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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE QUÍMICA BACHARELADO EM QUÍMICA CARINNE BORGES DE SOUZA MORAES REGO GOMES “SÍNTESE DE NOVAS NAFTOQUINONAS DERIVADAS DA JUGLONA: BUSCA POR COMPOSTOS CITOTÓXICOS SELETIVOS PARA CÉLULAS HL-60NITERÓI, 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE QUÍMICA ... · Dalai Lama . Agradecimentos A Deus por se fazer presente em minha vida, abençoando e iluminando meus caminhos diariamente

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE QUÍMICA

BACHARELADO EM QUÍMICA

CARINNE BORGES DE SOUZA MORAES REGO GOMES

“SÍNTESE DE NOVAS NAFTOQUINONAS DERIVADAS DA

JUGLONA: BUSCA POR COMPOSTOS CITOTÓXICOS

SELETIVOS PARA CÉLULAS HL-60”

NITERÓI, 2016.

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CARINNE BORGES DE SOUZA MORAES REGO GOMES

“SÍNTESE DE NOVAS NAFTOQUINONAS DERIVADAS DA

JUGLONA: BUSCA POR COMPOSTOS CITOTÓXICOS SELETIVOS

PARA CÉLULAS HL-60”

Monografia de final de curso apresentada

no Instituto de Química da Universidade

Federal Fluminense como parte das

exigências para a obtenção do título de

Bacharel em Química.

Orientadores:

PROF. Dr. DAVID RODRIGUES DA ROCHA

PROF. Dr. VITOR FRANCISCO FERREIRA

Niterói – RJ

2016

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G633 Gomes, Carinne Borges de Souza Moraes Rego Síntese de novas naftoquinonas derivadas da juglona: busca por compostos citotóxicos seletivos para células HL-60/ Cari- nne Borges de Souza Moraes Rego Gomes. - Niterói: [s.n.], 2016. 37f.

Trabalho de Conclusão de Curso – (Bacharelado em Química)- Universidade Federal Fluminense, 2016.

1. Derivado de quinona. 2. Juglona. 3. Síntese orgânica. 4.Pro- duto natural. 5. Ensaio de seleção de medicamento antitumoral. I. I. Título. CDD.: 547.596

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CARINNE BORGES DE SOUZA MORAES REGO GOMES

“SÍNTESE DE NOVAS NAFTOQUINONAS DERIVADAS DA JUGLONA: BUSCA

POR COMPOSTOS CITOTÓXICOS SELETIVOS PARA CÉLULAS HL-60”

Monografia de final de curso apresentada

no Instituto de Química da Universidade

Federal Fluminense como parte das

exigências para a obtenção do título de

Bacharel em Química.

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“Determinação, coragem e autoconfiança

são fatores decisivos para o sucesso. Não

importam quais sejam os obstáculos e as

dificuldades, se estamos possuídos de uma

inabalável determinação, conseguiremos

superá-los.”

Dalai Lama

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Agradecimentos

A Deus por se fazer presente em minha vida, abençoando e iluminando meus caminhos

diariamente.

Aos meus pais, Regina Borges e Marcelo Moraes, por sempre estarem ao meu lado me

enchendo de amor, força e apoio incondicional em todas as etapas de minha vida.

As minhas irmãs, Caroline Maraes e Camille Borges, por todo amor, cuidado e

proteção que tem comigo, e acima de tudo pela nossa amizade e irmandade.

Aos meus avós, Edilson Queiroz, Gilson Carlos, Iara Borges e Dica Moraes, por todo

carinho e oração dedicados a mim.

Ao meu Padrasto, Silvio Fagundes, por ser um segundo pai pra mim, por todo amor,

confiança e apoio que me dá.

As melhores amigas da vida, Ana Luíza Carneiro e Renata Susini, pela amizade

verdadeira, todo amor e companheirismo, que mesmo com distância de vidas distintas,

nossas amizades são inabaláveis.

Aos amigos de laboratório Roberta Fusco, Bruna Zorzanelli, Paulo Anastácio, Carol

Bortolot, Raissa Miranda, Dora Costa, Ruan Carlos, Ingrid Chipoline, Victor

Cavalcante, Patrícia Garcia, Caroline Nicoletti, Paula Lessa, Michelli Sarges,

Fernando de Carvalho e todos os outros que por lá passaram e contribuíram para meu

aprendizado, além de proporcionarem um ótimo ambiente de trabalho.

As minhas amigas Luana Forezi e Mariana Filomena, por sempre me auxiliarem no

laboratório, com muito carinho e paciência, além da amizade construída.

A Caroline Moreira, pela amizade e todo o apoio e companheirismo na faculdade,

república, laboratório e na vida pessoal.

A Família que a UFF me deu, Carolina Bispo, Ana Cecília Arcanjo, Dalissa Nova,

Rafael Lamarca, Victor Santos, Rodrigo Sarcinelli, Wesley Costa e Gabriel Paiva por

estarem comigo sempre me apoiando e compartilhando momentos felizes e tristes,

afinal viramos uma família.

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Aos amigos do curso de química, Alan Gonçalves, Ana Clara Reis, Isabela Abreu,

Juliana Pinho, Ricardo Rito, Vinícius Sodré e Marcela Mendonça pela amizade e

companheirismo durante a graduação.

Aos melhores amigos de faculdade, Thaís Barreto, Ana Cecília Arcanjo, Marcele

Quevene, Thiago Reitor e Pedro Diniz, por todo amor, carinho, parceria, incentivo e

por caminharem ao meu lado em todos os momentos.

Aos demais amigos e familiares por todo apoio e torcida e pelo meu sucesso.

Ao meu orientador David Rodrigues por todo ensinamento durante o período de

iniciação científica, pelo apoio dado e pela dedicação na orientação deste trabalho.

Ao meu co-orientador Vitor Ferreira, em quem tenho grande admiração, pelo incentivo

e empenho em oferecer melhores condições de trabalho.

Aos membros da banca examinadora por aceitarem o convite para participação e

avaliação da monografia e pelas sugestões a esta pesquisa.

A equipe do laboratório LaReMN pelas análises de ressonância magnética nuclear de

1H e

13C/APT e a técnica Vânia Braz pela realização dos espectros na região do

infravermelho.

Aos órgãos financiadores CNPQ, PIBIC, FAPERJ, CAPES pelo apoio e infraestrutura

durante a pesquisa.

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Sumário

Resumo .............................................................................................................................. i

Abstract ............................................................................................................................. ii

Lista de Abreviaturas e Convenções ............................................................................... iii

Lista de Figuras ............................................................................................................... iv

Lista de Esquemas ........................................................................................................... vi

1. Introdução .................................................................................................................... 1

1.1. Quinonas: Aspectos Gerais ........................................................................................ 1

1.2 - Câncer....................................................................................................................... 3

1.3- Quinonas no tratamento do câncer ............................................................................ 5

2. Objetivo ........................................................................................................................ 8

3. Justificativa ................................................................................................................... 9

4. Metodologia ................................................................................................................ 10

5. Resultados e Discussões ............................................................................................. 10

5.1. Síntese dos Derivados da Juglona........................................................................................10

5.2. Ensaios Biológicos................................................................................................................21

6. Experimental ............................................................................................................... 23

6.1 - Obtenção da 5-hidroxi-1,4-naftoquinona (Juglona, 6) ........................................... 23

6.2 - Procedimento geral para obtenção de derivados da juglona, através da adição de

diferentes tióis ................................................................................................................ 24

7. Conclusões e Perspectivas .......................................................................................... 33

8. Referências bibliográficas .......................................................................................... 34

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i

Resumo

Este trabalho descreve uma metodologia eficaz para a síntese de novos

compostos naftoquinônicos derivados da juglona (5-hidroxi-1,4-naftoquinona), pela

inserção de diferentes tióis nas posições C-2 e C-3 desta, através de uma adição de

Michael. A metodologia empregada para a síntese da juglona foi desenvolvida pelo

nosso grupo de pesquisas, onde esta é obtida com 85% de rendimento, sendo a mais

eficaz até o momento dentre as apresentadas na literatura. Para as reações de adição

planejadas, foram escolhidos nove tióis, sendo estes p-tiofenol, m-tiofenol, o-tiofenol, 1-

propanotiol, 2-furanometanotiol, tiofenol, p-clorotiofenol, p-nitrotiofenol e p-

metoxitiofenol, como reagentes, utilizando-se etanol como solvente. Foram sintetizados

dezoito compostos (12a-i e 13a-i), dos quais dezesseis são inéditos exceto os compostos

12a e 13a, com rendimentos globais variando de 19 a 87%. As substâncias 12b, 12d,

13d, 13f, 13h e 12i indicaram um perfil promissor, através de alguns ensaios de

citotoxicidade preliminares, frente as linhagens celulares cancerígenas MCF-7 (câncer

de mama), A549 (câncer de pulmão) e PC3 (câncer de próstata). Pretendendo-se avaliar

ainda sua atividade antitumoral em especial contra a linhagem celular HL-60

(leucemia). As substâncias obtidas tiveram suas estruturas confirmadas por métodos

físicos de análise tais como RMN de 1H, RMN de ¹³C/APT e por espectroscopia na

região do infravermelho.

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ii

Abstract

This work describes an efficient methodology to the synthesis of novel

compounds of naphtoquinone juglone (5-hydroxy-1,4-naphthoquinone), by the insertion

of different thiols in positions C-2 and C-3 of this through a Michael addition . The

methodology employed for the synthesis of juglone was developed by our research

group, where this is obtained with 85% yield, being the most effective yet among those

disclosed in the literature. For the planned addition reactions, they have been chosen

nine thiols, which are p-thiophenol, m-thiophenol, o-thiophenol, 1-propanethiol, 2-furan

methanethiol, thiophenol, p-chlorothiophenol, p-nitrothiophenol and p-

methoxythiophenol as reagents, using ethanol as solvent. Eighteen compounds were

synthesized (12a-i and 13a-i), of which sixteen are novel compounds except 12a and

13a, with overall yields ranging from 19 to 87%. Substances 12b, 12d, 13d, 13f, 13h

and 12i indicate a promising profile through some preliminary cytotoxicity assays,

against cancer cell lines MCF-7 (breast cancer), A549 (lung cancer) and PC3 (cancer

prostate). Intending to further evaluate its antitumor activity in particular against the cell

line HL-60 (leukemia). The obtained substance had their structures confirmed by

analysis of physical methods such as nuclear magnetic resonance of 1H, nuclear

magnetic resonance of ¹³C/ APT and spectroscopy in the infrared region.

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iii

Lista de Abreviaturas e Convenções

δ deslocamento químico

APT do inglês Attachement Proton Test

ccf cromatografia em camada fina

d dupleto

dd duplo dupleto

ddd duplo duplo dupleto

dt duplo tripleto

HIV do inglês Human Immunodeficiency Virus

I.V. espectroscopia de infravermelho

J constante de acoplamento

m multipleto

OMS Organização Mundial de Saúde

p.f. ponto de fusão

RF retention factor (fator de retenção)

RMN de 13

C ressonância magnética nuclear de carbono 13

RMN de 1H ressonância magnética nuclear de hidrogênio

s simpleto

t tripleto

THF tetraidrofurano

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iv

Lista de Figuras

Figura 1. Classificação das quinonas nas suas diferentes formas isoméricas para-

quinona e orto-quinona

Figura 2. Estrutura do lapachol (4)

Figura 3. Estrutura da β-lapachona (5)

Figura 4. Estrutura da Juglona (6)

Figura 5. Crescimento desordenado das células mutadas (adaptado da referência 17)

Figura 6. Principais tipos de câncer causadores de óbito segundo a OMS (adaptado da

referência 19)

Figura 7. Estrutura da Mitomicina C (7)

Figura 8. Estrutura da Daunorrubicina (8a) e da doxorrubicina (8b)

Figura 9. Compostos que contém estruturas similares com diferentes atividades

biológicas frente células MDA-MB435.

Figura 10. Estrutura geral dos derivados da juglona almejados no trabalho

Figura 11. Composto com atividade promissora para células HL-60 (leucemia)

Figura 12. Expansão do espectro de RMN de 1H da Juglona (6) (300 MHz, CDCl3), na

região compreendida entre 12,4 - 6,8 ppm

Figura 13. ccf padrão da reação

Figura 14. Sistema de purificação por coluna preparativa de média pressão

Figura 15. Momentos dipolares dos compostos 12a e 13a

Figura 16. Estrutura de raios X do composto 12a

Figura 17. Espectro de RMN 1H da substância 12e (300 MHz, CDCl3)

Figura 18. Espectro parcial de RMN ¹H da substância 12e na região de 7,70 - 7,00 ppm

(300 MHz, CDCl3)

Figura 19. Espectro de infravermelho do produto 12e

Figura 20. Espectro de RMN 1H da substância 13e (300 MHz, CDCl3)

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v

Figura 21. Espectro parcial de RMN ¹H da substância 13e na região de 7,70 – 6,95 ppm

(300 MHz, CDCl3)

Figura 22. Ensaios iniciais de citotoxicidade das tionaftoquinonas 12 e 13. Os ensaios

foram realizados com 1,25 X 104 cels/mL nas placas e o tempo de exposição a 100uM

dos compostos foi de 24h

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vi

Lista de Esquemas

Esquema 1. Resumo esquemático do ciclo redox das quinonas, formação de EROs

Esquema 2. Esquema geral de obtenção dos compostos alvo deste projeto

Esquema 3. Síntese da Juglona

Esquema 4. Esquema geral de preparação das tionaftoquinonas 12 e 13

Esquema 5. Proposta mecanística para a síntese das tionaftoquinonas derivadas da

juglona (6)

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1

1. Introdução

1.1. QUINONAS: ASPECTOS GERAIS

Quinonas são compostos orgânicos coloridos, que apresentam dois grupamentos

carbonílicos conjugados em anéis insaturados de seis membros, que podem estar em

posição 1,2 (orto-quinona) ou 1,4 (para-quinona). Sua classificação é dada pelo tipo de

estrutura aromática que contém o anel da quinona, sendo benzoquinonas (1), aquelas

que possuem um anel benzênico, naftoquinonas (2), aquelas que possuem um anel

naftalênico e antraquinonas (3), aquelas que possuem um anel antracênico (Figura 1).1

Figura 1. Classificação das quinonas nas suas diferentes formas isoméricas para-

quinona e orto-quinona

De ocorrência natural, esses compostos são encontrados em plantas, fungos,

bactérias e insetos, que vêm sendo estudados em diversos aspectos por executarem um

importante papel na bioquímica celular e considerável atividade biológica como

antitumorais,1,2

moluscicidas,3,4

leishmanicidas,5 anti-inflamatórias,

6 antifúngicas,

7

tripanocidas,8,9

antiprotozoárias10

e inibidoras da enzima transcriptase reversa do vírus

HIV-1.11

Uma das principais naftoquinonas de ocorrência natural é o lapachol (4) (Figura

2). Descoberto em 1858 pode ser encontrado em diversas plantas da família

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2

Bignoniaceae, sendo isolada pela primeira vez apenas no ano de 1882 a partir da

Tabebuia Avellanedae, onde também pode ser encontrada em outras espécies do gênero

Tabebuia também conhecidas popularmente por lapacho, ipês, ipê roxo, entre outros.

Em 1956, o lapachol foi isolado do ipê roxo, pelo professor Oswaldo Gonçalves de

Lima da UFPE, iniciador dos estudos farmacológicos no Brasil, que relatou sua

atividade antimicrobiana frente a cepas de Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus,

Micrococcus flavus, B. anthracis, B. cereus e Escherichia coli. Mais tarde, também

foram descobertas atividades biológicas anticancerígenas em tumores experimentais,

transformando essa classe de compostos em alvo de diversos grupos de pesquisas. 12

Figura 2. Estrutura do lapachol (4)

Outra substância natural que também pode ser citada é a β-lapachona (5)

(Figura 3), encontrada como constituinte minoritário no cerne de arvores da família

Bignoniaceae e também pode ser facilmente preparada a partir do lapachol (4) por uma

reação de ciclização em ácido sulfúrico concentrado. Descrita na literatura como um dos

principais derivados do lapachol (4), a β-lapachona (5) apresenta muitas atividades

farmacológicas se distinguindo de outras naftoquinonas. É eficaz, in vitro, contra células

neoplásicas humanas de pulmão, mama, colo-retal, próstata, melanoma e leucemia.13

Figura 3. Estrutura da β-lapachona (5)

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3

Outra substância desta família que recebe grande destaque é a Juglona (6)

(Figura 4), também denominada 5-hidroxi-1,4-naftoquinona. Trata-se de uma

naftoquinona natural, que pode ser encontrada em plantas da espécie Juglans regia,

Juglans nigra e Juglans cineraria e também em plantas da família Juglandaceae

oliviformis Carya, Pterocarya caucasica e Pterocarya, onde também pode ser

sintetizada através de uma reação de oxidação do 1,5-naftalenodiol.14

Figura 4. Estrutura da Juglona (6)

A Juglona (6) é utilizada como corante natural e também apresenta diversas

propriedades biológicas descritas na literatura como vermífogos, antibacterianos,

antifúngicos, destacando sua atividade antitumoral como uma das mais promissoras.15

1.2. CÂNCER

O câncer é uma doença evidenciada pelo crescimento desordenado de células

mutadas, formando tumores localizados que podem comprimir ou invadir estruturas

normais adjacentes (metástases) (Figura 5). É amplamente utilizado para retratar um

grupo de mais de 100 doenças, onde são diferenciadas por suas diversas formas de

invadir tecidos e órgãos.16

Figura 5. Crescimento desordenado das células mutadas (adaptado da referência 17)

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4

Nos dias de hoje, neoplasia é sua designação científica, exclusivamente aos

tumores malignos.18

Segundo a Organização Mundial da Saúde até 2012, o câncer

matou em torno de 8,2 milhões de pessoas por ano, sendo uma das principais causas de

óbitos no mundo (Figura 6). A previsão é que nos próximos 20 anos, o número de

casos de câncer aumente drasticamente em aproximadamente 70%.19

Figura 6. Principais tipos de câncer causadores de óbito no mundo segundo a OMS

(adaptado da referência 19)

O câncer pode ser uma doença hereditária ou na maioria dos casos concebida por

fatores de riscos proporcionados pelo meio ambiente. Mudanças realizadas no meio

ambiente através do homem, hábitos, radiação, exposição a agentes químicos, agentes

infectantes e estilo de vida determinam diferentes tipos da doença.20

Seu tratamento pode ser realizado através de cirurgia, para remoção do tumor

quando há ausência de metástase, radioterapia, através da exposição à radiação,

transplante de medula, no caso de câncer como leucemia, quimioterapia, uso de

medicamentos, ou ainda combinação destes, o que varia grandemente dependendo do

estágio e gravidade da doença.20

Utilizando medicamentos, a quimioterapia tem como função destruir as células

malignas, preservando as células saudáveis, mas grande parte dos fármacos utilizados

funciona de maneira não seletiva, lesando as células doentes e também as células

normais, o que explica os efeitos colaterais produzidos pelo tratamento tais como

34%

16% 15%

15%

11%

9%

Câncer Pulmonar

Câncer Hepático

Câncer Gástrico

Câncer no Colo do Útero

Câncer de Mama

Câncer de Esofago

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5

náuseas, vômitos, tontura, perda de cabelo, hemorragias e maior chance de contrair

infecções.21

A restauração do DNA da célula com precisão é essencial, uma vez que se o

dano ao DNA não for ressarcido com grande precisão, seria melhor para o organismo

descartar essas células danificadas, pois as células sobreviventes se tornaram células

malignas. Assim, lesões cancerígenas estão sendo relacionadas à falha de restauração do

DNA.12

Muitos estudos já foram realizados sobre a ação dos agentes antitumorais e hoje

em dia, a busca por compostos antitumorais mais seletivos e menos tóxicos que possam

minimizar os efeitos colaterais, tem se tornado cada vez maior.22

1.3. QUINONAS NO TRATAMENTO DO CÂNCER

A fim de diminuir os danos causados ao material genético e os efeitos colaterais

produzidos pelo tratamento do câncer com uso de fármacos antitumorais, a procura por

moléculas indutoras de apoptose celular (morte celular) vem crescendo e gerando

diferentes linhas de pesquisas baseadas nessas vias, que possam vir a ser aprimoradas

no uso do tratamento do câncer.23

Os derivados quinônicos chamam atenção de pesquisadores nesse âmbito, já que

esses compostos desenvolvem um papel muito importante atuando como agente

oxidante ou desidrogenante, pois apresentam facilidade de se reduzir, habilidade essa

que está relacionada à sua estrutura.

Através da formação de espécies reativas de oxigênio (ERO’s), as quinonas

apresentam a capacidade de induzir o estresse oxidativo nas células, mostrando que as

atividades biológicas desses compostos estão, em geral, diretamente relacionadas a este

fato.24

ERO’s são ânions radicais superóxidos (O2∙-), radicais hidroxila (∙OH), peróxido

de hidrogênio (H2O2) e oxigênio singlete (O2).6 O estresse oxidativo é dado pela geração

dessas espécies em ambiente celular, gerando danos irreversíveis ao DNA e proteínas,

assim modificando e proporcionando controlar as atividades biológicas, sendo possível

levar a apoptose, ilustrado no ciclo redox (Esquema 1).25

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6

Esquema 1. Resumo esquemático do ciclo redox das quinonas, formação de EROs

O substrato quinonoídinico (Q) sofre redução por um ou dois elétrons, através de

enzimas catalisadoras como NADPH citocromo P450 redutase (P450R), NADH

citocromo b5 redutase (b5R) e NADH ubiquinona oxidoredutase, formando a espécie

ânion radical in situ, semi-quinona (Q-∙).

26 A semi-quinona, por sua vez, pode sofrer

oxidação em condições anaeróbicas, quando é formada pela redução de um elétron,

voltando a quinona original, com a formação do ânion radical superóxido (O2∙-). O

radical superóxido, pela ação da enzima superóxido desmutase (SOD) em solução

aquosa, gera peróxido de hidrogênio (H2O2), que paralelamente catalisado por Fe2+

, gera

uma reação de Fenton produzindo o radical hidroxila (∙OH).27

A citotoxicidade das quinonas frente células cancerosas também é considerada

uma importante propriedade, pois apresentam capacidade de afetar o funcionamento de

enzimas topoisomerases, que são importantes para a replicação do DNA.28

Um exemplo muito conhecido são as mitocinas, quinonas com atividade

antibiótica e antitumoral, de uso farmacêutico conhecido. A mais popular desse grupo é

a mitomicina C (7) (Figura 7), usada no tratamento por quimioterapia de certos tipos de

tumores sólidos, tendo sido isolada por Wakaki e colaboradores de uma cultura de

fungos conhecidas por Streptomyces caespitosus, em 1958.29

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7

Figura 7. Estrutura da Mitomicina C (7)

A daunorrubicina (8a) e a doxorrubicina (8b) são exemplos de quinonas naturais

da família das antraciclinas empregadas no tratamento do câncer, onde a primeira possui

efeito terapêutico contra leucemia humana, um tipo de câncer que atinge as células de

defesa do sangue, conhecidos por glóbulos brancos.1

Figura 8. Estrutura da Daunorrubicina (8a) e da doxorrubicina (8b)

As quinonas apresentam comportamentos biológicos distintos devido aos

diferentes substituintes no anel quinônico e adjacentes, e também pelas diferentes

posições das carbonilas no arranjo dos compostos.12

Em estudos anteriores realizados

pelo nosso grupo de pesquisa, podemos citar como exemplo os compostos 9 e 10 que

são diferenciados apenas pela presença de um grupamento hidroxila (OH) no anel

aromático da quinona (Figura 9). Acredita-se que essa diferença na estrutura dos

compostos, devido a presença de diferentes substituintes no anel aromático, tenha

influenciado suas atividades biológicas, já que o composto 9 apresenta-se ativo frente a

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8

células MDA-MB435 (mama) e o composto 10 não apresenta o mesmo

comportamento.30

Figura 9. Compostos que contém estruturas similares com diferentes atividades

biológicas frente células MDA-MB435.

2. Objetivo

O objetivo do presente trabalho consiste na síntese de novos compostos

naftoquinônicos, derivados da juglona, pela adição de diferentes tióis, pretendendo-se

avaliar sua atividade antitumoral em especial contra a linhagem celular HL-60

(leucemia) (Figura 10).

Figura 10. Estrutura geral dos derivados da juglona almejados no trabalho

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9

3. Justificativa

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2012 o câncer foi

responsável por 8,2 milhões de óbitos por ano, sendo uma das principais causas de

morte no mundo. É previsto que nos próximos 20 anos o número de casos de câncer

aumente em aproximadamente 70%.19

Com base nisso, a busca por novas substâncias

com potencial atividade antitumoral, elevada seletividade e com menor toxicidade vem

crescendo e tornando-se promissor nesta área científica.

Em estudos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisas, foram obtidos

os compostos 12a e 13a, estes intermediários reacionais, onde o composto 13a (Figura

11) derivado da juglona (6) apresentou atividade antitumoral promissora com elevada

seletividade, apresentando IC50=1,42 µM, contra a linhagem celular HL-60 (leucemia),

sendo a doxorrubicina (8b), a naftoquinona, utilizada na quimioterapia do câncer

apresentando um IC50=0,5µM.

Figura 11. Composto com atividade promissora para células HL-60 (leucemia)

Neste âmbito, o trabalho consiste na síntese de novos derivados da juglona (6)

pretendendo-se avaliar sua atividade antitumoral em especial contra a linhagem celular

HL-60 (leucemia).

IC50= 1,42 μM

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10

4. Metodologia

Para a obtenção das novas naftoquinonas derivadas da juglona (12 e 13),

propõem-se explorar a rota sintética representada no Esquema 2. Inicialmente a juglona

será obtida a partir da oxidação do 1,5-naftalenodiol em presença de ácido periódico,

seguida da adição à mesma de diferentes tióis.

Esquema 2. Esquema geral de obtenção dos compostos alvo deste projeto

5. Resultados e Discussões

5.1. SÍNTESE DOS DERIVADOS DA JUGLONA

Estudos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa mostraram que a

juglona (6) pode ser sintetizada com um bom rendimento a partir da oxidação do 1,5-

naftalenodiol (11), com ácido periódico (HIO4) em uma mistura de THF/água na

proporção 1:1, por irradiação de ultrassom (Esquema 3).30

Foi possível observar

também, que os melhores rendimentos foram alcançados ao realizar todo o

procedimento em um único dia. Isto porque, esta naftoquinona é muito sensível e se

degrada facilmente, sendo necessária armazená-la fora do alcance de luz e em ambiente

refrigerado.

Esquema 3. Síntese da Juglona

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11

A juglona (6) foi purificada por cromatografia em coluna contendo sílica gel,

utilizando-se como eluente a mistura hexano/acetato de etila na proporção 9:1 (v/v),

onde por fim, foi obtida como um sólido alaranjado com 85% de rendimento e ponto de

fusão 159ºC, condizente com a literatura (161-163 ºC).

Sua estrutura foi confirmada por métodos físicos de análise tais como RMN de

1H, RMN de

13C/APT e espectroscopia na região do infravermelho.

Na Figura 12 destaca-se o espectro de RMN de 1H da juglona (6), onde observa-

se um simpleto em 6,96 ppm referente aos hidrogênios H-2 e H-3. Também pode-se

destacar, na região compreendida entre 7,68 e 7,27 ppm, os sinais relativos aos três

hidrogênios da porção aromática, H-6, H-7 e H-8. Por fim, em 11,91 ppm se observa

um simpleto correspondente ao hidrogênio da hidroxila em C-5.

Figura 12. Expansão do espectro de RMN de 1H da Juglona (6) (300 MHz, CDCl3), na

região compreendida entre 12,4 - 6,8 ppm

Posteriormente, procedeu-se com a adição de Michael à juglona (6) utilizando-se

como nucleófilos diferentes tióis e etanol como solvente da reação (Esquema 4). É

importante destacar que a reação foi realizada a temperatura ambiente, uma vez que a

juglona é sensível a elevadas temperaturas.

H-2 e H-3

OH

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12

Esquema 4. Esquema geral de obtenção das tionaftoquinonas 12 e 13

A reação foi acompanhada por cromatografia em camada fina (ccf), empregando

como eluente uma mistura hexano/tolueno na proporção 1:1 (Figura 13). Observou-se a

formação de dois compostos isoméricos, devido à possibilidade do ataque em duas

posições da juglona, C-2 e C-3.

Figura 13. ccf padrão da reação

Como pode-se observar pela cromatografia em camada fina, os isômeros

apresentam Rfs muito próximos não sendo possível o isolamento por coluna

convencional. Desse modo, o método que melhor promoveu a separação dos isômeros

foi empregando o sistema de purificação por coluna preparativa de média pressão

(Figura 14), usando como eluente uma mistura hexano/tolueno.

1 2

Eluente: Hexano/tolueno 1:1

Revelador: UV

1: Juglona

2: Mistura de isômeros

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13

Figura 14. Sistema de purificação por coluna preparativa de média pressão

13

12

Sistema de purificação por coluna

preparativa de média pressão

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14

Os rendimentos das reações estão discriminados na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1. Rendimentos das tionaftoquinonas obtidas

Apesar da similaridade estrutural dos derivados obtidos, eles apresentam

diferentes polaridades que pode ser explicado pelos seus momentos dipolares distintos.

Analisando os isômeros 12a e 13a, por exemplo, observa-se uma menor polaridade de

12a em relação a 13a. Essa diferenciação acontece, pois no primeiro isômero os dipolos

estão orientados em sentidos opostos, diminuindo sua polaridade e o segundo apresenta

uma polaridade superior decorrente dos momentos dipolares estarem orientados para o

Entrada R Rendimentos (%)

12 13

A

40 47

B

24 4

C

10 42

D

39 44

E

12 42

F

16 3

G

17 16

H

28 25

I

8 40

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15

mesmo sentido. Os momentos dipolares das substâncias 12a e 13a estão representados

na Figura 15. A analogia é valida para todos os compostos.

Figura 15. Momentos dipolares dos compostos 12a e 13a

Este fato pode ser comprovado através da técnica de difração de raios X, uma

vez que se conseguiu cristalizar de modo adequado o isômero 12a, confirmando assim

sua estrutura (Figura 16). A partir desta análise pode-se identificar inequivocamente

que nos derivados com menor polaridade, a inserção do tiol ocorreu no carbono mais

distante da hidroxila.

Figura 16. Figura Ortep do composto 12a

O mecanismo proposto para formação das tionaftoquinonas derivadas da juglona

(6) está representado no Esquema 5. Nesta reação ocorre uma adição de Michael, que é

caracterizada pelo ataque do nucleófilo a um sistema α,β-insaturado. Na primeira etapa

do mecanismo acontece a adição do tiol ao carbono α,β-insaturado da juglona (etapa I).

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16

Logo em seguida ocorre um prototropismo (etapa II) e por fim uma oxidação com o

oxigênio do ar restabelece a dupla ligação do sistema naftoquinônico (etapa III).

Esquema 5. Proposta mecanística para a síntese das tionaftoquinonas derivadas da

juglona (6)

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17

As estruturas dos compostos obtidos foram confirmadas por técnica de RMN de

1H e algumas delas por RMN de ¹³C/APT e espectroscopia na região do infravermelho.

Destacando-se a substância 12e como exemplo, observam-se os seguintes sinais

no RMN de 1H: simpletos em 12,07, 6,02 e 3,86 ppm, referentes aos hidrogênios da

hidroxila, ao hidrogênio H-3 e aos hidrogênios da metoxila, respectivamente. A

presença da metoxila demonstra que ocorreu realmente a inserção do p-metoxitiofenol

na substância de partida (juglona, 6). O espectro de RMN de 1H da substancia 12e está

respresentado na Figura 17.

Figura 17. Espectro de RMN 1H da substância 12e (300,00 MHz, CDCl3)

O-H H-3

OCH3

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18

Na região compreendida entre 7,70 e 7,00 ppm podemos destacar os seguintes

sinais: um duplo dupleto em 7,67 ppm, um multipleto em 7,58-7,53 ppm e um duplo

dupleto em 7,23 ppm, referentes aos hidrogênios H-6, H-7 e H-8 respectivamente, do

anel aromático da juglona. Também observam-se um dupleto em 7,41 ppm e um

dupleto em 7,00 ppm, referentes aos hidrogênios do anel aromática do tiol H-3’/H-5’ e

H-2’/H-6’, respectivamente (Figura 18).

Figura 18. Espectro parcial de RMN ¹H da substância 12e na região de 7,70 - 7,00 ppm

(300,00 MHz, CDCl3)

H-6 H-7

H-3’ e H-5’ H-8 H-2’ e H-6’

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19

Em relação ao espectro na região do infravermelho da substância 12e podem-se

destacar as bandas em 1664 e 1623 cm-1

referentes às deformações axiais das ligações

C=O (Figura 19).

Figura 19. Espectro na região do infravermelho do composto 12e

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20

No espectro de RMN de 1H do isômero 13e correspondente podem-se observar

os seguintes sinais: simpletos com deslocamentos químicos em 11,72, 6,07 e 3,87 ppm,

referentes aos hidrogênios da hidroxila, ao hidrogênio H-2 e aos hidrogênios do grupo

OCH3, respectivamente. O sinal referente aos hidrogênios do grupo metoxila demonstra

que houve a inserção do p-metoxitiofenol na molécula, assim como no caso do seu

isômero anteriormente demonstrado (Figura 20).

Figura 20. Espectro de RMN 1H da substância 13e (300,00 MHz, CDCl3)

O-H

OCH3

H-2

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21

Na região compreendida entre 7,70 e 6,95 ppm podemos destacar os seguintes

sinais: um multipleto em 7,63-7,60 ppm referente ao hidrogênio H-6, um duplo dupleto

correspondente ao hidrogênio H-7 em 7,56 ppm e um duplo dupleto em 7,23 ppm

realativo ao hidrogênio H-5. Observa-se também dois dupletos em 7,44 ppm e em 7,02

ppm, referentes aos hidrogênios do anel aromático do tiol inserido H-3’/H-5’ e H-2’/H-

6’, respectivamente (Figura 21).

Figura 21. Espectro parcial de RMN ¹H da substância 13e na região compreendida

entre 7,70 e 6,95 ppm (300,00 MHz, CDCl3)

5.2. ENSAIOS BIOLÓGICOS

Os compostos tionaftoquinônicos dos tipos 12 e 13 foram submetidos a ensaios

preliminares de citotoxicidade frente a diferentes linhagens de células cancerígenas, tais

como MCF-7 (câncer de mama), A549 (câncer de pulmão) e PC3 (câncer de próstata),

realizados pelo grupo de pesquisas do professor Marcos Dias Pereira do Instituto de

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

H-6 H-7

H-3’ e H-5’ H-5

H-2’ e H-6’

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22

Os resultados obtidos até o momento estão discriminados na Figura 22.

Figura 22. Ensaios iniciais de citotoxicidade das tionaftoquinonas 12 e 13. Os ensaios

foram realizados com 1,25 X 104 cels/mL nas placas e o tempo de exposição a 100uM

dos compostos foi de 24h

Em relação à linhagem MCF-7, como pode observar na Figura 22a, todos os

compostos foram capazes de matar mais de 50% das células nas condições em questão.

Este ensaio demonstra um bom potencial para os compostos analisados, destacando-se e

o resultado de alguns deles como, por exemplo, 12d, 13d e 13f. Outros como o 12e, 13e

e 13i, apesar de ter inibido o crescimento de mais de 50% das células MCF-7 foram

menos ativos que os citados acima. Em relação a linhagem A549, os compostos foram

menos ativos do que para a linhagem MCF-7. Alguns foram pouco ativos mostrando

incapacidade de inibir 50% do crescimento das células em uma concentração alta de

composto (12e, 13e, 13b e 13i). Novamente os compostos 13h, 12i, 12d, 13d e 13f

foram os mais ativos. Por fim, em relação à linhagem PC3, a linhagem mais resistente

dentre as analisadas, pode-se notar que poucos foram os compostos com uma boa

atividade: 12b, 13h, 12i e 12d.

D1 – 12e

D2 – 13e

D3 – 12b

D4 – 13b

D5 – 12g

D6 – 13g

D7 – 12h

D8 – 13h

D9 – 12i

D10 – 13i

D11 – 12d

D12 – 13d

D13 – 13f

D14 - 6

a) b)

c)

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23

Os resultados iniciais são satisfatórios e os mesmos serão refeitos com maiores

tempos de exposição, 48h ou 72h, o que poderá melhorar satisfatoriamente os resultados

encontrados.

Os ensaios iniciais de citotoxicidade indicam que tais moléculas são promissoras

na busca por novas substâncias antitumorais e mediante esse fato serão realizados testes

complementares de IC50 para avaliar o perfil antitumoral dos compostos

tionaftoqunônicos.

Estas substâncias ainda serão avaliadas biologicamente frente à linhagem HL60

que é o alvo de estudo do presente trabalho.

6. Experimental

6.1. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-1,4-NAFTOQUINONA (JUGLONA, 6)

Em um balão de fundo redondo de 125 mL, foram adicionados 1,60 g (10 mmols)

de 1,5-naftalenodiol (11), 40 mL de THF e 30 mL de água. O balão foi acondicionado

em banho de gelo para que e em seguida fosse adicionada lentamente, gota a gota, uma

solução de HIO4 (5,00 g, 22 mmols, 2,2 eq.) em 10 mL de água. Após a adição, a reação

foi realizada em banho de ultrassom durante 1,5h.

Posteriormente, procedeu-se uma extração do meio reacional usando éter etílico

(3x50 mL) e em seguida a fase orgânica foi lavada com água (3x50 mL), seca com

sulfato de sódio anidro e evaporada a pressão reduzida. O produto foi purificado por

cromatografia em coluna contendo sílica gel, utilizando-se como eluente a mistura

hexano/acetato de etila na proporção 9:1 (v/v). Obteve-se, assim 6 (85%) como um

sólido alaranjado de p.f.= 159ºC.

IV νmáx (cm-1; filme de KBr): 1642 e 1662 (C=O); 3438 (OH)

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24

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,90 (s; 1H; OH) 7,61-7,68 (m; 2H; H-

7e H-8); 7,27-7,30 (m; 1H; H-6); 6,95 (2H; s; H-2 e H-3) ppm

RMN de 13

C/APT (CDCl3, 75 MHz) δ: 190,2 (C-4); 184,1 (C-1); 161,4 (C-5); 139,5

(C-3); 138,6 (C-2); 136,5 (C-7); 131,7 (C-4a) 124,4 (C-8); 119,1 (C-6); 114,9 (C-8a)

ppm.

6.2. PROCEDIMENTO GERAL PARA OBTENÇÃO DE DERIVADOS DA JUGLONA,

ATRAVÉS DA ADIÇÃO DE DIFERENTES TIÓIS

Em um balão de fundo redondo de 125 mL foram adicionados 0,87g de juglona (6)

(5,44 mmols) e 40 mL de álcool etílico absoluto. Em seguida, foi adicionada uma

solução de 5,44 mmols do tiol correspondente em 10 mL de álcool etílico absoluto. A

reação se processou sob agitação constante durante 4h, sendo acompanhada por ccf.

Após observar que não havia mais produto de partida, a mistura foi levada a secura à

pressão reduzida. O produto bruto foi purificado por cromatografia em coluna utilizando

hexano/tolueno como mistura de eluentes.

6.2.1. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(P-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13a foi obtida em 47% de rendimento como um sólido marrom de

p.f.:167-169ºC (p.f. literatura: 168-170ºC).30

IV νmáx (cm-1

; filme de KBr): 1562 e 1631 (C=O); 3428 (OH)

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25

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,72 (s; 1H; OH); 7,59-7,64 (m; 1H; H-

6); 7,54-7,56 (m; 1H; H-7); 7,39-7,43 (m; 2H; H-3’; H-5’); 7,29-7,32 (m; 2H; H-2’; H-

6’); 7,21-7,25 (m; 1H; H-5); 6,07 (s; 1H; H-3); 2,43 (s; 3H; CH3); ppm

RMN de 13

C/ APT (CDCl3, 75 MHz) δ: 187,0 (C-4); 181,0 (C-1); 161,6 (C-8); 156,6

(C-2); 141,0 (C-4’-fenil); 136,9 (C-3); 135,4 (C-2’; C-6’); 132,0 (C-1’); 131,1 (C-3’; C-

5’); 128,7 (C-6); 123,6 (C-7); 123,1 (C-8a); 119,1 (C-5); 114,4 (C-4a); 21,2 (CH3) ppm.

6.2.2. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(P-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12a foi obtida em 40% de rendimento como um sólido alaranjado

de p.f.:171-173ºC (p.f. literatura: 173-175ºC).30

IV νmáx (cm-1

; filme de KBr): 1627 e 1658 (C=O); 3435 (OH)

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,09 (s; 1H; OH); 7,68 (1H; dd; J= 7,6

e 1,1; H-6); 7,57 (dd; 1H; J= 8,4 e 7,6; H-7); 7,39-7,43 (m; 2H; H-3’; H-5’); 7,30-7,32

(m; 2H; H-2’; H-6’); 7,25 (dd; 1H; J = 8,4 e 1,1; H-8); 6,05 (s; 1H; H-3); 2,43 (s; 3H;

CH3) ppm

RMN de 13

C/APT (CDCl3, 75 MHz) δ: 187,2 (C-1); 181,3 (C-4); 161,3 (C-5); 158,5

(C-2); 141,1 (C-4’); 135,5 (C-3); 135,4 (C-2’; C-6’); 131,6 (C-1’); 131,2 (C-3’; C-5’);

127,5 (C-7); 125,0 (C-6); 123,4 (C-4a); 119,6 (C-8); 114,5 (C-8a); 21,3 (CH3) ppm.

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6.2.3. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(O-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13b foi obtida em 4% de rendimento como um sólido marrom de

p.f.:140-142ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,74 (s; 1H; OH); 7,64-7,60 (m; 1H; H-

6); 7,58-7,55 (m; 1H; H-7); 7,51 (dd; J=7,7 e 1,1; 1H; H-3’); 7,46-7,42 (m; 1H; H-4’);

7,40 (ddd; J=7,7, 1,1 e 0,6; 1H; H-5’); 7,33-7,29 (m; 1H; H-6’); 7,25-7,23(m; 1H; H-5);

5,92(s; 1H; H-3); 2,42 (s; 3H; CH3); ppm

6.2.4. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(O-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12b foi obtida em 24% de rendimento como um sólido vermelho-

alaranjado de p.f.:110-112ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,08 (s; 1H; OH); 7,70 (1H; dd; J= 7,5

e 1,1; 1H; H-6); 7,61-7,56 (m; 1H; H-7); 7,51 (dd; 1H; H-3’); 7,46-7,42 (m; 1H; H-4’);

7,42-7,39 (m; 1H; H-5’); 7,34-7,29 (m; 1H; H-6’); 7,26 (dd; J=8,4 E 1,1; 1H; H-8); 5,89

(s; 1H; H-3); 2,41 (s; 3H; CH3) ppm.

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6.2.5. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(M-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13c foi obtida em 42% de rendimento como um sólido marrom-

avermelhado de p.f.: 83-87ºC.

6.2.6. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(M-METILTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12c foi obtida em 10% de rendimento como um sólido marrom de

p.f.: 91-93ºC.

6.2.7. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(P-CLOROTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13d foi obtida em 44% de rendimento como um sólido laranja de

p.f.: 165-167ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,66 (s; 1H; OH); 7,60-7,66 (m; 1H; H-

6); 7,55-7,58 (m; 1H; H-7); 7,49 (m; 4H; H-2’; H-3’; H-5’; H-6’); 7,22-7,23 (m; 1H; H-

5); 6,06 (s; 1H; H-3); PPM

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6.2.8. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(P-CLOROTIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12d foi obtida em 39% de rendimento como um sólido marrom-

avermelhado de p.f.: 127-131ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,66 (s; 1H; OH); 7,60-7,66 (m; 1H; H-

6); 7,55-7,59 (m; 1H; H-7); 7,49 (m; 4H; H-2’; H-3’; H-5’; H-6’); 7,21-7,29 (m; 1H; H-

5); 6,07 (s; 1H; H-3); ppm

6.2.9.OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(P-METOXITIOCRESOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13e foi obtida em 42% de rendimento como um sólido alaranjado

de p.f.: 153-157ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,72 (s; 1H; OH); 7,63-7,64 (m; 1H; H-

6); 7,56 (dd; J=7,4 e 1,2; 1H; H-7); 7,44 (d; 2H; H-3’; H-5’); 7,23 (dd; J=8,3 e 1,2; 1H;

H-5); 7,02 (d; 2H; H-2’; H-6’); 6,07 (s; 1H; H-3); 3,87 (s; 3H; CH3); ppm

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29

6.2.10. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(P-METOXITIOCRESOL)-1,4-

NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12e foi obtida em 12% de rendimento como um sólido marrom-

alaranjado de p.f.:161-164ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,09 (s; 1H; OH); 7,68 (dd; 1H; H-6);

7,60-7,55 (m; 1H; H-7); 7,43 (d; 2H; H-3’; H-5’); 7,02 (d; 2H; H-2’; H-6’); 7,25 (dd;

1H; H-8); 6,04 (s; 1H; H-3); 3,88 (s; 3H; CH3); ppm

6.2.11. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(2-FURANOMETANOTIOL)-1,4-

NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13f foi obtida em 3% de rendimento como um sólido amarelo.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,12 (s; 1H; OH); 7,64-7,66 (m; 1H; H-

6); 7,59-7,55 (m; 1H; H-7); 7,40-7,39 (m; 1H; H-5’); 7,28-7,26 (m; 1H; H-8); 6,70 (s;

1H; H-3); 6,34-6,36 (m; 2H; H-3’; H-4’); 4,12 (s; 2H; CH2); ppm

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6.2.12. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(2-FURANOMETANOTIOL)-1,4-

NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12f foi obtida em 16% de rendimento como um sólido alaranjado.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,05 (s; 1H; OH); 7,57 (dd; 1H; H-6);

7,52-7,46 (m; 1H; H-7); 7,32-7,31 (m; 1H; H-5’); 7,19 (dd; 1H; H-8); 6,62 (s; 1H; H-3);

6,27 (d; 2H; H-3’; H-4’); 4,04 (s; 2H; CH2); ppm

6.2.13. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(1-PROPANOTIOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13g foi obtida em 16% de rendimento como um sólido laranja-

avermelhado de p.f.: 141-143ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,65 (s; 1H; OH); 7,54-7,58 (m; 2H; H-

5; H-7); 7,14-7,16 (m; 1H; H-6); 6,51 (s; 1H; H-3); 2,74-2,77 (m; 2H; CH2-1’); 1,71-

1,78 (m; 2H; CH2-2’); 1,03-1,06 (m; 3H; CH3); ppm

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6.2.14. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(1-PROPANOTIOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12g foi obtida em 17% de rendimento como um sólido amarelo de

p.f.:132-135ºC

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 12,11 (s; 1H; OH); 7,58-7,55 (m; 2H; H-

6; H-8); 7,51 -7,47 (m; 1H; H-7); 6,88 (s; 1H; H-3); 2,75-2,77 (m; 2H; CH2-1’); 1,78-

1,70 (m; 2H; CH2-2’); 1,05-1,02 (m; 3H; CH3); ppm

6.2.15. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(TIOFENOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13h foi obtida em 25% de rendimento como um sólido laranja-

amarronzado de p.f.: 108-110ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,63 (s; 1H; OH); 7,65-7,63 (m; 1H; H-

6); 7,55-7,52 (m; 1H; H-7); 7,43-7,49 (m; 5H; H-2’; H-3’; H-4’; H-5’; H-6’); 7,16-

7,19(m; 1H; H-8); 6,01 (m; 1H; H-3); ppm

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6.2.16. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(TIOFENOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12h foi obtida em 28% de rendimento como um sólido vermelho de

p.f.:137-140ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,99 (s; 1H; OH); 7,62-7,63 (m; 1H; H-

6); 7,50-7,53 (m; 1H; H-7); 7,43-7,48 (m; 5H; H-2’; H-3’; H-4’; H-5’; H-6’); 7,18-7,20

(m; 1H; H-8); 5,98 (m; 1H; H-3); ppm

6.2.17. OBTENÇÃO DA 8-HIDROXI-2-(P-NITROTIOFENOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 13i foi obtida em 40% de rendimento como um sólido laranja-

amarronzado de p.f.: 230-234ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,54 (s; 1H; OH); 7,27-7,31 (m; 2H; H-

3’; H-5’); 7,67-7,72 (m; 2H; H-2’; H-6’); 7,56-7,61 (m; 1H; H-7); 7,50-7,53 (m; 1H; H-

6); 7,21-7,22 (m; 1H; H-8); 6,05 (s; 1H; H-3); ppm

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6.2.18. OBTENÇÃO DA 5-HIDROXI-2-(P-NITROTIOFENOL)-1,4-NAFTOQUINONA

A 1,4-naftoquinona 12i foi obtida em 8% de rendimento como um sólido laranja de

p.f.:207-210ºC.

RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ (J em Hz): 11,88 (s; 1H; OH); 8,27-8,32 (m; 2H; H-

3’; H-5’); 7,67-7,72 (m; 2H; H-2’; H-6’); 7,62-7,65 (m; 1H; H-7); 7,52-7,57 (m; 1H; H-

6); 7,21-7,24 (m; 1H; H-8); 6,02 (s; 1H; H-3); ppm.

7. Conclusões e perspectivas

Neste trabalho foram preparados 18 tionaftoquinonas sendo 16 inéditas, exceto

os compostos 12a e 13a. Estes compostos estão sob avaliação da citotoxicidade frente a

linhagem HL60 (leucemia), e uma vez obtidos estes resultados, será possível

compreender como os grupos ligados ao núcleo de naftoquinônico poderiam influenciar

na sua citotoxicidade de acordo com o seu perfil eletrônico.

Até o momento foram realizados alguns ensaios de citotoxicidade preliminares

frente as linhagens celulares cancerígenas MCF-7 (câncer de mama), A549 (câncer de

pulmão) e PC3 (câncer de próstata) que indicaram um perfil promissor para as

substancias 12b,12d, 13d, 13f, 13h e 12i.

Através deste estudo, acredita-se que será possível a obtenção de compostos

com importante atividade antitumoral, sobretudo quanto à seletividade para células

leucêmicas.

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