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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais Estruturas Domésticas e a formação da posição brasileira nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena Aluno: Rafael Pons Reis

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais Estruturas Domésticas

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Universidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Relações

Internacionais

Estruturas Domésticas e a formação da posição brasileira

nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena

Aluno: Rafael Pons ReisProfa. Orientadora: Dra. Mónica Salomón

Universidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Relações

Internacionais

Estruturas Domésticas e a formação da posição brasileira

nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena

Aluno: Rafael Pons ReisProfa. Orientadora: Dra. Mónica Salomón

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Protocolo de CartagenaProtocolo de Cartagena

Acordo Internacional que visa assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos Organismos Vivos Modificados (OVMs)

- 2000: Adotado em Cartagena (Colômbia)- 2003: Entrou em vigor

Acordo Internacional que visa assegurar um nível adequado de proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos Organismos Vivos Modificados (OVMs)

- 2000: Adotado em Cartagena (Colômbia)- 2003: Entrou em vigor

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Protocolo de CartagenaProtocolo de Cartagena Artigo 18:

Estabelece requisitos de documentação para Manipulação, Transporte, Embalagem e Identificação.

Exigências para a documentação:

i) uso confinado;ii) introdução intencional ao meio ambiente;iii) uso direto para o consumo humano, animal e processamento.

Artigo 18:Estabelece requisitos de documentação para Manipulação, Transporte, Embalagem e Identificação.

Exigências para a documentação:

i) uso confinado;ii) introdução intencional ao meio ambiente;iii) uso direto para o consumo humano, animal e processamento.

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Identificação de carregamentos de

transgênicos

Identificação de carregamentos de

transgênicos “Pode Conter” OGMs

“Contém” OGMs

i) testes para saber se existem OGMs em um carregamento;

ii) testes para saber quais tipos estão presentes;

iii) testes para detectar a quantidade de cada tipo de OGMs presente em um carregamento.

“Pode Conter” OGMs

“Contém” OGMs

i) testes para saber se existem OGMs em um carregamento;

ii) testes para saber quais tipos estão presentes;

iii) testes para detectar a quantidade de cada tipo de OGMs presente em um carregamento.

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Fonte: JAMES, Clive. Preview: Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2007. ISAAA Brief Nº 37. ISAAA: Ithaca, NY, 2007.

114,3 milhões de ha.Desenvolvidos

Em DesenvolvimentoEm Desenvolvimento

Total23 países produtores de OVMs

ÁREA GLOBAL DE LAVOURAS TRANSGÊNICASMilhões de hectares (1996 a 2007)

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Área global de lavouras GM em 2007: por País (milhões de hectares)

Área global de lavouras GM em 2007: por País (milhões de hectares)

Posição País Área Lavouras GM• 1º EUA 57,7 Soja, milho, algodão• 2o Argentina 19,1 Soja, milho, algodão• 3o Brasil 15 Soja, algodão• 4o Canadá 7 Canola, milho, soja• 5o Índia 6,2 Algodão• 6º China 3,8 Algodão , tomate• 7º Paraguai 2,6 Soja• 8º África do Sul 1,8 Milho, soja, algodão• 9º Uruguai 0,5 Soja, milho• 10º Filipinas 0,3 Milho

Fonte: JAMES, Clive. Preview: Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2007. ISAAA Brief Nº 37. ISAAA: Ithaca, NY, 2007.

Posição País Área Lavouras GM• 1º EUA 57,7 Soja, milho, algodão• 2o Argentina 19,1 Soja, milho, algodão• 3o Brasil 15 Soja, algodão• 4o Canadá 7 Canola, milho, soja• 5o Índia 6,2 Algodão• 6º China 3,8 Algodão , tomate• 7º Paraguai 2,6 Soja• 8º África do Sul 1,8 Milho, soja, algodão• 9º Uruguai 0,5 Soja, milho• 10º Filipinas 0,3 Milho

Fonte: JAMES, Clive. Preview: Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2007. ISAAA Brief Nº 37. ISAAA: Ithaca, NY, 2007.

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O Brasil e o Protocolo de Cartagena

O Brasil e o Protocolo de Cartagena

Reuniões das Partes:

MOP 1 (2004) Malásia: “Pode Conter”

MOP 2 (2005) Canadá: “Pode Conter”

MOP 3 (2006) Brasil: “Contém” e “Pode Conter”

Reuniões das Partes:

MOP 1 (2004) Malásia: “Pode Conter”

MOP 2 (2005) Canadá: “Pode Conter”

MOP 3 (2006) Brasil: “Contém” e “Pode Conter”

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HipóteseHipótese A oscilação do posicionamento do Brasil sobre os transgênicos ao longo das negociações do Protocolo é decorrente não apenas da heterogeneidade entre os representantes das delegações brasileiras, a favor ou contra a liberação dos transgênicos, mas também é resultado das coalizões (win-set) de setores privados, governamentais e não governamentais que se articulam no plano doméstico.

A oscilação do posicionamento do Brasil sobre os transgênicos ao longo das negociações do Protocolo é decorrente não apenas da heterogeneidade entre os representantes das delegações brasileiras, a favor ou contra a liberação dos transgênicos, mas também é resultado das coalizões (win-set) de setores privados, governamentais e não governamentais que se articulam no plano doméstico.

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Introdução dos OGMs no Brasil

Introdução dos OGMs no Brasil

- 1995: CTNBio;

- Entre 1998 e 2005: moratória judicial;

- Tramitação da Lei de Biossegurança no Congresso;

- Disputas de competência entre tribunais, Executivo e Legislativo;

- 1995: CTNBio;

- Entre 1998 e 2005: moratória judicial;

- Tramitação da Lei de Biossegurança no Congresso;

- Disputas de competência entre tribunais, Executivo e Legislativo;

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Objetivos: Objetivos:

Objetivo Geral:

Analisar a atuação dos órgãos governamentais e grupos de interesse na formação da posição oficial brasileira nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena.

Objetivo Geral:

Analisar a atuação dos órgãos governamentais e grupos de interesse na formação da posição oficial brasileira nas Reuniões das Partes do Protocolo de Cartagena.

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Objetivos Específicos: Objetivos Específicos: Analisar a emergência e a evolução da questão

da biossegurança no panorama internacional e nacional;

Descrever a evolução das discussões relacionadas ao estabelecimento do Protocolo de Cartagena;

Verificar a atuação do Brasil nas negociações das Partes do Protocolo de Cartagena (MOP 1, 2 e 3);

Analisar a formulação do posicionamento do governo brasileiro para as negociações (MOP 1, 2 e 3), destacando o relacionamento da sociedade civil com a burocracia governamental;

Analisar a emergência e a evolução da questão da biossegurança no panorama internacional e nacional;

Descrever a evolução das discussões relacionadas ao estabelecimento do Protocolo de Cartagena;

Verificar a atuação do Brasil nas negociações das Partes do Protocolo de Cartagena (MOP 1, 2 e 3);

Analisar a formulação do posicionamento do governo brasileiro para as negociações (MOP 1, 2 e 3), destacando o relacionamento da sociedade civil com a burocracia governamental;

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Modelo de AnáliseModelo de Análise

Jogos de Dois Níveis (Putnam e Milner)

Estruturas Domésticas (Risse-Kapen)

i) Instituições Políticas do Estado;ii) Estrutura de formação da demanda;iii) Sistema de intermediação de

interesses.

Jogos de Dois Níveis (Putnam e Milner)

Estruturas Domésticas (Risse-Kapen)

i) Instituições Políticas do Estado;ii) Estrutura de formação da demanda;iii) Sistema de intermediação de

interesses.

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MetodologiaMetodologiaRevisão bibliográfica da literatura

especializada sobre o assunto.

Negociações do Protocolo:Fontes primárias como a documentação disponível no site; boletins e noticiários.

Atuação dos atores domésticos:Coleta de dados em artigos científicos, boletins e publicações internas.

Revisão bibliográfica da literatura especializada sobre o assunto.

Negociações do Protocolo:Fontes primárias como a documentação disponível no site; boletins e noticiários.

Atuação dos atores domésticos:Coleta de dados em artigos científicos, boletins e publicações internas.

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A formação da posição do Brasil para a COP/MOP 1 e

2

A formação da posição do Brasil para a COP/MOP 1 e

2 “Pode Conter”Argumentos:

Gastos com infra-estruturaDiminuição das Vantagens Comparativas

Grupo Negociador:MRE/Itamaraty, MCT e MAPA

Legislativo Participação MínimaSociedade Civil

“Pode Conter”Argumentos:

Gastos com infra-estruturaDiminuição das Vantagens Comparativas

Grupo Negociador:MRE/Itamaraty, MCT e MAPA

Legislativo Participação MínimaSociedade Civil

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A formação da posição do Brasil para a COP/MOP 3

A formação da posição do Brasil para a COP/MOP 3

“Pode Conter” e “Contém”Argumentos:

Coexistência entre plantio e comercialização de produtos transgênicos

Grupo Negociador:

Executivo, MRE/Itamaraty e MMA

Legislativo Maior Participação Sociedade Civil

“Pode Conter” e “Contém”Argumentos:

Coexistência entre plantio e comercialização de produtos transgênicos

Grupo Negociador:

Executivo, MRE/Itamaraty e MMA

Legislativo Maior Participação Sociedade Civil

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Considerações FinaisConsiderações FinaisEstruturas Domésticas

Instituições Políticas do Estado- Redução da autonomia do Itamaraty;

Ambiente do processo de tomada de decisão: COP/MOP 1 e 2 COP/MOP 3

O poder era

fragmen- tado e competitivo

Pouca divisão e com relativa homogeneidade

Estruturas DomésticasInstituições Políticas do Estado

- Redução da autonomia do Itamaraty;

Ambiente do processo de tomada de decisão: COP/MOP 1 e 2 COP/MOP 3

O poder era

fragmen- tado e competitivo

Pouca divisão e com relativa homogeneidade

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Considerações FinaisConsiderações FinaisEstruturas Domésticas

Estrutura de formação de demandaIsolamento da agenda pelo grupo negociador

(MRE/Itamaraty, MCT e MAPA)

COP/MOP 1 e 2: Participação mínima da sociedade civil na

formulação das propostas brasileiras.

COP/MOP3: Aproximação lenta e gradual entre o Executivo

e a sociedade civil

Estruturas DomésticasEstrutura de formação de demandaIsolamento da agenda pelo grupo negociador

(MRE/Itamaraty, MCT e MAPA)

COP/MOP 1 e 2: Participação mínima da sociedade civil na

formulação das propostas brasileiras.

COP/MOP3: Aproximação lenta e gradual entre o Executivo

e a sociedade civil

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Considerações FinaisConsiderações Finais

Estruturas DomésticasSistema de intermediação de interesses

- Apresentou duas situações:

Consensual PolarizadaCOP/MOP 1 e 2 COP/MOP 3

Estruturas DomésticasSistema de intermediação de interesses

- Apresentou duas situações:

Consensual PolarizadaCOP/MOP 1 e 2 COP/MOP 3