pagamento de Aluguel
Folha de Pagamentos
Pagamentos de Impostos
Pagamentos de Ativos Permanentes
Pagamentos de Juros
Pagamentos de Dividendos em $
Amostizações
Total de Pagamentos
Agora já podemos montar o orçamento de caixa para a Banana Powel, sendo:
Orçamento de Caixa para a Banana Powel ( em $ mil)
OUT NOV DEZ
(+) Recebimento Total
(-) Total de Pagamentos
(=) Fluxo de Caixa Líquido
(+) Saldo de Caixa Inicial
(=) Saldo de Caixa Final
(-) Saldo de caixa mínimo
Financiamento Total Necessário
Excesso de saldo de caixa
O fluxo líquido de caixa representa a diferença matemática entre a entrada
de caixa da empresa e suas saídas em cada período. O fluxo líquido é
encontrado ao se subtrair os pagamentos dos recebimentos em cada período.
O saldo final de caixa é a soma do inicial e seu fluxo de caixa líquido pelo
período.
O financiamento total necessário é o montante de fundos que a companhia
necessita se o saldo final de caixa do período for menor do que o saldo de
caixa mínimo desejado; geralmente representado por empréstimos bancários.
O excesso de caixa é o montante para investimentos pela empresa se o saldo
final de caixa do período for maior que o saldo mínimo em caixa desejado,
acreditasse que o valor seria investido em títulos.
– AVALIANDO O ORÇAMENTO DE CAIXA
A Banana Powel gostaria de manter $ 25 mil de reservas não-programadas,
assim ela deverá fazer um empréstimo de $ 76 mil em novembro e $ 41 mil em
dezembro. Em outubro, ela terá um saldo positivo de $22 mil que poderá ser
investido em títulos a curto prazo. Os números totais observados no orçamento
de caixa se referem ao montante devido no final do mês; eles não
representam as mudanças mensais ocorridas com os empréstimos. Essas
mudanças podem ser observadas avaliando-se os fluxos d saldo inicial de
caixa e seus excessos/ financiamentos. O orçamento de caixa provê a empresa
com números indicando se existirá um excesso ou uma deficiência de caixa
para cada período analisado. O número de cada mês é baseado nas
exigências internamente impostas. Para um excelente orçamento é necessário
informações cada vez mais precisa e atualizada.
Saldo do final do mês ( em $ mil)
CONTA OUT NOV DEZ
Caixa
Títulos Negociáveis
Empréstimos Bancários
3.4 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)
Cabe destacar que, o financiamento do capital de giro feito pelos fornecedores
geralmente é o mais natural e vantajoso para a empresa. O período que não é
financiado por fornecedores ou passivos cíclicos deverá ser financiado por
outras fontes de recursos, e essa necessidade adicional é conhecida como
necessidade de capital de giro ou investimento operacional em giro.
Existem casos em que os fornecedores acabam financiando todo o ciclo
operacional de uma empresa, que é o que acontece, normalmente, em redes
de supermercados. Suponha que uma grande rede de supermercados consiga
produtos para revenda com prazo de pagamento de 60 dias. Ao receber a
mercadoria, o supermercado disponibiliza os produtos aos seus clientes e
poderá efetuar vendas em um período de 10 dias, por exemplo. Recebendo
pelas vendas à vista, o supermercado poderá investir o dinheiro durante cerca
de 50 dias, aumentando sua receita financeira ou ainda comprando novos
produtos. Nesse caso, os fornecedores financiariam mais de 100% do ciclo
operacional do supermercado; então, a necessidade de capital de giro seria
negativa. .
DECISÕES DE INVESTIMENTOS EM CONDIÇÕES DE
INCERTEZA
INTRODUÇÃO
Vários fatores combinam-se para tomar as decisões sobre a elaboração do
orçamento de capital, talvez as mais importantes que os gerentes financeiros
devem tomar. Por isso, sabemos que as decisões tomadas no processo de
elaboração do orçamento de capital continuam por muito tempo, promovendo a
perda de flexibilidade por parte do tomador de decisão. Quando compramos
uma máquina (ativo), com vida útil de 10 anos, teoricamente, estamos
amarrando a empresa por este período, claro que relacionamos a expansão
dos ativos às vendas futuras, e assim, um erro na projeção das necessidades
pode trazer sérias conseqüências.
Primeiramente a máquina a ser adquirida pode não fornecer a produção
necessária, logo fabricará menos produtos, com menos competitividade, e isso
pode forçar a empresa a manter menores margens ou aumentar os descontos.
O tempo de recuperação do investimento também é muito importante. Não se
esqueça que o investimento poderia ser feito em outras frentes, logo a opção
por este projeto deveria ser um propulsor de lucros num tempo
preestabelecido. Se essas entradas não ocorrem, a empresa certamente
deverá encontrar outras fontes de recursos, empréstimos, bancos, aportes, e
isso aumentará o endividamento, tornando a empresa menos atraente. Desta
forma a escolha certa para um projeto, centra-se na análise das propostas.
Tais propostas se baseiam nos fluxos de caixa gerados pelos projetos, os quais
são discutidos buscando verificar sua aceitabilidade, ou hierarquizar uma
relação de projetos. Isso nos obrigará a utilizar a abordagem de valor do
dinheiro no tempo, de risco e retorno, e conceitos de avaliação, para selecionar
dispêndios de capital que são consistentes com a meta da empresa de
maximização da riqueza dos proprietários.
PERÍODO DE PAYBACK
O período de payback é definido como o número esperado de anos exigido
para recuperar o investimento original, ou seja, o tempo necessário para que o
desembolso correspondente ao investimento inicial seja recuperado, ou ainda,
igualado e superado pelas entradas líquidas acumuladas. Este método foi o
primeiro e muito usado para avaliação de projetos.
O processo é simples, somam-se os fluxos futuros de caixa para cada período
até que o custo inicial do projeto de capital seja coberto. O tempo total,
incluindo-se as frações de período, constitui o período de PAYBACK.
EXEMPLO:
Projeto “C”: -
Fluxo de Caixa Líquido:
FCL Acumulado:
Percebe-se que o projeto torna-se
__________________________________________________________ , assim
pegamos o saldo ____________________ do ano em questão, e dividimos pelo
próximo fluxo de entrada, e obtemos o período de recuperação, assim temos:
Custo não coberto no início do ano
PAYBACK c = Ano antes da recuperação plena + Fluxo de Caixa durante o ano
No exemplo temos: - PAYBACK c =
Quando usamos planilhas para estes cálculos, torna-se mais fácil trabalharmos com
tabelas. Portanto, vejamos os exercícios.
EXERCÍCIOS
A empresa LINPIO S/A esta pensando em investir em um equipamento que lhe
proporcionará o seguinte fluxo de caixa: - O custo do investimento é de $ 180.000,
sendo que suas entradas são respectivamente: - $ 25.400; $ 57.900; $ 129.400; $
96.900 e $ 126.400. Calcule o período de recuperação.
A N O S FLUXOS DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS
Calcule o período exato de recuperação de um investimento de $ 105.000, para um
número de 5 anos com os respectivos fluxos de caixa anuais: $ 25.000; $ 28.000; $
48.000; $ 65.000 e $ 94.000.
A N O S FLUXOS DE CAIXA NO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS
PAYBACK DESCONTADO
O período de payback descontado é bastante semelhante ao anterior, com exceção
de que os fluxos de caixa esperados são descontados pelo custo do capital do projeto.
Assim, o período de payback descontado é definido como sendo o número de anos
exigidos para se recuperar um investimento, a partir de fluxos de caixas líquidos
descontados. Retornando ao exemplo inicial, vejamos o que acontece com o payback
descontado nas mesmas condições de fluxos de entrada, porém considerando um
custo de capital (K) de 10% para o projeto C.
Para elaborar cada entrada descontada, estaremos calculando o valor líquido
descontando o reflexo do tempo sobre o valor da entrada. Assim, temos que:
Fluxo do 1º ano é igual =
Fluxo do 2º ano é igual =
Projeto “C”: -
Fluxo de Caixa Líquido
FCL Descontado
FCL Descontado Acumulado
Para calcular o período de payback descontado procedemos conforme exercício
anterior, ou seja, o projeto torna-se _______________________ do
_____________________________________ , assim pegamos o saldo
___________________ do ano em questão, e _________________________ pelo
próximo fluxo de entrada, e obtemos o período de recuperação, assim temos:
Custo não coberto no início do ano
PAYBACK c desc. = Ano antes da recup. plena + Fluxo de Caixa durante o ano
PAYBACK c DESCONTADO =
Observe que o payback é um tipo de cálculo de “equilíbrio” no sentido de que, se os
fluxos de caixa chegam à taxa esperada até o ano de payback, o projeto será
equilibrado. No entanto, o payback regular não leva em conta o custo de capital –
nenhum custo de capital próprio ou endividamento foi utilizado para operacionalizar. O
projeto é refletido no fluxo de caixa ou nos cálculos. O payback descontado leva em
conta o custo de capital (k) – ele mostra o ano de equilíbrio depois de cobrir os custos
com o endividamento e de capital próprio.
EXERCÍCIOS
A empresa NILOPI S/A está pensando em investir em um equipamento que lhe
proporcionará o seguinte fluxo de caixa: - O custo do investimento é de $ 180.000,
sendo que suas entradas são, respectivamente: - $ 25.400; $ 57.900; $ 129.400; $
96.900 e $ 126.400. O custo de capital envolvido é de 12%. Calcule o período de
recuperação.
Calcule o período exato de recuperação de um investimento de $ 105.000 para um
número de 5 anos, com os respectivos fluxos de caixa anuais: $ 25.000; $ 28.000;
$ 48.000; $ 65.000 e $ 94.000, sendo que o acionista espera receber do mercado
para o mesmo investimento uma taxa de 9,5 % ao ano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GITMAN, Lawrence J., Princípios de Administração Financeira, São Paulo,
Ed. Pearson Education do Brasil, 12ª edição, 2010.
PADOVEZE, Clóvis Luís e BENEDICTO, Gideon Carvalho de, Análise das
Demonstrações Financeiras, São Paulo, Editora Pioneira Thomson Learning,
2004.
MATARAZZO, D.C., Análise Financeira de Balanços, São Paulo, Editora
Atlas.
GROPPELLI, Ehsan e NIKBAKHT, A.A., Administração Financeira, São
Paulo, Editora Saraiva, 2002.
BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C. e ALLEN, Franklin, Princípios de
Finanças Corporativas, São Paulo, Editora McGraw-Hill, 8ª edição, 2008.
BORINELLI, Márcio Luiz e PIMENTEL, Renê Coppe, Curso de Contabilidade
para Gestores, Analistas e Outros Profissionais, São Paulo, Editora Atlas,
2010.