73
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO DE LAYOUT E MINI-FÁBRICAS EM UMA INDÚSTRIA DO RAMO ALIMENTÍCIO CURITIBA 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

RODOLFO MAYER BARION

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PLANEJAMENTO

SISTEMÁTICO DE LAYOUT E MINI-FÁBRICAS EM UMA INDÚSTRIA DO RAMO

ALIMENTÍCIO

CURITIBA

2016

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

RODOLFO MAYER BARION

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DE PLANEJAMENTO

SISTEMÁTICO DE LAYOUT E MINI-FÁBRICAS EM UMA INDÚSTRIA DO RAMO

ALIMENTÍCIO

CURITIBA

2016

Monografia apresentada como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia de Produção, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Professora Doutora Izabel

Cristina Zattar.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

“Sua mente é infinita. Suas dúvidas é que são limitantes. ”

Robert Kiyosaki

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo, através de um estudo de caso, sugerir melhorias no arranjo físico e no clima organizacional de uma empresa de médio porte do ramo alimentício de biscoitos e chocolates situada na Região Metropolitana de Curitiba-PR. O foco do estudo é propor ferramentas e conceitos que possam trazer melhorias diretas e indiretas no fluxo produtivo como um todo. Afim de coletar as diferentes opiniões dos colaboradores diretamente envolvidos nos processos produtivos, foi aplicado um questionário estruturado. Foi utilizada a ferramenta de Planejamento Sistemático de Layout, com o intuito de verificar, através da análise em um diagrama de inter-relações, se alterações no arranjo físico seriam justificáveis ou não. Visando melhorar também o clima organizacional e as relações de gestão da empresa, foram apontadas práticas provenientes do conceito de mini-fábricas, como por exemplo, uma maior autonomia dos colaboradores. Como resultados, observou-se que após a aplicação da ferramenta de Planejamento Sistemático de Layout não há necessidade de mudanças físicas no layout. E em relação ao conceito de mini-fábricas, benefícios como um melhor clima organizacional e a criação de chefias multi-tarefas foram notados.

Palavras-chave: Indústria Alimentícia; Planejamento Sistemático de Layout; Arranjo Físico; Mini-Fábricas.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

ABSTRACT

This study aims, through a case study, to suggest improvements in the layout and the

organizational climate of a medium-sized food industry/company of cookies and

chocolates, located in the Metropolitan Region of Curitiba-PR. The focus of the study

is the suggestion of tools and concepts that could bring direct and indirect

improvements in the production flow as a whole. Aiming to collect the different opinion

of the employees directly involved in the processes, a survey was applied. The

Systematic Layout Planning (SLP) tool was applied, aiming to check, through the

analysis on a interrelations diagram, if changes in the layout would be justified or not.

Also purposing to improve the organizational climate and the company management

relationships, practices from the concept of mini-factories have been identified, such

as greater autonomy given to employees. As results, after applying the Systematic

Layout planning tool there was no needing of physical layout changes. Regarding the

mini-factories concept, benefits as a better organizational climate and the creation of

multi-task leaderships were noted.

Keywords: Food Industry; Systematic Layout Planning; Physical arrangement; Mini

Factories.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – RELAÇÃO DAS 10 MAIORES EMPRESAS COM SUAS

MARCAS....................................................................................................................11

FIGURA 2 – LAYOUT POR PRODUTO OU EM LINHA............................................17

FIGURA 3 – LAYOUT POR PROCESSO OU FUNCIONAL......................................18

FIGURA 4 – FLUXO LAYOUT POSICIONAL.............................................................19

FIGURA 5 – CONSTRUÇÃO DE UM AVIÃO.............................................................20

FIGURA 6 – LAYOUT CELULAR...............................................................................21

FIGURA 7 – EXEMPLO DE MINI-FÁBRICA DE PRODUÇÃO..................................23

FIGURA 8 – MODELO DE PROCEDIMENTOS DO SLP..........................................27

FIGURA 9 – CARTA DE INTERLIGAÇÕES PREFERENCAIS..................................28

FIGURA 10 – DIAGRAMA DE INTER-RELAÇÕES DE ESPAÇOS...........................29

FIGURA 11 – METODOLOGIA..................................................................................34

FIGURA 12 – VISÃO AÉREA DA EMPRESA............................................................38

FIGURA 13 – ORGANOGRAMA DA EMPRESA.......................................................39

FIGURAS 14 E 15 - TUBETES®................................................................................40

FIGURA 16 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS

TUBETES®................................................................................................................42

FIGURA 17 – LAYOUT INDUSTRIAL........................................................................46

FIGURA 18 – LEGENDA DO DIAGRAMA.................................................................57

FIGURA 19 – DIAGRAMA..........................................................................................58

FIGURA 20 – REARRANJO COM MINI-FÁBRICAS..................................................62

FIGURA 21 – SUBDIVISÃO DE MFS E LÍDERES.....................................................63

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – COMPARAÇÃO DA FÁBRICA TRADICIONAL COM AS MINI-

FÁBRICAS..................................................................................................................24

QUADRO 2 – TRABALHOS CORRELATOS.............................................................30

QUADRO 3 – INFORMAÇÕES DO QUESTIONÁRIO...............................................47

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................7

1.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................................................................7

1.1.1 Objetivos Específicos .................................................................................................................8

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO .............................................................................................8

1.2.1 Limitações do trabalho ...............................................................................................................9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 10

2.1 INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA NO BRASIL E NO MUNDO ................................................... 10

2.2 LEGISLAÇÕES......................................................................................................................... 13

2.3 TIPOS DE LAYOUT ................................................................................................................. 14

2.3.1 Layout por Produto ou em Linha ........................................................................................... 16

2.3.2 Layout por Processo ou Funcional ........................................................................................ 17

2.3.3 Layout Posicional ..................................................................................................................... 18

2.3.4 Layout Celular ........................................................................................................................... 20

2.4 CONCEITO DE MINI-FÁBRICAS .......................................................................................... 21

2.5 PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO DO LAYOUT (SLP) ..................................................... 25

2.6 TRABALHOS CORRELATOS ................................................................................................ 30

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 33

4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS ............................................................................ 37

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................ 37

4.1.1 Organograma da empresa ...................................................................................................... 38

4.2 PROCESSOS PRODUTIVOS ................................................................................................ 40

4.2.1 Produtos .................................................................................................................................... 40

4.2.2 Descrição dos Processos Produtivos .................................................................................... 41

4.2.3 Mão de Obra e Descrição dos Postos de Trabalho ............................................................ 44

4.2.4 Movimentação e Armazenamento ......................................................................................... 45

4.3 LAYOUT INDUSTRIAL ............................................................................................................ 45

4.4 DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .......................................... 47

4.4.1 Análise dos Resultados ........................................................................................................... 51

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

4.5 IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIAS E ESCOLHA DAS

FERRAMENTAS ................................................................................................................................. 54

4.5.1 Planejamento Sistemático de Layout (SLP) ........................................................................ 55

4.5.2 Conceito de Mini-fábricas ....................................................................................................... 60

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 65

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................................. 66

6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 67

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

7

1 INTRODUÇÃO

Indústrias e empresas necessitam estar em constante desenvolvimento de

melhorias visando atender e exceder às expectativas dos clientes, visto que estes

estão cada vez mais exigentes. Atualmente, para alcançar esses objetivos, as

indústrias buscam aprimorar seus processos, produtos, layout e fluxos. Entretanto,

identificar quais são os problemas e como resolvê-los se tornam tarefas difíceis para

a empresa, apesar de muitas vezes a solução ser simples e de fácil implementação.

Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua

eficiência, reduzindo custos e mantendo a qualidade exigida pelo consumidor. Porém,

é necessário atrelar essas melhorias com o bem-estar do trabalhador, através de

segurança e ergonomia do trabalho. Portanto, é importante analisar cada parte de

uma fábrica, desde o início da cadeia de suprimentos, até o final, com o intuito de

identificar onde há a possibilidade de melhoria.

O aperfeiçoamento pode seguir diferentes metodologias, desde a

implementação de um 5S, o qual resolve inúmeros problemas de indústrias, até a

aquisição de um novo equipamento para conseguir atender um aumento da demanda.

A metodologia varia de indústria para indústria, visto que cada empresa é vista como

única e com características específicas (tipos de produtos, necessidades a serem

atendidas, tipos de processos, público alvo).

Conclui-se que o desafio é então o de identificar as tarefas que necessitam de

melhorias, quais métodos e ferramentas são capazes de implementá-las e como o

layout deve ser estruturado para comportá-las, sem sacrificar as relações das outras

tarefas atreladas à empresa e respeitando as limitações do espaço disponível. Para

isso, foram definidos os objetivos geral e específicos do trabalho.

1.1 OBJETIVO GERAL

Propor melhorias nos aspectos do layout e de gestão organizacional da

empresa estudo de caso através do uso dos conceitos de Planejamento Sistemático

de Layout e Mini-Fábricas.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

8

1.1.1 Objetivos Específicos

1) Apresentar a empresa estudo de caso;

2) Mapear e analisar a situação atual da empresa estudo de caso;

3) Aplicar o Planejamento Sistemático de Layout para análise do arranjo físico

atual da empresa;

4) Aplicar um questionário para o mapeamento do clima organizacional e das

opiniões dos colaboradores;

5) Sugerir melhorias baseadas nos conceitos de mini-fábricas;

6) Analisar os resultados.

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

Segundo Bilby e Bahia (2010), as empresas estão sempre em busca de

melhorias que lhes proporcionem vantagens de diferenciação e que impactem em

redução de tempo e custos.

Tais melhorias podem vir a partir de uma melhor organização física dos recursos

de produção. Tal organização, segundo Santos et al. (2014), e a interação desses

recursos com o ambiente espacial e com o estabelecimento dos fluxos do processo

produtivo, são tarefas diretamente ligadas ao projeto do layout das instalações.

Além das questões espaciais, podem-se citar também preocupações por partes

das empresas em relação ao bem-estar físico e psicológico do trabalhador. Segundo

Martins e Freitas (2011), isso decorre devido às organizações terem começado a

perceber que o aumento da produtividade e da qualidade dos serviços prestados

podem ser consequência do simples fato do trabalhador sentir-se bem e seguro em

seu ambiente de trabalho.

Em uma visita preliminar foram observadas algumas possibilidades de

alterações no espaço fabril e no fluxo produtivo. Acredita-se que uma análise teórica

do layout na empresa estudo de caso é válida, visto que, através desta, pode-se

determinar se tais possibilidades de melhorias são provenientes do arranjo físico ou

de outras causas, como capacidades de máquina, por exemplo.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

9

Foram observadas também, rotinas e práticas que não agregam valor ao

processo e que, de tanto serem repetidas diariamente, são aceitas como

normalidades.

1.2.1 Limitações do trabalho

Como todo projeto, as propostas para melhoria abordadas possuem fatores que

limitam a profundidade das mudanças. A indústria possui um terreno grande, porém

sem previsão de ampliação, visto que ao redor há uma região de várzea e com muita

vegetação.

Além disso, a substituição de máquinas por outras mais modernas e com

maiores capacidades, dentro do espaço já construído, não é uma opção, visto que a

empresa não prevê o investimento em maquinário no momento atual.

Nas questões de relativas à gestão e procedimentos, pode-se ter uma

resistência de certos colaboradores da produção em aceitar as mudanças, visto que

estes já estão acostumados às rotinas atuais.

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA NO BRASIL E NO MUNDO

Em meados da década de 70, segundo John Wilkinson (2002), devido

mudanças na mentalidade pós-guerra que existia até então, uma nova geração

urbana, junto com novos níveis de bem-estar econômico, decretaram o fim da

estratégia de marcas de “produto-único de ciclo longo”. Assim, para sobreviver, a

indústria alimentícia teve que propor inovações em produtos, junto com uma

orientação “multiproduto” mais agressiva. Desta forma, as empresas passaram a se

diversificar para responder às tendências mais voláteis e segmentadas de demanda.

Da mesma forma, os sistemas produtivos vêm passando por muitas

mudanças com o passar do tempo, devido principalmente às inovações tecnológicas,

reflexo da globalização, que promove a concorrência, e força a organização a rever

seu sistema produtivo, adequando as formas de fabricação e comunicação com o

mercado atual. (ALVES et al; 2013).

Segundo Gonçalves, Morais et al. (2012, p. 3), “a formação de uma cultura

organizacional que contemple os critérios de qualidade traz consigo maior eficácia na

implementação de técnicas e métodos que promovam melhorias à empresa”.

Para o consumidor, o sistema agroalimentar é mais relacionado às marcas

intimamente ligadas às empresas que historicamente lideram a indústria de alimentos,

embora a maioria dessas tenham sido incorporadas por grandes holdings

internacionais. A valorização destas marcas globais originou uma segunda onda de

fusões internacionais entre as indústrias líderes, complementada por aquisições de

empresas em países desenvolvidos, em desenvolvimento ou recém-industrializados

(WILKINSON; 2002).

A grande maioria das marcas que o consumidor tem acesso nos grandes

centros, na realidade pertence a apenas dez grandes empresas com alcance a todo

o mercado mundial. A Figura 1 mostra essa relação:

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

11

FIGURA 1 – RELAÇÃO DAS 10 MAIORES EMPRESAS COM SUAS MARCAS

FONTE: http://www.convergencealimentaire.info/map.jpg (2012)

No Brasil o consumidor passou a ter acesso a novos produtos e melhores

condições de compra a partir de 1995, com a estabilização do plano real. Percebeu-

se uma maior abertura para produtos externos, e um maior acesso à informação

através da internet (WILKINSON 2002). Segundo o DEPEC-Bradesco (2012), a

indústria de alimentos no Brasil teve um faturamento de US$ 190 milhões no ano de

2012, sendo desses, 23% com exportações e o restante mercado interno. O

desempenho desse tipo de indústria no Brasil está vinculado ao setor agropecuário e

o comportamento das commodities agrícolas determina grande parte dos custos de

produção. O varejo alimentício representa 70% das vendas no mercado interno

Brasileiro, os outros 30% são distribuídos para a distribuição direta ao consumidor

final (ABIA, 2013). O gráfico a seguir mostra a segmentação do consumo interno

desse tipo de indústria no país:

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

12

GRÁFICO 1 – SEGMENTAÇÃO DO CONSUMO INTERNO DA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

NO BRASIL

FONTE: ADAPTADO DE ABIA (2013)

21%

16%

16%9%

8%

6%

6%

4%

2%

12%

Derivados de carne Beneficiamento de café, chá e cereais

Laticíneos Óleos e gorduras

Derivados de trigo Açúcares

Derivados de frutas e vegetais Chocolate, cacau e balas

Conservas de pescado Outros

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

13

Segundo Silveira e Lepsch (1997), o consumidor passou a ficar mais exigente,

o que causou um maior acirramento na competição entre as firmas. E essa nova

competitividade trouxe junto, uma inovação tecnológica no setor, assim como

questões normativas e padrões internacionais.

2.2 LEGISLAÇÕES

A Indústria Alimentícia segue mundialmente regulamentações e normas

previstas por Legislações e Agências reguladoras respaldadas por tais legislações,

adotando também conjuntos de medidas e procedimentos, visando sempre a

padronização e a garantia da qualidade e segurança aos consumidores.

Em 1999, foi criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro 1999, a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), cuja missão é “promover e proteger a

saúde da população e intervir nos riscos decorrentes da produção e do uso de

produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária, em ação coordenada com os

estados, os municípios e o distrito federal, de acordo com os princípios do Sistema

Único de Saúde, para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira”.

Segundo a ANVISA (2016), as Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem

um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos. Essas

medidas devem garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos

alimentícios, de acordo com os regulamentos técnicos.

A Resolução - RDC Nº 275, de 21 De Outubro De 2002, apresenta o

Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados, que são

aplicados aos estabelecimentos que produzem alimentos O Procedimento

Operacional Padronizado (POP) é escrito de forma objetiva, e estabelece instruções

sequenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na produção,

armazenamento e transporte de alimentos.

São exemplos de POPs: a higienização das instalações, equipamentos,

móveis e utensílios, o controle da potabilidade da água, a higiene e saúde dos

manipuladores, o manejo dos resíduos, a manutenção preventiva e calibração de

equipamentos, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a seleção das

matérias-primas, ingredientes e embalagens e o programa de recolhimento de

alimentos.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

14

A implementação dos POPs deve ser monitorada periodicamente de forma a

garantir a finalidade pretendida, medidas corretivas devem ser tomadas em casos de

desvios destes procedimentos. As ações corretivas devem contemplar o destino do

produto, a restauração das condições sanitárias e a reavaliação dos Procedimentos

Operacionais Padronizados.

De acordo com a ANVISA (2003), “o Codex Alimentarius (do latim Lei ou

Código dos Alimentos) é uma coletânea de normas alimentares adotadas

internacionalmente e apresentadas de modo uniforme, e inclui ainda disposições de

natureza consultiva na forma de códigos de práticas, diretrizes e outras medidas

recomendadas, destinadas a alcançar os objetivos do código”.

No Brasil, as empresas do setor de alimentos estão implementando sistemas

de garantia da qualidade, como a Análise de Perigos de Pontos Críticos de Controle

(APPCC), seguindo as recomendações do Codex Alimentarius e da Portaria 1428/93

do Ministério da Saúde. Certificações de normas internacionais, como a ISO 9001,

“norma internacional que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da

Qualidade (SGQ) de uma organização” (INMETRO; 2016), e a ISO 22000, “norma

internacional que define os requisitos de um sistema de gestão de segurança de

alimentos” (ISO; 2016), também têm sido utilizadas.

Segundo Makita e Rotondaro (2002), os dois sistemas de garantia da

qualidade devem ser tratados em conjunto, pois a APPCC é utilizada para identificar

pontos críticos do controle e o sistema ISO 9000, utilizado para controlar e monitorar

tais pontos.

A ISO, de acordo com Neves da Silva (2014) “é uma organização

internacional, não governamental cuja função é elaborar padrões ou normas

internacionais de modo a facilitar as relações comerciais entre os diferentes países”.

Segundo a ISO (2016), as consequências de alimentos não seguros podem

ser sérias e as normas de segurança ajudam as organizações a identificar e controlar

os perigos possíveis.

2.3 TIPOS DE LAYOUT

O layout ou arranjo físico industrial é a representação espacial dos fatores que

concorrem para a produção, envolvendo pessoas, materiais e equipamentos, e as

suas interações (MÜLLER, 2007).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

15

De acordo com Rodrigues (2007), os motivos mais comuns para a

reformulação de projetos de arranjo físico são:

a) A ineficiência das operações (por exemplo, por custo elevado, pela existência

de gargalos);

b) Acidentes, ou risco à integridade e à segurança;

c) Mudança no projeto de produtos ou serviços;

d) Introdução de novos produtos ou serviços;

e) Mudanças no volume de produção, ou no mix (composição);

f) Mudança nos métodos ou no equipamento;

g) Mudança em requisitos ambientais ou outros, de ordem legal;

h) Problemas relacionados com o moral do pessoal.

O planejamento do arranjo físico está relacionado ao projeto de instalações,

onde se procura planejar e integrar os caminhos dos vários elementos envolvidos na

produção de um bem ou de um serviço. Busca-se alcançar um desempenho esperado,

tornar as atividades eficientes e também economicamente eficazes com máxima

produtividade e, vale ressaltar, que não é levada em consideração somente a

disposição racional das máquinas, mas também, o estudo das condições de trabalho,

sendo necessário haver uma combinação ótima destes fatores. (BORBA, 1998).

O projeto de um layout pode seguir um roteiro no qual se deve colher

informações a respeito do produto e de seus componentes, analisar dimensões e

geometria do espaço e a sequência da produção. Com a determinação do arranjo

físico pode-se derivar a estrutura do sistema logístico da empresa. (GURGEL, 2008)

Peinado e Graeml (2007) descreveram princípios básicos do arranjo físico:

a) Economia de movimentos: a extensão do fluxo deve ser a menor possível

procurando minimizar as distâncias percorridas pelos recursos transformados;

b) Flexibilidade de longo prazo: deve ser possível fazer com que o arranjo físico

mude sempre que haja necessidades;

c) Princípio da Progressividade: o arranjo físico deve haver um sentido fluido,

evitando retornos ou caminhos aleatórios;

d) Uso do espaço: deve-se usar adequadamente todo o espaço disponível para a

operação, levando em conta a possibilidade de ocupação vertical, também, da

área da operação.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

16

E dividiram o arranjo físico em quatro tipos:

1. Layout em linha ou por produto.

2. Layout funcional ou por processo.

3. Layout celular ou células de manufatura.

4. Layout de posição fixa ou posicional.

2.3.1 Layout por Produto ou em Linha

No layout por produto ou em linha, afirmam Carvalho et al. (2010), o layout é

mudado de acordo com o produto, os equipamentos são colocados em sequência de

acordo com as operações. É um tipo de layout pouco diversificado e apresenta um

alto custo financeiro em alguns casos.

A Figura 2 apresenta este tipo de arranjo físico:

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

17

FIGURA 2 – LAYOUT POR PRODUTO OU EM LINHA

FONTE: PEINADO; GRAEML (2007)

Segundo Ravi (2015), o Layout por produto apresenta a vantagem de um tempo

de produção menor com uma lógica simples. Porém uma parada em linha ou um posto

mais lento que os demais, prejudicam o processo como um todo.

2.3.2 Layout por Processo ou Funcional

Segundo Martins e Laugeni (2015) no Layout por processo ou funcional todos

os processos e equipamentos do mesmo tipo são posicionados numa mesma área e

também operações e montagens semelhantes são agrupadas num mesmo local. O

material se desloca buscando os diferentes processos, como podem ser observados

na Figura 3:

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

18

FIGURA 3 – LAYOUT POR PROCESSO OU FUNCIONAL

FONTE: PEINADO; GRAEML (2007)

De acordo com Rodrigues (2015), este tipo de layout apresenta as seguintes

vantagens: flexibilidade para produtos diferentes a para a produção de pequenos

lotes, infraestrutura e equipamentos mais baratos do que os utilizados no layout em

linha, identificação mais precisa e eficaz de falhas, possibilidade de medição da

produtividade individual. Como desvantagens o autor cita: maiores chances da

existência de um maior estoque final e intermediário, planejamento e controle mais

complexos e a produção apresenta geralmente uma velocidade menor do que a

produção no layout em linha.

2.3.3 Layout Posicional

Esse modelo é descrito por Peinado e Graeml (2007, p. 198) como “aquele em

que o produto, o material a ser transformado, permanece estacionário em uma

determinada posição e os recursos de transformação se deslocam ao seu redor,

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

19

executando as operações necessárias”. Um fluxo genérico deste arranjo pode ser

visto na Figura 4:

FIGURA 4 – FLUXO LAYOUT POSICIONAL

FONTE: RODRIGUES (2015)

A figura demonstra o deslocamento das estações de trabalho em função do

processo. A construção de um avião é um exemplo de layout de posição fixa ou

posicional, e pode ser visto na Figura 5:

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

20

FIGURA 5 – EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO DE UM AVIÃO

FONTE: MARTINS; LAUGENI (2005)

Segundo Neumann et al. (2014), este tipo de layout, em geral adequa-se a

produtos com dimensões grandes e baixa mobilidade, processados em lotes unitários,

sendo os custos unitários mais altos, assim como uma maior flexibilidade.

2.3.4 Layout Celular

Segundo Greene e Sadowski manufatura celular (Layout Celular) pode ser

configurada quando se tem uma divisão física de uma ampla manufatura

convencional, dentro de uma produção celular. Barbosa (1999) afirma que as células

de manufatura, em comparação aos layouts tradicionais, provocam um aumento de

10 a 20% da produtividade da mão-de-obra direta. Tal arranjo físico pode ser visto na

Figura 6:

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

21

FIGURA 6 – LAYOUT CELULAR

FONTE: PEINADO; GRAEML (2007)

Segundo Rodrigues (2015), tal layout apresenta diversas vantagens, entre elas:

um melhor fluxo de produção, maior utilização dos equipamentos, menores distâncias

percorridas.

Como afirmado por Cole (1989), a difusão da qualidade fez com que se

criassem novas necessidades de formas organizacionais inovadoras, e vários

conceitos estavam envolvidos nos processos de reestruturação das empresas, entre

eles um tipo de variação do modelo celular, o arranjo de Mini-fábricas.

2.4 CONCEITO DE MINI-FÁBRICAS

Segundo Fawcett e Pearson (2015), o conceito de Mini-fábricas surgiu

na década de 70, quando fabricantes tentavam lidar com a complexidade no chão de

fábrica que crescia. O objetivo era focalizar os recursos do local, com a produção de

um único produto ou um grupo de produtos similares, usando um único processo

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

22

produtivo em cada Mini-fábrica. Com isso, os objetivos conflitantes que existiam

quando se produzia diversos produtos usando mais de um processo principal seriam

eliminados. Além do aumento da eficiência da produção, também há uma maior

efetividade, com a redução da desorganização, permitindo metas de produção mais

focalizadas.

Segundo Salerno (1999), diversas noções de Layout semelhante à de células

vem ganhando importância, elas definem uma descentralização de serviços de apoio

à produção, como manutenção e qualidade, focalizando-os em uma área específica,

sendo um critério de organização e gestão da produção. As pessoas deixam de ser

apenas cobradas e assumem um papel importante dentro do processo produtivo,

estando mais comprometidas, motivadas, sentindo-se parte da empresa, e isso

promove a redução de turnover e absenteísmo.

A empresa deve passar por várias modificações, que em muitos casos incluem

uma maior descentralização gerencial, e a fragmentação (divisão) das grandes

estruturas produtivas em partes menores, pertencentes a uma mesma corporação, o

que faz com que as Mini-fábricas tenham uma maior autonomia operacional. Elas

devem estar interligadas através de uma rede de valor, e terem como principal objetivo

uma maior eficácia do sistema produtivo como um todo, o que proporciona à

corporação maiores vantagens competitivas (AMATO NETO, 1995).

Cada grupo semiautônomo destas unidades menores traz diversos benefícios

para os trabalhadores, citados por Smith (1997) e listados a seguir:

a) Obtenção de “multi-habilidades”;

b) Redução da supervisão administrativa;

c) Aumento da autonomia;

d) Aquisição de novas habilidades;

e) Trabalhadores passam a sentir-se valorizados pelos bens e serviços que

produzem.

A Figura 7 a seguir apresenta um arranjo destas unidades semiautônomas:

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

23

FIGURA 7 – EXEMPLO DE MINI-FÁBRICA DE PRODUÇÃO

FONTE: Silva e Rentes (2002)

Segundo Standard e Davis (1999) algumas orientações que podem ser

consideradas para as Mini-fábricas de produção são:

a) Superprodução não é permitida;

b) Aspectos ergonômicos devem ser considerados no momento do projeto;

c) Trabalhadores se movimentam entre as estações de trabalho;

d) Usar sistemas de fixar e prender ao invés de sistemas de ajustamento;

e) Fazer trabalho manual em paralelo com o trabalho das máquinas;

f) Nunca passar um defeito.

O Quadro 1 compara as orientações consideradas num sistema com Mini-

fábricas com as de um modelo mais tradicional:

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

24

QUADRO 1 – COMPARAÇÃO DA FÁBRICA TRADICIONAL COM AS MINI-FÁBRICAS

MINI-FÁBRICAS

GRANDES FÁBRICAS

LÓGICA DA ORGANIZAÇÃO DA FÁBRICA

- Produto (unidade que fabrica o produto A).

- Função (setor de tornos).

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

- Polivalência; trabalho em grupo; auto-organização.

- Divisão de trabalho taylorista; linha de produção.

FORMA DE MEDIR EFICIÊNCIA

- Rentabilidade setorial. - Rentabilidade global.

HORIZONTE DE PLANEJAMENTO

- Curto prazo. - Longo prazo.

FORMA DE MEDIR CUSTOS

- Custos reais.

- Custos rateados.

ATRIBUIÇÃO DE COMANDO

- Responsabilidade direta do encarregado da unidade.

- Responsabilidade compartilhadas.

CONTROLE DE ESFORÇO

- Pressão dos colegas.

- Pressão da hierarquia.

METÁFORA DO COMANDANTE

- Patrão (dono). - Gerente (profissional).

METÁFORA DO FUNCIONAMENTO

- Inspirado/campeão individual. - Mecânico/equipe.

ESFERA DE JUSTIÇA

- Lógica mercantil, Empregabilidade.

- Lógica industrial, Solidariedade interna.

FONTE - GRÜN (1999)

De acordo com Rotta (2014), as Mini-fábricas possibilitaram um maior poder de

análise da concorrência e também permitiram a melhora da qualidade nas decisões

correspondentes às alternativas de parceria, investimentos e estabelecimentos de

objetivos mais próximos à realidade do mercado.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

25

Pode-se dizer que elas envolvem alguns aspectos e questões interessantes

para análise, pois centralizam atividades úteis para serem centralizadas e

descentralizam o que funciona melhor descentralizado, tornando-se uma boa

alternativa para atender, com qualidade e baixo custo, o mercado (ROTTA, 2014).

De acordo com Silva et al. (2015), a necessidade crescente de redução dos

custos e aumento de capacidade produtiva faz com que muitas indústrias reorganizem

seus arranjos físicos, com o objetivo de garantir um fluxo eficiente de produção. Para

isso, uma boa opção é a utilização da metodologia de planejamento sistemático do

layout.

2.5 PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO DO LAYOUT (SLP)

O layout das instalações produtivas se preocupa com a disposição física dos

recursos de transformação, isto é, máquinas, equipamentos e pessoas (TOMPKINS

et al., 2010). O método SLP representa uma metodologia que tem grande

aplicabilidade no projeto e no reprojeto de layout, com uma abordagem estruturada

(VIEIRA et al, 2014). Conforme publicado por Yang et al. (2000) o objetivo do SLP é

identificar a opção de layout que mais atende às necessidades da empresa.

Segundo Muther (1978), o sistema SLP consiste em uma estruturação de fases

pelas quais passa qualquer projeto de layout através de um modelo de procedimentos

para realização do novo projeto e de convenções para identificação, visualização e

classificação das várias atividades, inter-relações e alternativas envolvidas em todos

os projetos de arranjo físico.

O nível de detalhamento que se deve adotar no projeto do arranjo físico da

produção é representado pela estruturação das fases do SLP. E, de acordo com

Muther (1978), esse nível de detalhamento é dividido da seguinte forma:

Fase I (Localização): a qual é determinada a localização da área que será

realizado o planejamento das instalações. É preciso avaliar se a nova proposta será

implantada no mesmo prédio, numa área utilizada para armazenagem, mas que pode

ser liberada, ou até mesmo se irá adquirir um prédio novo.

Fase II (Arranjo físico geral): momento em que é estabelecida a posição relativa

entre diversas áreas. Os modelos de fluxos e áreas são trabalhados em conjunto de

forma que as inter-relações e a configuração geral da área sejam estabelecidas.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

26

Fase III (Arranjo físico detalhado): nessa fase envolve a localização de cada

máquina e equipamento. É estabelecida a localização de cada uma das

características físicas da área, incluindo suprimentos e serviços.

Fase IV (Implantação): aqui é feito o planejamento passo a passo da

implantação, trata-se da apropriação de capital e é feita a movimentação de máquinas,

equipamentos e recursos para que todos sejam instalados como planejados.

Todas as fases são inter-relacionadas entre si, de forma que as saídas da fase

anterior sirvam de entradas para a fase seguinte. Entretanto, embora exista uma

aparente relação de dependência entre as fases, o escopo do projeto pode ser

delimitado em apenas uma ou duas fases, especialmente quando o SLP é aplicado

no reprojeto de layouts existentes, que possuem necessidades mais específicas de

melhoria. Nesse caso, ainda deve ser mantida a hierarquia das fases, que define a

ordem de aplicação quando mais de uma fase é executada, segundo Silva et al.

(2012).

O planejamento sistemático do layout baseia-se em três princípios

fundamentais (MUTHER, 1978):

a) A inter-relação entre as atividades, que identifica o grau relativo de

dependência ou proximidade entre elas;

b) O espaço, análise da quantidade, tipo e forma dos itens a serem posicionados;

c) Ajuste do arranjo das áreas e equipamentos para dispor estes da melhor

maneira possível.

A partir desses três princípios, segundo Santos et al. (2012), o modelo de

procedimentos do SLP é constituído pelos seguintes elementos ilustrados na Figura

8:

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

27

FIGURA 8 – MODELO DE PROCEDIMENTOS DO SLP

FONTE: Adaptado de Muther (1973)

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

28

a) Dados de entrada: Os dados de entrada são as variáveis que devem ser

levadas em consideração antes do início da análise do arranjo físico. Além

das atividades do processo de produção, os outros dados de entrada são

representados pelas letras PQRST, que significam: produto (P), quantidade

ou volume de produção (Q), roteiro ou sequência do processo de produção

(R), serviços de suporte (S) e tempos envolvidos na produção (T);

b) Fluxo de materiais: O fluxo de materiais quase sempre se torna o fator

predominante de decisão no projeto do arranjo físico. Devem-se identificar os

fluxos através das áreas envolvidas, de acordo com a sequência e a

intensidade do deslocamento do material. As principais ferramentas utilizadas

nessa etapa são aquelas destinadas à análise do fluxo de processos, tais

como: fluxograma, carta de processos múltiplos, carta “de-para”,

mapofluxograma, etc;

c) Inter- relações de atividades: Esta é uma análise qualitativa, que procura

identificara importância da proximidade relativa entre as áreas. A ferramenta

indicada para essa tarefa é conhecida como carta de interligações

preferenciais, a Figura 9 mostra um exemplo desta carta:

FIGURA 9 – CARTA DE INTERLIGAÇÕES PREFERENCAIS

FONTE: Tortorella e Fogliatto (2008)

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

29

d) Diagrama de inter-relações: O diagrama de inter-relações é uma ferramenta

que procura integrar o mapeamento do fluxo de materiais com a avaliação das

interligações preferenciais;

e) Espaço necessário: É a determinação do espaço requerido para alocação de

máquinas e equipamentos;

f) Espaço disponível: É a análise do espaço disponível para a instalação de

máquinas e equipamentos;

g) Diagrama de inter-relações de espaços: Nesta fase, o diagrama de inter-

relações é aplicado com o objetivo de gerar um arranjo físico prévio,

considerando que o espaço requerido já foi devidamente balanceado com o

espaço disponível, um exemplo pode ser visto na Figura 10:

FIGURA 10 – DIAGRAMA DE INTER-RELAÇÕES DE ESPAÇOS

FONTE: Silva et al. (2015)

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

30

h) Considerações de mudanças: Nesta etapa ocorrem os ajustes necessários,

levando-se em consideração fatores relativos a tipos de processos, métodos

de movimentação de materiais, necessidades de pessoal, etc;

i) Limitações práticas: Para analisar a viabilidade dos projetos de layout, cada

consideração de mudança que houver deve ser comparada com as limitações

práticas referentes a custos, restrições técnicas, segurança, etc;

j) Avaliação de alternativas: Ao final do procedimento, os diferentes planos

alternativos que forem gerados devem ser avaliados, ponderando seus

benefícios e limitações.

Em resumo, de acordo com Costa (2000) o SLP é uma ferramenta que é utilizada

com o objetivo de auxiliar em decisões relativas ao melhor posicionamento dos

equipamentos, máquinas e funcionários na linha de produção.

2.6 TRABALHOS CORRELATOS

Com o objetivo de apresentar o tema e relacionar o presente trabalho com

outros, foi realizada uma pesquisa e seleção de trabalhos correlatos. O Quadro 2

contém a relação destes trabalhos:

QUADRO 2 – TRABALHOS CORRELATOS

TÍTULO AUTOR CLASSIFICAÇÃO ANO

“Mini-fábrica: uma nova proposta de arranjo produtivo e organizacional híbrido em uma empresa do setor eletroeletrônico”

Ivana Salvagni Rotta (UFSCar)

Tese de Doutorado

2004

“Strategy, uncertainty and the focused factory in international process manufacturing”

Mikko Ketokivi (HUT) Mikko Jokinen (HUT)

Artigo

2006

“Estudo da reestruturação do arranjo físico em uma indústria alimentícia do segmento de biscoitos artesanais em Maceió, Brasil”

Francisco José Bordalo Padrão Alves (CESMAC) Paulo Vitor Barros de Aquino (CESMAC) Luís Henrique Ferreira da Silva (UFPE)

Artigo

2013

“Requirements and Benefits of Implementing just-In-Time Manufacturing For Small-Firm Manufacturers”

E. Fawcett (MTSU) N. Pearson (ASU)

Artigo

2015

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

31

“A production system module for Mini-Factories and last mile production approach”

C. Zanetti (Politecnico di Milano) M. Seregni (Politecnico di Milano) M. Bianchini (Politecnico di Milano) M. Taisch (Politecnico di Milano)

Artigo 2015

FONTE: O AUTOR (2016)

O mais antigo destes trabalhos correlatos é a tese de doutorado feita em 2004,

escrita por Ivana Salvagni Rotta (UFSCar), com o título “Mini-fábrica: uma nova

proposta de arranjo produtivo e organizacional híbrido em uma empresa do setor

eletroeletrônico”. A tese aborda a estrutura e o funcionamento de um arranjo produtivo

com o conceito de Mini-fábricas, em um grande grupo do setor eletroeletrônico. Foi

realizado um estudo de caso na unidade da fábrica, e com a aplicação do conceito,

foram vistos aspectos positivos nos empregados e no funcionamento diário das rotinas

como um todo.

O segundo trabalho correlato analisado foi um artigo publicado em 2006 por

Mikko Ketokivi e Mikko Jokinen da Universidade de Tecnologia de Helsinque,

intitulado como “Strategy, uncertainty and the focused factory in international process

manufacturing”. O desenvolvimento do artigo se baseia na pergunta: “Por que

algumas plantas são focalizadas e outras não? ”. Nas observações dos autores eles

relatam que algumas fábricas mesmo sem a focalização de seus processos em Mini-

fábricas conseguem ter uma alta performance, posteriormente concluindo que a

alternativa de não focalizar a produção deve ser considerada em diversos casos, e

citando motivos pelos quais nem sempre a aplicação do conceito de mni-fábricas é

possível.

Em sequência, o artigo publicado em 2013 por Alves et al. (2013) do Centro

Universitário CESMAC, nomeado “Estudo da reestruturação do arranjo físico em uma

indústria alimentícia do segmento de biscoitos artesanais em Maceió, Brasil”. Os

autores introduzem uma literatura que aborda os tipos de arranjos físicos industriais,

com modos de se otimizar todas a variáveis envolvidas em um ambiente industrial. A

seguir, um estudo de caso foi realizado em uma indústria alimentícia do setor de

biscoitos, com decisões da mudança mais adequada e benéfica de layout e mudança

da movimentação de pessoal dentro da fábrica.

O penúltimo trabalho correlato é o artigo intitulado “Requirements and Benefits

of Implementing just-In-Time Manufacturing For Small-Firm Manufacturers” de 2015,

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

32

escrito por Fawcett (MTSU) e Pearson (ASU). O estudo explora a aplicabilidade de

conceitos da filosofia Just in Time em Mini-fábricas. Uma análise foi feita em uma

pequena firma de eletrônicos que utiliza o conceito de Mini-fábricas focalizadas, com

a identificação e integração de elementos do Just in Time, concluindo que a junção

destes conceitos traz um aumento de competitividade para estes modelos de fábricas.

Por fim, mais um artigo, publicado em 2015, foi relacionado. O trabalho intitula-

se “A production system module for Mini-Factories and last mile production approach”,

e foi elaborado por Zanetti et al. do Politecnico di Milano. Os autores fazem uma

análise da definição e características principais do conceito de Mini-fábricas. Depois

desta análise, uma revisão e aplicação de um modelo atualizado em indústrias do

setor moveleiro europeu são demonstradas, com a intenção da extensão destes

resultados para outros tipos de indústrias.

O presente trabalho apresenta pontos em comum com os trabalhos acima

relatados. A abordagem estrutural e funcional de sistemas produtivos, com a aplicação

de conceitos de Mini-fábricas e da filosofia de manufatura enxuta, seguidas de estudos

de caso, podem ser notadas como pontos principais de correlação entre os trabalhos.

Algumas diferenças são claras, como trabalhos desenvolvidos a partir de perguntas,

e exemplos provenientes de mais de um sistema produtivo diferente, ao invés de um

estudo de caso focado em uma única indústria.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

33

3 METODOLOGIA

Segundo Lakatos e Marconi (2003), metodologia refere-se ao tópico do projeto

de pesquisa onde são respondidas as seguintes questões: Como? Com quê? Onde?

Quanto?

Pressupondo que o método é um procedimento para alcançar determinado fim

e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, pode-se dizer que o método

científico é um conjunto de procedimentos adotados com o propósito de atingir o

conhecimento, afirmam Prodanov e Freitas (2013). A finalidade da pesquisa é

“resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos

científicos” (BARROS E LEHFELD, 2000, p. 42).

A metodologia, assim como os procedimentos que serão adotados neste

trabalho, é ilustrada na Figura 11 através de um fluxograma:

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

34

FIGURA 11 - METODOLOGIA

FONTE: O AUTOR (2016)

APRESENTAR E ANALISAR OS

RESULTADOS

FORMULAR OBJETIVOS E

JUSTIFICATIVAS

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

DETALHAR E MAPEAR

SITUAÇÃO ATUAL DA

EMPRESA

DESENVOLVER E APLICAR

QUESTIONÁRIO

LEGENDA

a) Estruturação do

trabalho

b) Análise

Documental e

Coleta de dados

c) Identificação de

processos e

oportunidades de

melhorias

d) Planejamento de

ferramentas e

métodos

e) Apresentação e

Análise dos

resultados

DEFINIR E APLICAR

FERRAMENTAS E MÉTODOS

IDENTIFICAR PROCESSOS E

OPORTUNIDADE DE

MELHORIAS

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

35

a) Estruturação do trabalho

Refere-se à primeira parte do trabalho. Foi iniciada com a definição dos

objetivos gerais e específicos do trabalho, seguindo com a justificativa e identificação

do estudo. No capítulo seguinte é desenvolvida a revisão bibliográfica, que segundo

Prodanov e Freitas (2013), demonstra que o pesquisador está atualizado nas últimas

discussões no campo de conhecimento em questão. A revisão é realizada com

pesquisas em livros, sites, artigos, teses e dissertações correlatas ao tema.

b) Análise documental e coleta de dados

De acordo com Prodanov e Freitas (2013), um estudo de caso consiste em

coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou

uma comunidade, com o objetivo de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo

com o assunto da pesquisa. Tem como objeto o estudo de uma unidade de forma

aprofundada, podendo tratar e de um sujeito, de um grupo de pessoas, de uma

comunidade etc.

Tal estudo é viabilizado por documentos e informações cedidas pela empresa,

contendo dados referentes ao fluxo produtivo e de valor industrial. O objetivo é

angariar informações específicas da empresa e mapear a sua situação atual. Também

foi aplicado a colaboradores do setor de produção um questionário estruturado, que,

segundo Amaro et al. (2005), tem na sua construção questões de resposta fechada,

facilitando o tratamento e análise da informação, exigindo menos tempo. A aplicação

do questionário visa angariar as diferentes opiniões dos colaboradores diretamente

envolvidos e presentes no dia-a-dia do processo produtivo. Além destas ferramentas,

foi utilizada a observação direta.

c) Identificação de processos e oportunidade de melhorias:

A partir dos dados coletados e compilados na etapa anterior, foram apontadas

possíveis oportunidades de melhorias relacionadas ao espaço físico e ao ambiente de

trabalho do local analisado. Tais oportunidades trazem benefícios ao fluxo produtivo,

produtividade, questões ergonômicas e de segurança e gestão de pessoal.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

36

d) Planejamento de ferramentas e métodos:

Com as oportunidades relacionadas ao espaço físico e ambiente de trabalho

analisado na etapa anterior, foram sugeridos ferramentas e métodos que possam de

alguma forma, trazer benefícios e melhorias. Essas ferramentas e métodos de

conceitos Lean Manufacturing e otimização de layouts, são extremamente

importantes, pois a partir deles tem-se embasamento teórico para a continuidade do

estudo de caso. A aplicação das ferramentas e métodos escolhidos foi realizada de

acordo com os seus respectivos procedimentos, características e particularidades.

Tais ações seguiram as metodologias citadas e referenciadas no capítulo anterior.

e) Apresentação e Análise dos resultados:

Partindo das melhorias sugeridas no passo anterior, foram realizadas

comparações dos cenários anterior e posterior às mudanças. Vantagens e

desvantagens foram pontuadas a fim de elucidar as diferenças e chegar-se a uma ou

mais conclusões.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

37

4 DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

A partir da análise de documentos fornecidos pela empresa, será iniciada a sua

apresentação. Para que se tenha, além das informações presentes em documentos,

a presença de fatos do dia-a-dia produtivo, foram realizadas observações diretas

presenciais, em um período total de oito meses.

4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

Segundo o site da empresa (2016), a história da Barion começa em 1960,

quando o Sr. Barion e sua família fixam-se em Curitiba e dedicam-se à distribuição de

produtos alimentícios como o biscoito, chocolates, confeitos e similares.

A Barion e Cia Ltda (atualmente chamada de Barion Indústria e Comércio de

Alimentos S/A) foi fundada em 1969 em Curitiba, acrescida com a força dos filhos

Ricardo, Roberto e Rommel e, em 1971, entrou no campo industrial paranaense com

a fabricação própria de chocolates, bombons e ovos de Páscoa. Em 1978, período no

qual ela começou a atuar em todo o território brasileiro, foi criado o Pão de Mel® da

Barion, que é hoje o líder de vendas da empresa como produto individual.

Devido ao grande sucesso dos produtos da empresa, em 1983 a Barion estava

em 3º lugar entre as grandes indústrias de chocolate brasileiras. Em 1985 começou a

produção de rolinhos de wafer (Tubetes®), pioneira do Brasil, que mais tarde foi

ampliada, os rolinhos então passaram a serem compostos por outros sabores,

formatos e recheios. Em 1992 a empresa criou os bombons Fofitos®, hoje chamados

de Love Story®.

No ano de 1996 a planta industrial foi transferida para a unidade atual,

localizada na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), em Colombo, a fim de gerir

aumentos de produção e automação, obtendo posição de destaque nos índices de

qualidade e produtividade, se comparada a outras empresas do segmento.

Em 1999 a empresa expandiu seu mercado e realizou sua primeira exportação

para os Estados Unidos. Em 2005 a empresa passou a ter 40.000,00 m², com

10.000,00m² de área construída, na região metropolitana de Curitiba, como pode ser

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

38

visto na Figura 12. Sendo este um lugar estratégico para a empresa, pois está próxima

das grandes vias de escoamento e centro de consumo da América do Sul.

FIGURA 12 – VISÃO AÉREA DA EMPRESA

FONTE: GOOGLE (2016)

Atualmente seus produtos são, a saber: wafer, pão de mel, bombons, cookies,

biscoitos, chocolates, ovos de páscoa e creme de avelã. Além dos produtos da marca

Barion, a fábrica também produz alguns produtos para outras marcas, como a Cacau

Show®, Pão de Açúcar® e a marca espanhola Dia %®.

Suas principais matérias-primas são a farinha, açúcar, leite, gordura, água,

manteiga de cacau, leite em pó e de cacau e o chocolate da marca Barry-Callebaut®,

importado da Bélgica.

Os principais mercados consumidores da empresa são os estados de São

Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas os produtos também são

enviados para quase todo o território nacional, além de eventuais exportações para

países da Europa e África.

4.1.1 Organograma da empresa

A empresa forneceu o arranjo de seu organograma atual, ilustrado na Figura

13:

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

39

FIGURA 13 – ORGANOGRAMA DA EMPRESA

FONTE: O AUTOR (2016)

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

40

A empresa possui um Conselho, composto pelos seus três fundadores. Abaixo

deles há a Diretoria Geral, para qual respondem os setores de Qualidade e

Controladoria. A empresa é subdividida em sete áreas principais (Supply Chain, RH,

Marketing/P&D, Operações, Industrial, Mercado/Vendas e Financeiro) cada uma com

as suas respectivas subáreas.

4.2 PROCESSOS PRODUTIVOS

4.2.1 Produtos

A empresa foi a pioneira do setor na fabricação de rolinhos de wafer no Brasil

e o Tubetes® (nome dado ao produto) é até hoje o carro-chefe da Barion (em termos

de família de produtos), sendo vendido em diversos sabores (morango, chocolate,

avelã) e formas (simples, coberto, recheado). O Tubetes® coberto com chocolate ao

leite está ilustrado na Figura 14 e o Tubetes® simples, na Figura 15. Como produto

individual, o líder em vendas é o Pão de Mel®, um dos produtos mais conhecidos da

marca. Além deles, são produzidas casquinhas de sorvete, cookies, bombons, placas

de wafer, biscoitos, copos do chocolate, confeitos, barras de chocolate, ovos de

páscoa.

As principais matérias-primas necessárias para a produção de suas linhas de

produtos são: farinha, açúcar, leite, água, chocolate. A empresa possui diversos

fornecedores e possui cuidado extremo com a qualidade da farinha, pois esta deve

atender as especificações de qualidade determinadas pela equipe de engenheiros de

alimentos da Barion, de modo a não enrugar, por exemplo, durante a produção.

FIGURAS 14 E 15 - TUBETES®

FONTE: SITE DA EMPRESA (2016)

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

41

A previsão mensal de produção e de matérias-primas necessárias é realizada

a cada 30 dias, e repassada para o setor de compras, que as realiza a cada 10 dias.

O design das embalagens é realizado pela Barion, e o setor de compras gerencia a

compra destas embalagens, não possuindo um fornecedor fixo.

A programação da produção da empresa é feita através da previsão de

demanda e pelos pedidos sob encomenda. Como a maioria das indústrias, a demanda

da Barion é influenciada pela sazonalidade. Em Dezembro, Janeiro e Fevereiro, Março

e Abril a demanda é maior devido ao Verão e à Páscoa.

Para a produção atender a demanda adequadamente, sua programação é feita

através do software Everest®, o qual leva em consideração a previsão e os pedidos,

e seleciona o maior valor como a quantidade a ser produzida.

4.2.2 Descrição dos Processos Produtivos

Na fábrica da Barion têm-se diferentes processos produtivos, como:

Mistura de massas;

Cocção de massas;

Temperagem de chocolate;

Cobrimento com chocolate;

Produção de ovos de páscoa;

Produção de recheios;

Embalagem.

De uma forma geral, os processos se iniciam na sala de massas, onde o

colaborador do setor deve seguir as receitas pré-estabelecidas, para a produção das

diferentes variações de massas, programadas pelo PCP. Em seguida, as massas são

alocadas nos fornos, que fazem os processos de moldagem de acordo com o produto

pretendido, para posterior cocção. Os produtos sem chocolate seguem então para o

processo de embalagem. Já os produtos com chocolate, seguem para as cobrideiras,

onde serão cobertos com chocolate e passarão pelos túneis de resfriamento, antes

de chegarem ao setor de embalagens, onde o processo produtivo termina. Já

embalados, os produtos simples seguem para o estoque regular, enquanto que os

produtos cobertos de chocolate são armazenados no estoque climatizado. Alguns

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

42

produtos passam, após o assamento, por um processo a mais, onde são inseridos os

recheios. São exemplos deles os bombons e os Tubetes® recheados.

No período de produção para a Páscoa, ocorre a confecção de ovos de páscoa

de diferentes tipos, além dos simples de chocolate, são feitos ovos recheados com

casca de wafer, Tubetes® e Pão de Mel®, principalmente. O chocolate proveniente

dos tanques é injetado nos moldes (os recheios são colocados juntos se for o caso),

que seguem na linha, para a Temperagem e resfriamento, antes de chegarem ao

processo de embalagem.

A Figura 16 apresenta o processo de produção de Tubetes®:

FIGURA 16 – FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS TUBETES®

FONTE: O AUTOR (2016)

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

43

O processo da fabricação do Tubetes® inicia-se na sala de massas, na qual

um operador da sala de massas realiza a mistura dos ingredientes, levando em média

20 min, para a preparação de 62 quilos de massa.

Esta mistura é armazenada em um recipiente e levada até um dos fornos por

um auxiliar, para a produção do produto. A operadora de fornos insere a massa na

máquina, que realiza as tarefas de cocção, enrolamento, corte e, se desejado, recheio.

Caso o lote seja de Tubetes® recheado, a operadora de fornos encaixa o recipiente

com o recheio desejado na máquina.

Para produzir os Tubetes®, a empresa possui sete máquinas, das quais seis

são da década 80 (que podem produzir cada uma 21 quilos de rolinhos de wafer

simples e 42 quilos de rolinhos de wafer recheados por hora), e uma mais moderna,

com capacidade de produção de 57 quilos de rolinhos de wafer simples por hora e

118 quilos de rolinhos de wafer recheados por hora. A máquina mais moderna trabalha

24 horas por dia, 6 dias por semana, enquanto as mais antigas não são utilizadas no

terceiro turno.

Se o Tubetes® for do tipo simples ou apenas recheado, o produto sai acabado

destes fornos e ao final da linha de produção já se encontram os operadores de

embalagem para embalá-los manualmente ou são levados para o setor de

embalagem, dependendo da configuração do produto final (granel ou porções

menores). Caso contrário, o produto semielaborado é estocado em caixas brancas,

ficando em espera até um auxiliar o transportar para o setor seguinte, para ficar na fila

das cobrideiras (havendo uma espera caso a máquina já esteja cobrindo outro produto

ou algum produto tenha sido priorizado).

A ação de cobrir produtos com chocolate, feita pelas cobrideiras, é o último

processo da fabricação (exceto embalagem) e eventualmente se torna um gargalo,

quando sua demanda sobe, pois é um processo demorado que atende diversas linhas

de produtos.

A produção ocorre de segunda a sexta no primeiro e no terceiro turnos e é

paralisada aos sábados à tarde para realização de manutenção preventiva e limpeza

das instalações.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

44

4.2.3 Mão de Obra e Descrição dos Postos de Trabalho

Trabalham na empresa cerca de 140 funcionários, número que pode variar

conforme sazonalidade, sendo 40 na parte administrativa e o restante no chão de

fábrica. Nos processos de produção, é exigido o uso de uniforme padrão, com calça,

camiseta, toucas higiênicas e luvas (estas exigidas somente para colaboradores que

tem contato com produtos cobertos de chocolate, a fim de evitar marcas de impressão

digital nas coberturas de chocolate), de acordo com as normas internas de qualidade.

Os funcionários são flexíveis e quem já trabalha na empresa há bastante tempo tem

o conhecimento necessário para operar as diferentes máquinas existentes.

Na hierarquia dentro da fábrica, tem-se um gerente industrial, ao qual

respondem diretamente os setores de PCP, Produção e Almoxarifado. O setor de

qualidade trabalha, juntamente com o gerente, respondendo diretamente à Diretoria.

Na produção, os colaboradores são coordenados por quatro líderes dos setores (Líder

Tubetes®, Líder Biscoitos e Wafer, Líder Cobrideiras e Líder Embalagens), estes são

supervisionados pela coordenadora de produção.

Em cada máquina deve estar presente uma equipe de colaboradores,

composta por um ou dois operadores e auxiliares. Somente os operadores podem

manusear a máquina, os auxiliares têm como principal função retiram os produtos

prontos das máquinas e dar a destinação final, seja para o setor de embalagens ou

para o processo seguinte.

Os funcionários do chão de fábrica da Barion normalmente iniciam na empresa

em um setor específico, a fim de uma especialização no setor para garantir melhores

resultados. Entretanto, quando o funcionário se especializa, ele ganha uma maior

autonomia para trabalhar em outras partes da fábrica.

Os postos de trabalho abrangem funções como misturar os ingredientes para

fazer as massas, abastecimento e operação dos fornos, inspeção de qualidade,

separação dos refugos, transporte dos produtos semielaborados e produtos finais,

abastecimento e operação das cobrideiras e embalar o produto.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

45

4.2.4 Movimentação e Armazenamento

Parte da movimentação interna é feita manualmente, desde a embalagem dos

produtos em suas caixas, até o transporte deles de uma máquina a outra. São

utilizados, recipientes específicos de fácil manuseio e higienização. Também ocorre a

movimentação automatizada, na qual é realizado o resfriamento do produto ao mesmo

tempo em que ele segue para a próxima etapa do processo.

A movimentação externa é feita por caminhões refrigerados, os quais garantem

a conservação dos produtos durante a distribuição.

Se há fila de espera para o próximo processo, os produtos são armazenados

em caixas plásticas brancas, as quais são empilhadas e então seladas com plástico

para evitar que a umidade e o contato com ar prejudiquem sua qualidade. Este

armazenamento pode durar entre poucos dias até semanas. A armazenagem final dos

produtos cobertos com chocolate ao leite é realizada em espaço climatizado,

enquanto o restante em estoque regular.

4.3 LAYOUT INDUSTRIAL

O layout da fábrica, que pode ser visto na Figura 17, é caracterizado como um

misto de arranjo funcional ou por processo, o qual é caracterizado por máquinas

agrupadas que têm a mesma função, e layout celular, que ocorre quando há divisão

física de uma ampla manufatura convencional, dentro de uma produção celular. O

arranjo funcional está presente em alguns setores dentro dos quais existem máquinas

com as mesmas funções agrupadas. Já o arranjo celular aparece em casos onde,

dentro dos próprios setores, têm-se agrupamentos menores de máquinas com

funções complementares, realizando a produção de alguns produtos desse o

assamento, por exemplo, até o embalamento.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

46

FIGURA 17 – LAYOUT INDUSTRIAL

FONTE: BARION INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS S/A (2016)

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

47

À esquerda, pode-se observar o almoxarifado e ao centro há cinco diferentes

setores (Setor de Tubetes®, Setor de Embalagens, Setor de Wafer, Setor de Biscoitos

e Setor de Cobrideiras) separados de acordo com os diferentes processos/produtos.

Anexa ao setor de wafer está a sala de massas, onde são misturadas e batidas as

massas para posterior assamento e transformação em diferentes produtos. À direita

estão localizados os estoques de produtos acabados (regular e climatizado), e a área

de expedição com suas docas de saída. No centro da planta há um escritório de

Planejamento e Controle da Produção e Qualidade, que possui uma vista completa

para o setor de produção dos Tubetes®, facilitando o controle geral e o monitoramento

dos processos. Na parte externa da fábrica, encontram-se outros três galpões de

menor porte: o primeiro com o setor administrativo, o segundo composto pelo refeitório

e pela loja de fábrica e por fim um vestiário para os funcionários.

4.4 DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Afim de coletar as diferentes opiniões dos colaboradores diretamente

envolvidos e responsáveis no dia-a-dia dos processos produtivos, foi aplicado um

questionário Likert, estruturado com 8 questões do tipo fechadas com respostas de

níveis (de 1 a 5). Para uma melhor visualização, o questionário foi subdividido em 4

seções (introdução, arranjo físico, Mini-fábricas e planejamento de layout e fluxo de

materiais). Também foi solicitado ao colaborador a sua função (cargo) na empresa. O

Quadro 3 exibe as perguntas, seus objetivos e as alternativas de respostas.

QUADRO 3 – INFORMAÇÕES DO QUESTIONÁRIO

PERGUNTA ALTERNATIVAS OBJETIVO DA PERGUNTA

SEÇÃO 1 – INTRODUÇÃO

1-Há quanto tempo você trabalha na empresa?

a) 0 a 3 anos b) 3 a 6 anos c) 6 a 10 anos d) Mais de 10 anos

Saber o grau de familiaridade do colaborador.

2-Em um nível de 1 a 5 (sendo 1=muito desfavorável; 2=desfavorável; 3=regular; 4=favorável; 5=muito

o 1 o 2 o 3

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

48

favorável), como você classifica o clima organizacional da fábrica?

o 4 o 5

Saber o clima organizacional entre os funcionários, pois pode influenciar nas respostas.

SEÇÃO 2 – ARRANJO FÍSICO

1-Em um nível de 1 a 5 (sendo 1=péssimo; 2=ruim; 3=médio; 4=bom; 5=ótimo), como você classifica o atual arranjo físico (layout) da fábrica?

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

Descobrir o nível de satisfação com o atual arranjo físico.

2-Considerando as alternativas dadas a seguir, classifique-as entre níveis de 1 a 5 (sendo 1=nunca justificaria; 2=raramente justificaria; 3=em poucos casos; 4=em metade dos casos; 5=em todos os casos), seguindo a lógica de que quanto maior o nível, mais a alternativa justificaria mudanças no arranjo físico da fábrica.

a) A ineficiência das

operações (por exemplo, por custo elevado, pela existência de gargalos);

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

b) Acidentes, ou risco à

integridade e à segurança;

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

c) Mudança nos métodos

ou no equipamento; o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

d) Mudanças no volume

de produção, ou no mix (composição);

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

Levantar quais as possíveis causas de problemas que justificariam mudanças de layout, segundo os colaboradores da empresa.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

49

SEÇÃO 3 – MINI-FÁBRICAS

1-Em um nível de 1 a 5 (sendo 1=nada; 2= muito pouco; 3=pouco; 4=médio; 5=muito), uma redução da supervisão com um aumento da autonomia dada aos colaboradores poderia contribuir para a aquisição de novas habilidades por eles?

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

Quantificar o quanto a aplicação do conceito de Mini-fábricas, que defende uma redução da supervisão com um aumento da autonomia dada aos colaboradores, poderia contribuir para a aquisição de novas habilidades pelos colaboradores.

2- Considerando as alternativas dadas a seguir, classifique-as entre níveis de 1 a 5 (sendo 1=nada necessária; 2=raramente necessária; 3=às vezes necessária; 4=muitas vezes necessárias; 5=sempre necessária) de acordo com seu nível de necessidade de melhoria para a fábrica?

a) Polivalência dos

colaboradores; o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

b) Aspectos ergonômicos; o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

c) Valorização do capital

humano e mais oportunidades para todos;

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

d) Redução de demissões

e faltas. o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

Descobrir qual dos benefícios citados, provenientes da aplicação de conceitos de Mini-fábricas, é a maior necessidade da empresa.

SEÇÃO 4 – PLANEJAMENTO DE LAYOUT E FLUXO DE MATERIAIS

1-Em um nível de 1 a 5 (sendo 1=prejudica muito; 2= prejudica ocasionalmente; 3=prejudica raramente; 4=não prejudica; 5=ajuda), o quanto o arranjo

o 1 o 2 o 3 o 4

Descobrir se o fluxo dos materiais na fábrica é prejudicado pelo seu arranjo físico.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

50

físico atual da fábrica influencia em um bom fluxo dos materiais?

o 5

2-Considerando as alternativas dadas a seguir, classifique-as entre níveis de 1 a 5 (sendo 1=nunca representa; 2=raramente representa; 3=às vezes representa; 4=muitas vezes representa; 5=sempre representa), de acordo com o nível que mais representa e se aproxima da realidade atual da empresa.

a) O arranjo físico atual

atende positivamente todas as necessidades produtivas e de qualidade da empresa;

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

b) O arranjo físico atual é

beneficiado pela conjuntura atual de equipamentos e máquinas;

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

c) O arranjo físico atual

atende a padrões de qualidade relativos a contaminação externa de produtos;

o 1 o 2 o 3 o 4 o 5

Verificar se as necessidades produtivas e de qualidade da empresa são influenciadas positiva ou negativamente pelo layout da fábrica.

FONTE: O AUTOR (2016)

Com a colaboração da empresa e a fim de se obter diferentes pontos de vistas

e ao mesmo tempo manter a confiabilidade dos dados coletados, o questionário foi

aplicado aos líderes dos setores, representantes dos setores de PCP (supervisão e

auxílio), Qualidade (supervisão e auxílio), Coordenação e Gerência, totalizando 10

colaboradores.

Vale ressaltar que, não foi utilizada uma amostra probabilística, pois ocorreu

uma escolha intencional da amostra.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

51

4.4.1 Análise dos Resultados

Na seção 1, a primeira questão, teve que 50% dos entrevistados trabalham na

empresa de 3 a 6 anos, 20% de 6 a 10 anos, 20% a mais de 10 anos e 10% a menos

de três anos, como demonstrado no Gráfico 2:

GRÁFICO 2 – TEMPO DE EMPRESA

FONTE: O AUTOR (2016)

Essa variação nos tempos de vivência empresarial é considerada positiva no

sentido de que as pessoas que já estão há muito tempo envolvidas no dia-a-dia da

empresa podem estar, de certa forma, acostumadas com os problemas, e nem mesmo

enxerga-los mais.

A segunda questão tinha o objetivo de saber o clima organizacional na

empresa, pois isso também pode influenciar nas respostas. Dos 10 entrevistados,

80% considera o clima, pelo menos, favorável. Os 20% restantes, consideraram que

o clima na fábrica é regular, não tendo, portanto, nenhum deles considerado o clima

minimamente desfavorável, o que pode trazer mais confiabilidade nas respostas.

A segunda seção do questionário trata do arranjo físico em si, tema abordado

no capítulo de Revisão Bibliográfica. A primeira questão tem o objetivo de descobrir o

nível de satisfação dos colaboradores com o arranjo físico atual da fábrica. Entre

todos, 20% consideraram o arranjo físico como médio, os outros 80% consideraram o

arranjo físico como bom pelo menos, não tendo, portanto, ninguém considerado ruim

ou péssimo.

A questão número 2, apresentou quatro possíveis causas de problemas que

justificariam mudanças de layout, a fim de saber o quanto cada uma delas justificaria

mudanças no arranjo físico da fábrica. A primeira causa apontada foi a ineficiência

das operações (por exemplo, por custo elevado, pela existência de gargalos). De

todos, 20% consideraram que esta causa raramente justificaria mudanças, o restante

considerou que em alguns casos justificaria as alterações. Em seguida foi apontada a

menos de 3 anos

3 a 6 anos

6 a 10 anos

mais de 10 anos

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

52

hipótese de acidentes, ou risco à integridade e à segurança. Entre as quatro causas

dadas, esta foi a que menos justificaria mudanças de layout, com todos os

colaboradores mostrando que raramente ou nunca justificaria. A terceira alternativa

cita mudança nos métodos ou no equipamento. Nela, 70% das respostas mostram

que em poucos casos essa hipótese poderia justificar mudanças no arranjo físico.

Enquanto que o restante não acredita que esta seja uma justificativa plausível para

mudanças. Por fim, a última possível causa dada foram mudanças no volume de

produção, ou no mix produtivo. Esta causa pode justificar em poucos até metade dos

casos mudanças em layout para 70% dos entrevistados, para o restante essas

mudanças raramente ou nunca justificariam. Os gráficos 3, 4, 5 e 6 facilitam a

visualização e comparação destes resultados:

GRÁFICOS 3, 4, 5, 6 – CAUSAS

FONTE: O AUTOR (2016)

A seção 3 do questionário introduziu o conceito de Mini-fábricas. A primeira

questão visou quantificar o quanto a aplicação do conceito de Mini-fábricas que

defende uma redução da supervisão com um aumento da autonomia dada aos

colaboradores, poderia contribuir para a aquisição de novas habilidades pelos

mesmos. Metade dos entrevistados considera que contribuiria com um grau médio

INEFICIÊNCIA DAS OPERAÇÕES

ACIDENTES E RISCOS À SEGURANÇA

MUDANÇAS NOS MÉTODOS OU EQUIPAMENTOS

MUDANÇAS NO VOLUME OU MIX PRODUTIVO

LEGENDA

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

53

para a fábrica. Entre os outros, 20% considera que seria muito positivo, 10% pouco

positivo e 20% muito pouco positivo.

A questão número 2 possuia 4 alternativas com o intuito de descobrir qual dos

benefícios citados, provenientes da aplicação de conceitos de Mini-fábricas, se

configura como a maior necessidade da empresa e qual seu nível. A primeira

alternativa dada foi a polivalência dos colaboradores, com os seguintes resultados:

10%-raramente necessária; 20%-às vezes necessária; 30%-muitas vezes necessária

e 40%-sempre necessária.

A segunda alternativa dada é relativa a aspectos ergonômicos, e apresentou

os seguintes resultados (10%-nada necessária; 20%- raramente necessária; 40%- às

vezes necessária; e 30%- muitas vezes necessária). Em terceiro, tem-se a valorização

do capital humano e mais oportunidades para todos. Com os resultados: 50%-às

vezes necessária; 40%-muitas vezes necessária e 10%-sempre necessária. Em

terceiro, tem-se a valorização do capital humano e mais oportunidades para todos.

Com os resultados: 50%-às vezes necessária; 40%-muitas vezes necessária e 10%-

sempre necessária. Por fim, a redução de demissões e faltas, com: 10%-raramente

necessária; 30%-às vezes necessária; 20%-muitas vezes necessária e 40%-sempre

necessária. Os Gráficos 7, 8, 9 e 10 ilustram os resultados:

GRÁFICOS 7, 8, 9, 10 – NÍVEIS DE NECESSIDADE

FONTE: O AUTOR (2016)

A última seção é relativa ao planejamento de layout e fluxo de materiais. A

primeira questão tem como objetivo descobrir o quanto o arranjo físico atual da fábrica

influencia em um bom fluxo dos materiais. Para 60% dos entrevistados, o layout atual

POLIVALÊNCIA DOS

COLABORADORES

ASPECTOS ERGONÔMICOS

VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO E

OPORTUNIDADES

REDUÇÃO DE DEMISSÕES E

FALTAS

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

54

raramente prejudica o fluxo dos materiais, 30% acredita que não prejudica ou até

ajuda, e apenas uma pessoa (10%) diz que prejudica ocasionalmente.

Finalmente, a última questão tem o objetivo de verificar se as necessidades

produtivas e de qualidade da empresa são influenciadas positiva ou negativamente

pelo layout da fábrica. Foram feitas três afirmações e buscou-se saber o quanto cada

uma delas representa e se aproxima da realidade atual da empresa. A primeira diz: “o

arranjo físico atual atende positivamente todas as necessidades produtivas e de

qualidade da empresa”. Para 60% dos questionados a afirmação muitas vezes

representa a realidade; 20% acredita que representa às vezes e os outros 20% dizem

que a realidade sempre é representada por essa afirmação. A segunda afirmação é:

“o arranjo físico atual é beneficiado pela conjuntura atual de equipamentos e

máquinas”. Todos os questionados acreditam que ela às vezes ou muitas vezes

representa a realidade. Por último, a afirmação: “o arranjo físico atual atende a

padrões de qualidade relativos à contaminação externa de produtos”. Para a vasta

maioria (90%), a afirmação sempre representa a realidade na fábrica.

4.5 IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MELHORIAS E ESCOLHA DAS

FERRAMENTAS

Com base na análise de documentos como layout, programações e normas

internas que foram fornecidos pela empresa, nas observações diretas realizadas em

um período total de oito meses no ano 2016 e no questionário estruturado aplicado

aos colaboradores da empresa, foram identificados os seguintes problemas e

oportunidades de melhorias:

a) Existência de gargalos;

b) Pouca autonomia dada aos colaboradores;

c) Baixa taxa de aquisição de novas habilidades pelos colaboradores;

d) Baixo nível de polivalência;

e) Oportunidades pouco frequentes de se sobressair;

f) Médio nível de demissões e/ou faltas;

g) Fluxo dos materiais pode ser complicado ocasionalmente;

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

55

A partir destes itens, são propostas ferramentas e métodos que sejam ideais

para estes problemas e oportunidades de melhorias detectadas, a fim de se ter um

bom desempenho delas.

Inicialmente será aplicada a metodologia de Planejamento Sistemático de

Layout (SLP), que segundo Vieira et al. (2014), tem grande aplicabilidade no projeto

e no reprojeto de layout.

Essa metodologia será essencial para uma verificação confiável, a fim de se

saber com certeza se dentre as causas das oportunidades de melhorias citadas

relacionadas ao layout, está realmente o arranjo físico da fábrica ou se são

provenientes de outros fatores.

Em sequência, o conceito de Mini-fábricas será aplicado na fábrica da Barion.

Com alterações espaciais ou no clima organizacional provenientes deste, segundo

Salerno (1999), as pessoas deixam de ser apenas cobradas e assumem um papel

importante dentro do processo produtivo, estando mais comprometidas, motivadas,

sentindo-se parte da empresa como um todo.

4.5.1 Planejamento Sistemático de Layout (SLP)

Os problemas de gargalos e fluxo dos materiais serão analisados através do

método de Planejamento Sistemático de Layout.

Inicialmente, foram listados em sequência os processos que fazem parte dos

processos produtivos da fábrica:

1. Recebimento dos ingredientes;

2. Mistura da massa;

3. Despejamento da massa na máquina;

4. Inserção do recheio na máquina;

5. Cocção;

6. Corte;

7. Cobrimento;

8. Embalagem;

9. Armazenagem;

10. Expedição.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

56

A ferramenta escolhida para a análise da proximidade entre as áreas e o fluxo

de materiais foi o Diagrama de Inter-relações. As relações entre cada processo foram

classificadas, e foram seguidos os seguintes critérios:

a) Proximidade absolutamente necessária;

b) Proximidade com importância especial;

c) Proximidade importante;

d) Proximidade relativa ok;

e) Proximidade não importante;

f) Proximidade indesejável.

Na sequência, as relações foram classificadas de acordo com o motivo para

proximidade, sendo eles: fluxo de materiais, necessidade de contato pessoal, uso do

mesmo equipamento, mesmo pessoal, frequência de contato, uso de mesmas

ferramentas, desejos da gerência, conveniências da produção e por fim, o uso de

equipamento compartilhado. As Figuras 18 e 19 exibem a legenda e o diagrama,

respectivamente.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

57

FIGURA 18 – LEGENDA DO DIAGRAMA

FONTE: O AUTOR (2016)

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

58

FIGURA 19 – DIAGRAMA

FONTE: O AUTOR (2016)

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

59

Foi identificada uma importância na proximidade do recebimento dos

ingredientes com a mistura da massa, podendo assim economizar tempo neste

processo. Como pode ser visto no Layout da fábrica (Figura 17), o almoxarifado e a

sala de massas encontram-se muito próximas atualmente. É importante ressaltar,

porém, que possíveis contaminações do ambiente externo que poderiam ocorrer de

um ambiente ao outro são controladas e evitadas pela equipe de Qualidade que cria

e aplica os Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs), os monitorando

rotineiramente. Além disso, todos os colaboradores recebem treinamentos sobre as

Boas Práticas de Fabricação, medidas a fim de garantir a qualidade sanitária.

Os variados tipos de fornos realizam os processos de mistura, cocção e corte,

dependendo das características do produto em questão. Logo, se considerou suas

necessidades de proximidade uns com outros como sendo absolutamente

necessárias e justificáveis pelo uso do mesmo equipamento. E este já é o cenário em

que se encontram tais máquinas atualmente.

Para os produtos cobertos, é desejável que as cobrideiras fiquem numa posição

próxima, como estas máquinas são utilizadas por diversos produtos é preciso

considerar uma posição estratégica. Como pode ser visto no layout atual, as

cobrideiras se encontram centralizadas, de modo que esta é uma posição que não

desfavorece nenhum produto. O processo de cobrimento é um gargalo eventual,

porém não sendo ele causado por problemas de layout e sim devido à sua baixa

capacidade produtiva.

De modo similar à mistura da massa, não é desejável que as cobrideiras

fiquem próximas da expedição, pela possível contaminação do chocolate pelo

ambiente externo que pode ocorrer. Atualmente as cobrideiras se localizam em um

ponto afastado da expedição.

Para evitar movimentação excessiva, seria também conveniente e estratégico

que a embalagem, armazenagem e expedição estivessem próximas, o que

ocasionaria um melhor fluxo dos materiais finalizados. Porém a localização atual do

setor de embalagem favorece o setor das cobrideiras, pois os produtos seguem

diretamente de um setor ao outro. A mudança do setor de embalagem para um

ambiente mais próximo da armazenagem e expedição causaria um gargalo no

processo de embalagem.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

60

Conclui-se que possíveis mudanças no arranjo físico justificáveis pelo método

SLP não gerariam melhorias efetivas no fluxo dos materiais, e o gargalo existente no

setor das cobrideiras não seria resolvido, pois o mesmo é causado pela baixa

capacidade produtiva das cobrideiras em relação ao alto volume de produtos dos

outros setores que são destinados ao processo de cobrimento. Já a mudança do setor

de embalagens para um local mais próximo dos processos seguintes, geraria um novo

gargalo no setor de embalagem.

4.5.2 Conceito de Mini-fábricas

O conceito de Mini-fábricas será aplicado a fim de propiciar melhorias e

soluções nos problemas e/ou oportunidades de melhorias pontuadas, como a pouca

autonomia dada aos colaboradores, baixo taxa de aquisição de novas habilidades e

polivalência, poucas oportunidades de se sobressair e o médio nível de demissões

e/ou faltas.

O cenário atual da fábrica é pontuado:

a) Colaboradores preocupados somente com problemas do processo no

qual está alocado no momento;

b) Colaboradores com poucas multi-habilidades e pouco motivados;

c) Pouca autonomia dada aos colaboradores;

d) Baixo nível de polivalência;

e) Oportunidades pouco frequentes de se sobressair;

f) Médio nível de demissões e/ou faltas;

g) Líderes atuando somente em um setor.

A partir deste cenário, a aplicação dos conceitos foi dividida em dois passos

principais:

1) Reorganização virtual da fábrica em quatro Mini-fábricas principais.

2) Criação de equipes multifuncionais.

Sugere-se o uma reorganização virtual do layout em seis Mini-fábricas (vale

ressaltar que não houve nenhuma mudança física de máquinas), sendo quatro

principais e duas de apoio:

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

61

Mini-fábrica de Biscoitos (anteriormente o setor de biscoitos);

Mini-fábrica de Tubetes® (anteriormente o setor de Tubetes®);

Mini-fábrica de Embalagens (anteriormente o setor de embalagens);

Mini-fábrica de Wafer (anteriormente o setor de wafer);

Mini-fábrica (apoio) de Massas (anteriormente sala de massas);

Mini-fábrica (apoio) de Cobrimento (anteriormente setor de cobrideiras).

A reorganização virtual do layout é demonstrada na Figura 20:

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

62

FIGURA 20 – REARRANJO COM MINI-FÁBRICAS

FONTE: O AUTOR (2016)

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

63

Em seguida, seriam nomeados quatro líderes, um para cada Mini-fábrica (MF)

principal, sendo que dois deles atuariam como líderes das Mini-fábricas de apoio

simultaneamente, ocorrendo um revezamento entre eles, ou seja, com cada um

atuando um mês em cada Mini-fábrica. O objetivo é que eles obtenham

conhecimentos sobre todos os processos produtivos, e conheçam todos os

colaboradores. A Figura 21 ilustra essa divisão:

FIGURA 21 – SUBDIVISÃO DE MFS E LÍDERES

FONTE: O AUTOR (2016)

O segundo passo seria a criação de equipes multifuncionais, cada uma das

Mini-fábricas teria um número de equipes (que depende do número de processos

diferentes). Para que todos os componentes de cada equipe consigam adquirir novos

conhecimentos e habilidades, sendo possível a realização de todas as operações de

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

64

sua respectiva Mini-fábrica, é proposta uma rotatividade das equipes por todas as

células/processos dentro da Mini-fábrica específica em que estão alocados no

momento.

Cada Mini-fábrica teria uma meta mensal, como por exemplo a redução de

descartes em 40%, e a equipe apresentaria seus resultados para toda fábrica ao final

de cada mês, sendo o intuito dessa ação, fazer com que os colaboradores pensem e

atuem no ciclo produtivo como um todo, e não somente com problemas do processo

em que ele está alocado diariamente.

Por fim, seria escolhido um funcionário facilitador para cada uma das quatro

Mini-fábricas principais, ou seja, um funcionário extra, além do estritamente

necessário para o funcionamento dos processos, com a função de dar suporte,

abastecer a célula e substituir algum funcionário ausente.

Todas essas ações buscam mudar o pensamento de muitos colaboradores de

que existem problemas sem solução ou como “coisas que são assim mesmo”, quando

na verdade existem soluções simples e rápidas. Acarretaria em uma menor

centralização gerencial, aumento das responsabilidades, autonomia e satisfação no

trabalho dos funcionários, pois eles se sentiriam mais valorizados, fazendo com que

a fábrica tenha uma gestão mais participativa e com menos níveis hierárquicos.

Resultando disso tudo, a ideia de que todos os funcionários são responsáveis pela

qualidade, e não somente a equipe de qualidade.

Por fim, tais mudanças não acarretariam em nenhum custo adicional para a

empresa visto que não houveram mudanças físicas no layout nem troca de máquinas,

apensas uma reorganização virtual do layout. Pode haver até uma diminuição de

custos, visto que haveria diminuição nos níveis hierárquicos e menor absenteísmo e

turnover de funcionários, que estariam mais motivados e produtivos.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

65

5 CONCLUSÃO

Após conhecer a história da Barion, o processo produtivo, as metas, o controle

da qualidade, entre outros processos, pode-se afirmar que é uma empresa que zela

pela qualidade do seu produto, multifuncionalidade e bem-estar de seus

colaboradores e é flexível frente à variação da demanda de seus consumidores.

O layout da fábrica sendo um misto do tipo por processo e celular, traz

flexibilidade para a empresa, e, seguindo nesta linha, a Barion almeja que seus

colaboradores possam trabalhar em diversos postos de trabalho.

Nota-se que há possibilidade de melhorar ainda mais o dia-a-dia dos

colaboradores que operam no chão de fábrica, trazendo-lhes mais segurança e

possibilidades de autodesenvolvimento pessoal.

A partir deste cenário, foram propostas 2 ferramentas/métodos que podem

agregar e trazer melhorias de layout, sejam elas fisicamente, ou culturalmente.

A partir da aplicação do método de Planejamento Sistemático de Layout,

decidiu-se por não sugerir uma mudança na orientação espacial do layout. Essa é

uma análise difícil de ser feita, pois a tentativa de se trazer algum setor mais pra perto

de outro, pode acabar por prejudicar outras produções ou setores. Um exemplo disso

é o setor de embalagens, que teoricamente seria beneficiado com uma maior

proximidade com o setor de expedição, no entanto, tal mudança prejudicaria o setor

de cobrideiras, visto que a grande maioria dos produtos passa por ele, seguindo

diretamente para a embalagem.

Buscando uma maior descentralização gerencial e introdução da ideia, de que

os funcionários são todos responsáveis pela qualidade dos produtos, e não apenas

devem seguir regras dos “inspetores de qualidade”, foi proposta a implantação do

conceito de Mini-Fábricas. Sugeriu-se o estabelecimento virtual de 6 mini-fábricas

semiautônomas ao invés de setores centralizados.

Para tal, as equipes das MFs (mini-fábricas) terão que desenvolver multi-

habilidades, ou seja, todos os funcionários deverão estar aptos para a operação de

quaisquer atividades. Vale ressaltar, que muitas rotinas desse conceito já foram

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

66

implementadas no dia-a-dia da empresa, como por exemplo, a rotatividade das

equipes por diferentes células.

Conclui-se que com os benefícios trazidos a partir de uma maior

descentralização fabril e uma maior autonomia dos colaboradores, não haveria a

geração de custos adicionais no dia-a-dia da empresa, pois as alterações seriam

consequências de mudanças de hábitos, formalização de ideias e alterações sem

mudanças físicas e nem de máquinas no layout.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Para trabalho futuros, sugere-se a aplicação dos conceitos do 5S. Tal aplicação

teria como intuito de solucionar problemas provenientes de falhas de gestão de

estoques e identificação dos produtos, através de uma reorganização e arrumação do

espaço.

Com a eliminação de materiais desnecessários, e fazendo com que o estoque

fique disposto de maneira funcional e em seu lugar apropriado, seria facilitada a

locomoção dos funcionários pelas instalações, além de manter o local de trabalho e

equipamentos em ordem.

Por fim, poderiam ser abordados em trabalhos futuros, temas ligados às

questões ergonômicas e de prevenção de acidentes, como melhorias na iluminação,

uma melhor ventilação e temperatura ambiente, por exemplo.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

67

6 REFERÊNCIAS

ALVES, Francisco José Bordalo Padrão; AQUINO, Paulo Vitor Barros de; SILVA, Luís Henrique Ferreira. ESTUDO DA REESTRUTURAÇÃO DO ARRANJO FÍSICO EM UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA DO SEGMENTO DE BISCOITOS ARTESANAIS EM MACEIÓ, BRASIL. Engineering Sciences, Aquidabã, v. 1, n. 1, p.1-7, jan. 2013.

AMATO NETO, J. - Reestruturação Industrial, Terceirização e Redes de Subcontratação. Revista de Administração de Empresas. Vol.35, n.2, p.33 – 42, 1995. AMARO, Ana; PÓVOA, Andreia; MACEDO, Lúcia. A arte de fazer questionários. Porto: Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 205. 10 p. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/>. Acesso em: 10 abr. 2016.

BARBOSA, F.A – Um estudo da implantação da filosofia just in time em uma empresa de grande porte e sua integração ao MRP2. Dissertação de mestrado, São Carlos, 1999. BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000a. BILBY, Bruno Abreu; BAHIA, Pablo Queiroz. Análise das Movimentações de Materiais Aliado ao Systematic Layout Planning: Um Estudo de Caso. Convibra Administração, Belém, 2010. BORBA, Mirna de. Arranjo Físico. Disponível em: < www.feg.unesp.br>. Acesso em 21 de abr. 2016.

BRITISH ASSESSMENT BUREAU. ISO´s 2010 survey published. 2011. Disponível em: <http://www.british-assessment.co.uk/news-story.asp?newsTitle=ISOs-2010- Survey-Published.>. Acesso em: 20 abr. 2016.

CARVALHO, D. S.; RESENDE. S, D.; SOUZA N, S; LIMA, R, F.; Implantação de um arranjo físico (layout) e sua relevância para a dinamicidade organizacional no processo de produção: Revisão Bibliográfica. [artigo científico] – 2010. Disponível em:< http://www.uespi.br/novosite/wpcontent/ uploads/2011/05/Implanta%E7%E3o-de-um-arranjo-f%EDsico-e-suarelev% E2ncia-para-a-dinamicidade-organizacional-no-processo-deprodu% E7%E3o1.pdf >. Acesso em: 21 abr. 2016. COLE, R. E. - Strategies for Learning: Small Group Activities in American, Japanese, and Swedish Industry. University California Press. California, 1989.

CONVERGENCE ALIMENTAIRE. Une poignée de compagnies contrôle l’industrie alimentaire. Disponível em: <http://convergencealimentaire.info/>. Acesso em: 25 mar. 2016.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

68

COSTA, A. J. Otimização do layout de produção de um processo de pintura de ônibus. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2004. DEPEC-BRADESCO. INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. Disponível em: <http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_industria_de_alimentos.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2016.

FAWCETT, Stanley E. et al. Requirements And Benefits of Implementing Just-In-Time Manufacturing For Small-Firm Manufacturers. Journal Of Small Business Strategy, Murfreesboro, 2015.

GONCALVES, Wherllyson Patricio et al. O USO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE VISANDO A PADRONIZAÇÃO DO TAMANHO DA MASSA DA LASANHA PRODUZIDA EM UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA. Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção, Bento Gonçalves, out. 2012.

GREENE, Timothy J.; SADOWSKI, Randall P.. A Review of Cellular Manufacturing Assumptions, Advantages and Design Techniques. Journal Of Operations Management, Berlim, v. , n. , p.85-97, 1984.

GURGEL, A. do F. – Logística Industrial. São Paulo, Editora Atlas, 2008.

INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Disponível em: <http://inmetro.gov.br/>. Acesso em: 15 abr. 2016.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed.5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, Petronio Garcia; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 576 p.

MARTINS, Vitor William Batista; FREITAS, Felipe Fonseca Tavares de. PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO DE LAYOUT (PSL): ANÁLISE DO LAYOUT DE UMA EMPRESA PRODUTORA DE PNEUS RECAPADOS. Revista Iberoamericana de Engenharia Industrial - Ijie, v. 3, n. 1, 2011.

MÜLLER, Viviane. Otimização de Layouts Industriais através do Método Enxame de Partículas. 2007. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação Sistemas e Processos Industriais – Mestrado, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2007.

MUTHER, Richard. Planejamento do Layout: Sistema SLP. São Paulo: Edgar Blucher, 1978.

NEUMANN, Clóvis. Gestão de Sistemas de Produção e Operações: Produtividade, Lucratividade e Competitividade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

69

PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre Reis. Administração da Produção (Operações Industriais e de Serviços). Curitiba: Unicenp, 2007. 375 p.

PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 3. ed. Novo Hamburgo: Universidade Feevale, 2013. 277 p. RAVI. INDUSTRIAL ENGINEERING AND MANAGEMENT. New Delhi: Phi Learning, 2015. 424 p. RODRIGUES, Marcus Vinicius. Entendendo, Aprendendo e Desenvolvendo - Sistema de Produção Lean Manufacturing - Marcus Vinicius Rodrigues. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier - Campus, 2007. 150 p.

ROTTA, I.S. Mini-fábrica: uma nova proposta de arranjo produtivo e organizacional, ENEGEP, 2014. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2003_TR0113_0517.pdf. Acesso em 02 de Maio de 2016.

SALERNO, M S. - Projeto de Organizações Integradas e Flexíveis: Processos, Grupos e Gestão Democrática Via Espaços de Comunicação / Negociação. Atlas. São Paulo, 1999. SANTOS, Luciano Costa; GOHR, Cláudia Fabiana; LAITANO, Jean Carlos Argiles. PLANEJAMENTO SISTEMÁTICO DE LAYOUT: ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO EM OPERAÇÕES DE SERVIÇOS. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 8, n. 1, p.1-21, 2012. SILVA, Catarina Sofia Abreu Neves da. IMPLEMENTAÇÃO DA NORMA ISO 22000:2005 NUMA EMPRESA DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE GÉNEROS ALIMENTICIOS. 2014. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestre em Segurança Alimentar e Saúde Pública, Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Caparica, 2014.

SILVEIRA, José Augusto Geisbrecht da; LEPSCH, Sérgio Luiz. Alterações recentes na economia do setor supermercadista brasileiro. Revista de Administração, São Paulo, v. 32, n. 2, p.5-13, jun. 1997.

SMITH, V. - New Forms of Work Organization. Annual Reviews Sociological. Vol. 23, p.315-339., 1997. TOMPKINS, J. A.; WHITE, J. A.; BOZER, Y. A. et al. Facilities Planning. 2. ed. New York: John Willey & Sons, Inc, 2010. TORTORELLA, Guilherme L.; FOGLIATTO, Flávio S.. Planejamento sistemático de layout com apoio de análise de decisão multicritério. Produção, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p.609-624, dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prod/v18n3/a15v18n3>. Acesso em: 03 maio 2016. VIEIRA, Elamara Marama de Araújo et al. Planejamento Sistemático do Layout: aplicação em uma indústria de panelas esmaltadas. Revista Espacios, João

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ RODOLFO MAYER BARION - UFPR · Para ganhar vantagem competitiva, as indústrias precisam aumentar sua ... determinar se tais possibilidades de melhorias

70

Pessoa, v. 16, n. 9, p.17-18, jan. 2015. Disponível em: <http://www.revistaespacios.com/a15v36n09/15360917.html>. Acesso em: 25 abr. 2016. VOKURKA, R.J., DAVIS, R.A., Focused factories: empirical study of structural and performance differences. Production and Inventory Management Journal 41 (1), 44–55, 2000. WILKINSON, John. Os gigantes da indústria alimentar entre a grande distribuição e os novos clusters a montante. Estudos Sociedade e Agricultura, Seropédica, p.147-174, abr. 2002.